Semmais 01 julho 2017

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Sábado 01 | JuLho | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 955 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

OS DESAFIOS DO ENSINO, DA APRENDIZAGEM E DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Esta edição é exclusivamente dedicada ao ensino, qualificação e formação profissional. Por isso, convidámos o secretário de Estado da Educação, João Costa, para fazer um pequeno balanço do ano escolar. No caderno central, apresentamos um dossier sobre os cursos Aprendizagem do Instituto de Emprego e Formação Profissional, construído a partir de um debate promovido pelo IEFP em Setúbal. E, entre outros exemplos de formação que a região oferece, contamos com uma entrevista com o presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos.


ENTREVISTA

SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, JOÃO COSTA, E O «BALANÇO TRANQUILO» DO ANO ESCOLAR

«Estamos a dar liberdade às escolas para desenvolver os seus projetos educativos» João Costa aceitou o desafio de fazer um pequeno balanço do ano escolar, ainda por encerrar, mas falou em especial de novas medidas e de barreiras que se foram reabrindo desde que chegou ao Governo. O secretário de Estado vê escolas em mudança, com mais liberdade e autonomia, e gaba o papel dos professores. Fala também em escolas-oásis, na região, que marcam a diferença em contextos críticos.

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JÁ É POSSÍVEL FAZER UM BALANÇO DESTE ANO ESCOLAR? Foi um ano marcado por uma tranquilidade no seu arranque e em que as escolas começaram a executar os seus planos de ação estratégica para promoção do sucesso escolar. Diríamos que a tranquilidade foi o que mais marcou este ano, acompanhada de um diálogo constante com as escolas e os seus diretores para uma definição gradual de políticas educativas. QUE METAS E OBJETIVOS PROGRAMÁTICOS INICIALMENTE PREVISTOS QUE, NA SUA ÓTICA, SÃO DE DESTACAR? Destacaria o investimento no pré-escolar, com a implementação das Orientações Curriculares revistas e o progressivo alargamento da rede, bem como o Plano Nacional de Promoção do sucesso, que se materializou em cerca de 2900 medidas destinadas sobretudo aos anos iniciais

de ciclo e na promoção de formação contínua para várias dezenas de milhares de professores A estas medidas acrescem o reforço da Ação Social Escolar e o início da distribuição de manuais gratuitos, que visam uma escola mais justa. E, finalmente, o lançamento do Programa Qualifica, que significa um reinvestimento na educação e formação de adultos, uma aposta na educação permanente e na qualificação da nossa população ativa. A IDEIA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA FOI CONSEGUIDA? Constituímos um grupo de trabalho que apresentou uma proposta de decreto-lei sobre educação inclusiva, que visa garantir que todos têm lugar na escola e que é centrada no acesso ao currículo para todos. Esta proposta vai estar em consulta pública muito brevemente.


TEM ANDADO PELAS ESCOLAS DO PAÍS NESTE ÚLTIMO ANO E MEIO, NOTA DIFERENÇAS DE REGIÃO PARA REGIÃO. HÁ ASSIMETRIAS TAMBÉM NO QUE TOCA A MODELOS IMPLEMENTADOS PELAS DIRECÇÕES ESCOLARES? As escolas são muito diferentes e ainda bem, porque os contextos em que trabalham são diferenciados, porque existe quase um “ethos” próprio em cada escola: algumas muito vocacionadas para trabalho científico, outras valorizando projetos de cidadania, outras que valorizam bastante as artes. Há culturas de escola diferentes, há lideranças muito diferentes, sendo notórios os resultados das verdadeiras lideranças pedagógicas. Sabemos também que há assimetrias entre regiões, que importa entender e diminuir. ALGUM EXEMPLO EM CONCRETO? Num estudo que publicamos no ano passado, mostra-se que a pobreza é um preditor menos forte de insucesso no norte do que no sul. É preciso entender estas assimetrias. HÁ NOVIDADES NO QUE RESPEITA À AUTONOMIA DAS ESCOLAS? Sim. Temos em curso um projeto-piloto de reforço da autonomia das escolas, naquilo que é a essência do seu trabalho, isto é, o desenvolvimento curricular. Estamos a dar a todas as escolas verdadeira liberdade para desenvolver os seus projetos educativos. PEÇO-LHE, NESTE ENQUADRAMENTO, QUE NOS FALE DE PROFESSORES. CONTINUA A SER O ‘CALCANHAR-DE-AQUILES’ DA TUTELA, OU É FALACIOSO… Não diria isso. Os professores, que são cerca de 130 mil, são profissionais altamente qualificados e com grande sentido de missão. É muito triste que a sociedade valorize tanto os progressos em educação e se esqueça de que esses progressos só foram atingidos graças a quem está na escola todos os dias. Temos vindo a implementar medidas que visam a valorização dos professores, como a

vinculação extraordinária, que só neste ano abrange quase tantos professores como a totalidade do que foi conseguido pelo anterior governo. Ao darmos às escolas liberdade para desenvolver o currículo, estamos a dar um passo importante na valorização da profissão dos professores: eles são especialistas em desenvolvimento curricular e sabem o que fazem, pelo que temos de confiar na sua capacidade. MAS NÃO SE EVITAM GREVES. QUAIS AS RAZÕES? HÁ UM SINDICALISMO QUE PROCURA SOBREVIVER OU ‘GOVERNAR’… Nem sobreviver, porque não está em risco, nem governar. O diálogo com os sindicatos tem sido constante e estes cumprem o seu papel reivindicativo, desejando obviamente compromissos por parte da tutela. Em vários casos, temos conseguido encontrar acordo e consenso com as estruturas sindicais, noutros casos tal não foi possível. COMO SE ESTÁ A LIDAR COM OS ALTOS ÍNDICES DE ABSENTISMO E MESMO ABANDONO ESCOLAR? O PNPSE visa exatamente lidar com alguns destes problemas. A introdução do programa de tutorias, o reforço de diferentes vias para conclusão do ensino secundário pretendem ser respostas a este problema. Os projetos de combate ao abandono desenvolvidos com os municípios e comunidades intermunicipais são também estratégias globais, comunitárias, para lidar com este problema. E QUE COMENTÁRIO LHE MERECE O FACTO DE CONTINUARMOS A ESTAR NO TOPO DOS PAÍSES DA OCDE EM QUE OS ALUNOS CHUMBAM MAIS VEZES… Este é, como sabemos, um dos principais desafios do nosso sistema educativo. Essencialmente por duas razões: esses números revelam que há um problema de aprendizagens para muitos alunos e que os que reprovam são sempre os mais po-

bres. Por isso, o problema que temos não é administrativo, nem de estatística, mas sim um problema real de garantir aprendizagens de qualidade para todos, independentemente do seu contexto socioeconómico. SENDO UM HOMEM DA REGIÃO, QUE ANÁLISE FAZ DA NOSSA REALIDADE? O distrito de Setúbal tem alguns contextos socioeconómicos muito complexos, muito desfavorecidos, o que justifica alguns números muito preocupantes no que diz respeito ao sucesso escolar e ao abandono. É, contudo, um distrito com um corpo docente muito comprometido e com lideranças muito fortes nas escolas. Há escolas que são oásis, em contextos muito difíceis. Refiro, por exemplo, a Escola da Bela Vista, em Setúbal. Isto deve-se a lideranças e corpos docentes que acreditam que a escola pode fazer a diferença. É, contudo, um distrito em que a pobreza é ainda um dos preditores mais fortes de insucesso, mais do que noutros contextos. Isto significa que tem de haver um maior compromisso, sobretudo das comunidades – municípios, movimentos associativos, famílias – para mitigar as assimetrias que existem à partida.

HÁ NOVIDADE PARA O NOVO CALENDÁRIO ESCOLAR? Está já assinado e publicado. UM BALANÇO DO ARRANQUE DOS CENTROS QUALIFICA? QUE METAS SE PRETENDE ATINGIR E COMO ESTÁ A REDE NA REGIÃO DE SETÚBAL Os Centros Qualifica arrancaram com a determinação de que investir nos adultos é investir no país. Temos um país com uma população ativa com fortes défices de qualificação e queremos atingir uma meta muito precisa de conclusão do ensino secundário. Reforçamos a rede, com a criação de novos centros e pretendemos chegar aos 300 centros qualifica até ao final do ano. O desinvestimento nesta área pelo Governo PSD/CDS foi tão grande, que levou a uma desmobilização dos adultos. É preciso não esquecer o desprezo manifestado pelo ex-Primeiro Ministro sobre os processos de RVCC e aprendizagem ao longo da vida, que se traduziu num desinvestimento e descontinuar do que estava a ser feito. A rede de centros em Setúbal também foi reforçada e temos alguns casos, como Cacilhas-Tejo, que são um exemplo na mobilização para a inscrição, encaminhamento e formação de adultos.

Ensino profissional é aposta clara do Governo e temos plano em marcha João Costa afirma que o ensino profissional é «uma aposta muito clara» do Governo. E afirma que as medidas estão no terreno. «Temos em marcha um programa de valorização desta via de ensino, que se traduz em várias medidas: trabalho com os psicólogos de orientação vocacional, alargamento da rede, correção de assimetrias e injustiças introduzidas pelo governo anterior na ambição de prosseguimento de estudos, criação de um instrumento de certificação de qualidade dos cursos. O 12.º no ensino profissional não é uma via secundária, é um 12.º ano que é mais do que os outros: confere certificação académica e nível de qualificação profissional». Foi também iniciado, em todas as regiões do país, um trabalho fundamental de ajuste da rede de cursos às necessidades das empresas e indústrias. Nestes, afirma o secretário de Estado, «privilegia-se a abertura de cursos em função da sua relevância, da qualidade de parcerias e das taxas de empregabilidade e encaminhamento para o ensino superior».

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Sogapal, SA. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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ESCOLAS PROFISSIONAIS ENSINO PROFISSIONAL DA REGIÃO NO CAMINHO CERTO

Aprender uma profissão e entrar no mercado de trabalho Os jovens de hoje têm uma melhor preparação para o mercado de trabalho. A panóplia de estabelecimentos de ensino da região garantem um ensino de qualidade e estágios e práticas em contexto laboral. Além disso, os jovens que frequentam este ensino, têm a possibilidade de prosseguir os estudos no ensino superior.

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região de Setúbal é rica em ensino profissional. São várias as escolas existentes a formar jovens para o mercado de trabalho. Destacamos a Academia de Formação - ATEC (Palmela), a Escola Técnica Profissional da Moita, a Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, a Escola Profissional de Setúbal, a Escola Profissional de Educação para o Desenvolvimento, a Escola Profissional de Almada, a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça (Barreiro e Seixal) e a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Grândola. Além das disciplinas científicas e socioculturais, os cursos das escolas profissionais têm uma forte componente de disciplinas técnicas de especialização, além dos estágios e práticas em contexto laboral. «Quem sai de uma escola profissional sai com uma profissão, está mais bem preparado para o mercado de trabalho», realça uma fonte de uma das escolas profissionais da nossa região. Os jovens que frequentam este género de ensino, têm a possibilidade de prosseguir os estudos para o ensino superior. «Ao contrário do que se possa por vezes pensar, a frequência de uma escola profissional não é incompatível com a entrada no ensino superior. Antes pelo contrário. Os alunos das escolas profissionais já estão rotinados com métodos

de trabalho que mais tarde encontrarão nas faculdades», sublinha a mesma fonte, que acrescenta: «As escolas profissionais oferecem aos alunos um conjunto de oportunidades ímpares, preparando-os e consciencializando-os para a importância da atividade laboral, permitindo-lhes adquirir experiências, aplicar conhecimentos, desenvolver relações interpessoais e compreender as normas e os valores das organizações onde posteriormente irão a trabalhar». PROTOCOLOS DE COLABORAÇÃO As escolas profissionais não isolam a sua atividade de educação e de preparação de jovens para o mercado de trabalho do meio humano e social em que cada escola está inserida. «Estas escolas mantêm protocolos de colaboração com diversos organismos, sejam eles do poder local, da sociedade civil, de associações ou empresas», vinca a mesma fonte. Estas escolas detêm um «conhecimento aprofundado» da indústria portuguesa, na sua área de atividade, mantêm contactos «privilegiados» com agentes económicos do seu mercado envolvente e efetuam «promoção directa da integração» dos jovens junto das entidades que operam em ramos de atividade relacionadas com a saída profissional dos seus cursos.

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Cursos para todos os gostos NA ATEC de Palmela destacam-se os cursos de mecatrónica automóvel, soldador, eletrónica industrial, eletrónica, automação e computadores, manutenção industrial e de maquinação e programação CNC. Na Escola Técnica da Moita sobressaem os cursos de auxiliar de saúde, secretariado, comunicação, marketing, relações públicas e publicidade, energias renováveis, restauração, restaurante e bar e restauração, cozinha e pastelaria. Ao passo que na Escola Profissional de Setúbal, também são ministrados cursos de animador socio-cultural, informática de gestão, higiene e segurança no trabalho, eletrónica e telecomunicações, entre outros.


ATEC guir estudos superiores. Para tal, a ATEC dispõe de protocolos com as mais conceituadas Instituições de Ensino Superior que conferem equivalência de créditos aos seus formandos. A ATEC aposta ainda na criação de novos cursos e qualificações em estreita articulação com as empresas. Exemplo disso foi a criação do Curso de Especialização Tecnológica em Cibersegurança e do Curso de Especialização Tecnológica em Gestão e Controlo de Energia.

Formação com certeza!

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ATEC é fruto da iniciativa de três multinacionais, Volkswagen Autoeuropa, Siemens e Bosch, que decidiram apostar numa academia de formação que concentrasse o seu know-how formativo e que combinasse a vertente de formação teórica com uma forte vertente prática, mais próxima das necessidades específicas das empresas. Formamos técnicos altamente qualificados e com forte componente prática, contando com o contributo das empresas que facultam experiências pré-profissionais, estágios, que desenvolvem nos nossos formandos ap-

tidões para o emprego. O resultado desta estreita ligação traduz-se na elevada taxa de empregabilidade dos formandos. CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA O CAMINHO CERTO! Dispomos de uma vasta oferta de cursos de Especialização Tecnológica (CET), nas áreas de Automação, Robótica e Controlo Industrial, Redes e Sistemas Informáticos, Programação, Cibersegurança, Mecatrónica Automóvel e Tecnologia Mecatrónica. Além da forte ligação destes cursos ao mercado de trabalho, os jovens podem também prosse-

TESTEMUNHO DE UM EX-FORMANDO “Terminei o curso de Especialização Tecnológica em Gestão de Redes e Sistemas Informáticos na ATEC há 10 anos. Foi a melhor decisão que tomei pois estou há 10 anos no mercado de trabalho sem interrupções. Atualmente sou consultor informático numa das maiores consultoras técnicas a nível mundial e sou também consultor cloud. A minha formação na ATEC foi essencial para desempenhar as funções que tenho atualmente pois deu-me todas as bases quer em produtos Microsoft quer em produtos Linux e Unix. Frequentar um curso de especialização tecnológica foi essencial para o meu sucesso profissional.” Ricardo Cesário, ex-formando ATEC

No dia 16 de setembro, ao longo da tarde, vamos realizar um Encontro Tecnológico onde poderão visitar a ATEC e descobrir mais sobre a nossa formação de especialização tecnológica. Visitem-nos! Mais informações em www.atec.pt. AF An institucional meiapag 260x177 path.pdf

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EPED

Formação de excelência marca ensino da EPED

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Escola Profissional de Educação para o Desenvolvimento, propriedade da COPEFAP – Cooperativa de Ensino, CRL, sita na Torre da Caparica, em Almada, que conta com mais de 25 anos de atividade, tem como missão principal formar para a excelência jovens e adultos, investindo na formação de rigor e qualidade, continuando a ganhar certificações e reconhecimento. Leccionando em seis áreas de formação, designadamente, os cursos de Técnico de Gestão do Ambiente, Técnico de Análise Laboratorial, Técnico de Gestão, Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Técnico de Eletrónica e Telecomunicações e Animador Sociocultural, a EPED com 270 alunos, dos quais 70 alunos estão a realizar a Formação em Contexto de Trabalho, em toda a área da Grande Lisboa, colocados em 44 empresas/ instituições. A EPED tem sido, também, entidade forma-

dora externa do IEFP, nomeadamente nos cursos de Técnico Comercial, Técnico de Farmácia, Técnico de Eletrónica, Técnico da Qualidade e Técnico de Laboratório, em complemento às suas áreas de formação de referência. A provar a sua qualidade de excelência, a EPED tem vindo a integrar, a convite da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, IP (ANQEP), várias equipas de trabalho que conduziram as reestruturações curriculares dos cursos profissionais de nível secundário e a participação na conceção dos cursos de Educação e Formação de Adultos, bem como na criação dos referenciais e na colocação dos cursos reformulados no Catálogo Nacional de Qualificações, designadamente nas áreas de Química, Gestão e Ambiente. É também, desde 2008, entidade formadora dos cursos EFA e unidades modulares certificada, ministrando cursos em regime diurno, para adultos desempregados e cursos

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pós-laborais para formandos ativos. Em colaboração com a ANQUEP também presta a sua competência na validação dos referenciais RVCC e na elaboração dos Kits de Avaliação para os cursos de Técnico de Análise Laboratorial e Técnico de Química Industrial. Para o ciclo de formação 2017/2020, a EPED enquadra na sua oferta formativa os cursos de Técnico de Gestão do Ambiente, Técnico de Análise Laboratorial, Técnico de Gestão, Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Animador Sociocultural. Finalmente, entre muitas outras valências, nomeadamente um projeto Erasmus+, em parceria com escolas da Polónia, Croácia, Finlândia e Turquia, a EPED faz parte de um consórcio com a multinacional farmacêutica Hovione, que pretende preparar em Portugal 24 analistas químicos. Esta escolha advém de a EPED ter sido precursora do curso de Técnico de Análise Laboratorial.


DOSSIER

DESAFIOS E CERTEZAS

DA APRENDIZAGEM


IEFP - APRENDIZAGEM CURSOS DE APRENDIZAGEM DO IEFP GARANTEM SAÍDAS PROFISSIONAIS E VALORIZAM FORMAÇÃO

Aprendizagem como mais-valia para inserção no mercado de trabalho O Instituto de Emprego e Formação Profissional está cada vez mais a apostar na aprendizagem através da formação profissional, em grande articulação com a rede de parceiros. O know-how e a experiência que o IEFP tem vindo a adquirir é a chave para a qualificação de ativos e também um enorme desafio.

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s responsáveis do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), estão conscientes de que o Programa Aprendizagem, aplicado através de um pacote de cursos com grande diversidade de oferta, constitui, na atualidade, uma ferramenta essencial para a formação de jovens e sua inserção no mercado de trabalho. Esta temática foi discutida num debate subordinado ao tema “Valorizar a Aprendizagem”, que decorreu no Centro de Formação Profissional de Setúbal do IEFP, em Março, no qual o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, afirmou, categoricamente tratar-se de cursos que «constituem uma enorme mais-valia para os jovens». «Estes cursos garantem uma experiência prática em contexto empresarial que não é possível adquirir na escola tradicional», salientou o membro do Governo. Para Miguel Cabrita, o sistema de aprendizagem, tem «uma estreita articulação com

o merca¬do de trabalho e garante uma formação académica sólida», sem esquecer, disse, que boa parte da formação «é feita em contex¬to de empresa, para que os jovens percebam o que é estar no mercado de trabalho, o que é interagir em equipa, cumprir horários, e adquirir competências próprias de quem está a trabalhar». E acrescentou: «Estes cursos têm uma enorme mais-valia desse ponto de vista. Garantem que são cursos com conteúdos adaptados às necessidades de formação do mercado de trabalho e dão às pessoas uma experiência que só nos bancos de escola tradicional não têm». No debate que foi promovido pelo IEFP, o secretário de Estado do Emprego salientou ainda que «os cursos de aprendizagem têm de começar a ter uma maior visibilidade e um maior prestígio». E referiu que estes cursos de formação profissional do IEFP não podem ser vistos como uma escolha de recurso: «Nós temos de garantir que estas vias profissionalizantes, em particular aquelas que estão em estreita articulação com as empresas e as associações dos setores, como é o caso do sistema de aprendizagem, têm visibilidade porque, muitas vezes, há muitas famílias e jovens que não sabem que estas alternativas existem e, por outro lado, também têm prestígio porque, muitas ve-zes, deixámos criar a ideia, erradamente, de que as vias profissionais são uma espécie de segunda escolha, quando é exatamente ao contrário». IEFP COM IMPORTÂNCIA VITAL NO “INDÚSTRIA 4.0” Presente no debate, o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, defendeu que a indústria tem de se tornar mais atrativa, sendo que as qualificações são fulcrais para atingir esse objetivo. «Nós vemos isso para a manutenção e para a atração de investimento estrangeiro, sendo que neste momento, as primeiras prioridades que os investidores nos pedem é mão-de-obra qualificada, com este género de qualificações e com este género de ensino», afirmou.

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Perante uma plateia muita atenta, o membro do Governo, salientou que «este tipo de ensino é muito respeitado». João Vasconcelos, informou que tem vindo a visitar empresas na Alemanha, nomeadamente a Airbus e a Volkswagen, e o tema das qualificações esteve sempre em destaque, sendo que as empresas que já se encontram em Portugal realçaram a importância «dos quadros que vinham destes cursos». Segundo João Vasconcelos, o mesmo aconteceu no programa Indústria 4.0, ao qual aderiram quase 100 empresas e onde, segundo sublinhou, «o ponto central foi claramente o ensino, as qualificações e o papel destes centros para a indústria». «Quando falamos em Indústria 4.0 falamos na quarta revolução industrial, de uma mudança tecnológica em todos os modelos de negócio. Isto não vai lá só com formação profissional, mas também com formação de ativos porque não nos podemos esquecer quem trabalha atualmente nas fábricas, temos de os requalificar», adiantou. ESTE TIPO DE ENSINO NÃO É RECURSO É PRIORIDADE O membro do Governo não tem dúvidas de que todos os países estão a aprender. «Não há um GPS para esta revolução industrial. O IEFP, como é a entidade com mais know-how na área da formação no Estado português, vai ter um papel relevantíssimo na qualificação de ativos, sendo este um enorme desafio», afirmou. João Vasconcelos disse ainda que a indústria está a passar por um bom momento. «No ano passado aumentou o emprego, as exportações continuam a aumentar e os números do início deste ano também são ótimos. Portanto, é previsível que a contratação de quadros técnicos com este tipo de qualificações aumente e, consequentemente, a pressão sobre estes centros (de formação profissional) vai-se manter», referiu o governante. O secretário de Estado da Indústria explicou também que há muitas empresas que estão


IEFP - APRENDIZAGEM disponíveis para trabalhar nesta via de ensino, como a Google, e para ceder equipamento aos centros de formação, sendo que esta ponte poderia ser feita pelo Ministério da Economia. Por outro lado, João Vasconcelos referiu ainda a necessidade de «tornar a indústria sexy», fazendo com que os jovens queiram trabalhar neste setor. «Além de constituir o motor da economia, a indústria evoluiu muito nos últimos anos «as fábricas não têm nada a ver com o que eram antigamente», disse. E acrescentou: «Há muito futuro para esta mão-de-obra, há muito futuro para este ensino.» A finalizar, o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, acrescentou que «Portugal era até há pouco tempo o único país europeu que não fazia parte da Aliança Europeia para a Aprendizagem. Nos últimos anos, todos os países europeus construíram este compromisso e Portugal havia ficado para trás, mas o processo de adesão de Portugal à Aliança Europeia para a Aprendizagem é já uma realidade». E o responsável governamental acrescenta que «começar a pôr fim à ideia de que este tipo de ensino é uma escolha de recurso é, atualmente, uma prioridade». Os textos deste dossier foram construídos com base nos textos “Valorizar a aprendizagem”, publicados na revista D&F (Dirigir e Formar) do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

IEFP convidado para Conselho Estratégico da Indústria 4.0. Em pleno debate, relevando a importância do trabalho neste campo desenvolvido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos convidou os responsáveis do IEFP a integrar o Conselho Estratégico da Indústria 4.0. Sempre num tom de grande conhecimento e troca de ideias, o membro do Governo fez lembrar que a sua presença no evento pretendia, como sublinhou, «demonstrar a importância que esta via de ensino tem para Portugal». João Vasconcelos afiançou que a aprendizagem «é muito respeitada e valorizada na indústria, às vezes até mais do que aquilo que se pensa». O secretário de Estado disse ainda que basta divulgar a empregabilidade destes cursos em relação aos outros, assim como o vencimento destes formandos, para «pôr muitos jovens e pais a pensarem na vida», porque, adiantou, «é preciso mudar a perceção da sociedade sobre a importância que este ensino tem, porque esta é uma das melhores apostas que um jovem pode fazer». E deixou ficar a sugestão de se começar a fazer mais open days nas fábricas para os jovens ficarem a conhecer melhor esta realidade.

PAULA ARRISCADO, DA SALVADOR CAETANO E MIGUEL FRANCO, DA SCHMITT+SOHN ELEVADORES PRESENTES NO DEBATE

Parceiros aplaudem fórmula que consideram de sucesso Representantes do Grupo Salvador Caetano e da Schmitt+Sohn Elevadores realçaram no debate de Setúbal dois aspetos essenciais dos cursos de aprendizagem do IEFP: a qualidade dos mesmos e a integração das empresas.

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s empresas que fazem parte da rede de parceiros do IEFP neste percurso de aprendizagem não têm dúvidas de que se trata de uma «fórmula de sucesso», como frisou no debate de Setúbal, Paula Arriscado, diretora de Recursos Humanos do Grupo Salvador Caetano. «Neste momento temos 400 jovens em ensino aprendizagem e vamos continuar a apostar nesta relação com o IEFP», garantiu. A sublinhar a importância e a mais-valia destes cursos, Paula Arriscado frisou que entre agosto de 2015 e agosto de 2016 saíram 138 jovens com o 12.º ano e com a certificação profissionalizante. «Cerca de 30 por cento destes ficaram no grupo Salvador Caetano, os restantes seguiram para outras empresas, porque posso garantir que quando saem com o 12.º ano, estes jovens têm emprego garantido». A representante da Salvador Caetano disse ainda que continua a haver necessidade de formar soldadores, pintores e carpinteiros. «É preciso dignificar ainda mais este tipo de ensino», afirmou. Recorde-se que o Grupo Salvador Caetano tem 35 anos de experiência no ensino dual. Colabora com o IEFP desde 1983, altura em que tiveram início os primeiros cursos piloto de aprendizagem nas áreas da Construção e Reparação de Veículos a Motor. Por seu turno, Miguel Franco, administrador da Schmitt+Sohn Elevadores, realçou o facto de este ano a empresa contar com 17 formandos, sendo que 92% dos jovens fica habitualmente na empresa.

Formanda de há 30 anos diz que curso mudou-lhe a vida Helena Santos, ex-formanda do primeiro curso de aprendizagem eletrónica realizado há 30 anos, no CINEL, confessou no debate a importância desse passo: «Esse curso mudou-me a vida, não só porque me proporcionou uma formação que me permitiu ter um emprego em que gostava de fazer o que estava a fazer, como ter um salário muito razoável». E acrescentou: «O outro aspeto de importância vital é o ter descoberto que gostava de física». Atualmente, Helena Santos é investigadora no Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN). É também docente na Faculdade de Ciências de Lisboa.

Miguel Franco, que finalizou um curso de formação há cerca de 30 anos, de extrema importância no seu percurso profissional, fez questão de sublinhar que esta relação com o IEFP «tem-nos permitido recrutar jovens altamente qualificados para todas as áreas da empresa, desde a engenharia, à produção, à montagem e ao serviço de vendas».

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IEFP - APRENDIZAGEM

O que valem os cursos de Aprendizagem Trata-se de uma oferta privilegiada na qualificação dos jovens, permitindo a obtenção do nível secundário de educação, 12.º ano e um certificado profissional de nível 4. São cursos com duração de três anos e com uma forte componente prática.

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s cursos de Aprendizagem permitem obter uma certificação escolar e profissional, privilegiando a inserção no mercado de trabalho, potenciada por uma forte componente de formação realizada em contexto de empresa, e o prosseguimento de estudos de nível superior. Podem frequentar estes cursos os jovens que estejam nas seguintes condições: tenham idades compreendidas entre os 14 e os 24 anos, e com o 9º ano de escolaridade ou superior, sem conclusão do 12.º ano. Os Cursos de Aprendizagem constituem-se como uma das ofertas privilegiadas para a qualificação dos jovens, permitindo a obtenção do nível secundário de educação (12º ano) e uma certificação profissional (nível 4), que lhes permite a imediata integração no mercado de trabalho, por se tratarem de cursos que procuram responder às efetivas necessidades das empresas.

Com uma duração de cerca de três anos, caracterizam-se por uma forte componente prática, com 40% da formação desenvolvida em contexto real de trabalho, em entidades parceiras do IEFP, contribuindo para os jovens adquirem competências técnicas facilitadoras do exercício de uma profissão qualificada. Com o objetivo de distinguir e divulgar as boas práticas das empresas que, no âmbito dos Cursos de Aprendizagem, promovem a qualidade da formação prática em contexto de trabalho e a integração dos jovens no mercado de trabalho, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. criou a Rede de Parceiros de Excelência para a Aprendizagem. Fazer parte desta rede permite às entidades parceiras a obtenção de um certificado de reconhecimento como Parceiro de Excelência para a Aprendizagem, o uso do logótipo de identificação no exercício da sua atividade, a

sua divulgação enquanto parceiro da rede e a participação na valorização do sistema de aprendizagem e na sua divulgação. Podem candidatar-se à Rede de Parceiros de Excelência para a Aprendizagem as entidades de apoio à alternância que tenham desenvolvido esta atividade nos últimos três anos, tendo em conta os seguintes critérios: número de formandos acolhidos em formação prática em contexto de trabalho, número de formandos contratados após a formação, número de tutores com certificação pedagógica e colaboração com o sistema de aprendizagem, designadamente, em termos de antiguidade, regularidade, disponibilidade e atribuição de benefícios aos formandos. A certificação de Parceiro de Excelência para a Aprendizagem tem uma validade de três anos, renovando-se por igual período, desde que a entidade mantenha os requisitos estabelecidos.

Formandos criaram novo logotipo

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ntes do debate houve ainda oportunidade de visitar as oficinas de cariz tecnológico do Centro de Formação de Setúbal e de proceder à cerimónia de entrega de prémios do concurso para a criação do logotipo da Rede de Parceiros de Excelência para a Aprendizagem. O 1.º prémio foi conquistado por Carla de Faria Martins, o 2.º prémio foi entregue a Fábio André Magalhães Silva e o 3.º prémio a Emanuel José Moreira de Sousa. Recorde-se que, na sequência da criação da Rede de Parceiros de Excelência para a Aprendizagem, o IEFP, I.P. lançou, em dezembro de 2016, um concurso de ideias com o intuito de criar um logotipo para esta rede. Esta iniciativa pretendeu, em simultâneo, proporcionar uma oportunidade aos formandos dos cursos da rede de Centros de Gestão Direta e Participada do IEFP na área dos Audiovisuais e Produção dos Media, para que revelassem o seu talento e as competências adquiridas durante a formação. Assim, o logotipo classificado em 1.º lugar vai ser utilizado em todos os materiais promocionais que o IEFP, I.P. e as entidades parceiras produzirem para promover e divulgar a sua atividade enquanto Parceiros de Excelência para a Aprendizagem. 1 JULHO 2017 · ESPECIAL ENSINO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL · SEMMAIS · 10

Entidades que fazem parte da Rede de Parceiros A Rede de Parceiros de Excelência para a Aprendizagem é constituída pelas seguintes entidades: CMP - CIMENTOS MACEIRA E PATAIAS, S.A, DURIT – METALURGIA PORTUGUESA DO TUNGSTÉNIO, LDA. FAMOLDE (GRUPO GLN), GRUPO DELTA CAFÉS, GRUPO ID LOGISTICS, HOTEL TIVOLI MARINA PORTIMÃO, SALVOR HOTEIS - GRUPO PESTANA S.A., SCHMITT+ SOHN ELEVADORES, TOYOTA CAETANO PORTUGAL, S.A., VOLKSWAGEN AUTOEUROPA, LDA .


ICO IOR PÚBL R E P U S t ENSINO www.ips.p

JUNTOS FAZEMOS Ã O AMANH

LICENCIATURAS

Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Engenharia Informática Engenharia Mecânica Tecnologias do Ambiente e do Mar Tecnologia Biomédica Tecnologias de Energia Tecnologia e Gestão Industrial (Noturno) Bioinformática Biotecnologia Engenharia Civil (Diurno e Noturno) Tecnologias do Petróleo Animação e Intervenção Sociocultural Comunicação Social Desporto Educação Básica Tradução e Interpretação de Língua Gestual Portuguesa Contabilidade e Finanças (Diurno e Noturno) Gestão de Recursos Humanos (Diurno e Pós-laboral) Marketing Gestão da Distribuição e da Logística (Diurno e Pós-laboral) Gestão de Sistemas de Informação Enfermagem Fisioterapia Terapia da Fala Acupunctura (submetido a aprovação)

GI.COM-IPS | junho’17

CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS Automação, Robótica e Controlo Industrial | Setúbal e Sines (ETLA) Climatização e Energia | Setúbal e Lisboa (APIEF) Eletromedicina | Lisboa (CINEL) Gestão do Ambiente e Segurança Instalações Elétricas Manutenção Industrial Modelação e Fabrico Assistidos por Computador Organização e Gestão Industrial Produção Aeronáutica | Setúbal e Ponte de Sôr Programação Web, Dispositivos e Aplicações Móveis Redes e Sistemas Informáticos Sistemas Eletrónicos e Computadores | Setúbal e Lisboa (IPE) Tecnologia e Gestão Automóvel Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação | Setúbal, Barreiro e Lisboa (IPE) Veículos Elétricos Condução e Acompanhamento de Obras Reabilitação Energética e Conservação de Edifícios Tecnologias de Laboratório Químico e Biológico | Barreiro e Sines (ETLA) Topografia e Sistemas de Informação Geográfica Duração licenciaturas: 6 semestres – cursos regime diurno 8 semestres – cursos da ESS/IPS e cursos em regime noturno 12 trimestres – Licenciatura em Tecnologia e Gestão Industrial Cursos Técnicos Superiores Profissionais Cursos superiores de curta duração – 2 anos Diploma de Técnico Superior Profissional

Apoio à Gestão de Organizações Sociais Logística | Setúbal e Sines (ETLA) Gestão de Turismo (submetido a aprovação) Desportos de Natureza Produção Audiovisual Serviço Familiar e Comunitário

1 JULHO 2017 · ESPECIAL ENSINO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL · SEMMAIS · 11


ENTREVISTA PRESIDENTE DO IPS, PEDRO DOMINGUINHOS, FALA SOBRE A FILEIRA FORMATIVA DA INSTITUIÇÃO

“Formamos quadros qualificados, retemos talento e dinamizamos a economia regional” Atento às necessidades do mercado e da região que serve há 37 anos, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) apresenta, pela voz do seu presidente, Pedro Dominguinhos, uma oferta formativa em permanente adaptação às exigências de aprendizagem ao longo da vida que hoje se colocam. Ser agente ativo na criação de conhecimento e de inovação é um dos motivos de orgulho da instituição, a par de uma taxa de empregabilidade que a coloca em segundo lugar na lista do ensino superior politécnico.

NESTA FASE DE VIDA DO IPS, QUAL É A OFERTA FORMATIVA DISPONIBILIZADA PELA INSTITUIÇÃO, E DE QUE FORMA É QUE ESSE LEQUE DE CURSOS CORRESPONDE ÀS EXIGÊNCIAS DE APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA QUE HOJE SE COLOCAM? A nossa oferta é estruturada de acordo com uma fileira formativa que vai desde os CTeSP, formação de curta duração que iniciamos em 2015, passando pelas licenciaturas, mestrados e pós-graduações e também alguns cursos de especialização, sobretudo ao nível da preparação para o exame da Ordem dos Contabilistas Certificados e da formação ao longo da vida na área das competências digitais.

Esta fileira foi construída ao longo do tempo para dar resposta às necessidades das organizações e da região, e, simultaneamente, respeitando os requisitos estipulados na lei e objeto de avaliação pela Agência de Avaliação e Acreditação, enquadrando-se nas áreas fundamentais das nossas escolas: Educação (englobando também a Comunicação Social, o Desporto, a Animação e Intervenção Sociocultural e a Língua Gestual Portuguesa), Tecnologias e Engenharias, Ciências Empresariais e Gestão e também Saúde. Houve igualmente uma preocupação muito forte em atender às novas áreas de conhecimento. Dois exemplos concretos: a licenciatura em Acupunctura, que está em avaliação para ser acreditada, e a pós-graduação na área do Marketing Digital, desenvolvida em conjunto com uma empresa da área. Simultaneamente, temos vindo a alterar a oferta formativa para responder às necessidades do mercado. São exemplo disso um ramo da Engenharia Mecânica na área da aeronáutica, tendo em conta o cluster que está instalado na região, ou a Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, onde a oferta formativa integra hoje três licenciaturas completamente novas face à oferta inicial, em Bioinformática, Tecnologias do Petróleo e Biotecnologia. Na oferta de mestrados, alguns deles em parceria com outras instituições, temos os exemplos da Fisioterapia, que resulta de uma colaboração com a Faculdade de Ciências Médicas e com a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, a Engenharia Civil, em parceria com a Universidade

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do Algarve e, mais recentemente, o mestrado em Enfermagem, que também é uma associação com a Universidade de Évora e com os politécnicos de Beja, Portalegre e Castelo Branco. COMO DESCREVERIA A CONTRIBUIÇÃO DO IPS PARA O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO EM QUE ESTÁ INSERIDO E QUE EXEMPLOS CONCRETOS DARIA PARA ILUSTRAR ESSE CONTRIBUTO? Nos últimos anos temos formado milhares de quadros qualificados e esse é o primeiro contributo significativo que temos dado, para a região, para o país e também para o mundo, na medida em que há vários diplomados nossos a trabalhar no exterior. Recordo que estamos neste território há 37 anos e que, por exemplo, a atração do cluster da aeronáutica só foi possível porque sobretudo nós, IPS, e o IEFP, fomos capazes de num curto período de tempo dar resposta às empresas, a diferentes níveis. Em segundo lugar, aponto a criação de conhecimento e de inovação. Um estudo recente, resultado de uma dissertação de mestrado, demonstra que as empresas que colaboram com o IPS possuem uma capacidade maior de inovar, medido pelas inovações que colocam no mercado. Temos vários estágios em licenciaturas ou dissertações de mestrado, feitos em contexto de trabalho, que são propostas de melhoria depois concretizadas pelas empresas a diferentes níveis, sobretudo na inovação de processo. Uma terceira dimensão relaciona-se com o peso económico que temos na região. Um estudo recente, realizado em 7 Politécnicos, de-


OPINIÃO monstra que, por cada euro recebido pelo Orçamento do Estado, conseguimos devolver à sociedade 3,5 euros. Para além disso, somos dos maiores empregadores no concelho de Setúbal e permitimos que uma parte significativa das pessoas que quer continuar a estudar o possa fazer aqui, sem ter que sair da região. Ou seja, retemos talento, atraímos e retemos população e, desse ponto de vista, dinamizamos a economia local e regional. E uma quarta dimensão prende-se com a cocriação de conhecimento com as empresas e com as organizações. A título de exemplo, criámos recentemente uma máquina de cravagem de rótulas para a Lauak, permitindo que toda a cadeia de valor ficasse em Portugal, uma vez que essas peças tinham que ir para França e retornar. Essa máquina está certificada pela Airbus e pode ser utilizada na aviação mundial. Este é um exemplo de uma parceria com a Lauak e com empresa a Meditor, que é uma spin-off de um docente nosso. O IPS É O SEGUNDO POLITÉCNICO PÚBLICO DO PAÍS COM A TAXA DE DESEMPREGO MAIS REDUZIDA. A QUE SE DEVE, EM SEU ENTENDER, ESTE RESULTADO? O resultado, medido pela taxa de desemprego, jamais será fruto do acaso ou da sorte, mas não podemos esquecer-nos de que também estamos inseridos numa região que tem um tecido económico dinâmico e que, por isso, é mais gerador de emprego. Somos a instituição de ensino que, no curso de Enfermagem, tem a taxa de desemprego mais baixa do país, e o mesmo se passa em Fisioterapia ou Desporto. A maioria dos nossos cursos, 14 em 22, apresenta uma taxa de desemprego abaixo da média nacional para as mesmas áreas de conhecimento. Mas, para além do contexto económico onde nos inserimos, que não nego, há também uma atitude muito proactiva que temos vindo a tomar, e que possui uma tripla vertente. Primeiro, a utilização de metodologias pedagógicas ativas e com interação com o mercado de trabalho. Depois, o facto de basearmos as nossas decisões em factos, recolhendo informação sobre a taxa de desemprego de cada um dos cursos, onde é que os nossos diplomados estão empregados, quanto é que ganham e se estão ou não a desempenhar funções relacionadas com a área de formação. E, por último, uma aposta muito clara no desenvolvimento de competências junto dos estudantes, quer através das feiras de emprego, de instrumentos como o Passaporte para o Emprego, onde temos um conjunto de atividades que promovem as competências transversais, e de um portal de emprego para os nossos diplomados. Defendemos uma aposta muito forte em políticas internas ativas, de promoção da empregabilidade junto das empresas e dos estudantes. Hoje em dia temos atendimento personalizado por marcação, uma rede Alumni que tem tutorias e mentores, e cujo objetivo fundamental é prestar um conjunto de serviços cada vez mais diversificado, para dotar os nossos diplomados das competências que lhes permitam a inserção no mercado de trabalho.

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM PORTUGAL:

A aposta tem de ser na educação e formação de adultos TEXTO CARLOS SILVESTRE

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erdadeira obsessão do século XXI, a educação e a formação, em todos os seus vectores, tem vindo a ser pensada e decidida nos seus princípios ideológicos e práticos à luz de dois tipos de factores estruturantes: factores de ordem conjuntural e factores de natureza estrutural. Embora exista, estruturalmente, uma nova lógica para a educação e a formação, traduzida, particularmente, para cada estado, num novo racionalismo do processo educativo emanada de centros tendencialmente globalizadores dos quais a face mais visível é a OCDE, os decisores políticos em Portugal têm tentado e, paulatinamente, vão conseguindo, perceber e implementar esta lógica, fazendo com que Portugal apareça, na minha opinião, com muita oportunidade, nos países da linha da frente, em termos de inovação. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu com a Educação e Formação de Adultos (EFA), o “parente pobre” e quase sempre desprezado do sistema de educação e formação, que viu através do sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), ser-lhe reconhecida essa inovação. A Iniciativa Novas Oportunidades (INO) foi sem dúvida, para mim, talvez a melhor medida estrutural e conjuntural de sempre em Portugal, no campo da Educação/Formação (E/F), neste caso de adultos, uma vez que pretendeu configurar e dinamizar, pelo seu papel central e nuclear, a conjuntura educativa/formativa do país, contribuindo, entre outros desígnios, para o aumento da qualificação e certificação, de nível Básico e Secundário dos portugueses, com mais de 18 anos e/ou universitário (maiores de 23 anos). Deste universo policromado reformador emergiram alguns conceitos chave que, hoje, norteiam e determinam esta revolução, que para mim devem ser, urgentemente, orientados/adaptados, também, para o chamado sistema de educação formal (escolaridade obrigatória). Para os mais críticos, conceitos como competitividade, accountibility (prestação de contas), performatividade, empreendedorismo… inerentes a toda a lógica do sistema educador (por exemplo com a instituição de rankings, metas, objectivos…), que em Portugal se procura implementar, têm levado a que muitos digam que aquilo que se fez ou faz nas Novas Oportunidades (NO) e, nomeadamente no sistema de RVCC, não seja mais do que uma resposta às exigências estatísticas emanadas pela União Europeia (UE). Envolvido, como estou, desde 1991 no sistema da EFA em Portugal, acredito que esta “nova” missão, visão e princípios orientadores,

tem como dever, conseguir harmonizar todos estes conceitos, altamente enraizados numa matriz de pensamento tecnológico, com uma matriz de visão humanista e ética da educação/formação, como meio para atingir o bem comum da polis e dos cidadãos. Acredito que a missão daquilo que entendo como EFA deva ir mais além de uma visão da E/F como um sistema técnico que tem em vista um pensamento único global que impõe o resultado imediato, o lucro e a produção como fins, esquecendo o aspecto mais antropológico das sociedades e da cultura de cada povo. As políticas de EFA como porta de entrada para todos os que procuram uma oportunidade de qualificação mostra que as pessoas serão sempre melhores agentes educadores/formadores se conseguirem conciliar estas diferentes perspectivas. Isto é, se conseguirem, por um lado, responder a este desafio da qualificação de adultos no patamar mínimo de nível secundário e por outro que esse nível seja de qualidade e permita que os adultos sejam mais competentes, mais interventivos, mais empreendedores e que tal como dizia Paulo Freire (1975), sejam capazes de dizer a sua própria palavra. Para tal é necessário continuar a investir desmesuradamente nesta vertente e na E/F dos seus principais agentes para que todos consigam por um lado, perceber e estudar o passado, aprender, consolidar e dinamizar conhecimento(s) no presente e por outro aumentar a convicção de que sem E/F dificilmente projectaremos correctamente o futuro. O campo da EFA assente na sua intermultitransversalidade de processos, em termos de etapas e desenvolvimento dos mesmos e em metodologias que promovem a autonomia, a reflexão crítica, a contextualização, a individualização e que se operacionalizam, na articulação entre a exploração reflectida das Histórias de Vida/Autobiografia e o Balanço de Competências com a intermultitransdisciplinaridade e intermultitransculturalidade das áreas de Competência-Chave e das modalidades formadoras ao alcance de qualquer cidadão, bem como dos saberes/aprendizagen formais, não-formais e informais dos adultos, permitem-me acreditar que seremos cada vez mais fortes, mais empreendedores, mais competitivos e demonstraremos cada vez mais capacidade de empowerment pessoal e comunitário e capacidade de aprender a desaprender para poder interiorizar, aceitar e (re)organizar novos conceitos, sem deitar fora ou desprezar os anteriores (Silvestre, C. 2013). Educar e formar adultos nesta perspectiva é, sem dúvida, para mim, o farol do nosso desenvolvimento e crescimento.

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E-CODE A Escola de Programação, E-CODE, é a escola do futuro, HOJE!

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urgiu há 2 anos para responder a uma necessidade regional, mas também nacional, das empresas e da educação/ formação quer dos jovens, quer dos profissionais na área das TIC. A E-CODE é entidade coorganizadora da E-TECH PORTUGAL, feira tecnológica, sendo já um ponto de referência para a indústria e tecnologias em Portugal, fazendo desta o maior evento tecnológico a nível regional. As competências em TICE são muito procuradas pelos empregadores, sendo a programação uma área onde a procura nunca foi tão grande e a oferta de emprego continua a aumentar. Com a E-CODE, Setúbal tem uma resposta no que diz respeito à formação nestas áreas, nas quais formamos profissionais, desde as competências mais básicas até às mais complexas.

A verdade é que quase todas as nossas atividades diárias têm por base o código sendo a programação omnipresente, por isso esta é uma competência a colocar nos currículos do Século XXI. Assim, apostamos na formação de programadores de excelência os quais terão lugar garantido no mercado de trabalho, bem como na aprendizagem de crianças e jovens capacitando-as com ferramentas para entender lógica, inglês e matemática, as quais terão reflexos positivos no seu percurso escolar. A E-CODE dinamiza nas suas instalações cursos anuais, workshops e ateliês de férias em diversas áreas como a programação, drones e robótica, para além disso encontra-se neste momento a dinamizar o projeto da

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DGE na Programação no 1º ciclo, desenvolvendo atividades de enriquecimento curricular, no ensino da Programação e Robótica, em entidades públicas e privadas. Estamos a implementar o projeto Digicl@ sse, utilização de tablets em contexto educativo em escolas do 1º ciclo, nos Agrupamentos de Escolas de Setúbal, Barreiro e Beja, envolvendo centenas de alunos e dezenas de professores. Por outro lado, os programadores têm na E-CODE lugar marcado com encontros e desafios que os colocam à prova e podem aqui desenvolver novas áreas e competências. Por fim, os serviços que oferecemos para dar resposta efetiva às necessidades das pessoas e das empresas nesta área, como por exemplo as certificações Microsoft ou Adobe.


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