Semmais 04 marco 2017

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semmais

Sábado 4 | Março | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 938 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

MUSEU DO LOUSAL NO TOP 20 DA CIÊNCIA VIVA EM PORTUGAL

O projeto de museologia das minas do Lousal, em Grândola, integra a rede dos melhores circuitos de “Ciência Viva” do país. É modelar, sofisticado e envolve mais de cem anos de história. Ali, recupera-se memórias de uma atividade que deu pujança ao território e ás gentes. NEGÓCIOS PÁGINA 12 SOCIEDADE PÁGINA 3

SOCIEDADE PÁGINA 5

DESPORTO PÁGINA 11

Para avançar, o novo aeroporto na Base Aérea N.º 6 do Montijo vai ter que dissipar os obstáculos de monumentos como o Cristo-Rei e Igreja da Atalaia, assim considerados pelo sistema de pistas Aeronáutical Information Portugal. A subida do nível das águas também preocupam.

Sines vai receber entre 28 de Abril e 1 de maio a “Rendez-vous 2017 Tall Ships Regatta”, que percorre 7 milhas naúticas transatlânticas. Para acolher as tripulações oriundas de todo o mundo, câmara e turismo do Alentejo vão realizar um festival, para colocar concelho na rota internacional.

O presidente do Vitória de Setúbal decidiu ir a votos e vai ter três adversários. As eleições estão marcadas para o próximo dia 24 e esperam-se muito concorridas. Fernando Oliveira, aposta para este mandato na Academia de Formação, em Vale de Cobro, orçada em 4 milhões de euros.

CRISTO-REI E IGREJA DA ATALAIA NO CAMINHO DO NOVO AEROPORTO

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PORTO DE SINES VAI RECEBER EM ABRIL VELEIROS DE TODO O MUNDO

FERNANDO OLIVEIRA VAI A VOTOS PARA CUMPRIR SÉTIMO MANDATO

ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167


A SEMANA

Santiago cria rede pioneira da rota dos museus Município sadino reabilita prédios da Bela Vista

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oi assinado esta semana, no município, o protocolo para a instalação da Rota dos Museus de Santiago do Cacém, entre a câmara, as juntas de Abela, Alvalade, União de Freguesias de S. Domingos e Vale de Água, e União de Freguesias de Santiago do Cacém, St.ª Cruz e S. Bartolomeu da Serra, JMV – Turismo Cultural, Museu da Farinha, Diocese de Beja, Direção Regional de Cultura do Alentejo e Turismo do Alentejo. Esta rede criada pela autarquia, que abrange 9 entidades, é pioneira no Alentejo e constitui «motivo de muita satisfação» para o edil Álvaro Beijinha. «O objetivo é trabalharmos em rede, promovermos o nosso município do ponto de vista patrimonial, mas fundamentalmente atrair turistas ao nosso território». Álvaro Beijinha sublinha «a candidatura que a Câmara vai entregar, dentro de muito pouco tempo, para fundos comunitários no

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âmbito desta rede», fazendo um sentido agradecimento aos parceiros «pela disponibilidade para que o município de Santiago e a região possam desfrutar de um conjunto de equipamentos que serão, seguramente, um cartão de visita daquilo que podemos oferecer. Também para quem cá vive, será seguramente um grande orgulho». Já Ceia da Silva, líder do Turismo do Alentejo, enfatizou a importância de «trabalhar em rede, uma vez que todos ganham com isso». O responsável frisou que «mais cedo ou mais tarde, tere-

mos de integrar os agentes turísticos na divulgação e promoção desta rede de museus». Ceia da Silva destaca a «necessidade de criar um grupo de trabalho entre estas instituições» e saudou «a atitude da Câmara, porque estar na gestão pública é isto, é servir a comunidade, perceber o que é necessário fazer e estabelecer redes. A nível de iniciativa autárquica, que envolvesse as Juntas, esta é pioneira no Alentejo. A comunidade de Santiago ficará com certeza orgulhosa com o trabalho que a autarquia está a desenvolver nesta área».

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ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Nos termos do n.º 2 do artigo 45.º do Código Cooperativo e do n.º 2, alínea a), do artigo 20.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da SOCRABINE - Cooperativa dos Camionistas Fornecedores de Materiais de Construção de Responsabilidade Limitada, para reunir, em sessão ordinária, na nova sede na Estrada Nacional 10 em Coina, (Bombas) no dia 24 de Março de 2017 (sexta-feira), pelas 19.00 horas, com a seguinte

município tem em curso a reabilitação de edifícios da Bela Vista, num investimento de 120 mil euros. As obras estão em curso no conjunto de edifícios que compõem os lotes 3, localizado na rua do Monte, e 13, na av.ª da Bela Vista. As obras incluem conservação de revestimentos, reforço do betão armado estrutural dos edifícios e execução de pinturas exteriores. No lote 3, a empreitada,

de 59.665,70 euros, tem conclusão para abril, enquanto as operações no lote

13, orçadas em 62.779,62 euros, devem ficar prontas até final de maio.

Empresário de Alcácer desaparecido foi encontrado em Castelo Branco

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homem, de 64 anos, desaparecido da vila de Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, desde quarta-feira, foi encontrado em Castelo Branco, «completamente desorientado», na quinta-feira à noite, disse fonte da GNR. A fonte do Comando Territorial de Setúbal explicou à agência Lusa que o sexagenário foi encontrado por elementos da PSP de Castelo Branco, graças ao alerta emitido pela Guarda. «Demos o alerta e, como a viatura que o homem conduz é antiga e já

não existem muitas, a PSP encontrou-o em Castelo Branco, completamente desorientado», na quinta-feira à noite, relatou a fonte. A família do homem foi contactada e «ficou de o ir buscar a Castelo Branco», acrescentou. O homem residente em Torrão, estava desaparecido desde quarta-feira de manhã, antes de viajar, no seu automóvel, até à repartição de Finanças mais próxima. A GNR recebeu o alerta para o desaparecimento e, com o apoio dos Bombeiros de Torrão, deu início às buscas, logo na

quarta-feira, incluindo nas barragens da zona, visto que o homem é pescador desportivo.

Morreu homem que tentou matar mulher à machadada

ORDEM DE TRABALHOS 1.º - Apreciar e votar o relatório de gestão e as contas do exercício de 2016, bem como o parecer do conselho fiscal; 2º. - Outros assuntos de interesse NOTA: Se, à hora marcada para a reunião, não estiver presente mais de metade dos cooperadores com direito de voto ou seus representantes devidamente credenciados, a assembleia reunirá, às 19.30 horas, com qualquer número de cooperadores, no mesmo local, em conformidade com o disposto no n.º 3 do artigo 22.º dos Estatutos. Palhais, 27 de Fevereiro de 2017 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Francisco Simões Mateus

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homem de 80 anos que tentou matar a esposa à machadada e que incendiou a própria casa na quinta-feira, na Baixa da Banheira, foi encontrado inanimado dentro do próprio carro, acabando por falecer no hospital. O agressor encontrava-se em fuga, depois do alerta do crime ter sido dado às autoridades que já se encontravam a investigar o caso. A vítima, de 50 anos, ficou com ferimentos na cara e foi operada de urgência. No fogo que atingiu a casa, ficaram feridas pelo me-

nos 8 pessoas, por inalação de fumo, entre eles um dos polícias destacados para o local e alguns

vizinhos. Um casal idoso que ficou emboscado pelo fumo teve de ser resgatado pela polícia.


SOCIEDADE

MONUMENTOS ESTÃO IDENTIFICADOS COMO OBSTÁCULOS PELA AERONÁUTICA INFORMATION PORTUGAL

Cristo Rei, igreja da Atalaia e até o mar são obstáculos ao aeroporto no Montijo Para avançar, o aeroporto complementar da Base Área N.º 6, no Montijo, vai ter que dissipar um rol de problemas. A equação futura, que vai ter que ser filtrada em estudos, inclui os ‘obstáculos’ do Cristo-Rei e da Igreja da Atalaia. Para além da preocupação do nível das águas do Tejo, e ainda do ruído, poluição e mortalidade de aves. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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projeto de construção de um aeroporto civil na Base Aérea 6 do Montijo tem acumulado um “rol de problemas” ao longo dos últimos tempos, mas esta semana foram conhecidos mais três. Um dos quais indica que até o Cristo Rei está identificado pelo atual sistema de pistas (Aeronáutical Information Portugal) como sendo um obstáculo nas zonas de aproximação e descolagem. Tal

como a Igreja de Nossa Senhora da Atalaia, no Montijo. Segundo é explicado, ambos os edifícios poderão representar uma complicação acrescida para o projeto, quando já se levantaram preocupações quanto ao ruído, à poluição e à mortalidade de aves do estuário do Tejo. Ainda assim, e segundo o relatório da ANA, os monumentos «não limitam significativamente» a operacionalidade de um aeroporto no Montijo. Recorde-se que o governo já tinha admitido a necessidade de serem rea-

lizados alguns estudos, embora não tivesse revelado quais seriam. O ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, revelou agora que os levantamentos vão recair em estudos de procura, de avaliação das alternativas e a sua articulação com a gestão do tráfego aéreo. Ainda estudos de capacidade e análises de compatibilização das soluções com as operações da Força Aérea, para quem é necessário que o impacto na operação militar seja estudado de forma aprofundada e independente. Foi por isso que se constituiu um

​As proximidades do monumento ao Cristo-Rei, em Almada, já faz parte da rota da aviação civil de Lisboa​ grupo de trabalho para avaliar os impactos para a defesa do uso civil e militar da base do Montijo no curto, médio e longo prazo. SUBIDA E VELOCIDADE DO NÍVEL DO MAR NA EQUAÇÃO Outra das preocupações surge associada a previsível subida do nível médio do mar. «A dúvida já não é se vai acontecer, mas quando e a que velocidade», alerta Carlos Antunes,

especialista em engenharia geoespacial (antiga engenharia geográfica) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e coordenador de um trabalho que cruzou imagens de satélite, cartografia e as previsões dos cientistas (mínimas, médias e máximas) da subida do nível médio do mar, que no último século já avançou 22 centímetros. Uma tendência que é

certo que vai acelerar com as alterações climáticas, o aquecimento do mundo e o degelo na Antártida e no Ártico. A investigação concluiu que apesar de não ser uma das situações mais preocupantes no mapa de Portugal, há uma parte da Base Aérea do Montijo, que não toca nas pistas, extremamente vulnerável à subida do mar e que corresponde aos edifícios de apoio aos militares.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA CLASSIFICA DE INESQUECÍVEL A VISITA À ESCOLA TÉCNICA PROFISSIONAL DA MOITA

«O ensino profissional é fundamental para o desenvolvimento do País» O Presidente da República recebeu desenhos, ouviu música de flauta, tirou fotografias e selfies e até acompanhou as crianças a comer a sopa. Descerrou uma placa pela sua passagem pela escola e recebeu o título de sócio honorário do Centro Português de Serigrafia. Foi uma manhã em cheio, que culminou com almoço confecionado e servido pelos alunos. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

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Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera «inesquecível», a visita que fez ontem, sexta-feira, à Escola Técnica Profissional da Moita e ao Colégio Corte Real, bons exemplos de investimentos privados. O diretor da escola afirmou que se tratou de «uma iniciativa de grande significado para a nossa comunidade educativa, pois a presença do Presidente da República constitui um marco para a valorização desta modalidade de qualificação que é o ensino profissional».

Marcelo Rebelo de Sousa esteve na escola com o ministro da Educação, Tiago Rodrigues, com o presidente da Câmara da Moita, entre outras personalidades. As crianças do Colégio Corte Real receberam o presidente na biblioteca, com entusiasmo e alegria, entregando-lhe uma Carta Coletiva, sendo depois homenageado com uma apresentação musical com flauta de bisel. Passando pelo 1.º ciclo, chegando à creche e terminando no pré-escolar, o presidente esteve junto das crianças do colégio com cumprimentos, muitos sorrisos e palmas. Marcelo Rebelo de Sousa descerrou uma placa de-

dicada à sua passagem pela escola, tendo, depois, conversado com vários jovens e futuros profissionais de várias áreas e cursos, sublinhando que são fundamentais para o futuro do País. Os alunos mostraram os seus projetos e a forma como se desenvolvem competências. O Chefe de Estado visitou ainda a exposição do Centro Português de Serigrafia, que atribuiu o título de sócio honorário a Marcelo Rebelo de Sousa. Durante a visita, que culminou com um almoço servido pelos alunos da escola, o PR manifestou gratidão por todo o trabalho desenvolvido em prol das crianças e dos jovens.

«É um bom exemplo a vários títulos» Para o Presidente da República, o ensino profissional é «fundamental para o desenvolvimento do país», destacando não só a componente pública, mas também a privada na valorização deste domínio. «É um bom exemplo a vários títulos. Primeiro, porque é ensino profissional em várias áreas, fundamental para o desenvolvimento do país. Passamos a vida a falar da qualificação de recursos humano», vincou, acrescentando: «Isso é bom porque é um cruzamento que existe também em relação ao ensino público profissional, mas aqui em relação ao ensino privado profissional. Como é que o ensino privado pode valorizar a componente profissional a pensar no desenvolvimento do país».

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SOCIEDADE

GRÂNDOLA REPRESENTA A REGIÃO AO MAIS ALTO NÍVEL A ROTA NACIONAL DO CIRCUITO DE “CIÊNCIA VIVA”

Lousal no top 20 do melhor que a Ciência tem no país O projeto de “Ciência Viva” nas minas do Lousal, às portas de Grândola, envolve uma história com mais de cem anos. Hoje, é uma dos marcos mais relevantes da atividade mineira em Portugal. E é um centro de topo, sofisticado e de valorização do território. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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rândola é o concelho representante da região na rota dos chamados Circuitos de Ciência Viva. Participa com a sua histórica mina do Lousal, repleta de «estórias» de mineiros e experiências às mãos de cientistas. Integra um ambicioso projeto que envolve um total de 20 centros de ciência no país, tratando-se de um programa turístico à volta do conhecimento, que assenta no lançamento de um cartão, um guia e uma aplicação para telemóvel, onde através do pagamento anual de 50 euros é possível visitar os 20 centros, sem limite, além de

Museu apresenta maquinaria usada na exploração de minérios se poder ainda usufruir de descontos para outros circuitos parceiros deste projeto, bem como de vantagens em restaurantes e hotéis. Rosalia Vargas, presidente da Rede Nacional de Centros Ciência Viva, explica ao Semmais que o

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cartão funciona como um voucher neste roteiro com 18 circuitos, 54 percursos e mais de 200 etapas. «É um projeto inovador e estamos a falar de centros de ciência bem integrados nas respetivas comunidades locais», sublinha, considerando estar a ser dado

«um passo relevante na valorização da tradição do património de forma coordenada pelo país». No caso do Lousal, que já foi um dinâmico centro mineiro, que até teve hospital e equipa de futebol, como recordou José Pacheco, trabalhador na mina até 1987 - o complexo fechou um ano depois - também se exibem experiências sensoriais, como se a mina estivesse a laborar. Pode descer-se até lá baixo, colocar o capacete e entrar pelo túnel adentro, onde durante décadas se extraiu pirite. Há quase 30 anos que a exploração de minérios foi interrompida. A pirite, que na altura era transformada em adubo e acabava nos campos e planícies do Alentejo, era de lá retirada, fruto do trabalho árduo de

quem trabalhava com temperaturas superiores a 50º C e com humidade extrema. MINAS FECHARAM EM 1988, CEM ANOS DEPOIS DO ARRANQUE Para melhor se perceber a «pujança» de outros tempos do Lousal basta recordar que a aldeia teve luz elétrica antes da baixa de Lisboa, ainda que a sua existência fosse representada apenas por uma lâmpada em cada casa. Um dos motores económicos da região, a exploração das minas, terminou quando o relógio marcava as 15h30 de um dia de 1988. Mais de 100 anos depois, as máquinas eram desligadas. Na mina onde nem faltam morcegos é mostrado o primeiro paiol onde se guardava pólvora, en-

quanto no segundo se explicam os passos para retirar o enxofre, a partir do qual era produzido ácido sulfúrico, utilizado pela Sapec para produzir os adubos superfosfatos. A plataforma digital lançada pela Ciência Viva será sujeita a permanente atualização, estando disponível em iOS e Android com sistemas interativos dos percursos e proporcionando partilha de experiências, qual rede social. Maria Fernanda Rollo, secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, sublinhou que esta aplicação abre um mercado para «chamar turismo» e consegue ir ao encontro dos desafios colocados à Ciência Viva. «Está a pôr em diálogo os centros nacionais de uma forma diferente», resumiu.


SOCIEDADE

AUTARQUIA E TURISMO DO ALENTEJO VÃO TRANSFORMAR A REGATA NUM FESTIVAL DE GRANDE DIMENSÃO

Veleiros de todo o mundo com Sines na rota já em abril O evento pode colocar a região na rota da internacionalização e o seu impacto em Portugal e no estrangeiro vai ser muito forte. O festival que acolhe os dezenas de veleiros, e faz permanecer os tripulantes na região durante quatro dias, está a ser preparado ao pormenor. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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Rendez-vous 2017 Tall Ships Regatta que percorre 7 mil milhas náuticas transatlânticas, visitando cinco países - tem a primeira perna da regata entre Londres e Sines. Os navegadores vão ficar quatro dias na região, entre 28 de abril e 1 de maio, antes de seguirem para as Ilhas Bermudas. Ao Sines Tall Ships Festival vão chegar veleiros de todo o mundo, abrindo portas a um festival de terra e mar, estando incluídas visitas às embarcações, desfiles de tripulantes, concertos, fogo-de-artifício e outras atividades. A apresentação do certame foi feita esta semana, com direito a uma visita à caravela Vera Cruz, atracada no porto de recreio de Sines, tratando-se de um evento elogiado pelo presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva. De acordo com o dirigente, Sines conseguiu garantir um evento com «capacidade de internacionalização para a região», sublinhando que a organização da iniciativa traduz «um investimento», explicando que a aposta vai para lá do impacto local, chegando a alcançar dimensão «nacional e internacional».

EDIL DE SINES APOSTA NAS ATIVIDADES NÁUTICAS O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, considerou que a realização do Tall Ships Festival no concelho «cai que nem ginjas» na estratégia definida pela autarquia que aponta à dinamização do mar e das atividades náuticas, admitindo não ser por acaso que estão em curso alguns investimentos nesta área. Deu o exemplo do futuro observatório do mar, para mostrar o que foi a viagem de Vasco da Gama, mas também tudo o que são os achados arqueológicos nesta região. O comandante José Inácio, da Aporvela (Associação Portuguesa de Treino de Vela), membro fundador da Sail Training International, líder mundial na organização de regatas e eventos, alertou para para a importância deste certame chegar aos jovens, enquanto José Luís Cacho, o novo presidente da Administração do Porto de Sines, que está também na organização do Tall Ships Festival destacou o «esforço financeiro» que o concelho está a fazer em nome do país ao conquistar a organização do festival co-financiado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Surge enquadrado no Alentejo 2020 (Programa Opera-

cional Regional do Alentejo) no montante de investimento de 503 mil euros e montante de apoio de 390 mil. Em 2016 Lisboa recebeu a The Tall Ships Races, garantindo 650 mil espetadores, 3797 tripulantes e 51 navios.

Chegada de um dos veleiros a um dos portos da edição do ano passado desta importante regata

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Caldeiradas à Pescador adoçam boca dos turistas

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13.ª edição do Concurso da Caldeirada à Pescador, que foi apresentada na passada quinta-feira, num restaurante da Costa de Caparica, vai decorrer de 10 de março a 9 de abril, em 12 restaurantes da localidade. O concurso pretende atrair turistas à Costa de Caparica, em época baixa, e dar a provar uma das melhores caldeiradas do País.

O evento é organizado pela Junta de Freguesia da Costa de Caparica e conta com o apoio de várias entidades.

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SOCIEDADE

A CHAMADA CAÇA MENOR TEVE UM ANO DIFÍCIL NOS CAMPOS DO DISTRITO, NOMEADAMENTE COM A ESCASSEZ DE ANIMAIS

Região pobre em coelhos mas rica em tordos A escassez de coelhos, afetados pela febre hemorrágica, como o Semmais já tinha noticiado, desmobilizou os caçadores. Apenas os tordos, que são aves migratórias, fizeram com que a jornada fosse menos negativa. Em Alcácer, foi o pombo torcaz, espécie rara no país, a salvar a época. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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chamada caça menor teve um ano difícil nos campos do distrito. A escassez de coelhos, afetados pela febre hemorrágica, como o Semmais já tinha avançado, fez com que muitos caçadores gastassem poucos cartuchos na época cinegética, mas os tordos ainda chegaram em número suficiente para permitirem uma boas jornadas venatórias. E em Alcácer do Sal até houve pombos. «As aves migratórias acabaram por ter alguma relevância este ano», avançou Jacinto Amaro, presidente da Federação Nacional de Caçadores (Fencaça), destacando «a quantidade apreciável de tordos, que permitiu algumas boas caçadas em algumas regiões», citando alguns casos particulares de sucesso na região. O mesmo ocorreu em relação ao pombo torcaz, que deu apenas sinais de vida generosos na zona de Alcácer do Sal. Uma rari-

dade em território nacional. «O clima nos seus países de origem, no norte da Europa, já não é assim tão frio que os obrigue a vir para cá fazerem a invernada. Depois há alterações na paisagem com a colocação de pivôs e o aumento da produção da área de milho para lá dos Pirinéus. Ou seja, não passam para o lado de cá», lamenta Jacinto Amaro, para quem a maior contraridade para os caçadores continua ser a crise dos coelhos, atingidos pela febre viral hemorrágica, que também está a afetar as lebres. «Neste momento assitimos a populações praticamente residuais, o que leva a que os caçadores se encontrem desanimados e estejam a abanadonar as zonas de caça”, lamenta o dirigente, revelando ao Semmais já ter enviado uma proposta ao ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, solicitando a criação de um grupo de trabalho, constituído por várias entidades ligadas ao setor, que permite recuperar a população de coelhos e lebres.

VACINAÇÃO É RECURSO INVIÁVEL PARA ANIMAIS SELVAGENS «Estamos à espera de resposta positiva, como não pode deixar de ser, para que possamos avançar noutra linha de investigação, mais ligada aos suplementos alimentares», explica Jacinto Amaro, depois de se concluir que a vacinação é um recurso inviável. »Nos coelhos domésticos resulta, porque é possível vaciná-los de seis em seis meses. Mas com os coelhos selvagens isso é impossível», admite, sugerindo que a solução possa passar pelo fornecimento de ração com um composto habilitado a criar imunidade à febre hemorrágica. «Tem que ser uma ração que seja atrativa para os animais que funcione como medida preventiva da doença», explica o dirigente, que aproveita o balanço de mais uma época de caça para voltar a alertar para a praga de javalis nos campos do Alentejo, com interferência direta na escassez de animais.

PESCADORES DA REGIÃO ADMITEM PARALISAR

Os «pontos» que estão a revoltar os pescadores

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chamada carta por pontos para a pesca que entrou em vigor quarta-feira está a indignar os pescadores. Sem respostas do Governo já admitem partir para a greve. Desde a reunião de 21 de janeiro, 11 dias depois da saída do decreto-lei que introduziu a carta por pontos não houve alterações por parte da tutela, deixando os armadores da região à beira de um ataque de nervos. «Ainda não sabemos de nada, mas se não houver alterações ao regime não vamos cruzar os braços» alertou ao Semmais um armador de Setúbal, que pede anonimato, para alertar

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«O javali está no topo da cadeia alimentar, sem predadores. Como, por exemplo, os ovos dos ninhos de perdizes, destrói o habitat dos coelhos, o que agrava o problema e provoca aqui um desiqui-

co de perder os fundos do Mar2020». Desde janeiro que os pescadores contestam os pontos imputados à licença da embarcação e não apenas ao infractor e a perda da licença de pesca do barco ao fim de 90 pontos.

líbrio permanente», denuncia Jacinto Amaro. O líder da Fencaça reafirma a necessidade de se «bater com força nas populações de javalis, para as controlar», acrescentando ainda que também

as raposas e saca-rabos deverão ser alvo de controlo, embora a caça da raposa esteja a ser alvo de contestação e vá este fim-de-semana ser alvo de uma manifestação em Lisboa(ver caixa).

Em defesa da raposa Roupa preta, máscara de raposa e vontade de pôr fim à caça deste animal em Portugal. É este o apelo lançado por um movimento cívico que quer a abolição das batidas no país. O protesto está marcado para este sábado, na Praça do Comércio, em Lisboa. «Pelo menos 142.480 raposas foram mortas entre 2005 e 2015 e, apesar de em Portugal ser permitida a caça da raposa de acordo com a lei, as raposas fazem parte do ecossistema e por tal cresceu este movimento para a abolição da caça à raposa em Portugal e para procurar formas de convivência mútua e em equilíbrio natural», explica em comunicado o movimento. «Este ano foram realizadas entre 15 a 20 batidas durante os meses de janeiro e fevereiro, precisamente durante a época de acasalamento, em que as raposas são mais suscetíveis de caçar», adiantam ainda. Foi criada uma petição que já vai em mais de 7500 assinaturas e que os promotores pretendem entregar na Assembleia da República. A manifestação do próximo sábado é mais uma iniciativa para aumentar a sensibilização da população.

SEMANA DA EMPREGABILIDADE DO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

Iniciativa reúne mais de 80 empresas nacionais e internacionais

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que a preocupação se prende com o facto de os pescadores poderem começar a ser severamente multados. O EXEMPLO DOS AUTOMÓVEIS É DISTINTO «É que os pontos são imputados à licença de pesca da embarcação e não apenas ao infrator», diz a mesma fonte, alertando que o sistema aplicado às embarcações não é idêntica aos pontos para os automóveis. O decreto-lei da carta por pontos foi publicado a 10 de janeiro em Diário da República sendo uma exigência da Comunidade Europeia e Bruxelas que lançou o ultimato: «ou Portugal aplica, ou corre o ris-

Os tordos que na sua migração ‘visitaram’ os céus do país, salvaram parte da época

Semana de Empregabilidade do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) arranca já esta segunda-feira, com uma conferência sobre “Desafios e caminhos para a Igualdade de Género no Mercado de Trabalho”. A sessão pretende abordar aspetos ligados à igualdade de género em diferentes contextos profissionais, dar a conhecer alguns dados sobre esta temática e partilhar diferentes perspetivas e experiências. Neste âmbito, a conferência conta com a participação de Marta Onofre, Atleta Olímpica e Médica, Sara Falcão Casaca, docente e investigadora do ISEG – Universidade de Lisboa, Paula Lampreia, Project

Manager & HRBP na Randstad, do Pedro Dominguinhos, Presidente do IPS e do Presidente da AAIPS, o estudante Duarte Costa. Para terça-feira, está agendado o debate sobre a mesma temática que vai contar com a participação de Maria Amélia Marques, docente da ESCE/IPS, Ana Pessoa, docente da ESSE/ IPS, António Manuel Marques, docente da ESS/IPS, Bill Williams, docente da ESTBarreiro/IPS. O encerramento do debate moderado por Fernanda Freitas, contará com a presença da secretária de Estado para a Cidadania e Igualdades, Catarina Marcelino. Até dez de Março, são esperados mais de 3.000 participantes na Semana

de Empregabilidade do IPS, que inclui uma Feira de Emprego, na qual participam mais de 80 empresas nacionais e internacionais. Estas empresas vão realizar 40 sessões de recrutamento, com os candidatos dos cerca de 1.400 recebidos previamente para as vagas disponíveis. Decorrem, ainda, diferentes atividades e workshops, no âmbito da integração dos estudantes e diplomados no mercado de trabalho, consistindo esta iniciativa numa clara aposta do IPS na promoção do emprego jovem. Atualmente o IPS é a segunda instituição de ensino superior politécnico com maior taxa de empregabilidade.


LOCAL

SESIMBRA Investimentos na rede de abastecimento de água

SEIXAL 20 anos de aquisição da Mundet para festejar A autarquia celebra “20 anos de aquisição pública da Mundet” com um programa este domingo, às 15h30, no núcleo da Mundet – edifício das Caldeiras. Será apresentado o filme “A Mundet é nossa!”, que poderá ser visionado durante a tarde e para a visita à exposição “Cortiça ao Milímetro”. A iniciativa comemora a aquisição das antigas instalações fabris da Mundet, pelo município, dá a conhecer as várias utilizações e os projetos mais marcantes que foram desenvolvidos neste equipamento nos últimos anos, como os novos que agora estão a ganhar vida.

GRÂNDOLA Vila morena festeja dia da mulher Sob o lema “A Voz das Mulheres pela Igualdade, Direitos, Desenvolvimento, Paz” o município, entre outras entidades, associam-se aos festejos do Dia da Mulher. Na manhã do dia 8, representantes de várias instituições realizam uma ação de rua com distribuição de cravos e postais às mulheres da vila. A partir das 13 horas, o convívio está garantido no tradicional almoço que, nos últimos anos, junta várias dezenas de mulheres do concelho para celebrar esta efeméride. No auditório municipal, há cinema com entrada gratuita às mulheres, para ver “Elementos Secretos”, nomeado para três óscares.

MOITA Roteiro das freguesias já arrancou No âmbito do “Reforçar a Democracia, Preparar o Futuro”, o edil Rui Garcia, acompanhado pelos vereadores com pelouros, vão realizar, de 7 a 10, o roteiro da Baixa da Banheira. De 22 a 24 de fevereiro teve início este novo ciclo de roteiros. Acompanhados pelo executivo da Junta de Alhos Vedros, os eleitos visitaram diferentes espaços públicos e vários equipamentos, para avaliar as condições de diferentes espaços e a definir necessidades de intervenção. No decorrer do roteiro, o executivo ouviu a população sobre diferentes temas e realizou uma reunião pública descentralizada.

MONTIJO Assinado contrato para construção da Etar de Canha A obra da ETAR de Canha deu o primeiro passo no dia 2, com a assinatura do contrato de conceção/construção entre a EPAL e o empreiteiro. Para o edil, a construção desta ETAR representa «um passo para a melhoria das condições ecológicas da ribeira de Canha». O autarca relembrou, ainda, que esta é uma obra de grande importância que se junta a outras infraestruturas de saneamento e de abastecimento de água que, ao longo dos anos, têm sido executadas no concelho, num investimento superior a 25 milhões de euros.

PALMELA Ordens militares debatem judeus e muçulmanos O município e a Universidade de Évora promovem a 11 e 12, na biblioteca da vila, o 15.º Curso Ordens Militares, sob o lema “Judeus e Muçulmanos em Terras das Ordens Militares”. “Vivência de muçulmanos sob as Ordens Militares: alguns exemplos “, “Judeus sob a Ordem de Cristo: a comunidade de Tomar”, “ O espaço das minorias: judeus e mouros na cidade tardo-medieval portuguesa” e “Mouriscos de Setúbal. Um grupo na mira da inquisição” são algumas das comunicações que integram o programa, que integra uma visita de estudo a Évora, no dia 12, com passagem pela judiaria, mouraria, freiria, exterior da sé-catedral, museu e convento de S. Francisco.

SANTIAGO DO CACÉM Lagoa de Santo André abre-se ao mar A abertura da lagoa de St.º André ao mar está agendada para dia 27, às 17 horas. Anualmente, a ocasião traz centenas de pessoas a esta lagoa, que não querem perder um espetáculo de rara beleza. Relembre-se que a abertura da lagoa é feita todos os anos numa altura sempre próxima do equinócio da Primavera, um processo que está a cargo da Agência do Ambiente e que outrora foi da responsabilidade do município e depois da Reserva Natural das Lagoas de St.º André da Sancha. A abertura da lagoa ao mar visa a renovação da água da lagoa, a limpeza e lavagem do seu fundo e a entrada de algumas espécies piscícolas, com destaque para os alvins e enguias.

O município tem feito enorme investimento na remodelação da rede de água. Em breve, estão previstas a beneficiação da conduta entre os reservatórios do Casalão e Argéis e da Av.ª da Liberdade, na Qt.ª do Conde. A instalação de um quarto grupo de elevação e transporte de água na central da Apostiça e a recuperação de 5 furos de captação tornaram o sistema mais produtivo e eficiente. A autarquia está ainda a implementar o sistema de telegestão em todos os depósitos, que estabelece a comunicação com a central da Apostiça, permitindo que o operador na central possa saber qual o nível do caudal dos depósitos.

ALCÁCER DO SAL Cidade inaugura novos equipamentos de lazer Alcácer conta com mais dois novos equipamentos de lazer e de desporto. Este sábado, dia 4 de março, o município inaugura o corredor ciclável que liga a margem sul até ao Bairro da Quintinha. No mesmo dia, é inaugurado o polidesportivo da Quintinha, que foi remodelado e equipado com um betão poroso, entre outras melhorias. À mesma hora realiza-se o jogo de futsal entre as equipas Quiosque O Quintinhas e Futebol Clube de Palma, integrado no Torneio da Liberdade.

SINES Movimento associativo recebe ajudas da Repsol A Repsol, a Câmara e 22 coletividades do concelho assinaram, no dia 23 de fevereiro, no castelo de Sines, protocolos de colaboração relativos a 2017. O montante dos apoios atribuídos pela empresa em 2017 é de 57 mil euros, mais 16 por cento do que em 2016, e tem como objetivo apoiar as coletividades e instituições que desenvolvem atividades no desporto, cultura e solidariedade social. Entre os apoiantes encontra-se, entre outros, os bombeiros, o Vasco da Gama Atlético Clube, o Teatro do Mar e a Associação Pro Artes de Sines.

ALMADA Prémio literário incentiva criatividade De 1 a 31 deste mês está a decorrer o período de candidaturas à 29.ª edição do prémio literário Cidade de Almada. Este ano, o género literário a concurso é a poesia. Os trabalhos originais deverão ser remetidos por correio, sob pseudónimo, até 31 de março, para a biblioteca de Almada. O prémio literário Cidade de Almada é promovido pela autarquia, desde 1989, com o objetivo de incentivar a criatividade literária premiando uma obra inédita de um autor português. Ao vencedor é entregue um prémio no valor de 5 mil euros.

BARREIRO Semana debate a igualdade de género A semana da igualdade, com dezenas de iniciativas que promovem a sensibilização para a igualdade de género, realiza-se de 6 a 12.Inclui conversas com a Conselheira para a Igualdade de Género do município, Apolónia Teixeira, e com Regina Marques, do Movimento Democrático de Mulheres, no Forum Barreiro Vai haver também distribuição de flores, em todas as freguesias, no Dia da Mulher, a exibição do documentário “A Mãe e o Mar”, de Gonçalo Tocha, em escolas, coletividades, no cineclube do Barreiro e nos clubes desportivos do concelho.

ALCOCHETE Repavimentação da EM502 custou 102 mil euros Está concluída a repavimentação da EM 502, que estabelece a ligação entre Alcochete e Atalaia. Os trabalhos estavam em curso desde janeiro transato e tiveram um custo total de 102 mil euros. A obra, que teve início desde a passagem desnivelada perto da rotunda do Pinheiro da Cruz até à Fonte da Senhora, correspondeu a mais de 2 quilómetros de repavimentação, incluindo pequenos troços em cada um dos acessos secundários. Após os trabalhos preparatórios, a empreitada seguiu a bom ritmo com a execução dos trabalhos de fresagem e pavimentação.

SETÚBAL Município dá terreno para ampliação de tribunal O município aprovou esta semana a celebração de um protocolo com o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça que define a cedência de um terreno para ampliação do tribunal. O terreno a desafetar do domínio municipal, com 800 metros quadrados, localizado na travessa do Mercado, destina-se a receber novas valências estabelecidas no âmbito da reforma do mapa judiciário. O terreno é cedido gratuitamente pelo período de 50 anos e as obras têm de começar “obrigatoriamente no prazo máximo de 3 anos” após a assinatura do protocolo.

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CULTURA

REVISTA “PARQUE À VISTA” REESTREOU COM NOVO ELENCO E NOVOS NÚMEROS

«Este espetáculo ficou melhor e mais rico» Susana Cacela e Miguel Dias são as duas novas estrelas da revista popular “Parque à Vista”, a única em cena no Parque Mayer e que continua a fazer rir milhares de pessoas. A reestreia, devido à saída de Adelaide Ferreira, foi festejada com champanhe no palco com a imprensa e com convidados. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SMJ

A

revista à portuguesa “Parque à Vista”, no Teatro Maria Vitória, em Lisboa, teve a sua reestreia no passado dia 23 de fevereiro. O espetáculo conta agora com os atores Susana Cacela e Miguel Dias, têm sido bastante elogiados pelo público. Dois momentos importantes vieram valorizar a revista “Parque à Vista”, o grande sucesso de momento do Teatro Maria Vitória. Num, a

grande comicidade de Susana Cacela e noutro, o talento posto numa grande interpretação de Miguel Dias. Dois momentos altos desta revista agora com novos números e também com Miguel Dias e Susana Cacela, ao lado de Paulo Vasco e Flávio Gil, além de Filipa Godinho, Diogo Martins, Maria Giestas, Pedro Silva, Patrícia Teixeira e o excelente grupo de dança “Mv Dancers”. Miguel Dias, que também é autor do texto, realçou que o sonho de pisar o palco do Maria Vitória foi agora concre-

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tizado, com a saída de Adelaide Ferreira. «Sempre foi um sonho de criança, um dia, pisar este palco. Ligaram-me de madrugada a dizer que tinha de vir substituir a Adelaide, e aceitei de imediato porque gosto muito desta revista e deste grupo», vincou, acrescentando que a reação aos novos e músicas foi «muito boa» e que a revista tem sido um «sucesso». Susana Cacela também se mostrou «muito satisfeita» por integrar o elenco da revista. «Gosto muito de aqui estar e foi a concretização de um so-

nho de infância. Adoro o quadro da Máquina da Verdade. Penso que é o meu grande momento no espetáculo». Já Hélder Freire Costa, o patrão da empresa,

elogiou toda a equipa e não tem dúvidas de que o espetáculo ficou «melhor e mais rico» com as entradas da Susana Cacela e do Miguel Dias. «Esta equipa já era muito boa e

agora refinou-se. Tem havido bom ambiente. O Miguel faz-me chorar no quadro da emigração e a Susana é uma atriz «talentosa, simpática e cómica nata», vincou.


CULTURA

RAIO-X

POR ANTÓNIO LUIS

GRAZIELA DIAS

«GOSTAVA QUE O FONTENOVA TIVESSE UM ESPAÇO PRÓPRIO»

AGENDA SETÚBAL4MARÇO21H30

CONCERTO ÍNTIMO COM RITA GUERRA FORUM LUÍSA TODI

“No Meu Canto - Tour 30 Anos”, dá título ao espetáculo especial em que a cantora Rita Guerra, com Pedro Pinto, contrabaixo, e Gonçalo Santus, bateria e percussão, revisita 30 anos de carreira. Este é o primeiro de três espetáculos do Ciclo Concertos Íntimos de 2017.

BARREIRO4MARÇO21H30

UM SHOT RADIOFÓNICO AUDITÓRIO AUGUSTO CABRITA

“Um Shot Radiofónico” é uma comédia radiofónica dos anos 70. Com Cristina Cavalinhos, Sara Gonçalves, Inês Oneto, João Balão e Luísa Ortigoso. Leitura encenada de “Contos do Gin Tonic”, de Mário-Henrique Leiria.

SEIXAL8MARÇO21H30

DIA DA MULHER COM RAQUEL TAVARES FORUM CULTURAL DO SEIXAL

A prestigiada jovem fadista portuguesa, Raquel Tavares, dá um concerto, com entradas a 10 euros, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

SANTIAGO DO CACÉM 9MARÇO18H30

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “HARMONIA” BIBLIOTECA DE VILA NOVA DE ST.º ANDRÉ

Não perca a apresentação do livro “Harmonia – o potencial catártico da arquitetura”, da autoria de José Lopes Morgado, na biblioteca municipal Manuel José do Tojal, em Vila Nova de Santo André.

ALMADA10MARÇO21H00

POSSESSOS LEVAM À CENA PEÇA ORIGINAL TEATRO JOAQUIM BENITE

A atriz Graziela Dias gostaria de trabalhar no teatro sem dificuldades e de ter um espaço próprio para o seu grupo, o Fontenova. Tem 55 anos, pertence ao signo Peixes e nasceu e reside em Setúbal. QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? Era viver do teatro e para o teatro sem dificuldades e ter um espaço onde o Fontenova pudesse apresentar os seus trabalhos e acolher outras produções de colegas. E PESSOAL? O meu sonho pessoal está intimamente ligado com o meu sonho profissional. CIDADE PREFERIDA? Setúbal, mas Évora também está no meu coração. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU. Macau. UM DESEJO PARA 2017? A concretização do meu sonho profissional. QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? O homem com quem vivo há 35 anos e pai do meu filho, José Maria Dias.

QUEM É O HOMEM MAIS SEXY DO MUNDO? A palavra sexy é muito complexa. Não consigo dissociar o exterior do interior de um ser humano. E, portanto, é o José Maria Dias.

“Canção de Embalar de Auschwitz”, de Mário Escobar, e “O Testamento de Maria”, de Colm Tóibín.

COMPLETE: A MINHA VIDA É… Um caminho cheio de encruzilhadas e muitas intempéries mas sorrindo sempre e caminhando em frente sem olhar para trás, mas guardando tudo no “baú das minhas memórias”.

MELHOR PEÇA DE TEATRO? Uma das melhores peças de teatro, “Mãe Coragem”, Bertolt Brecht.

O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? Falsidade em qualquer um dos sexos. COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Sardinhas e vinho branco. QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? Gulodice de uma boa comida e uma boa sobremesa. QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? Duas leituras intercaladas,

QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “O Divã de Estaline”.

MELHOR MÚSICA DE SEMPRE? Lacrimosa, de Mozart. QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Generosidade, mas os outros dirão.

canivete, um isqueiro, um agasalho, algumas fotos e muita esperança no meu coração para enfrentar tudo aquilo que surgisse. DIA OU NOITE? Noite.

E DEFEITO? Teimosia.

O QUE MAIS TEME NA VIDA? Falta de saúde.

COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? Não tenho animais de estimação.

A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? A ninguém…o veneno mata e não quero isso, mesmo, para ninguém.

O QUE LEVARIA PARA UMA ILHA DESERTA? Uma mochila com um caderno, lápis, um livro de teatro, uma garrafa, um

O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? A morte da minha avó materna.

Grande Marcha de Setúbal espevita criatividade

A

s inscrições para a “Grande Marcha de Setúbal” estão a decorrer até final do mês. A iniciativa, organizada pelo município, destina-se à seleção da composição, constituída por letra e música, que será cantada nos desfiles pelas coletivida-

des participantes nas marchas populares deste ano. As composições concorrentes têm de ser inéditas e respeitar cumulativamente uma lista de critérios, concretamente as letras serem em língua portuguesa, versarem sobre o tema “Setúbal”, serem alusivas às Festas dos Santos Popula-

res e não conterem referências publicitárias. A música deve obedecer ao género marcha popular. A Câmara sugere como tema para esta edição “Setúbal é um Mundo”, no âmbito do qual as letras podem versar sobre a identidade, a história, as memórias, as paisagens e

as gentes de Setúbal. O regulamento está disponível na Divisão de Cultura da autarquia. As composições devem ser entregues em mão até às 17h30 do dia 31 na Divisão de Cultura ou enviadas por correio registado. O vencedor recebe um prémio de 2500 euros.

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Os Possessos partem de vários títulos da literatura distópica para conceberem um espetáculo original. Com texto e encenação de João Pedro Mamede, “Marcha Invencível” coloca em cena um estranho sobre cujo destino se deve pronunciar um Conselho de Sábios Desconhecidos.

GRÂNDOLA10MARÇO21H30

FITA PASSA POR VILA MORENA CINE GRANADEIRO

No âmbito do 4.º Festival Internacional de Teatro do Alentejo, sobe ao palco a peça “El Último Café”, um monólogo interpretado por Julio César Ramírez, encenador, dramaturgo e ator, que dirige há 25 anos, em Cuba, o Teatro D’ Dos, residente no complexo cultural Raquel Revuelta, no centro de Havana.

GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para assistirem à revista popular “Parque à Vista”, em cena no Parque Mayer, em Lisboa, bem como para o musical “Quase normal”, dos irmãos Feist, no palco do auditório do Casino Estoril. Para ser contemplado com convites, basta ligar para 969 431 085 ou 918 047 918.

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POLÍTICA

O interesse nacional e estratégico da península de Setúbal

Q

uando foi criada a AML - Área Metropolitana de Lisboa, em 1991, foram igualmente criadas uma comissão Executiva e outra legislativa, assentes nos Presidentes de Câmara e Assembleias Municipais dos 18 Concelhos da AML, sendo 9 da Grande Lisboa e 9 da Península de Setúbal. Tive o privilégio, como Presidente que era da Assembleia Municipal de Setúbal, de fazer parte da Assembleia Metropolitana de Lisboa. Tive igualmente o prazer de conhecer o Dr. António Costa que se revelou um homem de consensos, símbolo de que “o que nos unia é muito mais importante do que o que nos separa” e, neste quadro, um negociador nato e paciente. Tenho-o acompanhado à distância e, dada a nossa boa relação, tenho tido a oportunidade de o encontrar periodicamente, trocando na maior parte das vezes, umas breves impressões. Não me surpreendeu o brilhante cargo de Presidente da Câmara de Lisboa que desempenhou, mas quero dizer que tive uma surpresa - pela positiva – de como criou a “geringonça”, e o sucesso que está

a ter perante os Portugueses, a União Europeia e o Mundo, com os resultados obtidos pelo Governo Português, no nosso país, no meio desta crise económica violenta. No quadro da actividade da AML, nasceu o consenso de que esta era talvez a única região do país (a Região Metropolitana do Porto, talvez) em condições de competir como espaço de Excelência, Modernidade, Inovação e Competitividade, na Europa e no Mundo. Estou convencido que todos os meus parceiros da AML assim pensavam, e que este pensamento era partilhado por muitos Portugueses, e que a evolução que tivemos a nível Internacional, cada vez mais o justifica. Fui buscar esta experiência passada para melhor justificar o pensamento e reflexões do Movimento Pensar Setúbal. Que tendo nascido há quatro anos, só há cerca de um ano vem reflectindo sobre a Península de Setúbal, nos seus Constrangimentos e Oportunidades. Após um diagnóstico aprofundado, concluímos que tendo nós uma população de mais de 780.000 habitantes, uma população activa de

380.000, só temos 307.000 empregados de que resulta um desemprego de 73.000 trabalhadores, 19,2% dos activos (quando a média nacional é 10,2%) e que mais de 2/3 dos nossos activos têm que ir trabalhar na Grande Lisboa. Veja-se o desperdício inútil de tempo, que podia contribuir para a Economia Regional e Nacional, e que numa média diária de 2 horas equivale a mais de 54.000 trabalhadores. Veja-se ainda os problemas criados por esta situação a nível familiar, marido e mulher, e sobretudo aos filhos. Existem mais de 35.000 de desempregados não inscritos, nos quais se encontram mais de 5.000 apanhadores de ameijoa nos rios Tejo e Sado, ambos poluídos, em que a ameijoa apanhada ilegalmente é enviada clandestinamente para Espanha, onde vai ser depurada. Não esquecer que o rio Tejo atingiu o máximo de poluição nível C, e o Sado o nível B, é um pouco menos poluído. Veja-se o atentado à saúde pública que aqui acontece. Trata-se de uma situação de sobrevivência, justificada pela falta de emprego. Tudo isto e, pela oportunidade que podem representar,

PROGRAMA A REGIÃO DE SETÚBAL - PENÍNSULA DE SETÚBAL E O ACESSO AOS FUNDOS EUROPEUS 14:30 - ABERTURA

ATUALIDADES FIDÉLIO GUERREIRO PRESIDENTE DO MPS

os rios Tejo e Sado têm que ser despoluídos, completa e urgentemente. Outra situação de sobrevivência, esta já histórica, é a dos Portugueses de origem cigana, que são marginalizados em termos de emprego e, que na Península de Setúbal são mais de 8.000. É tempo de começarmos a corrigir estas e outras situações graves que prejudicam os Portugueses que aqui vivem. O nosso Diagnóstico foi conseguido através dos nossos Especialistas, pois oficialmente não existem dados públicos do INE para a Península de Setúbal, que foi absorvida pela Área Metropolitana de Lisboa. É assim urgente que o INE volte a incluir a Península de Setúbal como Unidade Estatística. Hoje, podemos afirmar que temos um diagnóstico completo sobre a Península de Setúbal, que iremos tornar público no debate a realizar no próximo dia 4 de Março pelas 14:30 hrs na Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal, Rua Manuel Livério, nº 20, em Setúbal. Também já preparámos uma Estratégia para a Península de Setúbal a debater na 2º fase do debate a realizar na mesma data. Esta, assenta na criação de um novo Tecido Empresarial. pois as futuras novas empresas serão outras que não as tradicionais, com base na Inovação e novas Tecnologias (Digital, Biomédica, Segurança, etc).

Temos igualmente um conjunto de Grandes Projectos que iremos promover com Investidores Nacionais e Internacionais, onde podemos incluir: - A Marina de Setúbal (já proposta pela Presidente da Câmara de Setúbal); - A “Lisbon South Bay” (já proposta pelos Municípios de Almada, Seixal e Barreiro); - Um Cais de Competição no rio Sado, para Regatas Internacionais; - A criação de uma Empresa de Reparação e Manutenção de Barcos de Recreio; - A construção de um Teleférico para a Arrábida a partir da Bataria de costa do Otão; NOTA: Não esquecer que temos uma das Mais Belas Baías do Mundo. - A criação de um Parque Temático sobre os Descobrimentos, de Dimensão Internacional; - A criação de um Instituto Nacional do Artesanato, a instalar em Setúbal, garantindo Artesanato de Qualidade e Certificado; - A criação de um Aquaparque com dimensão, pois não há nenhum entre Lisboa e o Algarve; - A criação de cavalos de competição (Lusitanos e não só) e de um Hipódromo de corridas de cavalos de Nível Internacional; NOTA: Não esquecer que já houve um em Lisboa (Campo Grande) de dimensão internacional. - Reformulação da Plataforma Logística Multimodal

do Poceirão, incluindo um Parque de Empresas; - Criação de um Centro Tecnológico e Inovação com as Universidades Regionais; Todos estes Projectos “encaixam como uma luva” na Instalação do Futuro Aeroporto no Montijo, que será o Tema do nosso próximo debate a realizar em Maio/Junho próximos, no Montijo. Cujo tema será: “Que Estratégia para a AML e, em particular para a Península de Setúbal, face ao Novo Aeroporto”. NOTA: Este Projecto será âncora fundamental para a Economia da Península de Setúbal. Para estas reflexões, bem como para a sua concretização, iremos convidar os Partidos Políticos, Base da Democracia, os Deputados, os Autarcas, Associações Empresariais, Sindicatos, Comunicação Social, Universidades Regionais, criando uma Rede Regional que possa, junto do País e do Governo, defender os nossos interesses. A Área Metropolitana de Lisboa só concretizará o Nosso Sonho e Objectivo quando for um Parceiro Completo e Integrado, em que a Península de Setúbal esteja ao mesmo nível Competitivo da Grande Lisboa. Para o qual a existência de Fundos Comunitários à taxa Máxima de Apoios, seja uma Realidade para a Península de Setúbal. Esta tem que ser a Terra onde os nossos Filhos e Descendentes sintam Orgulho em Viver !

Editorial do MPS - Fidélio Guerreiro (Presidente do MPS) Manifesto do MPS - Orlando Santos (Vice-Presidente Adjunto do MPS)

1ª PARTE A CRISE ECONÓMICA NA REGIÃO / PENÍNSULA DE SETÚBAL - Fidélio Guerreiro Estatísticas da Península de Setúbal - Caldeira Lucas (Vice-Presidente do MPS) Exemplos de projectos aprovados - Caldeira Lucas Análise ao Tema - Engº José Vale (IAPMEI) DEBATE

2ª PARTE “PROGRAMA ARRÁBIDA” ESTRATÉGIA PARA A REGIÃO / PENÍNSULA DE SETÚBAL - Fidélio Guerreiro Análise à Estratégia - Dr. Carlos Medeiros (MNE-Fundos Europeus) DEBATE

EDITAL ANDRÉ MARTINS, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL, DO CONCELHO DE SETÚBAL: -------------------------------FAZ PÚBLICO QUE, nos termos do n.º 3, do artigo 27.º, do Regime Jurídico Urbanização e Edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de dezembro, com a redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 136/2014 de 9 de setembro, ficam notificados todos os proprietários dos lotes, os titulares do alvará e demais titulares de outros direito reais, referentes ao loteamento titulado pelo alvará n.º 12/81, nos seguintes termos: ----------------------------------------Pretende o proprietário do lote n.º 2 a alteração das seguintes especificações no alvará de loteamento n.º 12/81 (processo n.º 277/79).------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Aumento da percentagem de ocupação do lote que passa de 33,16% para 50%, implicando o correspondente aumento da área de construção que passa de 1615,00 m2 para 2435,00 m2, mantendo-se no entanto o número de pisos inicial – um piso.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Tendo-se verificado que o polígono delimitador do lote apresentava configuração diferente da constante no alvará de loteamento n.º 12/81, a alteração agora apresentada retrata o existente no local. Mantendo-se a área do lote constante no alvará de loteamento – 4870,00 m2.--------------------------------------------------------------------------------------Relativamente às alterações às especificações do alvará acima referido para o lote 2, do ponto de vista urbanístico nada obsta quanto à sua aceitação, por se verificar a sua conformidade com os parâmetros do Plano Diretor Municipal. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Foram consultadas as entidades externas.---------------------------------------------------------------------------------------------O respetivo processo administrativo está disponível para consulta, no Departamento de Urbanismo desta Câmara Municipal, na Rua Acácio Barradas, n.º 27, Edifício Sado, em Setúbal, pelo prazo de 30 dias, entre as 9h00 e as 15h30m, podendo os eventuais interessados reclamar, nos termos do Código do Procedimento Administrativo. ----------Para constar é publicado o presente edital num jornal de âmbito local, na página eletrónica do município e afixado edital de idêntico teor nos Paços do Município e na sede da freguesia de São Sebastião. ------------------------------------O VEREADOR, COM COMPETÊNCIA NA ÁREA DO URBANISMO, No uso de competência delegada por Despacho n.º 136/2013/GAP, de 22 de outubro

18:00 - ENCERRAMENTO André Martins

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DESPORTO

FERNANDO OLIVEIRA RECANDIDATA-SE A UM SÉTIMO MANDATO À FRENTE DOS DESTINOS DO V. SETÚBAL

«Aposto na construção de uma academia de formação e num Vitória europeu» O atual presidente do V. Setúbal, Fernando Oliveira, vai concorrer para um sétimo mandato contra outros três candidatos. O seu grande trunfo é a construção de uma academia de formação avaliada em 4 milhões de euros. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SMJ

F

ernando Oliveira vai recandidatar-se à presidência do Vitória de Setúbal. A oficialização do avanço do atual líder sadino decorreu ontem, sexta-feira, numa unidade hoteleira de Setúbal. Fernando Oliveira, de 75 anos, concorre para um sétimo mandato à frente dos destinos vitorianos, defrontando Mauro de Almeida, Vítor Hugo Valente e Manuel Fona Vieira. As eleições decorrem a 24 de março. O líder sadino afirmou que disse «sim» ao apelo de várias figuras de Setúbal para se recandidatar à presidência do principal clube desportivo da região, porque pretende «virar a definitivamente a página das aflições». «Quero continuar o trabalho que começámos com resultados. Após o caminho percorrido, estamos em condições de so-

mar mais ao Vitória, com grande aposta no trabalho de formação com a nova academia por um Vitória europeu», realçou, sublinhando que «este ano consolidamos o caminho da estabilidade». Além disso, realçou que a equipa sénior do clube tem um treinador de «reconhecida competência, elogiado por todos e um lote de jogadores que têm dignificado e engrandecido o clube», jornada após jornada. «José Couceiro é muito dedicado e sente um carisma muito especial pelo Vitória. Tem uma grande empatia com os sócios e um entendimento profundo com a equipa sénior». Oliveira disse que, como sempre, o que fez e o que faz no Vitória é por «amor, dedicação e compromisso para com o nosso clube», relembrando que «num dos momentos mais dramáticos da nossa história, sempre tive presente o que era melhor para o Vitória, para superar as tormentas e agi em conformidade. Não fugi,

como outros fizeram». Sobre as outras duas candidaturas, Fernando Oliveira diz que não tem uma «opinião formada». «São sócios e temos que respeitar. A política do bota-abaixo não faz parte do meu ADN», ironizou. E conclui: «A existência de várias candidaturas e de vários investidores é a prova real de que o trabalho realizado foi feito e bem feito». «SANGUE NOVO NA LISTA» «Sempre disse presente e dei a cara pelo clube, com coragem e sentido de responsabilidade. Sempre procurei superar as pesadas heranças do passado e encontrar as melhores soluções para o futuro do clube», sublinhando que pretende um Vitória que una os vitorianos, reforce a sua vertente de formação e aposte na melhoria das instalações desportivas. E revelou que a sua lista às eleições vai sofrer «alterações», por forma a dar-lhe «sangue novo», Fernando Oliveira, que aposta numa campanha

Jogos do Futuro promove o desporto na região

O

s 5.ºs Jogos do Futuro da Região de Setúbal são apresentados na segunda-feira, a partir das 11h30, no auditório Augusto Cabrita, no Barreiro. A iniciativa que promove o desporto na Península, regressa a 2, 3 e 4 de junho com atividades destinadas a jovens de várias idades, agrupadas num total de 24 modalidades. À semelhança dos anos anteriores, Setúbal acolhe as competições de andebol e atletismo, tendo como novidade a organização das provas de vela no Sado, palco de regatas

em que competem os nove municípios participantes. O evento, que se assume como uma grande festa do desporto, sendo já considerado um ponto alto da atividade desportiva da região, é desenvolvido através de 9 autarquias, movimento associativo, entre outras entidades. As atividades desenvolvidas, de fomento à prática desportiva entre os mais novos, decorrem em espaços desportivos situados nos municípios participantes – Almada, Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal. Este ano, são padrinhos do evento a judoca

que «some e não subtraia e em que as ideias não rimem com o bota-abaixo ou com a tentativa de destruição do muito que foi feito nos últimos anos». Uma campanha pela «positiva, a pensar nos interes-

ses do Vitória, com os pés no chão, rigorosa, realista, sustentável e de futuro». Da comissão de honra da recandidatura de Fernando Oliveira fazem parte o cantor Toy, os treinadores Hélio Sousa, Fer-

nando Tomé, Silvino Louro, Bruno Ribeiro, Sandro Mendes, António Aparício, Edmundo Pascoal, Marco Tábuas, João de Deus, o advogado Cardoso Ferreira e o médico Henrique Jones, entre outros.

Academia de Vale de Cobro já foi aprovada pelo município «A viabilidade da Academia de Formação do V. Setúbal já foi aprovada pelo município e vamos, na próxima semana, avançar com a limpeza dos terrenos», garantiu Fernando Oliveira, que acrescentou que o projeto está orçado em 4 milhões de euros. «Vamos fazer a limpeza, com as máquinas, mas não quer dizer que a construção da Academia avance já, porque há outras infra-estruturas que podem lá ser feitas», vincou, depositando grandes expetativas num projeto que reforça a vertente da formação do clube.

brevesdesportivas Setúbal apoia prova internacional de ciclismo A Câmara de Setúbal aprovou quarta-feira a ratificação de um contrato-programa de desenvolvimento desportivo, que envolve ainda Palmela e Sesimbra, para a promoção de uma competição internacional de ciclismo com edições em 2017, 2018 e 2019. O acordo destina-se à realização da prova Clássica da Arrábida, de afirmação desta serra «como um destino privilegiado para a prática de ciclismo e turismo em bicicleta». A 1.ª edição decorre já este domingo, com partida da Av.ª Luísa Todi, em Setúbal, e meta no Castelo de Palmela, integra, em paralelo, uma prova ciclodesportiva de cariz popular.

BTT Pelas Terras do Risco Telma Monteiro, o treinador de futebol Paulo Fonseca, atualmente ao serviço do Shakhtar Donetsk, a antiga glória do futebol nacional José Augusto, e Rita Patrício, atleta de boccia.

Os passeios de bicicleta todo-o-terreno arrancam este domingo, em Sesimbra, com um percurso de BTT Pelas Terras do Risco, e uma caminhada Do Castelo à Ribeira, no dia 19. Em abril, está agendado um passeio de bicicleta pela Rota dos Almocreves, dia 2, e um percurso a pé pela Chã dos Navegantes, dia 23. Pedalar pela Rota dos Dinossauros, dia 7, e caminhar ao longo da Serra do Risco, dia 21, são as propostas para maio. A iniciativa Pedalar e Caminhar pelo Património termina a 5 de junho, com uma caminhada desde a Azoia até às piscinas naturais.

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NEGÓCIOS

ATÉ 10 DE MARÇO, CLIENTES PARTICULARES E EMPRESAS HABILITAM-SE A UM “RENAULT ZOE”

Caixa de Crédito Agrícola de Entre Tejo e Sado promove iniciativas nos seus balcões Os treze balcões que a Caixa de Crédito Agrícola de Entre Tejo e Sado detém na península de Setúbal vão estar particularmente ativos por estes dias. A Caixa está a promover diversas iniciativas e vai oferecer um “Renault Zoe”.

O

Crédito Agrícola, constituído a 1 de Março de 1911, é a única instituição financeira cooperativa em Portugal, de capitais exclusivamente nacionais, que detém a segunda maior rede de Agências do país. A Caixa de Crédito Agrícola de Entre Tejo Sado associou-se ao Dia Crédito Agrícola e, para além de promover nos seus 13 balcões as ini-

ciativas previstas a nível nacional, envolveu grupos, instituições e empresas das comunidades locais nas comemorações. A campanha nacional tinha neste dia a oferta de um café e brindes alusivos ao Crédito Agrícola. Até 10 de Março todos os clientes, particulares ou empresariais, que abram uma conta, subscrevam/reforcem produtos e serviços financeiros do Grupo, de acordo

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com o regulamento do concurso, ficam habilitados a ganhar um carro eléctrico - Renault Zoe. O sorteio será realizado a 26 de Abril, na presença de um Representante do Ministério da Administração Interna, sendo o vencedor anunciado posteriormente em www. creditoagricola.pt

“BANCO NACIONAL COM PRONUNCIA LOCAL!” E conversa com Luís Marques, um dos representantes da Caixa Agrícola de Entre Tejo e Sado, fomos informados que todas as Agências desta Caixa tiveram uma participação bastante activa, em particular a agência do Montijo onde estive-

ram presentes o grupo de serenatas “Sinfonias ao Luar” e o grupo de dança “Mad G Wine”, que ofereceram à população em geral e aos clientes CA em particular, duas actuações. Neste evento também participou a Junta de Freguesia do Montijo e Afonsoeiro e contámos com a presença do Exmo.

Sr. Presidente Fernando Caria. Fazemos questão que o 106º aniversário do Grupo Crédito Agrícola seja comemorado com os nossos parceiros, clientes e com as comunidades em que estamos inseridos, pois somos um “Banco Nacional com Pronuncia Local!”


NEGÓCIOS

EMPRESA DIZ TER JÁ EM MARCHA UM PLANO PARA ERRADICAR PROBLEMA, MAS SÓ FUNCIONARÁ EM 2018

Câmara do Seixal quer solução para odores e praga de gaivotas no aterro sanitário da AMARSUL Os responsáveis do município do Seixal exigem que a empresa AMARSUL resolva de vez os odores provenientes do seu aterro no Seixal e arranje solução para a praga de gaivotas que se alimentam das lixeiras. As queixas da população avolumam-se. A empresa diz já ter estratégia para resolver o assunto, mas só para 2018. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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s odores que se estendem por uma grande área, provenientes do aterro sanitário da AMARSUL, no Seixal, está a preocupar a câmara, que reivindica por parte da empresa «uma solução urgente» para o problema, que se agrava com a praga de gaivotas que se alimenta das lixeiras da zona. Este assunto, segundo fontes da câmara seixalense, já é do conhecimento do Ministério do Ambiente, que tarda também em tomar medidas. O presidente da edilidade, Joaquim Santos, visitou o local e diz ter ficado a saber que “a empresa tem uma estratégia no que se refere aos odores, que começará a funcionar em pleno em 2018, quando a Central de Valorização Orgânica trabalhar a 100%, e que conseguirá reduzir significativamente os mesmos”. O autarca frisou ainda que a resolução do problema já tem muitos anos, e nesta fase resta “aguardar que a situação se concretize para verificar se efetivamente fica encontrada a solução e se a população deixa assim de se sentir incomodada com os odores”. Outra das situações que gera desconforto à população é a praga de gaivotas, que se deslocam ao aterro em busca de alimento, indo depois para as zonas urbanas, provocando ruído, sujidade e estragos, como o entupimento de goteiras e canalizações, além dos vários danos que podem causar nas estruturas de isolamento e de proteção térmica colocadas em terraços e nos telhados. No que se refere a esta situação, Joaquim Santos referiu, durante a visita, que ficou a saber que “a AMARSUL não fará muito

mais do que tem feito, ou seja, apenas irá proceder ao espantamento das gaivotas e tentar afastá-las dos alimentos”. E acrescentou: «já alertamos o Ministério do Ambiente para a questão das pragas, para as quais deverá existir uma legislação que possibilite que as entidades públicas possam agir sobre esta matéria, e iremos reforçar esta situação de forma a que possa existir enquadramento legal que nos permita abordar este problema». SOLUÇÕES PARA EVITAR GAIVOTAS DOS CENTROS URBANOS O próprio Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, da Guarda Nacional Republicana, em ofício recentemente dirigido a Câmara do Seixal confirma e identifica o Aterro Sanitário da AMARSUL, no Seixal, como um local de forte concentração de gaivotas. No sentido de acelerar a resolução desta praga, o município pediu um estudo ao MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, e que foi apresentado em julho de 2016, que também confirmou o local como “uma das principais fontes de alimento das gaivotas, as quais ocupam as áreas urbanas da sua periferia”. Um comunicado da autarquia reafirma que no mesmo estudo do MARE foram apontadas causa e medidas para evitar o acesso das gaivotas ao recurso alimentar que o aterro propicia, entre as quais se destacam a redução ao mínimo possível da disponibilidade de tempo e de espaço de acesso das gaivotas aos resíduos depositados na frente ativa do aterro, diminuindo assim a oferta de alimento para as gaivotas; bem como a manutenção das atividades de espantamento levadas a cabo pelos falcoeiros e reforço dos seus períodos de atividade.

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NOVO AVISO DE SEGURANÇA IMPORTANTE

EVENTUAL RISCO DE EXPLOSÃO

relacionado com o encaixe da ligação de gás em mais modelos de fogões a gás das marcas:

A BSHP Electrodomésticos, Sociedade Unipessoal, Lda está a alargar a sua ação de segurança voluntária relativa a fogões a gás independentes com data de produção entre 2006 e 2011. A razão é um possível dano no encaixe da ligação de gás. Em determinadas circunstâncias, poderá dar-se uma fuga de gás e, em casos extremamente raros, constituir um potencial risco de explosão. Pedimos a todos os proprietários dos modelos específicos de fogões a gás das marcas Bosch, Siemens e Balay para verificarem se o seu aparelho se encontra abrangido por esta ação. Em especial, pedimos aos consumidores que já verificaram se os seus aparelhos se encontravam abrangidos, e cujo encaixe da ligação de gás não necessitava de substituição, para verificarem novamente os seus aparelhos. Disponibilizamos a todos os proprietários de aparelhos afetados a substituição gratuita do componente defeituoso, realizada por um dos nossos técnicos. A substituição terá lugar em casa do proprietário e resolve por completo a situação. Confirme se o seu eletrodoméstico se encontra abrangido da seguinte forma:

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Anote o número do modelo e o número do lote indicados na placa de características do seu eletrodoméstico (consulte o diagrama do lado direito). Em seguida, confirme em www.gascookingsafety.com se o seu modelo é afetado. Caso necessite de ajuda adicional, pode também ligar para o número gratuito 800 910 250.

Tenha em atenção que, para evitar quaisquer riscos possíveis até à substituição do encaixe da ligação do eletrodoméstico afetado, deverá desligar o fornecimento de gás ao eletrodoméstico e suspender a utilização do mesmo. Lamentamos quaisquer inconvenientes provocados por esta situação e pela execução desta medida de segurança voluntária e agradecemos a sua compreensão e paciência. Em caso de dificuldades ao confirmar se o seu eletrodoméstico é afetado, ou em caso de quaisquer outras dúvidas, contacte-nos através do website ou ligando para o número gratuito.

www.gascookingsafety.com

Fogão a gás com gaveta: A placa de características encontra-se no interior da gaveta.

Fogão a gás sem gaveta: A placa de características encontra-se no interior do forno. Número do modelo (N.º E) / Número do lote (FD)

exemplo de placa de características

Linha de assistência gratuita: 800 910 250

O Grupo BSH Home Appliances encontra-se licenciado para o uso da marca comercial Siemens, propriedade da Siemens AG, e para o uso da marca comercial Bosch, propriedade da Robert Bosch GmbH.

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EDITORIAL

OPINIÃO

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Tapar o sol com a peneira Raul Tavares Diretor

A grande mentira de Paulo Núncio

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quela máxima de que a ‘verdade-vem-sempre-ao-cimo’ parece cimentada em todos os dias do mundo. Ontem, como hoje, não há escapatória. As contas são mesmo feitas, cá, com os pés na terra, ou noutro qualquer horizonte divino. As mentiras do ex-secretário de Estado, Paulo Núncio, tido como exemplar, à semelhança de muitos outros políticos destes anos de insanidade total, são graves. E não basta a demissão de cargos partidários. Antes de ter sido confrontado com factos, nomeadamente com a defesa de honra do então responsável da autoridade tributária, Núncio quis mentir! E mais grave, quis imputar responsabilidades à nuvem de funcionários. Desta forma, ficava tudo no ar. Fica, agora, por saber, as razões pelas quais não quis publicitar as transferências para os tais offshores, e, mais relevante, a origem das mesmas e as receitas, via impostos, que os cofres do Estado perderam. Mas já se sabe que parte destes 10 mil milhões de euros que escaparam ao controlo do fisco foram remetidos por entidades ligadas ao BES e ao dono-disto-tudo que continua a andar por aí, a limpar-se judicialmente, e sonegar bens e milhões. Foi este homem, Ricardo Salgado que, em 2010, exigiu novo governo e a entrada da Toika. Estamos lembrados! E estamos lembrados que até 2010, por iniciativa do governo socrático estas transferências para paraísos fiscais eram de divulgação e escrutínio obrigatório, situação que Núncio desconstruiu. É cedo e injusto que se estabeleça qualquer ligação entre uma coisa e outra, mas há um novelo que pode, como se tem feito em tantas outras situações menos análogas, começar a enrolar. E há a história de Paulo Núncio com os offshores, que sempre dominou muito bem, antes de ser governante. O que se pede agora é que se siga em frente. Porque enoja ouvir e ler tantos comentadores que querem passar por cima deste caso como se fosse uma intriga de gerigonça.

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uando uma instituição social particular de solidariedade social comemora o seu 30º aniversário, sendo financiada maioritariamente pelo Estado, com dinheiro dos contribuintes, entre várias responsabilidades que tem, existe a de prestar contas de forma transparente à sociedade. Se não o fizer, à semelhança dos que se refugiam nos gabinetes e tomam decisões que comprometem o futuro das novas gerações, está a contribuir para a descredibilização não só da imagem da instituição, como também do setor onde se insere. Foi isto que aconteceu no passado dia 22 de fevereiro na comemoração do trigésimo aniversário de uma instituição que entre 1987 e 2016 foi responsável pelo acolhimento residencial de 2106 jovens, os quais foram acolhidos ao abrigo da Lei de promoção e proteção de crianças e jovens em risco. Num dos lados da comemoração tivemos a apresentação de uma instituição que assumiu publicamente os erros cometidos no passado e que se comprometeu com o futuro, apresentando projetos, soluções, obra realizada. Do outro, tivemos o manto da hipocrisia, que só aparece quando aqueles que julgam que o poder é efémero e que vale tudo, para tirarem fotografias, selfies e porem-se a jeito da comunicação social, para

dizerem que estiveram presentes. É este tipo de fingimento que deve ser denunciado, sem medo de perseguições, sem receio de retaliações, dando a cara do lado daqueles que a força da circunstância empurrou para a valeta dos desprotegidos. Em 1986 quando D. Manuel da Silva Martins encostou à parede com um “murro no estomago” os governantes que ignoravam a miséria que se vivia na Península de Setúbal, passados trinta anos se olharmos para o que foi feito em matéria da pobreza e da proteção dos jovens em situação de perigo, facilmente se perceberá que o “sol foi tapado com a peneira”. Num aniversário de trinta anos de uma instituição que trabalha trezentos e sessenta e cinco dias por ano, responsável pela reabilitação dos “meninos maus”, que as famílias maltrataram e abandonaram, é preciso “por o dedo na ferida”, “chamar os bois pelos nomes”, dizendo as coisas como elas são, sem rodeios, de forma a que todos percebem o que está em causa. É muito simples. O que está em causa é a falta de coragem das pessoas com responsabilidade públicas e políticas, têm para assumir os erros quando o sistema pelo qual são responsáveis, falha, chutando para quem está no direto todas as vicissitudes da proteção de criança e jovens em perigo. Acresce a esta forma de estar,

GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA PAULO LOURENÇO

INVESTIGADOR SOCIAL que cria barreiras ao desenvolvimento de soluções, contribui para gerar desconfiança no trabalho realizado pelas Casas de Acolhimento. Assim, quando quem representa do Estado, sendo este ao nível nacional, ou local através da autarquia, não está ou se faz representar, para além de comprometer a credibilidade do sistema de proteção de crianças e jovens em perigo, “está a dar tiros nos pés”. Ao não estarem presentes, põem-se a jeito daqueles que vivem do mediatismo, do sensacionalismo, e que tudo fazem para obter uma manchete de primeira página, à custa dos mais fragilizados. Mas se esta forma de estar mina a confiança da sociedade nas instituições que acolhem as crianças e jovens em situação de perigo, sentindo-se estas sozinhas numa luta desigual, o que corrói o sistema de proteção de crianças e jovens em risco, é o Estado ter pessoas competentes, experientes na matéria e sujeitar-se ao vexame, e enviar para a “linha de fogo” quem nunca vestiu a farda, e que desconhece a realidade da

intervenção social com jovens em situação de perigo. Ao sujeitar-se desta forma a um combate desigual, contra aqueles que não dispensam honorários aos pobres, que se aproveitam da fragilidade das famílias, o Estado está a por em causa o trabalho de todos aqueles que estão no direto da intervenção com crianças e jovens em situação de perigo, “metendo todos dentro do mesmo saco”. É este o “Estado da arte” do sistema de promoção e proteção das crianças e jovens em perigo, o qual deverá ser assumido também por quem tem o poder de fiscalizar e legislar. Se não for feito, o Estado ao permitir que casos isolados comprometam o sistema de promoção e proteção de crianças e jovens em perigo, para além de fragilizar os princípios que estão definidos nos acordos com as Casas de Acolhimento residencial, está a contribuir para a destruição do próprio sistema, submetendo-se a um “dejá vu” que arrolou durante anos centenas de testemunhas que contribuíram para a que a montanha parisse um rato.

Teatro da desilusão

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m espectáculo em Lisboa. Foi-nos dada esta generosa oportunidade pelo Teatro Aberto, que nos convidou a conceber e co-produzir “Tentativas para matar o amor”, em torno do texto vencedor do Grande Prémio de Teatro Português SPautores/ Teatro Aberto 2015, da autoria de Marta Figueiredo. Para uma companhia recém-criada no Montijo, trata-se de um enorme passo em frente. Não por querermos, de repente, abandonar a nossa cidade e rumar à capital, mas por nos parecer que talvez assim se torne mais evidente a importância de se consolidar a nossa ainda muito frágil existência. Queremos ter uma casa em casa e condições para nela trabalharmos. É tentador continuarmos a trabalhar em Lisboa, claro, mas criámos a Companhia Mascarenhas-Mar-

tins para nos fixarmos aqui, numa cidade e num concelho em que não existia nenhuma estrutura como a nossa. Tudo isto para chegar a uma pergunta que noutro dia me foi colocada: “e agora, o que é que a Companhia Mascarenhas-Martins vai fazer?”. Uma coisa é certa: depois de termos conseguido certas condições de trabalho, torna-se muito complicado voltar atrás. Não que tenhamos tido tempo para ficar (bem) mal habituados, mas porque cada vez mais nos parece que a nossa actividade é essencial e merece ter um lugar na sociedade. Um lugar simbólico, claro, mas igualmente concreto – espaço, tempo, dinheiro para as pessoas pagarem as suas contas e terem uma vida minimamente digna, etc.. Um lugar para podermos reflectir em conjunto, para propormos aos espectadores

À PARTE LEVI MARTINS

DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS aquilo que está na origem do teatro – um confronto com aquilo que somos, com a forma como nos exprimimos, pensamos, como nos organizamos. Dá trabalho construir este lugar. Sobretudo no seio de uma sociedade que parece, por vezes, rejeitar a importância da reflexão partilhada. É doloroso confrontarmo-nos com o que somos? Claro que sim. Mas não será ainda mais doloroso passarmos pela vida sem a vivermos verdadeiramente? Há uns anos costumava almoçar com um amigo filósofo em Lisboa, que me falava dos autores que

estudava e da forma com pensavam a relação com o real. Era um fervoroso defensor de que devíamos desiludir-nos, ou seja, deixar cair as camadas de ilusão que nos afastam da verdade. Nunca esqueci estas conversas e não escondo a influência que tiveram na minha forma de pensar. Se fazemos teatro, que seja um teatro da desilusão, que nos aproxime daquilo que somos e não de uma idealização que nos impede de viver a vida com honestidade. Não é fácil? Não. Mas o caminho fácil afasta-nos uns dos outros e de nós próprios. E não é assim que queremos viver.

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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Efetivamente, uma doença rara é aquela que afeta no máximo 1 em cada 2000 pessoas, mas há mais de 6000 doenças raras descritas. Devido à sua raridade e número elevado, não só muitas vezes os clínicos as desconhecem, como o diagnóstico é habitualmente difícil, podendo levar anos. Esta demora tem um grande impacto para o doente e sua família, e pode piorar o prognóstico e atrasar um tratamento adequado. Após o diagnóstico, tratando-se de doença genética, a pessoa deve receber aconselhamento genético e pode recorrer às associações, que têm um papel fundamental ao apoiar os doentes e ao pô-los em contacto com outros, bem como representá-los junto das entidades oficiais. As dificuldades das pessoas portadoras de doença rara variam de doença para doença e, dentro de cada doença, da evolução da mesma na pessoa em particular. Em termos gerais, as queixas mais frequentes dos doentes, para além da falta de informação, são as dificuldades no acesso ao cartão de doente raro e a sua utilização, no acompanhamento médico na transição da infância para a vida adulta, no acesso às ajudas técnicas, no acesso aos cuidados integrados. Outras ainda são a inexistência de tabelas de incapacidades que contemplem as das doenças raras e garantam

ATUALIDADES MARTA JACINTO

PRESIDENTE DA APADR equidade na atribuição dos graus de incapacidade e a necessidade de aceder a todas as consultas de que precisam (por exemplo, terapia da fala) no Sistema Nacional de Saúde (SNS), ao invés de ser a família a suportá-las por inteiro. A investigação traz esperança a quem vive com doença rara, pois pode levar a um maior conhecimento sobre as doenças já identificadas e à identificação de doenças até agora desconhecidas. Ajuda os médicos a fazer o diagnóstico correto e a dar a cada doente informação sobre a sua doença. Pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos inovadores e, quem sabe, uma cura. Com a investigação, as possibilidades não têm limites! Os chamados medicamentos órfãos (MO), não representam uma cura, mas permitem que a doença não progrida do mesmo modo. Os MO servem poucos doentes e, apesar de haver incentivos específicos à indústria farmacêutica, têm um maior custo de investigação e acabam por ter um custo final muito elevado e longos atrasos até

serem disponibilizados no SNS. Apesar do número de MO disponíveis ter vindo a aumentar nos últimos anos, estes continuam disponíveis apenas para um número muito reduzido doenças raras. A existência de centros de referência/excelência formais virão porventura resolver parte significativa das dificuldades dos doentes, aumentando a investigação nesta área e facilitando a criação de um registo de pessoas com doenças raras em Portugal. Por sua vez, o registo permitirá melhorar o apoio aos doentes, classificar as doenças raras e ter uma maior consciência sobre a adequabilidade dos meios, ajudando na definição de medidas para diagnósticos mais céleres e melhoria da qualidade de vida dos doentes. Em 2017, no âmbito do Dia Internacional das Doenças Raras, que se assinala no último dia de fevereiro, vamos dar ênfase à esperança que a investigação representa para as Doenças Raras para que os “dias sem Google” sejam cada vez menos!

José Afonso. Um redondo vocábulo. Maior que o pensamento.

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ma cidade não é um limite. Não é o dentro dos muros. Uma cidade são os seus. Os seus cidadãos. E os seus melhores cidadãos confundem-se tanto com a cidade de que são memória e futuro. Tudo junto. José Afonso não é de nenhuma cidade. Nem de Aveiro, nem de Coimbra e nem de Setúbal. Porque é de todas. E porque é de um país inteiro e de um século completo. E ainda de outro século que decorre. Sobra em talento e em génio. Permanece em exemplo e em atitude. O génio absoluto é a maneira como me aproximo da obra de José Afonso. A voz límpida e depois menos límpida. O que fez com os sons que vêm do Portugal mais profundo. E com os ritmos africanos. O que fez com o fado (de Coimbra) e com as baladas. Depois a maneira como escrevia. Como se conhecesse os ritmos secretos das palavras.

Os mil sentidos das palavras quando passavam a ser suas. E as palavras que do não sentido (“tenho um primo convexo”) inventaram o seu próprio sentido. Tudo a apontar para o futuro. O único lugar que pode reter o trabalho de José Afonso. Depois ainda a música. Desde a aparente simplicidade no dedilhar de uma ou de duas violas até aos arranjos arrojados que levaram a música portuguesa para outros rumos. Novos rumos. Como se a música seguisse a aventura da poesia. Novos sons a acompanhar imprevistas palavras. Uma música a questionar gerações. Até hoje. Até amanhã. Ouvir José Afonso permanece a mesma interrogação de sempre. Simples e complexa ao mesmo tempo. Estranha e única. O que querem dizer afinal aquelas palavras quando se juntam? O que é “uma soma agreste”? E como é que as “capicuas gritavam”? A não possibilidade

TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR

de resposta é a marca de José Afonso: inesquecível. A música portuguesa tem em José Afonso um “momento” irrepetível. Não por haver um “antes” e um “depois”. Mas por haver um “sempre”. Novas gerações tornam nova uma música que sempre o foi. Novas versões vão remeter, uma e outra vez, para o original. Multidões procuram dignidade. Multidões procuram arte. Enquanto procurarem. Enquanto houver procura. Existirá a arte de José Afonso. Talvez ela própria uma procura que não se limita pela resposta. 30 anos sem novas canções de José Afonso são afinal uma

oportunidade para ouvirmos as de sempre. Uma viagem e tanto. Um mergulho no profundo azul. Cor do nosso planeta. Cor do planeta de José Afonso. Nota final: Cada cidade guarda o seu José Afonso. E esta Setúbal também. Como ele diz na música “Papuça”: “Vai o Borges e o Pina, o Xaimite e o Bibas balouçando. A revolução é p’ra já”. Quatro setubalenses e uma ideia. Uma ideia de cidade. “Sem muros nem ameias. Gente igual por dentro. Gente igual por fora”. Gente como tu e eu. Gente apenas. Cidade só. E muito e maior. Devido ao génio de José Afonso.

MÉDICO DENTISTA

I

magine um dia sem Google ou outro motor de busca e, já agora, para o exercício ser completo, sem livros, e sem enciclopédias, bibliotecas nem conhecedores da matéria. Imaginou? Imagine também que nenhum dos seus amigos nem familiares lhe sabiam dar respostas, aliás, que padeciam da mesma dificuldade, dúvida e ansiedade relativa aos mesmos assuntos. Agora, num exercício ainda mais complicado, imagine-se semanas, meses, anos a fio nessa mesma situação, ou mesmo a vida inteira. Difícil imaginar, “impensável!”, dirão alguns, por certo, mas o retrato do cenário vivido na pele por muitos doentes raros que, apesar de terem acesso às bibliotecas e à internet, continuam a viver com falta de informação, como se as fontes de informação não existissem. Porque existem fontes para muitos tipos de informação, mas no caso das doenças raras, muitas vezes a informação não existe ou não é fidedigna. Mas andemos um pouco para trás, para perceber este exercício bizarro. As doenças raras são na grande maioria graves, crónicas e debilitantes. Apesar de raras, muito mais comuns do que se imagina. Estima-se que entre 6 a 8 por cento da população padeça de uma doença rara, o que representa entre 24 e 36 milhões de pessoas na Comunidade Europeia.

CLINICA SEMMAIS

Imagine a sua vida sem Google

ONIS GIROTTO

OPINIÃO

QUANDO LAVA OS DENTES AS GENGIVAS SANGRAM. SAIBA PORQUÊ? Se ao lavar os dentes a sangramento é sinal que as suas gengivas não estão saudáveis, significa que alguma situação anormal está acontecendo. Pode ser uma simples gengivite, causada pela placa bacteriana que se acumulou nos dentes, e isso resolve-se com uma simples limpeza profilática feita pelo médico dentista, ou já evoluiu para uma periodontite, ou seja: já não envolve só as gengivas mas também o osso e os ligamentos que suportam os dentes, sendo que e a situação é mais grave, podendo até levar a perda do dente ou dentes envolvidos. Neste caso, a intervenção do médico dentista é mais profunda e o tratamento mais demorado, pois em muitos casos recorremos a administração de antibióticos. Quando observar sangue ao escovar os dentes, deve imediatamente consultar seu médico dentista porque o sangramento pode indicar sinais de outras doenças mais sérias, como diabetes, doenças coronárias, falta de vitamina k entre outras. Por vezes, também pode estar associado a uma prótese mal adaptada. Devemos usar sempre uma escova dentária macia e apropriada ao tamanho da nossa boca, e também usar o fio dentário de modo a não magoar as gengivas; ou seja, passar duas vezes no mesmo espaço interdentário. Um bom dia a todos, muito cuidado com a saúde oral e muitos sorrisos. APRESENTAÇÃO O Dr. Onis Girotto passa a colaborar quinzenalmente com o Semmais, nesta rubrica de saúde, com pequenas dicas sobre comportamentos e hábitos capazes de precaver e melhorar a nossa qualidade de vida. Onis Girroto é Médico Dentista graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Brasil.Pós-graduado em Ortodontia pela fundação Gnathos de Madrid.Pós-graduado em Implantologia pelo C.E.I. – Centro Europeu de Implantologia do Porto. Pós-graduado no European School of Oral Reabilttation Implantology an biomaterials em Madrid.E diplomado pela Université D’ Implantologie oral et maxilo – faciale emitido pela faculté de Medicine da Université Paris XII.

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