Semmais 05 novembro 2016

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semmais

Sábado 05 | Novembro | 2016

Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 924 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita

E se o deserto chegar ao distrito lá para 2100? A questão parece absurda e muito longínqua, mas a verdade é que para os especialistas começa a fazer sentido. Investigadores estrangeiros afirmam que as alterações climáticas estão a fazer expandir os desertos do norte de África para o Sul da Europa, com maior impacto na península Ibérica. Os riscos são grandes e o litoral alentejano está na primeira linha.

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Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o distrito conta com cerca de 37 mil imigrantes residentes. A comunidade brasileira tem vindo a reduzir a sua dimensão, desde 2013, mas continua a ser a de maior peso, muito presente na Caparica e em Setúbal.

É uma realidade inquietante no nosso distrito: apenas um em cada três estudantes prossegue para os estudos superiores, politécnico ou universitário. A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, quer atacar este problema.

Após um divórcio, o mais corrente é que se volte a casar com outros parceiros para a vida. Mas nem sempre assim é, pelo menos na região. Dados das conservatórias, a que o Semmais teve acesso, dão nota de que na última década cem noivos voltaram a casar com a mesma pessoa.

TEMOS A TERCEIRA MAIOR COMUNIDADE IMIGRANTE DO PAÍS

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SÓ UM EM CADA TRÊS JOVENS DA REGIÃO VAI PARA A UNIVERSIDADE

UMA CENTENA DE NOIVOS DO DISTRITO CASARAM DUAS VEZES


A SEMANA

Mostra de Teatro de Almada com programa ambicioso

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20.ª Mostra de Teatro de Almada, que foi apresentada esta semana, arranca já este sábado, com o desfile de 22 grupos que participam nesta edição, sob a direção artística de Tiago Pereira. A partir das 16h, os grupos desfilam pelo centro de Almada, cruzando-se com as bandas filarmónicas da Academia e Incrível Almadense, com destino ao teatro António Assunção para a abertura oficial às 17 horas, assinalada pela inauguração de uma exposição coletiva, a que se segue uma homenagem a Vítor Azevedo, ator e encenador ligado ao grupo de teatro mais antigo do concelho, o GITT da Trafaria.

Na Incrível Almadense, às 21 horas, o Cénico da coletividade estreia a peça “O Escritor que não lia Livros”. Às 23h30, o público tem lugar o primeiro Mostra.Ponto de Encontro no TEAA, ao som do concerto de João Lima e João Dacosta. O debate sob o tema contributo para estratégias de desenvolvimento, no contexto das artes performativas, realiza-se este domingo, às 18 horas, no TEAA, moderado pela atriz Luzia Paramés, tendo como convidados Rodrigo Francisco, da CTA, e Fernando Rebelo, da OTA. Este domingo, o auditório Fernando Lopes-Graça, estreia

“O Feiticeiro de Oz”, pela Companhia de Teatro Musical da Plateias d’Arte. As Produções Acidentais apresentam a 9, “Reverso”, espetáculo que recorre à música e poesia de Alexandre Dale. De 10 a 12, Marina Nabais Dança, Associação Cultural, mostra na biblioteca da Trafaria, a peça “Corpo – Mapa – Livro”. A mostra prossegue até dia 20, com mais um debate no dia 13, sob o tema das novas linguagens nas artes performativa com João Garcia Miguel e Miguel Moreira, entre outros, e o lançamento da publicação comemorativa deste 20.º aniversário, dia 19, na Casa da Cerca.

Comandante dos bombeiros Sapadores percorreu país de bicicleta

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comandante dos Sapadores de Setúbal completou no dia 1, a ligação de Chaves a Faro em bicicleta, num percurso com mais de 700 quilómetros de sensibilização para a necessidade do apoio aos bombeiros durante todo o ano. «Foi uma ação simples, com uma mensagem simples. Não queremos mudar o mundo com isto. Queremos alertar para o trabalho que é desenvolvido pelos bombeiros». É desta forma que o major Paulo Lamego traduz a iniciativa que desenvolveu nos últimos quatro dias. Apaixonado pelo ciclismo, o comandante percorreu toda a extensão da EN 2, que atravessa o país na sua totalidade e é a terceira mais longa do mundo, com um total de 738,2 quilómetros. O bom tempo do fim-de-semana e o pouco trânsito facilita-

ram o processo. Para a operação, que começou a 29 de outubro, Paulo Lamego contou com a companhia de outros oito ciclistas e a participação ativa de um total de 38 corporações de bombeiros das localidades por onde o grupo passou. O desafio foi com-

pletado em quatro etapas. «Cumprimos todo o percurso, não falhámos um único metro. Foi muito cansativo, mas, ao mesmo tempo, muito revigorante. Tivemos também um convívio salutar. Estabelecemos e reforçámos laços de amizade», conta, satisfeito.

Município de Palmela promove ações de formação para bombeiros

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município de Palmela está a promover, através da Academia de Proteção Civil, a realização de diversas ações formação junto das três corporações de bombeiros do concelho, nas áreas de liderança e competências emocionais do líder, inteligência emocional no atendimento ao público e gestão de conflitos, motivação e gestão do stresse. Além do apoio financeiro, recentemente aprovado, como comparticipação nos custos com formação, o município proporciona, diretamente, oportunidades formativas às/aos bombeiras/os do concelho, que contribuem para a aquisição de conhecimentos e competências determinantes para um serviço

cada vez mais qualificado. Depois de um primeiro ciclo, que acabou no dia 3, realizar-se-á um segundo ciclo de ações, nos dias 6, 12 e 14 de dezembro, na biblioteca, tendo como principais destinatários dirigentes, coman-

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do, chefias, coordenadores e encarregados de equipas. Além dos corpos de bombeiros, participam nas ações elementos do Serviço Municipal de Proteção Civil e do Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal.

12.ª Congresso das Baías Mais Belas do Mundo aprova estratégias

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criação de uma bolsa científica, entre outras medidas incluídas num novo plano de comunicação, foi aprovada no 12.º Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, que terminou esta terça-feira no México, sob a presidência de Setúbal. O congresso, que teve lugar em Puerto Vallarta, contou com a participação de cerca de três dezenas de delegações, representantes de enseadas localizadas nos cinco continentes e integrantes do Clube das Mais Belas Baías do Mundo. A edil Dores Meira, que acumula a direção do clube até 2019, exortou os membros do clube a «passar das palavras às ações». O desafio prende-se com uma mudança estratégica que a presidente portuguesa deseja para aquele organismo internacional e que assenta no objetivo de dar maior notoriedade mundial ao clube, assim como ao espírito de desenvolvimento ambientalmente sustentável que o move. Entre as medidas apresentadas neste congresso, dedicado ao tema “Baía e vila em harmonia”, as qua-

se três dezenas de delegações aprovaram um novo plano de comunicação e de marketing para globalizar a imagem do clube. Da estratégia comunicacional destaca-se a criação de uma revista informativa sobre as atividades de cada baía membro, de periodicidade anual e a publicar em inglês e francês, assim como a elaboração de uma linha de merchandising de promoção do clube. O plano prevê, igualmente, a construção de um pavilhão de exposições amovível, pensado especificamente para ser instalado em feiras internacionais de turismo, o lançamento de um concurso para a criação da letra e música do hino do clube e a definição de 8 de junho como o Dia das Baías. Outras ações previstas para conferir maior visibilidade ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo consistem na realização de convites a figuras públicas para o papel de embaixadoras de cada enseada, bem como o lançamento de uma bolsa de mérito, no valor de 5 mil euros, em investigação científica sobre preservação ambiental e dos oceanos.


SOCIEDADE

BRASILEIROS CONTINUAM A SER OS QUE MAIS PEDEM VISTOS E TÊM COMUNIDADES FORTES NA CAPARICA E EM SETÚBAL

Distrito tem a terceira maior comunidade imigrante do país

A região conta hoje com quase 37 mil imigrantes, mantendo a terceira posição a nível nacional com maior número de residentes estrangeiros a viver por cá. A comunidade brasileira é a de maior número, embora esteja a diminuir desde o arranque da crise financeira, em 2013. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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s números são revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O distrito de Setúbal tem hoje 36994 imigrantes, sendo a terceira região de Portugal que acolhe mais cidadãos estrangeiros, apenas atrás de Lisboa e Faro. Apesar de a imigração brasileira estar a diminuir, sobretudo nas zonas onde alcançou maior concentração, como Costa de Caparica e Setúbal – muitos estão a regressar ao seu país – ainda são os brasileiros os que mais requerem títulos de residência, superando os mil, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Em segundo lugar estão os chineses e em terceiro os romenos. Nesta altura começam a chegar também franceses, que depois do interesse em Lisboa já estão a descobrir outras regiões do país, com especial foco nos concelhos do distrito mais próximos do mar. Não é por isso de estranhar o aumento dos pedidos de autorização de residência para atividade de investimento, os chamados visto Gold, em nome de cidadão não-europeus. À falta de dados distritais sistematizados, os re-

gistos nacionais indicam que este ano o SEF já concedeu 1100 autorizações, enquanto no ano passado tinham sido 766 e, em 2014, 1526. Em 2013, 494 e em 2012 (ano em que foram criados) apenas duas. As estimativas das autoridades admitem que, perante o aliviar da crise na região, no ano tenham chegado aso distrito «alguns milhares» de estrangeiros dispostos a ficarem por cá por um período superior a um ano, os chamados imigrantes permanentes, admitindo um aumento acima dos 50% comparativamente com os anos anteriores. Segundo o economista Paulo Guerra, com ligações ao setor imobiliário da região, esta recuperação acaba por ser uma boa notícia. «Traduz a maior atratividade que o distrito passou a exibir a partir de 2015. Regressaram alguns negócios e até o mercado imobiliário começou a animar. A economia ganhou outro dinamismo, também impulsionada pelos turismo e lá fora aperceberam-se disso», sublinha o mesmo especialista, acrescentando que “está a chegar muita gente atraída pelos dias sol e isso é algo que só há aqui», insiste, resumindo que a região «tem sabido vender as suas mais-valias, depois da crise ter despertado as pessoas para a necessidade de apostarem noutras áreas de atividade».

ANOS DE CRISE FORAM DE MÁ MEMÓRIA Além de ter voltado a ser mais atrativa para imigração a região conseguiu interromper o ciclo do êxodo registado nos últimos quatro anos. 2013 foi a prova disso mesmo, tendo a região visto emigrar mais de 3 mil pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, estimando-se que até 2014 cerca de 6 mil habitantes tenham rumado ao estrangeiro à procura de uma vida melhor. Os dirigentes da Associação Portuguesa de Demografia admite que a península de Se-

túbal até nem foi das mais afetadas do país, embora não tenha escapado ao fenómeno da «crise demográfica». A mesma associação alerta para ao avolumar de emigrantes permanentes e temporários no distrito, embora ressalve que alguns dos que partiram com a expectativa de regressar em menos de um ano, até podem nunca mais voltar. Reino Unido é o principal destino. O Reino Unido passou a ser a preferência dos emigrantes portugueses, que encontram ali várias saídas profissionais, sen-

do recrutados, sobretudo, para as áreas da saúde, finanças, tecnologias da informação e artes. Um estudo do Observatório da Emigração, com base nos censos nacionais de 2001 e 2011, do Eurostat, indicam que o Reino Unido é o país com maior crescimento da comunidade portuguesa, mas os portugueses têm procurado trabalho em toda a Europa. Continuam a emigrar para a Suíça, Luxemburgo, França e Espanha, juntando-se novos destinos como a Irlanda, a Noruega, a Áustria, a Dinamarca e até a Roménia.

O ALERTA É DA SECRETÁRIA DE ESTADO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR, MARIA FERNANDA ROLLO

Só um em cada três jovens da região vai para a universidade A governante disse ao Semmais estar preocupada com estes índices na região, que repetem, segundo a própria, a tendência nacional. E afirma que não se pode baixar os braços perante esta realidade, pelo que é necessário encontrar soluções. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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alerta inquieto é dado pela secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo: «Apenas um em cada três estudantes prossegue para estudos superiores. Não pode ser. Não podemos baixar os braços e não assumir este problema como um problema de todos nós», admitiu a governante ao Semmais, reportando-se à realidade do distrito, que repete a tendência nacional.

Maria Fernanda Rollo considerou que estes dados traduzem «um problema que nos prejudica em termos de país e de sociedade», aconselhando todos a «trabalharem de mãos dadas», já que, segundo disse, não se trata que algo que afeta apenas a academia ou ensino superior. «Este problema é das câmaras municipais, das delegações regionais e de todas as associações, mas também do tecido empresarial social. Temos que encontrar soluções», insistiu. «ESTUDAR É PRECISO, VALE A PENA E É NECESSÁRIO» A secretária de Estado admitiu

que nem todos terão de seguir o ensino superior, mas avisou que é nas universidades e politécnicos que se começa a construir uma vida «mais bem- sucedida, com maior realização profissional e pessoal. Os números remuneratórios de quem tem ensino superior são mais satisfatórios dos que não têm», prosseguiu, contrariando quem defende que, face à crise dos últimos anos, não valerá a pena estudar. «Não, estudar é preciso, vale a pena e é necessário. E isso é, cada vez mais, algo que temos de fazer nas empresas e associações», asseverou a governante.

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SOCIEDADE

ESTUDO DE PALEOCLIMATOLOGISTAS ADMITE EXPANSÃO DO DESERTO DO NORTE DE ÁFRICA PARA SUL DA EUROPA

E se o deserto chegar ao distrito lá para 2100? Investigadores estrangeiros falam da expansão dos desertos do norte de África para o sul da Europa, com a península Ibérica no centro da ameaça. As causas são as alterações climáticas e os riscos são de grande monta, mas há soluções de prevenção em curso. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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expansão substancial dos desertos em grande parte da Europa do Sul e Norte de África provocada pela emissão de gases de efeito de estufa poderá atingir o distrito de Setúbal até 2100. A previsão é avançada por alguns investigadores que estudam e modelam cenários com base nos aumentos de temperatura projetados para os próximos anos. O alerta publicado na última edição da Science já esta semana é sério: se o aquecimento global continuar ao ritmo atual, o avanço das zonas desérticas não se vai limitar ao

Norte de África, vai continuar pelo Sul da Península Ibérica, diz o estudo liderado pelo paleoclimatologista francês Joel Guiot. O mesmo documento admite, em jeito de conclusão, que em menos de um século, sem medidas de mitigação ambiciosas, as alterações climáticas vão alterar os ecossistemas no Mediterrâneo «de uma forma que não tem precedentes nos últimos 10 milénios», no período conhecido no Holocénico. LITORAL ALENTEJANO SURGE ENTRE AS ZONAS MAIS PERMEÁVEIS Recorde-se que o tema da desertificação e do avanço do deserto no distrito de Setúbal há muito tempo que está em cima da

mesa do debate, com as zonas rurais na faixa entre Alcochete, Montijo, Palmela e, sobretudo, os quatro concelhos do Litoral Alentejano, a surgirem entre as regiões prioritárias à procura de soluções no Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação. A proposta preconiza uma nova avaliação do estado e da tendência de degradação da terra, sendo que há vários anos que a região reclama a implementação de medidas destinadas a travar a degradação dos territórios em risco, entre as quais se incluem as relacionadas com a proteção dos solos. Não é de hoje que se fala no risco em torno da

produção agrícola, admitindo os estudos que ela possa desaparecer um dia, dando lugar a um inóspito deserto com a terra sulca-

da, caso se cruzem os braços perante o avanço do deserto. Aliás, o alerta vermelho já se tinha feito ouvir desde há quatro anos

«com a elevada mortalidade entre os sobreiros», de acordo com Luís Silva, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

SESSÃO COMEMORATIVA CONTA COM CONFERÊNCIA PROFERIDA POR CONSTANTINO SAKELLARIDES

Escola Superior de Saúde comemora o 16.º aniversário O estabelecimento tem três cursos a funcionar, enfermagem, fisioterapia e terapia da fala e já é uma escola de referência. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

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Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Setúbal, celebra 16 anos, no dia 7, com a conferência “Saúde e políticas de saúde em Portugal: do século XX ao seculo XXI”, proferida por Constantino Sakellarides, coordenador do grupo de trabalho, criado pelo Ministério da Saúde, para as reformas de proximidade.

A conferência tem início pelas 14h30, no auditório nobre do IPS e procura promover o debate, a partilha e fazer uma retrospetiva do que foi feito em matéria de saúde e políticas públicas em Portugal. O programa das comemorações conta, ainda, com uma manhã aberta a alunos e professores do ensino secundário, que têm a oportunidade de conhecer e realizar diferentes atividades nos laboratórios dos três cursos de licenciatura

da ESS/IPS, nomeadamente enfermagem, fisioterapia e terapia da fala. SESSÃO DE ACOLHIMENTO E VISITA AO CAMPUS A partir das 9h45 tem lugar a receção dos participantes. Das 10 às 10h30, realiza-se a sessão de acolhimento, com apresentação da ESS/IPS e do campus do IPS feita pela direção e docentes. Das 10h30 às 12 horas, há visita às instalações, em pequenos grupos, com o

apoio de estudantes voluntários. Os convidados poderão conhecer os laboratórios das áreas científicas dos três cursos de licenciatura da ESS/IPS, Enfermagem, Fisioterapia e Terapia da Fala e participar em atividades promovidas nestes laboratórios. Às 12h10 atuam os SemperT’unos e às 12h30 tem lugar o almoço no refeitório. Pelas 14h30, tem lugar a mensagem de boas vindas da

diretora da ESS/IPS, Alice Ruivo, e a mensagem do presidente do IPS, Pedro Dominguinhos. Às 15 horas realiza-se a conferên-

cia “Saúde e políticas de saúde em Portugal: do século XX ao século XXI”, por Constantino Sakellarides.

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SOCIEDADE

NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS, CINCO DEZENAS DE CASAIS DIVORCIOU-SE E VOLTOU A CASAR COM MESMO(A) NOIVO(A)

Cem noivos na região casaram duas vezes Há casais que casam mais do que uma, duas ou mais vezes na vida. Mas voltarem a casar com o mesmo noivo ou noiva, após a separação, já não é tão vulgar. Mas no distrito, segundo dados das conservatórias, parece ser uma moda. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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oltar a casar depois do divórcio não seria notícia aos dias de hoje. Há quem o faça uma, duas ou três e mais vezes durante a vida. Já casar duas vezes com a mesma pessoa não é tão vulgar. Ou não era. É que os registos das conservatórias do registo civil na região mostram que há cada vez mais tendência para que um ex-casal volte a contrair matrimónio após a separação. Na última década o distrito registou mais de cem pessoas que abraçaram as segundas núpcias ao lado

do cônjuge de quem se tinham divorciado. Quando se assiste a um ligeiro aumento do número de casamentos em 2015 no distrito de Setúbal, contrariando a tendência dos últimos anos, eis que sobe como nunca o número dos casais que repetem o casamento com o parceiro anterior. Uma tendência que aumentou, sobretudo, nos últimos anos, segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Justiça. CASAMENTOS RELIGIOSOS CONTINUAM EM QUEDA Em queda continua a celebração religiosa dos casamentos. A esmagadora maioria dos casais do dis-

trito de Setúbal estão, definitivamente, a optar pelo civil, enquanto os divórcios mantêm valores semelhantes ao ano anterior, justificados pelas mulheres com ausência de comunicação mais do que falta de amor, infidelidade ou violência física - e pelos os homens

com a alegada falta de amor, segundo uma investigação coordenada por Manuel Carlos Silva, da Universidade do Minho «Apesar destas assimetrias de género na tomada de decisão, a verdade é que as pessoas divorciadas veem a sepa-

ração como um alívio e uma forma de escapar de uma situação intolerável», explica Manuel Carlos Silva, revelando que, segundo o mesmo estudo, «a mulher é o elemento mais prejudicado e, por vezes, vítima não só durante o casamento, mas também

nos próprios processos de divórcio». O investigador sublinha que se regista uma evolução do número de divórcios, com preponderância nos grupos de empregados, profissionais liberais e nos quadros médios e superiores.

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SOCIEDADE

COORDENADOR DO PROJETO, ANTÓNIO CALADO, DIZ QUE A PROMESSA CAMARÁRIA TARDA

Refood de Almada luta por espaço próprio O projeto Refood está a dar os primeiros passos em Almada e já consegue chegar a 200 famílias. Agora, precisa de um espaço próprio, mais voluntários e um sem número de artigos para apoiar mais necessitados. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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Refood de Almada, com três anos de existência, luta por um espaço próprio. O município já se comprometeu a arranjar um espaço mas, até à data, nada se concretizou. «Existe a promessa, por parte da autarquia, de um pequeno espaço, num mercado local, mas, por via das obras, ou da necessária burocracia e pressupostos administrativos, ainda não conseguimos ver desbloqueados, desde o primeiro semestre

do ano», desabafa António Calado, o coordenador da delegação almadense. Com algumas dificuldades no arranque, a Refood de Almada, graças a parceiros individuais e privados, tem a decorrer a operação de distribuição de “Pão e bolos”, a populações locais necessitadas, com caráter regular, apoiando, dessa forma, cerca de 200 famílias. Mas a Refood de Almada também recolheu e distribuiu fruta a populações locais carenciadas, através de instituições sociais locais. A Refood apela a que voluntários se juntem ao

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projeto de Almada ou a um futuro núcleo que tenciona dinamizar em Corroios, tendo para o efeito uma equipa provisória de gestores a trabalhar nesse projeto. MARGEM SUL NÃO SE PODE ALHEAR DA REALIDADE «A margem sul não se pode alhear da Refood, que tem a funcionar em todo o país, cerca de 38 centros, mais de metade dos quais em Lisboa, tem mais 13 em formação, um dos quais em Almada, e para os quais o poder autárquico, na sua maioria, tem sido decisivo, mas

não exclusivo», vinca António Calado, que acrescenta: «Convidamos todos os que queiram juntar-se a nós para serem nossos parceiros e ajudarem a combater o desperdício e eliminar a fome, apoiando os mais carenciados e to-

dos os que precisem de apoio, nestes tempos difíceis e que mais do que nunca necessitam de solidariedade e fraternidade de todos nós». Além de voluntários, a Refood necessita de ajuda material, como frigorífi-

cos, arcas, estantes, caixas térmicas, embalagens acondicionadoras, sacos recicláveis para transporte, bancadas, senhas de combustível, cubas de lavagem, tinta para pinturas, aventais, tocas, luvas de plástico e detergentes.


LOCAL

SANTIAGO DO CACÉM Avança requalificação no bairro das Flores

BARREIRO Doçaria tradicional em destaque em 13.ª mostra O município volta a promover a Mostra de Doçaria Tradicional. Na 13.ª edição, a iniciativa realiza-se dia 27, pelas 16h30, no Forum Barreiro. As inscrições, gratuitas, podem ser efetuadas até dia 14. Esta mostra/concurso é aberta a profissionais, amadores e público em geral residente no concelho. São admissíveis a concurso doces de colher, bolos de qualquer tipo e fritos. Cada concorrente poderá participar com um máximo de dois doces/bolos. O municpio promove esta iniciativa procurando contribuir para despertar o interesse na preservação e recriação de receitas tradicionais, assim como para o conhecimento da importante herança que constituem as doces e variadas receitas do património cultural do nosso País. A atividade pretende ainda incentivar, promover e divulgar a doçaria tradicional.

GRÂNDOLA Semanas gastornómicas com sabores doces e salgados Chocolate acompanhado de cogumelos, frutos secos e batata-doce são os principais ingredientes das ementas propostas pelos 23 restaurantes do concelho que participam na 12.ª Semanas Gastronómica promovidas pelo município. No total, são 80 pratos diferentes confecionados à base dos produtos típicos desta época do ano e chocolate, aproveitando a doce coincidência da realização da Feira de Chocolate que decorre na vila até este domingo. No evento, os chefes dos restaurantes apresentam os tradicionais pratos de carne e de peixe com acompanhamentos requintadamente preparados com batata-doce, cogumelos ou frutos secos.

SINES Alterações urbanísticas entraram em vigor Alterações ao regulamento municipal das edificações urbanas, ao plano de pormenor da zona de expansão sul-nascente e ao plano de pormenor da cidade desportiva entraram em vigor recentemente. As alterações ao RMEU visaram adaptá-lo às novas exigências do processo de modernização administrativa e implementação do balcão único. Ao PPZE foram eliminados os polígonos de implantação dos equipamentos, redesenhados os polígonos de implantação de 2 lotes, divididos alguns lotes e introduzidas pequenas alterações regulamentares. A alteração ao PPCD reduziu de 4 para 2 vias a faixa de rodagem junto às lojas e redefiniu a ciclovia.

SESIMBRA Candidaturas de 10,4 milhões valorizam território A autarquia está a desenvolver candidaturas para apresentar ao Portugal 2020, um acordo de parceria entre o Governo e a Comissão Europeia com vista ao desenvolvimento económico, social e territorial do país entre 2014 e 2020. Os investimentos totalizam 10,4 milhões de euros. Das candidaturas destaca-se a criação do Centro de Apoio à Incubação de Empresas de Sesimbra, o reforço da rede escolar da Quinta do Conde, com a construção de mais uma escola básica e jardim-de-infância, a melhoria da eficiência energética de pavilhões desportivos e equipamentos municipais, a valorização do Castelo, o reforço de apoios e projetos de cariz social e o início da requalificação do Santuário do Cabo Espichel.

SETÚBAL Desfiles de moda animam baixa O Setúbal Fashion Weekend, evento de divulgação das tendências da moda outono/inverno de lojas de roupa da baixa e de outros estabelecimentos comerciais, realiza-se a 11 e 12 deste mês. A iniciativa, organizada pela DerivaStatus, prevê, ao longo de dois dias, a realização de sete desfiles de moda, dois na Praça de Bocage e cinco nas ruas Paula Borba e Álvaro Castelões. O evento abre dia 11, às 21h30, com desfile na Praça de Bocage, no qual são mostradas as mais recentes novidades de várias lojas da baixa. A organização, que promete algumas surpresas, conta ainda com a atuação de Gerson Santos. No dia 11, as ruas Paula Borba e Álvaro Castelões, recebem cinco desfiles nos quais perto de uma dezena de lojas de roupa da Baixa sadina dão a conhecer as coleções outono/inverno.

ALMADA 6.º Festival “Cantar Abril” abre inscrições O período de candidaturas ao 6.º Festival Cantar Abril - Concurso de Música de Intervenção está a decorrer até 31 de janeiro de 2017. Organizado pelo município, desde 2007, neste concurso bienal de música de intervenção os participantes têm a possibilidade de recriar canções da resistência de Zeca Afonso, Fausto, Sérgio Godinho e José Mário Branco, entre outros, mas também de criar temas inéditos sobre a Liberdade. Além do Prémio Carreira Carlos Paredes, que distingue com um troféu uma personalidade ou instituição de relevo do panorama musical português, aos vencedores serão atribuídos os prémios Adriano Correia de Oliveira (Recriação), Ary dos Santos (Poesia) e José Afonso (Tema Original). Uma homenagem a quatro nomes da música, da canção e da poesia de intervenção.

O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, esteve ontem reunido com a população do Bairro das Flores, em Vila Nova de Santo André. A reunião, que teve lugar na biblioteca local, ao final da tarde, teve com objetivo de apresentar publicamente o projeto de requalificação do espaço público daquele bairro. A operação consiste na requalificação urbanística dos espaços públicos do Bairro das Flores, atualmente com «sinais visíveis de degradação física e de desadequação funcional, potenciando, assim, a melhoria do ambiente urbano e a concretização de intervenções de reabilitação do edificado envolvente».

PALMELA IMI desce pelo quarto ano consecutivo O município pretende reduzir a taxa de IMI pelo quarto ano consecutivo, sendo 0,3875 por cento o valor a aplicar em 2017 aos prédios urbanos. A proposta, aprovada na reunião de Câmara realizada a 28 de outubro, supera a redução prevista para todo o mandato e tem em conta a recuperação do equilíbrio financeiro do município, com a estabilização da receita dos impostos diretos e uma significativa redução das despesas correntes. Tal como em 2015, o município aplicará, também, um importante conjunto de reduções e majorações, em função da localização, do estado e dos usos dos edifícios, incentivando a reabilitação urbana e apoiando a criação de comércio, serviços e o arrendamento a jovens.

ALCÁCER DO SAL Crianças tentam salvar o pai Natal O conto “O Rapto do Pai Natal”, de L. Frank Baum, é o ponto de partida da 11.ª Oficina dos Sonhos, a animação de natal do município, através da Oficina da Criança e da biblioteca local. A ter lugar na Misericórdia, de 14 de novembro a 7 de dezembro, a iniciativa vai contar com a participação de 650 crianças do pré-escolar e 1.º ciclo do básico. As crianças vão ser transportadas para o ambiente da história e tornar-se atores ativos, que interagem e participam na encenação, na qual vão aprender uma valiosa lição sobre valores morais que, muitas vezes, se confrontam com os “monstros da montanha”: o egoísmo, a inveja, o ódio, a maldade e o arrependimento.

MOITA Estaleiro naval de Sarilhos vai ter percurso visitável Na sua última reunião descentralizada, em Sarilhos Pequenos, o município aprovou, por unanimidade, um protocolo com o estaleiro naval local, para criação de um percurso visitável dentro do estaleiro, através da instalação de painéis interpretativos que permitam a compreensão da construção naval em madeira. Este estaleiro constitui um valioso legado patrimonial, que inclui um vasto espólio material, instrumentos e ferramentas, bem como saberes e técnicas tradicionais de trabalho, utilizadas pelos seus carpinteiros navais, calafates e pintores na recuperação/construção das embarcações tradicionais do Tejo.

ALCOCHETE Município garante investimento para 2017 As Grandes Opções do Plano, Plano Plurianual de Investimentos, Atividades mais Relevantes para os anos de 2017/2020, o Orçamento e o Mapa de Pessoal para 2017 foram aprovados por maioria, com a abstenção do PS e o voto contra do PP, em finais de outubro. O Orçamento para 2017 tem o valor de 14.620.305 euros, com as receitas correntes a atingir o montante de 14.248.927 euros e as receitas de capital 371.378 euros. No que respeita à despesa, esta subdivide-se em despesas correntes no valor de 12.988.066 euros, atingindo as despesas de capital 1.632.239 euros. O edil Luís Franco, realçou que «a situação económica e financeira da câmara é muito positiva e caminha de forma evolutiva e progressiva para uma situação de estabilidade», devido «nos 2 últimos anos, à política de contenção da despesa e de necessidade de aumento da receita».

SEIXAL Concelho celebra 180.º aniversário O 180.º aniversário do concelho, que se celebra este sábado, é assinalado com várias iniciativas desportivas, culturais e sociais. O grande destaque vai para dois eventos. Às 9 horas, realiza-se, nos serviços centrais, o encontro de “Autarcas 1976-2016: 40 Anos de Eleições Autárquicas em Democracia”, um evento que reúne os autarcas que ao longo dos 40 anos após as primeiras eleições democráticas ajudaram a construir o concelho. Às 16 horas, no auditório municipal, decorre a sessão solene comemorativa do 180.º aniversário do concelho. Nesta sessão vão ser atribuídas medalhas de mérito municipal, cultural, desportivo, empresarial e de bons serviços municipais a personalidades e instituições que se destacaram no concelho, e as medalhas de 25 e 40 anos de serviço aos funcionários da câmara e juntas de freguesia.

MONTIJO Município apoia construção de pavilhão desportivo O município acaba de aprovar recentemente, por unanimidade, 76 mil e 800 euros à Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro para a construção de um pavilhão. A construção do pavilhão, num terreno anexo à coletividade, trará grandes vantagens para o desenvolvimento das atividades da coletividade, como as danças de salão e o hip hop cujos praticantes participam em vários certames nacionais e internacionais. A coletividade, fundada em 1854, é uma das mais emblemáticas do concelho. Além das danças de salão e do hip hop, está dotada de banda filarmónica e promove aulas de ginástica, ballet, capoeira, dança oriental, yoga, entre outras, envolvendo 300 praticantes.

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CULTURA

“Goodbye Maria Albertina” passa a pente fino as freguesias do Montijo Com um bom feedback do público, aquando da estreia, “Goodbye Maria Albertina” vai passar a pente fino as freguesias do concelho para promover os valores da terra e animar a população. É a segunda produção da Companhia Mascarenhas Martins. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

A

peça de teatro popular contemporâneo “Goodbye Maria Albertina”, da companhia Mascarenhas Martins, estreado no dia 13, no teatro Joaquim D´Almeida, no Montijo, está a ter uma receção «muito boa» por parte do público, segundo Levi Martins, o diretor do grupo daquela cidade. Em quatro dias, o musical foi visto por 663 espetadores. «As pessoas entusiasmaram-se por termos retratado a realidade local, ao mesmo tempo que que propunhamos uma reflexão sobre o lugar da arte na sociedade», realça Levi Martins, que acrescenta que valeu a pena investir

nesta produção: «Fazemos teatro porque acreditamos na necessidade de colocar hipóteses, de criar condições para que possamos refletir em conjunto, num processo coletivo individual de procura. Tendo isso em conta, valerá sempre a pena investir tudo o que pudermos para que tudo isto continue a ser possível, independentemente de questões de ordem financeira ou material». «CHEGÁMOS AO FIM DE UMA ERA» Levi Martins conclui: «A proposta de uma nova sociedade na qual o dinheiro não esteja acima dos nossos sonhos só pode ser feita na prática, ao arriscarmos trocar a hierarquia de valores e privilegiarmos o lado imaterial. Penso que

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chegámos ao fim de uma era e temos de ir começando a inventar as regras da próxima. A cultura, neste caso o teatro, parece-me que pode ter um papel fundamental nesta alteração de paradigma». Do elenco deste espe-

táculo, apenas João Jacinto é atualmente ator profissional, embora Maria Marques Jacinto e João Marques Jacinto tenham tido formação e experiência profissional na área, nomeadamente em televisão e já participaram em

vários espetáculos de teatro, música e poesia. “Goodbye Maria Albertina” segue agora para uma digressão pelas quatro freguesias do concelho. Este sábado, às 16 horas, vai estar na Sociedade Recreativa de S. João das

Craveiras, em Pegões, subindo ao palco da Misericórdia de Canha, no dia 12, às 21 horas. A 19 e a 26 poderá ser vista, sempre às 21h30, na Academia União e Trabalho, em Sarilhos Grandes, e na Sociedade Recreativa Atalaiense.


AGENDA

CULTURA

TALENTOS SADINOS BRILHAM EM REVISTA DE CARLOS ESPAÑOL

Joel e Praia,dois diamantes para lapidar

ALMADA05NOVEMBRO21H00

NAO D´AMORES DELEITA OS SENTIDOS TEATRO JOAQUIM BENITE

A CTA, em co-produção com a companhia espanhola Nao d’amores, mantém em cena a sua última criação, estreada em julho no Festival de Almada e apresentada em digressão em Madrid, Almagro e Segóvia: “Nao d’amores”, de Gil Vicente, com encenação de Ana Zamora. Com Catarina Melo, Estêvão Antunes, Filipa Meneses e Luís Lima.

MONTIJO05NOVEMBRO16H00

GOODBYE MARIA ALBERTINA EM PEGÕES SOCIEDADE S. JOÃO DAS CRAVEIRAS

Depois de ter feito curta carreira no teatro Joaquim D´Almeida, o musical da companhia Mascarenhas Martins, a partir da poesia de Maria Marques Jacinto, com encenação de Maria Mascarenhas, começa o seu périplo pelas freguesias do concelho do Montijo para animar as populações.

BARREIRO05NOVEMBRO21H30

COMÉDIA DE AVÓ COMPLICADA TEATRO MUNICIPAL

A ArteViva continua a apresentar a comédia “La Nonna”, de Roberto Cossa, com encenação de Luís Pacheco. O público vai divertir-se com a história de uma avó centenária que devora tudo o que lhe passa pelas mãos e que com o seu egoísmo conduz a família à autodestruição.

PALMELA05NOVEMBRO16H00

FESTA DA MARIONETA PARA FAMÍLIAS TEATRO S. JOÃO

No âmbito da Festa da Marioneta, o município e a Artemrede, apresentam um espetáculo para as famílias, com entrada a 1 euro. O Centro Cultural de Poceirão recebe o Teatro e Marionetas de Mandrágora, com “Capucha Vermelha”*, uma criação e interpretação de Filipa Mesquita, a partir da adaptação livre do conto dos irmãos Grimm.

O

s jovens setubalenses Joel Carvalho e João Praia deram cartas na estreia da revista à portuguesa de Carlos Español, “E agora? Quem é que manda?”, que aconteceu, no dia 29, com casa cheia, na Sociedade Musical Ordem e Progresso, em Lisboa. Joel Carvalho representou com garra e cantou maravilhosamente dois temas de Max, um dos homenageados do espetáculo. Já João Praia, mostrou a sua criatividade nos figurinos e cenários, de elevada qualidade. Verdade seja dita: temos dois diamantes para lapidar. Estão os dois

de parabéns, uma vez que não deixaram os seus créditos por mãos alheias e representaram com categoria a cidade de Setúbal nesta produção alfacinha. No final da representação, o mentor da revista Carlos Español, mostrava satisfeito com a estreia, após cerca de dois meses de ensaios. «Fizemos mais de 100 figurinos para este espetáculo, muito luxuosos, e ainda nos falta receber os apoios da Câmara de Lisboa e da Misericórdia de Lisboa. O espetáculo está muito longo. Vou cortar metade», acrescentando que a revista veio rejuvenescer uma coletividade cm 130 anos. «Pin-

támos a sala para a estreia e estamos muito orgulhosos. Tenho uma grande equipa, a todos os níveis, composta por 30 pessoas. É uma loucura». Com um investimento de 15 mil euros, a revista volta à cena este sábado, às 21 horas, para momentos de boa disposição e homenagens a Max e a Vasco Morgado I.

A atração da estreia foi o travesty Luna (Ricardo Magalhães). No elenco também estiveram Victor Nascimento, Felipa Banazol, João Roque, Beatriz Cassona, Melissa Alves, Nuno Alho, Iara Alves, Joel Carvalho, Leny Dias, João Paulo e Tânia Passos. Não esquecer o corpo de baile formado por três bailarinas.

Montijo recebe “As mentiras Dançarte apresenta que os homens contam” espetáculo para bebés em Quinta do Anjo e Poceirão

A

lmeno Gonçalves, António Melo, Fernando Ferrão e Joaquim Nicolau compõe o elenco da peça “As mentiras que os homens contam” que está em cena no teatro Joaquim d’Almeida, este sábado, às 21h30. A peça fala da história de Jorge e Carla, um casal que vive os problemas e alegrias de qualquer relacionamento, num meio social comum

para a maioria das pessoas, com amigos “sacanas”, algumas amantes, onde as personagens se colocam em situações embaraçosas por mentiras inocentes. Um espetáculo hilariante que apresenta uma galeria de personagens capazes de qualquer engano para preservar a própria pele. Mas serão todos incorrigíveis mentirosos ou simples inventores de histórias?

A

Dançarte, companhia residente no teatro S. João, em Palmela, apresenta o espetáculo de dança e música para bebés, “Imágini”, este sábado, em Quinta do Anjo, na Sociedade de Instrução Musical, em Quinta do Anjo, e no dia 27, no Centro Cultural de Poceirão, sempre às 16 horas.

Trata-se da 8.ª produção destinada a este público específico e famílias, criada em 2016, a partir do cruzamento de artes como a dança e a música, entre outras, onde os intérpretes partilham o espaço com os bebés e acompanhantes, apelando à interação. A lotação limitada e a entrada está sujeita a inscrição prévia.

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SETÚBAL11NOVEMBRO21H30

MOUTINHO FESTEJA 40 ANOS FORUM LUÍSA TODI

O fadista Pedro Moutinho festeja 40 anos de vida num espetáculo em que apresenta o quinto CD de originais “Fado em Nós”. Neste CD, Moutinho procura a espontaneidade das interpretações, quando estas se libertam do confinamento do estúdio de gravação. O CD evoca referências como Hermínia Silva e Carlos Ramos.

SINES11NOVEMBRO21H30

NOITE DE FADOS

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS Os bombeiros locais organizam uma noite de fados com André Baptista, Joana Luz e Vânia Duarte, acompanhados pelos músicos João Núncio (guitarra portuguesa), Carlos Silva (viola) e Fernando Salema (baixo). Rui Naves (piano) assegura a 1.ª parte.

GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos convites para os nossos leitores assistirem ao “Musical da Minha Vida”, de Filipe La Feria, no Casino do Estoril, para a revista popular à portuguesa “Parque à vista”, em cena no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer em Lisboa, para a comédia “Nonna”, pelo ArteViva, do Barreiro, e para o musical do TAS “Bocage, Inferno & Paraíso”, em cena no Teatro de Bolso. Para ganhar os convites, basta ligar 969 431 085 ou 918 047 918. ​

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POLÍTICA

MAIORIA DIZ TER APRESENTADO UM DOCUMENTO QUE TEM ESTRATÉGIA PARA ALÉM DE 2017

Câmara de Alcácer do Sal aprova orçamento de 27,5 milhões de euros A maioria confia num ano de grandes investimentos, entre os quais estão o plano de mobilidade para o Torrão e novas estações de tratamento de águas residuais. Há também o arranque de projetos já aprovados pelo 2020. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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Câmara de Alcácer vai lançar no próximo ano alguns dos investimentos já aprovados no âmbito do quadro comunitário de apoio Portugal 2020, num total de 10 milhões de euros até 2022. A parte de arranque vale 1,6 milhões de euros, e está inscrita no orçamento do próximo ano, aprovado esta semana. O orçamento para o próximo ano, estimado em 27,5 milhões de euros, vai para além do ano de 2017, delineando-se, de acordo com o executivo,

“uma estratégia de médio e longo prazo que projetará Alcácer do Sal num patamar de desenvolvimento sustentável impar no Litoral Alentejano e no panorama regional”. O executivo afirma que “apesar de nos encontrarmos num contexto económico-financeiro em que são evidentes graves limitações e fortes constrangimentos à atividade do poder local, e ao condicionamento do investimento privado e consequentemente do desenvolvimento económico, o Orçamento aponta para a concretização de investimentos e projetos há muito desejados pela população e nos quais o executivo se

empenhou. É o caso do arranque da obra do Museu Pedro Nunes, que foi encerrado em 2007, a conclusão do novo PDM, cuja revisão se iniciou este mandato e o início do desenvolvimento do Plano de Mobilidade para o Torrão. ÁGUAS E SANEAMENTO SETOR EM DESTAQUE Outra área a merecer forte destaque no orçamento deste ano da câmara de Alcácer, é o das águas e saneamento. Está previsto um grande investimento na construção de estações de tratamento de águas residuais, em vários aglomerados e a remodelação de infraestruturas de rede de água e saneamento em di-

versas aldeias do concelho. A construção de um parque de merendas na Comporta, a implementação do projeto de iluminação do património e reabilitação da Estrada de

Casebres, são outros dos projetos contemplados. O documento com as Grandes Opções do Plano e Orçamento Municipal para 2017 foi aprovado com os votos contra dos

vereadores do PS, sendo a maioria diz ter provado que “existe uma opção clara de investimento quer do lado da despesa corrente quer do lado do investimento”.

ENCONTRO DE AUTARCAS PARA LEMBRAR OS 40 ANOS DAS PRIMEIRAS ELEIÇÕES LOCAIS

Seixal celebra hoje primeiras eleições autárquicas em democracia Integrado no programa comemorativo do 180.º aniversário do concelho, a autarquia vai juntar homens e mulheres que nos últimos quarenta anos desempenharam atividade e trabalho autárquico no concelho. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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s primeiras eleições autárquicas realizadas em Portugal, no pós revolução de Abril, ocorridas a 12 de Dezembro de 1976, vão ser recordadas, hoje, no encontro de autarcas que a Câmara do Seixal vai realizar nos Serviços Centrais da autarquia, consagrando desta forma os homens e mulheres que, na sequência do trabalho das comissões administrativas, legitimaram o Poder Local Democrático no nosso país. Segundo a organiza-

ção, quarenta anos passados, “é inegável o papel desempenhado pelos au­ tarcas no progresso do país, num trabalho de proximidade das populações e do serviço público”. Mas vai estar sobretudo em cima da mesa, o trabalho autárquico no concelho seixalense, no­ meadamente papel dos autarcas que “foi determinante para a evolução do concelho onde tudo faltava, até ao que hoje é: um concelho jovem, com um dos mais elevados níveis de qualidade de vida em áreas como a educação, a cultura, o desporto, o ambiente ou o desenvolvimento económico e social”.

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INICIATIVA INTEGRADA NO 180.º ANIVERSÁRIO DO CONCELHO A celebração dos 40 anos das eleições autárquicas em democracia, está integrada no programa comemorativo do 180.º aniversário do concelho do Seixal, sendo que o encontro é destinado aos homens e mulheres que, ao longo de quarenta anos, deram o seu contributo, num trabalho coletivo e de cooperação, construindo consensos em resposta aos interesses e necessidades da população, em órgãos como a câmara municipal, a assembleia municipal, juntas de freguesia e assembleias de freguesia.


DESPORTO

ATLETAS DE ALTA COMPETIÇÃO HOMENAGEADOS

Velejadores João Rodrigues e João Cabeçadas relatam experiências surpreendentes A dupla de velejadores, João Cabeçadas e João Rodrigues vai contar as suas experiências ao público escolar em provas internacionais. A iniciativa decorre dias 11 e 12 em Setúbal, por iniciativa do município, e inclui sessões escolares, palestras, aulas práticas e uma homenagem.

Município do Montijo apoia construção de pavilhão desportivo da 1.º de Dezembro

TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

Câmara Municipal do Montijo aprovou, por unanimidade na reunião pública de 26 de outubro, um apoio financeiro de 76 mil e 800 euros à Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro para a construção de um pavilhão. A construção deste pavilhão, num terreno anexo à sede da coletividade, tra-

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s estórias vividas pelos atletas, ao longo do percurso profissional, são contadas na primeira pessoa em “Experiências Surpreendentes em Desporto – A Vela Mundial de Alta Competição”. Os velejadores participam no dia 11, às 10 horas, em Azeitão, na iniciativa “Embaixador Vai à Escola”, com alunos dos 1.º e 2.º ciclos. João Cabeçadas partilha as venturas e desventuras pelos mares e oceanos com as crianças da EB de Azeitão. À mesma hora, João Rodrigues explica na EB da Brejoeira como é ser o português com mais presenças nos Jogos Olímpicos. Às 15 horas, no Fórum Luísa Todi, a dupla participa num encontro do ciclo “Experiências Surpreendentes em Desporto”. A conversa com João Rodrigues aborda “A Experiência da Vela de Alta Competição com a presença em sete Jogos Olímpicos – de Barcelona 1992 ao Rio 2016”, enquanto

João Cabeçadas desenvolve o seu percurso profissional no tema “A Vela Oceânica de Alta competição e a Experiência como Membro da Equipa Suíça ‘Alinghi’ de Vela de Alta Competição – catamarãs em hydrofoils”. HOMENAGEM AOS DOIS ATLETAS Ainda no dia 11, os dois atletas são homenageados, numa cerimónia, às 19 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Os jovens e o público são convidados a participar em “Vem Velejar com João Rodrigues e João Cabeçadas”, no dia 12, às 11 horas, no parque de Albarquel. João Cabeçadas, natural de Setúbal, é o mais internacional dos navega-

dores portugueses. Conta com 16 travessias do Atlântico, três do Índico e duas do Pacífico. Participou em três voltas ao mundo em vela. Atualmente, integra a equipa de terra do “Alinghi” (Suíça), vencedora das 31.ª e 32.ª edições da America’s Cup e concorrente na Extreme Sailing Series – catamarãs em hydrofoils. Natural da Madeira, João Rodrigues foi, na prancha à vela, campeão do mundo em 1995 e vice em 2008 e campeão da Europa em 1996, 1997 e 2008. É o desportista português com mais presenças em Jogos Olímpicos, sete, e foi porta-estandarte da Missão Olímpica Portuguesa do Rio 2016.

rá grandes vantagens para o desenvolvimento das atividades promovidas pela Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, como as danças de salão e o hip-hop cujos praticantes participam em vários certames nacionais e internacionais onde já se sagraram campeões distritais e nacionais. A Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro,

fundada no ano de 1854, é uma das mais emblemáticas e prestigiadas associações do concelho. Para além das danças de salão e do hip-hop, a coletividade tem uma Banda Filarmónica e promove aulas de ginástica, ballet, capoeira, dança oriental, yoga, entre outras, envolvendo cerca de 300 praticantes de diversas idades.

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Estádio do Bonfim volta a receber os Sub-21 de Portugal

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estádio do Bonfim, no dia 11, pelas 17h15, volta a ser palco de um jogo da seleção nacional de sub-21. Trata-se de um jogo de preparação para o Campeonato da Europa de 2017, frente à República Checa, seleção também apurada para a fase final a realizar na Polónia.

Os comandados de Rui Jorge, que incluiu na convocatória o guarda-redes do V. Setúbal, Bruno Varela, iniciam, assim,

a preparação para a fase final da competição. O jogo tem entrada livre, mediante apresentação de convite. Recorde-se que o último jogo de uma seleção nacional no estádio do Bonfim decorreu em agosto de 2013, quando os sub-21 de Portugal defrontaram a congénere suíça.

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NEGÓCIOS

BAIA DO TEJO E MPE - MADEIRA PARQUES EMPRESARIAIS ASSINAM PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO

Acolher empresas e estender negócios entre parques no continente e na Madeira

Os responsáveis das duas empresas firmaram um acordo que vai permitir que empresas sediadas em parques da Baia do Tejo e do MPE possam estender a sua atividade entre o continente e o arquipélago. presarial do Barreiro, projeto lançado em 2013, foi inaugurada ontem, já com 100 por cento dos espaços concessionados. O centro, que está capacitado para acolher todo o tipo de empresas de várias dimensões, é mais uma ferramenta para apoio à atividade empresarial da região. «A procura superou a oferta. É um desafio que se coloca desde já à Baía do Tejo, continuar a responder ao mercado e, por outro

TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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esponsáveis da Baia do Tejo, que gere os parques empresariais da ex-Quimiparque e Siderurgia Nacional, assinaram um protocolo com a congénere MPE – Madeira Parques Empresariais, que visa permitir que as empresas já sediadas possam instalar-se em ambos os parques, estendendo, dessa forma, os seus negócios ao continente e ao arquipélago. O protocolo teve a chancela do secretário de Estado da Economia, Turismo e Cultura da Madeira que o considerou de grande importância, uma vez que, «tem a dupla vertente de tentar captar investimento para a Madeira e de permitir às empresas madeirenses encontrar soluções para se

estabelecerem fora do arquipélago e de tentarem encontras noutras regiões de país o mercado que lhes falta na Madeira». Por seu turno, o presidente da Baia do Tejo, Jacinto Pereira, destacou o potencial que o documento agora assinado pode significar «para o conjunto de empresas sediadas nos parques empresariais de ambas as instituições, as quais, para além de po-

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derem agora encontrar condições mais favoráveis de instalação em cada um dos territórios, poderão desenvolver sinergias e relações de maior proximidade, capazes de incrementar as suas operações». INAUGURAÇÃO DA 3.ª FASE BUSINESS CENTRE Entretanto, a terceira fase do Business Centre do Parque Em-

lado, é a confirmação de que a decisão estratégica estava certa», disse ao Semmais fonte da empresa. Segundo a mesma fonte, esta decisão permitiu também diversificar o perfil de empresas, tais como tecnológicas e empresas de serviços que se vieram juntar às unidades industriais e de logística já habituais nos parques empresariais».

Solidariedade para com vítimas de incêndios A Baia do Tejo entregou à secretária Regional da Inclusão e Assuntos Sociais do Governo da Madeira um contentor com materiais de construção, electrodomésticos e outros artigos de consumo doméstico, decorrente da campanha de solidariedade que lançou a colaboradores e clientes dos seus parques empresariais, na sequência dos incêndios deflagrados em Agosto deste ano.


NEGÓCIOS

V FÓRUM DE DESENVOLVIMENTO LOCAL BARREIRO-MOITA

DAS COISAS NASCEM COISAS

Rede de Empregabilidade incentiva desenvolvimento socioeconómico no Barreiro e Moita A Rede para a Empregabilidade do Barreiro-Moita e as câmaras dos dois concelhos vão organizar o seu V Fórum, dias 23 e 24 de Novembro, no Auditório Augusto Cabrita, no Barreiro, sob o tema “Uma Cidade Feliz Criatividade, Inovação, Desenvolvimento e Competitividade”. A ideia é incentivar o desenvolvimento socioeconómico destes territórios TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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ncentivar o desenvolvimento socioeconómico dos territórios da frente Barreiro e Moita, zonas consideradas de grande força económica e com um universo empresarial muito ativo, é o objetivo maior do V Fórum de Desenvolvimento Local Barreiro e Moita, que se realiza dias 23 e 24 no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro e que vai discutir temas como a Criatividade, Inovação, Desenvolvimento e Competitividade, que se realiza dias 23 e 24 no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro. Segundo os promotores do evento, a ideia é

apostar nas competências e potencialidades endógenas, numa perspetiva de alinhamento estratégico para o desenvolvimento de comunidades sustentáveis. A iniciativa arranca no dia 23, entre as 15h00 e as 18h00, com a apresentação do projeto “IGNITE Youth”, dirigido a jovens dos 15 aos 30 anos, o qual visa a partilha de ideias e projetos que podem fazer a diferença na criação de uma cidade competitiva, justa, feliz num Barreiro e Moita de futuro, refere a nota de imprensa do município barreirense. PROJETOS APRESENTADOS PODEM SUBMETER-SE A FUNDOS Os trabalhos prosseguem dia 24, entre as 9h00 e as 17h30, com a realização

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istórias de sofrimento, sobrevivência e esperança estão muito bem contadas na obra de Raúl Brandão. Uma realidade lembrada aos leitores que não mudou muito desde a primeira publicação de Os Pescadores, em 1923. É de sofrimento que falamos quando falamos da vida dos pescadores portugueses. Sofrimento causado pela necessidade que a sobrevivência impõe.

do seminário “Trabalho em Rede, Desenvolvimento Regional, Inovação e Fundos Estruturais” e com a “Mostra de Ideias e Projetos”, oportunidade para a divulgação de divulgar ideias e iniciativas que ofereçam visibilidade às empresas e a soluções inovadoras que pro-

movam o aproveitamento económico dos investimentos estruturantes no território. Em termos concretos, os projetos apresentados nesta sessão passarão por uma fase de seleção e poderão ser apresentadas candidaturas até dia 15 de Novembro deste ano.

O provador oficial para os vinhos de Portugal, da publicação americana “The Wine Advocate, Mark Squires”, editou o seu terceiro artigo sobre vinhos da região com 51 notas de prova. Entre Moscatéis de Setúbal e vinhos da Península de Setúbal e de Palmela, as pontuações na escala de Robert Parker variam entre os 87 e os 95.

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Maquinações piscatórias Raúl Brandão Os Pescadores

Revista americana diz que vinhos da região merecem mais atenção

nhos Horácio Simões Moscatel Roxo de Setúbal 1996e Quinta do Piloto Moscatel de Setúbal Coleção de Família. No total foram avaliados 20 Moscatéis de Setúbal, que Mark Squires descreveu há um ano como ‘Os melhores vinhos que ainda desconhecemos’ e 31 vinhos da Península de Setúbal e de Palmela, de sete produtores da região – António Saramago Vinhos, Casa Ermelinda Freitas, Adega de Pegões, Horácio

DIESIGNER | DIRECTOR DE ARTE

O Sol já se pôs e não vi o raio verde... O Mundo não existe, o mundo é a luz.

PUBLICAÇÃO ESPECIALIZADA PONTUA VINHOS DA PENÍNSULA

s Moscatéis de Setúbal da Casa Agrícola Horácio Simões - Moscatel Roxo de Setúbal 2003 e Moscatel Roxo de Setúbal Superior Excellente -surgem no topo da lista com 95 pontos. O Hexagon tinto, 2009, da José Maria da Fonseca surge de seguida com 94 pontos, podendo ser, segundo o crítico, considerado ‘o melhor vinho tinto deste artigo’. Ainda com 94 pontos surgem os vi-

JOSÉ TEÓFILO DUARTE

Simões, José Maria da Fonseca, Quinta do Piloto e SIVIPA. Para Dezembro o crítico promete ainda voltar aos Vinhos da Península de Setúbal com os produtores José Maria de Fonseca e Bacalhôa. No artigo Squires afirma ainda que ‘A região merece mais atenção’ e espera que esta série de artigos sobre os Vinhos da Península de Setúbal ‘ajude a mudar’ e a potenciar a dinâmica de exportações. Henrique Soares, Presi-

dente da Comissão Vitivinícola da Península de Setúbal, não tem dúvidas que ‘o reconhecimento que a The Wine Advocate tem vindo a dar aos Vinhos da Península de Setúbal irá beneficiar as exportações, sobretudo no mercado americano. É uma importantíssima confirmação e garantia de qualidade que nos permite chegar ao mercado com mais argumentos e passar a barreira do desconhecimento.

Homens que saem para o mar, permitindo assim as escolhas alimentares dos que ficam em terra. O peixe grelhado que nos delicia nos dias quentes de verão não denuncia o trabalho árduo dos homens que o resgatam ao mar. Pensamos nisso? Claro que não. Nem isso é exigível aos motivados comensais. Cada um faz pela vida utilizando a profissão que abraçou, ou que lhe calhou em sorte. Só percebemos a grandeza do trabalho destes homens quando o mar os abraça com mais violência. A natureza tem dias. Há alguns em que agride. A crueldade da natureza atinge vidas. Ofende e mata. Os pescadores são assim como soldados que asseguram a defesa das populações. E correm riscos como soldados. Usam as armas que a luta lhes impõe. Insistem sempre, mesmo quando há batalhas perdidas. São gerações de pescadores que enfrentam as traições das ondas que pensam conhecer tão bem. Gamy Fernandes recorda-se destas armas em repouso. Quem vive nas zonas litorais conhece estes apetrechos. Redes imensas enleadas em pequenas boias. Cascos de embarcações castigados pelo tempo. Pegou nas imagens que lhe ilustram essa memória e usou pincéis e tintas para nos recordar que há vida e gente e trabalho, muito trabalho por ali. O mundo não existe. Existe a luz que nos permite ver as coisas. Esta abordagem da Gamy descobre a luz e a cor dos objectos que são a ferramenta dessa gente de coragem que arrisca e desafia todos os perigos. Neste ofício é o homem que é máquina. Estas pinturas fazem lembrar maquinações oleadas pela consciência social de um certo pulsar das coisas. Vamos homenagear uma gente que trabalha e sofre e tem esperança. Vamos recordar gente boa. A exposição abre este sábado às seis e meia da tarde, na galeria da Casa da Cultura, em Setúbal, e vai estar em exibição até ao último dia do mês. A casa é vossa. Apareçam por cá.

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EDITORIAL

OPINIÃO

AV

O mais bem guardado dos segredos do turismo Raul Tavares Diretor

Experiência à esquerda, desnorte à direita

P

ela segundo ano, a “gerigonça”, aquela ‘coisa política’ a que quase ninguém vaticinava sequer uma lua-de-mel, fez passar o seu orçamento de Estado, documento fundamental para a estabilidade do país e, no quadro partidário, de qualquer coligação, mesmo que sendo esta, como o é, apenas de incidência parlamentar. Independentemente das diferenças, que continuam públicas e notórias, os partidos à esquerda têm dado, a bem da verdade, uma grande lição de sentido de Estado, humildade na luta partidária e em cumprirem o que nos prometeram: devolver direitos e rendimentos, sonegados pela austeridade cega do anterior governo e da troika, às pessoas, às famílias e às empresas. E, pelo vistos, tudo isto está a ser concretizado, rompendo com os cortes no estado social, sem aumento de impostos sobre o trabalho e sobre os rendimentos da classe média (a mais fustigada pela crise) e a caminho de um histórico cumprimento do deficit - essa fasquia em que os grandes da Europa a podem ultrapassar, em negociatas falsárias (como o recente caso francês), e os pequenos não, sob pena de serem considerados lixos. Com tudo isto, a direita desnorteou. Passos Coelho, só vê ou espera pelo ‘diabo’, enquanto os seus pares já o querem ver pelas costas; os centristas descolam da ‘união sagrada’, refugiam-se na luta pela capital autárquica; os jornalistas desse regime austeritário insistem em ver tudo como dantes e há até economistas que se ridicularizam na chegada do apocalipse. Com estes espécimes, o país mergulha noutra dicotomia bacoca. Não há dialética política, há guerrilha partidária. Mas o povo sabe; sempre soube, decidir. Será melhor aguardar pelo fim do ciclo político, quando se fizer as contas a quem governou e a quem fez oposição. A “gerigonça” e os seus partidos afiliados têm dois anos para mostrar se valeu a pena, e a direita ainda tempo para deixam de ver apenas o fim do mundo à sua frente, e contribuírem para o salvar.

Q

ual será o mais bem guardado dos segredos do turismo? Em jeito de adivinha podíamos dizer que sim, que faz barulho, e que sim, que vem pelo ar. E ainda acrescentar que é basicamente de ferro e ainda que voa. Voa alto. Por fim acrescentar que pode ter (aliás, tem cada vez mais) um preço baixo. Na linguagem comum low cost. Pronto já adivinharam. O mais bem guardado dos segredos do turismo é o transporte aéreo. Como os turistas não caem do céu mas vêm dos aviões (a maioria pelo menos) o transporte aéreo é a chave para compreendermos e observarmos o turismo nos últimos anos. Em Portugal. Na Região de Lisboa. E aqui ao nosso lado também. E porquê segredo? E porquê guardado? Porque os egos são enormes e o autoelogio o seu profeta. Quando tudo corre bem, como é manifestamente o caso do turismo neste momento, todos e todas são responsáveis. Cada um arrebata o seu quinhão

de sucesso. Com a mesma fúria e desfaçatez com que desapareceriam imediatamente se a coisa começasse a correr mal. Aí ninguém seria responsável. Ou melhor o responsável seria o outro. Um qualquer outro. Sempre o outro. Voltemos então, e por uma vez que seja, ao transporte aéreo. Aviões, mais aviões e ainda mais aviões. E neles os turistas. Sem eles (os aviões) o país continuaria a ser o que é: hospitalidade, diversidade e magnífica comida. Mas sem turistas. Com menos economia, menos (ainda menos) riqueza e mais desemprego. Em 2015, e apenas o aeroporto de Lisboa (agora Humberto Delgado) recebeu 20,1 milhões de passageiros. Para este ano as projeções variam entre 21,5 e 24,8 milhões. Em 2005, apenas 10 anos antes, recebia 11,2 milhões. São muitos milhões a mais. Esses a mais são precisamente turistas. Se não pudessem chegar ou se as ligações fossem difíceis não vinham. Iam para outro lado qualquer. E

TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR

olhem que o mundo é muito grande. Tem muitos outros lados quaisquer. Mas tem mais. Mais destinos e mais ligações para Lisboa. Muitas mais. Esta foi e é uma das grandes mudanças dos anos mais recentes. De França chegam 273 voos semanais. De Espanha 264. Do Reino Unido 153. Da Alemanha 140. De Itália 113. Do Brasil 75. Dos EUA 60. Apenas para Lisboa. Em todas e em cada uma das semanas. Para valorizar o transporte aéreo são precisos mais e diferentes números? Acho que não. Imaginem agora aviões como sinónimo de turistas. E, logo a seguir, imaginem a possibilidade de termos um novo aeroporto para as low cost. No Montijo. É preciso dizer mais alguma coisa? Ou está

tudo dito? Na minha opinião um melhor equilíbrio na Área Metropolitana de Lisboa, entre o sul e o norte (o referencial é o Tejo, claro está) passa também pelo transporte aéreo e pela possibilidade de uma nova acessibilidade aos recursos e às ofertas da Península de Setúbal. Estar mais perto é, neste caso, ter mais clientes. Turistas quero dizer. Aviões para ser mais preciso. Agora quando assistirem a declarações de governos, associações, institutos, autarquias e regiões de turismo sobre o seu “imprescindível” e “impagável” papel no sucesso do turismo, uma atividade por natureza privada, olhem para o céu. Observem os aviões. São turistas voadores prestes a chegar.

Mais vale cair em desgraça do que ser engraçado…

A

pelidar uma política de esquerda ou de direita, sobretudo em Países com apertada vigilância das instituições financeiras internacionais é hoje uma falácia. Os partidos bem se esforçam por apresentarem medidas emblemáticas que fixem o seu eleitorado e que sirvam de bandeira eleitoral a próximas batalhas eleitorais. Mas convenhamos que não é fácil. Daí vermos uma muy atarefada Mortágua a anunciar medidas orçamentais que depois se vão a ver não só não correspondem ao que ela anunciou, como, pior, são precisamente o seu contrário. Pergunto-me: como é que as pessoas são tão condescendentes com a esquerda e tão pouco vigilantes com a dita direita? sobretudo quando a esquerda

toma medidas que nem a direita ousadia pensar. Aliás, há um ano prognostiquei que Costa, apesar da sua invejável capacidade de sobrevivência a situações adversas, ainda assim não conseguiria resistir a ser puxado de um lado pela Sra. Merkel e pela Sra. Lagard e, por outro pelos seus parceiros Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, cada qual de um lado a querer mostrar mais força do que o parceiro e simultâneamente ambos a quererem mostrar mais força do que os outros dois. Enfim, Costa “meteu no bolso” Merkel, Christine Lagarde, Jerónimo de Sousa, Mário Nogueira, Arménio Carlos, vai convivendo com Catarina Martins e as manas Mortágua, mas já não tão facilmente, embora com ganhos para ambas

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA

VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL as partes e só está a ter alguma dificuldade com Wolfgang Schäuble, o irascível Ministro das Finanças Alemão. Mas tem tanta sorte, tanta sorte que a este, todos nós odiamos e pensamos: do mal o menos. Ou seja, por muito mau que Costa seja, entre Costa e Wolfgang Schäuble, escolheria sempre Costa. A verdade é que o Orçamento de Estado está a passar no parlamento, na Comissão Europeia, nas diversas instituições financeiras que o visam e Costa caminha seguro e nada formoso rumo a mais um ano,

onde ainda se dá ao luxo de transferir mais verbas para aos autarquias, o que levará a uma possível vitória nas autárquicas daqui por um ano. Como eu sempre avisava Pedro Passos Coelho e seus pares: também temos de fazer política se não queremos ser injustiçados. Não me deram ouvidos e agora temos estes, que a fazem muito bem, destroem o País que assiste impávido e serenos e aparentemente feliz. É assim a vida. Pois é PPC. Mais vale cair em graça do que ser engraçado.

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JORNALISTA

FIO DE PRUMO

O outro ranking do lixo

JORGE SANTOS

OPINIÃO

Inicio hoje esta coluna de opinião mensal no SEM MAIS, com muito gosto. O nome de origem latina com que a baptizei – Percepções (perceptio) – tem que ver com a ideia de passar “por entre septos (septum)”. A nossa compreensão das coisas, do mundo e de nós mesmos não é mais do que um caminho feito por entre pontos de referência que vamos construindo na nossa viagem existencial como seres pessoais e sociais. No fundo, é a nossa forma de olhar e ver quem somos e onde estamos. É o nosso caminho.

A

ntigamente os governadores dos povos cumpriam a sua função soberana por direito divino. Depois da Revolução Americana (1776) e da Francesa (1789-1799) as coisas mudaram e os monarcas foram apeados do Poder ou remetidos progressivamente a um papel constitucional e representativo, mas quase sempre decorativo. O caso tardio do antigo imperador japonês Hirohito foi a excepção que confirmou a regra histórica. Mais tarde os donos do mundo passaram a ser os que detinham os instrumentos de poder, como as armas, no caso das ditaduras militares, que ainda persistem, ou o poder financeiro. Deixando de lado a tendência portuguesa para o messianismo, que pelo menos desde o Padre António Vieira não nos larga, quer em termos do anseio por

um homem providencial (afinal D. Sebastião ainda não voltou!), quer como um suposto destino de intervenção lusa no destino das nações, transfigurado na “Mensagem” de Fernando Pessoa, o percurso do nosso país é uma amostra historicamente rica. Vem do absolutismo, passa ao liberalismo e monarquia constitucional para a república parlamentar, daí à ditadura militar, ao autoritarismo fascizante, à democracia e desemboca na actualidade, que é um tipo de regime difícil de definir. Não estamos em democracia pura porque hoje só escolhemos parte dos que nos governam. Em parte são burocratas de Bruxelas, que ninguém elegeu, quem regula as diferentes dimensões da nossa vida pessoal, familiar e comunitária. A União Europeia neste momento não se sabe bem

Poupanças

PERCEPÇÕES BRISSOS LINO COLABORADOR

o que é, tanto por falta de uma liderança capaz, como pela falsa igualdade dos estados que a integram, mas também porque não é capaz de falar a uma só voz, nem de se fazer respeitar no concerto das nações. O ministro das finanças alemão dá-se ao luxo de nos sugerir em quem devemos votar. Mais. Consegue mesmo afirmar – para quem sabe ler nas entrelinhas – que o voto democrático é uma perda de tempo, porque não é possível qualquer política diferente da que ele preconiza. Temos que casar com a TINA (There Is No Alternative) quer

queiramos quer não… Mas o facto é que um breve olhar pelo mundo deixa-nos ainda mais incomodados e mesmo arrepiados. Basta pensar na Coreia do Norte, Venezuela, Zimbabwe, Sudão, Irão, Arábia Saudita, Iémen, Turquia, Síria, Tailândia e tantos, tantos outros. De ditaduras militares e ideológicas a religiosas, de racistas a tribalistas, o ranking dos presidentes está cada vez mais ao nível do lixo. Veja-se ainda o actual dirigente filipino, o turco Erdogan ou a assustadora possibilidade de Donald Trump entrar na Casa Branca.

H

á dias assinalou-se o Dia Mundial da Poupança e toda a gente reconhece que a mensagem foi mais uma daquelas a que poucas pessoas dedicaram alguns instantes de atenção e não erramos se dissermos que ela foi indiferente para todo o mundo. Haverá, no entanto, quem se manifeste preocupado porque a esmagadora maioria dos cidadãos não perde uns simples instantes a pensar a melhor forma de poderem poupar para que o dia de amanhã não seja tão insuportável. Será evidente que quem ganha muito não terá a poupança como assunto diário pois esta acontece quando se retraem na extravagância. No entanto, são conhecidas muitas estórias de gente que “ficou sem nada” pois não soube conter-se perante a fartura da herança ou da sorte nos jogos de azar. Felizmente há quem chegue confortavelmente ao fim do mês e, embora não abra a carteira para dar uns tostões

...embora não abra a carteira para dar uns tostões à vizinhança desprotegida...

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à vizinhança desprotegida – nem essa é a sua missão – consegue comprar mais uns mimos para os que lhe são mais próximo ou mais umas compras para lhes elevar a auto-estima. E quantos cidadãos trabalham uma vida inteira e a única coisa que conseguiram amealhar foi o rol de dívidas, não por gastarem muito mas porque sempre ganharam pouco. Estes apenas exageram nas quotidianas restrições pois os dependentes também têm de comer. E porque de poupança se fala, seria bom que quem tem poder e responsabilidade, não poupasse na sabedoria para ir criando condições objectivas para que aqueles que se arrastam no dia-a-dia fossem tendo mais força para dar aos seus, um futuro de mais beleza.

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