Semmais 5 de Outubro 2018

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SEXTA-FEIRA 5 DE OUTUBRO DE 2018 Diretor Raul Tavares Semanário - Edição 1009 - 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

EXCLUSIVO ENTREVISTA COM PRESIDENTE DO PORTO DE SETÚBAL

«DRAGAGENS NÃO COLOCAM EM CAUSA NEM AS PRAIAS, NEM OS GOLFINHOS DO SADO»

Lídia Sequeira acusa os críticos de estarem a alarmar a população sem qualquer fundamento, e afirma que os estudos ambientais até garantem um «aumento da sustentabilidade ambiental do estuário do Sado». P8-9 SOCIEDADE

SOCIEDADE

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ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA AUMENTA ENTRE O SEXO MASCULINO

SETÚBAL FOI SELECIONADO PARA INTEGRAR PROJETO EUROPEU BEACON

CENTRO HOSPITALAR VAI TER UNIDADE DE HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIÁRIA

Os homens estão a viver mais tempo do que até 2014. Os dados são do INE e revelam que, por concelhos, Alcochete teve uma redução de 93,6 para 91,5 da taxa de envelhecimento enquanto o Montijo reduziu de 113 idosos para 99, por cada cem jovens. P3

Reduzir os impactos das alterações climáticas nos territórios é o objetivo do projeto europeu que agrega cinco municípios portugueses, entre os quais o de Setúbal, e trinta e quatro municípios da Polónia, República Checa, Roménia, Grécia e Alemanha. P4

Alguns doentes vão ficar internados em casa e ser acompanhados por equipas de médicos e enfermeiros. Garcia de Orta em Almada foi o primeiro hospital português a facilitar esta alternativa de tratamento que chegará em 2019 ao São Bernardo, em Setúbal. P5

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A CASA DO PEIXE

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OPINIÃO

EDITORIAL

Setúbal Seria Mais Importante Se Lisboa Não Estivesse Tão Perto

RAUL TAVARES DIRETOR

As dragagens e o meu ponto de vista

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ou defensor, como sempre fui, de um porto de Setúbal bem mais forte, nomeadamente pela sua importância no quadro da península de Setúbal. E, sem falsas modéstias, sou um ambientalista interessado. Por isso, ainda hoje, não vejo com bons olhos a implantação do novo terminal de contentores no Barreiro – muito menos na Fonte da Telha, como chegou a ser equacionado - porque julgo que os impactos ambientais nessa zona serão mais expressivos. A dimensão de um porto mede-se, também, pela capacidade que revela para receber navios. E, hoje, os navios de escala, que operam as nossas rotas, estão cada vez maiores e mais fundos, que implica terem canais portuários mais largos e igualmente mais fundos. A polémica obra de Setúbal tem a ver com isso. Trata-se de uma intervenção que se destina a receber navios de maior porte em segurança e com melhor navegabilidade. Se o Porto de Setúbal quiser continuar a fazer ro-ro – transporte de carros – não precisa, para já, de mexer nos seus fundos; mas para aumentar a carga e descarga de contentores, um mercado que vai continuar a crescer, terá que o fazer. O estuário do Sado é, por assim dizer, um exemplo de coabitação entre a natureza e atividade humana. Sem cuidados, como se viu com o tributil de estanho vertido nas pinturas da Setenave nos anos 80/90, ou com os esgotos urbanos e industriais das mesmas décadas, e mesmo com a delapidação de pescado, morrem as ostras e os ecossistemas definham. Tudo isso, foi mais ou menos debelado, e hoje, é possível assistir à magia dos nossos roazes-corvineiros, a uma pesca mais escrutinada e a um equilíbrio ecológico mais ajustado aos novos tempos. O problema das dragagens levanta dúvidas e, certamente, efeitos e impactos consideráveis. Mas estavam previstos, foram debatidos em público e averbados em cada uma das capelinhas que a lei obriga. Entende-se todas as partes. Mas quando não há retorno, quando tudo está bem planeado e definido, importa acautelar, monitorizar e explicar. Estas regras são vitais para evitar confrontos entre os desejos de quem ama o Sado e quer defendê-lo, e os que têm a obrigação política, reguladora e científica de fazer só o que é aceitável para que esta coabitação exemplar permaneça para as gerações vindouras.

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e, durante as guerras da Reconquista Cristã, Setúbal e toda a região a sul do rio Tejo foi dominada pelo poder militar, concentrado nos castelos de Palmela, Alcácer do Sal e Sesimbra, o poder das transações comerciais e da actividade económica em geral, proporcionadas pela paz, irão impulsionar o desenvolvimento da região e particularmente de Setúbal, até então um pequeno lugarejo que se ocupava de alguma pesca. O seu foral de 1249, conferido pelo mestre da Ordem de Santiago, foi um importante contributo para o seu desenvolvimento e, logo nos primeiros anos do século XIV, Setúbal junta ao peixe outro produto que começa a escoar pelo seu porto e que lhe dará grande desenvolvimento: o sal. No foral manuelino de 1514, o destaque em termos de tributação sobre a actividade económica de Setúbal ainda vai para a pesca e a comercialização do pescado, mas o sal já ocupava um lugar de destaque. A exploração e a comercialização do sal, como principal actividade económica de Setúbal, verificar-se-á entre a primeira metade do século XVI e o final do século XVIII. Na origem desta nova realidade económica está a concessão feita, a partir de 1525, por D. Jorge, mestre da Ordem

de Santiago de sesmarias e aforamentos para a construção e exploração de marinhas no estuário do Sado – as que, até então, existiam situavam-se no estuário do Tejo. Setúbal vai conhecer um desenvolvimento extraordinário, ocupando o topo dos produtores nacionais de sal, destronando Aveiro, e tornando o sal do estuário do Sado uma marca internacional, em mais de 2 séculos. Um viajante alemão, de passagem por Setúbal, em Abril de 1798, admira o desenvolvimento de Setúbal, destacando o movimento do seu porto de mar e comparando-o com o de Lisboa: “… pode-se comparar o comércio de Setúbal com o de Lisboa e vê-se que aquele não é insignificante. Porém, o número de casas comerciais portuguesas é em Lisboa de mais de 200 e estrangeiras mais de 150, em Setúbal são 15” (LINK, Heinrich Friedrich. Notas de uma Viagem a Portugal e através de França e Espanha. Lisboa: Biblioteca Nacional, 2005, p.159). E indica um dos possíveis entraves ao seu maior desenvolvimento, para além de referir os produtos exportados e para onde: “Setúbal seria mais importante se Lisboa não estivesse tão perto e se o comércio não fosse dominado pelas casas lisboetas.” […] “O comércio de Setúbal consiste no vinho, que

ACTUALIDADES FRANCISCO CORREIA HISTORIADOR

aqui é muito bom, exportando-se os mais diversos géneros. Cultiva-se também um moscatel muito bom. Além disso Setúbal exporta laranjas, mas o negócio principal consiste no sal que aqui é recolhido especialmente por navios dinamarqueses e suecos.” (LINK. Ob. Cit., p. 157). Um outro viajante, um pastor protestante sueco, de visita a Setúbal, em Julho de 1799, confirma estas opiniões: “Setúbal é situada numa pequena baía e tem um porto razoável e seguro. Os navios nele ancorados não estão expostos aos contratempos e desgraças que sucedem no Tejo, com os fortes ventos e as chamadas águas vivas. A cidade não é grande; calcula-se de 10 000 a 15 000 habitantes.” […] “As salinas, situadas nos aros da cidade, enriquecem os seus proprietários. O comércio do sal é o mais importante, senão o único comércio exterior que aqui se exerce, excepção feita a algum vinho, pouco, e alguns frutos.” (RUDERS, Carl Israel. Viagem em Portugal: 1798-1802. Vol. 1,

Lisboa: Biblioteca Nacional, 2002, p. 70). São dois testemunhos de viajantes estrangeiros que nos falam da importância do sal na economia da região de Setúbal, durante o século XVIII – uma realidade económica que já pertence à História. Pelo contrário e com base na descrição que este último viajante, Carl Ruders, faz da sua viagem a Tróia, o ecossistema do estuário do rio Sado parece manter algumas das suas características, nomeadamente na fauna marinha: “Durante o regresso [de Tróia], que a todos os respeitos foi muito agradável, vimo-nos, de repente, cercados de golfinhos. Esses peixes, bastante grandes, andam sempre aos três e aos quatro. De quando em quando vinham muito cerca de nós. Os barqueiros, no entanto, garantiam que jamais se lançavam contra os botes, e que nunca os faziam virar. Nas suas evoluções, erguiam-se muitas vezes acima das águas, expondo ao sol os seus corpos reluzentes” (RUDERS. Ob. Cit., p.64).

Serralves e o assédio do poder

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ão conheço o caso de Serralves em profundidade – até porque há declarações contraditórias e confusas –, mas a demissão de João Ribas e o comunicado em que a justifica levaram-me a pensar no que, aparentemente, começa a tornar-se cada vez mais habitual. As acusações de que houve ingerência por parte do Conselho de Administração no seu trabalho enquanto director artístico lembram-me, aliás, uma passagem esclarecedora de um texto de Américo Rodrigues sobre a forma como alguns responsáveis políticos interferem no trabalho de programação de cineteatros: «Se por um lado há autarcas que respeitam a independência (obrigatória), há outros que se imiscuem e dificultam a programação dos teatros. E sempre haverá a figura anedótica de um presidente qualquer que telefona para ordenar esta ou aquela utilização da sala, sem qualquer preocupação com a programação regular do Teatro»

(Rodrigues, 2009: 92). Com esta citação não me refiro a nenhum município em particular, até por ter consciência de que se trata de uma prática habitual em muitos – isto é, quando existe algum director artístico contratado, o que muitas vezes não acontece justamente para não colocar este tipo de problemas. A ideia de que quem é contratado para tomar decisões em relação a uma programação (ou curadoria) pode estar, a qualquer momento, sujeito a pressões de quem está hierarquicamente acima é precupante por diversos motivos. Vou, no entanto, focar-me apenas no que talvez seja mais significativo. Não parece existir um entendimento claro do que significa dirigir, sobretudo quando se está a dirigir pessoas que foram, elas próprias, contratadas para dirigir. Abrem-se sucessivas excepções quanto aos limites do exercício do poder. Não deveria ser óbvio que quando alguém é contratado para tomar decisões, seja por

À PARTE LEVI MARTINS DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS

concurso, ou nomeação (ou mesmo cunha!), não há espaço para interferências, sejam elas mais inofensivas, meras “sugestões”, ou mais graves, como aquele telefonema em que se insinua que a recusa de obedecer poderá ter consequências...? Esta infeliz tendência indicia que a maneira como se exerce o poder em Portugal é, demasiadas vezes, muito pouco... sensível (pensei em escrever “democrática” em vez de “sensível”, mas acho que é mais do que uma questão de democracia). No fundo, trata-se mesmo de uma questão de educação e bom senso. Por exemplo: um presidente devia lembrar-se todos os dias de que é apenas o presiden-

te. O seu poder não é ilimitado e, acima de tudo, a sua posição de liderança não lhe dá o direito de interferir permanentemente no trabalho de quem foi contratado para tomar decisões. Como os casos se vão acumulando (há vários exemplos de pessoas que foram afastadas ou se afastaram de cargos de direcção artística por motivos semelhantes aos de João Ribas)*, diria que o melhor é começarmos a ficar preocupados. E, por isso, repudiarmos da forma mais visível que pudermos este inaceitável assédio do poder. RODRIGUES, Américo (2009). «A Descentralização, a Rede, as Políticas Culturais» in Quatro Ensaios à Boca de Cena. Lisboa: Livros Cotovia.

Diretor Raul Tavares | Editora-Chefe Eloísa Silva I Redação Anabela Ventura, António Luis, Cristina Martins, Marta David, Roberto Dores I Coordenação Comercial Cristina Almeida I Marketing Digital Bernardo Lourenço | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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SOCIEDADE

ESPERANÇA DE VIDA AUMENTA NO DISTRITO

Homens já vivem mais anos A esperança de vida à nascença está a aumentar entre os homens na região. O facto de fumarem menos, terem mais cuidados de saúde e praticarem atividade física poderá contribuir para esta realidade. Já em termos globais os concelhos do distrito estão a perder população jovem.

ATEC acolhe reunião de kick-off do novo projeto Europeu QMS4VET

TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR

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esperança de vida à nascença voltou a melhorar no distrito no triénio de 2015 a 2017, fixando-se agora nos 80,85 anos para o total da população, sendo de 77,95 anos para os homens e de 83,42 anos para as mulheres. No triénio 2014/2016 a esperança de vida na soma na região chegava aos 80,71. Os dados são avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) com base nas Tábuas de Mortalidade, que mostram ainda como à nascença, a esperança de vida continua a ser superior para as mulheres, mas a diferença para os homens tem vindo a diminuir, sendo agora de 5,47 anos, quando, por exemplo no triénio 2008/2010 era 6,42. Ainda assim, neste período os menores registos de longevidade à nascença verificaram-se no Litoral Alentejo, com valores abaixo dos 79 anos, embora os valores globais representem um ganho total de 1,6 anos face aos valores registados entre 2008 e 2010. Para os homens o aumento foi de 1,8 anos na última década, enquanto nas mulheres chegou aos 1,3 Por NUTS II, na região

Norte verificaram-se os valores mais elevados para a esperança de vida à nascença quer para o total da população (81,13 anos) e para homens (78,21 anos), partilhando com a região Centro a esperança de vida à nascença mais elevada para as mulheres (83,74 anos). A esperança de vida aos 65 anos em Portugal atingiu 19,45 anos para o total da população. Os homens de 65 anos de idade podem esperar viver, em média, mais 17,55 anos e as mulheres mais 20,81 anos. Também por esta via se explica que parte da região continue a perder população jovem, uma tendência que se acentua com especial ênfase desde 2001. De acordo com a Pordata e tomando em linha de conta o mapa

do país, verifica-se que a mancha da desertificação se alastra a vários concelhos do distrito que não têm conseguido alcançar a regeneração populacional, praticamente desde o início da década de 80. A região continua a perder população jovem, contabilizando hoje o distrito uma média de 120 idosos por cada cem jovens, o que agrava significativamente o cenário - já na altura preocupante - de 2001, quando por cada 102 habitantes com mais de 65 anos já existiam somente cem jovens. Apenas os municípios de Alcochete e Montijo remaram contra a tendência generalizada dos últimos anos. Alcochete viu a taxa de envelhecimento baixar de 93,6 para 91, 5, enquanto Montijo reduziu

de 113 idosos para 99 por cada cem jovens. Recorde-se que em apenas quatro anos duplicaram os habitantes do distrito que ultrapassaram o século de vida, segundo dados revelados pelo INE, relativos ao final de 2015. Enquanto o número de mulheres centenárias duplicou na região, os homens que atingiram os 100 anos triplicaram, em parte devido a mudanças de comportamento, segundo admite Maria João Quintela, presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia. «Os homens fumam menos, têm mais cuidados de saúde, praticam atividade física», diz a especialista, alertando que “antes faziam exercício no trabalho, mas não é a mesma coisa”.

MS4VET é o novo projeto Europeu, financiado ao abrigo do programa Erasmus+, sobre a gestão da qualidade em entidades de educação e formação profissional, que teve o seu lançamento em Portugal. São seis as entidades de educação e formação profissional que se reuniram na ATEC nos dias 27 e 28 de setembro para o kick-off do projeto QMS4VET. A parceria é constituída por entidades dispersas por diversas regiões da Europa: Holanda, Portugal, Alemanha, Áustria, Escócia e Finlândia. Todas elas têm em comum o foco na melhoria contínua dos seus serviços de educação e formação profissional, apesar de usarem estratégias muito diversas. O projeto QMS4VET tem como principais objetivos melhorar os sistemas de gestão da qualidade de cada organização parceira, partilhando boas práticas de cariz operacional e dando o suporte necessário de forma prática e suportar a implementação das bases para a integração futura dos resultados de aprendizagem (abordagem ao sistema de créditos da

educação e formação profissional - ECVET) como parte dos sistemas de gestão da qualidade. Desta forma, pretende-se contribuir para um entendimento comum dos sistemas de gestão da qualidade dos parceiros, garantindo uma parceria sustentável para o desenvolvimento conjunto de unidades ECVET no futuro. Os parceiros irão organizar semanas de projeto para partilhar como as abordagens adotadas em cada sistema de gestão da qualidade funcionam na prática. Esta metodologia permitirá aos especialistas de cada parceiro discutir, analisar e avaliar em detalhe as práticas implementadas, integrando-as num kit de ferramentas de gestão da qualidade para entidades de educação e formação profissional. Stichting Regionaal Opleidingen Centrum Aventus (Holanda); ATEC – Academia de Formação (Portugal); BBS Syke EUROPASCHULE (Alemanha); bit Schulungscenter GmbH (Áustria); West Lothian College (Escócia) e Kainuun ammattiopisto (Finlândia) são as entidades que fazem parte deste projeto.

Incêndio no Pinhal Novo contrariou tranquilidade na época dos fogos

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distrito de Setúbal consta na lista dos 20 maiores incêndios do país na sequência do fogo que a 21 de julho deflagrou no concelho de Palmela, tendo as chamas consumido 92 hectares de povoamentos e mais 53 de área agrícola, próximo do Pinhal Novo. Segundo avança o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, só este incêndio,

à sua conta, queimou mais de metade da área ardida da região, que voltou a conhecer um verão tranquilo para os bombeiros, comparando com outras regiões do país. O incêndio que em julho assustou Palmela queimou uma área de 145 hectares - traduzindo-se mesmo no 12º maior fogo que os bombeiros combateram em Portugal

- enquanto os restantes 330 incêndios rurais somaram uma área ardida de 87 hectares, divididos em 36 hectares de matos, 16 povoamentos e mais 35 de terrenos agrícolas. Mesmo apesar da vaga de calor, que em agosto pôs a região em alerta máximo, os dias decorreram com «relativa tranquilidade», segundo a própria Proteção Civil, o que ajuda

a justificar o facto de o balanço deste ano exibir um valor incomparavelmente mais baixo do que o registado há um ano. Em meados de setembro de 2017 no distrito de Setúbal já tinham sido consumidos 1558 hectares de terrenos, afetando 408 povoamentos e 1150 hectares de mato, resultado de um total de 433 incêndios. 2018 | 5 DE OUTUBRO | SEXTA-FEIRA | SEMMAIS | 3


SOCIEDADE

O NAVIO DE INVESTIGAÇÃO DO IPMA INTEGRA PELA PRIMEIRA VEZ A INICIATIVA

Semana do Mar em Setúbal promove economia azul até 14 de outubro Visitas ao veleiro NRP “Sagres”, ao navio de investigação NI “Mar Portugal”, à caravela “Vera Cruz” e veleiros ao luar são algumas das propostas da Semana do Mar que decorre de 8 a 14 de outubro em Setúbal. A Marinha vai, ainda, realizar batismos de mar numa lancha de fiscalização rápida.

TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

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elo quarto ano consecutivo Setúbal celebra, de 8 a 14 deste mês, a relação da comunidade local com o rio, enquanto potencia o desenvolvimento do turismo na região e dinamiza atividades relacionadas com a economia azul. A Semana do Mar é já um dos eventos mais emblemáticos da região e permite à população residente, e aos turistas, apreciar e visitar navios emblemáticos portugueses, fazer veleiros ao luar

e passeios de barco no sado em embarcações tradicionais, e conhecer as origens da economia marítima. Na ótica da Administração dos portos de Setúbal e Sesimbra, que organiza o evento em parceria com a câmara municipal de Setúbal, a Aporvela e a Marinha Portuguesa, a «Semana do Mar 2018 vem dar continuidade à valorização e à promoção da relação da cidade de Setúbal, do rio Sado e do porto, com a população e visitantes». A semana contempla um vasto leque de atividades e eventos «que ligam o

passado, o presente e o futuro, numa perspetiva de dar a conhecer atividades relacionadas com a Economia Azul, nomeadamente o turismo e as atividades portuárias relacionadas, que contribuem para o desenvolvimento sustentado da região de Setúbal e do país». Mediante inscrição antecipada, que pode ser feita juntos dos vários serviços da autarquia, vai ser possível durante a próxima semana visitar o veleiro NRP “Sagres”, a caravela “Vera Cruz” e, pela primeira vez, o navio de investigação NI “Mar Portugal”. A visita «Creiro – economia

marítima no período romano», agendada para dia 10, deverá ser confirmada por telefone (265 239 365) ou por e-mail (maeds@ amrs.pt). Os passeios no Sado, a bordo de embarcações tradicionais, dias 11, 12 e 13, entre as 11h00 e as 15h00, também carecem de inscrição por telefone (265 545 010) ou na página www.visitsetubal.pt. No Cais 2, onde vai ser possível visitar a “Sagres”, a “Vera Cruz” e o “Mar Portugal”, dias 11, 12 e 13 há “Veleiros ao Luar: Street Food & Music”, iniciativa que se realiza dia 11, das 17h00 às 24h00, e se repete, a 12 e 13, das 10h00 às 24h00. O ciclo de conferências e colóquios da Semana do Mar 2018 inclui a sessão “Conhecer o Mar: Investigação e Inovação”, na Casa da Baía; uma visita guiada “Creiro – Economia Marítima no Período Romano” e a simulação de um leilão à voz na Docapesca. Será, ainda, possível realizar batismos de mar, numa lancha de fiscalização rápida da Marinha Portuguesa, nos dias 12 e 13, das 10h00 às 18h00, com inscrições no stand da APSS instalado no Cais 2.

Beldade setubalense quer trazer coroa de Miss Universo para Portugal

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setubalense Filipa Barroso, de 19 anos, coroada Miss Portuguesa 2017, enverga agora a faixa e a coroa de Miss Universo Portugal 2018, um título que a vai levar até à Turquia, onde decorre, em dezembro, o concurso internacional Miss Universo. A candidata promete «lutar muito» para trazer a coroa para Portugal. «As expetativas são altas,

mas a responsabilidade é ainda maior. A concorrência é altíssima e com meios que, infelizmente, em Portugal ainda não temos. Mas tudo é possível. Quero que a coroa de Miss Universo venha para Portugal», vinca a jovem. «Como setubalense, tenho orgulho na minha cidade e levo-a a todo o lado, de forma simples e humilde, mas com alegria, como é tradição dos setubalenses.

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É um sentimento natural orgulharmo-nos da nossa cidade e das nossas raízes». Com a memória no primeiro desfile, aos 6 anos de idade, aos 15 venceu o Moda Sado. «Sempre tive um fascínio pelo mundo encantado das Misses e queria ser uma delas. Queria mostrar a qualidade das mulheres portuguesas e é isso que tenho feito e tanta alegria me tem dado», confessa.

Setúbal é um dos cinco municípios portugueses que integra o BEACON

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s municípios de Ansião, Coruche, Loulé, Setúbal e Viana do Castelo foram selecionados, de entre 20 candidatos, para participar no projeto europeu Bridging European and Local Climate Action (BEACON) aos quais se juntam trinta e quatro municípios da Polónia, República Checa, Roménia, Grécia e Alemanha. Em Portugal, o projeto é coordenado pelo Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – FCUL) e pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS-ULisboa), onde teve lugar o seminário de lançamento nacional e durante o qual Gil Penha-Lopes, investigador do cE3c-FCUL e um dos coordenadores do projeto no nosso país, afiançou que através do BEACON será possível «capacitar os municípios para a implementação de opções e medidas de mitigação às alterações climáticas, especificamente através da redução do consumo de energia assim como a sua produção por processos sustentáveis». Além disso admite o investigador, «teremos a possibilidade de trabalhar diretamente com decisores políticos e técnicos de diferentes departamentos dos municípios para que, no final de 2021, estes municípios tenham estratégias, competências e propostas elaboradas para conseguirem financiamento europeu para implementar soluções locais».

Setúbal é exemplo pela particularidade do território Carla Guerreiro, vereadora do ambiente na câmara municipal de Setúbal, explicou ao Semmais que a seleção do município sadino para este projeto, «poderá estar diretamente relacionada com o trabalho que temos vindo a desenvolver nesta área, da mitigação dos impactos das alterações climatéricas nos nossos territórios, mas, também, com o facto de sermos um município de uma dimensão já grande e que integra, desde 2014, o pacto de autarcas europeus para o Clima e Energia». Importa lembrar que o município de Setúbal tem «situações de exceção, em relação a outros territórios nacionais, com trabalho feito e, até, uma candidatura aprovada sobre os riscos das alterações climáticas na região, e que pode servir de exemplo a outros países». Refere-se a autarca ao microclima da Serra da Arrábida, «que convém perceber de que forma é que as alterações podem influenciar esse microclima», e o Estuário do Sado, «reserva natural e que também poderá ter consequências graves tendo em conta as alterações climáticas». O município está envolvido em muitos eventos e projetos, diretamente relacionados com esta temática, «e se acreditamos que vamos aprender muito, com a realidade dos outros municípios no BEACON, também temos a certeza que podemos ensinar muito, em resultado da nossa própria experiência». E.S.


SOCIEDADE

GARCIA DE ORTA FOI PIONEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DESTAS UNIDADES EM PORTUGAL

Hospital São Bernardo vai dispor de Unidade de Hospitalização Domiciliária Mais de 20 hospitais terão a funcionar, em 2019, Unidades de Hospitalização no Domicílio (UHD). Ao Garcia de Orta, primeiro hospital do país a disponibilizar esta resposta, vai juntar-se o Centro Hospitalar de Setúbal. A medida é encarada de forma bastante positiva pelos clínicos do HGO em Almada. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

O

Centro Hospitalar de Setúbal foi um dos 25 centros hospitalares que celebrou esta semana, com o ministério da Saúde, o compromisso de ter a funcionar, em 2019, uma unidade de hospitalização domiciliária (UHD). O serviço já existe a nível internacional há vários anos, mas em Portugal apenas era disponibilizado pelo Hospital Garcia de Horta através de uma experiência-piloto pela qual já passaram mais de 400 pacientes. Pedro Correia Azevedo é um dos nove médicos, em conjunto com mais nove enfermeiros, que está «disponível e de prevenção 24h por dia», para este projeto pioneiro que o HGO «criou por iniciativa própria em novembro de 2015». Agora o serviço vai estender-se, «e ainda bem», reconhece o profissional a mais 25 unidades de saúde. Admitindo que «doentes tratados em casa me-

lhoram mais depressa», o profissional aponta as vantagens deste serviço que permite «criar uma relação de proximidade muito particular com os doentes e as suas famílias, contribuindo para a melhoria do estado psicológico do doente que recebe cuidados no seu ambiente e no seio familiar. Através da hospitalização domiciliária conseguimos diminuir as complicações e minimizar os estados confusionais agudos». Também a possibilidade de contrair infeções «reduz substancialmente», reforça o clínico. Criada dentro do serviço de medicina interna, e na sequência do trabalho feito há 18 anos pelo HGO através da sua unidade funcional de cuidados continuados, a Unidade de Hospitalização Domiciliária abrange utentes que apesar de reunirem critérios para ficar internados podem prescindir do internamento hospitalar e ser acompanhados em casa por equipas de médicos e enfermeiros. Critérios

que vão muito além da situação clínica como explica o clínico. «Temos que avaliar o nível clínico, mas não só. A nível social temos que apurar se existem condições mínimas de habitabilidade e se há um cuidador que nos ajude a vigiar o doente, dependendo do seu grau de autonomia. A nível geográfico também temos que ter em conta se o doente em causa reside na área de influência do hospital que neste caso se estende aos concelhos de Almada e Seixal». Considerando os benefícios do serviço de hospitalização domiciliária para os doentes, famílias e profissionais de saúde, «que a nível emocional ganham muito com este trabalho de rua», Pedro Correia Azevedo encara como «bastante positivo» o alargamento do projeto a mais 25 hospitais. Segundo o despacho publicado em Diário da República, que determina a estratégia de implementação das UHD, é objetivo do governo “cumprir a prioridade de reduzir as desigualdades no acesso

à prestação de cuidados de saúde em Portugal, assim como a alteração do paradigma da oferta desses cuidados no SNS, reorganizando o sistema em torno do cidadão, das suas necessidades e das suas expectativas”. A ideia é permitir às pessoas que necessitem de internamento, para recuperar de uma doença aguda, que o possam fazer em casa, continuando a receber cuidados hospitalares que receberiam se estivessem num estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde. Esta alternativa ao internamento convencional requer a concordância do doente e da família.

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Câmara de Grândola aposta na educação não formal com “Em Raiz’Artes”

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âmara de Grândola vai promover ações educativas inovadoras no âmbito de um novo projeto de educação não formal designado EmRaiz’Artes. Maria Manuel é a coordenadora do projeto que «vai conjugar a cidadania e pertença cultural com a educação ambiental» e explica que através das ações previstas «as crianças vão poder sair da escola e realizar trabalhos alusivos ao projeto dentro da própria comunidade». O projeto envolve os agrupamentos de escolas do concelho de Grândola e as associações juvenis,

culturais e desportivas, centros de dia, comissões de moradores e cidadãos que pretendam efetuar ações de formação nas várias vertentes, otimizando a sua ação e valorizando saberes existentes e identificados. «Vamos desenvolver várias ações subordinadas ao tema central, «O Montado e a Cortiça», mas iremos explorar outros subtemas relacionados com tradições locais como por exemplo a Valsa Mandada da Serra de Grândola, um tipo de dança que tem características únicas a nível mundial e nós estamos, em conjunto com as

escolas e os técnicos de desporto do município, a tentar recuperar essa tradição, que tem características ótimas para ser integrada nos currículos de educação física», revela a coordenadora. A ação do município de Grândola neste novo projeto é «elemento fundamental para a criação de uma rede de agentes do saber, passíveis de promoverem ações de educação em contexto não formal, propondo à comunidade uma série de ações devidamente calendarizadas às quais poderão ter acesso». E.S. 2018 | 5 DE OUTUBRO | SEXTA-FEIRA | SEMMAIS | 5


LOCAL

GRÂNDOLA

Vila morena mostra o melhor pão que se faz no concelho Está de regresso o 3.º “Pão com…Pão”, que dá a conhecer o melhor pão, pastelaria e doçaria à base da massa do pão que se faz no concelho. Pão tipicamente alentejano, bolo de torresmos, bolo da massa do pão, bolo das rosas ou pão com chouriço podem ser apreciados este sábado, durante toda a manhã, no largo Catarina Eufémia. A iniciativa promovida pelo município e Junta de Grândola e St.ª Margarida da Serra reúne diversas padarias e associações com vista a promover o excelente pão alentejano e diversos produtos confecionados à base da massa do pão. Os produtos apresentados são fabricados de acordo com os métodos de fabrico ancestrais da região, que nos trazem à memória saberes e sabores do antigamente. Este ano, a participação foi alargada a associações do concelho, para que a mostra contemple também produtos que caraterizam os hábitos e costumes das comunidades que representam.

ALCÁCER DO SAL

Feira Nova cumpre tradição Os primeiros frutos secos da época podem ser adquiridos este fim-de-semana na tradicional Feira Nova de Outubro. Adriana Lua é a estrela maior.

A

tradicional Feira Nova de Outubro decorre até domingo, com muita animação e produtos para comprar. Na tenda das tasquinhas, além de variada oferta de comes e bebes, os visitantes podem assistir a espetáculos. A cantora brasileira Adriana Lua atua este sábado, às 22h30, seguindo-se às 00h30 o DJ Gemma. No domingo, à mesma hora, os êxitos musicais disco/pop mais carismáticos dos anos 80 e 90 serão recordados por Remember Revival Band. Com essência de feira franca, o recinto acolhe múltiplos vendedores, que trazem consigo vestuário, calçado, artesanato, quinquilharias, produtos regionais, malas, utilitários domésticos e brinquedos. Este é também o momento para adquirir os primeiros frutos secos da

época, desde nozes e castanhas a figos secos e amêndoas, aproveitando ainda a oportunidade para comprar deliciosos géneros alimentares, entre eles peros, azeitonas, batatas-doces, rebuçados, bolinhos de amêndoa, queijos e produtos de charcutaria. A fazer as delícias de crianças e jovens, os carrosséis. No pavilhão Gracieta Baião, estão patentes os habituais expositores de associações e entidades. A corrida de toiros tem lugar na praça João Branco Núncio, este sábado, às 17 horas, com toiros da ganadaria Jorge Mendes, que serão lidados pelos cavaleiros João Moura, Vítor Ribeiro, Marcos Bastinhas, Duarte Pinto, Miguel Moura e Francisco Núncio. As pegas estão a cargo dos Forcados Amadores de Montemor e Aposento da Moita.

PALMELA

MOITA

Sessão deu a conhecer apoios à reabilitação urbana

Município instala abrigo para gatos

Os proprietários de edifícios/frações localizados nas Áreas de Reabilitação Urbana do Centro Histórico de Palmela e de Pinhal Novo podem candidatar-se ao Instrumento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbanas 2020 para realizar obras nos seus imóveis. Este instrumento financeiro destinado a apoiar investimentos em reabilitação urbana foi apresentado no dia 25 de setembro, na biblioteca de Palmela, numa sessão de esclarecimento organizada pelo município, com a Estrutura de Gestão IFRRU 2020. Esta sessão foi de grande importância, numa altura em que a Câmara Municipal está a implementar as estratégias de reabilitação urbana para as ARU e contou com sala cheia, entre proprietários, representantes de imobiliárias e da banca, investidores, projetistas e outras/os técnicos e empresas da área da construção.

No Dia Mundial do Animal, que se celebrou no dia 4, o município instalou um abrigo para gatos e um painel informativo com as regras relativas à alimentação destes animais, no parque da Zona Ribeirinha da Baixa da Banheira. Esta será uma experiência piloto no concelho que se pretende alargar aos diversos locais onde estão identificadas colónias de gatos de rua ou “silvestres”, atualmente em fase de georreferenciação pela Câmara. A autarquia desenvolve, há vários anos, diversas iniciativas para o bem-estar animal, com ações de incentivo à adoção de animais abandonados e, mais recentemente, através da parceria com o projeto CED. Nos últimos três anos, este grupo informal de voluntários do concelho tem vindo a intervir junto das colónias de gatos numerosas ou problemáticas que vivem na rua, com o objetivo de controlar a sua população, mantendo-a saudável.

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SEIXAL

Município marca presença no SIL O 21.º Salão Imobiliário de Portugal, que decorre até domingo na FIL, em Lisboa, traz muitas novidades. Uma delas é o SIL Cidades, um novo espaço dedicado à promoção e divulgação do setor imobiliário nas cidades do país, que terá como convidada o Seixal. O edil Joaquim Santos participará no painel referente aos Projetos Integrados das Cidades, onde falará sobre o projeto Lisbon South Bay e a estratégia de requalificação das frentes ribeirinhas do Seixal. Esta nova dinâmica do SIL irá, assim, permitir uma grande visibilidade ao Seixal como território de excelência na ÁML para investir, residir e visitar. No stande municipal serão dadas a conhecer as potencialidades de desenvolvimento que o concelho apresenta na área do turismo, restauração, habitação e ao nível económico. O município está presente com um stande conjunto com empresas de imobiliário e construção com projetos no Seixal.

BARREIRO

Clube de Vela com requalificação à vista As instalações do Clube de Vela do Barreiro vão ser requalificadas. A obra, há muito desejada por todos, deu o primeiro passo na passada quinta-feira, com a assinatura do contrato de financiamento. A cerimónia foi presidida pelo secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, e contou com as presenças dos presidentes do município e do clube. O contrato foi celebrado entre a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, a Direção-Geral das Autarquias Locais e o Clube de Vela do Barreiro, que conta com 300 sócios. O presidente Duarte Romão realça que a obra, que conta com apoios de várias candidaturas, permite aumentar o armazém, melhorar os balneários, criar uma nova sala para sócios e instalar um pequeno bar com esplanada. «É uma obra fundamental porque estamos sem capacidade para receber velejadores e embarcações».


LOCAL

ALCOCHETE

Assembleia aprova delegação de competências no Samouco A Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, na reunião de 28 de setembro, o acordo de execução de delegação de competências do município na Junta de Freguesia do Samouco. «O acordo de execução resulta das múltiplas reuniões que mantivemos com o atual Executivo da Junta de Freguesia do Samouco», referiu o presidente da Câmara, Fernando Pinto. Serão assim transferidas para a Junta de Freguesia do Samouco as seguintes verbas: 11.250 euros em 2018 e 45 mil euros em cada um dos anos de 2019, 2020 e 2021. A gestão e manutenção dos espaços públicos, a manutenção e reparação de mobiliário urbano, a gestão e manutenção corrente de feiras e mercados e a realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico são as competências delegadas na Junta de Freguesia do Samouco.

ALMADA

142 mil euros renovam mercado das Torcatas Valorizar a arquitetura de um edifício histórico, mantendo a sua identidade local e dando-lhe novos usos são os objetivos desta intervenção municipal. O investimento municipal nesta intervenção ascende a mais de 142 mil euros. Até ao final do ano de 2018, devem estar concluídas as obras de requalificação do edifício, onde funcionou o mercado das Torcatas, na Av.ª de Cristo Rei, em Almada. Quando reabrir ao público, não irá funcionar como mercado, mas sim como espaço para receber vários tipos de eventos, nomeadamente iniciativas culturais, ligadas à gastronomia, entre outros. Ao avançar com esta intervenção no antigo Mercado das Torcatas, o município pretende preservar e valorizar a traça do edifício. O antigo mercado das Torcatas foi inaugurado em novembro de 1961, como centro abastecedor. Estava encerrado ao público desde 1 de junho deste ano.

SINES

“Rentrée” do novo ano letivo O pátio das Artes irá ser palco, de 12 a 14 deste mês, do ‘rentrée’ do ano letivo 2018/19, destinada à comunidade educativa dos vários estabelecimentos de ensino e às famílias. É a iniciativa de boas-vindas ao novo ano letivo e a toda a comunidade educativa, que consiste na apresentação do serviço educativo e cultural do Centro de Artes de Sines, da sua equipa, das valências do CAS e das suas várias áreas de ação. Este ano, o pátio das Artes será o palco que acolherá as atividades no âmbito desta iniciativa, desde workshops que terão como ponto de partida a literatura e a mediação de leitura, mas que efetuarão a ligação com as restantes áreas artísticas, assim como um mercado de livros. Será dado especial enfoque às famílias, com a realização de workshops sobre parentalidade consciente e outras temáticas.

SANTIAGO DO CACÉM

Jornadas arqueológicas da Costa Sudoeste sensibilizam estudantes Promover o património arqueológico junto dos estudantes, por forma a sensibilizá-los para um ensino mais experimental e mais ancorado territorial e socialmente são as metas das Jornadas Arqueológicas.

A

s Jornadas Arqueológicas da Costa Sudoeste, organizadas por diversas entidades, realizam-se a 26 e 27 em Santiago do Cacém. Os bons resultados obtidos nas Jornadas Arqueológicas da Península de Setúbal incentivaram as entidades organizadoras a estender a iniciativa à Costa Sudoeste. Os organizadores consideram ser importante apresentar e debater, com a comunidade educativa regional, o património arqueológico defendendo que este pode contribuir, enquanto instrumento pedagógico, para um ensino mais experimental e mais ancorado territorial e socialmente, de forma a cativar a população escolar dos diferentes graus de ensino. As jornadas pretendem também ser um espaço e um tempo de convívio e aprendizagem entre

todos os que têm responsabilidades nas áreas da educação e do património. Espera ainda ser um momento de descoberta das raízes e identidade cultural, ou simplesmente para fruir o rico património regional. A iniciativa pretende igualmente celebrar o Ano Europeu do Património Cultural. Do programa das jornadas faz parte conferências que traçam o percurso da aventura humana no Alentejo Litoral desde a pré-história até à época romana, no dia 26. Fora de portas, realiza-se uma visita guiada, no dia 27, de autocarro, a sítios arqueológicos da pré-história e da época romana dos concelhos de Santiago do Cacém e de Grândola. O evento integra uma exposição sobre as edições, produtos e oferta cultural dos museus da região.

SESIMBRA

SETÚBAL

A 6.ª edição da Mostra de Maçã Camoesa ou Férrea da Azoia, variedade tradicional da região de Sesimbra, volta a estar no centro das atenções este sábado e domingo, na moagem de Sampaio, entre as 9h30 e as 18 horas. A famosa maçã Camoesa será, desta vez, acompanhada pela doçaria e pelo pão caseiro de Sesimbra, outros produtos também muito apreciados pela comunidade. Nestes dois dias, a par da venda de produtos locais e de artesanato, o público pode ainda participar em dois show cookings, dedicados à maçã Camoesa. A mostra conta ainda com muita animação musical e atividades para os mais pequenos. Também está garantida animação musical nesta mostra tradicional. Não falte à festa. Divirta-se e prove os afamados produtos do concelho sesimbrense.

Mais de 30 ecopontos começaram a ser instalados na passada quinta-feira nas escolas de ensino básico, no âmbito de um projeto de educação ambiental promovido pelo município. Os ecopontos, de menor dimensão, são réplicas dos equipamentos que integram a rede de recolha seletiva existente no espaço público do concelho, com dois contentores para a deposição diferenciada de plástico e metal e de papel e cartão. A iniciativa visa sensibilizar as crianças e os jovens para a importância da separação seletiva de resíduos e, assim, fomentar a criação de hábitos ambientalmente sustentáveis. Além disso, contribui para o alargamento da rede de recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos ao dotar as 34 escolas do concelho com gestão municipal desta valência ecológica. O investimento, suportado pelo município, é superior a 22 mil euros.

MONTIJO

Rotunda de Sarilhos homenageia floricultura O município tenciona, durante o presente mandato, embelezar a rotunda localizada junto ao antigo apeadeiro ferroviário de Sarilhos, uma das principais entradas da cidade. «Já estamos a tratar com uma senhora escultora para ali ser construído um monumento simbólico em homenagem à floricultura», avançou o edil Nuno Canta. Além da colocação de relva, a rotunda irá ter «um monumento em ferro que simbolizará um bouquet de flores», levantou um pouco do véu. Sobre a inatividade do Retail Park, o autarca lamenta a situação, sublinhando que a obra foi autorizada pelo município e que está «tudo legal». Por razões que o autarca desconhece, o espaço «não tem sido aproveitado, o que é pena porque é uma obra que está legal». Segundo o autarca, «ainda não entrou nenhum pedido» no município para que o espaço entre em funcionamento. A construção de um hotel ou de um espaço de saúde são hipóteses que poderão ser realidade, opina o edil.

VI Mostra de Maçã Camoesa, Doçaria e Pão

Ecoescolas ganham ecopontos

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ENTREVISTA

PRESIDENTE DA APSS RESPONDE A TODAS AS DÚVIDAS E LAMENTA ALARMISMO INFUNDADO DOS CRÍTICOS

«As dragagens do Porto de Setúbal aumentam a sustentabilidade ambiental do Estuário do Sado» A presidente do Porto de Setúbal, Lídia Sequeira, afirma que está a ser lançado para a opinião pública um alarmismo infundado sobre as dragagens no Sado e garante que a obra vai respeitar a «qualidade e o rigor» do Estudo de Impacto Ambiental. Lídia Sequeira diz mesmo que «as dragagens aumentam a sustentabilidade do Estuário do Sado», e não colocam em risco a comunidade de roazes-corvineiros, nem as praias da Arrábida. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM DR

Como tem visto esta crescente contestação ao arranque das dragagens no Sado? Encaro a contestação ao projeto de Melhoria de Acessibilidade Marítima ao Porto de Setúbal com surpresa e perplexidade, uma vez que este projeto no cumprimento da legislação nacional tem uma Declaração de Impacte Ambiental com parecer favorável condicionado emitida pela Agência Portuguesa de Ambiente (APA) em 20/07/2017, culminando um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) no qual foi realizada uma consulta pública, entre 22 de março e 19 de abril de 2017, que a APSS promoveu e participou em diversas sessões de apresentação e esclarecimento sobre o projeto. Só passado mais de um ano, curiosamente coincidindo com a adjudicação ao concorrente selecionado no âmbito de um concurso público com publicação de anúncio no Jornal Oficial da União Europeia (JOUE), surge a contestação promovida pelo Clube da Arrábida. Por outro lado, como sabe, a consulta pública realizada durante o procedimento da AIA, o Estudo de Impacte Ambiental (EIA), incluindo o Resumo Não Técnico, esteve disponível para Consulta Pública, em locais, como por exemplo, Agência Portuguesa do Ambiente, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Câmara Municipal de Setúbal. E foi também disponibilizado em www.apambiente.pt e em http://participa.pt.

«Está a fazer-se um drama sem qualquer razoabilidade ou fundamento. Não tenho dúvidas quanto ao cumprimento expresso de todas as obrigações legais pela APSS, designadamente em matéria ambiental, transparência e rigor técnico» O que está a sublinhar é que durante este processo não houve contestação formal? Só passado um ano, quando a obra foi adjudicada. Como é do conhecimento público o Clube da Arrábida intentou uma Providência Cautelar tendo em vista a suspensão dos atos administrativos relacionados com o projeto, sendo que no passado dia 25 de setembro o Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada indeferiu o pedido de decretamento provisório de suspensão dos trabalhos tal como requerido por aquele Clube. A APSS no âmbito deste processo cumpriu escrupulosamente todas as exigências em matéria de legislação 8 | SEMMAIS | SEXTA-FEIRA | 5 DE OUTUBRO | 2018

«É falso que a APA tenha emitido uma DIA só pelos aspetos económicos» Lídia Sequeira afirma que «é completamente falso e inaceitável referir que a APA apenas tenha emitido uma DIA favorável condicionada pelos aspetos económicos em detrimento da salvaguarda do ambiente. «Dizer isso é querer enganar deliberadamente a opinião pública, e só pode compreender-se de quem tem o desconhecimento completo do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) e da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) emitida ou não tem argumentos técnicos para sustentar as críticas ao projeto», enfatiza ao Semmais. A presidente da APSS lembra que «atualmente não é possível a qualquer entidade do setor empresarial do Estado, planear e executar investimentos públicos sem ponderar de forma integrada os aspetos ambientais, sociais e naturalmente os económico-financeiros». Para Lídia Sequeira, «os aspetos relacionados com o aumento da competitividade do tecido empresarial, da captação de novos investimentos e criação de emprego na região de Setúbal, o potenciar a captação de tráfego, com origem ou destino nas indústrias exportadoras e importadoras do hinterland do Porto de Setúbal são muito importantes». Mas, continua, «o incremento da segurança e a eficiência do transporte marítimo e das operações portuárias e aumentar a sustentabilidade ambiental, são igualmente importantes». «Reduzir este projeto ou associá-lo meramente ao interesse económico, e considerar que este interesse tenha prevalecido sem acautelar os interesses das populações e a salvaguarda dos aspetos ambientais, só pode conceber-se numa lógica de desconhecimento do que são as exigências de aprovação de um projeto desta natureza, principalmente em sede de procedimento de AIA», finaliza.


ENTREVISTA e pautou toda a sua atuação com rigor científico e transparência de procedimentos, designadamente na explicitação e apresentação pública do projeto Estou por isso muito tranquila e confiante de que também em sede da ação principal do Clube da Arrábida, venha a ser dada razão à APSS e que a programação das obras venha a ser cumprida tal como contratada. Posso inferir das suas explicações que está a fazer-se um drama em torno desta intervenção no porto? Completamente, e um drama sem qualquer razoabilidade ou fundamento, porquanto não tenho quaisquer dúvidas quanto ao cumprimento expresso de todas as obrigações legais pela APSS, designadamente em matéria ambiental, à transparência e rigor técnico com que a APSS conduziu todo o processo e aos benefícios ambientais, sociais e económicos que resultarão da implementação do projeto, razão pela qual todas as decisões judiciais até à data têm sido favoráveis à APSS. Assim como não tenho quaisquer dúvidas ou reservas relativamente à qualidade e rigor do Estudo de Impacte Ambiental realizado, o qual cumpre todas as exigências técnicas impostas pela legislação nacional, que como não poderia deixar de ser transpõe a legislação europeia nesta matéria. Aliás tem sido com grande perplexidade que tenho assistido a algumas opiniões extemporâneas, sem qualquer fundamento científico e baseadas em suposições, que têm tido eco na comunicação social, sem que seja questionado ou exigido aos seus autores a apresentação dos estudos técnicos que fundamentem os supostos riscos ou a motivação com que pretendem lançar o alarmismo na opinião pública. Vamos então ao que importa verdadeiramente, porque a população quer explicações. De alguma forma, a reserva natural do Estuário do Sado pode estar em risco? Claro que não, considero até que a reserva do estuário do Sado será claramente favorecida pela concretização do projeto, nomeadamente ao nível da sua sustentabilidade ambiental. Como assim? O Projeto tem por base um Estudo de impacte Ambiental, que contou com a colaboração de técnicos e académicos com vasto conhecimento e publicações científicas sobre o estuário do Sado, e que contempla uma avaliação e simulações em modelos matemáticos dos impactes hidrodinâmicos e transporte sedimentar, resultante das alterações à geometria do Canal da Barra e canal Norte, locais onde irão ser realizadas as dragagens de aprofundamento. De igual modo, o mesmo se passou quanto aos eventuais impactes no ecossistema, seja ele na micro-fauna, macro-fauna ou nas comunidades de Golfinhos residentes no estuário, tendo-se concluído que os impactes que decorrem desta intervenção, são temporários e de pequena magnitude. Todos estes estudos, metodologias de trabalho, recolha de informação e avaliação de riscos encontram-se documentados e justificados tecnicamente. Todavia, os críticos afirmam que a Declaração de Impacto Ambiental aponta o desaparecimento das praias da Arrábida como um dos fatores negativo… É falso dizer-se que “a Declaração de Impacto Ambiental aponta o desaparecimento das praias da Arrábida – como impacto negativo”. Repare que a APSS tem vindo a desenvolver desde 2004 um Plano de Monitorização de Dragagens, onde tem compiladas as várias dragagens realizadas ao longo do tempo, feitas sempre numa janela de oportunidade que não prejudique os ciclos de vida da fauna marinha, sendo que a última dragagem com alguma expressão verificou-se há cerca de 4 a 5 anos. Não é razoável por isso estabelecer qualquer relação causa-efeito entre as dragagens realizadas e a erosão verificada nas praias. Assim, são infundadas as declarações veiculadas por alguns, que baseadas frequentemente em frases parciais e descontextualizadas, querem fazer crer na opinião pública que o projeto provocará o desaparecimento das praias, sendo que os estudos realizados referem que a deposição das areias que será realizada dentro do próprio sistema contribuirá para a realimentação das praias. Mas neste aspeto, desculpe insistir, não é só o Clube Arrábida, é também a Quercus a afirmar

que o desassoreamento terá consequências irreversíveis? Até à data nas declarações públicas conhecidas do Clube arrábida e da Quercus apenas se assistiu a um expressar de opiniões a que não é possível atribuir qualquer credibilidade, uma vez que as mesmas não estão sustentadas em qualquer estudo técnico ou evidência científica. Por oposição, os estudos realizados pela APSS contaram com a colaboração de técnicos e académicos com vasto conhecimento e publicações científicas sobre o estuário do Sado. Toda a atuação da APSS caraterizou-se pela total transparência de procedimentos, designadamente envolvendo os principais atores e entidades do processo decisório. Já agora quais? Um conjunto largo de entidades, como APA – Agência Portuguesa do Ambiente, CCDR LVT – Comissão de Coordenação e desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, CMS – Câmara Municipal de Setúbal, DGRM – Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, INE – Instituto Nacional de Estatística, IP – Infraestruturas de Portugal, IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, LNEG- Laboratório Nacional de Energia e Geologia, LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil e RNES – Reserva Natural do estuário do Sado. Complementarmente, durante o procedimento de AIA, os estudos foram analisados pela CA e submetidos a consulta pública tendo culminado com a emissão da DIA favorável condicionada, contrariando claramente as opiniões daquelas entidades, sendo factual que caso fossem minimamente verídicas as ameaças lançadas pelo Clube Arrábida e pela Quercus simplesmente o projeto não teria tido qualquer possibilidade de ser concretizado.

«Mais de metade do volume das areias que serão dragadas, serão lançados na base da formação deltaica da península de Troia ficando dentro do sistema, de modo a que, tendo em conta o comportamento hidrodinâmico e de transporte sedimentar, acabe por realimentar as praias de Troia, e as localizadas a Norte, tais como a Figueirinha, Galapos, Galapinhos e Portinho da Arrábida» Parece-me, à vista desarmada, que esta intervenção terá impactos negativos, pelo menos nas correntes marítimas. É uma dúvida razoável? A dúvida é razoável, desde que se não misturem as situações com que se pretende desqualificar todo o trabalho técnico e científico deste processo. Sobre esse ponto, o que lhe digo é que naturalmente que qualquer dragagem em qualquer zona ou porto do mundo tem efeitos nas correntes maritimas, porquanto é sabido que uma qualquer intervenção que altere os fundos naturais provoca uma aceleração nas correntes marítimas e uma reação natural na dinâmica sedimentar que tende a repor as cotas dos fundos naturais. É por este motivo que em todos os portos se realizam dragagens de manutenção nos canais e terminais visando repor as cotas que garantam a sua operacionalidade em condições de segurança para a navegação. No entanto, e é este o ponto central, tal como referido, já não razoável a relação causa-efeito que se pretende

estabelecer entre as dragagens e a erosão nas praias, por dois motivos. Desde logo porque mais de metade do volume das areias que serão dragadas, serão lançados na base da formação deltaica da península de Troia ficando dentro do sistema, de modo a que, tendo em conta o comportamento hidrodinâmico e de transporte sedimentar, acabe por realimentar as praias de Troia, e as localizadas a Norte, tais como a Figueirinha, Galapos, Galapinhos e Portinho da Arrábida. A erosão verificada nas praias não tem relação com as dragagens realizadas, mas antes encontra paralelismo no fenómeno da erosão costeira que se faz sentir de forma muito substantiva em zonas litorais a nível mundial, os quais não são alheios os impactos das alterações do clima e aumento da coluna de água em zonas ribeirinhas ou costeiras. Tocou de raspão, numa pergunta anterior, na comunidade de roazes-corvineiros. Pode mesmo garantir que não há risco evidente para as espécies marinhas que habitam o Sado? Digo-lhe desta forma: Não existem riscos para a comunidade de roazes corvineiros do Sado, os golfinhos são e continuaram a ser um património do estuário do Sado e reforço a APSS estará sempre na primeira linha da defesa da preservação da comunidade de golfinhos. Como disse atrás, os impactes que decorrem desta intervenção são temporários e de pequena magnitude. Todos estes estudos, metodologias de trabalho, recolha de informação e avaliação de riscos encontram-se documentados e justificados tecnicamente, estando disponíveis na página da APA relativa ao projeto. Aliás importa ter presente que quanto ao equilíbrio do habitat dos golfinhos roazes o EIA, refere explicitamente que “não é a movimentação/deslocação de navios de grande porte, que mantêm rotas bem definidas (nos canais de navegação) e que navegam a velocidades reduzidas, a principal fonte perturbadora da atividade dos golfinhos”, e identifica o incremento da atividade de observação de golfinhos e a náutica de lazer, que muitas vezes não cumpre as regras básicas de boa conduta, como fatores geradores de stress e perseguição desenfreada aos mesmos. No entanto, foi estabelecido na DIA um plano de monitorização de observação comportamental destes mamíferos, por equipa técnica que há muito observa, acompanha e estuda esta espécie, sendo provavelmente quem mais informação e conhecimento científico tem sobre esta espécie e seus hábitos. Há medidas previstas pós-obra? A APSS em conformidade com o disposto na DIA tem neste momento em curso um conjunto de estudos, avaliações e monitorizações que visam um melhor conhecimento da realidade estuarina nos seus múltiplos descritores e sua envolvente, numa visão microscópica e transversal das suas diferentes complexidades, nomeadamente no que diz respeito à hidrodinâmica, transporte sedimentar, estudo morfológico de comportamento da linha de costa – praias, bem como levantamentos hidrográficos dos canais de navegação.

As cotas em causa nas dragagens do Sado O projeto técnico de execução do Projeto de Melhoria dos Acessos Marítimos ao Porto de Setúbal visa o aprofundamento dos atuais canais de navegação respetivamente o da Barra e Norte, cuja cota do rasto se encontra estabelecida à cota de -12,80 metros ZH e -12,00 metros para -15,00 metros e -13,50 metros respetivamente. Esta intervenção vai incrementar a segurança e a eficiência do transporte marítimo e das operações portuárias, bem como aumentar, diz o caderno de encargos, a sustentabilidade ambiental, permitindo o acesso a navios mais modernos e menos poluentes e criando escala para reforçar a quota modal da ferrovia em detrimento do transporte rodoviário. Refira-se também que o total das dragagens a realizar é de cerca de 3,5 m3, a depositar base da formação deltaica da península de Troia.

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DESPORTO

COMPETIÇÃO AUTOMÓVEL VAI REUNIR MAIS DE 60 PILOTOS E MILHARES DE ENTUSIASTAS

Almada Extreme Sprint vai percorrer os recantos da futura Cidade da Água Terra intrinsecamente ligada ao automobilismo e ao motociclismo Almada organiza a primeira Extreme Sprint, dia 13, nos terrenos da antiga Lisnave. A prova que, segundo o vereador social democrata, Miguel Salvado, será a primeira de muitas, é apadrinhada pelo campeão mundial de ralis, Rui Madeira.

TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

A

emoção e o entusiasmo que caracterizam as corridas de automóveis, e a ligação de Almada a esta prova de adrenalina que catapultou para as conquistas nacionais e mundiais alguns dos melhores pilotos portugueses, vão «invadir» os terrenos da futura Cidade da Água, nos antigos estaleiros na Lisnave, na Margueira, com a Almada Extreme

Sprint. A prova acontece dia 13, tem entrada gratuita, conta com 65 pilotos e é apadrinhada pelo antigo campeão do mundo de ralis, também ele natural de Almada, Rui Madeira. Miguel Salvado, vereador da câmara de Almada, não consegue esconder «o entusiasmo» pela concretização desta ideia que «valoriza a cidade e os territórios da Lisnave, onde vai nascer a grande Cidade da Água, e promove o automobilismo que tem para nós uma importância significati-

va», admite o autarca. «Numa cidade com tantas referências no mundo do automobilismo vamos poder prestar o nosso reconhecimento e homenagem não só aos nossos pilotos que foram ou são campeões, como é o caso de Rui Madeira, Carlos Sousa, os Bicas ou Miguel Oliveira (no motociclismo), mas, também, aos navegadores, mecânicos, comissários de pista ou diretores de corrida que são de Almada e foram ganhando competências ao longo dos anos sendo

hoje considerados de referência na modalidade». A Almada Extreme Sprint é organizada pelo Clube de Motorismo de Setúbal, com o apoio da Câmara Municipal de Almada, dos SMAS de Almada, e a autorização da Baía do Tejo, empresa a quem cabe a gestão dos territórios do parque industrial de Almada, em que se inserem os antigos estaleiros na Lisnave. A prova é aberta à participação de 65 pilotos, provenientes de todo o país, e as inscrições estão «praticamente fechadas pelo limite». A segurança no recinto e as condições de circulação no circuito da prova «estão salvaguardadas. Não deixámos nada ao acaso para este seja o impulso certo para termos, por ano, uma grande prova de automobilismo nacional e, quem sabe, internacional no nosso concelho», auspicia o autarca. Os treinos e vistoria às viaturas participantes no Almada Extreme Sprint começam na sexta-feira ao final do dia com a prova principal, de tempo,

a decorrer entre as 8h30 e as 19h00 de sábado. Antes disso, o padrinho da prova, Rui Madeira, será o dinamizador de uma iniciativa alusiva à segurança rodoviária e sensibilização ambiental. No largo Gabriel Pedro, entre as 9h00 e as 12h00 de sexta-feira, dia 12, “Rui Madeira regressa à escola”, num contacto com os jovens estudantes, abordando, não só, questões de segurança rodoviária,

mas, também, medidas para o uso eficiente da água. No local estarão dois pontos de interesse que irão, certamente, cativar a atenção dos alunos do concelho. «O padrinho da prova terá em exposição os dois carros com os quais foi campeão (Sierra e Lancer) e irá conduzir o carro oficial patrocinado pelo município e pelos SMAS de Almada», esclarece Miguel Salvado.

Campeão do Mundo de volta a casa Rui Madeira evidenciou-se no automobilismo ao tornar-se o primeiro português a vencer o Campeonato do Mundo de Ralis, em 1995. Precisamente um ano depois de ter concluído o seu curso de arquitetura…na Lisnave, na Margueira, em Almada. «Este evento é uma homenagem aos campeões do automobilismo almadenses. Após muitos anos os fãs desta geração de pilotos, vão poder ver uma prova - no caso uma especial Sprint - na cidade de Almada. No meu caso, é o reconhecimento pela cidade, da qual sou natural, que valeu a pena os “sacrifícios” de tantos anos de dedicação a um desporto, que é uma paixão de infância. O mais gratificante e, inesperado pelo passar de tantos anos, foi o facto de ter sido na Lisnave que fiz em 1994, o trabalho final de curso de arquitetura», confidencia Rui Madeira, o padrinho da Almada Extreme Sprint que decorre dia 13.

Grupo Desportivo Independente volta a apostar em Futebol Veterano

O GDI, passados 4 anos, volta a ter equipa de Futebol Veterano. O projeto foi apresentado numa Gala que distinguiu 5 atletas com o troféu “+ Independente”, gala que é para continuar no futuro. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR

A

nova secção de Futebol Veterano do Grupo Desportivo Independente, constituída por 25 elementos, foi apresentada no passado dia 28 de setembro na sede daquela coletividade do Bairro Afonso Costa, em Setúbal, durante uma Gala apresentada por Natália Abreu.

Desde 2014 que o GDI não tinha no ativo a sua secção de Futebol Veterano. O custo dos equipamentos ficou a cargo do clube e contou com o patrocínio de alguns mecenas. Neste evento foram distinguidos cinco atletas, das secções de Atletismo, Taekwondo e BMX, com o troféu “+ Independente”. O presidente da direção do GDI, Bruno Frazão, realça que a Gala é para prosseguir nos próximos

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anos e serve para destacar as atividades do clube. «Esta foi a 1.ª Gala e é para continuar porque pretendemos reforçar as atividades do clube e destacar aqueles que se empenham e dedicam ao clube». Esta Gala contou ainda com um momento musical «inédito» na vida do clube, com a pianista Raquel Pires e a solista Miká Nunes a interpretarem temas como “Avé Maria”, de Schubert.

No dia 29, o salão da popular coletividade, que este ganhou arrasou e venceu as Marchas Populares de Setúbal, esgotou com um baile animado por Luís Rosa, que deu, assim, aberta a temporada de bailes na coletividade, tendo contado com a presença de cerca de 300 pessoas. E no dia 30, à tarde, o GDI foi palco do concerto solidário a favor do CASA - Centro de Apoio aos

Sem-Abrigo, numa cerimónia que «superou» as expectativas com diversos artistas da cidade. De referir que o CASA, de Setúbal, além dos bens

alimentares e de higiene, angariou cerca de 750 euros para o desenvolvimento da sua atividade com os sem-abrigo neste evento.


POLÍTICA

DERRAMA REVISTA PELO VALOR ABAIXO DA TAXA MÁXIMA

Alcácer do Sal aprova de forma unânime manutenção do IMI nos 0,3%

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TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

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Município de Alcácer do Sal volta a manter o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no seu valor mais baixo, de 0,3 por cento para os prédios urbanos para o ano de 2019. A proposta foi aprovada por unanimidade na reunião ordinária de Assembleia Municipal à semelhança do que já tinha sucedido na última reunião de câmara. Consciente de que o Imposto constitui «uma fonte de receita para o município», Vítor Proença, edil Alcacerense entende «ser mais importante o apoio às famílias através da manutenção do alívio da carga fiscal». Por esse motivo o executivo decidiu «manter a taxa do IMI no seu valor

CDU chumba transmissão das Assembleias Municipais em Santiago do Cacém

mais baixo», (0,3%). Foram também aprovados, por unanimidade, o lançamento de Derrama e a participação fixa no IRS em 2019. A Derrama, taxa que a Lei das Finanças Locais prevê que os municípios possam lançar sobre o lucro tributável sujeito e não isento de imposto sobre o IRC, gerado na sua área

geográfica por sujeitos passivos que exerçam, a título principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola, mantém-se em um por cento para a generalidade das empresas e em 0,25 por cento para aquelas cujo volume de negócios, no ano anterior, não ultrapasse os 150 mil euros. A participação fixa

Palmela subscreve declaração conjunta dos municípios da AIA

no IRS dos sujeitos passivos com domicílio fiscal na circunscrição territorial de Alcácer do Sal, relativa a rendimentos do ano anterior e calculada sobre a respetiva coleta líquida das deduções previstas no Código do IRS, vai permanecer nos quatro por cento, valor abaixo da taxa máxima.

proposta apresentada pelos deputados socialistas na Assembleia Municipal de Santiago do Cacém, para transmissão em áudio e vídeo, em direto através da internet, das respetivas reuniões públicas, não passou pelo crivo do PCP/ CDU. A sugestão, apresentada pelo PS em setembro, reuniu, ainda assim, o consenso de toda a oposição (PS, PSD/CDS e BE). Dizem os eleitos do PS que «a era digital em que vivemos causou transformações significativas nas organizações, na sociedade e na forma como as instituições públicas interagem com os cidadãos. Enquanto representantes eleitos pelos munícipes de Santiago do Cacém, temos a obrigação acrescida de utilizarmos os novos meios tecnológicos e de promovermos uma

imagem de modernidade do concelho, bem como as melhores práticas de proximidade e transparência». Como acontece noutras autarquias, os socialistas entendem que «as reuniões públicas da Assembleia Municipal de Santiago do Cacém, devem ser transmitidas em áudio e vídeo, em direto, através da internet. Ficando também disponíveis para visualização posterior, podendo ser utilizadas plataformas gratuitas como o Youtube», alegam. Considerando que a «proximidade entre eleitos e eleitores é uma prioridade em qualquer democracia» os deputados do PS pretendiam «proporcionar condições para que a população pudesse acompanhar e estar envolvida na gestão autárquica de um modo compatível com o século em que estamos». E.S.

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Município de Palmela é subscritor da declaração conjunta dos municípios da Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal (AIA), que integra Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Seixal, Sesimbra e Setúbal, sobre a gestão pública dos serviços de águas e a sua permanente qualificação. Os municípios reiteram, através deste documento intitulado «Afirmar a gestão pública municipal, qualificar os serviços de águas, reforçar o financiamento», as reivindicações já apresentadas ao ministério do Ambiente, nomeadamente, o reforço da dotação financeira do POSEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, destinada à área de intervenção de investimento prioritário “Gestão Eficiente do Ciclo Urbano da Água”, bem como o aumento dos

níveis de comparticipação; a reprogramação do POSEUR, de forma a que os investimentos na componente alta dos sistemas municipais sejam considerados nas tipologias de operações admissíveis; a possibilidade de negociar um aviso específico, que considere o financiamento do sistema intermunicipal em alta para a Península de Setúbal; e a abertura de um novo aviso para remodelação dos sistemas em baixa, com um pacote financeiro adequado às necessidades nacionais e

sem condicionamentos de modelo de gestão. É reafirmado, com esta declaração conjunta, o compromisso com a defesa da água «como bem comum e com uma gestão pública dos serviços de água e saneamento, de cariz municipal ou intermunicipal, eficaz e eficiente, universalmente acessível e promotora da proteção dos recursos hídricos, designadamente, atuando e sensibilizando as populações para o uso racional e o combate ao desperdício da água». E.S. 2018 | 5 DE OUTUBRO | SEXTA-FEIRA | SEMMAIS | 11


NEGÓCIOS

ITALIANA RENDIDA À QUALIDADE DOS VINHOS DA PENÍNSULA DE SETÚBAL

Francesca Di Persano começa este ano a importar vinhos da CVRPS PROGRAMA FACES EM SETÚBAL

Depois de provar vários vinhos e licores, Francesca Pellion Di Persano, uma Italiana dedicada à produção e distribuição de produtos gourmet, visitou esta semana as adegas portuguesas de onde pretende importar vinho. A produção tradicional, a filosofia dos produtores e a qualidade das castas da região seduziram a fundadora de “Miss Dado”

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TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

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ão é segredo que o Moscatel de Setúbal, e mais recentemente o Moscatel Roxo, é um dos néctares mais procurados pelos apreciadores dos vinhos nacionais, numa preferência que remonta ao Século XIV, altura em que o distinto e característico vinho terá começado a ser importado por Ricardo II de Inglaterra para as festas da corte britânica, e que perdura no tempo até aos dias de hoje com milhares de apreciadores por todo o mundo que se renderam a quase todas as castas nacionais. Recentemente, Francesca Pellion Di Persano, produtora e distribuidora de uma linha de produtos gourmet para duas dezenas de lojas em Turim, rendeu-se aos encantos dos vinhos da Península de Setúbal, «particularmente o Moscatel Roxo» e prepara-se para dar início a uma parceria internacional com a Quinta do Piloto, a Casa Agrícola Horário Simões, Sociedade Vinícola de Palmela (SIVIPA) e a Quinta do Brejinho da Costa. O objetivo da empresária «é levar a cultura vinícola portuguesa para os restaurantes e chefes em Itália, França e, até, Roma», avançou Francesca ao Semmais durante a sua última visita à região vitivinícola da Península de Setúbal. De salientar que todo o esforço logístico e financeiro, de contactos com produtores e promoção internacional, tem sido suportado na íntegra pela empresária, através da marca Miss Dado. Este

Fundação Montepio investe 340 mil euros no combate à exclusão social

ano já houve uma primeira reunião com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em Milão, e espera-se que a agência faça uma «open cal» em breve, para reunir vários produtores nacionais numa sessão de esclarecimento. A ligação comercial entre Itália e Portugal foi estabelecida por influência da empresa de comunicação Força Motriz, pela mão do seu diretor executivo André de Quiroga, que deu a conhecer a oferta e a qualidade dos vinhos à empresária, e é «abençoada» pela Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal – CVRPS. O seu presidente Henrique Soares admitiu ao Semmais, durante a mais recente visita da empresária italiana às adegas da região, que «já existe uma relação estabelecida entre a Francesca e os nossos produtores, desde o ano passado, e o nosso papel de intermediários passa, precisamente, por acompanhar as suas

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visitas e mostrar-lhe todas as alternativas que permitam potenciar-nos, ainda mais, no mercado externo». Francesca Pellion Di Persano, formada em arte contemporânea, começou a sua atividade empresarial e de produção em 2013, com a criação da marca “Miss Dado”, termo italiano para o que em Portugal designamos de caldo, tendo criado um preparado 100% biológico, à base de azeite e pasta de especiarias. O negócio rapidamente cresceu e “Miss Dado” é, neste momento, uma referência em Itália e no Piemonte na área da produção e distribuição de produtos gourmet a que se juntam, «ainda este ano», os vinhos na Península de Setúbal. Ao Semmais a empresária revela que apesar de estar inserida numa região que, na antiguidade era chamada de Enotria (terra do vinho), «há muito interesse dos italianos nos vinhos portugueses. Particularmente no Moscatel Roxo. Estou muito

entusiasmada com o que estou a conhecer. Só tinha provado os vinhos e, hoje, pude ir às adegas e ver como é feita a produção. O respeito pela tradição e a filosofia dos produtores são fatores influentes no sucesso das marcas. E eu constatei essa preocupação aqui», elogia. Francesca revela um «encontro com uma região apaixonante, cuja essência se reflete em vinhos característicos, frescos, com um paladar e aromas distintos que proporcionam experiências diversas». Sobre a parceria com os produtores da CVRPS, a empresária acredita que «ainda este ano vai ser possível iniciar o processo de importação», sendo que, entretanto, «vamos realizar ações de catering em Roma e Turim com produtos portugueses e italianos». Da viagem, à região vitivinícola da Península de Setúbal, Francesca leva «ideias de negócio, certeza de sucesso e a dedicação dos produtores com quem privou».

o âmbito do Programa FACES, iniciativa da Fundação Montepio que se centra no combate à exclusão social e na intervenção em áreas como a empregabilidade de pessoas com deficiência, a inclusão de crianças e jovens em situação de risco e as respostas inclusivas para famílias vulneráveis e pessoas sem-abrigo, foram avaliadas este ano 148 candidaturas tendo sido selecionados 19 vencedores. Entre as entidades cujos projetos de intervenção se destacaram, durante o processo de pré-seleção pela Fundação, estão três do distrito de Setúbal. A Cooperativa de Educação e Reabilitação do Cidadão Inadaptado de Montijo e Alcochete CRL, a Inovar Autismo – Associação de Cidadania e Inclusão e a ANPAR – Associação Nacional de Pais e Amigos Rett. A Fundação Montepio concederá um apoio global superior a 340 000 euros para que todas as entidades selecionadas, do continente e ilhas, possam prosseguir os projetos com os quais promovem a inclusão, na sociedade, de crianças e jovens em risco, sem-abrigo, pessoas portadoras de deficiências e famílias vulneráveis. Além das três instituições da região de Setúbal foram, ainda, selecionadas seis da região de Lisboa, três de Leiria e duas do Porto. Acrescem a esta lista de selecionados a KAIRÓS – Cooperativa de Incubação de Iniciativas de Economia Solidária (Açores), a Casa dos Choupos – Cooperativa Multisectorial de

Solidariedade Social CRL (Aveiro), a Associação LEQUE (Bragança), o CEIFAC – Centro Integrado de Apoio Familiar de Coimbra (Coimbra) e a Associação Conversa Amiga (Madeira). Associados com reforço de benefícios e vouchers gratuitos na saúde Além do apoio a entidades e instituições, a associação Montepio não descura a atenção às «necessidades dos associados» e reforçou recentemente os benefícios de saúde para os mais de 600 mil associados e está a oferecer vouchers gratuitos para consultas de nutrição, check up geral, higienização oral e na oferta de um par de óculos na compra de outro. Vantagens e ofertas incluídas no pacote criado para assinalar um ano de existência do cartão Montepio Saúde no valor de mais de 3,4 milhões de euros em descontos. António Tomás Correia, presidente da associação mutualista, faz questão de enaltecer que este «programa de vantagens constitui um dos melhores exemplos do modo como procuramos garantir uma visão completa da vida das pessoas. Damos, a cada dia, mais um passo na construção de uma associação mais próxima das pessoas e do seu modo de vida, e que responde, na justa medida, à maior comunidade associativa do nosso país. É a forma como olhamos para as necessidades e expectativas das pessoas que nos torna realmente diferentes e nos eleva à posição de pilar da economia social em Portugal». E.S.


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CULTURA

TEATRO O BANDO ESTREIA TEXTO DE MIA COUTO

“Netos de Gungunhana” faz reflecção sobre as teias de poder A partir da figura do último imperador moçambicano, o Bando faz uma reflecção sobre as pequenas teias de poder na família que depois se alastram a outros planos. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM DR

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Teatro O Bando, de Palmela, está a celebrar os seus 45 anos de atividade e prepara-se para estrear a peça “Netos de Gungunhana”, no próximo dia 25, às 21 horas, no Teatro S. Luiz, em Lisboa. A nova criação do Bando é uma colaboração artística entre artistas portugueses, brasileiros, moçambicanos e angolanos, baseada na trilogia de Mia Couto “As Areias do Imperador”. Reflete sobre as pequenas teias de poder presentes na família que, de forma

progressiva, se vão estendendo às tribos, cidades, países e federações. Este espetáculo constrói-se «a partir da figura do último imperador moçambicano Gungunhana que, para alguns, foi um herói e um salvador e, para outros, um ditador e um pesadelo, assumindo a realidade como um conjunto de diferentes pontos de vista». Em 2018, o Bando questiona, com esta produção, «os colonialismos, os históricos e os de todos os dias, as manipulações domésticas, os líderes de fachada e as manobras de um poder manietado na sombra, à vista de todos». “Netos de Gungunhana”, com texto de Mia Couto e encenação de João

Setúbal promove casting de modelos

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Brites, aposta em música de Jorge Salgueiro e tem interpretações de Alice Stefânia, Bruno Huca, Diego Borges, Fernando Santana, Raul Atalaia, Rita Couto, Sufaida Moyane, Suzana Branco e Té Macedo, com participação especial de Alesa Herrero e Zora Ma. Esta nova criação do Bando é uma co-produção com o Teatro S. Luiz e uma coprodução com a Fundação Fernando Leite Couto, de Moçambique, e Teatro do Instante, do Brasil. A peça mantem-se em cena até 11 de novembro e poderá ser vista de quarta-feira a sábado, às 21 horas, e ao domingo, às 17h30.

Almoço comunitário e projetos internacionais As comemorações do 45.º aniversário do Bando começam já este sábado, às 13h30, em Vale de Barris, com um almoço comunitário. Está garantida uma ementa moçambicana e um ensaio aberto de “Netos de Gungunhana”. Entretanto, termina este mês a Platform Shift+, um projeto internacional onde o Bando esteve envolvido nos últimos 4 anos e no contexto do qual apresentou “Do Fim” (2016), “Isto (Não) é a Europa” (2017) e “Pássaros” (2018). Até este domingo, o Bando encontra-se em Marselha para participar nas preparações para Good Luck Europe, evento final deste projeto que envolveu 11 companhias de 9 países diferentes em várias criações artísticas que refletiram sobre o uso da tecnologia em espetáculos dirigidos aos jovens.

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Teatro Extremo estreia “Dois reis e um sono”

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ois reis e um sono”, a 50.ª criação do Teatro Extremo, de Almada, estreia esta sexta-feira, dia 5 de outubro, às 21h30, no teatro-estúdio António Assunção, naquela cidade. A peça é da autoria de Natália Correia em colaboração com Manuel de Lima e conta-nos a história de dois reinos em litígio, sendo a alegórica figura do Sono o motivo da discórdia entre monarcas irmãos. Trata-se de uma parábola «divertida e surreal» sobre o poder, a vaidade, o consumismo, o amor, a conquista e o uso da

liberdade de expressão, mas também sobre qual o limite do nosso livre arbítrio e para onde caminha a humanidade. O elenco é constituído por Bibi Gomes, Carlos Sebastião, Fernando Jorge Lopes, Francisca Lima, Jefferson Oliveira, José Graça, José Neto, Rui Cerveira, António Olaio, João Dacosta, João Rodrigues, Josefina Correia, Marta Valente e Victor Pinto Ângelo. A peça vai estar em cena até 3 de novembro, subindo ao palco às sextas-feiras às 21h30, aos sábados às 16 horas e aos domingos às 11 horas.

m casting de escolha dos modelos que vão desfilar no “Setúbal Fashion Weekend Inverno 2018”, com roupas de lojas da baixa e de novos criadores locais, realiza-se a 13 e 14, na Casa da Cultura. Para participarem na prova de seleção, os interessados, modelos profissionais ou amadores, de ambos os sexos, a partir dos 14 anos, devem aparecer entre as 14 e as 17 horas, num dos dois dias, onde são avaliados, tendo em conta o visual e a maquilhagem escolhidos, bem como a pontualidade e o comportamento adotado. Os selecionados vão desfilar no Setúbal Fashion Weekend Inverno 2018, a realizar nos dias 19 e 20, às 21h30, na Praça de Bocage, onde são novamente analisados, de acordo com critérios de fotogenia, medidas, simpatia e forma como desfilam. No final, são escolhidos dois rapazes e duas raparigas. O Setúbal Fashion Weekend contempla, igualmente, um desfile de moda para crianças no dia 20, às 15h30, no largo da Ribeira Velha, sendo os modelos indicados pelas lojas e marcas participantes nesta edição de outono/inverno. Este evento de moda, organizado pela DerivaStatus – Associação, em parceria com o município e os comerciantes da baixa sadina, visa valorizar novos modelos, novos criadores e novas tendências. A iniciativa contribui ainda para reforçar o programa de revitalização da baixa de Setúbal, através de passagens de modelos com roupas e acessórios de lojas locais.

Ganhe convites para a revista “ParqueMania” Temos convites para oferecer aos nossos leitores para irem assistir ao magnífico espetáculo de teatro de revista em cena no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, em Lisboa. “ParqueMania”, tem textos de Flávio Gil, Renato Pino e Miguel Dias, e no elenco estão Paulo Vasco, Miguel Dias, Rosa Villa e Susana Cacela, entre outros. A luxuosa revista, que tanto bate nos políticos da direita como da esquerda, aposta num grupo de baile jovem e alegre, e em cenários e figurinos maravilhosos. Se tenciona passar uma noite animada, basta ligar 96 943 10 85 ou 918 047 918 e solicitar os seus convites.

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CULTURA

ÁUREA

«Quero ser mãe e dar a volta ao Mundo»

BARREIRO06OUTUBRO21H30 “JOGO DE MASSACRE” VOLTA À CENA TEATRO MUNICIPAL Até ao dia 27 deste mês, a Arteviva – Companhia de Teatro do Barreiro repõe em cena “Jogo de Massacre”, uma história dramática que fala da manipulação da liberdade humana.

ALCÁCER DO SAL 06OUTUBRO22H30

ADRIANA LUA E SUA BANDA FEIRA NOVA A cantora brasileira Adriana Lua, acompanhada da sua banda, atua na Feira Nova de Outubro, onde pode adquirir os primeiros frutos secos da época.

SESIMBRA06OUTUBRO22H00 CARMINHO DÁ CONCERTO TEATRO JOÃO MOTA Carminho, uma das maiores vozes do fado da nova geração, abre a temporada 2018/19 da principal sala sesimbrense. O CD Carminho Canta Tom Jobim, de 2016, já é Platina.

MONTIJO06OUTUBRO16H30 O MAIOR SHOW INFANTIL TEATRO JOAQUIM D´ALMEIDA A JC Eventos apresenta “O Maior Show Infantil”; uma grande produção que junta as maiores personagens do mundo infantil para os mais novos viverem de perto a emoção de um mundo super mágico.

SETÚBAL07OUTUBRO16H00

DEOLINDA DE JESUS LANÇA CD CASA DA CULTURA A fadista setubalense apresenta os primeiros temas do seu mais recente trabalho, num concerto integrado nas comemorações do 6.º aniversário da Casa da Cultura.

SEIXAL07OUTUBRO16H00 TEATRO INFANTIL CINEMA S. VICENTE A peça infantil “Nascer” é um espetáculo baseado numa pesquisa e reflexão em torno dos significados do solstício de inverno e das celebrações do nascimento, na tradição ocidental.

ALMADA12OUTUBRO21H00 UMA HISTÓRIA ASSOMBROSA TEATRO JOAQUIM BENITE Não perca “A história assombrosa de como o capitão Michel Alban perdeu o seu braço”, a partir de Gaston Leroux, com encenação de Bruno Bravo. Com António Mortágua, Carolina Salles, Joana Campos e Miguel Sopas.

A simpática cantora Áurea sonha em ser mãe e em conhecer o Havai. Tem 31 anos, pertence ao signo Virgem, é natural de Santiago do Cacém e reside em Sintra. POR ANTÓNIO LUIS IMAGEM DR

Que livro anda a ler ou leu ultimamente? Estou a ler “Um cavalheiro em Moscovo”.

Qual o seu maior sonho profissional? Já está a concretizar-se.

Qual o último filme que viu no cinema? “O que de verdade Importa”. Vocês já viram?

E pessoal? Ser mãe, dar a volta ao mundo várias vezes e poder passar os valores que acredito aos meus netos.

Melhor peça de teatro? Na realidade, foi o musical “Motown, the Musical on Broadway” que me conquistou.

Cidade preferida? Lisboa e Nova Iorque.

Melhor música de sempre? “Song For You”, de Donny Hathaway.

Qual o local que gostaria de conhecer e que ainda não visitou? Havai.

Qual a sua maior virtude? Perdoar fácil.

Um desejo para 2018? Que vários dos meus desejos se concretizem. Quem convidaria para um jantar a dois? Ryan Reynolds. Quem é o homem mais sexy do Mundo? Adam Levine. Complete: A minha vida é… Fantástica e sou muito agradecida por tudo o que tenho e consegui alcançar até hoje. O que não suporta no sexo oposto? Má educação, machismo, violência e desprezo. Comida e bebida preferida? Pizza e Coca-Cola. Qual o seu maior vício? Chocolate.

CINEMA

E defeito? Ser um “coração de manteiga”. Como se chama o seu animal de estimação? Não tenho. O que levaria para uma ilha deserta? O meu companheiro. Dia ou noite? Dia, na praia. O que mais teme na vida? A solidão. A quem ofereceria um presente envenenado? Ui, não sei. O maior desgosto da sua vida? Não quero revelar.

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O MISTÉRIO DA CASA DO RELÓGIO DATA DE LANÇAMENTO 20/09/2018 NACIONALIDADE ESTADOS UNIDOS GÉNERO FAMÍLIA, FANTASIA ELENCO CATE BLANCHETT, JACK BLACK, OWEN VACCARO REALIZADOR ELI ROTH DURAÇÃO 105 MINUTOS

Lewis Barnavelt, um órfão de 10 anos, vê-se obrigado a ir viver com o seu tio Jonathan, um feiticeiro medíocre que mora ao lado de uma poderosa bruxa, Florence Zimmerman. Em casa de Jonathan há um relógio posto lá pelos donos anteriores, um casal praticante de magia negra que queria provocar o fim do mundo. Juntos, Lewis, o tio e a vizinha terão de evitar que mundo acabe.Um excelente filme com muita magia e feitiçaria para encantar, divertir e emocionar toda a família. Para ver no moderno e confortável cinema City do Alegro de Setúbal.

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ALMADA | MARGUEIRA 24 DE OUTUBRO

QUE RUMOS PARA A INDUSTRIALIZAÇÃO?

O INVESTIMENTO EMPRESARIAL E O CRESCIMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA PARTICIPAÇÃO GRATUITA | INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA www.eventosaiset.pt

PROGRAMA 09h30 | 10h00 – Acreditação

PITCH de Empresas associadas da AISET:

10h00 | 10h45 - Abertura do Fórum Empresarial

Introsys, Volkswagen Autoeuropa

Antoine Velge – Presidente da AISET

e The Navigator Company*

Manuel Caldeira Cabral - Ministro da Economia

Moderador: jornalista Paulo Ferreira

Inês de Medeiros - Presidente da Câmara de Almada

15h15 | 15h30 - Debate/Perguntas e Respostas

10h45 | 11h15 - Coffee break/Networking

15h30 | 15h45 - Coffee break/Networking

11h15 | 11h40 – Keynote Speaker:

15h45 | 16h30 – Capital Humano para a Indústria

Fernando Alexandre – Universidade do Minho

Virgílio Cruz Machado - Fac. Ciências e Tecnologia UNL

“Investimento Empresarial e o crescimento

Pedro Dominguinhos - Instituto Politécnico de Setúbal

da Economia Portuguesa”

João Costa - ATEC

11h40 | 12h20 – Indústria em Portugal:

Moderador: jornalista Paulo Ferreira

Que Presente e Futuro?

16h30 | 17h00 - Debate/ Perguntas e Respostas

Ana Teresa Lehman – Secretária de Estado da Indústria*

17h00 | 17h15 - Apresentação “NUTS Península

António Saraiva – Presidente da CIP

de Setúbal: Caminho para o Desenvolvimento

Pedro Penalva – CEO AON

Carlos Martins – Secretário Executivo AISET

Moderador: jornalista Paulo Ferreira

17h15 | 17h30 - Encerramento

12h20 | 13h00 - Debate/Perguntas e Respostas

João Teixeira – Presidente da CCDR-LVT

13h00 | 14h30 - Almoço

Nuno Maia Silva – Diretor Executivo AISET

14h45 | 15h15 - Região de Setúbal no contexto da industrialização – Boas Práticas em Zona industrial de referência: PATROCINADOR MASTER

PATROCINADOR GOLD

*Convidados, pendentes de confirmação PARCERIA ESPECIAL

PATROCINADORES ASSOCIADOS

APOIO

dodesign.pt

FÓRUM EMPRESARIAL


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