Semmais 08 julho 2017

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4 DIAS DE MÚSICA, ANIMAÇÃO E SURF 10 A 13 AGOSTO 2017

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Sábado 8 | Julho | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 956 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

DISTRITO AINDA

CONTA COM 37 MIL

SOCIEDADE PÁGINA 3

TARTARUGA-DE-COURO GIGANTE DEU À COSTA NAS ÁGUAS DA CAPARICA O animal com 1,70 metros e cerca de cem quilos foi apanhada pelas redes de uma embarcação da pesca de arte xávega na Costa da Caparica. Está agora à guarda do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, em Ílhavo e deverá ser devolvida ao mar, logo que os técnicos considerem adequado.

ANALFABETOS

No início da década de oitenta mais de cem mil habitantes do distrito não sabia ler nem escrever. Hoje ainda se regista cerca de 37 mil, número considerado elevado tendo em conta as mudanças entretanto operadas no país. A maior parte desta iliteracia está radicada nas faixas etárias mais idosas, mas há também muitos casos de jovens, com abandono escolar primário.

SOCIEDADE PÁGINA 3

SOCIEDADE PÁGINA 4

ALMADA TEM MIL FAMÍLIAS POR REALOJAR E O SEIXAL 144 O Plano Especial de Realojamento ficou sem dotação orçamental em 2009, deixando grande parte dos municípios com o ‘menino-nos-braçps’. Há situações muito críticas, como o chamado Segundo Torrão, na Cova do Vapor, Almada. O governo vai agora revigorar o processo.

NEGÓCIOS PÁGINA 12

SOBREIROS DA REGIÃO VÃO SER DEFENDIDOS EM PROJETO IBÉRICO O montado de sobro do distrito tem uma grande dimensão e vai estar incluído numa plataforma ibérica de defesa e valorização do cluster. As primeiras reuniões já começaram com responsáveis ambientalistas de Setúbal, Alentejo e Algarve. Há uma candidatura à UNESCO na forja.

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A SEMANA

Sobreiro Grande de Águas de Moura homenageado pelo ‘ambiente’ da GNR

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Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR homenageou, com a Câmara de Palmela, no dia 30 de junho, a “Árvore do Assobio”, em Águas de Moura. A cerimónia contou com a presença da União de Freguesias de Poceirão e Marateca e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e consistiu na colocação de uma placa evocativa. Na ocasião, o edil Álvaro Amaro, falou da importância simbólica e concreta do sobreiro para Águas de Moura e destacou a prioridade que o município atribui à preservação da floresta e do património ambiental do concelho. O tenente-coronel José Silva Vieira, chefe da secção do SEPNA do Comando Territorial da GNR

de Setúbal, explicou que, com a iniciativa, a corporação pretende valorizar os espécimes mais relevantes da floresta autóctone na região, mas, também, alertar para o facto de se tratar de árvores que a corporação visita regularmente, como forma de as proteger de usos indevidos. O espaço do Sobreiro Grande, como também é conhecido, foi, recentemente, valorizado pelo município, que instalou no local um conjunto de passadiço e bancos para contemplação e repouso, informação bilingue e mobiliário urbano. Junto ao sobreiro foi, ainda, instalado equipamento de ginásio de ar livre, para uma conjugação perfeita de desporto, saúde e ambiente. A empreitada custou cerca de 16 500 euros.

7 detidos por roubos, furtos Núcleo de investigação criminal de Palmela em estabelecimentos, residências da GNR detém 7 indivíduos por associação e veículos em Setúbal criminosa e furto qualificado

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Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do Núcleo de Investigação Criminal de Palmela, na sequência de quatro meses de investigação, pela prática dos crimes de associação criminosa e furto qualificado, procederam no dia 4, à detenção de seis indivíduos de nacionalidade romena e um de nacionalidade moçambicana, dos quais três são mulheres, em Lisboa, Costa da

O

Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do Núcleo de Investigação Criminal de Setúbal, apoiado pelo Destacamento de Intervenção de Setúbal, deteve entre os dias 3 e 4 de julho, 7 homens, dos 18 aos 56 anos, que se dedicavam à prática de vários crimes contra pessoas e património. Estas detenções ocorreram na sequência de uma investigação, que decorria há cerca de 5 meses, pela prática de roubos, furtos em estabelecimentos, residências e veículos, com especial incidência nas áreas da Quinta do Conde, Azeitão e Sesimbra. Militares do NIC de Setúbal encetaram um conjunto de diligências direcionadas aos elementos mais ativos do grupo, tendo-se verificado no decurso de toda a investigação que diversos elementos trabalhavam de forma metódica e organizada,

desde a execução do furto ou roubo, até ao escoamento do material. Apurou-se ainda que um dos elementos responsável pelo escoamento do material furtado, também se dedicava à prática de compra, transformação e venda de armas. Desencadeada a operação com vista à cessação da atividade delituosa por parte daquele grupo, deu-se cumprimento a sete mandados de detenção, oito mandados de busca domiciliária, quinze buscas não domiciliárias, que culminaram com as seguintes apreensões: três automóveis; uma moto de alta cilindrada; seis revolveres de vários calibres; três pistolas de vários calibres; duas carabinas; duas pistolas de alarme em processo de transformação; 221 munições de vários calibres; dois computadores portáteis; duas balanças de precisão; três LCD’s; dois tablets; seis telemóveis; e diverso material furtado.

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Caparica e Sobreda. Os arguidos, com vasto historial criminal, percorriam todo o território nacional, nomeadamente Algarve, Alentejo, área de Lisboa e Vale do Tejo, região Centro e Norte do País, incidindo a sua atuação em grandes superfícies comerciais. Tais práticas, têm causado avultados prejuízos materiais, avaliados em cerca de 50 mil euros. No âmbito da referida investigação, foi possível apreender o

seguinte material: 4 mil euros em numerário; duas viaturas ligeiras; material informático; e mais de mil peças de vestuário e acessórios, bijuteria, produtos de beleza, equipamentos desportivos, relógios de marca e telemóveis; As referidas detenções, constituem um importante resultado para o sentimento de segurança do tecido empresarial nacional, afetado direta e indiretamente por este grupo.

GNR desmantela de rede de furto de veículos no Pinhal Novo

O

Comando Territorial de Setúbal da GNR, através da Secção de Informações e Investigação Criminal, na sequência da operação policial realizada no passado dia 13 de junho, que culminou com a detenção de cinco indivíduos e a apreensão de diversas viaturas, efetuou agora mais quatro buscas, durante o dia de ontem, 4 de julho, tendo apreendido: três cabines marca MITSUBISHI, modelo L200; uma caixa de carga marca MITSUBISHI, modelo L 200; um chassis e estrado pertencente a um veículo de marca MITSHUBISHI, modelo Canter; e nove cartuchos de calibre 12. Os veículos alvo de furto eram

na sua maioria viaturas de trabalho, tais como Mitsubishi Canter, Mitsubishi L200, Toyota Dyna e Toyota Hilux, tendo esta Guarda vindo a identificar algumas partes desses veículos já desmantelados e fazendo a respetiva entrega aos

seus legítimos proprietários. Prosseguem as diligências periciais no sentido de identificar mais partes/peças dos veículos apreendidos para posterior identificação e entrega aos ofendidos.


SOCIEDADE

A MAIOR PARTE ESTÁ ENTRE A POPULAÇÃO MAIS IDOSA E RURAL, MAS EXISTEM OUTROS QUE AINDA ESTÃO EM IDADE ATIVA

Região ainda tem 37 mil analfabetos

Nas últimas décadas, os avanços e as mudanças foram muito significativas, mas os números da iliteracia no distrito continuam muito robustos para o século da ultra-modernidade, um dos mais altos do país. E há ainda analfabetismo em faixas etárias mais jovens. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

N

o início da década de 80 eram 101.295 os habitantes do distrito que não sabiam ler. Hoje são menos de 37 mil, mas a região continua a ter um longo caminho a percorrer na área do ensino, estando neste momento a contribuir para que Portugal continue no topo da tabela dos países europeus com maior taxa de analfabetismo. Os números são revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), baseados no Censos de 2011. A maioria dos analfabetos está entre a população mais idosa, que vive em zonas mais rurais do distrito. Mas existem outros que ainda estão em idade ativa, entre os 18 e os 65 anos. Por sexos, a década de 80 ilustrava bem as dificuldades das mulheres no acesso aos estudos. Mais de 63 mil eram analfabetas, havendo elevadas ta-

xas mesmo em cidades de maior dimensão. Almada chegava às 9797, Setúbal às 8112 e o Seixal atingia as 4895. Palmela, um meio mais mais rural, tinham uma taxa de analfabetismo feminino de 4935. Na maioria do concelhos do distrito a tendência indicava que por casa duas mulheres analfabetas existia um homem que não sabia ler nem escrever. Até aos dias de hoje o quadro melhorou substancialmente, apesar do atraso em relação à média europeia, mas o analfabetismo continua a atingir, sobretudo os mulheres, com um total de 25618, enquanto a taxa entre os homens está fixada nos 8 mil. DÉCADAS A COMBATER ILITERACIA E ABANDONO Desde a década de 70 que a situação foi melhorando com campanhas de educação para adultos, a telescola a chegar às aldeias mais remotas, a redução do abandono esco-

lar e o aumento da escolaridade obrigatória. É que em 1960 eram 258801 pas pessoas que possuíam algum nível de escolaridade no distrito, contra 162634 que nunca tinham ido à escola. Em 1981, as aulas passavam a ser frequentadas por 437507 alunos da região. Hoje há 655609 pessoas com escolaridade. Curiosa é ainda a evolução do básico, que passou dos 84268 de 1960, para os 183339, em 1981 e 157258 em 2011, o que justifica o aumento no ensino nos ciclos seguintes. Por exemplo, em 1981, 42383 pessoas completavam o terceiro ciclo, que hoje faz parte do certificado e habilitações de 143807 habitantes. Apesar da evolução alcançada pela região, que permitiu melhorar as habilitações literárias aos residentes, ao longo dos últimos 50 anos, os Censos ainda encontraram 52644 habitantes sem qualquer nível de escolaridade. Nada comparado, ainda

O analfabetismo continua a atingir, sobretudo as mulheres, com um total 25 618 assim, com os resultados obtidos em 1981, quando 127977 pessoas nunca tinham ido à escola, ou com a realidade de 1960 em que as aulas eram miragem para 162634 cidadãos do distrito de Setúbal. Entre a população que apresenta nível de escolaridade, contam-se 157258 com o ensino básico, 75857 com segundo ciclo, 143807 com terceiro e 124961 com secundário completo, enquanto 93425

exibe curso superior no certificado de habilitações. Grandes melhorias face aos dados apurados em 1960, quando apenas 900 residentes terminaram o ensino universitário, aumentando para os 6860 20 anos depois. Em 2001 o distrito de Setúbal já contava 47725 licenciados. De resto, um dado curioso deste estudo indica que há 50 anos, apenas 0,3% dos residentes che-

garam ao ensino superior. Hoje esse valor supera os 10% da população. O INE alerta para as «duas variáveis» que nos últimos dez anos representaram uma «evolução mais rápida do que era previsto», sobretudo no ensino superior. Numa espécie de anúncio de uma boa e de uma má notícia, é preciso enquadrar aqui o envelhecimento da população e o aumento do nível de escolaridade.

Tartaruga gigante deu à costa na Caparica

Coral Luísa Todi reapresenta “Missa Étnica pela Paz”

O animal foi recolhido por uma equipa do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, de Ílhavo. E vai agora ser libertada no oceano, logo que seja avaliado o seu estado.

Os responsáveis do Coral Luisa Todi voltam a repetir um êxito que esgotou o Forum Luisa Todi, em Dezembro. A direcção sublinha a reapresentação num cenário único e intimista, a Igreja de Jesus.

TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

U

ma tartaruga-de-couro gigante com 1,70 metros e cerca de cem quilos foi apanhada pelas redes de uma embarcação da pesca de arte xávega na Costa de Caparica. O animal foi entregue ao Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, em Ílhavo, onde ficará até poder ser devolvida ao mar. A tartaruga que deu à costa apresenta escoriações causadas pelas redes de pesca, tendo sido sujeita a exames e análises para se apurar se ha-

D

A tartaruga, da espécie dermochelys coriaceamede 1,7 metros e tem 100 Kg verá outros problemas de saúde. A Polícia Marítima esteve no local e contactou o Instituto da Conservação da Natureza e das Flores-

tas, que pediu a comparência de uma equipa do CRAM de Ílhavo para que a tartaruga, da espécie dermochelys coriacea, fosse recolhida.

epois do grande êxito da apresentação, em Dezembro, num concerto que esgotou o Fórum Luísa Todi, da emblemática obra do compositor austríaco Lorenz Maierhofer “Missa Étnica pela Paz”, o Coral Luísa Todi volta a apresentar esta obra, este sábado, agora na Igreja de Jesus e numa versão mais intimista, em função do espaço em que vai acontecer. Tendo na mesma a colaboração de Rui Rosado (Ruca) e de João Moreira,

na percussão, e dos actores Manuela Couto e Fernando Luís, na narração, o concerto é dirigido pelo maestro Fernando Malão, estando agendado para 8 de Julho, às 22 horas. Depois de 6 apresentações noutras cidades e porque a procura da Paz continua a ser uma das maiores preocupações da nossa sociedade, quer a nível local, quer a nível mundial, justifica-se esta reapresentação em Setúbal, agora no cenário único e mais intimista da Igreja do Convento de Jesus, sublinham os responsáveis. Esta obra de Lorenz

Maierhofer representa a voz do mundo, sendo uma obra dinâmica, caracterizada por diferentes ritmos de todos os cantos do mundo, distribuídos por 9 andamentos, cumprindo o “ritual” de uma missa enquanto peça musical. O Coral Luísa Todi, ao reapresentar esta obra no Concerto Comemorativo do 54º Aniversário da sua Primeira Apresentação Pública, pretende também, deste modo, dar o seu contributo para a busca da Paz, deixando aqui mais algumas palavras escritas por Lorenz Maierhofer na apresentação da sua obra.

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SOCIEDADE

PLANO ESPECIAL DE REALOJAMENTO FICOU SEM DOTAÇÃO ORÇAMENTAL EM 2009, AGORA PODE VIR A SER RECUPERADO

Mil famílias por realojar em Almada e 144 no Seixal Almada é neste momento o concelho com mais carências no país entre os municípios que ainda não concluíram o Plano Especial de Realojamento, lançado em 1993. O concelho do Seixal está com número bem mais baixos. O problema carece de resolução e governo vai recuperar o PER. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

A

s câmaras municipais têm de entregar até 31 de julho o levantamento das suas necessidades de realojamento habitacional, numa altura em que Almada é o concelho com mais carências no país entre os municípios que ainda não concluíram o Plano Especial de Realojamento (PER) lançado em 1993. Almada contabiliza um total de 1014 agregados familiares por realojar. Com números mais baixos surge o Seixal onde, segundo os dados de 2013, haverá hoje 144 famílias à espera de serem alojadas em sede do PER, programa dirigido aos municípios da

Área Metropolitana de Lisboa como objetivo de criar condições para que sejam erradicadas as barracas e para realojarem as famílias em habitações de custos controlados. Porém, o PER ficou sem dotação orçamental em 2009, estando a ser avaliado pelo Governo, por recomendação unânime do parlamento, precisamente porque ainda existem famílias a viverem em construções precárias ou em barracas. Que o digam João Vicente e Paulo Lameiras, moradores em pleno Segundo Torrão, junto à Cova do Vapor, na Trafaria (Almada) vai para 30 anos. Foi por ali que cresceram, quase sem conhecer «casas de verdade», como eles próprios as designam. «Estamos habituados a viver

aqui, mas sabemos que isto é muito mau comparando com bairros onde há casas com outras condições. Talvez um dia lá consiga chegar», diz João ao Semmais, admitindo que “já se ganhou pior na construção civil” comparando como que ganha hoje. VIDA DIFÍCIL NO ‘SEGUNDO TORRÃO’ DA COVA DO VAPOR Já Paulo Lameiras chegou a ter a vida encarrilada a partir do momento em que casou. «Eu e minha ex-mulher chegámos a trabalhar os dois e tínhamos um rendimento razoável. Já estávamos inscritos para uma casa no Monte da Caparica, mas o divórcio deu cabo de tudo», lamenta. Já lá vão dez anos que se separou e hoje resta-lhe trabalhar para ga-

Moradores lamentam lamenta que o seu bairro se compare hoje a uma «favela» com cerca de 300 construções clandestinas rantir que nada falta aos dois filhos. Também eles moradores no mesmo Segundo Torrão, iniciado há mais de 40 anos como uma espécie de «albergue de pescadores». Por aqui se cultivava a terra e criavam animais para auto sustento, mas João Vicente lamenta que o seu bairro se compare hoje

a uma «favela», com cerca de 300 construções clandestinas, onde vivem mais de 500 pessoas, num amontoado de barracas, sem água, luz e esgotos a céu aberto. Os emigrantes de ascendência africana são a maioria, não faltando casos de conflitos e tumultos entre várias comunidades, a que se soma o de-

semprego e a exclusão social. Há vários anos que os moradores reclamam realojamento junto da câmara de Almada. Há um plano em carteira há vários anos, que integra o projeto Costa da Trafaria, mas os tempos de austeridade agravaram o logo período de espera.

SECIL APOIA HÁ 14 ANOS O MOVIMENTO ASSOCIATIVO SETUBALENSE

«Já demos mais de 2,5 milhões de euros à comunidade» Oitenta e oito coletividades e associações de inclusão social do concelho de Setúbal voltaram a ser apoiadas pela Secil, pela 14.ª vez consecutiva, no âmbito dos protocolos de colaboração entre a Secil e a comunidade associativa de Setúbal. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

C

omo é tradição, a Secil procedeu à entrega dos cheques, esta semana, no seu hangar, no Outão, sendo que este ano é de realçar a entrada de 7 novas associações para receber os apoios, nomeadamente a Associação de Moradores do Bairro da Anunciada, a Associação de Moradores da Aldeia Grande, a Casa do Gaiato de Setúbal, a Associação de Moradores Renascer do Forte, a Associação Setúbal Voz, a Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal e os Escoteiros Marítimos de Setúbal. No final, a empresa cimenteira ofereceu um cocktail a todos os convida-

dos e proporcionou, a todos, uma foto de família. O presidente da comissão executiva da Secil, Otmar Hubscher, realçou que desde 2003, a Secil já atribuiu ao movimento associativo setubalense «mais de 2,5 milhões de euros». Apesar da crise, a Secil não deixa de apoiar as instituições da terra. «Mesmo em momentos de dificuldade, como os que temos passado recentemente, a Secil não descurou a sua relação com a comunidade, mantendo os seus apoios», sublinhou, acrescentando: «Sabemos que a vossa atividade é muito importante para os setubalenses e estamos reconhecidos por fazerem este excelente trabalho que em muito beneficia também os nossos trabalhadores e as suas famílias».

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OUTROS APOIOS Para Otmar Hubscher, o apoio comunitário da Secil não se resume apenas a estes protocolos: «Apoiamos há décadas o Hospital Ortopédico do Outão, temos a funcionar também, desde 2003, uma comissão de acompanhamento ambiental, que tem desempenhado um papel exemplar e relevante na avaliação do nosso desempenho ambiental, e mantemos um estreito relacionamento com o Parque Natural da Arrábida, entre várias outras iniciativas», vinca. Além disso, durante a época balnear, a Secil permite o estacionamento no seu hangar, pelo sexto ano consecutivo, das pessoas que utilizam as praias da zona. «No ano passado, esta iniciativa beneficiou cerca de 40 mil pessoas, que aqui estacionam os

Nuno Maia, director de comunicação da SECIL, na cerimónia de entrega dos apoios seus carros com conforto e segurança», sublinhou. MAIOR CARREGADOR DO PORTO SADINO Segundo Otmar Hubscher, a Secil tem combatido a crise em Portugal, potenciando a sua atividade exportadora, tornando-se «o maior carregador do porto de Setúbal nos últimos anos. Esta atividade exportadora representa também a contratação de

várias outras empresas, gerando emprego. E destacou que em 2016, a Secil movimentou «mais de 1,3 milhões de toneladas no porto de Setúbal, contribuindo muito significativamente para a melhoria das contas do País com o exterior». A Secil mantem o seu compromisso com a sustentabilidade ambiental. «Prosseguimos com elevados investimentos na recu-

peração ambiental das nossas pedreiras, aumentando o consumo de combustíveis alternativos e diminuindo a nossa ‘pegada carbónica’, tal como recomendam as melhores práticas internacionais», sublinhou, acrescentando que «a nossa recuperação ambiental da pedreira da fábrica da Secil do Outão é considerada uma referência pela indústria cimenteira industrial».


SOCIEDADE

ESTA UNIDADE DO HOSPITAL DE S. BERNARDO FUNCIONOU COM O NÚMERO DE ESPECIALISTAS ABAIXO DO RECOMENDADO

Bloco de partos do hospital de Setúbal foi dos mais afetados pela greve dos enfermeiros A unidade sadina foi uma das sete mais afetadas em todo o país pela paralisação desta semana. O hospital funcionou com o número de enfermeiros abaixo do recomendado. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna provocou «constrangimentos» no hospital de São Bernardo, em Setúbal, segundo garantiu ao Semmais Bruno Reis, porta-voz do movimento dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia. A unidade de saúde sadina foi mesmo uma das sete do país mais afetafas pela paralisação desta semana, em que não estive-

ram asseguradas as dotações seguras às grávidas. Ou seja, o hospital funcionou com menos enfermeiros especialistas do que o recomendado, ainda segundo Bruno Reis, recordando ainda que a Ordem recomenda a presença de um enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia para duas grávidas em trabalho de parto estacionário e um enfermeiro para uma grávida em trabalho de parto ativo. BASTONÁRIA ALERTA PARA SITUAÇÕES DOS TAREFEIROS A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita

Cavaco esteve em Setúbal, onde alertou para situações em que apenas está a trabalhar um enfermeiro tarefeiro, porque os especialistas em saúde materna e obstetrícia se escusam a prestar esta especialização, o que, segundo diz, «põe em causa a segurança da mãe e das crianças». Ainda segundo a Ordem dos Enfermeiros, que apoia os profissionais neste protesto, existem hoje em todo o país cerca de 2 mil enfermeiros que, apesar de serem especialistas, recebem como se prestassem serviços de enfermagem comum.

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PROGRAMA ARRANCA ESTE MÊS E ABRANGE 75 MIL UTENTES

Hospital Garcia de Orta inicia programas de rastreio populacional

Em causa está o rastreio ao cancro do colo do útero e do cancro do cólon e reto. O rastreio vai ser feito nos centros de saúde Almada-Seixal, Arco Ribeirinho e Arrábida. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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Hospital Garcia de Orta vai funcionar como Centro de Leitura para os testes de HPV + Citologia e Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes na Península de Setúbal, com a realização destes rastreios que oferecem à população a possibilidade de realizar estes exames gratuitamente, utilizando para o efeito a tecnologia mais recente, próxima das pessoas e sem demoras. O protocolo foi assinado esta semana entre as unidades de saúde que irão assegurar os rastreios de base populacional do cancro do colo do útero e do cancro do cólon e reto, em articulação com a Administração Regional de Saúde

de Lisboa e Vale do Tejo (ARS LVT) O programa, que arranca ainda este mês e que prevê abranger 75 mil utentes da Península de Setúbal, integra as quatro unidades do agrupamento de centros de saúde Almada-Seixal, Arco Ribeirinho e Arrábida. COLHEITAS SERÃO ANALISADAS PARA SERVIÇO DO GARCIA DE ORTA São estas as unidades que irão efetuar colheitas biológicas que serão imediatamente encaminhadas para os serviços de Anatomia Patológica (referente ao rastreio do cancro do colo do útero) e Patologia Clínica (referente ao rastreio cancro do cólon e reto) do HGO. Mediante o resultado dos exames, os utentes serão seguidos tanto no seu centro de saúde como no HGO.

A toda a população elegível para os rastreios os ACES irão enviar uma carta convite com proposta de realização de uma consulta para recolha de informação clínica e realização de teste. Após análise dos resultados, os rastreados receberão uma carta de resultado. Estes rastreios têm por objetivos a diminuição da morbilidade por cancro do colo do útero e diminuir a incidência e mortalidade por rastreio cancro do cólon e reto, bem como o diagnóstico precoce. A população alvo são mulheres entre os 30 e os 65 anos (para o rastreio do Cancro do Colo do Útero) e homens e mulheres entre os 50 e os 74 anos (para o rastreio do Cancro do Cólon e Reto), inscritos nos ACES da região.

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SOCIEDADE

PROJETO ESTÁ ORÇADO EM 1,5 MILHÕES DE EUROS E VAI CRIAR 12 NOVOS PERCURSOS CIRCULARES ATÉ PRIMAVERA DE 2018

Trilhos para todos os «caminhantes» no Litoral Alentejano Trata-se de estender estes trilhos para o dobro, ligando o litoral alentejano ao Alentejo. O investimento é de 1,5 milhões de euros e está a ser desenvolvido pela Associação Rota Vicentina. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O

s trilhos pedestres entre Santiago do Cacém e Vila do Bispo, já no Algarve, vão passar de 450 quilómetros para 750, na sequência da criação de 12 novos pequenos percursos circulares que estão a ser preparados e que devem ser abertos na primavera de 2018. O investimento chega aos 1,5 milhões de euros, mas prevê também a aposta em projetos de turismo acessível e cultural, bem como na monitorização e na promoção turística.

O anúncio foi feito por Marta Cabral, presidente da Rota Vicentina, a Associação para a Promoção do Turismo de Natureza responsável pela gestão da rota pedestre na costa alentejana, sublinhando que já teve início a implementado dos pequenos percursos circulares em Odemira, garantindo que os resultados estão a ser «bastante positivos». A mesma dirigente acredita que será possível alargar esta modalidade a outros concelhos assegurando «outra escala». CRIAR PERCURSOS MAIS CURTOS E MAIS FÁCEIS DE PERCORRER O objetivo da criação de percursos «mais cur-

tos e mais fáceis de percorrer» aponta à conquista de novos mercados, estimando poder mesmo vir a alcançar um público que não sendo caminhante, também pode gostar de caminhar, cruzando-se esta modalidade com outras atividades da região. Recorde-se que a Rota Vicentina tem estado em claro destaque no Litoral Alentejano nos últimos tempos, oferecendo trilhos singulares, onde se pode encontrar natureza que se mantém virgem, de Santiago do Cacém a Sagres. Entre a serra e o mar, cruzando montados ou caminhando ao lado de rebanhos.

A Rota Vicentina tem estado em destaque, oferecendo trilhos singulares onde se pode encontrar natureza quase virgem

GRUPO PESTANA PREMIOU JOVENS QUE REVERTERAM SITUAÇÃO DE INSUCESSO ESCOLAR

Grupo Pestana recebeu 50 alunos apoiados pela EPIS na pousada de Palmela O objectivo foi premiar um grupo de jovens que conseguiu reverter a sua situação de insucesso escolar, proporcionando contato com mundo das empresas. E ainda foram brindados com espectáculo do humorista Nilton. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

M

eia centena de alunos de todo o continente e Açores, dos 15 aos 17 anos, terminaram o dia de quinta-feira com uma visita exclusiva e muito especial à Pestana Pousada de Palmela. Nunca imaginaram estar em palco com o humorista Nilton ou a famosa “teenager” Mimi Froes, que cantou e encantou os adolescentes que não pararam de pedir “bis”. A iniciativa integra a Expedição 2017 promovida pela EPIS - Empresários Pela Inclusão Social e da qual o Pestana Hotel Group é parceiro há três anos. A Expedição EPIS tem

como objetivo premiar os alunos que conseguiram reverter a sua situação de insucesso escolar, proporcionando-lhes o contacto directo com o mundo empresarial e potenciando a descoberta da vocação profissional de cada um. Neste grupo de jovens vários são os que querem seguir Turismo por considerarem ser um sector que lhes pode proporcionar um futuro promissor. Antes do jantar, os jovens foram surpreendidos com um momento de ‘stand-up comedy’ a cargo do humorista Nilton, que quis juntar-se a esta causa, e, para terminar a noite, mais uma surpresa, a atuação da jovem cantora Mimi Froes, que ins-

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pirou os alunos com a sua própria história de vida com apenas 18 anos. JOVENS PUDERAM VER COMO FUNCIONAM OS PROFISSIONAIS DA CASA A visita à Pestana Pousada de Palmela permitiu aos jovens conhecer de perto os diferentes profissionais que integram a unidade e entender o papel de cada função dentro de um hotel. «É nossa obrigação contribuir para a igualdade de oportunidades e enquanto parceiros da EPIS desde 2015, o Pestana Hotel Group tem actuado a vários níveis: atribuição de bolsas sociais, estágios profissionais de mérito, participação em programas de

O programa de recuperação de alunos em risco de abandono escolar envolve 7 129 estudantes, 159 profissionais em 166 escolas voluntariado e oferta de estadias nas suas unidades hoteleiras», referiu Nuno Pires, membro da comissão executiva do Pestana Hotel Group. A EPIS tem por mis-

são a promoção da inclusão social em Portugal, focando-se na capacitação de jovens que estariam em risco de insucesso escolar, através da Educação, da Formação e

da Inserção Profissional. O programa de recuperação de alunos em risco de abandono escolar envolve 7 129 estudantes, 159 profissionais em 166 escolas públicas.


LOCAL

MONTIJO Ermida de Santo António reabriu portas «Abrimos hoje de novo as portas da Ermida de Sto. António, para que continue a ser um lugar de história e de memória». Foi com estas palavras que o edil Nuno Canta, no dia 24 de junho, inaugurou a reabilitação da Ermida de Sto. António, na Quinta do Pátio d’ Água. «Ao realizar a obra de recuperação deste imóvel de interesse público, quisemos sublinhar que a fidelidade às nossas raízes e tradições constitui uma condição essencial para a construção do futuro», afirmou o autarca. A cerimónia iniciou-se com o descerramento da placa inaugural, a que se seguiu a bênção da Ermida pelo pároco do Montijo, Carlos Rosmaninho.

MOITA Semana da moda e do desporto Entre 8 e 15 deste mês, realiza-se mais uma Semana da Moda e Desporto no concelho da Moita, uma iniciativa a que o município e a Junta de Freguesia se associam em parceria com o comércio local. Durante esta semana, são inúmeros os descontos e promoções que se podem encontrar nos estabelecimentos comerciais aderentes, de diferentes ramos de atividade. Este evento culmina com um desfile de moda, no dia 15, às 21h3, na Praça da República, na Moita.

SEIXAL Ação social escolar abre inscrições Até ao dia 14, continua a decorrer a 1.ª fase de candidaturas à ação social escolar para o ano letivo 2017/18. Os destinatários são os alunos do 1.º ciclo do ensino básico e pré-escolar da rede pública do município que reúnam os requisitos previstos na lei. O local de inscrições é nas sedes dos agrupamentos de escolas. A 2.ª fase de candidaturas decorre de 1 a 30 de setembro. A ASE visa assegurar as condições que permitam contribuir para a igualdade de oportunidades às crianças e jovens no acesso ao sucesso educativo.

BARREIRO Secretário de Estado da Cultura visitou património A convite do edil Carlos Humberto, o secretário de estado da Cultura, Miguel Honrado, visitou no dia 5, vários espaços culturais e o património industrial, ferroviário e moageiro. Apesar de já conhecer o Barreiro, o governante ficou ‘surpreendido’, uma vez que a visita foi «muito detalhada quer ao património industrial e ferroviário, quer a outro tipo de atividades culturais como a realizada na ADAO». Miguel Honrado justificou a visita. «O meu interesse é conhecer com detalhe este património e ver as suas valências e o admirável valor patrimonial. Este património desta natureza e desta escala necessita de uma resposta integrada que passa por outras áreas governativas e implica um esforço concertado entre as infraestruturas, o urbanismo e os transportes».

PALMELA Poceirão promove potencialidades

SETÚBAL Feira de Santiago permanece nas Manteigadas

O coração agrícola da Península está a acolher, até este domingo, a 28.ª Feira Comercial e Agrícola de Poceirão. O evento conta com um apoio financeiro de 4 mil euros do município. O certame valoriza o mundo rural e os produtos locais de qualidade, como é o caso dos hortofrutícolas e do vinho. As atividades equestres e a exposição de maquinaria agrícola também estão em destaque na feira, que apresenta, durante a tarde de domingo, um desfile etnográfico. A gastronomia, a animação musical e a mostra de projetos das associações são outros atrativos.

Agir, Aurea, Tito Paris e Anjos são algumas dos artistas que irão atuar na Feira Sant’Iago, que decorre de 22 de julho a 6 de agosto, nas Manteigadas. A feira terá mais dias de duração, aumentando de 10 para 16, mais palcos, que passam de apenas dois para três, mais concertos e espetáculos e novidades nas áreas expositivas. Durante a apresentação do certame, que decorreu dia 4, na Casa da Baía, a presidente frisou que «a feira não pode hoje realizar-se onde decorreu durante décadas», justificando que a escolha da Câmara de relocalizar há quase 15 anos o certame numa zona mais ampla e limítrofe do concelho se «mantém acertada».

ALMADA PIA II vence marchas populares Na noite de S. João as marchas populares desfilaram em Cacilhas. O Centro Comunitário do PIA II, venceu o certame. O 2.º lugar foi para a marcha da Costa Gandaia e o 3.º foi atribuído à marcha da Charneca. O PIA II venceu também os prémios Avenida, coreografia e trajes. Os melhores arcos vieram da Charneca e da Costa/ Gandaia. Os prémios de melhor música foram para a Rua 15 e Capa Rica.

SANTIAGO DO CACÉM Requalificação escolar em St.º André Na visita à freguesia de Santo André, que decorreu de 27 a 29 de junho, o edil Álvaro Beijinha destacou «a requalificação da escola n.º 3, no Bairro do Pinhal. Os alunos vão começar o ano letivo numa escola nova, totalmente requalificada. É uma obra notável». Álvaro Beijinha realça também o facto de estar para breve «o lançamento do concurso público para a escola n.º 4. A intenção é que, em setembro de 2018, os meninos quando regressarem das suas férias passem a usufruir de uma escola nova. A intervenção vai ser quase igual à escola n.º 3. Só estas duas escolas representam um investimento de mais de 1,5 milhões de euros».

ALCÁCER DO SAL Comporta vai ter circuito de manutenção A Câmara Municipal de Alcácer do Sal, a pedido da Junta de Freguesia da Comporta, está a construir um circuito de manutenção, com diversos aparelhos de ginástica. A obra vai requalificar aquela zona da freguesia de mato e ao mesmo tempo cria um circuito para a população, que passa a dispor de um espaço de lazer e de desporto.

ALCOCHETE Samouco revive festas populares GRÂNDOLA Município apresenta revisão do Plano Diretor Municipal O município de Grândola convida a população a participar na sessão de apresentação pública de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) que irá acontecer no cine-Granadeiro, no próximo dia 10, às 18h30. A iniciativa pretende dar a conhecer à população e aos agentes locais a proposta de plano, que integra as pespetivas de desenvolvimento e ordenamento territorial do concelho para os próximos anos.

SESIMBRA Piso do pavilhão vai a reparar No pavilhão municipal da Quinta do Conde está em curso a obra de reparação do piso e do rodapé. Os trabalhos incluem a substituição de perfis danificados, remoção da camada de verniz e remarcação do piso, com o objetivo de manter o recinto em boas condições para acolher as atividades que ali se realizam diariamente. A obra deve estar concluída no final da primeira quinzena de julho. Esta é a primeira grande intervenção de melhoria do piso deste pavilhão, inaugurado no dia 25 de Abril de 2004.

Samouco está em festa até dia 12, com as tradicionais festas em honra de N.ª Sr.ª do Carmo. A animação musical é uma constante nos espaços públicos e vai ser protagonizada por Edna Pimenta, Tucha, Leo & Leonardo, pela banda, charanga, coro e escolas de hip-hop e de zumba da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense, DJ Sabóia, noite da juventude com a banda Capital Zero, noite flamenca com sevilhanas AYEOS e João Lara Pereira e ainda do grupo Zumba Areias. Decorrem dez largadas de toiros e a missa e procissão em honra de N.ª Sr.ª do Carmo. As festas encerram com fogo-de-artifício e largada de toiros.

SINES Sines mais de 50 mil euros para praias seguras O município atribuiu à Resgate - Associação de Nadadores-Salvadores do Litoral Alentejano, a vigilância das praias não concessionadas e classificadas de uso balnear, entre 17 de junho a 17 de setembro deste ano. O valor do protocolo é de 51 975 euros. As praias em causa são a de Morgavel, a de Vale Figueiros/Vieirinha e a da Ilha do Pessegueiro. A vigilância da praia Vasco da Gama fica a cargo da Administração dos Portos de Sines e do Algarve e a das de S. Torpes e Grande de Porto Covo é dos respetivos concessionários.

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CULTURA

PALCO DANÇA N’O SOL DA CAPARICA:

«A dança em Portugal tem tido um crescimento muito rápido» O Palco Dança do Sol da Caparica promete programação dinâmica e de qualidade. Os campeões Momentum Crew são destaque nesta aposta do festival. SOL DA CAPARICA. QUE BALANÇO FAZES DA PARTICIPAÇÃO ANTERIOR? O balanço do primeiro ano é francamente positivo. No primeiro dia de Festival, ainda nenhum grupo tinha atuado e já tínhamos um mar de gente à espera para ver o que ia acontecer. Isso mostra bem o carinho que o público tem pela Dança. Foi um primeiro ano excepcional, com uma enorme receptividade por parte de todos.

TEXTO MANUEL LOURENÇO IMAGEM PAULO HUNG

R

icardo Campino é o curador do Palco Dança na edição 2017 do festival O Sol da

Caparica e promete uma programação cheia de dinâmica com alguns dos expoentes das expressões de dança urbana no nosso país, como os campeões do mundo Momentum Crew, a Afro Battle criada por Blaya ou o coletivo lo-

cal Puzzle, além da crew residente do evento Da Scum. Todos prometem dança da mais elevada qualidade ao som da música que traduz o presente. O PALCO DANÇA TEM SIDO UM DOS VETORES DE DINÂMICA DO

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COMO VAI SER A PROGRAMAÇÃO DESTE ANO, QUAIS OS DESTAQUES? Para 2017 temos na programação alguns dos melhores na cena da Dança Urbana em Portugal. Os Momentum Crew, que dispensam apresentações, os DA SCUM que serão a crew residente ou a AfroBattle são alguns dos destaques. Mas brevemente serão revelados outros grandes nomes da Dança para este palco.

VÃO ESTAR CAMPEÕES DO MUNDO EM PALCO, OS MOMENTUM CREW: ISSO É SINAL DE QUE A NOSSA CENA DE DANÇA EM PORTUGAL ESTÁ COM NÍVEL INTERNACIONAL? Sem dúvida! A Dança em Portugal tem tido um crescimento muito rápido e isso vê-se em várias frentes. Temos os campeões do Mundo de Bboying (Momentum), temos grupos de Hip Hop nas finais de grandes competições internacionais e a bailarina que abriu a Gala dos Óscares 2017 com o Justin Timberlake é portuguesa (Diana Matos). Além disso, temos grandes bailarinos de Clássico espalhados pelo mundo. Acho que isso diz tudo e é motivo de orgulho para o País. CLARO QUE NÃO HÁ DANÇA SEM MÚSICA. HÁ UMA AFINIDADE ESPECIAL COM A PROGRAMAÇÃO MUSICAL DO SOL DA CAPARICA? Naturalmente que sim. Há intérpretes e bandas portugueses que têm desenvolvido um grande tra-

balho, e hoje vemos mais bailarinos a interpretar música portuguesa. Por outro lado, vemos cada vez mais músicos nacionais a apostar na dança, seja em concertos ou em videoclips. Há uma afinidade crescente entre as duas artes, e a programação do Sol da Caparica, por privilegiar a música portuguesa, é naturalmente especial. NA PROGRAMAÇÃO DESTE ANO, QUAIS PENSAS QUE SERÃO OS CONCERTOS FAVORITOS DOS DANÇARINOS? Eu aposto no concerto dos HMB, pela sua musicalidade soul e porque o ritmo puxa mesmo para dançar. No entanto, quando se é bailarino, corre-se sempre o risco de dançar seja qual for o concerto. DECERTO QUE HÁ SURPRESAS PREPARADAS: PODES DESVENDAR ALGUMA DELAS? O fator surpresa já faz parte do Palco Dança. Mas vou resistir e guardar os segredos até ao fim.

15ª FESTANIMA DECORRE ATÉ DIA 16

Escarpas de S. Nicolau com música e gastronomia para todos

A

M/12

Espectáculos: Quinta e Sexta: 21h30, Sábado: 17h00 e 21h30, Domingo: 17h00

Reservas: 210 135 050 / 214 667 796 www.filipelaferia.pt

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15.ª Festanima decorre até dia 16 nas escarpas S. Nicolau, com gastronomia, música, diversão e receitas a reverterem para as coletividades. O programa, que foi apresentado na sede do Bairro Santos Nicolau, envolve 10 coletividades. O vereador Carlos Rabaçal afirmou: «A Festanima representa a entreajuda entre vizinhos, e isso é algo de muito poderoso». «Estamos a construir uma rede de saneamento, a qual terá caráter permanente, poupando-se no futuro a instalação, todos os anos, de redes semelhantes», anunciou Nuno Costa, presidente da Junta de S. Sebastião. Madalena Lopes, presidente das festas, recordou que a Festanima resulta do um longo período de trabalho. «Estamos neste projeto desde janei-

Câmara e Junta de S. Sebastião na apresentação do evento ro», realçou, apontando o trabalho de voluntários que angariam «patrocínios para pagar aos artistas». Este sábado atua Alex, seguido da banda Opção Quatro, e no domingo, o Trio de Acordeon. O Rancho Infantil do Poceirão atua dia 10, seguindo-se baile por Luís Rosa, enquanto a 11 é a vez de Deolinda de Jesus. De-

pois há baile com Marco Marujo e Cláudio Nunes. No dia 13 realiza-se o karaoke inte-rcoletividades. Dia 14 realiza-se a final do karaoke, seguido de baile com os Irmãos Cabanas, enquanto a 15 atuam os Amigos do Xico da Cana, Artur Jordão e Diana Cravo. No último dia atua Mónica Sintra, seguindo-se fogo-de-artifício.


AGENDA

CULTURA

RAIO-X

DAS COISAS NASCEM COISAS POR ANTÓNIO LUIS

RICARDO JORGE

JOSÉ TEÓFILO DUARTE

DIESIGNER | DIRECTOR DE ARTE

«QUERO SER ATOR NO PARQUE MAYER»

MONTIJO8JUL21H30

ACADEMIA DANCE FUSION TEATRO JOAQUIM D´ALMEIDA

A Academia Dance Fusion apresenta o trabalho desenvolvido por professores e alunos durante o ano letivo. O lema deste ano é “ e Tour in New York”. Bilhetes a 7,50 euros.

O ator e músico Ricardo Jorge, de 25 anos, residente no concelho do Seixal, sonha em fazer teatro de revista no Parque Mayer, em Lisboa. Pertence ao signo Leão.

GIGANTONES EM PINHAL NOVO

QUAL O SEU MAIOR PROFISSIONAL? Ser ator ou músico profissional no Parque Mayer.

Até domingo, são muitos os espetáculos para ver no 9.º Festival Internacional de Gigantes. Os indispensáveis espaços de gastronomia, com os excelentes sabores regionais, completam três dias de celebração e convívio.

E PESSOAL? Que o trabalho não me falte.

PALMELA8JUL8H30 PINHAL NOVO

MOITA8JUL19H00

BAIXA DA BANHEIRA EM FESTA BAIXA DA BANHEIRA

O festival Rock no Cais, uma iniciativa organizada pela Junta de Freguesia de Alhos Vedros, com entrada livre, chega ao fim com as atuações de Rock em Stock e RCA.

SESIMBRA17JUN21H30

A FESTA VAI À PRAÇA TEATRO JOÃO MOTA

As Festas de S. José Operário decorrem até domingo. Há espetáculos musicais de todos os géneros. Landim, Los Cavaquitos, Aurora Rosa, Rosinha, Winesnake, Ibéria, Nélio Pinto e Belito Campos são alguns dos nomes em cartaz.

BARREIRO8JUL22H30

FESTIVAL ENCONTROS PRAÇA DE SANTA CRUZ

No âmbito do VIII Festival Encontros, que inclui música, dança, gastronomia e artesanato, atua este sábado o cantor Ferro Gaita.

ALCOCHETE8JUL21H30

FESTAS EM HONRA A N.ª SR.ª DO CARMO SAMOUCO

Até dia 12, Samouco continua em festa, com mais uma edição das festas em honra de N.ª Sr.ª do Carmo. Largadas de toiros, concertos, a noite da sardinha assada e a procissão são os atrativos destas festas que garantem alegria e diversão.

SETÚBAL8JUL16H00

ENSAIO ABERTO

CAIS 3 DO PORTO DE SETÚBAL Apresentação de “O Mar (e de Rosas), o segundo segmento de “Um D. João Português”, peça em apresentação em quatro cidades. Uma organização das companhias Mascarenhas-Martins/Teatro Viriato e Centro Cultural Vila Flor.

SEIXAL12JUL21H30

QUIM BARREIROS NAS FESTAS DA ARRENTELA FESTAS DA ARRENTELA

As Festas Populares da Arrentela estão a chegar para proporcionar muita animação. Arrancam dia 12. No dia atuam os Banza, e no dia 13 há grupos corais. Quim Barreiros encerra o certame no dia 16.

CIDADE PREFERIDA? Lisboa. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? França.

“A Revista é Linda!”, encenada por Mário Rainho, que esteve em cena no Parque Mayer.

UM DESEJO PARA 2017? Que todos os meus sonhos se concretizem.

MELHOR MÚSICA DE SEMPRE? O fado “Lágrima”.

QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? A atriz Marina Mota.

QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Humildade e generosidade.

QUEM É A MULHER MAIS SEXY DO MUNDO? A apresentadora Cristina Ferreira.

E DEFEITO? Ser teimoso.

COMPLETE: A MINHA VIDA É… Uma revista à portuguesa. O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? Mentiras. COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Frango-à-Brás e Ice Tea de limão. QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? Criar roupa de ambos os sexos para teatro. QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? Nenhum. Apenas tenho lido “Calotes para a Revista à Portuguesa”, de minha autoria. QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “O Páteo das Cantigas”. MELHOR PEÇA DE TEATRO?

COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? Os cães Tiger e Kelly. O QUE LEVARIA PARA UMA ILHA DESERTA? Uma máquina fotográfica para registar momento. DIA OU NOITE? Noite. O QUE MAIS TEME NA VIDA? Perder alguém muito importante para mim. A QUEM OFERECERIA UM PRESETE ENVENENADO? A ninguém. Não sou capaz de fazer mal a ninguém, nem sequer a uma mosca. O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? Ter perdido trabalhos em vídeos, músicas e projetos de cartazes de minha autoria.

Todos os Portos Todo o movimento encerra deslocamentos nas águas oxidadas dos Portos. Ar enferrujado, águas ferruginosas, areias empestadas, óleos viscosos, marés vivas esvaziam/preenchem os degraus formados por bancos arenosos. Há uma partitura oculta, mas audível, envolta em neblinas/memórias. Marcas, salitre, odores são a imersão de destinos improváveis na direcção do desconhecido. O casco do navio é um rizoma metálico, pegajoso que une múltiplos pontos de diferentes territórios. Imagino uma secção vertical, um tampão aquífero – um livro impermeável, onde as partidas e chegadas são um sismógrafo temporal, equivalentes aos gestos que os pintores registam nas telas. Um navio desgovernado entra no Porto. Há uma batalha entre energias inconciliáveis. Movimentos caóticos tentam encontrar uma ordem. É uma luta entre a impossibilidade de manter o presente e partir para o futuro. Entre a sensação e a razão, afirmam-se opções, a obra nasce, a embarcação chega ao destino. [Ivo | Junho 2017] IVO EXPÕE EM SETÚBAL | A partir de hoje, sábado, dia 8, vamos ter uma surpreendente exposição de Ivo na galeria da Casa Da Cultura | Setúbal. É de pintura que falamos. Pintura que marca um tempo sempre em mudança. Ivo fez parte, com Manuel João Vieira, Pedro Portugal, Xana, Pedro Proença e Fernando Brito, do grupo — Homeostéticos — que abanou e deu pano para mangas no bulício artístico que animou o país Portugal nos anos que se seguiram à instalação da democracia. Exposições, performance, música, provocação, contestação, tudo foi trazido para este terreno. Posteriormente, todos estes artistas fizeram um percurso que se conhece e reconhece. Todos se inscrevem nos mais originais registos da arte portuguesa contemporânea. Vamos mostrar, nesta exposição que agora abre aqui na Casa, o mais recente trabalho de Ivo. Estreia que muito nos alegra e honra. Todos convidados.

GANHE PASSES PARA O FESTIVAL SOL DA CAPARICA Temos para oferecer esta semana aos nossos leitores passes para todos os dias do festival Sol da Caparica, que decorre de 10 a 13 de agosto, na Costa de Caparica. O certame aposta na boa música portuguesa e lusófona. Mariza, Rita Guerra, António Zambuzo, Xutos & Pontapés e Matias Damazio são alguns ´monstros’ da música que vão passar pelo recinto. Para ganhar os passes, ligue 96 943 10 85 ou 918 047 918.

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POLÍTICA

VÍTOR PROENÇA AVANÇA PARA UM SEGUNDO MANDATO NO MUNICÍPIO DE ALCÁCER:

«Apostamos em listas renovadas e numa nova geração de candidatos» Vitor Proença, o atual presidente do município, promete qualificar o parque de feiras e a zona envolvente à praça de touros e avançar com a candidatura da música filarmónica a Património da Unesco. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

A

apresentação dos candidatos da CDU às eleições autárquicas deste ano, decorreu na Quinta do Poço Velho, em Alcácer do Sal, no passado dia 30 de junho, durante um jantar, que contou com a presença do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e de mais de 300 pessoas, entre outros. Foram apresentados os candidatos ao município, cabeças de lista à Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia e o mandatário da CDU para as autárquicas de 1 de outubro, Antó-

nio Balona, que deixa a liderança da Assembleia Municipal. Vitor Proença, que se recandidata a um segundo mandato no município, afirmou que a campanha eleitoral da CDU tem o lema “Alcácer tem vida!”, para «conversar e ouvir muitas pessoas, com ou sem filiação partiária». Depois de evidenciar várias obras executadas pelo seu executivo, as quais têm contribuído para «um município desenvolvido», Vitor Proença diz que a CDU aposta em «listas renovadas» e com uma «nova geração de candidatos». Das obras a efetuar no próximo mandato, caso seja vence-

dor, destacou a qualificação do parque de feiras e zona envolvente à praça de touros; a abertura no segundo semestre de 2018 do museu Pedro Nunes; na reabilitação da escola dos Telheiros; na captação de novos investimentos nas áreas agro-alimentares, hotelaria, indústrias e tecnologia; nova estação de saneamento da Comporta; e na candidatura da música filarmónica a Património da Unesco. Já Jerónimo de Sousa, realçou que os candidatos alcacerenses possuem «uma larga e riquíssima experiência, com provas dadas no serviço público nos mais diversos domínios da atividade concelhia, intermuni-

cipal e regional, e em alguns casos, nacional, conhecedores da realidade, dos problemas e dos desafios que se colocam ao desenvolvimento de Alcácer». «Temos, pois, razões para partir com confiança para esta

batalha eleitoral, as quais são inseparáveis da dedicação dos eleitos da CDU e da qualidade dos seus candidatos, mas igualmente de um projeto com provas dadas na gestão das autarquias», vincou.

CANDIDATOS CDU ALCACERENSES CÂMARA MUNICIPAL Vítor Proença ASSEMBLEIA MUNICIPAL Maria Antónia Mendes UNIÃO DE FREGUESIAS DE ALCÁCER DO SAL/ST.ª SUSANA Arlindo Passos COMPORTA Deolinda Florêncio S. MARTINHO Albino Francisquinho TORRÃO Virgílio Silva

Uma crítica ao Projecto de Porto para o Barreiro no âmbito da discussão pública do Estudo de Impacto Ambiental

O

projecto de porto para o Barreiro, porto de águas profundas e para contentores, tem em discussão pública o Estudo de Impacto Ambiental. Ao ver a configuração do porto, senti um misto de desgosto e de revolta. Como é possível em pleno século 21 conceber-se tamanha agressão ambiental e tamanha agressão aos homens e mulheres que residem neste concelho. Com a segunda fase, a saber, quase mil metros de cais, estende-se inexoravelmente em frente da única avenida que o Barreiro tem que margina o Tejo, e de onde se disfruta a visão magnifica do estuário e o deslumbrante conjunto da cidade de Lisboa. Este panorama magnífico mil vezes fotografado pelo saudoso Augusto Cabrita que o descreveu com tanto amor e exaltação, estaria definitivamente destruído e substituído por uma parede de betão e aço ruidosa, agressiva, medonha e infame. A Avenida Bento Gonçalves é mais conhecida por avenida da praia, porque ela está feita onde era a praia do Barreiro, aquela onde vinham disfrutar da sua beleza ricos burgueses dos arredores e mesmo do Alentejo e até a própria corte, e que, dizem, era conhecida por praia da bela vista. A praia já não existe, deu lugar a um bonito jardim com um passeio junto à muralha onde muitas pessoas passeiam, correm e limpam a vista na sua

bela paisagem. Outros sentam-se contemplam o estuário na sua imponência, qual mar interior que se aconchega entre o Barreiro e Lisboa, e aí limpam também a alma. Este sítio único no Barreiro, tem um lugar no coração dos barreirenses, é o passeio dos namorados, dos idosos, das crianças que ali brincam, enfim, das famílias que ali descansam apanhando a fresca brisa do Tejo com o seu cheiro a maresia, agora depurado dos maus cheiros dos esgotos que antes ainda aí corriam. É, pois, um lugar ambientalmente privilegiado. Um ex-libris da cidade, um sitio onde levamos os que nos visitam e que se espantam com a formidável vista da Lisboa. É, pois, esta avenida, que a obra proposta nas suas duas fases, irá definitivamente ocultar, ocultando assim o rio, Lisboa, substituindo o cheiro da maresia pelo dos óleos dos motores, a calma e o barulho das ondas a bater na muralha, pelo ranger estridente das engrenagens (o mapa de ruído é alarmante), matando a poesia roubando-nos a alma e condenando o Barreiro ao inferno de uma parede de betão, cheia de “caixões” gigantescos de aço, num enterro macabro da identidade de uma terra. Esta obra não tem coração porque é má para nós barreirenses, para as nossas crianças, para os jovens namorados, para todos os que bem cedo se enamoraram daquele sítio, para

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os nossos idosos, para os nossos pescadores da muralha, para as nossas famílias. Esta obra é perversa, porque na promessa de o porto ser um factor de progresso, querem-nos fazer pagar um preço tão doloroso que é impossível de ser aceite. Hoje em dia o conceito de desenvolvimento sustentado em nada tem a ver com a forma como no século passado se viam as questões do desenvolvimento. Recordo-me quando nos anos sessenta esse novo sentimento perpassou pelo coração dos barreirenses, quando ergueram a sua voz contra a poluição. Recordo ainda que o presidente da Câmara da altura teve uma célebre frase que foi se bem me recordo foi “ou querem couves ou gases”, melhor dizendo se querem empregos têm que gramar os gases se não voltem para a terra e comam couves. Esta retórica antiga e brutal repete-se neste projecto: se querem porto desistam da avenida, fiquem com a sua vista amputada parcial ou totalmente e voltem a ter o ruído de fundo do funcionamento do porto no vosso dia a dia, como antigamente suportaram o barulho de fundo da fábrica. Novos projectos as mesmas soluções e é se querem. Hoje o desenvolvimento respeita as condicionantes ambientais patrimoniais, paisagísticas entre outras, só assim começamos a falar de desenvolvimento sustentado.

ATUALIDADES PEDRO CANÁRIO

ANTIGO PRESIDENTE DA C.M. DO BARREIRO

Enquanto Lisboa qualifica a sua imensa frente ribeirinha O Barreiro veria perder o pouco que tem. Esta obra, com este desenho, é proposta por gente insensível, ou que nunca ali se sentou a ver o Tejo. Esta obra é ofensiva porque falta ao respeito ao Barreiro e aos barreirenses. Este porto nestas condições não pode ser aceite. Se não querem ou não sabem desenhar alternativas de projecto que respeitem e protejam a nossa avenida, então não o façam. A nossa avenida vale mais que que os quinhentos postos de trabalho prometidos, mais do que cinco mil que fossem, não tem preço, porque pertence a uma cidade de gente que já não se resigna perante imposições intoleráveis. O projecto na sua primeira fase já se intromete na paisagem de forma igualmente exagerada e inaceitável, pelo que deverá remeter-se ao previsto no Plano de Urbanização da Baía Tejo proposto pela CMB, que foi amplamente discutido e divulgado, e que teve consenso geral. Aliás é nesse contexto que

muita gente pensava que o porto estaria a ser projectado (então o projecto não é lá para a quimiparque???), mas não tiveram esse cuidado. O Plano de Urbanização desenhado pela CMB e que previa já um porto de grande dimensão (não se falava dos contentores em grandes quantidades), continha ainda uma barreira verde que o isolava visual e acusticamente, e com um tratamento paisagístico de grande qualidade que está no limite do aceitável. O alinhamento com o “clube de Vela” da 1ª fase do projecto agora em apreço é criminoso. Este projecto está despido de quaisquer cuidados, é rude e violento, com era a fábrica quando as sacas de adubo vergavam as costas dos homens. Este projecto merece repúdio total. Um porto pode ser bom, mas com um bom projecto. O impacto ambiental é insuportável e tem nota negativa, (mau menos, como era no meu tempo de escola). Quem o fez não seguiu o exemplo que um jovem português há pouco tempo nos deu: “amar pelos dois”.


DESPORTO

4.ª Arrábida Camp à Luís Macau vence espera de 50 participantes 1.ª Pinhal Novo Night Run

C

inco dezenas de jovens são esperadas na 4.ª Arrábida Camp, pela primeira vez no parque de campismo da Gâmbia, de 11 a 16, com diversas atividades de exterior. O evento, dirigido a jovens dos 13 aos 18 anos, com inscrições abertas até à véspera, proporciona deslocações ao pavilhão Bounce Portugal, em Carnaxide, Oeiras, dotado de equipamentos em torno dos trampolins, à praia e à

piscina. Outras atividades de exterior são canoagem, passeios na embarcação Maravilha do Sado e workshops, nomeadamente de dança, programa a que os participantes no Arrábida Camp 2017, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, têm direito sem qualquer pagamento adicional. A inscrição, pelo valor de 50 euros, feita presencialmente no Gabinete da Juventude da autarquia, dá

ainda direito à alimentação e às deslocações para as atividades, devendo os utentes assegurar apenas os meios de alojamento, como tenda e saco-cama. As iniciativas de exterior, que se realizam em todos os dias do acampamento, são devidamente enquadradas por monitores e auxiliares, o mesmo sucedendo com aquelas que se realizam de noite no Parque de Campismo da Gâmbia, à base de jogos de grupo.

O

atleta pinhalnovense Luís Macau, que representa o Clube Juventude Vidigalense, foi o grande vencedor da 1.ª edição da Pinhal Novo Night Run. Promovida pela Câmara de Palmela, pela Palmela Desporto , pela Junta de Freguesia de Pinhal Novo e pela Associação Académica Pi-

nhalnovense, com o apoio da Associação de Atletismo de Setúbal, do Moto Clube do Pinhal Novo e da Xistarca, a prova contou com 650 participantes, entre a corrida e a caminhada, animando a noite de 1 de julho no Pinhal Novo, com uma grande festa desportiva que terminou em convívio. Luís Macau foi um dos embaixadores da prova e

mostrou-se muito satisfeito por vencer na sua própria terra. A acompanhá-lo no pódio, estiveram Eduardo Mbengani (Benfica), medalha de prata, e Samuel Barata (Benfica), outro dos embaixadores, que conquistou a medalha de bronze. O pódio feminino sénior foi composto por Malvina Gomes (Ciclopinhal – Loja de Bikes), Márcia Santos e Ana José.

brevesdesportivas Piscina de água doce na Figueirinha

Campeonato Nacional de BMX Race

A praia da Figueirinha, em Setúbal, vai ter nos dias 15 e 16, uma piscina de água doce acessível a todos os interessados que desejem praticar atividades físicas e de lazer gratuitamente. Através da Hidrobeach, a Câmara promove aulas aquáticas de atividade física, acessíveis, grátis, a todos os interessados, entre as 10 e as 19 horas.

A pista municipal de BMX de Setúbal, na Bela Vista, recebe este domingo, das 11 às 13h30, o Campeonato Nacional de BMX Race, prova que decide os campeões nacionais em diversas categorias. Os corredores nacionais de BMX enfrentam um dos mais importantes desafios da temporada em Setúbal.

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NEGÓCIOS

ESTUDAR O CICLO DE VIDA DOS SOBREIROS, A PEGADA DE CARBONO E AMPLIAR A BASE CARTOGRÁFICA SÃO ALGUMAS IDEIAS

Sobreiros da região passam a ser defendidos em projeto ibérico O projeto reúne dezassete entidades dos dois lados da fronteira, com o distrito muito envolvido nesta cooperação transfronteiriça para a valorização do montado. O primeiro encontro aem território nacional juntou representante das regiões de Setúbal, Alentejo e Algarve. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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hama-se Projeto de Cooperação Transfronteiriça para Valorização Integral do Montado e reúne 17 entidades dos dois lados da raia. O distrito de Setúbal marca presença, sendo a QUERCUS- Associação Nacional de Conservação da Natureza, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e Universidade de Évora três das instituições com assento neste grupo coordenado pelo Centro de Investigação Científica e Tecnológica de Extremadura (Espanha). O objetivo é pôr em marcha as ações necessárias para

valorizar o montado, tanto ambiental como economicamente, garantido a sua sustentabilidade. No primeiro encontro que juntou representantes do distrito de Setúbal, do Alentejo e do Algarve aos especialistas espanhóis foram definidas as responsabilidades de cada interveniente, bem como as tarefas a desenvolver. Ficou estabelecido que irão ser contempladas quatro grandes atividades técnicas. Por um lado, será trabalhada a adaptação dos regulamentos que gerem este ecossistema às suas necessidades e características próprias, sendo que entre as principais prioridades surge a

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necessidade de elaboração de uma proposta de Lei do Montado que possa ser transversal a todos os territórios refletindo as suas peculiaridades. Por outro lado, visando ainda contribuir para a valorização ambiental do montado, será estudado o ciclo de vida dos sobreiros, a pegada de carbono e ampliada a base cartográfica. NA FORJA PODE ESTAR CANDIDATURA LUSO-ESPANHOLA Além disso, o participantes neste projeto ambicionam ainda vir a trabalhar numa candidatura única luso-espanhola com o objetivo do montado vir a ser declarado Património da Humanidade pela

Distrito é uma das zonas de maior produção desta espécie UNESCO. Mas há mais ações em vista. Entre elas, a Cooperação Transfronteiriça para Valorização Integral do Montado pretende identificar e transferir inovação para a produção e gestão de produtos. «Isto implica a modernização e adaptação de processos produtivos, bem como a produção e promoção de produtos e serviços emergentes», ex-

plica o documento emitido no final da primeira reunião, acrescentando ainda que será feita uma aposta no «fomento da cooperação e profissionalização dos setores associados». Entre outras atividades agendadas para os próximos tempos estará a organização do terceiro Congresso Ibérico do Montado, como ponto de encontro e debate sobre a sua situa-

ção. Paralelamente, também será levada a cabo uma operação de valorização e marketing mediante a formação do produtor e consumidor, além de campanhas de sensibilização. Está ainda prevista a realização da primeira Feira Internacional do Montado, com o objetivo de mostrar os vários ofícios, produtos e serviços potenciados por esta fileira.


NEGÓCIOS

EMPRESA É CONSIDERADA ESTRATÉGICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO

Baia do Tejo é empresa reconhecida pelo município do Barreiro

ERT PROMOVE REUNIÕES DE TRABALHO

Brainstorming para consolidar Walking no nosso Alentejo

A distinção atribuída pela câmara do Barreiro é a prova da vitalidade com que a empresa tem vindo a desenvolver a sua atividade e também nas parcerias e articulação com os interesses estratégicos do município. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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o âmbito da iniciativa “Barreiro Reconhecido”, a Baía do Tejo foi distinguida pela Câmara Municipal do Barreiro como entidade que se destacou na área do Trabalho e Desenvolvimento Económico. Esta distinção surge como corolário de todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos, que possibilitou criar uma dinâmica positiva no plano da exploração dos parques empresariais e que se tem afirmado relevante no âmbito da requalificação ambiental e urbanística.

AF_Verão2017_SemMais.pdf

CÂMARA RECONHECE ESTREITA ARTICULAÇÃO COM ENTIDADES O trabalho que a Baía do Tejo tem desenvolvido em estreita articulação com as entidades locais e com os demais stakeholders tem permitido consa5

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grar os objetivos de reconhecimento e valorização dos territórios onde se encontram os Parques Empresariais da Baía do Tejo e em todo o Projeto Arco Ribeirinho Sul. Numa nota enviada à

nossa redacção, o Conselho de Administração da Baía do Tejo sublinha que “esta ou quaisquer outras distinções são de toda a equipa, são de todos os colaboradores da Baía do Tejo”.

Turismo do Alentejo / Ribatejo iniciou, esta semana, um conjunto de reuniões com responsáveis e técnicos da autarquia para apresentar e debater o alargamento e consolidação do produto Walking no território. Durante as sessões – realizadas na Chamusca e em Évora - foram apresentados os objetivos de um projeto que pretende dinamizar, em todos os municípios do Ribatejo e do Alentejo, os recursos do Património Natural, em plena articulação com a restante oferta turística das regiões. Neste contexto, o projeto envolve, para além da

estruturação do produto, a sua certificação; colocação de sinalética; criação de trilhos, rotas temáticas e de estruturas de observação e de relação com a natureza, edição de guias em papel e digitais, e a respetiva promoção e comunicação, nomeadamente nas redes sociais. O projeto - que tem por base o aproveitamento sustentável e a conservação e valorização dos recursos do território à semelhança do projeto piloto TRANSAlentejo-Alqueva – visa a criação e promoção de novas rotas turísticas, que permitam dinamizar os recursos naturais do Alentejo e Ribatejo e, consequentemente, o setor.

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EDITORIAL

OPINIÃO

Festival de Almada: 4 a 18 de Julho

Raul Tavares Diretor

Uma morte anunciada de um homem competente

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ínhamos duas paixões em comum. A nossa terra, Sesimbra, a ‘pérola’ da Costa Azul, e o nosso Benfica. Não raramente, cruzávamo-nos naquelas entranhas do Glorioso. E tínhamos mais que isso: tínhamos muito respeito um pelo outro, mesmo, como quase sempre se provou, estarmos nos antípodas no ideário político. Falo de Augusto Pólvora, presidente da Câmara de Sesimbra, que nos deixou há pouco mais de meia dúzia de dias. Acompanhei sempre a sua doença e a luta contra ela. Era uma morte anunciada. Desde os primeiros dias. Trocava impressões com amigos comuns, mandava-lhe mensagens e uma ou outra vez falámos ao telefone. Este Natal foi a última vez, num quarto de hora difícil. Era um assunto privado, mesmo tendo ele aquelas funções. Tal como nunca fecharia uma reportagem televisiva séria em cima de um atrelado, de micro em riste e cadáver ao lado, recusei sempre dar a notícia da sua doença. As pessoas adoecem, não morrem, Ponto O Augusto era um amigo. Mesmo nas funções de presidente, conseguimos separar as águas. E, muitas vezes, discordámos. Mais jovens, discordámos mesmo de formas extremadas. Tempos bonitos, esses, apesar de tudo. Acompanhei toda a sua carreira. Quando aportou em Sesimbra, vindo da Checoslováquia, já se sabia que o augurava um futuro brilhante. Fomos ambos candidatos à vereação do município, entrámos em listas de candidatos a deputado. Mas ele, sim, era o predestinado. Para mim foi uma passagem, o sonho era outro. E foi sempre competente. Lembro, em especial, a sua passagem pela Associação dos Municípios do Distrito Setúbal e o seu trabalho no PEDESPES. Agora a política no distrito ficou mais pobre. Um dos seus melhores partiu. Ficam as memórias e a saudade. Paz à sua alma!

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o dia 23 apresentámos a programação do 34.º Festival de Almada – e, na véspera, antes sequer de a programação ser conhecida, já tínhamos vendido mais de metade das 500 Assinaturas disponibilizadas. Num contexto político em que o financiamento governamental é igual ao que existia há dois anos atrás (após os cortes de 2011, agravados em 2013), o bálsamo para o esforço que a Companhia de Teatro de Almada realiza a cada ano continua a ser a confiança (e o carinho) do seu público. Muitas vezes me perguntam por que é que continuamos a mover mundos e fundos para trazer a

Almada, a cada ano, os melhores criadores do Mundo. E se é verdade que, enquanto fazedores de teatro, trazer os melhores a Almada nos estimula, também é um facto que se o nosso público não crescer connosco dificilmente poderemos desenvolver-nos enquanto criadores. Quantas vezes, à saída de um espectáculo, nos abordam a perguntar quando é que fazemos uma peça assim? E, ao invés de nos esmagar, essa comparação com a Schaubühne, ou o Berliner Ensemble, ou o Piccolo Teatro di Milano enche-nos de brio para a nossa próxima criação, apontando-nos o caminho da qualidade e da exigência (e intransigência)

BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO

DIRETOR DA CTA

artística. De modo que, já a partir de dia 4 (e até 18 de Julho) propomos 26 espectáculos de sala em 14 espaços de Almada e Lisboa. Mas também espectáculos de rua e concertos de entrada livre – e exposições e colóquios e cursos de formação, ou não estivéssemos a falar do Festival de Almada. Com as Assinaturas pratica-

mente esgotadas, caro leitor, pode ser que já não haja lugares nalguns dos espectáculos – mas creio que vale a pena arriscar e vir ao Festival, nem que seja para espreitar, à borla, um concerto na Esplanada da Escola D. António da Costa. Talvez para o ano seja um dos que há-de comprar uma Assinatura mesmo antes de conhecer a programação.

Falhas, SIRESP, suicídios, choros, peidos e desculpas, de bestial a besta

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oi uma semana absolutamente atípica e sob o manto do doloroso rescaldo dos acontecimentos de Pedrógão Grande. O jogo do empurra das responsabilidades, trouxe ao palco, 11 dias após a tragédia o líder da oposição. E Pedro Passos Coelho foi o maior ajudante do governo, retirando-o do primeiro fogo cruzado desde que foi eleito e prestes a perder um anormalmente longo estado de graça, ao “suicidar-se” politicamente com as suas declarações e com o posterior pedido de desculpas. Para os defensores da tese da dignidade que teve ao pedir desculpa por um erro alheio, sempre direi que em política, mais do que noutros âmbitos da vida, os pedidos de desculpa evitam-se, sobretudo a quem nada corre bem. É que pediu ele, pediu quem lhe segredou erradamente esta notícia falsa (ainda por cima é o candidato do PSD à autarquia), o que fragiliza a sua candidatura municipal de uma forma quase irrecuperável. Mas a Pedro Passos Coelho

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tudo corre mal. Mesmo quando os outros é que erram – no caso de Pedrógão Grande, a sua capacidade de colocar os focos negativos sobre si é elucidativa. A juntar-se a isso tivemos o processo “Ajuste Secreto” que envolve cinco câmaras municipais (Oliveira de Azeméis, Estarreja, Albergaria-a-Velha, Matosinhos e Gondomar), fragilizando ainda mais as nossas (PSD) parcas esperanças num bom resultado nacional, pelo menos em Oliveira do Hospital, uma câmara nossa. Estou mesmo em crer que quem chora é a Sra. Ministra da Administração Interna, em vez de se demitir, como lhe competia, mas quem tem vontade de chorar é Pedro Passos Coelho. Se ajudar, sempre lhe recordarei que aquando das últimas eleições legislativas, a vida corria assim (mal) a António Costa e hoje é um Primeiro-Ministro popular. Portanto, que não perca a esperança, porque vivemos num País que se passa de bestial a besta num ápice, mas por vezes também se passa de besta a bestial. Quem iniciou a semana como bestial e referência nacional e a

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA

VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL

acabou como besta foram os nossos heróis campeões europeus, sobretudo Cristiano Ronaldo que ao abandonar a selecção com um jogo por disputar foi duramente criticado. Salvador Sobral, descuidou-se. Não, não se descuidou com o acto que estão a pensar. Teve apenas um acto falhado. Ele que há uns meses lutava para que passassem uma simples música dele na rádio, agora é idolatrado por este bom País. De tal forma que escolheu as piores palavras e o pior local para dizer o que pensa. Num ápice insultou todos o que o ouviam em directo e o aplaudiam, chamando-lhes totós (entre eles o nosso Presidente da República presente), assim como se esqueceu que naquele dia estávamos a aplaudir a partici-

pação de todos em prol de uma causa maior e não os artistas em si e, com as suas palavras, foi obrigado a pedir desculpa e a descer À terra. Menino Salvador Sobral, quer ser irreverente, esteja à vontade, mas creio que aprendeu uma coisa – o público por vezes parece que se comporta como um tolo e talvez tenha razão, mas por vezes aplaudem até uma parvoíce que lhe saia do cérebro, mas por outras apupa a sua intervenção mais brilhante. Não os menospreze pois as figuras públicas vivem do público. E ele por vezes vira-se contra nós. Fica o aviso ao Sr. Costa que por vezes se tem armado em Salvador Sobral. Um dia destes terá de vir pedir as desculpas que nos ficou a dever há uma semana.

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


quê mais este investimento para Contentores, e sem a garantia de vir a ter clientes de monta, que até hoje ”não deram a cara” por este projecto ? Sugeri então uma Plataforma Portuária e Tecnológica no Barreiro, à imagem do que levou Alfredo da Silva a deslocar a CUF para o Barreiro, no início do Século XX. Quer-se mais um “elefante branco” ? Seria preferível apostar mais directamente na “Economia Real”, em empresas Inovadoras/ Industriais/Tecnológicas, mais ajudadas como as das regiões Centro e Norte, mesmo que para isso fosse necessário alterar as nefastas regras do Portugal 2020, contribuindo assim para a Redinamização Económica da Região. A recente vontade de deslocar o Terminal de Contentores de Alcântara para o Barreiro não me parece a mais adequada. Será por a Autarquia de Lisboa querer resolver o Plano Urbanístico de Alcântara, e o porto de Lisboa não estar a ter capacidade para os navios de cruzeiro, forçando a alterar os seus planos ? Preferindo deslocar o “muro” do Terminal de Contentores de Alcântara para o Barreiro. Mais uma acção que reforça a tese de que Lisboa manda nos destinos da Região de Setúbal, tornando uma falácia a expressão tão convenientemente expressa de “cidade das 2 margens” ? O modelo de Governança dos portos não é idêntico aos do Norte da Europa. Assim a

ATUALIDADES CALDEIRA LUCAS

Armas

CONSULTOR

Autarquia do Barreiro terá residuais benefícios, e os operadores deslocarão – contrariados - o seu pessoal para o Barreiro, e os estivadores a empregarem quem querem, tornando pífio o tão desejado emprego regional. Em alternativa porque não aproveitar o cais 13 da ex-Lisnave na Margueira em Almada, para um Terminal de Cruzeiros complementar do de Lisboa, dando incremento ao projecto Lisbon South Bay ? Ponte Seixal-Barreiro Vão-se “deitar ao rio” 4 milhões € numa “pontinha” pedonal/cíclica ? É a contrapartida ? Para quê, se mais tarde ou mais cedo vão ter que fazer uma ponte a sério, prevista no PETI, mas em 2014 não considerada prioritária (?). Permitindo, por exemplo, a adiada expansão do METRO SUL do TEJO, necessidade reforçada com o novo AEROPORTO, fazendo Interface no Entroncamento Ferroviário no Pinhal Novo. Que até poderá ser usando novas tecnologias que tornam desnecessários catenárias nem carris. Ou prefere-se que o Arco Ribeirinho Sul continue a definhar ? 70% dos Habitantes da Península de Setúbal residem

no Arco Ribeirinho Sul, considerando-o até Alcochete. Ou vamos continuar a que os cerca de mais de 200 mil se desloquem pendularmente para Lisboa à procura de trabalho, com todos os custos Económico-Sociais inerentes ? Agência Europeia de Medicamentos Depois do que aconteceu em matéria de clara falta de segurança em território português (incêndios e Tancos) será muito pouco provável Portugal ser escolhido, e reforçado pela ganância do Porto, que só veio atrapalhar ainda mais o processo, levando o Governo a ter que ceder na sua inclusão, apesar de antes Lisboa ter sido aprovada, por unanimidade na Assembleia da República. Porque não se apostou em Almada ? Assim não poderiam dizer que era mais uma vez em Lisboa. E juntar-lhe o Terminal de Cruzeiros (que a extensão do porto de Lisboa bem precisa) na antiga doca 13 da Lisnave, dando significativo impacto ao projecto “Lisbon South Bay”, e em toda a necessitada Península de Setúbal?

Caminho sem caminho

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ostava de conseguir comunicar a importância que a arte e a cultura tiveram, e têm, na minha vida. Das VHS emprestadas nos intervalos da escola até às cassetes que gravávamos a partir dos discos que alguém tinha e nos emprestava, ia-se formando uma teia de experiências que nos davam a ver e sentir diferentes mundos. Ou, pelo menos, diversas formas de ver o mundo. Tardes passadas com amigos a escutar álbuns de uma ponta a outra, com pausas para comentar o que tínhamos acabado de ouvir. Sessões de cinema em que o filme parecia prolongar-se para a vida toda nas semanas seguintes. A certa altura comecei a pensar que toda a gente tinha tido este tipo de experiência e, por isso, que existia uma base comum de entendimento quanto à influên-

cia que a arte e a cultura podem ter na vida. Era um pensamento ingénuo, claro. Ainda hoje não consigo entender exactamente o que é que desperta esse gosto, uma vez que não me parece necessariamente ligado à condição social, nem a factores exteriores às características de cada indivíduo e da procura que cada qual faz. Se partir da minha experiência, tenho a certeza do seguinte: quanto mais contacto tive com manifestações artísticas, mais vontade tive de conhecer mais. Uma obra leva ao conhecimento de outra e assim sucessivamente, até ao infinito. E é sobretudo o prazer sem finalidade da descoberta de uma nova e singular experiência que faz com que haja vontade de continuar. Há qualquer coisa de indefinível e insubstituível no contacto com uma obra de arte. Exige,

JORNALISTA

Q

uando em 2013 escrevi, criticando com argumentos técnicos, o plano do Secretário de Estado dos Transportes para o famigerado Terminal de Contentores na Trafaria, posteriormente o Governo desistiu deste Projecto. Surgiram depois vontades no sentido de o fazer no Barreiro. Escrevi então, que seria pouco curial um Terminal de Contentores no Barreiro dado que os Porta-Contentores têm maior calado, exigindo dragagens significativas de reposição e manutenção, com significativos custos e riscos ambientais. Por outro lado, da carga movimentada em Lisboa só 10% é que vem para a margem sul, podendo-se deslocar-se em barcaças, como o porto de Lisboa previu. Um Terminal de Contentores obriga a uma logística que poderá englobar a ponte 25A sem espaço-canal necessário e/ou o ter de percorrer cerca de 200 km aos destinos habituais na margem norte, retirando-lhe Competitividade. O porto de Setúbal, com o 2º maior Terminal de Contentores de Portugal e com melhores acessibilidades rodo-ferroviárias, e sub-utilizado, chega e sobra a longo prazo para as necessidades. Acrescentando Sines com o Terminal XXI também com capacidade excedente, o Distrito de Setúbal já se pode considerar bem servido de capacidade portuária. E, se se considerar o hipotético Terminal Vasco da Gama, para

FIO DE PRUMO

Terminal Portuário no Barreiro

JORGE SANTOS

OPINIÃO

À PARTE LEVI MARTINS

DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS

porém, uma disponibilidade que a sociedade de consumo não promove. Não é só uma questão de tempo, mas sim de aceitar a possibilidade de cada nova experiência inscrever em nós qualquer coisa que nasce da relação entre o nosso olhar e aquele no qual brotou a obra. É verdade, porém, que a lógica dominante não promove propriamente condições para que a obra de arte possa surgir dessa necessidade intrínseca ao ser humano, muitas vezes deixando-se corromper pelas exigências do mercado ou da

sobrevivência. Ainda assim, há tanta coisa por ver, ler, ouvir, experienciar, que por mais más experiências que se tenha, haverá sempre algum caminho por explorar que interesse verdadeiramente. Talvez seja impossível. Como é que se descreve o êxtase que só a arte pode provocar? De experiência em experiência, é um caminho que se percorre sozinho. Em passadas lentas ou rápidas, como muitas paragens, hesitações e desvios. Sem direcção nem finalidade. Um caminho sem caminho.

Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar!

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em todos sabemos de cor «A Portuguesa» mas estes versos, pode dizer-se, ninguém desconhece, e os militares, a todos os níveis, têm-nos como filosofia, passem ou não a porta de armas. E, porque o militar nunca se separa da sua arma, atendendo mesmo o que esta expressão tem de simbólico, todos temos o direito de perguntar como foi possível o desaparecimento de tão elevado número de armas e munições de uma Unidade Militar? Muito se tem falado nestes dias, de que o sistema electrónico de vigilância estava avariado, o que obrigaria a um reforço na assiduidade das rondas móveis ao longo do perímetro. E quem manda não tinha conhecimento de que a segurança não estava operacional? Comenta-se também que o material que desapareceu não poderia ter sido levado debaixo do braço, pois nem numa simples camioneta caberia. A primeira coisa de que se falou terá sido do buraco na rede como se os “gatunos” tivessem andado a fazer carreirinhas para passar o produto roubado para o carregarem nas viaturas estacionadas no exterior. Quase que apetece perguntar se as munições e as armas chegaram a entrar naqueles paióis quando foram compradas. E, para futuro, lembremo-nos da velha anedota, que se contava na Guerra Colonial: – Sentinela alerta! – Alerta está! – Passa a palavra! – Não passo por que eu não falo com ele!

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