semmais
Sábado 14 | Janeiro | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 931 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso
PORTO DE SINES ABSORVEU 2,7 MILHÕES DE QUEBRAS DOS PORTOS NACIONAIS A plataforma portuária de Sines já vale 54,5 por cento de todo o setor a nível nacional, mercê de uma crescimento sustentado que se antevê persistir nos próximos anos. Nos últimos dez meses de 2016, Sines movimentou 42,1 milhões de toneladas, mais 5,3 milhões do que no período homólogo de 2015. Com essa performance, o porto conseguiu absorver a quebra de 2,7 milhões de toneladas verificada nos restantes portos portugueses.
NEGÓCIOS PÁGINA 12 POLITICA PÁGINA 10
SOCIEDADE PÁGINA 3
SOCIEDADE PÁGINA 6
A atriz e vice-presidente do Inatel é, para já, a grande novidade das candidaturas do PS às câmaras do distrito. Os socialistas já fecharam os processos em Almada, Montijo, Sines, Palmela, Seixal, Barreiro, Alcochete, Santiago, Grândola. Os restantes estão guardados a sete chaves.
Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infra-estruturas, garantiu esta semana que o processo técnico sobre a possibilidade de a Base Aérea n.º 6, no Montijo, «está muito avançado». E garantiu decisões nas próximas semana. A autarquia montijense está preparada.
Paulo Calado e Carlos Beato, tomaram esta semana posse na administração da Sociedade de Apostas Sociais, criada pela Misericórdia de Lisboa, que vai gerir uma carteira diversificada de jogos online. O primeiro representa a Santa Casa e o segundo a Fundação Montepio.
INÊS DE MEDEIROS É APOSTA DO PS PARA ALMADA
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MINISTRO GARANTE ‘NOVO AEROPORTO’ DENTRO DE SEMANAS
FIGURAS DA REGIÃO VÃO GERIR SOCIEDADE DE APOSTAS SOCIAIS
ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL
RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167
A SEMANA
VANDALISMO NA FACHADA DO EDIFÍCIO DO MUNICÍPIO SADINO A CÂMARA DE SETÚBAL APRESENTOU ESTA SEMANA QUEIXA NA PSP POR O EDIFÍCIO SEDE DA AUTARQUIA TER SIDO ALVO DE VANDALISMO, COM TINTAS DE VÁRIAS CORES. NA MANHÃ DA PASSADA SEGUNDA-FEIRA, ERAM VISÍVEIS VÁRIOS RISCOS DE TINTA NA FACHADA PRINCIPAL DO EDIFÍCIO DA PRAÇA DE BOCAGE. O ATO DE VANDALISMO TERÁ ACONTECIDO NA MADRUGADA DESTA SEGUNDA-FEIRA E ESTÁ A SER INVESTIGADO PELAS AUTORIDADES.
Idoso atropela e sente-se mal
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m idoso de 84 anos atropelou na quinta-feira, às 13h30, uma estudante de 15 anos, à porta de uma escola em Vale Fetal, na Charneca de Caparica. A jovem ficou ligeiramente ferida e recebeu tratamentos no Hospital Garcia de Orta. Depois do acidente, o homem, que alegou estar a sentir-se mal disposto, entregou um cartão com a sua identidade, a uma funcionária da escola, e ausentou-se. Foi, mais tarde, devidamente identificado pelas autoridades policiais.
Mulheres envolveram-se à facada na Baixa da Banheira
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uas mulheres envolveram-se, na quinta-feira, à tarde, na Baixa da Banheira, no concelho da Moita, em agressões com um x-ato e uma faca. Após uma discussão, uma das mulheres foi à casa buscar um x-ato e agrediu a outra, que ficou ferida. A PSP foi chamada ao local, mais propriamente à rua S. José Operário, e deteve uma das mulheres por agressão.
Trabalhadores da Secil exigem aumentos salariais
O
s trabalhadores da Secil, empresa cimenteira do Outão, estão a exigir aumentos salariais de 4 por cento. Esta semana os trabalhadores admitiram recorrer a várias formas de luta,
que passam pela greve ao trabalho. Exigem que a administração da empresa cimenteira do Outão, no concelho de Setúbal, retome as negociações da uma atualização da tabla salarial para o presente ano de 2017.
Setúbal candidata Figueirinha à bandeira azul
Homem anda 2 quilómetros em contra-mão
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m homem, depois de andar cerca de 2 quilómetros em contramão, na A2, abandonou o carro, na quarta-feira, em que seguia no parque empresarial da Autoeuropa e fugiu. A PSP do Seixal, que perseguiu o indivíduo e chegou a interromper o trânsito na A2, no sentido norte-sul, ainda está a investigar o caso.
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A
Câmara de Setúbal volta a candidatar a praia da Figueirinha à Bandeira Azul. “O teu Planeta é a tua terra” é o tema deste ano, sendo considerados para efeitos de candidatura um total de 32 critérios, 28 dos quais de cumprimento obrigatório, abrangidos por quatro grupos, relacionados com “Informação e Educação Ambiental”, “Qualidade da Água”, “Gestão Ambiental e Equipamentos” e
“Segurança e Serviços”. A existência de informação sobre as zonas sensíveis e ecossistemas na área da praia e sobre o comportamento a assumir perante estas, bem como de um mapa indicativo das diversas instalações e equipamentos na zona balnear, a par da realização de, pelo menos, 6 atividades de educação ambiental, são alguns dos critérios abrangidos no grupo “Informação e Educação Ambiental”.
SOCIEDADE
MINISTRO PEDRO MARQUES DIZ TER TRABALHOS TÉCNICOS AVANÇADOS E GARANTE POSSIBILIDADE PARA 2019
Novo aeroporto “low-cost” quase, quase, na rota do Montijo Numa deslocação ao Montijo, para o lançamento de uma obra na Estrada Nacional 4, o ministro do Planeamento, Pedro Marques, disse dispor de trabalhos técnicos muito avançados e manteve risonha a opção pelas pistas da Base Aérea n. 6. A câmara montijense diz estar preparada. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
O
ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques garantiu esta semana que os trabalhos técnicos sobre a hipótese da utilização da Base Aérea n.º 6, no Montijo, «estão muito avançados», pelo que em breve deverá ser tomada uma decisão final. «Ao longo do último ano tenho dito que estivemos a analisar as várias condições e pistas complementares que existem na região de Lisboa, mas, particularmente, esteve a ser a analisada a possibilidade da utilização da pista complementar aqui no Montijo», disse o ministro, à margem do lançamento de uma obra na Estrada Nacional 4, naquele concelho. Pedro Marques, falou mesmo da tomada de po-
sição para «as próximas semanas», nomeadamente no que se refere a «passos a dar» na sequência dos últimos estudos. «Temos o trabalho adiantado, temos as condições que não tínhamos há um ano para tomar decisões», afirmou o ministro. E acrescentou que foi estudada de «forma mais intensa» a situação da pista da Base Aérea Nº6 do Montijo e da sua utilização como pista complementar ao aeroporto de Lisboa». Dias antes, em entrevista ao “Negócios” e à “Antena 1”, o governante já havia considerado irreversível o aumento da capacidade do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, reiterando que a solução deverá ser a construção de uma nova unidade, com uma pista complementar, no Montijo. E reafirmou que a data o avanço do novo aeroporto, poderá vir a ser 2019. “Admito esta data, desde logo porque, depois
de concluída a decisão sobre qual das soluções é mais favorável, tem de se realizar um conjunto de projetos técnicos, novas declarações de natureza ambiental e concursos públicos para a realização das obras. Portanto, admito que durante o ano de 2019 essas obras estejam no terreno”, sublinhou na mesma entrevista. Todavia, enfatizou, caso se confirme a opção pela pista complementar no Montijo, terá de ser feita uma negociação dentro do Estado com a Força Aérea para “criar todas as condições para a sua normal operação”. MONTIJO DISPONÍVEL E PREPARADO PARA RECEBER PLATAFORMA Na mesma ocasião, o presidente da Câmara do Montijo, o socialista Nuno Canta, afirmou que o concelho está disponível para receber a infra-estrutura. «A decisão tem que ser consis-
O ministo Pedro Marques, que reside no distrito, diz que hoje há melhores condições para tomar decisão sobre este dossier
A base aérea n.º 6 está em cima da mesa pela sua localização privilegiada e pelo menor custo do investimento para as infra-estruturas tente e capaz de alavancar o país. Estamos dispostos a assumir estes encargos com a nova infra-estrutura aeroportuária, quer seja com a antiga solução no Campo de Tiro de Alcochete ou na Base Aérea Nº6. O Montijo está disponível
A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO ATERRO PODE VIR A PROLONGAR A VIDA DA CENTRAL
Bruxelas atenta à central que ameaça Tejo até à costa da Caparica
As negociações entre os dois estados não foram conclusivas e o diferendo deverá agora seguir para a justiça europeia. Recorde-se que os especialistas afirmam que em caso de fuga radiotiva, os efeitos serão sentidos até à Costa da Caparica. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A
Comissão Europeia admite que poderá contactar as autoridades espanholas para «clarificar a situação» do aterro nuclear na central de Almaraz, situada no rio Tejo e que ameaça Portugal até Almada em caso de fuga radioativa. A Comissão Europeia tenciona ainda vir chamar a atenção para as obrigações previstas na
legislação comunitária em matéria de segurança nuclear. Recorde-se que o Governo português já avançou que irá apresentar queixa em Bruxelas, referindo que, até ao momento, o executivo comunitário ainda não recebeu uma queixa formal mas, se e quando tal acontecer, “a Comissão irá analisá-la e poderá decidir contactar Espanha para clarificar a situação e chamar a atenção para as obrigações previstas na legislação a
A base aérea n.º 6 está em cima da mesa pela sua localização União Europeia”. A Comissão Europeia garante que está a par das preocupações manifestadas pelas autoridades portuguesas e referiu que, embora os Estados-mem-
bros sejam livres de incluir a energia nuclear nos seus cabazes energéticos, «todos têm de aplicar os mais elevados padrões de segurança» na gestão de resíduos.
para receber esta infra-estrutura», afirmou. O autarca, que tem lutado por esta solução, referiu ainda que um aeroporto complementar no Montijo vai servir para «equilibrar o desenvolvimento económico entre as duas margens do Tejo»,
bem como para o aumento da capacidade de resposta do aeroporto de Lisboa. E acrescentou: «Sabemos que vai trazer alguns problemas, como a nível ambiental ou de trânsito, mas o Montijo está disponível para esse desafio».
Agência de energia dinamiza novos projetos na Arrábida
A
Agência de Energia e Ambiente da Arrábida vai lançar este ano cinco novos projetos no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência Energética no Consumo de Energia Elétrica (PPEC) e do Interreg MED, com enfoque na eficiência energética e produção de energia a partir de fontes endógenas e renováveis. As intervenções, coordenadas pela ENA, vão ocorrer nos municípios de Palmela, Setúbal e Sesimbra, através da implementação de cinco projetos recentemente aprovados, quatro de cariz nacional e regional, financiados pela ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) no âmbito do PPEC, e um de abrangência Europeia, financiado pelo Programa de Cooperação Territorial Europeia: Interreg
MED, através do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional). A concretizar a partir do início de 2017, os projetos financiados pelo PPEC têm como objetivo principal implementar ações que contribuem para a promoção da eficiência energética, através de medidas tangíveis (instalação de equipamentos) e intangíveis (formação e sensibilização). Estas acções vão também servir para promover a eficiência energética no setor hoteleiro e em escolas básicas, secundárias e profissionais. A presidente da ENA, Fernanda Pésinho, pretende «envolver ativamente alunos do ensino secundário e profissional na gestão da energia fornecendo ferramentas que lhes permitirão realizar auditorias energéticas simplificadas às suas escolas».
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SOCIEDADE
“GEADAS NEGRAS” PODEM COMPROMETER CULTURAS E CONDENAR A PRODUÇÃO A ZERO
Falta de chuva e geada destroem pequena agricultura do distrito A situação tem vindo a agravar-se à medida que os dias passam e não chove. As pequenas hortas vivem de humidade e a seca marcou os meses de Outubro a Dezembro. Agora receia-se as chamadas “geadas negras”. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
O
s hortelões do distrito de Setúbal estão a passar por dias difíceis. Dizem que a culpa é do clima. A juntar à falta de chuva que tem marcado este inverno na região surgem agora as fortes geadas a destruir coentros, ervilhas, salsa ou espinafres. As culturas apelidadas de «mais frágeis» estão a ficar pelo caminho e mesmo as que sobrevivem acabam por não se desenvolver. A criação de pequenas estufas seria a solução para este
problema, mas nem todos os pequenos produtores alentejanos dispõem deste sistema. «A situação vai-se degradando à medida que os dias passam e continua sem chover. A falta de humidade complica muito a vida a quem tem estas pequenas hortas», alerta Joaquim Manuel Lopes, técnico agrícola da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, avançando que depois da seca que marcou os meses de outubro a dezembro prosseguindo pelo que já levamos cumprido de janeiro - receia o eventual aparecimento das chamadas «geadas negras» que
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poderão condenar a produção a zero. «Se isto acontecer até a própria vinha será ameaçada, numa altura em que começa a rebentar porque tem havido dias quentes para a época do ano», insiste, sublinhando ser chegada a hora dos hortelões começarem a «regar a pé», uma vez que o atual estado das hortaliças já não permite a rega por aspersão. PRODUTORES RECORREM AOS ASPERSORES E CANHÃO DE REGA Joaquim Manuel Lopes admite que isso se traduz numa dificuldade para algumas pessoas. «A maioria dos produtores já
Aspersores são uma solução, mas não chega a todos estão muito habituados ao aspersor e ao canhão de rega. De facto, este sistema da rega a pé não é fácil aos dias de hoje, mas é a melhor solução para fazer a água entrar por baixo da plantação e evitar que se deposite nas folhas», explica o técnico, alertando para o risco da «formação de geada e presença de
maresias que depois congelam» no caso da rega ser feita durante o dia com recurso a aspersores. «Já a rega a pé é feita por alagamento. Até pode ser de mangueira, desde que não se ande por cima das culturas», insiste Joaquim Manuel Lopes, esclarecendo que a melhor solução passa pela aposta na
rega durante a noite, o que irá impedir a formação de gelo. «Quem tem o sistema mecanizado fará com mais facilidade, porque basta programar o relógio para que a rega se faça entre as duas ou três da manhã», explica, admitindo que na região já existem bons exemplos em torno desta alternativa.
SOCIEDADE
AVISO DA DGAV SURGE NA SEQUÊNCIA DA MULTIPLICAÇÃO DE FOCOS DE GRIPE AVIARIA EM TODA A EUROPA
Venda de aves proibida em oito concelhos do distrito A decisão da DGAV implica a proibição da comercialização de aves de capoeira, como perus, galinhas, patos ou gansos, em mercados e feiras dos concelhos de Alcácer, Grândola, Santiago do Cacém, Sines, Alcochete, Setúbal, Montijo e Palmela. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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decisão foi tomada pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), quando se multiplicam os focos de gripe aviária um pouco por toda a Europa. Segundo o aviso publicado na página da internet da DGAV a venda de aves de capoeira – perus, galinhas, patos e gansos – fica proibida em mercados e feiras de oito concelhos da região. Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines, Alcochete, Setúbal, Montijo e Palmela são os concelhos da região que integram a lista da DGAV, sobretudo por se tratarem de zonas situadas próximas de linhas de água, onde ocorrem aves migratórias. Os produtores de aves que prevariquem e sejam
apanhados pelas autoridades a vender animais ao público incorrem nas punições previstas no decreto-lei nº110/2007, que transpõe para a legislação nacional a diretiva comunitária relativa a medidas comunitárias de luta contra a gripe das aves, segundo a qual a não comunicação às autoridades de qualquer suspeita passa a constituir uma infração sujeita ao pagamento de um montante mínimo de 250 euros e máximo de 1870 euros (no caso de pessoas singulares) ou de 22445 no caso das pessoas coletivas. ALÉM DA COIMA PODEM SER APLICADAS OUTRAS SANÇÕES Além da coima, podem ser aplicadas sanções acessórias, como encerramento dos estabelecimentos, perda de animais ou proibição de participar em feiras ou mercados. A DGAV esteve oito
anos consecutivos sem emitir um aviso contra a gripe das aves, mas os focos do vírus que surgiram no ano passado e este ano, obrigaram a tomar medidas preventivas para as zonas de maior risco. É lá que estão condicionadas determinadas atividades, sendo pedido às autoridades que fiscalizem. Os dados mais recentes disponibilizados por Bruxelas apontam para mais de 600 focos de gripe aviária de alta patogenicidade, provocada pelo vírus Influenza A, do subtipo H5N8, em 17 países europeus. Quanto a aves de capoeira, com o vírus a afetar sobretudo Hungria, França e Alemanha, são já 2,9 milhões o número de animais afetados. No que aos selvagens concerne, e com maior número de casos na Alemanha e na Suíça, contabilizam-se mais de mil aves mortas.
O controlo sanitário é mais difícil na venda livre deste tipo de aves
Várias espécies afetadas A DGAV justifica que o «vírus circula nas populações de aves selvagens afetando várias espécies, em especial os patos mergulhadores e as gaivotas, tendo vindo a disseminar-se para Sul e para Oeste através das suas rotas migratórias». Aquele organismo avança ainda que «este vírus é altamente patogénico para as aves de capoeira», nomeadamente perus, galinhas poedeiras, pombos, patos e gansos, com «taxas de mortalidade que variam desde moderada a elevada». Além da proibição de venda nos mercados, tal como aconteceu no ano passado, a DGAV tem no terreno várias medidas de vigilância em articulação com outras autoridades. Uma delas passa pela «monitorização das entradas de aves em
Portugal a partir dos países infetados, verificando as regiões de origem».
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SOCIEDADE
ENTIDADE REGIONAL DE TURISMO DA REGIÃO DE LISBOA APOIA QUATRO NOVOS PROJETOS
Cacilhas-Cristo Rei e baía de Setúbal entre as apostas da ERT-RL Entre as apostas turísticas deste ano da ERT-RL está o lançamento do Mapa Cacilhas-Cristo Rei e a presidência de Setúbal no Clube das Mais Belas Baias do Mundo. O projeto Quo Vadis, da Patriarcado de Lisboa e o programa Stopover constituem o resto do pacote de apoios. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
A
Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) vai apoiar a edição de um mapa que ilustra o percurso entre Cacilhas e o Cristo Rei. O documento, que será lançado em Fevereiro, descreve os principais pontos de interesse e destaca as vistas sobre o Tejo e Lisboa. O mapa foi pensado para quem faz o percurso, sobretudo, de
forma pedonal. Outra das apostas da ERT-RL é o apoio, até final de 2018, da presidência de Setúbal do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, entidade que envolve 41 baías de 25 países. Os responsáveis do turismo de Lisboa consideram ser “uma oportunidade para promover a Região de Lisboa e, em particular, o turismo de natureza». Este apoio concretiza-se na produção de uma edição e de um filme que estão previstos serem lançados ainda no início deste ano.
30 MIL TURISTAS JÁ ADERIRAM AO PROGRAMA “STOPOVER” Também na calha está o programa “Stopover”, ao qual já aderiram cerca de 30 mil turistas. A iniciativa, promovida, pela ERT-RL, ATL e TAP, foi lançado em julho de 2016, no sentido de transformar escalas em Lisboa em estadias de 1 a 3 dias. Para estes turistas estão disponíveis, durante 2017, um conjunto de experiências, em número de sete, na cidade e na região de Lisboa. No caso de Setúbal, está incluído neste
O santuário do Cristo-Rei, do qual se tem uma vista magnífica, é um dos monumentos mais visitados em toda a região pacote, a “Observação de golfinhos” no Estuário do Sado, “A cultura do Vinho: visita a uma Adega”, em
Azeitão, com prova de vinho, e “Gastronomia e Vinhos” que, em parceria com as Comissões Vitiviní-
colas de Lisboa e Península de Setúbal, pode ser acumulada com as seis experiências anteriores.
Arranjo da EN4 entre o Montijo e Pegões vai custar 4,5 milhões ao Estado A empreitada vai ocorrer numa extensão de 25,5 quilómetros e visa melhorar o conforto e segurança dos automobilistas. Trata-se, segundo a empresa, de uma requalificação profunda. O concurso público vai agora arrancar.
A
Infraestruturas de Portugal vai avançar com a requalificação do troço da EN4 entre a EN118, no Montijo, e a interseção com a EN10 em Pegões, numa extensão de 25,5 quilómetros, para melhorar o conforto e a segurança dos automobilistas. Esta empreitada, que tem um preço base-estimado em 4,5 milhões de euros, foi apresentada na sexta-feira de manhã, publicamente, numa cerimónia na Câmara do Montijo, que contou com a presença do Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques. Segundo um comunicado da IP, “apesar dos regulares trabalhos de manutenção corrente que a IP tem realizado, o atual nível de qualidade do pavimento da EN4 justifica a necessidade de uma requalificação mais profunda”. De acordo com a em-
Figuras da região na administração da nova sociedade de jogos online
A presa, os trabalhos a executar desta empreitada agora a concurso envolvem, entre outros, a fresagem e repavimentação de todo o troço, a substituição e readequação da sinalização vertical de código e de orientação e a remarcação da sinalização horizontal, a
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colocação de novos equipamentos de segurança da estrada como as guardas de segurança, onde se incluem os dispositivos de proteção para motociclistas, e a requalificação dos sistemas de drenagem. Ainda no âmbito desta empreitada, está igual-
mente prevista uma intervenção ao nível da preservação ambiental e de segurança rodoviária, com a criação de uma passagem inferior no pontão de S. Romão, de modo a permitir o atravessamento da EN4 e reduzir o perigo de atropelamento de fauna.
nova sociedade de apostas pela internet, lançada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, vai incluir na sua administração Paulo Calado, como administrador executivo, e Carlos Beato, como vogal da administração, este último em representação da Fundação Montepio Geral, que detém 15% do capital social, cifrado em 500 mil euros. A maioria do capital é detida pela Misericórdia de Lisboa, com 54% da participação accionista, sendo que, para além da Fundação Montepio, participam também na nova sociedade, a União das Misericórdias Portuguesas, com 16%, a Cáritas Portuguesa, com 7,5% e a Associação dos Cegos e Amblíopes de
Portugal (ACAPO), também com 7,5%. Designada por Sociedade de Apostas Sociais, a entidade vai gerir a exploração de jogos online, nomeadamente em desportos como corridas de cavalo e resultados de partidas de futebol, ou jogos de fortuna e azar, exemplos póquer e bingo. Segundo a Misericórdia de Lisboa, não há ainda data para a entrada neste mercado, mas prevê-se que ocorra em breve, logo que seja emitida pela entidade reguladora, a respetiva licença. O conselho de administração conta ainda com o vice-provedor da Misericórdia, Edmundo Martinho, na qualidade de presidente, e Maria Helena Costa, como vogal.
LOCAL
SEIXAL Concertos de ano novo animam o concelho
MONTIJO Município renova equipamento informático do 1.º ciclo
SETÚBAL Praça da Independência ganha novo rosto
Decorrem dois concertos de ano novo, este sábado, no palco do pavilhão multiusos do parque urbano da Quinta da Marialva, em Corroios, e na Sociedade Filarmónica Operária Amorense. Às 21 horas, começa a atuação da banda de música da Força Aérea, no pavilhão multiusos do parque urbano da Quinta da Marialva, em Corroios. Na Sociedade Filarmónica Operária Amorense, o concerto de ano novo, dirigido pelo maestro Jacinto Montezo, tem início às 21h30, e inclui atuações do Grupo de Cordas e da banda da SFOA, do grupo coral Seixal Vocalis, além da participação especial de Carmen Matos, soprano do Teatro de S. Carlos, e do grupo de danças de salão da SFOA.
A Câmara está a renovar o parque informático das várias escolas do 1.º ciclo. Ao longo da semana, o presidente Nuno Canta, e a vereadora da Educação, Clara Silva, procederam à entrega de computadores em algumas escolas, num ato simbólico que evidencia o compromisso e o empenho da câmara com uma escola pública de qualidade. Nos dias 10 e 11, estiveram ambos na EB Caneira e na EB Pegões Cruzamento, respetivamente, e deixaram expresso que a educação é o principal fator de desenvolvimento do concelho. Uma área fundamental de atuação para a câmara que, com esta medida de renovação do parque informático, oferece às escolas mais condições tecnológicas para o desenvolvimento da aprendizagem diária dos alunos. Após um levantamento das necessidades das escolas, nesta 1.ª fase estão a ser entregues 60 equipamentos informáticos, num investimento de 40 mil euros.
A Praça da Independência, no Monte Belo, está a ser beneficiada no âmbito de um novo empreendimento comercial em curso. As obras consistem na execução de um passeio pedonal com ciclovia num troço da Av.ª Álvaro Cunhal, entre o acesso ao Novotel e a Praça da Independência, assim como a criação de uma zona de estadia e lazer, com mobiliário urbano diverso, naquela praça. As intervenções, orçadas em 46.945,93 euros, são executadas com a aplicação de taxas urbanísticas cobradas pela autarquia no âmbito daquele empreendimento que inclui um restaurante, um edifício para comércio/serviços e a reativação das bombas de gasolina, com loja de conveniência.
SINES Obras no Bairro 1.º de Maio já arrancaram Os trabalhos da 1.ª fase da reabilitação do espaço público do Bairro 1.º de Maio já estão a decorrer. A empreitada contempla a reabilitação do parque de recreio existente, com vista à criação de um parque infantil e de uma zona para eventos e estadia. Pretende-se melhorar a qualidade do mobiliário urbano, introduzir pavimentos semipermeáveis e plantar mais vegetação com valor ornamental. O prazo de execução é de 90 dias. Trata-se de um investimento integrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Sines, cofinanciado em 85 por cento pelo Programa Operacional Alentejo 2020.
ALMADA Município estuda futuro da Quinta do Almaraz Passados 30 anos sobre a descoberta da Quinta do Almaraz, realiza-se dia 20, às 9h30, no Fórum Romeu Correia, um encontro aberto à população sobre o passado, presente e futuro deste local. Entrada livre. A realização deste forum visa fazer um balanço do caminho percorrido até agora e refletir sobre as opções de futuro, com vista ao relançamento de um projeto que promova a investigação científica e o pleno usufruto deste território pelos almadenses e por todos os que visitam o concelho de Almada. Membros do executivo municipal, técnicos municipais, e especialistas vão partilhar opiniões e debater aspetos relevantes sobre esta área da freguesia de Cacilhas.
GRÂNDOLA Polidesportivo da Aldeia do Futuro foi requalificado A Câmara concluiu recentemente a obra de requalificação do polidesportivo descoberto da Aldeia do Futuro. A intervenção incluiu, numa primeira fase, a execução de um novo pavimento em betão armado e a aplicação de grelhas e caleiras para drenagem de águas pluviais. Numa segunda fase, foram pintados os muros envolventes, as estruturas metálicas da vedação e as marcações no campo de jogos, substituídas as redes de proteção e as balizas de futsal e instaladas duas tabelas de basquetebol. Para 2017 está prevista a reabilitação da zona envolvente, incluindo, passeios, zonas ajardinadas, iluminação, mobiliário urbano e equipamentos lúdicos.
ALCOCHETE População celebra 119.º aniversário da restauração do concelho O concelho celebra, este domingo, o 119.º aniversário da Restauração do Concelho, uma data histórica que revela a identidade de uma população que sempre lutou pela sua identidade e que, nos dias de hoje, é recordada e exaltada com uma sessão solene durante a qual serão atribuídas as medalhas municipais. A sessão decorre no núcleo de arte sacra, às 15h30. As comemorações começam às 10 horas, com a saudação e apresentação de cumprimentos, pela banda da Sociedade 15 de Janeiro. Serão atribuídas medalhas municipais “a pessoas, sejam singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, que se destacam pelo seu contributo e empenho nas suas funções, quer no âmbito do município quer fora dele, desde que a sua atividade seja benéfica para o mesmo e/ou para a população”.
ALCÁCER DO SAL Candidatura para corredor ciclável foi aprovada Depois da aprovação do projeto de construção do Corredor Ciclável da Quintinha em execução, com um investimento de 98 432,87 euros, a que corresponde um apoio de verbas comunitárias (FEDER) de 83 667,94 euros, foi aprovado no dia 4, o projeto que vai concretizar o Corredor Ciclável do Forno da Cal com um investimento de 21 899,18 euros a que corresponde um FEDER de 18 614,30 euros. As obras visam a promoção da mobilidade urbana sustentável e para a “viabilização de deslocações de natureza quotidiana dos bairros periféricos - Bairro da Quintinha e Bairro do Forno da Cal com a zona ribeirinha/centro histórico da cidade, potenciando também uma utilização mais intensa do corredor ciclável já existente na zona ribeirinha Poente.”
BARREIRO Melhores condições para os transportes fluviais do Tejo Para melhorar as condições do transporte fluvial da Soflusa, o município exige “o lançamento urgente das ações de manutenção e a alocação urgente dos meios financeiros necessários às operações de manutenção de modo a repor o nível de operacionalidade necessário que permita a fiabilidade e o cumprimento do serviço público de transporte fluvial”. Sugere a “admissão de pessoal e formação profissional, que reponha o número de trabalhadores necessários à operação e volte a permitir responder às necessidades diárias de manutenção, evitando a imobilização de embarcações” e a criação um passe social intermodal, para circulação em toda a AML, substituindo o navegante e outros combinados nas suas múltiplas versões, por um título que promova a atratividade na utilização dos transportes públicos em detrimento do transporte individual, que abranja todas as operadoras e toda a população da ÁML.
MOITA Rede de balcões do munícipe já abriu O município já abriu ao público uma Rede de Balcões do Munícipe. Reunir, num só espaço, o atendimento ao público dos vários serviços municipais, na sua comodidade e na melhoria do nível de atendimento e relacionamento com o município, é o principal propósito da criação do projeto. «Acho importante salientar que, com a abertura destes balcões, estamos a cumprir um objetivo do nosso programa eleitoral. Estamos a renovar os serviços, não só ao nível das condições de acesso e de conforto para os munícipes, mas também internamente, através da adoção de processos mais modernos, mais eficazes e mais rápidos. Este trabalho envolve investimento e renovação do ponto de vista administrativo, mas está à vista que as condições criadas são bastantes melhores para as pessoas”, disse o presidente do município.
SANTIAGO DO CACÉM Novos olhares sobre a arquitetura local Chega hoje ao fim, o I Laboratório de Arquitetura e Património, uma iniciativa do Centro UNESCO. É uma abordagem de um aglomerado urbano, através de oito monumentos-chave, desde a época romana à criação contemporânea, de modo a permitir uma leitura do território e das suas “linhas de força”. Sob o mote “Passado Atual e Presente Futuro”, visitas, conferências, projeções de filmes e debates ocupam os trabalhos, distribuídos entre uma study trip e um “conclave” que terminam com um “plenário”, onde os convidados apresentarão as suas impressões. A ideia é de trazer novos olhares que ajudem a entender o génio da arquitetura local, e o futuro dos monumentos e das respetivas envolventes.
SESIMBRA Requalificação da Av.ª dos Combatentes foi adjudicada O município adjudicou a empreitada de requalificação da Av.ª dos Combatentes e Rua Humberto Delgado, na zona poente de Sesimbra. A obra, orçada em 400 mil euros, deverá iniciar-se no final de fevereiro, e ter um prazo de execução de 7 meses. Devido à dimensão e complexidade da intervenção, que contempla a renovação total de pisos e passeios, da rede de abastecimento de água, do saneamento e águas residuais, e construção de estacionamento na Av.ª dos Combatentes, os trabalhos vão ser realizados por troços, a fim de minimizar o seu impacto na circulação viária. Além destas ruas, está incluída na empreitada a pavimentação da Rua Abel Gomes Pólvora.
PALMELA Semanas das freguesias estão de volta O município promove a Semana da Freguesia de Pinhal Novo, de 16 a 20, dando início ao ciclo anual de trabalho dedicado às freguesias, que integra a estratégia de estímulo à participação cidadã. Este ciclo irá prolongar-se até maio, com um olhar atento sobre as especificidades de cada uma das freguesias do concelho, privilegiando o contacto direto com agentes locais. Durante estas semanas, autarcas e técnicas/os municipais apresentam investimentos e projetos em curso, auscultam as populações e visitam e dão a conhecer iniciativas e dinâmicas locais no campo cultural, social, empresarial e associativo. Destacam-se a reunião pública no dia 18, às 21 horas, no salão da Junta de Freguesia, e a discussão pública sobre o Memorial do Arco da Ponte de Pinhal Novo, no dia 19, também às 21 horas, no mesmo local.
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CULTURA
COMPANHIA MASCARENHAS MARTINS CELEBRA ESTE SÁBADO 1 ANO DE VIDA
«Queremos um espaço próprio e financiamento regular» A Companhia Mascarenhas Martins está a festejar o 1.º ano de vida. Sem espaço próprio, o grupo montijense promete não deixar de lutar para ser morador do cine-teatro Joaquim d´Almeida e de ter financiamento regular. Na forja está uma co-produção com o Teatro Aberto e um documentário sobre o concelho do Montijo. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
U
m ano depois da sua apresentação pública, a Companhia Mascarenhas Martins comemora o seu aniversário, este sábado, a partir das 16 horas, com uma “Conversa sobre Teatro”, com os grupos Os Possessos, Teatro da Cidade e Terceira Pessoa, com moderação de Miguel Branco. A festa prolonga-se, a partir das 21h30, na Casa Mora, com um concerto, de entrada livre, com elementos da companhia montijense. Levi Martins, diretor da
companhia, faz um balanço «extremamente positivo» do projeto. «Numa altura em que a cultura continua a ser vista, infelizmente por muitos sectores, como acessória, um grupo de pessoas uniu-se e investiu tempo, dinheiro, imaginação e criatividade para, na prática dar o exemplo de como nem só o dinheiro e os bens materiais importam. O cultivo do espírito e do intelecto, neste caso sobretudo através do teatro - mas não só, uma vez que organizámos conversas, co-produzimos um documentário e fizemos um concerto -, talvez sejam ainda fatores importantes para o desenvolvimento do ser humano».
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ESPAÇO PRÓPRIO E FINANCIAMENTO REGULAR O grupo levou à cena, até à data, “Toda a gente e ninguém”, um retrato do quotidiano na vida de várias personagens, e “Goodbye Maria Albertina”, uma adaptação da poesia de Maria Marques Jacinto à cena, num espetáculo que circulou por todo o concelho de Montijo. Sem espaço próprio à vista, Levi Martins sublinha que as reuniões vão prosseguir e que o grupo, por enquanto, «não irá ser a companhia residente do cine-teatro Joaquim d’Almeida, embora exista o compromisso de continuarmos a apresentar lá os nossos espetáculos».
O grande sonho da companhia passa por «termos financiamento regular para garantirmos uma equipa fixa e podermos desenvolver a nossa atividade de forma contínua. Não escondemos que o nosso desejo é conseguirmos ter um espaço adequado ao que fazemos». Para 2017, está planeada uma co-produção com o Teatro Aberto, com estreia prevista para Março, em Lisboa. Trata-se de “Tentativas para matar o amor”, a partir do texto de Marta Figueiredo, vencedor do Grande Prémio de Teatro Português Spautores/Teatro Aberto 2015. E um documentário sobre o Montijo.
AGENDA
CULTURA
RAIO-X
BARREIRO14JANEIRO21H30
COMÉDIA “LA NONNA” ATÉ 4 DE FEVEREIRO TEATRO MUNICIPAL DO BARREIRO
A comédia “La Nonna”, de Roberto Cossa, com adaptação e encenação de Luís Pacheco, continua a divertir até 4 de Fevereiro. Conta a história de uma avó centenária que devora tudo o que lhe passa pelas mãos e que com o seu egoísmo conduz a família à autodestruição. Com Alexandre Antunes, Ana Sofia Samora, Ângela Farinha, Bruno Vitoriano, Henrique Gomes, Manuela Ramos Félix e Rui Félix.
SETÚBAL14JANEIRO22H00
HOMENAGEM A ZECA AFONSO
«QUERO TER UMA CASA COM PISCINA E UMA FAMÍLIA FELIZ»
Hands On Approach voltam às lides musicais
CASA DA CULTURA DE SETÚBAL
A homenagem a José Afonso inclui declamação de poesia e apontamentos musicais. O evento “Poesia e Canto ao Amigo Zeca”, organizado pela Associação José Afonso, conta com a participação de Tito Lívio, poeta, professor de teatro e de cinema e dramaturgista, que vai declamar poesia, incluindo dois poemas de José Afonso.
PALMELA14JANEIRO21H30
MUSICAL HIP-HOP “LUZ” AUDITÓRIO DE PINHAL NOVO
A Associação Cultura e Desporto de Poceirão apresenta o musical hip-hop “Luz”. O espetáculo, protagonizado pelo grupo de hip-hop fusion R’Dancers, conjuga dança e representação e destina-se a público de todas as idades.
ALCOCHETE14JANEIRO15H00
GALA DE ANO NOVO EM PIANO FÓRUM CULTURAL
A Classic’art Piano Academy sobe ao palco no Fórum Cultural para apresentar ao público uma gala de Ano Novo, destinada ao público em geral. A produção e organização pertence à Classic’art Piano Academy. Tem a duração 180 minutos. O ingresso custa 5 euros.
SESIMBRA14JANEIRO21H30
DANÇA PELO QUORUM BALLET TEATRO JOÃO MOTA
O Quorum Ballet apresenta “Aristides”, uma criação de Daniel Cardoso para o XXII Festival Cistermúsica de Alcobaça, com o tema Lendas e Heróis. Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, França, durante a invasão do país pela Alemanha Nazi, desafiou ordens expressas de Salazar, concedendo, durante cinco dias, vistos de entrada em Portugal a milhares de refugiados.
MOITA14JANEIRO21H30
ESTÃO DE VOLTA AS NOITES AZUIS FORUM JOSÉ MANUEL FIGUEIREDO
O Fórum da Baixa da Banheira recebe o concerto dos Delta Blues Riders, do Porto. Com um reportório peculiar e apelativo, Paulo Veloso, Jorge Loura, António Ferro e Miguel Pardal, exploram as sonoridades que originaram os blues (Mississippi) até aos nossos dias, onde os diálogos entre a guitarra e o piano são constantes.
ALMADA15JANEIRO18H00
CONCERTO DE ANO NOVO – DE LONDRES A HOLLYWOOD ACADEMIA ALMADENSE
Peças de Richard Strauss, Aaron Copland, John Williams, Leonard Bernstein, Harold Harlem, Ennio Morricone, Andrew Lloyd Webber ou Jacques Offenbach fazem parte do concerto. Sofia Escobar, cantora/atriz, galardoada Melhor Atriz de Teatro Musical em Inglaterra, é acompanhada pela Orquestra Promenade, sob direção de José Gomes.
POR ANTÓNIO LUIS
O
s setubalenses Hands On Approach celebram os 20 anos de vida, com um concerto no Forum Luísa Todi, em Setúbal. O concerto, marcado para as 21h30, marca o regresso aos palcos da banda setubalense, que, depois de um pequeno hiato, encontra-se a preparar o quinto álbum de originais, a lançar em breve. Para os fãs da banda terem uma ideia do que podem esperar do novo trabalho, foi lançado um primeiro single, “Young Lovers”, produzido e gravado por Rui David.
Num momento especial, celebrado na cidade natal, os Hands On Approach prometem um espetáculo único e com muitas surpresas, no qual se devem ouvir sucessos como “My Wonder Moon”, que integrou o álbum de estreia, “Blown”, lançado em março de 1999. “If You Give Up”, “Silent Speech” e “Tão Perto e Tão Longe” são outros dos temas mais conhecidos dos Hands On Approach, que atualmente, além de Rui David, vocalista e guitarrista, inclui Sérgio Mendes, também guitarrista. Os bilhetes para o concerto custam 15 euros.
Flower Power Fest de novo nomeado para os Iberian Festival Awards
O
Festival “Flower Power Fest”, organizado pela Associação Lus’Alma, que conta já com três edições realizadas no Parque Central, em Vila Nova de Santo André, está outra vez nomeado na categoria “Best Small Festival”, para os prestigiados Iberian Festival Awards 2017, cuja gala terá lugar em Barcelona, a 16 de março. As votações, abertas ao público, decorrem até 22 de janeiro, em https:// pt.surveymonkey.com/r/ ifa2017. Recorde-se que o Flower Power Fest esteve em particular evidência na Gala da 1.ª edição dos Iberian Music Awards, ao arrecadar vitórias nas duas categorias para as quais estava nomeado: Best New Festival (em Portugal) e Best Small Festival (na Península Ibérica). O evento está também nomeado na categoria
“Best Infrastructure”, votação essa da exclusiva responsabilidade do júri. São 205 nomeados entre festivais, marcas, meios de comunicação e artistas para as 19 categorias a concurso, à qual ainda se somará o Excellence Award, atribuído a uma personalidade ibérica pelo prestígio e contributo na área dos festivais de música. O certame concentra várias vertentes, desde a música ao artesanato, passando pelas artes performativas e plásticas, contando com exposições, workshops, insufláveis e sempre com um olhar muito atento às mais profundas raízes culturais, apostando em jogos tradicionais conhecidos do grande público. A gastronomia foi também, em 2016, um dos focos do certame. A edição deste ano decorre de 10 a 12 de agosto.
Joel Carvalho tem 19 anos e é formado em apoio à infância. Mas o seu sonho é o de trabalhar, como ator, no Parque Mayer, em Lisboa. O jovem setubalense, de signo Balança, considera-se humilde e sonha ser feliz.
QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? Trabalhar, como ator, no Parque Mayer ou na TVI. E PESSOAL? Ter uma casa com piscina e uma família feliz. CIDADE PREFERIDA? Lisboa. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? Faro.
QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “Quando as luzes se acendem”, filme de terror.
UM DESEJO PARA 2017? Ser feliz.
QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Ser humilde.
QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? A atriz Rita Pereira. QUEM É A MULHER MAIS SEXY DO MUNDO? A atriz Sara Sampaio. COMPLETE: A MINHA VIDA É... ...uma caixinha de surpresas.
COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? “Pagode”. Um cão. O QUE LEVAVA PARA UMA ILHA DESERTA? Comida e o retrato da minha família. DIA OU NOITE? Noite.
O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? A falsidade.
O QUE MAIS TEME NA VIDA? Morrer.
COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Massa com atum e Somersby.
A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? A ninguém. Não desejo o mal a ninguém, nem ao meu pior inimigo.
QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? Ouvir música. QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? Acabei de ler o livro “Aproveitem a vida”, de António Feio.
O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? Ter perdido uma namorada que eu gostava muito mesmo.
CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para assistirem à revista popular “Parque à Vista”, em cena no Parque Mayer, em Lisboa, bem como para o musical “Quase normal”, dos irmãos Feist, em cena no Casino Estoril, e para a comédia “La Nonna”, para ver no palco do ArteViva, no Barreiro. Para ser contemplado com os convites basta ligar 96 943 10 85 ou 918 047 918. SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE JANEIRO | 2017 | 9
POLITICA
FALTA DEFINIR CANDIDATURAS ÀS CÂMARAS DE SETÚBAL, SESIMBRA, ALCÁCER DO SAL E MOITA
Socialistas já têm fechado quase toda a carteira de candidatos no ataque das autárquicas deste ano Inês de Medeiros, atual vice-presidente do Inatel, vai ser a candidata do PS à câmara de Almada e é a grande novidade das escolhas socialistas para o distrito. Nuno Canta, Montijo, e Nuno Mascarenhas, Sines, recandidatam-se para manter os municípios sob alçada do partido da rosa. Há quatro concelhos, cujas opções estão fechadas a sete chaves. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM
A
vice-presidente do Inatel e ex-deputada, Inês de Medeiros é, para já, a grande novidade das candidaturas da distrital do PS às próximas autárquicas. A ex-deputada, eleita nas últimas legislativas pelo Círculo Eleitoral de Setúbal, naquele que foi um dos melhores resultados dos socialistas a nível nacional, vai a votos em Almada. A decisão foi tomada ontem, mas o consenso «foi muito alargado, porque se trata de uma figura com muito prestígio e uma mulher com muita garra», afirmam fontes ligadas à concelhia. Mas o ano arranca com o processo das escolhas muito avançado. Para além de Almada, e das já esperadas recandidaturas dos atuais presidentes das câmaras de Montijo e Sines (únicas do distrito nas
mãos socialistas) Nuno Canta e Nuno Mascarenhas, respetivamente, estão fechados a maioria dos processos. São os casos do Seixal, com o avanço do ex-vereador Eduardo Rodrigues; no Barreiro, com candidatura de Frederico Rosa; em Alcochete, com Fernando Pinto; Palmela, que aposta em Raul Cristovão; e ainda Santiago do Cacém e Grândola, com as escolhas a recaírem em Óscar Ramos e Aníbal Cordeiro. A situação em Grândola, resolvida há muito, fruto de intensas negociações entre a concelhia socialista e o líder do Movimento Independente Por Grândola (MIG), Aníbal Cordeiro, que nas últimas autárquicas se afastou do PS local, está a gerar fortes expetativas e é uma das apostas da distrital. «Assinámos um acordo que demonstra a abertura do PS à sociedade civil e ao envolvimento na construção
de um projeto novo», refere ao Semmais, Pedro Ruas, líder da concelhia socialista, atual presidente da Junta de Freguesia de Azinheira dos Barros. O jovem autarca, que será candidato à presidência da assembleia municipal grandolense, sublinha ainda que o acordo com o MIG «vai devolver a esperança» aos munícipes e fazer com que se inicie outro ciclo de desenvolvimento no concelho. «O conjunto de rostos que integram ou apoiam este projeto vão para além do somatório do PS e do MIG, e é com essa responsabilidade que nos apresentaremos às eleições, afirma Pedro Ruas. QUATRO ESCOLHAS “GUARDADAS A SETE CHAVES” Para resolver estão as candidaturas nos concelhos de Setúbal, Sesimbra, Alcácer e Moita, que fontes oficiais do partido contatadas pelo Semmais dizem
A atual vice-presidente do Inatel vai a votos para conquistar câmara de Almada estar a ser «acompanhadas ao mais alto nível», mas nesta fase «guardadas a sete chaves». O que se sabe, para já, é que serão sempre candidatos locais e não impostos pelas cúpulas nacionais, como tem acontecido, nomeadamente em Setúbal, capital do distrito. O presidente da concelhia de Setúbal, Paulo Lopes, confirmou isso mesmo ao Semmais, referindo que será uma candidatura de uma personalidade local «bem integrado e identificado com a realidade do concelho, quer a nível político, quer a nível social e familiar, com reconhecimento públi-
Sara Gomes é a única candidata à concelhia almadense do CDS-PP
S
ara Machado Gomes é a única candidata a presidente da Concelhia de Almada do CDS-PP. As eleições decorrem este sábado. Empresária de profissão, Sara Gomes, 29 anos, é formada em Medicina Dentária. Sara Gomes foi, até agora, vogal da estrutura concelhia do partido, tendo sido, nas últimas eleições autárquicas, candidata número 2 à Câmara de Almada nas listas do
CDS-PP. É também Conselheira Nacional eleita na lista apoiada por Assunção Cristas e encabeçada por Telmo Correia, no último congresso do partido. Sara Gomes apresenta-se aos militantes com a convicção de que dará continuidade ao crescimento do partido no concelho, ao mesmo tempo que pretende implementar e aprofundar cada vez mais as ideias e propostas do CDS-PP na comunidade local, para que as mes-
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mas possam chegar às pessoas, a fim de que estas ganhem mais confiança no partido e o encarem como uma alternativa credível e natural. A candidata única defende que é fundamental que os políticos, em Almada, saibam ouvir as pessoas e tomem as suas decisões tendo sempre como finalidade a melhoria das condições de vida da população, devendo colocar os interesses político-partidários em se-
co pelo seu percurso na cidade». Recorde-se que a concelhia abriu um ciclo de conferência no início deste mês, dedicada à agenda para a década e cujo primeiro palestrante foi Eugénio Fonseca, da Cáritas Portuguesa. Quem parece satisfeito com o andamento do processo autárquico é o líder da federação. António Mendes, mostra a «ambição» de manter as câmaras de Montijo e Sines, mas também reconquistar alguns concelhos à CDU. Grândola parece nesta mira, sem esquecer as câmaras onde os atuais pre-
Agenda para a Década no PS Setúbal
A gundo plano e decidir consoante as necessidades dos almadenses.
sidentes não vão poder ir a votos, como ocorre em Alcochete e Sesimbra. Ao Semmais, António Mendes sublinhou apenas haver «uma grande sintonia entre a federação e as concelhias, num trabalho que estás praticamente concluído». Para o líder federativo, este modelo de trabalho nas escolhas dos candidatos vai permitir «um maior equilíbrio na representação de género e nas faixas etárias». E garantiu que o anúncio público dos cabeças de lista aos municípios e juntas de freguesia do distrito será feito oportunamente.
concelhia de Setúbal do PS, está a promover um conjunto de quatro seminários que pretende definir a “Agenda para a Década do Concelho de Setúbal”, com vista à elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento, procurando intervir num horizonte de longo prazo. “Procuramos envolver da sociedade civil para a afirmação de Setúbal 2024 na região, no país e no mundo”, sugere a nota enviada às redações. O primeiro seminário, subordinado ao tema “Comunidades Solidárias”, contou com a presença de Eu-
génio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa e Natividade Coelho, presidente do Centro Distrital de Setúbal da Segurança Social. O primeiro defendeu, entre outras medidas, «um plano estratégico para a habitação», enquanto que Natividade Coelho elogiou a forma como a concelhia está a preparar o seu programa eleitoral. A segunda sessão decorre no dia 20 deste mês, com o tema “Primeiro as Pessoas”, e conta com as participações de João Costa, secretário de Estado da Educação, e Francisco Madelino, presidente do Inatel.
DESPORTO
Soares assume direcção do Cova da Piedade Na sua nova tarefa, António Sores vai ter responsabilidades em todas as áreas do Cova da Piedade, clube que ocupa o 5.º lugar da 2.ª Liga de futebol profissional. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
A
ntónio Soares, ex-presidente do Belenenses, entre 2011 e 2014, está de regresso ao futebol português. Desta vez para assumir o cargo de diretor-geral da SAD do Cova da Piedade, localizado no concelho de Almada. António Soares aceitou o convite do administrador, Kuong Chun Long, do clube da nossa região que se estreou na 2.ª liga na temporada 2016/2017. O dirigente, de 55 anos, revela que a sua ligação com o futebol havia terminado quando deixou as suas funções no clube da cruz de Cristo. «Nesta mi-
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Passeio pedestre em Santo Isidro de Pegões
Corta-Mato escolar concelhio movimenta centenas de crianças
O
nha nova tarefa vou ter responsabilidades um pouco por todas as áreas», vinca. A criação da sociedade anónima do Cova da Piedade foi aprovada em junho de 2016, após o clube almadense ter subida, pela primeira vez, a um campeonato profissional de futebol.
O Cova da Piedade é atualmente o 5.º classificado da 2.ª Liga, com 32 pontos, os mesmos que a Académica de Coimbra. Este sábado, às 11h15, o Cova da Piedade recebe o Benfica B, uma partida a contar para a 22.ª jornada desta competição.
parque verde da Bela Vista recebe, no dia 19, entre as 10 e as 13 horas, o Corta-Mato Escolar Concelhio de Setúbal, prova de atletismo com a participação de alunos de todos os estabelecimentos de ensino do município. O evento, organizado numa parceria entre a Câmara, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, a Associação de Atletismo de Setúbal e o Desporto Escolar da Península de Setúbal, envolve a participa-
ção de centenas de crianças e jovens de todos os anos de escolaridade, divididos por escalões, desde benjamins a juniores. Os alunos que obtiverem as melhores classificações são apurados para o Corta-Mato Escolar da Península de Setúbal, a realizar no dia 15 de fevereiro, no Parque do Serrado, no Seixal. O Corta-Mato Escolar Concelhio de Setúbal é o culminar da competição interna desenvolvida nas escolas ao abrigo do Programa do Desporto Escolar.
O
município do Montijo e a Academia Talentos do Tejo promovem este domingo, a partir das 9h30, o passeio pedestre PR1 Rota de Santo Isidro. Trata-se de uma excelente oportunidade para desfrutar de uma manhã de convívio desportivo e, simultaneamente, conhecer melhor a zona de Santo Isidro de Pegões, famosa pelos seus vinhos e pela particularidade arquitetónica do Colonato de Pegões. O passeio tem concentração marcada para as 9h15, junto à antiga sede da Junta de Freguesia de Santo Isidro de Pegões. As inscrições custam 5 euros, com direito a abastecimento, seguro e transporte, ou de 3 euros, apenas com abastecimento e seguro.
brevesdesportivas Recuperação do polidesportivo de Sarilhos Grandes O município do Montijo iniciou, em dezembro passado, as obras de recuperação do polidesportivo de Sarilhos Grandes. Nesta 1.ª fase, está a ser intervencionada toda a estrutura metálica. Posteriormente, este ano, será lançado um procedimento com vista à colocação de piso desportivo no referido espaço. A cobertura do polidesportivo, de momento, não está prevista a sua execução, por força da não aprovação pelas oposições do Orçamento Municipal para 2017.
Centro Cultural de Poceirão promove aulas de Karaté O Centro Cultural de Poceirão promove, a 17 e a 19, às 18 horas, duas aulas abertas de Karaté, dinamizadas pelo Instituto Shotokan KarateDo. Com esta iniciativa, destinada a maiores de 6 anos, pretende-se criar uma turma, para aulas regulares, a partir de fevereiro. O Instituto Shotokan KarateDo foi criado em 1988 e possui, atualmente, locais de treino em Setúbal e nos Bombeiros de Pinhal Novo.
“Yoga no Parque” do Barreiro Uma aula de “Yoga no Parque”, aberta à população, tem lugar este domingo, a partir das 11 horas, na tenda do Parque da Cidade, após a aula de “Aeróbi-
ca no Parque”. “Yoga no Parque” é ministrado pelo Centro de Yoga – Ás. Barreiro. Os interessados poderão levar um colchão/esteira de ginástica/ yoga, ou, apenas, toalha para maior conforto.
Barreirense e Fabril disputam final da Taça “Cidade do Barreiro” O Barreirense e o Fabril vão disputar a final da 4.ª Taça Cidade do Barreiro, no dia 5 de fevereiro, no Campo da Verderena, com a receita a reverter a favor da Casa dos Rapazes do Barreiro. O Barreirense bateu o Luso, no dia 28 de dezembro, por 5-0, no jogo de apuramento, disputado no Campo da Verderena. A arbitragem deste encontro esteve a cargo de Fábio Varanda, com os assistentes Miguel Neto e Pedro Baltazar.
2.º curso “Aprender a Nadar” vai ter 341 crianças O 2.º curso “Aprender a Nadar” para o ano letivo 2016/17 está a decorrer até 20 de março, nas piscinas de Palmela e de Pinhal Novo. Este curso conta com 341 crianças da EB Cabanas, Bairro Alentejano, António Matos Fortuna, Aires e Brejos do Assa1, EB Cajados, José Saramago, Alberto Valente e Salgueiro Maia (Agrupamento Vertical de Escolas de Palmela, Agrupamento José Saramago e Agrupamento José Maria dos Santos).
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ENSINO
PROFESSOR DE ALMADA PRETENDE CONTINUAR A HONRAR PAPEL DA DOCÊNCIA E NÃO ESPERA CHEGAR AO TOP TEN
João Couvaneiro entre os 50 professores “extraordinários” em todo o mundo O docente foi designado para o top 50 do Global Teacher Prize, uma honra para si, para os professores portugueses e para a região. Até ao resultado final, tem aproveitado para passar mensagens em nome da cultura do ensino, da classe e da cidadania. Em entrevista ao Semmais, abre o livro desta experiência singular. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM
A
aventura que empreendeu junto de escolas em Moçambique, através do projeto “School in a Box” foi a pedra de toque da nomeação de João Couvaneiro para o “Global Teacher Prize”. A iniciativa envolveu, em 2016, cerca de 20.000 professores de 179 países, que desenvolvem atividade docente de forma singular ou que participam em projetos extrardinários. O professor de Almada chegou ao top dos 50 e agora não tem mãos a medir para as solicitações. «A nomeação decorreu da minha participação no projecto School in a Box, que promove a inclusão digital de escolas e comunidades em Moçambique, onde não existe sequer electricidade. Para o fazermos, levamos uma caixa com 10 iPad, painéis solares e projetores para escolas em áreas isoladas.
Neste contexto, tenho dado apoio a uma escola primária que tem 5000 alunos e salas de aula para apenas 1000», reconta ao Semmais. Não é uma tarefa fácil trabalhar com tamanhas dificuldades, até porque, explica o professor, a viagem de carro até Maputo demora 45 minutos. «As salas desta escola não têm vidros nas janelas, muitas não têm portas, os quadros estão muito estragados, não há cadeiras ou mesas. Os alunos sentam-se no chão sobre panos (capulanas). O estado moçambicano dá os livros, mas estes chegam apenas para um terço dos alunos. É com grande esforço que as famílias vão comprando os cadernos, as canetas, os lápis e os uniformes escolares». São turmas que variam entre 60 e 80 alunos, parte deles para chegarem à escola caminham duas horas e às vezes sem comer. Foi neste cenário de ensino que João Couva-
Percurso profissional, académico e social João Couvaneiro vive em Almada e desempenha assessoria especializada na área da educação e formação de jovens e adultos no Gabinete do Secretário de Estado da Educação. Foi Professor e Diretor da Escola Superior de Educação Jean Piaget/ Almada. Em 2015, foi reconhecido como Apple Distinguished Educator. Está nomeado para o Global Teacher Prize de 2017, sendo considerado pela Varkey Foundation um dos 50 melhores professores do mundo.
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neiro desenvolveu o projeto apresentado a nível internacional. «Foi neste contexto cheiro de desafios, mas tão apaixonantes, que tenho procurado contribuir para a formação dos meus colegas moçambicanos, encontrando com eles soluções para desenvolver situações de aprendizagens mais efetivas. Para isto temos utilizado as tecnologias, com elas levamos o mundo até esta comunidade educativa e levamos esta escola para o mundo», sintetiza o professor. HOMENAGEM AOS 62 MILHÕES DE PROFESSORES Chegado a esta fase, João Couvaneiro considera que o “Global Teacher Prize”, que foi instituído pela “Varkey Foundation” com o objetivo de contribuir para o reconhecimento do trabalho excepcional desenvolvido pelos professores que tenham desenvolvido contributos extraordinários para a profissão docente, não deixa de ser «uma homenagem aos 62 milhões de professores que existem no mundo». E nestas histórias de heróis, que transformam a vida dos mais novos, releva a paixão que tem pela profissão que exerce: «Acredito que posso ajudar a tornar o mundo um lugar melhor. Procuro ser coerente e tento que as coisas que faço tenham sentido. Ser professor dá sentido à minha vida e a tudo o que procuro ser.», afirma. Mesmo com o reconhecimento que esta distinção lhe tem trazido, e com uma agenda carregada de múltiplas atividades, João Couvaneiro não tem dúvidas que vai continuar a trabalhar todos os dias com empenho na defesa das causas e da escola em que acredita. «Continuarei a trabalhar para a construção de uma escola inclusiva, a que todos pertençam e em que cada um
se sinta parte e integrado. Uma escola que acredite na educabilidade de cada criança, jovem ou adulto. Uma escola centrada no aluno, na sua aprendizagem e no seu desenvolvimento integral. Uma escola que promova o conhecimento, a competência, a cooperação, o companheirismo, a criatividade, comunicação e o sentido crítico. Uma escola viva, democrática, participada, que valorize todos os elementos que a constituem (alunos, professores, funcionários).
HUMILDADE NA ESPERA PELO DESFECHO FINAL E quanto ao prémio, revela um enorme sentido de humildade. «Não creio que tenha muitas hipóteses de o vencer, ou sequer de integrar a lista mais reduzida de dez finalistas. Atendendo a muitos dos meus colegas que integram a lista dos 50 nomeados, não creio sequer que isso fosse muito justo. Fico feliz por ter sido reconhecido, por contribuir para dignificar a minha profissão e todos os meus
isso mesmo, tem procurado ser igual a si próprio. «Fico feliz por saber que, por estes dias, têm prestado mais atenção às coisas que ando há muito tempo a dizer». E tem deixado mensagens, como a valorização da profissão docente, alertas para a necessidade de se apostar na relação escola-família, além de chamar a atenção para a necessidade de se promover uma transformação da cultura escolar de modo a que se efetive a vocação da escola de estar ao serviço do desenvolvimento, do sucesso e da felicidade dos alunos e de todos os membros da comunidade educativa. Porque, segundo refere, o importante é «a construção de uma escola e uma sociedade mais justas». Agora, aos 43 anos, e com «grande orgulho», recebe esta nomeação para aquele que é talvez, reafirma, «o prémio mais importante que um professor pode alcançar».
Contato com a docência logo aos 18 anos
Uma escola socialmente justa, que ajude a diminuir as desvantagens geradas pelos desequilíbrios sociais. Uma escola que não penalize os mais pobres e os mais desfavorecidos. Uma escola aberta ao mundo, uma escola com o mundo dentro de si e uma escola que mantenha o sonho de transformar o mundo».
colegas portugueses. Muitos deles acredito que também mereciam esta nomeação», sublinha. Numa maré de entrevistas, o professor diz ter ficado surpreendido com a «enorme atenção que foi dada a esta nomeação». No resto, também sabe que este entusiasmo mediático «é efémero» e, por
Aos 18 anos começou a trabalhar em serviços educativos ligados ao património histórico, nomeadamente no Palácio da Pena, Convento de Mafra, Museu da Cidade de Lisboa, e muitos outros locais. Terminou a licenciatura aos 22 anos e começou a leccionar no ensino superior. Dez anos depois, voltou-se para o ensino básico e secundário.
NEGÓCIOS
A PUJANÇA DA PLATAFORMA PORTUÁRIA DE SINES CONTINUA A CONQUISTAR MERCADO E A AUMENTAR CARGAS
Crescimento do Porto de Sines em 2016 absorveu 2,7 milhões de quebras dos congéneres nacionais
A boa atividade da plataforma portuária de Sines absorveu 2,7 milhões de quebras registadas dos outros portos nacionais, o que é obra. Nos primeiros dez meses de 2016, o porto sineense movimentou um total de 42,5 milhões de toneladas, mais 5,3 do que as registadas em 2015.
TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
O
porto de Sines soma e segue, tendo já uma quota de 54,5% no setor portuário português, o que traduz um reforço da sua posição
de líder no setor portuário nacional. Nos primeiros dez meses de 2016 movimentou um total de 42,1 milhões de toneladas, mais 5,3 milhões de toneladas do que no mesmo período de 2015. Contas feitas, quer isto dizer que o porto de Sines conseguiu absorver a
quebra de 2,7 milhões de toneladas verificada nos restantes portos portugueses, segundo dados revelados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes. O relatório indica que «os portos comerciais do continente registaram a melhor marca de sempre no volume de mercadorias movimentadas, atingindo 77,3 milhões de toneladas de carga», mas é preciso reter que foi Sines o «único porto responsável por este crescimento», segundo o documento. O porto alentejano de águas profundas exibiu um crescimento de 14,5% nos primeiros dez meses de 2016, contribuindo para uma evolução positiva do sector portuário português, revelam ainda
os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, explicando que «o reforço da posição de Sines durante os últimos meses, a par de Leixões, não é alheio ao facto do Terminal Oceânico de Leixões estar, desde março, totalmente paralisado para manutenção em estaleiro da monoboia». O relatório de outubro do regulador dos portos refere que a atividade deste terminal do porto de Leixões “foi reiniciada no mês de outubro, tendo, no entanto, levado a que cerca de 1,7 milhões de toneladas de petróleo bruto destinadas a Leixões, tivessem passado por Sines e sido reembarcadas em navios de menor dimensão».
OBJETIVO É SUSTENTAR RITMO DE CRESCIMENTO Para a nova administração do porto de Sines, o objetivo é sustentar o ritmo de crescimento nos próximos quatro anos, recorrendo a novos segmentos de atividade, projetos de logística e energia, mais indústria e um novo terminal de contentores, que já foi garantido pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, durante a apresentção da Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária para os próximos dez anos. Neste âmbito, a aposta em Sines, com um investimento que rondará os 670 milhões de euros, centra-se no incremento da carga contentorizada, através da expansão do Terminal XXI,
com a construção da sua terceira fase, bem como ao desenvolvimento de um novo terminal de contentores, designado por Terminal Vasco da Gama. Com a concretização destes projetos, o porto verá o seu volume de carga movimentada crescer cerca de 130%. Ainda enquadrado no Plano de Investimentos em Infraestruturas Ferrovia 2020, apresentado pelo Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, o Porto de Sines vai beneficiar do desenvolvimento do Corredor Internacional Sul (Sines-Caia-Madrid), que terá o seu início de construção durante este ano, assegurando uma ligação eficiente e competitiva para o fluxo de mercadorias do hinterland espanhol.
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SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE JANEIRO | 2017 | 13
EDITORIAL
OPINIÃO
AV
A não-violência: estilo de uma política para a paz Raul Tavares Diretor
Um homem muito fixe!
M
ário Soares fez parte da minha construção política desde tenra idade. Julgo ter todos os seus livros, incluindo o “Portugal Amordaçado”, escrito antes da Revolução de Abril, e um dossier com dezenas e dezenas de escritos, textos de opinião e posições políticas que guardei de forma religiosa. Com ele aprendi - e ‘defendi’ bastas vezes - o sentido humanista e progressista do “socialismo democrático” que, à época, foi percursor da nova ideologia que acabaria por fundar a Europa nos seus tempos áureos (não muito longínquos) e não conspurcados. Toda a minha adolescência foi ‘soarista’. Em muitas frentes, a começar pelos tempos das associações de estudantes ou das comissões de juventude. Lutas que marcavam as convicções mais puras, as diferenças de opinião e até os sonhos. Acompanhei-o mais ou menos de perto, no seu gabinete de imprensa, no primeiro MASP, (ainda era primeiro-ministro - 83/85) que o levaria à Presidência da República. Foi o meu primeiro emprego. Apurei-lhe, nesse tempo, in-loco, a dimensão da sua coragem, da sua firmeza e determinação, até da sua rebeldia. Soares era um homem sem medo, ousado, visionário, lutador e profundamente convicto. Findo esse período, desliguei da política e optei pela paixão maior, o jornalismo! Apenas por uma vez discordei dele, quando este defendeu (e talvez tivesse razão) o federalismo na Europa. E, mesmo já fora das lides políticas, Soares voltou a ter razão, quando, não há muito tempo, anteviu o que aí vinha, lembrando, de viva voz, os golpes que a ganância e o primado do dinheiro acabariam por desferir contra o mundo ocidental e à Europa social. Antes disso, já havia criticado os ventos que sulcavam a sua família política, com a chamada “Terceira Via”, de Tony Blair e outros, que também ajudou a desmoronar o sentido de desenvolvimento social que animava os europeus e a coesão da União Europeia. E nem vale a pena lembrar o que deu ao país, como um dos pais-fundadores da democracia e da liberdade, nem sequer relembrar o seu passado anti-fascista. Por isso, os portugueses devem-lhe um obrigado, independentemente das suas opiniões políticas. E, já agora, recordo com muito orgulho o texto que escreveu para o Semmais, em junho de 2007. Faltou apenas o almoço prometido, porque a voragem dos tempos assim o não permitiram. Mas ficam as lembranças e o meu eterno obrigado!
E
ste é o tema escolhido pelo Papa Francisco, para a sua mensagem do 50.º Dia Mundial da Paz. A instituição deste dia dedicado à paz foi da iniciativa do grande Pontífice, Paulo VI. Teve o seu início a 1 de janeiro de 1968. Este insigne arauto da paz fez saber logo na sua primeira mensagem que não gostaria de confinar a celebração deste dia ao espaço apenas católico. Por isso, deixou bem claro que este Dia também era para envolver os verdadeiros “amigos da paz”. Este clarividente desejo tem sido expresso em todas as mensagens escritas até hoje. Francisco, na sua mensagem para este ano, reforçando esta vontade, quis iniciar a sua mensagem, para este ano, com um alargado apelo: «…formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina…». Ao longo destes últimos 50 anos, houve tempos em que a paz esteve mais ameaçada, noutros nem tanto. Nos nossos dias, parece que o mundo está assente num barril de pólvora. A Síria é a que mais tem estado em evidência pela monstruosidade das agressões bélicas e porque as suas consequências estão a atingir, inevitavelmente, outros
países, em particular a Europa que tão mal tem sabido, até agora, lidar com este flagelo. Mas não é só a Síria, são muitos outros países e diferenciadas as formas de violência. Francisco na mensagem sintetiza assim esta realidade: «…guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental». A gravidade é tal que, há alguns meses, o Papa afirmou estar em curso a III Guerra Mundial, embora aos bocados”. O difícil é aceitar que a solução está na não-violência. Eu próprio quando sou atacado injustamente, com perseguições, difamações, suspeições resultantes de motivos mesquinhos, assalta-me logo a vontade de agir de forma que os meus atacantes não tenham mais vontade de fazer o mesmo. Nunca o fiz, pois já entendi que violência gera violência e os envolvidos saem sempre vencidos. Na guerra ainda pior. Para já, nenhuma guerra é justa. Defender-se dos agressores é legítimo, mas a melhor defesa nunca é o ataque. Por muito que nos faça sofrer, a resposta é a não-violência. O Papa também fala disto com exemplos. Vejamos: «Os sucessos alcançados por Mahatma Gandhi e Khan Abdul Ghaffar Khan, na libertação da Índia, e por Martin Luther King Jr contra a discriminação racial
CÁRITAS PORTUGUESA EUGÉNIO FONSECA
PRESIDENTE DA CÁRITAS PORTUGUESA (…). As mulheres (..), como, por exemplo, Leymah Gbowee e milhares de mulheres liberianas, que organizaram encontros de oração e protesto não-violento (pray-ins), obtendo negociações de alto nível para a conclusão da segunda guerra civil na Libéria». Levaram mais algum tempo a conquistar a paz, mas quando a conseguiram ela tornou-se mais cristalina e duradoura. Ao contrário, as guerras que proliferam por todo o mundo são injustas, porque, em primeiro lugar, nada justifica uma ação tão violenta como esta. Depois, porque as motivações são das mais ignóbeis que se possam imaginar: países que se mostram muito preocupados com as desgraçadas consequências que elas geram, mas continuam a fornecer armas para as alimentar; outros que se acabam por envolver só por interesse geopolíticos ou estratégicos. Alguns até têm assento no Conselho de Segurança da ONU e nada têm feito para terminarem com os conflitos armados existentes. Numa das visitas que fiz aos campos de refugiados, no Líbano, a Rússia realizou o primeiro
ataque ao pseudo-Estado Islâmico. Estes campos estão no sopé da montanha que separa o Líbano da Síria, por isso eram, horrivelmente, audíveis o detonar das bombas. Alguns dos refugiados disseram-me: “A Rússia está a fazer-nos muito mal”. A solução é-nos também proposta pelo Papa Bergolhio: «… construir a sociedade, a comunidade ou a empresa de que são responsáveis com o estilo dos obreiros da paz; a dar provas de misericórdia, recusando-se a descartar as pessoas, danificar o meio ambiente e querer vencer a todo o custo. Isto requer a disponibilidade para «suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de ligação de um novo processo». Agir desta forma significa escolher a solidariedade como estilo para fazer a história e construir a amizade social. A não-violência ativa é uma forma de mostrar que a unidade é, verdadeiramente, mais forte e fecunda do que o conflito». Em resumo, construir uma cultura da “não-violência” tem que começar nas nossas relações interpessoais para, depois, chegar aos grandes conflitos.
Perguntas soltas
C
omo conseguiremos escrever alguma coisa sobre uma quadra tão relevante no calendário religioso cristão como o Advento, face a uma sociedade materializada e secularizada, sem perder o sentido da coisa nem soar a algo ultrapassado? Como alertar para o facto de o Natal não ser o que a lógica capitalista fez dele, transformando-o na sua essência e reduzindo-o a uma lamentável pulsão consumista, despesista e hedonista? Como faremos para lembrar que as renas substituíram o burro, a vaca e as ovelhas do presépio, os gnomos substituíram os pastores, e que o Pai Natal usurpou o lugar da figura central da Natividade, e notarmos que o homenzinho gorducho de vermelho e longas barbas brancas oferece coisas, mas Jesus Cristo se deu a si
mesmo a todos os homens, e que entre uma atitude e outra vai todo um mundo de diferenças? Como entender que uma quadra como esta sirva tantas vezes para acirrar rivalidades familiares e até cortes de relações entre pessoas do mesmo sangue, que durarão longos e bons (?) anos? Como aceitar que a quadra não passe dum pretexto para alguns beberem imoderadamente, se embebedarem e fazerem figuras tristes, criando constrangimentos em todos os outros e brigas sem sentido nem substância alguma? Como aceitar que a Consoada sirva apenas para, perante uma mesa farta, dar vazão à gula e comerem descontroladamente até se sentirem indispostos e doentes? Como compreender que as pessoas se sintam obrigadas a trocar presentes só porque sim, ou porque senão parece mal, e tantas vezes essas mesmas prendas não
PERCEPÇÕES BRISSOS LINO COLABORADOR
passem de objectos sem qualquer utilidade, que apenas provocam desperdício? Como faremos para passar a mensagem de que o Natal é muito mais do que uma festa para crianças pequenas, que pensam que o homenzinho de vermelho desce pela chaminé, muito mais do que um pretexto para juntar a família à volta da mesa para comer e beber até cair? Como entender que alguém se afirme cristão e nem sequer numa data como esta se junte com outros cristãos a fim de cultuar a Deus e celebrar o nascimento do Salvador?
E como entender a loucura habitual do fim-de-ano que, afinal, não passa de uma folha virada no calendário, a caminho de um novo dia que ninguém sabe se vai ser melhor ou pior do que o anterior? A economia vai conseguir crescer em 2017? O desemprego vai reduzir? Vamos aguentar o serviço da dívida? E que efeito vamos sofrer com o Brexit e com aquele aventureiro em Washington? E as eleições na Alemanha, França e Itália? Apesar de tudo talvez seja melhor ser optimista e acreditar, por isso desejo um bom ano.
Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
14 | SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE JANEIRO | 2017
Pelo caminho tinha lido o “Portugal Amordaçado” – que, como é óbvio para qualquer criança de 14 anos, não seria a leitura mais fácil de entender. Mas entendia o significado de aderir à JS, porque tinha aprendido com a minha Mãe e os meus Avós que Mário Soares era o símbolo da liberdade. O símbolo da coragem – os meus avós eram da Marinha Grande, e o episódio da “bofetada” ficou-me gravado na memória. E assim aderi ao partido de Mário Soares, por via da sua juventude partidária. Cresci e entendi ainda melhor o papel de Mário Soares na construção do Portugal moderno, democrático e europeu. Diverti-me muito com a segunda presidência de Mário Soares, porque tinha – como continuo a ter hoje – uma enorme aversão ao “cavaquismo”. Mas acho, honestamente, que, olhando para a história, a primeira presidência terá sido mais equilibrada. Lembro-me de, já estudante universitário, a fazer Erasmus na Bélgica, ter recebido a notícia de que Mário Soares tinha aceitado ser candidato do PS ao Parlamento Europeu. Achei que isso era tão bom que o PS iria esmagar nessas eleições. Não me enganei. O
ATUALIDADES ANTÓNIO MENDES
Esperança
PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DE SETÚBAL DO PS episódio da candidatura à presidência do Parlamento Europeu mostra bem que Soares não tinha medo de cortar a direito: Acabou com um acordo de anos entre os socialistas e a direita para rotatividade do cargo. Isso custou-lhe o lugar, mas ele não se importou e manteve-se como deputado até ao fim do mandato, sempre interventivo, sempre respeitado. É aliás com ele, nesse período, que Portugal se mobiliza contra a decisão que na nossa história mais recente nos deve envergonhar: o apoio do Governo de direita à invasão do Iraque. A candidatura à Presidência da República, em 2006, constituiu a oportunidade que eu tive de votar em Mário Soares. E votei em Mário Soares, não porque achasse que ele deveria ter concorrido (porque não achava), nem porque era essa a posição oficial do meu partido. Votei porque achei que essa era a circunstância em que eu podia prestar tributo ao lutador e
campeão da liberdade. E votei no nosso Amigo Fixe. Estive depois, anos mais tarde, nos Encontros da Aula Magna, em que Soares juntou as esquerdas. Foi bonita a festa, pá! Soares partiu e muito foi escrito e dito. Da minha parte, quero partilhar a dor que representa o seu desaparecimento. Lembro-me quando o meu amigo Vítor Ramalho, meu antecessor nas funções partidárias que hoje ocupo, me pediu para organizar em Almada a apresentação do “Um Político Assume-se”, e lembro-me da extraordinária oportunidade que tive de, nessa ocasião, jantar em frente a Mário Soares e a Maria Barroso e com eles partilhar a conversa. A classe e a grandeza deste casal fazem muita falta a Portugal. Os dois descansam agora em paz. Nós ficamos mais sozinhos. No final do cortejo fúnebre de Mário Soares, quando regressava do cemitério, comentei com um amigo: já viste que as nuvens ficaram mais cinzentas?
2,3 dias. O número mau do turismo bom
F
atal como o destino foram recentemente divulgados os resultados do turismo. Aconteceu no dia 26 de novembro. O autor é conhecido pela sigla INE. E assim sabemos tudo sobre 2015. Será que sim? Será que não? Cada um que decida. Por mim, se os leitores tiverem paciência e o diretor deste jornal permitir, escreverei 3 artigos sobre estes números. A base de todas as avaliações em Portugal. E em simultâneo a mãe de todos os equívocos. O primeiro destes textos, e talvez o menos óbvio, é este e fala do tempo. O tempo no turismo. Ou, se quiserem, o tempo de vida de uma viagem. No turismo, em larga medida esse desconhecido, existe um indicador do tempo que se chama estada média. O número de dias que, em média, os turistas ficam num determinado destino. Pode ser Portugal. Pode ser a Região de Lisboa. Pode ser Sesimbra. Pode ser Almada. Pode ser o Montijo. Pode ser o destino que, você leitor, escolher. Numa versão livre (muito livre!!!) do negócio turístico podemos afirmar: “diz-me quantos dias ficas e dir-te-ei quem és”. Chegados aqui, a este “lugar” do turismo, encontram-
-se duas realidades. A vontade de estar. E, se tenho vontade e interesse, vou tentar ficar o máximo de tempo possível. Em sentido inverso, o choque com a realidade. O trabalho, as férias dos filhos, os compromissos, o dinheiro disponível. Enfim, as coisas “mesquinhas” da vida. No encontro (ou desencontro) entre estas duas realidades está, precisamente, a estada média. Qual é, então, a estada média em Portugal como um todo? 2,8 dias. E na Região de Lisboa? 2,3 dias. Exatamente, e não por acaso, o número que dá título a esta crónica. E em Almada? 2,3 dias. E, ainda, 1,9 dias em Setúbal; 1,7 em Sesimbra; 1,3 no Montijo; 2,4 dias na cidade de Lisboa. E chegam de números porque o essencial que os números podem dizer está dito. Ou, tratando-se de dias, contado. Contar o tempo, eis assim uma grande preocupação do turismo. Basicamente, para as empresas e as ofertas do turismo, quanto mais tempo melhor. Pelo contrário, para o nosso bolso (ou seja a carteira) quanto mais tempo pior. Estamos assim perante uma contradição. Encontrar um meio-termo qualquer determina o “perfil” de um destino. O que ele é. E o que nós esperamos dele: tal e qual.
É
costume deixarmo-nos, no início de cada ano, possuir por uma certa esperança de que as coisas passem a ser melhores do que foram no que acabou, por muito bom que este tenha sido. Mas, para não esforçarmos muito a memória, deambulemos apenas pela presente década para registarmos que a esmagadora maioria dos portugueses, se bem que não passassem a navegar em euros, se sentem um pouco mais tranquilos, não por terem muito mais dinheiro mas porque não os ameaçam com agravamento de impostos. O discurso do senhor Presidente da República contribuiu para que a esperança reine, assim como as intervenções do primeiro-ministro emparceiradas pelos líderes dos partidos que apoiam a governação, vão espalhando optimismo, aqui e ali com uma chamada de atenção, mas que se compreende pois não estão na cena para dizer que sim a tudo.
A eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU foi a cereja no topo do bolo, mesmo para os muitos que não o apoiaram quando foi governante.
TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR
Um encontro, nem sempre bem resolvido, de expetativas. Sendo assim se o tempo é um luxo o turismo é uma das suas expressões. O tempo (tic tac, tic tac) “mede” a possibilidade de conhecer realmente um local. E como cada local tem uma personalidade e uma atmosfera próprias só o tempo as permite revelar. Então tempo é conhecimento. Pouco tempo é superficialidade. Se queremos tocar um local (e não apenas roçar por ele) ou temos tempo ou nada feito. Voltando à estada média e à sua expressão numérica não podemos ficar (quase) eufóricos como ficamos com os outros indicadores (turistas; receitas; ocupações; cruzeiristas; passageiros desembarcados no aeroporto; aumento da oferta). Devemos até refletir bem sobre o seu significado. Ou os seus vários significados. Para começar o número (2,3 dias) sabe a pouco. A muito pouco. Depois de uma decisão de férias na nossa Região (entre
JORNALISTA
A
primeira vez que me recordo ter prestado atenção à vida política portuguesa corriam os anos de 1985/1986 e era Mário Soares candidato à Presidência da República. Lembro-me que na escola as crianças falavam da eleição presidencial, como quem fala de um “Sporting-Benfica”, com a inevitável influência de casa, claro está! Eram poucos os que na minha sala de aula tinham os autocolantes com o “sol” e que diziam “Soares é Fixe!” ou uma foto com Soares de pullover preto que dizia “O Voto do Povo”, com a rosa do MASP. Lembro-me dos outros, os que tinham uns chapéus de palha que diziam “P´rá Frente Portugal” ou relógios com o mesmo slogan, ou mesmo umas capas para a chuva. Lembro-me de Mário Soares ganhar a primeira volta. Mas é inesquecível a sensação da vitória na segunda volta. Inesquecível porque pela primeira vez participei numa caravana partidária que apitava por toda a cidade, com bandeiras de fora, com as pessoas felizes, muito felizes. Hoje percebo melhor o significado dessas bandeiras e dessa felicidade. Anos mais tarde aderi, com 14 anos, à Juventude Socialista.
FIO DE PRUMO
Fundador, camarada e amigo: Mário Soares
JORGE SANTOS
OPINIÃO
tantas possibilidades de regiões por esse mundo fora), depois do transporte, depois de toda a informação que cada um recolhe e “processa”, os turistas acabam por ficar menos de 3 dias. E este número simples e modesto tem, na verdade, uma enorme repercussão na Região. Significa menos Região e mais cidade (de Lisboa). Ao permanecerem pouco tempo na Região os turistas optam, invariavelmente, pelos espaços e monumentos de maior notoriedade e reconhecimento. Quase todos na cidade de Lisboa. Até podem querer ir além, descobrir mais, atravessar o rio, explorar diferenças, fazer descobertas, mas…não têm simplesmente tempo. Por isso para colocar a Região, e não apenas a cidade de Lisboa, na “equação” do turismo é preciso aumentar a estada média. Ganhar tempo. Deixar respirar. Ousar descobrir. O número “mau” tem assim de ficar “menos mau” para termos mais Região no turismo.
O facto de Portugal ter conquistado o título de Campeão Europeu de Futebol, emparceirado com a atribuição a Ronaldo de o melhor marcador da Europa e do Mundo, foram também fortes motivos para que a esperança começasse a reinar. A eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU foi a cereja no topo do bolo, mesmo para os muitos que não o apoiaram quando foi governante. É preciso agora que a Luz dê sabedoria a quem decide e força a quem colabora para que haja cada vez menos preocupação com quem precisa de uma sopa para matar a fome aos filhos e também para alegrar o seu estomago, assim como para que muitos possam ter uma vida com mais beleza deixando os colchões de cartão debaixo de qualquer arcada.
SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE JANEIRO | 2017 | 15
Parques Empresariais
Cidade da Água
Lisboa
Na margem esquerda do rio Tejo, na Área Metropolitana de Lisboa, 900 Hectares conjugam terrenos industriais e pavilhões polivalentes. Dois Parques Empresariais e o melhor projecto imobiliário de Lisboa.