Semmais 15 Novembro 2014

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16 anos

Distribuído com o

A REGIÃO

SOMOS TODOS

NÓS

edição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

VENDA INTERDITA Sábado | 15 novembro 2014

Diretor: Raul Tavares

Atual 5 Captura de pássaros com redes e visgo continua a ser um problema na região

www.semmaisjornal.com

semanário — edição n.º 834 • 7.ª série — 0,50 € • região de setúbal

Dossier Semmais/IPS

Saiba tudo sobre as contas dos municípios do distrito �Rankings e Mapas de Execução Orçamental/ Receitas Próprias e Despesas/ Passivos, Dívidas e outros Rácios

PÁGS. 18 /23

Fotos: DR

Vitória de Setúbal comemora 104.º aniversário DESPORTO O clube mais representativo da região comemora mais um ano de vida. Os sadinos têm perdido o fulgor de tempos passados, mas a glória e o entusiasmo fazem do Vitória enorme. PÁG. 12

Alegro de Setúbal abriu portas com invasão de curiosos

'Laboratório' da PORVID em Pegões e o reino das castas

NEGÓCIOS Abriu ao público o novo mega centro comercial da cidade do Sado. Os primeiros dias foram de corrida louca para os setubalenses. A cidade ganhou uma nova zona urbana.

Somos os campeões da PÁG. 15 Pub.

net

RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE, 138

  960 331 167

ABERTURA Na herdade da PORVID, em Pegões, preserva-se e potencia-se castas vinícolas que são únicas em todo o mundo e fazem parte do nosso património ancestral. PÁG. 2

Socialista criticam despedimentos na Segurança Social POLITICA O Governo prepara um despedimento em massa nos serviços da segurança social, que no caso de Setúbal, pode afetar cerca de uma centena de funcionário. O PS quer justificações. PÁG. 9


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ABERTURA PORVID alavanca atividade vinícola do país apostando em estudos do material genético

Meca de Pegões é gigante no estudo multivarietal do vinho português Uma equipa de apenas dois cientistas, liderada por Antero Martins, preserva e potencia, numa herdade às portas de pegões, a riqueza ancestral da vinha lusa. É um património genético multivarietal muito acima da maior parte dos países produtores de vinho em todo o mundo. Este trabalho de formiguinha já rende 10 milhões de euros no setor e pode vir a valer dez vezes mais.

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ão deixa de ser um trabalho discreto mas é cada vez mais uma alavanca para melhorar e potenciar os néctares que nos chegam à mesa. Na Herdade de Pegões, gerida pela Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira (PORVID), faz-se uma verdadeira seleção da matéria-prima que é a diversidade das castas e, dentro destas, chegar-se «ao ‘elefante’ que passa despercebido», melhorando a qualidade da uva, em acidez ou açúcar, peças essenciais da palete vinícola. É um trabalho científico, balizado pelo palavrão “genética quantitativa”. «O que fazemos aqui tem um grande impacto di-

tugal produz-se pouco, mas há número de castas autóctones, melhor qualidade. E o valor a cerca de 250 e a elevada qualique chegamos é o de que o vadade de muitas delas é «muito superior» a todos os países da lor da uva produzida a partir da Europa central e ocidental, ou nossa seleção valerá dez milhões de euros», atira Antero Martins, mesmo de qualquer outra parte acrescentando que «quando todo mundo. «A nova variabilidadas as vinhas do país recorrede é notória e tem que ser entenrem a este método podemos atindida como um trunfo, para além gir um valor de 100 mida questão histórica, Muitas das lhões de euros em renuma vez que podemos castas tabilidade». portuguesas são encontrar vestígios Reflexos que são única no mundo consideráveis de espéreto na economia do setor vititambém responsáveis cies de videiras com vinícola, ao obtermos partes de de parte do sucesso dos vinhos mais de dez mil anos (ver seguncasta que dá mais rendimento produzidos na península de Sedo texto), o que prova a nossa ancestralidade, do tempo antes para as culturas da vinha dos emtúbal, que detém, atualmente cerda existência da agricultura tal presários», explica ao Semmais ca de 8 mil hectares de vinha. «Seo professor Antero Martins, o roslecionamos com base em inforcomo a conhecemos», explica o to e a alma da projeto. mação que é recolhida e, logo que professor. E as contas são fáceis de fadeterminada casta começa a reE o atual avanço tecnológizer, estimando-se, acentua o esvelar interesse dos empresários, co ao dispor dos especialistas pecialista, que dos 30 mil hecavançamos com o processo. Parportugueses é igualmente uma tares de vinha nova a nível nate dos vitivinicultores da região chave-mestra. «Com os meios cional, plantada com têm beneficiado com que temos podemos estudar todo O país vinícola matérias selecionados este modelo», diz o reso património genético e o potem 30 mil em Pegões, a rentabiponsável no terreno da tencial do mesmo em favor da hectares de vinha nova economia», avança, entusiaslidade tenha crescido PORVID. Mas o essencial é entre 10 a 40 por cenmado, Antero Martins. E acresto, dependendo da qualidade que que o país pode ser considerado centa: «Temos aqui material de o processo atinge. «Há menor uma meca no que se refere à divideira que não existe em mais quantidade, até porque em Porversidade da videira. O elevado lugar nenhum do mundo.

Dedicação no laboratório de experiências Na Herdade de Pegões, liderada por Antero Martins, estão acondicionadas, em vasos, milhares de castas à procura dos genótipos, de castas bases, calculadas em 250 existentes no país. São as meninas dos olhos do professor, que conta apenas com uma ‘ajudante-de-campo’, formada em matemática. Em vez de fazer de conta que não existe tal variabilidade, como exprime bem as dezenas de castas tão bem estudadas nos últimos anos, Antero Martins provoca a genética, ao ponto molecular, a desta retira o seu melhor. É um trabalho de artista, apoiado por laboratórios sofisticados que as universidades com que a PORVID trabalha potenciam.

Bacia do Sado tem videiras silvestres que explicam a raiz do vinho português A VIDEIRA silvestre que foi descoberta ao longo de toda a bacia do Sado, onde já foram identificados cerca de 150 sítios, tem uma origem ancestral e diz bem da importância dos lusitanos na atividade agrícola e vinícola. «Já identificámos mais do dobro da que se conhece em Espanha, a maior parte entre a Barrosinha e Santa Margarida da Serra. É uma grande riqueza, mesmo em relação aos países do oriente, que dá para perceber que o vinho português

vem dos confins da história», explica Antero Martins. Para proteger esta espécie «em vias de extinção» tem sido desenvolvido, desde o ano 2000, uma atividade intensa, mas faltam os meios. «Já subtemos três projetos em conjunto com espanhóis de Sevilha, os primeiros a descobrir esta espécie, e neste momento estamos a calcorrear estes caminhos em busca de outras zonas», acrescenta o professor. Mas há problemas que ameaçam acabar com o que res-

ta. O primeiro sítio a ser ‘desenterrado’ da história foi assaltado por uma operação de limpeza das margens do Sado, perto da Aldeia de São Romão, que exterminou a rara videira. Antero Martins lamenta que este acontecimento e obras públicas, como novas estradas e barragens «continuem a ameaçar o que deveria ser preservado e conservado». E adianta: «Nestas videiras olhamos para o passado, porque está aqui a raiz de toda a atividade vinícola», afirma.

Ficha técnica Diretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


ESPAÇO PÚBLICO

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EDITORIAL

Raul Tavares

A crise devia ser presa e entregue ao povo…

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amos por partes. A atual crise não foi criada pela gente que trabalha e que vive honradamente do seu trabalho. E estamos a falar da esmagadora maioria. Mas foi a crise que criou as condições para que as empresas começassem a despedir em barda, mesmo aquelas que mantiveram lucros e até os aumentaram. E que deixassem, ao sabor do ajustamento, de fazer manutenção de maquinaria, de processos de regulação ambiental e outros tantos, deixando bicharocos como as legionárias saltarem para a cadeia humana. E foi a crise que arrastou ainda mais para a penumbra e miséria total cerca de 200.000 famílias que viviam do rendimento mínimo garantido. Para não falar do empobrecimento geral do país. E foi a mesma crise que fez abandonar do país mais de 300.000 jovens portugueses, a maior parte sem regresso e com altas qualificações pagas por todos nós. E foi ainda a crise que nos fez alienar setores chaves como a EDP, correios e outros, num processo que não vai ficar por aqui e que, pelos vistos, nada trouxe de novo ao país e aos portugueses, a não ser aumento de preços e piores serviços. Essa crise que abriu portas aos ‘vistos gold’, carregados de corrupção de dimensão inexpugnável, com detenções ao mais alto nível. Podíamos continuar a dar exemplos. Mas alguns dos senhores que a incentivaram e cavalgaram com tanta poeira nos nossos olhos já nem sequer cá vivem. Regressaram às instituições bancárias de origem, ocupam altos cargos da política europeia ou continuam em escritórios de advogados ou de fundos especulativos a fazer os seus jogos e a ditar as suas leis. Vergonha!

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Mais do mesmo. Um fado em forma de destino

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mudança é das coisas mais certas com que nos deparamos. Mesmo que seja a mudança que nada muda. A não ser o acessório. Para, aliás, esconder melhor a mesma lenga-lenga de sempre. Falemos assim de 4 coisas que não mudam. Certas como o destino. E ao não mudar são uma espécie de fado. Triste como o estilo musical. Resignado como a lírica dominante. A primeira é a responsabilidade pessoal. Nada de errado do que acontece é connosco. É sempre com os outros. Mesmo que os outros sejam uma entidade mitológica que faz todo o mal e nunca aparece. Uma espécie de homem invisível mas com mais superpoderes. A segunda é o complexo de juiz. Já

Jorge Humberto Silva Turismo Semmais que a justiça funciona menos bem ou não funciona de todo, eis que em cada um de nós reside, afinal, um juiz. Um juiz que tudo julga e sobre tudo opina. Sem tempo para estudar ou refletir, porque a “novela” de todo o santo dia tanto nos ocupa, instantaneamente emitimos opinião. Com o fundamento de quem tudo sabe com o esforço mínimo despendido, rapida-

mente chegamos ao veredicto. Foi, assim, feita justiça. E tudo continua, apesar de tudo, como dantes. Porque será? A terceira das coisas imutáveis é a tendência irreprimível para a pompa e a circunstância. Na realidade o objetivo (aparente) dos poderes públicos é inaugurar. Dos poderes privados é estar presente. E de quem, injustiça das injustiças, não foi convidado é espreitar para ver quem foi convidado. Se a coisa, obra ou circunstância, funciona é o que menos importa. Se dura interessa pouco. A inauguração e respetivo cortejo de vaidades é o fim, o princípio, o meio e a razão de ser de tantas fantasias deste país. Um país ameaçado pela ruina do que, apenas ontem, era a maior das prioridades.

A quarta, menos obvia mas mais persistente, é a enorme dificuldade que temos em elogiar. Até porque elogiar é sempre melhor do que invejar. E elogiar é, afinal, tão simples. Quem consegue, quem chega lá, quem tem êxito, prova que é possível. Prova que apesar de todas as condicionantes (custos de contexto) existe a possibilidade de cumprir, de fazer relevante. Sabemos bem que muitas vezes parece que vivemos num país que tudo faz para que não seja possível concretizar. Tudo leva demasiado tempo. Tudo é complexo. Falta sempre uma qualquer autorização. Mas mesmo neste contexto há quem consiga. Olhemos então para os bons exemplos. Aprender com eles. Só. E já é tanto.

Rigor e transparencia da gestão financeira

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política não são números. Tal como as pessoas. Os números devem estar ao serviço das políticas para servir as pessoas. Mas hoje, tudo se passa na logica e na frieza dos números. É a narrativa dos números. Em regra, os números não deveriam enganar. A linguagem dos números desde que usada com as regras e procedimentos adequados, legais, com rigor e transparência, permitem-nos proceder a várias análises, retirar conclusões, fundamentar opções. O rigor, a transparência e a verdade são os melhores remédios para a saúde financeira do Estado, das Autarquias, das Empresas, das Instituições, das Famílias. Durante o ano 2013 muito se falou e escreveu sobre a gestão financeira da Câmara Municipal do Montijo a que presidiamos. Permito-me escrever hoje sobre o tema porque continua a ser recorrente, a causar incómodos a muita gente, neste ano de 2014. Obviamente, que deixo aqui a minha declaração de interesse no tema, recusando ser juiz em causa própria. O povo do Montijo fez e fará o seu julgamento sobre as nossas presidências e as quatro maio-

rias absolutas que nos confiou, que com humildade democrática e sentido de responsabilidade desempenhamos. Acresce que, decorre desde maio de 2014 uma auditoria da Inspeção Geral de Finanças à Camara Municipal, que a oposição em 2013 tanto reivindicou, que aguardo com tranquilidade, assumindo no momento próprio, os seus resultados, os bons e os menos bons, casos estes existam. Espero que não.Cá estamos. Mas vamos aos números. Como todos sabem até 18 de outubro de 2013, fui responsável, pelo pelouro das Finanças da Câmara Municipal do Montijo, entre outros. Reservei sempre para mim desde o primeiro dia da tomada de posse e ate ao fim do mandato a responsabilidade direta pela gestão financeira.

No momento em que se discute o Orçamento de Estado e o Orçamento da Câmara Municipal do Montijo, constatamos que os resultados e as consequências de um e de outro são bem diferentes, para as empresas e para as famílias. O Orçamento de Estado apresentado pelo governo do PSD/CDS mantem o agravamento da situação para a generalidade das empresas e das famílias, retira rendimento as famílias, agrava a divida e o défice, a divida não é sustentável. O orçamento da Câmara Municipal do Montijo apresentado pelo PS, é amigo das empresas e das famílias. Isenta as empresas em sede de derrama com volume de negócios até 150 mil euros. Devolve 1% de IRS as famílias, na continuação do que já aconteceu no ano de 2013. A divida da CM é sustentável como decorre no “prazo medio de pagamentos de 42 dias, no3ªtrimestre de 2014”. A gestão financeira da Câmara Municipal cujo pelouro está entregue ao Vice-Presidente Francisco Santos, está de parabéns. Merece a nossa confiança. De facto, se tivermos em conta que a 31 de dezembro de 2012, o prazo medio de pagamento era de 155 dias,

passou para 124 dias a 21 de março de 2013, para 87 em 30 de junho de 2013, para 58 em 30 de setembro de 2013, para 65 em 31 de dezembro de 2013. Foi uma excelente recuperação. A que realizamos sob a nossa presidência ate 30 de setembro de 2013, para 58 dias e agora um ano depois sob a presidência do engenheiro Nuno Canta, com o pelouro entregue por sua delegação ao vice presidente Francisco Santos reduziu de 58 dias para 42 dias no prazo de um ano. É muito positivo. Estes são os dados que contam porque são conhecidos oficialmente, através do site da DGAL , pela informação prestada da Câmara Municipal. Aos que nos acusavam que a Câmara Municipal estava falida, aqui estão os números, a sua evolução. É uma parte do nosso património politico e pessoal. Para quem se rege apenas por números outros números se seguirão. Nestas circunstâncias não existe nenhuma razão para à semelhança do que aconteceu no ano passado a oposição não viabilizar o orçamento da Câmara Municipal do Montijo.

resistentes ao tempo e mais activos na Europa ocidental faz um editorial que deixou o País atónito no seu jornal oficial - O Avante, como todos sabemos. Digo que deixou o País atónito porque a mim, que sou autarca precisamente no local onde esse partido tem o seu reduto sagrado - precisamente no Seixal - posso adiantar-vos que já estou habituado à linguagem, ao dogmatismo militante, à defesa intransigente e cega dos ancestrais valores comunistas e, pior, à inadaptação ao mundo de hoje, sempre com um toque nostálgico que até chega a ser enternecedor. Aliás, costumo dizer, a brincar claro, que noutra vida de certeza que devo ter pecado muito, porque é preciso azar para ter que me debater (sozinho, acrescento) quinzenalmen-

te, senão semanalmente com um dos últimos resquícios do “velho comunismo” e a que acrescem um vereador do Bloco de Esquerda e três do Partido Socialista. Sei que agora, depois deste editorial que muita tinta tem feito correr, todos me compreenderão melhor. Não vejam nas minhas palavras um menor respeito pelo ideal comunista, ou qualquer crítica que não seja a meramente ideológica, mas sim uma lembrança para o mundo que alguns comuns mortais, entre os quais este humilde escriba que vos dirige estas palavrinhas, ainda vivem a combater um comunismo que morreu no mundo há 25 anos e que, para azar meu, ainda resiste “firme e hirto” qual Gália no tempo do Asterix, precisamente onde estou eleito.

Eu, que até faço gala de remar contra a corrente, não precisava era de remar contra uma corrente tão forte e determinada, que nem o tempo, nem as evidências a desgastam ou mudam. Sim, porque do meu ponto de vista a questão ideológica que deve ser discutida não são os valores comunistas, com os quais até posso concordar teoricamente em alguns aspectos, mas precisamente a inadequação desses valores ao nosso mundo, aos dias de hoje, à vida no dia-a-dia e, sobretudo às práticas daqueles que as defendem. Enfim, acredito que no Seixal, um dia, não muito longínquo também o muro vai ser derrubado e entraremos numa outra era que leve finalmente ao desenvolvimento sustentado, que creio, hoje não existe.

Maria Amélia Antunes Membro da Concelhia do PS do Montijo

CRÓNICA UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

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uma semana marcada pelo simbólico e importante 25.º aniversário da queda do muro de Berlim, onde o mundo perdeu o muro que o dividia (ao mundo) em dois e em que se assinala também simbolicamente o primeiro dia do pós-comunismo, não quero terminar a semana, sem, também eu, me juntar a essa homenagem. Pode dizer-se que a Guerra fria acabou naquele dia, no fundo estou a falar do período que mediou entre o fim da segunda guerra mundial e o capitalismo da era global que se vive hoje em dia. Foi um período de uma “paz podre” em que o medo do ataque inimigo neutralizava a tentação de atacarmos esse mesmo inimigo e era nesse equilíbrio instável e desequilibrado que nações como a Albânia,

Paulo Edson Cunha Vereador PSD/Seixal a Checoslováquia, a antiga Jugoslávia ou a RDA, sem falar na URSS, Polónia, etc, padeciam de graves problemas estruturais, de uma pobreza extrema e muitas lacunas do ponto de vista dos chamados direitos e garantias individuais e dos direitos ao associativismo (tirando aquele que era controlado pelo estado, é claro). E assim, em pleno Sec. XXI e já a meio da segunda década desse século, um dos Partidos Comunistas


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ATUAL Montijo é o 27.º município mais transparente

Porto sadino utiliza robot para limpar coletor

O município do Montijo subiu quase 70 lugares no Índice de Transparência Municipal 2014, promovido pela Transparência e Integridade, Associação Cívica,

O porto de Setúbal limpou/inspecionou este mês um coletor unitário, na zona entre o Cais 3 e a Doca de Recreio das Fontainhas, para avaliar o estado do índice de eventual de-

que tem como missão combater a corrupção. Este ano, o município ocupa o 27.º lugar no ranking nacional face ao 95.º lugar em 2013.

gradação da infraestrutura. A intervenção contou com o apoio de veículo robotizado, com equipamento vídeo para captação e gravação de imagens em circuito fechado.

Rácios da região são 9% superiores às médias nacionais

Distrito lidera famílias com internet em casa A região lidera, a par da de Lisboa, o ranking das famílias que mais usam internet em casa, com uma média superior a 9% da média nacional. Esta média sobe ainda mais em agregados familiares com menores até aos quinze anos.

Outra curiosidade detetada no levantamento feito pelo INE indica que o grupo etário com proporções mais elevadas de utilizadores de internet situa-se entre os 16 e os 24 anos, enquanto o recurso às novas tecnologias vai diminuindo à medida que a idade aumenta. É ainda entre os mais jovens que está a esmagadora maioria dos utilizadores de internet com acesso em mobilidade - fora de casa e do local de trabalho em equipamentos portáteis – sendo que 57% da população costuma optar por equipamentos portáteis (telemóvel, smartphone, computaRoberto Dores dor portátil ou outro equipamento portátil). Este tipo de acesso aumentou 19% no distrito de Setúbal está entre as regiões do país onde mais famílias último ano, apresentando-se em 2014 com se ligam à internet em casa, com um proporção semelhante à média da União Europeia (UE) no ano 2013. acesso superior em 9% à média nacional, «Pese embora o crescimento observanuma altura em que 72% dos agregados resido nos últimos anos, estes resultados não dentes na península já têm acesso à rede nas próprias residências. A revelação é feita são suficientes para reduzir o distanciamennos resultados do Inquérito à Utilização de to face à média dos 18 países da EU», avanTecnologias da Informação e da ça o INE, assinalando que a faixa Jovens batem Comunicação realizado este ano etária dos 25 aos 34 anos é a que recordes e regista mais utilizadores do copelo Instituto Nacional de Estatísaproximam tica (INE), que coloca o distrito ao média europeia mércio eletrónico. lado de Lisboa, indicando ainda Ainda entre as pessoas que utique entre as famílias com menores até 15 lizaram internet nos três primeiros meses anos a implantação atinge mesmo os 85%. do ano, 26% utilizou espaço de armazenaDe acordo com os dados agora apuramento nesta rede para guardar ou partilhar dos, 72% da população da região liga-se ao ficheiros (computação em nuvem). Apenas «mundo virtual» através de banda larga na 7% dos utilizadores dos serviços de comsua residência. 61% de pessoas com idades putação em nuvem indicaram ter pago pela entre os 16 e os 74 anos utilizam computautilização do serviço. As principais motidor, 60% usam a internet e 17% fazem comvações para a utilização de serviços de compras on-line. putação em nuvem prendem-se com a pos-

sibilidade de poder usar os ficheiros em diferentes equipamentos e locais (91%), mas também com o facto de poder partilhar ficheiros com facilidade (89%). Os utilizadores de internet que não usaram espaço de internet para guardar ou partilhar ficheiros, indicam não ter necessidade ou usar

outras formas para guardar (31%) ou para partilhar ficheiros (31%); 23% não utilizam por terem preocupações com segurança ou privacidade, e 22% não têm conhecimento da existência de serviços na internet que disponibilizam espaço de armazenamento.

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Docentes da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal distinguidos no “World Congress of Engineering“ NO ÂMBITO do “World Congress of Engineering“, o trabalho “Optimization Criteria Ability to Depict Pareto Frontiers”, realizado por Nuno Costa e por João Lourenço, da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal, foi distinguido com um “Certificado de Mérito” e recebeu o convite para constituir um dos capítulos do livro a ser editado e comercializado pela prestigiada editora Springer. Este livro conterá apenas as versões melhoradas dos trabalhos submetidos ao congresso, que tiveram as melhores avaliações atribuídas pelos revisores. O trabalho realiza uma aná-

lise ao desempenho de métodos rente algumas limitações que dide otimização simultânea de múlficultam a obtenção de uma gama tiplos objetivos, que podem ser alargada de soluções em probleutilizados nas mais diversas áreas mas com dois ou mais objetivos da engenharia, seja na melhoria em conflito. Esta foi uma das principais razões que motivou dos processos de produção e/ ou dos produtos, o que permite os docentes para «procurar um aos profissionais «escolher aquenovo método e analisar detalhale que é mais eficaz, simples de damente a performance dos méimplementar e que pertodos que têm sido freNovo método mite gerar um conjunquentemente utilizautilizado em dos na resolução de to mais alargado de socontexto luções de compromisproblemas em contexindustrial so para este tipo de proto académico e indusblemas», refere Nuno trial», frisa João LouCosta. renço. Na área da engenharia tem Com este trabalho os autosido frequentemente utilizado res dão continuidade às atividaum método que embora tenha des que têm vindo a desenvolver e a publicar em revistas inuma boa performance, tem ine-

ternacionais de relevante mérito académico e demonstram que existe uma alternativa eficaz ao denominado método “Desirability” ou método de “Derringer”, que está disponível nos mais conhecidos programas de análise de dados. Para Nuno Costa e para João Lourenço, a atribuição desta distinção é mais um elemento de motivação para dar continuidade ao seu trabalho de investigação na área do Planeamento de Experiências – Metodologia da Superfície de Respostas.Para além de mais um orgulho para a Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal


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Autoridades afirmam que a crise económica aumenta atividade ilícita

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

Regressou a captura de pássaros com redes e visgo ao distrito Roberto Dores

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té parecia que a captura de pequenos pássaros, com recurso a armadilhas, destinados a petiscos em bares e restaurantes da região era uma modalidade que praticamente tinha passado à história. Pelo menos, teria uma expressão reduzida. Errado. Segundo o alerta lançado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), uma recente recolha de dados acaba de demonstrar que esta atividade ilegal continua a ser um problema, agora agravado pela crise. Afinal, há muitas mais

pisco-de-peito-ruivo, o pintaspessoas no terreno à “caça”, o que silgo e o tentilhão são das aves já está a ter impactos na biodivermais afetadas. A maioria destisidade. A SPEA e as autoridades querem combater esta prática. na-se à venda para restaurantes As redes e o visgo (uma espée cafés, já mortos e depenados, cie de cola artesanal, que faz com para serem transformados em que as aves fiquem presas pelas petiscos. Os outros são capturapenas) voltaram a «atacar» nos dos vivos e comercializados como campos da região, sobretudo nos «pássaros de gaiola», segundo deúltimos dois anos, num fenómenuncia a SPEA, que juntamente com a Rocha, LPN e no atribuído por DominMaioria destina-se gos Leitão, coordenador Quercus acaba de lanà venda para do Programa Terrestre çar a campanha «Diga restaurantes e dirigente da SPEA, ao NÃO aos passarinhos e cafés aumento do desemprena gaiola e no prato» go no país: «é um efeito da crise. com o objetivo de colocar na orQuem não tem trabalho procura dem do dia o tema da captura e aqui rendimento», admite. venda ilegal de aves. A toutinegra-de-barrete, o Segundo Domingos Leitão,

o estudo que foi realizado pela SPEA com o apoio da BirdLife International e de várias entidades nacionais, deixa perceber que «embora a captura de aves silvestres, não cinegéticas, para cativeiro ou consumo, seja uma prática ilegal, ela continua a ser feita recorrendo a armadilhas». A lei pressupõe a aplicação de coimas para os casos de captura, abate ou cativeiro ilegal de aves, «mas os casos em que a lei é aplicada são ainda uma minoria face à realidade nacional e também pouco é feito no que diz respeito à sensibilização da população», lamenta o mesmo dirigente.

Estudo confirmou receios Ainda assim, Domingos Leitão admite que o estudo agora realizado só veio comprovar o que já se temia. «A captura ilegal em Portugal está ainda enraizada e é encarada em muitas regiões como algo normal e aceitável. Muitos desconhecem que é uma prática ilegal e outros acham que não serão apanhados», diz, acrescentando a legislação é confusa, pelo que com esta campanha pretende «tirar dúvidas às pessoas, sensibilizar para o que é ou não permitido e o que podem fazer sempre que se deparam com situações destas». A mesma fonte alerta que não ser proibida a venda de armadilhas e redes para captura (mesmo que no anúncio seja explicado o fim da mesma), embora seja proibido usá-las para capturar aves selvagens. «Trata-se de uma incoerência na lei, que devia motivar uma intervenção urgente do Ministério do Ambiente», remata Domingos Leitão.

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Tentilhão é uma das espécies mais afetadas neste negócio ilegal

MAIS de trinta restaurantes do concelho do Montijo associam-se à quinzena gastronómica “Comeres de Outono” que apresentam pratos elaborados com produtos da região, entre 15 e 30 deste mês. O objetivo da iniciativa, é dar a conhecer a gastronomia local, que ganhou notoriedade especial com o peixe grelhado, os legumes e a carne de porco. Durante o evento, os restaurantes aderentes são desafiados a criar um prato inovador com os produtos mais emblemáticos da região e que passará a fazer parte do novo receituário montijense. A receita vencedora será eleita por um júri constituído por representantes da Câmara, da Confraria da Carne de Porco, entre outros elementos.

Associação Académica do IPS entrega bens à Cáritas A ASSOCIAÇÃO Académica do Instituto Politécnico de Setúbal (AAIPS) entregou dia 10, à Cáritas de Setúbal, os bens alimentares e outros produtos recolhidos durante a semana de integração aos novos estudantes. O momento contou com a presença de membros da AAIPS, dos presidentes da Cáritas de Setúbal, Eugénio Fonseca, e do IPS, Pedro Dominguinhos. Os bens foram entregues no Centro Social Nossa Senhora da Paz. Bruno Fragueiro, representante da AAIPS, referiu que foi recolhida «uma boa quantidade» de produtos, sendo que a atividade contribuiu também para «uma envolvência da associação, do instituto e dos estudantes com a comunidade», frisando ainda que «é importante formar valores e os valores da solidariedade devem ser educados e ensinados aos novos estudantes». Na opinião de Eugénio Fonse-

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“Comeres de Outono” no Montijo

Eugénio Fonseca, estudantes e Pedro Dominguinhos

ca, este tipo de ações revela que «há jovens que têm sentido cívico, por isso ficamos muito satisfeitos quando os vemos entrar nestes dinamismos da solidariedade». Considera que esta atividade demonstra também que «os alunos e a comunidade do IPS estão realmente motivados para a dimensão cívica dos seus projetos de vida». No IPS, além da missão de formar quadros altamente qualificados «a educação, em termos de va-

lores, torna-se também uma meta relevante na nossa atuação do dia-a-dia e este é um exemplo organizado pelos estudantes», referiu Pedro Dominguinhos. Para o presidente do IPS, estas iniciativas permitem aos estudantes alcançar «um crescimento em termos de valores e de integração na própria comunidade», revelando que «existem outras iniciativas pensadas, como a colaboração com o Banco Alimentar».

Margarida Nieto Estudante

Metamorfose

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tempo passa e a gente passa pelo tempo. Os sorrisos mudam, as lágrimas também. Certas fotografias passam da moldura para a gaveta, o livro à cabeceira da cama já tem outro sentido, as memórias são outras... Os passos do tempo levam o que era nosso e trazem o que será – esses passos desorientados, esses passos irónicos e frustrantes que não nos deixam rumar o nosso caminho e que exigem a nossa confiança. São pegadas traiçoeiras, as do tempo – tanto se desenham em linha reta, como de repente serpenteiam livres por entre medos e desassossegos e desilusões. Mas têm um rumo, um destino, e hão de atracar nalgum sítio, com um qualquer desígnio. Às vezes param com um propósito despropositado. Mas as paredes não mudam, e continuam a ouvir os nossos pensamentos, continuam a ver, como se tudo fosse ficção, deliciando-se com os dramas que se lhes alheiam, assistindo atentamente. A secretária continua firme, a suportar o papel e a caneta que agarramos, aguentando as emoções rabiscadas na folha e os números esboçados corretamente, matematicamente coerentes. As escolas permanecem no mesmo sítio, ignorando o que nos ensinam, à medida que, lentamente, as abandonamos. Na realidade, só as pessoas mudam. Se não mudassem, seriam paredes, secretárias, escolas, objetos. As pessoas mudam e desmoronam-se e voltam a construir-se e nesse momento também já nós nos reescrevemos e, de repente, somos amigos desconhecidos e as amizades deixam de fazer sentido porque somos erradamente parecidos em momentos que parecem certos. As boas amizades são difíceis e altamente improváveis porque conciliar as nossas mudanças com as dos outros, harmonizando o que pode, até, não ser harmonizável, é um risco. Mas ainda mais arriscado é reprimir esses metamorfismos da mente, fingindo ser quem se foi. Sim, as pessoas vão, mas também há pessoas que vêm.


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ATUAL Em causa estava uma penhora das finanças de 750 euros em nome da SadiSetúbal

A VENDA do pavilhão do V. Setúbal em leilão promovido pela Autoridade Tributária, por dívida ao fisco na ordem dos 750 mil euros da SadiSetúbal às finanças, foi cancelada. A informação foi prestada aos sócios pela atual direção, liderada por Fernando Oliveira, em comunicado publicado no site do clube. “Este desfecho, após várias diligências, sem grandes alaridos, permitirá que as modalidades desportivas que utilizam aquele imóvel continuem a desenvolver a sua atividade com a normalidade exigida, aliás, como sempre aconteceu até à presente data”, diz o comunicado. A direção de Fernando Oliveira garante, igualmente, estar “totalmente empenhada e a desenvolver esforços, com negociações já encetadas, para que seja possível no futuro recuperar o património do V. Setúbal, tendo a perfeita noção de que estes dossiers se reves-

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Pavilhão do V. Setúbal já não vai ser vendido em hasta pública

Pavilhão Antoine Velge é um dos ícones patrimoniais do clube sadino

tem de uma complexidade jurídica assinalável e que o tratamento leviano com que alguns abordam esta matéria pode ‘deitar por terra’ todos os esforços já envidados”.

O comunicado recorda que a “venda do pavilhão e do Lote 9 à Sadisetúbal, em que o mesmo se integra, ocorreu há cerca de 10 anos e foi consumada por anteriores

elencos diretivos, decisão a que a atual direção é/foi totalmente alheia”. A direção esclarece ainda que o VFC “não é responsável pela dívida, para com a Autoridade Tributária, que esteve na origem da situação de venda do pavilhão Antoine Velge em leilão eletrónico”. A direcção do V. Setúbal conclui que foi “eleita e mandatada, de forma democrática, pelos seus sócios para defender os superiores interesses do clube, tarefa que assume com total dedicação e empenho, podendo os associados confiar na forma como são conduzidos todos os assuntos relevantes para o futuro desta enorme Instituição”. Recorde-se que um grupo de sócios, onde se incluía antigos dirigentes do clube, lançou uma petição pública para evitar a alienção do imóvel desportivo, avaliado em um milhão e 73 mil euros.

Luxus comercializa 3.ª fase do Pestana Troia Eco-Resort & Residences A LUXURY Real Estate vai comercializar a 3.ª Fase do Pestana Troia Eco-Resort & Residences, que conta com a construção de apenas 37 casas com diferentes tipologias e preços, todas com acesso pedonal à praia. As casas têm preços que começam nos 250 mil euros. O empreendimento dispõe também de 41 lotes de moradias para construção “chave na mão”. Localizado numa zona de Reserva Ecológica, este inovador Eco-resort foi projetado para uma construção em 5 fases e ao longo de 10 anos. Ao todo são 100 hectares de terreno e equipamentos de lazer e desporto. Pub.



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LOCAL

Moita reduz taxas de ocupação dos espaços públicos dos comerciantes

A CRIAÇÃO do município de Sines, por D. Pedro I, no dia 24 de novembro de 1362, é assinalada em novembro e dezembro com iniciativas promovidas pelas autarquias e pelas coletividades. Os atos protocolares das comemorações têm lugar no dia 24, Dia do Município, nos paços do concelho. Às 10 horas realiza-se a cerimónia de hastear da bandeira, com a participação da fanfarra dos Bombeiros Voluntários e da filarmónica da SMURSS e largada de pombos pela Sociedade Columbófila Vasco da Gama. A sessão solene da Assembleia Municipal Comemorativa do Dia do Município está marcada para as 11 horas, no salão nobre dos paços do concelho.

O AGRAVAMENTO dos problemas económico-sociais tem tido repercussões negativas nas atividades económicas dos mercados municipais fixos, nas feiras e no comércio tradicional, verificando-se as crescentes dificuldades dos comerciantes em assumir os pagamentos das taxas de utilização, de ocupação dos espaços de venda e de ocupação do espaço público. Atenta a esta situação, o município aprovou, na última reunião, a proposta de alteração ao Regulamento de Taxas do Município, a vigorar em Janeiro de 2015. Esta alteração prevê a redução, em 50 por cento, do valor das taxas de ocupação de espaços públicos – esplanadas e toldos; a redução de 40 por cento, sobre o valor das ta-

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Sesimbra lança livro de bióloga

Fortaleza de Santiago

O LIVRO “Recursos Vivos da Costa da Arrábida…”, da bióloga marinha Inês Sousa, vencedora do Prémio Científico Sesimbra 2012, é lançado este domingo, às 15h30, na Fortaleza de Santiago. O prémio estimula o desenvolvimento de projetos científicos relevantes para a preservação, recuperação e divulgação do concelho.

Montijo celebrou Dia do Enoturismo MONTIJO festejou o Dia do Enoturismo, no dia 8, no Museu de Atalaia. O jantar, com ementas à base de bacalhau e rosbife, confecionados por Arnaldo Gonçalves, foi acompanhado com vinhos de Pegões.

O edil Nuno Canta afirmou que o evento dinamizou um espaço onde foi feito um «grande investimento» e serviu para testou outras iniciativas «interessantes» para divulgar os valores da terra neste espaço.

“Escola em Mudança” no Seixal AS JORNADAS Escola em Mudança culminam este sábado, no Forum Cultural. Estão a ser debatidas, desde ontem, questões como os métodos de ensino, novos projetos, o papel das famílias e do território, entre muitos outros.

Contam com a participação de representantes de escolas, institutos e universidades locais e nacionais. A iniciativa é organizada pelo município e Centro de Formação de Associação de Escolas do Concelho. O evento culmina às 18 horas.

Almada ganha menção honrosa em projeto mundial A APLICAÇÃO Almada Pedonal + Metro recebeu menção honrosa no Prémio de Mobilidade para Cidades Empreendedoras no Transporte Sustentável. O Mobiprize reconheceu o esforço de promoção da mobilidade sustentável em Almada desenvol-

vido ao abrigo de campanhas com larga abrangência e participação e, em particular, a criação desta aplicação. É desenvolvida pela Agência Municipal de Energia, em parceria com o município, a MTS e a Edisoft, e foi anunciada em Detroit.

CMMoita

Município de Sines celebra 652 anos

Comerciantes queixaram-se ao município das dificuldades económicas

Promar apoia pescadores de Alcochete O PROGRAMA Operacional de Pesca, co-financiado pelo Fundo Europeu das Pescas, aprovou, na totalidade, a candidatura apresentada pela Associação de Pescadores de Alcochete, no âmbito do eixo “Desenvolvimento Sustentável das Zonas de Pesca”. Esta associação apresentou esta candidatura que, além de permitir a concretização de obras de requalificação da sede, vai também possibilitar a aquisição de uma embarcação, cujo principal objectivo é o transporte dos sócios da referida associação, da ponte-cais até às embarcações.

xas de utilização das bancas dos mercados fixos; a redução de 30 por cento do valor das taxas de utilização das lojas existentes no interior dos mercados fixos ou com acesso

direto ao exterior; a redução de 20 por cento do valor das taxas de utilização dos lugares de venda nos mercados tradicionais, de venda ambulante e de agricultores.

Grândola revive feira de Melides

Palmela abre sala para ensaios

MELIDES recebe, até domingo, a feira anual. As “Alcomonias” e os “Rebuçados de Pinhão”, dois doces típicos, o artesanato e o concerto com Micaela, são as principais atrações. As “Alcomonias” são uma das especialidades mais procuradas no certame. O doce em forma de losango é confeccionado com farinha torrada, açúcar/mel e pinhões. Melides é uma das duas freguesias do País onde ainda se produz este doce. Os visitantes podem encontrar artesanato do Alentejo e Algarve, frutos secos e saborear a gastronomia alentejana acompanhada de vinho da região.

A “SALA de Ensaio Cave”, no Centro de Recursos para a Juventude de Pinhal Novo, abre este sábado, às 16 horas. O investimento da autarquia é de 20 mil euros. Está dotada de bateria, mesa de mistura, aus-

Setúbal já tem forno crematório

Cemitério já tem forno crematório

“Operação Aconchego” apoia idosos em Alcácer do Sal A ANTIGA escola de Rio de Moinhos recebe este sábado, às 17h30, a 20.ª “Operação Aconchego”, da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias. Médicos e enfermeiros vão fazer rastreios de pressão arterial, glicémia, colesterol e diabetes, providenciando ainda apoio psicológico e conselhos

sobre uma alimentação saudável. A ANAFS, criada em 1991, é uma organização não-governamental para o desenvolvimento, composta por voluntários tradicionalmente envolvidos em apoio a causas humanitárias. O objetivo visa solucionar fragilidades e carências de idosos.

Santiago abre Museu da Farinha O MUSEU da Farinha, em S. Domingos, é inaugurado este sábado, pelas 15h30. A família Vilhena teve a ideia de reabrir a antiga moagem, convertida em museu, com o apoio do município e da União das Freguesias de S. Domingos e Vale de Água, para que a população possa ter acesso à história da vida passada da aldeia onde vi-

cultadores e microfones para acolher projetos musicais de jovens músicos e bandas. O projeto contribui para a promoção e desenvolvimento de projetos musicais.

vem e, ao mesmo tempo, poder disponibilizar todas estas memórias aos visitantes para que conheçam a transformação que os cereais passavam até se transformarem em farinha. No mesmo edifício está instalado o projeto de turismo Casas da Moagem, um conceito diferente de promoção do turismo cultural.

UM FORNO crematório já foi inaugurado no cemitério novo. «A abertura deste complexo funerário representa, para todos os setubalenses, um inegável progresso, evitando que tenham de se deslocar para fora do concelho em momentos particularmente difíceis e de grande dor», sublinhou a edil Maria das Dores Meira, durante a cerimónia de inauguração.

Barreiro celebra S. Martinho no mercado municipal NO ÂMBITO da dinamização dos mercados municipais, o município do Barreiro promove, este sábado, a partir das 10h30, no mercado municipal 1.º de Maio, as comemorações do Dia de São Martinho. Além dos visitantes poderem adquirir os produtos frescos habituais podem, ainda, usufruir do mercado como um espaço de convívio, encontro e de animação. Há música, canto coral, castanhas, água-pé, batata-doce e sopa caramela para degustar. A partir das 10h30, e durante todo o dia, diversas iniciativas, promovidas pelo município, em colaboração com os concessionários, estão abertas à participação do público em geral.


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POLÍTICA PCP diz não à fusão de empresas de transportes

Autarcas do PSD Montijo acusam CDU

O PCP é contra a fusão da Carris, do Metro, da Trastejo e da Soflusa porque conclui que estamos perante «grave decisão do governo para as populações». Nesse

Os autarcas do PSD Montijo rejeitaram a proposta da CDU para a criação da área de Reabilitação Urbana, por entenderem que os comunistas têm um

Bruno Vitorino critica presidente da ARS

histórico de «degradação urbana com evidentes consequências na qualidade de vida do Barreiro, Seixal, Moita, Setúbal e Palmela».

Deputados ´rosa’ pedem justificações ao Governo sobre redução em Setúbal de funcionários na Segurança Social

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O DEPUTADO do PSD, Bruno Vitorino, manifestou o seu desagrado pelas recentes declarações do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) sobre o aumento do vencimento dos médicos e dos medicamentos do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, no âmbito do 5.º aniversário desta instituição. «Lamento que o presidente da ARS tenha aproveitado uma iniciativa pública que visava assinalar o aniversário deste centro hospitalar para criticar determinadas situações, generalizando, dando a entender que os médicos ganham muito e mais que os seus colegas, e desvalorizando o que de bom foi feito nestes últimos anos», considera. Bruno Vitorino lembra que apesar de todas as dificuldades, os profissionais do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo sempre cumpriram as suas obrigações com elevado grau de desempenho. «Certas afirmações podem levar a que se crie situações desconfortáveis entre os médicos, ainda para mais proferidas pelo presidente da ARS. O que interessava era valorizar o trabalho de todos aqueles que contribuem para que este centro hospitalar continue a ser uma referência na região», refere. «Espera-se que o presidente da ARS seja um agente que resolve problemas e que motive os profissionais, e não o contrário», acrescenta ainda Bruno Vitorino. O deputado do PSD recorda que «aguardamos todos a conclusão das obras exteriores do Centro de Saúde de Santo António que, até há data, a ARS não conseguiu resolver. Sobre isto gostaríamos todos de ouvir o que presidente da ARS tem para nos dizer».

sentido, a DORS do PCP apela aos utentes para «lutarem contra o processo de privatização do transporte público da Àrea Metropolitana de Lisboa.

Federação Distrital de Setúbal do PS e os deputados socialistas eleitos pelo Círculo Eleitoral de Setúbal manifestam pública solidariedade para com os trabalhadores da Segurança Social, em particular os 700 atingidos pelo anúncio do Governo de virem a ser colocados na inatividade, dos quais cerca de 100 são dos serviços distritais de Setúbal, alguns deles com 20 anos de serviço. «É uma medida geradora de profunda instabilidade na vida destes funcionários públicos que se dedicam à causa pública, muitos já com uma longa carreira», sublinha a deputada Eurídice Pereira, acrescentando que «tudo indica que estes trabalhadores são colocados como indisponíveis porque este Governo «tem vindo a desmantelar o Estado e a apostar no setor privado para gerir as instituições, como é o caso do que já aconteceu com a Galp, ANA e EGF». O PS repudia esta medida e ma-

nifesta o seu firme propósito de desencadear iniciativas, nomeadamente uma «eventual audição ao ministro da tutela, para prestar esclarecimentos aos deputados na Assembleia da República», com a finalidade de reverter esta situação que é socialmente «injusta, funcionalmente injustificada e, por isso, prejudicial às necessidades das cidadãs e cidadãos e das famílias do nosso distrito. Esta situação é injustamente social e tem de ser reversível porque a Segurança Social não tem excedentes». «Não se conhecem as razões de substância que suportam tal medida, tanto mais que é do conhecimento geral da população as dificuldades dos Serviços da Segurança Social em dar resposta às comunidades da região, por falta de recursos humanos», conclui Eurídice Pereira, que antevê que o CATI de Setúbal também possa, em breve, vir a ser gerido por privados. Pub.


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CULTURA Orquestra Nova de Guitarras atua na Igreja de Santiago

DICIONÁRIO ÍNTIMO

O ciclo de Recitais de Outono na Igreja de Santiago, no castelo de Palmela, continua este domingo, às 18 horas, com a Orquestra Nova de Guitarras. Criado em março de 2006 e sediado em Pinhal Novo, este

Maria Teresa Meireles

Sombra

Autora de duas obras aventura-se em projetos internacionais

sagem-integração do que repelimos – «A Sombra e o Mal», de Marie-Louise von Franz. Entes maléficos não têm sombra porque são já a sombra de algo ou de alguém. A sombra supera-nos, surpreende-nos, engole-nos – um túnel-goela funda e escura – o engolimento com direito a um renascer. A sombra e a suspeita; o medo ancestral das sombras – o que vemos nelas é o nosso próprio medo reflectido. Projecções. A sombra é sagrada, profana, profanadora de tempos inteiros e de espaços intensos – a sombra agita-se com o vento, com o tempo, com o movimento dos corpos, em uníssono. Efeito de espelho, reflexo. «Todos os amantes quando se amam voltam-se para a sua sombra e, ao enlaçá-la, esmagam-na», escreveu Pascal Quignard. A sombra de cada um vive da luz de todos; a luz de cada um vive da sombra de todos – movimentos possíveis e previsíveis. Privilégios. A sombra mina-nos ou ilumina-nos, de acordo com a nossa luz interior. «Mas a sombra, o que é a sombra? É o que me socorre», assumiu Maria Gabriela Llansol. Na «Odisseia», foram as sombras dos seus corpos que traíram Ulisses e seus companheiros perante o Ciclope. Em termos tradicionais, não se deve pisar a sombra de alguém nem deixar que a sombra de alguém nos toque ou tape. Peter Pan e a sua sombra. Lucky Luke, o cowboy que dispara «mais rápido que a própria sombra». «O Ladrão de Sombras», de Marc Levy; «A Sombra do Vento», de Carlos Ruiz Zafón; «O Homem sem Sombra», de António Torrado; «Histórias para ler à Sombra», colectânea. Os mortos não têm sombra. Hades é o Reino dos Sem-Sombra, como se a sombra fosse de algum modo um abrigo. Shakespeare, em «Macbeth», define a vida como: «apenas uma sombra que passa (…) uma história contada por um louco, cheia de ruído e furor e que nada significa.» Para Platão, as sombras são a vida-tal-como-a-conhecemos mas não serão vida e morte a luz e a sombra de uma mesma lua? «Contudo se não te orienta / O lema: «Transforma-te morrendo!» / Não passarás de sombra cinzenta / Na terra onde te vais mantendo» - assim falou Goethe.

Beatriz Lima convidada para fazer estágio de voluntariado no Líbano António Luís

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eatriz Lima, uma das mais jovens escritoras portuguesas, hoje com 17 anos e dois livros publicados, participou em Outubro no Seminário “Social Entrepeneurs for Mediterranean Communities”, que teve lugar em Palermo, Itália, e cujo objetivo foi encorajar o empreendedorismo social nos jovens. No seguimento deste evento, Beatriz Lima foi convidada para fazer um estágio de voluntariado de um ano no Líbano, numa ONG que apoia refugiados sírios. A jovem escritora do Montijo, que se inscreveu para aquele seminário e que acabou por ser selecionada, confessa que «foi uma experiência inesquecível. Trago comigo novos conhecimentos, novas culturas e novas pessoas». Sobre o estágio que irá cumprir no Líbano, considera que «é uma oportunidade única e um desafio entusiasmante». «Gosto de ajudar os outros. Neste momento faço voluntariado, uma vez por semana, no Montijo, distribuindo refeições a famílias carenciadas». O seminário foi promovido no âmbito do programa “Juventude em Ação”, da Comunidade Europeia e incluiu 26 jovens oriundos de Itália, Letónia, Malta, Polónia,

A jovem escritora Beatriz Lima gosta de ajudar os mais desfavorecidos

Eslovénia, Espanha, Reino Unido, Algéria, Egito, Líbano, Palestina, Tunísia e Israel. Além da presença neste evento, a autora de “Anjo de Cristal” e “Dependo de ti”, fez ainda parte de um intercâmbio de jovens desenvolvido pela União Europeia, subordinado ao tema “Think Democracy”, que aconteceu no final do ano passado em Podzamcze, na Polónia. Já a trabalhar no seu terceiro livro, Beatriz Lima afirma que a sua atividade como escritora tem sido «uma viagem incrível, repleta de momentos inesquecíveis». «Tive oportunidade de concretizar os meus sonhos, conheci pes-

soas novas e novos lugares, aprendi imenso e criei histórias fantásticas. Acima de tudo, cresci. Guardarei esta viagem e as pessoas que fizeram parte dela para sempre no meu coração». Além disso, está a preparar aulas para uma oficina de escrita criativa, que irá iniciar como professora em Março de 2015. A mais jovem aposta da Alphabetum Edições Literárias assume-se assim como uma adolescente de personalidade forte que, além de ter a escrita como uma grande paixão, prossegue os estudos, gosta de viajar e é interessada em questões sociais a nível internacional.

José Cid dá concerto em Setúbal em dezembro JOSÉ Cid atua no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, a 21 de dezembro, data agendada na sequência do cancelamento, por razões de saúde do artista, do concerto programado para 7 de novembro. No espetáculo “José Cid – Voz e Piano”, com início às 21h30, o cantor e compositor interpreta te-

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ombra, sombrinha, sombreiro, rede de ensombramento; sol-e-sombra nas touradas. Sombra, assombro, ensombrar, assombrar, assombração. Sombra, sombrio, sombreado – a sensação de volume ou dimensão; a densidade do profundo; a profundidade do que é denso – e nas pálpebras pomos «sombra» de cores variadas porque os olhos são a luz da alma e demasiada luz pode ofuscar. Sombra, penumbra, negrume, lusco-fusco, trevas, breu. «Nem por sombras», «sem sombra de dúvida» - a dúvida interpõe-se entre a luz da clarividência e o negrume da ignorância - a dúvida é uma asa, um corpo, um sopro. «Ser uma sombra do que já se foi»; «estar à sombra»; «ter um lugar à sombra»; «viver à sombra de alguém»; «ser a sombra de alguém» – paralelismos e declinações. Algumas pessoas estão sempre na sombra e de lá não saem por indecisão, imposição ou inabilidade. Câmara escura, película, revelações. Jogo ou teatro de sombras, recorte, forma, esboço. A sombra é subtil ou sonora; sonolenta ou sagaz; sinuosa ou serpentilínea. A sombra é segredo, mistério, medo. Sombra: o fresco, o resguardo, oásis ou prisão. A sombra usa-nos, suga-nos, esgota-nos. A sombra repete-nos, ecoa-nos; a sombra esconde-se na sombra, no recanto, no regaço, na dobra, na folga. Toda a sombra é fria. E estéril? Para Demócrito, «a palavra é a sombra da acção»; fazer e dizer opõem-se. A sombra projecta-nos e projecta em nós jogos-de-luz-e-sombra; positivo e negativo; dicotomia, maniqueísmo. A sombra é o nosso duplo, a nossa duplicidade, o negro e o recôndito. «The dark side of the moon» - o lado que não vemos ou tememos ver. «Dr Jekyll e Mr. Hyde» - o médico-sol e o monstro-sombra; «O Retrato de Dorian Gray»: o retrato como sombra do modelo-luz. A rejeição, a ideia de reprovação: aquilo que afastamos, regressa em força. A sombra, de acordo com Jung, é o que encobrimos; aquilo que nos incomoda e, por isso, rejeitamos. Em termos de psicologia analítica, para chegarmos à individuação precisamos de aceitar e integrar esses espaços escuros e esconsos; transmutar, fazer a pas-

projeto surgiu como um grupo composto apenas por instrumentos da família da guitarra, com o objetivo de promover a cultura musical através do estudo da música e da realização de concertos.

mas que ficaram famosos ao longo da carreira, como “A Rosa que te dei”, “Na Cabana junto à Praia”, “20 Anos”, “Ontem, Hoje e Amanhã”, “Cai a Neve em Nova Iorque” e “A minha Música”. José Cid percorre também canções mais recentes do reportório, como “Louco Amor” e “Mais um Dia”, num concerto que conta com

a participação especial do fadista João Ferreira Rosa. O concerto, que estava inicialmente agendado para 7 de novembro, foi adiado devido a doença do cantor, diagnosticado com faringite aguda. Os bilhetes adquiridos para esta data são válidos para o espetáculo de dezembro. Os espetadores que não estejam interessados em assistir ao concerto a 21 de dezembro podem solicitar a devolução do valor do bilhete, presencialmente, na bilheteira do Fórum Municipal Luísa Todi. Os restantes bilhetes para o espetáculo de José Cid, com o valor de 15 euros, encontram-se à venda no Fórum Luísa Todi e em www. bilheteiraonline.pt.


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Quinta

Gala de ópera

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A Artemrede – Teatro Associados apresenta o espetáculo de teatro e dança “Sopa de Jerimu”, pela Circulando. Trata-se de um espetáculo para toda a família, com a duração de 50 minutos e a lotação máxima de 70 espetadores. O preço dos bilhetes é de 1,84 euros, para menores de 12 anos, e 3,05 euros, para maiores de 12 anos. Fórum Cultural da B. da Banheira, Moita, 16 horas.

Luís Sequeira dá concerto solidário

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Luís Sequeira sobe ao palco montijense vindo diretamente do horário nobre da RTP para dar um concerto solidário de tributo ao Montijo, cujas receitas revertem a favor de uma instituição de solidariedade social do concelho. A abertura está a cargo dos We Can Dance Crew. Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo, 21h30.

Sexta

Os “Um Zero Azul, banda pop-rock do Pinhal Novo, dão a conhecer o álbum “Uza”, um disco produzido por João Martins, que conta com a colaboração de Tim, vocalista dos Xutos & Pontapés, no tema “Quem não quer ver?”. Já ganhou o Prémio de Melhor Banda do Concelho de Palmela. Auditório do Pinhal Novo, 21 horas.

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Um Zero Azul dá concerto no Pinhal Novo

Teatro e dança para a família

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Árias, duetos e tercetos dos compositores Vincenzo Bellini, Giuseppe Verdi e Gaetano Donizetti são interpretados na “Gala de Ópera – Bel Canto Italiano”. Bárbara Barradas (soprano), Carlos Cardoso (tenor), e André Marques (baixo), são as vozes em palco. Forum Luísa Todi, Setubal, 21h30.

Joana presta tributo ao mestre Rocha

A fadista ribatejana Joana Amendoeira vai a Santiago do Cacém dar um concerto onde relembrará temas do seu mais recente álbum “Amor Mais Perfeito” (2012), um tributo especial ao seu grande mestre, José Fontes Rocha, um dos maiores guitarristas/compositores de fado. Auditório Padre António Macedo, V. N. S. André, 22 horas.

Rita Guerra canta no Barreiro O ESPETÁCULO de Rita Guerra, intitulado “Uma noite no Barreiro”, está agendado para o dia 12 de dezembro, pelas 21h30, no auditório municipal Augusto Cabrita. Neste concerto acústico, Rita Guerra (Voz e Piano) estará acompanhada pelos músicos Gonçalo Santuns (Percussão) e Pedro Pinto (Contrabaixo). Uma das cantoras portuguesas mais populares volta a surpreender com este novo espetáculo. Ten-

do por base o sucesso do seu último disco “Volta”, irá revisitar alguns dos grandes temas da sua carreira, num renovado e inédito espetáculo intimista. Além dos maiores êxitos de 30 anos de carreira da cantora e agora compositora, o público terá a oportunidade de ouvir as histórias e as canções que sempre a acompanharam na sua carreira feita de tantos êxitos.

“Casa dos Ventos” encerra Festa da Marioneta A PROGRAMAÇÃO “Festa da Marioneta 2014” encerra, no concelho de Palmela, este sábado, com o espetáculo “Casa dos Ventos”. A companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora apresenta esta produção para maiores de quatro

anos no Cineteatro S. João, em Palmela, às 16 horas. Duas personagens – Alba e Maria – atravessam uma grande cidade com um moinho de vento às costas, em busca de uma colina que as acolha. Mas a cidade «res-

pira, oprime e fascina». Uma metáfora para a forma como tentamos manter a nossa forma de estar, «espaço de afetos e emoções num mundo em transformação». As entradas têm o valor simbólico de um euro.

Ofertas Semmais - Inscreva-se já! Convites para Mostra de Teatro de Almada Temos convites para oferecer aos nossos leitores para assistirem aos espetáculos da 18.ª Mostra de Teatro de Almada, que se realiza de 7 a 23 de Novembro, em vários palcos do concelho de Almada. Para se habilitarem aos convites basta ligar 918 047 918 ou enviar um email para: passatempos.semmais@mediasado.pt.

CD´s de música portuguesa Disco do Ano 2014/15, “Sou um homem feliz” (Leandro) e “Dream” (FRAN) são os CD´s que temos para oferecer aos leitores que nos ligarem para o 918 047 918 ou enviarem um email para: passatempos.semmais@mediasado.pt. Não enviamos os discos por correio. Têm de ser levantados nas nossas instalações, em Setúbal.


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DESPORTO 104.º ANIVERSÁRIO VITÓRIA DE SETÚBAL Clube sadino assinala mais um aniversário na busca de melhores dias

É a história de glória de um dos grandes do futebol nacional. Um clube que é também o mais importante a sul do Tejo. Marta David

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Vitória assinala na próxima quinta-feira, dia 20, o 104.º aniversário com um jantar comemorativo e a inauguração de uma exposição com fotos de Américo Ribeiro. 104 anos de história com muitos altos e baixos, mas com conquistas que orgulham os adeptos e os setubalenses, apesar de o clube nunca se ter assumido como o grande em-

blema da região pese embora o palmarés bem diferente e mais rico que de todos os outros clubes do distrito. As conquistas aquém e além-fronteiras começaram logo no princípio da história. Em meia dúzia de anos, a equipa de futebol do Vitória vence o Campeonato Regional de 2.ªs categorias em 1916/17 e, sete anos depois, sagra-se Campeã de Lisboa batendo equipas como o Benfica, o Sporting ou o Belenenses. A sala de troféus repleta de conquistas em várias modalidades, com especial destaque para o futebol, é o espelho de um clube eclético que orgulha a massa associativa conhecida como uma das mais aguerridas e exigentes do futebol nacional. A conquista de três Taças

de Portugal (em 64/65, 66/67 e 2004/2005) onde foi finalista por oito vezes e a conquista da primeira Taça da Liga são os pontos altos de uma história que é contada também pelas presenças nas competições europeias, nomeadamente na Taça das Taças, na Taça das Cidades com Feira e na Taça Uefa, onde chegou aos quartos-de-final. Nos últimos anos os resultados estão longe dos conseguidos nos tempos áureos, numa altura em que no Bonfim alinhavam alguns dos melhores jogadores nacionais. Matine, Tomé, Carlos Cardoso, José Maria, Conceição e Vítor Batista ao lado de “JJ” continuam a ser motivo de orgulho ponto de referência para os mais novos, sejam adeptos ou atletas.

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104 Anos de uma história “enorme” de um clube que orgulha a região

Clube emblemático da região comemora mais um aniversário

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Depois do aniversário há Taça SÃO OS TROFÉUS mais apreciados na sala de troféus Josué Monteiro: as Taças de Portugal conquistadas nas épocas de 64/65, 66/67 e 2004/2005. Uma competição onde o clube foi finalista quase uma dezena de vezes e onde mantém sempre viva a ambição de ir mais além. Na presente época o percurso ainda vai curto, apenas um confronto frente ao Arouca, em casa, com um triunfo pela margem mínima. A Taça é sempre uma competição onde o Vitória

ambiciona chegar o mais longe possível, e se possível vencer. O próximo adversário milita num escalão inferior, mas é um histórico e a tarefa pode não ser facilitada. O Oriental de Lisboa eliminou na última ronda o Olhanense, por quatro bolas a duas, e conta no plantel com o terceiro melhor marcador da competição até à data. Em tempo de aniversário os sócios e simpatizantes do clube esperam de presente a passagem aos oitavos de final.

“Para além da Glória – entre o Troféu e a Imagem” A EXPOSIÇÃO “Para além da Glória – entre o Troféu e a Imagem” recupera, em dia de aniversário, as memórias dos espólios de Américo Ribeiro e do Vitória Futebol Clube. São mais de duas dezenas de imagens do Arquivo Fotográfico Municipal Américo Ribeiro que contam a história do clube e das suas conquistas entre os anos 40 e 70 da história do clube, mostrando também alguns dos momentos de desilusão que marca-

ram a memória do clube. Vai ser possível recordar, através da objetiva de Américo Ribeiro, momentos como a manifestação popular na Praça de Bocage quando o Vitória desceu de divisão, em 1951, a abertura do pote mealheiro pró-estádio do Bonfim, de 1953, e a inauguração do recinto desportivo, em 1962. A exposição “Para além da Glória – entre o Troféu e a Imagem” está patente até 14 de janeiro na Casa Bocage.

Conquistas para além do futebol DESDE a sua génese que o Vitória se apresentou como um clube eclético. A roda de bicicleta, no símbolo do clube, demonstra que o Vitória não era só o futebol. As secções de tiro, natação, ciclismo e corridas, no início do historial sadino criaram as bases para que as modalidades ditas amadoras sejam, ainda hoje, fonte de ocupação para centenas de jovens. Para além do futebol, outras modalidades ajudaram a rechear a sala de troféus do clube. Atualmente as secções de ginástica, ténis de mesa, andebol, atletismo, aikido e judo movimentam centenas de atletas que a nível nacional e internacional se assumem não só como esperanças, mas como verdadeiras promessas do desporto. Precisamente na semana que antecede o 104º aniversário do clube, alguns jovens atletas dão provas além fronteiras de que as modalidades amadoras “respiram saúde”. Em Daytona Beach, entre quinta e domingo, Catarina Lopes, Inês Moreira, Maria Correia e Rui Domingos competem no Campeonato do Mundo por idades nas especialidades de tumbling e trampolim. Os excelentes resultados a nível nacional, com a conquista de vários títulos permitiram aos jovens ginastas do Bonfim conquistar o passaporte para esta importante competição. No atletismo, após alguns anos de interregno da secção da modalidade, o Vitória voltou em força. Em pouco mais de três anos, um grupo de jovens atletas orientado por Fernando Ferreira colocou o emblema sadino de regresso às grandes competições regionais e nacionais. No Verão, em Angola, como corolário do trabalho levado a cabo Rita Ribeiro conquistou duas medalhas de ouro nos Campeonatos da CPLP. O ponto alto da época para o conjunto de atletas que conquistaram vários títulos nacionais. Também no judo os resultados aparecem com frequência. Os bons resultados obtidos pelo judoca João Martinho são o exemplo disso mesmo. O atleta qualificou-se para os campeonatos da Europa e do Mundo esta época. Também Patrícia Matias é um dos motivos de orgulho do clube com uma medalha de prata conquistada nos jogos da CPLP, em Angola.



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NEGÓCIOS Gelado de moscatel de Setúbal da JMF A José Maria da Fonseca associou-se à Santini para lançar um sorbet de Alambre Moscatel de Setúbal. O mestre Eduardo Santini, herdeiro do segredo

Vinhos Quinta do Piloto no almoço de Letizia

da receita Santini transmitida de geração em geração, transforma agora o Alambre Moscatel de Setúbal da JM F num sabor único de gelado.

Três vinhos Quinta do Piloto foram a escolha no almoço oferecido à Rainha Letizia de Espanha pela 1.ª Dama de Portugal, Maria Cavaco Silva, para encerrar o II Encontro

Ibero-Americano de Doenças Raras na Moita. Piloto Collection Roxo, Piloto Reserva Tinto e o Moscatel de Setúbal Colecção da Família foram os vinhos selecionados

Repsol vai formar 50 novos técnicos para unidades industriais

Nova associação empresarial nasce em Setúbal para a inovação

A

Associação Portuguesa para a Inovação e Desenvolvimento (IDSET) acaba de nascer em Setúbal. A IDSET, uma associação empresarial, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, pretende prestar apoio a empresas e empresários de todos os sectores de atividade, promovendo a colaboração, a concertação e a parceria entre

os diversos agentes, de modo a tornar as regiões mais competitivas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento socioeconómico do país. Sedeada em Setúbal, a IDSET nasceu da vontade de apoiar empresários da região e do país a ultrapassar os variados desafios que se colocam diariamente, desenvolvendo

projetos dinamizadores, criativos e inovadores. A IDSET é constituída por uma equipa multidisciplinar, motivada, inovadora e orientada para resultados e objetivos, empenhada em prestar serviços de reconhecido valor para os seus associados e empresas, contribuindo para o crescimento da região e do país.

Conta nos seus órgãos sociais com Ângelo Batista, Manuela Cunha, Raquel Douradinho, Tiago Oliveira, Ana Rocha, Filomena Cunha, Ana Mineiro, Veronique Gaspar e Cármen Caetano. Conta ainda e também com a participação de empresários, de entidades regionais e nacionais.

A REPSOL e o IEFP - Centro de Emprego e Formação Profissional do Alentejo Litoral deram início, no dia 7, em Sines, a um novo curso de formação profissional de Técnicos de Operação para Unidades Industriais. Este curso, que vai já na 4.ª edição, conta com a participação de 50 alunos que procuram adquirir competências para trabalhar e desenvolver a sua carreira profissional como operadores. Desde o início desta parceria, a Repsol já formou 150 operadores que hoje se encontram a trabalhar em unidades industriais do país e no estrangeiro. Além das aulas teóricas, os alunos terão a oportunidade de assistir a aulas práticas nas várias áreas do Complexo Petroquímico. O curso tem a duração de 1 240 horas e espelha a aposta da Repsol na formação das pessoas e o seu compromisso social para com as comunidades, contribuindo para o desenvolvimento económico e para o progresso social das áreas onde atua. Esta iniciativa é particularmente relevante devido à elevada taxa de desemprego que se regista nesta zona alentejana.

Lusitana Seguros ganha força em parceria com a SETSEGUROS A marca conta com uma nova loja em Setúbal e aposta na experiência da SETSEGUROS, no mercado desde 1997. Os novos mediadores querem que a agência seja uma referência na cidade sadina. OS RESPONSÁVEIS da Lusitana Seguros estão muito otimistas com a nova loja de Setúbal, inaugurada esta quinta-feira, numa «parceria de qualidade», com a SETSEGUROS, empresa com larga tradição no mercado e liderada por mediadores muito experientes. O presidente da comissão executiva da seguradora, Fernando Nogueira, disse ao Semmais tratar-se de uma união que veio na surge na hora certa e que aposta na criação de «uma rede altamente especializada, com profissionais experientes e reconhecidos no mercado». Premissas que serão garantia da prestação de um

serviço que é «cada vez mais exigente e que obriga a uma permanente atualização, conhecimento dos produtos e proximidade», acrescenta o responsável. Fernando Nogueira, que espera ter implantado no terreno até ao final do ano cerca de cem lojas em todo o país, afirma que nestas parcerias a Lusitana pretende garantir agentes que «respeitem os princípios e os valores do Grupo Montepio (proprietário da companhia de seguros), cuja associação mutualista é a maior do país e uma das maiores da Europa». Este crescimento passa também pela região onde, para

além da loja de Setúbal sob e gestão da SETGUROS, foi também inaugurada uma nova agência em Alcácer do Sal. «Queremos estar à altura das exigências atuais do mercado e de cada um dos nossos clientes, seja empresa ou particular. O essencial é prestarmos um serviço de qualidade e sabermos responder de forma ágil e rápida, na gestão

de cada produto ou sinistro, perante os nossos clientes», reforçou o líder da Lusitana Seguros. Balcão de referência no negócio de particulares e da cidade Confiança é também a palavra de ordem junto dos mediadores responsáveis pela nova loja, situada na Avenida Bento Gonçalves, em Setúbal, na vizinhança da Loja do Cidadão. «Esta abertura é o re-

sultado de uma relação de confiança da nossa empresa com a Lusitana Seguros, que explorava este espaço diretamente, e estamos empenhados em fazer deste balcão uma referência no negócio de particulares e da cidade de Setúbal», afirmou ao Semmais Vítor Silva, um dos sócios-gerentes da SETSEGUROS. No mercado dos seguros desde 1998, a empresa é gerida por profissionais com 20 e 30 anos de experiência acumulada, o que oferece, segundo Vítor Silva, «uma garantia de qualidade e de proximidade com cada um dos clientes». Os responsáveis da SETSEGUROS apostam para esta estratégia «num serviço muito personalizado, notoriedade da marca e muito respeito pelo cliente», estando sempre disponíveis para acorrer às cada vez maiores exigências do mercado.


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INAUGURAÇÃO ALEGRO Primeiros dias foram de autêntica romaria

VINTE meses após o início do projeto o Centro Comercial Alegro, em Setúbal, abriu as portas tornando-se o primeiro grande centro comercial da capital de distrito e o único a ser inaugurado no espaço de dois anos e meio a nível nacional. Dotado de uma forte componente digital e inovadora e apostando fortemente nas áreas do lazer e entretenimento, o novo espaço comercial representou um investimento de cento e dez milhões de euros por parte do grupo Immochan. «Dentro do orçamento e dentro do prazo» foi assim que Mário Costa, diretor-geral da Immochan Portugal, qualificou o progresso da obra. O Alegro de Setúbal aposta forte nas novas tecnologias e, simul-

taneamente, investe em ambientes temáticos inspirados na Serra da Arrábida e no rio Sado, fazendo a relação entre a tradição e a modernidade. Os espaços amplos e com bastante luz natural convidam a uma visita por parte dos setubalenses e não só, sendo que um dos objetivos será o de conquistar o público que, até agora, procurava outros centros comerciais a norte de Setúbal. O novo espaço comercial passa a ser o único, desta dimensão, entre Lisboa e o Algarve e Mário Costa acredita que «terá a capacidade de conquistar e atrair investimento e desenvolvimento para a cidade». Na cerimónia de inauguração, em que marcou presença o ministro da economia, António Pires de Lima, foram valorizados os aspetos da requalificação urbanística

e ambiental proporcionados pela nova unidade comercial, que se traduziram em novas acessibilidades rodoviárias e espaços de lazer e recreio. Com mais de uma centena de lojas, o Alegro Setúbal apresenta um conceito inovador na área da restauração, onde se contam quinze restaurantes, quer no mobiliário quer nos diferentes ambientes temáticos apresentados. Desde as mesas que permitem “navegar” e que são verdadeiros tablets gigantes até ao espaço considerado baby-friendly vocacionado para famílias com crianças pequenas, todo o design e produção é nacional, numa clara aposta nos recursos internos que permitiram a uma dezena de indústrias nacionais desenvolver um conjunto de produtos exclusivos.

DR

110 milhões e 20 meses depois Alegro abre as portas aos setubalenses

Triunfo sobre o ceticismo «A mais importante conquista alcançada por este novo espaço comercial setubalense é a vitória sobre o ceticismo». Foi desta forma que a presidente da câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, qualificou a abertura do Alegro referindo que esta é também uma forma de «devolver aos se-

tubalenses a vontade de acreditar que é possível fazer mais e melhor pela cidade». Uma cidade que fica a ganhar com o investimento realizado, conforme referiu Pires de Lima, ao dizer que «o Alegro Setúbal traz melhorias assinaláveis para Setúbal e para os setubalenses». Pub.


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INAUGURAÇÃO ALEGRO Empresa, liderada pela família Pita, animada com a nova unidade e optimista com esta aventura na grande superfície

A MULTIOPTICAS, líder em serviços óticos, abriu na quarta-feira a sua terceira loja em Setúbal, desta vez no tão aguardado Centro Comercial Alegro, que veio criar 7 novos postos de trabalho. No novo espaço é disponibilizada à população uma vasta gama de produtos exclusivos e inovadores, bem como exames visuais gratuitos com os melhores profissionais de optometria. Os proprietários Brígida Almeida e Carlos Pita, profissionais com mais de 30 anos de experiência no setor da ótica, detentores de outras duas lojas MultiOptiocas na cidade, continuam a apostar na região de Setúbal. O empresário Carlos Pita, que revelou que agora, com o apoio dos filhos, passa a gerir 5 lojas no distrito - três em Setúbal, uma em Sines e outra em Grândola -, sublinhando que os filhos Sónia e João, e os funcionários são formados em

DR

MultiOpticas com nova loja no Alegro

O conhecido setubalense Carlos Pita não escondeu emoção em dia especial

das as bolsas e simpatia» parece ser o segredo do sucesso do negócio de Carlos Pita, que trabalha no ramo da ótica há 56 anos.

várias áreas da ótica. No total, o casal Carlos Pita e Brígida Almeida já deram emprego a 32 pessoas. «Servir bem, com preços para to-

panhas», sublinhou, acrescentanBrígida Almeida mostrou-se «muito feliz» com a abertura da nova do que a loja do shopping Alegro loja, onde estão disponíveis diver«irá atrair outro tipo de clientes mas sas promoções e descontos, com vamos manter a mesma clientela especial destaque para a campanha que temos na baixa de Setúbal e no dos óculos graduados: “Compre 3 Monte Belo, porque esses espaços pague 1”. «É um espaço que vai fairão continuar abertos». Na cerimónia de inauguração zer sucesso», afirmou, convicta. «Tranão poderiam faltar os carismátibalho, simpatia e um atendimento personalizado» são as palavras de cos manos Guedes, que tiraram muiordem de toda a equipa tas fotos com os clientes. «Setúbal já da loja, com experiência O modelo Pedro Guemerecia um e especializada. des mostrou-se «muito espaço desta Já Susana Cruz, ressatisfeito» com o novo esnatureza» ponsável pela rede de paço da MultiOpticas no franchising da MultiOpticas, que Alegro de Setúbal. «Está fantástico. deposita «excelentes» expetativas O novo conceito das lojas MultiOppara o novo espaço. «Há muito temticas, um pouco mais intimista e com po que Setúbal merecia um espagrande proximidade ao cliente, é diço comercial desta natureza. Conferente das outras marcas e mais inovador», sublinha, acrescentanseguimos uma loja com as dimensões certas para servir bem a podo que já trabalha com a MultiOppulação. Temos uma oferta muito ticas há 9 anos, uma parceria que rotula de «muito familiar e fantásalargada de produtos e acreditamos que os clientes vão achar intica». E conclui: «Tenho sido muito teressantes as nossas ofertas e cambem tratado na MultiOpticas».

A segunda maior operadora de rede por cabo em Portugal investiu 50 mil euros e criou oito postos de trabalho

Cabovisão abre espaço no Jumbo de Setúbal Operadora na vanguarda das novidades

DR

O lançamento da primeira oferta Triple Play sem fidelização no mercado nacional, em Março de 2014, materializa o novo posicionamento da empresa e vem dar continuidade a uma estratégia de inovação que, desde há muito, tem vindo a caraterizar a atividade da Cabovisão. Recorde-se que a empresa foi o primeiro operador de cabo em Portugal com ofertas Triple Play, tendo sido igualmente pioneira a disponibilizar velocidades de banda larga de 2, 4, 16 e 30 megas.

DR

A CABOVISÃO, o segundo maior como é o Jumbo de Setúbal, que operador de rede por cabo em Porcom a abertura do Alegro foi todo tugal, com sede principal no conremodelado». Na sua opinião, a população celho de Palmela, inaugurou na só tem a ganhar com a adesão à passada quarta-feira, a sua nova loja no renovado Jumbo de SetúCabovisão. «Desenvolvemos uma bal. O investimento, superior a 50 grande política de proximidade e, mil euros, veio criar 8 novos posdo ponto de vista competitivo, distos de trabalho. pomos de preços que são mais inNa cerimónia marcaram preteressantes do que a concorrência, e com a mesma qualidade». sença João Zúquete da Silva, diretor-geral da Cabovisão, e Pedro Já Pedro Maciel revelou que a Maciel, o diretor de Marketing e Cabovisão tem uma forte implanVendas da Cabovisão. A animar tação na zona de Setúbal e que tudo a festa estiveram os atores da tefará para proporcionar um servilenovela da SIC “Mar Salgado”, com ço de qualidade ao cliente. «Já tígrande parte das filmanhamos uma loja em «Preços mais Aranguês, que depois gens a decorrer em Seinteressantes túbal, Maria João Abreu será encerrada. Nesta loja que a e João Ricardo, que podo Jumbo, com mais concorrência» conforto, passa a haver saram para a fotografia junto aos clientes. um contato com o clienServiço de Triagem, centro de te com uma maior permanência, com um horário mais alargado e experimentação - para um melhor aos fins-de-semanas». contato do cliente com a ‘revoluCom lojas em Almada, Moicionária’ ONEBOX - e dois balcões de atendimento ao cliente, para ta, Barreiro, Seixal e Sines, a Caapoio técnico, pagamento de fabovisão tem vindo a apostar na turas e adesão de novos clientes, melhoria dos seus serviços, tensão os pontos fortes da nova loja do investido, nos últimos sete da Cabovisão do Jumbo de Setúanos, cerca de 170 milhões de eubal. ros em tecnologia. Tem atualJoão Zúquete Silva deposita mente 905 mil casas cabladas em boas expetativas na nova loja da mais de 60 municípios. «Na zona empresa, dado que «faz todo o sende Setúbal a Cabovisão detém uma taxa de penetração de certido centralizar os serviços num ca de 27 por cento, cerca de 120 grande espaço comercial, com mil portas e 32 mil clientes. São grande movimentação de pessoas,

Atores da novela “Mar Salgada”, gravado em Setúbal, marcaram presença

números bastante interessantes», conclui Pedro Maciel. Em termos de promoções, Pedro Maciel destacou uma campanha para novos e atuais clientes. «Caso os novos clientes adquiram os nossos pacotes Triple Play, terão direito a três mensalidades grátis ou a uma Tablet. Os atuais clientes terão direito à oferta de conteúdos durante alguns meses», revelou.


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DOSSIER AUTARQUIAS

Municípios do Distrito de Setúbal Informação contabilística e a análise orçamental, económica e financeira

A

estrutura do sistema português de Contabilidade Pública assenta, atualmente, na articulação de três sistemas contabilísticos, a contabilidade orçamental, patrimonial e analítica, com base num plano de contas geral, o Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP) e, em quatro planos setoriais, onde destacamos o Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL). Dando cumprimento ao previsto no POCP e planos setoriais, a articulação dos três sistemas contabilísticos é a base do sistema de informação público devendo permitir, para além do controlo do cumprimento da legalidade, a análise e avaliação das decisões tomadas e apoiar as decisões futuras. Assim, a implementação dos planos e sistemas contabilísticos revela-se de extrema importância para o cumprimento dos objectivos da Contabilidade Pública. De aplicação obrigatória a todas as autarquias locais e entidades equiparadas, o Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais, aprovado pelo Decreto-Lei nº 54 – A/99, de 22 de Fevereiro, deve permitir, entre outros, a obtenção de indicadores de natureza orçamental, patrimonial e de custos. Um dos estudos de referência sobre o desempenho das Autarquias Locais, efetuado a nível nacional e a partir de indicadores calculados com base na informação contabilística, é o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses (AFMP). Este anuário apresenta uma análise detalhada do desempenho orçamental e patrimo-

nial dos municípios, sintetizando a avaliação do seu desempenho através de uma análise de diversos indicadores tendo por base a prestação de contas anual de cada município português. A última versão disponível e editada em 2014 diz respeito ao AFMP referente ao exercício económico de 2013. A análise às contas dos municípios feita no AFMP é apresentada numa perspetiva nacional, identificando, através de rankings, os maiores/melhores e menores/piores municípios para os mais diversos indicadores. Contudo, a informação apresentada não permite uma análise global e detalhada de todos os municípios a nível nacional, pelo que, apenas conseguimos identificar o valor por indicador de um município específico, quando este se insere nos mais ou menos em cada indicador. Este estudo sobre os municípios do distrito de Setúbal, apresenta-se como uma extensão de trabalhos anteriores dos autores, procurando-se uma análise orçamental, económica e patrimonial mais detalhada do distrito em análise e que garante uma melhor análise comparativa entre os seus municípios. Por outro lado, esta análise é efetuada para dois anos (2012 e 2013) permitindo uma análise evolutiva do desempenho destas entidades. Importa referir que nos anos em análise, os municípios foram condicionados pela publicação e aplicação da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso em 2012, a qual introduz regras mais apertadas na capacidade dos municípios em assumir compromissos e consequentemente em realizar as respetivas

despesas. Assim, nesta análise aos municípios do distrito de Setúbal iremos apresentar o seu posicionamento num conjunto de indicadores, a partir da análise dos documentos da sua prestação de contas. A seleção e cálculo dos indicadores tiveram igualmente por base a metodologia seguida pelo AFMP, todavia este estudo não pretende evidenciar um ranking dos municípios, mas a apresentação ordenada por grandeza de valores, tendo por referência o ano de 2013. Tal como no AFMP, não apresentamos indicadores resultantes da contabilidade de custos, em virtude da falta ou fraca implementação deste sistema contabilístico. Outro aspeto a salientar é que, no presente estudo apenas serão analisados municípios, uma vez que, apenas estas entidades apresentam contas de acordo com o POCAL. No âmbito dos municípios, excluímos as empresas municipais por estarem sujeitas ao Sistema de Normalização Contabilística e os serviços municipalizados ou outras instituições, por questões de exequibilidade. Para o cálculo e análise dos indicadores, relativamente ao distrito de Setúbal, foi necessário a recolha dos principais documentos de prestação de contas dos municípios, nomeadamente, o Balanço, a Demonstração dos Resultados e os Mapas de Execução Orçamental de Receita e Despesa individuais. Os mapas recolhidos dizem respeito aos anos de 2012 e 2013 e foram obtidos nos respetivos sítios institucionais na Internet, onde os muni-

cípios devem publicitar os seus documentos de prestação de contas de acordo com o n.º 2 do artigo 79.º da Lei das Finanças Locais. A metodologia deste trabalho assenta numa análise de conteúdo procedendo-se à recolha e tratamento da informação mediante quadros e estatística descritiva. Dessa análise, obteve-se em cada indicador o valor individual de cada município. De seguida, apresenta-se uma breve caracterização dos municípios do distrito de Setúbal. Posteriormente, efetua-se a análise dos indicadores por município pela apresentação dos indicadores orçamentais, os quais tiveram por base os mapas de execução orçamental da receita e da despesa. De seguida, são apresentados os indicadores patrimoniais (económico-financeiros) tendo por base a análise do Balanço e Demonstração dos Resultados. Sendo que em cada tabela será apresentado a negrito a coluna pela qual são ordenados os municípios e tendo por base os dados de 2013. Contudo, para melhor evidenciar a evolução dos municípios em cada indicador, é apresentado igualmente o ano de 2012, o que permite obter a variação nos anos em análise.


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Breve Caracterização dos Municípios do Distrito de Setúbal COM uma área de 5095 km2 e cerca de 851.285 habitantes (Censos 2011), o distrito de Setúbal caracteriza-se por ter 13 municípios. Efetuando o enquadramento desses municípios nas três dimensões apresentadas no AFMP (Pequenos: população menor ou igual a 20.000 habitantes); Médios: população maior que 20.000 habitantes e menor ou igual a 100.000 habitantes; e Grandes: população superior a 100.000 habitantes), verificamos que o peso percentual dos municípios a nível nacional é maior nos de pequena dimensão, enquanto que no distrito de Setúbal, são os de média dimensão que

existem em maior número (Tabela 1). Continuando a apresentar uma breve análise ao distrito de Setúbal, pode constatar-se que a nível populacional quando comparamos a área com o número de habitantes, o distrito tem uma grande disparidade, mesmo quando essa análise se efetua em cada dimensão. Na Tabela 2 apresentamos, por município, a relação entre a área e o nº de habitantes, sendo visível que essa relação oscila entre cerca de 0,4 m2 em Almada e Barreiro e os 112,9 m2 em Alcácer do Sal. A nível do distrito verifica-se que essa relação se situa nos 5,99 m2 por habitante.

Tabela 1 – Comparação, por dimensão, dos municípios a nível nacional e do distrito de Setúbal

Municípios por dimensão a nível nacional

Municípios por dimensão no distrito de Setúbal

Tabela 2 – Comparação da área por número de habitantes dos Municípios do Distrito de Setúbal

Município

Áreas (Km2)

Nº de Habitantes (2011)

Área (m2) por habitante

Almada

70

174.030

0,40

Seixal

96

158.269

0,61

Setúbal

172

121.185

1,42

Total Grande Dimensão

338

453.484

0,75

Barreiro

32

78.764

0,41

Moita

55

66.029

0,83

Palmela

463

62.831

7,37

Montijo

348

51.222

6,79

Sesimbra

195

49.500

3,94

Santiago do Cacém

1.060

29.749

35,63

Total Média Dimensão

2.153

338.095

6,37

Alcochete

129

17.569

7,34

Grândola

807

14.826

54,43

Pequenos

179

58,1%

4

30,8%

Sines

203

14.238

14,26

Médios

106

34,4%

6

46,1%

Alcácer do Sal

1.465

13.046

112,29

Grandes

23

7,5%

3

23,1%

Total Pequena Dimensão

1139

46.633

24,42

Total

308

100,0%

13

100,0%

Total Distrito Setúbal

5.095

851.258

5,99

Análise à Execução Orçamental OS MAPAS de controlo orçamental da receita e despesa apresentam uma síntese da realização do orçamento previsto. A recolha de informação através desses mapas permitiu a elaboração de uma análise da performance orçamental e que de seguida se apresenta para os anos de 2012 e 2013. Na tabela 3, pode-se observar o total de receita cobrada por cada município, o grau de execução da receita face ao valor previsto, bem como a evolução da receita de 2012 para 2013. A tabela está ordenada pelo valor de receita cobrada em 2013. Como expectável no topo da lista evidenciam-se os municípios com maior número de habitantes, nomeadamente Seixal com 80.835.116€ de receita, Almada com 79.960.956€ e Setúbal com 63.932.384€. Por outro lado, com menor volume de receitas encontram-se os municípios com menor número de habitantes ou de zonas de maior interioridade. De 2012 para 2013 a posição dos municípios permaneceu particamente inalterada, apenas com o município do Barreiro a subir uma posição, fruto de um aumento na receita em cerca de 38,7%. Ao contrário da situação registada no biénio 20102011, a tendência de 2012 para 2013 consistiu num aumento geral do volume das receitas. Para além do município do Barreiro destaque para o município de Sesimbra com um aumento de 25,8% e para Palmela com 9,7%. No sentido contrário, Santiago do Cacém e Setúbal foram os municípios com maior queda percentual, respetivamente em 4,1% e 3,6%. Embora não expresso na tabela, o total de receitas dos municípios do distrito de Setúbal ascende em 2012 a 506,1 milhões de euros (6,6% do total nacional) e em 2013 a 540,3 milhões de euros (6,9% do total nacional). A evolução média no distrito foi de 6,7%, o que representa um aumento superior à média nacional que se situou nos 1,2%. No que toca ao grau de execução das

receitas previstas, em 2013, Almada, Palmela e Moita foram os municípios que melhor cumpriram com os objetivos previsionais, apresentando uma execução acima dos 90%. No sentido inverso, Setúbal apresentou um nível de receita cobrada de apenas 48,4% das receitas previstas, apesar de o valor total de receita não estar muito distante da média dos últimos anos. O grau de execução médio do distrito foi de 68,7% e de 78,5%, em 2012 e 2013 respetivamente, situando-se em ambos os anos acima da média nacional (59,1% e 64,6%). A tabela 4 evidencia as receitas próprias por município, estando ordenada pela coluna de receita própria cobrada em 2013. As receitas próprias representam as receitas que são atribuíveis ao município (impostos diretos, impostos indiretos, taxas, venda de bens e serviços, entre outras), retirando-se as receitas provenientes de transferência do Estado (correntes e de capital), bem como, as decorrentes de passivos financeiros (financiamentos contraídos a instituições financeiras). Uma breve análise aos dados da tabela 4 permite evidenciar que os municípios apresentam uma posição semelhante à verificada no total de receitas, sendo Palmela o município com uma maior variação em 2013, passando de 6º no total de receitas para o 4º lugar no nível de receitas próprias. A evolução média no nível de receitas próprias foi de 5,9%, ligeiramente abaixo do crescimento das receitas totais. Os municípios de Alcácer do Sal (29,7%), Palmela (15,7%) e Moita (15,0%) foram aqueles que registaram um maior aumento percentual, enquanto Sines destacou-se com a maior quebra nas receitas próprias (-9,6%). Os graus de execução da receita própria são, no geral, semelhantes aos verificados na tabela anterior. Contudo, deve-se destacar o município do Seixal que apresenta, em 2013, um grau de execução da receita própria ��

Tabela 3 – Receita Cobrada e Grau de Execução 2012-2013

Municípios

2012

2013

Evolução

Valor (€)

Grau de Execução

Valor (€)

Grau de Execução

Valor (€)

%

Seixal

79.383.867

68,0%

80.835.116

59,2%

1.451.249

1,8%

Almada

78.593.908

93,1%

79.960.956

97,2%

1.367.048

1,7%

Setúbal

66.324.518

50,2%

63.932.384

48,4%

-2.392.134

-3,6%

Sesimbra

42.888.827

61,7%

53.958.942

77,8%

11.070.115

25,8%

Barreiro

37.419.839

62,4%

51.895.109

84,0%

14.475.270 38,7%

Palmela

40.979.810

76,0%

44.972.226

95,5%

3.992.416

9,7%

Moita

30.510.226

87,6%

31.449.466

93,7%

939.240

3,1%

Sines

28.238.646

50,0%

30.399.615

66,4%

2.160.969

7,7%

Montijo

27.508.167

75,9%

27.243.437

88,8%

-264.730

-1,0%

Santiago do Cacém

25.088.700 67,4%

24.066.861

73,7%

-1.021.839

-4,1%

Grândola

19.502.013

69,9%

20.988.916

85,6%

1.486.903

7,6%

Alcácer do Sal

17.161.415

69,9%

18.474.317

83,1%

1.312.902

7,7%

Alcochete

12.508.283

61,5%

12.088.230

66,7%

-420.053

-3,4%

Média Distrital

38.931.401

68,7%

41.558.890

78,5%

2.627.489

6,7%

Tabela 4 – Receita Própria Cobrada e Grau de Execução 2012-2013

Municípios

Seixal

2012

2013

Evolução

Valor (€)

Grau de Execução

Valor (€)

Grau de Execução

Valor (€)

%

62.941.271

67,7%

65.701.530

82,8%

2.760.259

4,4%

Almada

54.014.479 100,2%

55.866.340

98,6%

1.851.861

3,4%

Setúbal

44.003.263 40,9%

44.878.764

41,7%

875.501

2,0%

Palmela

27.205.445 65,2%

31.472.246

96,9%

4.266.801

15,7%

Sesimbra

28.288.511

67,5%

30.893.894

72,7%

2.605.383

9,2%

Barreiro

26.314.379

55,6%

28.090.821

81,1%

1.776.442

6,8%

Moita

17.253.302

85,5%

19.847.545

94,7%

2.594.243

15,0%

Montijo

16.587.982

81,5%

16.526.053

88,9%

-61.929

-0,4%

Sines

13.746.681

40,6%

12.423.880

54,1%

-1.322.801

-9,6%

Grândola

10.530.098 76,7%

11.543.347

87,9%

1.013.249

9,6%

Santiago do Cacém

10.648.152

57,0%

10.825.945

63,1%

177.793

1,7%

Alcácer do Sal

6.415.023

59,3%

8.321.509

83,9%

1.906.486

29,7%

Alcochete

7.485.517

52,9%

8.144.399

61,5%

658.882

8,8%

Média Distrital

25.033.393 65,4%

26.502.790

77,5%

1.469.398

5,9%


20

Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com

DOSSIER AUTARQUIAS Figura 1

��

de 82,8% face a um grau de execução total de 59,2%. Esta situação evidencia o bom nível de independência financeira (peso das receitas próprias) do município, o que se comprova na figura 1. De referir ainda o baixo grau de concretização das receitas próprias nos municípios de Setúbal (41,7%) e de Sines (54,1%). Através da figura 1 pode-se observar o nível de independência financeira dos municípios do distrito de Setúbal no biénio 2012-2013. Tal como referido anteriormente, o município do Seixal apresenta nos dois anos em análise o maior peso de receitas próprias face ao total de receita cobrada, sendo que em 2013 esse nível situa-se nos 81,3%. Com maior nível de independência financeira seguem-se os municípios de Setúbal, Palmela e Almada, sendo elucidativo de que os municípios mais urbanos evidenciam uma maior capacidade de captar receita. Em 2013, com um peso de receitas próprias inferior a 50% temos os municípios de Sines (40,9%), Santiago do Cacém (45,0%) e Alcácer do Sal (45,0%), sendo que a média distrital se situou nos 60,0%. Em termos de evolução, os municípios do Barreiro e de Sesimbra tiveram as maiores quebras, o que permite também evidenciar que o seu aumento no total de receitas deveu-se a receitas provenientes de transferências do Estado ou de passivos financeiros. A tabela 5 evidencia o total de despesa executada, ou seja, a despesa paga no exercício, bem como o seu grau de execução face às previsões. O nível de despesa paga está inevitavelmente associado à capacidade do município na obtenção de receitas. Neste sentido, pode-se verificar e tendo o valor de despesa paga em 2013 como referência, que a ordenação dos municípios é praticamente idêntica à da receita cobrada. Exceção para os municípios da Moita e Sines que trocam de posições no valor de despesa face à sua posição na tabela da receita cobrada. Desta forma, no topo da listagem de despesa encontra-se o município do Seixal com perto de 80 milhões de euros, sendo que o município de Alcochete encerra o índice com cerca de 12,4 milhões de euros. Em 2013, os municípios do distrito de Setúbal apresentam uma média de despesa paga de 40.194.476€, valor esse, inferior à média de receita (41.588.890€). No total a despesa paga pelos municípios do distrito ascendeu em 2012 a 499,9 milhões de euros (6,6% do total nacional) e em 2013 a 522,5 milhões (6,8% do total na-

cional). Em termos evolutivos, a despesa paga cresceu em média 4,5%, representado um aumento percentual inferior ao aumento da receita (6,7%). A nível nacional a despesa paga cresceu em 1,5% para um crescimento de receita cobrada de 1,2%. Através de uma análise individual aos municípios pode-se observar que tal como na receita, os municípios do Barreiro e Sesimbra apresentam o maior crescimento relativo na despesa paga. Importa salientar, o município de Palmela que apresentou um crescimento na receita de 9,7% e uma diminuição da despesa em 1,4%. A maior descida percentual no valor de despesa paga ocorreu no município de Setúbal com uma quebra de 7,6%. Por fim, no que toca ao grau de execução, os municípios de Almada e Moita apresentam um nível de cumprimento do orçamento de despesa acima de 90%, enquanto o município de Setúbal apenas concretizou 47,0% da despesa prevista (em sintonia com o nível de cobrança de receita de 48,4%). Comparando os graus médios de execução da despesa no biénio 20122013, os municípios do distrito de Setúbal apresentaram em 2012 um grau de execução de 67,4% e de 75,6% em 2013, representando níveis de execução superiores às médias nacionais de 63,3% (2012) e 68,6% (2013) registadas nos mesmos períodos. A tabela 6 detalha a despesa paga separando-a em despesa corrente (ex.: despesa com pessoal, despesa com bens e serviços) e despesa de capital (ex.: aquisição de bens duradouros, despesas com financiamentos de médio longo prazo). Na tabela os municípios encontram-se ordenados pelo total de despesa corrente em 2013. De acordo com os mapas anteriores podemos verificar que o município do Seixal apresenta em 2013 o maior valor de despesa corrente (61.799.583€) seguido de Almada (56.153.681€). Em 2012, as posições de ambos os municípios era inversa, assim como a posição de ambos no total de despesas de capital em 2013. Esta situação é justificada essencialmente por um aumento significativo (38,5%) da despesa corrente no município do Seixal em detrimento de uma diminuição acentuada na despesa de capital (-47,4%). Os municípios de Sesimbra e do Barreiro registaram igualmente aumentos significativos na despesa corrente, 30,1% e 27,3%, respetivamente. O município do Barreiro registou ainda o maior aumento na despesa de capital, a qual quase duplicou. Por outro lado, a despesa corrente apenas de-

Tabela 5 – Despesa Paga e Grau de Execução 2012-2013

Municípios

Seixal

2012

2013

Evolução

Valor (€)

Grau de Execução

Valor (€)

Grau de Execução

Valor (€)

%

79.191.317

67,9%

79.998.309

58,5%

806.992

1,0%

Almada

78.070.954 92,5%

75.228.442

91,5%

-2.842.512

-3,6%

Setúbal

67.301.022 50,9%

62.182.369

47,0%

-5.118.653

-7,6%

Sesimbra

42.812.024

61,6%

53.945.074

77,8%

11.133.050

26,0%

Barreiro

36.427.715

60,7%

50.825.446

82,3%

14.397.731

39,5%

Palmela

41.121.663

76,3%

40.560.086

86,1%

-561.577

-1,4%

47,8%

Sines

27.011.097

30.698.258

67,1%

3.687.161

13,7%

Moita

29.643.947 85,1%

30.575.719

91,1%

931.772

3,1%

Montijo

26.256.341

72,5%

25.074.212

81,7%

-1.182.129

-4,5%

Santiago do Cacém

25.016.304 67,2%

23.928.993

73,2%

-1.087.311

-4,3%

Grândola

18.012.563

64,6%

20.105.624

82,0%

2.093.061

11,6%

Alcácer do Sal

16.491.872

67,2%

17.027.682

76,6%

535.810

3,2%

Alcochete

12.501.390

61,5%

12.377.978

68,3%

-123.412

-1,0%

Média Distrital

38.450.631

67,4%

40.194.476

75,6%

1.743.845

4,5%

Tabela 6 – Despesa Corrente e de Capital 2012-2013

Municípios

2012

2013

Evolução

Corrente (€)

Capital (€)

Corrente (€)

Seixal

44.605.117

34.586.200

Almada

52.971.765

25.099.189

Capital (€)

Corrente

Capital

61.799.583

18.198.726

38,5%

-47,4%

56.153.681

19.074.761

6,0%

-24,0%

Setúbal

44.744.276

22.556.746

44.536.642

17.645.727

-0,5%

-21,8%

Sesimbra

28.092.275

14.719.749

36.555.002

17.390.072

30,1%

18,1%

Barreiro

28.587.580

7.840.135

36.398.320

14.427.126

27,3%

84,0%

Palmela

31.905.500

9.216.163

34.660.860

5.899.226

8,6%

-36,0%

Moita

22.939.285

6.704.662

24.566.373

6.009.346

7,1%

-10,4%

Montijo

21.532.842

4.723.499

21.822.113

3.252.099

1,3%

-31,2%

Santiago do Cacém

19.657.752

5.358.552

18.931.320

4.997.673

-3,7%

-6,7%

Sines

15.250.594

11.760.503

17.128.958

13.569.300

12,3%

15,4%

Grândola

14.115.779

3.896.784

14.999.504

5.106.120

6,3%

31,0%

Alcácer do Sal

13.174.955

3.316.917

13.726.909

3.300.773

4,2%

-0,5%

Alcochete

9.634.108

2.867.282

10.135.884

2.242.094

5,2%

-21,8%

Média Distrital

26.708.602

11.742.029

30.108.858

10.085.619

12,7%

-14,1%

cresceu nos municípios de Santiago do Cacém (-3,7%) e de Setúbal (-0,5%), enquanto a maioria dos municípios diminuíram a sua despesa de capital. Para além do município do Seixal, os municípios de Palmela (-31,2%), Almada (-24,0%), Setúbal (-21,8%) e Alcochete (-21,8%) registaram uma diminuição acentuada nas despesas de capital. Em termos gerais pode-se observar que as despesas de investimento e financiamento (capital) decresceram (-14,1%), sendo o orçamento de despesa fundamentalmen-

te aplicado em despesa corrente (+12,7%). Esta tendência de variação da despesa está de acordo com a média nacional, onde a despesa corrente apresenta um crescimento de 7,2% e a despesa de capital uma diminuição de 8,4%. A tabela 7 contempla dois indicadores de extrema importância na análise da performance orçamental. O primeiro indicador representa o grau de execução da receita liquidada face às despesas comprometidas, sendo que receita liquidada é toda aquela que foi emitida (reconheci��


21

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��

do o direito a receber) e a despesa comprometida (apenas assente no ano corrente), é a despesa que terá de ser paga pelo município no ano em análise ou nos anos seguintes. Assim, é um rácio de grande importância porque permite aferir da capacidade que o município terá em pagar os seus compromissos com a receita liquidada. Historicamente estes rácios têm mostrado uma relação deficitária. No biénio anterior de 20102011 a média distrital situava-se nos 77,2% em 2010 e 79,2% em 2011. No biénio em análise, a média de cobertura da despesa comprometida pelas receitas liquidadas, subiu em 2012 para 81,6% e em 2013 para 89,9%. Para esta situação não é a alheia a aplicação da Lei dos Compromissos em 2012 que veio condicionar a assunção de compromissos à perspetiva de obtenção de receitas no curto prazo. Neste sentido, os municípios que aplicaram a legislação de forma mais rigorosa, promoveram uma aproxi-

mação entre os compromissos que assumiram e a receita que liquidaram, aproximando este rácio dos 100%. Numa análise individual ao rácio por município, verificamos que em 2013 os municípios do Montijo e Palmela apresentam um rácio superior a 100%, logo as suas receitas liquidadas excederam os compromissos assumidos relativos ao ano corrente. Dos restantes municípios, dez apresentam um rácio acima dos 80%, sendo que o município de Setúbal apresenta o menor grau de cobertura com apenas 57,3%. Quanto ao segundo indicador, representando o grau de cobertura da receita cobrada relativamente à despesa paga é expectável que o rácio ronde os 100%. Esta situação decorre de os pagamentos de despesas estarem dependentes do recebimento das receitas liquidadas, o que pode ser comprovado pela tabela 7 e onde o grau de cobertura médio em 2013 atinge os 103,4%.

Tabela 7 – Grau de Cobertura da Despesa pela Receita 2012-2013

Municípios Indicadores

Grau de execução da receita liquidada re- Grau de execução da receita cobrada lativamente às despesas comprometidas relativamente à despesa paga 2012

2013

2012

2013

Montijo

94,1%

107,0%

104,8%

108,7%

Palmela

83,1%

102,7%

99,7%

110,9%

Moita

99,9%

99,3%

102,9%

102,9%

Almada

94,3%

99,3%

100,7%

106,3%

Alcácer do Sal

83,1%

92,9%

104,1%

108,5%

Alcochete

94,5%

92,3%

100,1%

97,7%

Grândola

85,3%

90,2%

108,3%

104,4%

Barreiro

73,1%

89,0%

102,7%

102,1%

Sines

80,3%

87,7%

104,5%

99,0%

Sesimbra

68,5%

86,1%

100,2%

100,0%

Seixal

65,0%

84,0%

100,2%

101,0%

Santiago do Cacém

76,7%

81,8%

100,3%

100,6%

Setúbal

62,6%

57,3%

98,5%

102,8%

Média Distrital

81,6%

89,9%

102,1%

103,4%

Análise Económico-Financeira (Patrimonial) AO NÍVEL do ativo total que, representa o volume de investimento na atividade dos municípios, verificamos que Almada, Setúbal e Seixal são os municípios que exigem mais fontes de financiamento, conforme expectável, dadas as suas dimensões. Para além disso, observa-se que foi nos municípios de Sines (14,2%) e de Alcochete (12,1%), onde o volume de investimento aumentou mais em termos percentuais de 2012 para 2013. Salienta-se ainda que no município do Seixal, no mesmo período, se verificou um desinvestimento na ordem dos 9,8%. A média de crescimento do ativo dos municípios do distrito de Setúbal durante os anos analisados foi de 1,4%. Relativamente à análise comparativa do peso percentual dos Bens do Domínio Público (BDP) no Ativo de todos os municípios do distrito de Setúbal, verifica-se que em termos de média, o seu peso, em 2013, é cerca de 18%, todavia, não há um comportamento homogéneo ao nível de cada município, sendo visível, por valores extremos, que em 2013, os BDP em Palmela representam 41,4% do Ativo, enquanto que no Barreiro, o seu valor é de 6,2%. Contudo, salienta-se relativamente a este município que apresenta o valor mais baixo dos BDP no distrito de Setúbal nos dois anos em análise, que a sua evolução de 2012 para 2013, se situa nos 109,6% e atinge atualmente o montante de 5.458.481€, sendo a média do distrito no mesmo período de 26.285.030€. (tabela 9). No que diz respeito à estrutura das fontes de financiamento (tabela 10) podemos observar que de 2012 para 2013 verificou-se um aumento no endividamento geral dos municípios do distrito de 0,7%, evolução esta abaixo do aumento médio do valor do ativo (1,4%). A maioria dos municípios do distrito (8) tem o passivo inferior à média distrital. Já numa análise evolutiva de 2012 para 2013, verificamos que o montante do passivo cresceu em 5 municípios, sendo o crescimento mais significativo no município de Sines (25.5%).

Analisando o comportamento dos fundos próprios, verificamos que em 2013, a média do distrito se situa nos 94.176.272€, o que representa face ao ano anterior, um crescimento de 1,8% e corresponde a um financiamento médio do distrito, via fundos próprios, de 65,1%. Detalhando a análise por município, embora se verifique que 8 municípios apresentam fundos próprios abaixo da média distrital, em apenas 4 o financiamento do ativo por fundos próprios, é inferior a 50%. Em termos evolutivos, de 2012 para 2013, os fundos próprios apenas desceram em 2 municípios, Seixal (-13,9%) e Palmela (-1.4%). A evolução mais significativa ao nível dos fundos próprios nos dois anos analisados verificou-se em Alcochete, onde o aumento verificado atinge 20,8%. Nas figuras 2 e 3, apresenta-se uma análise relativa do passivo, tendo em conta o seu peso no total de ativo e o seu valor por habitante. Na análise gráfica os municípios do distrito de Setúbal encontram-se ordenados tendo por base o ano de 2013. Através da figura 2 podemos verificar que o peso do passivo, regra geral, manteve-se no mesmo nível de 2012 para 2013, sendo que a média distrital desceu ligeiramente de 35,1% para 34,9%. Os municípios do Seixal e Alcochete continuam a apresentar em 2013 a maior percentagem de passivo, respetivamente 61,7% e 55,8%. Por outro lado, o município da Moita continua a apresentar o menor índice, com apenas 16%. Em termos evolutivos, destaque positivo para os municípios de Alcochete e Barreiro que apresentaram uma maior diminuição no peso do passivo. Ao invés, o município de Sines foi aquele que registou um maior aumento, passando de 47,2% em 2012 para 51,9% em 2013. Analisando o passivo por habitante na figura 3 verificamos que o município de Sines apresenta um rácio bastante elevado quando comparado com os restantes municípios. O município de Sines foi de resto o que mais cresceu, passando de 3.644€ por habitante (2012) para 4.574€ por habitante (2013). Nos restantes mu��

Tabela 8 – Análise do Ativo Total 2012-2013

Municípios

2012

2013

Evolução

Almada

376.428.344

375.701.226

-0,2%

Setúbal

337.414.133

347.239.291

2,9%

Seixal

183.126.779

165.102.651

-9,8%

Sesimbra

149.331.708

155.538.935

4,2%

Moita

152.093.862

152.024.498

0,0%

Palmela

144.991.925

143.222.212

-1,2%

Tabela 9 – Análise comparativa dos Bens de Domínio Público com o Ativo Total 2012-2013

Municípios

2012

2013

Evolução

BDP (€)

% BDP s/Ativo Total

BDP (€)

% BDP s/Ativo Total

BDP

Palmela

65.511.820

45,2%

59.283.640

41,4%

-9,5%

Santiago do Cacém

22.603.613

33,9%

23.853.501

35,5%

5,5%

Sines

37.601.395

34,2%

41.512.590

33,1%

10,4%

Grândola

18.640.064

30,8%

18.631.698

30,5%

0,0%

Moita

48.263.588

31,7%

44.853.279

29,5%

-7,1%

Alcácer do Sal

13.505.288

23,4%

14.456.596

25,0%

7,0%

Alcochete

7.359.075

20,7%

8.503.623

21,3%

15,6%

Sesimbra

23.150.655

15,5%

23.548.321

15,1%

1,7%

Almada

61.455.507

16,3%

44.959.288

12,0%

-26,8%

Setúbal

42.685.922

12,7%

37.667.203

10,8%

-11,8%

Montijo

8.145.558

8,7%

7.572.197

7,5%

-7,0%

Seixal

11.657.341

6,4%

11.402.966

6,9%

-2,2%

Barreiro

2.604.244

3,0%

5.458.481

6,2%

109,6%

Média Distrital

27.937.391

19,6%

26.285.030

18,2%

-5,9%

70,0% 60,0%

Figura 2 Peso do passivo 2012/2013

50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0%

2012 2013


22

Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com

DOSSIER AUTARQUIAS ��

nicípios a evolução no biénio 2012-2013 não se apresenta significativa. Destaque para o município da Moita que apresenta o menor índice em 2013, com apenas 369€ de passivo por habitante, o que vem reforçar a análise já efetuada ao nível do peso do passivo. De acordo com a Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro, considera-se pagamentos em atraso, aqueles que excedam um Prazo Médio de Pagamento (PMP) a fornecedores de 90 dias. Desta forma apresenta-se na tabela 11 os PMP dos municípios do distrito de Setúbal no final de 2012 e 2013, e cuja informação foi obtida no sítio da internet da Direção Geral das Autarquias Locais (DGAL). Analisando a média distrital podemos observar que o PMP é muito superior aos 90 dias. Em 2012 o PMP era de 366 dias, tendo decrescido ligeiramente em 2013 para 340 dias. Comparando com o biénio anterior (2010-2011), em 2012 o PMP duplicou de valor, sendo que em 2011 era de 183 dias. Por outro lado, se compararmos os dados de 2012-2013 com a média nacional constatamos que a média do distrito de Setúbal está bastante acima. O PMP a nível nacional situava-se nos 122 dias em 2012 e nos 85 dias em 2013. Assim, podemos constatar que apenas 5 dos municípios do distrito se encontram abaixo dos 90 dias, mantendo-se o município de Almada com o menor PMP, nomeadamente de 12 dias. Em sentido contrário, o município do Seixal continua a apresentar o maior PMP, o qual foi em 2013 de 559 dias. Destaque ainda para a substancial redução do PMP nos municípios do Barreiro (-315 dias) e de Sesimbra (-158 dias). Em termos de dias, as maiores subidas registaram-se nos municípios de Alcochete e Setúbal, com um aumento de 96 e 94 dias, respectivamente. Na tabela 12 é apresentada a análise do passivo financeiro (financiamento junto de instituições financeiras) para o biénio 2012-2013. Em termos médios, o passivo financeiro desceu 7,0% no distrito. O município de Setúbal apresenta o maior valor de passivo financeiro em 2013 (44.039.116€), enquanto o município da Moita regista apenas 110.660€. Este município apresenta mesmo a maior queda percentual de passivo financeiro (-99,5%). As maiores subidas percentuais aconteceram nos municípios do Barreiro e Sesimbra, respetivamente de 49,4% e 42,4%. Estes municípios foram igualmente os que mais reduziram os seus PMP, o que permite evidenciar que o aumento do passivo financeiro foi em parte aplicado no pagamento de dívidas a fornecedores.

Ao nível dos resultados, tanto operacionais como líquidos, verifica-se que os municípios do Barreiro, Setúbal e Seixal, são os que apresentam os melhores valores no ano de 2013. Em simultâneo, verifica-se que em 7 municípios, houve uma evolução positiva na atividade, refletida em melhores resultados. Assim, em 2013 constata-se que 8 municípios (62%) apresentaram resultados operacionais e líquidos positivos. Para além disso, observa-se que os municípios de Alcácer do Sal, Almada e Santiago do Cacém, embora tenham resultados operacionais negativos, apresentam resultados líquidos positivos, o que significa que apenas 2 dos 13 municípios apresentam resultados globais da atividade negativos. Se analisarmos também a evolução da média distrital dos resultados operacionais e líquidos de 2012 para 2013 verificamos que ao nível dos primeiros há uma evolução favorável de 8,2%, enquanto que os segundos apresentam uma descida que ronda os 3,4 %. No que diz respeito, ao resultado operacional por habitante, houve uma evolução positiva em 7 municípios (Barreiro, Seixal, Alcochete, Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Grândola e Palmela). De destacar também que, com exceção de Sines, os restantes municípios que apresentavam valores negativos em 2012 tiveram uma evolução bastante favorável, o que confirma uma melhor gestão económica dos recursos destas entidades. Relativamente à análise da evolução dos custos totais, verifica-se que em 4 municípios existiu uma diminuição dos gastos necessários para o funcionamento da atividade. Para além disso, constatamos que em 6 dos municípios se verificou um aumento residual desta rubrica económica que não ultrapassou os 5,5%. Apenas Sines, Montijo e Grândola apresentam um crescimento maior dos custos totais da atividade, apresentando uma evolução de 42%, 11,4% e 11,3%, respetivamente. Consequência da evolução verificada nos custos totais de cada município do distrito, nos dois anos analisados, constata-se, ao nível da média do distrito, que embora haja globalmente um aumento no seu valor, ele representa apenas 2,4%. Como se pode verificar pelo quadro anterior, a rubrica relativa aos custos com pessoal tem um grande peso na estrutura de custos dos municípios do distrito de Setúbal. Em 2012, 8 deles, representam mais de 50% do total de custos da atividade. Em 2013, são 7 os municípios em que os custos com pessoal, ultrapassam também os 50%. Constata-se, nos dois anos em análise que, em termos de média, o seu peso ronda os 58%, todavia, não há um comportamento homogéneo ao nível de cada município, sendo visível, por valores extremos, em 2013, que em Alcochete representam 83% dos custos totais, enquanto, que em Almada, o seu valor é de 39,2%. Para além disso, observa-se que de 2012 para 2013, apenas 1 município, o Seixal (-2,3%), diminuiu os custos com pessoal. Dos municípios que aumentaram os seus custos com pessoal, destacam-se Montijo (17,5%), Setúbal (14,4%), Almada (14,1%) e Grândola (12,8%).

Figura 3 Passivo por Habitante 2012/2013

5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000

2012

1.500

2013

1.000 500 0

Tabela 10 – Análise do Passivo Total e dos Fundos Próprios 2012-2013

Municípios

2012

2013

Evolução

Passivo (€)

Fundos Próprios (€)

Passivo (€)

Setúbal

126.937.623

210.476.510

Seixal

109.800.203 73.326.577

Fundos Próprios (€)

Passivo

Fundos Próprios

130.666.068 216.573.223

2,9%

2,9%

101.936.746

-7,2%

-13,9%

63.165.904

Almada

81.693.508

294.734.836

80.256.997

295.444.229

-1,8%

0,2%

Sines

51.889.740

57.993.095

65.121.760

60.315.907

25,5%

4,0%

Sesimbra

50.860.695

98.471.013

53.846.555

101.692.380

5,9%

3,3%

Barreiro

48.237.349

37.654.604

45.838.885

42.678.055

-5,0%

13,3%

Palmela

37.563.585

107.428.340

37.304.608

105.917.604

-0,7%

-1,4%

Santiago do Cacém

32.543.956

34.222.143

31.773.858

35.327.372

-2,4%

3,2%

Grândola

25.146.803

35.407.555

25.327.880

35.761.644

0,7%

1,0%

Montijo

25.788.785

68.130.741

24.813.665

76.175.045

-3,8%

11,8%

Moita

27.118.041

124.975.821

24.381.202

127.643.297

-10,1%

2,1%

Alcochete

20.984.276

14.603.579

22.256.188

17.634.667

6,1%

20,8%

Alcácer do Sal

12.583.153

45.190.897

11.867.067

45.962.202

-5,7%

1,7%

Média Distrital

50.088.441

92.508.901

50.414.884

94.176.272

0,7%

1,8%

Tabela 11 – Análise dos Prazos Médios de Pagamentos 2012-2013

Municípios

2012

2013

Evolução Dias

%

Seixal

575

559

-16

-2,8%

Setúbal

268

362

94

35,1%

Alcochete

257

353

96

37,4%

Barreiro

523

208

-315

-60,2%

Santiago do Cacém

132

193

61

46,2%

Palmela

140

171

31

22,1%

Sesimbra

304

146

-158

-52,0%

Grândola

75

124

49

65,3%

Moita

139

117

-22

-15,8%

Montijo

155

72

-83

-53,5%

Sines

121

68

-53

-43,8%

Alcácer do Sal

45

19

-26

-57,8%

Almada

11

12

1

9,1%

Média Distrital

366

340

-26

-7,1%


23

Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Figura 4 Resultado Operacional por Habitante 2012/2013 200 100 0

Tabela 12 – Análise do Passivo Financeiro 2001-2013

Municípios

2012

2013

Evolução

Setúbal

48.507.760

44.039.116

-9,2%

Almada

39.858.899

38.126.302

-4,3%

-100 -200

Seixal

39.530.475

34.408.820

-13,0%

Barreiro

16.329.170

23.250.167

42,4%

100

Sesimbra

15.349.678

22.936.082

49,4%

-400 -500 0

Palmela

18.086.424

19.079.853

5,5%

Sines

12.643.617

14.201.209

12,3%

Santiago do Cacém

13.006.549

11.545.549

-11,2%

Montijo

11.941.560

11.123.569

-6,8%

Grândola

8.335.226

8.888.750

6,6%

-300 -400

Alcochete

6.045.082

5.402.543

-10,6%

617.305

471.804

-23,6%

Moita

21.047.300

110.660

-99,5%

Média Distrital

19.330.851

17.968.187

-7,0%

-600 -100 -700 -200

2012

-500

2013

Tabela 13 - Análise dos Resultados Operacionais e Líquidos 2012-2013

Municípios

-600 -700

Tabela 14 - Análise dos Custos Totais 2012-2013

2013

-300 200

Alcácer do Sal

2012

2012

2013

Evolução

Resultado Operacional

Resultado Líquido

Resultado Operacional

Resultado Líquido

Resultado Operacional

Resultado Líquido

Barreiro

5.351.891

4.677.290

5.588.919

6.312.596

4,4%

35,0%

Municípios

2012

2013

Evolução

Setúbal

7.359.268

6.394.055

6.110.898

5.140.793

-17,0%

-19,6%

Seixal

88.679.484

86.314.369

-2,7%

Seixal

11.954.280

7.001.019

14.710.617

4.645.270

23,1%

-33,6%

Almada

79.594.678

72.466.042

-9,0%

Moita

3.188.415

2.809.291

3.172.349

2.587.240

-0,5%

-7,9%

Setúbal

57.880.784

60.941.224

5,3%

Alcochete

-1.382.213

-804.946

1.786.704

2.235.158

229,3%

377,7%

Palmela

43.209.131

42.874.368

-0,8%

Sesimbra

-1.672.978

-740.381

982.491

1.929.796

158,7%

360,6%

Sesimbra

36.348.534

38.349.934

5,5%

-2.830.873

-1.759.448

-27.244

823.294

99,0%

146,8%

Barreiro

33.479.489

34.362.500

2,6%

Alcácer do Sal

Sines

21.085.899

29.940.153

42,0%

Montijo

3.090.125

2.798.125

1.302.254

763.281

-57,9%

-72,7%

Moita

27.431.806

28.886.729

5,3%

Almada

2.758.806

4.515.881

-1.290.233

564.913

-146,8%

-87,5%

Montijo

22.515.070

25.091.316

11,4%

Santiago do Cacém

-963.202

-224.347

-187.632

342.777

80,5%

252,8%

Santiago do Cacém

22.475.471

22.554.692

0,4%

Grândola

-458.006

-139.672

106.012

240.551

123,1%

272,2%

Grândola

17.337.145

19.290.231

11,3%

Palmela

-5.231.068

-5.132.779

-1.419.681

-2.141.760

72,9%

58,3%

Alcácer do Sal

16.482.686

16.404.797

-0,5%

Alcochete

11.737.613

12.215.654

4,1%

Média Distrital

36.789.215

37.668.771

2,4%

Sines

-275.488

829.110

-8.225.906

-10.110.002

-2885,9%

-1319,4%

Média Distrital

1.606.998

1.555.631

1.739.351

1.025.685

8,2%

-34,1%

Conclusão A ANÁLISE efetuada assenta na recolha de informação orçamental e financeira que foi divulgada pelos municípios nos seus Relatórios e Contas anuais de 2012 e 2013. A hierarquia dos municípios, nas tabelas apresentadas, resulta no geral, de níveis diferentes de grandeza. Por exemplo, é expectável que os municípios de maior dimensão apresentem maior nível de receitas, despesas, ativos ou passivos. Contudo, algumas tabelas e gráficos são ordenados por valores relativos, tendo em conta o peso de uma determinada rubrica ou o seu valor por habitante. Para além disso, o presente estudo serve como uma síntese dos principais dados

Pub.

orçamentais e patrimoniais, não sendo âmbito a análise individualizada de decisões municipais ou eventos particulares que possam ter produzido efeito sobre a performance de um município. Assim, e de uma forma genérica, podemos resumir que no biénio de 2012-2013, os municípios do distrito de Setúbal registaram, em média, um ligeiro aumento das receitas cobradas, o qual permitiu um aumento, embora menor, da despesa realizada (paga). Por outro lado, salienta-se o aumento no nível de concretização das previsões iniciais, sendo que a nível da receita cobrada, o grau de execução subiu perto de dez pontos percentuais. Finalmente, destaca-

-se como positivo na performance orçamental, o aumento do grau de cobertura das despesas comprometidas pelas receitas liquidadas, o que aparenta ser uma consequência direta da aplicação das Lei dos compromissos. A nível patrimonial, o aumento do Ativo foi residual (1,4%), mas acima do aumento do passivo (0,7%). A parte da dívida dos municípios relativa a passivo financeiro, bem como os seus PMP, sofreram uma descida de cerca de 7,0%. Contudo, destaca-se pela negativa a manutenção no distrito de PMP bastante acima da média nacional. De facto, em comparação com o biénio anterior (2010-2011), o valor médio do PMP pra-

ticamente duplicou. Já a nível económico, o nível de resultados operacionais aumentou em 2013, embora não se tenha traduzido num aumento do nível de resultados líquidos, o que pode evidenciar o peso do custo da dívida nos municípios analisados, eventualmente em virtude das taxas de juro atuais serem superiores. Por fim, de referir que os custos com pessoal, sofreram um aumento de 5,3% de 2012 para 2013. Este estudo foi realizado para o Semmais por uma equipa de docentes da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Poliotécnico de Setúbal



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