Semmais 17 dezembro 2016

Page 1

Banner_Setúbal_Natal_Art_final.pdf

1

24/11/16

11:44

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

semmais

Sábado 17 | Dezembro | 2016 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 930 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

S​ EMINÁRIO DE SETÚBAL DEBATEU DESAFIOS NO COMBATE PARA A IGUALDADE​ Foi o primeiro seminário integrado no “Roteiro para a Cidadania” que vai percorrer o país, numa iniciativa da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade. A organização foi do Semmais e da Animar, juntou cerca de 200 participantes e um painel de luxo. Tudo isto, num formato inédito, de conversas traçadas e num espaço especial, a Igreja do Convento de Jesus.

PÁGINAS 20-21

GALA SEMMAIS DISTINGUIU PERSONALIDADES, EMPRESAS E INSTITUIÇÕES DA REGIÃO Os prémios Semmais foram entregues, quinta-feira, na Casa Ermelinda Freitas, numa gala que distinguiu doze personalidades do distrito, de diversas áreas, três empresas e três instituições. Os galardões, da autoria do designer Vítor Santos, pretendem destacar percursos de vida, bem como o papel, desempenho e missão dos que honram a região e contribuem para o seu desenvolvimento.

PÁGINAS CENTRAIS 11-14

BOAS FESTAS!

Esta é a última edição do presente ano. Uma paragem técnica nas datas festivas que se aproximam e para preparação do novo ano, no refrescamento gráfico e editorial do projeto. Voltamos na segunda quinzena de Janeiro.

PUBLICIDADE

Natal em Grândola 2016

1 DE DEZEMBRO A 1 DE JANEIRO Faça as suas compras no Concelho

www.cm-grandola.pt

MERCADINHO . ANIMAÇÃO DE RUA . CONCERTOS ANIMAÇÃO INFANTIL . CINEMA . CASINHA DO NATAL ESPETÁCULOS . EXPOSIÇÕES


MENSAGEM DO BISPO DE SETÚBAL

Natal em espírito de Família

A

celebração do Natal evoca sempre o ambiente e o espírito de família, de carinho e de vida, mesmo que tudo isso esteja associado a preocupações, dificuldades e dramas. Para muitos, de facto, mais do que uma realidade e uma festa, o Natal é vivido frequentemente como saudade de um passado longínquo, ou então como ideal futuro, desafio e esperança. O primeiro Natal – o Nascimento de Jesus – assumiu toda essa alegria e esse drama das famílias humanas, a começar pela surpresa, júbilo e espectativa dos esposos – José e Maria – perante a nova vida que eles acolheram e ampararam. Foi um dom muito especial, pois o próprio Deus se implicou diretamente na vida desse Menino e se revelou, através do seu nascimento e de maneira totalmente nova, Pai da humanidade. Mas o acolhimento e a alegria da família de Jesus foi também cheio de trepidação, dificuldades e angústia. Encontrava-se fora do aconchego da própria casa e da terra natal, do cuidado e ajuda dos familiares e amigos. Teve de contentar-se com recursos muito pobres e inadequados às circunstâncias do menino

que estava para nascer. Foi vítima da arbitrariedade imperial e da violência dos tiranos e obrigada a fugir, na situação de refugiada no Egito, pensando no futuro com preocupação e envidando todos os esforços para proteger o tesouro que nela se desenvolvia. Por outro lado, em contraposição com a oposição ou indiferença dos grandes e abastados, a família de Jesus deparou igualmente com a simpatia, solidariedade e partilha de pessoas simples como os pastores das redondezas e os magos vindos de longe, que lhes proporcionaram um abrigo oportuno, partilharam os dons simples que possuíam, se alegraram com eles, dando assim as boas-vindas à nova presença de Deus entre os homens. Neste ano, que a nossa diocese consagra especialmente à família, não é difícil encontrar no Natal de Belém uma imagem do Natal das famílias de hoje, com a sua alegria e ternura, mas igualmente com os dramas da miséria, da falta de recursos, da ausência de amor e da recusa de acolhimento e solidariedade. Por isso, o Natal é o tempo propício, antes de mais, para apreciar e cultivar o dom da nossa

própria família, apesar das dificuldades e imperfeições que ela sempre encontra. A família é um tesouro que Deus confia às nossas mãos. Jesus, o tesouro da presença transformadora de Deus no mundo, nasceu bebé e foi confiado à energia do amor carinhoso e diligente de uma família. Foi no seio desta família que Ele foi, por assim dizer, aprendendo a traduzir em palavras e gestos humanos o amor persistente e carinhoso de Deus, Pai da humanidade. Mas o Natal de Jesus e de cada família apresenta-se igualmente como apelo à solidariedade, acolhimento e partilha das outras famílias. Como o anjo para os pastores e a estrela para os magos, o Natal guia a nossa atenção para as famílias em dificuldade e necessitadas de atenção e ajuda. A estrela de Belém paira hoje sobre as casas onde se encontram famílias sem meios para viver com dignidade, onde há vítimas de violência e de abusos, onde esmoreceu a chama do amor, onde há anciãos abandonados e sem cuidados. O presépio faz convergir a sua luz desafiadora sobre os campos de refugiados, na mesma situação de Jesus no Egito, onde milhares de famílias e crianças sem

família fogem da violência e da miséria, em busca de pão, casa, carinho e nova esperança. Nestas situações, nas nossas casas e em tantas outras casas e abrigos de fortuna encontra-se um tesouro de humanidade ou um abismo de desumanização. O carinho do

Natal não pode ser apenas um slogan vazio, mas surge como desafio a construir a nossa família e a caminhar solidariamente até às grutas e presépios onde um menino e seus pais, esperam uma visita de carinho, de partilha, de ajuda, de apoio e esperança.

Boas Festas de Natal, com a alegria do Deus Menino, que veio partilhar as nossas dificuldades e dar-nos nova vida e nova esperança. Setúbal, 12 de Dezembro de 2016 + José Ornelas Carvalho Bispo de Setúbal

PUBLICIDADE

CONQUISTANDO O FUTURO

EXPORTAMOS 98% DA NOSSA PRODUÇÃO | INCORPORAMOS 90% DE PRODUÇÃO NACIONAL

abcdefghijk 2 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

ESTALEIRO DA MITRENA

Apartado 135 | 2901-901 Setúbal | Portugal Tel +351 265 799 100 | Fax +351 265 719 319 comercial@lisnave.pt | www.lisnave.pt


SOCIEDADE

REPRESENTANTES DO SETOR NA REGIÃO APLAUDEM AUMENTOS DE CAPTURA DO CARAPAU E DO TAMBORIL

Mais 12 mil toneladas para pescar em 2017 As negociações em Bruxelas ditaram os melhores resultados de sempre para as pescas nacionais. Uma boa notícia para o setor, pois não se confirmou, como se receava, cortes na captura de pescada e outras espécies importantes. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O

aumento de 11% no conjunto das quotas de pesca para Portugal foi acordado em Bruxelas, traduzindo o melhor resultado de sempre para o país, merecendo os aplausos dos pescadores da região de Setúbal. Sobretudo perante os aumentos no carapau e no tamboril. «Parece-nos uma boa notícia para o setor, porque está em causa um aumento global das quotas. Até dada altura chegou a haver algum receio sobre como iria ser 2017, porque se falava num corte significativo na pescada e isso seria péssimo. Mas parece-nos que podemos ficar agora mais descansados», disse ao Sem Mais o armador Carlos Reis. Recorde-se que a Comissão Europeia propunha um corte de

34% na quota da pescada, que passaria de três para duas mil toneladas, mas Portugal aludiu ao bom estado dos stocks. Assim sendo a quota da pescada para 2017 fica fixada em 2936 toneladas, tendo havido redução no areeiro (uma espécie de linguado), cuja quota diminui 26%, enquanto o tamboril aumenta 54%, o biqueirão 18%, a raia 10%, o carapau 7% e o bacalhau a pescar em águas da Noruega (16%). QUOTAS PARA 2017 DENTRO DAS EXPECTATIVAS A Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (Anopcerco) admite que as quotas para 2017 estão «globalmente dentro das expectativas», mas lamentou a redução na quota da pescada. O presidente Humberto Jorge elogia contudo, o aumento na quota do tamboril, mas, na pes-

cada, diz, a quota «já está num nível bastante baixo e não condiz com o aumento do recurso», acrescentando que, no mínimo, «devia ter ficado como estava», mostrando alguns receios sobre o efeito da redução na pesca artesanal. Pela Associação dos Armadores das Pescas Industriais, Pedro Jorge ressalva que «o mérito é do setor», que tem feito um esforço com «quebras significa-

tivas de rendimento» para assegurar a reposição dos stocks. A ministra do Mar mostrou-se satisfeita e aponta este resultado como sendo «o melhor de sempre para Portugal», destacando as quase 121 mil toneladas que poderão ser capturadas no próximo ano e o aumento de quotas em espécie de elevado valor de mercado, como é o caso do tamboril, do biqueirão e do bacalhau e,

quanto à pescada, lembra que a proposta inicial da Comissão Europeia era cortar 34%. Ana Paula Vitorino diz que foi reconhecida «a gradual melhoria da situação global dos recursos pesqueiros», salientando que, a serem integralmente utilizadas as quotas e tendo em conta valores médios de primeira venda, o pescado gerará, em 2017, mais 11 milhões de euros face a 2016.

O NOVO EQUIPAMENTO FUNCIONA INDEPENDENTE DOS OPERADORES E INTEGRA AUTORIDADES ENVOLVIDAS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Porto de Sines tem nova rede de emergência

A nova rede digital funciona na banda UHF e permite comunicações seguras de voz e envio de mensagens escritas. O investimento rondou os 70 mil euros, numa operação pioneira no setor. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O

porto de Sines passou a usar uma nova rede de emergência digital, independente de operadores de comunicações, que integra todas as entidades envolvidas nos planos de emergência e de proteção da infraestrutura portuária. «Trata-se de uma nova rede digital, independente dos operadores de comunicações, que

funciona na banda UHF sob equipamentos com alta disponibilidade e redundantes, permitindo a comunicação segura de voz e envio de mensagens escritas», anunciou, em comunicado, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS). REDE JÁ ESTÁ DISPONÍVEL PARA AS AUTORIDADES A nova rede de emergência digital, a funcionar desde o início deste mês, está disponível para todas as autoridades, oficiais

de proteção e segurança das instalações portuárias e para todas as entidades envolvidas nos planos, tendo sido a cada uma entregue um novo rádio digital e um conjunto de mapas de quadrícula para georreferenciação detalhada na área portuária. Com um investimento de cerca de 70 mil euros, o sistema de emergência digital, que integra «todas as autoridades e entidades responsáveis pelas operações é pioneiro no setor».

PUBLICIDADE

Porquê ir para Lisboa montar o seu negócio? Em Alcochete, apenas a 15 m da capital e simultaneamente com os melhores acessos todo o País, você encontra o melhor centro de escritórios para o seu negócio com todas as condições a metade do preço. TEL: 212 349 260 | WWW.ALCOFFICE.PT

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 3


SOCIEDADE

DADOS SÃO DO GRUPO SCORE EM COLABORAÇÃO COM O OBSERVATÓRIO EUROPEU DA DROGA E DA TOXICODEPENDÊNCIA

Análise ao esgoto de Almada revela aumento do consumo de cocaína O concelho de Almada surge à cabeça das cidades portuguesas que mais consomem este tipo de estupefaciente, mesmo acima de cidades como Lisboa e Porto. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O

consumo de cocaína disparou no concelho Almada, tendo aumentado de 63,6 miligramas por mil pessoas por dia para 68,1 miligramas, traduzindo uma procura 25 vezes superior face ao ecstasy, segundo revelaram as análises feitas às águas residuais pelo grupo Score em colaboração com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. Quer isto dizer que Almada surge à cabeça das cidades portuguesas que mais consomem este

tipo de estupefaciente, já que em Lisboa e no Porto, só para citar as duas principais cidades portuguesas o consumo da cocaína - embora também continue a reinar - não chega a dez vezes mais cocaína do que o consumo do ecstasy. Aliás, apenas em Almada o uso da cocaína cresceu em relação ao ano passado, segundo denunciam as mesmas análises, após terem sido avaliadas 50 cidades europeias. Segundo foi explicado ao Semmais, os investigadores recolheram amostras diárias nas estações de tratamento de águas residuais de 18 paí-

ses e de cerca de 50 cidades europeias, durante uma semana no mês de março. Lançaram-se na busca de vestígios do consumo de quatro drogas ilícitas nas águas residuais de cerca de 25 milhões de pessoas: a cocaína, o ecstasy, as metanfetaminas e as anfetaminas. Em Portugal, a cidade de Almada viria a juntar-se à capital lisboeta e ao Porto. Num universo luso superior a 715 mil residentes, é a urina que tudo revela. PRESENÇA DE ANFETAMINAS E METANFETAMINAS É RESIDUAL NO PAÍS Se as anfetaminas e as

PUBLICIDADE

EDITAL

ANDRÉ MARTINS, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL, DO CONCELHO DE SETÚBAL: FAZ PÚBLICO QUE, nos termos do n.º 3, do artigo 27.º, do Regime Jurídico Urbanização e Edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de dezembro, com a redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 136/2014 de 9 de setembro, ficam notificados todos os proprietários dos lotes, os titulares do alvará e demais titulares de outros direito reais, referentes ao loteamento titulado pelo alvará n.º 05/2004, nos seguintes termos: Pretende o proprietário a alteração das seguintes especificações no alvará de loteamento n.º 05/2004 (processo n.º 919/98) para o lote 29, designadamente: Supressão do uso do comércio previsto para o lote; Consequente supressão da STP (Superfície Total de Pavimentos) de comércio e correspondente acréscimo da STP de Habitação; Alteração do polígono de implantação das construções; Redução do número de estacionamentos no interior do lote. São mantidos os restantes parâmetros urbanísticos definidos para o lote. É mantida a área e delimitação do lote, bem como o número de pisos, o número de fogos e o índice de utilização líquido no lote (mesma STP absoluta). Face ao PDM em vigor o loteamento em apreço encontra-se classificado como Espaço Urbanizável de Baixa Densidade H1, ao qual é aplicável o disposto nos artigos 95º e 96º do respetivo regulamento. As alterações pretendidas enquadram-se no disposto no PDM para o local. Mantendo-se inalterado o número de fogos e sendo suprimido o uso de comércio, as alterações pretendidas não originam alteração das áreas de cedência para espaços verdes e equipamentos de utilização coletiva. Mantendo-se inalterada a delimitação e área do lote, as alterações pretendidas não original ainda alteração às obras de urbanização. O respetivo processo administrativo está disponível para consulta, no Departamento de Urbanismo desta Câmara Municipal, na Rua Acácio Barradas, n.º 27, Edifício Sado, em Setúbal, pelo prazo de 30 dias, entre as 9h00 e as 15h30m, podendo os eventuais interessados reclamar, nos termos do Código do Procedimento Administrativo. Para constar é publicado o presente edital num jornal de âmbito local, na página eletrónica do município e afixado edital de idêntico teor nos Paços do Município e na sede da União de Freguesias de Azeitão (São Simão e São Lourenço). O VEREADOR, COM COMPETÊNCIA NA ÁREA DO URBANISMO, No uso de competência delegada por Despacho n.º 136/2013/GAP, de 22 de outubro.

André Martins

4 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

metanfetaminas têm uma presença muito residual em Portugal, o mesmo não pode ser dito quanto ao ecstasy, sobretudo nas duas principais metrópoles nacionais. Ao contrário de Almada, onde os investigadores detetaram uma perda de relevância, mas o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência sublinha o incremento do ecstasy nas análises feitas na maioria das cidades europeias, com subidas muito acentuadas que podem estar relacionadas com a maior pureza desta droga, para além de estar mais disponível e de ser mais consumida.

A DROGA DO FIM-DE-SEMANA O ecstasy tem-se revelado uma droga de fim-de-semana em Portugal. Os vestígios deste estupefaciente nos esgotos de Almada mais do que duplicam aos sábados, domingos e segundas-feiras. É interessante verificar, no entanto, que os padrões de consumo não são iguais na cocaína. Os resultados, divulgados pelo Observatório indicam uma tendência de consumo maior aos sábados e aos domingos. Mas a diferença para os restantes dias da semana não é tão acentuada como no ecstasy. Em Almada, as análises disparam para os 94,29 miligramas de cocaína à segunda-feira e atingem o mínimo de 25,44 miligramas por mil pessoas à terça-feira.


PUBLICIDADE

2h a partir das 2 PARTE) .ª (1 AL IC ÃO MUS

ANIMAÇ

TE MÚSICA AMBIEN

DJ DOVE STA LIOomCO DJrgJoÚde B baldes inha Largo da Mar

La

22.30h A MULTIDÃO N O H L U G R E M UM Percurso dos mergulhadores Marinha

o Largo da António Pereira e entre o Largo José MUSICAL

ANIMAÇÃO OMÉRCIO ES , DSeOsimCbr R O D A C O a T A D N BA inha Largo da Mar

00h

O I C Í F I T R A E D FOGO culo piromusical

Espetá e Mozart d ra b o a d ir rt a p Hino à Vida, a al de Sesimbra Margin

PASSABGAEQM A C I T Á U U S DE ANO gos de luz no fundo do mar Mergulho e joaía de Sesimbra B

das 00.15 às 2h RTE) MUSICAL (2.ª PA

ANIMAÇÃO

MÚSICA DE DANÇA

DJ DOVE STA LIOomCO DJrgJoÚde B baldes inha Largo da Mar

La

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 5


OPINIÃO NATAL

O Natal não é uma lenda

O

Natal está quase a chegar! Há cerca de 21 séculos que esta frase, por ventura, é dita. A realidade histórica é que a efeméride que celebramos aconteceu, há, mais ou menos, 21 séculos. Está provado que um menino nasceu numa pequena localidade chamada de Belém, na província da Judeia, na Palestina. Flávio Josefo, historiador judaico-romano (37-100 dc), atesta-o nos seus escritos. Dada a sua influência cultural e religiosa, ele não teria interesse algum em dar relevo a uma mera lenda. Sabe-se ainda que nasceu em circunstâncias pouco acolhedoras e em terra estranha, dado que os pais tiveram que deslocar-se de Nazaré a Belém para cumprirem um ato de cidadania. Com efeito, o Imperador César Augusto decretou a realização do recenseamento, sendo Quirino o governador da Síria, hoje a viver tempos tão

dolorosos. Faço questão de recordar estes factos, numa perspetiva apenas histórica, porque me preocupa muito que, até neste âmbito, haja quem duvide. Tal só pode acontecer por desconhecimento ou por desonestidade intelectual. Já nem refiro uma evidência tão óbvia como foi a opção de recomeçar a contar os anos, com referência ao seu nascimento: AC-Antes de Cristo e DC - Depois de Cristo. Não fora o exemplo de vida dado, quando já adulto, por este Menino e o seu nascimento seria apenas mais um. Também a história nos diz que por se ter colocado do lado dos pobres, das vítimas de qualquer tipo de opressão, dos excluídos da sociedade e pelos apelos constantes e veementes aos poderosos do seu tempo - políticos, financeiros e religiosos - para não praticarem atos indignos como a escravização do povo, a corrupção, a rejeição dos que

PUBLICIDADE

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

eram atingidos por determinadas enfermidades, a hipocrisia colocada na abordagem de determinados assuntos do seu quotidiano e do de outros e, sobretudo, do distanciamento gritante que os praticantes da religião judaica, que era também a sua, colocavam entre o que diziam e o que viviam, impondo aos “aos ombros dos outros fardos que eles próprios se recusavam a carregar”. Foi por tudo isto que o condenaram a uma morte tão indigna como as condições do seu nascimento. O modo como viveu é que tornou relevante o seu nascimento. Será que todos os que se estão a preparar para, no próximo dia 25, celebrarem o Natal, sabem isto? Se sabem, têm falado deste acontecimento aos seus filhos? Receio que estas verdades estejam a ser substituídas, exclusivamente, por uma figura que foi o grande Bispo S. Nicolau, transformado num boneco de

ATUALIDADES EUGÉNIO FONSECA

PRESIDENTE DA CÁRITAS PORTUGUESA fato vermelho e barbas brancas, a que passaram a chamar Pai-Natal. Por favor, e por respeito à sanidade intelectual dos nossos mais pequenos, não escondamos a verdade dos factos. Propositadamente, não abordo algo que para mim é uma igual certeza: este Menino, além de Jesus foi reconhecido, pelos seus seguidores, como Cristo, ou seja, Deus que assumiu a nossa condição humana para que soubéssemos que tínhamos, no mais íntimo de cada um de nós, sementes do divino. A isso se chama dignidade humana! Seja qual for a perspetiva em que cada leitor/a se coloque eu quero pedir-lhe que este

Natal não seja só mais um Natal. Concretamente, no dia 24, a partir das 20h, coloquem uma vela acesa numa janela das suas casas para que, todos os que o fizerem, sintam que é grande a vontade de alcançar um mundo mais justo e mais fraterno. Só assim a paz não continuará tão arredada da Humanidade e deixem de existir situações tão horrorosas como estão a acontecer, concretamente, nem Alepo, na Síria. Não é por Jesus que peço este gesto, mas pelos milhares de crianças indefesas que já sucumbiram por ataques mortíferos. Só assim valerá a pena viver o Natal.


Af_sem_mais_260x360.pdf

1

02/11/16

15:20

PUBLICIDADE

/ForumMontijo

É tempo de Natal.

12 NOVEMBRO A 08 JANEIRO

Este é o Natal de todos os Natais, onde encontra tudo o que deseja e muito mais do que imagina. O Natal onde o tempo parece correr devagar e onde as crianças têm um local seguro para ficar enquanto os pais se perdem nas compras. No Forum Montijo, este é o Natal para toda a família onde os risos enchem a Pista de Gelo, os mais pequenos descobrem a nova aventura do Gui e há um presépio gigante feito por artistas de palmo e meio. Feliz Natal no Forum Montijo.

PAI NATAL · NOVA AVENTURA DO GUI · O PRESÉPIO DOS MAIS PEQUENOS · ZONA DE GUARDA DE CRIANÇAS GRATUITA

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 7


EVENTOS DE NATAL

Coral Luísa Todi dá missa étnica pela paz

O

Coral Luísa Todi apresenta no tradicional concerto de Natal, no dia 19, às 21h30, no Fórum Luísa Todi, a obra do compositor austríaco Lorenz Maierhofer “Missa Étnica pela Paz”. O espetáculo, que conta entre o público com a presença de Lorenz Maierhofer, junta em palco um total de 150 coralistas, acompanhados de três percussionistas, dois atores, bailarinos e solistas. Ao CLT, com direção de Fernando Malão, juntam-se o Atlântico e Clube Galp Energia, o tenor Marco Santos e a soprano Guida de Palma, além de bailarinos da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal. A encenação do espetáculo está a cargo de José Maria Dias, diretor do Teatro Fontenova, companhia que é também responsável pelos figurinos. Por isso, em “Missa Étnica pela Paz”, Lorenz Maierhofer representa a

voz do mundo, numa obra dinâmica, caracterizada por diferentes ritmos de todos os cantos do mundo, distribuídos por nove andamentos que cumprem o ritual de uma missa enquanto peça musical. Ao longo da obra, apresentada por Bruno Gonçalves Pereira, cada andamen-

PUBLICIDADE

8 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

to é introduzido por uma narrativa elucidativa, em que os atores Manuela Couto e Fernando Luís dão voz a personalidades, sobretudo do século XX, que tiveram um papel para a paz no mundo. O CLT pretende «voltar a apresentar uma grande produção musical e dar o

seu contributo para a busca da paz», sublinha a direção. «Que esta mensagem intemporal pela paz, transmitida por esta missa, possa ressoar em todo o mundo, unir muitos seres humanos em harmonia e, constantemente, dar-lhes coragem, força e otimismo nos seus esforços diários pela paz».

Mercadinho de Natal com artesanato e produtos regionais

P

eças de artesanato em cortiça, barro, feltro, madeira, tecido ou macramé, joalharia em resina, produtos regionais como mel e ervas aromáticas ou doçaria típica, como alcomonias ou rebuçados de pinhão, podem ser adquiridos até 31 de Dezembro no Mercadinho de Natal em Grândola. O Município de Grân-

dola pretende com o Mercadinho de Natal promover e apoiar o artesanato, produtos regionais e outras artes desenvolvidas no concelho e simultaneamente dinamizar o centro tradicional da vila. O Mercadinho de Natal funciona na rua Jacinto Nunes, n.º11, de segunda a sábado, das 9 às 19h30, e aos domingos, entre as 10 e as 13 horas.


EVENTOS DE NATAL

Figuras etnográficas lembram Palmela de outros tempos

D

esde a inauguração, no dia 9, muitos visitantes tiveram, já, oportunidade de visitar o Presépio e o Mercado de Natal que o município de Palmela está a promover, no âmbito do programa “Viva o Natal em Palmela”. A par das figuras religiosas, instaladas no Largo do Município, o presépio conta com diversas figuras, distribuídas pela vila, que evocam personagens típi-

Presépio ao vivo aquece Natal do Montijo cas que fizeram parte da história local do séc. XX – o vendedor de leite, o amolador, o “pouca-roupa”, a aguadeira Maria Galega, - que a população de mais idade ainda recorda com saudade e pode, agora, partilhar com as novas gerações. Aos fins-de-semana, o Mercado de Natal anima o Largo d’el Rei D. Afonso Henriques, com música, dança e atividades para crianças, a par de compotas, doçaria, artesanato,

chás, frutos secos, mel, merchandising e vinhos, entre outras propostas para as compras de Natal. Ainda no centro histórico, várias pop-up stores “Coisas Cá de Palmela” complementam a oferta com decoração, artesanato, cake design e produtos biológicos. O “Viva o Natal em Palmela” encerra a 6 de janeiro, com as tradicionais Janeiras, cantadas nas ruas pelo movimento associativo.

Alcácer promove concerto de Natal

O

tradicional concerto de natal, promovido pelo município, está agendado para este sábado, na igreja de Santiago, às 21 horas, com o coro polifónico Eborae Mvsica, com direção de Eduardo Martins. Em setembro de 1987, incluído no acontecimento cultural “Os Povos e as Artes”, fez a sua primeira apresentação pública o Coro Polifónico da Associação Musical de Évora – EBORÆ MVSICA. O Coro Polifónico tem realizado diversas atuações ao lon-

go da sua existência, interpretando, não só a polifonia da Escola de Música da Sé de Évora, como também outras obras de diferentes épocas, entre as quais serão de destacar a Oratória “Jephte”, de Carissimi, a “Missa da Coroação”, de Mozart, o “Gloria”, de Vivaldi, a Missa em Dó Maior, de Mozart, para Coro e Órgão, com acompanhamento instrumental, e obras dos compositores contemporâneos Fernando Lopes Graça e Eurico Carrapatoso. Gravou o seu primeiro CD, exclusivamente dedi-

cado à polifonia da Sé de Évora, com a participação de Antoine Sibertin Blanc e grupo de Pedro Caldeira Cabral, sob a direção de Francisco d’ Orey, em novembro de 1996, no âmbito das comemorações do 10.º aniversário da classificação de Évora como Património da Humanidade. Gravou, ainda, para a coletânea “Os Melhores Coros da Região” e para o programa “Acontece”, da RTP 2. Gravou e produziu, em 2005, um novo CD para a etiqueta Numérica sob direção de Pedro Teixeira.

Concerto de Natal para toda a família

C

anções de embalar portuguesas, tradicionais de Natal portuguesas, francesas, inglesas e americanas vão ser interpretadas no concerto de Natal “Uma Viagem através da Histórias do Natal e da Música para Voz e Piano”, protagonizado pela soprano Ana Leonor Pe-

reira e António Ferreiro (piano e comentários), marcado para este sábado, dia 17, pelas 16 horas, para o Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira. A celebração natalícia está presente na cultura de diferentes povos. Em finais do século IX, o Natal é já celebrado em toda a

Europa e, em meados do século XVI, torna-se um grande acontecimento, celebrado com cânticos, danças, teatro e abundância de comida. Eis o ponto de partida para uma viagem apaixonante, através da história do Natal e da música escrita para esta época tão especial. A entrada é gratuita.

O

Agrupamento 72 Corpo Nacional de Escutas traz este sábado e domingo, ao Montijo, o Presépio Vivo. Sábado, às 11h30, decorre a encenação da anunciação do Anjo. Com o intuito de encenar um ambiente típico, às 16 horas, os participantes no Presépio Vivo vão estar trajados a rigor, haverá animais para recriar o local do nascimento de Jesus e às 20h30 os figurantes irão recriar a adoração dos pastores ao Menino. No dia 18, às 13 horas, acontece a recreação dos Reis Magos e às 16 horas, encenação alusiva ao “Natal de Hoje”. Os escuteiros serão

responsáveis pelas performances musicais e toda a animação de rua e a luz de Belém será partilhada com toda a comunidade. As edições anteriores do Presépio Vivo foram um «sucesso com bastante adesão de participantes e de público» presente na Praça da República. A interatividade será fundamental no Presépio Vivo, apelando-se à colaboração de toda a comunidade. Sábado, na Praça da República, das 10 às 13 horas, está patente a exposição/venda “Presentes e Afetos”, com produtos elaborados por utentes de instituições particulares de solidariedade social, que visa pro-

mover o contato entre as instituições e a população em geral, reforçando a visibilidade do trabalho da ação social realizado no concelho. Este ano, ao Presépio Vivo vai também juntar-se o Mercado de Natal, que volta à Praça depois do sucesso incontestável do último fim-de-semana, trazendo de volta a magia do Natal à baixa da cidade do Montijo. Ali poderá encontrar peças decorativas, artes plásticas, cerâmica, joalharia, bijuteria, comidas ligeiras, licores, doces, chocolate e produtos gourmet. Na Casinha do Pai Natal, as crianças poderão pedir os seus desejos de Natal.

Concerto de Natal da Orquestra Geração no Seixal

A

música chega ao RioSul Shopping ao som da música da Orquestra Geração! É já este sábado, pelas 16 horas, que o centro comercial recebe a Orquestra Geração, proporcionando assim mais um momento de lazer recheado de espírito natalício a todos os visitantes do Centro. Esta é uma iniciativa que conta com a participação de 70 alunos da Orquestra Geração, que farão entoar pelo centro diversas músicas natalícias muito conhecidas do público, sob a direção do maestro Jorge Camacho e tendo como maestrina convidada Filipa Jordão. Espalhadas pelo centro, as crianças apresen-

tam um Flash Mob que dará início ao concerto, ao som do “Te Deum” de Charpentier. A partir daí, os alunos encontram-se no no corredor central junto à árvore de Natal, no piso 0, para dar continuidade a este momento musical onde serão interpretados grandes temas conhecidos do público como “Jingles

Bells” de James Lord Pierpont, “Hallelujah” de Handel, “A Christmas Proclamation” de Smith, entre muitos outros. O Concerto do RioSul Shopping é uma iniciativa que decorre no âmbito do projeto “Ciclo de Orquestras”, integrado no programa de responsabilidade social da Sonae Sierra.

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 9


ESCOLHAS DE NATAL - LIVROS

MALINHA DA PRINCESA BRILHANTE

GERIR 1 ANO DE STRESS PROMETO PERDER Prometo perder. Prometo por vezes fraquejar, por vezes cair, por vezes ser incapaz de ganhar. Nem sempre conseguirei superar, nem sempre conseguirei ultrapassar. Nem sempre poderei ser capaz de ir tão longe como tu me pedes, de te dar exatamente o que merecias que te desse. O que desesperadamente te quero dar. Nem sempre conseguirei sorrir, também. Prometo perder. De Pedro Chagas Freitas.

Não desespere, o stresse pode ser gerido e até eliminado. É isso que a psicóloga Isa Silvestre nos ajuda a fazer, recorrendo a estratégias comportamentais e mudança de hábitos. Este livro fala de casos práticos, exemplos do dia-a-dia, orientações simples e o resultado só pode ser 365 dias sem stress e muito maios qualidade de vida.

“Malinha da Princesa Brilhante” – O livro sugere aos mais novos juntarem-se às princesas Elisa e Lúcia e às traquinas mascotes do palácio enquanto as meninas se preparam para o seu grande baile. Elas descobrem que, com um bocadinho de imaginação, tudo é possível. Este bonito e brilhante livro é o acessório de leitura ideal para as pequenas princesas. EDIÇÃO Girassol

EDIÇÃO Chá das Cinco

EDIÇÃO Marcador

VEJO-TE NO CÉU “Vejo-te no Céu”, dos jornalistas Miguel Pedrero e Carlos G. Fernández, reúne uma coleção de testemunhos inesperados e comoventes. Quando os nossos animais de estimação permanecem connosco mesmo depois de partirem. Um livro inquietante que nos aproxima do além desses animais. EDIÇÃO Esfera dos Livros

OS SEGREDOS DA TIA CÁTIA

O PALÁCIO DAS PRINCESAS

Primeiro no MasterChef e depois no seu programa, no canal 24Kitchen, Cátia Goarmon, deu-se a conhecer pela sua genialidade e simpatia. Entre receitas simples e sofisticadas, revelou que qualquer pessoa pode criar à sua maneira. Em todas as suas receitas, a tia Cátia consegue transformar pratos sofisticados em receitas simples e acessíveis.

O livrinho desafia as meninas a espreitar e descobrir o palácio das princesas, onde vão encontrar surpresas especiais. Há 100 janelas para levantar e descobrir. E vão acompanhar a Amélia e as amigas pelo palácio e ajudá-las a procurar decorações, comida deliciosa para a festa e os vestidos perfeitos para usarem no baile.

EDIÇÃO Casa das Letras

EDIÇÃO Girassol

GANHE CONVITES PARA O CIRCO LUFTMAN E PARA O MUSICAL DE BRUNO FRAZÃO O circo Luftman já chegou a Setúbal. Está no parque das Manteigadas para apresentar a grande atração do ano: o Freestyle Motocross, com saltos superiores a 12 metros de altura, com o piloto setubalense Marco Carvalho, campeão nacional de Freestyle. “O espetáculo mais louco do mundo” espera a sua visita de 17 de dezembro a 8 de janeiro, às 5.ªs e 6.ªs, às 21h45, e aos sábados, domingos e feriados, às 16h30 e 21h45. Durante as 2 horas de espetáculo, com 15 artistas em palco, poderá ver também o carro transformer, palhaços, trapezistas, contorcionistas, malabaristas e magia. Apresentando o nosso jornal na bilheteira e ao comprar um bilhete terá direito a outro grátis. Também temos convites para as últimas representações do musical “Um Natal Diferente”, de Portugal da Silveira, Bruno Frazão e Artur Jordão, em cena no Grupo Desportivo Independente, a 21 e 22, às 15 e às 21h30. Para ganhar os convites, ligue 96 943 10 85.

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016


GALA SEMMAIS 2016

NOITE MEMORÁVEL NA “CASA ERMELINDA FREITAS” PARA HONRAR O DISTRITO E ALGUMAS DAS SUAS REFERÊNCIAS

Gala Semmais 2016 distingue personalidades, instituições e empresas Os troféus Semmais, que voltam daqui a dois anos, deram o seu pontapé de saída, numa cerimónia apresentada por Filomena Ricardo, com muito intimismo e requinte.

O

semanário Semmais, que completou este ano 18 anos de vida, escolheu a Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó, como grande parceira para realizar a 1.ª edição da Gala Semmais Jornal, que passará, a partir de agora, a realizar-se de dois em dois anos. A cerimónia arrancou no hall de entrada da adega gerida por Leonor Freitas, onde foi servido aos convidados vários petiscos da região, como o choco frito, acompanhados pelos afamados e medalhados vinhos da casa, a nível nacional e internacional. Seguiu-se uma ani-

mação com a tuna sadina TASCA, nas amplas e perfumadas caves da adega, onde estagiam os vários vinhos de excelência da empresa. Depois, os convidados subiram ao 1.º andar das instalações para saborearem o delicioso jantar, que foi servido com glamour e à luz das velas, no espaçoso salão de festas da empresa, parceira da iniciativa, decorado a rigor. Além da destemida tuna TASCA, também animaram a cerimónia Carlos Alberto Moniz, Artur Jordão, John Fletcher, Algerian Guitar e o saxofonista Francisco Santos. Durante a entrega

dos troféus, os homenageados usaram da palavra para agradecer a distinção do Semmais. Leonor Freitas, gerente da Casa Ermelinda Freitas, realçou que o sucesso do seu negócio deve-se, acima de tudo, à sua equipa e às potencialidades da região. «Espero que o Semmais continue a publicar os muitos prémios que a Casa Ermelinda Freitas vai recebendo», vincou. MANEL BOLA FOI OVACIONADO DE PÉ Mas o momento mais emotivo da noite foi a entrega do galardão, a título póstumo, ao ator Carlos Rodrigues, mais conhecido por Manel Bola. A distinção foi en-

tregue pelo cantor Toy à filha do ator, Lúcia Rodrigues. Todos os presentes ovacionaram, de pé, o ator setubalense falecido há dias. Já Viriato Soromelho Marques, o primeiro diretor do Semmais, afirmou que o êxito e a longevidade da publicação deve-se ao «esforço, talento e capacidade de liderança» do seu atual diretor Raúl Tavares. O professor universitário sublinhou que «estes prémios servem para mostrar que todos nós pertencemos a uma comunidade». O ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, considera que o Semmais e a Casa Ermelinda Freitas

são «dois dos melhores representantes da nossa região». Carlos Beato, vogal da administração da Associação Mutualistas Montepio, agradeceu a distinção e sublinhou que o Semmais tem contribuído para «ajudar a projetar e a desenvolver a instituição». Por sua vez, António Ceia da Silva, líder da Entidade Regional de Turismo do Alentejo/ Ribatejo, realçou que o Semmais tem acompanhado diversas iniciativas promovidas por esta entidade, como foi o caso da Arte Chocalheira e do Cante Alentejano a Património da Humanidade, entre outras.

Luís Sénica, selecionador nacional de hóquei em patins, apelidou a distinção recebida como um prémio de «simpatia e amizade», enquanto o deputado ‘laranja’, Fernando Negrão, referiu que o Semmais é um «exemplo do que deve ser a comunicação social» e que a Casa Ermelinda Freitas é um «grande projeto de economia social». Todos os premiados (ver lista nas centrais) subiram ao palco e testemunharam com «orgulho» a distinção do jornal em nome da região que «todos servimos», como sublinhou o diretor do Semmais, Raul Tavares.

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 11


GALA SEMMAIS 2016

Foi uma noite em cheio, abençoada por um temporal que ainda fez mossa, ao afastar alguns dos convidados da primeira “Gala Semmais”, apresentada por Filomena Ricardo que premiou figuras, instituições e empresas da região. Na cerimónia, que decorreu no salão principal da “Casa Ermelinda Freitas”, parceira da iniciativa, foram distinguidas 12 personalidades, três instituições e quatro empresas. A festa foi abrilhantada Carlos Alberto Moniz, o saxofonista, Francisco Santos, o guitarrista algeriano, John Fletcher e a Tuna Académica de Setúbal, numa recepção nas Caves da empresa vitivinícola.

12 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016


GALA SEMMAIS 2016

Os Prémios semmais, da autoria de Vitor Santos, pretendem destacar um conjunto de individualidades, empresas e instituições da nossa região, num reconhecimento do papel que, em cada caso, nas múltiplas esferas da sua ação, representam na missão pública, social ou empresarial. É esse o objetivo: distinguir percursos de vida, ações concretas e realizações pessoais de figuras da região ou ligadas à região, em prol do coletivo. É um orgulho brindar aos que dão nome por esta região tão multifacetada e tão relevante no todo nacional. Apesar do jornal eleger em cada ano as figuras e os acontecimentos mais marcantes da região a que se destina e serve, chegou-se ao atual modelo com que se pretende definir estas distinções: O Prémio Personalidade Semmais, entregue uma única vez a cada uma das personalidades distinguidas. E os Prémios de Mérito, que pretendem distinguir e consagrar e ou homenagear carreiras profissionais. Os prémios reconhecimento são, no essencial, atribuídos a empresas e instituições pela sua ação no território regional ou em prol deste. Estas distinções são entregues de forma bi-anual.

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 13


GALA SEMMAIS 2016 - GALERIA DE FOTOS

AGRADECIMENTOS “Casa Ermelinda Freitas”, Associação Mutualista Montepio Geral, Joana Freitas (responsável pela organização do evento), Vítor Santos (Designer), Cláudio Canelas (Adway), Filomena Ricardo (apresentação),Carlos Alberto Moniz (convidado especial), Isabel Delgado (performances), Pedro Ruas (logística estratégica), José Rebola (fotografia) e a todos os presentes, nomeadamente aos premiados.

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016


DESPORTO

​SETÚBAL PASSA O TESTEMUNHO À CIDADE DE GONDOMAR NO LARGO JOSÉ AFONSO

Cidade Europeia do Desporto encerra com concerto dos HMB ​

Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016 despede-se, com brilho, em festa animada e concerto dos HMB, numa tenda gigante montada no Largo José Afonso, com entrada livre. Os 309 eventos foram vistos por 158 mil pessoas.

O

ano intenso e inesquecível de Setúbal Cidade Europeia do Desporto culmina este sábado, às 21 horas, no Largo José Afonso, com sessão que inclui um desfile, filmes, demonstrações desportivas e música. O encerramento decorre numa tenda gigante instalada, com capacidade para 2 mil lugares sentados. Com apresentação de Bárbara Guimarães, a sessão começa com o desfile do movimento associativo que, ao longo de 12 meses, contribuiu para um ano intenso de desporto. Segue-se o hino nacional, que é entoado por coros de Setúbal, o visionamento de um filme que faz o balanço da atividade de Setúbal Cidade Europeia do Desporto, uma demonstração de dança por grupos de ginásios e

uma homenagem aos embaixadores do programa. Há ainda a exibição de um outro filme, sobre a massa humana que fez o ano desportivo de atividade intensa, uma homenagem às centenas de voluntários que apoiaram os inúmeros eventos desportivos e um sketch de demonstração de atividades dinamizadas no âmbito do título europeu. A sessão conta ainda com discursos da edil Dores Meira, do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Rebelo, a par de representantes da Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto. Depois da passagem de testemunho a Gondomar, a sessão encerra com o concerto dos HMB. A entrada é gratuita, devendo os ingressos ser levantados no Fórum Luísa Todi.

158 MIL PESSOAS ASSISTIRAM A 309 EVENTOS No total, foram realizados 309 eventos, espalhados por 225 dias e 2 139 horas de atividade. Os eventos repartiram-se pelas seguintes áreas: “Eventos Desportivos”; “Desporto para todos”; “Conhecimento e Qualificação” e “Desporto e Cultura”. Houve 92 eventos locais, 18 regionais, 48 distritais, 124 nacionais e 27 internacionais. Houve 93 600 praticantes/participantes, 134 instituições/entidades parceiras, 52 modalidades desportivas, 65 espaços utilizados e um total de 158 mil pessoas a assistir. Estiveram envolvidos 355 voluntários, dos quais 206 foram pessoas do sexo feminino e 149 do sexo masculino, que trabalharam 13 870 horas e deram apoio a 160 eventos. Maio e Junho foram os meses que contaram com maior apoio dos voluntários.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

A CASA DO PEIXE RESTAURANTE

SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

DESEJA BOAS FESTAS SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 15


HOMENAGEM PÓSTUMA

DAS COISAS NASCEM COISAS JOSÉ TEÓFILO DUARTE

DIESIGNER | DIRECTOR DE ARTE

MORTE DO GRANDE MANEL BOLA DEIXA CIDADE DE SETÚBAL E REGIÃO DE LUTO

Quando o nosso teatro perde um pequeno gigante

Fotografia: Maurício Abreu

Sorriso generoso, ar de menino travesso, olhar penetrante, entornado de ternura. A voz sempre bem colocada nos diferentes momentos: no teatro, na poesia, nas conversas, nas piadas ditas no tempo certo. Tudo fica colado à pele. Também a irreverência, a frontalidade, a cultura geral. Actor, poeta, escritor, Amigo, Homem (também de família)! O último guardador de sonhos… TEXTO ADELAIDE COELHO IMAGEM SM

O Bola No meu caderno de rascunhos Encontrei coisas lavradas pelo acaso. Dizia que te dei abrunhos Quando estudávamos o ângulo obtuso ou raso. No meu caderno de rascunhos... Não magoa o pensar do que escrevi, Em vez de tamanhos, estava tamunhos, Nos louvores que rascunhei para ti. No meu caderno de rascunhos... Que coisas antigas encontrei... Fez-me pensar nos meus próprios anos, Nos desenhos da vida que deixei. No meu caderno de rascunhos, As aves tinham mais asas que o voo, Passando para além do infinito, Voando para além do que hoje sou. No meu caderno de rascunhos Eras a minha, e a outra, musa. A soma do quadrado dos catetos Igual ao quadrado da hipotenusa. Manuel Bola. Sem Amor. Estuário Publicações

Na minha infância, o Manuel Bola era o Carlos — Carlos Rodrigues. Ele já adolescente e eu fedelho de cinco anos, cruzávamos caminhos e largávamos “olás” de circunstância. Depois passámos a ter conversas de crescidos a partir do tempo em que eu cresci. Quando fui chamado pelo João Duarte Victor para experimentar fazer a imagem – cenografia, figurinos, design de comunicação – da peça Juiz da Beira, de Gil Vicente, pelo TAS, conheci melhor o actor, que me recebeu com palavras de apreço e amizade. Depois trabalhei com outros encenadores: Fernando Gomes e mais tarde Carlos Curto também me convocaram para peças suas. O Manel Bola esteve sempre presente em todos os momentos da minha experimentação teatral. Circulávamos pelas peças. Pela cidade. Pela vida. Agora esse convívio terminou. Foi como actor que satisfez a sua vontade de estar com as pessoas e de gostar delas. Gostava de gostar e gostava que gostassem dele. Todos gostavam do Manel Bola porque eram as pessoas que o faziam gostar da vida. Gostava muito da vida. Para além dos palcos e dos ecrãs tinha ultimamente outra tarefa em mãos: escrever. Os seus trabalhos saídos desta nova oficina foram editados por mim, na Estuário Publicações. Decidimos que como escritor assinaria Manuel Bola, já que foi por esse nome que respondeu toda a vida. Sem Amor foi o seu primeiro livro de poemas, seguido de Poemas a Soar a Manhã e do livro de contos Histórias do Pincel da Barba. Agora que nos deixa, trago para aqui este texto, do primeiro livro, publicado em 2005. Aqui se percebe que para além da simpatia e do talento em palco, havia também um escritor a saltar de dentro daquele homem singular. Fica para mais tarde essa conversa. Fique por agora o poema que encima este badalar. Muito obrigado por tudo, Manel Bola.

16 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

C

arlos (Alberto da Conceição) Rodrigues nasceu a 3 de Setembro de 1994, em Setúbal. Clementina Pereira, amiga de infância e actriz, conhecia-o desde sempre. “Conheci o Carlos Alberto antes de ele nascer. Conheci a mãe, a menina Gracinda que era uma óptima modista e o pai, o Sr. Fernando. Quando o Carlinhos nasceu foi para mim, que ainda era uma criança, uma grande alegria. O Carlinhos era o meu encanto, sempre que eu ia a casa da menina Gracinda com a minha mãe”, afirmou. A primeira paixão terá sido a “bola”, que mais tarde lhe terá valido a carinhosa alcunha - Manel Bola, assim conhecido em Setúbal. «Lembro-me de um dia em que se festejava o 1º. De Dezembro, na Escola Industrial de Setúbal, alguns alunos foram dizer poemas e o Carlos Alberto foi relatar um desafio de futebol. Só que era tão pequenino, de estatura, que teve que fazer o relato em cima de uma cadeira», recordou. Mas o teatro falava mais alto. Nos anos sessenta (63/64) o apelo foi tão forte que Manel Bola dirigiu-se ao Ateneu Setubalense – onde funcionava o Teatro Amador Ribalta e disse ao director, Fernando de Jesus, querer fazer teatro. Todos os papéis já estavam distribuídos. «Ele insistiu, dizendo que faria qualquer coisa. Então o director disse-lhe que a única coisa seria abrir e fechar o pano de boca. O Carlos Alberto aceitou contente», relatou. Após a primeira estreia atrás do pano, Manuel Bola conseguiu subir ao palco no Ribalta e nos anos setenta, foi co – fundador do grupo de teatro amador A TEIA, com Clementina Pe-

reira. Por essa altura, continuava a trabalhar como operário na fábrica Iola, em Setúbal. Nos anos 80, entra para a companhia de teatro profissional da cidade, TAS (Teatro de Animação de Setúbal), a convite do então director, Carlos César. Após a profissionalização, Manuel Bola, dedicou-se à arte a tempo inteiro. Participou em várias séries de televisão (humor e novelas) nos três canais, nomeadamente “Nós os ricos”, “Nico d’Obra”, “Gente fina é outra coisa”, “Banqueira do Povo”/RTP, “Jardins Proibidos” e “Inspector Max”/TVI, “Maré Alta”, “Loja do Camilo” e “Malucos do Riso”/Sic”. No cinema, participou ainda em filmes, como “Os Verdes Anos” (1963) “Adeus, Pai” (1996) e “O Fascínio” (2003). Em 1977, foi galardoado com o Prémio Melhor Actor Ibérico atribuído pelo III Festival de Cinema Ibérico. Em 1996, foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Setúbal. Manuel Bola foi ator residente do Teatro Animação de Setúbal durante 27 anos tendo participado em inúmeras peças de teatro, como “O Gebo e a Sombra”, “O Pai Tirano” e a revista “Era uma vez em Setúbal”. Nesta revista, foi

ainda encenador e autor do texto, juntamente com Fernando Guerreiro e João Aldeia. A actividade de Manuel Bola em termos culturais não se ficou por aqui. Ao longo dos anos também realizou diversas sessões de poesia, também junto das escolas do distrito de Setúbal e noutros locais. Foi ainda autor de letras para canções infantis, para música ligeira e marchas populares. Nos últimos anos dedicou-se igualmente à poesia, tendo publicado o livro “Sem Amor”, em 2005. Em Junho de 2015, publicou o livro de contos “Histórias do Pincel da Barba”. Manuel Bola esteve internado no Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, tendo sido submetido a uma intervenção cirúrgica aos intestinos, e tinha obtido alta, havia seis dias. Morreu aos 72 anos. «O meu Carlinhos, que vi nascer, foi a figura mais carismática da cidade», enfatiza Clementina Pereira. MEMÓRIAS E HISTÓRIAS Carlos Rodrigues/Manuel Bola deixou as melhores recordações. José Nobre recorda tê-lo conhecido numa carreira urbana da cidade de Setúbal, o “15”. No dia da morte de Manuel Bola, o actor deixou um texto emocionado

na página do Facebook. «Vinha da escola com o Pedro e ele disse-me, feliz e orgulhoso, “aquele senhor que ali está sentado é o meu pai. Ingressei no TAS por essa altura, em 89. Logo nos primeiros tempos, entrei-te pelo camarim adentro, em pânico, iria substituir um colega no Auto da Barca do Inferno, no papel de Enforcado, e não percebia nada daquilo. “Desculpe lá, Manel, [ainda te tratava por você, imagina] daqui por dois dias tenho que fazer isto e não sei o que a maioria das palavras quer dizer: Beleguins? E quem era o Moniz? E o pregão vitatório?”…. ficaste surpreendido por ter sido tão sincero e humilde, contente por te ter escolhido espontaneamente como Mestre, captei isso tudo na tua expressão, e iniciaste uma maravilhosa dissertação sobre O Enforcado», recordou. A amizade entre os dois elevou-se a nível familiar, relata o actor. «Não resistia a beijar-te essas bochechas vermelhuscas quando me cruzava contigo, como faria a um pai ou a um avô. Porra para isto Bola, estou destroçado, perdi as referências, o norte, as lágrimas parece que querem sair todas ao mesmo tempo. Ah, é verdade, no Auto da Barca do Inferno eras o Parvo e ias para o céu», concluiu.


HOMENAGEM PÓSTUMA Também João Duarte Victor recorda carinhosamente o colega, o amigo e também companheiro na direcção do Teatro de Animação de Setúbal. «Um dia, há poucos anos, confidenciou-me que tinha dezoito anos. Na verdade tinha dezoito anos, o corpo é que não conseguia acompanhar a ousadia. Dizia-me que usava bengala porque lhe dava mais estilo. Olhava-se com ironia e ria de si próprio», recordou. Lembra-se bem como o amigo lhe falava dos que amava incondicionalmente. «Fazia-o de uma forma peculiar e criativa. Quando as articulações não ajudavam a caminhada, dizia com graça - com Dores me deito, com Dores me levanto. A sua mulher, a Dores, era mesmo a sua heroína. Atendia sempre o telemóvel quando ela lhe ligava, mesmo nas situações mais inesperadas. Em 2001, após o falecimento do Carlos César, estivemos numa reunião como diretores do TAS, com o ministro da Cultura José Sasportes e com o presidente da CMS, Mata Cáceres, onde o insólito aconteceu. Em plena conversa tocou

o telemóvel e atendeu com a maior descontração que se possa imaginar – Porra oh Dores, agora estou aqui a falar com “o homem, depois ligo.», adiantou. Dos inúmeros episódios, há mais um que João Duarte Victor gosta de partilhar. «Numa das reuniões com a Direção Geral de Artes e Espetáculos explicou ao diretor as dificuldades na utilização do Teatro de Bolso. Um espaço degradado, sem condições para os espetáculos. “O Sr. nem queira saber como aquilo está. Os esgotos estão de tal forma entupidos, que até parecem as cataratas de Niágara em merda», acrescentou. João Duarte Victor enaltece emocionado as qualidades do amigo. «O seu legado deixou-nos mais ricos. Para além da sua obra, ficou o seu exemplo de solidariedade, inconformismo e dignidade. Gostava das pessoas e tratava-as com um carinho surpreendente. Era impossível não ser seu amigo. Um homem temperamental com um coração de menino!», concluiu. Também o jornalista Jorge Simões, co – fundador da Rádio Azul em

1985, e ausente de Setúbal há duas décadas, enaltece o actor, recordando o trabalho desempenhado na estação radiofónica. «O Manel Bola deu todo o apoio à Rádio Azul, desde a primeira hora. Chegámos a ter um programa em directo, onde ele participava como apresentador/actor, o “Tintas às Pintas” e várias outras colaborações dele, em rubricas de humor. Estava sempre disponível para colaborar», enfatizou.

Cumplicidade e amizade somam trinta anos, aliadas ao respeito mútuo. «Levam-nos homens bons! Arrancam-nos os grandes! Roubam-nos quem gostamos! A vida é o retrato da injustiça. Um actor que transbordava do palco, do ecrã, da rua. O personagem de facto. Não representava o amor e o carinho. Ele era! Nunca o esquecerei, nem o que fez pela Rádio Azul, no seu TAS e na cidade. Obrigado Mané Bola!», concluiu.

O passageiro do “6” Também a autora destas linhas conheceu Manuel Bola, no início dos anos 70, num autocarro. Conduzido pelo pai. O actor, ainda no teatro amador, usava aquele meio de transporte para se deslocar para o trabalho. Naquela altura, podia fumar-se nos autocarros e Bola não fazia cerimónia. Mal se sentava, acendia o cigarrinho cujo odor incomodava a menina, também muito tímida. O senhor “Risonho” adorava meter conversa: “Olha a Lailai. A Lailai é muito envergonhada! A Lailai, a filha do senhor Manel”, dizia. Os anos passaram, a menina cresceu e deixou de andar no autocarro nas mesmas horas que o senhor “Risonho”. Sempre que ia ao teatro, parecia-lhe que aquele actor era familiar. Quando começou a trabalhar na Rádio Azul, havia um actor que brincava com ela, até durante a emissão. E parecia cada vez mais familiar. Até que um dia, o actor pergunta pelo senhor “Manel”. Estupefacta, responde estar bem e pergunta de onde se conhecem. «Era muito pequenina, já não se lembra. Eu era passageiro do seu pai, no “6”. Ia todos os dias para o trabalho, na fábrica Iola e você era muito tímida», respondeu com mais um sorriso. Estava desfeito o pequeno mistério, nascia uma amizade. Nesse dia, combinaram tratarem-se por tu e cada vez que se encontravam, Manel Bola, não resistia ao gracejo. “Olha a Lailai, a filha do meu amigo Manel!” Até sempre “senhor Risonho”! Um beijo da tua Lailai

PUBLICIDADE

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 17


ESCOLHA DE NATAL - VINHOS

Adega de Palmela aposta num belíssimo digestivo

JMF lança topos de gama

A

José Maria da Fonseca, de Azeitão, vai lançar este natal os seus vinhos topos de gama tintos Periquita Superyor (Península de Setúbal), Domini Plus (Douro) e José de Sousa Mayor (Alentejo), de 2014. «São vinhos de qualidade excecional, bem apropriados ao Natal», refere Sofia Franco, porta-voz da empresa. Mas não serão esquecidos os lançamentos do Natal passado, de onde se destacam o Alambre

A

Venâncio da Costa Lima propõe produtos em embalagens personalizadas

Adega de Palmela vai Palma está disponível em 200 apresentar este sábado, garrafas. Com uma graduação de 40 a partir das 11 horas, nas suas instalações, a graus, a aguardente Villa Palma é Venâncio da Costa Lima, aguardente vínica Villa um «belíssimo digestivo para de Quinta do Anjo, tem Palma, que vem completar uma acompanhar com os doces nataao dispor, na sua loja, gama destinada ao canal Eu- lícios, muito aromático e suave, conjuntos de Natal que apesar de possuir uma graduareka. conjugam «os nossos Segundo o enólogo Luís Silva, ção elevada». melhores vinhos e moscatéis aos Depois das aguardentes melhores produtos» da região, o novo produto é considerado de «muito raro», uma vez que só Amus, Pedras Negras e Pedras nomeadamente o mel, as conserpode ser adquirido na loja da Negras Envelhecida, a aguarden- vas artesanais, os doces e os enadega ou em garrafeiras. Com te vínica velha Villa Palma, em chidos. Apresentam-se em emmais de 30 anos de envelheci- garrafa de 70 centilitros, prome- balagens «personalizadas e com mento nas caves da adega, a Villa te aquecer este Natal. preços a partir dos onze euros». AF_imprensa Natal 2016_Sem_Mais_260x177.5_HQ.pdf 1 30/11/2016 14:43

PUBLICIDADE

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

18 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

Roxo, que teve «grande sucesso» no mercado. O Periquita Superyor 2014, o tinto topo de gama da Península de Setúbal, é uma homenagem à casta tinta rainha da região, o Castelão. Sofia Franco refere que a empresa goza de «boa saúde», perspetivando uma subida nas vendas em 2017, tanto a nível externo como interno. «Encaramos o futuro com grande otimismo», vinca Sofia Franco.

A

Além disso, já está, «novamente disponível», a nova colheita de Moscatel Roxo, uma prenda, sem dúvida, de «grande qualidade». Para quem só quiser oferecer vinhos, pode efetuar na loja várias combinações com vários vinhos ou Moscatéis e oferecer tudo numa elegante caixa personalizada. Para quem procura um presente exclusivo, propomos o

Moscatel de Setúbal – Edição Centenário, com sabor «único», em garrafas limitadas e todas numeradas, e com grandes referências dos melhores críticos mundiais. Para a consoada, a VCL propõe o moscatel da casa, para o bacalhau ou polvo, o 4.ª Geração Tinto, e para acompanhar a doçaria, o ideal é o moscatel roxo ou o de Setúbal Reserva.


ESCOLHA DE NATAL - VINHOS

Variada gama de vinhos da Quinta do Piloto para provar no Natal

Sivipa aposta no espumante rosado

A

Sivipa, de Palmela, lançou à pouco tempo alguns produtos que têm o seu maior momento de consumo na quadra natalícia, como é o caso do espumante Ameias Brut Nature Rosado. Além do espumante acima referido, a Sivipa recomenda para o Natal, o vinho Serra Mãe

Reserva e os seus moscatéis, todos eles de «grande qualidade, mas dou maior destaque ao Moscatel Roxo 10 anos Superior, que ficou este ano entre os dez melhores moscatéis do Mundo e foi considerado o melhor vinho da região no concurso da CVRPS», sublinha o enólogo Filipe Cardoso.

A gozar de «boa saúde», é de registar, no presente ano, um «ligeiro decréscimo de vendas, mas a situação económica da empresa é estável». Em 2017, a Sivipa irá «retocar a imagem do nosso vinho de maior volume, o Terras do Sado, mas não se prevê nenhum lançamento para o próximo ano».

Casa Ermelinda Freitas com excelentes vinhos para a ceia de Natal

tido «imensa procura». Para o Natal, Filipe Cardoso sugere o vinho Quinta do Piloto Reserva Branco 2014, para acompanhar com o bacalhau da consoada, o Quinta do Piloto Reserva 2013, para o almoço de Natal, e os seus Moscatéis para acompanhar com a doçaria. A adega tem uma saúde «muito estável», e em 2017 tenciona lançar um espumante reserva à base de Castelão, Arinto e Chardonnay.

Malo Tojo celebra o Natal com duas novidades

que todos os consumidores levem este produto de qualidade (reserva, branco e tinto) para a mesa de Natal, para partilharem com quem mais gostam «nesta época de afetos e união». A apostar no enoturismo e no Espaço de Memórias e Afetos, a adega goza de «boa» saúde, não esquecendo que o sucesso também se deve a uma equipa «coesa e de qualidade».

PUBLICIDADE

VOLTAMOS A FAZER HISTÓRIA. AO MELHOR MOSCATEL DO MUNDO.

MAIS UM ANO EXTRAORDINÁRIO PARA O MOSCATEL DE SETÚBAL. O júri do concurso internacional Muscats-du-Monde distinguiu na sua 16ª edição um “Moscatel Roxo de Setúbal” como o “Melhor Moscatel do Mundo”. Uma edição também marcada pela presença de mais dois Moscatéis Roxos de Setúbal no TOP 10 Mundial. Sejamos também generosos e brindemos a este sucesso.

A

Malo Tojo, de Azeitão, já a pensar no Natal, acaba de lançar dois novos vinhos. O Malo Platinum Grande Reserva, tinto 2013, de vinhas velhas, à base da casta Castelão. Este topo de gama já alcançou uma medalha de Ouro, no concurso da CVRPS deste ano. E, também, o Malo Moscatel Superior 2004, um vinho que já existia na empresa, mas que agora surge com nova colheita, de 2004. Já obteve uma medalha de Ouro, no concurso mundial de Bruxelas, e obteve 89 pontos na avaliação do crítico de vinhos, Robert Parker. A Malo Tojo recomenda, ainda, a sua gama de moscatéis, e tem, também, na loja da adega, por encomenda, excelentes cabazes de Natal, com vinhos e diversos produtos regionais. «Vivemos e acompanhamos nos últimos anos o enquadramento económico do país, com a quebra de consumos e as respetivas consequências, mas temos procurado apostar na exportação, o que nos tem permitido crescer e compensar o que se perdeu no mercado nacional. Abrimos novos mercados e o

lheita do reconhecido Casa Ermelinda Freitas Syrah Reserva 2014, e os espumantes meio seco, bruto, e rosé. Foi, também, reforçada a gama Vinha do Rosário, com o aparecimento do Vinha-do-Rosário castas, Touriga Nacional e Syrah, a um preço «bastante» competitivo. Com a campanha “Leve a Dona Ermelinda para a sua ceia de Natal”, a adega faz o convite a

www.vinhosdapeninsuladesetubal.pt www.moscateldesetubal.pt

Seja responsável. Beba com moderação.

A

Quinta do Piloto, de Palmela, lançou recentemente o Moscatel de Setúbal Quinta do Piloto Superior 2011 e o Moscatel Roxo Quinta do Piloto Superior 2011. A empresa lançou, também, os seus topos de gama, o vinho tinto Quinta do Piloto Coleção de Failia, tinto 2013 e branco 2014. Este ano, em parceria com a confeitaria S. Julião, a adega lançou, também, bombons recheados de Moscatel, que têm

A

Casa Ermelinda Freitas, de Fernando Pó, para este Natal, aposta na nova colheita do Moscatel Roxo de Setúbal Superior 2010 e no Moscatel de Setúbal Superior 2007, duas referências que constituem «excelentes» sugestões para esta quadra festiva. Além disso, a adega também vai ter no mercado a nova co-

Vinhosdapeninsuladesetubal omoscateldesetubal

próximo ano afigura-se muito otimista com a perspetiva de alargarmos a comercialização dos vinhos a novos mercados», sublinha Hélder Galante. Para o futuro, a Malo Tojo tenciona lançar um espumante e, talvez, um novo vinho branco.

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 19


SEMINÁRIO – COMBATE ÁS DESIGUALDADES

SEMINÁRIO INCLUSÃO E ECONOMIA SOCIAL NO COMBATE ÀS DESIGUALDADES JUNTOU 200 PESSOAS

Pobreza alivia e Governo quer aproveitar tendência O seminário, organizado pelo Semmais e pela Animar, enquadrou-se no “Roteiro para a Cidadania” que está a percorrer o país. Inédito pelo formato, a iniciativa juntou cerca de 200 participantes ao longo de um dia que juntou um conjunto de personalidades de renome.

TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SEMMAIS

O

risco de pobreza e privação desceu ligeiramente no ano passado (de 19,5 para 19%), mas o meio ponto percentual de que se fala traduz a necessidade do país continuar a cruzada no comba-

te a este flagelo, segundo avançou a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, à margem do seminário sobre “Inclusão e Economia Social no Combate às Desigualdades”, organizado pelo Semmais e pela ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local. «Estes números não

PUBLICIDADE

20 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

sofrem grandes alterações, mas esperamos que seja uma tendência a manter-se e que estes números possam baixar nos próximos anos e acentuem esta tendência de descida da pobreza em Portugal», sublinhou a governante, instada a pronunciar-se sobre o resultado do Inquérito às Condições de Vida e Ren-

dimento divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Catarina Marcelino viria a acrescentar que a única maneira de se continuar a reduzir as desigualdades de «forma significativa» é através do «crescimento económico e de uma melhor distribuição da riqueza», considerando essencial que haja uma

«economia mais forte ao serviço daqueles que menos têm», habilitada a combater as desigualdades. «Em Portugal a desigualdade e a pobreza andam lado a lado», insistiu a secretária de Estado, garantindo que o Governo está a trabalhar para mudar esta negra face do país, tanto ao nível da «política pública», como «do cresci-

mento económico». Duas apostas em nome de «mais emprego, mais capacidade de gerar riqueza e de ter também uma melhor distribuição dessa riqueza para atacar a pobreza e as desigualdades sociais». MAIS INVESTIMENTO NO COMBATE À POBREZA Um tema «muito caro» para o presidente da Cári


SEMINÁRIO – COMBATE ÁS DESIGUALDADES

Painéis de luxo em conversas traçadas em nome da igualdade O formato dos painéis foi inovador, com a moderação de várias conversas sobre os temas em discussão. A primeira conversa, moderada pela vice-presidente do INATEL, Inês de Medeiros, contou com Carlos Farinha Rodrigues, professor do ISEG e padre Constantino Alves, da paróquia Nossa Senhora da Conceição. tas Portuguesa, Eugénio Fonseca, que também participou no seminário, avançando ao Semmais que é necessário investir numa estratégia de combate à pobreza dando protagonismo às famílias atingidas pelo flagelo. «Temos de os colocar como intervenientes nos projetos de vida que têm de reelaborar. A solução para os problemas da pobreza está na distribuição da riqueza», sublinhou o mesmo responsável, alertando que se é verdade que

têm surgido menos casos novos de pobreza a pedir auxílio na Cáritas, também é verdade que a procura continua entre os chamados desempregados de longa duração. «São pessoas que continuam na mesma situação de desemprego em que caíram há quatro ou cinco anos. Há casas em que é o casal que continua desempregado e que os pais já não podem ajudar. São pessoas entre 35 e 40 anos, algumas até já têm filhos em idade de entra-

rem no mercado de trabalho, que fizeram os seus cursos, mas que também não conseguem emprego”, explicou Eugénio Fonseca, lamentando que «ainda não se tenha feito nada por estas pessoas». O dirigente recordou ainda o que os especialistas vêm dizendo há algum tempo: apenas 10% dos desempregados entre os 30 e os 40 vão voltar a trabalhar por conta de outrém. «Se assim acontecer, e perante a vida contributiva muito curta

que estas pessoas têm, qual é o Estado que vai aguentar uma subsistência digna até aos 66, 67 ou 68 anos?», questionou, admitindo que a criação do autoemprego irá apenas auxiliar uma minoria destes desempregados. “Porque nem todos têm jeito para ser empresários, porque não se começa a ser empresário a partir de determidada idade e porque um pequenos empresário terá dificuldade em comercializar a a sua produção», resumiu.

A segunda, moderada por Maria do Rosário Carneiro, teve a participação de Rui Fiolhais, presidente do Instituto da Segurança Social e Olga Mariano, da Associação Letras Nómadas. A terceira conversa juntou as fundações Montepio Geral e INATEL, representadas por Paula Magalhães e Francisco Madelino, respetivamente, com moderação do jornalista Raul Tavares. As últimas duas, moderadas pela secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, e Paula Brito e Costa, juntou Edmundo Martinho, vice-presidente da Misericórdia de Setúbal, Carlos Andrade da União das Misericórdias Portuguesas, Sara Neto, da FENACERCI e Mafalda Ribeiro, jornalista.

Ministro Eduardo Cabrita e Dores Meira encerram trabalhos com ‘renegociação da dívida’ na mira

N

o encerramento dos trabalhos, o ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, defendeu que Portugal terá mais capacidade para participar no debate europeu sobre a renegociação da dívida se apresentar contas públicas rigorosas e respeitar os compromissos assumidos com a União Europeia. “Quanto mais nós tivermos afirmado o rigor das nossas contas públicas e a capacidade de, consistentemente, cumprirmos as nossas obrigações num quando europeu maior capacidade teremos de participar, construtiva e ativamente nesse debate, que, aliás, vários ministros das finanças europeus já iniciaram, no quadro das instituições europeias”, declarou. O governante disse es-

tar «à vontade nesse tema» porque foi «um dos signatários de um manifesto que reuniu mais de 70 portugueses de várias áreas políticas». «Tenho consciência da dimensão do problema e de quanto ele carece de uma resposta à escala global”, acrescentou Eduardo Cabrita, que falava à agência Lusa depois de presidir à sessão de encerramento de um seminário sobre “Inclusão e Economia Social no Combate às Desigualdades”, promovido pelo jornal `Semmais, de Setúbal. Eduardo Cabrita reagiu desta forma ao repto lançado pela presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira (CDU), que, pouco antes, tinha defendido a necessidade de renegociação da dívida portuguesa como forma de libertar recursos

e ajudar a reduzir os problemas da pobreza, que atingem quase dois milhões de pessoas em Portugal. O ministro adjunto afirmou ainda que o atual Governo tem levado a cabo uma política de reposição de rendimentos que também é importante para o combate às desigualdades e à pobreza. «Aquilo que tem marcado este ano de Governo são resultados que provam que é possível o relançamento da economia, a reposição de rendimentos e a justiça social, com resultados consistentes em matéria de redução de défice público», reforçou. «Portugal está a poucos dias de ter o melhor resultado orçamental de mais de quatro décadas de democracia. E fá-lo num quadro de paz social, de estabilidade política e de

rigor, que tem permitido uma distribuição mais justa do esforço que sobre todos recai e que tem permitido uma significativa recuperação dos rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas», acrescentou. Eduardo Cabrita salientou que, a par da reposição de rendimentos para trabalhadores e pensionistas, o Governo português também vai transferir mais verbas para as autarquias locais em 2017. “Existe uma relação de confiança com as autarquias locais, que, em 2017, terão já uma transferência de recursos superiores às de 2011 e o início de uma fase de crescimento económico, que se traduziu no terceiro trimestre (deste ano) no maior crescimento na área de toda a União Europeia”, justificou.

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 21


A Força Aérea Portuguesa e a Economia Real JORNALISTA

JORGE SANTOS

FIO DE PRUMO

OPINIÃO

Ágape

R

ecorrendo ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ficamos a saber que ÁGAPE, na área da história religiosa, era a “festa dos primitivos cristãos que consistia de uma refeição comum com a qual era celebrado o rito eucarístico, «Além de propiciar a mistura de pobres e ricos, o seu ritual incentivava o beijo da paz; com o tempo entretanto acabou por degenerar e ser proibida pela cristandade».” Temos também que será o “banquete ou almoço de confraternização por motivos diversos (sociais, políticos, etc). Qualquer refeição entre amigos. Uma das antigas designações da eucaristia. Esmola entre os primitivos cristãos.” Pode-se também atribuir a Ágape, o significado amor, amizade, caridade e afeição. Na quadra natalícia somos bombardeados com notícias dos jantares oferecidos aos desvalidos da nossa sociedade. É rotineiro tal procedimento e não há que condenar, embora se adivinhe que quem os promove fique mais aliviado de consciência para o fausto banquete que no seu núcleo levará a cabo.

Na quadra natalícia somos bombardeados com notícias dos jantares oferecidos aos desvalidos da nossa sociedade. E porque a quadra é de festa – pelo menos é assim que a propagandeiam – seria bom que os que vão ter acesso a mais do que o pratinho de sopa, uma vez por ano, o tivessem e lhes fosse proporcionado um momento de confraternização, já que nunca conseguiremos que esqueça as amarguras do dia-a-dia. Levantemos as nossas taças para brindar as mentes que têm possibilidade e sabedoria de – no futuro, que se quer imediato – tornar a vida dos mais desfavorecidos, menos tenebrosa e mais bela digna.

N

a sequência do artigo do passado sábado (3.12.2016) no Jornal Expresso: “Força Aérea quer 400 milhões para sair do Montijo (BA6)”: - “Não estando previstos estes 400 milhões€ no contrato com a VINCI, terá que ser o Estado a pagar, ou troca com aumento do tempo da concessão”. A VINCI tem contrato de concessão para explorar os aeroportos civis. Atingidos 22 milhões de passageiros(pax)/ano no Aeroporto Humberto Delgado(AHD) é obrigada a equacionar a construção de novo Aeroporto, matéria sujeita a negociações, incluindo o valor que a VINCI terá que investir. O custo do Novo Aeroporto de Lisboa(NAL)/Campo Tiro de Alcochete(CTA) é: 1ª fase-3,3mil Milhões€, 2ª-4,5. A acrescentar: nova AE, shuttle ferroviário, custos de deslocação ao longo da vida útil. A VINCI, enquanto construtora, é interessada em construir o NAL/CTA, mas quer ter essa garantia. Integrado no concurso de concessão de exploração, o Estado usou ajuste direto para a construção, podendo vir a ser objeto de impugnação internacional se for considerado não ter respeitado o Código dos Contratos Públicos. Caso venha a ser impugnado, e não ter fundos da Rede Transeuropeia de Transportes, as coisas podem complicar-se. O NAL/CTA só terá viabilidade desativando o AHD, o que é muito improvável a curto prazo. O aumento do prazo da concessão é o Estado Português prescindir de receitas futuras, cujo valor iria depender desse aumento de prazo, matéria que a VINCI aproveitará para maximizar e renegociar. É pouco provável que as companhias aéreas low-cost estejam disponíveis para pagar as taxas aeroportuárias exigidas por um aeroporto principal internacional. A 1ª fase tem tempo de construção superior à opção BA6(3 anos, sem custos para o Estado) e até final deste ano prevê-se chegar aos 24,8 milhões pax. Tudo isto faz pender a decisão para a BA6,

22 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016

ficando o NAL/CTA adiado. Não se entende o Governo ter mandado reequacionar este problema, e esta nova posição da FAP, quando parece que as condições já estavam estudadas e acordadas com os anteriores: Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Comandante Aéreo e Comandante da BA6-Montijo, entretanto substituídos. Sem colocar em causa a importância das missões da FAP, na defesa do território nacional e pessoas, mas tendo em atenção as possibilidades orçamentais do Estado: “FAP refere uma verba em torno de 400 milhões €, nunca para menos, mas não especifica como chega a este valor. Um número redondo sem ir ao detalhe, atirado para negociação, pelo que pode vir a ser superado, a que o Governo considera demasiado elevada”. Diria exorbitante e opaco. “FAP alega que um dos motivos que podem fazer subir o custo da alternativa de pelo menos mais 250 milhões € é a deslocalização do Campo de Tiro de Alcochete (CTA)”. Não aplicável, por ainda não ser necessário deslocalizar o CTA. “Defesa diz que não paga os custos de compatibilizar uso civil e militar, ou deslocalização da base”. Não pagará o quê, salvo melhor opinião com infraestruturas aeroportuárias “de sobra”? Só no continente, para além da BA6, tem mais 7 bases (Maceda, S.Jacinto, Monte Real, Ota, Tancos, Sintra, Beja) algumas que fizeram sentido nas 2 Guerras Mundiais e Guerra Colonial. Agora temos a Defesa do nosso Território e pessoas, e algumas missões ao serviço da NATO quando os aviões nem estão cá. Mesmo no caso do Sonho da Plataforma Continental ser real, temos mais as bases na Madeira e Açores. As ajudas do VTS costeiro, AIS, radares costeiros, e modernos sistemas de comunicação. Ainda estamos em Guerra, ou basta-nos ter os recursos necessários para defender o nosso Território, e pessoas, com alguma folga ao serviço da NATO, tendo em atenção os

ATUALIDADES CALDEIRA LUCAS CONSULTOR

nossos parcos recursos financeiros ? “FAP julga impossível a coabitação civil-militar, tendo vetado. Admite agora o limite de 12 movimentos/hora. A parte civil considera possível o seu uso misto”, à imagem do que se faz noutros aeroportos, de que são exemplo os do Rio de Janeiro. A BA6 tem pista adicional. O AHD prevê o dobro de movimentos/ hora do previsto para a BA6, e só com metade da área. Não se entende a “argumentação” da FAP? Dada a posição da FAP, passa-se à análise do uso total da BA6 em civil: “FAP diz que a BA6 é uma base de grande movimento, albergando 4 esquadras”: “Grande movimento”, de média 0,3 movimentos/hora, mais parecendo uma Base Terrestre e depósito de algumas aeronaves obsoletas e sem trabalharem há mais de 1 ano, salvo menos de meia dúzia de aeronaves que dali operam, numa plataforma com o dobro da área do AHD e 2 pistas? A Esquadra 501 com 3 unidades C-130 para transporte, fizeram a 1ª ponte aérea na guerra colonial (1 na Portela e 1 DC6 na BA6). Estando hoje: 1 infelizmente acidentado (sem perspetiva de ser reconstruído) outro em missão no estrangeiro ao serviço da NATO. Os CK-390 que os vão substituir (6–duplicando, a 10 milhões € cada ?) poderão ir para Tancos, onde existem Tropas Para-quedistas. A Esquadra 502 c/C-295 para tráfego aéreo táctico, vigilância marítima (com o VTS-Costeiro, AIS, radares-costeiros e comunicações em contínuo e em rede com a Marinha, reduzem a necessidade desta sub-missão) busca e salvamento. Pós-guerra no Ultramar foi sediada em Tancos, Porto Santo, Sintra e

Lajes. Só em 2009 foi - parte transferida para a BA6, podendo estas regressarem a Tancos. A Manutenção das aeronaves das 2 anteriores esquadras podem ser asseguradas por um das Bases que usem estes tipos de aviões. A Esquadra 504 c/Falcon, para transportar altas individualidades, lógicamente está em Figo Maduro e não na BA6; A Esquadra 701 c/EH-101, helicóptero de busca/salvamento, cobre as FIR de Lisboa e Stª Maria, operando: 1-da BA6, 2-das Lajes, 1-de Porto Santo. O da BA6 poderia basear-se numa Base mais próxima do Oceano, central, parecendo adequada Sintra. A manutenção desta aeronave deve localizar-se numa das Bases de onde operam. Não será adequado transferir a manutenção da esquadrilha de helicópteros Lynx da Marinha para a Base Naval do Alfeite, de onde operam ? Será difícil fazer ligeira redistribuição das esquadras da FAP, quando realizaram 39 transferências de Esquadras, sem problemas e sem “exigências leoninas”? Será necessário serviços sem uso de aeronaves, no máximo simuladores, estarem localizados numa base, com alternativa no edificado exterior à base afecto à FAP ? A urgência na decisão, dá ensejo à FAP para ter este tipo de exigência, não se importando de colocar em causa a Economia Real ? O Comandante Supremo das Forças Armadas – o Presidente da República - tem um “problema a resolver” por forma a garantir o não adiamento da resolução da falta de capacidade do AHD. Mas, acredito que com o seu bom senso, empatia, e inteligência negocial, vai conseguir.

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


OPINIÃO

Arranque para o Centenário da Revolução Socialista de Outubro

A

s Teses largamente discutidas ao longo de semanas entre milhares de comunistas e das quais resultou a Resolução Política do XX Congresso do PCP, realizado em Almada no início do mês, inscrevem, em pouquíssimas páginas entre 81, quatro nomes: Marx, Engels, Lenine, Álvaro Cunhal e Maria Lamas. Quanto a esta, a referência insere-se na apreciação da actividade do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), que lhe dedicou inúmeras iniciativas sobre a sua vida e obra. Quanto aos primeiros, pelo papel que tiveram na teoria e práticas revolucionárias das quais são exemplos perenes. É na asserção de que o processo de substituição da formação económica-social capitalista pela socialista não é automático, antes exige a criação de condições subjectivas, de uma força revolucionária de vanguarda capaz de, em cada país, dirigir a luta pela conquista do poder pelos trabalhadores, e a aplicação do marxismo-leninismo como instrumento de análise e guia para a acção (página 16), que o remate é dado às “determinadas premissas” segundo as quais “para a revolução não basta que as massas exploradas e oprimidas tenham consciência da impossibilidade de viver como dantes e exijam mudanças… é necessário que os exploradores não possam viver e governar como dantes. Só

Dois rapazes da direita

POLITICA E CULTURA

BOCA DE CENA

VALDEMAR SANTOS

RODRIGO FRANCISCO

MILITANTE DO PCP

quando os ‘debaixo’ não querem o que é velho e os de ‘cima’ não podem como dantes, só então a revolução pode vencer” (“A doença infantil do esquerdismo no comunismo”, de Lenine). Eis porque outra vez damos voz ao depoimento que Álvaro Cunhal concedeu aquando o 20º Aniversário do 25 de Abril à “Gazeta do Interior” (Maio de 1994), a propósito do seu ingresso na Companhia Disciplinar de Penamacor em Outubro de 1939, entre passagens à clandestinidade e prisões. “No que respeita à Companhia Disciplinar, além da repressão era o absurdo de uma falsa e por vezes ridícula instrução militar. As fardas não tinham qualquer insígnia. Os militares não podiam usar cintura. À sentinela à porta das armas não era distribuída espingarda. Os receios iam ao ponto de num funeral militar carregarem cartuchos não com balas mas com buchas de algodão, do que resultou, quando o pelotão fez o disparo, a cena caricata que se pode imaginar”. Não era uma forma de evitar a insurreição armada?, já perguntámos - então também de novo fazemos constar a frase de

Jacinto Cândido, Juiz do Supremo Tribunal de Contas, par do reino, conselheiro do Estado e ministro da Marinha no gabinete de Hintze Ribeiro datada de 13 de Novembro de 1892 e transcrita no monumento erguido em 1958 à sua memória, naquela terra beirã: “A revolução há-de fazer-se (de duas maneiras): bem ordenada e dirigida, de cima para baixo, do governo para o povo, e então raiará vida nova e entraremos num período de felicidade e de paz, ou (ao contrário) quando o governo não possa, não queira ou não saiba fazê-la, (e então surgirá) de baixo para cima, da periferia para o centro em ondas alterosas de anarquia que subverterão tudo e todos”. Não podia deixar de ser a 7 de Novembro passado que o Partido lançou, em Lisboa, o Programa das Comemorações do Centenário da Revolução de Outubro, “da conquista do poder pelo proletariado russo, sob a orientação do partido bolchevique encabeçado por Lenine, inaugurando uma nova época, a da passagem do capitalismo ao socialismo”. E se de um ano a culminar se pode dizer que é o de 2017, já tem a força do XX Congresso!

DIRETOR DA CTA

T

erminámos no último fim-de-semana a primeira parte da carreira de “Noite da liberdade”. Regressamos em Janeiro, entre 11 e 29. Tivemos uma média diária de 159 espectadores. A manterem-se estes números, no final do mês que vem cerca de 3.400 espectadores terão assistido à peça. Este texto é sobre dois desses espectadores. Na Sexta-feira fui abordado no foyer do teatro por dois jovens, no final do espectáculo. Eram alunos de uma escola aqui ao lado. A sua professora de filosofia tinha-me cedido a sua aula para que eu conversasse com os alunos sobre a peça, na esperança de que o meu falatório lhes suscitasse algum interesse. E suscitou. Um dos rapazes declarou-se, logo à partida, simpatizante da extrema-direita. O outro era social-democrata. A peça tinha-lhes causado alguma discórdia: o mais moderado apontava a linguagem um tanto “vernácula” (fui eu que o ajudei a encontrar o termo), e o extremista encontrava no texto uma forma de propaganda esquerdista – “comuna”, para citar o rapaz. A minha instantânea curiosidade por tão inusitada abordagem fez com que os

encorajasse a conversar um pouco comigo. Tinham um discurso vago e lexicalmente pobre. Um dizia-se admirador de Salazar (mas não de Hitler…) e o outro achava que os mandatos dos Governos deviam mas era ser de oito anos (embora se calhar isso fosse um bocado fascista). Claramente não provinham das classes abastadas: candidamente revelaram-me que moravam respectivamente, do centro para o extremo, em Corroios e Fernão Ferro. O que eu senti nestes dois rapazes foi um impulso, um tanto desesperado, de ter alguém com quem conversar: quem estará aqui em falta? A escola? A família? Na Sexta-feira, às cinco da manhã ainda não tinha pregado olho. No fundo, acho que o que me assusta não é o facto de haver rapazes de 16 anos que precisem de falar com alguém (eu, com 14, achava o máximo assistir aos jogos do Sporting no meio dos gandins da Juve Leo). O que me preocupa é que aparentemente não há já muita gente disposta a falar com eles. E, já agora, tira-me o sono que numa turma de quarenta e tal alunos só a direita e a sua respectiva extrema tomem a iniciativa de vir assistir a uma peça sobre o fim da democracia.

2016 – “Ano da gerigonça” e 2017 “?”

O

s cidadãos que vivem em Portugal na generalidade andaram e andam anestesiados no decorrer do ano agora findo. Estamos cientes que esta análise é subjetiva e objetiva em função de interpretação de fatos concretos que o tempo encarregar-se-á de provar a veracidade dos mesmos. Os portugueses passaram a possuir mais rendimentos no final mês, no momento em que recebem salários e pensões, mas não se deram conta que pagam mais impostos em cada momento, e daí advém menos euros nos bolsos. É verdade que também a taxa de desemprego diminuiu mas não se interrogam como há menos postos de

trabalho que no passado face aos que desapareceram, será que também diminuiu a população? As sondagens preveem uma consolidação do suporte do Governo e uma destruição da oposição alternativa, é verdade que o discurso é coerente e frio sem emoção por parte da oposição e no momento atual não é um discurso eficaz para o mediatismo, mas é possível que no futuro seja eficaz e eficiente. O distrito de Setúbal está no marasmo e até parece que deixou de ter problemas sociais, a anestesia é total. As “gerigoncinhas” que governam estão sossegadas porque na

maioria estão falidas e pouco ou nada podem fazer para além de artes decorativas, mas as alternativas estão caladas por falta de competência em entender os problemas mais próximos das populações e andam entretidos com áreas da política nacional e do aparelho partidário. Poderíamos dizer que tudo é verde de esperança como no desporto, mas não, temos que afirmar que há sinais de vermelho a mais e preocupações constantes. Até na área desportiva abunda a demagogia e o fingimento de que o Mundo está contra o leão como Rei, e na realidade é o guia atual está a mais no mundo desportivo

ESPAÇO ABERTO E LIVRE ZEFERINO BOAL

CONSULTOR DA SITEL PORTUGAL porque é o verdadeiro ilusionista das palavras. Parafraseando o nosso antigo Almirante: “é só fumaça!” Mas, sejamos otimistas. Num ano, 2017, mudará muita coisa e haja esperança! A arte de governar com verdade virá ao de cima em Portugal. A Europa não continuará a destruir lideres como este ano, porque tem receio dos ares que veem da América.

Em Angola mudará o ciclo da liderança governativa no único partido de poder e que atende às necessidades da população. No futebol nem o ai Jesus se salvará! E aparecerá um novo sebastianismo! E nós cidadãos? Acreditemos no futuro e que cada um continue a fazer o que compete e certamente melhores dias virão. Feliz e Santo Natal e um Ano de 2017 muito próspero!

SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE DEZEMBRO | 2016 | 23



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.