Semmais 17 janeiro 2015

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16 anos

Distribuído com o

A REGIÃO

SOMOS TODOS

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edição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

VENDA INTERDITA Sábado | 17 janeiro 2015

Diretor: Raul Tavares

semanário — edição n.º 839 • 8.ª série — 0,50 € • região de setúbal

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SOCIEDADE 4

CULTURA 9

SAÚDE 13

Academia de Música de Almada obrigada a parar aulas por falta de verbas da tutela.

Orquestra de Lisboa apresenta ópera de Mozart no Luisa Todi, em Setúbal.

Clínica SAÚDIS dispõe de terapias inovadoras e obtém resultados reconhecidos. Fotos: DR

Distrito lidera a nível nacional chumbos e desistência nas escolas As escolas da região exibem o terceiro pior desempenho do país nas notas dos exames do 12.º ano, com taxas de retenção e desistência que superam os 40 por cento dos alunos, segundo dados oficiais a que o Semmais teve acesso.

Os dados foram recentemente divulgados pelo Ministério da Educaçãoe Ciência, através do portal InfoEscolas, uma plataforma online que mostra o que se passa em cada um dos 587 estabelecimento de ensino do país.

Estão em causa os últimos três anos, no qual a Península de Setúbal segue sempre a mesma tendência, nunca conseguindo abandonar a cauda do débil desempenho escolar, com valores superiores às médias nacionais.

Tutela investiga morte nas urgência do Garcia de Orta

Estradas do Litoral Alentejano vão para obras até 2020

SOCIEDADE A Inspecção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a acompanhar a investigação que o Hospital Garcia de Orta está a realizar à morte de um utente com pulseira amarela nas urgências daquela unidade hospitalar de Almada, ocorrida no domingo. A Comissão de Utentes diz não dispor de grande informação e diz que o hospital «até tem respondido com eficácia» aos períodos de maior afluência.

SOCIEDADE O investimento da empresa Estradas de Portugal (EP) vai rondar os 18,5 milhões de eurosna requalificação de troços rodoviários que se estendem de Alcácer do Sal a Odemira. Algumas destas intervenções fazem parte há muito tempo da carteira de reinvindicações dos autarcas da região, como o troço de estrada entre Alcácer e Grândola do IC1, repleto de rodeiras, lombas e buracos. Só esta obra vale seis milhões.

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Em 'Dia de Reis', Montepio volta a apoiar financeiramente uma instituição do distrito

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SOCIEDADE

Terceiro pior desempenho do país mas os rankings mostram números que justificam outras interpretações

Distrito lidera chumbo e desistência na escola As retenções e desistências de alunos à chegada ao 12.º ano na região de Setúbal supera os 40 por cento. Nos exames de fim do secundário o distrito apresenta o terceiro pior desempenho do país.

AS ESCOLAS do distrito de Setúbal exibem o terceiro pior desempenho do país nas notas dos exames do 12.º ano, com taxas de retenção e desistência que superam os 40% dos alunos. Os dados são oficiais e foram agora revelados pelo próprio Ministério da Educação e Ciência através do novo Portal InfoEscolas. Uma plataforma online que mostra o que se passa em cada um dos 587 estabelecimentos de ensino do país com alunos matriculados em cursos científico-humanísticos. Apenas Bragança supera Setúbal. A elaboração do ranking reporta-se ao ano letivo de 2012/13, sendo o último de que há dados disponíveis, segundo diz a tutela, exibindo um quadro relativo aos

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Texto Roberto Dores

últimos três anos no qual a península segue sempre a mesma tendência, nunca conseguido abandonar a cauda do débil desempenho escolar, com valores superiores à média nacional. Com uma percentagem sempre acima dos 40 pontos, o distrito até exibe mais fragilidades a Português do que a Matemática, segundo os indicadores de desempenho. Um deles mostra, por exemplo, o indicador da progressão relativa a cada escola nos exames do

Ministro elogia portal O ministro Nuno Crato sublinhou que o novo portal permitirá aos pais “fazer escolhas mais informadas”, mas também intervir e colocar questões à escola dos filhos. Servirá igualmente aos professores para que possam “perceber melhor o que se passa na sua escola” comparando-se com outras e com o resto do país. E servirá ao “público e à comunicação social”, dando-lhes “mais meios para terem uma discussão mais informada sobre educação”. O Portal InfoEscolas contém informação apenas sobre os alunos matriculados em cursos científico-humanísticos de escolas secundárias públicas e privadas em Portugal continental. Para além da informação pública, as escolas terão acesso, no mesmo site, a dados mais desagregados sobre todas as disciplinas sujeitas a exame nacional.

12.º ano, com as notas que os mesmos alunos haviam obtido, três anos antes, nos exames de 9.º ano destas disciplinas. Assim sendo, na Matemática os alunos da região conseguem mesmo estar entre os valores médios do país, mas no Português ficam-se pelo vermelho entre 2010/11 e 2011/12, melhorando apenas no ano letivo passado. E o que poderá estar na origem do pouco aproveitamento escolar no distrito? Carlos Martins, profes-

sor com quase 30 anos de ensino entre as escolas de Setúbal, Moita e Seixal, alerta que estes resultados deverão ser analisados «com grande cautela, porque, caso contrário, continuarão a ser só números e estatísticas e o ensino público tem que ser bem mais do que isso». O mesmo professor, que é dirigente de uma estrutura sindical, mas que prefere falar ao Semmais em nome individual, reconhece que «o distrito tem características muito próprias, que tornam alguns alunos mais vulneráveis», dando o exemplo de pais que trabalham em Lisboa, saindo cedo de casa onde regressam apenas à noite, ficando os filhos entregues a si próprios. «Como é que vamos incentivar estes miúdos a estudar? Alguns nem sempre vão à escola. A Moita e o Seixal, mais do que Setúbal, têm situações muito complexas», sublinha. Já Júlio Dias, também docente em Sesimbra, diz que a divulgação destes dados corre o risco de cometer algumas injustiças, sublinhando que não refletem todo o trabalho que a escola pública desenvolve com os alunos. “Ali não estão quantificadas as ações de apoio à educação especial, às artes e a todos os que precisam, sejam bons ou maus alunos, sejam ricos ou pobres”. Pub.

O ENSINO privado continua a obter as melhores qualificações nos rankings das escolas quer a nível nacional quer a nível distrital. Neste, as taxas de abandono e de insucesso são quase inexistentes e os resultados médios dos alunos estão ao nível dos quadros de honra e mérito da maior parte das escolas do ensino público. A região conta com um número de colégios de referência, com o St. Peters School à cabeça, mas também o Colégio Campo Flores, Colégio Atlântico e outros. O número de alunos por turma no privado poderá ser uma justificação, mas os responsáveis pelas escolas privadas avançam com outros motivos para o sucesso. «Os resultados dos nossos alunos

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Privado comanda rankings de sucesso

St. Peters School é um dos colégios de referência da região

são fruto do seu empenho e do seu trabalho, mas também do acompanhamento que lhes é dado», diz João Rafael, responsável pelo Colégio Campo de Flores, quarto classificado do distrito no ranking das escolas secundárias. Uma opinião corroborada por João Entrudo, do Colégio Guadalu-

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pe, terceiro no mesmo ranking. «O segredo é sempre a junção de vários fatores que isoladamente perderiam grande parte do seu sentido. Incutir nos alunos a responsabilidade de se sentirem parte ativa do processo de ensino, desenvolver-lhes hábitos de estudo e apoiar os professores no seu desempe-

nho diário» é a receita apontada para o sucesso. De modo geral, as escolas privadas apostam «na exigência, no rigor, no acompanhamento dos alunos, no dinamismo, no trabalho em equipa, na motivação, na inovação, na tecnologia e na oferta de recursos educativos adequado às exigências do ensino de excelência», mas estas apostas são suportadas por orçamentos diferentes e realidades sociais bem distintas das escolas do ensino público. João Entrudo defende ainda «um corpo docente estável e motivado» como uma das formas de se alcançarem bons resultados, assim como a participação dos pais na tarefa de educar de forma a «detetar atempadamente as dificuldades de cada aluno».

Cartório Notarial de Setúbal Notária Maria Teresa Oliveira Sito na Avenida 22 de Dezembro nº21-D em Setúbal Certifico, para efeitos de publicação que no dia catorze de Janeiro de dois mil quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 134 do livro 275 – A, de escrituras diversas, na qual: Silvino Martins Ribeiro e mulher, Edite da Silva dos Santos, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Joaquim Moreira, n.º 17, Faralhão em Setúbal, contribuintes números 114395756 e 114395764, justificaram a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel: Prédio Urbano, composto de edifício de um piso com quatro compartimentos e arrecadação destinado a habitação, com a área de com coberta de cinquenta e sete vírgula vinte e dois metros quadrados, sito no Faralhão, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, que confronta do norte com Estrada do Faralhão, do Sul e nascente com o próprio, e do poente com Aníbal Rodrigues, ainda por descrever na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 302, da freguesia do Sado. Está conforme. Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 14 de Janeiro de 2015. A Notária, Maria Teresa Oliveira 2


Duas mortes alegadamente por demora de assistência nas urgências de Setúbal e Ãlmada, levantaram polémica

Saúde – Trata-se da segunda de duas mortes nas urgências de hospitais da região ocorridas num espaço muito curto. A primeira em Setúbal e esta em Almada. Contradições e silêncios marcam a polémica. A INSPECÇÃO Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a acompanhar a investigação que o Hospital Garcia de Orta, em Almada, está a realizar à morte de um utente com pulseira amarela nas urgências, ocorrida no domingo, segundo fonte oficial. O desfecho trágico – o segundo nas urgências dos hospitais do distrito, depois de uma primeira morte em Setúbal - ocorreu depois do utente ter estado cerca de três horas à espera de ser visto por um médico, após a triagem. A administração prefere não se pronunciar, anunciando que só o deverá fazer «assim que seja possível». Ou seja, após a investigação que está em curso. A Comissão de Utentes tem co-

nhecimento desta morte, provocada por um enfarte, segundo avançou o dirigente José Sales, desconhecendo se o homem chegou ao hospital em ambulância ou pelos próprios meios. «Já tentámos saber, mas as notícias são contraditórias. Se foi de ambulância entraria mais diretamente do que se fosse em carro particular», recorda, revelando que esteve no hospital, onde o tema era «muito comentado nos corredores», mas acrescenta que «há alguns detalhes por esclarecer e que são fundamentais para se perceber ao certo o que se passou com aquela pessoa», sublinha. Urgências do Garcia de Orta têm ‘coberto’ afluências Eis a razão pela qual José Sa-

“Quem tudo quer tudo perde” Ditado Popular NO PRIMEIRO ano da revolução chinesa, os agricultores queixavam-se aos delegados do partido comunista que os pardais lhes comiam os cereais principalmente o centeio, a cevada, o trigo, o milho e o arroz. Estas reclamações chegaram até Mao Tse Tsung (o Pai da Nação) que de imediato decidiu que para satisfazer os agricultores, deviam de matar todos os pardais e que por isso cada camponês deveria apresentar ao delegado do partido comunista de cada aldeia mil ou mais pardais mortos. Começou então uma caça brutal, onde os camponeneses batiam desde panelas a tambores, sem-

Carreto Janela Colaborador pre que os pardais se aproximavam das suas plantações, o que os forçava a voar até que finalmente caíam do ar, vencidos pela exaustão e sem alimento. O extermínio de pardais na china foi completo. Só que no ano seguinte após as semententeiras verificou-se que não nascia nem centeio, nem cevada, nem milho, nem trigo, nem arroz e porquê? Porque as larvas e lagartas eram tantas que devoravam as sementes todas. Conto este facto para me referir aos casos que ultimamente tem

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les lamenta o silêncio da administração do hospital, avançando que as urgências do Garcia de Orta «até têm respondido com eficácia» aos períodos de maior afluência de utentes, como aconteceu ao longo desta semana. «As pulseiras amarelas estavam com um tempo de espera de duas horas, o que é bom face ao que costuma ser habitual nesta época do ano», refere, receando que possa haver constrangimentos nos próximos dias. «Os Serviços de Apoio Permanente do Seixal fecham, ficando só um aberto, que funciona muito mal, tal como os centros de saúde que encerram às 20.00 horas», alerta, pelo que as pessoas serão encaminhadas para Almada. surgido na nossa “democracia” especificando neste artigo mais concretamente o caso “B.E.S.”. Considerando unicamente o que leio nos jornais e vejo na televisão ou oiço na rádio, penso para comigo, “mas onde é que o povo português está metido... então não lhe bastava já ter contribuido com biliões de euros para o BPN e agora ainda lhes aparece este caso pela porta e voltar a ter que entrar outra vez não com bilioes mas com trilioes para “salvar a Pátria” então? Não se culpam os responsáveis por estes crime odiundos, que vão desde a corrupção, branqueamento de capitais,lavagem de dinheiro, fraúde fiscal, etc. Referindo-me a este último, quero dizer o seguinte: então anda o pobre contribuinte a ser sangrado com as piores medidas de austeridade que alguma vez conheceram enquanto que os responsáveis são promovidos e vivem em

A ACADEMIA de Música de Almada foi obrigada a parar a sua atividade esta semana, deixando cerca de 200 alunos do ensino articulado sem aulas. A razão é financeira, porque a instituição está sem tesouraria, devido ao facto de o Ministério da Educação não ter ainda procedido ao pagamento da primeira tranche dos 545 mil euros correspondentes ao contrato-programa do ensino privado. A situação foi considerada «muito preocupante» pelos dirigentes daquele estabelecimento de ensino, com declarações públicas a justificar a difícil decisão. «Já não temos capacidade nem para pagar a fornecedores e andamos um ano inteiro a viver com empréstimos bancários, com juros onerosos, com base no contrato com o Estado, disseram à imprensa responsáveis da Academia. Segundo as mesmas fontes, os docentes já contam com dois me-

ses de salários em atraso, e há ainda dívidas à segurança social e às finanças, para além dos fornecedores. «Trata-se de uma situação insustentável e se as verbas não foram desbloqueadas rapidamente não temos outra solução, se não entrar em Layout», disse ao ‘Distritonline’, Susana Batoca, da direção da Academia. Recorde-se que as aulas do ensino articulado são comparticipadas a 100% pelo Estado, uma vez que os alunos substituem algumas das disciplinas do ensino regular, como as de Educação Visual e Tecnológica e Educação Musical, por aulas de Coro e de Orquestra, lecionadas na Academia. A Academia dispõe de um orçamento de cerca de 650 mil euros, sendo que destes cerca de 120 mil euros constituem as receitas próprias da instituição, provenientes das mensalidades dos alunos autofinanciados e das receitas das produções musicais.

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IGAS acompanha investigação a morte Faltas do Estado deixam 200 alunos sem aulas na Academia nas urgências do Garcia de Orta de Musica de Almada

Atraso das verbas do Ministério da Educação pararam aulas na Academia

casas de luxo, comem caviar, como o pobre come salsichas e sardinhas enlatadas, bebe champanhe como quem bebe água e tudo porque este “Governo” ao contrário do que fazia Robin dos Bosques decide com impostos e mais impostos, com redução drástica de salários e pensões, tirar aos pobres para dar aos ricos. Dizem que a justiça é cega, pois é igual para todos os casos, isto é uma enorme falácia, deixemo-nos de coisas, pois se um pobre coitado, cai nas suas malhas e não tem, o que é o mais certo, posses para pagar a um advogado, espetam-lhe com um advogado oficioso, que não faz rigorosamente nada e que no fim quando o juiz lhe pergunta se tem alguma coisa a dizer ele limita-se à expressão “Peço justiça!”, e o pobre coitado é condenado (certamente) lá vem outra vez os tributos, taxas de justiça e outras taxinhas, que não vale sequer a pena enumerar.

No fim como o pobre condenado continua a não ter dinheiro para fazer um recurso, vai bater vários anos à prisão, quando por exemplo “rouba” um pão para comer. Voltando ao caso “BES”. Faço aqui um apelo a quem deve aplicar a jusiça, senhores da policia judiciária, senhores inspetores da autoridade tributária, senhores procuradores, senhores juízes, por uma vez, apliquem a justiça, sejam isentos, não deixem influenciar (nós sabemos que são humanos como nós) dêm ao povo português um sinal de que afinal, ainda, vive num país de direito, caso contrário este desgraçado povo fica mais destroçado do que já anda o que seria um suicidio colectivo. Voltando à decisão de Mao Tse Tung, que tudo quis e tudo perdeu, desejo que aos responsáveis do do BES acontença a mesma coisa.

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SOCIEDADE

Investimento atinge 18,5 milhões em intervenções que vão decorrer ao longo dos próximos cinco anos

Conheça as estradas do Litoral Alentejano que vão entrar em obras até 2020 O principal investimento está encaminhado para o troço de estrada do IC1, entre Alcácer do Sal e Grândola, mas muitos outros exemplos daquilo que pode vir a ser, nos próximos cinco anos, um estaleiro

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Armamento apreendido

GNR detém evadido de prisão espanhola A GNR deteve, quinta-feira, em Alcácer do Sal, num acampamento de cidadãos de etnia cigana, um cidadão espanhol que se encontrava evadido ao sistema judicial do país vizinho e sobre o qual pendia um mandato de detenção europeia. A operação, na sequência da qual foram também detidas duas cidadãs portuguesas e armas de fogo, juntou o Destacamento de Intervenção do Comando Territorial de Setúbal, Grupo de Intervenção e Operações Especiais e o Grupo de Intervenção Cinotécnico da Unidade de Intervenção. Os detidos ficaram sob custódia daquela força policial.

Redução da subconcessão poupa 944 milhões plementando trabalhos semelhantes já realizados pela subconcessionária. «Ainda sujeito a verificação por parte dos sindicatos bancários envolvidos, do Estado e do Tribunal de Contas, o acordo obtido para a redução de âmbito da subconcessão do Baixo Alentejo prevê uma poupança de 944 milhões de euros, em pagamentos a realizar pela EP depois de 2015», diz o documento a que o Semmais teve acesso. Enquanto isso, em 2019 a EP deverá avançar com a reparação dos 22 quilómetros na Nacional 120, que custará 2,5 milhões de euros, sendo que em Santiago do

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A EMPRESA Estradas de Portugal (EP) prevê investir 18,5 milhões de euros nas estradas dos cinco concelhos do Litoral Alentejano –Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira – ao longo dos próximos cinco anos, segundo o que está definido no Plano de Proximidade/Médio-Prazo 2015-2019 e do Plano de Investimentos 2015-2020, apresentados pela administração da empresa. O principal investimento está encaminhado para o troço de estrada do IC1, entre Alcácer do Sal e Grândola, repleto de rodeiras, lombas e buracos. Trata-se de uma das estradas mais movimentadas do Alentejo, constituindo a única alternativa à autoestrada, na ligação entre Lisboa e o Algarve. O investimento previsto orça os 6 milhões de euros, sendo que as obras, reclamadas há vários anos por moradores e automobilistas, após vários acidentes e ações de protesto, deverão decorrer entre 2015 e 2017. A administração das EP, avança que a intervenção visa, essencialmente,

reabilitar o pavimento do IC1 (objeto da subconcessão Baixo Alentejo), «revelando-se necessária tendo em conta as dificuldades de financiamento da subconcessionária e posterior redução de âmbito da subconcessão». A oportunidade da intervenção decorre da degradação de algumas zonas do pavimento, com-

Aspeto da via principal para a praia da Galé, um dos exemplos de algumas estradas em condições paupérrimas

Cacém a empresa EP anuncia o lançamento para 2019 da reparação de quase 19 quilómetros da Estrada Regional 261, entre Melides e Santiago do Cacém, contando ainda a empresa vir a requalificar a Nacional 383, entre o Torrão e Alvito. Do plano até 2020 faz ainda parte a reabilitação do troço que

vai do IC33/IP8 ao IC1 entre Relvas Verdes e Grândola. Cerca de 40 quilómetros que traduzem um investimento na ordem dos 40 milhões de euros, compreendendo a reabilitação do troço existente, criando melhores condições de convivência entre o tráfego pesado e ligeiro. «Enquanto intervenção con-

templada no Corredor Atlântico, esta intervenção tem como premissas, a construção da plataforma logística do Poceirão e a não construção de uma alternativa ferroviária de alta velocidade, aliadas ao fator sustentabilidade financeira e potencial de cofinanciamento comunitário», diz a empresa.

Menos mortes nas estradas da região mas aumentaram os feridos graves

Quinta ‘escondia’ material agrícola furtado

SEGURANÇA O ano fechou com 28 mortes na estrada, menos 14 das registadas em 2013. Uma redução significativa.

O PROPRIETÁRIO de uma quinta agrícola situada no Monte de Caparica é suspeito de liderar um grupo que se dedicava ao furto de diverso material agrícola e de animais, que acondicionariam num barracão. A operação que levou à detenção de três suspeitos, foi montada pela GNR da Trafaria, a partir de uma queixa-crime, tendo sido recuperados material agrícola no valor de 5.000 euros. No local, onde foi detetado o suspeito barracão, encontravam-se os três suspeitos, um deles identificado como proprietário do local, que assistiu às buscas dos militares. O proprietário da quinta foi constituído arguido e todos os restantes suspeitos identificados. O material, ora recuperado e denunciado como furtado em autos de queixa-crime, bem como, cerca de 20 animais, galinhas, patos e perdizes, foram devidamente entregues aos seus legítimos proprietários, através de Termo de Entrega, e o restante entregue ao Ministério Público.

UM TOTAL de 28 pessoas perdeu a vida em acidentes rodoviários nas estradas do distrito em 2014, segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o que representa, ainda assim, um significativo decréscimo de vítimas face às 42 registadas em 2013. A redução é ainda mais acentuada comparativamente com as 48 mortes de 2012. Isto, apesar do número de feridos grande ter aumentado de forma significativa, dos 125 para 164. A juntar ao aumento de feridos graves o distrito lamenta também o acréscimo do número de acidentes. A região teve 8716 sinistros, mais 65 do que em 2013, quando em 2012 tinha chegado

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Texto Roberto Dores

A fiscalização das autoridades policiais é uma das causas para a redução

aos 8827. Segundo fonte da GNR os fatores que explicam a sinistralidade no distrito são os despistes, mau estado de algumas vias e condições climatéricas adversas, avançando que apesar das vítimas mor-

tais terem diminuído, os militares não se podem dar por satisfeitos, «enquanto continuarem a morrer pessoas nas nossas estradas», pelo que «a prevenção da sinistralidade faz-se todos os dias e é responsabilidade de todos».

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Associação Vale de Acór, de Almada, foi uma das entidades que receberam donativo

A ASSOCIAÇÃO Vale de Acór, com sede em Almada, foi uma das dez instituições este ano premiadas com um donativo de 20 mil euros pela Fundação Montepio, no âmbito da iniciativa de responsabilidade social designada “Reis por um dia”, que consiste na transformação, em donativos, do montante que aquela associação mutualista costumava afetar à aquisição de presentes de Natal destinados a associados e clientes. Para dar expressão ao evento, a cerimónia, realizada a semana passada no novo espaço “Atmosfera M”, e organizado pelo Gabinete de Relações Públicas do Montepio, liderado por Rita Branco, foi presidida pelo presidente do Montepio Geral, Tomás Correia, e contou ainda com a presença de vários administradores, entre os quais Carlos beato, que tem a tutela da associação mutualista. «Num ano em que estamos a comemorar 175 anos de vida, é muito gratificante podermos continuar a ajudar quem mais necessita, neste caso um conjunto de instituições que, de norte a sul do país, desenvolvem um trabalho meritório de solidariedade social», afirmou ao Semmais Carlos Beato. A escolha do local não foi também um acaso, uma vez que o novo espaço “Atmosfera M”, em Lisboa,

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Montepio distribui 200 mil euros por dez instituições

O representante da Vale de Acór com o ‘estado maior’ da Montepio

com inauguração agendada para o próximo dia 5 de fevereiro, é a nova coqueluche da associação mutualista centenária que conta já com mais de 600 mil associados. «Somos mais que um banco e é isso que queremos deixar afirmado neste ano em que comemoramos 175 anos de existência. Este novo espaço, que já existe também no Porto, é multifuncional, com auditórios, biblioteca, ludoteca, galeria, sala de formação, ginásio e uma zona de cafetaria, agora ao dispor dos nossos associados e público em geral», explicou o administrador do Montepio Geral. Desde 2004, a iniciativa que pro-

cura abraçar as instituições com trabalho no terreno no apoio às populações mais desfavorecidas já contabiliza 1,3 milhões de euros em apoio direto a 66 instituições. «É a prova de ‘Reis’ do Montepio já distribuíram 1,3 milhões que o nosso programa de responsabilidade social abrange um universo muito grande, múltiplas frentes e chega a quem mais necessita. É uma missão e um comprometimento de uma associação mutualista centenária, implantada em cada canto do país, e ao serviço dos seus associados, clientes

e dos portugueses em geral», reiterou Carlos Beato. A região esteve representada pelo responsável da Associação Vale de Acór, padre Pedro Quintela e por Armando Sacramento, da direção da Universidade Sénior de Setúbal, entidade já beneficiada com este apoio do Montepio, entidade com a qual deverá firmar um protocolo de apoio brevemente. Na iniciativa deste ano foram atribuídos apoios unitários de 20 mil euros, à “Associação Vale de Acór”, “Operação Nariz Vermelho”, “Associação de Socorros Mútuos dos Empregados do Estado”, “Associação Acreditar, Ajuda de Berço, associação Patas Felizes, Associação Protectora dos Diabéticos”, “Comunidade Vida e Paz”, “Centro de Recuperação Infantil de Benavente” e “Espaço T”, no valor total de 200 mil euros.

Carlos Sargedas leva Cabo Espichel ao Parlamento O FOTÓGRAFO e candidato à Câmara de Sesimbra nas últimas autárquicas, pelo movimento Sesimbra Unida, Carlos Sargedas, foi recebido esta semana pelo gabinete da presidente da Assembleia da República, procurando voltar a colocar em cima da mesa o dossier da requalificação do Cabo Espichel. Sargedas, que é também diretor do Festival Finisterra & Arrábida Film, reclama que se dê cumprimento às decisões tomadas pelas autoridades de sentido de resolver «o abandono» daquela zona de interesse nacional. «Já passaram dois anos e nada avançou. Ainda se aguarda pela resposta à proposta da Câmara de Sesimbra na permuta dos terrenos ao serviço do Estado pelo valor ridículo de um milhão de euros que o Estado pede para os devolver ao seu antigo proprietário», disse ao Semmais Carlos Sargedas. O fotógrafo, saiu do Parlamento «com alguma esperança» e deixou um DVD sobre o Cabo Espichel, como forma de manter a luz sobre um desfecho positivo para a sua batalha.

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LOCAL

Bairros sadinos recebem formação Os interlocutores dos bairros abrangidos pelo programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, localizados na zona da Bela Vista, em Setúbal, dispõem, durante este mês, de várias ações de formação. A primeira

Apresentação de livro para os mais pequenos

ação realiza-se dia 21, às 18h30, no Centro Multicultural, e visa a transmissão de conhecimentos aos representantes dos moradores dos bairros para posterior partilha com a população.

“O Reino Encantado da Amizade” é o livro infantil de Helena Maneta, natural de Alhos Vedros e residente no Barreiro, que vai ser apresentado dia 24, às 15h30, na biblioteca Bento de Jesus Caraça, na

Moita. O livro é composto por vários contos infantis, em que os meninos brincam, os animais e os brinquedos falam e as fadas limpam o lixo que os humanos deixam irresponsavelmente para trás.

Academia vai ser distinguida com Medalha Dourada do concelho

Alcochete presta homenagem à Academia do Sporting A cerimónia ocorre durante a Sessão solene das comemorações do 117.º Aniversário da Restauração do Concelho. A ACADEMIA Sporting Clube Portugal vai ser distinguida com a Medalha Dourada da Restauração do Concelho este sábado, dia 17 de Janeiro, no âmbito da Sessão Solene das Comemorações do 117.º aniversário da Restauração da autonomia do Concelho e dos 500 Anos da atribuição da Carta de Foral à vila de Alcochete. Com início às 16 horas, a sessão solene, aberta à população, realiza-se no Núcleo de Arte Sacra/Igreja da Misericórdia, em

Almada lança festival que junta o surf e a música DE 26 de março a 4 de abril, a Costa da Caparica recebe o 1.º Festival Caparica Primavera Surf Fest, que irá decorrer junto à Praia do Paraíso. São esperados 500 surfistas portugueses e estrangeiros, 20 DJ´s, nove bandas, e o Surf Film Fest – SAL. DJ Vibe - Cais Sodré Funk Connection - Agir - DJ Ride - Diego Miranda - Rui Vargas - Funkyou2 Riot - Overrule - DJ Glue - Batida - Da Chick - Freddy Locks - Orlando Santos - Jiggy - You Can`t Win, Charlie Brown - Noiserv - Magazino - Nuno di Rosso - Dj Miguel Nery são nomes confirmados. O evento inclui ainda Sunset Parties, ao final do dia, e a atuação, ao longo da noite, de nove bandas e 20 DJ. O programa musical decorre das 18 às 2 horas, numa tenda gigante.

Alcochete. Esta decisão do executivo municipal foi aprovada por unanimidade na reunião de Câmara realizada no passado dia 7 de Janeiro, sessão em que também aprovou, por unanimidade e escrutínio secreto, a atribuição da Medalha Municipal de Bons Serviços aos trabalhadores Rui Manuel Lima Vieira, Fernando Manuel Marques Rei, Luís Manuel Tavares Frederico e Francisco Vieira Pinheiro. «Na sessão solene estaremos a comemorar não só a Restauração do Concelho mas também os 500 Anos da atribuição do Foral a Alcochete num local muito próximo de onde nasceu D. Manuel I no dia 31 de Maio de 1469», referiu o presidente da Câmara Mu-

nicipal de Alcochete, salientando que o município, anualmente, «reconhece o mérito de pessoas coletivas e individuais que se notabilizam ou que engrandecem o nome de Alcochete e de trabalhadores que ao longo de 30 anos foram exemplares no que diz respeito ao exercício de funções públicas». Para Luís Miguel Franco, a atribuição da Medalha Dourada da Restauração do Concelho à Academia Sporting Clube Portugal é o reconhecimento de que este Clube é «uma grande instituição não só ao nível nacional como internacional e que a Academia é das Escolas de Formação de atletas de alta competição das melhores do mundo». «Em 2015, a nossa programa-

Setúbal candidata Figueirinha à bandeira azul O MUNICÍPIO aprovou esta semana, em reunião pública, a apresentação da candidatura da Praia da Figueirinha à Bandeira Azul 2015. Sob o tema “Faz da praia a tua mudança”, as candidaturas devem obedecer a um conjunto 28 critérios num universo de 32, relacionados com padrões ambientais, de segurança, de conforto dos utentes e de informação e sensibilização ambiental, para poderem aceder ao galardão europeu que premeia praias e portos de recreio. Relativamente à “Informação e educação ambiental” devem estar afixadas informações, nomeadamente, sobre a qualidade da água e sobre o programa Bandeira Azul, assim como um mapa indicativo das diversas instalações e equipamentos na zona balnear, entre outros. No que respeita à “Qualidade da água”, a praia deverá cumprir as normas e legislação relativas à frequência e amostragem da qualidade da água e à ausência absoluta de descargas de águas residuais industriais ou urbanas na área. A necessidade de manter a praia limpa, a existência de equi-

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Mais um ano de foco para a praia

pamentos para recolha seletiva de embalagens, assim como a existência de instalações sanitárias em número suficiente são alguns dos critérios ligados à “Gestão Ambiental e Equipamentos”. Quanto à “Segurança e Serviços”, a existência de nadadores salvadores durante toda a época balnear com o respetivo equipamento de salvamento, a existência de um serviço de primeiros socorros na praia, bem como a existência de uma fonte de água potável devidamente protegida concluem uma vasta lista de itens. O município considerou estarem reunidas as condições para a entrega da candidatura para a atribuição da Bandeira Azul à Praia da Figueirinha, pelo sétimo ano consecutivo.

Academia do Sporting tem dinamizado o concelho

ção cultural vai estar subordinada às comemorações dos 500 Anos do Foral de Alcochete, agregando os agentes culturais do concelho, que vão participar em diversos eventos de forma bastante entusiástica», referiu ainda a vereadora da cultura, Raquel Prazeres, so-

bre as comemorações. «Penso que é um ano em que o concelho de Alcochete e a nossa identidade cultural serão enaltecidos e é um momento para termos orgulho de Alcochete e para conhecermos melhor a nossa História», acrescentou a autarca.

Seixal lança candidaturas para incubadora de empresas

Sines avança com arranjo do Largo de S. Sebastião

ESTÁ A decorrer, até próximo dia 20, a terceira fase para apresentação de candidaturas para utilização dos espaços da Incubadora de Empresas Baía do Seixal. O equipamento visa apoiar novas empresas, proporcionando-lhes condições técnicas favoráveis à sua instalação, com vista à modernização e diversificação do tecido empresarial e à criação de emprego estável e qualificado, dinamizando o núcleo urbano antigo do Seixal e contribuindo para o desenvolvimento económico do concelho e para o aumento da coesão e competitividade regional. A Câmara já desenvolveu duas fases de candidaturas para a utilização dos espaços daquele equipamento, seguindo-se agora o procedimento para a apresentação das candidaturas no âmbito desta terceira fase, para a utilização de 7 gabinetes.

A REQUALIFICAÇÃO do Largo de S. Sebastião já arrancou e deverá estar terminada em finais de fevereiro. O investimento é superior a 87 mil euros. A realização dos trabalhos irá implicar alterações no trânsito automóvel, pedindo-se desde já a compreensão dos utentes e residentes pelos eventuais incómodos causados. Os trabalhos incluem repavimentação e requalificação do espaço pedonal e viário, aplicação de vegetação, equipamentos e mobiliário urbano. A obra integra-se na operação “Regeneração Urbana de Sines II 2 - Largo Poeta Bocage e Largo S. Sebastião” e é cofinanciada em 85 por cento por fundos FEDER / União Europeia, no âmbito do Programa Operacional INALENTEJO do QREN 2007-2013.

Beneficação já fazia falta

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A FOGAÇA de Palmela está em destaque este mês, com a realização de um programa diversificado que arrancou dia 15 com a Bênção das Fogaças, na Igreja de S. Pedro e integra, também, os Fins-de-Semana Gastronómicos da Fogaça, iniciativa que decorre nos dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25, integrada no “Palmela – Experiências com Sabor”, com a participação de diversos estabelecimentos de restauração. A Casa Mãe da Rota de Vinhos da Península promove duas harmonizações, com a Fogaça de Palmela no centro das atenções, iniciativas que terão a colaboração da Confraria Gastronómica de Palmela, de adegas convidadas e do “Jardim da Boa Palavra”: a primeira no dia 17, às 16 horas, com Moscatel de Setúbal, e a segunda dia 24, às 17 horas, com chás aromáticos.

Grândola vai ouvir a população O MUNICÍPIO grandolense inicia próximo dia 20 uma nova forma de relacionamento com as populações e instituições do concelho. A iniciativa denominada “Ao encontro das populações – Ouvir, Debater, Esclarecer”, traduz-se em visitas do executivo municipal a todas as freguesias privilegiando um contacto direto com as populações, empresas, instituições e movimento associativo. Para o presidente da autarquia, António Figueira Mendes, «esta iniciativa é o exemplo da política de proximidade e de gestão autárquica que defendemos e temos vindo a implementar em prol do desenvolvimento do concelho e da melhoria da qualidade de vida da população. Um ano depois da tomada de posse do novo executivo, é tempo de ir ao encontro das populações para discutir ideias, ouvir as preocupações, críticas e aspirações, e encontrar soluções com os contributos de todos». A freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra é a primei-

Protocolo de cooperação A assinatura do protocolo de cooperação entre o município e a Associação de Proprietários do Barreiro, marcada inicialmente para dia 16, foi adiada para dia 21, às 15 horas, nos Paços do Concelho. O protocolo visa promover “a divulgação dos programas de reabilitação urbana de âmbito municipal e nacional, dos incentivos municipais e dos benefícios fiscais incidentes sobre o imobiliário”.

Executivo quer sentir o pulsar da população e atender a reparos

ra a receber a visita do executivo municipal, estando previsto no programa para o dia 20, visitas a Santa Margarida da Serra, Mosqueirões, Água Derramada, Silha do Centeio, Silha do Pas-

Montijo defende contratação de docentes pelo município

Sesimbra abre Alunos do balcão único concelho de Alcácer ganham de serviços bolsas de estudo

O CONSELHO Municipal de Educação do Montijo, que decorreu dia 6, aprovou um parecer relativo às Atividades de Enriquecimento Curricular, nomeadamente sobre a sua oferta e o processo de recrutamento de docentes. O parecer defende o recrutamento e contratação dos docentes pelas câmaras com base na legislação vigente para os trabalhadores em funções públicas ao invés da utilização do Decreto-Lei n.º 212/2009, de 3 de setembro, o que facilitará bastante o processo de seleção de profissionais. No documento é, ainda, proposta a redefinição dos critérios de organização de alunos e docentes de modo a propiciar uma flexibilização dos horários das AEC e, assim, permitir o aumento de carga horária semanal por docente.

A JUNTA do Torrão atribuiu no dia 5 duas bolsas de estudo para o ensino superior e quatro para o secundário, para o ano letivo em curso. O presidente da Junta, Virgílio Silva, considera de «grande importância» este apoio para o percurso escolar dos alunos que residem na freguesia e que têm bom aproveitamento escolar. O valor mensal das bolsas durante 9 meses é de 50 euros para os alunos do secundário e 100 euros para os alunos do superior.

Câmara no apoio escolar

Barreiro ganha espaço para alunos da universidade sénior O MUNICÍPIO assinou protocolo com a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça e com a Baía do Tejo, com vista à cedência de espaços para atividades da Universidade da Terceira Idade. O presidente Carlos Humberto sublinhou a importância da qualificação ao longo da vida. «É muito importante estarmos disponíveis para adquirir novas competências e ao mesmo tempo darmos

algum do nosso tempo aos outros». Outra das ideias que sublinhou estava relacionada com as ‘parcerias’ e com uma forma de trabalhar implementada por este executivo. «Trabalhar com toda a gente, fazer parcerias. Nós não temos meios para resolver todas as questões mas procuramos quem julgamos adequados e estabelecemos acordos em prol do bem-estar das pessoas», afirmou o autarca.

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INICIATIVAS

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Fogaça é rainha em Palmela

O MUNICÍPIO abriu ontem ao público, o primeiro balcão único de serviços, com atendimento centralizado que reúne no mesmo espaço várias valências e, desta forma, permite que um munícipe trate de vários assuntos sem que tenha que se deslocar a vários serviços, que por vezes ficam distantes entre si. Outro dos aspetos a destacar é o horário alargado, entre as 8 e as 19 horas dos dias úteis, o que facilita a deslocação à autarquia em períodos pré e pós laborais. Neste novo balcão, que se situa nos paços do concelho, será possível tratar de assuntos relacionados com serviços urbanos, obras municipais, educação – como os transportes escolares ou refeições de senhas, comércio local, toponímia ou atendimento geral. O Balcão tem motivos relacionados com o mar.

coal e Cadoços. O contacto com as populações prossegue no dia 23, na freguesia de Azinheira dos Barros, com visita à aldeia sede de freguesia e à aldeia mineira do Lousal.

Moita adere à plataforma em defesa do SNS O MUNICÍPIO aprovou dia 7 a adesão à Plataforma em Defesa do Serviço Nacional de Saúde que exige o fim da privatização dos serviços de saúde, o fim das parcerias público privadas, o fim das taxas moderadoras, médico/enfermeiro de família para todos, o reforço dos meios financeiros, técnicos e humanos do SNS necessários para a prestação dos serviços de proximidade e de qualidade, entre outros.

Autarquia preocupada com saúde

Quinta de Santiago ganha proteção especial A QUINTA dos Olhos Bolidos, em Santiago, ganhou o estatuto de Zona Especial de Proteção por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura. A propriedade, que já tinha sido classificada como Monumento de Interesse Público, é constituída por uma zona habitacional de caráter rústico e por uma área rural que inclui jardins de notável beleza, um complexo sistema hidráulico e uma casa de fresco erguida sobre gruta ar-

tificial. Esta quinta terá pertenceu ao bispo D. António Paes Godinho, que foi provisor no arcebispado de Lisboa e dignitário de uma diocese chinesa. É de destacar a Casa da Cascata, construção de pequenas dimensões situada sobre uma gruta artificial. O seu interior está revestido por conchas, seixos rolados e pratos de porcelana chinesa, tendo como pano de fundo uma cascata de água.

Blues Night na Moita As Blues Nights by BBBF iniciam 2015 com um blues mais moderno e urbano, dia 24, às 22 horas, no Fórum José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, com a banda “So What?”. A banda foi formada em 2011 e os seus elementos combinam a grande experiência de Paleka, na bateria, e de Nuno Carvalho, no baixo, com a frescura de Kátia Reis, na voz, e a juventude de Nuno Gonçalo, na guitarra.

Introdução à História da Arte A biblioteca de Palmela acolhe, de 13 de janeiro a 23 de fevereiro, o curso de Introdução à História da Arte em Portugal. O programa, a decorrer no horário 18h30/20h00, abrangerá a Antiguidade Clássica, Idade Média, Renascença, Maneirismo, Barroco, Neoclassicismo e Romantismo. A ação é orientada por Hélder Cerqueira de Souza, arquiteto de formação, doutorado e professor universitário, com especializações várias em História da Arte.

Joana Reais Ensemble lança CD O Espaço Animateatro, no Seixal, recebe este sábado, às 21h30, o concerto de lançamento do primeiro trabalho da cantora Joana Reais, A Lisboa. Um disco dedicado à cidade que inspira o grupo, com sonoridades que vão do jazz à música brasileira, do fado ao flamenco e da pop ao blues. Joana Reais é a voz deste projeto, acompanhada por Múcio Sá, na guitarra, Miguel Menezes, no contrabaixo e André Mota, na bateria.

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CULTURA

Fontenova repõe trilogia Whitman

Célia David dá aulas de teatro

O Teatro Estúdio Fontenova repõe a peça “Trilogia Whitman - Capítulo II Saudação” a 23 e 24 deste mês, às 21h30, e a 25, às 17 horas, no Forum Luísa Todi, em Setúbal. Esta viagem em forma de trilogia

O TAS está a promover Workshop’s de Teatro no Teatro de Bolso, com orientação da atriz Célia David. Ainda estão abertas as inscrições para esta ação que arranca já este sábado, pelas 15 horas, e

começa no capítulo II com o recentemente descoberto texto integral “Saudação a Whitman”, de Álvaro Campos. No dia 23, às 16 horas, há sessão para as escolas mediante marcação.

DICIONÁRIO ÍNTIMO Maria Teresa Meireles

UNHA

Apoio da DGArtes não sofre aumento desde 1997

Programação da CTA quer provocar inquietação Texto António Luís

dicionariointimo@gmail.com

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VINTE E oito peças de teatro, quatro das quais em estreia, onze espetáculos musicais e sete de dança compõem a programação de 2015 da Companhia de Teatro de Almada (CTA), apresentada recentemente no Teatro Municipal Joaquim Benite. “Mauser”, do dramaturgo alemão Heiner Müller, numa encenação de Matthias Langhoff, antigo codiretor do Berliner Ensemble, e a tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen de “Hamlet”, de Shakespeare, dirigido por Luís Miguel Cintra, numa co-produção da CTA com o Teatro da Cornucópia, são duas das quatro estreias da temporada da CTA, anunciadas pelo seu diretor, Rodrigo Francisco. “Mauser” estreia em Maio e “Hamlet” tem antestreia no 32.º Festival de Almada e estará depois em cena no Teatro Joaquim Benite em Outubro e Novembro. As outras duas são “A tragédia otimista”, de Vsevolod Vichnievksi, com encenação de Rodrigo Francisco a estrear em dezembro, altura em que também subirá ao palco do Teatro Joaquim Benite a produção “Pastéis de nata para Bach”, uma dramaturgia de Pedro Proença e Teresa Gafeira para o público mais jovem. A programação de 2015 conta com um apoio do município na ordem dos 175 mil euros para os espetáculos acolhidos no Teatro Joaquim Benite. A DGArtes mantém, desde 1997, o financiamento da atividade da CTA com 400 mil

A programação, que inclui a estreia de quatro peças de teatro, promete qualidade, diversidade e inteligência. Município investe 175 mil euros nos espetáculos de acolhimento.

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ra da fera ancestral; «enterrar/meter a unha»: vender por preço exorbitante. «Dar à unha» - trabalhar árdua e aceleradamente. «Desunhar-se» por alguma coisa: perder por vezes mais que as unhas de tanto tentar. «Unhas-de-gato» ou «unha-do-diabo»: planta medicinal com propriedades anti-inflamatórias utilizada no tratamento de doenças reumáticas. A semelhança da planta com o órgão segue os princípios da chamada magia «simpática». Cortar as unhas (tal como cortar o cabelo) não implica dor: a partir do momento em que se cortam, tornam-se outra coisa que já não nós - mas ainda nós. No imaginário da magia, as unhas são excrescências sobre as quais se pode agir, à semelhança do que sucede com o cuspo, a pele ou o cabelo. Limar as unhas – som aflitivo, próximo do som do giz no quadro. Cortar as unhas: o som do corta-unhas nos transportes públicos – o mau-gosto generalizado. Cortar as unhas a um recém-nascido: a fragilidade de um ser ainda não dotado de garras - as unhas moles como pétalas transparentes. Unhas são defesa. Unhas são ataque. Unhas e garras. Cortar as unhas aos gatos é retirar-lhes a animalidade. Crueldade maior: arrancar-lhes cirurgicamente as unhas/garras. Unhada – a violência geralmente associada ao felino e ao feminino? Unhas afiadas, afuniladas, ínfimas ou infinitas – cravadas em imaginários de fêmea fera. A unha crava-se na carne, a garra afunda, (a)profunda, carne adentro, a um tempo. Nas extremidades do corpo a unha: lâmina, liminar, limiar.

Rodrigo Francisco e Joaquim Judas, durante a conferência de imprensa

euros, incluindo o Festival de Almada, enquanto o município apoia a atividade da companhia com 200 mil euros. No teatro, os destaques vão para a presença dos Artistas Unidos e da companhia espanhola Não d´Amores, de Segóvia, entre outras DGArtes não aumenta apoio desde 1997 companhias de vários pontos do País. Nos concertos, Rodrigo Francisco destaca a Orquestra Gulbenkian e a Orquestra de Câmara Portuguesa, o Coro Juvenil de Lisboa e a Orquestra Filarmónica Mediterrânea. Na dança, os realces vão para a presença dos coreógrafos Clara Andermatt, Miguel Moreira

e Victor Hugo Pontes. Rodrigo Francisco deposita «boas expetativas» na programação deste ano, sublinhando que a intenção é «propor ao público um conjunto de espetáculos que inquietem e suscitem reflexões e que proporcionem um prazer inteligente». Nos preços dos bilhetes, é de registar um decréscimo para os membros do Clube de Amigos, que, além da entrada gratuita em todos os espetáculos da CTA, têm ainda um desconto de 50 por cento em todos os espetáculos acolhidos e 40 por cento de desconto para os seus acompanhantes. A CTA tem atualmente em cena, na sala principal, até 8 de fevereiro, a peça “Kilimanjaro”, a partir da obra de Ernest Hemingway.

Rute Canhoto encerra trilogia “Perdidos” A JOVEM escritora alcacerense Rute Canhoto acaba de lançar o seu mais recente livro intitulado “Redimidos”, que é a conclusão da trilogia “Perdidos”. A história tem como palco a cidade de Alcácer do Sal, mais propriamente no Santuário do Senhor dos Mártires, onde a jovem Mariana «irá conhecer o desfecho da sua batalha pessoal contra o sobrenatural», conta a autora, que já editou cinco livros, nomeadamente “Almira, a Moura Encantada” (2008), “Clara e o Natal” (2009), “Perdidos” (2012), “Esquecidos” (2013) e “Redimidos” (2014).

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UNHA, UNHAR, unhada. Arranhar, riscar, ferir, marcar. Unha, do latim «ungula» - «lâmina córnea que reveste a extremidade dorsal dos dedos», garra. Ungulados: unha/casco. A unha da âncora; a unha do martelo. Unhas compridas ou cortadas «rentes»; «do sabugo à unha»; unhas curvas, em gancho, lisas, aduncas; redondas ou quadradas. «Fazer as unhas»; unhas de gel; vernizes variados, tatuagens. Unhas dos pés e das mãos. Unhas de vamp, vermelho-vivo. Unha do dedo mindinho maior, uma desmesura em regressão. Roer as unhas: sinal de nervosismo. Tique. Unhas sujas: bactérias, ácaros, células mortas e poeiras. Doenças e demências das unhas: micoses e fungos. Dores e consequências: unhas negras, entalões, pisadelas; unhas encravadas; unhas arrancadas. Fazer algo «sem partir uma unha» não é para todos; defender-se «com unhas e dentes» faz parte da vida e da sobrevivência. Para Ana Hatherly, «O que é preciso é gente / gente com dente / gente que tenha dente / que mostre o dente (…) Gente que enterre o dente / que fira de unha e dente / e mostre o dente potente / ao prepotente // O que é preciso é gente / que atire fora com essa gente». Unhas e dentes, certeiros. Escapar «por uma unha negra»; «untar as unhas a alguém» - as unhas e os perigos da vida. Popularmente se assume que «Cunhadas são unhadas» e se avisa que só «quem tem unhas toca guitarra»; que é preciso saber-se tudo «na ponta da unha»; que há quem seja «unha com carne» e isso é bom, mas que se deve evitar a todo o custo ser um «unhas de fome». «Deitar as unhas de fora»: deixar vir ao de cima a gar-

prolonga-se até Março. Os interessados terão de ter mais de 15 anos e as aulas decorrem às quartas e sábados, das 18 às 20 e das 15 às 17 horas, respetivamente. O Workshop tem um custo de 40 euros.

Escritora alcacerense tem 30 anos

A autora, que desde muito nova sente paixão por histórias, volta a apostar numa edição de autor, dado

que as editoras lhe comunicaram que o mercado «está saturado deste género de livros». Através da edição de autor, Rute Canhoto confessa: «Assim, preservo os direitos de autor e posso avançar livremente com a sua tradução para inglês e apostar no mercado externo». A trilogia “Perdidos”, que se destina a jovens entre os 12 e os 18 anos, está a ter uma boa recetividade por parte do público. «Encontrei várias pessoas que ficaram fãs e que me têm dado um grande apoio, facto por que estou muito grata», frisa.

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Ópera famosa de Mozart

Dom.

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Percussão entre amigos

O grupo Vasco Ramalho & Amigos dá um concerto de percussão, o qual conta com a participação especial da Orquestra de Sopros, sob a regência do Maestro Luís Moreira Silva. Auditório de Alcácer do Sal, 16 horas

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Leituras encenadas

“Histórias de Corpo Inteiro” são leituras encenadas dedicadas aos mais pequenos. Duas atrizes usam todos os seus recursos e objetos do imaginário cultural nacional para dar vida a alguns contos populares portugueses. Cada criança ou grupo de crianças deve ser acompanhado por apenas um adulto. Teatro Joaquim D’ Almeida, Montijo, 16h30

Quinta

O Atelier de Ópera da Metropolitana apresenta a ópera “Don Giovanni”, uma das mais famosas de Mozart. Os cantores são acompanhados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e pelo Coro de Câmara Lisboa Cantat. Forum Luísa Todi, Setúbal, 21 horas

Sábado

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A banda El-Rey, composta por Stefan Lechner (Áustria), Fernando Haro (Espanha), Tiago Tomaz (Portugal), Tiago Lopes (Portugal), Mukyo Zaiko (Congo) e Ângela Papa (Portugal) dá um concerto com músicas que aproximam pessoas de culturas diferentes. “Os Loureiros”, Palmela, 21h30 Sábado

Sábado

Concerto que une povos

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Serafim apresenta livro

O encontro do “Leitura às Quintas” vai contar com a presença do humorista Jorge Serafim, que apresentará o livro “Não Há Seda nas Lembranças”. A obra do humorista de Beja percorre as invasões francesas, as lutas liberais, a guerra civil de Espanha e a guerra colonial, através do cruzamento de vidas e histórias das várias personagens retratadas. Biblioteca Bento de Jesus Caraça, Moita, 21 horas

“ABSENCE” É o novo álbum de Carlos Martins, saxofonista, compositor e professor de música, que começou a estudar música e a tocar clarinete na Banda Filarmónica de Grândola. Após um longo período de afastamento, que incluiu outras paragens musicais, “Absence” marca o regresso de Carlos Martins às lides musicais. Este seu sétimo álbum, uma «dedicatória de amor a Bernardo Sassetti e ao seu inspirador talento como

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Carlos Martins regressa com “Absence”

Estudou música em Grândola

homem e artista», privilegia os temas simples e melódicos, acompanhados por um intenso ambiente emocional. «É uma ode aos silêncios, aos momentos de contemplação e à busca da espiritualidade interior», sublinha Carlos Martins. “Absence” surge 6 anos depois de “Água” ter sido considerado o melhor CD de jazz nacional de 2008. Carlos Martins é o diretor artístico dos Sons da Lusofonia, que programa a Festa do Jazz e o Lisboa Mistura.

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Ganhes convites duplos para “Amor e Informação” TEMOS 6 convites duplos para oferecer aos nossos leitores para irem dia 22, às 21h30, ao Teatro Aberto, em Lisboa, assistir à representação da peça “Amor e Informação”, de Caryl Churchill, com encenação de João Lourenço. “Amor e Informação” é uma peça caleidoscópica, fora do vulgar, que propõe uma reflexão sobre o modo como lidamos com a informação, o amor, os afetos, a memória e a privacidade no momento presente, profundamente marcado pela tecnologia e pelas ligações digitais que se estabelecem na sociedade contemporânea. «Há um alerta latente nesta peça em relação ao que está a acontecer à nossa memória com a evolução da tecnologia, mas também às relações entre as pessoas. É uma reflexão sobre este mundo hiperinformado

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em que vivemos e sobre o lugar do amor e dos afetos na sociedade atual globalizada», refere o diretor Francisco Pestana, que acrescenta que a peça está a ter «grande recetividade» por parte do público, uma vez que o texto é «muito fora do comum em termos dramatúrgicos. São apresentados ao espetador 54 quadros, de curta duração, que são pequenos excertos de vida que abordam vários temas». A peça está em cena de 4.ª a sábado, às 21h30, e domingo, às 16 horas, e conta com as interpretações de Ana Guiomar, Carlos Malvarez, Cristóvão Campos, Francisco Pestana, Irene Cruz, João Vicente, Marta Dias, Marta Ribeiro, Melim Teixeira, Patrícia André, Paulo Oom, Rui Neto e Teresa Sobral. Ligue 918 047 918 e ganhe convites.

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POLÍTICA

Câmara do Montijo com intervenções urbanas prepara novo ciclo de investimento

Autarquia prepara-se para inaugurar obras perdidas dos fundos comunitários A autarquia diz ter conseguido recuperar três obras do conjunto de intervenções ao abrigo dos fundos comunitários que tinham sido perdidas durante o anterior mandato. Texto Rogério Matos AS TRÊS obras que a Câmara Municipal do Montijo conseguiu recuperar do conjunto de intervenções ao abrigo dos fundos comunitários que tinham sido perdidas durante o antigo executivo estão a meses da finalização. Nuno Canta, presidente da autarquia realça que a população vai perceber o grande esforço que o actual executivo fez em recuperar os fundos comunitários. «Estas obras não podem ser vistas como intervenções que estão em atraso já que enquanto vereador das obras municipais fui responsável pelo seu planeamento e agora enquanto presidente orgulho-me de as inaugurar», frisa o autarca. Desde a plenitude atingida na resposta ao pré-escolar no Montijo, passando pela correção no que diz respeito às acessibilidades ao mercado municipal, ao impulso no turismo que a requalificação da frente ribeirinha vai trazer ao concelho, as obras vão permitir a que o Montijo se torne num local «ainda Pub.

O presidente, Nuno Canta, explica à imprensa intenções da autarquia

mais atractivo para viver», depois de tal ter sido espelhado nos últimos censos. Novas intervenções na zona ribeirinha O Jardim de Infância do Alto Estanqueiro surge como um novo equipamento da rede pré-escolar do concelho, que tem prazo de conclusão previsto para abril. O investimento de 270 mil euros consiste na reconversão da antiga Escola Básica do Alto Estanqueiro. Aproveitando-se toda a estrutura do edifício de estilo Plano Centenário, estão a ser criados novos espaços para acolher duas salas de pré-escolar com a

capacidade para 25 crianças cada. «Em 1998 existia apenas um pré-escolar no Montijo que não respondia à procura no Montijo. Hoje os jovens pais podem ter a certeza de que não têm de deixar os filhos noutro concelho», Explicou Nuno Canta num périplo com jornalistas. Na frente ribeirinha, a obra de requalificação da Rua Miguel Pais tem data previsível de conclusão para final deste mês e um investimento de cerca de 87 mil euros. A obra encontra-se na fase final de pavimentação e pretende a valorizar funcional e estética daquela zona junto ao rio. Sobre esta intervenção, Nuno Canta refere que «a população pode

esperar mais espaço para esplanadas, vias de acesso melhoradas e maiores condições para a realização de actividades dinamizadoras da cultura que atraiam turistas». Por último, a obra de reabilitação do Mercado Municipal, cujo investimento é o de maior envergadura, com um orçamento na ordem dos 682 mil euros e conclusão perspetivada para Maio. A obra contempla a reabilitação integral da zona das frutas e legumes, a repavimentação do espaço da peixaria, a construção de acessos para a circulação de pessoas com mobilidade reduzida, a remodelação da rede de esgotos, água e eletricidade, a valorização estética exterior, entre muitos outros aspetos. O presidente da autarquia montijense assegura que «o espaço vai ter nova dinâmica, melhores e mais justas condições de trabalho para todos e colmatar a falta de acessos às pessoas com mobilidade reduzida». O antigo plano que foi retirado pelo Governo ao Montijo por falta de cumprimento de prazos no arranque para as obras consistia numa comparticipação de 55 por cento, algo que aumentou em dez por cento e permite uma poupança avultada aos cofres da edilidade. Por outro lado, a obra na Praça Gomes Freire de Andrade não foi recuperada mas continua nos planos da câmara municipal para o futuro, bem como a recuperação da Casa da Música Jorge Peixinho.

Socialistas debatem políticas educativas no Torrão A SECÇÃO do Torrão do Partido Socialista organiza neste sábado, dia 17, a partir das 15 horas, na Sociedade 1.º de Janeiro Torranense, o debate “Políticas Educativas e Profissão Docente - Desafios da Mudança”. Esta iniciativa visa contribuir para a reflexão em torno de questões como a organização da rede, a autonomia e a municipalização da gestão escolar. Serão também abordos os modelos de contratação, a organização da carreira e os processos de avaliação dos professores. A sessão de abertura, ficará a cargo da vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes. Segue-se depois o primeiro painel dedicado à profissão docente que contará com a participação de João Couvaneiro, Augusto Pascoal, Serafim Inocêncio e será moderado por Célia Peralta. Já o segundo momento de debate inclui intervenções de Sérgio Paes, José Joaquim Leitão e Duarte Lynce Faria. A moderação está a cargo de Isabel Vicente, professora e vereadora da Câmara Municipal de Alcácer do Sal. O encerramento da conferência será feito por Fernanda Ramos, presidente da Fundação Alentejo.

BE ‘obriga’ ministro a dizer PSD Montijo queixa-se não a centro de Saúde contra autarcas do PS O MINISTRO da Saúde, Paulo Macedo, diz que de momento «não é oportuna» a construção de uma nova Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados na Baixa da Banheira, apesar de o edifício, de 4 andares, onde está instalada a atual unidade, possuir «difícil acesso e espaços com áreas reduzidas». A resposta do ministro surge no âmbito do requerimento apresentado na Assembleia da República pelos deputados bloquistas Mariana Aiveca e João Semedo que pediram justificações ao Governo sobre o desconhecimento da data de construção de uma nova unidade de saúde na Baixa da Banheira. Contudo, Paulo Macedo realça que aquela uni-

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dade tem vindo «a receber obras de manutenção/beneficiação por forma a suprir as deficiências existentes e facilitar a melhoria da acessibilidade dos utentes e as condições de trabalho aos profissionais de saúde». De acordo com o Governo, a UCSP da Baixa da Banheira tem inscritos 27 870 utentes dos quais 22 262 são frequentadores. Para Mariana Aiveca, o BE considera «essencial que esta população possa aceder aos cuidados de saúde de proximidade de que necessita e aos quais tem direito, como tal, é necessário aferir quando vai ser disponibilizado este centro de saúde à população da Baixa da Banheira».

O PSD do Montijo apresentou uma participação no Ministério Público e na Inspeção-Geral de Finanças para que estas entidades averiguem da legalidade dos atos praticados pelos autarcas do PS, designadamente os presidente do município, Nuno Canta, e da Junta do Montijo-Afonsoeiro, Fernando Caria. Os social-democratas explicam que, ao que tudo indica, o presidente da autarquia, bem como os vereadores socialistas, o presidente da Junta de Freguesia e restante executivo, usaram o autocarro da Junta durante um passeio a Castelo de Vide. «Nesse passeio não só participaram, aparentemente, os referidos autarcas como familiares e amigos, quase todos ligados ao PS», referem,

acrescentando que o almoço terá sido «igualmente pago pela Junta de Freguesia, num valor a rondar os 500 euros». O PSD Montijo acusa Fernando Caria de transformar a Junta de Freguesia do Montijo-Afonsoeiro «num verdadeiro quiosque da Câmara Municipal, sem autonomia e sem rumo, não defendendo os montijenses». «Os autarcas do executivo PS e da CDU tentam abafar o ocorrido e impediram, por exemplo, que os autarcas do PSD na Assembleia de Freguesia averiguassem da utilização do autocarro», apontam ainda. O PSD Montijo exige «total transparência na utilização dos bens públicos especialmente em momentos de crise e de tantas privações”.

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DESPORTO

Mês dos corta-matos escolares no distrito Durante o mês de Janeiro vários concelhos do distrito recebem as eliminatórias dos corta-matos escolares, cuja final regional se realiza nas Manteigadas, em Setúbal, no dia 11 de Fe-

vereiro. A final regional do corta-mato escolar reúne centenas de atletas, dos vários escalões, naquela que é considerada uma festa do desporto.

Inscrições abertas para a Sesimbra Summer Cup As inscrições para a edição 2015 do Sesimbra Summer Cup – Torneio Internacional de Futebol e Futebol de Praia Infantil já estão a decorrer a bom ritmo. Este ano, o torneio terá lugar entre os dia

24 e 28 de junho e é aberto aos escalões de Sub.9, 10, 11, 12, 13 e 15, bem como a Sub.19 Femininos. A Sesimbra Summer Cup alia à prática desportiva a promoção turística do concelho.

Pontuar contra o Braga para esquecer desaires

O VITÓRIA de Setúbal recebe este domingo, às 16 horas, o Sporting de Braga, em jogo a contar para a 17ª jornada da I Liga. Um encontro que se reveste de especial importância face aos resultados obtidos pelos sadinos nos últimos jogos. A equipa conseguiu apenas quatro triunfos e dois empates nos dezasseis jogos realizados. O score de golos também não é famoso, tendo o conjunto de Domingos Paciência conseguido marcar apenas dez tentos e sofrido 27. O afastamento da Taça de Portugal e o empate consentido frente ao Belenenses nos últimos minutos da partida para a Taça da Liga, a juntar à má campanha no campeonato, estão a deixar os adeptos à beira de um estado de nervos. A contestação ao treinador, e também à direção do clube, tem sido uma constante nos últimos tempos, em especial nos fóruns de discussão online, com especial destaque para as redes sociais. Os maus resultados em toda a linha competitiva, a incapacidade da equipa dar a volta por cima e as expe-

DR

Os resultados do Vitória estão a pôr os sadinos à beira de um ataque de nervos e o técnico Domingos Paciência sob fogo serrano. O encontro com o Braga, este domingo, pode atenuar estragos.

O Vitória de Domingos Paciência tem agora pouca margem de manobra por parte dos adeptos sadinos

tativas criadas no início da época com a contratação de Domingos Paciência tem servido de mote para que os exigentes adeptos sadinos critiquem a forma de atuação dos jogadores. Ainda assim, Domingos admite que a pressão é uma constante na vida de um treinador e que está preparado para a suportar e confiante de que a situação vai melhorar. Depois do empate frente ao Belenenses, esta quarta-feira, para a Taça da Liga, competição que os sadinos venceram na primeira edição, Domingos explicou que os treinadores se habituam a lidar com a solidão e com a pressão, especialmente

Duas historietas de africanos ÁFRICA, EM todas as suas vertentes e muito variadas regiões está sempre presente no futebol nacional. Neste dealbar de 2015 o pequeno país que é a Guiné Equatorial (antiga Fernando Pó portuguesa) há um contingente de jogadores africanos de bom nível que, solicitados pelos seus países de origem, rumam até Malabo para actuar no campeonato das Nações de África. Quando pensamos na valia do contingente de jogadores de raízes africanos que tem rotundos sucessos em Portugal, - Eusébio, Matateu, Coluna, Vicente, Hilário etc…- apetece-nos re-

David Sequerra Colaborador ferir o caso notável do Sporting que, nas suas duas equipas profissionais, A e B, beneficiou das qualidades futebolísticas de nada menos do que 15 jogadores, desde Nani a Riquicho e Enoh. E nas equipas jovens, júnior, juvenis e iniciados, os “leões” contam com perto de uma vintena de candidatos a “craques”, africanos de origem ou de 2ª e 3ª gerações europeias, mas de raízes continentais. Na academia do Sporting, em Alcochete, na condição de residentes, com elogiável apoio so-

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porque nas derrotas «estão sozinhos» e porque os adeptos dos clubes exigem sempre mais e melhor. «Continuo a trabalhar, acreditando que será possível melhorar», garante o técnico que assumiu há dias que o grande objetivo do Vitória é fazer uma boa campanha no Campeonato e garantir a manutenção. Nos últimos anos, os adeptos do Vitória têm vivido de máquina de calcular nas mãos a fazer contas nas jornadas finais da Liga com o objetivo de não descer. A época passada foi a exceção num longo período de contabilidades difíceis em que, nem sempre, o clube depende de si mesmo, mas dos decial, há uma boa quantidade de muito jovens africanos, a partir dos 13 anos de idade, com o meu particular amigo Aurélio Pereira na liderança de um tão interessante projecto. Pois bem: em muito recente visita a Angola (Luanda), o Presidente do Clube, Dr. Bruno de Carvalho soube do sucedido com o muito jovem “Ary café”, jogador do 1º de Agosto, suspenso por 10 meses por muito feia e irreflectida atitude para com o árbitro que o expulsava. Considerado um jogador bastante esperançoso motivou o dirigente leonino a trazê-lo para a Academia, mantendo-se activo em treinos e candidatando-se, assim, à transferência para o Sporting em Setembro de 2015. Boa a intenção e gira a historieta de “Ary café”. E cá vai a 2ª historieta prometida tendo o cabo-verdiano Kuca, do Estoril Praia como per-

saires de terceiros. Esta época, a massa associativa estava confiante de que o clube conseguiria fazer um campeonato tranquilo, mas os resultados teimam em não aparecer. O jogo contra o Braga, equipa que ocupa o quinto lugar na tabela com 28 pontos, o dobro dos conquistados pelo Vitória, pode ser um momento de viragem. Mais uma derrota em casa pode ser o fim da carreira de Domingos Paciência no Bonfim. No último encontro entre as duas equipas, no Bonfim, a época passada, registou-se um empate a uma bola, depois do Vitória ter estado a perder por um a zero.

“ ... E foi então que Kuca levantou a camisola amarela do Estoril Praia e exibiu o apelo aprovado na “t-shirt” ... Kuca ter-se-á sentido muito feliz. sonagem principal. Internacional pelo seu país, a cumprir uma boa temporada, Kuca emocionou-se com o flagelo que assolou a Ilha do Fogo, em Cabo Verde, e decidiu usar uma simples “t-shirt” com os elogiáveis dizeres de “Ajudem a ilha do Fogo”, fomentando a convicta esperança de oportunidade para uma tal

Câmara protocola gestão do Complexo Municipal de Atletismo A CÂMARA Municipal aprovou em reunião pública a celebração de um protocolo com a Associação de Atletismo de Setúbal para regular a gestão do complexo municipal de atletismo. O objetivo deste protocolo visa melhorar a gestão daquele espaço desportivo, dinamizando a prática de atletismo através do apoio aos clubes do concelho. Assim, o acordo a celebrar entre as duas partes tem como finalidade a utilização do equipamento de forma mais eficaz quanto à organização de eventos de âmbito regional, nacional e internacional em regime de estágios e provas oficiais. O acesso ao complexo municipal, bem como a utilização das instalações por parte dos clubes de atletismo do concelho será facilitado, ficando estes isentos do pagamento de qualquer taxa adicional. A pista de atletismo de Setúbal é utilizado para treinos de grande parte dos clubes que se dedicam à prática da modalidade assim como para competições não só de desporto federado como também de desporto escolar.

mensagem. E ela surgiu, ao marcar um bom golo, com conseguinte euforia. E foi então que Kuca levantou a camisola amarela do Estoril Praia e exibiu o apelo aprovado na “t-shirt”. Todo o público entendeu, os companheiros abraçaram-no, Kuca ter-se-á sentido feliz. Mas… As reticências magoam! O órgão judicial da F.P.F, ao tomar conhecimento dessa simbólica ocorrência, consultando rígidos “canhanhos” desumanizados decidiu castigar o cidadão cabo-verdiano Kuca com perto de 4000 euros e um pagamento extra de 200€. Dizem que a justiça é cega mas às vezes também é vesga ou míope. A rígida interpretação do sucedido suscita total discordância. Que estupidez – apetece-nos dizer. E bem gostaríamos de não ter escrito esta historieta de um tão bem intencionado africano.

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NEGÓCIOS

2014 foi um ano histórico para a plataforma portuária de Setúbal com crescimento em todas as áreas

Porto de Setúbal supera barreira dos 100 mil TEU PORTOS A plataforma portuária de Setúbal fechou um ano histórico, com aumento de carga movimentada, uma subida vertiginosa nos contentores e um aumento consolidado nas exportações, que já valem 67 por cento. Texto Anabela Ventura AS ESCOLAS do distrito de Setúbal exibem o terceiro pior desempenho do país nas notas dos exames do 12.º ano, com taxas de retenção e desistência que superam os 40% dos alunos. Os dados são oficiais e foram agora revelados pelo próprio Ministério da Educação e Ciência através do novo Portal InfoEscolas. Uma plataforma online que mostra o que se passa em cada um dos 587 estabelecimentos de ensino do país com alunos matriculados em cursos científico-humanísticos. Apenas Bragança

supera Setúbal. A elaboração do ranking reporta-se ao ano letivo de 2012/13, sendo o último de que há dados disponíveis, segundo diz a tutela, exibindo um quadro relativo aos últimos três anos no qual a península segue sempre a mesma tendência, nunca conseguido abandonar a cauda do débil desempenho escolar, com valores superiores à média nacional. Com uma percentagem sempre acima dos 40 pontos, o distrito até exibe mais fragilidades a Português do que a Matemática, segundo os indicadores de desempenho. Um deles mostra, por exemplo, o indicador da pro-

gressão relativa a cada escola nos exames do 12.º ano, com as notas que os mesmos alunos haviam obtido, três anos antes, nos exames de 9.º ano destas disciplinas. Assim sendo, na Matemática os alunos da região conseguem mesmo estar entre os valores médios do país, mas no Português ficam-se pelo vermelho entre 2010/11 e 2011/12, melhorando apenas no ano letivo passado. E o que poderá estar na origem do pouco aproveitamento escolar no distrito? Carlos Martins, professor com quase 30 anos de ensino entre as escolas de Setúbal, Moita e Seixal, alerta que estes resultados deverão ser analisados «com grande cautela, porque, caso contrário, continuarão a ser só números e estatísticas e o ensino público tem que ser bem mais do que isso». O mesmo professor, que é dirigente de uma estrutura sindical, mas que prefere

falar ao Semmais em nome individual, reconhece que «o distrito tem características muito próprias, que tornam alguns alunos mais vulneráveis», dando o exemplo de pais que trabalham em Lisboa, saindo cedo de casa onde regressam apenas à noite, ficando os filhos entregues a si próprios. «Como é que vamos incentivar estes miúdos a estudar? Alguns nem sempre vão à escola. A Moita e o Seixal, mais do que Setúbal, têm situações muito complexas», sublinha. Já Júlio Dias, também docente em Sesimbra, diz que a divulgação destes dados corre o risco de cometer algumas injustiças, sublinhando que não refletem todo o trabalho que a escola pública desenvolve com os alunos. “Ali não estão quantificadas as ações de apoio à educação especial, às artes e a todos os que precisam, sejam bons ou maus alunos, sejam ricos ou pobres”.

Pub.

Soflusa ‘em fusão’ com outros operadores ganha novo conselho de administração RUI LOPES Loureiro foi nomeado pelo Governo para liderar o conselho de administração da Transtejo/ SOFLUSA, operadora da travessia do Tejo, em acumulação com a Carris e Metropolitano de Lisboa. A restante equipa é composta por Pedro Gonçalo de Brito Aleixo Bogas, Tiago Alexandre Carvalho dos Santos, Maria Manuela Bruno de Figueiredo e José Rui Roque. A nova administração

tem como principal prioridade dar concretização ao lançamento do processo de subconcessão da operação destas empresas a entidades terceiras, o que deverá concretizar-se em 2015, o que exigirá das mesmas um esforço adicional na implementação de medidas suplementares e de ações inovadoras no âmbito da sua atividade que permitam um aumento da receita operacional, permitindo compensar, pelo menos parcialmen-

te, o referido apoio financeiro que o Estado vinha assumindo. No quadro de uma administração comum, de integração das quatro empresas, este objetivo será muito facilitado, permitindo importantes ganhos de eficiência e de aumentos de produtividade, mas, também, a obtenção de vantagens para o mercado, que disporá de novas soluções mais integradas e mais sustentáveis de mobilidade urbana.

Alentejo no top dos destinos mundiais O ALENTEJO está entre os 50 destinos mundiais sugeridos pelo The New York Times para visitar este ano, ao lado de grandes referências nas rotas turísticas internacionais, como Singapura, Durbam, Florida, Tanzânia, Sri Lanka, Adelaide, Campeche ou Greenland. O jornal de referência norte-americano destaca os vinhos , a gastronomia ou o céu estrelado como marcas singulares do destino, lembrando ainda um conjunto de unidades de alojamento da região, entre as quais a Herdade da Comporta, em

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Alcácer do Sal. Nos últimos tempos o destino Alentejo tem vindo a ser eleito por diversos periódicos nas suas secções de turismo, o que coloca a região num patamar de excelência. Na semana passada, por exemplo, o Ecorkhotel, situado em Évora, foi distinguido pela revista digital designboom para a lista dos dez hotéis e resorts mais surpreendentes. E, em Dezembro do ano passado, o Guia internacional de viagens Rough Guides colocou o Alentejo no top dos destinos a visitar em 2015.

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SAÚDE

Clinica de Saúde e Neurologia de Setúbal dispõe de meios técnicos sofisticados, profissionais de qualidade e muita experiência

Saúdis inova com resultados e competência Texto Rita Matos CRIADA EM 2004, em Setúbal, a Saúdis, clinica de saúde e neurologia, é uma unidade de saúde especializada para utentes neurológicos, adultos e crianças. A Saúdis dispõe de consultas de especialidade de neurologia, neuropsicologia, terapia da fala e fisioterapia, com uma cobertura especializada. A nível nacional, a Saúdis é uma das duas clinicas existentes e especializadas na área reabilitação neurológica. Para além das consultas e dos tratamentos realizados dentro da clinica, a Saúdis presta cuidados aos utentes no domicílio, e tem como grande missão o apoio e a orientação às famílias. “Apesar de ser uma clinica privada, pretendemos servir a comunidade. Esta é uma clinica muito centrada no apoio aos familiares no tratar e cuidar dos seus utentes”, refere Ana Isabel Almeida, fisioterapeuta na Saúdis. As instalações físicas da Saúdis, localizadas na Avenida Manuel Arriaga, em Setúbal, têm à disposição dos utentes os equipamentos exclusivos e adequados para a sua recuperação, dispondo de um estacionamento privativo no mesmo piso da clínica, o que facilita o acesso de pessoas com mobilidade reduzida. Da Saúdis fazem parte profissionais de saúde especializados na respectiva área de intervenção. Actualmente, a Saúdis conta com a colaboração, um neurologista, um terapeuta da fala, um neuropsicólogo e uma equipa de seis fisioterapeutas.

Testemunhos na 1ª pessoa… Isabel Pereira (52 anos) e Francisco Carola (74 anos) são dois utentes da clinica Saúdis. Vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ambos passaram pelo Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e pelo Hospital do Mar, na Bobadela. Começamos por Isabel Pereira. Há dois anos sofreu um AVC que lhe deixou, na altura, graves sequelas, tendo a doença atingido o cerebelo. Isabel não conseguia movimentar-se, perdera o equilíbrio, e estar sentada era uma tarefa muito difícil. “ Comecei os tratamentos aqui, com a terapeuta Ana Isabel Almeida, fisioterapeuta da qual toda a gente por onde passei me falou e, a partir daí, tenho melhorado bastante. Hoje, já dou passos e já consigo estar sentada. É certo que continuo a ter dificuldades, mas estou a recuperar. Aqui o tratamento passa sempre pela parte neurológica e é aí que esta clinica marca a diferença. Muitas vezes procuramos fora e temos o melhor mesmo à porta”, diz Isabel Pereira. Para esta utente, o contato manual da fisioterapeuta Ana Isabel Almeida revela toda a sua experiência. É inexplicável. Ela agarra-nos e nós sentimos confiança. Ela inspira-nos confiança, sentimo-nos seguros”. Em 2011, Francisco Carola sofreu um AVC. Também ele deixou de andar. Depois de uma breve estadia no Hospital de Setúbal, seguiu para o Hospital do Mar, onde esteve três meses. Francisco Carola saiu daquela instituição pelo próprio pé, mas carente de tratamentos com vista à recuperação, maior autonomia e a uma melhor qualidade de vida. Após ter iniciado o seu processo de recuperação na Saúdis, o senhor Carola, sorridente e bem-disposto, diz estar prestes a vencer a batalha, com o acompanhamento da fisioterapeuta Sandra Rei. “Melhorei muito, recuperei grande parte da minha vida. Ainda tenho a recuperar, mas já venci muito com a ajuda destes técnicos tão profissionais e atenciosos”.

Destes, cinco são especializados na área da neurologia e um especializado em condições musculo-esqueléticas. Esta colaboração, na área das condições musculo-esqueléticas, provém da articulação com o corpo clínico da Clinica Ortopédica da Algodeia. Ana Isabel Almeida, licenciada em fisioterapia e mestre em reabilitação neurológica, é o motor da clinica Saúdis e uma das profissionais na área mais conceituadas a nível nacional e até internacional. Para Ana Isabel Almeida, importante será realçar que a Saúdis está orientada para uma formação altamente especializada na

área da reabilitação neurológica, sendo uma clinica referenciada por várias instituições de saúde em Portugal. “No nosso país só existem duas clinicas especificamente orientadas para a área de reabilitação neurológica. Estamos a falar de clinicas pequenas, sem internamento. Dada esta escassez, nós tentamos construir uma estrutura bem assente progredindo à medida que as pessoas nos procuram. Embora com uma cobertura muito regional, temos utentes de fora que vêm referenciados por outras unidades”. Como já foi referido no início da reportagem, na Saúdis é dada

uma atenção especial à família do utente. Nesta clinica encontram-se pessoas com várias patologias, como esclerose múltipla, parkinson, e outras como Acidente Vascular Cerebral (AVC), roturas de aneurismas e lesões vertebro-medulares. Segundo Ana Isabel Almeida, “dada a variabilidade das condições clinicas e da patologia, estes são doentes com características específicas e, por norma, muito dependentes, daí que a família esteja presente nos tratamentos”. Para além do apoio da clinica e dos profissionais, sem o apoio familiar a recuperação dos utentes se-

ria muito mais complicada. “Nós temos uma rede de profissionais que dá informação, aconselhamento e orientação aos utentes e familiares, mas também existe a rede de suporte, entre os familiares e os utentes. A partilha de experiencias é igual ou tão mais enriquecedora do que a informação que nós podemos dar, porque as famílias é que lidam com as situações e com as dificuldades diariamente. A rede de suporte familiar é essencial na fase de reabilitação destes doentes, quer pela troca de experiências, quer pela partilha diária”, sublinha a fisioterapeuta Ana Isabel Almeida. FICHA TÉCNICA

Família Saúdis

Projectos futuros

O bom ambiente e a relação de proximidade entre utentes e profissionais de saúde é notória para quem vem de fora. Na clinica Saúdis constroem-se laços e para muitos utentes e técnicos esta é considerada uma segunda casa. “Nem sempre as pessoas estão bem-dispostas, mas o facto de virem para um local que lhes é agradável, com características de humanização e de prestação de cuidados com qualidade, faz com que venham com vontade e isso é muito importante para a sua recuperação e reabilitação”, afirma a terapeuta Ana Isabel Almeida. O bom ambiente vivido na clinica é também constatado pelas futuras fisioterapeutas. “Há uma grande relação de proximidade entre utentes e utentes e utentes e profissionais”, diz Beatriz Lopes, tal como a colega Cláudia Silva. “Aqui conhecemo-nos todos uns aos outros. Há um ambiente familiar”. Para a utente Isabel Pereira, a Saúdis faz-lhe bem a todos os níveis. “Há uma relação quase familiar entre os utentes e os terapeutas. A terapeuta Ana é a minha psicóloga. É com ela que desabafo. Ela tem sempre uma palavra de ânimo, um carinho”.

Num futuro breve, a clinica Saúdis quer apostar, principalmente, na certificação para a qualidade. “Consideramos importante desenvolver pontos que têm a ver com a certificação, quer para a qualidade, quer para a formação, muito especializada nestas áreas. Este é o grande passo que queremos dar este ano”, avança a terapeuta Ana Isabel Almeida, acrescentando ainda como grande objectivo o “desenvolvimento de parcerias, ao nível da comunidade, e com outras instituições e unidades de saúde”, para a divulgação da fisioterapia na área da neurologia.

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Morada: Avenida Manuel Arriaga, nº 9 rc D. 2900-474 Setúbal Tlf: 265 536 321 / 911 953 001 Fax: 265 536 312 E-mail: clinica@saudis.pt — www.saudis.pt Corpo Clinico: Director Clinico: Dr. Rui Pedro Guerreiro (Neurologia) Neurocirurgia: Dr. Miguel Casimiro Neuropsicologia: Dr. Nuno Pereira Fisioterapeutas: Especialidade Neurologia - Ana Isabel Almeida, Suse Fernandes, Sandra Rodrigues, Maria Pereira, Cecília Vieira. Musculo-esquelética: Rafael Assunpção. Saúde materno-infantil: Sandra Rodrigues Pediatria: Diana Nobre, Maria Pereira Ortopedia e Traumatologia Desportiva (Clínica Ortopédica da Algodeia): Patrice Sacramento, Flávio Costa, Rafael Assunção, Jorge Massano e Isa Augusto Cardiorespiratório: Maria Pereira Terapia da Fala: Nuno Silva Incontinência Urinária: Sandra Rodrigues

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OPINIÃO

EDITORIAL

Raul Tavares

O terrorismo moderno JÁ MUITO foi dito, visto e escrito sobre o tenebroso e assustador ataque ao “Charlie Hebdo”, uma escola de cartonismo que até hoje dividia opiniões, pela sua marcada e sarcástica linha editorial. Na verdade, o recheio da publicação, como acontece em outras de diversos pontos do mundo ocidental, sublinham o livre pensamento levado ao extremo e espelho das conquistas que a liberdade alcançou, consolidando a livre expressão da imprensa. Goste-se ou não, é assim. E marca um ponto de viragem no chamado ‘raciocínio liberto’ com origem no século XVIII. Lembre-se a luta contra a escravidão nos Estados-Unidos da América da anarquista e ateísta Voltairine de Cleyre para se perceber melhor o espírito dos homens e das mulheres que compunham e desenhavam o “Charlie Hebdo”. Mas o centro deste furação que parece agora apoquentar a sociedade livre está baseada numa conflitualidade estranha. Não assumo as prerrogativas da eurodeputada Ana Gomes, atribuindo a austeridade como rastilho para a ação assassina dos terroristas franco-argelinos, mas não se pode escamotear que o desfalque social que grassa na nossa Europa é lenha de fácil combustão. E os caminhos da selvajaria financeira também nos têm feito perder a cabeça. Alguns dos pensadores mais audíveis da atualidade receiam uma compostura ideológica que esbata tudo o que tem acontecido numa mera questão de fanatismo religioso, que pode, ou se pode!, voltar a dividir o mundo e alterar o rumo da civilização. Claro que há nestes atos bárbaros leituras religiosas e fanatismo. Mas há sobretudo terrorismo moderno, com causas diversas, mesmo aquelas que defendem que a depauperação dos tiranos, como Saddam Hussein, Kadafi ou, entre outros, Bashar al-Assad, abriram alas aos crescentes movimentos jihadistas, num caldo de cegueiras que mistura religião, ideologia, cultura, território e até uma nova ordem baseada no maniqueísmo mais ancestral. E o pior é o medo. Tal como em outras sagas da mais pura barbárie, o desafio é seguir em frente, sem deixar cair as conquistas civilizacionais. E a educação, a Oriente e a Ocidente, tem o papel decisivo. Essa é a maior das responsabilidades presentes e futuras. O que se ensina, o que se acultura, o que se pratica, o que se partilha, será sempre a base da construção do ser humano. Essa escala de valores, diversa, em respeito pelos outros, deve ser a base da cartilha escolástica, a fé e o pensamento racional.

Uma crise de valores SOU DOS que tenho vindo a ser ganho pela consciência da verdade das coisas simples. Porque são elas a razão e a essência de tudo o que se faz a nossa vida, o nosso quotidiano. Mas que interessa complexizar, para vantagem dos mais astutos e ardilosos que, duma forma ou doutra, nos comandam ou nos governam. Cada um à sua escala e no ambiente em que vivem ou de que fazem seu modo de vida, tentam tirar partido dum processo construído na base do engenho e da dificuldade, quando afinal, se conseguirmos desconstruir essa teia complexa e esse esquema espertalhaço e habilidoso, tudo se resume às premissas essenciais do homem e da mulher, enquanto pessoas e as suas necessidades. Essas mesmas necessidades inatas ou adquiridas a quem toma consciência de si próprio e se inclui num universo mais vasto, que lhe reclama uma vivência em sociedade onde se foram encaixando exigências diversas, que permitem uma vida cordial e respeitosa entre aqueles que dela ou delas fazem parte. Numa época em que somos confrontados, constantemente, por arranjos maquiavélicos na

José António Contradanças Economista

“ Bem podemos temer que face a esta gritante realidade, a justiça vá evidenciando o seu poder, punindo crimes menores” esfera financeira (aquela que devia ser uma ferramenta auxiliar do primordial funcionamento da economia), mais se torna urgente uma reflexão sobre o mundo que criámos, que nos rodeia e do qual fazemos parte como títeres em teatro de fantoches, manipulados a belo prazer pelos agiotas da banca. Estes obrigados a inventar ganhos através de novos produtos, em que já nada respondem às necessidades reais da economia (vida das pessoas e das empresas), antes reinventando um novo paradigma, que inver-

te a relação essencial entre o que devia ser um mecanismo auxiliar que facilitasse e potenciasse o funcionamento desse governo e a alocação de recursos à vida das pessoas. A atualidade é dominada pelas notícias associadas ao conglomerado do grupo GES/BES. Antes já tinham eco outras tantas que se vão esvanecendo no esquecimento coletivo e que dão pelo nome de BPN, BCP, BPP, entre outros, todos da mesma espécie e arquitetados nos mesmos fundamentos e métodos associados a off shores, empresas fantasma, empresas veículo, testas de ferro, etc.. São milhões de milhões, somas astronómicas, que nos fazem pagar como se fôssemos nós os atores duma peça macabra com um fim original, a que decidiram chamar de ativos tóxicos. Final que se supera nessa tal originalidade de não serem encontrados os culpados, quando têm nome e assinatura e serem por demais conhecidos. Bem podemos temer que face a esta gritante realidade, a justiça vá evidenciando o seu poder e se justifique, punindo crimes menores a que nos habituámos numa relação convivencial na nossa sociedade, não querendo ou não sendo capaz de concluir julgamento e penalizar os faltosos que nos atiraram para uma situação de empobrecimento e dependência. Na verdade é

mais fácil deixar uma marca profunda e insinuante numa pessoa que recebeu um presente a título de oferta natalícia, como seja uma garrafa de vinho, do que a quem desviou ou fez desaparecer num ápice milhares de milhões de euros sem lhes deixar rasto ou lugar. Li algures uma frase bem elucidativa e que originou estas linhas, também elas um pouco complexas quando as queria simples, escorreitas e claras: “A afirmação de que a atual crise é antes de mais uma crise de valores é tão banal quanto verdadeira”. A natureza humana tem destas coisas a que não somos alheios, no encadeamento do que somos e do que aprendemos. Mas mais importante que essa construção de ideias e dessa reflexão, sobressai a necessidade de nos determos sobre a evidência da frase citada e procurarmos remediar o percurso desta realidade a que chegámos. Por mais códigos de ética que se façam para cumprimento das empresas e dos seus gestores, tudo será em vão senão estivermos possuídos por valores, que não só deviam estar na base da nossa educação e da nossa prática como fazerem parte do nosso código genético. Não nos deixarmos confundir será um passo necessário, reclamar a presença de valores é de todo essencial para a nossa vida individual e coletiva.

parada da vida. E quando se está a falar para uma plateia de adolescentes, muitos dos quais nunca assistiram a uma peça de teatro, ou leram um romance (mas vivem na ilusão de que se inscrevem numa sociedade informada) – quando se vai falar de teatro a uma escola acho que referir a relação da Arte com a vida de cada um de nós faz falta. Em cada guerra Hemingway não deixa de fazer duas coisas: apaixonar-se e escrever um livro. - Primeira Grande Guerra: a enfermeira Agnes von Kurowski e o romance “O adeus às armas” - Guerra Civil Espanhola: a jornalista Martha Gellhorn, o romance “Por quem os sinos dobram” e a peça “A quinta coluna” - Segunda Grande Guerra: “Na outra margem, entre as árvores”, o romance, e a paixão com Mary Welsh, a mulher com quem viveu até ao fim da vida. Os contos e os amores extemporâneos, não abençoados pelos votos de casamento, não entram nesta contagem. Os alunos ouvem-nos de boca aberta, riem com as nossas pro-

vocações, espreitam as fotos do Powerpoint que projectamos no quadro. Não há turma em que não haja perguntas, no final. Um rapaz brasileiro (o único que sabia o que era uma epígrafe) dita um título à namorada, que ela anota no telemóvel. Este intelectual de serviço numa “turma Benetton” da Amora diz-me que lê o Nicholas Sparks. Não sei quem é. Eu também lia o Paulo Coelho e a Isabel Allende até me levarem pela mão ao Saramago e ao Aquilino. E ao Cardoso Pires (e escrevo “Cardoso Pires” e alguma coisa ainda se me enevoa dentro). Acho que foi mais ou menos por altura do surgimento da líbido na minha existência que eu larguei a consola do computador para me consolar com os livros. Talvez por isso tenha reparado neste casalinho da Amora, que daqui a nada há-de começar a plagiar Neruda, e outros que tais, em SMS cheias de K e asteriscos. E ele nem pestajenou quando ela se entusiasmou com o facto de ser o Pedro Lima a fazer de Harry. É amor. Talvez o “Kilimanjaro” lhes diga alguma coisa.

Hemingway nas escolas DESDE A estreia de “Kilimanjaro”, que reporemos a partir de 23 de Janeiro no TMJB, temos visitado as escolas secundárias para conversas com os alunos. No total serão 22 encontros. Os professores emprestam-nos os seus cinquenta minutos de aula para que vendamos o nosso peixe. Acham que cinquenta minutos a falar da vida de um escritor que acompanhou de perto os três principais conflitos bélicos europeus da primeira metade do século XX não é uma perda de tempo, quer estejamos numa aula de História, Físico-Química ou Educação Física. Eu também acho. Ernest Hemingway conduziu ambulâncias durante a I Grande Guerra, na frente italiana (tendo sido o primeiro americano ferido no conflito); foi correspondente na Guerra Civil Espanhola (tendo colaborado num documentário, The Spanish Earth, narrado por si, para angariar fundos para a causa republicana); e acompanhou o desembarque das tropas aliadas na Normadia, participando na libertação da Paris (onde vivera nos anos 20) ocupada pelos nazis.

Rodrigo Francisco Diretor da CTA

“ A forma como este jornalista/ escritor viveu cada um destes conflitos define porventura aquilo que distingue os artistas ” A forma como este jornalista/ escritor viveu cada um destes conflitos define porventura aquilo que distingue os artistas. Hemingway transformou cada uma dessas experiências em Literatura, como se a Arte não pudesse caminhar se-

Ficha técnica Diretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, Bernardo Lourenço, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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A reacção à volta NO ESPAÇO de Setúbal (da Península) na Festa do Avante! de 2009 recaminhava-se em Exposição o 8 de Janeiro do início do ano, assinalado que fora por mais uma acção popular em Lisboa de condenação da ofensiva israelita em Gaza, a partir da iniciativa do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC). No Expresso de cinco dias antes, dia 3, Randa Nabulsi, Delegada-Geral da Palestina em Portugal, afirmara que «nenhum palestiniano irá aceitar regressar a Gaza em cima de um tanque israelita», um pouco a re-situar aquele deslumbramento, no sentido épico da palavra, provocado pela quantidade de crianças e jovens da(s) intifada(s) que perecem na linha da frente: ali, de facto, voltávamos a dizer, não podia como não pode ser de outra maneira, quando se confirma a asserção de Marx e Engels segundo a qual «são as massas que fazem a história». No palco que com ela, a Exposição, um todo se formava, lembrava-se o Serviço Cívico Estudantil nos campos de 1974 e 1975 e a sua complementaridade, em parte, com as Campanhas de Dinamização Cultural do MFA, e Manuel Pires da Rocha, da Brigada Vitor Jara, a cantar, por isso antecipou um testemunho seu num livro futuro: «Portugal parecia a Tuna do Zé Jacinto tocando a Marcha Almadanim, e ali se cumpria o apelo de Manuel da

Valdemar Santos Militante do PCP Fonseca para que se fizesse qualquer coisa de louco e heróico» – uma Tuna de milhões de trabalhadores de mangas arregaçadas de que Vasco Gonçalves era o maestro» («Vasco, nome de Abril», página 286, edição da Associação Conquistas da Revolução). «Os jovens das mãos cheias vindas do campo estariam do lado das pedras levantadas do chão», constava ainda na Festa da Quinta da Atalaia, Amora, Seixal (já agora, marcada, este ano, para 4,5 e 6 de Setembro). Aqui escrevemos há um mês que o Muro de Marrocos há-de cair. Depois, foi assassinado pelo querido dos EEUU, Israel, Ziad Abu Ein, Ministro Palestiniano, Presidente da Comissão da Autoridade Palestiniana contra o Muro da Separação e os Colonatos, membro do Conselho Revolucionário da FATAH. Mas ainda neste final de 2014, a UE reconheceu «em principio» a Palestina como Estado soberano e o Hamas foi banido da lista das «organizações terroristas». Era uma vez um jornalista que entrevistou Álvaro Cunhal

Um balanço triste NO ÚLTIMO artigo que escrevi para este semanário chamava a atenção para as consequências da baixa do preço do petróleo, que nos últimos quatro meses desceu mais de 45%. Como hoje é possível verificar a baixa do preço do petróleo teve efeitos imediatos nos países produtores, com orçamentos sustentados em receitas elevadas da exploração do petróleo. Desde logo a Rússia, que viu o rublo desvalorizar-se de forma significativa mas também na Venezuela, e vários ou-

Vitor Ramalho Advogado tros países africanos incluindo Angola, cujas receitas assentam em quase 90% no petróleo. A manter-se a situação nos próximos dois a três anos, como vaticinou Putin, as consequências a nível global, sobretudo na necessidade da diversificação das receitas orçamentais nesses países vai

A degradação do serviço nacional de saúde

numa Rádio Local de Setúbal. Orgulhoso, diz que colocou uma fotografia de ambos no facebook, não sei se inconfidenciou (termo inexistente) que nunca sentiu «tanta adrenalina» e as «pernas a tremerem-lhe debaixo da mesa». Emergiu do encontrarmo-nos que as palavras de Randa nos conduziriam ao V Tomo das «Obras Escolhidas» de Álvaro Cunhal. Cobre os anos de 74 e 75, as páginas finais o período da derradeira resistência a quente à recuperação capitalista, latifundista e imperialista, com o MFA subvertido e o golpe do 25 de Novembro em marcha: a 27 de Setembro, o Secretário-Geral do PCP lança a pergunta: «Julgará alguém que no novo Portugal democrático e revolucionário é possível que sejam os soldados a irem ao Barreiro recolocar os Melos na CUF ou a irem ao Alentejo restituir as terras alentejanas aos latifundiários?» (página 683). A Tuna era então sujeito do poema «Estradas», do alentejano, que termina em apelo. Também Lenine dissera que a Revolução não era como a longa, longa Avenida Nevski, em Leninegrado. A propósito, um pequeno agricultor do Penteado (Moita), em convívio na sua quintarola mas com os cuidados do ante-25 de Abril, cuidava: «Linhas rectas, só curtas». Por isso a reacção há-de andar à volta com os valores de Abril, de novo 41 anos depois!

EM PRIMEIRO lugar, começo por desejar a todos os leitores e população do distrito de Setúbal votos de um bom ano, na esperança de que este seja melhor que os últimos, que tantos sacrifícios nos têm exigido. Infelizmente, 2015 não começou da melhor maneira. As mortes nas urgências e a falta de recursos nos serviços hospitalares têm marcado as últimas semanas, reflectindo os problemas de todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), espelho do estado débil do próprio país. Problema antigo e que se repete sistematicamente todos os anos, no Inverno, a falta de capacidade de resposta dos hospitais públicos atingiu proporções desmedidas no mês de Dezembro, contrariamente à ideia apregoada pelo Governo de que os cortes na saúde não colocariam em causa o serviço. Os resultados eram previsíveis e estão agora à vista, sobretudo por ultrapassarem, em mais do dobro, a redução exigida pela Troika. A causa de toda esta situação caótica está identificada e prende-se, obviamente, com a falta de médicos. A política do Governo pautou-se em não permitir a contratação de profissionais de saúde e impediu um planeamento adequado para fazer face ao pico do Inverno. Ao invés disso, o Executivo opta por contratar ao mês, à semana ou ao dia, conforme as necessidades imediatas, recrutamentos esses feitos através de empresas de trabalho temporário,

ser um dado incontornável. Tudo tem um verso e um reverso como nas medalhas. E porque é assim os países importadores de petróleo, como Portugal ficam beneficiados com a perda do preço do petróleo, porque essa queda beneficia o crescimento do produto interno bruto e a economia. A baixa do preço do petróleo a nível mundial ocorreu num período em que os E.U.A. e Cuba anunciaram ao mundo irem abrir as respectivas embaixadas. Este facto político, é da maior importância e tal como a baixa de preço do petróleo tem a ver com a política traçada pelo Presidente Obama. Ao contrário do que muitos

vaticinaram o Presidente Obama reafirma-se na cena internacional como uma personalidade invulgar, influenciando com o Papa Francisco, que corajosamente prossegue a sua luta contra a austeridade que “mata”, o desemprego e as desigualdades no mundo, sendo hoje duas das referências mundiais incontornáveis, na defesa da Paz e de melhores condições de vida. A dimensão destas duas personalidades contrasta com a mediocridade dos dois mais altos responsáveis do Estado em Portugal, no caso o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho e o Presidente da República Cavaco Silva. Nas intervenções que ambos

que as circunstâncias a isso nos obrigam. Estou a lembrar-me da palavra «Corrupção» que nos últimos tempos está a ser mais aplicada, não como vocábulo corrente, mas também para definir tendências ou críticas políticas. A Porto Editora procede anualmente ao sufrágio do vocábulo mais utilizado e, em 2014 - vá-se lá saber porquê - a palavra mais votada foi «Corrup-

ção», que ganhou à estrangeirada «Selfie». Pelos vistos – não esses que apareceram recentemente ligados ao vocábulo «Ouro» - a palavra «Corrupção» surge como crítica ao comportamento de quem não gostamos, pois não se conhece, ou raramente se ouve, como ligada a pessoas das nossas relações, visto que é frequente dizermos que lidamos com gente séria. Mas, com sinceridade, temos

Francisco Carriço Presidente da ACISTDS sem a existência de qualquer vínculo. É um negócio de milhões para as empresas contratantes, que está a assustar o país e a levantar um grave problema social e, infelizmente, mortal para alguns. Por outro lado, estas medidas de restrição orçamental parecem uma atitude concertada, por parte do Governo, para ajudar os grandes grupos empresariais de saúde privada, como o Grupo José de Mello Saúde, Espírito Santo Saúde e outros, que têm aumentado os seus lucros à custa da degradação dos nossos hospitais e do SNS, no geral. Em Portugal, já não há garantias de prestação de cuidados primários de saúde, direito de todos os cidadãos, consagrado na Constituição e na Lei, e pago através das contribuições dos portugueses, que suportam uma pesada carga fiscal. É a ruptura do sistema, por culpa da austeridade ridiculamente embandeirada pela governação, que está a mergulhar o país numa realidade assustadora. tinham na quadra de Natal o primeiro previu que 2015 será um ano de viragem, a marcar o crescimento, o desenvolvimento e a criação de emprego enquanto o segundo anunciou maiores dificuldades para 2015 do que aquelas que vivemos. Em que ficamos? Do meu ponto de vista com dirigentes como estes vamos ficar claramente piores. É por isso que estou optimista para 2015, ano em que o governo da direita sairá de cena e também aquele em que o Presidente Cavaco Silva se prepara para também sair dela. No plano interno o balanço de 2014 é mesmo triste.

FIO DE PRUMO

Corrupção POR MUITO cultos que sejamos, temos sempre a tendência para a usar certas palavras com mais frequência do que outras e isto não tem nada de criticável. Usamos até certas palavras como “bengala”. Mas, à parte o fenómeno da linguagem de cada um, há também aquelas palavras e expres-

Jorge Santos Colaborador sões que vão ficando na moda ou que utilizamos, não porque se use ou seja bonito, mas por-

Sábado • 17 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com

de reconhecer que já aceitámos o convite para um almoço que terá custado trinta ou quarenta euros porque arranjámos um bilhete para um espectáculo para o qual não despendemos mais do que dez euros, ou porque tratámos de uma papelada que evitou que o nosso amigo estivesse um mês à espera… Bem, aceito… Corrupção é só quando o que aceitamos ou “oferecemos” se escreve com muitos zeros.

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