Semmais 17 Novembro 2018

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semmais

SÁBADO 17 DE NOVEMBRO DE 2018 Diretor Raul Tavares Semanário - Edição 1015 - 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

ESTIVADORES PRECÁRIOS MANTÊM INDISPONIBILIDADE PARA LABORAR

PORTO DE SETÚBAL PODE PERDER TRÁFEGO PARA A CONCORRÊNCIA Com a paralisação do Terminal 2, que já dura há duas semanas, há carga a ser desviada para portos, alguns deles espanhóis, que estão a oferecer melhores condições e estabilidade laboral. ATUALIDADE

ATUALIDADE

DESPORTO

ÁREA METROPOLITANA ATRATIVA PARA AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

SEIXAL QUER AFIRMAR-SE AMBIENTALMENTE MAIS SAUDÁVEL

108 ANOS DE HISTÓRIA CELEBRADOS COM GALA DE HOMENAGENS

Mais de 80% das entidades públicas e 72% das câmaras municipais do distrito compram bens e serviços na grande Lisboa. Estudo sobre assimetrias e convergência regional revela influência do Estado no crescimento daquela que já é a região mais rica do país. Investigadores defendem reforço da autonomia das autarquias. P2

Já começaram os trabalhos de descontaminação dos solos do parque empresarial do Seixal. Ao todo serão removidas dos territórios industriais do concelho mais de 21 mil toneladas de lamas de aciaria e 30 mil toneladas de pó de goela. Esta semana o ministro do Ambiente esteve no local a confirmar o progresso dos trabalhos.. P10

O Vitória de Setúbal assinala o 108° aniversário, na próxima terça feira, com uma gala no Fórum Municipal Luísa Todi onde, entre música e multimédia, serão homenageados sócios, atletas e dirigentes. Domingo a equipa principal joga, no Bonfim, frente ao Tondela, numa partida decisiva para continuar na luta pela Taça da Liga.. P11

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ATUALIDADE

ESTADO ADQUIRE BENS E SERVIÇOS NA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

Câmaras e entidades públicas da região fazem a maioria das compras por cá Mais de 80% das entidades públicas e 72% das câmaras do distrito compram bens e serviços na região da grande Lisboa. A revelação surge num estudo realizado por investigadores da Universidade do Minho que defendem uma descentralização do Estado para o poder local e o reforço da autonomia das autarquias. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR

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á se sabia que a maioria dos fornecedores das câmaras e dos serviços da administração central, sediados na região, estavam na Área Metropolitana de Lisboa, mas um estudo da Universidade do Minho, agora divulgado, vem confirmar que das entidades públicas do distrito 84% compram bens e serviços na região da grande Lisboa, enquanto as câmaras chegam aos 72,64%. O estudo alerta ainda para a curiosidade do Norte ser o segundo maior fornecedor da região, sendo que por lá são fechados 7,8% dos negócios relativos à administração central e 14,51% relativos às autarquias, que compram ainda 9,12% dos serviços na região Centro e apenas 3,34% no

Alentejo, onde se incluem os quatro concelhos alentejanos - Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines - inseridos no distrito de Setúbal. E quem são os principais compradores dos bens e serviços da Área Metropolitana de Lisboa? A administração central do Algarve e do Centro fecham por aqui mais 70% dos seus negócios. Já as câmaras baixam para os 40% no caso algarvio e 26% na região Centro. Os serviços centrais do Norte compram por cá 58% do que necessitam e o Alentejo 52%. As câmaras alentejanas também preferem comprar nesta região, chegando aos 37% Os dados a que o Sem Mais teve acesso constam de um estudo comercial que foi realizado pela Universidade do Minho, onde fica demonstrado que 52,1% das compras de bens e serviços do Estado são feitas na Área Metro-

politana de Lisboa, confirmando que os municípios têm fornecedores mais distribuídos pelo país, onde conseguem poupanças maiores. Daí que do Porto seja lançada para cima da mesa uma proposta assinada pela associação comercial, que sugere a revisão do modelo de compras públicas, deslocalização das entidades reguladoras de Lisboa para outras regiões menos favorecidas num plano a implementar em dez anos e ainda a criação de um centro de competências de justiça com sede em Coimbra. A proposta resulta precisamente deste estudo da Universidade do Minho coordenado pelo investigador Fernando Alexandre sobre assimetrias e convergência regional. Admite que ao privilegiar os fornecedores instalados na capital o Estado está a induzir o crescimento da região mais rica

do país, segundo advertem os mesmos investigadores, sublinhando que a política de aquisição de bens e serviços é um importante instrumento para o combate ao desemprego, um estímulo à inovação e a promoção de oportunidades para pequenas e médias empresas.

Daí que os investigadores defendam uma descentralização do Estado para o poder local e o reforço da autonomia das autarquias, exigindo uma maior repartição das receitas públicas. Defendem ainda a atribuição de uma participação das receitas do IRS e do IRC dos municípios.

O estudo sobre as implicações da desconcentração do Estado em Portugal não concretiza o valor percentual dos impostos a atribuir ao poder local, mas deixa claro que a partilha de recurso terá de ser assumida pela redução da coleta a nível central e sem o aumento da carga fiscal das famílias e das empresas.

O estado da Saúde no Concelho de Sines TEXTO ALIETTE MARTINS IMAGEM DR

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Rádio Sines, no Programa “Pontos nos IS”, realizou, no passado dia 9, no salão nobre dos bombeiros voluntários da cidade, um debate subordinado ao tema: “O estado da Saúde no Concelho de Sines”. O evento contou com a participação dos Médicos convidados: Dr. Correia da Cunha (Médico Cardiologista – Ex-Director do Hospital de Santa Maria/ Estudo sobre o Serviço Nacional de Saúde – distribuição de Médicos no Território Nacional); Dr. Bernardino Rocha (Coordenador da Equipa de Saúde Mental – Sines/

Alentejo Litoral – Projecto sobre articulação da Saúde Mental e Geral e familiar) e, o Dr. Manuel Carvalho Coelho (Médico de Medicina Geral e Familiar e Saúde Ocupacional). Foram comentadores: António Brás (que assinalou o que melhor e o pior existe, considerando o sistema vigente em matéria de Saúde no Hospital do Litoral Alentejano. Por sua vez, André Louzeiro, além do mais, ocupou-se de uma questão sensível para a população local, não deixando de assinalar o facto de continuar a ser notícia o nascimento de bebés numa ambulância, a meio do percurso empreendido - para o seu nascimento em outros hospitais.

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O melhor, segundo a palavra de António Brás: «a assistência tanto em quantidade como na participação». Os convidados - com um tema difícil - passível de múltiplas abordagens, conseguiram complementar-se, sem perder o enfoque, fizeram um bom enquadramento, explicando e dando a sua visão da temática em causa. O pior, a previsível falta de respostas concretas, tanto em questões como a falta de médicos de família para mais de 2500 utentes, como, ficar por perceber o que poderão, os cidadãos, as instituições e a autarquia fazer para resolver e melhorar os problemas existentes. Do ponto de vista em

causa, sem que dependa do Poder Central, faz-se necessário, ainda; «surgir uma associação de utentes dos serviços de saúde; que a autarquia e as instituições se envolvam na construção de uma unidade de cuidados continuados; constituir uma associação de apoio ao diabético». Provou-se, com este encontro, a necessidade de existência de um espaço de debate aberto, plural e sem limitações, que permita aos cidadãos serem informados, participarem e, mais importante, partilharem a sua opinião. É este, também, o meu contributo e o único compromisso. Todos os presentes, com destaque para os elemen-

tos das forças vivas da Cidade - representadas no debate e, em conjunto, comungaram do mesmo objectivo como forma não só de estímulo mas, de que a realidade dite um “olhar atento” que possa vir a mudar o rumo de um Hospital que possa vir

a ser modelo ao Serviço da Saúde, cumprindo-se junto aos habitantes do Alentejo Litoral. A organização da Rádio Sines, dos seus colaboradores e técnicos Filipe Medeiros e Vicência Tavares; irrepreensíveis. Verdadeiro serviço público.


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BANDEIRA VERDE É ENTREGUE EM COIMBRA NA QUARTA-FEIRA

Montijo e Palmela são Autarquias Familiarmente Responsáveis O Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis distingue este ano 70 municípios pelo investimento em políticas e práticas amigas das famílias. Na Península de Setúbal serão premiados os municípios do Montijo e Palmela que recebe, pela segunda vez, a Bandeira Verde: “Município + Familiarmente Responsável”

Editora do Semmais Jornal distinguida pelo Rotary Sesimbra

TEXTO ELOISA SILVA IMAGEM DR

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município de Palmela recebe, na quarta feira em Coimbra, a segunda Bandeira Verde relativa à promoção de políticas e práticas municipais que potenciam o aumento da qualidade de vida das famílias do concelho. A distinção é atribuída pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis e será entregue a 70 municípios. Para a autarquia de Palmela, segundo o presidente Álvaro Amaro, esta distinção, pelo segundo ano consecutivo «confirma um conjunto de opções políticas e de medidas que temos vindo a tomar e a aprofundar, ao longo dos anos, e que se encontram dispersas por diversas áreas, de forma transversal, da Educação ao Apoio Social, do Abastecimento de Água à Cultura, do Desporto à Habitação», evidencia. A Bandeira Verde “Autarquia + Familiarmente Responsável 2018” representa, também, na visão do autarca «uma responsabilidade acrescida, à

qual respondemos com entusiasmo e a assunção de novos compromissos, que se consubstanciam num pacote de novas ações e projetos que têm vindo a ser desenvolvidos internamente, para aplicação em 2019». São exemplo destas novas medidas a implementar «o Regulamento Municipal de Atribuição de

Bolsas de Estudo a alunos do ensino secundário, tecnológico e superior; o Cartão Municipal do Bombeiro, com vantagens para bombeiros e seus descendentes, ou o reforço alimentar para as crianças da rede pública do pré-escolar». Com esta distinção o Observatório pretende premiar e dar visibilidade

às autarquias que mais investem nas famílias, promovendo um conjunto de políticas de apoio e sustentabilidade. O concelho do Montijo recebe, ainda, a distinção “Bandeira com Palma” considerando que desde 2009, é premiado com este galardão Bandeira Verde Autarquia + Familiarmente Responsável.

loísa Silva, editora chefe do SEMMAIS jornal, foi agraciada esta semana com o “Prémio Percurso Profissional e Ética Jornalística” atribuído pelo Rotary Club de Sesimbra, numa cerimónia que teve lugar no Hotel do Mar e que contou com a presença dos presidentes da Câmara e Assembleia municipais de Sesimbra, assim como das presidentes das juntas de freguesia do Castelo e de Santiago. O percurso jornalístico, iniciado há quase vinte anos, foi salientado por todos os intervenientes com referências não só ao carácter profissional, mas também à forma como a jornalista cria amigos e afetos junto daqueles com quem se relaciona. Características como competência, idoneidade e respeito foram destacadas pela direção do Rotary e por alguns dos convidados. Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra, considerou-a «um docinho de memórias» da história e da vida da vila e do concelho. Já o presidente

da autarquia recordou os tempos em que se cruzaram aos microfones da Sesimbra FM, onde esteve durante sensivelmente onze anos, referindo a relação de amizade existente entre ambos e assinalando o facto de que «o papel da Eloísa enquanto jornalista é indissociável daquilo que ela é enquanto pessoa. Um ser humano fantástico apaixonado pela vida e pela profissão». Visivelmente emocionada, a jornalista agradeceu o prémio que acredita ter feito por merecer, e agradeceu a todos os que, de uma forma ou outra, a acompanharam ao longo do seu percurso profissional. Garantiu que continuará a «trabalhar e lutar por um jornalismo de rigor e isenção» e que saberá sempre «dar a volta por cima e abraçar projetos de sucesso». Para o final uma palavra especial para a filha a quem admite «ter roubado horas de atenção e companhia, mas não de amor» dizendo já com a voz embargada «Obrigada, filha, e tem paciência comigo!» M.D.

Papelote de Salmonete é o novo prato da Casa do Peixe

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Casa do Peixe, em Setúbal, lançou no dia 10, uma nova especialidade gastronómica. Trata-se de O Papelote de Salmonete, que tem como base este suculento peixe. A novidade é apresentada de forma não convencional em papel de alumínio e tem de ser encomendada pelo cliente. Luís Cruz, o proprietário

do espaço, promoveu uma degustação comentada do referido prato, no dia 11, na Casa da Baía, no âmbito da Semana do Salmonete, que deu a conhecer diferentes formas de confeção do salmonete em mais de três dezenas de restaurantes do concelho. Na sessão, Luís Cruz, confecionou também e deu a provar massa de

salmonete, gratuitamente, a mais de três dezenas de participantes no evento que encerrou o festival gastronómico. O certame, promovido pelo município, proporcionou, entre 27 de outubro e 11 de novembro, ementas especiais na restauração, desde o tradicional salmonete grelhado a propostas mais inovadoras. 2018 | 17 DE NOVEMBRO | SÁBADO | SEMMAIS | 3


ATUALIDADE

USO DO TELEMÓVEL VALE DEZ MULTAS POR DIA NA REGIÃO

Há condutores que até já veem TV enquanto conduzem TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR

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s autoridades da região têm multado uma média de dez automobilistas, por dia, devido ao uso do telemóvel ao volante, entre janeiro e setembro deste ano, ultrapassando já os valores registados no mesmo período de 2017. Os dados são agora revelados pelas autoridades - GNR e PSP - comprovando que não só os automobilistas de região continuam a usar telemóvel enquanto conduzem, como também há uma nova tendência a agudizar a preocupação das forças policiais. É que as autoridades e

especialistas em matéria de distração dos condutores alertam que às chamadas telefónicas e envios de SMS ao volante, juntam-se os dispositivos GPS, tablets e smartphones, além dos sistemas de controlo mais recentes com ecrã digital, que permitem aos condutores verem programas televisivos enquanto conduzem. Jorge Jacob, presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, diz que esta nova realidade representa um «novo desafio» para as polícias, alertando que «quando as pessoas vão a conduzir e tiram os olhos da estrada, passam a estar em grande risco. É por isto que a distração digital nos preocu-

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pa tanto», sublinha. O dirigente recorda que são cada vez mais os estudos internacionais que apontam o risco em torno da utilização dos aparelhos digitais ao volante, que vão registando um impacto quase tão alto, em matéria de acidentes, como o excesso de velocidade e o consumo de álcool. Ainda assim, apesar do número contraordenações estar a ultrapassar os valores de 2017 no distrito, este ano ainda está abaixo do registo de 2015, quando o telemóvel ao volante valeu cerca de 15 multas diárias. Numa altura em que as mortes por acidente rodoviário nas estradas da região não dão sinais de tréguas,

lamentando mesmo o distrito a mais alta taxa de mortalidade do país, com um total de 52 víti-

há um ano, em período homólogo, quando a região lamentou 40 mortes, depois de 23 em 2016.

JMF relança aguardente Mosca 30 anos depois

TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM DR

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assados 30 anos, a José Maria da Fonseca, de Azeitão, decidiu relançar a aguardente Mosca, uma das referências da categoria, lançada, pela primeira vez, em 1937 pelo enólogo António Franco, membro da 5.ª geração da família Soares Franco. Sofia Soares Franco, porta-voz da adega, explica que se trata de uma aguardente de «gama média», produzida da casta Moscatel, relembrando que a antiga Mosca era uma aguardente de Bagaceira de Moscatel. A Mosca, segundo a mesma fonte, é uma marca «antiga mas que mantém uma notoriedade elevada e que nos possibilita uma abordagem mais jovem, moderna e divertida». Com a Mosca, a JMF procurou «manter a ligação ao Moscatel, criando uma aguardente vínica, com

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mas de acidentes rodoviários entre 1 de janeiro e 31 de agosto, superando largamente o registo de

estágio em barricas de Moscatel». Sofia Soares Franco refere que a aguardente Mosca «é uma das marcas mais antigas» da JMF e já foi, no passado, «uma das referências da categoria». E conclui: «Poder recuperar o produto Mosca é uma satisfação tremenda e representa bem o momento de renovação e modernização da nossa empresa, com 185 anos de história vinícola e que já conquistou diversos prémios no País e no estrangeiro». A JMF já conta no seu portefólio com duas aguardentes Premium, a Velha Reserva, produzida a partir de vinhos verdes, e a Espírito, feita de moscatel de Setúbal. A Mosca, com 38 graus e aroma a Caramelo, é comercializada ao preço de 19,99 euros e está disponível na loja da adega, nas garrafeiras e alguns supermercados da região. Nesta primeira fase foram engarrafadas 6 mil garrafas, num total de 4 mil litros de aguardente.


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LOCAL

MOITA

Sanitários da Baixa da Banheira vandalizados

ALCÁCER DO SAL

Herdade da Barrosinha investe mais de 400 mil euros em novos projetos

Os novos sanitários do parque José Afonso, na Baixa da Banheira, voltaram a ser vandalizados. Só na última semana, foram furtados todos os apoios em inox das sanitas e uma porta. O município também já substituiu, por 3 vezes, as fechaduras. Os sanitários foram instalados, em 2017, no âmbito de obras de requalificação do parque para melhorar as suas condições. É, sem dúvida, de lamentar que «estes atos obriguem», ainda que de forma temporária, ao fecho dos sanitários daquele parque, equipamento reivindicado pela população há 15 anos, altura em que foram encerradas os primeiros wc´s desta zona verde, também por motivos de vandalismo. A Câmara condena «veementemente estes atos de vandalismo, que obrigam a gastos de dinheiros públicos desnecessários», e apela a todos os munícipes para que «estejam atentos a estes atos condenáveis e que os denunciem na polícia ou autarquias».

SEIXAL

Festival de Teatro já arrancou Uma taberna renovada e a criação de 24 novas camas é o que os turistas podem encontrar na Herdade da Barrosinha para que que possam descansar e contemplar a natureza.

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ara acompanhar o crescimento do turismo no Alentejo e dotar o concelho de mais camas, a Herdade da Barrosinha, acaba de inaugurar 6 novas casas para turismo rural com todas as comodidades para usufruir da tranquilidade e beleza do Litoral Alentejano. O investimento, superior a 400 mil euros, permitiu a criação de 24 camas e envolveu também a renovação da Taberna típica. As Casas da Barrosinha transmitem uma sensação de «perfeita harmonia com a natureza», uma vez que estão situadas juntas ao Sado. São o lugar ideal para relaxar, desfrutar da natureza, degustar o sabor e riqueza da gastronomia local e dos vinhos produzidos na herdade, mas também para fazer uma caminhada ou refrescar-se na piscina. As Casas da

Barrosinha contam com 1 ou 2 quartos, sala de estar, kitchenette e terraço privado e estão equipadas com uma decoração atual, com influências rústicas de linhas simples e confortáveis. A abertura destes espaços surge numa altura em que o hotel está fechado para obras de ampliação, devendo abrir as portas daqui a 1 ano. A disponibilidade de camas passará de 17 para 34, com a nova unidade hoteleira, que irá surgir com novas salas de estar, piscina e sala de conferências para 150 pessoas. A Herdade, com 2 mil hectares, inaugurou também a Taberna, um espaço «lúdico, de convívio para os trabalhadores e para o público», que surge renovada, mas mantendo o seu estilo rústico.

O 35.º Festival de Teatro está de regresso com peças para todos os gostos. O cinema S. Vicente acolhe, no dia 30, “A Importância de Se Chamar Ernesto”, de Oscar Wilde, numa produção Pano Cru – Grupo de Teatro da Associação de Amigos do Pinhal do General. A peça estreou em fevereiro de 1895, em Londres, e é uma comédia na qual os protagonistas mantêm existências fictícias para fugir às suas obrigações sociais. Marcada pela mordacidade do autor irlandês, a peça critica a banalidade com que são tratadas instituições, como o casamento. O festival encerra no auditório municipal, a 7 de dezembro, com “1936, o Ano da Morte de Ricardo Reis”, dramatização de Helder Costa e produção A Barraca, a partir da obra de José Saramago. A peça encena o encontro entre o defunto Fernando Pessoa e o único heterónimo que lhe sobreviveu.

SINES

Centro recreativo angaria fundos A Comissão Diretiva do Programa Operacional Alentejo 2020 aprovou, no passado dia 13, a operação de Recuperação do Centro Recreativo Sineense. O investimento é superior a 349 mil euros. Localizado na rua Francisco Luís Lopes, no centro histórico, o Centro Recreativo Sineense é considerado um bom exemplar da arquitetura civil do fim do século XIX e está fortemente associado à vida comunitária da cidade no século passado. As obras a realizar irão manter as características arquitetónicas do edifício, modernizando-o para receber cinco novas valências: posto de turismo, espaço cultural, espaço multiusos e auditório, sala de conferências e exposições e “Espaço dos Escritores”, com zona de exposição. O edifício será integrado na Rota do Património de Sines, representando mais um ponto de interesse turístico da cidade.

SETÚBAL

Europa Nostra visita Convento de Jesus Membros da associação Europa Nostra visitou dia 14 o Convento de Jesus para se inteirar do ponto de situação da requalificação do monumento, incluído, em 2013, na lista dos 7 mais ameaçados da Europa. A visita contou com a participação do presidente da Associação Portuguesa das Casas Antigas, Hugo O’Neill, proponente da candidatura do Convento de Jesus à Europa Nostra. O Europa Nostra, apoiado pelo Banco Europeu de Investimento, integrou o Convento de Jesus, em junho de 2013, numa lista de 7 monumentos europeus ameaçados pela avançada degradação, com vista a definir possibilidades de financiamento para as obras necessárias. Os esforços desenvolvidos pelo município, que assumiu a liderança das obras, substituindo-se ao Estado, permitiram o avanço, em 2012, do restauro do núcleo museológico e do reforço estrutural da cobertura do monumento e do coro alto da Igreja de Jesus. 6 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE NOVEMBRO | 2018

ALCOCHETE

Reabilitação urbana com benefícios fiscais Depois de estipulados os valores dos impostos municipais para 2019, o executivo aprovou, no dia 14, por unanimidade, na reunião de câmara, benefícios fiscais para quem realize ações de reabilitação urbana em prédios que se encontrem no centro histórico do concelho. Estas medidas visam incentivar a reabilitação urbana e combater a desertificação, entendendo-se, de acordo com a proposta em apreciação, ‘ações de reabilitação’ aquelas que resultam num estando de conservação do imóvel, pelo menos 2 níveis acima do atribuído antes da intervenção”. Das reduções, destaca-se os 30 por cento na taxa a aplicar nos prédios que sejam reabilitados e que cumpram as considerações prévias exigidas, bem como redução de 20 por cento na taxa do IMI, que que poderá ser cumulativa com a anterior, a aplicar aos prédios urbanos habitacionais arrendados localizados nas zonas já mencionadas.

MONTIJO

ANAU inaugura sala multiusos A Associação Náutica Montijense – ANAU comemorou os 9 anos no dia 11, com a inauguração de uma sala multiusos para convívio dos sócios e para a realização de workshops e outros eventos relacionados com a náutica. Luís Anjos, líder da ANAU, agradeceu a todos aqueles que contribuíram para a obra, referindo que é um local «aberto especialmente aos sócios, mas também para outros eventos de formação ligados à náutica». Como objetivos futuros, o dirigente realçou a «continuidade do projeto na área da vela, com novas apostas e a possibilidade de federar alguns atletas». O edil Nuno Canta não faltou ao aniversário e expressou o seu «respeito por todos aqueles, como vós, que participam no movimento associativo, desde logo porque têm levantado a voz na defesa da cultura, da história, da memória e do nosso património».


LOCAL

PALMELA

Bagageira volta ao Largo de S. João A “Bagageira aberta em Palmela”, uma iniciativa do Centro Social de Palmela, vai voltar este sábado, dia 17 de novembro, no largo de S. João, no coração de Palmela, pela última vez, este ano. O evento, que decorre entre as 9 horas e as 18 horas, uma vez por mês, aos sábados, com exceção dos meses de dezembro e agosto, conta com o apoio do município local. Trata-se de um mercado popular onde qualquer pessoa, devidamente inscrita, pode vender ou trocar artigos em segunda mão ou reciclados. Os artigos, como roupas, acessórios, livros, mobiliário, brinquedos, discos e artigos de decoração, são vendidos na bagageira do carro de cada participante. Recorde-se que, com a “Bagageira aberta em Palmela”, o Centro Social de Palmela, pretende angariar fundos para o seu funcionamento e para várias atividades.

SESIMBRA

BARREIRO

Sensibilizar os alunos para a leitura criativa Explorar diferentes tipos de livros, criar pontes entre a estória de cada leitor e as histórias que vêm nos livros são alguns dos objetivos da ação “Histórias com Sentido - livros”, realizada no dia 13, na Mendonça Furtado, inserida no Serviço Educativo Municipal, da edilidade. Sob a orientação de Bru Junça, professoras e educadoras de várias escolas aprenderam a aproximar o aluno da leitura de forma criativa. De referir que esta ação se insere nas atividades realizadas no âmbito do Projeto-Lei, inserido no Plano Educativo Municipal de Prevenção e Redução do Abandono Escolar, em várias escolas, ao longo do 1.º período deste ano letivo. São dirigidas a professores, auxiliares e encarregados de educação. No 2.º período, os professores e educadores irão implementar o trabalho nas salas de aula. No verão de 2019, será realizado o Festival LEI.

Isenções da derrama foram aprovadas Com vista a fomentar a economia local, fixar a instalação de empresas e promover a criação de emprego, o município isenta os munícipes de impostos.

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município aprovou o lançamento de derrama de 1,5 por cento sobre o Lucro Tributável sujeito e não isento de Impostos sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) de 2018, a arrecadar no exercício de 2019, para financiar a prossecução do investimento municipal na área da educação. Foi igualmente aprovada uma isenção, por 3 anos, aos sujeitos passivos que instalem a respetiva sede social no concelho, bem como àqueles que já tendo a sua sede social criem e mantenham postos de trabalho efetivos. A referida isenção será atribuída,

considerando o número de postos de trabalho efetivos criados e mantidos e a dimensão da empresa, da seguinte forma: um posto de trabalho, no caso de microempresas (até 10 trabalhadores); 3 postos de trabalho, no caso de pequenas empresas (até 50 trabalhadores); 6 postos de trabalho, no caso de médias empresas (entre 50 e 250 trabalhadores). A concretização da isenção proposta ficará condicionada à entrega de elementos comprovativos por parte das empresas que pretendam beneficiar da mesma junto da Autoridade Tributária.

GRÂNDOLA

SANTIAGO DO CACÉM

Na tradicional feira de Melides, que continua a decorrer até este domingo, nesta simpática freguesia do concelho de Grândola, os visitantes podem passear pela feira franca, onde encontram artesanato variado do Alentejo e Algarve, como cestaria em vime e cadeiras de madeira, peças de barro, frutos secos e saborear a gastronomia alentejana acompanhada de vinho da região. As Alcomonias e os Rebuçados de Pinhão, dois doces típicos da região, são as principais atrações do certame. No programa de animação da feira, destaca-se o Festival de Folclore, com grupos de várias zonas, o concerto com Ruth Marlene e a atuação do grupo musical de cante tradicional alentejano, Os Alentejanos. Não deixe de visitar este importante certame tradicional alentejano e de provar as delícias gastronómicas e doces da região.

O município, por questões de segurança, decidiu encerrar à circulação a Estrada Municipal 548, que faz a ligação entre Santiago do Cacém e as Ademas, devido à deslocação de um muro de ala do pontão do IC33, próximo do Parral, situação provocada pela forte precipitação que se fez sentir recentemente. De acordo com o vereador da Proteção Civil, Albano Pereira, a estrada «foi encerrada no troço entre as duas entradas de acesso ao IC33, encerramento que será temporário. A responsabilidade do pontão é da Infraestruturas de Portugal, que se comprometeu a deslocar meios para o local, para iniciarem os trabalhos de manutenção». O vereador refere que «muito provavelmente a IP terá de remover o muro que se deslocou e substituí-lo por outro para que tudo fique com as devidas condições de segurança».

ALMADA

Lisnave é tema de exposição no museu naval O passado, o presente e o futuro dos antigos estaleiros da Lisnave é o tema da nova exposição do Museu Naval, que abre dia 19. A exposição “Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada” evoca o legado que o antigo estaleiro deixou para Almada e para os almadenses. Propõe-se uma viagem por narrativas, imagens, objetos, notícias e acontecimentos que se cruzam e se complementam e para os quais a comunidade foi chamada a contribuir com as suas experiências, partilhando as suas estórias e memórias. Os navios de grande tonelagem dominavam o horizonte, o estaleiro laborava em contínuo com um pórtico altivo, os operários envergavam fatos-macaco azuis e cinzentos e capacetes coloridos. São imagens que se recuperam e se preservam numa exposição que fala também de quotidianos laborais exigentes e de redes sociabilidade que perduraram no tempo.

Feira de Melides mostra potencialidades

EM 548 encontra-se cortada ao trânsito

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CULTURA

PEÇA CRUZA REALIDADE COM IMAGINÁRIO

Academia de Teatro de Setúbal estreia “Zé Gato” dia 7 no Independente

ALMADA17NOVEMBRO21H AS MELODIAS DE MAYRA TEATRO JOAQUIM BENITE A cantora cubana Mayra Andrade, uma das mais reconhecidas intérpretes da música cabo-verdiana, relembra as suas melodias premiadas.

A ACTAS traz a palco mais uma peça para assistir em família. “Zé Gato” tem estreia agendada para o grupo desportivo Independente, facto que obrigou a Academia a um investimento acrescido para adaptar as condições do espaço às necessidades da peça. O autor Bruno Frazão confia na sua equipa e antevê «mais um grande sucesso» TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

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é Gato” é a mais recente produção da Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal (ACTAS) dirigida a toda a família e que «dirá muito aos setubalenses» acredita Bruno Frazão. «Trata-se de uma peça que retrata muitos dos momentos vividos por José Maria Tavares, figura setubalense que ficou conhecida por todos como “Zé Maluco” ou “Zé dos Gatos”», mas que também convida o público a viajar pelo imaginário do autor que «depois de duas semanas a encarnar o personagem ‘Zé dos Gatos’, na feira de Sant’Iago, começou a imaginar como seria o dia a dia dos gatos, na ausência do dono». Apesar de não ser uma peça biográfica, Bruno

Frazão reconhece que retratar a vida de alguém em palco «é uma responsabilidade que aceitamos, porque iremos prestar homenagem a todos quantos têm uma forma diferente de estar na vida». A alusão às temáticas da «inclusão, envelhecimento, diferença e a esperança que depositamos num mundo melhor» será óbvia durante o espetáculo. Na apresentação pública da peça, que ocorreu no Mc Donald’s da Avenida Europa, o autor esteve acompanhado por Artur Jordão, responsável musical da produção, por Isabel Bento, do Instituto Português do Desporto e Juventude de Setúbal, e Fernando Santos, detentor do franchising Mc Donald’s em Setúbal e Aires, que apoiam o trabalho da Academia de Teatro «e que permitem

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SEIXAL17NOVEMBRO21H30 NOITES DE FADO CINEMA S. VICENTE Na 14.ª Noite de Fado do S. Vicente – 2.ª sessão – atuam Fernando Viegas, Maria Passarinho, António Fragoso, Teresa Santos, João Campos, entre outros.

SESIMBRA17NOVEMBRO21H30 MÚSICA E DANÇA TEATRO JOÃO MOTA Tangomanso… y Otras Yerbas apresentam o espetáculo Volver, que recria a cultura argentina num ambiente intimista e glamoroso.

MOITA17NOVEMBRO16H TEATRO “NA FOGUEIRA DE S. MARTINHO”

FÓRUM CULTURAL JOSÉ MANUEL FIGUEIREDO A peça “Na Fogueira de S. Martinho - Estórias com Asas”, por Lita Pedreira e Luis Geraldo, destina-se a crianças a partir dos 6 anos e famílias.

SANTIAGO17NOVEMBRO22H que continuemos a criar». Sem incentivos financeiros da autarquia, «só os apoios dos mecenas (Mc Donald’s, IPDJ e Secil), uma gestão cuidada das contas da ACTAS, o empenho dos atores e a boa vontade de amigos que prestam inúmeros serviços a um preço mais acessível, é possível continuar». Fernando Santos, que apoia a Academia há mais de dois anos, «não compreende» porque não há mais empresas da região a envolver-se nestes projetos, «que deixam uma marca ativa na valorização da comunidade e que são trazidos a público por gente tão talentosa», lamentou o mecenas que contribui com mil euros para esta produção. Bruno Frazão não denota vontade de «mandar a toalha ao chão», mas admite as dificuldades inerentes à criação de uma produção «com a qualidade a que já vamos habituando o nosso público». Só para esta peça, esclarece o autor, «o investimento ultrapassa os 5 mil euros porque além de tudo o que é habitual nas nossas peças, temos que dotar o espaço do Independente das condições necessárias. Não vamos

estar a atuar numa sala como é o Fórum Luisa Todi, por exemplo, em que já dispomos de luzes, fumos, cenários e estrutura de palco». Questionado sobre o porquê de não passarem pelo fórum municipal, ao contrário do que aconteceu com a produção anterior “Fábrica dos Sonhos”, que esteve vários meses em cena naquela sala, Bruno Frazão remeteu a questão para a câmara municipal «já que nós, até agora, não obtivemos nenhuma resposta, pode ser que vocês (jornalistas) consigam ter», apelou. Face aos custos da produção, a Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal «faz milagres» com os três mil euros que recebe dos três mecenas, num desequilíbrio financeiro que não se coaduna com sessões gratuitas. «Precisamos do valor de bilheteira para fazer face a um trabalho que é contínuo e regular». A história de “Zé Gato” vai estar em cena no Grupo Desportivo “O Independente” entre 7 e 19 de dezembro e o custo dos bilhetes é de 5 euros para adultos e 3,5€ para crianças.

“A IDADE DO SILÊNCIO”

AUDITÓRIO ANTÓNIO CHAÍNHO Sobe ao palco a peça “A Idade do Siêncio”, da Companhia Teatro do Mar, no âmbito dos 30 anos do grupo o GATO.

CINEMA A RAPARIGA APANHADA NA TEIA DE ARANHA DATA DE LANÇAMENTO 8/11/2018 NACIONALIDADE EUA, SUÉCIA, CANADÁ, REINO UNIDO E ALEMANHA GÉNERO DRAMA, THRILLER ELENCO CLAIRE FOY, SVERRIR GUDNASON, SYLVIA HOEKS REALIZADOR FEDE ALVAREZ DURAÇÃO 117 MINUTOS

Após os eventos relatados em “Os Homens Que Não Amavam as Mulheres”, Mikael Blomkvist, jornalista e fundador da revista “Millenium”, e Lisbeth Salander, a “hacker” profissional de inteligência e coragem fora de comum, vêem-se envolvidos numa teia de corrupção e espionagem que vai colocar as suas vidas novamente em perigo. Um “thriller” de ação realizado pelo uruguaio Fede Álvarez (“A Noite dos Mortos-Vivos”, “Nem Respires”), de acordo com um argumento seu, de Steven Knight e Jay Basu. O filme é a adaptação do romance homónimo da autoria de David Lagercrantz, quarto livro da série “Millenium”. Os três primeiros títulos foram originalmente criados por Stieg Larsson. Não perca a história da rapariga com a tatuagem do dragão e descubra o que a levou a ser quem é, no confortável Cinema City, no Alegro de Setúbal. Uma fita de cortar a respiração e que deixa o espetador colado ao ecrã de início ao fim.


CULTURA

FILIPA BARROSO «Quero criar uma instituição para cuidar de animais abandonados»

NOTA DE CORREÇÂO Por lapso, na edição nr.º 1014 na rubrica RaioX, de Filipa Barroso, a pergunta e a resposta “quem convidaria para um jantar a dois - o meu esposo Ivo, Sempre” não era, obviamente, referente à entrevistada em causa mas, sim, à fadista Deolinda de Jesus, entrevistada da edição nr.º 1013. Pela gralha o Semmais apresenta as suas desculpas à Miss Portuguesa, pelo transtorno que tal facto possa ter originado, e reedita o seu RaioX na íntegra.

A Miss Portuguesa, Filipa Barroso, tenciona seguir a carreira de médica veterinária e criar uma instituição para cuidar de animais abandonados. A candidata a Miss Universo tem 19 anos, é do signo Touro, nasceu no Montijo e reside em Setúbal. POR ANTÓNIO LUIS IMAGEM DR

Qual o seu maior sonho profissional? Ser médica veterinária e abrir a minha própria instituição para ajudar animais abandonados. E pessoal? Deixar um grande marco na história das misses em Portugal e construir a minha família.

E defeito? Teimosia.

Comida e bebida preferida? Açorda de Camarão e água.

Agarra o presente como se não houvesse amanhã? Sim, mas com os pés bem assentes na terra.

Qual o último filme que viu no cinema? “Verdade ou Consequência”. Melhor peça de teatro? “A Rainha dos Estapafúrdios”.

Um desejo para 2018? Ser a Miss Universo e trazer a coroa pela primeira vez para Portugal.

O que levaria para uma ilha deserta? A minha mãe e os meus gatos. Dia ou noite? Dia. Acredita na vida para além da morte? Sim. Que tipo de presentes mais gosta de receber? Roupa.

Melhor música de sempre? “This is me”.

Quem é o seu ídolo? A minha mãe.

25/10/18

Para si, o símbolo da beleza é... Ter coração.

Que livro anda a ler ou leu ultimamente? O último livro que li foi “Jane Eyre”, de Charlotte Brontë.

Qual o local que gostaria de conhecer e que ainda não visitou? Miami.

1

Qual a sua maior virtude? Garra e simpatia.

Qual o seu maior vício? Praticar desporto.

Cidade preferida? Setúbal.

SEM_MAIS_VF.pdf

Complete: A minha vida é… Cheia de sonhos e objetivos.

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Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal

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Objetivos:

Projeto:

• Aumentar a segurança para toda a navegação

• Aprofundar o canal da Barra em 2,20 m e o canal Norte, junto à cidade, em 1,70 m

• Acesso de navios ambientalmente mais eficientes • Captar novos investimentos

• Volume de dragagens de 3,5 milhões de m3

• Aumentar a competitividade das empresas da região

• Trabalhos em menos de 4 meses por única draga com dispositivos mitigadores de ruído

• Mais 3.000 postos de trabalho diretos e 10.000 indirectos

• Areias dragadas depositadas para a alimentar o sistema do estuário • Monitorização e acompanhamento dos trabalhos e do comportamento dos golfinhos roazes

ENTIDADE PROMOTORA:

APSS - Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA

INVESTIMENTO TOTAL ELEGÍVEL: APOIO FINANCEIRO DA UNIÃO EUROPEIA APOIO FINANCEIRO PÚBLICO NACIONAL:

Cofinanciado por:

€ 24.980.000,00 :

€ 14.764.539,36 € 10.506.860,64

Fundo de Coesão

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POLÍTICA

SECRETÁRIO DE ESTADO DO AMBIENTE VISITOU TRABALHOS EM CURSO

Limpeza de resíduos industriais no Seixal já arrancou O secretário de Estado do Ambiente esteve no Seixal e no Barreiro, no âmbito de uma visita aos territórios geridos pela Baía do Tejo. No parque empresarial do Seixal Carlos Martins assistiu aos trabalhos de remoção de parte das 21 500 toneladas de lamas da aciaria numa ação que tornará o concelho ambientalmente mais saudável. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

O

vice-presidente da câmara do Seixal, Joaquim Tavares, lembrou, durante a visita do secretário de estado do Ambiente, Carlos Martins, ao Seixal, que a autarquia e a população do concelho «têm exigido a descontaminação dos solos, decorrentes da atividade industrial nos territórios do parque empresarial do concelho, junto dos sucessivos governos». Joaquim Tavares reconheceu que a luta foi «morosa e longa», sendo por isso «muito positi-

vo assistir ao início dos trabalhos de remoção de 21 500 toneladas de lamas da aciaria e de 30 250 toneladas de pós de goela que se encontram depositados acima da cota de terreno no Parque Empresarial». Durante a visita, acompanhada pelos administradores da Baía do Tejo, o autarca explicou que os resíduos que estão a ser removidos serão carregados e encaminhados «nas condições legalmente previstas», para o Centro Integrado de Recuperação Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos, propriedade da entidade executante EGEO/SISAV.

Uma ação só possível devido à aprovação de uma candidatura apresentada ao POSEUR no valor de 8.7 milhões de euros com um prazo de execução de seis meses. Das 21 500 toneladas de lamas da aciaria já foram removidas do parque empresarial mais de 6000. «É um passo muito importante para o concelho, que ficará, desta forma, ambientalmente mais saudável e liberto de materiais provenientes da atividade industrial. Mas existem outros passivos ambientais que não podem ser esquecidos», evidenciou Joaquim Tavares. Refere-se o vice-

-presidente da autarquia «às lagoas de hidrocarbonetos e à Lagoa da Palmeira». «Estamos a trabalhar em conjunto com a Baía do Tejo para avaliar as soluções que possam existir, no quadro das candidatu-

DEPOIS DE DUAS DESMARCAÇÕES

Enfermeiros exigem audiência com nova ministra da Saúde

A

Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE) solicitou esta quinta feira, com caráter de urgência, uma audiência com a ministra da Saúde, Marta Temido, depois de ver adiado, pela segunda vez, o encontro que estava previsto desde o início de novembro. «Devido ao impasse na negociação do acordo coletivo de trabalho para os enfermeiros com a FENSE, que deveria ter terminado a 13 de novembro e que aceitámos, de boa-fé, concluir a 15 de novembro de 2018», a federação exige ser recebida pela governante «antes da reunião inserida no processo negocial com

a FENSE reagendada para terça feira, dia 20». Recorde-se que a estrutura tinha agendado, para o início deste mês, um primeiro encontro com a nova ministra da Saúde que, depois de um primeiro adiamento, voltou a ser desmarcado esta quarta feira, através de correio eletrónico «sem justificação plausível», lamenta a FENSE. Segundo Emanuel Boieiro, dirigente do sindicato dos enfermeiros, «recebemos na quarta feira, já depois do horário de expediente, um e-mail onde apenas era referida a «impossibilidade de reunir amanhã (quinta) e assumido o reagendamento para a próxima

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ras disponíveis para este efeito. Para o município a qualidade ambiental é de extrema importância, pois significa melhores condições de vida para as nossas populações, pelo que continuaremos a alertar o Governo para

Câmara de Setúbal requalifica avenida Álvaro Cunhal

A

terça-feira». O enfermeiro especialista insurge-se, também, contra o facto de «a documentação, que servirá de base à reunião de dia 20, seja disponibilizada, unicamente, na véspera». O Sindicato dos enfermei-

ros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem estão «expectantes» e aguardam que a ministra da Saúde aceda reunir com as estruturas antes do encontro agendado para terça feira às 14h00. E.S.

estas e outras questões que precisamos ver resolvidas o quanto antes, como são exemplo o reforço da rede de monitorização da qualidade do ar ou o desassoreamento da Baía do Seixal», concluiu.

autarquia de Setúbal investiu mais de 300 mil euros em obras de beneficiação na Avenida Álvaro Cunhal, entre as rotundas do Monte Belo e dos Golfinhos (Praça 25 de Abril), que conta agora com desenhos que evocam a memória de Álvaro Cunhal, que terão sido realizados pelo líder histórico comunista enquanto preso político. Na placa central da avenida, que conta com uma ciclovia, mais iluminação, um arranjo paisagístico e uma nova passadeira, há agora cinco painéis de grandes dimensões, em madeira, com desenhos elaborados por Álvaro Cunhal, entre 1951 e 1959.

Maria das Dores Meira, edil setubalense, sublinhou, durante a inauguração da obra, tratar-se de uma «singela homenagem setubalense a Álvaro Cunhal, comunista, antifascista, democrata e secretário-geral do PCP, que, ao longo da sua vida, elegeu como combate primordial a luta pela democracia». “Desenhos da Prisão” dá título à mostra que é partilhada no espaço público, com parte dos desenhos elaborados durante os sete anos de rigoroso isolamento na Penitenciária de Lisboa e no Forte de Peniche a ser inaugurada precisamente no dia em que o homenageado completaria 105 anos. E.S.


DESPORTO

108 ANOS CELEBRADOS NO FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI

Vitória de Setúbal presta homenagem aos melhores do ano em dia de aniversário O pavilhão Antoine Velge é trocado pelo Fórum Municipal Luísa Todi e o jantar de aniversário passa a Gala. Uma nova fórmula de celebrar mais um ano do centenário emblema setubalense numa clara aproximação entre o clube e a cidade. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM DR

P

ara assinalar a passagem de mais um aniversário, a direção do Vitória reúne a massa associativa no próximo dia 20, terça-feira, desta vez num formato inédito. A Gala de Aniversário que terá lugar no Fórum Luísa Todi “tem como propósito principal conferir solenidade e dignidade ao momento mais importante de um sócio. Enaltecer a relação de filiação com o clube, porque consideramos de extrema importância a antiguidade da filiação”, nas palavras de Vítor Hugo Valente, presidente da SAD do Clube. Durante a Gala vão ser atribuídos os emblemas de prata (100), ouro (66) e diamante (11) que correspondem, respetivamente, a 25, 50 e 75 anos de filiação, assim como serão homenageados «atuais e antigos atletas do Clube,

que muito contribuíram para o engrandecimento desta instituição», explica o presidente. Num total de 28 prémios a ser atribuídos, destaque para os prémios “Saudade” e “Reconhecimento e Mérito” que serão atribuídos a duas figuras da história do Vitória, no primeiro caso a título póstumo e no segundo a uma antiga glória do futebol sadino. Assente num espetáculo multimédia, que vai ter várias surpresas, a componente musical tem uma forte presença no evento que contará com a participação do cantor Clemente, da Orquestra Bohemia, de Azeitão, e da Academia Luísa Todi com o Ensemble de Cordas e com um momento de jazz com piano e saxofone. Margarida Piedade vai também interpretar as marchas do clube. O espetáculo, que começa às 21:30 horas e cuja entrada tem um custo de cinco euros, vai ter ainda caráter solidário uma vez

que parte da receita será entregue à Casa Gaiato. Triunfo sobre Tondela seria presente de aniversário ideal Em véspera de aniversário, o Vitória recebe o Tondela em jogo a contar para a segunda jornada da fase de grupos da Taça da Liga, numa partida marcada para as 11:45 horas deste domingo. Na antevisão do encontro, Lito Vidigal reconheceu que vai defrontar “uma equipa forte e com muita qualidade, já com um estatuto consolidado na I Liga”, mas nem por isso está menos tranquilo. “Vamos encarar este jogo como todos os outros. Quando entramos em campo, seja para a Taça ou para o Campeonato, o nosso objetivo é vencer”, diz o técnico que admitiu que nesta partida vai “dar oportunidade a jogadores menos utilizados na Liga”. Sem avançar nomes, tudo leva a crer que Vidigal deverá chamar alguns jogadores da

formação de Sub 23. O relvado do Bonfim tem apresentado más condições para a prática do futebol, situação que tem sido criticada e que está em fase de resolução. O técnico, no entanto, releva o facto assumindo que “não se pode apressar a

natureza” e que “tendo em consideração o uso intenso do relvado, ele até está muito bom”. O grupo do Vitória, na Taça da Liga, é comandado pelo Braga que venceu os dois primeiros jogos. Os sadinos são segundos juntamente com o

Nacional após o empate na primeira jornada. Vencendo no domingo o Tondela a equipa verde e branca fica em posição confortável para passar à próxima fase da competição. O presente ideal para a massa associativa a dois dias do aniversário.

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PROVA É ABASTECIDA COM MOSCATEL DE SETÚBAL

13.º Grande Prémio de Atletismo da Arrábida

TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

O

13.º Grande Prémio da Arrábida, também já «reconhecida como a corrida do moscatel», decorre este domingo cumprindo um percurso de 12.500 metros entre Setúbal e Palmela. Paulo Santos, secretário da direção da Associação de Atletismo Lebres do Sado (AALB), entidade organizadora da prova, estima a participação «de aproximadamente 500 atletas», no seguimento daquilo que tem vindo a acontecer nos anos transatos, mas a organização

«está preparada para 800 participantes». Respeitando algumas limitações «que nos são impostas», a Associação Lebres do Sado procura «proporcionar aos atletas e às pessoas que os acompanham uma oportunidade de conhecer a cidade de Setúbal e a sua zona envolvente, nomeadamente, a Serra dos Gaiteiros, a Serra de São Luís, a Serra do Louro, a Serra de São Francisco, entre outros». Pontos de interesse natural inseridos no Parque Natural da Arrábida. «Não temos dúvidas na elevada importância que este evento tem para a cidade e região

considerando as características e particularidade do mesmo». O percurso, com passagem pelos bairros do Liceu e das Amoreiras e regresso a Setúbal pela baixa de Palmela, termina no Jardim de Vanicelos, e percorre troços de alcatrão e terra batida. Até aos 1000 metros, a prova é feita em pelotão, com os atletas guiados por duas “lebres”, «que percorrem a distância em ritmo de treino». Paulo Santos esclarece que «nenhum atleta pode ultrapassar os guias, sob pena de desclassificação e, só após o afastamento deles, é autorizado que cada um

imprima o seu próprio andamento». Para aqueles que não estão preparados para correr 12,5 km, têm a oportunidade de participar numa outra distância, de 7 km, ao seu ritmo; a correr ou a caminhar. A hidratação dos atletas também é garantida, não só por água, mas, também, pelo moscatel de Setúbal. Esta particularidade, lembra Paulo Santos, «faz com que a corrida já seja, também, conhecida pela corrida do moscatel uma vez que, pelo menos, um dos abastecimentos da prova é feito com este vinho licoroso tão identificativo da nossa região». 2018 | 17 DE NOVEMBRO | SÁBADO | SEMMAIS | 11


NEGÓCIOS

PARALISAÇÃO DO TERMINAL 2 ESTÁ A OBRIGAR AO DESVIO DE CARGA

Portos espanhóis podem vir a ficar com tráfego de Setúbal A paralisação do trabalho no Terminal 2 do Porto de Setúbal está a deixar as empresas da região à beira de um ataque de nervos. Há receio de que a plataforma portuária sadina não recupere parte do tráfego, devido a melhores condições oferecidas por portos concorrentes. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

A

ideia de que parte do tráfego que o porto de Setúbal está a perder, devido à paralisação dos estivadores do Terminal 2, já não volta, está a assustar os responsáveis do Conselho Português de Carregadores (CPC) e é secundada pela Associação da Indústria da Península de Setúbal. Segundo a posição da CPC as empresas que normalmente operam na plataforma portuária de Setúbal “estão a transferir carga para outros portos a funcionar normalmente, quer em Portugal, quer em Espanha”, com custos adicionais para os operadores. Isto “são más notícias para a indústria exportadora e seus trabalhadores no curto prazo, porque a experiência diz-nos que parte deste tráfego já não volta”, afirma o presidente desta associação, Pedro Galvão. De acordo com a mesma fonte, a principal razão reside no facto de as negociações gerarem “melhores condições e

mais confiança com outros portos”. Esta situação, que já está a obrigar a Autoeuropa a desviar por via rodoviária automóveis para portos no país vizinho, nomeadamente Vigo e Santander, «não são boas notícias para o porto de Setúbal», reafirma ao Semmais Nuno Maia, Diretor-Geral da Aiset e responsável de comunicação da Secil, empresa que também está a ser afetada pela paralisação dos estivadores. O responsável relembra que os associados da Aiset são «empresas exportadoras da região, clientes do porto de Setúbal», sendo que devem ser evitadas «as atuais dificuldades criadas em torno do regular escoamento das suas encomendas para clientes no exterior que provocam acrescidas dificuldades e prejuízos nas suas operações». Corroborando a ideia de que muito deste tráfego pode vir a ser desviado para portos com melhores condições e mais estabilidade laboral, Nuno Maia, acredita, ainda assim, que o conflito “seja sanado através de uma

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solução negociada entre as partes, permitindo o rápido reatamento das operações portuárias a um ritmo intenso que facilite a regularização dos carregamentos em atraso e não perturbe o dinamismo das empresas da região, bem como a criação de emprego e riqueza». Braço de ferro só desarma com contrato coletivo de trabalho Entretanto, a situação futura dos 92 trabalhadores precários do Terminal 2 permanece num impasse, mantendo-se o período de paralisação por tempo indeterminado, segundo disse ao Semmais António Mariano, presidente do SEAL – Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística. A situação de instabilidade neste terminal foi denunciada, esta semana, pela Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) que atribui responsabilidades ao SEAL por “não existir trabalho portuário, nos terminais de contentores e RO-RO, desde a passada terça-feira dia 6”. O comunicado da AGEPOR,

enviado às redações, aponta para a existência de situações de “coação, ilegalidades, boicote à assinatura de contratos e baixas ilegais”. O Semmais conversou com alguns destes estivadores, os quais garantiram estar dispostos a voltar ao trabalho, caso o contrato assinado, entretanto, com um de 30 trabalhadores – a quem foi proposto vínculo efetivo - seja revogado e se retomem as negociações para a elaboração de um contrato coletivo de trabalho à maioria dos precários. Cansados de trabalhar a contratos por turno e sem estabilidade, os trabalhadores assumem que ficaram «indisponíveis para trabalhar», na sequência da proposta de assinatura de um contrato a 30 dos 92 prestadores de serviços no início do mês. Até ao dia 5 «só estávamos a cumprir a greve às horas extraordinárias», revela Jorge Brito, estivador no Porto de Setúbal há 9 anos. Num universo de 96 trabalhadores, estão apenas em atividade os quatro estivadores efetivos da Operestiva que, sozinhos, não conseguem assegurar o serviço dos grueiros, manobradores, conferentes, portalós e base necessários para proceder ao carregamento e descarregamento de camiões e navios. Já o terminal 1 não está parado, revela Jorge Brito. «Nós é que pedimos aos trabalhadores eventuais que não parassem, porque eles estão solidários connosco

por estarem na mesma situação». Os estivadores reconhecem, no entanto, não haver necessidade de passar todos os eventuais a efetivos, mas exigem «um contrato coletivo de trabalho que estipule garantias para os que permanecerão precários/ eventuais como os turnos adicionais», explica Jorge

Brito. E acrescenta: «O que pretendemos, enquanto efetivos, é poder prescindir do direito às horas extraordinárias em prol de mais trabalho para mais pessoas. Com a hipótese de quem permanecer precário passe a ganhar o direito a fazer um turno antes de os efetivos fazerem um turno extraordinário».

Parque do Terminal 2 à beira do limite Neste momento, há mais de cinco mil viaturas provenientes da fábrica da Autoeuropa acondicionadas no parque Terminal 2, gerido pela Navipor, o que está a deixar aquela zona em rutura. Os responsáveis da Volkswagen admitiram recentemente “estar perto de esgotar a capacidade de armazenar os carros” que saem da linha em Palmela, ponderando “ter que suspender a produção”. Em situação normal, saem do porto de Setúbal dois navios por semana, cada um com três mil viaturas, com destino a Emden, na Alemanha. Nestas circunstâncias, a alternativa passará pelo transporte das viaturas em camiões com capacidade para 8 automóveis, num percurso não inferior a 900 quilómetros, o que acarreta para a empresa de Palmela um custo não previsto. No cais ao lado, gerido pela Yilpor, estão, também, os contentores que deveriam ter sido movimentados numa semana de operações do terminal Sadoport, que viu os navios de transporte serem desviados para outros portos internacionais.


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OPINIÃO

EDITORIAL

Heróis e Vilões

RAUL TAVARES DIRETOR

A paralisação do Terminal 2

A

paralisação no Terminal 2 do porto de Setúbal começa a preocupar a sério a todos os níveis, a começar, desde logo, pelos direitos daquele grupo de profissionais que merecem uma outra estabilidade no trabalho e na vida. Os estivadores são, como se sabe - para além do guindaste, do spreader, braço de carga ou outros – a força motriz de qualquer plataforma portuária. As novas tecnologias já fizeram a sua mossa, mas, como se tem visto por Setúbal, podem parar um terminal, ou mesmo um porto. Diz-se que ganham bem, mas trabalham muito. Há uns anos era uma profissão mais ou menos desgastante, quase escrava, pela intensidade da atividade física e, não menos importante, pelo stress dos perigos que não raramente espreitam a cada carga e descarga. Com a concessão dos terminais portuários – modelo que ocorreu em todo o país – aos operadores, estes ficaram sob a alçada de uma certa desregulação, porque, entregues ao privado, tornou-se mais fácil contratar estas forças humanas através das empresas de trabalho temporário. Nada a opor. Até aqui tudo bem. Mas, por exemplo, um operador com responsabilidades da transfega de viaturas de uma fábrica como a Autoeuropa, que ainda por cima executa a produção, escoamento e venda em formato ‘just-in-time’, em que cada hora tem um valor, a ganhar ou a perder, não pode alimentar a sua cadeia de trabalho apenas dos temporários, precários ou ‘disponíveis’, como agora também se diz. Para já, o braço de ferro deitou por terra que pelo menos 30 dos 92 precários pudessem passar a ter vínculo laboral. Mas a paralisação do Terminal 2 do Porto de Setúbal, que já dura há duas semanas, está a fazer grande mossa. Há navios a carregar em portos espanhóis, que aproveitam o momento para renegociar melhores condições com os operadores e venderem também uma certa paz laboral; prejuízos enormes para as empresas que perdem negócio e, não menos importante, quebras nas exportações. Perante esta situação, é preciso voltar à mesa das negociações e rever o estatuto desta atividade profissional, que é estratégica para o país. Um porto parado é um país a passo lento. É preciso equacionar a hipótese da criação de bolsas de emprego estável para que estas alavancas de desenvolvimento não entupam.

V

ivemos numa era em que os valores estão alterados. Valorizamos mais quem não os tem. Numa altura em que se discutem temas determinantes para o futuro do nosso Distrito, nomeadamente o aeroporto complementar de Lisboa, que irá situar-se no Montijo e do Terminal de Contentores que se irá localizar no Barreiro, com obras de dragagens nos Rios Tejo e Sado e com a limpeza dos agentes poluentes no estuário do Tejo, vivemos uma semana repleta de emoções. Começámos pelo temporal de domingo, que mostrou à sociedade as lacunas das nossas estruturas de saneamento, com ruas transformados em rios. Nesse mesmo domingo, fomos espectadores privilegiados de um acto heroico notável, com o avião da companhia Air Astana - Embraer E190, que aterrou à tarde, de emergência, no aeroporto de Beja e que esteve cerca de 97 minutos no ar completamente descontrolado, tendo de ser auxiliado por dois “caças” da Força Aérea Portuguesa.

Mas as notícias dessa noite não abriram com este feito heroico da nossa força aérea. Podem abrir a boca de espanto, mas todas as televisões preferiram estar horas e horas a noticiar a detenção de um lunático, que presidiu a uma importante instituição desportiva nacional - refiro-me ao Sporting Clube de Portugal, naturalmente, e ao seu ex-presidente, Bruno de Carvalho, assim como o chefe da claque desse clube - O Mustafá. O espanto de tudo, isto é, preterirem dois pilotos da nossa força aérea, que salvaram, pelo menos, os seis tripulantes e evitaram uma tragédia sobre a nossa capital, ou arredores, e optarem por nos noticiar a detenção de um bandido cadastrado - Mustafá, que criou o núcleo da Juve Leo na prisão do Linhó e que há pouco tempo já havia sido condenado num processo de contornos de gangsters do, espantem-se, ex-Presidente do Sporting, do primeiro mandato de Bruno de Carvalho, o outro arguido detido. A pergunta que nos devia fazer corar de vergonha é, como é que

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA ADVOGADO

temos à frente de sectores de um Clube com a riqueza e importância de um Sporting, pessoas deste calibre, seja de uma claque, seja de uma direcção, ou vice-direcção. Mas se formos ver o que se passa no Benfica e Porto, temos ambos os Presidentes arguidos e ambos os líderes das claques com um palmarés de desacatos que fazem corar de vergonha qualquer Bom Pai de Família. Mas para o comum do “Portuga”, isso não importa nada. Interessa, sim, é que o Jonas, Marega ou Nani marquem o golinho da vitória e o resto é conversa. Mas num mundo onde o jogador cuja transferência foi a mais cara de sempre - Neymar - e onde há uma cláusula que impõe um prémio só para o jogador acenar aos adeptos no final

de um jogo, não me admira que no próximo contrato, eles peçam para serem pagos apenas por dizerem bom dia ao roupeiro, colega ou treinador. Para não ser acusado, daquilo que eu próprio aqui denuncio, termino repondo a justiça e deixando a minha homenagem à Força Aérea Portuguesa pelos dois salvamentos que fez numa semana. Pois no dia seguinte um outro avião teve, também, a sua ajuda e, sobretudo aos dois pilotos dos caças que, de uma forma totalmente eficaz, salvaram aquele avião e evitaram uma enorme tragédia. E deixo a seguinte questão aos responsáveis das nossas televisões: O evitar a tragédia valeu uma notícia em segundo plano, mas e se o avião tivesse caído? Ah, pois é…pensem.

Muitos mil votos, sempre!

Q

ue venha mais uma semana e onze anos passam sobre a sessão na Biblioteca Municipal de Setúbal promovida pela Associação de Amizade Portugal-Cuba evocativa daquele que foi Embaixador de Cuba em Portugal, então recentemente falecido, German Blanco. Nela não houve inibição de alguém contar como reagiu a um telefonema exactamente às 8 horas de uma das manhãs do primeiro semestre de 1992, por parte de uma jovem jornalista de uma rádio local sadina, segundo ela em emissão directa com os rádio-ouvintes e pela qual informava que o regime cubano acabara, durante a noite, por sucumbir (enfim) a um levantamento popular - “a TSF está a transmitir os ruídos da euforia nas ruas de Havana” - e Fidel se encontrava preso. Que comentário? diligenciava: “A ser assim - foi a resposta - é sempre certa a solidariedade dos comunistas portugueses para com os patriotas cubanos, neste momento difícil”. A marota riu fraternalmente (mas mesmo fraternalmente): tinha na mira

apanhar um incauto no pleno acordar do dia 1 de Abril, dia das mentiras! Mas também ela saiu à rua para tomar o pequeno-almoço, trabalhava desde a meia-noite, e deu-lhe para recordar outra iniciativa num domingo de Fevereiro de 1992 na Capricho Setubalense e as palavras de German Blanco Pujol para 200 pessoas: ”Não tenham pena de nós, tenham pena dos que, ao contrário, não lutam pela sua independência.” Com German convidado pelo PCP a intervir estava-se a falar da “determinação do povo cubano em resistir ao bloqueio económico e às ingerências que há mais de trinta anos (na altura) os Estados Unidos e outros círculos mais agressivos do imperialismo impõem com o objectivo de contrariar e se possível liquidar a construção da opção socialista na ilha das Canárias que arvora bem alto a bandeira de José Marti” (nota de imprensa). Quem apelou à participação na Capricho também estivera envolvido na recolha de roupas, calçado e material escolar para Angola ou no protesto contra a

POLITICA E CULTURA VALDEMAR SANTOS MILITANTE DO PCP

ocupação indonésia de Timor-Leste e o massacre de Santa Cruz. Um conceito determinava como determina e determinará os comunistas quando está em causa o internacionalismo proletário, esse termo que não nos queima os lábios: “a solidariedade não se pede, dá-se”, frase de Arismendi a que Álvaro Cunhal emprestou uma tão próxima simplificação: “a solidariedade tem carácter recíproco.” Mas porque eram igualmente os primeiros tempos do desmoronar da URSS e do sistema socialista mundial, o acontecimento na emblemática colectividade do Largo da Misericórdia, decorrido quase um quarto de século, dava resposta a uma espécie de inquirição (como um bom sinal) a que os comunistas portugueses eram assujeitados:

- Estás (ainda) com Cuba? Estás com o regime? Estás com Fidel? - Sim, estamos com a Revolução! Não faltaram algarismos de datas para ir avançando neste texto que, quem não se apercebeu, pelo menos na Redacção, é retoma. Na Assembleia-Geral da ONU ainda fresca de há duas semanas, por iniciativa do Governo Cubano, 189 países votaram contra o bloqueio. Estados Unidos e Israel, a favor. Há dois anos, sempre isolados, abstiveram-se, não faltou bom humor a procurar fazer crer que fora por estarem cansados. Hoje mesmo, pelas 15h00, na Casa da Cultura de Setúbal, nova sessão de solidariedade vai ter lugar, na cidade algumas faixas contra o Bloqueio, muitos mil votos, dão-lhe o contexto.

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14 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE NOVEMBRO | 2018


OPINIÃO

No melhor pano cai a nódoa

O

saber popular encarrega-se de trazer à evidência, certas situações em que muito bem se emprega determinado provérbio. Lembrei-me deste que dá título, que vem a propósito da atual polémica sobre a obra que o executivo da CDU, que governa o município setubalense, realizou na Avenida Álvaro Cunhal. E lembrei-me porque, embora crítico em relação à governação municipal comunista, como setubalense vinha apreciando o esforço no alindamento da cidade, que vai ganhando qualidade de vida e se vai tornando local aprazível para viver. Daí poder considerar que estaríamos presente ao dito “melhor pano”, até pelas condições naturais de uma cidade en-

cantadora que começa a brilhar. Toma sentido, no entanto, este apontamento a título de crónica de opinião, porque está na ordem do dia, em muitas centenas de comentários, a polémica obra da dita Avenida Álvaro Cunhal, no seguimento da entrada sul de Setúbal. Entrada essa, que em tempos criticámos pelo desmazelo a que estava entregue e que em boa hora víamos alguma preocupação em torná-la bonita e atraente. Mas daí ao que, agora, foi feito, convenhamos que peca por excesso e que bem pode ser considerada a tal “nódoa” no trabalho de um executivo, cuja presidente está em fim de mandatos. Uma obra excessiva que para além de um totem/placard gigante com o retrato de Álvaro

Cunhal, expõe ao longo da via a reprodução de uns quantos desenhos seus feitos na prisão. E que nos coloca várias questões sobre a sua necessidade, os gastos assumidos, a legitimidade e a lógica que deve levar a igual tratamento de outros que se distinguiram e que mereceram estar presentes na toponímia da cidade e finalmente, no respeito à memória do homenageado, se ele aprovaria tal exuberância na distinção, ele que sempre se pautou por ser uma pessoa discreta e remetida ao secretismo. Sou um visitante diário do Facebook, mais dado a colocar matéria que não seja fraturante e que evite comentários que possam trazer mau uso e incompreensão na sua interpretação. Fico triste

que os incentivos fiscais e o financiamento a certas actividades existem por estas não serem sustentáveis sem apoio, o que aparentemente não é o caso da actividade tauromáquica, ao contrário de todas as actividades culturais apoiadas pela DGArtes e pelo ICA. No site da Pró-Toiro (www.touradas.pt), por exemplo, pode ler-se que as touradas «são a única actividade tutelada pelo Ministério da Cultura que não tem um programa de apoio, mas que o deveria ter. Além disso, a tauromaquia ao contrário do teatro, cinema e outras artes financiadas pelo estado, é a única que vive com base na riqueza que gera com a venda de bilhetes, o que mostra bem a grande adesão dos portugueses a este espectáculo cultural». Ora, se a

tourada vive da bilheteira (o que não é inteiramente verdade, uma vez que mobiliza apoios significativos das autarquias – bom, de facto muito através da compra de bilhetes, portanto...), para que é que precisaria de ter apoio do Estado? Quanto à alegada «grande adesão» por parte do público, o melhor é consultarmos alguns dados estatísticos: no relatório anual do IGAC de 2017 relativo à tauromaquia, existe um quadro comparativo que se refere ao período 2008-2017: em 2008 realizaram-se 307 espectáculos, com um total de 698.142 espectadores; entretanto o número de espectáculos esteve sempre em queda, até chegar em 2017 a 181, com 377.952 espectadores. Façamos um exercício comparativo em relação aos números do tea-

A VERDADE DAS COISAS SIMPLES JOSÉ ANTÓNIO CONTRADANÇAS ECONOMISTA

pelo que esta obra se tornou matéria, que colocou “setubalenses contra setubalenses”, como muito bem diz alguém que “postou” numa página da rede mencionada. Visitando essa página pode avaliar-se o tipo de argumentação, por vezes ofensiva, que é usada. Onde vale tudo e em tudo se afasta do objeto e do objetivo que estará em causa. O perigo das redes sociais, nesta questão, está à vista!

Por último, a meu ver esta obra tem mais que se lhe diga. Para quem pensava que Maria das Dores Meira era menos ortodoxa e pouco alinhada com a ala dura do PCP, desengane-se. Aqui está a mostra dessa inverdade (fake news, como está na moda). Ou será um tributo ou um agradecimento ao partido em final de mandato? Fica a questão e o reparo. Vamos ver o que se segue.

Uma tourada

G

raça Fonseca, a nova Ministra da Cultura, conseguiu com uma só afirmação colocar em polvorosa todo o sector da tauromaquia. Entretanto, como em quase todas as polémicas, a questão de fundo foi muito pouco discutida e tornou-se quase irrelevante no espaço público. O que está em causa não é a proibição das touradas, mas somente a não-inclusão das mesmas no grupo de actividades culturais abrangidas pela diminuição do IVA, de 13% para 6%. Parece-me que a discussão a ser tida deveria basear-se, pelo menos por parte dos aficionados, numa explicação acerca dos motivos pelos quais uma actividade tão apoiada pelos municípios (e não só) precisa de arrecadar essa diferença de IVA para subsistir. É

À PARTE LEVI MARTINS DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS

tro, já que este é referido tantas vezes pelos aficionados (não consigo compreender porquê, uma vez que são actividades completamente distintas): em 2016 realizaram-se 12.788 sessões, perfazendo um total de 2,5 milhões de espectadores (Estatísticas da Cultura INE 2016). Polémicas à parte (não vou falar de civilização, não se preocupem) o que é incompreensível é que, no meio de tudo isto, continuamos sem saber o que é feito

do modelo de apoio às artes. Existe um relatório do “Grupo de Trabalho Aperfeiçoamento do Modelo de Apoio às Artes” que merece ser lido, sobretudo nas suas considerações finais, em que muitas das entidades que nele participaram afirmam que o trabalho não foi longe o suficiente para estar concluído. Em comparação com este assunto, lamento, mas o IVA das touradas parece-me um pormenor sem importância.

Um Passe (o) para a Mobilidade

O

Governo da Republica e os Municípios das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, entenderam-se no lançamento de “Um Passe Social Multimodal,” que vai possibilitar aos cidadãos utentes dos transportes públicos e coletivos, um custo individual de 40 euros, no máximo de 80 euros mês, para o agregado familiar, de acordo com a informação disponível. Com este titulo de transporte podem circular no espaço geográfico das Áreas Metropolitanas, em qualquer tipo de transporte publico de passageiros. Este é um passo importante, no âmbito da mobilidade sustentável, na prossecução de vantagens de carater ambiental e social. Este foi o primeiro passo, mas para ser seguro, ser firme, sem margem de reversão, é necessá-

rio um segundo passo, igualmente importante, para que os cidadãos deixem de usar a sua viatura própria nas suas deslocações diárias quer para o emprego quer para as deslocações dos mais jovens para os estabelecimentos de ensino e passem a usar os transportes coletivos públicos. É hoje incontroverso que os problemas de mobilidade, que afetam em particular os grandes centros urbanos, nomeadamente em Lisboa e Porto, só serão resolvidos com a promoção, com a melhoria e utilização do transporte público. O preço do passe vai ser acessível lá para Abril ou Maio de 2019. Entretanto, que os utentes, os passageiros passem também a dispor de uma prestação de serviço adequada às suas necessidades. Quer isto dizer que o transporte público, o transporte

coletivo, deve oferecer aos seus utentes qualidade. Só assim se conseguirá uma crescente utilização por mais utentes em substituição do transporte individual, do automóvel. Qualidade desde logo no cumprimento de horários de partida e de chegada dos respetivos percursos, circuitos; qualidade dos meios de transporte ao dispor dos utentes, material circulante, quer em modo rodoviário, no metro, fluvial e ferroviário, que devem oferecer segurança, conforto, estabilidade. Com este segundo passo, poderá operar-se o reforço do sistema de transportes públicos, incorporando cada vez mais passageiros, contribuindo também para a sua rentabilidade económica e social. A implementação dum sistema público de transporte é essen-

ATUALIDADES MARIA AMÉLIA ANTUNES ADVOGADA

cial e deverá ser extensivo a todo o território nacional, e desta forma, contribuir para a coesão económica, social e territorial, para além de ganhos ambientais que de outra forma não serão alcançados. Com a extinção das Autoridades Metropolitanas de Transportes, prevista no regime jurídico do serviço público de passageiros, decreto-lei, nº52/2015, de 9 de junho, as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto sucederam-lhes nos seus direitos e obrigações e,

detém hoje a competência em matéria de transporte de passageiros, através da celebração de contratos interadministrativos com os municípios integrantes, que assim entendam, em matéria de mobilidade e transportes. O mesmo sucede com os municípios integrantes nas Comunidades Intermunicipais. Ao lançar agora esta proposta, Governo e Municípios cooperam e são parceiros numa área fundamental para o ambiente e a qualidade de vida.

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R.de Lisboa, n.º14, V. N. de Azeitão 2925-561 Azeitão

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