Semmais 18 fevereiro 2017

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Sábado 18 | Fevereiro | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 936 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

QUERCUS QUER DESPISTE DE RESÍDUOS EM CULTURAS DO SADO E ZONAS BALNEARES

Os ambientalistas da Quercus admitem que o combate ao incêndio num armazém da Sapec, na Mitrena, ocorrido na terça-feira, pode ter efeitos nocivos a prazo, nomeadamente nos solos agrícolas e nas águas junto a zonas balneares. E para acautelar esses perigos, quer um plano de monitorização urgente e alargado. Entretanto, a Polícia Marítima já tem relatório sobre eventuais efeitos da escorrência de resíduos de enxofre em algumas bacias do estuário do Sado.

SOCIEDADE PÁGINA 5 SOCIEDADE PÁGINA 3

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NEGÓCIOS PÁGINA 12

A presidente da câmara não concordou com o comunicado da Direcção-Geral de Saúde para que se encerrassem as escolas do concelho, já com o incêndio extinto e rescaldos efetuados. A autarca afirma que as informações fidedignas da Protecção Civil não iam nesse sentido.

A região é uma das quatro no país que vai beneficiar de um programa do governo que visa a recuperação dos bairros sociais degradados. A tutela tem mais de 80 milhões para este efeito, numa oportunidade dourada para que os municípios requalifiquem estas zonas urbanas.

A fidelização de clientes e o “know-how” acumulados, foram os trunfos que levaram os estaleiros da Lisnave, na Mitrena, a fechar o ano passado com nota positiva. Mesmo com o setor em crise a nível internacional, onde se verifica redução de fretes e aumento da concorrência.

DORES MEIRA CONTESTA ALARME EXAGERADO NO INCÊNDIO DA SAPEC

DISTRITO VAI RECEBER FUNDOS PARA RECUPERAR BAIRROS SOCIAIS

LISNAVE FECHA ANO DE 2016 COM SINAIS POSITIVOS E ACIMA DA CRISE

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A SEMANA

Escola de Setúbal poupa na fatura da energia com iluminação LED

4 detidos em desmantelamento de grupo que se dedicava a burlas

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EB do Montalvão, em Setúbal, está energeticamente mais eficiente e sustentável, graças a uma intervenção da Câmara que assegura poupança na fatura da energia e benefícios ambientais através da substituição de luminárias convencionais por tecnologia LED. O investimento enquadra-se na estratégia que visa tornar os edifícios com gestão camarária ambientalmente mais sustentáveis, concretamente com a introdução de soluções energéticas mais eficientes. Procedeu-se à substituição do sistema convencional de iluminação tubular fluorescente de 36 watts por luminárias LED, igualmente tubulares, de 6 e 13 watts. Foram substituídos os sistemas de iluminação existentes

no jardim- de-infância, refeitório, ginásio, cozinha, salas de apoio e sanitários. A operação, um investimento camarário de 1.931,85 euros, permite uma poupança energética mensal de 3,5 quilowatts, o que se traduz numa redução de 540 euros mensais na fatura

Prisão preventiva para 3 pessoas suspeitas de burlas e furtos a idosos em Sesimbra

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Comando Territorial de Setúbal da GNR, através dos Núcleos de Investigação Criminal de Setúbal e de Palmela, detiveram, no dia 14 de fevereiro, em Sesimbra, dois homens de nacionalidade portuguesa e uma mulher de nacionalidade brasileira, por burlas e furtos a idosos. A ação foi o culminar de um processo cuja investigação decorria há cerca de um ano, durante o qual os suspeitos furtaram diversos objetos de valor no interior de residências, essencialmente de pessoas idosas e a viverem sozinhas. Como ‘modus operandi’, a mulher, fazendo passar-se por comercial de uma empresa de telecomunicações e, com o objetivo de angariar alegados clientes porta à porta, solicitava às vítimas o preenchimento de um formulário, permitindo a esta a sua entrada na residência. Apresentando aos supostos clientes grandes vantagens na contratação dos serviços da empresa, a suspeita conseguia

elaborar um falso contrato e, desta forma, chamar um falso funcionário para realizar a leitura e passagem dos cabos de rede. Uma vez no interior da residência, enquanto a mulher conversava com as vítimas numa divisão, um dos suspeitos percorria a restante residência e furtava todos os objetos de valor que encontrava, nomeadamente dinheiro e ouro. Só mais tarde e após os falsos funcionários saírem das residências é que as vítimas detetavam que tinham sido alvo de furto. Nesta operação foi apreendido cerca de 150 gramas de objetos em ouro; uma arma de caça e diversas munições; 500 euros em numerário; uma viatura e vários telemóveis. Os detidos foram presentes a tribunal no dia 15, tendo sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva, a um dos suspeitos. Os outros dois foram sujeitos a apresentações semanais no posto policial da área de residência.

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paga pela autarquia. Esta foi a primeira intervenção do ano ao nível da otimização da eficiência energética, com o município a preparar candidaturas a fundos comunitários para a execução de ações semelhantes em mais cinco escolas do concelho.

Apreensão de droga e dinheiro em Almada

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Comando Territorial de Setúbal da GRR, através do Núcleo de Investigação Criminal de Palmela, deteve em flagrante delito no dia 14 fevereiro, em Setúbal, quatro indivíduos de nacionalidade irlandesa, por burla. Os suspeitos, detidos após diversas diligências de investigação, pertenciam a um grupo europeu conhecido como o “O Gang do Alcatrão”, que possui um vasto historial de crimes em todo o território nacional. O ‘modus operandi’ deste grupo consistia em disponibilizar serviços de pavimentação, a custos reduzidos, com alcatrão excedente de obras anteriores, dispondo-se a cobrar apenas o valor da mão-de-obra. Feito o alegado negócio, e perante um aparato simulado que envolvia máquinas de construção no terreno onde seriam feitas as obras, as vítimas eram coagidas a pagar o serviço muito acima do valor acordado. Para além das detenções foi

apreendido: 12 400 euros em numerário; 1 390 libras em numerário; 2 viaturas pesadas de mercadorias; 3 viaturas ligeiras; 2 atrelados com maquinaria pesada; 5 telemóveis; 3 relógios; 2 anéis; 2 GPS; 1 tablet e uma réplica de arma de fogo. Após contacto com o Ministério Público do Tribunal de Setúbal, os arguidos ficaram detidos nas instalações da GNR até serem presentes a tribunal. A ação teve a colaboração dos postos territoriais de Pinhal Novo, Poceirão e Palmela, do Núcleo de Investigação Criminal de Setúbal e da Secção de Programas Especiais do Destacamento de Palmela. No dia 3 de fevereiro, no âmbito do combate à criminalidade organizada, foram detidos mais dois indivíduos de nacionalidade irlandesa conectados com este gang, sendo que um dos elementos tinha pendente um mandado de detenção europeu, aguardando em prisão preventiva a consequente extradição.

GNR prende duas pessoas em Abela por furto de combustível

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Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do Núcleo de Investigação Criminal de Almada, deteve no passado dia 14 de fevereiro, em Lisboa e Almada, cinco homens por tráfico de estupefacientes. A ação envolveu cinco buscas domiciliárias e cinco não domiciliárias que, para além das detenções, possibilitaram apreender: 4110 euros em numerário; 504 doses de cocaína; 12 doses de haxixe; 4 telemóveis; 1 bastão de borracha e 1 aerossol de defesa. Os detidos, com idades compreendidas entre 19 a 60 anos, todos com antecedentes criminais por tráfico de estupefacientes, estão neste momento a ser presentes a tribunal. A operação contou com o apoio da Unidade de Intervenção e do Destacamento de Intervenção de Setúbal, bem como da PSP.

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Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do posto territorial de Santiago do Cacém no dia 14 de fevereiro, dois homens, de 39 e 42 anos, por furto de 220 litros de gasóleo na localidade de Outeiro do Lobo, em Abela. No decorrer do patrulhamento, os militares verificaram a existência de dois veículos, um ligeiro e um pesado de transporte de combustível, parados num local ermo e de pouca luminosidade. Quando abordaram os suspeitos, repararam nos vários jerricans cheios de combustível e uma mangueira ligada diretamente da cisterna do veículo pesado a um dos jerricans. Após serem confrontados com os factos, os indivíduos, funcionários da empresa de transporte de combustível, ad-

mitiram que estavam a furtar gasóleo aquando da abordagem, sendo apreendidos 12 jerricans, contendo 220 litros de gasóleo, um par de luvas e o veículo ligeiro utilizado na prática do ilícito. Os detidos foram presentes ao Tribunal Judicial de Santiago do Cacém.


SOCIEDADE

AUTARCA NÃO ESCONDEU DESCONTENTAMENTO FACE A MEDIDAS DA DGS, NO INCÊNDIO DA SAPEC, QUE CONSIDEROU EXAGERADAS

Presidente Dores Meira afirma que alarmismo em Setúbal foi exacerbado

A presidente da câmara mostrou a sua insatisfação, nomeadamente na altura em que a situação estava normalizada e surgiu o comunicado a solicitar o encerramento de escolas. «Ficámos perplexos, porque não era essa a informação que tínhamos da nossa protecção civil», declarou a edil. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, não escondeu o descontentamento face às medidas de precaução sugeridas pela Direção Geral de Saúde (DGS) que levou ao encerramento das escolas na quinta-feira. «Houve alarmismo exacerbado», classificou a autarca logo na quinta-feira de manhã, após confirmar que a nuvem tóxica com dióxido de enxofre estava dissipada e que os bombeiros tinham extinguido o incêndio na Sapec. «Já ontem estávamos na normalidade e fomos

O incidente no armazém da SAPEC preocupou a população

surpreendidos com a medida de precaução. Ficámos perplexos, porque não era essa a informação que tínhamos da nossa Proteção Civil, que reputados de grande idoneidade», disse Maria das Do-

res Meira, admitindo que decidiu acatar as indicações do diretor da DGS, Francisco George, direcionadas, sobretudo, a crianças, pessoas com problemas cardiorrespiratórios e idosos.

E porque o fez? «Suponha que deixávamos abrir as escolas e dizíamos que tudo estava normal. Mas depois começávamos a ter crianças nas urgências do Hospital de São Bernardo, com alguma irritação. É complicado para a Câmara não ter feito nada», justificou ainda a edil, que ainda na manhã de quinta-feira tinha sido informada pela DGS que as concentrações de dióxido de enxofre (SO2) no centro de Setúbal atingiram 15 microgramas por metros cúbico depois de quarta-feira, na zona do Quebedo, próximo do rio Sado, ter sido atingidos 503 microgramas durante uma hora. Era valores próximos de limite de alerta, na

POLÍCIA MONITORIZA SAPAIS DO SADO APÓS ACIDENTE

Água usada no combate ao incêndio pode ter arrastado resíduos de enxofre Desde o primeiro dia do incêndio que as águas foram monitorizadas pelos técnicos da Polícia Marítima. Os resultados foram entregues ao Ministério Público. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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s autoridades marítimas acreditam que algumas áreas do estuário do Sado podem ter sido afetadas na sequência do incêndio ocorrido nas instalações fabris da SAPEC na madrugada da passada terça-feira e só devidamente extinto dois dias depois. Segundo a Polícia Marítima, durante o incêndio não foi possível conter toda água usada pelos bombeiros no seu combate, nomeadamente dentro do perímetro da área diretamente afetada, pelo que alguma água, seguindo o

seu percurso natural, acabou por atingir a zona de sapais adjacente ao rio Sado. “Esta água, dado ter sido empregue para o combate ao incêndio na SAPEC, arrastou resíduos de enxofre e de material utilizado para extinguir o incêndio», informou fonte da Polícia Marítima do Comando-Local de Setúbal, pelo que desde a manhã do dia em que deflagrou o incêndio, foi accionado uma operação de monitorização, com recolha de diversas amostras de água em locais possivelmente afetados. Esta ação, que no primeiro dia foi conduzida apenas pela Polícia Marítima, foi realizada em

Canais do Sado próximos da SAPEC foram inspeccionados desde inicio conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Porto de Setúbal - APSS, nos dias seguintes. Foi também recolhido o testemunho de eventuais lesados, no que

respeita impacto ambiental. Das diligências realizadas, foi elaborado o respetivo expediente e dado conhecimento ao Ministério Público de Setúbal.

sequência do incêndio que consumiu dois armazéns da Sapec, na zona industrial da Mitrena. VINTE VÍTIMAS SEM GRAVIDADE E COM ALTA Ainda assim, um total de 20 pessoas sofreu lesões devido ao excesso de dióxido de enxofre libertado no incêndio, segundo as informações prestadas pela DGS, na qual foi adiantado que todas as vítimas já tiveram alta, à exceção de uma criança, que deu entrada quinta-feira no hospital. O presidente do INEM, Luís Meira, avançou que a criança sofreu lesões oculares mas aparentemente sem gravidade. Em declarações ao Semmais durante uma vi-

sita à Câmara de Évora, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, avançou que todos os procedimentos decorreram com «normalidade e em articulação com as autoridades», tendo o incidente sido resolvido «mais cedo», do que era esperado pela tutela. «Regressou a qualidade do ar a Setúbal”, disse, admitindo que o Governo não tenciona fazer qualquer recomendação à Sapec. O governante adiantou mesmo que «será a própria empresa a fazer a avaliação dos prejuízos e quando fizer novos projetos irá incorporar novas tecnologias, sendo verdade que nunca há risco zero em indústria», acrescentou.

Confraria Enogastronómica da Ribaestrema vai acolher 20 novos confrades

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almoço pré-capitular dos noviços da Confraria Enograstronómica da Ribaestrema realizou-se no passado dia 11, num restaurante do Samouco. Trata-se do almoço que costuma ser feito antes do Capítulo onde se recebe os futuros 20 confrades. Constantino Menino, o grão-mestre da Confraria, explicou que a referida Confraria representa os municípios de Alcochete, Montijo, Palmela e Moita e que tudo tem feito para mostrar aos turistas as potencialidades da região. Já Vitor Menino, líder da Federação Portuguesa de Associação de Suinicultores, que também marcou presença no evento, realçou que Portugal produz atualmente 60 por cento de carne de porco. E sublinhou que a suinicultura evoluiu muito em Portugal. Somos os melhores a produzir. Os nossos enchidos são um produto de excelência. «Vamos lançar em junho no mercado carne de porco com qualidade supe-

rior, mais tenra, saborosa e nutritiva. Produzimos ao nível do melhor que se faz no Mundo, com respeito pelo ambiente», sublinhou. Com o apoio de adegas da região, entre as quais a Quinta do Piloto, de Palmela, o almoço contou com a presença de cerca de 35 pessoas. A cerimónia de entronização dos novos confrades terá lugar a 24 e 25 de junho no Torreão Poente do Terreiro do Paço, em Lisboa. A Confraria Enogastronómica da Ribaestrema tem como papel a promoção das potencialidades da região junto dos turistas, nomeadamente safaris tauromáquicos, sessões de fado e provas gastronómicas, entre outras atividades, bem como a defesa dos produtos de qualidade e de receitas originais.

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SOCIEDADE

PROGRAMA DE REABILITAÇÃO TEM COMPARTICIPAÇÃO DE 85% E O DISTRITO É UMA DE QUATRO REGIÕES DO PAÍS A BENEFICIAR

Região recebe apoios comunitários para recuperar bairros sociais até 2020 O governo tem 81,7 milhões de euros de fundos comunitários para municípios que queiram recuperar bairros sociais degradados. É uma oportunidade dourada, que vai também apostar na eficiência energética de dezenas de empreendimentos. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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distrito de Setúbal está entre as quatro regiões de Portugal que mais poderão beneficiar com o programa de reabilitação de bairros sociais já apresentado pelo Governo. O distrito deverão obter uma comparticipação até 85% do investimento total feito nas casas. O programa destina-se a milhares de pessoas na região que vivem em bairros sociais degradados, muitos ainda com telhados de fibrocimento, mas que poderão ter a urbanização renovada até 2020.

O Governo coloca 81,7 milhões de euros de fundos comunitários ao dispor dos municípios para investirem na melhoria da eficiência energética de dezenas de empreendimentos, alimentando a expectativa de que este apoio do programa operacional regional se traduza num investimento total de 115,5 milhões. PROGRAMA PROCURA REDUZIR GASTOS DE ÁGUA E LUZ Além de procurar melhorar as condições de habitabilidade, o programa tenciona ainda procurar reduzir o valor da fatura da luz e do gás de milhares de famílias com carências económicas. Segundo foi revelado pelo MInistério do Planeamento

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e das Infraestruturas, deverão ser as autarquias e as empresas municipais gestoras do parque habitacional dos respetivos concelhos a apresentarem candidaturas até ao dia 31 de agosto. Se as candidaturas forem aprovadas, então os municípios terão três anos para executarem as reabilitações. Este programa surge numa altura em que, de acordo com dados oficiais, quase um quarto da população do país não consegue manter a casa a uma temperatura adequada. Os dados de 2015 do Eurostat mostram memso que Portugal é o quinto país da União Europeia com pior desempenho, atrás do Chipre, Grécia, Lituânia e

Oportunidade de ouro para os municipios requalifcarem bairros Bulgária. Uma carência que afeta, sobretudo, as famílias residentes em bairros sociais envelheci-

dos e que têm de suportar o frio no inverno e o calor excessivo no verão, a par da humidade e as infiltra-

ções de água causadas por fachadas sem isolamento, caixilharias velhas e telhados degradados.

Detalhes do programa Para garantir o financiamento, as câmaras terão de demonstrar que as intervenções se refletirão numa poupança na fatura energética. A melhoria da iluminação, como a colocação de LED, terá apoio comunitário. O financiamento europeu cobrirá a colocação de painéis solares para aquecer a água nas cozinhas e nas casas de banho, assim como de esquentadores, caldeiras e termoacumuladores. As câmaras poderão também colocar sistemas de produção de energia para auto consumo. Não haverá financiamento para bairros que já tiveram apoio europeu para obras nesta área, nos últimos dez anos.


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SOCIEDADE

ARTE XÁVEGA INSCRITA NO INVENTÁRIO NACIONAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL

«É uma arte única e fascinante que não existe em nenhuma parte do Mundo» Desde 2009 que se lutava pela inscrição da Arte Xávega, pesca tradicional da Costa de Caparica, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Autarca da Junta diz que é necessário criar enquadramento legislativo adequado para salvaguardar uma tradição que tem vindo a sofrer dificuldades económicas. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SMJ

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Arte Xávega, um tipo de pesca tradicional na Costa de Caparica, em Almada, foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, de acordo com a publicação da passada quinta-feira em Diário da República. “A Diretora-Geral do Património Cultural decidiu favoravelmente sobre o pedido de inscrição da Arte Xávega no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, apresentado pelo município de Almada”, refere o Diário da República. José Ricardo Martins, presidente da Junta de Freguesia da Costa de Caparica, mostra-se satisfeito pela notícia, sublinhando que para «salvar Arte Xávega é necessário criar enquadramento legislativo adequado que consagre a

excecionalidade deste tipo de pesca tão invulgar e emblemática» que «não existe em nenhuma parte da Europa e do Mundo». O autarca realçou que desde 2009 que se luta por esta inscrição, não tendo dúvidas de que se trata de uma atividade «única e fascinante», e que «não tem equivalente». Segundo o autarca estão no ativo 13 artes de pesca na Costa de Caparica, que envolvem cerca de 40 pessoas. «Desde 2009 que se lutava por esta inscrição. Esta arte tem vindo a ter dificuldades económicas. Representa o setor primário da freguesia e é a génese do nascimento desta terra», vinca José Ricardo Martins. TPESCA ARTESANAL ESTÁ NA ORIGEM DA COSTA DE CAPARICA Trata-se de uma técnica de pesca tradicional que consiste na utilização de uma rede de cerco envolvente que é lançada no mar e depois puxada para terra. Outro dos motivos

para a decisão publicada na quinta-feira foi “a importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial pela sua profundidade histórica e evidente relação com práticas homólogas de outras comunidades piscatórias em Portugal, designadamente no litoral Centro e Norte”. Segundo a publicação, as técnicas deste tipo de pesca são transmitidas entre gerações dos dois núcleos piscatórios da comunidade da Costa da Caparica, tendo sido efetuadas diligências pela autarquia de Almada com o objetivo da sua inventariação. “A inventariação da manifestação do património imaterial em apreço é objeto de revisão ordinária em períodos de 10 anos, sem prejuízo de revisão em período inferior sempre que sejam conhecidas alterações relevantes, sendo que qualquer interessado pode suscitar, a todo o tempo, a revisão extraordinária

Actividade piscatória já é atraccção turistica no concelho do registo de inventariação”, concluiu. O processo iniciou-se em 2015 com o pedido de inscrição do município almadense à Direção-Geral do Património Cultural, que abriu a consulta pública entre 3 de agosto e 11 de setembro desse ano. De acordo com uma deliberação da Assembleia Municipal de Almada, datada de 25 de setembro de 2015, a inscrição da Arte Xávega local no Património Cultural Imaterial do país potenciaria “a promoção cultural, a salvaguarda do património, a defesa de uma atividade económica de significativa expressão, e a divulgação e promoção turística desta região, fatores que são fortemente suscetíveis de representar

um impacto económico muito positivo em todo o tecido económico e social da Costa da Caparica e de Almada”. Este reconhecimento constitui um largo passo para que as gerações futuras possam estar consciencializadas para a preservação desta técnica de pesca, razão pela qual é preciso criar, de agora em diante. todos os mecanismos e condições para que se possa fomentar uma maior aposta no mar e na pesca, na Costa da Caparica, nomeadamente numa escola de pesca que possa formar novos homens do mar, erguendo ao mesmo tempo aquela que foi a proposta do CDS-PP em Assembleia Municipal de Almada, aprovada por maioria, de criação do fu-

turo Museu do Mar e do Pescador, que a Câmara Municipal teima em não concretizar. Para o deputado municipal António Pedro Maco, a criação quer da escola de pesca quer do museu do mar contribuirá, não só para a preservação da actividade da Xávega mas também para a preservação da memória e divulgação cultural e turística da Costa da Caparica e do concelho de Almada. A Costa da Caparica, subaproveitada no seu potencial, necessita de olhar para o seu grande recurso natural, o mar, como o veículo prioritário para o desenvolvimento da localidade, atraindo investimento e turismo todo o ano, ajudando a incrementar uma sólida economia local.

OPERAÇÃO DA GNR DENUNCIA O ESTADO DE QUASE ‘SAQUE’ A QUE CHEGARAM ALGUNS CAMPOS AGRÍCOLAS DA REGIÃO

Furtos disparam nas propriedades agrícolas do distrito Os agricultores desconfiam que a maior parte destas acções são cometidas por grupos organizados. Nada escapa às mãos dos meliantes, de pinhas a laranjas, cortiças, vacas e porcos, e até maquinaria. As autoridades policiais estão no terreno já há uns meses. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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operação «Campo Seguro» da GNR denuncia o estado de quase «saque» a que chegaram alguns dos campos agrícolas da região. Foi apreendido de tudo um pouco. De pinhas a laranjas, passando pela cortiça. De vacas a porcos, passando por borregos. Nem a maquinaria agrícola escapou. Tudo isto entre 1 de Novembro e 31 de Janeiro, período em

que o patrulhamento nas explorações agrícolas foi reforçado, precisamente para prevenir o furto de produtos agrícolas. O roubo de pinhas voltou a estar em foco na região durante operação, deixando os produtores à beira de um «ataque de nervos». Não é de hoje que O furto de pinhas continua a ser das maiores dores de cabeça dos proprietários dos pinhais. Esta prática - que aumentou nos últimos anos, quase de braço dado com a subida do desemprego - funciona como

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uma espécie de «trabalho sazonal», levada a cabo por mão-de-obra «especializada», com recurso a carrinhas, escadas e ferramentas adequadas. ÁRVORES DESPIDAS DE FRUTOS E CERCAS CORTADAS António Domingos, produtor há mais de 20 anos, confirma que nunca assistiu a uma onda tão grande de furtos, garantindo que a maioria dos roubos têm sido cometidos por grupos organizados. Diz que quem o faz chega ao detalhe de roubar apenas as

pinhas que estão nos ramos interiores das árvores. «Deixando-as de fora para iludir proprietários», denuncia. E alguns dos furtos deixam marcas bem visíveis no terreno. Além de árvores despidas de frutos, também as cercas surgem cortadas amiúde. Há quem comece a furtar pinhas antes da época legalmente estipulada par a sua recolha (16 de dezembro), quando o pinhão ainda não atingiu a seu nível ideal de maturação. A tentação pelo roubo de

Os meliantes levam tudo, pinhas, animais, equipamentos e até cortiça pinhas justifica-se com o facto do quilo rondar um euro, enquanto as sacas utilizadas na colheita têm

capacidade de 20 quilos. Ou seja, ganhar 20 euros está à distância de encher uma simples saca.


LOCAL

SEIXAL Carnaval divertido na biblioteca e no ecomuseu

SETÚBAL Município compra praça de touros

ALCÁCER DO SAL Hora do Conto promete animar crianças

A biblioteca e o ecomuseu apresentam várias propostas divertidas para o Carnaval, dirigidas a todo o público, com ateliês de expressão plástica, visitas, entre outras atividades. Na Ludoteca da biblioteca tem lugar um ateliê de expressão plástica e uma matiné de Carnaval, para crianças e familiares. O ateliê Máscaras e Mascarilhas decorre dia 24, às 16 horas, para a elaboração de máscaras de papel. Dia 25, às 14h30, realiza-se matiné de Carnaval, com orientação técnica da associação Acrescer. Cor, movimento, alegria e música serão os ingredientes principais. O ecomuseu tem também propostas interessantes para assinalar o Carnaval. O público pode participar no ateliê Máscaras em Madeira, este sábado, às 14h30, no Núcleo Naval, em Arrentela.

A Câmara vai adquirir a praça de touros Carlos Relvas, após aprovação, na quarta-feira, em reunião pública, de uma proposta de financiamento de leasing. A autarquia deseja que o recinto, que chegou a ter mais de 4 mil lugares, passe a servir o concelho como infraestrutura destinada a vários eventos e com capacidade para acolher milhares de pessoas. A proposta aprovada sublinha ser do “interesse municipal a preservação do edificado” e que se “encontram reunidas as condições para a aquisição do imóvel”, processo a desenrolar por via de financiamento de leasing imobiliário para o qual vai ser aberto um concurso público, superior a 1 milhão de euros.

Este sábado, dia 18 de fevereiro, é dia de “Hora do Conto”, no polo da biblioteca Municipal na Comporta, às 14h30, e na biblioteca municipal Maria Rosa Colaço, no Torrão, às 15h30. Na Comporta, o livro em destaque é “Longe de casa”, de Elizabeth Baguley, seguido de um ateliê de pintura. No Torrão vai ler lida “História de uma flor”, de Matilde Rosa Araújo, e o ateliê que se segue é de jogos de tabuleiro. A “Hora do Conto” precisa do mínimo de 5 inscrições para que se realize, sendo que a inscrição prévia pode ser feita nas bibliotecas.

GRÂNDOLA Políticos e autarcas pedem urgência nas obras do IC1 Vários deputados que integram a Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, reunidos recentemente em Grândola, exigem urgência nas obras do IC1. As várias intervenções, dos autarcas locais, dos deputados que integram a comissão e dos membros da comissão de utentes, reconheceram o mau estado em que se encontra este troço, que este processo já se arrasta há vários anos e que é urgente iniciar as obras. A comissão garante que levará de novo o assunto ao conhecimento do ministro Pedro Marques, e deixa o compromisso de continuar a pressionar para que as obras avancem urgentemente.

SINES SINES FMM é finalista de festival internacional O FMM Sines - Festival Músicas do Mundo é finalista, ou seja um dos 10 melhores festivais candidatados, em quatro categorias da 2.ª edição dos Iberian Festival Awards. A informação foi divulgada esta semana pela Associação Portuguesa de Festivais de Música. Nas categorias decididas pelo júri, o festival de Sines é finalista na melhor promoção turística e no melhor programa cultural. Nas categorias decididas pelo público, o FMM está nomeado como melhor grande festival e como melhor alinhamento. Cada categoria terá um vencedor ibérico e vencedores nacionais para Portugal e Espanha. Os vencedores são anunciados a 16 de março, em Barcelona.

MOITA Aprovado protocolo para construção da nova unidade de saúde O município aprovou, na última reunião, o protocolo de cooperação a firmar com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, para a instalação da unidade de saúde da Baixa da Banheira. Vai ser construída num terreno cedido, em direito de superfície, pela Câmara, na zona sul da Baixa da Banheira. Embora a responsabilidade da construção deste equipamento seja do Governo, a autarquia assumiu “desde sempre a disponibilidade para ceder o terreno para a sua implantação”. De acordo com o protocolo, a edilidade será o “dono da obra”, competindo-lhe coordenar a fiscalização técnica da empreitada, assumindo ainda os encargos com os arruamentos, os estacionamentos, as infraestruturas de água, esgotos, luz e telefone.

MONTIJO Concurso para ETAR de Canha na fase final

BARREIRO Lançamento do livro sobre foral de Coina

O edil Nuno Canta revelou, na reunião de Câmara do dia 15, que os concursos para a construção da ETAR de Tratamento de Águas Residuais e da Estacão Elevatória de Drenagem de Canha estão na fase final. Dia 2 de março, a Águas de Lisboa e Vale do Tejo, empresa responsável pelo procedimento, e o empreiteiro escolhido irão assinar o contrato de execução da obra. A obra será adjudicada por 82 mil euros e visa tratar as águas residuais da vila, de acordo com os elevados padrões de qualidade exigidos pela legislação aplicável. Será, ainda, construído um sistema elevatório de drenagem.

“Foral de Coina – 1516” é o título da obra de José Manuel Vargas que é lançada este sábado, pelas 15 horas, no Centro Comunitário de Coina. Esta iniciativa, com entrada gratuita, inserida nas comemorações do 5.º centenário da atribuição do Foral de Coina, conta com a presença do autor responsável pela investigação histórica. Recorde-se que a atribuição do Foral à Vila de Coina, por D. Manuel, data de 15 de fevereiro de 1516. As comemorações que assinalam este momento histórico, lançadas há um ano, são promovidas numa parceria entre o município e a União das Freguesias de Palhais e Coina.

PALMELA Município comparticipa na ampliação do quartel dos bombeiros O município vai celebrar um contrato programa de cooperação técnica e financeira com os bombeiros de Palmela, relativo à ampliação e requalificação do quartel, onde se compromete a comparticipar 15 por cento do valor da empreitada (perto de 50 mil euros), bem como a apreciar e aprovar o projeto de ampliação e requalificação. Em dezembro, o município tinha, já, avançado com o pagamento de mais de 16 mil euros, correspondentes a 5 por cento do valor da candidatura apresentada pela POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos, para comparticipar despesas efetuadas com o desenvolvimento de projetos.

ALMADA Reabilitação urbana em Cacilhas e Sobreda A ampliação da Operação de Reabilitação Urbana de Cacilhas e a criação, na Sobreda, de uma nova ORU estão em discussão pública até dia 28. Seis anos depois da criação, em Cacilhas, da 1.ª Área de Reabilitação Urbana, agora designada de Operação de Reabilitação Urbana, a CMA pretende ampliar esta ORU. Depois da discussão pública, os projetos terão de ser aprovadas pela CMA, Assembleia Municipal e sujeitos a publicação em D.R. Entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2017, nas sete ORU em vigor, foram intervencionados e reabilitados 391 fogos. O investimento privado foi superior a 9,7 milhões de euros e a ajuda municipal superior a 600 mil euros.

SANTIAGO DO CACÉM Melhor jazz nacional despede-se do concelho St.º André recebe, este sábado, o 10.º Festival Jazz AlémTejo – Encontro Internacional do Litoral Alentejano. É o último fim-de-semana do melhor jazz, com a presença assegurada de vários músicos e artistas de qualidade no panorama nacional. Este sábado, às 22 horas, o festival decorre em Vila Nova de St.º André, com Pedro Jóia Trio. O encerramento da edição decorre na Fragateira Bar, na Lagoa de Santo André, com mais um “Jazz After Hours”, que conta com a atuação do Quarteto João Fragoso. Os preços oscilam entre os 3 e os 6 euros.

SESIMBRA Repavimentação concluída na Norton de Matos A repavimentação da rua Norton de Matos, na Quinta do Conde, está concluída. A obra, incluída no 2.º programa de pavimentações dinamizado pelo município, decorreu no troço compreendido entre a rotunda junto ao hipermercado Continente e o cruzamento com a Av.ª da Cova dos Vidros, onde o piso estava mais degradado. Localizada junto a uma das principais entradas da Quinta do Conde, a partir da EN10, e de grandes superfícies comerciais e zonas habitacionais, a Norton de Matos é uma das vias mais movimentadas da freguesia. Esta rua confina ainda com o parque da Vila.

ALCOCHETE Museu municipal reabriu com nova imagem O núcleo sede do Museu Municipal já reabriu ao público, totalmente renovado, com nova imagem e apresentação de conteúdos mais criativa, apelativa e mais convidativa a visitas. «Quisemos transformar o museu num espaço mais digno, amigável, visitável, com mais conteúdos disponíveis e está aqui o trabalho de várias equipas que tiveram esse mérito. Houve várias divisões da câmara que contribuíram para esta renovação que nos orgulha muito», disse o edil.O autarca referiu ainda que é preciso continuar a sonhar e revelou que «em relação ao museu temos o sonho de tentar encontrar um local, num espaço mais central de Alcochete, não só para concentrar os serviços da câmara, como também para dotar a câmara e a assembleia municipal de um salão de atos mais digno, e também para inserir nesse local o novo museu municipal».

SEMMAIS | SÁBADO | 18 DE FEVEREIRO | 2017 | 7


CULTURA

TOY LANÇA NOVO ÁLBUM E PROMETE SURPRESAS PARA 2017 A NÍVEL INTERNACIONAL

«O meu novo disco pretende homenagear o amor» Toy está de regresso às lides musicais com o álbum “Coração não tem idade”, para homenagear o amor, porque, a seu ver, não há idade para amar. A nível internacional, promete surpresas que a seu tempo serão divulgadas. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM

C

oração não tem idade” é o mais recente trabalho discográfico de Toy. Composto por 13 temas, o registo transmite a paixão e o amor intemporal e sem idade. O tema de lançamento do álbum, que dá título ao CD, é bem ‘orelhudo’. Foi incluído um dos temas que marca a carreira do cantor setubalense, o “Rosa Negra”, que surge remixado, bem como, a título de bónus, três canções que o público já bem conhece, “Um amor especial”, “Um corpo molhado”, e a versão em espanhol de “Corazón sin edad”.

QUE MENSAGEM TRANSMITE ESTE ÁLBUM? Este CD tem como objetivo fazer com que as pessoas sintam que, por vezes, perder a/o companheiro/a não é motivo para desistir de ser feliz e refazer a vida. O amor é eterno. Não há idade para amar. Há músicas neste disco que identificam muitos casos de amor bem ou mal sucedidos. É exclusivamente uma homenagem ao amor. QUE GÉNERO DE CANTIGAS PODEMOS OUVIR NO ÁLBUM? Canções de amor, algumas com o espírito positivo e divertido, outras com a nostalgia e sentimento suficientes para refletir sobre a nossa vida.

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8 | SEMMAIS | SÁBADO | 18 DE FEVEREIRO | 2017

“CORAÇÃO NÃO TEM IDADE” VAI INCLUIR ESPETÁCULOS EM QUE PALCOS? Neste momento estou no Panamá a ‘experimentar’ alguns temas novos. Entre idas ao Canadá (fevereiro), Brasil e Cuba, em março e abril, há já datas marcadas até Setembro para todo o País. QUAIS SÃO AS EXPETATIVAS PARA ESTE TRABALHO? É de opinião generalizada, a quem já ouviu este trabalho, que está ao nível do mais vendido, como o CD “Estupidamente apaixonado”. Deposito expectativas enormes. Sabemos que se vendem menos CD’s atualmente, mas um sucesso é muito mais do que “vendas”. Aguardemos!!!

QUER LEVANTAR O VÉU SOBRE MAIS ALGUMA NOVIDADE DA SUA CARREIRA?

Algumas surpresas surgirão no decorrer deste ano. A música trás muitas outras

vertentes. Já entrei em filmes. Poderá acontecer algo interessante fora do País.


CULTURA

AGENDA GRÂNDOLA18FEVEREIRO21H30

PAULO RIBEIRO APRESENTA NOVO CD

RAIO-X

POR ANTÓNIO LUIS

CÉLIA DAVID «QUERO SER ATRIZ ATÉ AO FIM DA VIDA» A atriz Célia David, do TAS, de 53 anos, não quer deixar os palcos tão cedo. Impaciente por natureza, pertence ao signo Peixes. Reside em Setúbal e nasceu em Abela.

CINE-GRANADEIRO

A celebrar 15 anos de carreira, Paulo Ribeiro apresenta as canções do seu mais recente CD “O céu como tecto e o vento como lençóis”. Este é um trabalho integralmente composto a partir da poesia de Manuel da Fonseca e cheio de cumplicidades, com as participações especiais de cantores portugueses.

SEIXAL18FEVEREIRO21H30

SOLISTAS ROMÂNTICOS DA OML FORUM CULTURAL

Integrado no programa de atuações de solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa, o auditório recebe uma formação composta por Carlos Damas, no violino, Andrei Ratnikov, na viola, Jian Hong, no violoncelo, e Anna Tomasik, no piano. Em destaque, as duas primeiras obras compostas para quarteto com piano pelos compositores alemães Félix Mendelssohn e Johannes Brahms.

MONTIJO18FEVEREIRO21H30

NOITE DE FADOS DA POPULAR FM TEATRO JOAQUIM DʼALMEIDA

Não perca a Grande Noite de Fados da Popular FM, que assinala o início das comemorações dos 30 anos daquela estação. Vão cantar Augusto Oliveira, Bia Santos, Bruna Guerreiro, Conceição Ribeiro, Jorge Nunes, Jaime Dias, Maria de Lurdes Brás, Maria Caetano, Linda Leonardo, Toya Oliveira e Vitor Miranda.

PALMELA18FEVEREIRO22H

CONCURSO DE BANDAS AMADORAS SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO MUSICAL

Segunda e última eliminatória do Warm Up “Março a Partir”, concurso de bandas amadoras de Palmela, disputa-se em Quinta do Anjo, com os projetos Alexandre Silva & Os Impróprios – Pinhal Novo; Skyard – Barreiro; IN Extremis – Seixal e EdyShine – Pinhal Novo.

SESIMBRA19FEVEREIRO16H30

MÚSICA CUBANA AO PIANO

QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? O meu maior sonho profissional é conseguir continuar a ser atriz até ao fim da vida, o que não é fácil, uma vez que muitos desistem com as dificuldades. E PESSOAL? Pessoalmente, gostava de ter uma casa na praia porque o mar faz-me mais feliz. Também gostava de poder viajar pelo mundo inteiro. CIDADE PREFERIDA? Veneza. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? Nunca estive em nenhum país da Ásia, gostava. UM DESEJO PARA 2017? Espero que seja possível resolver a calamidade que é a vida de milhares refugiados, para que possam viver com dignidade.

QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? Convidaria alguém que fosse inteligente e divertido e que apreciasse um bom vinho. QUEM É O HOMEM MAIS SEXY DO MUNDO? Não faço a mínima ideia. O Mundo é muita coisa. COMPLETE: A MINHA VIDA É… Interessante. O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? Não suporto a falta de memória. Parece que os homens, não sei porquê, nunca se lembram de nada. COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Desde o sushi à orelha de porco, passando por queijos e frutas. Desde champanhe a café, passando por água, vinho e chá. QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? Não tenho vícios.

QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? Estou a ler “Zero K”, de Don Delillo e “Nem todas as baleias voam”, de Afonso Cruz. Além da peça de teatro “Fuga”, de Rui Zink, que estreia a 24 de março, e alguma poesia. QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “Os belos dias de Aranjuez”, de Wim Wenders. MELHOR PEÇA DE TEATRO? “Os Dias Felizes”, Samuel Beckett.

PARA UMA ILHA DESERTA? Um espelho, um pente, um baton e um creme para me bronzear.

MELHOR MÚSICA DE SEMPRE? “Perfect Day”, de Lou Reed.

DIA OU NOITE? Noite.

QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? A confiança.

O QUE MAIS TEME NA VIDA? A dor.

E DEFEITO? A impaciência.

A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? Não faço coisas dessas.

COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? Mia, um gato preto. O QUE LEVARIA

O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? Acho que ainda está para vir.

Oito fadistas disputam final do 9.º concurso de fados de Setúbal

O

s 8 melhores fadistas do 9.º Concurso de Fado de Setúbal disputam a gala final da prova este sábado, num espetáculo com início às 22 horas, na Capricho Setubalense. Organizado pelo município e pela coletividade,

conta com as prestações de Fernando Ferreira, Paulo Rocha, Rute Belga, Sara Coito, Cláudia Estrela, Nélia Romão, Paula Cruz e Susana Cardoso, todos eles apurados no conjunto das duas semifinais que se realizaram nos dois primeiros sábados deste mês.

A gala conta ainda com a participação do fadista Gonçalo Salgueiro como convidado especial, numa noite em que o público pode optar por jantar na Capricho, a partir das 20 horas. Todos os artistas são acompanhados, como sempre, por Custódio Ma-

galhães, na guitarra portuguesa, e Vítor Pereira, na viola. O cardápio da noite, além do espetáculo de fado, inclui bacalhau com broa, sopa, bebidas e sobremesa e custa 14 euros por pessoa. As entradas sem jantar incluído custam 5 euros.

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FORTALEZA DE SANTIAGO

A música está de regresso à Fortaleza de Santiago. O espaço acolhe o concerto de jazz do pianista e compositor cubano Victor Zamora, que já atuou um pouco por todo o mundo.

SETÚBAL24FEVEREIRO21H30

CONCERTO COM A BANDA DA PSP FORUM LUÍSA TODI

A banda sinfónica da PSP dá um concerto, no âmbito do 87.º aniversário do Comando Distrital de Polícia de Setúbal, com entradas gratuitas. Esta banda conta com um quadro de músicos de elevada formação artística, académica e profissional, coordenados pelo comissário Ferreira Brito.

GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para assistirem à revista popular “Parque à Vista”, em cena no Parque Mayer, em Lisboa, bem como para o musical “Quase normal”, dos irmãos Feist, no palco do auditório do Casino Estoril. Para ser contemplado com convites, basta ligar para 969 431 085 ou 918 047 918.

SEMMAIS | SÁBADO | 18 DE FEVEREIRO | 2017 | 9


POLÍTICA

NOVO AEROPORTO DO MONTIJO “ENTRA” NA CAMPANHA ELEITORAL PARA AS AUTÁRQUICAS

Autarcas da CDU querem plataforma portuária em Alcochete e não no Montijo O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, está isolado em defesa da localização do novo aeroporto. A Associação de Municípios de Setúbal (AMRS) declina a opção e aponta ao Campo de Tiro de Alcochete, e afirma mesmo que a infraestrutura no Montijo «não serve os interesses da região». TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

Na semana em que o Governo formalizou o acordo com a ANA (Aeroportos de Portugal) para proceder ao arranque dos estudos com vista à construção do aeroporto complementar de Lisboa, na Base Aérea n.º 6, no Montijo, os presidentes das câmaras CDU da península de Setúbal saíram a terreiro para reivindicar a localização da plataforma no concelho vizinho, em Alcochete. Os autarcas da CDU, reunidos na Câmara de Alcochete, sob o ‘chapéu’ da AMRS, não têm dúvidas de que a solução do governo «é errada e não serve os interesses do distrito», pelo que decidiram solicitar com ca-

rácter de urgência uma reunião com o primeiro-ministro. Para a AMRS, «a solução de que o país precisa é um novo aeroporto no campo de tiro de Alcochete, cuja construção pode ser de forma faseada», afirmou, em conferência de imprensa, Rui Garcia, líder da AMRS e presidente da Câmara da Moita. E lamentou que os municípios não tivessem sido ouvidos durante este processo, com exceção do Montijo, liderado pelo socialista Nuno Canta. O responsável pela AMRS considerou que o que está projetado para o Montijo «é um terminal na base aérea, que não vai ser alavanca de coisa nenhuma». E repisou a ideia de que «é possível e é necessário para o

desenvolvimento da região», voltar à solução de implantar em Alcochete um novo aeroporto. Por sua vez, o presidente da Câmara de Alcochete, Luís Franco, defendeu que o único estudo válido foi efetuado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e que esse documento comprova que a melhor solução é o Campo de Tiro de Alcochete. «De acordo com o contrato de concessão assinado entre o Governo e a concessionária dos aeroportos, existem as duas possibilidades, de construir um novo aeroporto ou a possibilidade de maximização do sistema de operacionalidade da Portela. Não compreendemos como é que o Governo, perante

‘Fantasma’ do Campo de Tiro de Alcochete volta para assombrar opção da Base Área do Montijo a possibilidade de impor à ANA a construção de um novo aeroporto, está a adotar a posição que é mais confortável para a entidade privada», disse. Nuno Canta e Luís Franco acenderam debate na SIC Esta divisão dos autarcas da região esteve bem patente num debate na SIC, que envolveu os presidentes das câmaras de Montijo e Alcochete, Nuno Canta e Luís Franco, respetivamente. O edil de Alcochete acusou

o congénere de Montijo de ter ‘escondido’ a discussão sobre a opção pela base aérea e que o projeto está a ser gisado sem estudos. Já Nuno Canta, reafirmou a existência de um trabalho sério, a existência de estudos em articulação com as tutelas e a importância da infrastrutura para a economia da região. Recorde-se que o Governo e a ANA, assinaram, quarta-feira, um memorando de entendimento que visa “estudar

aprofundadamente” a solução de um aeroporto complementar no Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. O acordo de entendimento é assinado depois de o aeroporto de Lisboa ter ultrapassado os 22 milhões de passageiros em 2016, um ano de recordes de tráfego em todos os aeroportos portugueses, afirmou em comunicado a ANA, gerida pela VINCI Airports.

PSD exige novas urgências no Deputados ‘rosa’ hospital do Litoral Alentejano congratulam-se com a reabertura do tribunal de Sines

O

s deputados do PSD do distrito consideram «incompreensível» que o Governo esteja há um ano para assinar a portaria de extensão de encargos para a construção do novo edifício das urgências médico-cirúrgicas do hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém. Em visita efetuada no dia 15 àquele hospital, os social-democratas foram informados pela administração que o arranque da construção desta nova infraestrutura está dependente da autorização do Ministério das Finanças, pedido esse que foi feito em fevereiro de 2016 e que ainda não teve uma resposta positiva. «A administração do hospital apenas aguarda que seja assinada a portaria de extensão de encargos para este fim. É inaceitável que o Governo ainda não

O

tenha desbloqueado este processo. Isto está a impedir que o serviço de observação duplique o número de camas de 5 para 10», defende Pedro do Ó Ramos. O deputado diz que o espaço atual não tem as condições necessárias para dar resposta aos picos de afluência de utentes, que ocorrem várias vezes ao ano. «Existe uma pressão muito grande ao nível do internamento quando estas situações ocorrem. Para dar resposta a este problema e para melho-

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rar também o atendimento aos utentes, é essencial que o Governo dê luz verde para que este novo projeto possa avançar. Infelizmente, este atraso, é uma consequência da política de congelamento do investimento público efetuada pelo atual Governo, e que tem afetado os serviços de saúde», refere. A construção das novas urgências está orçada em 1,1 milhões de euros e irá proporcionar melhores condições aos utentes e profissionais de saúde.

s deputados do PS, eleitos pela região, Ana Catarina Mendes, Eurídice Pereira, Paulo Trigo Pereira, Ivan Gonçalves, Sofia Araújo, André Pinotes Batista e Francisca Parreira, congratulam-se com a reabertura do tribunal de Sines, no âmbito de um conjunto de alterações ao mapa judiciário em vigor anunciadas na Assembleia da República, em maio de 2016, pela ministra da Justiça. Os deputados consideram que o encerramento do tribunal de Trabalho e Família de Sines, decidida pelo anterior Governo PSD/PP, implicou «a deslocação das pessoas a Santiago do Cacém e a extinção da comarca obrigaria muitos a deslocarem-se a Setúbal para grande parte dos processos». Os deputados ‘rosa’

sempre se opuseram à extinção do tribunal de Sines e prometeram lutar pela sua reabertura, sublinhando que se trata de uma região onde se encontra «um dos maiores polos industriais do país». A oficialização da reabertura do tribunal, ocorrida esta semana, contou com a presença da secre-

tária de Estado da Justiça, Helena Ribeiro, da deputada Ana Catarina Mendes, e do edil Nuno Mascarenhas. Os deputados do PS consideram que a reabertura do tribunal de Sines representa «mais uma promessa concretizada, no respeito pelas populações e pela honradez da palavra dada».


DESPORTO

Judoca vitoriana Beatriz Martins alcança bronze em Odivelas

TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

A

jovem judoca vitoriana Beatriz Martins (-63 kg) conquistou a medalha de bronze no Campeonato Nacional de Cadetes, que se realizou no dia 12, no pavilhão multiusos de Odivelas. Na se-

quência deste resultado, a atleta sadina foi convocada para lutar na Taça da Europa de Fuengirola, em Espanha, que se disputa este fim-de-semana. Nesta prova de apuramento para o Campeonato Nacional, os judocas vitorianos brilharam ao mais alto nível. Além de Beatriz Martins, também Afonso Ferreira trouxe medalha para casa, a de prata, ao vencer todos os seus combates, perdendo apenas para o vencedor da prova! Também André Mira, Francisco Martins e Maria Sofia Rodrigues conseguiram todos a medalha de bronze. E no ténis de mesa, no 46.º Torneio Nacional da cidade de Lisboa, que decorreu no dia 4, em Mafra, os atletas Pedro Gonçalves (Juniores Masculinos) e Rafael Albino (Cadetes Masculinos) arrecadaram, nos seus escalões, o terceiro.º lugar do pódio.

Ciclismo de elite em março com meta no castelo de Palmela

E ANDRÉ SOUSA CONVOCADO PARA OS SUB-19 No futebol, o médio do V. Setúbal, André Sousa, ainda júnior “A” mas que no último jogo da Liga NOS, frente ao Benfica, marcou presença no banco de suplentes, foi convocado para a seleção nacional de Sub-19. A seleção Sub-19 de Portugal disputou, de 10 a 15 de Fevereiro, o Torneio Internacional de La Manga e teve como adversários a Eslováquia, a Noruega e a República da Irlanda.

stá já confirmada a participação de várias equipas nacionais e estrangeiras na 1.ª Clássica da Arrábida. São exemplos a Caja Rural–Seguros RGA, de Espanha, onde corre o ciclista palmelense Rafael Reis, a W52-FC Porto, a Sporting-Tavira, a Efapel, a Equipo Bolivia, da Bolívia, a Rally Cycling, dos Estados Unidos, ou a Team Sparebanken Sor, da Noruega. Inserida no calendário da União Ciclista Internacional, esta prova decorrerá a 5 de março, com meta no castelo de Palmela, e destina-se apenas a profissionais, procurando afirmar a região, cada vez mais, como área de referência para a prática do ciclismo e para a realização de eventos de qualidade, na área do turismo desportivo. A organização está a cargo da Lima&Limão Cycling Services, da Fe-

deração de Ciclismo e dos municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, numa parceria para, pelo menos, três anos, com cada município a receber uma partida e uma chegada. Este ano, o percurso tem início em Setúbal e atravessa os três municípios da Arrábida, ao longo de cerca de 200 quilómetros, para terminar junto ao castelo de Palmela. A anteceder a 1.ª edição da Clássica, no dia 4 de março, o município de Pal-

mela e a Lima&Limão promovem a terceira Granfondo da Arrábida, prova aberta à participação de praticantes de ciclismo amador de competição e de ciclismo de lazer. As inscrições estão abertas para esta prova, com um percurso de 145 quilómetros, bem como para duas provas com grau de exigência menor, que decorrem em simultâneo - a Mediofondo da Arrábida, com 115 quilómetros, e a Minifondo, com 55.

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brevesdesportivas Cedência de instalações desportivas municipais

O município sadino aprovou quarta-feira, em reunião pública, a renovação de protocolos de cedência de instalações desportivas municipais a coletividades e associações culturais. Aos “Pelezinhos” são cedidas as instalações do campo n.º 1 da Várzea, enquanto as instalações do campo do Forte da Bela Vista são atribuídas aos Ídolos da Praça e à associação “Os Africanos”. O campo da Cova da Canastra é concedido ao “Sindicato” e ao S. Domingos. Já o campo das pedreiras do Viso é entregue ao “Casal das Figueiras”. A autarquia atribui ainda o campo de jogos da Bela Vista aos “Amarelos” e o polidesportivo exterior da praceta de Ilha da Madeira, bem como o edifício anexo, à Escola de Futebol Feminino de Setúbal. O polidesportivo exterior do parque de Vanicelos, é cedido ao Scalipus e ao Rugby de Setúbal.

Circuito de natação do Barreiro está de volta

O circuito de natação do Barreiro está de regresso com a sua temporada de 2017. A 1.ª jornada desta prova está agendada para este domingo, às 9h30, na piscina municipal do Barreiro. O calendário desta época é o seguinte: Dia 19, às 9h30 – 1.ª prova circuito – piscina do Barreiro; 26 de março, às 9h30 – 2ª. prova circuito – piscina do Barreiro; dia 23 de abril, às 10h30 – Master Class da Liberdade – piscina do Barreiro; dia 27 de maio, às 16h30 – Encontro de Sapinhos – piscina do Lavradio; dia 11 de junho, às 9h30 – 3.ª prova circuito – piscina do Barreiro; dia 24 e 25 de junho, destinado exclusivamente aos utentes das turmas de bebés, Festival de Bebés – piscina do Lavradio.

VII encontro de ginástica de grupo

O pavilhão de Pinhal Novo recebe, este sábado, às 14 horas, o VII Encontro de Ginástica de Grupo de Pinhal Novo, que pretende contribuir para a troca de experiências entre os ginastas e para incentivar a aprendizagem e desenvolvimento da modalidade. Trata-se de treino conjunto das classes com ginástica de grupo, acrobática e rítmica do Clube Desportivo Pinhalnovense, da Sociedade Recreativa e Cultural do Povo do Bairro Alentejano e dos “Loureiros”, num total de cerca de 7 dezenas de ginastas.

Palmela apoia o atletismo

O município aprovou no dia 8, o contrato programa de desenvolvimento desportivo a celebrar com a Associação Académica Pinhalnovense, relativo à época desportiva 2016/17. Além do apoio financeiro, de mil euros, como comparticipação nas despesas com a atividade regular, o município compromete-se a garantir apoio logístico. A referida associação é parceira da Câmara desde 2001, no programa de desenvolvimento do atletismo no concelho, bem como em vários eventos desportivos que contribuem para a formação desportiva da população, nas diversas faixas etárias.

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NEGÓCIOS

RELATÓRIO E CONTA DOS ESTALEIROS DA LISNAVE CONFIRMA DESEMPENHO POSITIVO NO ANO PASSADO

Estaleiros da Lisnave repararam 67 navios durante o ano de 2016 A empresa de reparação naval instalada na península de Mitrena, em Setúbal, continuou um bom ritmo, mesmo com a a crise mundial do setor marítimo e pelo aumento da concorrência internacional. A fidelização assinalável de clientes foi mais uma vez o sustentáculo das operações. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

N

um ano particularmente difícil para a reparação naval a nível mundial, marcado pela crise do sector de transporte marítimo e pelo aumento da concorrência internacional, a Lisnave conseguiu manter, em 2016, um desempenho positivo, reparando 67 navios, provenientes de 39 diferentes clientes, oriundos de 17 países. Segundo dados fornecidos pela empresa, verificou-se, em média, um “significativo aumento do volume de trabalho por navio», mesmo com a

acentuada redução do valor dos fretes, consequência do aumento da frota mundial e da contínua instabilidade da economia mundial, razões pelas quais o setor está a passar por um período de crise. Ainda assim, no que diz respeito à reputada empresa de Setúbal, o posicionamento de mercado mantém-se sólido, com um nível de fidelização assinalável, proporcionado pela capacidade e estrutura do estaleiro, e vasto “know-how” acumulado ao longo de décadas, que coloca a Lisnave numa posição respeitada no seio do sector do transporte marítimo. Estas competências têm permitido que a em-

presa continue a reparar os mais variados tipos de navios, com destaque para o mercado tradicional de petroleiros, no qual a Lisnave mantém a liderança europeia na reparação neste segmento, devido aos 51 navios petroleiros docados. FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES É UM DOS TRUNFOS DA EMPRESA “O reconhecimento do trabalho de qualidade desenvolvido pela Lisnave, no estaleiro da Mitrena, em Setúbal, está patente no elevado número de reparações com origem em clientes fiéis no ano de 2016, confirmando assim uma tendência constante nos últimos anos de actividade”, salienta uma

nota dirigida à comunicação social. Ao longo de 2016, a “Teekay”, através de encomendas originárias nos seus escritórios de Singapura, Brasil e Noruega, docou 8 dos seus navios na Mitrena, tendo a “Tsakos Columbia Shipmanagment”, da Grécia,

docado 6 navios. Do rol de clientes, destaca-se ainda a “Singapuriana American Eagle Tankers” e a Venuzuelana “PDV Marina”, com 4 unidades cada. Como maiores trabalhos de reparação e manutenção, destacam-se, por sua vez, o “Tokyo Spirit” e “Nordic Spirit”,

da Teekay; o “Zeus” e o “Proteo”, da “PDV Marina”; o “Fortaleza Knutsen” e o “Recife Knudsen”, da KNOT, e as dragas “Gerardus Mercator” e “Kaishuu” da “Jan de Nul”, navios de diversos segmentos de mercado e oriundos dos mais variados pontos do mundo.

Casa Ermelinda Freitas vence 13 António Chora despede-se medalhas em concurso russo da Autoeuropa após 22 anos de vinco laboral

A

Casa Ermelinda Freitas, localizada em Fernando Pó, no concelho de Palmela, venceu treze medalhas num dos eventos mais importantes de vinhos internacionais, o ProdExpo 2017, que decorreu na Rússia. Para a gerente da casa, Leonor Freitas, é «sempre com grande alegria que recebemos estes prémios. Trazem-nos responsabilidades e compensações. Vamos partilhar os prémios com os vitivinicultores e com o enólogo. É muito importante, para nós, ganharmos prémios na Rússia, país para onde queremos apostar nas exportações. Estamos no sentido certo da qualidade dos nossos vinhos», sublinhou a timoneira da Casa Ermelinda Freitas. A firma venceu, também, 2 Estrelas ProdExpo, 7 de ouro e 4 de prata com os seus vinhos. De

A A empresária Leonor Freitas destacar as duas Estrelas ProdExpo atribuídas aos vinhos Casa Ermelinda Freitas “Merlot Reserva 2014”, e o Casa Ermelinda Freitas Moscatel de Setúbal, prémio este atribuído aos vinhos com qualidade destacada na competição. A Casa Ermelinda Freitas foi a empresa portuguesa que obteve «maior número de estrelas nesta competição». De referir que a empresa foi considerada pela World Association of Writers and Journalists

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of Wines and Spirits, a 36.ª melhor adega no top 100 melhores adegas do mundo de 2016, e os seus vinhos ficaram classificados com a 15.ª posição do top 100 do mundo. «Estamos perante mais um excelente início de ano que vem reforçar a qualidade destacada dos vinhos da Casa Ermelinda Freitas, os quais têm vindo a receber todos os anos o voto de confiança dos seus consumidores», realçou, muito satisfeita, a empresária Leonor Freitas.

ntónio Chora, líder da comissão de trabalhadores da Autoeuropa, pediu a reforma e vai afastar-se da empresa, após 22 anos de vinco laboral com a fábrica de Palmela. «Decidi pedir agora a reforma porque sei que a empresa está finalmente a crescer em produção e emprego», realçou, sublinhando que manteve com a maioria dos governos relações que «criaram condições para a garantia da continuidade da empresa nos momentos difíceis bem como na defesa dos interesses dos seus trabalhadores e os do Parque Industrial». Em jeito de balanço, António Chora, realça que a CT, que celebra em março 23 anos, tudo fez para manter a empresa em Portugal. «Tudo fizemos em tempos difíceis para manter a empresa em Portugal, garantir os postos de tra-

balho e com isso o futuro de cada um de nós e de famílias que aqui trabalham. «Cada um deu o melhor a esta empresa e, por isso, a Volkswagen AG tem depositado a sua confiança nesta fábrica. Na esmagadora maioria dos anos fomos uma equipa». Segundo António Chora, a Volkswagen AG está perante uma reestruturação que vai levar à redução de 30 mil postos de trabalho, mas, «felizmente, a Autoeuropa está afastada deste processo. Muitos produtos vão mudar de fábrica, alguns irão ser definitivamente retirados do mercado e por isso é preciso continuar a luta constante na defesa da Autoeuropa, em Portugal, e particularmente na Alemanha». António Chora despede-se do trabalho porque tem «plena confiança» nas pessoas que constituem a CT. «Espero que não vos

António Chora deixeis enredar em populismo e populistas, o futuro desta empresa em tempos de crise, estará mais do que nunca ligado a umas relações laborais estáveis, à unidade e pluralidade de opiniões, e passa por aqueles que na CT, souberam defender o emprego e defender os trabalhadores acima das suas edeologias e que tenho a certeza assim continuarão». A equipa da CT que fica a exercer funções, na sua ótica, «são pessoas que trabalham comigo há alguns anos e tenho a certeza que têm todas as condições para levar por diante o trabalho que partilhámos ao longo dos anos.


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Lisboa

Na margem esquerda do rio Tejo, na Área Metropolitana de Lisboa, 900 Hectares conjugam terrenos industriais e pavilhões polivalentes. Dois Parques Empresariais e o melhor projecto imobiliário de Lisboa. SEMMAIS | SÁBADO | 18 DE FEVEREIRO | 2017 | 13


EDITORIAL

OPINIÃO

AV

Turismo e Municípios. Entre o previsível e a surpresa Raul Tavares Diretor

Estamos ‘enxofrados’ com esta gentinha

A

recapitulação da Caixa Geral de Depósitos que, desde há anos, se diz ser vital para a sustentabilidade do setor financeiro em Portugal, está mais uma vez toldada para politiquice. E o assunto já chateia. Eu próprio hesitei em abordá-lo, porque nenhum português sensato quer ainda saber se o ministro (das finanças) ou o governo prometeu ao ‘todo-poderoso’ António Domingues (inicialmente indigitado para chefiar o banco público) a alegada não entrega da declaração de rendimentos. Se o fez, num primeiro passo, acabou por cumprir a lei, porque se colocou ao lado do Tribunal Constitucional e não do lado do ‘senhor Domingues’, que prontamente se demitiu, sem a mostrar da dita… Mas a oposição, que mais não tem feito do que andar de arma em riste, esquecendo que a sua responsabilidade é provar que merece voltar a governar, tem feito desta questão menor um cavalo-de-batalha. Com a breca, que interessa agora saber se o ministro Centeno teve um “erro de percepção”, que resvalou numa mentirinha, por ter feito uma promessa que depois não cumpriu, em defesa das leis… Com este episódio, também os senhores deputados estão a ‘matar’ o essencial da Comissão Parlamentar sobre o que interessa relativamente aos avanços e recuos da Caixa. Ou melhor, o passado, o presente e o futuro de impasses e decisões desta peça vital para o saneamento do setor bancário em Portugal. E, há, agora, o joguete dos ‘sms’ alegadamente trocados entre Centeno e Domingues, com ‘bufos’ a lembrar passados ignóbeis, como se tudo valesse nesta democracia adoentada. Demita-se o homem, pelo voto, quando deixar de apresentar resultados económicos, como os que foram veiculados esta semana por todas as instâncias, nacionais e internacionais. Deixemo-nos de entropias bacocas. Para fechar esta semana mais ou menos ‘enxofrada’, veio Cavaco lembrar o que se não deve fazer quando se deixa de ser presidente da República, pelo menos sem período de nojo: fazer política pura-e-dura com revelações impróprias, na sendo do seu ex-chefe-de-gabinete, Fernando Lima, que forjou notícias e lançou sementes de maledicência.

E

pronto. Aqui está a terceira e ultima crónica sobre os números do turismo em 2015. Acabados de ser conhecidos em detalhe e em pormenor. A primeira crónica foi sobre o tempo. A segunda sobre as quantidades. Esta, a terceira, sobre o território. Ou seja sobre os municípios. Os 9 municípios da Península de Setúbal. E começo com uma reserva. Reserva em relação à ideia comum de que por territórios quase todos entendemos municípios. Apesar (um enorme apesar) de que turismo é tudo menos fronteiras. Ou seja, o espaço a que chamamos município não é a escala ideal para observar o que vai acontecendo no turismo. Até porque turista é aquele que atravessa fronteiras. Não aquele que se deixa limitar por elas. Nenhum turista, nenhum mesmo, planeia a sua viagem tendo como base os limites de um município. Só a cabeça de quem fica pensa assim. Viajante não sabe o que

são fronteiras. O limite administrativo é, também, um limite para o turismo. Apesar de tudo e porque muitos de nós insistimos na curiosidade em saber o que aconteceu num município. No nosso ou no do vizinho. Ou no mais abaixo ou no mais acima. Vamos lá então trocar algumas impressões sobre os municípios da nossa Região. Destacando, desta vez, e por causa das estatísticas finais de 2015, Almada e Montijo. Almada, ou deveria dizer Almada/Caparica, continua a crescer e continua a ser o mais importante e o mais relevante município (no que ao turismo diz respeito) da Região. Cresceu 2,4% e atingiu 330.000 dormidas na hotelaria. Está bem e recomenda-se. O Montijo cometeu a ousadia de crescer, nada menos do que, 85,6%. Número que já não se usa e que corresponde ao maior crescimento em toda a Área Metropolitana de Lisboa. Está bem e aconselha-se. Todos os outros, genericamente,

TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR

tiveram bons resultados. Estão a fazer o seu caminho no turismo. E contribuíram para os bons resultados do turismo na Região. Falta no entanto qualquer coisa. Não qualquer coisinha, mas qualquer coisa relevante. Relevante mesmo. Até porque alguns municípios da margem norte, como Sintra ou Oeiras, tiveram excelentes resultados turísticos. Desequilibrando o que sempre esteve desequilibrado. Essa qualquer coisa que falta pode ser um aeroporto (“não mais um” como alguns gostam de referir mas um) ou um investimento de referência (até pode ser chinês) ou muitos pequenos investimentos que olhados em conjunto se apresentem como uma mudança. E se os tempos estão a mudar é

bom que a Região mude. Mesmo. Nota final: o principal problema nos 6 anos já passados desta década é o fraco investimento turístico privado. Muito fraco, mesmo, se comparado com a margem norte do Tejo. E sem investimento não temos novas ofertas. E, sem novas ofertas, não temos mais turistas. As boas notícias, particularmente em 2016, vêm do lado do alojamento local. Novos projetos, em alguns casos de grande qualidade, estão a mudar a “paisagem turística” da nossa Região. Alguns destes projetos poderiam mesmo ser hotéis de 4 estrelas. Feitas as contas a Região já tem 4.600 camas de alojamento local.

Um Centeno de sms´s

N

uma semana marcada por Centenas de SMS, talvez centenas seja exagerado, mas as suficientes para produzirem mais abalo a uma máquina geringonça, bem oleada, na qual incluo um pouco despudoradamente o Presidente MRS, qual chefe de orquestra, sempre pronto para vir em socorro da esquerda caviar, da esquerda operária e da esquerda cata-ventos, ignorando o sentimento do seu eleitorado tradicional, verificamos que a publicação dessas SMS sobrepuseram-se a tudo o que de importante se passou neste cantinho À beira mar plantado. Apesar de Setúbal ter sido notícia, com a Protecção Civil a detectar quantidades irrespiráveis de enxofre, na sequência de um incêndio a uma fábrica, obrigando ao encerramento das escolas, em todo o município, uma medida que me parece ponderada, a semana distrital e, até talvez em termos nacionais, ficou marcada pela assinatura do protocolo entre o Governo e a

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ANA para a construção do aeroporto do Montijo, para os voos low-cost. Eu, que fui dos primeiros actores políticos regionais a escrever, falar e defender esta solução, agora com a sua concretização prática, vejo com alguma preocupação as questões que se colocam, nomeadamente do ponto de vista de impacto ambiental, mas o pior, ouvindo a voz dos pilotos, que dizem que esta solução não serve pois “não é uma alternativa para voos de longo curso, pois é muito pequena, não tem ajudas rádio que permitam aterragens por instrumentos e o pavimento, eventualmente, não tem resistência para suportar aviões de grande porte”, afirmou à agência Lusa o presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA)”. Mais, segundo se percebeu pela explicação dos pilotos, a desactivação da actual pista usada em Lisboa para os voos low-cost (a 17/35), implicará que quando a pista principal não puder se

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA

VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL usada devido aos ventos anuais ‘windshear’ (rápida variação na direção e/ou na velocidade do vento) e turbulência severa na final da aterragem na pista 03/21 (a outra pista da capital), já não exista a alternativa que é precisamente a 17/35, obrigando os aviões a aterrarem em Faro. Um dado a estudar. Por fim, acho irónico ver as autarquias comunistas da margem sul, que compõem a AMRS virem mostrar-se contra esta solução, num momento em que até tinham algo a ganhar (obras estruturais há muito reclamadas no “deserto” da margem sul) optando por outra solução, que nem está em cima da mesa, o que me leva a pensar que a única coisa que as autar-

quias comunistas querem é terem a oportunidade de falar mal dos governos. Ou porque não fazem, ou quando fazem, porque não escolheram a melhor opção. Eu percebo que a opção de Alcochete tenha vantagens. Mas é muito mais cara. Eu até posso aceitar que seja melhor do que a solução do Montijo, mas então porque razão os Exmos. Presidentes das Câmara não fizeram o seu trabalho de casa atempadamente e não fizeram lobby por essa solução, quando a decisão ainda não estava tomada. Agora parece-me tarde. Olhe, se querem que o assunto ganhe relevo nacional, mandem umas sms´s ao Centeno e pode ser que a coisa cole…

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


OPINIÃO

Europa toca a recolher finados em 2017!

A

União Europeia afirma-se como uma consequência da antiga C.E.E.. Foi sempre um mito esta afirmação porque a então Comunidade resultou de interesses económicos e para assegurar a Paz na Europa e estabelecer alguns equilíbrios entre as Nações ocidentais (recorde-se que então ainda existia o Muro de Berlim). Muitos democratas criticam a História da época de Napoleão e mais tarde as conquistas de Hitler, mas no fundo muitos dos líderes europeus nas últimas décadas também tiveram o sonho de transformar a Europa num único Estado ou Federação de Estados, com todas as Nações a delegarem soberania

em certos Comités Centrais da Europa. Se séculos atrás, em que a informação fluía muito mais lentamente, hoje, aquele sonho torna-se irrealizável, porque todo o Mundo é mais dinâmico e os epicentros de decisões mudaram ou mudam constantemente. Até ao fim da II Guerra Mundial, a Europa era o centro do poder no Mundo, fazendo algum equilíbrio com as duas superpotências; com a destruição do comunismo depois de um longo período de crescimento que influenciou muitos países libertos do colonialismo; a partir do final do século XX o poder no Mundo dispersou-se. Os líderes europeus, não compreenderam e mantiveram-

-se, nas disputas politicas internas e sem grande estratégia. Hoje, para além das questões políticas há um fator importante: o poder económico, ganhou espaço de influência, porque muito dos países em desenvolvimento deram prevalência aos aspetos económicos em detrimento dos ideais. Chegados a 2017 e com a sucessão de eleições que estão a ocorrer e sem descurar os referendos, ressurgem combates ideológicos e os cidadãos sentem uma enorme necessidade de valorizar princípios próximos dos ideais nacionalistas do passado, porque as pessoas veem os seus problemas não resolvidos, ao invés o poder económico deslocaliza-se

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com enorme facilidade. Ou seja, os centros decisão em muitos Estados estão no estrangeiro. Esta é a perceção por parte do cidadão comum, apesar da realidade nem sempre ser idêntica. Hoje, muitos líderes europeus a começar pelos governantes portugueses deveriam aprender com os ensinamentos da “Alegoria da Caverna” de Platão. Se os cenários de mudança

ocorrerem na Europa de forma idêntica aos ventos que prevalecem nos Estados Unidos, não será um cataclismo, pelo contrário as Nações saem fortalecidas, mas também não serão as mesmas do tempo de Napoleão porque as experiências e o desenvolvimento económico é outro. Para além disso o Mundo está mais equiparado, apesar das desigualdades sociais.

No centenário de Romeu Correia

A

s efemérides valem o que valem, mas não podíamos passar ao lado do centenário do nascimento de Romeu Correia, o escritor almadense que ficou ligado ao movimento neo-realista português, e que na sua obra (romance, teatro, ensaio) abordou em grande medida o universo e as tradições populares: “O cravo espanhol”, que o Teatro Nacional D. Maria II chegou a montar, inspira-se nas tradicionais “cegadas” que no Carnaval eram organizadas pelo povo de Almada e Cacilhas. Dos textos que estavam disponíveis, acabámos por debruçar-nos sobre uma obra não-dramática: “Bonecos de luz”, que adaptaremos para o teatro. “Bonecos de luz” é sobre o mundo do cinema de rua

itinerante: os protagonistas são um grupo de saltimbancos que vivem das falcatruas que inventam e andam de terra em terra a exibir as fitas “do Charló, o melhor actor do mundo”. Não é despiciendo o facto de as ditas fitas não serem propriamente nenhuma das criações de Chaplin, mas pedaços dos seus filmes (encontrados por que expedientes?) que vão sendo colados mais ou menos ao sabor das necessidades. O que é verdade é que a dupla de projectistas tem o seu logro bem oleado: ou porque a máquina se escangalha, ou porque a lua ilumina o lençol onde a projecção é feita, as sessões nunca chegam ao fim. No dia seguinte, há mais espectáculo – e os bilhetes são cobrados a todos de novo (os

fedelhos pagam metade…). Nestas duas figuras típicas, de passado nebuloso e a contas com a polícia, encontramos a mesma massa de que é feito o próprio Charlot. E é nelas que o herói da história de Romeu Correia, o órfão Zé Pardal, vai procurar a figura dos pais que não teve. Mais do que isso: Zé Pardal, que nunca tinha visto o cinema na vida, vai encontrar no fantástico mundo da caixinha mágica um refúgio para a vida que lhe coube viver. Passo a passo, o pequeno pícaro descobre que o cinema lhe permite sonhar – e que, sonhando, pode ser quem quiser. Pode inclusive começar a “caminhar como os patos e usar bengala”. Pode até vir a transformar-se no príncipe dos vagabundos: no Charlot, que apesar

BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO

DIRETOR DA CTA

de por vezes ter de se alimentar de solas de sapatos, não resiste a recolher um bebé abandonado no caixote do lixo. De modo que a 18 de Março estreamos “Bonecos de luz” no Fórum Romeu Correia, em Almada. Será um espectáculo para a juventude, com música ao vivo, no qual o palco não será um espaço solene, mas um pretexto para que os mais novos usem a imaginação. Quando iniciámos os ensaios,

perguntava-me o que é que o neo-realismo ainda poderia dizer aos jovens de hoje. Estamos a ensaiar esta peça na Casa Amarela, uma Casa da Juventude que fica no Miratejo. Em frente há um ringue de futebol onde se escuta “rap” e se joga à bola. Tenho visto por lá alguns Zés Pardais, mesmo que do neo-realismo já quase ninguém se lembre. Este espectáculo é feito também a pensar nesses miúdos.

Montijo, cidade em aberto

E

sta semana Montijo esteve na ordem do dia, com a assinatura do memorando entre o Governo e a ANA no sentido de se aprofundarem os estudos para transformar a BA6 em aeroporto comercial. Nos percursos que temos feito todos os dias para Lisboa, aproveitamos para conversar sobre o local em que vivemos e o que lhe poderá acontecer caso esta decisão seja tomada. Analisamos as várias implicações, sobretudo em relação à forma como um aeroporto poderá afectar a vida na cidade. Isto porque este tema –“a vida na cidade” – nos é particularmente caro. A vitalidade de um centro urbano mede-se, em parte, pela sua vida cultural e artística. Não

se trata apenas dos efeitos benéficos de uma programação regular de qualidade, mas sim do que advém da presença viva e constante de artistas e agentes culturais. Onde há artistas há, normalmente, um acréscimo de vida nocturna de qualidade, uma melhoria significativa no que se refere ao cuidado pela imagem da cidade, surgem mais possibilidades para os cidadãoes se relacionarem com algumas das mais importantes referências humanistas (através da arte descobre-se, inevitavelmente, a filosofia e a política, só para dar dois exemplos), o que contribui, a longo prazo, para um maior civismo e maior coesão social. No fundo, onde há espaços culturais de referência, a vida urbana melhora

e abre possibilidades aos locais e a quem vem de fora. Com a possível vinda de um aeroporto, temos de nos confrontar com a cidade que actualmente temos e, num exercício de saudável auto-crítica, pensar em como podemos trabalhar para que não aconteça aquilo que, infelizmente, poderá acontecer: o desinteresse de quem aqui aterra em passar cá mais do que umas horas (mesmo que cá durma, por questões de custos). No presente encontramos, por exemplo, um Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida com um foyer que poderia ter um bar aberto todas as noites e uma programação de Quarta a Domingo e que, em vez disso, tem o foyer encerrado

À PARTE LEVI MARTINS

DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS todas as noites e programação oficial apenas um dia por semana. Isto para não falar de outros espaços culturais subaproveitados (a Galeria Municipal, a Casa Mora...) que também poderiam contribuir para dar mais vida ao centro de Montijo. O que acontecerá a qualquer visitante é que, depois de um passeio pelas ruas do centro e pela zona ribeirinha, a opção óbvia será cruzar o Tejo e

ir ao encontro da vida vibrante de Lisboa. Mesmo que a decisão do Governo acabe por ser contrária à vinda do aeroporto, parece-me que Montijo lucraria sempre com uma aposta clara na dinamização cultural. Nós cá estamos, prontos para trabalhar nesse sentido. Assim o queiram aqueles a quem cabem as decisões maiores sobre a vida na cidade e no concelho.

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ÚLTIMA PÁGINA

DAS COISAS NASCEM COISAS JOSÉ TEÓFILO DUARTE

DIESIGNER | DIRECTOR DE ARTE

AMBIENTALISTA DA QUERCUS QUER PERCEBER PERIGOS AGRÍCOLAS E BALNEARES

Quercus admite efeitos nocivos a prazo do incêndio da Sapec Paulo do Carmo, coordenador do Grupo de Trabalho para a Qualidade do Ar e Poluição Atmosférica da Quercus, diz que a Sapec desvalorizou, no início do acidente, a dimensão do problema, e pede medidas para monitorizar os efeitos do incêndio e do seu combate.

Os Sonhadores

A

ntónio Oliveira e Castro tem novo livro que vai ser apresentado na Casa da Cultura, em Setúbal, em mais uma sessão Muito Cá da Casa, na próxima sexta-feira, dia 24, às 22 horas. Este é o terceiro romance do autor. Viriato Soromenho-Marques leu o livro e agora vai dizer o que pensa. Para a contra-capa da edição escreveu nota que enquadra a coisa historicamente. Diz: “Nesta edição literária, de matéria consistente e flexibilidade formal notável, António Oliveira e Castro conduz o leitor numa acelerada, às vezes vertiginosa, viagem pela história portuguesa dos últimos dois séculos”. É, portanto, por uma obra carregada de histórias que viajamos quando caminhamos pela leitura desta história. O autor tem uma vida vivida que lhe proporciona contar estes episódios com o rigor e a naturalidade de quem conta uma história passada mesmo ali ao nosso lado. Passamos aos dados biográficos: ANTÓNIO OLIVEIRA E CASTRO nasceu em Angola, no Bongo Lépi, em 1951. Entre 1969 e 1971 publica alguns contos no jornal ABC de Angola, um dos quais é premiado pela Câmara Municipal de Luanda. Estuda no Instituto Comercial de Luanda (ICL). Publica o livro de poemas Eu, a minha terra e a minha gente. Em 1974 publica Canções clandestinas da revolta latente (poemas). Em 1975 faz parte dos quadros da Comissão Nacional do Plano do primeiro governo de Angola. Em consequência do golpe de Estado de 27 de Maio de 1977, abandona o país. Em 1977, salta directamente dos quadros da Comissão Nacional do Plano, de Angola, para a cozinha do Caravela, em Estocolmo. Em Estocolmo aprende artes gráficas num jornal de refugiados latino-americanos.. Mas falta-lhe luz na cidade dos nórdicos e voa para Lisboa, para se esconder, como uma toupeira, nas catacumbas de uma organização política. Experimenta o cinema, a pintura, a poesia, a universidade, a rádio, a publicidade, a agricultura, sem nada levar a sério. Prova, sacia-se e abandona os despojos. Não se encontra. Para sobreviver é obrigado a trabalhar. Fá-lo sem convicção. Em Lisboa milita na LCI/PSR. Reside em Setúbal desde 1982. Frequentou, durante dois anos, o curso de Comunicação Social na UNL. Fez, entre 1993 e 2000, o programa de rádio Samarcanda na Pal FM. Em 2005 arranja coragem e agarra-se com determinação ao projecto de toda uma vida: A Especiaria. Anteriormente publicou os volumes de poesia «Houve Mesmo Um Dia de Desespero em Que Se Cultivaram Campos de Cicuta» (1985) e «As Planícies Donde Vim» (1987) Publicou Até agora três romances: A Especiaria (2007), Tambwe – A Unha do Leão (2011) e Coleccionadores de Sonhos (2017).

Esta iniciativa tem o apoio do SemMais, da livraria Culsete, da editora Gradiva e do restaurante A Casa do Peixe. Estão todos convidados.

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© José Rebola

TEXTO RAUL TAVARES

O

s ambientalistas da Quercus exigem o apuramento de todas as responsabilidades na sequência do incêndio desta terça-feira, num armazém da Sapec, na península da Mitrena, em Setúbal, e manifesta «enorme preocupação» com as consequências do incidente. Quem o afirmou ao Semmais foi Paulo do Carmo, da direcção da Quercus, que diz ter dados objetivos que comprovam estas preocupações. «É importante ter em consideração que se, num período inicial do incidente, as condições meteorológicas foram favoráveis à dispersão da nuvem poluente de Dióxido de Enxofre, - e desse modo auxiliaram o “ Controlo da Qualidade do Ar dentro dos parâmetros legalmente definidos -, a alteração dessas mesmas condições meteorológicas veio demonstrar a real perigosidade do poluente, tendo-se verificado na fase final um aumento das concentrações do mesmo poluente nas estações de medição da qualidade do Ar locais, situadas no Quebedo».

Imagem aérea na decorrência do incêndio, captada a partir de um voo da TAP, que descolava de Lisboa De acordo com dados a que o Semmais teve acesso, a estação de monitorização da Qualidade do Ar no centro da cidade de Setúbal registou 503 microgramas de dióxido de enxofre por metro cúbico de ar, quando o limite máximo admissível se situa nos 500 microgramas. Segundo o responsável da Quercus, «é muito provável» que a concentração deste poluente em locais mais próximos ao local do incêndio «tivesse atingido valores bastante superiores». NO ARRANQUE, RESPONSÁVEIS DA SAPEC DESVALORIZARAM INCIDENTE Paulo do Carmo, considera ainda que a Sapec

terá desvalorizado, no início a perigosidade e uma eventual gravidade do incidente. «É preciso sublinhar que se o dióxido de enxofre se juntasse com a água das nuvens, poderia, em condições favoráveis, formar chuvas ácidas ou sulfurosas, que poderiam afetar a vitalidade da floresta, culturas agrícolas ou contaminar os solos e as águas», afirma o ambientalista. Por outro lado, refere o dirigente, «a demonstração do risco e da elevada perigosidade do gás libertado na nuvem de fumo, foi evidente e demonstrada na comunicação da Direção-Geral de

Saúde», que, como se sabe, fez várias recomendações e aconselhamentos aos habitantes da península de Setúbal tendo conduzido inclusivamente ao encerramento das escolas na cidade (ver pág.3) Por estas razões, a Quercus exige o apuramento de todas as responsabilidades «através de um inquérito rigoroso», onde sejam determinadas as causas e as razões que conduziram a um incidente desta dimensão. E Paulo do Carmo acrescenta que as conclusões devem posteriormente «ser divulgadas e tomadas públicas».

Plano de monitorização urgente e debate alargado A Quercus exige também a elaboração de um plano específico e dedicado à monitorização da qualidade do ar, solo e água, no sentido de perceber, como sublinha o dirigente da associação ambientalista, «o potencial grau de contaminação local que o Incidente poderá conduzir, com particular incidência na análise da água para consumo humano, nomeadamente nas captações de água, bem como da qualidade da água do estuário do sado e das zonas balneares circundantes». Paulo do Carmo, que é coordenador do Grupo de Trabalho para a Qualidade do Ar e Poluição Atmosférica da Quercus, defende também «um debate alargado na sociedade e consequentemente nas instituições com responsabilidades na área do ambiente, agricultura e regulamentação de indústrias químicas, sobre o funcionamento, enquadramento, localização e instalação deste tipo de unidades em locais de elevada densidade populacional». Recorde-se que a Agência Portuguesa do Ambiente, emitiu quinta-feira um comunicado em que dá conta que os valores emitidos nos últimos dias «estão abaixo dos limites legalmente estabelecidos e sem risco para a saúde pública». E garantiu a continuação do acompanhamento da situação.


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