Semmais 18 marco 2017

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Sábado 18 | Março | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 940 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

MÉDICOS DA REGIÃO EMIGRAM CADA VEZ MAIS Segundo a Ordem dos Médicos, só o ano passado, 259 médicos com residência no distrito pediram certificado para trabalharem no estrangeiro. Um aumento de mais 50% face ao ano anterior. Países como a Suécia, Noruega e Dinamarca, são as escolhas com mais tendência.

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Os responsáveis da Adega Cooperativa de Palmela dizem que 2016 foi o melhor ano de sempre, com 16 milhões de faturação, aumento de vendas no mercado interno e estrangeiro, e conclusão de um investimento de 2,5 milhões de euros. E a marca está ainda mais pujante.

Cai Run ficou satisfeito com o que viu na deslocação oficial ao colégio de Palmela, onde estudam 110 alunos com origem chinesa. A diretora, Isabel Simão, reafirmou o projeto como multilinguístico e multicultural, onde se pratica a tolerância e se tem uma visão aberta ao mundo.

Capoulas Santos disse ao Semmais que os terrenos que se encontrem ao abandono no distrito vão mesmo integrar o novo “Banco de Terras”, que pretende reunir o património fundiário do Estado e áreas florestais. Trata-se de uma nova oportunidade para quem regressar à vida rural.

2016 FOI ANO DE OURO PARA A ADEGA COOPERATIVA DE PALMELA

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EMBAIXADOR CHINÊS APLAUDE PROJETO DO ST. PETER’S SCHOOL

MINISTRO GARANTE MAIS TERRA PARA QUEM A QUISER TRABALHAR

ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167


A SEMANA

Escola de Aires foi palco de simulacro de sismo

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Comando Territorial da GNR de Setúbal, através do Posto Territorial de Palmela e de uma equipa cinotécnica da Unidade de Intervenção da GNR, participou, na manhã do dia 16, num exercício na Escola Básica Jardim de Infância de Aires 2017, em Aires - Palmela, com o objetivo de rotinar procedimentos, criar condições para a aquisição de hábitos de segurança e de autoproteção em toda a população escolar, numa situação de sismo. No teatro de operações deste exercício, decorreu um cenário fictício de um forte abalo sísmico, magnitude de 5,5 na escala de richter. O abalo fictício provocou vários danos na estrutura do edifício bem como a deslocação e queda de diverso mobiliário, um curto-circuito numa instalação elétrica, provocando ainda um foco de incêndio. De imediato foi acionado o Plano de Segurança Interno daquela escola, que levou à evacuação de todo o estabelecimento e à mobilização de todos os agentes de proteção civil. Deste acidente resultaram ferimentos num elemento da população escolar e um desaparecido. No ponto de encontro, um elemento da po-

30 crianças com tonturas e vómitos em escola básica de Alcochete pulação escolar, foi acometido de doença súbita elevando assim o número de vítimas para três. A realização deste exercício visou testar o Plano de Segurança da escola, tendo em conta o seu aperfeiçoamento e a participação de todos os agentes de Proteção Civil na evacuação do estabelecimento, em caso de acidente grave, catástrofe ou calamidade. Pretende-se, também e através destes exercícios rotinar procedimentos, criar condições para a aquisição de hábitos de

segurança e de autoproteção em toda a população escolar. A GNR colaborou nas ações de resgate e socorro, assegurou a ordem pública, estabeleceu perímetros de segurança e os cortes de vias necessários para a circulação das viaturas de socorro. Este exercício enquadra-se num conjunto de ações que a Proteção Civil local se encontra a levar a efeito, em parceria com a GNR, o Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal, os bombeiros do concelho e as escolas.

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erca de 30 crianças da escola básica 2/3 Rei D. Manuel I, em Alcochete, foram assistidas na quarta-feira, devido a mal-estar generalizado, com tonturas e vómitos. O acidente, de causas desconhecidas, «não deverá ter sido causado por intoxicação alimentar, pois as crianças almoçaram em sítios diferentes, a maioria fora da escola», sublinhou a diretora do agrupamento, Maria José Gonçalves.

A hipótese de um teto, possivelmente com amianto, que caiu ontem na escola, segundo os alunos, poderá estar na origem do incidente, mas Maria José Gonçalves garantiu que «não caiu teto nenhum». Falta substituir alguns blocos com teto em amianto na referida escola, podendo este ano letivo ser atribuída uma verba pelo Ministério da Educação para a retirada do resto do fibrocimento.

Homem detido em Paio Pires por extorsão, ameaça e burla

GNR detém jovem em Alcochete por posse de arma ilegal

Polícia Marítima proíbe pesca lúdica em locais interditos e perigosos no parque marinho Luiz Saldanha

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Polícia Marítima do Comando-local Setúbal desenvolveu no dia 16, uma operação de fiscalização com o objetivo de verificar situações de pesca lúdica em local proibido no parque marinho Luiz Saldanha, bem como a circulação e estacionamento não autorizado de viaturas dentro do Parque Natural da Arrábida. Durante esta ação foram detetados três indivíduos em situação ilegal no pesqueiro “Ponta de Descer”, sito no Cabo Espichel, a quem foram apreendidas as artes de pesca como medida cautelar e o pescado

capturado, por se encontrar vivo, devolvido ao mar. No decorrer da operação, foram ainda elaborados vários autos de notícia, por terem sido detetadas viaturas ligeiras estacionadas em local não autorizado. Este tipo de operações é realizado com alguma frequência e aleatoriamente e tem por finalidade garantir o cumprimento da legislação referente à zona do parque natural. A ação destes pescadores além de contrária à lei, representa igualmente um elevado risco de acidente para quem a desenvolve.

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Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do Posto Territorial de Paio Pires, deteve em flagrante delito, no dia 14, um homem de 46 anos, por extorsão, ameaça e burla, em Paio Pires. O suspeito, aproveitando-se de uma relação contratual existente, dissimulava derrapagens orçamentais há cerca de dois meses, de forma deliberada, nos serviços requeridos pela vítima, empresário do ramo da gestão de condomínios, obrigando-a a suportar os pagamentos em numerário, por serviços não reali-

zados, através de ameaça, nomeadamente, na destruição de instalações, frota automóvel e a não restituição de ferramentas por si alegadamente subtraídas. O suspeito foi detido, em flagrante delito, quando a vitima lhe efetuava um novo pagamento para a devolução dos equipamentos, tendo sido apreendido na sua posse: uma arma branca; uma moca; 450 euros e diverso equipamento. O suspeito foi constituído arguido, sujeito a termo de identidade e residência e foi presente no Departamento de Investigação e Ação Penal do Seixal.

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Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do Posto Territorial de Alcochete, deteve no dia 13, um jovem com 25 anos, por posse de arma ilegal. Durante uma operação de fiscalização rodoviária foi abordado o suspeito, quando este seguia no interior de uma viatura, ao qual lhe foi apreendido um punhal, sete “cartões-faca” e um bastão artesanal de madeira. Além da apreensão, foi ainda elaborado um auto de contraordenação por consumo de haxixe. O detido foi constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência.


SOCIEDADE

PORDATA FAZ RESCALDO DA POPULAÇÃO NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Mulheres em maioria na região apesar de nascerem mais homens O sexo feminino está em clara vantagem na região, devido a mudanças de comportamento. No entanto, Portugal continua a ser um dos países da União Europeia onde as mulheres têm menor instrução. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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uantas mulheres vivem no distrito de Setúbal? E quantos anos vivem? Quantos filhos têm e com que idade se casam? Quantos anos estudam? Que remuneração têm? Eis algumas das questões levantadas pela Pordata no rescaldo do Dia da Mulher que se celebrou na semana passada: Como ponto de partida para um retrato panorâmico da vida «delas». Facto. Vivem mais mulheres do que homens no distrito, apesar de nascerem mais homens do que mulheres. Em 2015 a região contabilizava 458.782 mulheres e 418.841 homens, traduzindo uma vantagem para o sexo feminino de 39.941 pessoas. Todos os concelhos da região exibem a mesma tendência. Há mais mulheres do que homens, sendo que apenas o Seixal regista mais nascimentos de mulheres (763) face aos homens (756) em 2015. No resto dos concelhos os nados masculinos estiveram em maioria. Vieram ao mundo 4049 «eles» e 3811 «elas». Contas feitas, nasceram mais 238 rapazes.

Mas, afinal, como pode isto ser? Se nascem mais homens do que mulheres como é que o sexo feminino acaba por estar em clara maioria? Terá muito que ver com a duração da vida de uns e outros na região. Em 2014, a esperança média de vida era de 77,4 anos para os homens e de 83,2 anos para as mulheres, enquanto nos últimos quatro anos duplicaram os residentes que ultrapassaram o século de vida, segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O número de mulheres centenárias duplicou e os homens que atingiram os 100 anos triplicaram, em parte devido a mudanças de comportamento, segundo admite Maria João Quintela, presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia. «Os homens fumam menos, têm mais cuidados de saúde, praticam atividade física», diz, alertando que «antes faziam exercício no trabalho, mas não é a mesma coisa». Ainda segundo a Pordata, as mulheres têm cada vez menos filhos: uma média de 1,3 filhos por mulher em 2015 (a média na União Europeia foi 1,58). Desde 1982 que Portugal não ultrapassa o limiar necessá-

rio para a renovação das gerações: 2,1 crianças por mulher. O primeiro filho surge cada vez mais tarde na vida das mulheres portuguesas: 6 anos mais tarde do que em 1970. E o casamento? 7 anos mais tarde. Por outro lado, desde 1985 quase todos os partos acontecem em estabelecimentos de saúde. Para terminar: em Portugal, a esmagadora maioria (88%) dos adultos que vivem sozinhos com crianças são mulheres. Quanto à escolaridade, a Pordata assinala que Portugal continua a ser um dos países da União Europeia onde as mulheres têm menor instrução (27º lugar em 28 países). Só 48,6% das mulheres portuguesas têm o ensino secundário ou superior. A percentagem está muito abaixo da média comunitária: 76,4%. Ainda assim, estes 48,6% reflectem um avanço significativo nos últimos anos: em 1992, só cerca de 20% das mulheres tinham o ensino secundário ou superior. O avanço das mulheres na educação aconteceu em vários domínios. Hoje em dia abandonam menos a escola do que os homens, ultrapassam os homens em matrículas e diplomas

do ensino superior e já estão em maioria no número de doutoramentos realizados em Portugal. Porém, a diferença salarial entre homens e mulheres é mais acentuada nos quadros superiores e

nos profissionais altamente qualificados. Essa diferença não tem diminuído. Em 2015 as mulheres recebiam em média uma remuneração 17% inferior à dos homens. No entanto, se considerarmos o ganho

efectivo que inclui subsídios, prémios e pagamentos por horas extraordinárias, essa disparidade é ainda maior: de -20%, ou seja, as mulheres recebem menos um quinto do salário dos homens.

Onde elas dominam e onde são minoritárias As mulheres são, desde 2007, a maioria dos magistrados judiciais e, desde 2006, a maior parte dos advogados em Portugal. São também, desde 2010, a maioria dos médicos: o número de médicas duplicou desde o início da década de 1990. Noutros aspectos da vida em sociedade, porém, as mulheres são minoritárias: utilizam menos a internet e praticam menos desporto. E, também importante, apenas 1/3 dos deputados na Assembleia da República são mulheres. São 76 deputadas. Em 1975 eram apenas 19.

SUÉCIA, NORUEGA E DINAMARCA SÃO OS PAÍSES PREFERIDOS PELOS MÉDICOS PORTUGUESES PARA EMIGRAR

259 médicos do Sul pediram certificado para emigrar em 2016

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s números são revelados com preocupação pela Ordem dos Médicos. No ano passado 259 profissionais de medicina da região Sul pediram à Ordem o certificado que lhes permite trabalhar no estrangeiro. Mais 29% do que em 2015 e mais 52% face a 2014. AInda assim, segundo apurtou o Sem Mais, estes números podem não querer dizer que os médicos tenham efetivamente emigrado, mas mostram uma tendência crescente da vontade de sair do país.

Suécia, Noruega e Dinamarca são os países que perfilam como sendo os mais atrativos para os médicos portugueses, tendo sublinhado o bastonário Miguel Guimarães achar «estranho que o ministro tenha dito que a taxa de emigração estava a diminuir. Com esta tendência crescente dos pedidos de certificados, provavelmente o número de pessoas que emigrou em 2016 é superior a 2015, o que é muito mau», sublinhou o dirigente. Recrode-se que em outubro do ano passado, o

ministro Adalberto Campos Fernandes anunciou numa comissão parlamentar que, até julho, apenas 100 médicos em todo o país tinham pedido à Ordem os documentos para emigrar, acreditando que se tratava de um «sinal de mudança». Mas de acordo a Ordem os números são outros e em breve vão estar disponíveis novos e mais fiáveis dados que resultam de inquéritos feitos a estes médicos para aferir. O objetivo é apurar se concretizaram a saída do país, perceber para onde foram e por que motivos.

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SOCIEDADE

EMBAIXADOR DA CHINA EM PORTUGAL ELOGIOU PROJETO PEDAGÓGICO E MULTICULTURAL DO COLÉGIO DE PALMELA

Alunos chineses do St. Peters School brindaram Cai Run com boa integração A visita que o embaixador da China em Portugal, Cai Run, empreendeu ao Colégio St. Peter’s School, em Palmela, não podia ter corrido melhor. O político chinês sentiu a forte integração dos jovens conterrâneos na instituição privada, mas também o seu apego à cultura de origem. E, sobretudo, ficou a saber que a escola é o garante de uma multiculturalidade que projeta os seus alunos para uma visão global no mundo. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM

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embaixador da China em Portugal, Cai Run, testemunhou, segunda-feira, numa deslocação oficial a Palmela, que os mais de cem alunos que frequentam o ensino do Colégio St. Peter’s School, estão «bem integrados» culturalmente e a ser prepara-

dos para os desafios da tolerância do «mundo global». Sem nunca deixar de ser acompanhado por alunos de origem chinesa, que no caso do St. Peter’s School são cento e dez, o responsável político chinês em Portugal, mostrou-se «muito satisfeito» com o que pode testemunhar do ensino pedagógico e curricular da instituição: «Saio com

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a convicção de que os responsáveis do colégio não só estão a dar formação e conhecimentos aos seus alunos, como também a prepará-los no respeito pelos outros, em nome da tolerância, e abertos ao mundo. E isso é um modelo bem estruturado», afirmou Cai Run. O embaixador, cuja comitiva incluiu destacados membros da comunidade chinesa em Portu-

gal, teve ocasião de visitar as modelares instalações da instituição que é, no quadro do ensino em Portugal, um dos seus melhores modelos curriculares e pedagógicos. «Para além do acolhimento que aqui senti, vi também a vossa dimensão. Saio com a expectativa de continuarem a receber alunos da nossa comunidade», afirmou Cai Run. OS NOSSOS ALUNOS ASSUMEM O MUNDO COMO FRONTEIRA Antes, Isabel Simão, a diretora pedagógica do St. Peter’s School, tinha feito as honras da casa, ao afirmar o projeto que lidera como «eclético, multilinguístico e multi-

cultural». «Queremos continuar a formar com este olhar e sentir o mundo, fomentando a tolerância e o respeito pela diferença», disse. Lembrando que o St Peter’s conta com cerca de 1100 alunos, de trinta nacionalidades diferentes. Isabel Simão, referiu sentir-se honrada com a presença tão forte da comunidade chinesa no Colégio e reiterou a ideia de que o St. Peter’s é «parte integrante da formação destes jovens que assumem o mundo inteiro como fronteira» Também presente na iniciativa, Sérgio Sousa Pinto, presidente da Comissão Parlamentar dos

Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portugueses, lembrou as relações entre os dois países, que já têm 500 anos, «desde o principio da Idade Moderna», para usar a sua expressão, e garantiu que a cooperação entre Portugal e China nunca foi tão positiva como na atualidade. «Temos futuro pela frente e vocês que têm o privilegio de estudar neste excelente colégio, têm também a responsabilidade de aprofundar esta amizade entre os nossos países», exortou, numa mensagem dirigida aos jovens estudantes de origem chinesa, presentes em grande número.

Números que explicam «bom momento» das relações bi-laterais Portugal-China Cai Run sentiu-se tão à-vontade entre a família do St. Peter’s que avisou ir falar de improviso, deixando de lado um discurso estruturadp em papel que, disse, ter preparado para a ocasião. Depois desfiou um conjunto de boas notícias entre as relações de Portugal e China, numa altura me que, segundo afirmou, as relações bi-laterais dos dois paises «estão no seu melhor momento da história». Para já, o embaixador chinês fez questão de anunciar voos diretos de Portugal para a China já este verão. E fez as contas aos turistas daquele país que nos visitam: 110 mil em 2014; 150 mil, em 2015 e 180 mil, em 2016. Cai Run, gabou também o investimento chinês em Portugal, que atingiu nos últimos anos 8 mil milhões de euros e mostrou, através de números, a forma como tanto o ensino do português está a aumentar na China, como o mandarim tem vindo a crescer no nosso país.

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SOCIEDADE

TERRENOS ABANDONADOS VÃO INTEGRAR O NOVO BANCO DE TERRAS

Vai haver mais terra no distrito para quem a queira trabalhar Para retirar do abandono milhares de hectares de terra, entregando-os a entidades gestoras com provas dadas, a medida privilegia os jovens, uma vez que as terras do Estado são para alugar numa primeira fase e, depois de comprovada a boa gestão, para venda. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O

s terrenos que se encontrem ao abandono na região vão integrar o novo Banco de Terras, que pretende reunir o património fundiário do Estado e áreas florestais. O projeto visa arrendar as parcelas, queposteriormente deverão ser vendidas aos agricultores que por lá se instalemnos próximos tempos. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, ao Sem Mais, durante uma conferência que reuniu veterinários do Sul do país, avançando o governante que Conselho de Ministros vai aprovar a 21 de março - Dia Mundial da Floresta

- o diploma. Grândola era o único concelho do distrito que disponibilizava terrenos para a Bolsa de Terras, segundo os dados da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural - entidade gestora do projeto – com um total de 88 hectares pertencentes a apenas uma parcela pública, mas o Banco de Terras traz consigo um novo conceito. Objetivo principal desta medida? Retirar do abandono milhares de hectares de terra, entregando-os a entidades gestoras com provas dadas. Capoulas Santos explicou que o diploma é um instrumento que privilegia os jovens, segundo o qual as terras do Estado são para alugar numa primeira fase e, depois de comprovada a

boa gestão, para venda. Enquanto isso, avança em paralelo o Fundo de Mobilização de Terras, que tem a função de adquirir novos terrenos através das receitas provenientes do arrendamento ou da venda dos terras do Banco de Terras.«Se nós criássemos só o Banco de Terras com o património de que o Estado dispõe de terrenos iriam acabar depois de serem todos distribuídos», sublinhou o ministro. Ou seja, o Fundo de Mobilização passa a receber as receitas provenientes das rendas ou das vendas das terras. «A finalidade é que o Estado possa comprar novas terras para voltar a alimentar o banco e para o processo continuar indefinidamente», acrescentou Capoulas

Santos, para quem está a chegar a oportunidade para quem ambiciona um pedaço de terra para trabalhar. Ter terreno agrícola vai deixar de ser privilégio só de quem recebeu terras por herança, segundo o titular da Agricultura. «Temos centenas de jovens com boas qualificações, que frequentaram cursos em universidades, mas que não têm a oportunidade de exercer a profissão. Por um lado, não dispõem de terras,por outro só podem trabalhar por conta própria. Hoje em dia não é possível ser empregado do Estado e a economia não absorve todas as pessoas», salientou o governante, para dar ainda mais relevância à aposta do Governo.

​ onos das propriedades rústicas D pode​m fazer registo​​até 2018 Os terrenos agrícolas e florestais sem dono reconhecido deverão ser incluídos no futuro banco de terras, cuja gestão será confiada à Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR). Os donos das propriedades rústicas poderão proceder ao seu registo, sem custos, até 31 de dezembro de 2018. No entanto, as terras sem dono reconhecido poderão ainda ser reclamadas durante 15 anos. Findo este período de transição, o estado assumirá a propriedade das terras na sua posse.

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SOCIEDADE

29.ª BOLSA DE TURISMO DE LISBOA ESPERA MAIS DE 75 MIL VISTANTES

Municípios mostram potencialidades e dão a provar os sabores da região Os municípios da região marcam presença em peso na BTL-Bolsa de Turismo de Lisboa, a maior feira nacional do sector, que pode ser visitada da FIL, até este domingo. É tempo de mostrar e de dar a provar a vasta panóplia de potencialidades que elevam a nossa região para uma das que mais tem crescido em visitas de turistas. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

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ntónio Ceia da Silva, presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, mostrou-se «muito satisfeito», durante a inauguração da BTL, com a presença em peso dos municípios da nossa região. «Temos aqui uma presença muito significativa, com força, com dinâmica, com entusiasmo e com a presença dos autarcas, o que é muito bom». A seu ver, o Alentejo está a «crescer imenso», não só em número de dormidas mas também noutros setores. Ou seja, temos crescido também em termos das taxas de ocupação, do valor e dos proveitos. Tem havido uma dinâmica muito própria que tem sido muito importante para o setor e para as dinâmicas da região». Este crescimento tem atenuado, segundo Ceia

da Silva, a sazonalidade. «Nos dias que correm, felizmente, as taxas de ocupação já se conseguem espalhar pelo ano todo e não apenas em julho e agosto, como acontecia anteriormente, o que é muito significativo para a capacidade hoteleira da região», vincou. A 29.ª BTL, que abriu portas na quarta-feira, com a Madeira e Viseu em destaque, conta com 1 200 expositores, repartidos pelos quatro pavilhões da FIL. Manuel Cabral, ministro da Economia, na abertura da BTL, caraterizou o crescimento das dormidas de turistas em janeiro de «fantástico», abrindo «perspetivas muito interessantes para 2017». E referiu que, após o recorde de 2016, «com 19 milhões de turistas», em janeiro o crescimento foi de «dois dígitos». Ou seja, as dormidas em geral «aumentaram quase 13 por cento, e as dormidas de estrangeiros, 17,6 por cento».

AÇÕES EM DESTAQUE No espaço da Câmara de Almada, há degustações gastronómicas, demonstrações de Arte Xávega, provas desportivas e a divulgação de eventos da agenda cultural. O município de Setúbal dá a conhecer a oferta turística da região, promovendo degustações de vinhos, licores e doçaria regional, e conta ainda com demonstrações ao vivo de pintura em azulejo. Montijo também marca presença na BTL, com o stand integrado no espaço da Entidade Regional de Turismo, onde o município dá a conhecer as suas potencialidades turísticas. Palmela promove o turismo cultural, de natureza e enoturismo, e o calendário de eventos 2017. Há provas de moscatel e fogaças e a realização de passatempos, com ofertas surpresa. O município do Seixal aposta em animação e degustações, no âmbito da Rota do Bacalhau, de pas-

telaria a cargo de Fernanda Rodrigues, ateliês de nós de marinheiro, atuações dos grupos de percussão Karma Drums e Tocá Rufar e de ranchos. Alcácer do Sal destaca o “Alcácer com Vida”, com a apresentação do novo filme institucional do município e a recriação histórica do Torrão. As pinhoadas, os vinhos da Barrosinha e de Portocarro, as empadas de galinha, o azeite, dos irmãos Lince, e o artesanato, também são destaque. Moita dá a conhecer o novo percurso turístico áudio-guiado “Alhos Vedros, Conta-me Histórias”. Este sábado, às 15h30, é apresentado o TejoConVida – Passeios Marítimo-Turísticos pelo Tejo, que inclui uma oficina de pintura, seguida de degustação do pastel de bacalhau e abafado. Às 18 horas é

apresentada a XVII Romaria a Cavalo Moita/Viana. Santiago do Cacém dá a conhecer a 30.ª Santiagro, bem como o artesanato local, através de uma exposição, e do trabalho ao vivo da artesã Isaurinda Pereira, com a execução de bonecas de trapo com trajes regionais. O Badoca Park oferece vouchers aos mais pequenos. No domingo atuam os Tem Avondo. Grândola leva os artesãos ao vivo, produtores regionais com provas e degustações, nomeadamente as alcomonias, rebuçados de pinhão, o bolo das Rosas, os bolos torresmos e da massa do pão, o mel, enchidos e vinhos. De destacar ainda a realização do Showcooking, por Marcelo Bento. No último dia, atua a banda juvenil da SMFOG.

Alcochete promove um passatempo relacionado com experiências gastronómicas, passeios a bordo no Bote Leão, visitas aos núcleos museológicos, visitas guiadas e momentos de lazer. O município de Sines promove o Sines Tall Ships Festival, que se realiza de 28 de abril e 1 de maio, o 19.º FMM e a oferta balnear e gastronómica do concelho. Barreiro dá a provar as Bolas de Manteiga e os Travesseiros de Coina, assim como os tradicionais Matateus e Cocadas. Além disso, distribui folhetos de circuitos e pontos de interesse turístico, assim como, equipamentos culturais, desportivos e de lazer. Há animação musical com a associação Hey Pachuco.

Celebra-se a 22 de Março, o “Dia Mundial da Água 2017”

​ uardiãs do Mar G vence prémio lá fora

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omo cidadão de Almada e Presidente do Conselho de Administração dos SMAS, deste Município, José Gonçalves, onde a água de qualidade ao domicílio e o saneamento são um direito para todos, e a recolha das águas pluviais e o tratamento das águas residuais são uma garantia, gostaria de reafirmar, nesta data, como sempre, a importância deste acesso para o pleno gozo da vida com qualidade e dignidade humana; para a saúde pública e salubridade; para a proteção de pessoas e bens; para a defesa do meio ambiente

e dos recursos hídricos; para o desenvolvimento sustentável. Neste ano, a ONU definiu como tema das comemorações o - “Ano Internacional das Águas Residuais”, uma agradável coincidência, pois os SMAS de Almada também em 2017 completam 60 anos de saneamento municipalizado. Assinalamos por isso com a edição e divulgação de um cartaz alusivo ao tema. Celebraremos ainda o Dia Mundial da Água com a inauguração da exposição de trabalhos distinguidos no concurso de

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fotografia “A água a Teus olhos”, no dia 21 de março, pelas 17h00, no Museu da Cidade, e que estará patente ao público até ao 31 de março, com entrada livre. Não deixe de visitar! No dia 26 de março, ainda no âmbito das comemorações, os SMAS vão realizar no Bairro das Terras da Costa uma ação de sensibilização para as questões da água destinada à população ai residente. A exposição “A água e o saneamento” continua aberta ao público, das 14 h às 18 horas, de segunda

a sexta-feira, onde é possível conhecer os aspetos essenciais do ciclo urbano da água no concelho de Almada.

bióloga Raquel Gaspar foi a vencedora da 8ª edição do Prémio Terres de Femmes Portugal 2017, com o projeto Guardiãs do Mar: salvar o ambiente, preservar empregos. Um projeto que envolve as mulheres pescadoras do estuário do Sado na proteção das pradarias marinhas está a ter um forte impacto ambiental e económico. «Já foram recolhidas mais de 20 toneladas de lixo no estuário e estima-se que em três anos seja gerado um rendimento

acrescido de 20 mil euros para estas mulheres», sublinha Raquel Gaspar, diretora da Ocean Alive e responsável pelo Guardiãs do Mar. Raquel Gaspar explica ainda que as maiores ameaças na origem deste projeto são «o lixo da mariscagem, as embalagens de sal deixadas pelos pescadores que poluem todo o ecossistema; a pesca agressiva e as âncoras, que destroem as plantas e diminuem a força deste habitat». No estuário do Sado existem cerca de 45 mulheres pescadoras, mas uma parte está desempregada.


LOCAL

BARREIRO Desligar as luzes em defesa do Planeta

SEIXAL Espaço agrícola do Soutelo inaugura hoje É inaugurado este sábado, às 11 horas, o espaço agrícola do Soutelo, na Amora, que disponibiliza aos munícipes áreas para o cultivo de produtos orientados pelos princípios da agricultura sustentável, criado no âmbito da Rede de Hortas Urbanas do Município. O projeto consiste numa área útil de cultivo de 4.050 metros quadrados, distribuída por 20 unidades de hortas sociais e 15 unidades de recreativas. Este é o segundo espaço agrícola do concelho, que se vem juntar assim ao do Monte Sião, que conta com 16 hortas sociais, estando previstos outros espaços agrícolas a breve prazo.

MOITA Alhos Vedros conta histórias O município lançou novo percurso turístico áudio-guiado dedicado à vila de Alhos Vedros. “Alhos Vedros, conta-me histórias” dá a conhecer alguns dos lugares mais emblemáticos de Alhos Vedros, conduzindo o visitante ao pelourinho, igreja da Misericórdia, Sociedade “A Velhinha”, moinho de maré e palácio do Morgado da Casa da Cova, parque das Salinas, igreja matriz de S. Lourenço, poço “Mourisco”, portal da antiga fábrica “Corchera Portuguesa” e monumento à Cortiça e ao Corticeiro – A Pele. Para realizar o percurso, é preciso descarregar os ficheiros para dispositivo móvel, utilizar auscultadores e ter o mapa de apoio.

O Barreiro associa-se no dia 25, das 20h30 às 21h30, à “Hora do Planeta”, iniciativa da organização global de conservação de natureza, World Wide Fund for Nature, desligando as luzes exteriores dos Paços do Concelho e Moinhos de Vento de Alburrica. Entretanto, vai decorrer o concurso de fotografia alusivo ao tema. Destina-se a toda a população, de todas as faixas etárias. Cada participante poderá concorrer com um máximo de 3 fotografias. Há prémios para as 10 melhores fotos.

PALMELA Plano dos Bacelos avança para a Assembleia Municipal O município aprovou, por unanimidade, na reunião pública do dia 15, a submissão da proposta do Plano de Pormenor dos Bacelos, em Quinta do Anjo, a aprovação da Assembleia Municipal. A qualificação urbana e ambiental do aglomerado urbano, na envolvência das necrópoles neolíticas classificadas como Monumento Nacional e na transição entre a aldeia e o Parque Natural da Arrábida, é o objetivo central da proposta de Plano de Pormenor que, em termos estratégicos, pretende atribuir coerência formal, funcional e estética à área de intervenção, preservando e estimulando a descoberta e usufruto dos valores patrimoniais, paisagísticos e culturais.

ALCOCHETE Mercado manuelino avança na zona ribeirinha De 26 a 28 de maio, a câmara e a GilTeatro promovem o 1.º Mercado Manuelino na zona ribeirinha, entre o jardim do Rossio e o Passeio do Tejo. «Este mercado surge na sequência da feira quinhentista e, apesar de algumas alterações logísticas, mantém-se a recriação histórica e a promoção dos artesãos», referiu a vereadora da Cultura, Raquel Prazeres, no dia 15, na reunião descentralizada que decorreu no Passil. A autarca chamou ainda a atenção para a «discriminação positiva» destas normas, sublinhando que todos os artesãos do concelho têm uma redução de 50 por cento na sua inscrição, de forma a promover a sua participação».

GRÂNDOLA Aldeias típicas concorrem às “Maravilhas de Portugal” As aldeias de Canal Caveira, Lousal, Melides e St.ª Margarida da Serra, concorrem em 4 categorias distintas, no 7 Maravilhas Portugal. Canal Caveira concorre na categoria de “Aldeias Autênticas”. Lousal apresenta-se a concurso em “ Aldeias – Monumento”. Melides é a concorrente a “Aldeias Ribeirinhas” e St.ª Margarida da Serra concorre em “Aldeias Remotas”. Para Figueira Mendes, o evento promove as regiões: «É uma importante oportunidade de mostrarmos e afirmarmos as nossas potencialidades através de quatro aldeias representativas das características ímpares que distinguem o nosso território».

O município, através do Conselho Local de Ação Social e Saúde, vai candidatar-se ao Programa Operacional de Apoio às Pessoas mais Carenciadas. Esta candidatura vai efetivar-se até dia 23, e encontra-se a ser trabalhada por algumas das instituições que compõem a Rede de Apoio Alimentar. Apoiar os dispositivos nacionais que, através de organizações parceiras, distribuem géneros alimentares e /ou prestam assistência material de base é o âmbito de intervenção do programa. A candidatura vai auxiliar 443 pessoas com carências alimentares.

O município aprovou dia 15 a atribuição de 87 500 euros a repartir pelas coletividades participantes no concurso das marchas populares deste ano. A preparar a edição deste ano, que se realiza a 10, 16 e 17 de junho, a autarquia salienta que «o empenho, a dedicação e o entusiasmo das coletividades e associações concorrentes são decisivos e têm contribuído de modo determinante para o sucesso deste evento». Este ano participam as Pontes, o Bicross, a Cooperativa do Faralhão, o Independente, o Bairro Santos, a Perpétua e a Fonte Nova. «Uma vez que a organização do evento obriga a investimentos técnicos, humanos e financeiros», o município atribui «verba para garantir a qualidade dos últimos anos», sublinha a deliberação camarária.

O município vai construir uma nova escola básica na Charneca de Caparica, estando agendadas também intervenções em estabelecimentos do ensino básico e do pré-escolar da rede pública. A CMA mostra-se preocupado com o estado de degradação das escolas secundárias do concelho. O investimento na construção de uma nova escola básica na Charneca de Caparica e na melhoria das condições das escolas do concelho, de responsabilidade municipal, ascende a mais de 6,2 milhões de euros, os quais terão uma comparticipação comunitária de 1.105.176,62 euros e um financiamento municipal de 5.102.401,79 euros.

SESIMBRA Requalificação da Av.ª dos Combatentes está no terreno SINES FMM sempre foi um festival de descobertas O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo sempre foi um festival de descobertas e voltará a sê-lo na sua edição de 2017, que se realiza de 21 a 29 de julho em Sines e Porto Covo. De África, Médio Oriente, Sudeste Asiático, Américas e Europa, estão confirmados mais nove concertos, de artistas que começam agora a chegar aos públicos internacionais da música ao vivo ou que estão finalmente a receber o reconhecimento merecido: A-WA, BCUC, Den Sorte Skole, ÌFÉ, Metá Metá, N3rdistan, Romperayo, Simply Rockers Sound System e The Barberettes.

SETÚBAL Marchas populares já mexem MONTIJO Município recorre a programa para apoiar pobres

ALMADA Nova escola básica avança na Charneca

A empreitada de requalificação da av.ª dos Combatentes e rua Humberto Delgado, na zona poente, já está a decorrer. A obra orça em 400 mil euros e prazo de execução de 7 meses. A 1.ª fase da obra engloba a renovação das redes de água, saneamento e telecomunicações, e decorre entre o largo Almirante Gago Coutinho e a rotunda do monumento aos Combatentes e entre a rotunda no topo de bairro Infante D. Henrique e o desvio para a rua 4 de Maio. A obra prossegue em julho e agosto, com a construção de passeios, estacionamentos na av.ª dos Combatentes. Em setembro avança o pavimento desta avenida e das ruas Humberto Delgado e Abel Pólvora.

SANTIAGO DO CACÉM Campo alternativo de St.º André vai ter relvado sintético ALCÁCER DO SAL Regularização de caminhos agrícolas no Torrão A Câmara Municipal de Alcácer do Sal encontra-se a proceder desde o passado dia 15 de março, a trabalhos de regularização de caminhos agrícolas na freguesia do Torrão. Os trabalhos são feitos com recurso a uma niveladora. Entretanto, para assinalar o Dia do Pai, que se comemora este domingo, o município alentejano oferece entradas gratuitas na Cripta Arqueológica a todos os avós, pais e filhos.

Foi assinado no dia 13 o acordo entre o município e o Estrela de St.º André para a execução do relvado sintético e para a melhoria das infraestruturas adjacentes do campo alternativo de St.º André. O acordo visa a intervenção no campo de futebol alternativo em St.º André, propriedade da Câmara, cuja gestão foi cedida ao clube através de protocolo celebrado em 2016. É um passo importante para o clube, cidade e para o município, referiu Álvaro Beijinha, «uma vez que o clube está com dinâmica forte e com aumento de atletas e o campo relvado não suporta a sobrecarga dos treinos e dos jogos nos vários escalões».

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CULTURA

TRABALHO COM HUMOR, CRÍTICA MORDAZ E COM TEMAS ATUAIS

TAS aposta em sátira de Rui Zink para o Teatro de Bolso Depois de “Onde Fica Auschwitz?” (2004) e “Pandora Boxe” (2012), o TAS volta a levar à cena uma peça com textos de Rui Zink. A companhia setubalense aposta num trabalho com humor, crítica mordaz e com temas atuais. O autor tem acompanhado os ensaios e colaborado na dramaturgia desta sátira. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM

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Teatro Animação de Setúbal estreia no dia 24, pelas 21h30, no Teatro de Bolso, a nova produção “Fuga”, com texto de Rui Zink e encenação de Carlos Curto, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro. «É a terceira vez que apresentamos um texto de Rui Zink. “Onde Fica Auschwitz?” (2004) e “Pandora Boxe” (2012) foram as peças levadas à cena anterior-

mente. Apostámos novamente em trabalhos do Zink pelo seu característico sentido de humor, pela crítica mordaz e pela atualidade dos temas. O autor tem acompanhado os ensaios e colaborado na dramaturgía da peça», conta a diretora do TAS, Célia David. Trata-se de uma tragicomédia provocadora e comunicativa, plena de referências sobre «a condição mais humana de todas, a fuga», refere fonte do TAS. Na sequência de um acidente de automóvel,

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Roberto, um político ambicioso, vê-se perdido entre dois comícios. Não sabe onde está e procura desesperadamente fugir de duas pessoas que o perseguem e lhe chamam filho. Na pressa, perseguidos e perseguidores cruzam-se com duas estranhas figuras, uma “louca”, que conduz um carrinho de hipermercado dentro do qual transporta o filho, e um toxicodependente provocador. O espaço vai ganhando contornos mais defini-

dos e estes fugitivos percebem que iniciaram afinal a última viagem. No elenco constam André Moniz, Célia David, Duarte Victor, Miguel Assis, Sónia Martins e Susana Brito. A peça, com a duração de 90 minutos, volta no dia 25 e 26, às 21h30 e 16

horas, respetivamente, com bilhetes a 10 euros. Há descontos de 50 por cento para menores de 18 anos e idosos. Há ainda uma sessão a 27, Dia Mundial do Teatro, às 21h30, com entrada gratuita mediante marcação. Também há sessões a 1, 2, 7 e 8 de abril, às 21h30, a

9 às 16 horas, a 28 e 29, às 21h30, e a 30 às 16 horas. “Fuga” irá ser apresentada em festivais e mostras de teatro e partirá depois para uma digressão nacional. Para este ano, a programação do TAS contempla ainda “Closer”, de Patrick Marber, e “Valentin Valentin”, de Karl Valentin.


CULTURA

AGENDA SETÚBAL18MARÇO21H00

ORQUESTRA ACADÉMICA METROPOLITANA FORUM LUÍSA TODI

O pianista Artur Pizarro junta-se à Orquestra Académica Metropolitana para interpretar duas obras que escapam à mais tradicional configuração do concerto virtuoso romântico: o Concerto FP. 146 de Francis Poulenc e o Concertino H. 55 de Arthur Honegger.

SESIMBRA18MARÇO21H30

REVISTA POPULAR COM MARINA MOTA TEATRO JOÃO MOTA

“Tempestade num copo d´Água” é o título da revista à portuguesa, bem divertida, que Marina Mota Produções leva a cena no principal palco sesimbrense. Marina Mota e Carlos Cunha fazem parte do elenco. Bilhetes a 15 euros.

MONTIJO18MARÇO21H30

DANÇA “O MEDO MORA COMIGO” TEATRO JOAQUIM D´ALMEIDA

“O Medo Mora Comigo” é um bailado que junta um grupo de mulheres que aprendem a viver durante o tempo de guerra. Não é específico em nenhuma época ou espaço, os eventos repetem-se de forma cíclica obrigando esse grupo a adaptar-se e a sobreviver.

SEIXAL18MARÇO9H30|18H00

A RUA DANÇA | MOVE-TE ZONA RIBEIRINHA DE AMORA

“A Rua Dança” e “Move-te” decorrem, no âmbito do Março Jovem, com workshops e demonstrações de parkour, freeruning, slackline, como também mostras de dança a solo e em grupo.

ALMADA18MARÇO16H00

“DAMA PÉ DE MIM” PARA A INFÂNCIA TEATRO JOAQUIM BENITE

“Dama Pé de Mim” monta o cavalo e parte à procura de um amigo. Encontra a Amália, a mala que já foi crocodilo, conhece o Nuno, a nuvem caída do céu e mergulha no rio profundo. Só quando chega ao supermercado, descobre o que é um amigo.

BARREIRO18MARÇO21H30

“A FARSA DO PATRÃO” “OS PENICHEIROS”

A Farsa do patrão”, de Dario Fo, pelo grupo “Os Zecas”, conta a história em torno de uma greve numa fábrica. Esta contundente sátira política concilia os métodos de representação da revista à portuguesa com a tradição da comedia Dell ‘arte.

ALCÁCER DO SAL19MARÇO15H00

CONCERTO DE PRIMAVERA DA PAZÔA TEATRO PEDRO NUNES

A Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba celebra a chegada da primavera com um concerto que promete animar a população. O evento tem entrada livre.

GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para assistirem à revista popular “Parque à Vista”, em cena no Parque Mayer, em Lisboa, bem como para o musical “Quase normal”, dos irmãos Feist, no palco do auditório do Casino Estoril. Para ser contemplado com convites, basta ligar para 969 431 085 ou 918 047 918.

RAIO-X

POR ANTÓNIO LUIS

ANA BRINCA

«AMBICIONO UMA CARREIRA CONSISTENTE COMO ATRIZ» A atriz Ana Brinca, 28 anos, sonha com uma carreira consistente como atriz e comprar uma casa para a decorar ao seu gosto. É do signo Caranguejo, nasceu no Barreiro e reside em Setúbal. QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? Ter uma carreira consistente como atriz, por toda a minha luta diária. E PESSOAL? Comprar uma casa minha que possa decorar à minha maneira. Adoro decoração. CIDADE PREFERIDA? Setúbal. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? Nova Iorque. UM DESEJO PARA 2017? Que seja um ano com muito trabalho para mim e muita saúde para os meus. QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? Tim Burton, por ser

ArteViva já estreou peça “A exceção e a regra”

um realizador que gosto muito. QUEM É O HOMEM MAIS SEXY DO MUNDO? Se tenho namorado, será sempre a pessoa mais sexy para mim.

QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? Fui à antestreia do “50 shades darker”. MELHOR PEÇA DE TEATRO? “Blackbird”.

COMPLETE: A MINHA VIDA É… Um filme de comédia.

MELHOR MÚSICA DE SEMPRE? “The Sound of silence”, de Simon and Garfunkel.

O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? A mentira.

QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Sou persistente na busca do meu sonho.

COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Comida italiana e Coca-cola.

E DEFEITO? Sou bastante orgulhosa.

QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? Tentar ser feliz a cada novo dia, além de não dispensar o café.

COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? O gato Gatafunho.

A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? A ninguém. As pessoas venenosas acabam por se envenenarem a elas próprias.

QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? “O Principezinho”, que me foi oferecido à pouco tempo.

O QUE LEVARIA P ARA UMA ILHA DESERTA? A manta mais quente que encontrasse. Sou bastante friorenta.

O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? Estar longe dos meus, porque emigraram.

DIA OU NOITE? Dia. O QUE MAIS TEME NA VIDA? Perder quem eu gosto.

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ArteViva, companhia de teatro do Barreiro, estreou ontem, sexta-feira, às 21h30, a peça “A exceção e a regra”, de Bertolt Brecht, com encenação de Rui Quintas. Rui Quintas, o encenador, conta que em palco vamos ter a história de «um comerciante rico, o seu guia e um carregador, que vão numa expedição de três dias até Urga, para que o comerciante consiga ser o primeiro a conseguir a concessão de um poço de petróleo. A viagem é longa e tortuosa, terminando com o despedimento do guia e com a morte do carregador». Na segunda parte da peça, assistimos ao «julgamento do comerciante e à interessante questão: devemos seguir a regra ou a excepção?». Rui Quintas conta que o público «deve imaginar esta aventura como se as personagens tivessem acabado de sair de um livro de Banda Desenhada» e que esta aventura deve ser imaginada como «se fosse um filme, mas, em teatro». Para ver às sextas-feiras e sábados, às 21h30, no Teatro Municipal do Barreiro.

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POLÍTICA

CONCELHIA “ROSA” SETUBALENSE APOSTA NO ATUAL VEREADOR

Fernando Paulino é o candidato do PS à Câmara de Setúbal Com provas dadas em gestão autárquica, Fernando Paulino, que conhece bem os problemas da terra e agrega simpatizantes de todos os partidos, vai encabeçar a lista socialista à presidência do município da capital de distrito nas próximas autárquicas. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SEMMAIS

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ernando Paulino, o atual vereador do executivo municipal setubalense, é o candidato socialista, na corrida à presidência daquele município, nas próximas eleições autárquicas. O nome de Fernando Paulino foi aprovado por «maioria expressiva», na reunião da comissão política concelhia do PS de Setúbal, realizada na noite do dia 10. Paulo Lopes, presidente da concelhia ‘rosa’, mostra-se «muito satisfeito» com a escolha de Fernando Paulino, porque «conhece muito bem a terra e tem experiência em gestão autárquica». Na sua ótica, Fernando Paulino vai liderar uma candidatura que consegue agregar à sua volta «pessoas de todos os quadrantes políticos». Fernando Paulino nasceu a 15 de Janeiro de 1960, em Azeitão. Aos 10 anos mudou-se para Setúbal, onde frequentou o Liceu Nacional, tendo-se estreado no movimento associativo, na Associação de Estudantes, entre 1975/76. Em 1977, alistou-se como voluntário na Força Aérea, onde esteve durante três anos. Em

1981, começou a sua atividade profissional na fábrica da Portucel, onde exerce o cargo de supervisor. É sócio do V. Setúbal e foi dirigente do grupo desportivo da empresa ao longo de uma década. Militante do PS desde os 15 anos, entrou para a juventude partidária em 1975 e, desde essa altura, integrou diversos órgãos da concelhia socialista de Setúbal. Foi mandatário jovem concelhio na primeira candidatura de Mário Soares à presidência da república. Autarca desde 1986 integrou a Assembleia de Freguesia de St.ª M.ª da Graça até 1989, como secretário da mesa da assembleia. Foi membro do executivo desta freguesia enquanto tesourei-

ro dois mandatos (1989-1997). No mandato de 2001 a 2005 fez parte da Assembleia Municipal como deputado. Em 2005 foi cabeça de lista à Junta de Freguesia de St.ª M.ª da Graça, mas perdeu nessas eleições. Quatro anos depois, rencandidata-se e é eleito presidente da Junta de St.ª M.ª da Graça, cargo que desempenhou até 2013. É presidente dos Socorros Mútuos Setubalense, desde 1996 e pertence aos órgãos sociais, desde 1986. Eleito em 2013, Fernando Paulino está a cumprir o seu segundo mandato como vice-presidente da União de Mutualidades, acumulando as funções de representante da referida instituição na Plataforma Supra Concelhia da Segurança Social.

Nuno Magalhães quer esclarecimentos sobre viaturas da esquadra da PSP de Almada

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deputado do CDS eleito por Setúbal quer que a ministra da Administração Interna esclareça quais os investimentos que vão ser feitos na divisão territorial da PSP de Almada, nomeadamente em viaturas e, também, quando pretende a tutela entregar à PSP de Almada viaturas equivalentes às que recentemente distribuiu por Lisboa e Porto. De acordo com notícias recentemente veiculadas pela comunicação social, a esquadra da PSP de Almada encontra-se, de momento, com «graves problemas ao nível dos seus meios materiais, nomeadamente o mau estado em que se encontram grande parte das suas viaturas». Segundo a mesma fonte, os agentes da referida esquadra terão «nos últimos dias recorrido inclusive, às suas viaturas particulares para conseguirem dar

cumprimento às várias solicitações que lhes são feitas». Esta necessidade deve-se ao facto de as 4 viaturas da PSP de Almada estarem paradas, em resultado de diversos problemas e avarias mecânicas. As referidas notícias dão conta, ainda, de que as duas viaturas que estão ao serviço da Equipa de Intervenção Rápida (EIR) têm já muitos anos, carecem de manutenção e apresentam uma elevada quilometragem. Segundo o CDS de Almada, a PSP daquela cidade apenas dispõe de «uma carrinha para 25 agentes, que apresenta os mesmos problemas do restante parque automóvel daquela força de segurança, o que já terá impedido que os agentes de investigação criminal da PSP de Almada tenham sido impedidos de tomar conta de várias ocorrências criminais».

Carta aberta de um militante ao Presidente do PPD/PSD – Dr. Pedro Passos Coelho

A

ssunto: Desafio. Caro Dr. Pedro Passos Coelho, sou militante do PSD há mais de 25 anos, autarca há mais de 10, já tive vários cargos no partido e nunca fui um seu apoiante interno, mas sou um confesso admirador pela forma como governou Portugal durante a legislatura em que foi Primeiro-Ministro. Apesar do que vou dizer parecer contraditório, sempre fui um crítico da sua teimosia e neo-liberalismo excessivo, com pouco humanismo, mas, em simultâneo, um admirador da sua tenacidade, verticalidade, competência, resiliência e sobretudo desprendimento do populismo fácil. E só era simultaneamente crítico desta

última faceta, porque sabia que o adversário jogava com outras “armas” e que o populismo dos em contraponto à sua teimosia levaria aos resultados hoje conhecidos. Mas a verdade é que o que lá vai, lá vai e é importante olhar para o futuro. E no futuro, caro Dr. Pedro Passos Coelho, na minha opinião os ratos estão prontos a abandonar o navio, agora que o afundamento do navio está iminente e, na minha humilde opinião, após as autárquicas só se aguentará como líder do PSD se ganhar as eleições autárquicas deste ano. E como se ganham umas eleições autárquicas? 1 – Ter mais câmaras do que os outros partidos. 2 – Conquistar as principais Câmaras do País. 3

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– Mesmo que não conquiste os itens 1 e 2, ser o partido mais votado. Ora, pelas sondagens, será difícil atingir o terceiro ponto. Conquistar o Porto, Coimbra, Braga, Lisboa Faro, Setúbal, Guimarães, Sintra, Cascais, Oeiras, Santarém e mais umas quantas mais mediáticas, parece muito difícil, sobretudo o Porto, Lisboa e Coimbra. Ser o partido a ganhar mais Câmaras, também não me parece um cenário muito plausível, portanto a probabilidades de a noite das eleições autárquicas ser a chamada “Noite das Facas Longas” na Rua de S. Caetano é muito elevada, daí lançar-lhe o seguinte desafio: Seja o nosso candidato à Câmara Municipal de Lisboa.

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA

VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL O que tem a perder? Nada. Mas a ganhar tem tudo. Mostra a coragem a que nos habituou. Dá o peito às balas. Mostra que tem a coragem que outros notáveis não têm. Mostra disponibilidade para o combate político, por mais difícil que ele se apresente. E pode reconquistar o seu espaço se ganhar, mesmo que perca todos os outros três grandes objectivos. Para os críticos desta opção, dizendo que um Primeiro-

-ministro nunca poderá concorrer a um lugar de menor prestígio institucional, apenas lhe recordarei que Pedro Santana Lopes e António Costa saíram da cadeira de Presidente da Câmara directamente para a de Primeiro-Ministro e que Jorge Sampaio, para a de Presidente da República. Chega? Com saudações democráticas e votos para que aceite o meu repto.


DESPORTO

ALEGRO MEIA MARATONA DE SETÚBAL PROPORCIONA DOIS DIAS DE GRANDE FESTA COM CENTENAS DE ATLETAS

«Queremos continuar a projetar Setúbal através do desporto» Projetar Setúbal através do desporto e proporcionar uma manhã agradável aos participantes, tendo como pano de fundo o Rio Sado e a Arrábida, são os principais objetivos da Alegro Meia Maratona de Setúbal. Há pacotes especiais nas unidades hoteleiras para que os participantes fiquem a conhecer melhor a cidade. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM CMB

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edição deste ano da Alegro Meia Maratona de Setúbal, prova de atletismo que se realiza a 21 de maio, conta com um reforço da logística de apoio aos atletas. A iniciativa, organizada pelo município sadino, com o apoio do Alegro e organização técnica da HMS Sports, tem como prova principal, a 21 de maio, a meia maratona, num percurso de 21,0975 quilómetros. O evento inclui ainda, no mesmo dia, a Corrida das Famílias, com um percurso de 5,5 quilómetros, e, a 20 de maio, a Corrida Miúdos Alegro, dedicada aos mais novos. Para a edil Dores Meira, presente na manhã de terça-feira na cerimónia de apresentação do evento, no centro comercial, a cidade vai, durante dois dias, «viver uma grande festa», com centenas de atletas e populares a participarem numa iniciativa em que o desporto se funde com o lazer e a animação. A autarca confessa «grande alegria» pela realização da Alegro Meia Maratona de Setúbal, evento com quase três décadas de

história, mas que foi catapultado «para um novo patamar» há 3 anos, com o início da parceria entre a autarquia e o Alegro Setúbal. Dores Meira salientou ainda a importância desta iniciativa para dar continuidade à projeção alcançada pelo concelho, no ano passado, com Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016. «Queremos continuar a projetar Setúbal através do desporto. Em 2016, houve eventos de nível nacional e internacional que colocaram Setúbal no mapa. Por isso, o patamar é muito elevado. Mas vamos dar continuidade a esse trabalho». «DESAFIO EXTRAORDINÁRIO» Também o vereador do Desporto, Pedro Pina, sublinhou o «desafio extraordinário» que tem sido a parceria com o Alegro Setúbal, a qual levou a que logo no primeiro ano, em 2015, a prova tenha recebido a certificação de três estrelas da European Athletics. «O nosso objetivo é lutar pelas cinco estrelas e trabalhamos para isso todos os dias. Esta prova reúne todos os predicados e é uma experiência única correr com o rio Sado

e com a Serra da Arrábida como pano de fundo». No sentido de melhorar cada vez mais a qualidade do evento e adaptá-lo às novas dinâmicas da cidade, mas também às necessidades dos atletas, nas últimas edições têm-se registado alterações ao formato original do evento e este ano não é exceção. Na edição deste ano, a organização aposta na mudança do horário da partida da Alegro Meia Maratona de Setúbal e da Corrida das Famílias das 09h30 para as 10 horas. «MANHÃ AGRADÁVEL E DE FESTA» «O objetivo é proporcionar uma manhã agradável e de festa a todos. Por isso, queremos que as pessoas que são de fora de Setúbal venham com calma. Ouvimos as opiniões dos atletas e esta alteração no horário traz mais conforto a todos», justificou o diretor-geral da HMS Sports, Hugo Sousa. Outra novidade é a existência de abastecimento sólido também aos 15 quilómetros, na meia maratona, além do habitual existente na meta, e a instalação de casas de banho de 5 em 5 quilómetros, ao longo do percurso. De salientar, igualmente, que a entrega dos kits

de atleta aos participantes começa mais cedo este ano, no dia 18, passando a ser feita em quatro dias, ao invés dos três anteriores. «As pessoas ficam com mais tempo para recolher os kits, mas é também uma forma de trazer mais gente a Setúbal com uma certa antecipação», referiu o diretor-geral da Immochan, Mário Costa. O responsável, que confessa «grande orgulho»

nos resultados da parceria com o município, vincou a importância que o evento dá não apenas à vertente competitiva, mas também ao «desenvolvimento de um espírito saudável e de equipa, sobretudo entre as crianças». Por isso, desde o primeiro ano em que a prova se realiza através desta parceria, foi implementada a Corrida Miúdos Alegro, destinada a crianças dos 5

aos 13 anos. «É importante que as crianças sejam uma parte ativa neste evento e, por isso, o dia 20 é dedicado a elas. O objetivo é promover a prática da atividade física e a adoção de um estilo de vida saudável». Isabel Silva, apresentadora de televisão, e Tiago Teotónio Pereira, ator, o Messias da novela “Mar Salgado”, são os padrinhos do evento.

Pacotes especiais em unidades hoteleiras A Alegro Meia aMaratona de Setúbal associou-se a algumas unidades hoteleiras, que prepararam pacotes especiais para o fim de semana de 21 e 22 de maio para que os participantes «conheçam melhor a cidade e aproveitem melhor a prova», indicou Dores Meira. «Setúbal tem cada vez mais alojamento local e restaurantes, paisagens e gastronomia fantásticas». Os pacotes de alojamento destinam-se apenas aos inscritos na Alegro Meia Maratona de Setúbal, que, no momento da reserva, devem indicar o número do dorsal. Isabel Silva, apresentadora de televisão, e Tiago Teotónio Pereira, ator, o Messias da novela “Mar Salgado”, são os padrinhos do evento e vão correr os 21 quilómetros.

André Sousa já é futebolista profissional Pugilista Rui Pavanito continua a dar cartas no boxe

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médio André Sousa, a cumprir o último ano de júnior, assinou esta semana contrato profissional com o V. Setúbal até 2020. A treinar às ordens de José Couceiro, o jogador de 19 anos confessa-se radiante pelo momento. «É o concretizar de um sonho chegar a profissional com a camisola do Vitória». André Sousa é filho do jogador e ex-treinador do V. Setúbal, Hélio Sousa. O internacional sub-19 por Portugal congratula-

R

-se, ainda, pela estratégia desportiva que o Vitória tem adotado nas últimas épocas, com um aprovei-

tamento muito grande dos jogadores oriundos da formação, onde são já vários os casos de sucesso.

ui Pavanito, de 40 anos, da Quinta do Conde, é atualmente o campeão português de Boxe Profissional de pesos médios. O atleta defrontou este mês o campeão espanhol, em título, Ronni Landaeta, tendo perdido o combate, apesar da elevada qualidade dos 8 assaltos que jogou. De salientar que o campeão espanhol encontra-

-se no ranking mundial de Boxe nos cem melhores atletas, tendo o atleta espanhol afirmado, em conferência de imprensa, que «o atleta português não passaria do 5 assalto e que iria mesmo ao tapete». Rui Pavanito defendeu com «elevação» a nossa bandeira, e, mais uma vez, demostrou ser «o melhor pugilista da atualidade». No dia 1 de abril, Rui Pavanito já tem agendado

outro combate, mas está determinado a manter o título de campeão nacional e defendê-lo. Será no Boa Hora Futebol Clube, em Lisboa.

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NEGÓCIOS

ADEGA COOPERATIVA DE PEGÕES SOMA E SEGUE NUM PERCURSO SEM MÁCULA E COM FUTURO CONSOLIDADO

«O segredo é termos excelentes uvas, excelentes sócios e sabermos o que andamos a fazer» 2016, marcou o melhor ano de sempre desta cooperativa que é exemplar no negócio do vinho, atingindo 16 milhões de euros de faturação e um crescimento sólido em Portugal e no estrangeiro. O segredo está nas excelentes uvas que vivificam nos seus solos, na competência dos profissionais, na gestão de sócios profissionais e em apostas certeiras.

TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM

O

s resultados que a Adega Cooperativa de Pegões tem vindo a atingir nos últimos anos parecem milagre, mas não são. O ano passado a faturação somou mais de 16 milhões de euros e a produção andou pelos 14 milhões de garrafas. A somar aos números, estão os prémios: mais de duas centenas marcaram este melhor ano de sempre. «Para os mais distraídos, isto é trabalho e maturação de muitos anos», afirma Jaime Quendera, o conhecido enólogo da região, tornado Comendador por Cavaco Silva, e gerente da Adega Cooperativa. Nos últimos três anos, as apostas da empresa, como os seus responsáveis gostam de referir, foram todas direitinhas ao investimento. Nova loja e escritórios, modernas áreas de armazenamento e expedição, incremento da vinificação e suas técnicas, na adega, e até na logística geral. «Está tudo feito, num esforço financeiro de 2,5 milhões de euros, que vai agora aumentar a nossa capacidade de produção para os 20 milhões de garrafas e culminar um ciclo de crescimento singular», sustenta Jaime Quendera. Até com a crise a Adega Cooperativa de Pegões saiu vencedora, mercê do reconhecimento da sua marca, no eixo da qualidade/preço. Quendera explica porquê: «No período de crise, os consumidores foram mais selectivos e menos esbanjadores, por isso recorreram a vinhos de qualidade mas com preço justo, o que é o nosso caso. Ganhámos muito

com essas escolhas, e também nunca quisemos ganhar tudo de uma vez. É uma opção estratégica de gestão». Os responsáveis da empresa vitivinícola de Pegões que além de Jaime Quendera, inclui Mário Figueiredo, presidente da direcção, e Helena Oliveira e Carlos Pereira, como vogais, têm cada vez mais orgulho num percurso que colocou a empresa entre as quatro gigantes do setor na região de Setúbal. «O ano passado ficámos no 4 lugar do ranking nacional da qualidade e fomos a 20.ª do mundo, recentemente, já este ano, ganhámos o troféu para melhor vinho tinto da Rússia, o que aconteceu pela primeira vez com um vinho português, e mesmo como cooperativa já fizemos com que o Montijo fosse o concelho mais premiado de Portugal», explicam os dirigentes da Adega. O QUE MAIS VENDE EM TODA A PENÍNSULA Mas há mais. Os vinhos da Cooperativa de Pegões, são os mais vendem em toda a península de Setúbal, com 35% de cota deste mercado regional, e já não é primeira vez que são distinguidos pelo concurso “Uva de Ouro” da Sonae, pelas quantidades que vendem nos seus hipermercados. E não foi fácil chegar aos restaurantes porque, sendo uma cooperativa, há uma grande rejeição. «Às vezes nem que tenha todos os melhores vinhos do mundo», ironiza Jaime Quendera. Contas feitas, os negócios da Adega Cooperativa de Pegões vão de vento em popa. O ano passado fecharam com um crescimento de 16%, sendo que 18% no mercado nacional e mais ou menos 12% no mercado

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estrangeiro. «Em cada três garrafas, duas são para o mercado interno, que continua a ter um grande peso, mas a internacionalização tem uma mais-valia financeira muito mais forte. Repare-se que só a vender vinho, não carros, nem maquinaria, faturámos mais que 800 das mil maiores empresas do nosso distrito, e essa realidade é conseguida através das nossas exportações», explica Jaime Quendera. E também no que toca à internacionalização, que arrancou no ano 2000, Quendera revela um sentido estratégico. «Fugimos muito aos chamados mercados voláteis, mais arriscados. Uma coisa é vender para a Alemanha, outra para Angola», explica o dirigente. E no cardápio de países onde se pode comprar vinhos da Cooperativa estão pesos-pesados da economia: para além da Alemanha, Canadá, Inglaterra, Holanda, Polónia ou China, tudo mercados muito competitivos, onde o consumidor paga bem para beber melhor. «Hoje exportamos quatro ou cinco vezes mais do que exportávamos no início, com cerca de 33% da nossa produção total», afirma. Os responsáveis da cooperativa, que dispõe de 50 funcionários dedicados, são unânimes em concordar num segredo especial como trunfo para todas estas conquistas: excelentes uvas, excelentes sócios, processo de produção totalmente mecanizado e pessoal muito profissional e competente. «Esta é a base, os nossos sócios, que são pouco mais que 90, não são amadores. E a nossa filosofia é mantermos agora e no futuro este grau de profissionalismo», explicam.

A rainha “Castelão” num vale de outras castas A Adega Cooperativa de Pegões dispõe de cerca de 1200 hectares de vinha plantada, sendo que 800 destas têm entre dez a quinze anos de vida. Os solos arenosos, a presença de um aquífero dos maiores do país e uma exposição ao sol quanto baste, são ingredientes mais que suficientes para fazer bom vinho. Depois, é preciso saber fazer, porque estas condições naturais sempre existiram. «É prova de que não basta ter, é preciso o saber fazer, e isso tem sido uma constante, tirar o melhor partido destas excelentes uvas que conseguimos produzir», explicam os dirigentes da Cooperativa de Pegões. A produção da Adega Cooperativa de Pegões divide-se entre 70% de tintos e 30% de brancos e moscatel. Nos tintos, domina a casta “Castelão”, com 70%, sendo seguida da “Touriga”, “Alicante”, Aragonês” e “Sirah”, que se dá muito bem nestas paragens. No que diz respeito aos brancos, 60% é da casta “Fernão Pires”.


DIA MUNDIAL DA ÁGUA

DIA DE PROMOVER A CONSCIENCIALIZAÇÃO SOBRE A ÁGUA PAR A NOSSA SOBREVIVÊNCIA

Servir as comunidades sem esquecer de acautelar o futuro das novas gerações

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Dia Mundial da Água é comemorado mundialmente em 22 de Março. Esta data foi criada pelas Nações Unidas. O objetivo deste Dia é promover a consciencialização sobre a relevância da água para a nossa sobrevivência e de outros seres vivos. Os tecidos vivos contêm grandes quantidades de água, e necessitam de quantidades ainda maiores para crescer e para compensar as perdas por transpiração. A produção de alimentos precisa de grandes volumes de água potável, muito mais do que possamos imaginar. Assim, para produzir 1 kg de cereais são necessários 1500 litros de água e para produzir 1 kg de carne são

necessários 15000 litros de água. Em média, são necessários gastar 3000 litros de água para produzir todos os alimentos necessários para a dieta diária de um ser humano. A segurança alimentar só existe quando todas as pessoas têm acesso, a todo o tempo, a alimentos seguros e suficientes para as necessidades de uma dieta capaz de assegurar uma vida ativa e saudável. A escassez de água é a principal restrição à segurança alimentar e ao desenvolvimento. As Nações Unidas calculam que, no mundo, uma em cada oito pessoas não tem acesso a água potável, e que, uma em cada cinco pessoas não dispõe de saneamento adequado. Acresce que, na maior parte das regiões do mun-

do, a água potável é muito difícil de produzir. E, em regra, à medida que a população aumenta, agravam-se as condições de escassez de água e de alimentos per capita e, em consequência, muitas pessoas perdem o acesso a água para satisfazer as necessidades de uma vida ativa e saudável. No Montijo, embora não existam grandes dificuldades no acesso aos recursos hídricos, é necessário garantir uma gestão equilibrada e sustentável desses recursos. Os serviços Municipalizados de Água e Saneamento, SMAS, concretizaram diversos investimentos, nos últimos anos, que possibilitam hoje a garantia do direito de acesso à água. O alargamento re-

cente da cidade do Montijo, entre vários aspetos, não esqueceu de dar prioridade à melhoria das infraestruturas básicas de abastecimento de água e de saneamento. O Dia Mundial da Água assinala as desigualdades e injustiças no acesso a água potável, saneamento e alimentos, sendo obrigação de todos nós atuar para reduzir os desperdícios, a pobreza, a doença e a fome. Assumir que o direito à água é um direito fundamental. Os documentos das Nações Unidas procuram comprometer os governos e as autoridades locais a garantirem um abastecimento mínimo de água, em particular para aqueles grupos de pessoas mais vulneráveis. Assegurar o acesso a água potável

e saneamento, é uma responsabilidade que, todos os dias, os SMAS procuram satisfazer junto de todos os montijenses.

Pela água, pelo ambiente e pelo Montijo. O Presidente Conselho de Administração dos SMAS, Nuno Canta.

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EDITORIAL

OPINIÃO

Deixar arder em lume brando

Raul Tavares Diretor

Não basta lembrar, é preciso não esquecer

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inda a história não se refez, em período de nojo, para melhor entender as razões que levaram o Ocidente à queda financeira e ao declínio económico, já sabemos nós que, nomeadamente em Portugal, a fatia mais pesada do resgate feito pela Troika foi injetada na banca e não a salvou. Alguém se lembra dos contínuos anúncios políticos nos jornais, nas Tv’s e em todo o lado, de que nem o ‘bom’ nem o ‘mau’ BES iria custar-nos um cêntimo... E, sabemos os milhares de milhões que ambos consumiram e continuam a consumir. E, colocando os casos de polícia de lado (quase todos, por sinal), lembram-se das centenas de milhões do BPN, também dissecado em ativos e menos ativos... Lembram-se? E da contas que ficaram pagarmos todos nós, mesmo os que nem conta tinham aberto naquele ‘antro’ de glutões mafiosos? E de como o então braço-direito de Passos Coelho, Miguel Relvas adquiriu por tuta e meia o que poderia dar dinheiro e ter valor? E dos BCP’s, dos Banif’s e mesmo das Caixas... Lembram-se que quando estoirou a crise, fomos todos culpados de trabalhar pouco, ganhar muito, esbanjar dinheiro como tolos e não poupar, cuidando do futuro? Lembram-se que foram retiradas as regalias sociais aos que menos tinham, mas ainda assim era preciso «aguentar», na expressão singela do banqueiro Ulrich... Ou do comer pouco, comer ainda menos, como aquela prosaica tirada da senhora “banco alimentar”. Se nos lembramos de tudo isto e de muito mais, é bom que não nos esqueçamos. Porque, cada vez que se toca nesse passado recente, vamos percebendo que andaram mesmo a brincar à crise e com cada um de nós. As listas Vips, os milhões em fuga para os offshores, as decisões tomadas em férias, com cheques em branco e um ‘não sei, não me lembro’ que agora caiu em uso, ainda têm muito que revelar.

A

escolha de um título de uma notícia, artigo de opinião, ou abertura de primeira página de um telejornal, não é ingénua. Em qualquer um dos formatos, está sempre presente algo que tem por objetivo chamar a atenção do leitor, ou ouvinte, não existindo ainda qualquer inocência por parte do autor do texto, ou de quem tem a responsabilidade de por a edição no ar, ou na rua. O recente título de primeira página num dos principais jornais, que informava os leitores da existência de 2 milhões em depósitos há dez anos, de uma dada organização da economia social, tinha um objetivo claro, senão vários. O primeiro, depois de acompanhar as tentativas do exercício do contraditório, as quais deveriam ter acontecido antes da “bomba ser lançada”, ficou demonstrado que o objetivo principal da notícia, não era queimar a instituição que tem em depósitos 2,1 milhões de euros que servem de almofada financeira para assegurar responsabilidades no futuro. O que se pretendia com a notícia era por em causa a gestão e a transparência das organizações de economia social, e em particular aquelas que têm por missão a animação da Pastoral Social. O segundo objetivo, está relacionado com a origem das fontes das notícias, as quais têm

sempre na mira do autor atingir pessoas concretas. Normalmente, a fonte de uma notícia, tem um assunto mal resolvido com alguma entidade que tem poder, isto é, a fonte não é isenta nas intenções. É esta uma das pratica do jornalismo, a qual não é recente e que será sempre assim. Em síntese, quem se põe a jeito, tem protagonismo e poder numa organização, está sempre mais exposto e por isso, no exercício de cargos, sobretudo de responsabilidade pública ou politica, convém saber lidar com a comunicação social e também com as criticas internas na organização a que pertence, sob pena ser queimado em lume brando. De nada vale depois da primeira página ser publicada, vir a público justificar o injustificável, ou então tentar fazer um braço de ferro com o autor da notícia. Para além do poder que tem cada vez mais a comunicação social, a influência detida junto na opinião pública, qualquer notícia quando é promovida com um titulo de letras garrafais e se destaca numa banca de jornais é porque não há fumo sem fogo. Poder-se-á criticar as fugas de informação que existem relacionadas com processos que deveriam estar efetivamente em segredo de justiça. Porém, não deixa de ser verdade que as notícias de primeira página têm contribuído para fomentar a

GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA PAULO LOURENÇO INVESTIGADOR SOCIAL

transparência da gestão dos dinheiros dos contribuintes, independentemente da sua origem e aplicação. Podemos não gostar que a justiça ande a reboque da comunicação social, mas nos tempos que correm qualquer um que tente dar-se bem com Deus ou com Diabo ao mesmo tempo, vai ter de optar. Felizmente, já lá vai o tempo em que as pessoas se acobardavam com medo de serem despedidas, ou evitavam expressar publicamente a sua opinião para não verem extinto o seu posto de trabalho ou comissão de serviço. São estas as regras que os dirigentes das organizações da economia social já deveriam ter percebido. Em vez de andarem ocupados a implementar praticas de gestão comercial nas organizações sociais, poderiam ter aprendido que não é compatível a ação social com a atividade comercial praticada pela mesma entidade. Para além de não terem aprendido o que é concorrência desleal, esquecerem-se que qualquer organização para estar no mercado precisa de ter

recursos competentes, cuja remuneração resulta diretamente do trabalho que produz e resultados que obtém. Gerir uma organização, na qual ao dia certo do mês “cai” a receita do acordo de cooperação com o Estado, é totalmente distinto da administração de uma empresa com prazos de recebimento a 90 dias, ou mais, que não sabe se tem clientes quando abre a porta no dia seguinte. Durante os últimos anos alguns dirigentes de organizações da economia social, andaram a brincar com o fogo, fazendo experiências de gestão comercial em instituições que não detém capacidade nem recursos para estarem sozinhas por conta própria e risco no mercado. Para além de pensarem que eram intocáveis porque eram voluntários, não auferirem remuneração, pensando que desta forma até “podiam ir para o céu”, subestimaram uma regra que é básica quando se está no mercado. Ignoraram o poder que tem a concorrência e a satisfação dos clientes internos e externos.

Árbitros para quê?

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desporto e a atividade física no geral têm componentes diferentes nas suas práticas, nas quais se insere também a competição que visa encontrar os melhores coletivamente ou individualmente. A objetividade da competição no desporto não se compare com a competitividade económica, nesta é de todo impossível avaliar quem é o melhor se não definirem parâmetros parcelares e setoriais. Ao desporto competitivo há a considerar as emoções e paixões que veem desde os tempos áureos dos romanos e gregos. Tendo em conta que o ser humano na sua essência é egoísta quando está perante processos de autoavaliação;

desde os primórdios da competição desportiva houve a necessidade de recorrer a juízes e/ou árbitros para ajuizar o cumprimento das regras do jogo. Um jogo ou uma prova seja ela qual for que não tenha um árbitro tornar-se-á uma anarquia competitiva. Todos os agentes desportivos: dirigentes, técnicos, atletas e incluindo espetadores, como utentes dos espetáculos deveriam ter presente que aqueles pressupostos e assim respeitarem os agentes desportivos intervenientes no processo competitivo, nomeadamente a figura do árbitro. Sabemos que em todas as atividades há os bons e os menos aptos. Há aqueles que possuem idoneidade moral e

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cívica e outros com menores competências. O mesmo se aplica e muito em especial aos dirigentes desportivos. O desporto é em muitos casos um instrumento de paz entre povos que estão em conflito, obviamente não pode tornar-se num palco de violência em sociedades que vivem em paz. Os dirigentes desportivos têm que ser os primeiros a dignificar as competições em que tiverem responsabilidades e pugnarem por todos os agentes desportivos envolvidos. Uma atividade

que seja manchada por atos ilícitos, tem repercussões a prazo e envolve todos que nela estão inseridos. Ao invés, infelizmente, não basta esperar só pelas boas ações, urge tomar medidas preventivas e de dissuasão, que passarão certamente pelo agravamento de penas pecuniárias e afastamento do desporto daqueles que sejam prevaricadores e também possam promover a violência gratuita. Saibam os agentes desportivos dignificar a atividade física!

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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chegar tarde a reuniões que não preparou minimamente. A chegar a horas a trabalhos que não sabe o que são. A discutir assuntos que não faz a mínima ideia do que sejam. Numa palavra: desperdício. E à conta desse desperdício somos um dos países europeus em que mais se trabalha e menos se produz. Mais uma vez um módico de organização mudava muito. Reduzia agendas (pejadas de inutilidades). Diminuía drasticamente as comitivas presentes nas muitas inaugurações de “coisas” sem sentido. Onde diz “coisas sem sentido”, ler, por exemplo, “Aeroporto de Beja”. Aumentava o tempo de reflexão antes da decisão. Eliminando, de uma vez por todas, a decisão por impulso. Esse “desporto nacional” que parece resolver o curto prazo mas, na prática, o que faz é enterrar o longo prazo. E o longo prazo são os nossos filhos, e netos, e netos deles. O futuro. Outra dessas negativas caraterísticas, “genial” e manhosa, é o

TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR

“nim”. Um sorriso pela frente, um “deixar andar” no entretanto, um não final porque, enfim, faltava qualquer coisinha para a “coisa” ter a devida aprovação. O “nim” é o cemitério dos finais felizes mas a pura festa dos entretantos. Mais valia um “não”. Simples e básico mas que nos poupava tanto tempo. E o tempo perdido com o processo (sim é um longo e sinuoso processo) do “nim” ocupa exércitos de funcionários, colaboradores, facilitadores, assessores e outras espécies sem uso nem vantagem. Faço-me notar que não usei a palavra trabalhador. Porque quem complica não trabalha. Pelo contrário, complica a vida de quem trabalha. E essa arte de

complicar só é possível com a conivência do cidadão. Esse o verdadeiro problema. O império do “nim” só existe porque vive rodeado dos tão caraterísticos: “ouvi dizer”, “constou-me”, “alguém bem colocado disse-me” (tipo segredo guardado a sete chaves) e outros exemplos da facilidade que procura, avidamente, o facilitador. Quando o “frenesim” encontra o “nim” uma súbita paixão acontece. Morna mas persistente. Oblíqua e nebulosa. Pouco dada a resultados e muito inclinada a reflexões e grupos de trabalho. Trabalho? Essa paixão tem um nome, com 2 palavras: país adiado. Temos pena que seja o nosso.

Insolvência da Teodoro Gomes Alho (Um enredo Kafkiano no distrito de Setúbal)

E

m 6 de Setembro de 2010 foi, no Tribunal de Comércio de Lisboa, decretada a insolvência da sociedade comercial Teodoro Gomes Alho, SA. A empresa, seria à época, o maior empregador do concelho de Sesimbra, e um dos maiores do distrito de Setúbal, com cerca de 450 trabalhadores. Pese embora as reconhecidas dificuldades financeiras que a empresa atravessava, acumulando dívidas a fornecedores e com os salários em atraso, foi aprovado em Junho de 2011 um plano de viabilização da empresa. Desde essa data, até ao mês de Março de 2014, a empresa aplicou o seu plano de reestruturação, ficando pelo meio várias decisões questionáveis por parte da administração, que fizeram com que imobilizado da firma (leia-se maquinaria) tenha ido parar a destinos tão distantes como Angola ou Trinidad e

Tobago sem que a respetiva contra prestação tenha chegado a entrar nos cofres da sociedade. No entanto, e pese embora tal facto, a verdade é que o processo de insolvência foi encerrado em 21 de Março de 2014, considerando-se o plano de recuperação um sucesso! Foi pois sem surpresa que esta decisão foi objeto de recurso, e o Tribunal da Relação de Lisboa veio em Julho de 2015 a reconhecer a insolvência da sociedade, ordenando a sua liquidação. Sucede que entrementes, tinha dado entrada novo processo de insolvência, tendo esta sido também aí decretada, estranhando-se no entanto que ninguém tenha informado o Tribunal do Recurso interposto na anterior insolvência, tanto mais que os sujeitos processuais eram, grosso modo, os mesmos! Desta forma a sociedade comercial Teodoro Gomes Alho foi declarada insolvente em dois

ATUALIDADES SAMUEL CRUZ ADVOGADO

processos distintos, no período compreendido entre Julho de 2015 e Agosto de 2016... Nem Kafka imaginaria melhor! Neste entretanto todos os restantes trabalhadores foram despedidos durante o mês de Junho de 2015 e os atos de liquidação, mormente a venda de ativos foi iniciada, até que o bom senso imperou e foi proferido despacho declarando a inutilidade superveniente da lide no segundo processo, justamente em Agosto de 2016. Ou seja, em bom rigor, neste momento, os trabalhadores despedidos da Teodoro Gomes Alho, são credores da massa insolvente e aí têm direito a receber os seus créditos

laborais, no entanto a decisão de pagamento tarda e tem vindo a ser adiada há já sete meses. Acrescente-se que a massa insolvente tem, neste momento, fruto das vendas já realizadas, à sua disposição o capital necessário para proceder ao pagamento das indemnizações devidas a estes trabalhadores. É urgente a resolução deste problema! Estas famílias, já de si vitimas de todo este processo, não podem continuar a ser prejudicadas por um imbróglio jurídico ao qual são totalmente alheias. Este é pois um problema social e de toda a sociedade, e é para este combate que hoje aqui convoco, todas as forças vivas do distrito.

Todos os sábados, com o semanário expresso, o seu jornal de referência, único com circulação em todo o distrito de Setúbal. Tiragens regulares de 40.000 exemplares e audiência média estimada em 160.000 leitores.

MÉDICO DENTISTA

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atual secretário-geral da ONU disse, há muitos anos, talvez já a adivinhar o “pântano” que aí vinha (e veio): “trabalho é muito diferente de frenesim” (cito de memória, e a minha memória já não é o que era). Simplificando: trabalho é trabalho; frenesim é frenesim. Coisas diferentes portanto. Simples? Não! Complexo. Deveras complexo. Portugal é um país com muitas coisas boas. E algumas más. E essas más, algumas obviamente más, tendem a esconder-se na desculpa gasta da sua imaginária origem cultural. Explicação que pretende justificar não apenas a sua existência mas também a impossibilidade em conseguir mudanças. A não ser que levem uma geração. Ou seja nunca. Uma dessas caraterísticas (não culturais, claro) é a confusão entre trabalho e frenesim. Gente atrapalhada a fingir que trabalha e sempre com a palavra “urgente” na boca. Sempre a correr. A

CLINICA SEMMAIS

O país do frenesim, e o país do nim

ONIS GIROTTO

OPINIÃO

Saúde oral na terceira idade COM A IDADE QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE PODEM SURGIR NA CAVIDADE ORAL, NOS DENTES, NAS GENGIVAS E NAS MUCOSAS? Os problemas mais comuns que surgem com a idade são as cáries, principalmente as cáries radiculares (raízes dos dentes), a doença periodontal (gengivas), a perda de dentes, as alterações funcionais da cavidade oral (mastigação), o desgaste dentário, o cancro oral, a xerostomia (sentir a boca seca) e a dor crânio-facial. Outras alterações associadas à idade estão relacionadas com o aparecimento de mucosas sensíveis e finas, alteração da cor dos dentes e diminuição da percepção de certos sabores. PERANTE PROBLEMAS COM A MINHA SAÚDE GERAL POSSO FAZER TRATAMENTOS COM SEGURANÇA NO MÉDICO DENTISTA? Sim, é importante visitar o Médico Dentista e informá-lo de todos os problemas de saúde e dos medicamentos que está a tomar. Deste modo, o tratamento médico dentário decorrerá em segurança, pois o profissional irá tomar todos os cuidados necessários e realizara os tratamentos adequados a cada situação clínica. É IMPORTANTE INFORMAR O MEU MÉDICO DENTISTA DE TODOS OS MEDICAMENTOS QUE TOMO? Sim, pois alguns medicamentos quando tomados de forma continuada tem repercussões na cavidade oral e nos tratamentos. O Médico Dentista poderá ajustar a terapêutica prescrita e realizar os tratamentos na cavidade oral com segurança, diminuindo ou mesmo evitando interferências desses medicamentos. Realizando com segurança os tratamentos adequados a cada situação clínica. QUAIS OS PROBLEMAS MAIS GRAVES QUE PODEM SURGIR COM A PERDA DOS DENTES NATURAIS? Para além das alterações estéticas, fonéticas e funcionais a perda de um dente provoca na boca alterações nomeadamente nos outros dentes, pois alteram a relação que estes estabelecem, isto é, os restantes dentes movem-se para os espaços que ficam “vazios” sofrendo rotações e versões e alterando a oclusão (mordida, encaixe dos dentes). QUANDO OS DENTES “ABANAM”, OU AS GENGIVAS SANGRAM E DOEM, O QUE DEVO FAZER? Deve dirigir-se com a máxima urgência ao Médico Dentista para que este avalie o estado da boca. Poderá ser urgente, para além de outras medidas, a realização de uma destartarização (limpeza) para eliminar a placa bacteriana e/ou tártaro que constituem causas desta situação clínica. A placa bacteriana é uma espécie de película que adere aos dentes e às gengivas e quando não é removida transforma-se em tártaro duro e rugoso, lesivo para as gengivas e para o suporte dos dentes, provocando, numa fase mais avançada, dor e mobilidade dentária. Bom fim-de-semana a todos e muitos sorrisos.

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