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SEMMAIS 2019
Um grafismo em mudança, a referência de sempre.
Região
Diretor Raul Tavares
Semanário Região de Setúbal
Edição n.º 1055 9.ª série
DISTRIBUÍDO COM O
Sábado 19 outubro
2019
SOCIEDADE
Sines e os cabos do mundo A baía de Sines vai ser uma das amarrações de um cabo submarino de fibra ótica, com 10 mil quilómetros de extensão, que ligará Portugal ao Brasil. O investimento vale 170 milhões e permite a chegada de um novo cluster empresarial pág. 2
Rui Godinho anseia por substituição da UGT Setúbal O líder demissionário da UGT Setúbal quis bater com a porta terça-feira, mas vai manter-se até 8 de Novembro. Desde Junho que aguarda substituição pág. 2
NEGÓCIOS
Saiba quais são as 100 Maiores Exportadoras do Distrito de Setúbal págs. 12 e 13
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SOCIEDADE
Encontro Hispano-Português no Porto de Sines
Moita é entidade empregadora inclusiva
O Porto de Sines recebeu uma das sessões de “Encontros Marítimo-Portuários Hispano-Portugueses” que promoveu o relacionamento bilateral entre a comunidade portuária, logística e industrial
O Município da Moita obteve a marca Entidade Empregadora Inclusiva, atribuída pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). O anúncio foi feito por Rui Garcia, presidente da câ-
local com a comunidade logística e portuária de Cádiz. Presentes na ação estiveram representantes dos portos de Algeciras e de Sevilha, e das respetivas Câmaras de Comércio.
mara da Moita, durante a sessão de abertura de uma conferência, promovida pelo IEFP – Centro de Emprego do Sul Tejo em parceria com a autarquia, por ocasião da semana do empregador.
CABO DE 170 MILHÕES DE EUROS VAI UNIR PORTUGAL E O BRASIL
Sines ligada ao mundo a grande velocidade Vai de Sines a Fortaleza. É o primeiro cabo de fibra ótica a unir Portugal ao Brasil e custa 170 milhões de euros. Um projeto europeu sem despesas para o país e que abre a possibilidade da cidade portuária vir a acolher mais um importante cluster empresarial. Para o ano já estará a transmitir. TEXTO JOSÉ BENTO AMARO IMAGEM DR A primeira ligação direta, via cabo submarino, entre Portugal e o Brasil, deverá entrar em funcionamento já no próximo ano. Sines foi o local escolhido para se fazer uma das amarrações de um cabo de fibra ótica que, contando com as derivações, ultrapassará os 10.000 quilómetros de extensão. No Brasil o cabo será amarrado em Fortaleza, mas serão construídos também “ramais” que o ligarão a Lisboa e Madrid. É um empreendimento que ascende a mais de 170 milhões de euros e que se espera possa catapultar a cidade do distrito de Setúbal para a criação de um importante cluster informático e digital. O cabo denominado EllaLink, o nome do consórcio (Comissão Europeia e fundos privados) que o está a construir, vai ser instalado a partir da Zona Industrial e Logística de Sines. “Para nós é um prestígio enorme e uma grande possibilidade de continuarmos a criar postos de trabalho e a fixar população”, disse ao Semmais o presidente da Câmara Municipal, Nuno Mascarenhas. O autarca sineense confirmou que depois da Câmara Municipal ter sido sondada, para acolher o projeto, se iniciaram de imediato contactos com diversas entidades governamentais e privadas, estando a decorrer negociações que deverão trazer até à cidade um lote de empresas que “permitirão a abertura de um nicho de mercado bastante atrativo”. “É uma oportunidade de alargar as
A Portugal só já falta estar ligado à Antártida
EllaLink vai unir Portugal ao Brasil, custa 170 milhões de euros, e é prestigiante para a região
ofertas laborais e de atrair novos investidores”, acrescentou. Consórcio já está a analisar o fundo submarino Para já o consórcio responsável pela obra tem vindo a efetuar trabalhos relacionados com o batimento do fundo submarino, de modo a poder ser encontrado o melhor trajeto em termos de segurança. “Este é um trabalho muito complexo e o mais difícil. Está previsto que até ao início do próximo ano se comece a colocar o cabo”, disse Nuno Mascarenhas. Sem custos para a autarquia, este projeto pioneiro implica a construção de um centro de da-
dos em terra, na área da Zona Industrial e Logística de Sines, e vem ao encontro dos desejos do município, que pretende aumentar a oferta de postos de trabalho para além do que é disponibilizado pelo porto. “Felizmente que não há falta de oportunidades de trabalho em Sines, mas é sempre bom diversificar e acolher mercados diferenciados e que abram novas perspetivas”, sublinhou o mesmo responsável. Os cabos de fibra ótica, como o que vai surgir em Sines, garantem uma maior capacidade de transmissão e, de acordo com as empresas que os produzem, não são lesivos para o ambiente nem colocam em risco a navegação.
Estima-se que existam no mundo inteiro 366 cabos submarinos. Portugal, que com a chegada do EllaLink entra na era da fibra ótica neste tipo de comunicação, tem ou já teve mais de uma dezena de outros equipamentos do género. O cabo que tem uma das suas amarrações em Sines tem a particularidade de poder ter desempenhos muito superiores à média, uma vez que irá transmitir 72 Tb/segundo, batendo largamente os atuais envios (Atlantis-2), que se cifram nos 48Tb/segundo. O EllaLink servirá, sobretudo, para as transmissões de Internet, contribuindo decisivamente para a melhoria das comunicações entre a Europa e a América do Sul. Com a ligação Sines/Fortaleza, Portugal fica O cabo vai passar pela Madeira e Cabo Verde até amarrar em Fortaleza. Há, no entanto, derivações para Lisboa e daqui para Madrid, solução que irá melhorar substancialmente as ligações a toda a Europa. Já em frente à costa brasileira irá subdividir-se, dando origem ao ElsaLink, que irá até Praia Grande, no Estado de São Paulo. Surgirá igualmente o GuyaLink, com ligação a Kourou, na Guiana Francesa e, final-
ligado por cabo a quase todo o mundo, faltando agora apenas uma ligação à Antártida. Os cabos submarinos são responsáveis por 99% de todas as transmissões efetuadas no planeta, sendo considerados mais fiáveis e rápidos que, por exemplo, os satélites. Depois de ser escolhido o trajeto através do fundo do Atlântico, o cabo será estendido através de um navio finlandês especialmente concebido para operações do género. Trata-se, dizem os peritos, de uma embarcação única que possui não só capacidade para transportar os muitos quilómetros e toneladas de fios e tubos, mas outro equipamento de precisão que permite efetuar a operação sem desvios ao percurso estipulado. mente, o CariLink, que vai até Cartagena, na Colômbia. De acordo com Nuno Mascarenhas não existe em Sines nenhum empreendimento do género e o facto de se tratar de um meio tecnológico altamente evoluído, ao qual se irão juntar, nos próximos anos, “diversos outros projetos de grande dimensão”, fará com que a cidade ganhe dimensão internacional na área das comunicações.
PRESIDENTE DA UGT SETÚBAL VAI ABANDONAR TODA A ATIVIDADE SINDICAL
Rui Godinho pressiona substituição até 8 de novembro Demissionário desde junho, Rui Godinho bateu com a porta, pela demora na sua substituição, e quis abandonar a gestão da UGT Setúbal esta terça-feira. Agora dá um último prazo. O presidente demissionário da UGT de Setúbal, Rui Godinho, que liderou a organização durante uma década, só vai manter-se em funções até 8 de novembro, altura em que decorrerá um Conselho Geral extraordinário para o substituir. Rui Godinho tinha apresentado a demissão em Junho deste ano, tendo comunicado o facto
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ao secretário-geral daquela organização sindical, e ao presidente do Conselho Geral da UGT de Setúbal, mas a resposta tardou e fez transbordar a paciência do sindicalista. “Para não bloquear administrativamente a organização tenho garantido a minha disponibilidade para que a UGT de Setúbal continue a cumprir as suas obrigações financeiras e
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contratuais, mas esgotei o meu tempo”, afirmou ao Semmais. O facto de desde Junho não ter sido substituído tem deixado o líder da UGT demissionário “muito desconfortável”, uma vez que, segundo o próprio, “é tempo mais que suficiente” para que tivesse sido encontrada uma solução. Rui Godinho pediu a demis-
são do cargo na sequência de não ter sido reeleito presidente da delegação de Setúbal do Sindicato dos bancários Sul e Ilhas, que lhe permitia estar a tempo inteiro na atividade sindical. “Atualmente, sou trabalhador do banco Santander e não estarei mais disponível para a UGT Setúbal, nem para a UGT Nacional, nem para o Sindicato”, reafirmou
ao Semmais. O dirigente demissionário já tinha feito saber às cúpulas sindicais que abandonaria, de modo próprio, toda a atividade a partir de 15 deste mês, mas uma reunião ocorrida esta semana, “com a promessa de resolução deste impasse”, levou a que tivesse prolongado até 8 de novembro a sua permanência no cargo.
SOCIEDADE
GARCIA DE ORTA ESPERA RESOLVER EM BREVE A FALTA DE PEDIATRAS NO HOSPITAL
Urgência volta a encerrar este fim-de-semana A urgência pediátrica do hospital está encerrada até às primeiras horas da manhã de segunda-feira. A administração espera solucionar, em breve, o problema, através do preenchimento de três vagas para contratação direta e da assinatura de um acordo com as Misericórdias. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM DR Desde as 20h30 de ontem, sexta-feira, que a urgência pediátrica do Garcia de Orta está encerrada, devido à falta de médicos desta especialidade. O serviço só volta a reabrir às 8h30 de segunda-feira e, para tentar minimizar os constrangimentos, articulou-se com centros de saúde, no sentido de reforçarem o atendimento em alguns cuidados primários. “Haverá reforço do atendimento complementar nos Centros de Saúde Rainha D. Leonor (Almada) e Amora (Seixal), que estarão abertos entre as 10h00 e as 17h00 de sábado e domingo, para atender situações agudas, mas não emergentes”, lê-se num comunicado divulgado pelo conselho de administração. Os utentes que precisem de recorrer a uma urgência, “devem dirigir-se ao Hospital de Santa Maria ou ao Hospital Dona Estefânia”, em Lisboa. No espaço de uma semana, esta é a terceira vez que este serviço encerra, sendo que a primeira vez aconteceu no passado sábado à noite e, depois, na segunda-feira. A administração espera conseguir ultrapassar as dificuldades, e garante estar “a trabalhar em estreita articulação com a Administração Central do Sistema de Saúde, a Administração Regio-
Esta fim-de-semana volta a não haver urgência pediátrica no Hospital Garcia de Orta
nal de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, o Ministério da Saúde e com outros hospitais de Lisboa para encontrar soluções adequadas e concretizáveis no mais curto espaço de tempo possível”. Solução pode passar por acordo com Misericórdias Para além disso, em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração afirmou estar a tentar um protocolo com a União das Misericórdias Portuguesas. “No curtíssimo prazo, a
solução passará por estabelecer uma parceria com as Misericórdias, que trará médicos do norte do país, onde há mais pediatras, que trabalharão essencialmente ao fim de semana. É um esforço que se prevê que não ultrapasse mais que um ano, um ano e meio, até repormos os nossos efetivos”, disse Luís Amaro. A unidade hospitalar aguarda para breve uma resposta sobre o possível acordo, assim como o preenchimento das três vagas atribuídas pelo Ministério da Saúde para a contratação direta
e o lançamento de um novo concurso, para o qual pede “o maior número possível de vagas”. Na opinião de Luís Amaro, a reposição total dos profissionais só estará concluída a “médio prazo, porque como não há pediatras o hospital vai ter de esperar que se formem e arranjar estratégias de cativação para que queiram ficar”, disse. Segundo a mesma fonte, é prioritário “repor o número de médicos” e “rejuvenescer” o corpo clínico que, apesar de composto por 28 especialistas, só sete fazem urgência e apenas quatro podem fazer noites, porque têm menos de 55 anos. “Se nada for feito, o problema que se coloca neste momento, a muito curto prazo vai colocar-se noutras áreas, como na neonatologia e no centro de desenvolvimento da criança, porque os médicos que lá trabalham estão a atingir a idade da reforma e, se o quadro não for rejuvenescido, o problema vai agravar-se”, explicou. Luís Amaro defende “agrupamento complementar” A par das soluções em estudo, o administrador defende a “reorganização da estrutura interna”
e quer criar um “agrupamento complementar de empresas” para investir na promoção da saúde. Para Luís Amaro, “os principais desafios têm a ver com a velha estrutura”, que foi projetada para uma população de 150 mil pessoas, mas que “cresceu muito e o hospital ficou pequeno na dimensão e organização”. “Toda a atividade de ambulatório está concentrada nos pisos de internamento e isso é gravíssimo”, atestou, alegando que este serviço devia ser transferido “para fora das paredes do atual hospital”. Um estudo do Garcia de Orta sobre a procura inadequada às urgências, revela que 73% das crianças que recorreram ao serviço, entre janeiro e agosto, poderiam acorrer aos cuidados de saúde primários. “Temos de valorizar a doença aguda e tratá-la no sítio certo. Se não há gravidade para virem ao hospital, devem ser tratadas nos cuidados de saúde primários”, defendeu Luís Amaro, que propõe ainda a criação de uma “governação local”, envolvendo entidades como autarquias e escolas. “Há dimensões que a saúde não resolve, como a habitação ou a alimentação. Têm de ser trabalhadas de forma integrada”, explicou.
PATOLOGIA REUMÁTICA E MÚSCULO-ESQUELÉTICA É A MAIS PREVALENTE NO PAÍS
IPS desenvolve projeto pioneiro de personalização e tratamento da Lombalgia Mais de 300 utentes com lombalgia já beneficiaram do programa SPLIT através do qual a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal pretende “personalizar para melhor tratar a Lombalgia”. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Os resultados preliminares do projeto SPLIT – Personalizar para melhor tratar a Lombalgia- implementado no distrito desde fevereiro de 2018, foram apresentados este verão e são “reveladores da pertinência e importância do modelo de tratamento”, que já foi testado em sete unidades de saúde familiar e centros de saúde da região, pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS-IPS). Segundo o professor Eduardo Cruz, coordenador científico do projeto SPLIT, através do novo modelo de triagem e referenciação para tratamento de Fisioterapia foi possível “reduzir em cerca de 40% o número de utentes do distrito que desenvolve incapacidade persistente associada à lombalgia, 2 meses após o contacto com os cuidados de
saúde primários”, e a percentagem de utentes com medicação prescrita “baixou dos 84% para os 59%”. Na referenciação de utentes para exames complementares também houve um decréscimo, de 48% para 19%, enquanto que os certificados de incapacidade temporária para o trabalho são agora 13% contra os 25% registados até ao início deste projeto pioneiro no país. Os dados são “motivadores” para a Escola, que desenvolve o projeto em parceria com a Nova Medical School/ Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), através do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Arrábida. Considerada a patologia reu-
mática e músculo-esquelética mais prevalente no nosso país (26,4%), o tratamento da Lombalgia “expõe frequentemente os utentes a tratamentos que fornecem pouco ou nenhum benefício, podendo mesmo causar danos”, enquanto que, por outro lado, são desaproveitadas modalidades de tratamento “recomendadas pela melhor evidência científica atual e nas quais se inclui a Fisioterapia como intervenção de primeira linha”. Eduardo Cruz realça que o modelo SPLIT visa, precisamente, “a mudança fundamental na maneira como os serviços de saúde são planeados, implementados e avaliados”. “Este modelo pode, mesmo, melhorar a qualidade de vida, com resultados clínicos positivos e um custo-utilidade, dos cuidados de saúde prestados, muito equilibrado”.
(esq. para a drt.) Eduardo Cruz, Carmen Caeiro, Rita Fernandes e Luís Gomes, investigadores
Com o SPLIT os utentes têm acesso a um “modelo de referenciação e tratamento inovador, assente numa base interdisciplinar, qualificante para os profissionais e que usa os recursos existentes nas unidades de saúde”, clarifica
o coordenador do projeto. Atualmente, e face aos resultados “muito positivos”, outros Agrupamentos de Centros de Saúde já solicitaram a implementação do SPLIT nos seus centros de atendimento.
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SOCIEDADE
TRAIL VAI JUNTAR 250 ATLETAS NA MATA DA MACHADA, NO BARREIRO
“Trilhos da Saúde” assinalam 10º aniversário do Centro Hospitalar Barreiro Montijo Dia 26 a Mata da Machada acolhe o 1.º Trail organizado pelo Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) e pela câmara do Barreiro. Pedro Lopes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar assume que o objetivo da iniciativa, além de assinalar os dez anos do CHBM e contribuir para o projeto “Maternidade Solidária”, enaltece o contributo da Instituição para incrementar o nível de saúde e bemestar das populações que serve. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Além de incentivar a prática desportiva, combater o sedentarismo e dar a conhecer a Mata da Machada, o que fundamentou a ideia de realizar esta prova? Esta iniciativa insere-se no programa de comemorações do 10º aniversário do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, programa este que assumimos com particular entusiasmo e sentido de responsabilidade pois através dele pretendemos enaltecer o inegável contributo desta Instituição para incrementar o nível de saúde e bem-estar da população residente nos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo.
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É mais uma forma de reforçar, junto da comunidade, o valor social e humano da unidade de saúde? O Centro Hospitalar Barreiro Montijo acrescenta efetivo valor social e humano à população que serve, circunstância que nos orgulha enquanto profissionais e que consideramos dever também ser reconhecido pela população que servimos. Para o efeito, nada melhor do que nos juntarmos a amigos, atletas ou simplesmente entusiastas do desporto, num espaço fantástico, e viver momentos de felicidade que nos permitirão espairecer a mente, acalorar o coração e fortalecer os nossos músculos!
O administrador Pedro Lopes evidencia o contributo do CHBM para a qualidade de vida das comunidades locais
A prova, agendada para dia 26 deste mês, conta com duas parcerias importantes… Sim, importa enaltecer a responsabilidade social que sentimos por parte dos parceiros que nos ajudaram a concretizar este projeto, entre os quais saliento, pela sua presença mais intensa, a Baía do Tejo e a Câmara Municipal do Barreiro, sem descortesia das demais instituições que nos apoiaram, pois sem o contributo de todos não teria sido possível concretizar esta prova. O objetivo do CHBM é transformar esta prova num marco desportivo anual? A ideia é, efetivamente, alicerçar na sociedade um projeto que, pelas suas características próprias, concretamente a realização de exercício físico em plena natureza, em ambiente relaxante e tranquilo, possa constituir um efetivo atrativo para que todos promovam a sua saúde. Apesar de ter inscrições gratuitas a prova tem um cariz solidário… Todos os participantes são convidados a colaborar com o projeto “Maternidade Solidária” do Serviço de Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro Montijo. Este projeto tem como objetivo apoiar as grávidas/puérperas com necessidades económicas, que são acompanhadas no CHBM, pelo que, de forma voluntária, estamos a pedir aos participantes que pos-
sam ajudar quem precisa doando roupa e brinquedos, novos ou em bom estado de conservação, bem como outro tipo de equipamentos como berços, carrinhos de bebés, cadeiras de refeição, espreguiçadeiras, etc. com objetivo de mitigarmos as necessidades das pessoas que procuram a nossa assistência. Quantos partos são realizados, anualmente, no CHBM? Em média, o CHBM regista mais de 1.500 partos por ano. Este ano, até setembro último, realizaram-se 1.096 partos, mais 3,9% do que em igual período do ano passado. Sinal bem demonstrativo da confiança crescente que observamos nas parturientes que nos procuram! Pelo que sabemos as inscrições para o 1ºTrail já estão encerradas. Foram superadas as expetativas? As expetativas foram largamente superadas. Apenas no espaço de uma semana esgotámos as 200 inscrições. Tendo em conta a procura que tivemos, conseguimos ainda inscrever mais 50 participantes, pelo que teremos 250 atletas, divididos entre a corrida de 10 quilómetros e a caminhada de 5 quilómetros. Esperamos, para o próximo ano, poder desenvolver semelhante iniciativa com outra estrutura logística, que nos permita duplicar ou triplicar as inscrições.
Baía do Tejo na linha de partida do Trail “Trilhos da Saúde” A Baía do Tejo é patrocinadora oficial do 1º Trail CHBM. Jacinto Pereira, presidente do Conselho de Administração da empresa, reconhece que, no desenvolvimento sustentável da sua atividade, a Baía do Tejo “continua a pugnar por uma cultura empresarial assente em bases sólidas de responsabilidade social. Bases que promovem a integração de preocupações de caráter social, cultural, desportivo e ambiental na gestão e na definição estratégica da empresa”.
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Jacinto Pereira acredita que os valores e princípios que estão diretamente associados a esta prova, através da qual se pretende apoiar o Serviço de Obstetrícia com a doação de bens para bebés, “potenciam, não só, o ambiente profissional interno, como possibilitam a interação entre empresa e a comunidade em que está inserida”. Desta forma, sublinha, “criamos valor e ajudamos a construir um futuro mais sustentável para todos”.
CULTURA
CTA estreia “Reinar depois de morrer”
Sesimbra acolhe dança “Co:Lateral”
Com texto de Luís Vélez de Guevara e encenação de Ignacio García, a Companhia de Teatro de Almada, em co-produção com a Compañia Nacional de Teatro Clásico (Espanha), estreia dia 25, às
O espetáculo de dança “Co:Lateral” foi desenvolvido a partir do projeto performativo Nuve, onde se explorava a relação entre a dança e as artes digitais. Inicialmente apresentado em 2010, este solo in-
21 horas, a peça “Reinar depois de morrer”. Com José Neves, Margarida Vila-Nova, João Lagarto, Ana Cris, David Pereira Bastos, entre outros. Estará em cena até 17 de novembro.
terpretado por Né Barros deu origem a diversas publicações nacionais e internacionais. Para ver este sábado, dia 19, pelas 21h30, no Cine-Teatro João Mota.
TI MARIA ALBERTINA VOLTOU DE FRANÇA PARA BRILHAR NOS PALCOS
«Este espetáculo é uma homenagem às gentes do Montijo»
agenda cultural
Depois de estreia, no dia 27 de setembro, com casa cheia no Teatro Joaquim D´Almeida, o musical “A Cantadeira”, é apresentado agora em todas as freguesias do Montijo.
MONTIJO MUSICAL “ A CANTADEIRA”
TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR A poetisa Ti Maria Albertina voltou a Portugal para brilhar nos palcos da sua terra natal, depois de ter emigrado para França para tentar uma vida mais desafogada. Com histórias e canções, que foi vivendo na sua vida, a Ti Maria Albertina dá a conhecer melhor as suas viagens no estrangeiro e o Montijo de ontem e de hoje, com o seu sotaque tipicamente ‘aldeano’, com histórias ‘baseadas em fatos reais’ do dia-a-dia. Depois da estreia, a 27 de setembro, no Montijo, “A Cantadeira”, com encenação de Faustino Alves, segue agora para o Rancho de Atalaia, dia 19; Grupo Desportivo das Craveiras, em Pegões (20); Academia Musical União e Trabalho (26); e Misericórdia de Canha (27). Sempre às 16 horas.
O musical é bastante divertido e conta com dois músicos em palco a tocar ao vivo
Maria Marques Jacinto, Ana Castelo e João Marques Jacinto dão corpo ao musical, muito divertido, com direção/arranjo musical de Filipe José Silva. É tocada
música ao vivo por Filipe José Silva e Luís Grenha. Os textos e as músicas são de Maria Marques Jacinto e João Marques Jacinto. Maria Marques Jacinto realça
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cinema “A Herdade” Género: Drama Realizador: Tiago Guedes Elenco: Albano Jerónimo, Sandra Faleiro e Miguel Borges
Filmado na Herdade da Barroca d´Alva, em Alcochete, o filme retrata a saga de uma família, proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo. Uma viagem aos segredos mais profundos desta herdade, num retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, pela revolução de 25 de Abril de 1974 e até aos dias de hoje. O filme teve estreia mundial na competição oficial do 76.º Festival de Veneza e marcou o regresso de uma produção nacional, 14 anos depois, ao prestigiado festival cinematográfico italiano, no qual o realizador Tiago Guedes foi distinguido com o Prémio Bisato d’Oro da crítica independente para melhor realização. Para ver no cinema City.
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que as músicas e textos do espetáculo são ‘originais’ com o intuito de deixar um ‘vínculo’ à terra e para mostrar a toda a gente a ‘seriedade e delícia’ deste ‘adorável’ povo montijense, que tem um sentido de humor ‘diabólico e engraçado’. No fundo, o musical é uma ‘homenagem ao Montijo’, que acaba com a Grande Marcha “Montijo, Minha Cidade”. O encenador Faustino Alves, considera que a estreia foi “muito boa” e teve “muita energia no ar”, sublinhando que conheceu a Maria Marques Jacinto através de alguém ligado à Universidade Sénior. Professor de teatro, Faustino Alves, a residir atualmente no Montijo, refere que os ensaios duraram 3 meses, com o apoio financeiro do município.
Frazão volta aos palcos de sucesso A comédia “Fado Low Cost” estreou dia 11 com casa cheia no Independente, em Setúbal. Marca o regresso de Bruno Frazão aos palcos, 9 anos depois. Da autoria do próprio e de Natália Abreu, Carlos Crispim e Ester Correia, o espetáculo retrata a aventura do Sr. Bordas e da Dona Zebaida, os donos da companhia aérea BAZA, que promovem espetáculo humorístico de fados e variedades a bordo de um avião, onde é notório a presença de várias figuras públicas. O elenco é composto por Bruno Frazão, Natália Abreu, Carla Lança, Joana Lança, Sara Margarida, Nuno Rocha, Marlene Couto, Carlos Nascimento e o corpo de baile. Bruno Frazão realça que o espetáculo foi feito “sem um cêntimo”, lamentando que “a revista popular à portuguesa e a comédia são o parente pobre da cultura. Não há subsídios para fazer este tipo de trabalhos, o que é triste”. “Fado Low Cost” volta à cena este sábado e domingo, às 21h30 e às 16 horas, respetivamente. Temos convites para oferecer aos nossos leitores. Ligue 969 431 085.
Com entrada livre, não perca o musical sobre a Ti Maria Albertina, a poetida do poco, com 85 anos, viúva de um pescador, que regressa agora de Paris, para o seu primeiro concerto. CÍRIO DOS OLHOS D’ÁGUA/ATALAIA, 19OUT, 16H00
MOITA DANÇA PELO QUORUM BALLET O Quorum Ballet apresenta uma nova criação de Daniel Cardoso, “Aristides”, explorando o tema “Lendas e Heróis”, desafio proposto pelo XXII Festival Cistermúsica de Alcobaça. FÓRUM JOSÉ M. FIGUEIREDO, 19OUT, 14H30/19H30
GRÂNDOLA FADOS COM SARA CORREIA O espetáculo com Sara Correia é o destaque do Dia do Concelho. Será acompanhada por Diogo Clemente (viola), Ângelo Freire (guitarra), Marino de Freitas (baixo) e Vicky Marques (percussão). CINE-GRANADEIRO, 21OUT, 21H30
CULTURA
QUINTACONDENSE RECONHECIDO PELA ACADEMIA PORTUGUESA DE CINEMA
Documentário “Terra Ardida” vence Prémio Sophia Estudante O realizador Francisco Romão esteve três dias em Fajão, Pampilhosa da Serra, para filmar “Terra Ardida”. Um documentário “sem guião”, sobre os incêndios de outubro de 2017, que lhe valeu o Prémio Sophia Estudante. A junta da Quinta do Conde também já homenageou o cineasta. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Francisco Romão é “orgulhosamente” quintacondense. “Só não nasci num hospital da Quinta do Conde porque não existe”, brinca, enquanto explica o que o levou a deslocar-se a Fajão, na Pampilhosa da Serra, em dezembro de 2017, para realizar o documentário “Terra Ardida”, com o qual venceu o Prémio Sophia Estudante, no valor de cinco mil euros, e conquistou o terceiro lugar na categoria de documentário, no mesmo concurso. Era “apenas” um trabalho de curso. “Foi pedido aos alunos que apresentassem uma ideia para documentário, cuja única condicionante era ser um retrato. Escolhi a aldeia de Fajão para esse papel”. Francisco confidencia que o projeto inicial era usar imagens da sua infância na aldeia, terra natal dos seus avós, mas a dureza do confronto com o cenário plasmado numa das aldeias mais fustigadas pelos incêndios de outubro desse ano, fê-lo mudar de perspetiva. “Eu tinha, e ainda tenho, imensas imagens de arquivo, minhas, com 5 ou 6 anos a correr pela aldeia, a visitar a capela da Nossa Senhora da Guia, a brincar, e estas imagens seriam para ser usadas no filme. Tinha pensado em falar dos contos e lendas de Fajão. Contudo, depois de lá estar, de ouvir e ver tudo o que presenciei, o filme nasceu outro. O objetivo foi sempre retratar a aldeia de Fajão, no estado em que estivesse”, lembra. O filme retrata, para além do óbvio, “uma história com “H” verdadeiro, que se passou em 2017. Não há guião, não há textos decorados, não há sets de rodagem embelezados. Além de tudo o resto, a pelicula versa a união
Francisco Romão recebeu da Academia Portuguesa de Cinema o prémio Sophia Estudante enquanto a sua mãe, Maria Teresa Freitas, recebeu das mãos de Vítor Antunes o reconhecimento da junta
que se criou num momento de aflição, de perda, de urgência, mesmo entre pessoas que tinham desavenças e que se ajudaram mutuamente”. Do Reino Unido trouxe um prémio pelo percurso académico Francisco, que começou por tirar curso de especialização profissional em Eletricidade, Automação e Comando, na ATEC - Academia de Formação, em Palmela. Percebendo que o coração o levava para a realização e produção, em 2014 rumou ao Reino Unido para fazer o Curso BTEC Extended Diploma em Media Studies - Film and TV, no Peterborough Regional College, voltando a Portugal para firmar
a sua vocação com o curso HND (Higher National Diploma) em Cinema e Televisão na Escola de Tecnologias Inovação e Criação (ETIC), em Lisboa. Quando chegou a Portugal Francisco Romão já trazia na bagagem um outro prémio. “Quando vivia e estudava no Reino Unido, recebi um prémio chamado “Arts & Media - Professional in the Making”. Foi-me atribuído, e dito desta forma até me faz sentir pretensioso, como forma de premiar os meus trabalhos cinematográficos e percurso no curso que acabara”. Reconhecimento que agora foi reforçado pela Academia Portuguesa de Cinema ao atribuir ao jovem, da Quinta do Conde, o terceiro lugar da categoria de
documentário e o Prémio Sophia Estudante, no valor de 5 mil euros. Valor que foi distribuído maioritariamente entre os membros da sua equipa, mas também entre o projeto ADRO e os escoteiros que ajudaram na realização do filme. Francisco está a produzir uma série televisiva na RTP2 Neste momento Francisco está a produzir a série Movimento Gentil - Desafio Escolas, que integra o bloco de conteúdo infantil do ZigZag da RTP 2, mas não põe de lado a hipótese de continuar a explorar a sua criatividade enquanto realizador. “A minha “sub-área” favorita dentro da grande área de cinema é, sem
Governadora elogiou papel do Rotary de Palmela Mara Duarte, Governadora do Distrito 1960 do Rotary Internacional, que visitou oficialmente, no dia 3 de outubro, o Rotary Club de Palmela, mostrou-se satisfeita com o trabalho desenvolvido no terreno por este club com 22 anos de vida. “É um clube dinâmico que já deu um Governador ao Distrito, o Fernando Martins, e está a ter ação notória na comunidade, o que me deixa orgulhosa”. Além de ter visitado o imponente Castelo de Palmela, Mara
Duarte também esteve reunida com o vice-presidente do município local, onde teve oportunidade de falar sobre “as parcerias existentes entre as duas entidades” e “aquelas que estão previstas para o futuro”. Ainda houve tempo para uma reunião com a direção do Centro Social de Palmela, onde se estudou projetos para o futuro. Na sua ótica, é “importante” procurar parceiros para “trabalhar em rede” em prol da sociedade mais carenciada. “Não somos uma associação assistencialis-
A Governadora do Distrito 1960 do Rotary Internacional de visita ao Clube Rotário de Palmela
ta. A nossa função é trabalharem parcerias para encontrar, dentro do nosso conhecimento profissional, projetos úteis para a nossa
comunidade”. Já Pedro Nunes, presidente do RCP, revelou ao Semmais, durante o jantar que decorreu no res-
dúvidas, a realização e edição. Para mim o lado criativo e visual, juntamente com a narrativa, supera todos os outros elementos por mais essenciais que sejam. Por isso os meus objetivos passam por trabalhar nessas funções”. Por lhe reconhecer o mérito, e como forma de homenagear um “filho da terra”, a Junta da Quinta do Conde, por ocasião da celebração dos 34 anos da freguesia, entregou à mãe do jovem realizador, por este se encontrar ausente em trabalho, uma distinção pelo sucesso alcançado. Uma ação que deixou Francisco Romão “imensamente feliz, por ter a oportunidade de ver o meu esforço e trabalho reconhecidos pela minha terra natal”.
taurante D. Isilda, com elementos rotários da Moita, Montijo/Alcochete, Almada, Setúbal e Algés, que a reunião decorreu “muito bem”. Neste ato marcaram presença seis novos candidatos a elementos rotários, cuja entrada no clube está prevista para breve. “São pessoas com ligação à terra e outros que aceitaram viver aqui. O Rotary Club de Palmela tem 14 elementos e precisa de sangue novo”, sublinhou. Pedro Nunes adiantou que o RCP está a trabalhar com outras entidades para que assim que houver “uma decisão definitiva para que o aeroporto seja construído no Montijo” sejam tomadas medidas para minimizar alguns problemas à comunidade com a construção desta infraestrutura. AL
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LOCAL
Palmela acolhe 15.º Festival de Música
Biblioteca do Seixal celebra Dia das Bruxas
“Os Loureiros” promovem o 15.º Festival de Música “Terra de Cultura”, de 19 a 27 de outubro. Este sábado, às 21h30, no S. João, a abertura está a cargo da Banda da GNR. Pros-
A biblioteca vai celebrar o Halloween, no dia 31, das 21 às 24 horas, com a realização do By Night – Serão na Biblioteca, e várias atividades para viver o imaginário fantástico desta quadra. Há DJ,
segue dia 25, às 21h30, na sede com o concerto do 167.º aniversário dos “Loureiros”, e no dia 27 de outubro, às 17h30, a Orquestra Sinfónica Juvenil, encerra as comemorações, às 17h30, no S. João.
OBRA IRÁ AVANÇAR DENTRO DE SEMANAS
Recuperação de aqueduto em Sesimbra
A primeira fase da recuperação do aqueduto de abastecimento à Casa da Água, no Cabo Espichel, foi adjudicada na reunião de Câmara do passado dia 10. A obra representa um investimento de
cerca de 575 mil euros, com uma comparticipação pelo Portugal 2020, de 50 por cento da despesa elegível, e compreende a consolidação da alvenaria, a reposição da cobertura do canal e respetiva cumeeira, a execução de rebocos com argamassa de cal e areia, semelhante à que originalmente revestia esta estrutura e a criação de uma ponte de atravessamento, sobre o aqueduto, em madeira laminada tratada, para a praia dos Lagosteiros. Os trabalhos abrangem cerca de 1,2 quilómetros da parte elevada desta estrutura de 2,5 quilómetros, ficando a parte subterrânea para uma 2.ª fase. O objetivo é restabelecer a linha de água, desde a nascente, na Azoia, até à Casa da Água.
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Barreiro e APL assinam Protocolo | A “Muleta” poderá acostar em Lisboa Os presidentes da Câmara e da APL, Frederico Rosa e Lídia Sequeira, respetivamente, já assinaram o protocolo que permitirá a disponibilização de pontos de acostagem em Lisboa, sob gestão da APL, para utilização por embarcações do Tejo, dos municípios da área de jurisdição da APL. O edil salientou que o acordo “vem possibilitar que as pessoas da outra margem possam visitar o Barreiro e, por outro lado, teremos locais amigos para acostar a nossa embarcação em Lisboa”. De acordo com Lídia Sequeira este acordo permite dar um passo para a união das duas margens e por outro lado, significa um incentivo para a navegação no Tejo. Os pontos situam-se no pontão Achigã em Alcântara e nas docas de Santo Amaro e Belém.
hip-hop, pintura ao vivo, jogos de tabuleiro e contos. O By Night é gratuito e dirige-se ao público em geral. A participação é gratuita. Inscrições até ao dia 29 de outubro.
Feira de Chocolate adoça Grândola
Exército ‘invade’ Setúbal com atividades
A Feira de Chocolate realiza-se de 8 a 10 de novembro, no parque de feiras e exposições. Além de várias atividades ligadas ao chocolate, o certame inclui concertos com Os Irmãos Verdades (dia 8) e com Micaela (9), às 22 horas. Ao longo dos três dias o público pode assistir a espetáculos de performance de manipulação de fogo e animação circense, teatro e concertos de rua. Quem andar pelo recinto do certame vai ainda cruzar-se com os Gigantones de Chocolate e as Estátuas vivas. Carrosséis, insufláveis e a Casinha de Chocolate, com várias atividades dirigidas aos mais novos, completam o programa da feira.
As comemorações do Dia do Exército arrancam hoje em Setúbal e terminam a 27. Mais do que uma demonstração de capacidades militares e bélicas, a iniciativa “reforça a identidade nacional” junto da população, uma vez que “partilha as funções do Exército no apoio às populações e também em missões de representação da pátria”, disse o vereador Manuel Pisco.
NEGÓCIOS
Jovens empreendedores “Inspiram” Barreiro
Montijo investe em hotel de três estrelas
Decorre no próximo dia 23, a conferência de empreendedorismo Inspira Barreiro, com participantes que transformaram as suas ideias em negócios. A iniciativa anual, que vai na sexta edição, é uma
O Grupo Casais lançou ontem, dia 18, a 1.ª pedra do B&B Montijo Hotel, com orçamento de 4 milhões de euros. É um Bed & Breakfast de 3 estrelas e situa-se no cruzamento entre as Av.ªs João XXIII e
organização da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal e pretende “inspirar” uma cultura empreendedora junto da comunidade académica.
D. Afonso Henriques. Tem capacidade para 112 quartos cómodos. O investimento global do projeto é de 5,5 milhões de euros, devendo estar pronto até final de 2010.
EMPRESA ANTECIPA EM 15 ANOS COMPROMISSO PARA UMA EUROPA NEUTRA EM EMISSÕES DE CO2
The Navigator investe 158 milhões para atingir a neutralidade carbónica em 2035 A União Europeia quer uma Europa neutra em emissões de CO2 até 2050. Um compromisso aceite pelo nosso país, mas que pode ser antecipado pela The Navigator. A empresa pretende ter, até 2035, todos os seus complexos industriais neutros em emissões de carbono. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR A The Navjgator Company prepara-se para investir 158 milhões de euros e tornar-se “a primeira empresa portuguesa” a antecipar, em 15 anos, o compromisso de tornar a Europa neutra em emissões de CO2. O “roteiro da neutralidade carbónica” da Navigator foi apresentado pelo administrador executivo, João Paulo Oliveira, durante o último Fórum de Sustentabilidade, promovido pela empresa. A produtora nacional de pasta e papel, líder global no combate às alterações climáticas, num reconhecimento atribuído pelo “Carbon Disclosure Project” (CDP), quer, até 2035, “ter todos os complexos industriais neutros em emissões de carbono”. Para isso a empresa admite, em comu-
nicado, investir 158 milhões de euros nos próximos anos. A Navigator criou um roteiro próprio para a neutralidade carbónica que “envolve um conjunto ambicioso de investimentos em energias renováveis e novas tecnologias, que permitirão reduzir as emissões de CO2 e a plantação de floresta de modo a realizar a compensação das emissões não passíveis de eliminar”. Uma iniciativa valorizada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, que fez questão de enviar uma mensagem aos participantes do Fórum da Sustentabilidade. “Saúdo a vossa dedicação ao tema da emergência climática”, referiu António Guterres que acredita que “para vencer essa ameaça à nossa existência é
essencial a participação ativa do setor empresarial”. O desafio “é grande,” mas “existem soluções”. A convicção é partilhada pelo 9º Secretário Geral das Nações Unidas e pela administração da Navigator que “protege 235 espécies de fauna e 740 espécies de flora, contrariando a tendência mundial em que o número de espécies protegidas está a diminuir”. Refere a empresa no comunicado. “As florestas sob gestão da The Navigator Company em Portugal têm um stock de carbono, excluindo o carbono no solo, equivalente a 5,4 milhões de toneladas de CO2. Este montante é o equivalente às emissões que seriam geradas por 1,5 milhões de carros a percorrer uma distância equivalente ao pe-
Empresa antecipa em 15 anos meta europeia para a neutralidade carbónica
rímetro do planeta”. O documento clarifica, também, como é feito o processo de produção de pasta de papel através da utilização de florestas “que são plantadas exclusivamente para esse efeito. Todos os anos os nossos viveiros dão vida a mais de 12 milhões de árvores. Estes viveiros, os maiores da Europa, produzem 135 espécies diferentes de árvores e arbustos, grande parte, não tendo viabilidade económica, são financiadas pela Navigator com o objectivo e manter a diversidade e de garantir que é
Porto de Sines absorve 660,9 milhões até 2039
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O Porto de Sines continua a crescer e a sofrer melhoramentos que o transformarão num dos mais operacionais da Europa. Até 2039, através das obras no denominado terminal XXI, prevê-se que possam surgir mais 900 postos de trabalho. Ao todo serão investidos pelo concessionário da estrutura, a PSA Sines, 660,9 milhões de euros. A PSA Sines, que já tinha uma concessão de exploração daquele espaço por 30 anos, chegou esta semana a acordo com o Governo para estender a concessão por mais 20. Os mais de 660 milhões que vão ser aplicados destinam-se a obras de expansão do cais de acostagem, de manutenção e de substituição e renovação de equipamentos já anteriormente instalados. Numa primeira fase dos tra-
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mantida a continuidade da espécie”. No âmbito desta preocupação com a reflorestação e a importância das florestas, a The Navigator continua a promover ações de sensibilização junto de crianças com idade compreendidas entre os 4 e os 10 anos. No âmbito do projeto “Dá a Mão à Floresta”, a empresa dinamizou, no último fim de semana em Setúbal, mais uma iniciativa didática para “promover o interesse dos mais novos pela preservação da floresta e toda a temática que a rodeia”.
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Até 2023 serão investidos 134 milhões de euros
balhos, prevê-se que entre fevereiro de 2021 e o final de 2023 sejam gastos 134,4 milhões. De acordo com informação da Associação dos Portos de Portugal antevê-se ainda a utilização de 9,3 milhões de euros na expansão da ferrovia que já existe naquelas instalações. A aquisição, até 2027, de outros materiais vai implicar o dispêndio de mais 154,2 milhões.
NEGÓCIOS - MAIORES EXPORTADORAS
SETORES DOS AUTOMÓVEIS, CIMENTO, MADEIRAS E AÇO ENGROSSAM EXPORTAÇÕES
Indústrias da Península valem 3,2% do PIB Nota-se a falta de mão-de-obra especializada, mas a indústria da Península continua a progredir. Em 2020 chega ao Seixal mais uma unidade que vai criar 400 postos de trabalho. Setor vinícola continua em franca expansão. TEXTO JOSÉ BENTO AMARO IMAGEM DR As exportações anuais das empresas que integram a Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET) ascendem a 6.000 milhões de euros. É uma quantia determinante para o país, contabilizando 3,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Este montante é tanto mais relevante quanto se sabe que o setor dos combustíveis não está inserido na contabilidade, sendo que o mesmo corresponde a mais de um por cento das transações nacionais. O diretor executivo da AISET, Nuno Maia, disse ao Semmais que o grosso dos negócios está relacionado com os setores dos automóveis, do cimento, das madeiras e do aço. Estas áreas são as principais responsáveis pelas movimentações dos portos de Setúbal e Sines e contribuem decisivamente para os mais de 17.000 postos de trabalho contabilizados no cômputo das 70 empresas inscritas na associação. Perante a expressão dos números, Nuno Maia não tem dúvidas acerca da importância das indústrias do distrito de Setúbal em geral e da Península em particular. “Falamos de 17.000 postos de trabalho diretos (AISET), mas este número pode e deve ser multiplicado por três, caso se contabilizem os empregos indiretos”, afirma o responsável que, no entanto, lamenta que atualmente não exista mão-de-obra qualificada disponível para satisfazer todas as necessidades das empresas. “A maior parte das mais de 400 mil pessoas habilitadas a trabalhar, e residentes nos dez concelhos inseridos na AISET, exercem as suas atividades em Lisboa. Esse é um dos fatores que ajuda a explicar a falta de mão-de-obra qualificada em áreas técnicas, nomeadamente de torneiros mecânicos, soldadores, etc. A solução? A solução seria conseguir que regressassem ao distrito, mas para isso era necessário que se realizassem cursos diversos. O que constatamos é que há muita falta de oferta nos centros de emprego e
‘Afastamento’ da AML renderia 2.000 milhões anuais
Automóveis, cimento, madeiras e aço são os setores que mais contribuem para os resultados finais do volume de negócios e da empregabilidade
que, muito em breve, muitos dos que agora ainda trabalham nessas áreas irão atingir a idade da reforma”. Nuno Maia diz que a falta de pessoal qualificado nem sequer tem a ver com eventuais ordenados baixos, explicando que a maior parte das indústrias ligadas à metalurgia industrial até pagam acima da média. “O que faz falta é fazer o cruzamento dos mais novos com as formações técnicas e industriais”, alegou. Apesar das dificuldades em atrair mão-de-obra especializada para alguns setores, o parque industrial da AISET continua a crescer. O diretor executivo da associação dá o exemplo da Hovione, uma multinacional portuguesa do ramo farmacêutico que, a curto prazo, se irá instalar na zona da Baía do Tejo, antigo complexo industrial da Siderurgia Nacional, no Seixal. A chegada desta empresa irá criar mais 400 postos de trabalho, sendo 280 deles de grande qualificação. Os vinhos são uma das imagens de marca da Península de Setúbal. Trata-se de um produto
que, ano após ano, tem vindo a ser valorizado e que muito contribui para que as empresas da região ganhem cada vez mais notoriedade, tanto a nível nacional como internacional. Setor dos vinhos continua a conquistar mercados Leonor Freitas, da conhecida Casa Ermelinda Freitas, diz que a sua empresa produz anualmente entre 17 a 18 milhões de litros de vinho. Uma quantidade deveras relevante e que contribuiu, decisivamente, para que as vinhas empreguem em média 50 pessoas a tempo inteiro e quase duas centenas parcial e sazonalmente. “Do total da nossa produção anual, cerca de 40 por cento é exportado. Estamos a crescer para novos mercados, nomeadamente para a China, o Brasil, o Canadá. Temos bons terrenos e felizmente, por estarmos localizados numa área entre os rios Tejo e Sado, não sentimos ainda o problema da falta de água”, explicou Leonor Freitas. Para
a empresária, à semelhança do que acontece com as indústrias do setor da siderurgia, também a falta de pessoal é um fator de preocupação. “Os jovens estão a fugir dos trabalhos agrícolas. Agora que a crise acabou ou está a dar sinais de abrandamento, muitas das pessoas que haviam recorrido aos empregos no campo estão a regressar às lides nas cidades, aos trabalhos noutras áreas. Isso reflete-se na agricultura, que necessita constantemente de mão-de-obra para efetuar trabalhos que não se podem adiar, que têm de ser executados na hora, para que não se perca toda uma produção”, esclareceu. Leonor Freitas, generalizando a sua opinião para todo o distrito de Setúbal e todos os setores de atividade laboral ali existentes, não tem dúvidas em afirmar que o peso da região é “determinante” para o país. “Temos tudo. Mar, rios, muito terreno, muitas empresas. Todos os setores estão bem cotados, desde o turismo à agricultura, passando pelos transportes e pelas inúmeras indústrias”.
Portos de Setúbal e Sines: o peso em toneladas Setúbal e Sines, juntamente com Leixões e Lisboa, são os maiores portos marítimos do país. A dimensão mede-se não só pelo número de navios que a eles aportam, mas sobretudo pela tonelagem de matérias que ali se carregam e descarregam. As estatísticas portuárias demonstram que, em relação a Setúbal, analisando os dados de agosto deste ano, ali terão sido operadas (carregadas, descarregadas ou alvo de qualquer outra intervenção) mais de 14 mil
embarcações, a maior parte de grande tonelagem. Em 2018 movimentaram-se 6 151 503 milhões de toneladas de mercadorias diversas, sendo que desta quantidade 3 259 298 milhões (53%) foram exportadas. Os dados revelam ainda que no porto setubalense se movimentaram 2.537 061 toneladas entre países da União Europeia (UE). É o segundo porto do país com maior volume de mercadorias transportadas por via férrea e, em breve, receberá obras que
lhe permitirão receber navios de maiores dimensões e efetuar manobras menos poluentes. As suas condições de navegabilidade permitem-lhe operar todo o ano. As atividades entre portos do continente e outros das regiões autónomas atingiram as 224 839 toneladas. Com os restantes países do mundo (que não fazem parte da UE) movimentaram-se 1.703 739 toneladas (622.197 carregadas e as restantes descarregadas). Já em relação a Sines, onde
as cargas e descargas são substancialmente diferentes, uma vez que é a este local que chega a maior parte dos combustíveis que abastecem o país, os números mostram que terão sido movimentadas (dezembro de 2018) 3.654 155 toneladas para outros portos do continente e das regiões autónomas. De e para os países da UE circularam 10.783 781 toneladas. O grosso das cargas e descargas ocorreu com os países terceiros, tendo-se atingido as 33.443 885 toneladas.
O tecido produtivo e industrial da Península de Setúbal está inserido na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Essa é uma condicionante, dizem os empresários da região, para que anualmente deixem de poder ser recebidos fundos comunitários na ordem dos 2.000 milhões de euros. O facto de estar inserida na AML (NUT III) faz com que os rendimentos dos residentes na Península sejam contabilizados com a média dos trabalhadores lisboetas, ficando assim, supostamente, acima dos 75% do rendimento comunitário e, por inerência, inviabilizando qualquer financiamento. “É uma situação injusta, até porque todos sabemos que os rendimentos dos trabalhadores de Setúbal são bem inferiores aos dos de Lisboa”, referem Nuno Maia e Leonor Freitas. Nuno Maia diz que continuam as negociações entre a AISET e o Governo para que a desanexação se possa concretizar e dezenas de empresas setubalenses se possam candidatar aos fundos comunitários, aumentando desse modo a produção, o número de postos de trabalho e os rendimentos. Já Leonor Freitas refere que a atual impossibilidade de apresentar candidaturas a fundos comunitários faz com que seja “extremamente difícil manter a competitividade dos vinhos da região comparativamente com os de outros mercados, sobretudo sul-americanos, que não pagam impostos”. “Com o acesso aos fundos europeus a capacidade de manobrar negocialmente seria bem maior e muitos outros mercados estrangeiros seriam alcançados”, acrescentou.
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OPINIÃO
Sabe o que é um município saudável?
EDITORIAL RAUL TAVARES DIRETOR
Boas notícias no combate à pobreza A pobreza e o risco de cair neste meandro social é um indicador substantivo do desenvolvimento dos países. No caso português, as últimas notícias não são fantásticas, mas são muito positivas, com o país a colocar-se, de novo, na média europeia. Ainda assim, segundo os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em 2018, 2,2 milhões de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social, sendo que 615 mil destas viviam em “privação material severa” e 532 mil em agregados com “intensidade laboral per capita muito reduzida”, incapazes de assegurar despesas imediatas sem recurso a empréstimos. As estatísticas, mediadas por um inquérito “às condições de vida e rendimento”, calcularam a pobreza a partir de um rendimento médio mensal de 467 euros, onde se incluíam 1,8 milhões de portugueses. Mas, segundo os mesmos cálculos, a recuperação é notória, para valores próximos ao período antes da crise deflagrada em 2008. Há neste reparo, um boa dose de apoios sociais, que cresceram de forma significativa, recuperando a faceta social do Estado, como obrigação de ajudar, com regras, quem mais precisa. Falta cumprir o desígnio de transportar esta bolsa de carências para uma inserção no mercado de trabalho, com melhoria das condições de vida destes agregados que compõem a franja das assimetrias sociais do país. São números que geram alguma esperança e devem motivar os decisores políticos no combate a este flagelo, mantendo o país blindado a crises futuras, anunciadas de forma constante. Sublinho que, segundo dados do Eurostat, numa comparação entre os períodos de 2008 e 2018, a taxa de risco de pobreza ou exclusão social aumentou em nove estados-membros, entre estes estão países como o Luxemburgo, Espanha, Itália Holanda, Suécia e Dinamarca. Portugal está fora deste lote, tendo recuado uns significativos 4.4 pontos percentuais.
ATUALIDADE EMANUEL BOIEIRO DIRIGENTE DO SINDICATO DOS ENFERMEIROS SE A SUA resposta for não, encontra-se no lado da esmagadora maioria da população. Se for sim, naturalmente, fará parte da coordenação do projeto no seu município ou das parcerias, algumas escolhidas com critérios lógicos, como escolas, unidades de saúde, centros de formação profissional e juntas de freguesia, ou outras, com critérios políticos e ideológicos pouco claros, como instituições particulares de solidariedade social, confederações sindicais ou empresas. A sede e o conselho de administração da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis situa-se na Rua 5 de Outubro n.º1, no Seixal, sendo o presidente do Conselho de Administração, Joaquim Cardador dos Santos, que exerce funções, simultaneamente, de presidente da Câmara Municipal
do Seixal. Em termos estruturais, no que diz respeito à Europa, o projeto Cidades Saudáveis integra-se na Rede Europeia de Cidades Saudáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS), constituída por cidades de vários países da região europeia, nomeadas após um processo de candidatura que envolve a resposta a um conjunto de critérios de designação e de elegibilidade definidos pela OMS. Atualmente, existem 30 redes nacionais em toda a Europa, que envolvem mais de 1000 cidades e vilas, sendo que a rede portuguesa integrou a rede europeia em junho de 2001. Dezoito anos depois, 57 municípios portugueses fazem parte deste projeto e, no distrito de Setúbal estão, neste momento, 7 autarquias envolvidas, Almada, Seixal, Barreiro, Montijo, Sesim-
bra, Palmela e Setúbal. Para além de outros critérios, sabemos que cada cidade ou vila, tem uma coordenação do projeto, define uma missão e objetivos locais, estabelece parcerias e implementa projetos, com áreas de atuação e públicos-alvo definidos em primeiro lugar e com um sentido amplo a nível europeu e nacional, depois com a concretização em grupos específicos a ser definida localmente. Em teoria, uma excelente ideia. Na prática, com aplicação avulsa e com avaliação de resultados insuficiente. No entanto, existem várias questões que permanecem sem resposta. Será que os cidadãos de cada município têm a noção de que vivem num município saudável? Será que as desigualdades em saúde estão a ser, verdadeiramente, combatidas localmente? Estarão
todos os envolvidos a intervir sobre os determinantes em saúde, nomeadamente, na promoção de estilos de vida saudáveis? Será que o planeamento urbano destas autarquias é efetuado de modo saudável e ambientalmente sustentável? Estará a ser facilitado o acesso, nomeadamente dos grupos mais vulneráveis, a cuidados de saúde adequados e ajustados à sua situação? Se um dos objetivos é desenvolver atividades integradas e articuladas aos diferentes níveis (concelho, região, país), no âmbito da promoção da saúde, que tal começar por aumentar os níveis de participação dos cidadãos neste projeto, incluindo os parceiros sociais, empresas e representantes sindicais? A Saúde em todas as políticas não pode nem deve excluir ninguém.
Combater as desigualdades - um desafio para o futuro CRÓNICAS DISTO E DAQUILO CATARINA TAVARES DIRIGENTE SINDICAL VIVEMOS um daqueles momentos históricos charneira entre o que era e o que será. Dir-me-ão que sempre assim foi. O passado, o presente e o futuro sempre se entrelaçam numa complicada trama que vai fazendo a história de cada um de nós e das sociedades. Mas vivendo nós neste início do século XXI a sensação é a de que em todos os campos há desenvolvimentos por vezes inesperados, por vezes desconcertantes, e que tudo está a acontecer muito rapidamente. A comunicação sempre teve um papel fundamental na forma como as sociedades se estruturam. A aceleração da comunicação para, não só uma velocidade vertiginosa, como o facto de ela se ter democratizado, no sentido em que, hoje, todos podemos ser ou fazer “noticia” e de a maioria
ter deixado de ser consumidor mais ou menos passivo das notícias contribui para a sensação de mudança. Múltiplos aspectos da nossa vida quotidiana se estão a alterar profundamente e já todos percebemos que se irão alterar ainda mais nos próximos anos arrastando-nos, a nós e à sociedade, para um turbilhão que suscita temores e apreensões. A questão é a de saber escolher qual o cenário de futuro que melhor serve a humanidade num quadro em que até o clima se está a alterar. Um dos grandes desafios contemporâneos é o do combate às desigualdades. Um combate importante se queremos evitar um futuro distópico. Nos últimos anos o fosso que separa os mais ricos dos mais pobres tem -se alargado. Como combater este flagelo? A pobreza é um desafio à
nossa humanidade. Uma sociedade que coloca a pessoa no centro das suas preocupações não transforma os pobres em estatísticas ou, em algoritmos. É assustador pensar no número de dados que se podem recolher e processar; é assustador pensar que decisões sobre a vida de indivíduos ou, famílias possa vir a ser tomada com recurso a um qualquer software. Assustador, mas cada vez mais real. As desigualdades, a pobreza são um assunto demasiado sério para que deixemos a Inteligência Artificial resolvê-lo. Se quisermos um futuro de progresso económico-social e de Paz temos que redistribuir a riqueza, temos de saber como fazer sair da pobreza indivíduos e regiões, por esta razão, o prémio Nobel da economia deste ano é tão inspirador. Os economistas
Banerjee, Esther Duflo e M. Kremer demonstraram que o círculo vicioso da pobreza pode ser quebrado. Usaram métodos experimentais para medir o impacto de programas ( de educação, saúde, acesso ao crédito, novas técnicas agrícolas) no combate à pobreza e provaram que a pobreza global pode ser reduzida através de políticas adequadas, políticas que não se limitem a deitar dinheiro nos problemas e que dêem resposta às necessidades das pessoas. Uma economia de rosto humano, uma sociedade centrada nas pessoas terá de encontrar formas para garantir uma vida digna a um cada vez maior número de pessoas...lembre-se que nos últimos dois minutos, o tempo que levou a ler esta crónica, Bill Gates terá enriquecido pelos menos 18 000 $ ...
/ Ficha Técnica Diretor Raul Tavares / Editora-Chefe Eloísa Silva / Redação Anabela Ventura, António Luís, Carlos Ribeiro, Cristina Martins, José Bento Amaro, Marta David / Coordenação Comercial Cristina Almeida / Direção de arte Pedro Frade / Design de comunicação Teresa Fortalezas | EDUGEP Digital Solutions www.edugep.pt / Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira / Distribuição VASP e Maiscom, Lda / Propriedade e Editor Maiscom Edição e Publicações, Unipessoal, Lda; NIPC 513 409 246 / Capital Social Raul Manuel Tavares Pereira (100%) / Redação Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com / Telefone: 93 53 88 102 / Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora da Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro / Tiragem 20.000 (média semanal) / Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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OPINIÃO
Novos totalitários, intolerantes, crispados e sombrios ATUALIDADE LUÍS NASCIMENTO JORNALISTA GEORGE Orwell está mais actual do que nunca: a tentação totalitária e o controlo sobre a sociedade, pondo em risco o princípio de que todo o indivíduo tem direito a dirigir a sua própria vida. Sendo liberal (não no sentido politico-ideológico do termo) tenho uma intransigente noção de que cabe a cada pessoa assumir os custos e consequências da sua Liberdade. Todos os indivíduos têm direito a dirigir a sua própria vida. Vivemos um tempo de angústias, de novos idealismos e de procura de uma “pureza moral “que, como sempre aconteceu ao longo da história, pode abrir a porta a fundamentalismos e novas ortodoxias. O Magnifico Reitor da Universidade de Coimbra decidiu banir da ementa do refeitório a carne de vaca (mas esqueceu-se de referir o boi, o novilho, a vitela…). Dir-se-á que é uma medida simbólica, em que a instituição se compro-
mete a contribuir para a redução das emissões de gases nocivos para a atmosfera, resultantes da produção agro-alimentar bovina. Não gosto de sociedades moralistas, híper reguladoras e proibitivas, em que se pretende criar um sentimento de culpa nas pessoas, pelo que comem. Se comer um bife, estou a ser “cúmplice” da emissão de metano para a atmosfera(!). Fazer desaparecer da alimentação das crianças e jovens a proteína animal, pode ter consequências para o seu desenvolvimento. E os mais pobres são os mais atingidos. É caro manter uma comida vegan. Recentemente, em Paredes de Coura, o porta-voz do PAN, André Silva foi ao ponto de defender que “comer é um ato político. Deixa de ser apenas uma mera opção que tem que ver com o meu gosto e preferências elementares, mas que tem implicações enormes em
terceiros, noutras pessoas e culturas, nos ecossistemas”. Mas nem uma palavra sobre os modos de produção, o sistema capitalista que temos e que não se adapta às alterações climáticas, de produção em massa, da alimentação franchisada dos hambúrgueres, pizzas, etc. Este tipo de discurso é uma ameaça à saúde publica. Estes novos “teólogos” atiram-se, sim, ao cidadão. Um fanatismo a roçar a perigosidade dos extremistas do campo político, xenófobo, racista e nacionalista. Há aqui tanta incoerência. Os adeptos destas teorias colocam os animais além das pessoas, no seu sentimentalismo animalista, mas esquecem-se de uma coisa: cães e gatos são carnívoros, como é que eles os alimentam? com nabos, alface, tofú, ervilhas? Para os tornar herbívoros, teriam de fazer uma manipulação genética ou sessões de yoga animal, para uma “mentalização”
vegan? Estudos indicam que corrigir a alimentação natural de cães e gatos, revela que os mesmos ficam subnutridos Seria uma violência…animal. Esquecem-se estes moralistas totalitários que a ração para os cães e gatos das famílias portuguesas emitirá 1,53 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa - tanto quanto 212,5 mil pessoas, ou quase metade da população da cidade de Lisboa” (Revista Visão com base num estudo dos EUA). As alternativas não são fáceis quando abordamos o problema do consumo de carne. Há que reduzir o impacto ecológico e uma das medidas passa por promover a produção animal extensiva de forma complementar a outras atividades agroflorestais e de ordenamento do território. Refiro o autor de “1984”, porque dá ideia que todos passaremos a ser escrutinados pelo que
comemos, um Big Brother que nos pune severamente se fizer uma “ inspecção” às nossas cozinhas, depois de já ter conseguido impor multas que podem quase atingir o ordenado mínimo nacional, a um incauto fumador que atire a beata ao chão (um acto de civilismo e que deve ser alvo, defendo, de uma campanha de consciencialização). Da comida a tudo o resto, será um pequeno passo: censurados pelo que dizemos. Pelo que fazemos. Pelos espetáculos a que assistimos. Pelas igrejas a que vamos. Por usarmos adágios populares, como “quem não caça com cão, caça com gato” e por aí fora… Um sistema assente na bufaria, como acontecia no Estado Novo em que havia pessoas que recebiam uma avença da PIDE para denunciar os cidadãos que se comportavam de um modo “impuro”. Está a emergir para a arena política gente intolerante, sombria e crispada.
Day after - PSD ESPAÇO ABERTO E LIVRE ZEFERINO BOAL COLABORADOR O PSD é um partido político e como tal é um instrumento de acesso ao poder para Governar e daí introduzir orientação política ao país e à Nação. Nos dias de hoje, a política fechada e assente nas conivências de “emprego fácil”, das amizades e da bajulação tem os dias curtos para as instituições partidárias e consequentemente outras oportunidades se abrem a novos protagonistas. O período pós-eleitoral é sempre um momento de exacerbar “egos” e ajustes de contas que, por vezes, provocam feridas irreparáveis nas relações
internas dos partidos. O PSD não é imune ao padrão normal do ser humano. Há que fazer uma “autocritica” individual e coletiva e conseguir melhorar o que está bem e corrigir o que está mal. Uma certeza temos; que a qualquer nível, desde o nacional até ao de freguesia, o PSD tem que se abrir e conquistar novos horizontes e encontrar novos líderes em diferentes momentos de decisão. Em especial na presidência do partido, o atual, está demonstrado que não serve e não passa de ator secundário da política e
chefe do caciquismo interno. No distrito de Setúbal é premente que tal desiderato se cumpra e os militantes sejam livres no pensamento, porque na divergência crescemos mais do que pelas amizades. Não se confunda amizade, com lealdade, uma equipa pode ser leal com pontos de vista divergentes e convergir de forma consolidada para o crescimento institucional. Muitas vezes, confunde-se lealdade com submissão e garantidamente esse tipo de comportamento não contribui para a conquista de eleitorado.
Uma força grupal cresce e consolida-se mais e melhor tendo no seu topo uma liderança (não um chefe) capaz de conviver com as alternativas. Temos a convicção que o PSD deste distrito tem a maturidade para separar o trigo do joio e nesta mudança de ciclo demonstrar a cada nível de decisão, desde o topo até ao diálogo com o cidadão anónimo, passando pelo patamar concelhio; e assim encontrar política e informação pública da sua estratégia, nas preocupações graves que afetam a região, que não é um deserto,
mas um espaço geográfico onde também vivem portugueses e muitos cidadãos com diferentes culturas que importa saber olhar. É o tempo de cada cidadão e se for militante, dentro das balizas da disciplina partidária, assumir as suas ideias livremente e sem amarras e, se for caso disso, assumir as consequências naturais dos seus atos. Não há mais tempo para pactuar com aqueles que destroem em vez contribuírem para construir. Se nada for feito a letargia alarga-se e novos protagonistas ocupam o espaço ora ocupado.
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18out2019 ⁄
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