semmais
Sábado 20 | Junho | 2015
Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 860 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita
Consagrados da Diocese de Setúbal celebraram entrega total nos mares do sado
O ano dos Consagrados da Igreja Católica foi o mote para levar ao sado três dezenas de irmãs, frades e padres que fizeram votos de castidade, obediência e pobreza, numa entrega total a Jesus. Um convívio, sob a chancela do Papa Francisco. A jornada contou com a presença do Arcebispo de Roma, o espanhol D. José Carvalho, Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis e o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca. O Semmais e a Agência Ecclesia registaram a aventura, que teve missa a bordo e o baile dos golfinhos.
REPORTAGEM PÁGINA 2
Região vai receber ambulâncias para melhorar socorro
NEGÓCIOS PÁGINA 12
Quinta do Piloto aposta forte na vertente do enoturismo
SOCIEDADE PÁGINAS 6
Com o INEM sob fogo serrado, a região vai ver reforçados os meios de socorro. O Centro Hospitalar Barreiro/Montijo recebe um veículo de intervenção pré-hospitalar e há mais duas ambulâncias básicas para Montijo e Alcácer e uma moto para o Seixal
A família Cardoso que gere os destinos da empresa vitivinícola Sivipa, em Palmela, não para de empreender. O seu novo projeto dá pelo nome de “Quinta do Piloto”, na paradisíaca Serra do Louro, e é uma aposta forte no enoturismo.
A investigação é recente, uma vez que os efeitos só se começam a notar num período longo após o ataque do bicharoco. Pode ser mortal e está a merecer uma atenção especial dos especialistas do Instituto Ricardo Jorge.
SOCIEDADE PÁGINA 3
Febre da carraça já atingiu 34 pessoas do distrito em três anos
ENFOQUE RELIGIÃO REPORTAGEM DO SEMMAIS EMBARCOU NO “VERTIGEM AZUL” COM OS CONSAGRADOS DA DIOCESE DE SETÚBAL
Devoção a Jesus nos mares do sado para ver golfinhos e celebrar a entrega total TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM
As consagradas da diocese de Setúbal embarcaram no “Vertigem Azul” e procuraram no Sado o “mar da Galileia”. Uma viagem que o Semmais acompanhou, em exclusivo, com a Agência Ecclesia. Uma jornada em que reinou a alegria e em que espírito de missão e carisma cantaram mais alto. E até se celebrou missa, na ‘casa’ dos golfinhos, presidida por um arcebispo de Roma. O tempo não estava de feição, mas a contagiante alegria das irmãs Consagradas de dezena e meia de congregações missionárias da diocese de Setúbal, quase que aclarou a tarde chuvosa e chamou uns raiozinhos de sol. «Vamos ver se nos aguentamos neste baloiçar, a caminho do mar da galileia», balbuciava uma das irmãs que, de chapéu-de-chuva em riste, na espera do cais, acoitava um grupo de missionárias de Calcutá». A ânsia do embarque, escadaria a baixo, de pé-ante-pé, amenizou a espera. E a chegada do ‘pastor’, o bispo de Setúbal, do D. Gilberto Canavarro dos Reis, alargou sorrisos, ampliados pela pre-
sença providencial do arcebispo José Carvalho, responsável, no Vaticano, pelos Consagrados à escala mundial. «Foi uma coincidência feliz, o senhor Arcebispo estar por Portugal e ter aceite estar connosco neste convívio de comunhão tão especial», confessava à reportagem do Semmais, o prelado sadino. Não é uma viagem qualquer, já que a mesma decorre sob os altos desígnios do Pontífice de Roma, no âmbito do Ano dos Consagrados, chancelado pelo próprio. «O Papa Francisco tem a vida consagrada no centro das suas preocupações, recebe constantemente as religiosas, está atento aos problemas e reconhece a sua importância em zonas do mundo onde mais ninguém está ou quer estar», diz, mais tarde ao Semmais, D. José Carvalho, o arcebispo espanhol que secretaria o universo dos Consagrados em nome da Igreja de Roma. Os golfinhos do Sado saltitam no ‘mar da galileia’ O “Vertigem Azul” tinha um rumo e a sua navegação, sulcando, não raramente, as ondas agitadas, animava as conversas. «Ainda não vimos nenhum golfinho. São tão engraçados, um animal lindíssimo», atirava uma outra irmã, mais
vivaça, antes de chegarem as cantorias, de voz alinhada sob o mesmo diapasão, que normalmente animam as liturgias nas paróquias da diocese. E os golfinhos chegaram, lançando um ‘bruááá’ de espanto. Primeiro, de forma tímida, depois mais alongados, à vista desarmada, ainda no horizonte distante, para depois se acercarem da embarcação, em grupos. E os olhos mirantes dos passageiros atónitos a zarparem para todas as direções. «Olha ali!!! Agora veem-se mesmo bem….»; «Ohhhh, olhem aqueles, como é possível estarem tão perto e não se importarem», exclamavam uma e outra irmã, abeirando-se da quilha do barco, procurando o melhor dos ‘faróis’ para confirmarem o cenário maior perto, daquele desfile elegante de parte da comunidade de roazes corvineiros que habitam o estuário do Sado. E houve mesmo religiosas que quiseram experimentar outras adrenalinas, ousando, a pedido dos fotógrafos de serviço, quase a empinar-se no lastro do “Vertigem Azul”, em poses que mais faziam lembrar a cena emblemática da atriz Kate Winslet, no remake fílmico “Titanic”, de 1997. Um mimo contagiante, a mostrar a alegria e a satisfação das consagradas nesta aventura estuarina.
O QUE SÃO CONSAGRADOS E O QUE FAZEM A Diocese de Setúbal conta com cerca de 150 religiosos consagrados, aqueles que se juntaram a ordens e congregações, abdicando de uma vida normal, e que vivem «totalmente para a Igreja e para Jesus», com votos de castidade, obediência e pobreza. Na viagem pelo sado, puderam-se juntar irmãs “Servas de Nossa Senhora de Fátima”, “Franciscanas Missionárias de Maria”, “Salesianas”, “Missionárias de Calcutá”, “Escalebrianas”, “Doroteias” e de muitas outras ordens que atuam junto dos mais desprotegidos. «Já fomos 27 em Setúbal e hoje somos só quatro, mas mesmo assim trabalhamos com a comunidade cigana, apoiamos crianças do primeiro-ciclo com dificuldades de aprendizagem e dedicamos muito tempo a catequese e à animação de liturgias», explica a irmã Fátima Ferraz, franciscana de Maria. As Missionárias da Caridade (ou de Calcutá), com três casas em Portugal, são conhecidas por uma pobreza extrema. Em Setúbal são três irmãs e trabalham com crianças deficientes. «Graças a Deus temos apoio e muitos voluntários», deixa sair ao Semmais uma das religiosas desta congregação que escondeu no nome. Nem todas as ordens se dedicam em exclusivo ao apoio caritativo e social. As Salesianas têm. Por exemplo, um colégio, mas apoiam 28 crianças em risco. «É uma vida dura e abnegada, só mesmo uma entrega e compromisso total satisfazem essas dimensões», afirma D. Gilberto Canavarro dos Reis. Ele próprio entende que reconhece a crise de vocações e a aponta à crise de valores atual e à dimensão familiar destes tempos. «Esta situação nasce de uma crise mais geral, em que também há uma crise de matrimónios. O próprio cristão já não se pergunta a Jesus ‘o que quer de mim’… É o reflexo de uma sociedade centrada em si mesmo», acrescenta o Prelado Sadino.
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«Queríamos fazer algo que assinalasse este ano cheio de graça e a nível do secretariado pensamos que nada melhor que este passeio de barco, para imitar o que Jesus Cristo fazia no mar da Galileia, quando chamou os primeiros discípulos», explicava ao Semmais a irmã Fátima Ferraz, a religiosa que está à frente da Associação que junto da Diocese de Setúbal congrega as várias ordens consagradas. «Estes convívios são importantes para conhecimento dos carismas e deles nasce um outro entusiasmo. É um momento forte, porque a missão destas religiosas torna-se mais fácil», sustenta o bispo de Setúbal. Um ritual litúrgico diferente a bordo Com tudo pensado ao pormenor, nem a cerimónia litúrgica faltou. Um altar improvisado, os paramentos a preceito, os objetos de culto, numa celebração e eucaristia, que uniu em comunhão todos os viajantes do “Vertigem Azul”, bem timonado pela empresária Maria João, conhecedora profunda do sado, e das suas zona estuarina e oceânica. Presidida por D. José Carvalho, a cerimónia serviu também para a tomada de consciência sobre o papel dos Consagrados na Igreja de Pedro. «Na vida consagrada é preciso centrarmos, concentrar-nos e descentrar-nos. Só assim a nossa missão de religiosos que entregaram as suas vidas a Jesus Cristo faz sentido. E isto,
em diálogo permanente com todos os carismas», declarou o Arcebispo de Roma. Franciscano, D. José Carvalho proclamou que «os carismas são dados à Igreja para benefício de todos. Temos que ir às periferias, ao deserto, onde ninguém está nem quer estar». E acrescentou no seu eloquente discurso litúrgico: «A nossa identidade é itinerante, não podemos fazer arqueologia». O próprio deixou a sua experiência para explicar que o carisma de cada um não pode ser «tomado como uma peça de arqueologia». «O carisma que abracei não está só em S. Francisco, mas nos 800 anos da história da Ordem, porque senão fazemos peças de museu. O que temos que nos perguntar é o que fariam os nossos fundadores, hoje, agora e aqui», acrescentou. Um discurso, ao sabor de um vento fugaz, e de chuva miudinha, com raios de sol a acolitar a cerimónia. E uma atenção compenetrada dos devotos. «É entre vós que me sinto bem e estou feliz por estar aqui, neste mar de Setúbal», declarou. Era o fim de festa e a inversão de caminho até terra firme. E o voltar solene às missões que fazem destes religiosos uma frente de ataque ao serviço da caridade e da beneficência. Talvez por entre o rebanho, melhor se perceba a convicta e firme abnegação de homens e mulheres que abraçam a «causa do reino», deixando os seus bens próprios, e vivem os seus votos de castidade, obediência e pobreza.
«Papa Francisco é um Pastor que cheira as suas ovelhas». D. José Carvalho é um dos homens de confiança do Papa Francisco, responsável pelos Consagrados em todo o mundo eclesiástico. O arcebispo de Roma reconhece a crise de vocações e quer «encontrar caminhos» para amenizar esta realidade: «Temos que recentrar o dom da nossa vocação e dos nossos carismas, e isso passa por estes encontros», afiançou à reportagem do Semmais. «A crise de vocações é universal, mas o que mais preocupa é a pouca perseverança dessas vocações. Não é normal que religiosos com muitos anos de formação se deixem levar por estes
novos tempos e abandonem as suas convicções», interroga-se. O eclesiástico defende uma formação inicial «mais exigente», porque afirma que a que se oferece hoje «é muito ligt». D. José Carvalho, que veio a Portugal para participar na Conferência Episcopal Portuguesa, afirma que «é chegada a hora de tomar consciência desta realidade e encontrar caminhos para a inverter». E para isso, salienta, «é agarrar esta oportunidade trazida pelo Papa Francisco, que está a atrair leigos e crentes à Igreja». E remata: «Francisco é um homem que cheira a gente, um Pastor que cheira as ovelhas. É uma grande oportunidade!».
SOCIEDADE SAÚDE CENTRO HOSPITALAR DO BARREIRO/MONTIJO COM VMER, AMBULÂNCIAS BÁSICAS PARA MONTIJO E ALCÁCER E MOTO PARA SEIXAL
Distrito recebe novos meios de socorro até final do ano TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
O INEM nega que o socorro às populações da península esteja comprometido, após as denúncias dos trabalhadores. E avança com plano de investimentos. É uma ajuda preciosa, em tempo de aumento de urgências.
Bactéria e-coli encontrada na Praia da Figueirinha
O INEM vai investir em novos
meios de socorro e emergência médica para o distrito de Setúbal, dotando o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo de uma VMER (veiculo de intervenção pré-hospitalar),enquanto Alcácer do Sal e Montijo vão ser contemplados com duas ambulâncias de suporte imediato de vida. Seixal também consta da lista do Instituto Nacional de Emergência Médica, estando para aqui prevista uma moto de emergência médica. Os equipamentos deverão estar ao serviço até ao final deste ano. O investimento anunciado esta semana pelo organismo do Ministério da Saúde responsável por coordenar o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica que procura garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita «a pronta e correta prestação de cuidados de saúde», surge depois de no início do mês os trabalhadores
do INEM se terem recusado a fazer horas extraordinárias. Um protesto pela falta de pagamento de subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário. Aliás, a comissão de trabalhadores a chegou mesmo a alertar que o socorro à população, em regiões como a península de Setúbal poderia estar em risco, o que foi negado pelo INEM. Edil do Montijo aplaude VMER desde que se cumpra protocolo Nas reações à notícia, Nuno Canta, presidente da Câmara do Montijo, defendeu a necessidade de instalar no concelho uma VMER que esteja ao serviço do hospital, recordando o protocolo que existe nesse sentido, desconhecendo como é que viatura adjudicada ao Centro Hospitalar Barreiro/Montijo vai funcionar. O hospital do Montijo conta apenas com uma urgência básica, enquanto a
unidade de saúde do Barreiro tem urgência médico-cirúrgica. Já a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considerou que o reforço do INEM com os novos meios de socorro e emergência médica «vai ajudar, embora seja
Acácio Veiga, voluntários e utentes “Dão as Mãos” há seis anos TEXTO RITA MATOS IMAGEM SM
O mentor do projeto está satisfeito com os resultados que serve 150 pessoas. A Igreja acolhe e dá apoio substantivo.
A praia da Figueirinha, em
Setúbal, está interdita a banhos devido a uma bactéria encontrada na água. Segundo informação recolhida pelo Jornal de Notícias, as análises de rotina realizadas à água da praia detetaram uma elevada quantidade da bactéria e-coli que tem origem em fezes. Depois de saber o resultado das referidas análises, pelas 11 horas de ontem (sexta-feira), a Capitania do Porto de Setúbal deu o alerta e avisou os concessionários da praia. A bandeira vermelha foi, desde logo, içada. Devido a esta situação, a praia da Figueirinha está interdita a banhos até amanhã, domingo.
O Projeto “De Mãos Dadas Acácio Veiga” acaba de comemorar seis anos de existência. A sala de entrada da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal, espaço onde são dinamizadas as atividades do projeto, esteve lotada. Largas dezenas de pessoas não quiseram perder a celebração do 6.º aniversário de um projeto que tem dado as mãos à população sénior do concelho de Setúbal. Completam-se, assim, seis anos de voluntariado dedicados à inserção e à solidariedade cultural sénior. Seis anos passados, Acácio Veiga, fundador do projeto e coordenador das atividades inseridas no mesmo, não podia estar mais satisfeito. Começou sozinho, como voluntário, e no com apenas 16 utentes. Atualmente, cerca de 150 “alunos” e 20 voluntários abraçam o “De Mãos Dadas” de coração cheio. «O projeto deu um grande salto», diz, satisfeito, Acácio Vei-
uma medida tardia», disse Jaime Soares, presidente da LBP embora se tenha congratulado com o anúncio. «É óbvio que estes novos meios vão ajudar as associações de bombeiros, que já esperavam isto desde o ano passado», recordou.
Grândola é dos melhores municípios do Alentejo para viver, visitar e investir Grândola ocupa o 79.º lugar a
ga, sublinhando que «não recebe, nem nunca recebeu, apoio financeiro» de qualquer entidade. «Estamos na Igreja Nossa Senhora da Conceição mas isto é um projeto autónomo. O padre Constantino Alves cede-nos o espaço, paga-nos todas as despesas inerentes ao mesmo, como água luz, eletricidade, sendo o resto suportado pela vontade solidária de todos nós. Isto funciona graças ao voluntariado e à boa vontade do padre Constantino que nos alberga neste espaço». O projeto “De Mãos Dadas” proporciona a cerca de 150 pessoas o usufruto de várias atividades como informática, inglês, francês, artes plásticas, artes criativas, artes manuais, reciclagem, grupo coral, mediação da tensão arterial e um “olhar sobre a saúde”. Para Acácio Veiga, todas as iniciativas são importantes mas há uma muito especial. “A alfabeti-
zação é a menina dos meus olhos. Temos 17 pessoas a aprender a ler, algumas delas na casa dos 80 anos, e já há casos de sucesso”. A pintura e a informáticas são algumas das atividades com maior aceitação. Para além das iniciativas desenvolvidas na igreja, o projeto “De Mãos Dadas” também vive fora de portas. O Grupo Coral atua em lares, dentro e fora do concelho de Setúbal, e são vários os espaços da cidade, como a Casa da Cultura e a Associação de Socorros Mútuos Setubalense, que que acolhem exposições feitas pelos utentes. Mas não é só… «sazonalmente fazemos palestras e apoiamos as pessoas no preenchimento do IRC em papel e através do suporte informático». No espaço da Igreja Nossa Senhora da Conceição está patente, e durante mais quinze dias, uma exposição de reciclagem, pintura, artes manuais e criativas.
nível nacional no ranking dos melhores municípios portugueses e o 5.º do total dos 58 municípios do Alentejo. Estes foram dados divulgados pelo Estudo da City Brand Ranking que avaliou, recentemente, os municípios portugueses em três categorias: viver, visitar e investir. O Estudo frisa ainda a subida do município de Grândola que consolida o seu lugar no top 10 a nível regional. O Estudo da City Brand Ranking é elaborado através do cruzamento de dados estatísticos que já existem (população, percentagem de criação de novas empresas ou dormidas por habitante) e as pesquisas realizadas na internet sobre os 308 municípios portugueses, a que se junta o desempenho de cada concelho, quer no seu site institucional, quer mas redes sociais.
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SOCIEDADE
Centro Jovem Tabor e Associação Montepio avançam com projeto para a sustentabilidade MUNICÍPIO DE SETÚBAL Câmara Municipal
MOÇÃO: CONSTRUIR UM PODER LOCAL DEMOCRÁTICO SÓLIDO AFIRMAR A CAPACIDADE DE RESPOSTA AS NECESSIDADES DAS POPULAÇÕES EXIGIR 0 FIM DAS LIMITAÇÕES À CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES lntegrado num processo de limitação clara da autonomia constitucionalmente consagrada do Poder Local Democrático, as autarquias locais foram confrontadas, em especial a partir de 2010, com sucessivas exigências legais de redução do número dos seus trabalhadores, às quais se somaram restrições efetivas a contratação de novos recursos humanos. Como consequência, o Poder Local Democrático perdeu em quatro anos mais de 17 mil trabalhadores. 0 Orçamento de Estado para 2015 prolonga, de forma inaceitável, este percurso com a imposição de novas reduções do número de trabalhadores (que podem chegar a 3 por cento) a vários Municípios e a limitação a contratação nos restantes municípios com base em critérios que, confrontados com a realidade, acabam por impor novas proibições de contratação de pessoal. No Município de Setúbal esta redução afetou cerca de 150 trabalhadores, representando mais de 10,3 por cento do volume global de recursos humanos existente em finais de 2010. Em consequência deste processo, acrescido das políticas penalizadoras em processos de aposentação, perdeu-se experiência, capacidade de resposta e qualidade no serviço público prestado. Confrontam-se, já hoje, as Autarquias Locais, com dramáticas consequências desta política do atual Governo, entre as quais se contam severas restrições ao rejuvenescimento dos trabalhadores, falta de transmissão de conhecimentos e experiências profissionais a novas gerações de funcionários públicos ou o aumento de doenças e patologias profissionais associadas ao aumento da idade média dos trabalhadores.
Consequência desta política que é igualmente penalizadora para a qualidade dos serviços públicos prestados pelas autarquias é a menor motivação dos trabalhadores municipais e da população em geral para o desempenho de funções públicas. É fundamental reconstruir a capacidade de resposta do Poder Local Democrático às suas competências e às necessidades das populações. Só a inversão da estratégia politico-legislativa de redução e limitação do número de trabalhadores nas autarquias locais permitirá repor capacidade operacional, readquirir experiência e encontrar soluções. A esta inversão e fundamental que se associem, desde logo no plano legislativo, medidas que contribuam para a construção de políticas de valorização profissional, para a reconstrução de perspetivas de carreira pública, para valorizações remuneratórias claras e para um horizonte de progressão real e aliciante. E imprescindível que, na sequência das conclusões aprovadas no XXll Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), se opere uma mudança de paradigma de que resulte o reforço da autonomia local como fator incontestável do desenvolvimento de Portugal e do aprofundamento da democracia, passando pela revogação das normas legislativas relativamente à gestão de recursos humanos e colocando-se um termo às reduções obrigatórias dos trabalhadores e às limitações ao necessário recrutamento. Nestes termos, a Câmara Municipal de Setúbal, reunida em reunião pública de 17 de junho de 2015, delibera: a) Exigir o fim de todas as limitações legais à contratação de trabalhadores e obrigações de redução obrigatória de pessoal; b) Reiterar a necessidade de construção e afirmação de uma visão do Poder Local Democrático que respeite a sua autonomia e contribua, efetivamente, para a consolidação da sua capacidade de resposta face às necessidades das populações e do país; c) Associar-se às conclusões do XXll Congresso da ANMP, demandando uma mudança de paradigma de que resulte o reforço da autonomia local como fator incontestável do desenvolvimento de Portugal e do aprofundamento da democracia, passando pela revogação das normas legislativas, relativamente à gestão de recursos humanos nas autarquias locais. A presente Moção deverá ser divulgada aos trabalhadores, remetida às estruturas sindicais, à comunicação social, à ANMP, à ANAFRE, à Sra. Presidente da AR, aos grupos parlamentares da AR, ao Ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional e ao Secretário de Estado da Administração Local.
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TEXTO RITA MATOS* IMAGEM SM
O Centro Jovem Tabor e o Montepio vão abraçar mais desafio. A ligação entre as duas instituições foi estabelecida em 2011 e a associação mutualista é a grande parceira do Tabor. Nos próximos dois meses, vai ser implementado um novo projeto de consultoria de acompanhamento em sustentabilidade. Tal como o nome indica,
o grande propósito do novo projeto, que junta o Centro jovem Tabor e o Montepio, é a aposta na melhoria da sustentabilidade da instituição que já conta com 27 anos de história no acompanhamento de jovens em situações de risco. Paulo Lourenço, diretor do Centro Jovem Tabor, explica em que consiste o projeto que vai ser testado durante dois meses e meio. «Vamos analisar outros caminhos, em termos do desenvolvimento do trabalho que fazemos, que nos ajudem a melhorar a sustentabilidade. Isto, através de um projeto que vai fazer uma análise muito profunda do nosso funcionamento, do nosso modelo organiza-
cional, dos nossos recursos. Vamos refletir sobre quais são as áreas mais fracas e mais fortes para podermos desenvolver um projeto sustentável». Sobre o Montepio, Paulo Lourenço, afirma que a parceria estabelecida há quatro anos «tem vindo a ser fortalecida» e que a aposta neste projeto, por parte da instituição bancária, representa um «voto de confiança». Para Fernando Amaro, diretor da área de novos negócios do Montepio, o projeto abraçado é um grande desafio que tem tudo para dar certo. «Estamos perante uma instituição que tem todas as variáveis muito bem identificadas e trabalhadas. Isto significa que vamos começar o trabalho num patamar mais acima do que com a maioria das instituições que não têm um consciência tão grande do trabalho realizado dentro da sua própria instituição». Fernando Amaro frisa ainda a importância das parcerias para o desenvolvimento de projetos. «As parcerias são claramente uma forma de integração na sociedade».
«É uma honra para o Montepio poder ajudar neste processo. O grande desafio é, no final, desta avaliação conseguirmos trazer maior impacto social e maior sustentabilidade a esta instituição» refere o diretor da área dos novos negócios do Montepio. A avaliação vai ser feita pela Finance For Social Impact, empresa de consultoria cliente do Montepio, que tem como missão montar projetos de financiamento para o sector social com eficiência económica. Para o engenheiro Pedro da Silva Carvalho, responsável pela empresa de consultoria, a solução passa, sobretudo, por encontrar uma forma de gerar receitas «90 por cento do problema que temos pela frente é ao nível das receitas. Não se trata de um problema de custos. Proponho que trabalhemos, não sobre os custos mas, quase exclusivamente, sobre as receitas». Para o engenheiro é preciso encontrar um «modelo de financiamento alternativo». *Comboio das Palavras
Dia do Porto de Sines carregado de iniciativas Esta semana sexta-feira, comemorou-se o Dia do Porto de Sines, no âmbito do qual foram realizadas várias iniciativas que culminaram com a celebração de um protocolo entre a APS e o IPDAL- Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina, que será assinado pelo presidente do Conselho de Administração dos Portos de Sines e do Algarve, João Franco, e o presidente do IPDAL, Paulo Neves.
Foi também efetuada uma visita à nova nave logística na ZALSINES, sendo também inaugurado o novo Armazém de Temperatura Controlada da Sitank. O Dia do Porto de Sines foi assinalado também com várias atividades que envolvem a comunidade e escolas do concelho. As comemorações tiveram início, quinta-feira, com o VI Serão na APS onde, numa “Viagem pelo Fado”, os fadistas António Pinto Basto e José Gonçalez deram um concerto de en-
trada livre no auditório da APS, às 21h30. Recorde-se que o Dia do Porto de Sines foi estabelecido pela APS, S.A., com o objetivo de abrir o porto à comunidade envolvente, com particular incidência nos jovens e crianças do concelho. A efeméride tem lugar anualmente no dia 19 de junho, data da publicação do Decreto-Lei n.º 270/71, que constituiu o Gabinete da Área de Sines, entidade que deu início a todo o processo de construção do Porto.
SOCIEDADE
ENSINO REI D. MANUEL I E SEUS SÚBDITOS ‘VISITARAM’ ESTABELECIMENTO DE ENSINO EM PINHAL DE FRADES
Feira Quinhentista encerra ano letivo em grande no Colégio Atlântico TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
O evento envolveu toda a comunidade educativa, como é timbre do Atlântico. Foram mais de três mil as pessoas que puderam vivenciar a recriação
A recriação de uma Feira
Quinhentista marcou o encerramento do ano letivo no Colégio Atlântico, no passado sábado, 13 de Junho. Um dia de festa que proporcionou aos presentes uma viagem ao passado, celebrando-se a passagem do Rei D. Manuel I pelos estaleiros do Seixal, local determinante para a Expansão Marítima. Consta que numa das suas visitas ao estaleiro de Coina, o rei D. Manuel I passou pelo Seixal, concedendo-lhe foral.
O evento, que envolveu toda a comunidade educativa, entre alunos, colaboradores do Colégio e pais, contou com a presença de mais de três mil visitantes vestidos a rigor, que conviveram num ambiente social e cultural do século XV, em espaços distintos: tribuna real, praça da povoação, povoado, feira franca, onde foram comercializados produtos da época, padaria, tabernas, acampamento militar com treino de escudeiros, estrebaria, falcoaria e ainda um espaço de artes adivinhatórias, entre outros.
A Feira Quinhentista abriu portas ao meio-dia, mas os grandes festejos tiveram início às 15 horas com o Cortejo Real, que integrou membros do Clero, os mais bravos Cavaleiros, as mais belas Donzelas da Corte, os Principais do Burgo, a Plebe e, na cauda do desfile, gentes sem direitos e marginalizados. Até as ciganas e videntes quiseram dar as boas-vindas a El-Rei D. Manuel! O Rei D. Manuel I e a sua recente esposa D. Isabel de Aragão assistiram, no decorrer da Feira, a diversos
momentos de animação com as mais belas danças e cantos, lutas de bravos Cavaleiros que mostraram a sua mestria no manejo das armas de combate, voo de aves de rapina e espetáculos de acrobatas e cuspidores de fogo. Nesta iniciativa, todos tiveram oportunidade de mostrar os seus dotes, desde os meninos do Jardim de Infância até aos alunos, mais crescidos, do 3.º Ciclo, passando por todos os colaboradores do Colégio. O evento contou ainda com a colaboração
dos pais na organização das bancas da Feira Franca. A animação foi uma sempre uma constante, pelo que, o ambiente de festa e de convívio estendeu-se pela noite com «grande sucesso». No final, El-Rei D. Manuel I prometeu aos seus súbditos fazer uma nova visita no final do próximo ano letivo. Resta agora esperar, ansiosamente, pelo regresso de Sua Alteza Real ao Colégio Atlântico, uma instituição de ensino de referência na região de Setúbal.
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SOCIEDADE INVESTIGAÇÃO Números foram dados em exclusivo ao Semmais por fonte do Instituto Ricardo Jorge e alertam para uma situação explosiva
Febre da carraça atingiu 34 pessoas no distrito de Setúbal em três anos TEXTO Roberto Dores IMAGEM SM
É uma investigação recente de um fenómeno que tem passado despercebido dos especialistas e opinião pública. A situação no distrito não é das piores, mas os médicos de saúde pública lembram que os perigos e ameaças rondam os campos da região.
Chama-se Febre escaro-nodular,
mas é vulgarmente conhecida como “febre da carraça”. Uma doença que pode ser mortal e que em três anos atingiu 34 pessoas no distrito de Setúbal, segundo os casos declarados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Nesta altura está acionado o alerta máximo contra o parasita. É que até meados do verão a proliferação de carraças é grande nos campos da região e junto às praias, pelo que apertam os receios. Apesar de não estar entre os distritos considerados «mais complicados em termos de casos e de maior população de carraças», Setúbal não escapa à vigilância das autoridades de saúde, até porque, como explica Mário Durval, médico de saúde pública entre Barreiro, Seixal, Montijo e Alcochete, «há zonas da região que têm muito campo e isso acarreta maior risco para as pessoas. É preciso ter cuidados sempre, mas sobretudo nesta altura do ano», sublinha.
Ideia corroborada pelo INSA. «Apesar do maior número de casos de febre escaro nodular ocorrer particularmente na época estival a doença pode ocorrer durante todo o ano se as condições ambientais forem favoráveis à atividade do vetor», avança fonte do instituto garantindo que o INSA mantém «ativamente durante todo o ano a vigilância dos agentes infeciosos, não só em relação à febre escaro-nodular, mas também em relação à doença de Lyme». A Febre escaro-nodular é uma infeção que provoca arrepios súbitos seguidos de febre alta, ritmo cardíaco acelerado (taquicardia), intensa dor de cabeça, vómitos, dor muscular e das articulações. Quatro fatores influenciam distribuição da doença Ainda segundo a fonte a INSA, existe um conjunto de fatores interligados que influenciam a distribuição da doença, como a localiza-
ção geográfica da espécie de carraça que transmite o agente, o ciclo de vida do vetor influenciado pelas condições ambientais, caso da temperatura e humidade, hospedeiros, prevalência de infeção dos vetores e população exposta. É aqui que entram os caçadores como um dos principais grupos de risco. O presidente da Federação Nacional de Caça, Jacinto Amaro, conhece o risco como pouco. «Até porque já fui mordido por uma carraça num joelho e cheguei ao hospital já muito mal», relata ao Sem Mais, revelando que os avisos estão ser constantes. «Quando se mata um javali, uma raposa ou veado é preciso ter muito cuidado e deixar arrefecer. Caso contrário, os animais estão cheios de carraças que vão logo à procura de outro hospedeiro, que pode ser o homem», exemplifica,
acrescentando que este ano é particularmente preocupante devido às temperaturas elevadas. «Até final de agosto, pelo menos, é preciso estar muito atento».
Cuidados a reter e o que fazer em caso de ameaça Sempre que andar por zonas críticas, é conveniente inspecionar o corpo para tentar detetar alguma carraça. Se encontrar não entre em pânico. Pegue numa pinça e agarre a cabeça da carraça, puxando muito devagar para que ela se solte por si própria. Atenção: Não torça a carraça quando a puxar com a pinça, para que não fique nenhum fragmento na pele. Desinfete. Quando for para o campo opte por vestir roupas claras e calças para dentro das meias.
Viagem de ida e volta à nossa realidade Estive, muitos anos depois, de
regresso, agora como turista, à cidade de Praga, capital da República Checa. Cidade vibrante com um turismo cultural muito desenvolvido e muito bem estruturado, exibe o seu património histórico, artístico e cultural com qualidade e aliada à simpatia dos seus habitantes. Não deixei de me impressionar com as semelhanças e contrastes entre os nossos dois países. A republica checa é um pais com dimensão próxima do nosso, 10 436 560 de checos para 10 562 178 de portugueses (ambos censos de 2011), e 78 866 Km2 da Rep. Checa para 92 212 Km2 de Portugal. Temos no entanto diferenças fundamentais, lá manteve-se com um sector industrial significativo, e desenvolveu se uma agricultura excedentária virada para a exportação. Aqui mataram a industria e, a nossa agricultura, embora com algum dinamismo recente, continua incipiente. As pescas, eles nem mar têm, também aqui cuidaram de as estrangular. São considerados um país desenvolvido com um pib de cerca de 82% da média europeia, têm um índice de desenvolvimento humano de acordo com a ONU na 24ª posição, contra Portugal que está em 41º. Já o seu sistema de ensino é considerado o 24º melhor do mundo, Portugal é 31º (até quando?). É certo que tal como Portugal a economia foi de uma forma
geral toda privatizada, (o flagelo neoliberal também la se instalou), mas tem um enorme vantagem competitiva face à zona euro, mantêm a sua moeda, a coroa checa, em que um euro vale cerca de 27 coroas. Mas há atitudes face ao desenvolvimento que contrastam connosco: na cultura as suas figuras mais proeminentes são acarinhadas, publicadas, expostos os seus trabalhos em museus acessíveis e bem organizados e acessíveis aos estrangeiros que os visitam, os concertos são diários, e a nossa Maria João Pires lá esteve a dar um concerto. Aqui os nossos poetas, pintores, escritores, músicos, cientistas, actores, são olimpicamente ignorados pelas generalidade dos órgãos de comunicação social, os museus de arte contemporânea têm acervos mínimos (não fossem algumas iniciativas de particulares), os equipamentos são escassos e a vivência cultural não é estimulada. Veja-se o estado do nosso Conservatório Nacional de Lisboa e está tudo dito. Só quando alguém morre, as televisões, que passam diariamente uma série de cretinos a falar do pouco que sabem e do muito que não sabem, sobre temas vazios, incapazes de contribuir para um maior conhecimento, é que se lembram deles. Fazem então, para cumprir obrigação, um programa alusivo com maior ou menor relevo, consoante eles são mais ou menos gratos ao sistema dos
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grandes interesse daqueles que nos (se) governam. O valor do conhecimento cá é desprezado, os que nos governam manifestam o maior desprezo pelo ensino público, não tendo qualquer pensamento estratégico em relação ao valor do conhecimento cultural, artístico e cientifico como factores estruturantes do desenvolvimento, a curto a médio e a longo prazo. Governados por más ideias assim nos vamos atrasando cada vez mais em relação a outros que, e ao invés, valorizam correctamente essas valências. Na pintura por exemplo, enquanto os museus checos continuam investindo em arte, por cá as inteligências neo liberalizantes vendem os “Mirós”, dizendo que é para aliviar com algumas dezenas de milhões, os milhares de milhões que o BPN nos levou, como se fizessem alguma diferença no mar de dinheiro que o povo está a pagar para essa vergonhosa fraude. Mas lá nem tudo é um mar de rosas o neoliberalismo faz estragos, a guia turística que nos mostrou a cidade, confessou que estava a recompor-se de uma gastroenterite que assolou todo o seu bairro em Praga, com cerca de trinta mil pessoas afectadas. A água da torneira foi contaminada com coliformes fecais, e com alguma tristeza desabafava que a empresa que fornecia a água até era uma empresa francesa e que nada lhe iria acontecer.
ANOTAÇÕES & REALIDADES Pedro Canário
Consultor
Mais uma evidência dos riscos reais das privatizações dos serviços públicos fundamentais, que aqui também vêm fazendo, e fazendo-nos querer que isso é que é moderno e que não há alternativas. Li em viagem que no Barreiro numa sessão pública relativa à questão portuária que está em cima da mesa, que Manuel Salgado (o arquitecto da Expo e vice da Câmara de Lisboa), se terá referido, manifestando receptividade, à ideia de um aeroporto na base aérea do Montijo para as chamadas companhias ”Low Cost”. Será que alguém já se preocupou em estudar primeiro as consequências em termos de ruído e não só, e das suas implicações na perda de qualidade de vida, e consequente perda de competitividade territorial do Concelho do Barreiro? É que o cone de aproximação à pista no sentido Sul/Norte (o de maior potencial de utilização), passa por cima de todo o concelho desde Coina ao Lavradio e consequentemente de toda a sua zona urbana onde vivem milhares de barreirenses. Medindo no Google a distância
das últimas casa do Lavradio ao início da pista da base aérea, esta é de 3 300m, enquanto a distância da Praça do Areeiro ao início da pista da Portela é de 2 500m. Verificamos que ficamos com um problema semelhante ao dessa Zona de Lisboa. A solução Portela + um atira para as calendas o novo aeroporto na zona do Rio Frio, (não há dinheiro para o novo aeroporto, dizem, mas quanto custará esta solução sempre provisória e desestruturante de toda esta zona tão fustigada com as mais insuportáveis agressões ambientais) e coloca igualmente no gelo a terceira travessia do Tejo, para grande satisfação da Lusoponte e dos seus acionistas. Continuam os lisboetas com o tráfego aéreo em cima de si, e as populações do Barreiro e Moita (Baixa da Banheira) passam a ter o seu quotidiano ameaçado por esse tráfego indesejável. Será isto desenvolvimento ou é mais uma negociata das antigas à custa do nosso descanso e da desvalorização do nosso concelho. Aqui como em Praga quem nos defende?
LOCAL BARREIRO RECOLHE APOIOS PARA FESTAS Mickael Carreira e Jorge Fernando vão estar nas Festas do Barreiro, a 7 e 8 de agosto,
onde são esperados 120 mil visitantes. Os nomes foram apresentados dia 15, em conferência de imprensa. Regina Janeiro, presidente da comissão de festas, referiu que as festas não sofrem alterações em relação ao ano anterior, à exceção do ‘desenho’ da mostra empresarial e institucional que tem algumas melhorias. E salientou ainda que «continuamos na fase de recolha de apoios».
GRÂNDOLA PREPARA ÉPOCA DE INCÊNDIOS FLORESTAIS A Proteção Civil está a realizar prevenção, vigilância e apoio ao combate contra incên-
dios. Desde 15 de maio, que está no terreno o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais, tendo sido antecipado 15 dias em relação a 2014. A partir de 1 de julho entrará em funcionamento o dispositivo com recurso a helicóptero. O município pretende que a torre de vigia do Canal Caveira funcione com 2 ou 3 pessoas durante a fase crítica da ocorrência de incêndios.
ALMADA APRESENTOU PROJETO AMBIENTAL PARA PRAIA
ALCOCHETE APRESENTOU NOVOS VINHOS
O projeto ReDuna – Recuperação e Restauração Ecológica do Sistema Dunar de S. João da Caparica, que pode ser replicado noutras praias, foi inaugurado na sexta-feira. O projeto, que está a contribuir para o restabelecimento do equilíbrio geomorfológico do sistema duna-praia e para a resiliência deste troço costeiro, é uma aposta do município, surge no âmbito de protocolo com a APA e é co-financiado pelo Fundo de Coesão a cem por cento, no valor de cerca de 230 mil euros.
Os vinhos “Foral de Alcochete” foram apresentados ontem, sexta-feira, à população, no Núcleo de Arte Sacra, graças a protocolo estabelecido com a Sociedade Agrícola de Rio Frio. A marca perpetua, através da produção vitivinícola, esta data histórica para o concelho. Nesta primeira fase foram apresentados o vinho “Foral de Alcochete” branco e tinto, no entanto, é intenção que sejam igualmente produzidos, com o cunho desta marca, vinhos licorosos e espumantes.
MOITA DÁ AULAS DE CULINÁRIA NOS MERCADOS MUNICIPAIS As aulas de culinária ao vivo prosseguem este sábado, em colaboração com a Doca-
pesca, no âmbito da Quinzena Gastronómica que o município está a promover desde o dia 6 e que termina já este domingo. Depois da aula de ontem, “Cavala em Grande Estilo”, no mercado da Moita, este sábado, às 10 horas, é a vez do mercado da Baixa da Banheira receber, também, pelas 10 horas, a aula dedicada ao “Carapau com Classe e Requinte”.
SESIMBRA HASTEOU A PRIMEIRA BANDEIRA AZUL DO PAÍS
SEIXAL MARCHAS POPULARES DAS ESCOLAS SAEM À RUA
No ano em que se completam os 29 anos de atribuição de bandeiras azuis, a
A tradição cumpre-se com a realização das marchas populares das escolas que, dia 25, às 21 horas, vão encher de animação a rua Paiva Coelho, no Seixal. Trata-se de um projeto do plano educativo municipal que, há 17 anos, dinamiza o final de cada ano letivo. Integrado nas festas de S. Pedro, envolve toda a comunidade educativa, construído com a participação das famílias. São dinamizadas pelo município, juntas de freguesia, escolas da rede pública e associações de pais.
praia da Califórnia foi a primeira a hastear o galardão, na categoria de praias costeiras. A bandeira azul foi entregue em mãos ao presidente da Câmara e da ABAE por três mergulhadores por volta das 11.30 horas do dia 1. O momento foi registado por centenas de alunos da escola básica de Sesimbra, que entusiasticamente assistiam à cerimónia no dia em que se assinalava também o Dia da Criança.
PALMELA COM MÚSICA, GASTRONOMIA E DIVERSÃO O parque Venâncio Ribeiro da Costa acolhe, entre 26 e 28, o 3.º Festival de Verão. A iniciativa, organizada por Miguel Santiago, Edu Machado e Associação Gameart, conta com o apoio do município, entre outras entidades, e reúne muita música, gastronomia e diversão. Bruno DeJesus, Banda Gástrica, The Bagatells, UrbanVibsz, Tributo ao Rock e The Rockers são as bandas que estarão no evento, a par das participações dos Bombeiros de Palmela, da Humanitária e dos “Loureiros”.
SANTIAGO PROSSEGUE PRESIDÊNCIA NAS FREGUESIAS Abela foi a penúltima etapa da Presidên-
cia nas Freguesias, a 11 e 12. O edil Álvaro Beijinha sublinha que é uma freguesia «com muita dinâmica» dando como exemplos, o lar, que «dá uma resposta social absolutamente necessária». As escolas também merecem destaque. «Houve intervenções do município na escola de Abela, que permitem hoje outras condições. Visitámos também a escola do Arealão, que em 2014 esteve para ser encerrada».
MONTIJO VOLTA A RECEBER A FESTA DA ANIMAÇÃO Depois do sucesso em 2014, o Anim’art Montijo está de volta este sábado. Sete ruas, 24 eventos, 30 lojas, entre as 15h30 e as 2 horas, vão transformar o centro da cidade num dia memorável. Este ano o município alargou o perímetro de participação a várias artérias do centro da cidade e os comerciantes foram desafiados a criar um evento junto aos seus estabelecimentos. Há performances de rua, show cooking, prova de vinhos, montras vivas, dj’s, workshops e exposições.
SINES SINES RECEBE OBRAS DO POLIS As obras do Pólis Litoral Sudoeste na
zona costeira de Sines estão a decorrer. Duas delas, em S. Torpes e na arriba junto ao portinho de Porto Covo, estão adiantadas. A terceira, na praia da Samouqueira, decorre até final do ano. A obra na Samouqueira representa um investimento superior a 200 mil euros e inclui parque de estacionamento, passadiço/miradouro, remodelação da escada de acesso à praia, plantação de espécies vegetais e criação de condições para a instalação de apoio de praia.
SETÚBAL AGARRA POUSADA DA JUVENTUDE
ALCÁCER COMEMORA DIA DO CONCELHO
A pousada da Juventude passa a ser
O Dia do Concelho de Alcácer comemo-
explorada pelo município, após protocolo com o IPDJ e Movijovem, aprovado quarta-feira, em reunião pública. O objetivo é criar o futuro Centro Municipal de Juventude. Encerrada desde janeiro de 2012, a Câmara pretende implementar um «espaço de vida, capaz de acolher cada um na sua singularidade, procurando dar resposta às suas dúvidas ou interpelações e, ao mesmo tempo, capaz de ajudar a integrar-se numa sociedade feita de muitas singularidades diferentes».
ra-se a 24, com várias iniciativas, de entre as quais se destaca o concerto com Herman José, dia 23, às 22 horas, na Praça Pedro Nunes. A 24 realiza-se a cerimónia do hastear das bandeiras com a participação das sociedades filarmónicas Amizade Visconde de Alcácer e Progresso Matos Galamba. Ainda dia 24, às 21h30, a igreja da pousada D. Afonso II recebe mais um concerto de música com Trio de Guitarras - Gouveia, Fletcher e Carvalho.
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CULTURA
Festas de Marateca celebram Bodas de Prata das marchas populares TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM
As festas decorrem entre 26 e 29 deste mês em Águas de Moura e prometem grande animação. Com um orçamento que não ultrapassa os 15 mil euros, este ano comemora-se as bodas de prata das suas marchas populares.
As Festas de S. Pedro de Marateca, que decorrem de 26 a 29
deste mês, em Águas de Moura, com um orçamento de 15 mil euros, festejam este ano as Bodas de Prata das suas marchas populares, o embrião do certame. O município apoia as festas com 3 300 euros, a União de Freguesias de Marateca/Poceirão com 4 mil, a Casa Ermelinda dá mil euros para o fogo-de-artifício e a publicidade do livro com o programa representa 40 por cento do orçamento. A marcha deste ano, com letra de Alexandrina Pereira e música de Carlos Pinto, debruça-se sobre o tema “Festas Prateadas”. É composta por 32 marchantes e tem como cantadeira Rogélia Santos e ensaiador Luís Vieira. As marchas convidadas vêm da Humanitária (infantil e adulta) e da Landeira. Além das marchas e da tradicional procissão em honra ao padroeiro S. Pedro, as festas contam com concertos de Ricardo e Henrique (dia 27) e do
humor de Serafim (29). Dez expositores, o encerramento do Ano Jubileu do Santo Padroeiro, com uma missa e um almoço de confraternização, bailes, teatro, demonstração de zumba e de Krav Maga, uma sardinhada aberta à população, guitarradas com João Vitorino e ranchos folclóricos também constam no programa.
José Baeta, o presidente da comissão de festas, perspetiva umas «boas festas», embora reconheça que o momento financeiro não é o melhor. «O tradicional fogo-de-artifício esteve em risco mas lá conseguimos um apoio da Casa Ermelinda
Freitas, mas não vai haver ruas enfeitadas, porque não ficarmos a dever nada a ninguém». O responsável solicitou «sangue novo» nas festas, o que «não tem sido fácil». Apesar disso, a comissão diz que «não vai deixar morrer as festas» que este ano voltam a realizar-se no novo espaço inaugurado no ano passado. «É um espaço com melhores condições e mais central» da aldeia. Já o presidente do município de Palmela, Álvaro Amaro, considera que estas festas são um «espaço de realização comunitário», o que as torna «únicas, genuínas e autênticas». O edil elogiou os homens e mulheres que estão por detrás da organização, uma vez que são «autênticos construtores que fazem acontecer, apesar dos parcos apoios financeiros». As Festas de S. Pedro da Marateca foram apresentadas, em conferência de imprensa, na tarde do 15, na adega de Marcolino Freitas & Filho, sita na Fonte da Barreira.
na Caparica”); Centro Comunitário PIA II (“As Fogueiras de S. João”); Figueirinhas (“Figueirinhas nas Burricadas”); Pragal (“No Pragal, S. João é arraial”); Al-Madan (“Al-Madan és luz e cor na noite de S. João”); Capa Rica (“Um amor à Portuguesa”); Lifeshaker – Marcha Juvenil da
Caparica (“Eis a língua portuguesa”) e Beira-Mar de Almada (“Um retrato de Cacilhas Antiga”). A noite termina com fogo-de-artifício, na zona dos antigos estaleiros da Lisnave. A final está agendada para 4 de julho, no complexo dos desportos, no Feijó.
Pouco dinheiro deixa ruas sem arraial
Marchas populares disputam vários prémios em Setúbal e Almada Depois de terem desfilado na Av.ª Luísa Todi, no passado dia 13, as nove marchas populares de Setúbal apresentaram-se, ontem, sexta-feira, e este sábado, pelas 22 horas, na Praça de Touros Carlos Relvas, para mostrar ao júri e público as suas surpresas e coreografias. Ontem atuou a ACTAS, o Br.º Santos Nicolau, o Faralhão e o Bicross, enquanto este sábado vão à arena a Perpétua Azeitonense, Brejos de Azeitão, Os 13”, O Independente e as Pontes. As marchas da APPACDM e infantil da ACTAS abriram o desfile na Avenida, tendo-se seguido as 9 marchas a concurso: ACTAS (“Duas vidas num só fado”); Br.º Santos Nicolau (“Há festa no Bairro Santos”); Cooperativa do Faralhão (“É dia de feira na cidade”); “Os 13” ( “Entre mares de
crença e redes de dor, vive a varina e o seu pescador”); Perpétua Azeitonense (“Arraial de S. João nas noites de Azeitão”); Centro Cultural e Desportivo Brejos de Azeitão (“Entre bolinhas de sabão, a bonita lavadeira, entregou o seu coração”); União Desportiva e Recreativa das Pontes (“Setúbal princesa um tesouro da natureza”); O Independente (“Rainha sardinha, rei carapau” e Bicross (“Cada cor seu paladar”). O júri é composto por Florbela Queiroz (presidente), Teresa Varela (cenografia), Tiago Oliveira (coreografia), Ana Sabino (figurino), Cristina Carvalho (letra) e Marco Filipe Batista (música), o trabalho de largos meses na conceção de arcos e indumentárias, na criação de músicas e coreografias. Além dos
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prémios da especialidade, haverá o prémio Desfile, para a melhor marcha na avenida, e a Melhor Madrinha. Almada celebra S. João As marchas populares de Almada voltam saem à rua dia 23, noite de S. João, padroeiro da cidade, pelas 22 horas, com muita cor, alegria e música, na Av.ª Aliança Povo MFA, em Cacilhas. Os atores João de Carvalho, Paula Marcelo, Paulo Vasco, Rosa Villa ou Filipe Salgueiro, e os fadistas Dina do Carmo, Lena Silva, Conceição Ribeiro ou Augusto Correia são algumas das personalidades que vão apadrinhar as marchas populares que desfilam em Almada. Este ano são oito as marchas a concurso: Rua 15 (“Brilha o Sol
CULTURA
AGENDA MONTIJO
20SÁBADO17H DANÇA PARA REFLETIR Teatro Joaquim D´Almeida
“O Principezinho”, pelo Conservatório Regional de Artes do Montijo, é o espetáculo final dos alunos de dança e surge da adaptação da conhecida história de Saint-Exupéry. Perdem-se valores a favor das aparências perante os outros… Valoriza-se o Parecer em detrimento do Ser… É uma história que nos leva a (re) pensar no que realmente importa!
PALMELA
20SÁBADO21H “ROSA CÃO” SOBE AO PALCO Teatro S. João
“Rosa Cão” é um espetáculo resultante da residência artística de Pedro Gonçalves, dos Dead Combo, e da coreógrafa Ainhoa Vidal, com a participação do Conservatório Regional de Palmela e da Sociedade Filarmónica “Os Loureiros”. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete.
BAIXA DA BANHEIRA
Orquestra Sinfónica Juvenil de San José mostra talentos no Forum Luísa Todi a convite do Conservatório Regional de Setúbal TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM
O Conservatório Regional de
Setúbal volta a trazer à cidade, depois do Coro de Rapazes de Phoenix, do Arizona, na semana passada, a Orquestra Sinfónica Juvenil de San José, uma das mais antigas e melhores orquestras juvenis da costa oeste dos Estados Unidos, com cerca de cem músicos entre os 8 e os 21 anos. O concerto tem lugar no próximo dia 26, às 21h30, no Forum Luísa Todi, em Setúbal, com entradas a 4 euros. Luís Fernandes, presidente do Conservatório, realça que se trata de «mais um contributo para a cultura setubalense e, sem dúvida alguma, foi muito bom termos estreitado laços com uma empresa espanhola. Fazemos o possível para trazer os grandes espetáculos a Setú-
bal e esta orquestra vem executar obras de grande nível e que não estão ao alcance de todas as orquestras». Segundo a mesma fonte, os responsáveis da orquestra, que se deslocaram a Setúbal, em Novembro do ano passado, para ver as condições do Forum Luísa Todi, «gostaram do que viram e ficaram muito entusiasmados para virem atuar a Setúbal», acrescentando que «espero que o público se aperceba da grande qualidade desta orquestra e mostre interesse em assistir ao concerto», mais uma vez, «sem qualquer custo para o Conservatório». «Sólida formação musical» Fundada há mais de seis décadas, e integrada na antiga Orquestra Sinfónica de San José, este projeto tem uma «rica tradição» de atuações e educação
musical. Esta orquestra juvenil proporciona aos jovens «uma sólida formação para a vida» através da música de orquestra. «Criamos programas que assegurem aos jovens músicos atingir «altos níveis de desempenho técnico, conhecimento musical e um forte laço emocional com a música. Todas as nossas atuações procuram ser eventos animados, emocionantes e capazes de inspirar a sociedade», refere fonte deste agrupamento musical. Os músicos da Orquestra Sinfónica Juvenil de San José são escolhidos entre mais de 500 candidatos, que anualmente prestam audições, e este projeto é composto por nove grupos de atuação: duas orquestras completas, uma orquestra de câmara, um coro de flautas, dois grupos de cordas, um grupo de sopro, percussão e harpa.
20SÁBADO21H30 BLUES FEST DE REGRESSO Fórum José Manuel Figueiredo
Até domingo, o V BB Blues Fest, promovido pela Associação BB Blues Portugal, município e União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, continua a dar boa música. Alvon Johnson, Slam Allen, Gaby Jogeix e 24 Pesos são alguns dos nomes que passam pelo certame este fim-de-semana.
BARREIRO
20SÁBADO11H COMO TOMAR CONTA DOS AVÓS Biblioteca do Barreiro
A iniciativa “Hora do Conto” regressa à biblioteca municipal do Barreiro. A iniciativa tem entrada livre e é orientada pela Livraria Bertrand, com o apoio do município do Barreiro. Esta “Hora do Conto” é dedicada aos livros “Como tomar conta de uma avó” e “Como tomar conta de um avô”, escritos por Jean Reagan e ilustrados por Lee Wildish.
ALCÁCER DO SAL
21DOMINGO21H30 PROSSEGUE FESTIVAL DE TEATRO Auditório de Alcácer do Sal
Prossegue o I Festival de Teatro de Alcácer “Encontros”, com a peça de teatro/música de Ricardo Guerreiro Campos “Bom dia! e outros pensamentos”. Entre quatro paredes invisíveis, um homem pensa que existe. Um homem novo diz bom dia ao mundo, ao amor e à arte. É uma voz desassossegada, crítica, que se ergue no silêncio, se descobre e se espanta com a vida.
V. N. DE SANTO ANDRÉ
21DOMINGO22H TEATRO POPULAR ITALIANO ESPAM
“Fabula Buffa” é um espetáculo inspirado no Mistério Bufo de Dario Fo e na tradição do teatro popular italiano. O Teatro Picaro conta o nascimento do Bufão e o milagre do sorriso perante os problemas da vida e da sociedade.Será apresentado no festival de St.º André para fazer sorrir, emocionar e refletir.
TAS estreia nova produção que alerta para a violência doméstica O Teatro Animação de Setúbal
(TAS) estreou ontem, dia 19, a peça de teatro “A Razão”, de Jorge Palinhos, com encenação de Carlos Curto e interpretação de José Nobre, Miguel Assis, Sónia Martins e Susana Brito. A nova produção do TAS, baseada no conceito absurdo de “O Auto da Razão”, vai ficar em cena todas as sextas e sábados
de Julho, no Teatro de Bolso, em Setúbal, no ano em que a companhia comemora o seu 40.º aniversário. A peça faz uma sátira às relações de violência, intolerância e degradação dos valores humanos em que assentam as relações mais íntimas e surge como «uma necessidade de alertar para questões, vivências e dramas huma-
nos de importância decisiva, na sociedade», realça Célia David, diretora do TAS. «Em palco vão estar as imagens e o olhar dos outros, a violência e os espectadores da violência, crimes à vista de todos, ignorados, consentidos tanto com a nossa indiferença como com a nossa ânsia de protagonismo», sublinha a responsável. Os ingressos custam 5 euros.
PASSATEMPO GANHE CONVITES PARA A FESTA DO ARTESANATO De 27 de Junho a 5 de Julho, a FIL acolhe mais uma edição do Festival Internacional de Artesanato (FIA), que engloba a semana da gastronomia tradicional, com o mercado da cerveja artesanal e o 2.º Festival de Carnes Portuguesas Certificadas. Trata-se de um espaço de promoção de produtos genuínos para recordar, adquirir e descobrir novos conceitos de artesanato e design de cada região e país. É também um palco para apresentação de artesãos, nacionais e internacionais, designers e criativos, associações, regiões de turismo, municípios e embaixadas. Para se habilitar aos convites, basta ligar 96 943 10 85.
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POLÍTICA LEGISLATIVAS Jerónimo de Sousa e Francisco Lopes no primeiro ato público pelo círculo de Setúbal na pré campanha da CDU
«Não basta mudar de governo, é preciso mudar de política!»
TEXTO RITA MATOS* FOTOS SM
O Mercado do Livramento, em Setúbal, foi pequeno para acolher militantes e simpatizantes da CDU no abrir de hostilidades no combate das Legislativas. “Soluções para uma vida melhor” é este o mote da campanha da CDU para as próximas eleições à Assembleia da República. O primeiro ato público da CDU, em Setúbal, contou com a presença e intervenção do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que afirmou a total confiança no primeiro candidato às eleições legislativas pelo círculo de Setúbal, Francisco Lopes. “Com ele damos um novo passo em direção a umas eleições que constituem um momento de maior importância na luta pela rutura com a política de direita”. Assegurando que os portugueses «conhecem a força da CDU», Jerónimo Sousa garantiu que esta força de oposição à política de direita «estará sempre atenta aos problemas dos que enfrentam o desemprego, o trabalho precário, os baixos salários e as baixas reformas, mas também dos que não têm acesso aos serviços de saúde, à educação e à segurança social».
O secretário-geral do PCP apontou alguns dados como a perda de mais de 470 mil postos de trabalho entre 2009 e 2014 e os mais de 1 milhão 220 mil portugueses em situação de desemprego, resultantes de uma «política fiscal injusta e escandalosa». Jerónimo de Sousa sublinhou ainda o aumento e a criação de impostos e criticou a privatização a TAP, «um criminoso negócio. Acenaram com dinheiro fresco para a recapitalização da TAP para justificar a sua entrega ao desbarato. Afinal, tudo indica que a recapitalização vai ser feita com os próprios meios e património da TAP». Movido pelos aplausos dos militantes e simpatizantes do Partido Comunista, O secretário do PCP frisou que é preciso «virar a página, mudando não só de governo, mas também de política» «Portugal precisa de concretizar uma nova política de esquerda capaz de afirmar os direitos dos trabalhadores e do povo e de elevar as suas condições de vida, assentes na valorização dos salários e das reformas, no desenvolvimento da produção nacional e no emprego», vincou o secretário-geral do PCP. “Setúbal tem potencialidades há muito reconhecidas” Referindo-se ao país mas, sobretudo, ao distrito de Setúbal, Francisco Lopes, deputado e cabeça de lista pelo círculo de Setúbal às próximas eleições legislativas, chamou a atenção para «a degra-
TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM
dação do Serviço Nacional de Saúde, para a falta de profissionais de saúde e para o elevado número de utentes em médico de família», salientando, ainda, «a redução de valências nos hospitais e as condições nos serviços de urgência». Na área da educação, frisou a «falta de condições nas escolas, com alunos a terem aulas em contentores, e obras paradas e a falta de trabalhadores». As privatizações «já consomadas» e a «ameaça às empresas como a CP-Carga, a EMEF, a Transtejo, e a Soflusa» foram outras das medidas criticadas por Francisco Lopes. Para o deputado comunista há a destacar e a lamentar ainda a situação do ICI entre Alcácer do Sal e Grândola, «num estado de abandono que cria graves risco de acidentes», e a «degradação de infraestruturas construídas no âmbito do IP8 e entretanto abandonadas pela suspensão das obras». Para reconduzir o distrito de Setúbal, e o país, ao desenvolvimento sustentável, é preciso adotar uma política que integre e articule a resposta às necessida-
des e potencialidade regionais. «As potencialidades existentes no distrito de Setúbal estão muito longe de ser aproveitadas», afirmou Francisco Lopes, acrescentando que é necessário implementar uma «estratégia integrada de desenvolvimento regional» que tenha como objetivos: o aumento dos salários e das pensões, a criação de postos de trabalho estáveis, o reforço da rede de ensino superior púbico, a expansão do sistema educativo publico pré-escolar, o reforço dos cuidados e saúde primários e de profissionais e valências nos hospitais do distrito, construção do hospital no concelho do Seixal e o de Montijo/Alcochete, a melhoria do transportes públicos, a construção da terceira travessia do Tejo rodoferroviária Barreiro-Lisboa, a construção do novo Aeroporto de Lisboa na área do campo de tiro de Alcochete, a concretização do projeto do Arco Ribeirinho Sul e a concretização do IP8, entre outros projetos «essenciais ao desenvolvimento da região». *Comboio das Palavras
É caso para dizer – SAFA! O Presidente da República
Cavaco Silva aproveitou o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades para, mais uma vez, fazer uma alocução que é a todos os títulos dificilmente compreensível. Como quase sempre sucede quando fala. Faltando-lhe a ousadia para defender de forma direta o governo que nos está a conduzir para o abismo e a vender o país a retalho, invocou conversas que disse ter no estrangeiro para afirmar, do alto da sua cátedra, que só ouve fora de portas dizer bem do governo. Pudera! O governo, reduzido como está nas sondagens – a 1/3 das intenções de voto dos portugueses – tendo em consequência a maioria do povo português contra, só mesmo pela voz de responsáveis do FMI, da Senhora Merkel ou do Ministro das Finanças desta, ouve elogios ao governo enquanto o país
empobrece, o desemprego cresce, a dívida não para de aumentar e as pensões e os salários são cortados. A própria Ministra das Finanças não hesitou em, recentemente, afirmar que caso o governo seja reeleito os cortes das pensões não ficariam por aqui. Como diria, noutros tempos, o Presidente Cavaco Silva – Safa! Embalado por reiterados autoelogios o Presidente Cavaco Silva não se conteve no discurso do 10 de junho e chegou mesmo a afirmar que o governo do bloco central foi mais complexo e criou mais conflitos que o atual! Esquecendo-se que em menos de dois anos este governo (1983-1985) recuperou o país e conseguiu que Portugal criasse condições para aderir à então CEE, o que não são questões menores… Foi exatamente a partir daí que se iniciou um
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PCP vai celebrar 40 anos da Festa do Avante! com mais espaço
POLÍTICA MESMO
A 39.ª edição da Festa do Avante!,que decorre de 4 a 6 de Setembro, na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal, foi apresentada em conferência de imprensa, no passado dia 17, às 11h30, em Lisboa, na sede do PCP da Soeiro Pereira Gomes, A grande novidade da conferência deste ano prende-se com o facto de o PCP estar a pensar, para celebrar os 40 anos da Festa do Avante!, em 2016, alargar o espaço do certame até à Quinta do Cabo. Na conferência de imprensa participaram Alexandre Araújo, membro do secretariado do Comité Central, Ruben de Carvalho, membro do Comité Central, e Duarte Alves, membro do secretariado da direção nacional da JCP. Os Xutos & Pontapés encabeçam o cartaz, onde não faltam os Expensive Soul, Fausto, Dead Combo, Linda Martini, Capicua, Terrakota, PAUS e António Chaínho que leva ao palco da festa vários convidados que participam no álbum “Cumplicidades”, que assinala os seus 50 anos de carreira. O cartaz conta ainda com as atuações da Brigada Victor Jara, Dealema, Janita Salomé, Marta Hugon, Sensi, Marta Ren, Tabanka Djaz e Dany Silva, The Last Internationale e Viralata, entre outros.
Socialistas debatem cenário macroeconómico do País
Vitor Ramalho
Advogado
período de “vacas gordas” em que o atual Presidente, então nas vestes de Primeiro-Ministro, não só fez subir a despesa primária para níveis incomportáveis como delapidou, como é sabido, a agricultura e as pescas, a troco de efémeras vantagens económicas. Os resultados estão à vista e agora já reconhece que é necessário olharmos para a agricultura e para os oceanos. Não ficaria mal ao Presidente ter maior humildade e, de caminho, deixar também de fazer as declarações que fez a respeito da TAP, a maior empresa
exportadora nacional e símbolo de todos nós. Aliviou-o, disse, o facto do país deixar de ter agora uma única empresa estratégica sob domínio nacional, resignando-se a que a esmagadora maioria das empresa estratégicas, como a EDP, a REN, a Fidelidade, o Hospital da Luz e o mais que se sabe fossem vendidas a entidades de capitais públicos estrangeiros. Isto para não falar na PT, na ANA, no que se vai passar no Novo Banco e por aí adiante. É caso para dizer – SAFA! Livrem-nos deste filme que é duro de mais para ser verdade.
“O Cenário Macroeconómico” é o tema da sessão de esclarecimento destinada a militantes e simpatizantes do PS, que terá lugar no dia 23, pelas 21 horas, no Hotel Esperança, em Setúbal. O encontro, que tem como orador o professor Mário Centeno, é uma iniciativa no âmbito da estratégia “Por uma alternativa de confiança”. A sessão de esclarecimento é promovida pela Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista.
DESPORTO
Meia Maratona de Setúbal liga a cidade à Arrábida TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
A Meia Maratona de Setúbal
que ao longo de duas décadas e meia se correu sempre em circuito urbano apresenta-se este ano com um novo percurso, um novo nome e uma nova organização. Ao fim de 25 anos, a prova ganha, na edição de 2015, novos contornos e novos desafios, entrando assim num novo ciclo de vida. Passou a Alegro – Meia Maratona de Setúbal e tem partida marcada para a manhã do dia 20 de Setembro. A prova que sempre teve partida e chegada na avenida este ano começa no novo centro comercial e percorre cerca de sete quilómetros em zona urbana até chegar à avenida. Daí segue para um percurso de oito quilómetros na Serra da Arrábida, subindo até à zona da Gávea onde tem o ponto de retorno. A meta mantém-se na Luísa Todi. Esta alteração considerável ao percurso torna a meia maratona «mais desafiante para os atletas», na opinião de Hugo Sousa, da HMS empresa à qual foi entregue a gestão da prova. Mas vai permitir que sejam privilegiadas «duas das zonas naturais com maior importância para a cidade, a Serra da Arrábida e o rio Sado» ao mesmo tempo que aproveita e dá destaque à obra de requalificação feita na cidade na zona junto ao centro
comercial. Por estas razões, e pela parceria com o Alegro, a presidente da câmara, Maria das Dores Meira, espera que este ano, a cidade tenha «uma maratona alegre». Numa altura em que Setúbal está na corrida para ser, em 2016, a Cidade Europeia do Desporto, as alterações introduzidas na prova da meia maratona podem ser uma mais-valia, segundo o vereador responsável pelo pelouro do desporto. Pedro Pina assume mesmo que «é impensável ter uma Cidade Europeia do Desporto sem uma grande meia maratona» que os organizadores esperam vir a tornar-se, em poucos anos, numa grande prova do calendário nacional, recuperando um pouco do estatuto perdido nos últimos anos. Ainda assim admitem os organizadores, os tem-
pos são difíceis e os orçamentos deste tipo de provas não permite a contratação de primeiros planos mundiais. Mini das famílias e corrida Miúdos Alegro O programa da Alegro Meia Maratona de Setúbal começa na véspera da prova com um conjunto de atividades dirigidas ao público infantil, com destaque para a Corrida dos Miúdos Alegro. Já no dia 20 de setembro, após a partida para a meia maratona, tem lugar uma Caminhada Solidária, promovida pela delegação de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa. A prova dirigida a toda a família tem cerca de sete quilómetros, entre o Alegro e a meta instalada na Avenida Luísa Todi.
Pais e familiares pintam o Comércio e Indústria A ação “Setúbal Mais Bonita”,
dinamizada pelo município setubalense, voltou a passar este ano, à semelhança do ano passado, pelo clube União Futebol Comércio e Indústria, por forma a dar mais brilho e uma apresentação mais cuidada às suas instalações. Cerca de 20 pais e familiares dos jogadores das equipas Infantis B e Benjamins A, no passado dia 7, pegaram nos pincéis e nas tintas gentilmente cedidas pelo município para dar outra imagem às bancadas e muros das instalações do recinto desportivo.
Os Bombeiros Sapadores de Setúbal e a Junta de Freguesia de S. Sebastião procederam à limpeza das paredes e bancadas e, só depois, é que as pinturas avançaram, deixando tudo e todos mais satisfeitos pelo dever cumprido de terem contribuído para o embelezamento do clube. Na iniciativa marcaram presença os presidentes do clube, Luís Baião, e da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa, que agradeceram a todos este bonito serviço prestado à comunidade e ao clube.
Campeã olímpica Christian Reichert volta a nadar nas águas do sado A campeã olímpica em título, a húngara Eva Risztov, e o campeão do Mundo de 2013, o alemão Christian Reichert, são os dois atletas mais conceituados de entre um lote de 78 nadadores que participam na etapa portuguesa da Taça do Mundo de Águas Abertas que se realiza em Setúbal, no próximo fim-de-semana. Eva Risztov conquistou o passaporte para os jogos olímpicos de Londres, em 2012, precisamente na prova de apuramento realizada em Setúbal, ao classificar-se em segundo lugar. A FINA/HOSA 10 Km Marathon Swimming World Cup, em Setúbal, conta com a presença de 53 atletas masculinos e 25 femininos em representação de 23 países e onde se contam alguns dos melhores especialistas da modalidade oriundos de países como Egipto, Japão, Israel, Croácia, Estados Unidos da Améri-
Paraciclista alentejano vence Taça de Portugal ca, Venezuela, Nova Zelândia, Equador, Brasil, França, Alemanha ou Áustria. A seleção portuguesa está representada na sexta etapa do circuito da Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas por Rafael Gil e Angélica André, atuais campeões nacionais na dis-
tância de 10 quilómetros, Hugo Ribeiro, Tiago Oliveira, Vânia Neves e Vasco Gaspar. A prova decorre no próximo sábado, dia 20, com a partida para os 10 km’s masculinos, às 16 horas seguida, dez minutos depois, da partida da etapa feminina.
Flávio Pacheco venceu três das quatro etapas da Taça de Portugal Liberty Seguros de Paraciclismo, na classe H4. O atleta de Santiago do Cacém, patrocinado pela Ambilital, venceu em Gondomar, Albergaria a Velha e em Viana do Castelo e é por isso o grande vencedor da prova nacional tendo já conquistado 60 pontos. A última etapa da Taça servirá apenas ao paraciclista para cumprir calendário. A classe H4 destina-se a atletas cuja incapacidade física os obriga a utilizar uma bicicleta impulsionada pelas mãos.
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NEGÓCIOS
Quinta do Piloto aposta forte na componente enoturística TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
A gerência da Quinta do Piloto, uma das maiores e mais antigas adegas da região, acaba de inaugurar um importante espaço para dar a saborear a tradição apurada dos vinhos ‘premium‘ Quinta do Piloto num ambiente e paisagem excecionais da nossa região. A família Cardoso está pois de parabéns pelo magnífico espaço criado em prol da captação de turistas.
A adega Quinta do Piloto , lo-
calizada na Rua Helena Cardoso, na Serra do Louro, em Palmela, abriu recentemente o seu espaço de Enoturismo, onde prima a qualidade e o bom gosto, num cuidado projeto turístico. O investimento, no âmbito de um apoio oriundo da ADREPES, através do PRODER, ronda os 350 mil euros e inclui a decoração interior. A nova oferta de Enoturismo foi apresentada à Comunicação Social e operadores locais no passado dia 9, na presença do presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, e do presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Henrique Soares, entre outros convidados. O magnífico serviço de ‘catering’ esteve a cargo dos simpáticos alunos da Escola Técnica Profissional da Moita. A porta de uma das maiores e mais antigas adegas da região foi aberta ao público em geral no dia 10, feriado nacional, e, depois, no dia 13, com a realização do piquenique de Santo António, onde estiveram presentes cerca de 50 pessoas. A requalificação, que teve a duração de um ano, está dentro das expetativas do gerente Filipe Cardoso, mas, deixa bem claro que gostaria que o projeto «não acabasse aqui». No futuro, a grande aposta vai para a criação de um espaço de turismo rural. «Ainda não sabemos quantos quartos vai ter a casa senhorial antiga, após ser recuperada, porque o nosso projeto ainda está dependente de vários fatores para avançarmos com esse investimento», frisa, não tendo dúvidas de que se trata de um projeto de «referência» para a região.
Motivo de atração de turistas como objectivo principal O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, realçou que a empresa está instalada numa «zona abençoada pela natureza, com uma magnífica vista» e que pertence a «uma família de referência de Palmela, que muito tem feito pelos nossos excelentes vinhos». O edil acredita que a velha adega que agora foi requalificada constitui «um motivo para de atratividade de turistas para que fiquem mais extasiados com a nossa região». O autarca elogiou ainda a postura de investimento dos proprietários da Quinta do Piloto. «Para Palmela, é importante ter parceiros desta natureza, que investem e arriscam em prol da valorização do território e do turismo». Por seu lado, Henrique Soares, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, reconhece que a aposta da Quinta do Piloto vai ter «impacto» na região, não só por pertencer a uma «grande família» produtora de vinhos de Palmela, mas, também, por «todo o potencial que o espaço revela, sobretudo em termos paisagístico e pela oportunidade que dá para a realização de eventos e comercialização de vinhos da região». Na loja da Quinta do Piloto, que funciona de quarta a domingo, das 10 às 19 horas, podem ser provados e adquiridos os afamados vinhos, queijos e doces típicos. Há visitas comentadas à adega, às 11 e às 16 horas, que culminarão com uma prova de 3 ou 5 vinhos e de produtos regionais, dependendo do valor que o cliente queira despender. O espaço exterior, com uma ampla varanda sobre a região e Lisboa, é bem convidativo para a realização de eventos de vária natureza.
ENOTURISMO’ PREMIUM’ Com a abertura ao público da Quinta do Piloto, a região ganhou uma nova referência no enoturismo “premium”. A recuperação, que arrancou em 2013, inclui um espaço museológico, sala de provas e loja, programas e amplos espaços para eventos. A família Cardoso realizou um sonho antigo de divulgar o melhor das suas herdades e adegas. A Quinta do Piloto é propriedade da família há quatro gerações e chegou a ser o segundo maior produtor da região e um dos maiores da Europa. Hoje os vinhos Quinta do Piloto são edições limitadas de lotes excecionais, colhidos nos 200 hectares de vinhas da família nos melhores terroirs da região. Propõem «ser expoentes das castas que representam». Incluem vinhos engarrafados DOC Palmela, varietais e moscatel, de há dois anos e meio a esta parte. A capacidade de vinificação ronda os 2 milhões de litros anuais, dos quais 20 mil litros são engarrafados.
Vinhos Ermelinda Freitas medalhados em todo o Mundo Os afamados e prestigiados
vinhos da Casa Ermelinda Freitas, localizada em Fernando Pó, no concelho de Palmela, acabam de vencer quatro medalhas de ouro e outras quatro de prata em Bordéus. Desta vez foram 8 medalhas no concurso Les Citadelles du Vin 2015. As medalhas de ouro foram para os vinhos Dona Ermelinda Reserva 2012, Dona Ermelinda Branco 2014, Vinha do Rosário Tinto 2013 e Espumante Reserva 2011. Já as medalhas de prata foram atribuídas aos vinhos Vinha
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do Rosário Reserva 2012, Vinha do Rosário Branco 2014, Quinta da Mimosa 2012 e Terras do Pó Tinto 2013. A Casa Ermelinda Freitas, que este ano venceu o PME Excelência, pelo terceiro ano executivo, trouxe também três medalhas de ouro do 'La Selezione del Sindaco'. O palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras, foi o palco da 14.ª edição. Esta foi a primeira vez que o concurso enológico se realizou fora de Itália. As medalhas de ouro, neste concurso italiano, foram para os néctares Petit Verdot 2011, Quinta da Mimosa 2012 e Terras do
Pó Castas (Chardonnay & Viognier) 2014, enquanto a prata foi para o Moscatel Superior 2005, Carbernet Sauvignon 2012, Dona Ermelinda Reserva 2012 e Sauvignon Blanc e Verdelho 2013. Entretanto, o Dona Ermelinda Reserva 2012 venceu o Prémio Região Uva de Ouro, enquanto o Syrah du Monde 2015 arrecadou uma medalha de prata em França. Já no concurso Vinhos de Portugal 2015, a Casa Ermelinda Freitas conquistou três medalhas de prata com o Cabernet 2012, Petit Verdot 2011 e Terras do Pó Castas 2014 (Chardonnay-Viognier).
NEGÓCIOS
Novo Auris proporciona condução segura e relaxada TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
A Toyota apresentou o novo Auris à Comunicação Social na cidade de Porto, no passado dia 4, mais concretamente no restaurante Clube Kasa da Praia. O Auris é o segundo modelo da gama Toyota mais vendido em Portugal. Disponível em duas carroçarias, Hatchback e Touring Sports, apresenta um novo design exterior e um interior totalmente renovado, aliado à estreia de dois novos motores mais eficientes, mais ecológicos e mais adaptados à fiscalidade nacional – o motor a gasolina 1.2 Turbo e o motor 1.6 D-4D diesel – ao que se junta a crescente motorização híbrida. António Costa, Relações Públicas da Toyota Caetano Portugal, deposita «boas expetativas» para a comercialização do novo Auris. «O Auris é, sem dúvida, um dos modelos mais importantes, a seguir ao Yaris, em termos de vendas. O novo Auris corresponde a cerca de 37 por cento do mercado, daí darmos muita importância a este modelo», real-
çou, acrescentando que o novo Auris «foi completamente redesenhado, tanto a nível de interior como exterior, com a adotação de novos materiais, maior sofisticação de design, bem como a própria tecnologia». Com estes dois novos motores, a Toyota consegue estar em «40 por cento do mercado». Na Europa, 50 por cento dos Auris vendidos são híbridos, enquanto a nível nacional as vendas rondam os 20 por cento mas a Toyota espera subir a fasquia para os «30 por cento, ainda este ano», vinca António Costa. Com uma «melhor sensação de condução, redução do ruído e vibrações, e facilidade
Porto de Setúbal acolhe workshop para logística “Desafios do Mar” O Porto de Setúbal foi o palco
do workshop sobre Portos, Transportes e Logística “Desafios do Mar”, evento que decorreu no dia 12 de junho, no auditório do Edifício Sede da APSS, organizado pela APP – Associação dos Portos de Portugal e pela Oceano XXI – Associação para o para o Conhecimento e Economia do Mar, realizado na linha dos workshops temáticos com o objetivo de dar continuidade ao debate e animação para o reconhecimento da Economia do Mar.
Participaram o Presidente da APP, Vítor Caldeirinha, o Diretor Executivo da Oceano XXI, Dr. Rui Azevedo, o Administrador da APSS, Seixas da Fonseca, o Presidente da CPS, Frederico Spranger, e a Administradora da Docapesca, Isabel Guerra, entre outros representantes de entidades e empresas ligadas ao setor, no sentido de contribuírem para a preparação da nova estratégia de desenvolvimento e plano de ação para o Cluster do Mar para o período 2015-2020.
na condução», o novo Auris proporciona uma condução «muito relaxada, segura e tranquila» graças à sua tecnologia híbrida, daí a aposta cada vez mais forte da Toyota nos modelos híbridos. Com oferta de 3 anos de manutenção, baixo consumo e baixa emissão de CO2, os preços dos novos modelos Auris rondam entre os 22 e os 27 mil euros. A apresentação do novo Auris incluiu uma visita ao Festival NOS Primavera Sounds, onde a Toyota é, desde 2001, o carro oficial deste festival de música alternativa, que decorreu no Parque da Cidade, entre 4 e 6 de junho.
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OPINIÃO
EDITORIAL Raul Tavares Diretor
O tormentoso falhanço da Europa Social Muito para além da crise financeira podemos dizer que os tempos que correm são mesmo muito perigosos. Na vertigem da falta de dinheiro e da necessidade de cortar a direito, podem estar em causa as conquistas da chamada Europa Social, agravada com o processo da infindável globalização. Longe vão os tempos em que os socialistas e social-democratas europeus ousaram reagir à crise de 1998, altura em que o desemprego galopava entre as grandes multinacionais na Bélgica, em França, em Espanha e até mesmo na Alemanha de Kohl. A cimeira de Lisboa consumou esse desiderato, que em parte pode dizer-se que seria uma espécie de recuperação do controlo das forças do capital. Esse processo desintegrou-se de forma drástica, a partir da falta de liderança dos senhores que passaram a dominar as cúpulas da União Europeia. Nem se percebe que essa consagração na Constituição Europeia esteja em tábua rasa, como se as decisões políticas, em nome dos povos, fossem meras intenções num universo dominado pela livre circulação do capital e pela especulação financeira. Apesar de expressões tão emblemáticas como “a globalização requer reformas económicas com o objectivo de criar um sistema justo e socialmente aceitável”, eliminando um certo ‘keynesianismo’, a filosofia da Europa Unida também consagra que este objectivo só pode ser concretizado através da movimentação livre de capitais, que é condição prévia para o desenvolvimento e crescimento económico”. São frases crípticas mas assertivas da confusão que reina nas mentes brilhantes europeias, que trespassa todas as ordens políticas e ideológicas. Por este caminho seguiu a ‘Terceira Via” com que o trabalhista Blair pretendeu conduzir os socialistas para o futuro próximo, numa época em restava pouca esquerda entre a esquerda, parafraseando, à época, um editorial do ‘Internacional Herald Tribune’. Mas pior: nos tempos que correm já nem há espaço para o pensamento nem para a reflexão. Andamos a tapar buracos, cortando milhões das áreas sociais, penalizando o trabalho, enquanto que aumentam na mesma proporção os juros vertidos sem regra dos usurários que todos os dias vão deitaram por terras os esforços mais exigentes.
Geração Like Gosto desta geração Like!
Gosto dos jovens de hoje, das suas conversas, dos seus hábitos de leitura, da forma como se vestem e até do modo como falam. Acredito nas gerações vindouras e estou convicta que a próxima geração será ainda mais bem preparada, que a geração à rasca. Eu geração rasca, à rasca, somos pais e mães desta geração Like, fomos fecundantes destes jovens que filmam e fotografam tudo e todos. Qualquer momento é imortalizado nas redes sociais, para o bem e para o mal, se existe está no Facebook ou no Instagram. Certa de que existe uma minoria, à exceção desta brilhante geração Like, que utiliza as redes sociais para difundir imagens de crueldade, crime ou bullying. Estou convencida de que esses são os outsider’s e que estão em minoria. A maioria, essa geração Like, informada, inteligente e
bonita não compactua com tais atos. Recordo à geração rasca e às anteriores, os velhos tempos do liceu. Sempre existiu o “aroles”, o “bucha” e ou a “Olívia palito”. Na época o bullying, não era mais do que um trabalho de casa da disciplina de inglês. As discriminações ou as humilhações sobre os mais fracos sempre existiram. Lembram-se? Claro que na época não tínhamos o facebook ou twitter, mas toda a escola conhecia e sabia desses episódios, no entanto as humilhações persistiam, sobre o olhar pouco atento da dita comunidade educativa. Violência escolar!? Recordo com magoa as reguadas da minha velha professora primária. A Sra. batia, só porque sim! Batia porque dávamos erros ortográficos; porque não sabíamos a tabuada ou simplesmente porque lhe apetecia. Hoje a violência escolar tem maior dimensão é mais visual, tem
CIDADANIAS Elisabete Cavaleiro
Coordenadora Pedagógica mais impacto? Não sei! Só sei que se sabe através do facebook, só sei que se aprova ou desaprova através de um Like. Já o cyberbullying será algo exclusivo desta geração Like? Utiliza-se a rede social para desacreditar, humilhar, julgar e condenar. Os julgamentos públicos são na rede. Há muito que esses julgamentos deixaram de ser realizados na esfera da imprensa, ou até mesmo na “velhinha” sala de audiências, passamos a assistir às sentenças online, a internet é o tribunal. Vivemos e fazemos em função da cyber aparência?! Pessoalmente, até considero os “gostos” da minha página
pessoal um bom indicador das relações ou reações, que tenho ou provoco nas pessoas, leia-se “amigos” (está na génese da natureza dos humanos) . No entanto é à geração Like que tudo se imputa, como se nós geração rasca, fossemos meros espectadores de todo este cyber teatro e até em muitos dos casos, não fossemos nós, o exemplo a não seguir. Gosto da igualdade de género que os nossos jovens transpiram, gosto das liberdades que sopram, da audácia, da genuinidade e até consigo gostar do tom, por vezes provocatório e irreverente. Gosto, porque gosto da nossa geração LIKE!!! (y)
Congresso mundial de sindicatos do setor do papel Entre 10 e 11 de Junho
decorreu em Istambul, Turquia, o 4º congresso mundial dos sindicatos do setor do papel. Estiveram representados vinte e um países que, sob o lema “Mudar de Rumo”, debateram os problemas dos profissionais deste setor associados aos problemas sociais e políticos que alastram na Europa e decorrem do mercado global. Neste encontro internacional de sindicalistas foi abordado o processo de digitalização para a área gráfica e a alteração dos padrões de consumo. Como exemplo, mais de 50 Milhões de europeus recorrem á informação através de tablets ou outros meios digitais. Este fenómeno, a par da crise, tem sido o grande causador do encerramento de empresas e desemprego no setor gráfico. A aposta na qualificação e na renovação de competências é o caminho. O diagnóstico internacional do setor do papel não deixa dúvidas de que o caminho percorrido tem sido penoso e inglório. Nos 18 países da CEPI, confederação das indústrias papeleiras europeias, o ano de 2014 fechou com menos 10% da capacidade que tinha antes da crise. Os dados deste importante setor são deveras preocupantes. Menos 5000 trabalhadores a tempo inteiro; menos 7% de produção de jornais; menos 3% de produção de papel gráfico. É previsível um aumento do consumo de papel e embalagens nos mercados asiáticos e leste da Europa. Mas para Nicolas Constantinou, Vice-presidente da Uni Global Union, isso não
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impede mais encerramentos de empresas na Europa e aumento de desemprego neste setor nos próximos 5 anos. Neste congresso ficou evidente que nos países onde existiu intervenção do FMI, quer isolado ou como membro da troica no caso dos países do euro, regrediu-se nas políticas sociais mas também a nível da competitividade. Por exemplo, no mercado publicitário, a média de idades dos profissionais é inferior a 29 anos. Sendo jovens qualificados e criativos estes vão para zonas que lhes dão melhores condições de vida criando um fosso enorme em termos económicos entre países da mesma moeda. No congresso foi ainda apresentado um estudo por Luisa Bull do Unite, sindicato do Reino Unido, onde revela que os trabalhadores sindicalizados ganham mais 7% do que os não sindicalizados; têm maior estabilidade de horário; têm as garantias da contratação coletiva; têm maior segurança no trabalho e maior capacidade de ser ouvidos. Os países com maior índice de sindicalização têm menores assimetrias sociais, e existe maior facilidade de reunir consensos. Foi unanime o apelo ao fomento da contratação coletiva e ao esforço para os compromissos com as entidades patronais. Assim não deixo de me questionar como foi possível que a contratação coletiva tenha perdido em Portugal quase dois milhões de trabalhadores desde 2011. Que objetivo se pretenderam atingir?
ACTUALIDADES Manuel Fernandes
Secretário nacional do Sindetelco PS: Na edição da semana passada 13 de Junho de 2015 o diretor do Semmais e eu próprio concordámos que fosse publicado o direito de resposta de António Carlos Sereno Castro Melo apesar de, segundo o artigo 24º/1 da lei da imprensa não lho conceder neste caso. Contudo concordei, porque a liberdade de expressão para mim não é apenas um jargão que se invoca mas um princípio elementar da vida democrática que defendo, e para isso, prescindo da autorização da lei. Nesse texto sou acusado, com alguma ligeireza, de distorcer “várias coisas” sem que o autor especifique quais e em que circunstancia. Discorda da minha apreciação quanto á responsabilidade europeia na crise portuguesa recusando ver para além da fronteira com Espanha, comportamento que considero típico de algum provincialismo português. Respeito mas discordo no meu texto anterior. A nível nacional dispara em todos os sentidos, comportamento típico da demagogia e não resiste ao populismo fácil do julgamento da classe politica, afirmação que normalmente colhe junto do grande público. Refere-se de forma depreciativa ao
sindicalismo. Aqui detenho-me pela surpresa. António Melo classifica de “medíocre” o sindicalismo e acusa-o de estar enfeudado a lógicas partidárias”. Ele que foi delegado e dirigente sindical durante anos a fio num sindicato das celuloses que acabou por se extinguir. Esta falsa alusão ao sindicalismo falta ao respeito a centenas de homens e mulheres que, em nome dos trabalhadores, lutam diariamente pelo trabalho digno, muitas vezes com prejuízos pessoais (aqui não diferencio CGTP ou UGT) numa conjuntura periclitante e adversa que António Melo nunca teve que enfrentar enquanto sindicalista. A ingerência das entidades internacionais na contratação coletiva. Quando se refere aos “interesses pessoais” certamente pensava na sua saída prematura da vida ativa, sendo que, para o efeito, António Melo não hesitou em negociar individualmente, a extinção do seu próprio posto de trabalho, ignorando as instituições sindicais e o interesse dos trabalhadores. O que nos divide não é apenas a visão do mundo como refere no seu texto. É muito mais do que isso.
OPINIÃO
Recentemente, em conversa
com um amigo que tem responsabilidades políticas, a propósito das notícias relacionadas com a história de um assassino de 17 anos que toda a família abandonou, assunto de primeira página de vários jornais, comentava que há áreas de intervenção social que os políticos “escondem para debaixo do tapete”, ao que eu acrescentei, não dão votos. De facto, consigo imaginar os resultados dos votos obtidos com uma acção politica a realizar no próximo mês de Setembro, através de uma arruada no Bairro da Bela Vista, Bairro Amarelo, Vale Amoreira, Jamaica ou aqui mais perto na Quinta da Caiada ou Quinta da Parvoíce; penso que seriam boas iniciativas e que as projecções das sondagens, seriam efectivamente “ à boca da urna”. Não percebo o alarido dado em torno das notícias, quando é do conhecimento público, pelo menos há cinco anos, que que existe uma tendência para o aumento da delinquência juvenil. Refiram-se a título de exemplo alguns dados estatísticos de entidades públicas que acompanham o problema social, que se encontram inscritos no Relatório Anual da Segurança Interna, Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco e no relatório CASA da Segurança Social, cujos números apresentam um
aumento da Delinquência Juvenil da ordem 21%, aumento das ocorrências de natureza criminal praticadas no interior da escolas de 10,8%, aumento de 32,6% de institucionalizações de jovens com mais de 15 anos em situação de risco social, aumento de 34,8% de jovens adolescentes institucionalizados com problemas de comportamentos, e ainda o aumento de 117,9% de jovens acolhidos em Lares de Infância e Juventude que consomem estupefacientes. Posto isto, depois do Estado de ter feito o cerco às famílias da classe média e às pequenas e médias empresas, esmifrando-as com a maior carga fiscal de sempre, considerando que todos os contribuintes são prevaricadores, em que a taxa do desemprego jovem é um dos maiores flagelos do século XXI, não é difícil perceber a razão pela qual aumentou a brutalidade das agressões físicas, praticadas de forma voluntária por jovens que nada tem a perder. Há ainda uma outra prática a qual considero grave, e que aos poucos se vai cultivando com contornos muito perigosos, que corresponde à passagem da mensagem com características discriminatórias sobre aqueles que auferem subsídios de apoio do Estado, com especial referência o do desemprego e o rendimento social de inserção. Quando o principal dirigente de
FIO DE PRUMO
Arruadas sociais, nem vê-las.... GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA
Paulo G. Lourenço Investigador Social
uma instituição de cariz social secular com dimensão nacional, têm o desplante de dizer publicamente “só passa fome em Portugal quem quer”, partindo esta mensagem do interior de uma organização com elevadas responsabilidade sociais, para além da gravidade das palavras não terem sido desmentidas pelas entidades congéneres ou esclarecidas pelo próprio, legitimam-se aqueles que pagam impostos para olhar para um sem abrigo ou para um idoso dependente que vive isoladamente, como seres que vivem por opção, voluntariamente à conta dos subsídios do Estado e que são eles os absorvedores dos dinheiros dos contribuintes. Estamos perante uma nova corrente de pensamento de Ação Social, a qual espero que não tenha seguidores nem sirva de bibliografia de referência, que é a da promoção da exclusão e das desigualdades patrocinada por uma instituição de cariz social e religioso, tendo sido o seu representante recentemente condecorado com a medalha de honra do Ministério da Solidariedade,
Emprego e Segurança Social. Confesso que não há memória de assistir a tamanha falta de respeito por aqueles que querem trabalho e não encontram e por 1 milhão e 900 mil pensionistas que vivem mensalmente com 364 euros. De facto, “mudam-se os tempos, mudanças as vontades” e quando se tem poder e o poder sobe à cabeça, não tenhamos a menor dúvida que o fosso entre os ricos e os pobres será cada vez maior. Esperemos que o Papa Francisco, à semelhança das várias comissões que tem criado para expurgar a Igreja dos demónios, se lembre de criar uma comissão para separar o trigo do joio entre as organizações que promovem uma acção social orientada para os mais desfavorecidos, de outras que envergonham o passado histórico e a Missão de instituições seculares que sempre souberam e sabem fazer o bem e muito bem. Enfim, “ é o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não podemos esperar um futuro melhor” (Exortação nº 59, A Alegria do Evangelho, 2013.)
Instituições desportivas seculares: merecem respeito No Portugal democrático bem
semmais
como no período do “Estado Novo” as instituições desportivas substituíram-se muito ao papel do Estado no desenvolvimento do desporto, ao invés nas “repúblicas socialistas” o papel deste era centralizador, fiscalizador e tudo o mais na exigência de resultados. A União Europeia pugna pela definição de políticas desportivas que tenham o respeito na base do modelo associativo, que engloba as federações, associações e clubes entre outros, para além da liberdade dos cidadãos para a prática de atividade física. Fala-se muito hoje na perda de valores éticos e da palavra de Honra entre dirigentes desportivos, ou de forma mais alargada, entre os vários agentes desportivos. Discordo, que tenha havido perda destes valores,
estes continuam a existir; o que acontece hoje é que tudo é mais mediático e competitivo no sentido das vitórias efetivas. Por outro lado, o desporto permite aos cidadãos que ao longo da sua vida participaram em falências e em processos menos claros de atos de gestão empresarial (seja qual for a dimensão), encontrarem no desporto uma forma de branquear a sua imagem caso obtenham vitórias mesmo que a qualquer custo. Certos processos, enviesados para obter títulos desportivos desrespeitando instituições seculares como por exemplo: o Sporting Clube de Portugal, têm um caminho curto, mas, podem provocar danos irreparáveis durante um longo período. Os cargos terrenos são efémeros e precários, no entanto a História e os valores éticos das
ESPAÇO ABERTO E LIVRE Zeferino Boal
Consultor da Sitel Portugal instituições são eternos e devem prevalecer para além do período dos mandatos. Se no Estado Novo já havia democracia nos clubes desportivos menos sentido faz que hoje, a existência de um clima de terrorismo no dirigismo desportivo, só compreendido pela falta de preparação de um ou outro dirigente e a natureza de carater com uma doentia obsessão pelo êxito e ainda mais quando compete a um líder, ser o mais sensato, cordial, apaziguador e todas as qualidades aliadas à credibilidade. Na atualidade, os cidadãos estão
muito mais informados do que há décadas atrás e não se deixam conduzir somente pelas emoções irracionais. O desporto sempre foi uma escola de virtudes desde as camadas jovens a veículos de paz entre povos. Para bem das instituições seculares, que têm nos quadros diretivos gente menos competente, é bom que os seus associados estejam alertas porque nos dias de hoje é fácil empresas e Estados falirem e será com certeza rápido a extinção de um clube desportivo por muito valor e história tenha em Portugal.
Jorge Santos Jornalista
TAP Muito se tem falado e escrito sobre a venda da TAP e as opiniões dividem-se, dependendo da força política que está no cadeirão do poder, mudando de posição e argumentos, conforme se esteja na oposição ou pretenda regressar ao controlo das operações. Sem querermos reconstruir o “capitalismo monopolista de Estado” – longe de nós tal ideia, embora o tenhamos vivido – custa-nos o desbaratar da propriedade comum para que se consiga, mais tarde, um favor que garanta uma reforma ou aposentadoria bem acima do cidadão que leva a vida a contar os tostões (cêntimos) para comprar um simples medicamento que lhe permita viver com o mínimo de dores possível. Mas, porque “gato escaldado de água fria tem medo, todos – não exageremos, quase todos – nos lembramos de privatizações que nada trouxeram de bom ao comum dos portugueses que continuam a pagar os serviços daí resultantes mais caros do que antes das engenharias financeiras que levam a estas “contabilidades” que retiram milhões do Orçamento de Estado e os atiram para outras rúbricas, que nada evitam que sejam os mesmos a suportar-lhes os custos. Voltando aos aviões… Façamos contas e equacionemos quem paga para quem… Somos dez milhões em Portugal, porque no Mundo devemos rondar os quinze milhões. Quantos andam de avião ou beneficiam deste meio de locomoção? Sejamos optimistas e atiremos como certo, um milhão. O que dá a modesta percentagem de dez porcento. Chegaremos à conclusão de que dez se sacrificam para que um ande refastelado a gozar do esforço diário da esmagadora maioria. Pensemos!
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SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 15
A FECHAR CLIMA ESTE É O TERCEIRO ANO COM MAIS FALTA DE CHUVA DESDE 2005 E O PIOR DESDE 2012
Seca severa ganha terreno no distrito mas o calor tem sido bom para a cortiça contornos mais preocupantes e ameaça as pastagens, havendo quem já esteja preparado para começar a alimentar gado à mão.
TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
Seca moderada na Península, seca severa no Litoral Alentejano. Assim vai este tempo na região. Para a cortiça tem sido «um ano fabuloso». A maioria dos concelhos da região encontrava-se em situação de seca moderada, no final de maio, mas uma área significativa do Litoral Alentejano já estava em seca severa, sendo este o terceiro ano que tem revelado mais falta de chuva desde 2005 e o pior desde 2012. Os agricultores alertam que a água que caiu nos campos da região no último fim-de-semana é insuficiente para recuperar pastagens e permitir a sementeira de culturas de sequeiro para alimentar os gados a partir do outono. Segundo o último Boletim Climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Cinco camiões de pranchas de cortiça nas últimas três semanas
(IPMA), em 31 de maio, a seca meteorológica registada desde março tinha sofrido agravamentos, depois de a 30 de abril a maior percentagem do território ado distrito ainda se encontrar apenas em seca fraca. Nos últimos três anos não tinha havido seca, nem sequer com o estatuto de fraca, o que os meteorologistas enquadram na «variabilidade climática interanual do país», confirmando, contudo, o que já sabe desde há muito. É que cada vez as situações de seca aumentam de intensidade. 2005, o ano mais grave em 60 anos, serve de exemplo, com quase todo o território do distrito afetado por seca severa a extrema. E os agricultores deitam contas à vida pelo distrito, sobretudo nos concelhos do Litoral Alentejano, onde a seca exibe
Porém, nos campos do distrito nem tudo são más notícias. Que o digam os produtores de cortiça. Mesmo as tiragens que estavam planeadas para começar só lá para finais de junho princípios de julho, já tiveram lugar entre Setúbal e Alcácer do Sal. Augusto Simões explica ao Sem Mais que quis aproveitar as temperaturas altas para antecipar trabalho. «É um ano fabuloso para isto», assegurou este intermediário florestal, revelando já ter carregado «uns cinco camiões de pranchas de cortiça”, ao longo das últimas três semanas. Foi ainda em maio que começou a juntar os homens de machados em punho no montado para adiantar serviço a descascar sobreiros, uma vez que o descortiçamento deve ser feito em dias quentes «por ser quando se formam as novas células de paredes finas facilitando uma boa tiragem», revela.
EUGÉNIO FONSECA NOMEADO PRESIDENTE DO CONSELHO CONSULTIVO DO S. BERNARDO Eugénio Fonseca foi nomeado Presidente do Conselho Consultivo do Centro Hospitalar de Setúbal, por Despacho do Sr. Ministro da Saúde, de 05 de Maio de 2015. Ao Conselho Consultivo compete o acompanhamento da actividade hospitalar e a transmissão de recomendações, tendo em vista o melhor funcionamento dos serviços a prestar às populações, atendendo aos recursos disponíveis. O Conselho Consultivo é constituído, entre outros, por representantes da comunidade, da tutela e dos trabalhadores. Eugénio Fonseca é uma personalidade de reconhecimento mérito, Licenciado em Ciências Religiosas pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, recebeu diversas distinções honoríficas, entre as quais se destacam a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal (1993), a de Profissional do Ano 1999/2000, atribuída pelo Rotary Club Setúbal Sado, e a Ordem de Mérito de Grande Oficial, com que foi agraciado em 2007 pelo Presidente da República. Atualmente desempenha o cargo de Presidente da Cáritas Portuguesa.