semmais
Sábado 22 | Outubro | 2016
Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 922 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita
SOCIEDADE PÁGINA 6
PESCADORES VÃO RECEBER 700 MÊS POR INTERDIÇÃO DA SARDINHA A interdição à pesca da sardinha começou esta quarta-feira, uma vez que as quotas deste ano foram esgotadas. Os pescadores vão receber 700 euros por cada um dos dois meses de paragem, mais 100 euros do que pela mesma ocasião do ano passado.
FÁBRICA DA SECIL NO OUTÃO VALE 44 MILHÕES/ANO NO PIB DA REGIÃO
SOCIEDADE PÁGINA 10
PCP ‘DESCONFIA’ QUE O GOVERNO NÃO QUER “MACAU LEGEND”
Um estudo inédito da KPMG analisou as contas referentes ano passado e comprovou que a laboração da fábrica da Secil, no Outão, tem um impacto decisivo no PIB (produto interno bruto) da península. E concluiu que esse estímulo na economia da região vale 44 milhões de euros, que é o mesmo que dizer que por cada euro gasto pela unidade fabril são gerados cerca de 2,7 euros na economia regional.
As “insinuações” da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, sobre a eventual ‘deslocalização’ do terminal de contentores do Barreiro para Setúbal, e a prioridade em aumentar o calado do porto sadino, está a deixar o PCP desconfiado sobre a aprovação do investimento “Macau Legend”.
NEGÓCIOS PÁGINA 12
POLÍTICA PÁGINA 10
SOCIEDADE PÁGINA 8
HÉLÈNE MANDROUX EM SETÚBAL Hélène Mandroux foi presidente da Câmara de Montpellier. Mikhael Delafosse foi vereador durante o mesmo perído. Vão proferir duas conferências em Portugal. Em Setúbal vão estar terça-feira, dia 25, na Casa da Cultura. A sessão tem início às 19 horas.
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DEPUTADOS DO PS QUEREM ‘VIA VERDE’ PARA SETOR DA PESCA Foi uma das conclusões das II Jornadas Parlamentares do Distrito, desta feita subordinadas ao cluster marítimo. Os deputados ‘rosa’ eleitos por Setúbal querem reduzir para seis meses o prazo de licenciamentos na aquacultura e uma ‘via verde’ para licenças de pesca.
ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL
RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167
EDITORIAL
OPINIÃO
AV
Do benefício da dúvida ao claro voto contra Raul Tavares Diretor
Quando a decisão se torna conflituante
N
ão é nada fácil tomar decisões políticas numa região que é pujante do ponto de vista económico, e é também um paraíso de biodiversidade, tomada por um conjunto de áreas protegidas, com destaque para os dois estuários, Tejo e Sado; os parques naturais da Arrábida e do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina; a Arriba Fóssil da Caparica, ou o Sapal de Coina; a Mata da Apostiça, e alguns outros. A Secil, que desde a década de 90 - período em que as questões ambientais começaram a estar na ordem do dia – tem estado na berlinda para deixar de esventrar a serra arrabina com os seus planos de lavra, acaba de publicar um estudo que revela a sua importância no contexto económico e social da região. São impactos fortes. E mesmo na recuperação paisagística, há um trabalho meritório, com a reimplantação de mais de 600 mil plantas, num total de recuperação de 41,35 hectares. Eu, que não sou fundamentalista em nada, mas que converso a ideia de que sem território não há nem turismo, nem comunidades e muito menos economia, entendo a força destes números. Portanto, o equilíbrio é a razão de ser da vida e destas conflitualidades. Se a Secil quer continua a laborar, a contribuir para o PIB da região e do país, mesmo que os seus accionistas de referência ganhem muito dinheiro com isso, há que continuar este esforço de atenuar impactos ambientais e refazer no mínimo o que vai devastando. Num outro plano, temos o projeto da “Macau Legend” em Setúbal. Vai criar uma marina, um casino e uma extensa área residencial, mesmo à beirinha do Porto. São 300 milhões de euros de investimento e 3000 postos de trabalho em velocidade cruzeiro. É conflituante? Sem dúvida, se o governo quiser aumentar os fundos do rio que serve a atividade portuária, para receber navios de maior calado, e se quiser, como sempre defendi, colocar ao seu serviço um novo terminal de contentores, que tem estado previsto para o Barreiro. Antes de levantar crispações, entre o município sadino e os governantes, é preciso trabalhar em conjunto. É possível a coabitação destes duas frentes de investimento, público, por um lado, e privado, por outro, tal como se vê abundantemente em países desenvolvidos que os políticos costumam gostar de citar. É difícil, sim, tomar decisões. Mas, para isso, elegemos os que consideramos melhores e mais aptos.
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á um ano iniciava a minha apreciação às Grandes Opções do Plano e ao Plano de Actividades para 2016, como “O pouco original documento …começa mal, como é apanágio dos documentos apresentados pela CDU neste executivo, quando refere que as mesmas “são inegavelmente marcadas pelas consequências da política de direita”. Se no ano passado já havia alguma ironia nessas palavras, pois em 2016 eramos governados pela “geringonça”, este ano, apesar da irónica desculpabilização que vemos um executivo “Made in CDU” fazer de um governo “Made in PS”, ainda assim continuam a culpar as políticas de direita. Mas vamos a factos: Em 2016 e, por maioria de razão, em 2017, conforme adiante se explicará, vamos ter a CDU na Câmara e o PS, com o aval do BE e da CDU, no País a aplicarem a mesma receita na câmara, e no País, respectivamente que a direita aplicava e que ambos tanto contestavam, só que com muito piores resultados. Sobre os resultados no País, não me pronuncio nesta análise, até porque não é o fórum próprio, mas no que concerne à Câmara Municipal do Seixal, duas ou três palavras bastariam para definir este orçamento: Mais do mesmo, com a vantagem de se querer tentar mostrar mais qualquer coisa por 2017 corresponder a um ano eleitoral. Mais do que analisar o documento, que no fundo corresponde ao que o executivo quer fazer em 2017, desta feita opto por analisar genericamente o mandato. Ora, se é verdade que se mantém um orçamento equilibrado na contenção, realista, tónica transversal a todo o mandato e que para 2017 até tem o maior orçamento do mandato, no montante de oitenta e três milhões, cento e seis mil euros, não menos verdade é que o concelho do Seixal continua a ser aquele que menos ostenta investimento público, tão do agrado de uma certa esquerda, e quanto mais radical melhor, mas quando estão na gestão “da coisa pública” não conseguem passar para os actos, aquilo onde são tão bons a verbalizar.
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Quando num orçamento de oitenta e três milhões de euros, sessenta e quatro milhões são gastos em despesas correntes, logo percebemos que boa coisa não pode advir do resto. Este Plano de Actividades circunscreve-se a obras da responsabilidade do Governo – tímidos avanços no caso do Hospital do Seixal, que pelo histórico de comportamento do PS no governo, não deve passar de uma manobra eleitoralista, o novo centro de saúde de Corroios, a Loja do Cidadão e a resolução do passivo ambiental da área e a algumas obras da autoria do executivo, ainda que comparticipadas como sejam o prolongamento do passeio ribeirinho do Seixal, que já está em curso e com resultados desastrosos para a população local, à obra da Praça Central da torre da Marinha e a algumas boas iniciativas como sejam a requalificação das instalações Associação de Reformados da Amora, o apoio à construção da cresce Baleia Amarela da ARIFA e da Cresce de santa Marta do Pinhal do Centro Paroquial de Corroios, a Escola Básica de Santa Marta do Pinhal e a abertura de 2 bibliotecas escolares e requalificação da Casa do Educador. Temos também o tão propalado e atrasado CDA – Centro de Distribuição de Águas de Fernão Ferro. Não acham pouco meus senhores? Se a isto juntarmos a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, uma bonita obra, mas que perdeu o estatuto inicialmente previsto de Museu-Oficina e também a Escola EB dos Redondos, o que resta deste mandato? Sim, pagámos dívida. Mas quem a criou? Foram os governos ou foram os executivos comunistas? Podemos repisar na crítica às opções. Eu digo sempre, cada qual tem as suas opções e isso é justo, até porque a CDU ganhou sempre as eleições no concelho, mas também tem de saber assumir as suas responsabilidades: um executivo pode optar pelos seus recursos humanos, mas então como justificar que gaste trinta e dois milhões de euros em oitenta e três milhões com despesas de pessoal e depois o serviço prestado à
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA
VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL população em áreas vitais como o atendimento e o ambiental, por exemplo, seja alvo de críticas tão grandes por parte dessa mesma população? A culpa não é dos trabalhadores certamente, mas de quem os dirige – a CDU. Ou como justificar a opção em mais de vinte e cinco milhões em serviços? Pois…as opções pagam-se caras. Não, este ano nem falo das opções na publicidade instituicional feita através do Boletim Municipal, o “Avante” cá do sítio. O pior é que o “Avante”, tal como o jornal do Benfica ou do Sporting, o “Povo Livre” ou qualquer jornal próprio de uma qualquer instituição é paga pelos simpatizantes e integrantes dessa instituição. Mas somos nós – todos nós que pagamos o Boletim Municipal e que, deixe-me que vos diga está cada vez mais “vermelho”. Nomes dos vereadores da oposição? Sim, lá aparece um ou outro timidamente. Fotografias? Bem, dantes até apareciam, umas bem desfocadas ou distantes, a contrastar com as de corpo inteiro do Presidente ou dos vereadores comunistas. Se calhar é porque, como dizia um antigo presidente, os vereadores da oposição são todos tão feios, como ele apelidou, em plena reunião de câmara, um determinado vereador da oposição. E devemos ser tão feios que não obstante os milhares de euros por ano que se gasta no Boletim Municipal, supostamente para informar os munícipes, nem sequer se dignam mostrar a cara dos vereadores da oposição, dando-os a conhecer à população, retirando-os ostensivamente das fotografias que resumem as referidas reuniões, mostrando apenas o sexteto fantástico, presumo que lindo e esbelto, dos eleitos da CDU. Sobre o BM estamos conversados. Continuando nas opções, se calhar compreende-se o quão parcos são os investimentos no
nosso concelho por parte da gestão da responsabilidade municipal, quando vemos que só no edifício dos serviços centrais, o tal que apesar de ser muito bonito, não é assim tão funcional e, mesmo que o fosse, o serviço à população deixa muito a desejar, mas que só em rendas e desde que foi construído custará até ao final do mandato vinte e quatro milhões de euros. Mas estes vinte e quatro milhões são apenas em rendas, o que quer dizer que o edifício nem sequer é nosso. Pior, não está contabilizado o preço da garagem, nem dos serviços operacionais. Nem os alugueres da mobília e equipamento. Enfim, com estas opções até se compreende que não se possa fazer mais. Mas o pior, para este executivo, é que estas opções são também suas. Nestas não podem fazer aqueles exercícios em que são tão bons a fazer de “sacudir a água do capote” e a responsabilizar os vossos tão odiados governos. Como prometi, este ano a minha análise é meramente política, libertando-me da análise técnica de outros anos, assim como dos meus colegas vereadores dos partidos que não estejam a governar esta câmara, que a sabem fazer, mais e melhor que eu, mas que apesar disso, encerra em si uma palavra de apreço por se encerrar um ciclo de consolidação financeira e, paralelamente, uma forte crítica e de chumbo total do mandato actual. Senhor Presidente, nem se pode queixar da oposição na Câmara. No primeiro exercício do mandato, dei-lhe o benefício da dúvida e abstive-me nesse documento, eivado de uma esperança de renovação. Hoje, decorridos três anos e estando a votar o último orçamento deste mandato, com muita pena minha (porque quem perde é a população do Seixal), não me resta outra alternativa do que chumbar estrondosamente a sua política. O meu voto é contra.
Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@ mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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Professor Eugénio Fonseca acaba de cessar as suas funções de Presidente Diocesano da Caritas, continuando, todavia, a exercer a sua missão de Presidente Nacional da mesma Instituição. Durante 30 anos serviu, dedicada e exemplarmente, esta nobre missão de estar ao serviço da Caritas diocesana e de, através dela, os mais pobres e excluídos e um lutador pela justiça social e pela solidariedade (caridade). Ele é bem um testemunho vivo e marcante de discípulo de Jesus e um destacado cidadão deste país. Bem merecidas, pois, as palavras de gratidão que o Sr. Bispo D. José lhe dirigiu em nome da diocese. Se as razões apresentadas pelo próprio para o pedido da sua demissão, algumas expressas, humildemente, por ele, tais como a sua incapacidade em conseguir certos consensos na diocese, não podemos, por amor à verdade, deixar de acreditar que outras se encontrarão na muita dor e amargura interior que lhe terão causado a falta de colaboração, indiferença e azedume que sentiu, também, da parte de algumas
pessoas com responsabilidades pastorais na diocese. É de elementar justiça, também, pela cooperação com a paróquia de Nª Srª da Conceição, prestar-lhe, pessoalmente, e, em breves palavras, a nossa gratidão. Homem apaixonado por Jesus Cristo e pelo Evangelho da Boa Nova aos pobres e oprimidos, imprime e transmite um vigor e uma clareza de convicções que geram inquietações e congregam esforços e boas vontades. Na doutrina social da Igreja e na análise sociológica ele encontra impulsos e rasgos que imprimiram à Caritas Diocesana um dinamismo de inclusão social dos pobres. Ele sabe articular e entrelaçar a acção social directa, o apoio imediato aos mais pobres e às vítimas de catástrofes, com uma Assistência social eficiente e criteriosa, (evitando o assistencialismo) não se esquecendo de envolver a sua acção e missão no combate à erradicação ou minimização das causas da pobreza. Por isso, a sua intervenção e acção assumem a dimensão social e política da fé e do Evangelho rumo a um mundo mais justo e fraterno.
ATUALIDADES
Orçamento
P. CONSTANTINO ALVES
PÁROCO DA NOSSA S.A DA CONCEIÇÃO Convicto de que a caridade, como a doutrina social da Igreja, (além do Evangelho!) é elemento constitutivo e unificador da vida cristã e da acção eclesial, bem tentou a implementação no terreno do Documento da Comissão episcopal da pastoral Social e Mobilidade, “Serviços paroquiais de Acção Social”, pese, embora, as dificuldades encontradas. Impulsionado por uma Fé profunda em Jesus Cristo salvador, como que escondeu no dom da sua vida os graves problemas de saúde que, em certos momentos, o afectaram, mas não o impediram de coordenar e dinamizar a Caritas diocesana. Muitas foram as dioceses do País, religiosas e civis que lhe solicitaram a sua reflexão e intervenção em Conferências, Colóquios e de outras formas. Foram muitos os campos em que a sua acção e reflexão,
numa disponibilidade total, se fez sentir, desde a animação da Caritas diocesana, à construção de vários Dispositivos de Acção social diocesanos ou locais, ao apoio a alguns Centros paroquiais em dificuldades e ao Centro Jovem Tabor, membro de algumas Instituições civis, ou disponibilizando a sua rede de muitos e múltiplos contactos de que era possuidor. Poderíamos dizer, que Eugénio da Fonseca, discípulo de Jesus, soube estar no “pátio dos gentios”, com a sua identidade e testemunho cristão, tornando-se respeitado e admirado, razões de sobra para que a Assembleia da República e a Câmara Municipal de Setúbal, nomeadamente, o distinguissem com as mais altas condecorações. Que os frutos do seu trabalho se prolonguem e multipliquem nos novos responsáveis da Caritas diocesana. Obrigado, Professor Eugénio Fonseca
Tinha que ser Bob Dylan.
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ob Dylan ganhou o Nobel da literatura. Não que precisasse. Ou que este fosse particularmente o seu ano. Mas por todos esses momentos, desde 1962, em que esteve presente nas nossas vidas. E foram tantos. E tão inspiradores como desconcertantes. Robert Allen Zimmerman editou 37 álbuns (como se dizia dantes) mas (acho) que não é por isso que o lembramos. Lembramo-nos e retemos e admiramos a sua atitude. A sua voz, a sua guitarra, a sua harmónica e o seu piano (sim, o seu piano!) não são uma soma. São um único elemento. Uma força com notas de música dentro. Bob Dylan assim dito não existe porque existem tantos e tão diversos Bob Dylans dentro da sua carreira. Para quem, como eu, o considera uma influência fundamental nos seculos 20 e 21 o melhor Bob Dylan ainda está para vir. E o que está para vir será tão bom como os seus álbuns entre 1997 (“Time Out Of Mind”) e 2006 (“Modern Times”). Ou seja, um tempo absolutamente novo de criativi-
dade e surpresa. Por isso virão outros tempos. E atrás desses tempos outros tempos virão. Com Bob Dylan. Imagino que já todos o perceberam: na realidade eu acho Bob Dylan um génio. Absoluto. Para além dos tempos. Ou dos tempos que ele próprio criou. E que tão bem percebeu que estavam a mudar. Ou ele próprio convenceu o mundo de que estavam realmente a mudar. O mais impressionante em Bob Dylan é que ele nunca está onde nós queremos que ele esteja. Quando queríamos um cantor folk ele apaixonou-se pelo Rock and Roll. Quando precisávamos de letras concretas sobre os problemas reais do mundo ele deu-nos quilómetros de lirismo. Quando esperávamos mais poesia ele deu-nos religião. E quando já não esperávamos nada ele continuou a dar-nos muito. Muito e sempre inesperado. Assim é Dylan. Mais do que uma voz. Na realidade basta 1 segundo para sabermos que aquela voz é ele. Ou talvez não. E a guitarra. Primeiro a guitarra de baladas. Depois a elétrica a declamar sonhos com sonhos
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Governo aprovou o Orçamento de Estado para o próximo ano e no dia estabelecido pela Lei fez a sua entrega ao presidente da Assembleia da República e as televisões lá estavam como se a cena não se inserisse na rotina anual. Antes desta “cerimónia” muitos se atreveram a mandar palpites, alguns foram acertando, e depois ouviram-se declarações espectaculares, pois quanto maior for o ênfase colocado na frase mais impacto pode provocar no destinatário. E, diga-se em abono da verdade, que algumas destas tiradas estavam bem imaginadas. Compete agora ao plenário da Assembleia da República a discussão e votação do Orçamento e muito se vai dizer e escrever, com a agravante de, como tem sido costume, ouvirmos argumentos que mais se destinam a marcar posição político-partidária, do que a defesa de melhores condições de vida para o cidadão normal.
Outros impostos e regalias são mais céleres, mas pode dizer-se que nem se dá por eles, pois a subida ou descida é “colada” às compras diárias, pois a barriga não perdoa.
TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR
dentro de sonhos. Por isso a net está cheia (literalmente cheia) de diferentes interpretações sobre a sua mesma música. Provavelmente todas certas. Certamente todas erradas. Por fim a harmónica. Uma arte quase esquecida. Um som de orquestra num dos instrumentos mais simples do mundo. Coexistem assim o Dylan do menos é mais (os 4 primeiros álbuns) e o Dylan do nada é complexo de mais (o 5, o 6 e o 7). E depois mais 30. Serão muitos? Na verdade tão poucos para as vozes que Dylan sempre transportou. E foram precisamente essas vozes que lhe deram o Nobel. Nobel? Desculpem o sueco. O que aconteceu foi que deram Dylan ao Nobel. Quem ficou a ganhar foi obviamente o Nobel. Poucas vezes se terá falado tanto desse tal do Nobel. E
JORNALISTA
FIO DE PRUMO
Eugénio Fonseca Um testemunho de cristão e de cidadão
JORGE SANTOS
OPINIÃO
Dylan é a razão. Por mim só espero pelo próximo álbum. Que seja insondável. Como a personalidade de Dylan. Fora da velha nova ordem mundial. O Dylan que deram ao Nobel lembra-me ainda dois debates e duas esperanças pessoais. Que uma pessoa que é tudo o que uma pessoa pode ser continue a cantar, pelo amanhecer da manhã e contra todas as probabilidades, Mr. Tambourine Man. E que o meu amigo Elias, o mais inteligente de todos os céticos que conheço, entenda (finalmente!!!) que todas as musicas do Bill Evans são, afinal, covers de Bob Dylan. P.S. Já agora. Quando eu for para a tal ilha deserta. Vou levar comigo apenas uma música. De Bob Dylan, claro. “Visions of Johanna”. Tema incluído em “Blonde on Blonde” o seu sétimo álbum de estúdio.
Mas o português, no seu dia-a-dia pouco se importa com as mudanças anunciadas e aprovadas no OE pois elas só serão aplicadas no próximo ano principalmente no que diz respeito a IRS e outros impostos que muito os preocupam. Outros impostos e regalias são mais céleres, mas pode dizer-se que nem se dá por eles, pois a subida ou descida é “colada” às compras diárias, pois a barriga não perdoa. Esperemos pois que no momento do voto os deputados de todos os partidos sejam iluminados pela sabedoria que esta proporcione aos portugueses um futuro mais belo e que depois não venha a União Europeia a ameaçar-nos com mais austeridade. Tenhamos força para enfrentar as dificuldades.
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SOCIEDADE
RESTAURANTE SOCIAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO CONTINUA A SERVIR REFEIÇÕES DIÁRIAS A 118 PESSOAS
A cantina social de Setúbal onde os utentes não baixam A maior parte das cantinas sociais na região têm registado menor número de utentes, mas a de Nossa Senhora da Conceição nem por isso. Estão a ser servidas as mesmas de sempre e não se servem mais por uma questão de sustentabilidade. O responsável da paróquia afirma que é preciso estudar o fenómeno. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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quebra no número de refeições servidas pelas cantinas sociais começa a ser transversal ao distrito, mas há pelo menos uma no concelho de Setúbal onde a procura dos utentes teima em não abrandar. O restaurante social de Nossa Senhora da Conceição mantém as mesmas 118 pessoas e só não vai a mais por uma questão de sustentabilidade. «Tem aparecido mais gente com carências, mas temos que manter esta gestão», explica o padre Constantino Alves. A questão é agora levantada numa altura em que várias entidades tentam perceber o fenó-
meno que estará pode detrás da redução das refeições servidas em cantina sociais. Há quem aponte a descida da taxa de desemprego, que em agosto estava nos 11%, mas há quem admita ser o efeito direto da reposição de parte das prestações sociais destinadas à redução da pobreza e da desigualdade. Não falta ainda há quem pegue na forte emigração dos últimos tempos. O que parece óbvio é que a falta de respostas surge associada à ausência de dados sistemáticos, atualizados, sobre as cantinas sociais, e de registos sobre a pobreza e exclusão, deixando as instituições sem perceberem se diminuíram os beneficiários ou apenas o número de refeições que cada um leva para casa. E em que partes do distrito e do país?
«As avaliações que fazemos regularmente entre os nossos utentes mostram que as pessoas continuam com parcos rendimentos e não há nada de novo», sublinha ainda Constantino Alves, atestando que algumas das pessoas que recorrem à solidariedade desta paróquia sadina, por vezes, até conseguem trabalho precário na construção civil, mas é sol de pouca dura. «Uma semana depois estão de volta ao mesmo. SITUAÇÃO ECONÓMICA DESFAVORECIDA NÃO SE ALTEROU Isto quer dizer que a situação económica destas pessoas permanece como há uns anos atrás quando avançou com a cantina social», resume o mesmo responsável, numa altura em que o
Governo deverá trocar a aposta na distribuição de refeições preparadas pela aposta na distribuição de cabazes alimentares. Tanto as misericórdias como as instituições particulares de solidariedade social começam a preparar-se para responder à nova realidade, alerta Manuel Lemos, presidente da União de Misericórdias que «sempre que há mudanças também há sempre alguma resistência», admi-
tindo o dirigente que a prioridade passa por perceber como é que o nosso sistema poderá ser operacionalizado. Para já, há quem defenda que deverão ser selecionadas instituições em todo o território nacional que tenham boa implementação na comunidade para que os alimentos possam ser bem conservados e distribuídos pelas pessoas à medida que vão precisando.
PÚBLICO-ALVO SÃO PESSOAS DEPENDENTES OU PORTADORES DE DOENÇAS COMO O ALZHEIMER, MAS TODOS A PODEM USAR
Idosos do distrito vão ter pulseiras “Estou aqui” sob a alçada da PSP
O sistema é muito idêntico ao destinado às crianças, que a PSP tem em funcionamento já há cerca de quatro anos para prevenir desaparecimentos. Desta feita, estes preciosos auxiliares das forças policiais, com códigos alfanuméricos, serão mais discretas e em tons neutros.
TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A
s pulseiras da PSP vão deixar de ser apenas uma coisa de crianças, estando a Polícia em vias de começar a distribuir novas pulseiras
aos idosos do distrito, a partir do Comando de Setúbal. Tal como nos menores, trata-se de um sistema de localização dirigido, sobretudo, a pessoas de idade avançada com dificuldades de orientação. Chama-se «Estou aqui adultos», sendo um programa que foi
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lançado no ano passado, através de um projeto-piloto que decorreu com instituições que trabalham com idosos da zona de Lisboa, mas que agora será alargado a todo o país. As pulseiras são gratuitas e podem ser pedidas à PSP por instituições – como lares, centros de dia e outras IPSS – ou por pessoas que tenham a seu cargo idosos dependentes. O pedido terá de ser feito no site do programa (em http://estouaqui.mai.gov.pt), onde é necessário preencher um conjunto de dados sobre o idoso e os seus cuidadores, bem como um termo de responsabilidade. Feita a inscrição, a pulseira é levantada na esquadra escolhida. Cada pulseira «é única», sendo atribuída a cada uma um número diferente que, apesar de ser percetível, só pode ser lido pela PSP, através da base de dados. Em caso de desaparecimen-
to e, através de uma chamada para o 112, serão acionados os mecanismos necessários de comunicação com as forças de segurança, que enviarão para o local uma patrulha. O sistema é semelhante ao do programa «Estou aqui» destinado a crianças, que a PSP tem no terreno há quatro anos para prevenir desaparecimentos, sobretudo por altura das férias de verão. Cada pulseira – as dos adultos são mais discretas, em tons neutros – tem associado um código alfanumérico, através do qual a PSP consegue chegar a informações guardadas numa base de dados e que incluem a identificação do idoso e dos seus familiares, bem como os contactos. QUALQUER IDOSO PODE PEDIR PULSEIRA O público-alvo do programa são pessoas dependentes ou
portadores de doenças como o alzheimer, mas a PSP ressalva que qualquer idoso poderá pedir e usar a pulseira. O objetivo é evitar situações, que acontecem com alguma frequência, de pessoas mais velhas que se desorientam e perdem na via pública. Caso um idoso seja encontrado na rua com uma das pulseiras do programa, deverá ser contactado o 112 ou a esquadra da Polícia, indicando-se o código alfanumérico visível na pulseira. Recebido o alerta – que funciona não só em Portugal, mas em qualquer outro país da União Europeia –, é acionado um carro-patrulha, sendo de imediato avisados os familiares do idoso, cujos contactos fazem parte da base de dados, associados ao código. Segundo a PSP, cada pulseira tem um «tempo de vida útil de dois anos». Após esse período, terá de ser renovada.
SOCIEDADE
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SOCIEDADE
ESTUDO DO CENTRO DE CIÊNCIA DO MAR E DO AMBIENTE AFIRMA SER NECESSÁRIO SALVAGUARDAR O HABITAT
Lampreia-do-Sado ameaçada de extinção Os cientistas querem salvar a espécie que é característica da bacia do Sado e não tem valor gastronómico. A lampreia-do-sado está a sofrer um declínio acentuado e as razões são sobejamente conhecidas. A investigação dura há cerca de três anos e aponta medidas urgentes. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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xiste apenas na bacia do Sado mas pode não ser por muito mais tempo. É uma lampreia endémica de água doce, sem valor gastronómico, para a qual os cientistas já pedem medidas urgentes para salvar a espécie que está hoje em perigo de extinção. Segundo os investigadores, os efetivos de Lampetra lusitanica têm sido alvo de um «declínio acentuado». A bióloga da Universidade de Évora Catarina Mateus, que estudou a espécie num projeto do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, revela que a lampreia de que se fala, que pode atingir os 15 centímetros de
comprimento na fase adulta, não migra da bacia do Sado, pelo que vive e reproduz-se num habitat que integra o rio e ribeiras afluentes da região. Já há três anos a investigação permitiu identificar e distinguir esta espécie das demais lampreias existentes no país, contabilizando as migradoras e não migradoras. «Se não se fizer nada rapidamente vai entrar em extinção reforça Pedro Raposo de Almeida, também da Universidade de Évora, reclamando a conservação do habitat, enquanto recorda que a conhecida como lampreia-do-sado «habita um dos rios portugueses onde a pressão das atividades humanas se faz sentir de forma notória na qualidade e na disponibilidade da água».
FOCOS DE POLUIÇÃO SÃO DE VÁRIA ORDEM O documento a que o Semmais teve acesso fala da «intermitência de algumas linhas de água» ser responsável por stress hídrico, «condição agravada pela presença de inúmeras tomadas de água, de efluentes contaminados com resíduos orgânicos, vários focos de poluição e proliferação de espécies piscícolas exóticas.»
O núcleo populacional dessas lampreias existente na ribeira da Marateca tem sido «particularmente importante para a sobrevivência desta espécie fortemente ameaçada», asseguram os investigadores, para quem a existência de espécies exóticas, como a carpa ou o peixe-gato, «nunca é bom sinal», diz Catarina Mateus, para quem é importante que as po-
pulações ribeirinhas contem com as autarquias e organismos do Estado com responsabilidade na matéria para ajudarem a preservar a espécie. A reabilitação do leito e das margens da ribeira da Marateca, bem como de outras linhas de água da região onde ainda existem lampreias-do-sado, poderão ser determinantes para evitar a sua extinção.
Autarcas do Litoral Pesca da sardinha está esgotada Alentejano reclamam mas pescadores recebem 700 euros reparação urgente do IC1 INTERDIÇÃO DA CAPTURA COMEÇOU ESTA QUARTA-FEIRA
Os pescadores vão receber mais cem euros do que na paragem do ano passado e só por dois meses, já a partir do dia 1 de Novembro. Agora, a maior preocupação é que quota de captura vamos ter na próxima época de faina.
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pesca da sardinha passou a ser proibida quarta-feira, devendo os pescadores da região dispor, em princípio, de dois meses de apoios a esta paragem biológica. As organizações que representam o sector reuniram com a secretária de Estado do Mar, revelando que a cada pescador vai caber 700 euros por mês (mais 100 euros do que os 600 euros fixados em 2015), podendo os barcos recorrer aos dois meses de apoio já a partir de 1 de novembro, desde que estejam parados. ESTE ANO A QUOTA FOI DE 11.560 TONELADAS Segundo João Semedo, pescador de sardinha em Sines, pouco ou nada se sabe sobre o futuro. «Desconhecemos qual será a quota portuguesa para 2017, mas já se ouve dizer que não vai
O haver os apoios deste ano», diz. Recorde-se que em 2016 a quota ibérica da sardinha ficou fixada em 17 mil toneladas, 11 560 das quais reservadas a Portugal. O valor baixou quase duas mil toneladas face a 2015, mas, ainda assim, ficou muito acima
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das 1584 toneladas inicialmente recomendadas pelo Conselho Internacional para a Exploração dos Mares. Porque a pescaria começou mais tarde e porque houve totais admissíveis de captura mais «apertados», a faina prolongou-se até outubro.
s presidentes dos municípios do Litoral Alentejano reuniram com o presidente das Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, no passado dia 17, tendo sido abordadas várias questões relacionadas com as acessibilidades. Os cinco autarcas tiveram oportunidade de colocar questões concretas de cada concelho, destacando-se a preocupação demonstrada, mais uma vez, pelos presidentes de Alcácer e Grândola, Vítor Proença e Figueira Mendes, quanto ao estado em que se encontra o IC1. De relembrar que recentemente, num período inferior a um
mês, registaram-se quatro vítimas mortais em dois acidentes ocorridos neste troço. António Laranjo deixou claro que enquanto a questão da sub-concessão na A26, que engloba o IC1, não for resolvida com o sindicato bancário liderado pelo BPI, pelo IMT e pelo Tribunal de Contas, não existe possibilidade de se realizar qualquer tipo de obra. Contudo, ao nível das acessibilidades complementares, de carácter mais local, as Infraestruturas de Portugal garantiram disponibilidade imediata para a realização de reuniões técnicas com os municípios.
LOCAL
SESIMBRA Tarde Romântica na fortaleza GRÂNDOLA Município apoia reforço de mais médicos O presidente do município, Figueira Mendes, reuniu esta semana com a Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano . Na reunião, a Câmara confirmou a d isponibilidade para continuar a colaborar com a ULSLA para o reforço dos médicos no c oncelho, através do pagamento das rendas das habitações dos dois novos clínicos c ubanos que iniciaram funções recentemente. Este reforço da equipa médica permitirá melhorar os serviços no Centro de Saúde e assegurar o funcionamento das extensões de Azinheira dos Barros, Lousal e Canal Caveira. Além deste assunto, foi feita uma análise aos serviços existentes no c oncelho, tendo a Câmara , mais uma vez, reiterado a importância do funcionamento do SAP 24horas.
PALMELA Remodelação de conduta de água no aceiro do Marcolino Está a decorrer a remodelação de uma conduta de água no Aceiro do Marcolino, Pinhal Novo. A obra orça em cerca de 50 mil euros e consiste na substituição de uma conduta, numa extensão de mais de 1.700 metros, e construção de 45 ramais, para servir igual número de famílias. Entretanto, estão a decorrer outras obras de remodelação da rede, prevendo-se para breve o início da substituição de condutas no Bairro do Braga e na Rua das Vindimas, seguindo-se a Estrada da Várzea/ Rua da Serrinha, em Palmela, e o 2.º troço da Rua Miguel Cândido, em Cabanas.
SANTIAGO DO CACÉM Município exige construção de circular O edil Álvaro Beijinha voltou a exigir, junto da IP, a construção de uma circular a Santiago, que afaste o trânsito de pesados com matérias perigosas do centro da cidade. O autarca incidiu na segurança das populações e voltou a demonstrar «preocupação relativamente à cidade e ao facto de, diariamente, passarem dezenas de camiões, muitos deles transportando matérias perigosas, pelo centro da cidade». «Fomos exigir, uma vez mais, que se concretize aquilo que está previsto no Plano de Urbanização, desde 1998, que é a construção de uma circular a Santiago, como forma de haver uma alternativa para esses camiões». O presidente alerta para o facto de a via atualmente utilizada ser «uma estrada nacional. E essa circular seria também, uma estrada nacional, pelo que terá de ser construída por quem tem responsabilidade na gestão das estradas nacionais».
Este domingo, às 16 horas, o espaço multiusos, na fortaleza de Santiago, acolhe uma tarde romântica. Levar o público numa viagem pelo mundo romântico e a mergulhar numa atmosfera de sons e melodias, inspirados nas mensagens de amor, na poesia sonhadora, nas fantasias sedutoras e emoções apaixonadas de determinadas canções são as propostas do concerto de piano Tarde Romântica, com Yan Mikirtumov. Neste espetáculo, o músico vai interpretar peças de Mozart, Chopin, Joe Dassin, Debussy e Elton John.
BARREIRO Quinta do Mião foi inaugurada A “Quinta do Mião” foi inaugurada dia 14 , na Quinta das Rebelas, Santo André. A obra foi assumida pelas autarquias do Barreiro e da Moita e está orçada em 335 mil euros. Carlos Humberto sublinhou a importância do trabalho intermunicipal para o presente e para o futuro. « É preciso trabalhar, cada mais, a intermunicipalidade para encontrar soluções comuns para os problemas comuns, de forma a conseguir uma resposta adequada para servir melhor a população e os animais». O espaço contempla 33 boxes para cães, celas de quarentena, um gatil, um espaço administrativo, gabinete veterinário, sala de tosquias e tratamentos, instalações sanitárias e armazém.
ALCÁCER DO SAL A oliveira e o azeite A atividade “Alcácer com Vida” decorre este sábado sob o lema “A oliveira e o azeite”. Com concentração no posto de turismo, às 9 horas, a iniciativa é promovida pelo município em colaboração com Vale de Arca e abarca um percurso nesta herdade, onde será dada a conhecer a trajetória da transformação das azeitonas em azeite, culminando numa degustação de azeite. Quem pretender participar nesta atividade deve proceder à respetiva inscrição junto do posto de turismo, no Largo Luís de Camões, ou através do telefone 265 009 987.
MOITA Lançamento da obra vencedora do Prémio Joaquim Pessoa Está marcada para este domingo, às 16 horas, no Fórum José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, a entrega do Prémio Joaquim Pessoa. O prémio será entregue a José Moreira, autor da obra vencedora que será lançada em forma de livro, com o título “A Memória e a Matéria”. Na cerimónia, será igualmente apresentada a obra que recebeu uma Menção Honrosa, da autoria de Nuno Lopes, com o título “Gramática do Assombro”. O valor do prémio a atribuir ao vencedor é de 5 mil euros, da responsabilidade da Câmara, cabendo à Editora Edições Esgotadas a publicação da obra.
SINES História do litoral alentejano em debate O Centro Cultural Emmerico Nunes organiza, este fim-de-semana, a 9.ª edição do Encontro de História do Alentejo Litoral, dedicada ao tema “Identidade e Paisagem”.O encontro tem entrada livre e decorre nas instalações do centro, com exceção da apresentação do documentário “Mar de Sines”, que acontece, este sábado, às 18h15, no auditório do Centro de Artes de Sines.São conferencistas Álvaro Domingues, Cláudio Torres e Luísa Trindade.
SETÚBAL Festival do choco promove gastronomia
ALCOCHETE Maratona da leitura na biblioteca A biblioteca da escola El-Rei D. Manuel I acolhe mais uma Maratona da Leitura no dia 27. A iniciativa realiza-se há 7 anos letivos consecutivos e enquadra-se no plano de atividades de cooperação da Rede de Bibliotecas. A Maratona da Leitura, que promove a leitura em voz alta e o estímulo ao prazer de ler, é uma iniciativa de âmbito local que procura associar-se a uma celebração de abrangência mundial que é o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares. A atividade vai decorrer das 9 às 13h20 e das 14 às 16h45 e conta com a participação de 600 alunos do ensino pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º ciclos e secundário e de professores, funcionários, pais e outros representantes da comunidade.
SEIXAL 2.º Eco sound conta com três escolas do concelho
Receitas tradicionais do choco e outras surpreendentes são servidas em restaurantes a partir deste fim-de-semana num certame gastronómico que inclui uma sessão de cozinha ao vivo no dia 6 de novembro, na Casa da Baía. Frito, grelhado com ou sem tinta e feijoada. Estas são apenas algumas das formas como o molusco é apresentado na carta dos 20 restaurantes da cidade que integram o Festival do Choco, promovido pelo município. A quinzena gastronómica começa este sábado em estabelecimentos como Antóniu’s, Baluarte da Avenida, Cantinho dos Petiscos, Casa do Mar, Convés, Copa d´Ouro, Estuário do Sado, Ferribote, Mar Azul, Novo 10, Tasca Kefish, entre outros.
O 2.º concurso Amarsul Eco Sound conta este ano letivo com a participação de 18 escolas secundárias do distrito, entre as quais três do concelho. A iniciativa continua a promover hábitos de reciclagem nas escolas, junto de alunos, professores e funcionários. Esta ação decorre da necessidade do cumprimento das metas nacionais de reciclagem de resíduos de embalagens, cujo objetivo é o aumento da recolha seletiva. O concurso iniciou-se em outubro e decorre até maio de 2017. Do Seixal participam as secundárias José Afonso, Alfredo dos Reis Silveira e Manuel Cargaleiro. Vencerá o estabelecimento de ensino que no final do concurso tiver a maior quantidade de quilograma de resíduos recolhidos, por aluno.
ALMADA Homenagem a professor aposentado
MONTIJO União de Freguesias de Pegões comemora 3.º aniversário
No âmbito do programa municipal Receção à Comunidade Educativa, realiza-se dia 26, pelas 13 horas, o almoço de Homenagem ao Professor Aposentado no INATEL da Costa da Caparica. A iniciativa, organizada há mais de uma década pelo município, em colaboração com a Associação dos Professores, distingue os docentes que dedicaram a sua vida profissional ao ensino das crianças e jovens do concelho, promovendo um momento de convívio anual entre os professores aposentados. O programa, que decorre até final do mês, inclui ainda a Pasta Escolar, várias atividades no âmbito da comemoração do Dia Municipal para a Igualdade, entre outros momentos de aprendizagem e convívio.
A União de Freguesias de Pegões comemora o 3.º ano de existência, na sede da Junta de Freguesia. O programa, este domingo, conta com música, o descerramento de placas e sessão solene de distinção de mérito. Às 11 horas, o hastear das bandeiras dá início às comemorações. A atuação da Orquestra de Percussão Batucando antecede o descerramento da placa de homenagem os presidentes da junta de freguesia de Pegões, após o 25 de Abril. Na sessão, a instituição vai distinguir a primeira mulher autarca no executivo da Junta de Pegões, Maria Eustáquio, e o Centro Social das Faias, a primeira instituição sem fins lucrativos de Pegões.
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SOCIEDADE
DAS COISAS NASCEM COISAS
HÉLÈNE MANDROUX EM PORTUGAL
MONTPELLIER 2040
JOSÉ TEÓFILO DUARTE
DIESIGNER | DIRECTOR DE ARTE
A cidade é um recurso renovável
Não há morte nem princípio
Hélène Mandroux foi presidente da Câmara de Montpellier, França, durante dez anos. Mikhael Delafosse foi vereador durante o mesmo perído. Criaram uma nova maneira de fazer política nas autarquias. Vão estar em Portugal, em conferências a proferir na Associação José Afonso, em Lisboa, segunda-feira, dia 24, e na Casa da Cultura, em Setúbal, terça-feira, dia 25. Ambas as sessões têm início às 19 horas. A importância deste projeto e a qualidade intelectual dos seus promotores justificam a nossa curiosidade. Iniciativa da empresa de design de comunicação DDLX — Lisboa/Setúbal, em parceria com a associação Casa Amadis — Montpellier. Apoio do Instituto Camões. O PROJETO MONTPELLIER 2040, A CIDADE É UM RECURSO RENOVÁVEL
foi uma iniciativa da Câmara Municipal de Montpellier que teve lugar em 2013, sob o mandato de Hélène Mandroux, e que tem por objetivo estabelecer bases para a projeção da cidade num futuro com horizonte a 25 anos, coordenar o que está em andamento e corrigir defeitos do passado onde tal for possível. O projeto foi confiado à dupla de urbanistas Bernardo Secchi Paola Viganò de Milão que já tinham trabalhado noutros projetos do mesmo tipo, nomeadamente em Antuérpia. A originalidade do projeto prende-se também com o método utilizado para apreciação e apropriação do espaço urbano, tendo sido pedida a participação dos habitantes que foram convidados a seguir, passo a passo, as deambulações da equipa pela cidade num diálogo do tipo tertúlia ou, melhor dizendo, de passeio entre vizinhos. Os ateliês de trabalho fo-
ram igualmente abertos ao público que podia participar e, ou, manter-se ao corrente do avanço do projeto. Vias privadas que bloqueiam serventias, construções oficiais ou comerciais que formam muralhas entre bairros e zonas da cidade, convivência entre meios de transporte, bem estar e degradação urbana, concepção e reordenamento de parques e jardins, foram alguns dos temas abordados e que culminaram em dois relatórios. Relatórios que devem servir para a elaboração dos próximos planos directores, mas também para corrigir, recuperar e restaurar escolhos urbanos e pequenos e grandes problemas presentes na cidade. MONTPELLIER 2040, A CIDADE É UM RECURSO RENOVÁVEL
valeu a Paola Viganò o Grande Prémio de Urbanismo do Governo Francês. A equipa Bernardo Secchi Paola Viganò participa hoje no projeto Grand Paris da Região Île de France e pretende conceber a Região Parisiense do século XXI.
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A
expressão que encima este escrito é título de livro de Mário Dionísio. Romance pertubador que aborda um fim polvilhado de angústias e fracassos, preservando a dignidade a que a densidade da morte limita os seres. Será o fim uma falha na existência? Lavoisier justifica o fim como uma alteração de estados: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Depois do fim há o nada. O vazio. Como refere Helder Moura Pereira, no belíssimo texto que escreveu para esta exposição, Depois do canto, do último grito, de um ai ou da mudez total, todos os seres passam a objectos, transformáveis(...).
HÉLÈNE MANDROUX Presidente da Câmara Municipal de
Montpellier de 2004 a 2014. Entrou como vereadora em 1983 na maioria de esquerda que dirigiu Montpellier de 1976 a 2014, tendo sucedido àquele a que chamaram « O Construtor de Montpellier », George Frêche, entretanto chamado para presidir à Região. Foi, igualmente durante o mesmo período, Presidente da Metrópole de Montpellier que reúne a área urbana da cidade num conjunto de meio milhão de habitantes. Durante os seus dois mandatos, a cidade passou do 8° para o 7° lugar na hierarquia das metrópoles francesas, ultrapassando Estrasburgo. Presidente de cariz social e grande militante das causas ligadas às liberdades individuais e da igualdade entre cidadãos, foi grande impulsionadora do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Foi em Montpellier que se realizaram os dois primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo, o primeiro em 2011, ainda ilegal, o que não tornou possivel que fosse registado, mas que permitiu, aos índices de opinião, dar o salto qualitativo de 46% de opiniões favoráveis para 58%, abrindo assim as portas à legalização que ocorreu em 2013. Durante o seu mandato, a taxa de habitação social da cidade passou de 20 para 25%, antecipando a atual lei. Médica, lançou o projeto de dispensários para evitar a afluência às urgências hospitalares.
MICHAEL DELAFOSSE Vogal da mesa do Conselho « Départemental » (Distrital) do Hérault, distrito onde se situa a cidade de Montpellier com o pelouro das relações com as outras autarquias, do ordenamento do território e dos equilíbrios entre o interior do distrito e a metrópole de Montpellier. Em 2008, com a idade de 26 anos, Hélène Mandroux nomeia-o Vereador do Pelouro da Cultura na Câmara Municipal de Montpellier onde criou, entre outras: — A ÁGORA DOS SABERES, iniciativa única em França de universidade popular. Professores universitários proferem conferências semanais sobre os mais variados temas para um público de mais de 340 pessoas, alargado pela rádio local Divergence-FM, que as transmite em directo e as arquiva em podcast. - Aquisição e insonorização do Rockstore, sala de concertos mítica da cidade que pode assim continuar a funcionar no centro histórico. — ZAT - ZONAS ARTÍSTICAS TEMPORÁRIAS - mini-festivais que têm lugar duas vezes por ano, de cada vez num bairro diferente da cidade e que misturam todas as áreas do espectáculo, desde a dança e a performance ao canto, música, teatro e artes plásticas. Em 2011 foi nomeado Vereador do Urbanismo. Permitiu que a autarquia comprasse ao exército o Parque Moncalm e a Escola Prática de Cavalaria com o intuito de criar um parque central urbano dedicado à cultura e ao desporto. Ainda neste pelouro lançou o projeto Montpellier 2040 e Les folies urbaines du XXIème siècle que consiste na venda de terrenos estratégicos do espaço da cidade a particulares para habitação sob a obrigação de seguirem planos de arquitectos de prestígio internacional escolhidos por concurso. O objectivo de Les folies urbaines du XXIème siècle é o de criar património contemporâneo na cidade e mais valia revertida nos fundos de habitação social.
Cristina H. Melo “explica” a morte transformando o ser morto em objecto de observação. Maneira de entendermos o fim com um olhar amadurecido. Perturbante. Não há morte nem princípio; há transformação. Falo da exposição de Cristina H. Melo que preenche as paredes da galeria da Casa da Cultura, em Setúbal, até ao próximo dia 2 de novembro. Oportunidade para se conhecer o trabalho desta artista plástica que frequenta diversas disciplinas com o talento dos vivos. Mas fiquemos com o texto de Helder Moura Pereira. Um bom fim para este meu desabafo. UMA HORA DE OS OBJECTOS ESTAREM Num poema de António Feijó, um cisne, preso na neve, canta o seu famoso grito de dor, pensa e sente o desespero do fim, “chora perdidas maravilhas”. A sua dor soa-nos como uma canção bela e fulgurante. E talvez também seja belo e fulgurante o enquadramento de penas de sangue sobre tudo tão branco. O que fica, porém, de todas as imagens da morte é a solidão que une todos os seres vivos nesse momento derradeiro. Seguir-se-á a decomposição, a antecâmara do regresso ao pó. Ao nada. Ou a passagem para outra coisa que ninguém sabe bem o que é. Partem daqui, creio, estas fotografias de Cristina H. Melo. Vão encontrar na terra o que a terra está prestes a receber, enquanto a matéria se vai lentamente alterando em formas infinitamente diferentes. Depois do canto, do último grito, de um ai ou da mudez total, todos os seres passam a objectos, transformáveis, portanto. O tronco de árvore que se vê a abrir já é outra coisa, tudo já é outra coisa. A deterioração de carne e ossos, o lixo, a erosão, o apodrecimento, os destroços, o abandono – sinais de ciclos de vida e fatalidade e intervenções nela captadas por este olhar que sabe como a matéria não é senão, como escreve Luiza Neto Jorge, “uma hora de os objectos estarem”. Por outro lado, a introdução de imagens com a marca do humano, do humano carnívoro, instauradoras de dúvida e de possibilidades narrativas (de ironia, por exemplo), mais faz sublinhar o evidente caminho junto à água, fonte matricial, agente de regeneração e de purificação em todas as religiões: areia molhada, torneira, bolor, bebedouro, barco, musgo, laranjas – tudo para mais uma vez regressarmos, não se sabe por quanto tempo, transformados possivelmente em espectaculares animais metálicos, cobertos de plásticos rasgados, decorando parques e alamedas. Ainda assim, o mais certo é, para o bem e para o mal, voltarmos a obedecer à pulsão da água primordial, o sangue, e a não resistir à tentação de apertar uma flor num laço. Helder Moura Pereira
e logo à tarde tudo será o mesmo?
CRISTINA H. MELO FOTOGRAFIA | 8 OUTUBRO A 2 NOVEMBRO CASA DA CULTURA | SETÚBAL | GALERIA INICIATIVA DDLX | CMS DIVISÃO DE CULTURA | 2016
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PARAR PENSAR
AGIR
De 24 de Outubro a 30 de Junho 2017.
REPÚBLICA PORTUGUESA SECRETÁRIA DE ESTADO PARA A CIDADANIA E A IGUALDADE
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POLÍTICA
JORNADAS PARLAMENTARES DO PS DO DISTRITO GALVANIZAM DEPUTADOS PARA APOSTAR NO CLUSTER MARÍTIMO
Deputados do PS querem “via verde” para as pescas e agilizar investimentos no setor
Combater a burocracia e agilizar os procedimentos que impedem o cluster marítimo de crescer na região, é um dos pontos de honra que os deputados do PS eleitos por Setúbal querem cumprir até ao fim da legislatura. Mas também querem assegurar as questões ambientais e da preservação. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
E
m quatro dias, os deputados do PS eleitos pelo Círculo Eleitoral de Setúbal puseram em agenda os principais constrangimentos que estão a empatar o desenvolvimento do cluster do mar no distrito. E para lhe dar corpo, ouviram queixas, sugestões e conselhos por parte de quem está no terreno e vive da atividade. «O objetivo era auscultar as comunidades piscatórias, as instituições e associações ligadas à região neste setor, sentir os seus problemas e obter alguns resultados com a presença de membros do governo, tanto no ambiente como na tutela da atividade marítimo-portuária, e isso foi plenamente conseguido», afirmou ao Semmais o deputado Paulo Trigo Pereira. Na bateria de reuniões e visitas que os deputados ‘rosa’ empreenderam durante os primeiros dias
dos trabalhos, foram ouvidos representantes da Comunidade Portuária de Setúbal, pescadores da Arte Xávega, das Associação Ala-Ala e Pesca e Sucesso, para além de visitas ao Centro Náutico Moitense e Clube Naval Barreirense. Os deputados concluíram que é preciso resolver «alguns constrangimentos» da atividade piscatória, nomeadamente, segundo Paulo Trigo Pereira «procurar agilizar procedimentos e burocracias»,
dando como exemplo da aquacultura que, em média demora um ano para aprovação de concessões. «Queremos reduzir o prazo de licenciamento para metade», explica o parlamentar. Bem como, acrescenta, estudar a possibilidade de uma “via verde” para as pescas, resolvendo organicamente, por ato legislativo ou decreto governamental, «tudo o que possa contribuir para acrescentar valor ao desenvolvimento deste setor na região».
POPNA E PASSIVO AMBIENTAL NA MIRA Na véspera do encerramento dos trabalhos, que contou com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e da secretária-geral Adjunta e expresidente da distrital, Ana Catarina Mendes, decorreu uma audição pública, desta feita dedicada a questões ambientais e com a participação do ministro do Ambiente, Matos Fernandes. «Trata-se de uma área muito sensível a que vamos dar o nosso total empenhamento, porque defendemos o equilíbrio entre a preservação ambiental e a conservação dos nosso ecossistemas, mas também um usufruto económico que não seja conflituante». É o caso, explicou Paulo Trigo Pereira, do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida, o chamado POPNA, em relação ao qual, aduz o deputado, «já exigimos as conclusões do relatório de avaliação da
sua implementação, quer na parte terrestre como marítima, e mantemos a ideia de que é necessário avaliar algumas alterações, com destaque para a possibilidade e eliminar a restrição a barcos sem motor no interior do parque marinho Luís Saldanha». Há também um «passivo ambiental» no estuário do Tejo a debelar na agenda dos deputados do PS eleitos pelo distrito. Mas esse aspeto, afirma o deputado, «só tem solução a médio e longo prazo», já que justiça estudos e muito investimento público. «Vamos acompanhar de perto e com grande ênfase tudo o que se possa fazer para resolver de vez este problema estrutural». Já na presença da ministra do Mar, num encontro que fez encher a sala com a maior parte dos atores do setor do mar e das pescas do distrito, os deputados do PS apontaram na agenda futura soluções mais ime-
diatas, como seja a requalificação das zonas ribeirinhas, da parte marítima, com a colocação pontões e portos de abrigo, como ferramentas para a pesca e atividades náuticas. «A região tem um grande potencial neste setor e é preciso agir depressa», afirma Paulo Trigo Pereira. O famigerado terminal do Barreiro e os investimentos do porto de Setúbal estiveram também no centro da discussão, sendo que os socialistas defendem um ponto de equilíbrio, mas assente em prioridades. «A nossa prioridade é desenvolver o porto de Setúbal, tornando-o mais competitivo, aumentando o seu calado, para que possa receber navios de maior porte. O resto tem que ser estudado e medindo as eventuais conflitualidades», sintetiza o deputado, numa alusão indireta ao projeto da “Macau Legend”, previsto para Setúbal, com a criação de um casino, marina e área residencial.
INVESTIMENTO NA ZONA RIBEIRINHA DE SETÚBAL PERTURBA RELAÇÕES ENTRE SOCIALISTAS E COMUNISTAS
PCP desconfia que governo não quer “Macau Legend” em Setúbal
As últimas declarações da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, numa ação partidária, levantou dúvidas na concelhia de Setúbal do PCP sobre o “agreement” do governo ao projeto “Macau Legend” para a zona ribeirinha. O caldo pode entornar.
A
Comissão Concelhia de Setúbal do PCP está preocupada com as “sucessivas intervenções públicas de órgãos do PS sobre o investimento previsto para a frente ribeirinha setubalense» e diz que as mesmas vão no sentido de “colocar em causa um investimento que poderá contribuir para a requalificação da cidade e para a criação de mais emprego no concelho”. A posição dos comunistas de Setúbal foi divulgada esta semana num duro comunicado, no qual
se antevê já alguma luta para as próximas autárquicas. “Parece claro que a única intenção é prejudicar um investimento que enriquece o concelho com objetivos que apenas podem estar relacionados com o período eleitoral autárquico que se avizinha. Depois de três anos em que o PS setubalense nada de positivo produziu para a cidade, quer agora encontrar, com a ajuda da Ministra do Mar, um pretexto para atacar a gestão CDU”, afirma a concelhia do PCP. Os comunistas susten-
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tam que relativamente à proposta da “Macau Legend” - que prevê a criação de um casino, uma marina e área residencial, num investimento de 300 milhões de euros e a criação de 3000 postos de trabalho – “têm sido desenvolvidos diversos contactos institucionais entre a Câmara, a APSS, o Governo e o investidor”, sendo que, segundo mesmo comunicado, os responsáveis do porto de Setúbal já assumiram publicamente o ano passado “a possibilidade de fazer uma marina no local agora
proposto, com as dimensões sugeridas pelos investidores interessados, colocando, expressamente a possibilidade de afastar mais para sul o canal atualmente existente para viabilizar este equipamento”. RESERVAS E INSINUAÇÕES DA MINISTRA TOCARAM SINETAS E isto porque, a ministra do Mar levantou esta semana “grandes reservas” sobre este investimento, afirmando que uma nova marina poderá pôr em causa o acesso de navios ao porto de Setúbal. Para
além disso, Ana Paula Vitorino, “insinuou” também a possibilidade do terminal de contentores previsto para o Barreiro possa vir a ser deslocado para Setúbal. “É imprescindível que o Governo clarifique, de uma vez por todas, quais são as suas intenções em relação a este terminal de contentores, abdicando de usar, irresponsavelmente, um investimento da maior importância para a economia nacional como arma de arremesso contra municípios geridos pela CDU”, acusa a concelhia do PCP.
DESPORTO
V. Setúbal com relatório e contas chumbadas Com o relatório/contas de 2015 e orçamento de 2016/17 chumbados, e a direção sentada no banco dos réus, o V. Setúbal desloca-se esta tarde ao campo do Feirense para sacudir a crise e os maus resultados dos últimos jogos para a I Liga.
O
s sócios do V . Setúbal reprovaram o relatório e contas de 2015 e o orçamento para a presente temporada desportiva , apresentados pela direção liderada por Fernando Oliveira. Frederico Nascimento, o presidente da m esa da Assembleia Geral, revelou que dos 120 associados votantes, 58 manifestaram-se contra as contas apresentadas, 29 concordaram e 33 abst iveram-se. Após a votação dos documentos , os ânimos exaltaram-se, com a d ireção a ser alvo de contestação , por não quererem responder a algumas perguntas dos sócios presentes na sessão. Terá agora de ser marcada nova Assembleia.
JULGAMENTO ADIADO O tribunal de Setúbal voltou ontem, sexta-feira, a adiar o julgamento do presidente do V . Setúbal e de dois administradores da SAD por abuso de confiança fiscal. A juíza do processo decidiu marcar nova audiência para 6 de dezembro, justificando o adiamento perante a existência de dúvidas de que o arguido Paulo Oliveira, filho de Fernando Oliveira, tivesse sido devidamente notificado para comparecer na audiência desta quinta-feira. É o terceiro adiamento do julgamento, no qual os administradores respondem por crimes de abuso de confiança fiscal relacionados com os pagamentos de IRS e IVA às finanças.
Setúbal acolhe torneio Internacional de Kayak-Polo
O
FEIRENSE E BENFICA DE CASTELO BRANCO A pós a vitória na Trofa, contra o Trofense, por 4-2, nas grandes penalidades, o V. Setúbal regressa à Taça de Portugal no dia 20 de novembro, para defrontar o Benfica de Castelo Branco, equipa que lhe calhou na passada quinta-
-feira, no sorteio da 4.ª eliminatória desta prova. Depois de três derrotas consecutivas para a I Liga, com o Paços de Ferreira, Braga e Marítimo, o V. Setúbal desloca-se este sábado, às 16 horas, ao terreno do Feirense, para tentar inverter a marcha das derrotas.
Torneio Internacional de Kayak-Polo Setúbal Cup, com 11 equipas de Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda, realiza-se este fim de semana na piscina das Manteigadas. A prova marca o regresso das competições internacionais de kayak-polo à cidade e ao país. A competição, em sistema de grupos e eliminatórias, decorre este sábado entre as 09h30 e as 18h30 e no domingo das 09h30 às 16h30, com 20 jogos no primeiro dia e 16 no segundo. A final da competição está prevista para domingo às 16 h oras, com entrega dos prémios de seguida.
O anfitrião Clube de Canoagem de Setúbal, o Clube Fluvial de Coimbra, o Clube Kayak Polo da Barra, de Oeiras, o Clube Náutico de Arcos de Valdevez e a Associação Náutica do Seixal são as 5 equipas portuguesas que lutam pelo primeiro lugar do torneio. A defender as cores de Espanha estão quatro inscritos, o Real Club Náutico Rodeira, o Club de Piragüismo Arcos de la Frontera, o Clube Kayak Polo Globetropes e o Oxio Usera Piragüismo. Participam ainda as formações Kanovereniging Trekvogels, da Holanda, e Pennine Canoe Club, de Inglaterra.
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NEGÓCIOS
COMPLEXO DO OUTÃO GERA 44 MILHÕES POR ANO PARA O PIB DA REGIÃO E 672 EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS
Economia do distrito recebe 2,7 euros por cada euro gasto pela Secil no Outão
Um estudo inédito da KPMG revela que o estímulo da atividade da Secil, no Outão, valeu em 2015 44 milhões de euros na economia da região, sendo que a maior fatia em compras a fornecedores. Em todos os rácios, económicos, ambientais e sociais, a região fica acima da média nacional. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
S
e se fizer as contas de uma maneira simples, a atividade do complexo da Secil, no Outão, mais que dobra, em dinamização da economia da região, por cada euro que gasta. É este o parâmetro de partida para o estudo encomendado à KPMG que, contas feitas, concluiu que em cada ano a Secil contribui com 44 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB) da região. Segundo o estudo, deste impacto na vida económica da região, o peso maior vai para os municípios de Setúbal, com 47%, Montijo, com 23% e Barreiro, com 17%. Trata-se de um contributo decisivo da unidade fabril para o dinamismo económico e social da sua região envolvente. E por isso mesmo, o administrador do grupo, Gonçalo Salazar Leite, não tem dúvidas em afirmar que a «Secil foi sempre e continua a ser uma empresa-âncora na região», porque, sustentou, quinta-feira, durante a apresentação do estudo, «sem atividade económica forte e sustentável não há vida, nem progresso». Já no que toca à empregabilidade, o documento da KPMK refere que foram gerados 672 postos de trabalho na região da
Península de Setúbal de forma direta e indireta, ascendendo este número a 1689 postos de trabalho a nível nacional. O impacto direto na geração de emprego é de 169 colaboradores que operam no complexo fabril do Outão, dos quais 140 residem na região da Península e cujo salário médio é 115% superior à média nacional e 65% superior à média da região na indústria transformadora. No que diz respeito ao impacto indireto no emprego, este ascende a 503 postos de trabalho na Península, sendo Setúbal (54%), Barreiro (18%) e Montijo (14%) os municípios com maior peso.
FORNECEDORES DA REGIÃO VALEM 44% DAS COMPRAS Refira-se que mais de 70% do emprego indireto gerado pelo complexo do Outão está concentrado em cinco setores de atividade, que fazem na sua maioria parte do processo produtivo, destacando-se o impacto dos serviços de reparação e instalação de máquinas e equipamento (29%). Na componente económica das compras, o complexo fabril do Outão foi responsável por alocar 37,4 milhões (65%) da sua despesa em compras a fornecedores nacionais, sendo que 16,3 milhões (44%) desse valor advém de compras a fornecedores da Península, o que demonstra que o
seu contributo é decisivo no dinamismo gerado nos setores a montante da sua cadeia de valor. Estes valores e os seus efeitos na economia regional só se tornam possíveis dada a solidez da empresa, já que, de acordo com os resultados do ano passado, a Secil transaccionou 1,2 milhões de toneladas de cimento e
600 mil toneladas de clínquer, correspondente a 95,4 milhões. Deste valor 68% traduziu-se em exportações (44% de cimento e 24% de clínquer), todas concretizadas através do Porto do Setúbal, tendo representado 31% do total de exportações em volume realizadas pela plataforma portuária sadina.
Em seis anos foram plantadas 600 mil novas plantas Nos últimos seis anos, a Secil reduziu a emissão de carbono (CO2) para a atmosfera em cerca de 2%, e de outras partículas poluentes em 21%. Mas também tem vindo a minimizar impactos negativos na gestão de resíduos, gases e outros efeitos nocivos para o ambiente. Na área da recuperação paisagística, segundo o estudo, foram plantadas mais de 600 mil plantas, o que significa a recuperação 41,35 hectares, de uma área total de 98,67 hectares de pedreira. «A empresa tem um historial muito rico de mais de 40 anos a recuperar a área onde opera e o interesse e vontade de o fazer tem sido constante, o que prova os 2,2 milhões de euros de investimento no ecossistema ambiental referente ao ano passado», explica Pedro Silva, responsável pelo estudo da KPMG.
História da Secil muito ligada a Setúbal A Secil foi constituída em 1930, mas o seu percurso está ligado à própria história da indústria cimenteira de Portugal, que tem origem na instalação do primeiro forno para produção de cimento no Vale da Rasca, no Outão, junto à foz do Rio Sado, perto da cidade de Setúbal, no início do século passado.
Sapec promove Blue Atlantic no porto de Setúbal
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SAPEC está a promover o Blue Atlantic, uma plataforma multimodal estruturante para a região, que articulará a ligação marítima, que inclui as principais rotas marítimas internacionais norte/sul e este/oeste, diretamente com as redes ferroviárias e rodoviárias, nacionais e ibéricas. O Blue Atlantic é um projeto importante para o porto de Setúbal, uma vez que alia a área logística à atividade portuária. As intervenções previstas englobam um cais acostável com 800 metros de comprimento, que permite a atracação simultânea de dois navios Panamax, e um terrapleno com mais
de 27 ha, ligados à área logística Blue Atlantic com 96 ha, servida diretamente por rodovia e também por ferrovia, que poderá operar comboios até 880 metros, via a construir. A área logística Blue Atlantic já é servida por média e baixa tensão elétrica, rede de água, rede de fibra ótica, rede de lixos domésticos e industriais, rede de combate a incêndios, rede de gás natural e rede de águas pluviais com equipamento de controlo de cheias. Desenvolvida na Zona de Mitrena, a 5 quilómetros de Setúbal, a área de implantação da plataforma Blue Atlantic está classificada no Plano de Desenvolvimento Municipal da cidade como zona industrial e beneficia
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dos fatores de diferenciação do porto de Setúbal, como a sua localização estratégica e utilização maioritária para a movimentação de mercadorias da região da grande Lisboa, Alentejo e que estende o hinterland à Extremadura espanhola e Madrid, bem como, a localização próxima de alguns dos principais exportadores nacionais. Por outro lado, o Blue Atlantic ficará integrado num porto com barra aberta 365 dias por ano, com canais e cais com manutenção de fundos low cost, em que a preocupação permanente com a componente ambiental está presente, como demonstra a certificação ECOPORT do porto de Setúbal.
NEGÓCIOS
MEGA OPERAÇÃO DE RECRUTAMENTO DECORRE ATÉ 2017
Autoeuropa vai recrutar 1500 trabalhadores
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fábrica da Volkswagen em Palmela prepara-se para lançar, a curto prazo, uma mega operação de recrutamento para a contratação de 1 500 trabalhadores , até ao primeiro semestre de 2017, para se dedicarem à produção do novo veículo, revelou o Jornal de Negócios, ontem, sexta-feira. O novo modelo deverá entrar em produção em meados do próximo ano. A produção vai dobrar e atingir os 200 mil veículos por ano em 2018. O diretor-geral da Autoeuropa, Miguel Sanches, nãoconfirmou estes números, sublinhando apenas , ao Jornal de Negócios, que será «uma contratação maciça». A primeira fase do recrutamento terá início ainda este ano, para que os novos funcionários estejam preparados para a produção do novo mode-
Maçã Riscadinha de Palmela no pomar pedagógico da Compal
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lo, que deverá arrancar no segundo semestre de 2017. A fábrica tem agora um plano de ação para os próximos anos que prevê um aumento gradual da produção. Este ano vai fechar com a produção de 85 mil carros , o que representa, segundo o Negócios, apenas 56por centoda capacidade produtiva da fábrica. O primeiro semestre de 2017 será marcado por tes-
tes à « velocidade de linha e a implementação de novos modelos de trabalho», segundo Miguel Sanches. A segunda metade do próximo ano, já com a produção do novo modelo, deverá fazer a fábrica fechar 2017 com 100 mil unidades produzidas. Em 2018, a fábrica passará a ter três turnos, em vez de dois, duplicando a produção e fechan-
do, previsivelmente, o ano com 200 mil veículos produzidos. O primeiro protótipo do modelo já está pronto, mas só será conhecido no primeiro trimestre de 2017. A Autoeuropa vai passar a operar com uma nova tecnologia de produção, que vai permitir produzir novos modelos mais rapidamente, destaca o diretor-geral.
turma de 4.º ano da EB António Matos Fortuna, de Quinta do Anjo, representou a Maçã Riscadinha de Palmela na cerimónia de inauguração do Pomar Pedagógico Centro de Frutologia Compal, que decorreu no dia 14, na Quinta Pedagógica dos Olivais, em Lisboa. O Centro de Frutologia Compal convidou o município para representar a Maçã Riscadinha de Palmela neste espaço educativo, através de uma escola do concelho, selecionando uma turma para estar presente e fa-
zer uma breve apresentação sobre esta fruta DOP – Denominação de Origem Protegida. Para a seleção, o m unicípio articulou esta iniciativa com o desenvolvimento das medidas de acompanhamento, no âmbito do Regime de Fruta Escolar, e com o projeto sobre a Maçã Riscadinha desenvolvido pela rede de b ibliotecas e scolares, no ano letivo transato. O Pomar Pedagógico reúne 38 espécies de árvores de fruto e pretende dar a conhecer, ao público infantil, a produção de fruta em Portugal e a importância da fruta para a saúde.
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CULTURA
CARLOS ESPAÑOL ESTREIA NOVA REVISTA EM LISBOA
«Este espetáculo é bem melhor que o anterior, que esteve 9 meses em cena» Carlos Español investiu 15 mil euros na sua nova revista popular “E agora quem é que manda?”. Promete um espetáculo divertido e um elenco diversificado e excelente, onde consta um ator e um figurinista/cenógrafo de Setúbal. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
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agora quem é que manda?” é a nova revista popular de Carlos Español, que estreia no próximo dia 29, às 21h30, na Sociedade Musical Ordem e Progresso, em Lisboa. Na ficha técnica constam os nomes do ator Joel Carvalho e do figurinista/ cenógrafo João Praia, duas mais-vaiias setubalenses. Com cerca de dois meses de ensaios, a revista conta também com textos e um fado de Tito Lívio, enquanto as músicas pertencem a Eugénio Pepe e de Nuno Romero. Carlos Español diz que as expetativas para o espetáculo são as melhores. «Espero que as pessoas se divirtam e que o es-
petáculo seja um êxito, tal como as “Melodias nos Combatentes”, que esteve quase 9 meses em cena. Este espetáculo é bem melhor que o anterior. Depois de acabar as suas atuações em maio em Lisboa, já temos sete convites para ir fazer rir noutros locais», conta, orgulhoso. TRÊS HORAS DE MUITA GARGALHADA A revista, com muita crítica social, sobre Lisboa, contém homenagens à música, a Lisboa e ao grande empresário teatral Vasco Morgado, bem como a duas grandes figuras do espetáculo, fala das eleições autárquicas de 2017, de desporto e de política. «São quase três horas de muita diversão e gargalhada», frisa. Orçada em 15 mil euros, “E agora quem é que manda?” terá
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uma atracção convidada em todas as sessões e sobe à cena todos os sábados, às 21h30. O elenco é constituído por Victor Nascimento, Felipa Banazol, João Roque, Beatriz Casanova, Melissa Alves, Nuno Alho, Iara Alves, Joel Carvalho, Leny Dias, João Paulo e Tânia Passos. Também há corpo de baile. «Tenho um elenco excelente e diversificado. A grande maioria acompanha-me do anterior espetáculo, meia dúzia deles vieram de casting e três por convite direto», revela Carlos Español. Os cenários foram elaborados pelo setubalense João Praia e pelo lisboeta Américo Grova, enquanto João Praia, que fez um «excelente trabalho», nas “Melodias dos Combatentes”, volta a assinar os figurinos «luxuosos».
O regresso às marchas populares Autor de várias revistas populares e musicais, Carlos Español promete voltar em grande às marchas populares em Lisboa, Almada e Setúbal em 2017. «Fui convidado para fazer um projeto para uma marcha de Lisboa, das que geralmente andam nos lugares bem cimeiros, e, além disso, terei também a minha marcha, com a atual equipa. Também estou a pensar fazer algo em Almada e em Setúbal, com projetos de marchas de minha autoria».
CULTURA
Pedro Abrunhosa no Fórum Luísa Todi AGENDA GRÂNDOLA22OUTUBRO22H30
SENTIMENTOS UNIVERSAIS DE ZAMBUJO CASINO DE TRÓIA
Desde cedo, António Zambujo tem traçado o seu percurso entre estas duas escolas musicais, criando uma sonoridade singular.Ao vivo, Zambujo enche o espaço e pára o tempo com a sua voz e guitarra, cheias de recantos e subtilezas. O público é convidado a participar para que, a uma só voz, ecoem as emoções dos protagonistas e sentimentos universais.
PALMELA22OUTUBRO21H30
MADUR LANÇA NOVO CD TEATRO S. JOÃO
“Madur” está a celebrar os 10 anos de carreira. Uma das mais talentosas fadistas da nova geração, aclamada pelo público e pela crítica. Regressa às origens com a edição de um novo álbum homónimo. O concerto integra-se na digressão mundial, para apresentação do novo CD, que já passou por Alemanha, Espanha, Argélia e Canadá.
SESIMBRA22OUTUBRO21H30
OS FADOS DE MARCO RODRIGUES
Pedro Abrunhosa atua a 4 de novembro com o Comité Caviar no Fórum Luísa Todi, em Setúbal, num concerto que já se encontra com lotação esgotada.
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edro Abrunhosa visita Setúbal com o Comité Caviar para apresentar o sétimo disco de originais “Contramão”, que inclui temas como “Toma Conta de Mim” e “Voámos em Contramão”. No entanto, o espetáculo não esquece êxitos que o músico do Porto acumulou ao longo de mais de vinte anos de carreira. Esta é a última atuação do ciclo Concertos Íntimos 2016, depois de Carminho, em abril, e Miguel Araújo, em maio. “Contramão” é o sétimo disco de estúdio de
ArteViva estreia comédia sobre avó que conduz família à autodestruição
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TEATRO JOÃO MOTA
ArteViva - Companhia de Teatro do Barreiro estreou ontem, dia 21, às 21h30, a comédia “La Nonna”, de Roberto Cossa, com encenação de Luís Pacheco. «“La Nonna” é uma avó centenária que devora tudo o que lhe passa pelas mãos e que com o seu egoísmo conduz a família à autodestruição. Mas o que representa a Nonna afinal?
Com a maturidade de um terceiro CD, lançado em 2013, Marco revela em Entre Tanto a sua interpretação mais pessoal do fado. Neste álbum, convida o público a desfrutar do lado bom e mau da vida que passa nas histórias que canta. Em palco é acompanhado pelo tradicional trio de guitarras de fado ao qual junta a sua própria guitarra, proporcionando o ambiente de uma casa de fados com uma interpretação única.
ALCOCHETE22OUTUBRO21H30
BAGUNÇADA À PORTUGUESA FORUM CULTURAL
Natalina José, Luís Mascarenhas e Ana Paula Mota são alguns dos nomes que constam no elenco desta revista que aposta em textos humorísticos em que se destacam as críticas social e política, que se alternam com cantigas interpretadas a solo por Maria Mendes e pelo restante elenco.
Pedro Abrunhosa, sucessor do multiplatinado “Longe”. Abrunhosa contou, mais uma vez, com João Bessa na produção e com os músicos do Comité Caviar, que o acompanham desde o último disco de estúdio, além do fadista Camané e do cantor catalão de flamenco Duquende como convidados especiais. A bandaComité Caviar integra Cláudio Souto nos teclados, Marco Nunes e António Casado nas guitarras, Miguel Barros no baixo, Pedro Martins na bateria e percussão e Eurico Amorim no piano.
Será uma metáfora sobre a sociedade? O Estado? Um percurso onde a comédia se pode tornar na mais cruel tragédia», realça o encenador Luís Pacheco. O elenco é composto por Rui Félix (Nona); Manuela Ramos Félix (Isilda); Henrique Gomes (Aristides); Ângela Farinha (Benilde); Ana Samora (Filomena); Bruno Vitoriano (Narciso) e Alexandre Antunes (Belarmino).
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MOITA22OUTUBRO21H30
CEIA APRESENTA “CHÃO DE SONS” FORUM JOSÉ MANUEL FIGUEIREDO
Neste concerto, Francisco Ceia traça o percurso por uma seleção especial de canções extraídas de álbuns anteriores, como “Caderno de afetos” e “Virado para a serra”, e abre para novas sonoridades, com temas originais.
ALMADA22OUTUBRO21H00
CTA EM CO-PRODUÇÃO ESPANHOLA TEATRO JOAQUIM BENITE
A peça de Gil Vicente que pela primeira vez foi apresentada em 1527, para celebrar o regresso do rei D. João III e da jovem rainha Catarina de Áustria, forçados a um exílio durante dois anos devido à peste que assolava Lisboa, volta a estar no centro das celebrações, desta vez dos quinze anos de actividade da Companhia Nao d’amores.
GANHE CONVITES PARA MUSICAL DE LA FERIA, REVISTA DO PARQUE MAYER, COMÉDIA DE FRAZÃO E MUSICAL DO TAS Temos convites para os nossos leitores assistirem ao “Musical da Minha Vida”, de Filipe La Feria, no Casino Estoril, para a revista popular à portuguesa “Parque à Vista”, em cena no Teatro Maria Vitória, em Lisboa, para a comédia de Bruno Frazão “A coisa aqui tá preta”, e para o musical sobre Bocage do TAS. Ligue 96 943 10 85.
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