Semmais 23 setembro 2017

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semmais

Sábado 23 | Setembro | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 963 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

CATUM QUIS PERDÃO DE 697 MILHÕES

E TRIBUNAL DISSE QUE SIM O empresário Emídio Catum, que com Fernando Fantasia - testa de ferro de Oliveira e Costa (BPN), liderava a Pluripar, SGPS, um dos maiores grupos empresariais da região até 2009, pediu a insolvência e um perdão de dívidas, que ascendem a 697 milhões de euros. O tribunal concordou.

ECONOMIA PÁGINA 12

SOCIEDADE PÁGINA 3

SOCIEDADE PÁGINA 4

POLÍTICA PÁGINA 10

A falta de chuva e as enormes ondas de calor que assolaram o país e a região este ano está a deixar os empresários agrícolas à beira de um ataque de pânico. Segundo alguns produtores da região, o ano vai ser muito mau. Salva-se a cultura do arroz.

O projeto começou na cabeça de Susana Martins, que convidou para se lhes juntar as fadistas Carla e Joana Lança, e Sara Margarida. A iniciativa, sob a designação de “Cantar Setúbal”, foi apresentada na noite em que a cidade comemorava o vate Bocage. Agora, há muito a fazer.

Fazemos um retrato das campanhas partidárias para as Autárquicas do dia 1 de Outubro, as expetativas sobre os resultados e um balanço de como está a correr as arruadas, as entregas de campanha e a mobilização dos militantes e simpatizantes. A semana aquece.

AGRICULTORES EM PÂNICO COM A FALTA DE PASTO PARA OS ANIMAIS

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FADISTAS DA NOVA GERAÇÃO JUNTAM-SE SAIBA COMO OS PARTIDOS PARA CANTAR SETÚBAL E OS POETAS ESTÃO A ORGANIZAR AS CAMPANHAS

A CASA DO PEIXE CERVEJARIA - RESTAURANTE - PETISQUEIRA

960331167 | RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 SETÚBAL PORTUGAL


A SEMANA

Reforço na divulgação da obra de Sebastião da Gamaa

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município sadino aprovou esta semana, em reunião pública ordinária, a realização de um acordo de cooperação com várias instituições para a concretização de projetos de divulgação do legado intelectual do poeta e pedagogo Sebastião da Gama. O protocolo vai ser celebrado entre a autarquia, a Universidade Aberta e a Cátedra Infante D. Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização, a Junta de Freguesia de Azeitão, a Associação Sebastião

da Gama, o Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes e o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Através do acordo são implementados projetos conjuntos de investigação, bem como eventos científicos e culturais, para a divulgação do legado intelectual de Sebastião da Gama em meios académicos e junto do grande público, nacional e internacional. Entre as diferentes ações a implementar está prevista uma

edição crítica da obra completa de Sebastião da Gama e a tradução da obra seleta do poeta natural de Azeitão em inglês, francês e espanhol. A cooperação entre as várias entidades envolvidas no acordo a celebrar prevê, igualmente, a criação da Casa Memória de Joana Luísa e Sebastião da Gama e a produção de um documentário televisivo sobre a vida e obra do poeta. A elaboração de um dossier especial dedicado a Sebastião da Gama na revista Letras Com Vida é outra das ações a desenvolver.

Elvira Fortunato recebe prémio Czochralski

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município almadense, representado pelo Vereador António Matos, responsável pelo pelouro da Educação, participou no dia 20 em Varsóvia, Polónia, na cerimónia de entrega do Prémio Czochralski 2017 à professora Elvira Fortunato, investigadora na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, situada no Campus da Caparica, em Almada, e recentemente empossada no cargo de vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa. Atribuído pela Academia Polaca de Ciências, Sociedade Europeia de Investigação de Materiais, Sociedade Polaca de Ciência dos Materiais e Sociedade Polaca de Crescimento de Cristais, este prestigiado Prémio Europeu foi instituído, desde 2005, em homenagem ao químico polaco Jan Czochralski que, criou o método de cultura de cristais de silício conhecido como «Processo Czo-

chralski» que, constitui hoje a base da indústria eletrónica moderna. Este Prémio distinguiu, no passado, diversos laureados com o Prémio Nobel e foi atribuído, pela primeira vez, este ano a um investigador português. A Câmara de Almada «saúda vivamente» esta nova distinção internacional concedida à Investigadora Elvira Fortunato, subli-

nhando a extraordinária importância e significado que «o reconhecimento internacional da qualidade do trabalho desenvolvido pela equipa de investigação que, dirige e coordena, assume para o aprofundamento do conhecimento, do saber e do progresso da ciência», enquanto contributo de inestimável valor para a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos».

GNR faz várias apreensões e detenções nas festas da Moita

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Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do posto territorial da Moita, efetuou, entre os dias 8 e 17 de setembro, na Moita, no âmbito do policiamento às festas em honra da Nossa Senhora da Boa Viagem, diversas ações no âmbito da prevenção e combate ao tráfico e consumo de estupefacientes e posse de armas proibidas. No decorrer dos dez dias foram detidas 8 pessoas por tráfico de estupefacientes, tendo um ficado em prisão preventiva; e foram apreendidas 6 143 doses de haxixe; 111 doses de cocaína; 57 doses de MDMA; 24 doses de heroína; Nove doses de liamba;

190 euros em numerário; 46 armas brancas; e três telemóveis, entre outros objetos. Foram ainda elaborados 111 contraordenações (92 por consumo de estupefacientes e 19 por infrações rodoviárias). A um dos detidos por tráfico de estupefacientes foi efetuada uma busca à sua residência, tendo sido apreendido cerca de um quilo de haxixe, divido em placas que, após ter sido presente a 1º interrogatório judicial, foi-lhe aplicada a medida de coação de prisão preventiva. Os outros sete detidos foram constituídos arguidos e sujeitos a termo de identidade e residência.

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A maioria das armas brancas apreendidas foram localizadas nas imediações dos locais onde foram efetuadas as abordagens a grupos de indivíduos suspeitos, evitando assim a sua entrada para o recinto das festas. A operação contou com o apoio de militares do Núcleo de Investigação Criminal, do Núcleo de Proteção Ambiental, da Secção de Programas Especiais e dos Postos Territoriais do Destacamento Territorial do Montijo, do Destacamento de Intervenção do Comando Territorial de Setúbal, da Unidade de Intervenção e da Unidade de Segurança e Honras de Estado.

Palmela avança com requalificação de espaços exteriores em Pinhal Novo

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em início no dia 25, a empreitada de intervenção no espaço público na Urbanização Quinta de Matos, em Pinhal Novo. Adjudicada por cerca de 44 mil euros, esta empreitada consiste num conjunto de intervenções no espaço público, nomeadamente, na instalação de mobiliário urbano, árvores em caldeira, correção de pavimentos com

instalação de pavê e calçada e arranjo do pavimento do campo de jogos. Este é mais um caso em que o arranjo dos espaços exteriores não foi concluído. O município substitui-se, assim, ao promotor, para melhorar a qualidade da imagem urbana e a possibilidade de usufruto do espaço público por parte da comunidade.

Javali provoca estragos em restaurante de Setúbal

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m javali da Serra da Arrábida, na madrugada de quinta-feira, invadiu a esplanada de vidro do restaurante “Âncora Azul”, no Clube Naval Setubalense, provocando avultados estragos. O javali danificou parte da montra, copos, pratos, galheteiros e toalhas de mesa. O animal ficou ferido com a entrada abrupta no espaço e acabou por sujar de sangue algumas toalhas das mesas.


SOCIEDADE

PRODUTORES AFIRMAM QUE OS CUSTOS AUMENTARAM E QUE ESTE VAI SER «MUITO MAU»

Calor e falta de chuva deixam animais sem pasto Tal como se previa, a falta de precipitação e excesso de calor fustigaram os campos da região este ano. Os custos de produção aumentaram, pelo que parte dos produtores afirmam que este ano «vai ser muito mau». Só a cultura do arroz escapou ao fenómeno. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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onfirmou-se a má notícia. A alimentação dos efetivos pecuários foi afetada pela escassa precipitação e excesso de calor que fustigaram a região este ano. O arroz escapou à seca, apesar das ameaças até meados do verão. Segundo resume o Instituto Nacional de Estatística (INE), «regista-se um acréscimo de explorações sem capacidade de satisfazer, com os recursos próprios, as necessidades de abeberamento dos efectivos pecuários», pelo que é cada vez mais frequente o transporte de água a partir de reservas de água pública, a realização de novas captações e a instalação de sistemas de energia e de bombagem de reforço nas captações existentes. «O grande problema é que estas situações acarretam um aumento dos custos e dificultam o maneio dos efectivos. Este ano vai ser muito mau», resume Carlos Roque,

produtor de gado da zona de Pegões, onde a terra seca se perde de vista e os pasto é miragem. «Isto está assim desde julho. É alimenatr gado à mão para evutrar que morra à fome e, mesmo assim, as vacas estão mais magras, o que traz outras chatices à produção de leite, por exemplo», explica o mesmo produtor. Aliás, o próprio ministro da Agricultura, Capoulas Santos, já admitiu que antecipa «alguma normalidade» na atividade agrícola, mas que, no lado da pecuária, este é um ano«particularmente difícil». Já nas vindimas, as notícias são mais otimistas. A produção deverá aumentar 10% em relação à campanha do ano anterior, havendo «alguma expectativa sobre os efeitos da escassez de água na qualidade dos vinhos». Também os pomares anunciam um ano bom, esperando-se «colheitas com frutos de boa qualidade comercial», antecipando um aumento de 20% na produtividade da maçã, pêra e pêssego.

ARROZ ESTEVE EM PERIGO MAS TER PRODUÇÃO IDÊNTICA A 2016 Já o arroz, que chegou a estar na calha da crise, mantém uma produtividade semelhante à campanha anterior. As searas passaram, de um modo geral, com povoamentos homogéneos e boa coloração. A presença de infestantes é inferior à da campanha anterior e alguns ataques de aves restringem-se a zonas de produção com pouca expressão. Nas áreas instaladas, inferiores às do ano anterior (devido, essencialmente, à escassez de água nas albufeiras da bacia hidrográfica do Sado), as disponibilidades hídricas são suficientes para satisfazer as necessidades desta cultura, pelo que se prevê uma produtividade semelhante à alcançada em 2016. Recorde-se que o mês de julho caraterizou-se, em termos meteorológicos, como quente e seco. A temperatura média do ar apresentou um desvio positivo de 0,6ºC face à normal, tendo-se registado uma onda de calor no período de 11 a 18 de julho

nas regiões do interior, ainda segundo o INE. Em relação à precipitação, o valor médio no Continente foi de 5,3 mm, o que corresponde a pouco mais de 1/3 da precipitação normal (período 19712000). Face a este cenário, e de acordo com o índice PDSI2, a situação de seca meteorológica estende-se praticamente a todo o ter-

A produção de cereais também foi afetada pelo clima no Litoral Alentejano, onde a colheita relativa ao outono/inverno representou um decréscimo da produção face ao ano anterior de menos 10% no centeio, 15% no trigo mole, 20% na cevada e na aveia e 25% no trigo duro e no triticale. «O fator decisivo para esta fraca campanha foram as condições climatéricas adversas», segundo resume o INE, reportando-se aos baixos níveis de precipitação e elevadas temperaturas registadas ao longo do ciclo, em particular nas fases reprodutivas, «com impactos negativos também na qualidade do grão», acrescenta o mesmo organismo.

Porto de Sines na Rota da Seda

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Secure Trade Lanes, que visa estabelecer uma rota comercial marítima direta entre o Porto de Sines e portos chineses, assim como agilizar os procedimentos aduaneiros e minimizar os encargos administrativos, possibilitando uma libertação mais rápida das mercadorias (sujeitas a controlo na origem) e, consequentemente, melhorando a previsibilidade nas trocas comerciais. A segunda medida está relacionada com o IVA aduaneiro. As empresas importadoras eram obrigadas, até agora, a antecipar o pagamento do IVA para o momento da importação (ou a prestar garantia). Alternativamente, caso importassem as suas mercadorias indiretamente através de países como Es-

Semana do Mar volta já na primeira semana de Outubro

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panha e Holanda, deixavam de ter de antecipar o pagamento do IVA, uma vez que não é exigida antecipação nesses países, o que constituía uma forte desvantagem competitiva para os portos nacionais. Esta medida, que já começou a ser gradualmente implementada, liberta as empresas importadoras deste encargo financeiro, facilita a sua gestão de tesouraria ao libertar recursos e remove o desincenti-

No entanto, verificaram-se situações em que os recursos hídricos disponíveis nas explorações são manifestamente insuficientes para fazer face às necessidades das culturas, nomeadamente no caso de vinhas e olivais que em regime de sequeiro também apresentam sintomas de stress hídrico», alerta ainda o INE.

Cereais com grão afetado

MEDIDAS FISCAIS E ADUANEIRAS VISAM FACILITAR TROCAS ENTRE OS DOIS PAÍSES

Governo chegou esta quinta-feira a um acordo político com a China para agilizar os processos aduaneiros entre o porto de Sines e os portos chineses. Num evento, em que esteve presente o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes e o Vice-Ministro da Administração Geral das Alfândegas da China, Zou Zhiwu, foi assinado um protocolo com vista à implementação de uma “via verde” para trocas comerciais entre Portugal, através do Porto de Sines, e a China. Nas medidas anunciadas pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais insere-se o programa europeu SSTL - Smart and

ritório, verificando-se um agravamento no interior do Alentejo que se estendeu ao sistema de rega do Sado. «Estas condições de estado do tempo permitiram que todos os trabalhos agrícolas se realizassem sem problemas, tendo ainda beneficiado o desenvolvimento da maioria das culturas de regadio.

vo à importação através dos portos nacionais. António Mendonça Mendes destacou que estas medidas permitem simplificar os controlos aduaneiros, “eliminar custos de contexto” e “eliminar tempo”, passando “o comércio que tem origem e destino no Porto de Sines” a “beneficiar de vantagens de um desalfandegamento mais rápido”. Este é um passo no sentido de “integrar o porto de Sines” na “Rota da Seda”.

uma organização conjunta da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e da Câmara Municipal de Setúbal, decorre de 3 a 8 outubro a Semana do Mar 2017, que conta com a colaboração da Aporvela, da Marinha Portuguesa e de outros parceiros como associações náuticas, culturais e outras entidades relacionadas com a Economia do Mar. Esta iniciativa, em crescente popularidade, promove a relação entre a cidade de Setúbal e o rio Sado e contribui, quer para o desenvolvimento do turismo na Região de Setúbal, quer para a divulgação à população de atividades relacionadas com a Economia Azul. A Semana do Mar inclui

eventos de variada índole: o seminário “Setúbal, Porto e Cidade - Crescer em conjunto”; uma visita ao Centro Histórico de Setúbal; um concerto pela Banda da Armada; um leilão de mar à voz simulado, na Docapesca; visitas escolares e públicas aos veleiros nacionais NRP Sagres, NTM Creoula, Stª Maria Manuela e caravela Vera Cruz, estacionados no Cais 2 do Porto de Setúbal; Batismos de Mar em Lancha de Fiscalização Rápida; experiências náuticas e passeios no Sado; a regata “Dia Mundial do Mar”. Durante toda a semana, o terrapleno do Cais 2 recebe a reedição da iniciativa “Veleiros ao Luar”, com expositores institucionais e de venda e quiosques de street food.

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SOCIEDADE

PROJETO ARRANCOU NA NOITE EM A CIDADE COMEMOROU O POETA BOCAGE

Vozes femininas cantam Setúbal em fado A iniciativa começou com o sonho da fadista Susana Martins, que chamou ao projeto três das novas vozes que têm marcado as ‘fadistices’ em Setúbal. A ideia é cantar poemas de compositores sadinos e chamar mais público.

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projeto “Cantar Setúbal em fado” foi apresentado em concerto no dia da Cidade, encerrando as comemorações bocageanas, em frente aos Paços do Concelho, numa noite em que, apesar do frio e do vento, o público se manteve fiel ao longo de quase hora e meia de espetáculo protagonizado pelas vozes de Susana Martins, Carla Lança, Joana Lança e Sara Margarida, acompanhadas na guitarra portuguesa por Manuel Carlos Casalão Zorro e Jorge Pimentel, e na viola de fado por Carlos Pinto e Albano Almeida. “Cantar Setúbal em Fado” é um projeto concebido, sonhado e desenhado por Susana Martins que conta com o apoio da câmara de Setúbal, e que, em breve, será gravado e editado ao abrigo desse

apoio e parceria, nos estúdios da Casa da Cultura. Susana Martins com uma carreira já longa na música popular, como Xena, aventurou-se recentemente na área do fado. Lançou o primeiro álbum e facilmente conseguiu um lugar entre as mais requisitadas vozes da nova geração fadista setubalense. «Este projeto é a melhor forma de agradecer o tanto que me têm dado neste tão pequeno percurso fadista», explica Susana Martins, adiantando que o caminho nem sempre foi fácil, «depois de tantas pessoas me dizerem que nunca seria fadista, basta uma que nos olhe nos olhos e diga “tu és capaz” para nunca mais duvidarmos das nossas capacidades». Foram esses impulsos que a levaram a seguir em frente e a criar “Cantar Setúbal em fado”.

GRAVAÇÃO EM ESTÚDIO E APRESENTAÇÃO EM DEZEMBRO Para este projeto convidou três fadistas, Carla e Joana Lança e Sara Margarida, que desde a primeira hora a apoiaram e aconselharam e com as quais mantém uma forte relação de amizade e cumplicidade. O convite estendeu-se aos músicos que a incentivaram a cantar o fado e aos poetas e letristas que, de forma expontânea, lhe ofereceram poemas para que pudesse também cantar temas originais. Para já o projeto conta com poemas originais que versem sobre Setúbal escritos por autores setubalense e cantados em músicas de fados tradicionais, mas a ideia é, numa próxima fase, juntar aos poemas músicas inéditas também de compositores setubalenses. Depois da apresenta-

ção é tempo de ir para o estúdio gravar e produzir o álbum que deverá ser apresentado em Dezembro, no Fórum Municipal Luísa Todi. Aos poemas de Alexandrina Pereira, José Gago, José Raposo, João Imagiário, Natália Abreu, Mário Soeiro, Nicolau Tavares, José Crispim e Rui

do Cabo juntam-se três verdadeiros hinos cantados à cidade de Setúbal. “Rio Azul”, de Mário Regalado e Laureano Rocha; “Desejo de voltar”, também de Mário Regalado e “A mais bela baía”, de Manuel Carlos, foram os temas escolhidos para ser cantados a quatro vozes e

que foram fortemente acolhidos pelo público. Em menos de uma semana, a versão de “Rio Azul” chegou perto das dez mil visualizações no facebook, com centenas de partilhas, o que demonstra a forma como o projeto foi bem aceite pelo público.

Poderiam comparar-se aos quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar. Quatro personalidades e quatro sensibilidades diferentes. Quatro formas distintas de estar no fado. No conjunto, a união que fez a força e que, seguramente, fará o sucesso.

SUSANA MARTINS

Um percurso artístico considerável quer na música ligeira quer nas marchas populares e que agora fica mais enriquecido com esta aposta no fado. Uma aposta que tem sensivelmente dois anos. Sozinha ou em dueto com o irmão tem pisado os palcos aquém e além fronteiras. O primeiro CD de fado “A Voz do Povo” revelou uma artista madura cuja experiência em outras áreas se nota em todo o trabalho de produção e promoção. O tema “Aquela Rua (Zé)” da autoria de Rui do Cabo tornou-se rapidamente um sucesso. É o elemento água do grupo. A transparência e clareza que tudo liga, a força motora do projeto. «Foi uma noite de sucesso! Muito trabalho e, no final, o reconhecimento de tanta dedicação a este evento! Levar a palco um projeto sonhado e conseguir transmitir a todos os que nos acompanharam, naquela noite, os nossos sentimentos, foi maravilhoso!»

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CARLA LANÇA

O fado e as marchas populares têm-na tornado bem conhecida do público setubalense. Já com três trabalhos editados, dois a solo e um com a filha Joana Lança, os fados têm sido a sua paixão nos últimos 15 anos, sensivelmente. É o elemento “terra” do grupo. A maturidade e a segurança, mas ao mesmo tempo a emoção e lágrima fácil. «Para mim aquela noite foi memorável. Uma noite de emoções!!! Muita cumplicidade, carinho e respeito foi o que senti naquele palco! Com quatro registos, personalidades e estilos diferentes, que foram evidentes naquela noite, tivemos em comum a entrega, amor e respeito pelo palco, a música e o público. Senti-me uma sortuda por ser uma das escolhidas para fazer parte deste projeto».

JOANA LANÇA

A mais nova dos quatro elementos do projeto. Nos últimos anos tem conquistado vários primeiros prémios em concursos de fado por todo o país e apresenta-se como uma das maiores promessas do fado setubalense. O álbum “Cumplicidade”, lançado em parceria com a mãe, Carla Lança, é a sua primeira aposta discográfica. É o elemento “ar” do grupo. A leveza e a naturalidade que advém dos seus vinte anos acabados de fazer não escondem o profissionalismo e a entrega com que se dedica não apenas ao fado mas também à formação académica. «Aquela noite foi um misto de emoções: gratidão, companheirismo e entrega! As minhas companheiras de palco fervilhavam de nervos! Já eu? tranquilíssima... Trabalhei nos ensaios de alma e coração e subir áquele palco foi maravilhoso! Grata por fazer parte deste projeto anseio o estúdio e tudo o que por aí vem... E estou cá para acalmar as Veteranas!»

SARA MARGARIDA

É, por ventura, aquela que tem mais anos de experiência na área da música. Desde muito jovem que é uma das presenças nos concursos de música, nas marchas populares e até no teatro de revista. Da música ligeira ao fado mostra-se sempre como uma força da natureza em palco, apesar do “jeito despistado” com que é caracterizada por quem a conhece. É o elemento “fogo” do grupo com a garra, determinação e força com que interpreta qualquer tema de forma desconcertante. «É um gosto enorme participar neste projeto. Fiquei surpresa com o convite feito, mas aceitei de imediato. Acho que fazemos um bom quarteto. Respeitamo-nos, trocamos ideias e sabemos trabalhar em equipa. Além disso somos muito amigas. Elas já fazem parte da minha vida e são como família.»


SOCIEDADE

IGREJA DA POUSADA DE ALCÁCER DO SAL ACOLHE ‘COROAÇÃO’

Novos embaixadores do Alentejo prometem divulgar e promover uma região bonita que sabe receber Foi durante um jantar, à luz da vela, com cante alentejano e fados, que o Turismo de Alentejo condecorou os novos embaixadores do Alentejo. As seis figuras públicas, que levaram para casa produtos regionais e capotes alentejanos, prometem divulgar e promover uma terra de boa gente e com gastronomia gostosa. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

Á

urea, Raquel Tavares, Sara Matos, Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho e Ana Sofia Cardoso (jornalista) são os novos embaixadores do Alentejo, cuja entrega dos certificados decorreu no passado dia 16, na igreja da pousada do Castelo de Alcácer do Sal, na presença de vários convidados. Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, afirmou que a estas figuras cabe-lhes o papel de «divulgar e falar» do Alentejo. «É muito importante para nós que falem do

Alentejo, um destino turístico de grande qualidade que avança para novas certificações». O responsável regozijou-se com o crescimento do turismo no Alentejo de janeiro a julho deste ano. «Os proveitos globais foram acima dos de Lisboa e ultrapassaram os 20 por cento, em dormidas, idas a bares…», em comparação com o mesmo período em 2016. E esclarece «Temos mais e melhores turistas. Os turistas gastaram e consumiram mais, até julho, na ordem dos 20 por cento em comparação com 2016. É uma subida contínua, sistemática e consistente». Ceia da Silva conclui: «O Alentejo é um destino turís-

tico que demorou a afirmar-se mas conseguimos, graças ao apoio dos autarcas e dos empresários, sendo que nos últimos 7 anos houve um investimento no Alentejo na ordem dos 500 milhões de euros, o que nos leva a dizer que o Alentejo mudou completamente nos últimos 7 anos». Segundo o líder do Turismo do Alentejo, a região alentejana é, nos dias que correm, «uma região reconhecida internacionalmente, bonita e sociável. Já não somos só conhecidos pela região das anedotas», ironizou, acrescentando que houve «muita luta pela identidade» do Alentejo. Já o edil Vitor Proença agradeceu ao Turismo do

Alentejo a escolha de Alcácer para ‘coroar’ os novos embaixadores do Alentejo. «Somos uma terra muito rica em termos históricos e arqueológicos. Temos aldeias lindíssimas e aqui nasceram importantes figuras históricas. É uma honra para o Alentejo ter estes novos embaixadores». O autarca ofereceu aos novos embaixadores um cesto com produtos regionais da terra e a Capote´s Emotion Atelier lindos capotes alentejanos. A noite, com jantar à luz da vela, foi animada por Fábio Costa Veríssimo, um novo talento do fado alcacerense, pelo cante coral alentejano Malha Vacas, das Alcáçovas, e por um desfile de capotes.

Alentejo inspirador A fadista Raquel Tavares, que tem costela alentejana, diz que o Alentejo é «inspirador, comovente e melancólico». Sente que tem os «instrumentos necessários» para defender e divulgar esta bela terra. A atriz Sara Matos adora a paisagem, as pessoas e a comida. Apesar de não ter nascido no Alentejo, reconhece que agora vai passar mais tempo no Alentejo para «espairecer e descansar». Sente que tem os instrumentos necessários para defender e promover o Alentejo. A cantora Áurea realça que as gentes alentejanas recebem «muito bem» e a gastronomia é saborosa. Natural do concelho de Santiago do Cacém, a artista confessa que adora o pôr-do-Sol e Monsaraz. A jornalista Ana Sofia Cardoso, de Reguengos, descreve o Alentejo como um sítio «tranquilo, sereno e carinhoso». Compromete-se a divulgar a região e diz que é «um convite que não podia rejeitar».

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SOCIEDADE

ESCOLA TÉCNICA PROFISSIONAL DA MOITA FAZ PARCERIA COM PESTANA HOTEL GROUP

“Qualificar para Crescer” Projeto Piloto inicia fase de implementação É uma parceria que tem tudo para dar certo. A Escola Técnica Profissional da Moita, já tem provas dadas na sua qualidade de ensino, e o Grupo Pestana, uma experiência acumulada no que se melhor se faz em turismo.

Q

ualificar para Crescer” - Projeto Piloto, desenvolvido pelo Grupo Pestana e pela Escola Técnica Profissional, inicia fase de implementação. Os jovens do curso profissional de Técnico/a de Restaurante/Bar tiveram a sua primeira aula, a 19 de setembro, numa das unidades do Pestana Hotel Group - Pestana Cidadela Cascais. O projeto piloto “Qualificar para Crescer” ambiciona a construção de percursos formativos, mais sólidos, ricos e significati-

vos, através de novas formas de relação entre Escola e Empresa, numa colaboração permanente entre professores e especialistas do setor. O Diretor dos Recursos Humanos de Portugal e África do Pestana Hotel Group, Jaime Morais Sarmento, o Presidente do Conselho Diretivo da Escola Técnica Profissional da Moita, Alexandre Oliveira, e o CEO do Grupo Pestana, José eotónio, deram as boas vindas aos jovens que, depois, foram acompanhados pelos mentores e formadores, especialistas do setor e

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diretores de hotéis do Grupo. Assim, formam-se equipas, que vão saudavelmente competir, para que se tornem os melhores. JOVENS VÃO CONHECER DIVERSAS UNIDADES HOTELEIRAS Houve ainda espaço para muitas mais surpresas, tais como a oferta de um pólo com identificação do Grupo Pestana e da Escola Técnica Profissional da Moita, com a cor correspondente à dos respetivos mentores. Ao longo dos três anos, estes jovens, vão conhecer diferentes unidades hote-

leiras do Grupo. Seguiu-se o almoço, oferecido pelo Grupo Pestana, havendo espaço para partilha entre mentores, formadores, professores, pais e alunos, com desafios ao nível da preparação de bebidas simples e compostas e da confeção

de pequenas refeições. Desafio superado! Os jovens estiveram à altura. Ousamos operacionalizar um processo formativo inovador que procura ir ao encontro das expectativas e necessidades dos jovens que se encontram, na última etapa

da sua escolaridade obrigatória, e simultaneamente, aproximar aquilo que fazemos aprender na escola com aquilo que as nossas empresas necessitam para, de forma estrutural, se tornarem mais competitivas neste exigente mundo global.


LOCAL

PALMELA Regresso ao passado Desfiles, torneios, música, gastronomia, danças e falcoaria são algumas das atrações da Feira Medieval, uma das maiores do país, que decorre até domingo. A 4.ª feira medieval promove uma viagem até ao período da formação da nacionalidade e às várias (re)conquistas de Palmela e do seu castelo, com a evocação durante o século XII, o período de formação da urbe cristã e a preparação da conquista de Alcácer do Sal, em 1217. Há programação variada, com espetáculos de artes de rua, acampamentos temáticos, artesanato e mercado medieval, bem como a “Ceia Medieval na Taverna”.

MONTIJO Caminhada pelos moinhos de Maré O projeto Valorização dos Ecossistemas realiza este domingo, a caminhada exploratória “Património Natural e Cultural: Trilho dos Moinhos de Maré”, das 9 às 12h30, com início no moinho de maré da Lançada até ao da Quinta do Saldanha. Esta atividade pretende sinalizar as Jornadas Europeias do Património 2017 - Património e Natureza, com uma caminhada exploratória de 5 quilómetros, que liga os 5 moinhos de maré desde da Lançada à Quinta do Saldanha, num circuito linear repleto de fauna e flora na zona ribeirinha do Estuário do Tejo.

SETÚBAL Festival promove salmonete Trinta restaurantes apresentam ementas especiais no Festival do Salmonete, evento que decorre até 8 de outubro e que inclui uma sessão de cozinha ao vivo no último dia, na Casa da Baía. Ao longo de 17 dias, os restaurantes servem pratos tradicionais de salmonete, nomeadamente grelhado, bem como propostas inovadoras. No último dia, realiza-se o live cooking “Celebrar o Salmonete”, na Casa da Baía, a partir das 18 horas, com o chef Luís Casquinha.

ALMADA Bus saúde assegura ligação entre equipamentos Já está disponível em Almada, o “Almada Bus Saúde”, um serviço de mobilidade flexível e inclusiva que assegura a ligação aos principais equipamentos de saúde do concelho. Vocacionado para apoiar as deslocações a equipamentos de saúde, o Almada Bus Saúde tem um percurso (entre o Largo 5 de Outubro, na Cova da Piedade, e o Hospital Garcia de Orta), marcado no chão com uma linha vermelha, e não tem paragens fixas, sendo possível a tomada e saída de passageiros a pedido ao longo de todo o percurso. Basta levantar a mão.

SEIXAL Drive In Arte promove criatividade A partir deste sábado, a EN 10, entre a Cruz de Pau e Amora, terá exposto ao longo deste percurso um conjunto de 19 obras apresentadas no âmbito do 12.º Drive in Arte. Esta exposição de pintura de grande formato, que ficará patente até 31 de dezembro, é inaugurada pelas 21h30, altura em que serão também anunciados os vencedores. A animação estará a cargo da dupla DJ King Boost Sound. Participam na mostra jovens da região, dos 15 aos 30 anos.

SINES Nova rotunda avança Os trabalhos de construção da nova rotunda no cruzamento da rua João Mendes e Estrada N.ª Sr.ª dos Remédios arrancaram dia 19. A empreitada implica a demolição do triângulo existente no cruzamento e a construção de uma nova rotunda. A intervenção representa um investimento do município próximo dos 15 mil euros e tem conclusão prevista em 25 dias. O objetivo é aumentar os índices de segurança do cruzamento e melhorar o fluxo de tráfego rodoviário.

O Out.Fest – Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro, realiza-se de 4 a 7 de outubro, em vários locais do concelho. O 14.º OUT.FEST leva ao Barreiro duas dezenas de concertos de música aventureira, surpreendente e desafiante, em espetáculos a realizar em diversos espaços emblemáticos da cidade – um deles a Igreja de Santa Maria, que acolherá o concerto inaugural no dia 4 de outubro: um projeto especial que junta o compositor Jonathan Uliel Saldanha ao grupo coral TAB e coro B-Voice para um espetáculo inédito.

GRÂNDOLA “Ar Puro” promove turismo de natureza

SESIMBRA Festa do Cabo Espichel A festa do Cabo Espichel decorre até dia 25, em honra de Nossa Senhora do Cabo Espichel. As festividades, que todos os anos atrai centenas de fiéis, conta com animação musical e tem o seu momento alto no domingo, com a procissão a percorrer todo o santuário. Há bailes, jogos populares, missa seguida de procissão e missa de sufrágio aos antigos romeiros.

ALCÁCER DO SAL Homenagem ao diretor da AMCOR

BARREIRO Outubro é o mês da música

A 3.ª “Ar Puro - Feira de Caça, Pesca e Atividades ao Ar Livre” realiza-se de 6 a 8 de outubro, no parque de feiras e exposições e combina aventura, ecoturismo e turismo de natureza. À semelhança do ano passado, o evento promovido pelo município, conta com o forte envolvimento e participação do movimento associativo do concelho. A par do espaço de exposição e venda de artigos ligados aos três segmentos base da feira, da gastronomia regional e da animação musical, as associações vão dinamizar um conjunto diversificado de atividades desportivas durante os tês dias do certame.

MOITA Percurso interpretativo da construção naval arranca A Câmara e o Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos inauguram um Percurso Interpretativo, este sábado, às 11 horas, onde serão instalados painéis interpretativos que permitem a compreensão da construção naval em madeira. Aquele estaleiro constitui um «valioso legado patrimonial, que inclui um vasto espólio material, instrumentos e ferramentas, bem como um conjunto de saberes e de técnicas tradicionais de trabalho, utilizadas pelos seus carpinteiros navais».

ALCOCHETE S. Francisco ganha equipamentos para ginástica A junta de freguesia de S. Francisco colocou esta semana vários equipamentos desportivos no parque da urbanização Villas do Duque para incentivar a prática desportiva na freguesia e corresponder aos anseios da população, nomeadamente dos seniores mais ativos. Para o presidente da junta, Luís Madeira, a melhoria da oferta para a prática desportiva ao ar livre é especialmente dirigida aos seniores, uma vez que a população de S. Francisco é maioritariamente idosa.

O empresário Joseph Matias, diretor da Amcor, foi reconhecido dia 20 pelo seu trabalho com a atribuição do seu nome a uma rua na ZIL de Alcácer, onde se encontra localizada a empresa que tem 55 trabalhadores. O topónimo a pedido dos trabalhadores foi atribuído pelo município. O edil Vítor Proença referiu a importância para Alcácer da vinda da Amcor para o concelho e a criação de emprego e realçou que «fazem falta no concelho empresas como esta de valor e com trabalhadores qualificados». O diretor da empresa sublinhou que «nunca se arrependeu da instalação da empresa em Alcácer».

SANTIAGO DO CACÉM Foi inaugurada a renovada escola básica de St.º André A obra de ampliação e renovação da EB de 1.º Ciclo n.º 3 de St.º André e Jardim de Infância, foi inaugurada no dia 13. «Estrear uma escola nova é um momento marcante na vida de todos e que nos deixa, como autarcas, gratificados», referiu Álvaro Beijinha ao dar as boas-vindas à comunidade escolar. Um investimento na ordem dos 631.791,49 euros, que se traduz «num esforço financeiro que a Câmara fez para dotar esta escola das condições necessárias ao seu funcionamento destinada a crianças, a pais, a professores, a funcionários, incluindo o ATL», reforçou o edil.

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CULTURA

O TAS VOLTA A BOCAGE

“A noite dos poetas” tem entrada livre na Casa de Bocage O TAS propõe-nos um encontro virtual entre Olavo Bilac e Bocage, na sua 130.ª produção, a partir de texto de João Natale Netto, com André Moniz, Duarte Victor e Susana Brito. “A Noite dos Poetas” vai à Casa de Bocage com entrada livre. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

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Noite dos Poetas”, com texto de João Natale Netto e adaptação e direção de Célia David, volta este sábado, às 21 horas, à Casa de Bocage, em Setúbal, pela mão do Teatro Animação de Setúbal. Com interpretação de André Moniz, Duarte Victor e Susana Brito. A diretora do TAS, Célia David, realça que se trata de «um novo projeto, apesar do muito que já foi feito e dito, apresentado e representado. Apesar do centenário do seu nascimento ter sido assinalado em Setúbal (2015/16) de forma bastante abrangente e muito significativa.

Também por isso ou exatamente por isso, tivemos conhecimento deste texto e deste autor, convidado do Congresso “Bocage e o Século das Luzes” que decorreu em Setúbal, em Setembro último». «Foi um desafio, uma honra e um compromisso criado entre o TAS e Maria Helena Fragôso de Mattos, que nos apresentou, e emprestou, este livro. Com o conhecimento e interesse manifestado pelo autor, assim começou a ideia a ser amadurecida e a proposta passou a ser estudada e ensaiada como uma possibilidade a integrar a programação do TAS em 2017 e as comemorações do dia de Bocage e de Setúbal. “A Noite dos Poetas” é, pois, «a fantasiosa história

de um encontro virtual entre Olavo Bilac e Bocage. Um diálogo imaginário, muito vivo e interessante pela dinâmica e oportunidade de temáticas, ocorrido durante uma “visita” do espírito de Bocage ao poeta Olavo Bilac nas vésperas da conferência que este iria proferir sobre o poeta setubalense, em S. Paulo em 1917». João Natale Netto é jornalista, publicitário, investigador, historiador e escritor brasileiro. É autor de artigos e ensaios e obras publicadas em livro focalizando problemas sociais historicamente enquadrados relevantes na história do Brasil ou na sua cultura. Estudioso de Olavo Bilac, o grande poeta e escritor, admirador e divulgador de Bocage no Brasil.

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Teatro do Elefante anima Setúbal com o “Tá na Rua”

M/12

Espectáculos: Quinta e Sexta: 21h30, Sábado: 17h00 e 21h30, Domingo: 17h00

Reservas: 210 135 050 / 214 667 796 www.filipelaferia.pt

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eatro, música, dança e circo, ao ar livre, são proporcionados no “Tá na Rua”, festival de artes e culturas urbanas, a decorrer até dia 30, na zona ribeirinha de Setúbal. A 1.ª edição, organizada pelo Teatro do Elefante, transforma o espaço público num território de partilhas e participação, com o objetivo de promover a fruição da arte e da cultura, de um modo livre e sem convencionalismos. O público é surpreen-

dido por várias performances de rua no Parque Urbano de Albarquel (PUA) e no jardim da Praia da Saúde, sem ser informado da data e do horário de cada espetáculo específico. “Na Pele do Fogo”, “Pirofagia” e “A Princesa do Sal”, do Teatro do Elefante, “L’Engranatge”, do grupo espanhol La Finestra Nou Circ, o “Espectáculo de Fogo Faquir Ocram” e “Junta-te ao Circo”, de Marco Quintino, e os “Contos Cantados”, de

Carlos Marques, são algumas das propostas. “Histórias contadas com oficinas”, com Madalena Garnier Marques, “A Virgem e a Santa Trindade” e “Meia Dose para Três”, com Susana Dagaf, Teresa Roxo e Lobo _ AmbosOs3, e animação musical com os projetos Try’U, com Paulo Curto Baptista, Fernando Melo e Rui Rosado, e Violão Canhoto, com Pedro Loch e Fernando Casaca, compõem o cartaz do “Tá na Rua”.


CULTURA

AGENDA ALMADA23SETEMBRO21H30

AS MELODIAS DE HELDER MOUTINHO TEATRO JOAQUIM BENITE

A crítica recebeu de braços abertos “O manual do coração” que Hélder Moutinho escreveu com a cumplicidade de João Monge, o autor da totalidade das letras, e de músicos como João Gil, Zeca Medeiros, Ricardo Parreira e Vitorino.

SETÚBAL23SETEMBRO21H30

OS 39 DEGRAUS NO FORUM FORUM LUÍSA TODI

A peça “Os 39 Degraus”, com encenação de Claudio Hochman e interpretações de Vera Kolodzig, João Didelet, Martinho Silva e Marcantónio del Carlo, gira em torno de um homem procurado por um crime que não cometeu.

PALMELA23SETEMBRO17H00

ENCONTRO DE BANDAS FILARMÓNICAS SOCIEDADE FILARMÓNICA UNIÃO AGRÍCOLA

A Sociedade União Agrícola, de Pinhal Novo, a Progresso Matos Galamba, de Alcácer, e a Antiga Filarmónica Montemorense, participam no XIII Encontro de Bandas Filarmónicas, em Pinhal Novo.

ALCOCHETE23SETEMBRO21H30

ZAMBUJO DÁ CONCERTO FORUM CULTURAL

António Zambujo apresenta o seu sexto CD “Rua da Emenda”, onde coabitam sonoridades do Brasil, França, Uruguai, do continente africano com a dimensão portuguesa.

BARREIRO23SETEMBRO21H30

COMÉDIA COM MARINA MOTA AUDITÓRIO AUGUSTO CABRITA

RAIO-X

POR ANTÓNIO LUIS

FÀBIO VERÍSSIMO

«QUERO LEVAR O FADO AOS “4 CANTOS DO MUNDO”» Fábio Veríssimo, 24 anos, jovem fadista de signo Capricórnio, é alcacerense de gema. Vai cantando em casas de fado de lisboa, participou no 1.º Festival de Fado de Sines “Maré de Fado”, e canta em revistas populares na Pazoa, além de gerir um restaurante com sua mãe em St.ª Catarina de Sítimos. QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? Ser reconhecido pelo gosto pelo fado e levar aquilo que canto aos “4 cantos dos Mundo”. E PESSOAL? Conseguir concretizar e disfrutar ao máximo de todas as oportunidades e experiências que surgirem. CIDADE PREFERIDA? Lisboa. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? Nova Iorque. UM DESEJO PARA 2017? Gostava que acabasse o terrorismo e que houvesse união pela Paz para um mundo melhor. QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? A fadista Gisela João.

QUEM É A MULHER MAIS SEXY DO MUNDO? A apresentadora de televisão Cristina Ferreira. COMPLETE: A MINHA VIDA É… Uma simples passagem por este mundo. O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? O tempo que demoram para uma simples saída, jantar ou festa. COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Cozido à Portuguesa e um bom vinho alentejano. QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? Cantar. QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? “O Pianista de Hotel”, de Rodrigo Guedes de Carvalho.

QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “Annabelle 2: a criação do Mal”. MELHOR PEÇA DE TEATRO? “Uma Noite em casa de Amália”, de Filipe Lá Féria MELHOR MÚSICA DE SEMPRE? “O senhor Extraterrestre”, interpretado pela Gisela João. QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Humildade. E DEFEITO? Realista.

isqueiro, cigarros e um canivete suíço. DIA OU NOITE? Noite. O QUE MAIS TEME NA VIDA? Os fenómenos naturais.

COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? Não tenho.

A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? A quem me faria o mesmo.

O QUE LEVARIA PARA UMA ILHA DESERTA? Água, comida, vinho tinto, tenda, cobertor,

O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? Não ter feito ainda uma licenciatura.

Gato volta à Polónia com “Vai Vem”

Marina Mota, Carlos Cunha, Rui Sá, Érica Mota e Nuno Pires compõem o elenco da comédia de Roberto Pereira, “Tempestade num Copo d´Água”. A ação decorre durante um copo d’água de um casamento.

SINES23SETEMBRO23H15

ARTES DE RUA

AV.ª VASCO DA GAMA Em “Pássaros de Sal”, o Teatro do Mar, convida e co-produz com a Artelier?, o espetáculo a partir da criação original de Nuno Paulino e em conjunto com Julieta Aurora Santos.

ALCÁCER DO SAL29SETEMBRO22H30

ANA MALHOA VAI À FEIRA

PARQUE DE FEIRAS E EXPOSIÇÕES Ana Malhôa abre os concertos da Feira Nova, que decorre de 29 de setembro a 1 de outubro. Há as tradicionais tasquinhas, artesanato, vestuário, calçado e produtos regionais.

GANHE CONVITES PARA “A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS” Temos convites para os nossos leitores irem assistir ao musical de Filipe La Feria, “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, em cena nos palcos do Casino Estoril, o qual tem estado constantemente com lotação esgotada. No elenco encontramos João Baião e Dora, entre outros. Basta ligar 96 943 10 85 ou 918 047 918 e solicitar os seus convites.

O

grupo de teatro O Gato regressou no dia 17 da Polónia, depois de uma semana de trabalho e de convívio intercultural num festival em Ostroł ka, uma cidade com cerca de 50 mil habitantes. A participação do espetáculo “Vai Vem” no Festival Teatralny Inqbator para uma sala repleta com cerca de 300 espectadores, constituiu um «sucesso assinalável» e foi, juntamente com uma companhia da Ucrânia, a componente internacional do programa. Este honroso convite constituiu uma «experiência gratificante» para o grupo e uma oportunidade para «alargar a rede de contactos internacionais que nos tem permitido trazer diferentes e importantes companhias a Portugal», realça Mário Primo, o diretor da companhia.

De salientar que se tratou de uma incursão de um grupo português num universo teatral «bastante invulgar entre nós, já que a Polónia tem uma larga tradição no teatro físico, com grandes referências respeitadas em todo o mundo, como as de Jerzi Grotowski e Tadeus Kantor, cujo museu na cidade de Cracóvia visitámos a convite da organização», vinca a mesma fonte. Nos inúmeros contactos que o Gato teve com a população local e, sobretudo com os espectadores e organizadores do evento, deu testemunho da sua experiência e identidade e recebeu o seu “feedback”. Durante estes dias, o Gato sentiu-se embaixador informal do país e da região onde está inserido. «Pensamos ter contribuído para lhes devolver uma boa imagem. Afinal, vivemos

num mundo cada vez mais pequeno e global e, estas redes de contactos, de partilhas culturais, são da

maior importância para o conhecimento mútuo e um estímulo para o desenvolvimento recíproco».

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POLÍTICA

FORÇAS PARTIDÁRIAS PARTEM AGORA PARA A ÚLTIMA FASE DE CAMPANHA

Partidos na rua para captar os últimos votos Fazemos um pequeno balanço entre a primeira semana de campanha oficial e a corrida para a fase mais quente, a pouco mais de meia dúzia de dias para irmos às urnas de voto. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM

A

uma semana das eleições, os partidos e coligações desdobram-se em ações de rua tentando conquistar o voto dos indecisos e numa luta cada vez maior contra a abstenção que, no distrito de Setúbal, se situou acima dos 58 por cento nas últimas autárquicas, mais de dez pontos acima da abstenção nacional. Para os últimos dias, os recandidatos percorrem a obra feita e os restantes reforçam aquilo que ficou por fazer, o que foi prometido e não foi feito e apresentam as propostas com que querem conquistar o eleitorado. Quase todos os partidos apostam na presença dos líderes nacionais na última semana de campanha no distrito, em especial nos concelhos onde teoricamente terão mais possibilidades de conquistar bons resultados.

CDU QUER REFORÇAR MAIORIAS E CONQUISTAR O MONTIJO A CDU é a força mais votada no distrito e, em 2013, conquistou cerca de mais de 15% de votos do que o Partido Socialista, tendo ganho onze das treze câmaras e conquistado mais de 40% dos votos expressos em urna. O objetivo é reforçar esse resultado, mantendo as câmaras conquistadas e reforçando as maiorias. A campanha começou «muito bem com um conjunto de iniciativas que passam por contactos com a população e por mostrar a obra feita pelos autarcas da CDU», explica João Armando. Essencialmente as ações de campanha vão passar por arruadas e contactos diretos com os eleitores, numa postura de proximidade. A confiança parece ser a palavra de ordem e no caso do Montijo, onde apenas um por cento dos votos afastou a CDU da liderança, «há condições de conquistar a câmara ao PS». A capital de distrito continua a ser uma aposta forte e a presença de Jerónimo de Sousa na reta final da campanha reforça o sentimento de que os resultados serão favoráveis. PS QUER RECUPERAR CÂMARAS PERDIDAS O partido socialista acredita ser possível beneficiar a nível autárquico dos resultados da ação governativa a nível nacional e conseguir um melhor resultado do que em 2013, recuperando algumas autaquias entretanto perdidas. Eurídice Pereira considera que «as dinâmicas locais associadas ao trabalho feito a nível nacional não são dissociáveis» e por isso tem confiança num bom resultado eleitoral. A campanha tem

sido feita com base em muitas ações de rua, mas a presença de António Costa no distrito demonstra que os socialistas jogam aqui fortes cartadas. Para além do grande comício em Setúbal, esta sexta-feira, com passagem por Almada e Barreiro, o secretário geral do PS já visitou, em pré campanha, vários concelhos do distrito. Um dos principais objetivos da campanha do PS passa por reduzir os valores da abstenção que, segundo Eurídice Pereira «favorecem a CDU porque sempre que as pessoas se movimentam para ir às urnas, o partido socialista tem tendência a conseguir bons resultados». PSD APOSTA FORTE NO MONTIJO Os pouco mais de três pontos percentuais que separaram os três principais partidos nas eleições de 2013, no Montijo, levam o PSD a acreditar que este ano estão reunidas as condições para conquistar aquela autarquia governada pelo Partido Socialista e é ssa a grande aposta dos social democratas no distrito. Numa época de contenção de despesas, o PSD aposta nas ações de rua, no contacto com as populações e junto do comércio local. «A campanha está a correr bem, globalmente», considera Bruno Vitorino, líder distrital, que acredita que o PSD tem «condições de aumentar o score com mais eleitos e, eventuamente, a conquista de uma junta de freguesia». Pedro Passos Coelho já visitou o distrito em período de pré-campanha. Esteve em Palmela, Setúbal , Sesimbra e Seixal e não vai voltar a estar presente em nenhuma ação durante a campanha.

BLOCO QUER CONQUISTAR VEREADORES EM SETÚBAL E ALMADA A campanha do Bloco de Esquerda tem sido suportada por ações de rua e de contacto de proximidade com os eleitores. A proximidade entre candidatos e a população é, segundo os bloquistas, «a melhor forma de passar a mensagem» que tem sido «muito bem recebida pelas pessoas por força das propostas apresentadas», refere Victor Rosa. Conseguir reforçar o número de vereadores nas câmaras do Seixal e da Moita é um dos principais objetivos, assim como conquistar pelo menos um eleito em Almada e Setúbal. Não é alheia a isso a visita de Catarina Martins à capital do distrito num jantar comício a ter lugar esta segunda-feira. Aumentar o número de votos e de eleitos e conseguir bons resultados nas assembleias de freguesia é a aposta. CDS-PP QUER MAIS ELEITOS Num distrito onde tem cerca de dezena e meia de eleitos, o CDS PP aposta forte nos concelhos de Alcochete e Montijo, onde, em coligação com o PSD, acredita ser possível um bom resultado. A aposta em Alcochete é alta e a presença da líder Assunção Cristas, na próxima terça-feira, numa ação de campanha confirma o empenho na candidatura, apesar de não se gerarem grandes euforias. Aumentar o número de eleitos é o objetivo dos centristas que estão a fazer uma «campanha positiva, de proximidade», segundo as palavras de João Viegas, presidente da distrital. As ações de campanha têm sido até agora na base do contacto com as populações e «estão a correr bem, com muita aceitação por parte das pessoas».

Líderes das principais forças partidárias dão força aos seus candidatos O secretário geral do partido socialista visitou seis dos treze concelhos do distrito quer em pré campanha quer já durante a campanha. Desde Agosto que António Costa tem sido presença nas várias ações de campanha que decorreram em Sesimbra, Sines e Seixal. Esta sexta-feira, um comício-festa com jantar na Fonte Nova, em Setúbal, contou com a presença do atual primeiro ministro que, no mesmo dia, participou em ações em Almada e no Barreiro. Pedro Passos Coelho, o líder do PSD passou pelo distrito de Setúbal ainda em período de pré campanha, tendo visitado os concelhos de Seixal, Sesimbra, Palmela e Setúbal onde participou em ações locais e contactos com os jornalistas. O périplo do líder social democrata por todo o país e regiões autónomas não permite o regresso ao distrito durante a campanha oficial. Dos líderes que faltam fazer força pelas suas candidaturas na região, teremos esta segunda-feira, Assunção Cristas, do CDS-PP, em Alcochete, uma das apostas do partido centrista. Também na segunda-feira o Bloco de Esquerda prepara um grande jantar comício, em Setúbal, com a presença da líder, Catarina Martins e , finalmente, terça-feira, no Luísa Todi, em Setúbal, será a vez de Jerónimo de Sousa cumprir a sua passagem pela outra margem.

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DESPORTO

AUTOMOBILISMO REGRESSA 11 ANOS DEPOIS À ARRÁBIDA

26.ª Rampa da Arrábida conta com 68 pilotos inscritos Cerca de 70 pilotos aceleram este sábado em competição no mítico percurso da Rampa da Arrábida, em Setúbal, de regresso 11 anos depois da última edição. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

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26.ª Rampa da Arrábida, uma organização do Clube de Motorismo, com o apoio da Câmara, volta a colocar Setúbal no centro das atenções dos amantes do automobilismo. A competição, com o patrocínio da Liberty Seguros, decorre numa distância de 3 mil metros e mantém o percurso original, num traçado sinuoso com início no quilómetro 19 e meta no quilómetro 16 da EN 379-1, cerca de 500 metros após a Bataria do Outão. O evento desportivo

inclui competição nas categorias de “Velocidade”, cumprindo as regras de uma rampa regional, e de “Regularidade”, ao abrigo do regulamento específico internacional da regularidade histórica. Participa na 26.ª Rampa da Arrábida – Liberty Seguros um total de 68 pilotos, repartidos entre as categorias de “Velocidade”, com 39 inscritos, e de “Regularidade”, com 29 concorrentes, ao volante de 69 bólides. Mário Silva, um dos maiores nomes do automobilismo nacional, está confirmado na competição e regressa, ao volante de um Ford Escort B.D.G. e de um Porsche 997 GT3, depois de ter participado,

há dois meses, na Setúbal Especial Sprint. A atenção do público está igualmente centrada em máquinas como o MG Midget de António Paquete, o Jaguar XJS de José Mota, o Pontiac Sunbird de Manuel Teles e o Audi S6 de Rui Cordeiro. As verificações técnicas e administrativas realizam-se entre as 07h00 e as 08h30, com os bólides participantes em ambas as categorias de competição a fazerem-se à estrada depois das 09h00 para reconhecimento da pista. A potência debitada pelos potentes motores está no asfalto às 11h00, com a primeira subida de treinos na categoria de “Velocidade”, enquanto os históricos

Vila de Grândola recebe BTT e Cicloturismo

da “Regularidade” fazem a primeira subida oficial, de referência, às 12h00. A emoção a sério está reservada para o início da tarde, com duas subidas oficiais para cada categoria. Os pilotos de “Velocidade” sobem às 14h30 e às 16h00, enquanto os de “Regularidade” competem

às 15h15 e 16h45. A entrega de prémios é às 19h00. O público pode assistir gratuitamente à prova, em segurança, nos locais estabelecidos pela organização do evento, com o trânsito automóvel no troço da Estrada Nacional 379-1 em que se realiza o evento automobilístico a ser cor-

tado a partir das 08h00. A organização disponibiliza transporte especial, gratuito, entre as 7 às 13 horas, de meia em meia hora, entre a Casa da Baía e a Arrábida, com várias zonas destinadas ao público que permitem assistir ao espetáculo em segurança.

“Aprender a nadar” regressa às piscinas municipais

É

já no dia 2 de outubro que o projeto “Aprender a Nadar” regressa às piscinas municipais de Palmela e de Pinhal Novo, dando início ao primeiro dos três cursos que serão realizados no presente ano letivo. Desenvolvido pelo município, em estreita articulação com a Palmela Desporto, E.M. e os três Agrupamentos de Escolas do Concelho, o 1.º curso conta com a participação de quinze turmas, num total de 333 alunas/os, provenientes de oito es-

O

Duatlo BTT regressa às estradas e caminhos do concelho de Grândola. Da corrida em asfalto ao BTT por trilhos de terra batida, os atletas testam limites este sábado. As partidas e chegadas decorrem junto ao Complexo Desportivo José Afonso e Jardim 1.º de Maio. O evento desportivo, que começa às 14 horas, traz consigo duas provas pontuáveis para o Circui-

to Regional Jovem e Campeonato Regional de Duatlo Individual e Clubes. A organização do Duatlo BTT de Grândola fica a cargo do município de Grândola e do Clube Amiciclo com o apoio da Federação de Triatlo em Portugal. Entretanto, centenas de atletas são esperados para o 28.º Passeio de Cicloturismo de Grândola, que decorre este domingo, dia 24, com partida às 9

horas, junto à Praça da Republica. O passeio aberto a equipas e atletas individuais, tem um percurso de 65 quilómetros, num itinerário que começa em Grândola e passa por Silveiras, Melides, Pinheiro da Cruz e Carvalhal. Promovem o 28.º Passeio de Cicloturismo de Grândola, o Clube Amiciclo – Amigos do Ciclismo de Grândola e o município de Grândola.

colas do 1.º ciclo do ensino básico. A prática de natação é muito importante para o desenvolvimento global da criança, na aquisição de destrezas motoras, hábitos e atitudes indispensáveis para uma vida ativa

e saudável. Promover a aprendizagem desta modalidade representa, também, uma aposta na igualdade de oportunidades. A atleta paralímpica Simone Fragoso continua a ser a madrinha do “Aprender a Nadar”.

Dez horas de fitness e dança em Almada

E

ste sábado, a partir das 10 horas e durante todo o dia, o pavilhão desportivo do Feijó é palco do “Almada em Movimento – Fitness e Dança”. São 10 horas de desporto, com mais de 30 atividades na área do fitness e da dança, a cargo de professores e instrutores nacionais e internacionais –

Toni Torres (Espanha) e Angel Moreto (Espanha), Knzo Mendy (França), Camia Pimentel, Joana Raposo (Portugal), entre outros. Entretanto, a partir das 18 horas, e durante três horas, são apresentados os mais variados estilos/ formas de dança, entre eles, hip-hop ( e Future iz us), kizomba, zumba fit-

ness (equipa Nacional) e ADR (African Dance Revolution), com instrutores nacionais e internacionais, entre eles, Knzo Mendy, o criador da modalidade de ADR. Esta performance de fitness e dança é acompanhada, ao vivo, pela voz de Catarina Castanhas. A participação é gratuita mas com inscrição prévia.

SEMMAIS | SÁBADO | 23 DE SETEMBRO | 2017 | 11


NEGÓCIOS

EMPRESÁRIO DO MONTIJO PEDE PERDÃO DE 697 MILHÕES DE EUROS DE DÍVIDAS

Emídio Catum declarou-se insolvente depois de amealhar milhões de euros Foi um dos empresários mais famosos do distrito. Quis fazer o novo estádio do Bonfim, em Vale da Rosa, em Setúbal, e geriu muitos negócios, em especial na construção civil e obras públicas. Depois, com Fernando Fantasia, ‘testa de ferro’ da SLN/BPN, caiu a pique. Deixou milhões de dívidas. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM

O

empresário Emídio Catum, líder da Pluripar, SGPS, e da Londimo, grupos de empresas que há pouco mais de sete anos dominava os negócios na região de Setúbal, pediu a insolvência e apelou a um perdão de dívida de 697 milhões de euros. E o tribunal aceitou. Emídio Catum, que tinha como parceiro na Pluripar, SGPS a OPI-92, uma das empresas ‘testas de ferro’ da Sociedade Lusa de Negócios, propriedade do BPN, afirma ser deten-

tor apenas de um mero apartamento e de não ter condições para liquidar as dívidas no espaço dos próximos cinco anos. A notícia, avançada em primeira mão pelo Correio da Manhã, não deixa de chocar, tendo em contar que o empresário do Montijo era considerado um dos milionários da região, tendo feito fortuna nas áreas da construção civil e obras públicas. «Este é o país que temos, se um empresário da restauração na paga uns milhares de euros ao fisco ou à segurança social corre o risco de ir preso, e a esta gente que viveu e vive à conta

das dívidas ainda se perdoam milhões», disse ao Semmais um antigo funcionário de Emídio Catum. MAIORES CREDORES SÃO AS ENTIDADES BANCÁRIAS O empresário de Setúbal tem uma dívida global da ordem dos 697 milhões de euros, de acordo com o jornal. Os seus maiores credores são Bancos, a começar pelo antigo BPN. Cerca de 350 milhões de euros da dívida de Catum estão nas mãos da Parvalorem, uma das sociedades públicas que gere os activos tóxicos do BPN. As dívidas de Catum ao

Emídio Catum, liderava o grupo Pluripar, deixando milhões de dívidas e as empresas num caos antigo BPN estão relacionadas com as empresas Pluripar, Paprefu e Domurbanis que contam também com a participação de Fernando Fantasia, outra figura da região de Setúbal, e testa de ferro, na Pluripar, de Oliveira e

Costa, responsável pelo rombo do BPN, que liderou até ser preso pelos inúmeros crimes financeiros. Fernando Fantasia, que chegou a ser um dos braços direitos do ex-ministro Eduardo Catroga, na Sapec, integrou a Co-

missão de Honra da candidatura presidencial de Cavaco Silva, em 2011. O Novo Banco tem a receber quase 170 milhões de euros do empresário e o BCP cerca de 100 milhões de euros, de acordo com dados do CM.

60 PARTICIPANTES AVENTURARAM-SE NA APANHA DA UVA DE GRANDE QUALIDADE

Venâncio da Costa Lima abriu as portas ao público para as vindimas Há três anos seguidos que a Venâncio da Costa Lima, onde se produz o melhor moscatel do Mundo, proporciona um dia agradável aos seus consumidores e não só, na apanha da uva. O evento contou com a envolvência de 60 pessoas e superou expetativas. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

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adega Venâncio da Costa Lima, de Quinta do Anjo, pela terceira vez consecutiva, por altura da Vindima, abriu as suas portas ao público, para mais um “Acontece na Vindima 201”. Englobado no projeto de enoturismo daquela empresa, esta atividade foi um «enorme sucesso» superando, mais um ano, «todas as expectativas mais otimistas», realça a Relações Públicas, Joana Vida, que reconhece que este evento é «muito bom para a marca, pois permite conhecer a adega e todo o processo do fabrico do vinho».

Realizado a 9 e a 16, a adega recebeu no total 60 participantes, nesta que é uma das atividades com mais impacto no Enoturismo na Adega Venâncio da Costa Lima. O desafio consistia num dia de vindima, onde a experiência de vindimar e pisar a uva no lagar seriam os pontos altos da agenda. «O objetivo era que as pessoas passassem pela experiência de Vindima e de aprender como se faz vinho. Fizemos todas as atividades que envolvem o processo de elaboração do vinho». O dia começou com a vindima das uvas no Lau. Depois do briefing inicial, cada participante vestiu uma t-shirt da atividade e colocou, orgulhoso, um

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chapéu de palha que os iria proteger do sol nas horas que se seguiriam. Munidos de uma tesoura de vindima, cada participante foi integrado num grupo de vindimadores e, além de aprenderem a vindimar, partilharam conversas e muita sabedoria popular. RECORDAR TEMPOS DE INFÂNCIA Seguiu-se a pisa no lagar. Os participantes viram as uvas por eles colhidas a entrarem no lagar. De calções, pé descalço e cheios de vontade de por o “pé na massa”, entraram para dentro do lagar e pisaram as uvas. Uns fizeram-no pela primeira vez e muitos recordaram tempos de infância. Sempre com acompanhamento técnico, se-

guiu-se uma visita à adega onde foi explicado todo o processo de “fazer vinho” desde a uva à garrafa. Depois de uma manhã cheia, os participantes tiveram ainda direito a uma prova de vinhos e ao almoço na adega, desta vez já protegidos do calor intenso que se fazia sentir lá fora e com o merecido descanso. «Foi um convívio muito animado», vincou Joana Vida. Cada participante levou como recordação deste dia memorável uma miniatura de Moscatel de Setúbal, com rótulo personalizado desta vindima, e que guardará certamente em conjunto com muitas memórias e alegrias deste dia tão bem passado. Cada participante pagou 35 euros.

Moscatel roxo vence em França A adega produz cerca de 4 milhões de litros de vinho por ano e dá empego a 40 funcionários, sendo por altura da Vindimas chega a empregar 50 pessoas. Joana Vida diz que a Vindima vai ser boa e que qualidade do vinho não lhe fica atrás. «A uva deste ano é muito doce e de boa qualidade. Tivemos um ano muito seco e isso fez com que a uva ficasse pronta mais cedo. Tivemos que antecipar este ano a Vindima em 15 dias», explica Joana Vida. Este ano a adega ganhou no Muscat du Monde, em França, o 1.º lugar nos moscatéis, com o moscatel roxo 2013, o que é um «grande orgulho» para a empresa.


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EDITORIAL

OPINIÃO

Tudo na vida tem um fim. Ou será um intervalo?

Raul Tavares Diretor

Um desabafo para memória futura

F

iz parte até 2010 de duas empresas de comunicação social, propriedade da Pluripar, SGPS, lideradas pelos empresários Emídio Catum (ver pág. 12) e Fernando Fantasia. Conheci-os bem. Foi um período muito intenso e, de alguma forma, no que me diz respeito tive muito orgulho no que eu e muitos outros fizemos nessas duas empresas de comunicação social. Sobretudo, por ter sido acusado, não raramente, pelos proprietários de não estar a defender os interesses do grupo em Vale da Rosa, dando crédito e tempo de antena aos ambientalistas. Na verdade, fi-lo de forma convicta, isenta e profissional, mesmo contra quem me pagava o ordenado. E quando os ambientalistas tentaram abusar da sua caminhada, também pelas mesmas razões soube equilibrar as linhas editoriais e a gestão do interesse (público) jornalístico Mas, na verdade, com o tombo do grupo, não pudemos fechar o ciclo. Portanto, quando o grupo levou o abanão financeiro e começou a escassear aquilo que nunca havia faltado, o dinheiro, deu para perceber de como são feitos estes homens dos negócios, que se afirmam impolutos, honestos e muito solidários. Nos anos seguintes, por ter sido nomeado administrador-delegado, embora só recebendo as responsabilidades (tendo assumido esse pseudo-cargo para evitar despedimentos) eu próprio fui atingido. Fiquei sozinho. E fiquei sozinho muitos anos, a aturar a hipocrisia, a ingratidão e a injustiça de muitos ex-colegas, a ter que lidar com um turbilhão de problemas deixados com o fim das empresas e tendo mesmo que ir à barra do tribunal. Sozinho, contra Emídio Catum, Fernando Fantasia e seus ‘fortes’ advogados, ganhei processo a processo. Escrevo isto, de cariz muito pessoal. Porque ainda hoje pesa ouvir e ler estas coisas, quando eu, pessoalmente, conheço quase todos os detalhes desta infeliz história de negócios e negociatas. .

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ó Deus sabe. Mas do trabalho realizado, desse, sei eu, porque o realizei, melhor ou pior, conforme o avaliador, mas, sempre com total entrega à causa pública. Não sinto o dever cumprido, porque esse para pessoas ambiciosas e conscientes, nunca estará, mas a consciência tranquila de ter lutado para defender o concelho que me elegeu, o partido que me escolheu e que sempre representei e as pessoas que em mim confiaram, disso não tenho a menor dúvida. Foram 2 mandatos na Assembleia de Freguesia de Corroios. Aliás, 4, sendo que em 1989 e em 1993 apenas fui candidato na Lista em lugares não elegíveis. Mas nos mandatos de 1997 a 2001 e de 2001 a 2005, servi a Freguesia na Assembleia de Freguesia de Corroios, da melhjor forma que pude e soube. Foi uma aprendizagem. Como qualquer autarca deve ter. De baixo para cima. Em 2005 fui eleito na Assembleia Municipal do Seixal. Fui o líder da bancada do PSD e tive tantas e tantas posições de que me orgulho que posso referir simbolicamente duas: Não ter votado o então Plano De Pormenor da Siderurgia, onde votei contra a construção para habitação nesse Plano, alegando unicamente razões ambientais e o crash imobiliário. O tempo deu-me razão e o Plano não avançou por muitos motivos, mas essencialmente por esses dois. A outra situação foi o meu veemente voto contra a compra/ arrendamento dos Serviços Centrais da CMS num negócio que desde o início reputei de ruinoso, previsão de tal forma acertada que vi, com uma ponta de orgulho, na auditoria que foi feita a esta Câmara, os auditores fazerem referências à minha intervenção. Podia discorrer muitas outras posições, mas não é o dia, nem o lugar, razão pela qual não as inovoco neste momento. Em 2009 assumi pela primeira vez o cargo de vereador. Foi-me oferecido um pelouro – o da Protecção Civil e, posso dizer que saí com a satisfação de ter realizado um trabalho unanimente reconhecido, do qual destaco apenas alguns aspectos: Pela primeira vez na história do nosso município avançámos

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para uma Semana Municipal da Protecção Civil, em parceiria com todos os agentes de Protecção Civil do concelho. Fomos igualmente o terceiro concelho a nível nacional a ver aprovado o Plano Nacional de Protecção Civil, tornando-nos uma referência nacional, num instrumento hoje tão discutido em termos nacionais e, por fim, para além de termos organizado duas importantes conferências nacionais no Seixal e de eu ter sido convidado como orador numa Conferência Internacional e, por fim, durante o meu mandato e com um convite pessoal termos passado a fazer parte da direcção de dois importantes órgãos de protecção civil – o nacional – Fórum Português para a Segurança Urbana e um Europeu – Fórum Europeus para a Segurança Urbana, o que deixou de acontecer precisamente em 2013 com a minha saída. Por fim, o actual mandato. 2013-2017. Foi um mandato duro. Difícil. Do ponto de vista político, nem sempre senti o apoio do meu partido em termos locais, apesar de eu nunca ter negado a defesa intransigente dos interesses partidários e dos valores do partido que me elegeu. A confiança que o Sr. Presidente da Câmara Municipal me deu ao me subdelegar competências num pelouro tradicionalmente “de confiança política” como é o da fiscalização municipal, foi correspondida com resultados de que me muito me ourgulho, senão vejamos: subimos anualmente os números dos processos instaurados, estando neste momento apenas em Setembro e já com mais 100 processos do que em todo o ano de 2016 e enquanto que antes de 2015 os processos findos eram praticamente zero, razão pela qual em 2015 foram findos a grande maioria por prescrição - mais de 1.500 processos-, em 2016 foram findos 670 (ainda com muitas prescrições, mas este ano a taxa das precrições está próxima dos zero por cento, tudo com um reflexo positivo nas receitas da autarquia, que nesta área rondava quase os zero euros e que o ano passado ascendeu quase os € 150.000,00 (cento e cinquenta mil euros) e este ano, em Setembro já vai nos € 100.000,00 (cem mil euros). Mas o que me deixa verdadeiramente feliz é que a confiança em mim depositada foi reforçada a

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA

VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL meio do mandato, tendo passado a deter também a parte das Contra-Ordenações, o que permitiu não só o trabalho acima descrito, como uma profunda restruturação da forma como passámos a trabalhar todo o processo e, atente-se, apenas 6% dos processos foram impugandos em tribunal pelos arguidos e desses, 2% ainda estão a ser tramitados, 2% foram absolvidos e os restantes 2% (50%portanto) foi confirmada a sua condenação, o que significa que 96% das coimas aplicadas são cumpridas. Mais importante se refrir que dos 2% apenas que não acabam em condenação, tratam-se ou dos primeiros processos, ainda consequência das práticas antigas, ou de causas várias inerentes a um processo judicial – faltas de testemunhas, legislação entretanto alterada, etc. A defesa igualmente intransigente do concelho que me elegeu, em contraponto do partido que represento, trouxe naturalmente clivagens, que, quero que saibam, para memória futura, para mim são troféus, em muitas matérias, mas que simbolicamente apenas refiro uma - a luta que sempre abracei em defesa da construção do Hospital do Seixal, mesmo contra posições concretas e assumidas do Governo – PSD-PP, da direcção nacional, da direcção distrital e também da direcção local do meu partido. A todos tentei sensibilizar e como não o consegui ergui a minha voz em defesa da causa em que acreditava. Saio como entrei. Pelo meu pé. Fui eu que há quatro anos, a uma semana das eleições, decidi não me recandidatar mais para a Comissão Política do PSD Seixal, que dois anos depois, decidi novamente não me candidatar e que igualmente decidi não avançar internamente para uma recandidatura, ou sequer insinuar. Nem podia. O novo Estatuto da Ordem dos Advogados impedia-o e eu entre ser o cargo público que sempre mais apreciei e admirei (Presidente da Câmara ou Vereador) ou ser aquilo para que me acho 100% vocacionado – ser advogado-,

não hesitei nem um segundo. Sou um apaixonado pela política, mas, como diria o outro, “transpiro advocacia”. Por fim, quero agradecer ao meu partido pela confiança que em mim depositou, aos eleitores que em mim votaram, aos dois Presidentes da Câmara, Alfredo Monteiro e Joaquim Santos que em mim confiaram, subdelegando-me competências e atribuindo-me um pelouro em cada mandato, a todos os vereadores pela sã convivência, pelo que também me ensinaram e ajudaram e, se não me levarem a mal, destacando o Luís Cordeiro, meu companheiro de carteira, até nos eventos públicos e o Samuel Cruz, pois não só foram adversários políticos, como amigos nesta longa caminhada. Nós os três, com os nossos almoços, com a nossa oposição concertada, leal, quer com o executivo, quer entre nós, demos um exemplo à sociedade que é possível fazer política, defender cada um o seu partido, atacar quem está no poder, mas sempre com lealdade e amizade. Estou em crer que marcámos uma era. Por fim, agradecer a quem comigo mais directamente trabalhou, com zelo, dedicação e muita competência. Quero que saibam que o seu trabalho não é fácil. Assumir perante colegas que se trabalha com o(s) vereador(es) da oposição não é fácil nesta câmara e, quer a Susete Certal (no primeiro mandato), quer a Marisa Brandão neste (Nas suas pessoas, de uma forma simbólica, represento todos os funcionários), foram exemplos de profissionalismo, de entrega, de dedicação e de imparcialidade, de que sou o vivo testemunho. Tal como já me tinha acontecido aquando da minha passagem enquanto director do Centro de Emprego do Seixal, onde encontrei excelentes profissionais, estas são duas profissionais que recomendaria a qualquer empresa ou entidade. Dignificam o que é ser um funcionário público. Quanto à política, para mim, é um ²e End... ou será apenas um intervalo? Só Deus sabe. .

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


OPINIÃO

Novo Hospital do PSD/CDS-PP para o Montijo é afinal uma Clínica Privada

A

candidatura à Câmara Municipal de Montijo do PSD/CDS-PP, encabeçada pelo candidato João Afonso, promete um novo Hospital no Montijo, construído com dinheiro público municipal e gerido por uma IPSS. É importante esclarecer que este dito Hospital será sempre uma unidade de saúde privada/particular perante o Serviço Nacional de Saúde-SNS, à semelhança dos serviços de saúde da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde no qual esta proposta para o Montijo se inspira. 1. Ter um edifício construído e equipado com dinheiro públicos não faz dele uma unidade de saúde pública. O exemplo, muitas vezes referido, do Hospital de Proximidade de Sintra, não pode ser interpretado com a chamada leitura na diagonal. É uma realidade que

será a autarquia de Sintra a construir o edifício, mas todo o funcionamento será suportado pelo Estado e este Hospital ficará integrado em pleno no SNS, através de um acordo prévio à construção assinado pelo Município e pelo Ministério da saúde. 2. A unidade de saúde proposta pela coligação não fará parte integrante do SNS, ou seja, em termos práticos não será uma unidade de referência do SNS 24 (anterior Saúde 24), não terá articulação direta com os restantes serviços de saúde em termos de marcação de consulta, cirurgia, tratamentos, transferências, entre outros. 3. Os valores cobrados pelos cuidados médicos serão os acordados com a ARS (caso exista acordo) e não os praticados no SNS. O que significa, em termos práticos para os utentes, que a isenção das taxas mode-

radoras não será aplicada e os valores a pagar pelos atos e exames serão diferentes consoante os seguros de saúde ou os subsistemas com acordos. Pegando no exemplo dos serviços de saúde da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, podemos comparar o custo de um episódio de urgência: a chamada consulta de urgência tem um custo de 25€, no Hospital do Montijo a taxa moderadora é de 14€. Nem todas as valências em Vila do Conde estão protocoladas e assim o utente do SNS paga como particular. Ainda é relevante referir que o serviço de análises só funciona até às 18h e o serviço de imagiologia até às 22h. É bom recordar, que uma das antigas reivindicações da população da área de influência do Hospital de Montijo, já satisfeita, foi o funcionamento do serviço de

ATUALIDADES CÉU SIMÕES

CANDIDATA DO PS NA LISTA À UF MONTIJO/AFONSOEIRO análises durante as 24H. 4. O modelo de gestão tripartido que nos é proposto não se encontra legislado, ou seja, a autarquia terá de efetuar um protocolo com a entidade gestora e, posteriormente, esta fará, ou não, um acordo com Administração Regional de Saúde - ARS. A autarquia não tem controlo sobre as condições do acordo, nem sobre os valores acordados. E mais, neste momento não tem qualquer garantia de que os acordos possam ser estabelecidos. Qual a diferença entre a oferta dos serviços do Hospital do

Montijo, bem como dos serviços de saúde já existentes na comunidade, e a oferta dos serviços do modelo proposto? Seguramente que estará na fatura a pagar e nos direitos que a população terá de usufruir das suas valências e serviços, que não será generalizada uma vez que não fará parte do SNS. Nesta situação em concreto, é legítimo perguntar se o modelo proposto pela coligação PSD/ CDS-PP será uma mais-valia para a população...? Ou terá mais vantagens para a entidade privada que for responsável pela sua gestão? .

Abstenção quotidiana

A

proximam-se as eleições autárquicas e, com elas, o ruído visual e sonoro. Outdoors, cartazes, altifalantes montados em carros de campanha, flyers distribuídos e, quase sempre, descartados pelas ruas, deixando os rostos dos candidatos a esvoaçar tristemente por entre pisadelas dos transeuntes. Os partidos publicitam-se como se fossem marcas, tentando cada qual apelar ao eleitorado a partir de frases curtas e superficiais. Durante algumas semanas existe uma tentativa de aproximação entre quem quer estar no poder e os cidadãos, o que permite pensar no que a política deveria ser e, regra geral, não é. A preocupante taxa de abstenção

não é o único indicador desta distância, embora talvez seja um dos mais significativos. A que se deverá o desinteresse maioritário da população naquilo que se passa na vida política? A ideia subjacente ao sistema está correcta: elegemos um conjunto de pessoas para nos representar e tomar as melhores decisões possíveis quanto ao rumo da nossa vida colectiva. Seja qual for a ideologia em causa, ou o partido, os objectivos deveriam ser os mesmos: servir os interesses da população, gerir os recursos existentes, lançar ideias para o futuro, pensar no desenvolvimento do território de forma integrada. Auscultar os anseios da população e tentar ir ao

encontro das melhores práticas, tendo em vista uma constante melhoria da vida em determinado local. A distância que existe em relação à vida política surge de uma constatação demasiado frequente de que estes objectivos não são cumpridos. Porém, o que acontece devido ao desinteresse generalizado da população é que a política passa a ser muito pouco escrutinada e, por isso, mais fácil se torna o favorecimento de grupos de interesse em detrimento do interesse global da população. Mais do que votar, parece necessário que a vida política comece a fazer parte do quotidiano, o que deveria aliás ser incentivado pelos próprios partidos e

À PARTE LEVI MARTINS

DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS

candidatos, dando exemplos significativos de cidadania, preocupação pelo interesse comum e pela possibilidade de discussão pública e aberta de todos os temas sobre os quais há decisões importantes a tomar. A mais importante abstenção a combater é a abstenção quotidiana – a distância que existe entre a vida privada e a vida pública,

devido a uma aceitação tácita da impossibilidade de alguém nos representar de forma condigna e leal. Que estas eleições sejam mais um motivo para debate, escrutínio, avaliação do trabalho feito, oportunidade para mudança, num verdadeiro confronto entre o eleitorado e quem decide que tem capacidade para nos representar. .

Todos os sábados, com o semanário expresso, o seu jornal de referência, único com circulação em todo o distrito de Setúbal. Tiragens regulares de 40.000 exemplares e audiência média estimada em 160.000 leitores.

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