JORGE HUMBERTO Pergunta o que houve de novo no turismo de 2014
ARLINDO MOTA E o sal que não salga para explicar o tormento da crise
PAULO EDSON CUNHA Enfatiza o benfiquismo no dossier da câmara do Seixal
AMÉLIA ANTUNES Fala das confusões que pairam na gestão PSD/CDS
CATARINA MARCELINO Diz que a governação 'Rosa' marca a diferença na região
16 anos
Distribuído com o
A REGIÃO
SOMOS TODOS
NÓS
edição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais
JOÃO COUVANEIRO Abre nova rubrica para falar de Educação e cidadania
VENDA INTERDITA Sábado | 24 janeiro 2015
Diretor: Raul Tavares semanário — edição n.º 840 • 8.ª série — 0,50 € • região de setúbal
www.semmaisjornal.com
CULTURA 9
NEGÓCIOS 12
SOCIEDADE 3
Peça "As criadas" surpreende e emociona no Teatro Municipal do Barreiro
Diretor-Geral da ExcentrikVetor, Francisco Martins, prepara novos desafios
Cinemas da região perdem 400 mil espetadores nos últimos dez anos Fotos: DR
Distrito vai ter 12 centros de saúde incluídos no plano de contigência contra a gripe
Portos de Setúbal e de Sines com um 2014 histórico NEGÓCIOS Os portos de Setúbal e de Sines bateram todos os recordes o ano passado, em movimentação de carga e em volume de negócios. Um ano em cheio que comprova a sua dimensão nacional. PÁG. 13
Litoral Alentejano quer Pires de Lima a falar do IC1 e IP8 SOCIEDADE Os presidentes dos municípios do Litoral Alentejano, reunidos no seio da CIMAL, liderada por Vitor Proença, querem ser reunidos por Pires de Lima. Estão fartos de estradas perigosas. PÁG. 3
Vitória de Setúbal tem uma nova estrela no atletismo A decisão decorre dos últimos episódios com mortes nas urgências do país, entre as quais as ocorridas no São Bernardo, em Setúbal, e Garcia de Orta, em Almada. Os novos centros espalham-se pelas localidades do Seixal, Almada, Barreiro, Moita, Alcochete, Pinhal Novo, Azeitão e São Sebastião (Setúbal), Sesimbra e Palmela. PÁG. 3 Pub.
RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE, 138
960 331 167
DESPORTO Só há cerca de dois anos pratica a modalidade, depois de um longo percurso na natação. Mas a juvenil Sofia Ribeiro agora só pensa que «o céu é o limite», após ter vencido os nacionais. PÁG. 11
ENFOQUE
Carlos Sargedas luta desde 2008 pela requalificação do Cabo Espichel e do seu santuário
Uma cruzada para dobrar o Cabo das tormentas Tem calcorreado os corredores do poder em nome da requalificação do Cabo Espichel e da sua importância histórica. É uma luta que anda aos solavancos, mas sem tréguas, porque o fotógrafo Carlos Sargedas não é de desistir Texto Anabela Ventura ORIUNDO de uma família ligada às artes, filho do ator João Sargedas, Carlos já fez de tudo, mas foi ‘agarrado’ pela fotografia. E foi a partir desta atividade que se ligou ao turismo e ficou com a envolvência do Espichel na cabeça. «Fui-me apercebendo do potencial turístico da zona, mas também a sua degradação. Após a saída dos ocupantes, ainda se pensou que o Santuário iria ser recuperado e todo o concelho iria ganhar com isso, mas nada aconteceu e até os Círios foram ao longo dos anos abandonando o local», desabafa. Carlos Sargedas arrancou com esta cruzada em 2008, quando acompanhou umas jornada sobre o Cabo Espichel. «Nessa altura questionei a autarquia sobre o que estaria pensado para as comemorações dos 600 anos do Santuário e nada», reconta. E avançou. Durante oito meses decorreram 16 conferências e muitas exposições de fotografia, como forma de mostrar ao público e às instituições o elevado estado de abandono a que aquele património edificado estava votado. A edição de um livro e a produção de um documentário, lançado já em 2015, e até um concerto musical, com a participação de doze bandas, compuseram a carteira de divulgação do dossier. «Foram estas ações que elevaram a questão a uma escala nacional, fui a todas as televisões e o assunto
para a agenda mediática. Mas do ponto de vista político tem sido dois anos de loucura», afirma. Grande vertigem nos corredores do poder Correu grupos parlamentares e entrou numa vertigem de atribuição de culpas pela situação macabra que se verifica naquele património nacional. «O Tesouro diz que é com a Câmara de Sesimbra, a Cultura sacote a água do capote e até já fui à presidência da Assembleia da República», lamenta. Agora espera que o polémico dossier suba até à Provedoria da República, até porque uma das
questões que está em causa é, segundo diz, «o Estado que solicita um milhão de euros para devolver uma ‘coisa’ que lhe foi dada de borla». E quanto às culpas, Sargedas dispara em todas as direções:
Finisterra como grande embaixador Carlos Sargedas é o fundador do Arrábida Film Art & Tourism Festival que arrancou, quando, como diz, começou a ganhar prémios de fotografia sobre a zona da Arrábida e Espichel. «Passei por vários festivais na Grécia e Polónia e também em Portugal e percebi o potencial de promoção turística que cada festival comporta na promoção de uma região. Aos poucos envolvi-me com o festival Art&Tur que na altura havia em Barcelos, durante o qual, através do seu mentor o Dr. Francisco Dias, aprendi muito e me atrevi, dois anos depois, a começar aqui em Sesimbra», explica. E depois foi o êxito conhecido. «Confesso que fiquei surpreso pelo êxito internacional logo no primeiro ano, pois fomos logo referenciados em Cannes e convidados a ir lá mostrar o mesmo no Stand do ICA, no ano seguinte. Foi incrível a receção e, de imediato, fomos convidados a formar aquilo que hoje é já uma realidade: a Associação Arrábida Film Commission que, no contexto do Finisterra, mostra e desenvolve, promove e tenta atrair produções internacionais de cinema para a região da Arrábida», comenta. Hoje, a caminho da 4º edição, o evento cinéfilo, que era para se chamar Festival Cabo Espichel, é reconhecido em mais de 47 países. «Ficou Finisterra, porque o cabo também é um Finisterra», explica.
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
«Acho que as culpas são em primeiro lugar de todos aqueles que deixaram que a situação chegasse a este ponto. Aos Círios que foram deixando os espaços que lhes eram pertença, apesar de alguns deles dizerem ter sido “postos dali para fora”. À igreja que deixa as coisas acontecer como se não fosse nada com eles, na esperança que alguém faça alguma coisa e que reclamam ser donos daquele património, e o Estado porque não cumpriu e pior, não devolve, não faz nem deixa fazer», afirma,
contundente. Sem desalento, Carlos Sargedas promete continuar nesta senda, sobretudo porque não tem dúvidas de que a requalificação do Cabo Espichel e do seu Santuário será um ‘balão de oxigénio’ para o desenvolvimento turístico do concelho e da região. «Precisamos nesta região da Arrábida de potenciar o turismo da natureza e todas as vertentes associadas, incluindo o cine-turismo, como tem provado o festival de cinema Finisterra (ver caixa)», conclui.
A causa do turismo e de Sesimbra levou-o à política «Sou um homem de causas e uma delas é Sesimbra, de onde sou natural», diz Carlos Sargedas. Essa foi a grande razão que o levou, nas últimas autárquicas, a lançar um movimento político e a candidatar-se à Câmara. «Mais do que reclamar é importante agir. Sei que muitos dizem que sou ‘um louco com a mania das grandeza’, mas a minha máxima é a de que tudo é possível, com determinação e trabalho», diz ao Semmais. Carregado de ideias para o turismo da região, diz que ainda lhe falta fazer muita coisa, e parte dentro de dias para o Brasil, onde vai promover Sesimbra, a Arrábida, o Festival Finisterra.
2
SOCIEDADE
Reforço pretende evitar que casos graves cheguem às urgências e reduzir afluência aos hospitais
É uma decisão que decorre das últimas ocorrências nas urgências do S. Bernardo, em Setúbal, e Garcia de Orta, em Almada, com duas mortes polémicas.
A PENÍNSULA de Setúbal vai ter 12 centros de saúde de portas abertas durante mais tempo – à noite e aos fins-de-semana - até ao dia 27 de Fevereiro. O objetivo do Governo aponta ao reforço do atendimento aos doentes numa época especialmente vulnerável. Segundo a própria Direção Geral de Saúde, espera-se uma maior afluência de doentes por causa da epidemia de gripe, mas esta medida excecional também pretende contribuir para aliviar os serviços de urgência dos hospitais de Setúbal, Almada e Barreiro. Não têm faltado exemplos de congestionamentos no último mês. Segundo a lista a que o Semmais teve acesso (ver caixa), as unidades de cuidado de saúde escaladas pela tutela para prolongarem o horário de funcionamento neste plano e contingência da gripe estão radicados em Palmela, Sesimbra, Setúbal, Azeitão, Pinhal Novo, Alcochete, Moita, Barreiro, Seixal e Almada. Os horários alargados vão manter-se ao longo de seis semanas, tendo o plano sido anunciado numa altura em que as urgências hospitalares passam por grande dificuldades para responderem a uma elevada afluência de pacientes, tendo o distrito sido notícia devido a três casos de morte nestes serviços, após largas horas de espera. O primeiro caso reporta-se a 2 de Janeiro. Diamantino Teixeira, e 77 anos, que morreu nas urgências do Hospital de Setúbal, onde, se-
DR
Texto Roberto Dores
A lista das unidades de saúde com horários prolongados AC Almada – Dias úteis das 20.00 às 22.00. Sábados e domingos das 10.00 às 17.00 AC Seixal – Dias úteis das 20.00 às 22.00. Sábados e domingos das 10.00 às 17.00 AC Barreiro, extensão da Quinta da Lomba – Dias úteis das 18.00 às 22.00. Sábados e domingos das 9.00 às 22.00 AC Moita, extensão da Baixa da Banheira – Dias úteis das 18.00 às 22.00. Sábados e domingos das 09.00 às 22.00. AC Alcochete – Só abre sábados e domingos das 09.00 às 18.00 AC UCSP Pinhal Novo – Praça do Ultramar – Só dias úteis das 14.00 às 20.00. Praça da República – das 14.00 às 20.00 AC UCSP Azeitão – Só dias úteis das 14.00 às 19.00 AC UCSP São Sebastião – Só dias úteis das 14.00 às 20.00 AC UCSP Sesimbra – Dias úteis das 15.00 às 20.00. Sábados e domingos das 11.00 às 21.00 AC UCSP Palmela – Só sábados e domingos das 10.00 às 20.00 AC UCSP São Sebastião – Só sábados e domingos das 10.00 às 20.00 *AC -Atendimento Complementar UCSP – Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados
gundo os familiares, esteve cerca de quatro horas à espera de ser atendido, embora a administração da unidade de saúde tenha garantido que a morte se ficou a dever ao facto do doente sofrer de múltiplas patologias e ter sido vítima de «agravamento clínico súbito», pelo que os esforços realizados não evitaram o trágico desfecho.
Casos clínicos não convencem famílias Os argumentos do hospital não convencem a família. A filha, Lurdes Teixeira, alerta mesmo ter havido uma desvalorização do quadro clínico do pai, que tinha sido operado há cerca de oito meses. O idoso vomitou durante cerca de
24 horas - entre o dia 1 e 2 de janeiro - e viria ficar confuso, até que a família decidiu chamar o INEM. Porém, segundo relata Lurdes Teixeira à Lusa, o médico que se deslocou ao local considerou que o paciente precisava apenas de ser hidratado e informou o Centro de Orientação de Doentes Urgentes de que não era necessário enviar uma ambulância para assegurar o transporte do doente ao hospital. Uma semana depois, um idoso morria no Hospital Garcia de Orta, após uma espera de três horas. O homem tinha ficado com pulseira amarela após a triagem. A investigação do hospital também concluiu que não haveria nada a fazer, mas no último sábado a unidade de saúde voltaria a ser acusada de ter abandonado uma idosa, que também acabaria por morrer. Chamava-se Maria Vitória Moreira Forte. Segundo a família, deu entrada sábado, pelas 11.00 horas, vindo a ser vista por um médico «apenas cerca das 20.15», segundo o filho, João Carlos Silveira, que se afirma «indignado» com a forma como a mãe «foi deixada ao abandono numa maca de um corredor sem comer». A idosa foi triada assim que entrou na unidade de saúde, ficando com pulseira amarela. João Carlos Silveira revela que Maria Vitória Forte até chegou a ser chamada pelas 19.30, mas o filho não percebeu o número do gabinete. «Pedi ajuda à enfermeira, que, nessa altura, estava a mudar a fralda à minha mãe. Respondeu-me que naquele momento não podia ser», relata. Foi ter com o médico para explicar a situação, mas garante ter sido mal recebido. «Pôs-me fora antes de a ir ver”, conta, relatando que a mãe, de 89 anos, estava acamada há cinco meses na sua casa, em Almada.
Litoral alentejano pede audiência a Pires de Lima sobre o atraso das obras do IC1 e IP8 OS PRESIDENTES dos municípios do Alentejo Litoral, reunidos na Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), pediram uma audiência ao Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações para debater os graves constrangimentos desta sub-região no que respeita às acessibilidades, nomeadamente estradas e ferrovia. “Decorridos vários meses, não se obteve qualquer resposta”, dizem
os autarcas, que solicitam agora audiência ao Ministro Pires de Lima. Os autarcas de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines, têm acompanhado com «enorme preocupação» a situação das infraestruturas de transportes no Alentejo Litoral. Independentemente das ações levadas a cabo individualmente por cada município, no seio da CIMAL os autarcas, além de “uma posição convergente têm
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
procurado um canal de interlocução com o Governo. Contudo, os pedidos de audiência enviados durante 2014 para o secretário de estado da tutela têm ficado sem resposta”. Apesar das diversas promessas, nomeadamente relativas à requalificação do troço do IC1 entre Alcácer do Sal e Grândola e ao reinício das obras dos troços a concluir no IP8, é visível a ausência de “consequências no terreno”. Estas
Vítor Proença, presidente da CIMAL
são duas vias “fundamentais para a mobilidade dentro da região, mas também de acessibilidade externa”. No caso do IC1, a sinistralidade “grave tem-se sucedido e a via não apresenta quaisquer condições de circulação”.
DR
Região tem 12 centros de saúde no plano de contingência da gripe
Prédio n.º 13 depois da explosão
Arguidos no caso da explosão no prédio n.º 13 em Setúbal não falaram no julgamento OS TRÊS técnicos das empresas Gasfomento, Ecatotalinspe e Setgás acusados de comportamentos negligentes no decorrer de uma verificação ao sistema de gás do prédio nº 13 da Rua Afonso Paiva, no Monte Belo, em Setúbal, em Novembro de 2007, e que terá estado na origem de uma explosão, recusaram-se a prestar declarações na fase inicial do julgamento que decorre desde segunda-feira, admitindo no entanto que poderão fazê-lo posteriormente. Além de tentar apurar eventuais responsabilidades criminais dos três arguidos, o tribunal singular, presidido pelo juiz Tiago Prudente, vai apreciar os pedidos de indemnização por danos morais e patrimoniais apresentados pelas quarenta e oito famílias que residiam no prédio quando ocorreu a explosão, pelos moradores de prédios vizinhos e proprietários de estabelecimentos comerciais As obras de estabilização do prédio custaram mais de 750 mil euros ao Governo Civil de Setúbal e a reconstrução do prédio custou cerca de 1,3 milhões de euros pagos pelas seguradoras dos condóminos, sendo que agora, quer o Estado Português quer as seguradoras, querem recuperar os montantes gastos. Os pedidos de indemnização no processo cível, que também serão apreciados no julgamento, ascendem a cerca de quatro milhões de euros. As próximas cinco sessões do julgamento vão decorrer entre os dias 26 e 30 de janeiro, no Auditório Municipal Charlot cedido ao tribunal pela Câmara Municipal de Setúbal, face ao elevado número que, só no caso das testemunhas, ascende a mais de 200.
3
SOCIEDADE
Ainda assim distrito é dos mais cinéfilos do país
Cinemas do distrito perderam 400 mil espectadores em dez anos Em 2004, as cerca de cinquenta salas de cinema da região registaram 1.538.000 espectadores, contra 1.143.436 verificadas o ano passado. Ainda assim o distrito é o terceiro mais cinéfilo do país.
AS SALAS de cinema da região perderam 394564 espectadores no espaço de uma década. Em 2004 um total de 51 ecrãs reuniram à sua frente 1 538 000 clientes, enquanto em 2014 os 43 ecrãs não foram além de um 1 143 436 espectadores, para uma receita de 5,9 milhões de euros. Ainda assim, o distrito de Setúbal entra nas estatísticas como o terceiro «mais importante» de Portugal, apenas atrás de Lisboa e Porto. A revelação é feita à boleia dos dados provisórios do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), a que
o Semmais teve acesso, atestando a curva descendente do número de espectadores nas salas de cinema da península ao longo dos últimos dez anos, tendo 2014 registado a audiência mais baixa da última década. O distrito seguiu assim a tendência exibida pela maioria das regiões do país, sendo que os bilhetes vendidos em 2014 traduzem ainda uma queda de 3,8% face a 2013, que, por seu lado, já tinha sido um período que dava sequência a quatro anos de quedas consecutivas,
desde que em 2008 se atingiram valores mais animadores para a sétima arte nas salas da região. “The Hunger Games: A Revolta” foi o filme mais visto Foi nesse ano que os 11 recintos – menos dois que os 13 do ano passado – e os 48 ecrãs acumularam 1588608 de espectadores. Os clientes assistiram nesse ano a 54250 sessões, mais 8072 do que as 46178 exibidas em 2014. Ainda no distrito de Setúbal o
“The Hunger Games: A Revolta – Parte 1” foi o filme mais visto em 2014, enquanto no cinema português, o campeão de bilheteira foi “Os Maias – Cenas da Vida Romântica”, de João Botelho. O negócio da exibição cinematográfica continua a ter na NOS Cinemas (antiga Lusomundo) a grande dominadora com uma quota de mercado que chega aos 61,6%. Seguem-se a UCI (12,3%), a Cineplace (8,7%) e a NLC (6,6%). Em conjunto, estas quatro empresas representam
89,2% do mercado nacional. A liderança repete-se na área da distribuição com a Nos Audiovisuais a assumir mais de metade do mercado (57%). A Big Picture Films (empresa participada pela NOS Audiovisuais) ocupou o lugar deixado pela extinta Columbia TriStar Warner e tornou-se na segunda distribuidora mais importante com 26% de quota de mercado. As duas líderes representam para cima de 80% do total. Roberto Dores
TEM ALGUMA casa a precisar de obras profundas, mas não dispõe de dinheiro para as fazer? Ou mora em algum prédio que carece de intervenção, mas nem todos os condóminos estão dispostos a pagar? A solução para estes dois exemplos pode estar a caminho, como explicou ao Semmais o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, depois do Governo ter criado um fundo de 2 mil milhões de euros destinados a financiar a reabilitação urbana promovida por privados em todo o país. Alguns dos centros históricos da região estão na calha para aproveitarem o programa. O financiamento é apresentado pelo governante com «a vantagem» dos senhorios passarem a usufruir de «prazos longos e com taxas muito baixas», numa altura em que já foi publi-
cado em Diário da República o despacho que criou o grupo de trabalho que vai agora desenhar o instrumento financeiro. O grupo já tem menos de 30 dias para essa tarefa que vai juntar fundos comunitários. «Serão verbas dos programas operacionais regionais e do programa operacional nacional para a sustentabilidade e eficiência no uso de recursos», explicou Manuel Castro Almeida, revelando que o financiamento terá origem no Banco Europeu de Investimentos e da banca comercial. Depois será gerido pelas entidades financiadoras e pelas autarquias, que o governante considera serem essenciais na identificação dos prédios e no estímulo aos proprietários” para que recorram ao financiamento. «É possível que esta medida dinamize o mercado de arrendamento e consiga também melhorar
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
a eficiência energética das habitações, contribuindo para mudar a imagem das cidades», acrescentou. Ainda assim, ficou a ressalva: «Não se trata de verbas a fundo perdido, mas antes de empréstimos a taxas muito baixas, por serem fundos europeus, que não têm juros, e de longo prazo, que poderão chegar mesmo aos 20 anos», insistiu o governante, acreditando que a oportunidade será aproveitada «por muitos proprietários e que o país vai começar a melhorar o seu parque urbano». O mesmo representante do Governo deu ainda o exemplo de prédios onde morem várias famílias: «O fundo prevê apoio a todas e não apenas a algumas. Não faz sentido um edifício ser parcialmente recuperado, enquanto a outra parte continua degradada».
DR
Casas velhas do distrito vão ter apoios do Estado que as podem deixar novas em folha
Requalificação urbana pode ver a ter outra oportunidade
Manuel Castro Almeida afirmou ainda que o objetivo é que o fundo, que inicialmente poderá ser superior aos 2 mil milhões
de euros, possa vir a crescer com o tempo à medida que o dinheiro emprestado for sendo amortizado.
4
FRANCISCO CARDOSO, que aposta num trabalho de parcerias, foi reconduzido no cargo de Provedor da Misericórdia de Palmela pela quarta vez. Francisco Cardoso afirmou que, com o novo enquadramento legal das misericórdias, é preciso, cada vez mais, «trabalhar em parcerias para sermos todos mais fortes em prol dos mais carenciados», acrescentando que os apoios têm sido escassos por pertencermos à Área Metropolitana de Lisboa. «Temos de fazer as coisas com capital próprio e isso não nos permite meter em grandes aventuras», sublinhou. A Misericórdia de Palmela, incluindo a cantina social, dá apoio a cerca de 280 pessoas repartidas também pelo lar de S. Pedro e centro de dia em Aires. Cerca de cem famílias carenciadas batem à porta da instituição para tomar a sua refeição, com «tendência para aumentar». Um dos grandes desejos da Misericórdia de Palmela é a entrada em ação do serviço de apoio domiciliário e a transformação do Hotel Apartamento de Palmela, que está em insolvência, num outro projeto para a instituição. «En-
DR
Francisco Cardoso reconduzido no cargo de Provedor da Misericórdia de Palmela
Francisco Cardoso, à direita na foto
quanto não forem resolvidas algumas situações burocráticas, que esperamos que aconteça no primeiro trimestre deste ano, não nos podemos candidatar, por exemplo, ao serviço de apoio domiciliário», esclareceu, reconhecendo que se trata de uma valência de «grande importância» para aquelas pessoas que não frequentam os lares. A tomada de posse dos novos
Provedor desde 2007 Francisco Cardoso, 55 anos, bancário de profissão, nasceu em Palmela. O primeiro cargo que assumiu na Santa Casa, foi o secretário da Mesa da Assembleia Geral, em 2003. É Provedor desde 2007. Francisco Cardoso ainda pode desempenhar tais funções por mais dois mandatos, que agora passaram a 4 anos.
corpos sociais para o quadriénio 2015/2018, teve lugar no passado dia 20, ao final da tarde, na Igreja da Misericórdia, em Palmela, tendo sido benzida pelo pároco José Maria. Ao ato compareceram, entre outros, Ana Clara Birrento, diretora da Segurança Social do Distrito, Cardoso Ferreira, representante da União das Misericórdias Portuguesas, a vereadora da CDU Adília Candeias e Fernando Baião, presidente da Junta de Palmela. A sessão foi animada por alunos do Conservatório de Palmela. Fernando Baião referiu que a Misericórdia está a «trabalhar bem», enquanto Fernando Cardoso considera que estas instituições estão a «prestar um serviço de grande relevância à comunidade». Já Adília Candeias desejou uma «boa gestão» para o novo mandato, enquanto Ana Clara Birrento sublinhou que «o trabalho em rede em articulação com a Segurança Social, as mutualidades e as IPSS´s é fundamental para «encontrar soluções para o combate à pobreza e à exclusão social. António Luís
37 mil alunos da região vão estar no 7.º Geração Depositarão O 7.º Geração Depositarão da ERP Portugal vai contar com a participação de cerca de 37 mil alunos de Setúbal, representando 54 escolas do distrito. A ação apela à recolha e ao correto tratamento dos resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos e resíduos de pilhas e acumuladores, envolvendo as escolas e a comunidade local. Com esta iniciativa, a ERP Portugal pretende introduzir o tema da gestão destes resíduos junto dos mais novos, tendo as escolas como agentes importantes na divulgação e introdução de boas práticas. «É de salientar que a última edição recolheu mais de 300 toneladas destes resíduos encaminhados para tratamento e reciclagem, o que representa um crescimento de 36 por cento em relação à edição anterior. O envolvimento cada vez maior das escolas reflete-se no aumento dos volumes recolhidos, bem como no reconhecimento das escolas como pontos de recolha», afirma Filipa Moita, responsável de comunicação e sensibilização da ERP Portugal. Pub.
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
5
LOCAL
Montijo lança livro sobre o foral manuelino Dia 27, é lançado o 2.º volume comemorativo dos 500 Anos do Foral Manuelino de Aldeia Galega do Ribatejo, às 21 horas, na galeria municipal. Da autoria de João Dias, a obra pretende ser mais um con-
tributo para o acervo documental sobre a cultura e a identidade do povo de Aldeia Galega do Ribatejo e para a apresentação pública de uma visão histórica sobre os códices dos forais novos.
Conversas com o público em Almada O Teatro Joaquim Benite dá início ao “Conversas com o público”, que permite reflexão aprofundada em torno de temas suscitados por alguns dos espetáculos em cena. A primeira conversa, que
está marcada para este sábado, dia 24, às 18 horas, será dedicada a “Kilimanjaro” e a Ernest Hemingway. Além do encenador Rodrigo Francisco, estão presentes José Mário Silva e José Vieira Mendes.
Seixal queixa-se do agravamento das condições de acesso aos cuidados de saúde A Câmara do Seixal considera que o Governo PSD/CDS está a prejudicar as populações por encerrar serviços de grande utilidade O MUNICÍPIO aprovou, em reunião de Câmara, tomada de posição contra o agravamento das condições de acesso da população do concelho aos cuidados de saúde. A autarquia considera que nas últimas décadas se tem vindo a assistir à degradação dos serviços públicos de saúde, com o encerramento de serviços, a concentração de valências e departamentos, a diminuição dos horários de
Alcochete isenta e reduz taxas ao movimento associativo O MUNICÍPIO aprovou, dia 21, várias isenções e reduções de taxas a aplicar ao movimento associativo, como forma de apoio a todas as associações e coletividades que promovem atividades culturais, desportivas, sociais e recreativas no concelho. Entre outras, foram aprovadas isenções na licença especial de ruído; albergue da Juventude - isenção de pagamento de taxas até 20 dormidas por ano civil; Veículos - isenção do pagamento de taxas relativas a 1 500 quilómetros (ida + volta), por ano civil, não podendo as viagens excederem os 400 quilómetros (ida e volta); Fórum - isenção em uma utilização do auditório, por ano civil, devendo a mesma ocorrer em qualquer dia da semana excetuando domingo e feriados.
funcionamento das unidades de saúde e com a falta de investimentos que permitam qualificar o Sistema Nacional de Saúde. A falta de meios e equipamentos de saúde no concelho, onde sobressai os mais de 40 mil utentes sem médico de família e a insuficiente capacidade de resposta do Hospital Garcia de Orta, bem como a não construção do Hospital do Seixal, têm significado um “prejuízo acrescido” para os doentes e população. Quando o quadro existente fazia pressupor a necessidade urgente de medidas por parte do Governo para ultrapassar a situação atual, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, por orientação do Governo, “não considerou, no quadro do concur-
so para preenchimento de 70 vagas de médicos de família, qualquer vaga destinada às Unidades de Saúde de Seixal e Almada, não obstante o respetivo agrupamento ser um dos mais carenciados em termos de recursos humanos em toda a ARSLVT”. A edilidade expressa, por esta via, a “mais profunda contestação” a esta decisão da ARSLVT, que prejudicará ainda mais o acesso aos cuidados de saúde primários às populações do Seixal e Almada. Esta medida do Governo é “demonstrativa do desrespeito” pelas populações de Seixal e Almada que através das suas comissões de utentes e órgãos do Poder Local Democrático têm solicitado “insistentemente” junto do Ministro da Saúde, Paulo Ma-
Barreiro adota estratégia de adaptação às alterações climáticas O MUNICÍPIO foi uma das 26 autarquias que assinou este mês, em Lisboa, o protocolo de parceria com o consórcio ClimAdaPT.Local, que visa a elaboração de estratégias municipais adaptadas às alterações climáticas. A sensibilização dos técnicos autárquicos e da população sobre estas matérias, com enorme impacto na vida das populações, que ultrapassa o estrito âmbito do clima, com implicações múltiplas, como na saúde pública, e “estimular o envelope financeiro que permita passar à prática” são, conforme o vereador Rui Lopo, os três pontos fundamentais a ter em conta na prossecução do projeto. Rui Lopo enfatizou a necessidade de procurar garantir meios financeiros, nomeadamente, avançou, contemplar apoios a nível comunitário. Rui Lopo realçou o papel das autarquias no processo. “O País pode contar com os municípios portugueses para mais este desígnio”, disse estar certo. A sessão, que se realizou na Reitoria da Universidade de Lisboa, contou com a presença de académicos e especialistas, na-
CMA desagrava associativismo
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
A degradação dos serviços públicos de saúde têm vindo a agravar-se
cedo, uma reunião para discussão deste “grave problema e que não só têm sido ignorados, como agora parecem ser discrimina-
dos pela persistência na reivindicação por melhores cuidados de saúde para as populações do Seixal e Almada”.
Montijo organiza gala sénior
Grândola investe mais de 13 mil euros no parque escolar
O município não esquece idosos Medidas vão ter impato na cidade
cionais e estrangeiros, tendo sido encerrada pelo Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos. O Barreiro terá, assim, em abril de 2016, uma estratégia municipal de adaptação às alterações climáticas. Além do Barreiro, assinaram o protocolo as seguintes 25 autarquias: Amarante, Braga, Bragança, Castelo de Vide, Castelo Branco, Coruche, Évora, Ferreira do Alentejo, Figueira da Foz, Funchal, Guimarães, Ílhavo, Leiria, Lisboa, Loulé, Montalegre, Odemira, Porto, Seia, São João da Pesqueira, Tomar, Tondela, Torres Vedras, Viana do Castelo e Vila Franca do Campo. Almada, Cascais e Sintra são os municípios piloto deste projeto.
A GALA da Agenda Sénior 2015 – Projeto Outros Olhares acontece dia 29, a partir das 15 horas, no Teatro Joaquim D’Almeida. O edil Nuno Canta dará início a esta gala que contará com as atuações dos alunos dos Ateliers do Gabinete Sénior da autarquia de teatro, dança e música. A tarde de quinta-feira será, ainda, marcada pelas atuações do grupo de danças tradicionais da Universidade Sénior, do Grupo de Ginástica do Projeto Saudável 65 e do Grupo de Cavaquinhos da Sociedade Filarmónica da 1.º de Dezembro. O recém-formado grupo coral da Academia Sénior do Alto Est./Jardia encerra o evento. A Agenda Sénior visa combater o isolamento social e promover um envelhecimento ativo, através da promoção de iniciativas recreativas e sessões de informação.
O MUNICÍPIO continua a dar prioridade à manutenção e reabilitação do parque escolar tendo procedido, durante a primeira quinzena de janeiro, à substituição das janelas das escolas da aldeia do Futuro, Ameiras e Canal Caveira. Um investimento municipal de mais de 13 mil euros que irá proporcionar melhorias significativas nas condições térmicas dentro das salas de aula que agora têm caixilharias de alumínio com vidro duplo de corte térmico. Recorde-se que no final de 2013 a autarquia procedeu aos trabalhos de substituição das janelas dos edifícios 1 e 2 da Escola EB1 de Grândola, com um custo de mais de 15 mil euros.
Requalificação em marcha
6
A HASTA pública de concessão de exploração do snack-bar e minimercado do Parque de Campismo do Forte do Cavalo decorre a 3 de fevereiro, às 10 horas, na biblioteca municipal, com base de licitação de 100 euros. A concessão de exploração tem prazo de oito meses. As propostas podem ser enviadas em sobrescrito fechado, por correio sob registo, ou entregues na Divisão de Gestão de Aprovisionamento e Património da Câmara, até às 15 horas de 2 de fevereiro. Os elementos do procedimento encontram-se disponíveis para consulta na Divisão de Gestão do Aprovisionamento.
Sines protege crianças e jovens A COMISSÃO de Proteção de Crianças e Jovens de Sines apresenta o Plano Local de Promoção e Proteção dos Direitos da Criança 2015/17, a 4 de fevereiro, às 14 horas, no Centro de Artes de Sines. Este plano surge no seguimento de um desafio lançado a todas as CPCJ do país, pela Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco e visa construir uma cultura de promoção dos direitos das crianças e dos jovens e prevenção para situações de perigo. O plano resulta de um diagnóstico feito no concelho, fruto de um esforço comum entre as entidades locais com competência em matéria de infância e juventude, e de um questionário realizado junto de crianças e jovens em contexto escolar, através dos quais foram aferidas as situações de risco com maior incidência no concelho. Neste sentido, foi elaborado um plano de ação estratégico, que define três eixos fundamen-
O plano resulta de um diagnóstico feito no concelho
tais em termos de prevenção primária, nomeadamente, a promoção dos direitos das crianças e dos jovens, a educação parental e ainda os comportamentos de risco das crianças/jovens, com uma execução de 3 anos, que será operacionalizado e ava-
liado pelas entidades envolvidas. A apresentação do plano resulta da certeza de que uma efetiva promoção dos direitos da criança exige o envolvimento de toda a comunidade do concelho de Sines.
Palmela experimenta nova carreira em Quinta do Anjo
Almada reforça horário para doentes com gripe
Santiago Setúbal dá novo promove enguia visual a praceta da Lagoa de A CÂMARA está a executar a reSanto André qualificação da Praceta Miguel Tor-
O PERÍODO experimental da carreira 714, entre Quinta do Anjo/ Estação da Penalva, via Bairro Alentejano, estende-se até março. Apesar dos TST ter assumido a carreira apenas até ao final do ano, o município está convicto da necessidade desta opção de transporte na freguesia e conseguiu chegar a acordo para o prolongamento. Segundo a autarquia, a utilização “regular por parte das populações é determinante para o sucesso do projeto, continuando a ser expetativa da autarquia a consolidação da carreira, de forma permanente”. O percurso conta com ligações diárias entre Quinta do Anjo e a Estação da Penalva, servindo os Portais da Arrábida e Palmela Village, a Quinta da Marquesa e os Bairros Alentejano, Marinheiros e Assunção Piedade.
O CENTRO de Saúde de Almada tem novo período de atendimento de doença aguda no âmbito do surto de gripe, entre as 20 e as 22 horas, nos dias úteis. Este horário destina-se exclusivamente ao atendimento de doentes com sintomas de gripe e irá durar até 27 de fevereiro. Todas as outras situações clínicas que não sejam diagnosticadas como gripe, serão orientadas para atendimento nas respetivas unidades de saúde.
O MUNICÍPIO está a organizar, até dia 1 de fevereiro, o 1.º Festival da Enguia da Lagoa de Santo André. Os sete restaurantes disponibilizam vários pratos confecionados com esta maravilha gastronómica local. Os restaurantes Cascalheira, Chez Daniel, Martins, Faz-te Esperto, Ti Lena, A Charrua – Kasa das Espetadas e Quinta do Giz, são os locais onde decorrerá esta mostra que visa «em primeira instância, poder dar a conhecer, para quem não conhece, esta iguaria que é muito local e que tem uma tradição muito forte, em particular na freguesia de Santo André, como é natural», destaca Álvaro Beijinha, presidente da edilidade, que classifica os pratos confecionados com as enguias da Lagoa de Santo André como «únicos», em virtude da sua qualidade.
O horário dura até 27 de Fevereiro
Moita distribui verbas à comunidade escolar NA SEQUÊNCIA da política de gestão e rentabilização dos espaços desportivos municipais, a autarquia moitense aprovou por unanimidade, na sua última reunião, a transferência de uma verba mensal para a EB 2, 3 José Afonso, em Alhos Vedros, e para a EB 2, 3 Mouzinho da Silveira, na Baixa da Banheira. Assim, tendo em conta os tempos de utilização e outras despe-
sas, a EB 2, 3 José Afonso vai receber, mensalmente, 2 500 euros. À EB 2,3 Mouzinho da Silveira, caberá 1 632 euros mensais. Com a gestão total do pavilhão desportivo, na Moita, e com a gestão partilhada dos pavilhões desportivos daquelas escolas, o município alarga a resposta desportiva ao movimento associativo e seus atletas, bem como à população em geral, em horário pós laboral.
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
INICIATIVAS
Seminário sobre Parque Natural
DR
Bar e minimercado de campismo de Sesimbra em hasta pública
res, no bairro da cooperativa CHE Setúbal, com novas áreas pedonais, espaços verdes e mobiliário urbano. A obra, com custos de 17 mil euros, abrange a melhoria das acessibilidades, o tratamento de uma zona de terra batida, o alargamento e continuidade de passeios e a criação de áreas de circulação pedonal, bem como a organização do estacionamento.
Os trabalhos estão a decorrer
Alcácer do Sal prepara recriação histórica COMERCIANTES, INSTITUIÇÕES e população responderam ao apelo feito pelo município e pela Junta de Freguesia do Torrão e participaram no passado dia 20, na primeira reunião preparatória da V Recriação Histórica – Feira Quinhentista do Torrão que decorre entre 22 e 24 de maio. A reunião, realizada no polo da biblioteca, serviu para o edil Vítor Proença, dar a conhecer o que se pretende para o evento
deste ano e apelar à participação de todos para que a feira seja um sucesso. Conhecer o “Torrão ao Tempo de Bernardo Ribeiro”, o escritor e poeta renascentista torranense introdutor do bucolismo em Portugal, autor da célebre novela “Saudades”, que colaborou no “Cancioneiro Geral”, de Garcia de Resende, e pertenceu à elite de poetas palacianos, é o tema e a proposta para esta recriação histórica.
Os valores naturais do Parque Natural da Arrábida são divulgados num seminário a realizar dia 26, na Casa da Baía, em Setúbal. O encontro conta com a participação de investigadores e professores da Universidade Nova de Lisboa. O seminário de divulgação dos recursos do PNA é complementado por uma exposição de posters científicos patente até dia 31 na galeria da Casa da Baía.
Moita dá a conhecer financiamentos Para dar a conhecer os financiamentos que se perspetivam no âmbito do Quadro Estratégico Comum e da Estratégia Portugal 2020, entre outros assuntos, o município promove este sábado e domingo, sessões de esclarecimento, no auditório da biblioteca Bento de Jesus Caraça, na Moita, dirigidas às entidades públicas e privadas.
Montijo dá posse a conselho de juventude Os membros do Conselho Municipal de Juventude do Montijo tomam posse dia 26, às 18 horas, na galeria municipal. Este órgão consultivo para assuntos relacionados com os jovens do concelho foi criado em Outubro de 1998, funcionou até 2004, tendo efetuado reuniões com periodicidade trimestral onde foram abordados temas como a educação e a toxicodependência.
Seixalmoda abre inscrições Já estão a decorrer as inscrições para o 22.º Seixalmoda – Concurso de Estilismo Interescolas do Seixal. A participação é aberta a alunos, até aos 23 anos, das escolas secundárias da rede pública do concelho. Os interessados podem ler as normas de participação no site da autarquia e inscreverem-se, como modelos ou como estilistas, até 11 de fevereiro. As propostas serão avaliadas pelo júri, de acordo com a criatividade, originalidade e a harmonia do projeto.
7
CULTURA
DICIONÁRIO ÍNTIMO
Recordar Angola com livro solidário
Maria Teresa Meireles
A biblioteca municipal do Vale da Amoreira, na Moita, é palco este sábado, dia 25, às 16 horas, da apresentação do livro “Malanje – O Tempo e a Memória”, que conta com a presença dos três autores do livro. A 1.ª edição contou com 500 exem-
o pensamento»; o segundo, «o que corre como o vento»). De acordo com Plínio: «Ninguém ignora que na Lusitânia, nos arredores de Lisboa e nas margens do Tejo, as éguas voltam-se para o Vento Ocidental e ficam fecundadas por ele; os potros assim engendrados possuem uma admirável ligeireza (…) O vento percorre a literatura: «E Tudo o Vento levou», de Margaret Mitchell; «A Sombra do Vento» de Carlos Ruiz Zafón; «O Vento nos Salgueiros», de Kenneth Grahame; «Vento, Areia e Amoras Bravas», de Agustina Bessa-Luís; «O Vento assobiando nas Gruas», de Lídia Jorge; «Ventos do Apocalipse», de Paulina Chiziane; «Os Ventos e outros Contos», de Eudora Welty; «O Vento dos Outros», crónicas de viagens, de Raquel Ochoa; «Mudam os Ventos, Mudam os Tempos - adagiário popular», de Manuel Costa Alves. «Ventoinha»: o diminutivo e o feminino; vento doméstico, domesticado. Ventiladores e ar condicionado – o vento obediente, eléctrico, manipulável. Moinhos de vento: Dom Quixote via neles gigantes e promessas de aventura. Moinhos de papel: para os fazer rodar, basta um sopro de criança. Memórias. Vento e chuva; vento com chuva: «Na chuvada, a ventania / faz virar o guarda-chuva. / Risada do vento», de Luísa Freire - e de novo o som do vento: o riso. Ciclones: o vento ciclópico. Ventos temperados, destemperados, desusados. Vento que despenteia. Vento e areia. Vento que fustiga; que varre e briga. Vento veloz, vento lento, vibração. Vento, vela - barco à vela. Vento agreste, agressivo, inusitado. Vento súbito, insubmisso. Vento vida, sopro, pneuma. Vento Norte, nortada; Ventos Sul, Este e Oeste: Rosa-dos-Ventos. Vento fértil, seminal – as ideias andam no ar, viajam no espaço com o vento e, com o tempo, só é preciso aprender a inalar. Inspiração e alento. Vento-desalento: «Todo aquele castelo de vento laboriosamente construído nos seus dias de ilusão, todo ele se esboroava e desfazia, como vento que era (…)», escreveu Machado de Assis. Os castelos de vento (tal como os de areia) desfazem-se como as nuvens que dele precisam para existir e se transformar. Impermanências.
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
Depois de cinco edições de luxo na Cabeça da Flauta
Super Bock Super Rock troca Sesimbra por Lisboa O município reconhece que o evento nacional deu grande visibilidade à terra e espevitou o turismo e comércio Texto António Luís DEPOIS DE cinco edições na Herdade do Cabeço da Flauta, junto à praia do Meco, em Sesimbra, o Super Bock Super Rock muda-se este ano para o Parque das Nações, em Lisboa, para assinalar 20 anos de existência e para revolucionar, uma vez mais, o paradigma dos grandes festivais em Portugal, com «um conceito moderno, assumidamente urbano e cosmopolita, com condições de excelência e uma localização única, tendo a qualidade e o conforto como atributos essenciais», refere Luís Montez, da organização. Augusto Pólvora, presidente do município de Sesimbra, lamenta a saída do evento do concelho, pois, na sua ótica, «dava, sem dúvida, uma grande visibilidade» à terra. Para o edil, o balanço das cinco edições em Sesimbra é positivo. «O festival foi muito importante uma vez que devido à sua
DR
VENTO, DO latim «ventus». Vento, massa de ar, deslocação, movimento, fulgor, agitação. Ventos: dinâmicas resultantes de diferentes pressões atmosféricas em diversos lugares. O vento e os cheiros; bons e maus ares; aromas ou cheiros pestilentos. Vento-veículo. «O ar, para se purificar, necessita da tempestade», ensina o provérbio. A adivinha repete esse movimento que o caracteriza: «Sou frio, / também sou quente, / sou fraco, / também sou forte, / nunca posso estar parado. / Vejam lá a minha sorte!». Os ventos podem ser constantes (alísios e contra-alísios); periódicos (monções e brisas); locais ou variáveis. Andar «contra» o vento ou «a seu favor»; «bons e maus ventos»: boa ou má sorte; gritar «aos quatro ventos»: em todas as direcções. Na «Odisseia», de Homero, os ventos trazem e levam Ulisses. Eólo, o Rei dos Ventos, ajuda o herói prendendo, num saco, os ventos nocivos. Em «Eros e Psique», de Apuleio, também é o vento que leva Psique do seu rochedo para o castelo do deus Eros/Cupido. «bons ventos o tragam» a saudação; «de Espanha, nem bom vento nem bom casamento» - o alerta. «beber os ventos por alguém»: perder-se de amores. Quando corre bem, a relação passa a ir «de vento em popa»; se corre mal, faz-se «um pé-de-vento» mas, como avisa a Bíblia a propósito do vento: «Sabes de onde vem e para onde vai?» Aprender a ver «de que lado sopra o vento» - a leitura de sinais e a consequente adaptação. «ventos de mudança»: expressão que implica noções de agitação, circulação, renovação. O Vento era um homem que Deus tornou invisível, ensina o imaginário tradicional, para que pudesse atirar tudo ao chão, levantar as saias das mulheres e destruir o que os outros homens construíam, sem que o pudessem culpar vento isento, inimputável. Os sons do vento: uiva, ruge, assobia, sussurra, silva, geme – personificações e outras apropriações. Também por apropriação de características (velocidade e leveza), a associação vento-cavalo acontece nos contos tradicionais havendo muitas vezes referência a cavalos que «correm como o vento» (o cavalo mais rápido é, geralmente, o que «corre como
A fadista portuguesa Ana Moura foi a convidada do cantor Prince na SBSR
popularidade e aos grandes nomes mundiais que passaram pelos seus palcos, ajudou a projetar o nome do concelho e deu a conhecer a milhares de pessoas a zona do Meco e Sesimbra». A autarquia, que concedeu apoio logístico às cinco edições do SBSR, entende que o festival deu uma «enorme visibilidade mediática» ao concelho. «Para um concelho com as características de Sesimbra, que tem o turismo como uma das principais atividades económicas, este aspeto é de-
cisivo. Refira-se também um grande incremento da atividade económica, sobretudo a ligada ao turismo», frisa Augusto Pólvora. Pelo Meco passaram grandes nomes da música mundial, como Pet Shop Boys, Prince, Keane, Peter Gabriel, Incubus, Massive Attack, Eddie Vedder, Vampire Weekend, Empire of The Sun, entre muitos outros. O 21.º SBSR, que se realiza de 16 a 18 de Julho, tem já confirmadas as presenças de Sting, Florence and the Machine, Litle Dragon e Kindness Modernos.
Romance de ribatejana presta homenagem a Alcácer do Sal O CONTO “O Verdadeiro Amor Nunca Morre”, de Daniela do Rosário, tem como palco a cidade de Alcácer do Sal. Natural e residente em Santarém, esta jovem de 28 anos, conta a história de dois jovens que namoraram quando eram estudantes e, por circunstâncias da vida, cada um seguiu o seu caminho. No entanto, o destino vai levá-los a reencontrarem-se. «É um livro que nos fala de amor, traição, perdão, tragédia e, sobretudo, de recomeço», revela a autora. Depois de um estágio PEPAL de doze meses no gabinete de Informação e Relações Públicas da Câmara de Alcácer do Sal, Daniela do Rosário, afirma que o romance começou a ser escrito «há uns anos atrás» mas, todavia, surgiu primeiro a oportunidade de publicar “A Borboleta Zulmira”,
DR
VENTO
plares, mas despertou enorme interesse junto da comunidade angolana. Por isso, esta obra histórico-fotográfica sobre as gentes e a província de Malanje/Angola, volta a ser editada.
Daniela do Rosário tem nova obra
e o romance «foi ficando esquecido na gaveta. Com o feedback dos leitores, não tardou a ter vontade de lhe pegar de novo e terminá-lo». “O Verdadeiro Amor Nunca Morre”, que foi publicado pela Chiado Editora, em junho do ano passado e apresentado em dezembro, na biblioteca local, tem o preço de capa de 10 euros e pode ser encontrado em várias livrarias e também pode ser adquirido online através da Livraria Bertrand, Wook ou através do website da Chiado Editora. Daniela do Rosário, responsável pela Comunicação e Imagem do Museu Nacional Ferroviário, confessa que pretende continuar a escrever mais obras. O próximo trabalho, destinado ao público juvenil, deverá ser lançado este ano.
8
O grupo cénico da Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba repõe, até domingo, a peça de teatro de revista estreada em dezembro de 2014 e intitulada “Vai Lá Vai”, com encenação de Mauro Félix e António Grilo e mais de 20 atores em palco. Teatro Pedro Nunes, Alcácer do Sal, 21h30.
Danças tradicionais europeias
25
Sábado Dom.
Ao longo do espetáculo infantil “Pés de Prlim Pim”, com pequenos quadros soltos e abstratos, os mais pequenos são convidados a pensar, questionar, refletir, sugerir, criar e imaginar de forma divertida. O espetáculo de dança é apresentado pela Passos e Compassos. Teatro João Mota, Sesimbra, 17 horas.
“Whitman” volta aos palcos
A peça “Trilogia Whitman – Capítulo II – Saudação”, estreada com êxito na última Festa do Teatro, volta aos palcos para contar a história de uma viagem em forma de trilogia que começa no capítulo II com base no recentemente descoberto texto integral “Saudação a Whitman”, de Álvaro de Campos. Forum Luísa Todi, Setúbal, 21h30.
“Kilimanjaro”, com dramaturgia e encenação de Rodrigo Francisco, baseia-se na adaptação de vários contos de Ernest Hemingway.Kilimanjaro e é uma co-produção da Companhia de Teatro de Almada com o Teatro Nacional D. Maria II. Teatro Joaquim Benite, Almada, 21h30.
Imaginar de forma divertida
24
24
Contos de Ernest Hemingway
25
Sábado
24
Os bailes de danças tradicionais europeias, coordenados por Leónia de Oliveira, têm animação musical a cargo do SeSam Duo. Composto por Sérgio Cobos (acordeão) e por Samuel Santos (violoncelo), este duo traz na bagagem temas originais e bandas sonoras de filmes de outras épocas, para dançar e sonhar. Biblioteca de Palmela, 16 horas.
Dom.
Sábado
Revista popular anima Alcácer
Alcochete celebra 500 anos do foral com teatro, música e dança O FORUM Cultural de Alcochete recebe este sábado, às 21h30, um espetáculo de teatro, música e dança intitulado “À Barca!”, pela Andante Associação Artística, que pretende celebrar os 500 anos do Foral de Alcochete e Aldeia Galega. A convite do município, a An-
dante “arregaçou” as mangas e preparou este “À Barca”, um espetáculo que leva a Alcochete elementos dos Clubes de Leitura em Voz Alta, músicos da banda da Sociedade Imparcial 15 de janeiro de 1898, bailarinos de dança contemporânea do Conservatório Regio-
nal de Artes do Montijo e as danças e cantares da Fonte da Senhora do 5.º ano da escola EB 2,3 El-Rei D. Manuel I. A entrada é livre. Os bilhetes são disponibilizados na bilheteira do Forum Cultural de Alcochete.
Ofertas Semmais - Inscreva-se já!
“As Criadas” surpreendem e emocionam no Barreiro A PEÇA “As Criadas”, de Jean Genet, continua em cena no Teatro Municipal do Barreiro, pelo grupo ArteViva. Segundo Rita Conduto, da direção, o trabalho está a fazer «uma boa carreira para uma peça com uma carga dramática densa», acrescentando que o público «tem feito críticas positivas ao desempenho das atrizes no sentido do seu rigor, controle das emoções e perfeccionismo». No final de Fevereiro o ArteViva irá estrear mais uma comédia de Fernando Gomes intitulada “Rosa Enjeitada”, com encenação de Luís Pacheco. E no último trimestre, deverá estrear “Leandro, Rei da Helíria”, encenada por Carina Silva e Jorge Cardoso. Esta produção envolverá «muitos atores de várias gerações e marcará as comemorações dos 35 anos da ArteViva». Ainda em finais de Fevereiro, estreará a peça infanto-juvenil “A Odisseia de Ulisses...Manuel”. Para
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
crianças mais pequenas o grupo vai até à biblioteca, uma vez por mês, com as “Histórias Vivas”, onde é feita leitura encenada de um livro. Se quer ganhar convites para “As Criadas” basta ligar 918 047 918.
9
POLÍTICA
Nuno Crato nas vai às jornadas do PSD Setúbal O ministro da Educação, Nuno Crato, vai estar presente nas V Jornadas dedicadas à Consolidação, Crescimento e Coesão, que se vão realizar em Setúbal, no dia 29, pelas 21 horas, no Novotel. Além do go-
vernante, vão também ser oradores nas jornadas, Elsa Cordeiro, deputada e membro da Comissão Política Nacional, e Paulo Ribeiro, deputado e vice-presidente da Distrital de Setúbal do PSD.
Comunistas debatem arsenal do Alfeite A Concelhia de Almada do PCP realiza a sessão “Em defesa do Arsenal do Alfeite” no dia 26, pelas 17h30, na Academia Almadense. Esta sessão integra-se no âmbito da iniciativa legislativa do Grupo Parla-
mentar do PCP na AR, de apresentação do projeto-lei de integração do Arsenal do Alfeite na estrutura orgânica da Marinha. A discussão deste projeto-lei na Assembleia da República tem lugar dia 28.
Menos impostos e debate aprofundado sobre instalação de terminal de contentores
PS do Barreiro arrasa CDU que «deprime» população e não cativa investidores Os socialistas do Barreiro arrasam a gestão da maioria CDU na autarquia e querem fazer voltar o ânimo junto da população. Querem carga de impostos mais ligeiro e mais discussão sobre o processo do novo terminal de contentores.
Outro dos aspetos a merecerem crítica do PS Barreiro é a política fiscal da autarquia utilizada, segundo Isidro Heitor, deputado municipal do partido da rosa como mero «instrumento de recolha de receitas». E deputado afirmou que os socialistas já propuseram baixas de IMI e de IRS, como «sinal de apoio às famílias», mas não passaram pelo crivo da maioria CDU. «Poderia haver uma gestão criativa dos impostos para cativar empresas inovadoras, motivando o urbanismo sustentável e fixando a juventude do concelho», salientou o membro socialista. Também o deputado Eduardo Cabrita, uma das referências socialistas no concelho, acusou a gestão do PCP no Barreiro de ter «grande complacência e tolerância com o governo de Passos Coelho». E lembrou, a propósito, o processo sobre o novo terminal de contentores projetado para o concelho. «Existem opiniões muito diversas e a necessidade de elaborar um conjunto de estudos que sustentem a iniciativa. Queremos ouvir todos sobre essa possibilidade. Quem está a favor, mas também quem está contra.», disse o deputado.
Texto Anabela Ventura OS SOCIALISTAS do Barreiro consideram que o concelho «está estagnado» do ponto de vista económico e também «animicamente deprimido». E a causa está, afirma o líder local André Pinotes, «num enorme desgaste do atual executivo» liderado pela CDU. «O que se vê é um avolumar de episódios de crispação pública entre altos dirigentes do PCP, que constituem grande preocupação», acrescenta. Esta conclusão foi manifestada à imprensa esta semana, durante uma conferência de imprensa, na qual os socialistas conside-
Socialistas do Barreiro em conferência de imprensa esta semana
ram urgente encontrar soluções para «encontrar um novo estímulo», nomeadamente no setor económico, como criticou João Pintassilgo, da direção local do PS, que acusou a maioria camarária de não ter uma estratégia própria. «A Câmara está a condicionar o futuro do Barreiro, uma vez que o PCP se limita a esperar pelos projetos do Poder Central, aos quais se agarra como uma boia de salvação, transmitindo assim uma imagem de gestão errónea que des-
gasta a confiança dos investidores e alimenta falsas espectativas», afirmou João Pintassilgo. O mesmo dirigente, reiterou a ideia de que, com esta forma de fazer gestão, o PCP/CDU está a encontrar um caminho de «desresponsabilização pela não concretização de projetos», hipotecando a via de «promover a economia local e a qualidade de vida dos munícipes». Carregar nos impostos por mera arrecadação de receitas
PSD denuncia más condições de trabalho no posto da GNR da Moita OS DEPUTADOS ‘laranja’ do distrito consideram que as atuais instalações do posto da GNR da Moita não oferecem condições «dignas e funcionais» para os militares, após uma visita ao local. Além de não existir privacidade para as vítimas, o espaço de atendimento é «exíguo, as condições de segurança para o desempenho do trabalho dos militares não são as adequadas», explica Bruno Vitorino. O deputado realça que o antigo quartel dos Bombeiros Voluntários da vila, que pertence ao Ministério da Administração Interna, tem sido apontado como alternativa, sendo necessárias as respetivas obras de remodelação. «Este seria um espaço digno, com todas as condições necessárias para albergar a GNR», acrescenta Bruno Vitorino.
Deputados social-democratas
Bloco de Esquerda crítica atraso de verbas do Governo às escolas de música
O PCP e a JCP são contra a privatização das pousadas da juventude anunciada em Agosto de 2011 pelo Governo PSD/CDS, uma vez que «coloca em causa a sua missão específica, a sua qualidade e os preços praticados». Após esta decisão, foram encerradas várias pousadas de Juventude um pouco por todo o País, incluindo a de Setúbal. «Se estas pousadas não tinham as condições materiais adequadas, deveriam ser dotadas de tais equipamentos e não encerradas deliberadamente. Estes equipamentos desempenham um papel determinante como instrumentos de coesão social e territorial, além de constituírem fatores de desenvolvimento económico e social para estes distritos», salienta fonte da JCP, que acrescenta que a rede nacional de pousadas da juventude corresponde a «um
A DEPUTADA do BE Mariana Aiveca e uma delegação daquele partido, estiveram reunidos recentemente com a direção da Academia de Música de Almada (AMA), que é um dos 15 estabelecimentos de ensino artístico a quem o Ministério da Educação deve cerca de 3 milhões de euros. No distrito estão também nesta situação os Conservatórios de Palmela e de Setúbal, bem como a Academia Luísa Todi. «Tal como as restantes, a AMA é uma escola de ensino especializado da música com paralelismo pedagógico para os cursos básico e secundário. Isto significa que o Estado paga a esta escola para cobrir uma oferta de ensino que não existe na rede pública de educação», sublinha a deputada. Apesar dos atrasos nas transferências serem habituais, a falta de pagamento que se verificou este
investimento público importante, e que agora o Governo oferece aos privados para obtenção de lucro». Esta decisão é «inseparável de uma política mais profunda de privatização de serviços públicos e desmantelamento das funções sociais do Estado, para favorecimento dos grupos económicos através da criação de áreas de negócio lucrativas», opina.
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
DR
JCP não quer privatização das pousadas de Juventude
A parlamentar Mariana Aiveca
ano relativamente à primeira tranche de 190 mil euros já causou «problemas muito graves» para docentes e alunos da AMA. Segundo Mariana Aiveca, os 190 alunos do ensino articulado encontram-se neste momento com as aulas «suspensas» porque as escola «não tem
dinheiro para pagar aos professores». Já os docentes têm dois meses de salário e o subsídio de Natal em atraso e os dirigentes da AMA «acabam por ter se endividar para manter níveis mínimos de funcionamento». «Estas escolas de ensino articulado prestam um serviço público para o qual foram contratadas pelo Estado e que é o Estado que está em falta para com estes alunos e professores. Os alunos de ensino básico e secundário que frequentam o ensino da música articulado precisam destas avaliações para concluírem os seus graus de ensino. Os professorem e funcionários que aqui trabalham são necessários e trabalham todos os meses, mas nem em todos os meses recebem salário para pagar as suas rendas e compromissos financeiros», afirma a deputada.
10
DESPORTO
Marcha Atlética na Baixa da Banheira
Taekwondo na Torre da Marinha
A Avenida Capitães de Abril, na Baixa da Banheira, recebe no próximo dia 31, a partir das 14 horas, o Campeonato Regional de Marcha Atlética, numa organização do Centro de Atletismo
Cerca de duas centenas de atletas participam este sábado, no Pavilhão Municipal da Torre da Marinha, nos Campeonatos de Portugal Taekwondo 2015, uma iniciativa promovida pela Federação Portuguesa Taekwon-
da Baixa da Banheira, em parceria com a Associação da Atletismo de Setúbal e com a Associação de Atletismo de Lisboa. Este evento vai trazer à localidade atletas de todo o distrito.
do (FPT) e organizada pela Associação de Taekwondo Distrito de Setúbal. Disputam-se nos escalões Seniores Absolutos em Kyorugi (combate olímpico) e Cinturões Negros em Poomsae (formas).
Atleta do Vitória pratica modalidade desde há dois anos, depois de percurso na natação
Rita Ribeiro é nova coqueluche do meio fundo juvenil Atletismo – Atleta do Vitória vence campeonatos nacionais de juvenis e é já um valor seguro, ao ponto de estar já sob o ‘olheiro’ Carlos Lopes
RITA RIBEIRO, atleta do Vitória de Setúbal, venceu no passado fim-de-semana, em Braga, a prova de 800 metros em pista coberta nos Campeonatos Nacionais de Juvenis. A atleta conquistou ainda o segundo lugar nos 1500 metros na mesma competição, confirmando assim tratar-se de um dos novos valores do atletismo juvenil numa disciplina que, em tempos, foi a que mais notoriedade trouxe à modalidade. A praticar atletismo há cerca de dois anos, depois de um longo percurso na natação, Rita Ribeiro tem batido sucessivos recordes regionais e distritais e tem vencido um conjunto de provas que têm chamado a atenção para as suas performances. Carlos Lopes, o campeão olímpico da maratona, tem sido um “olheiro” atento à jovem fundista do Bonfim. Antes da participação nos Campeonatos Nacionais de Juvenis, Rita Ribeiro tinha batido o recorde regional de juvenis de 2.000 metros,
DR
Texto Marta David
A jovem atleta vitoriana diz que o futuro está em aberto, mas acredita que «o céu é o limite»
uma marca que teimava em não cair há perto de duas décadas. As duas medalhas de ouro conquistadas no Verão passado, nos jogos da CPLP, naquela que foi a sua primeira internacionalização, foram o ponto alto de uma carreira que vai ainda nos primeiros passos, mas que já lhe valeu algumas distinções, nomeadamente por parte do Vitória de Setúbal e da Câmara Municipal. Elogios a treinador empenhado que dá motivação
No “Reino” dos Cretinos CONVENHAMOS, SEM quaisquer hesitações, que Cretino é uma palavra forte, carecendo de ponderadas razões para ser aplicada. Mas lá que há uma espécie de “reino” dos cretinos, lá isso há… Etimologicamente, cretino significa pessoa idiota, de formação pastosa, por extensão corrente, um indivíduo imbecil, fraco de espírito. E há pessoas de boa formação, sem nada ter de pastosa, que não se livram do epíteto. Em diversos programas televisivos, dedicados ao Desporto, incluindo os que dizem só respeito a clubes, temos vindo a registar indesejáveis intervenções de candidatos ao negativo rótu-
David Sequerra Colaborador lo de cretinos. De costas voltadas ao bom senso, ao equilíbrio de juízos de valor, uns quantos comentandos situam-se, em nossa opinião, nesse imaginário “reino” dos cretinos. Haverá, decerto, ingénuos ou iletrados que julgam que um cretino é um habitante de Creta, admirável polo da cultura helénica. Tomamos nós o encargo de apresentar desculpas aos cidadãos cretenses e avançamos para a explanação a que nos propu-
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
Para a jovem atleta «todas estas conquistas devem-se sobretudo ao meu treinador que sempre se empenhou comigo, se dedicou e que me deu sempre motivação e me ajudou quando mais precisava», mas não deixa de considerar que o ambiente vivido no Bonfim, com um grupo de trabalho pequeno e bastante unido, é outro dos motivos para os sucessos alcançados. «Tive a sorte de ser recebida por uma equipa excecional, humil-
semos nos domínios (deploráveis) de frequentes locuções cretinas que nem todos conseguem suportar. Como sou um dos que se sentem incomodados em tais circunstâncias, aqui vos deixo o meu desabafo. Em diversos órgãos de comunicação social, escrita falada e, em especial, televisiva, surgem-nos intervenções tocadas de incomodativa cretinice, deixando-nos admirados da condescendência/tolerância de quem assume responsabilidades de selecção de comentadores em anti-senso, o que se deplora. Um médico de grande qualidade, mas de pura “cegueira” clubística, consegue espaço televisivo para dizer que o linguado grelhado que comeu no Algarve estava uma delícia ou que por hipótese, um dos seus netos já sabe contar até 10!
de, unida, lutadora, de garra e amiga, uma família!», diz Rita que não poupa elogios a todos quantos a têm acompanhado nestes últimos meses, em especial aos pais. Apesar das muitas conquistas já alcançadas, o futuro está em aberto e a jovem atleta acredita que com trabalho, esforço e dedicação «o céu é o limite» e por isso «há que continuar a trabalhar com garra e determinação como tenho feito ao longo deste tempo.»
“ É lamentável que se conceda espaço para uma tão idiótica sucessão de brincadeiras de mau gosto que nada beneficiam o Clube que lhes dá guarida ” Um novo e bem pensado canal televisivo de tutela clubista, tolera a intervenção de três sujeitos que acumulam baboseiras, sem nexo nem mínimo respeito pelos mais singelos aspectos de ética. É lamentável que se conceda espaço para uma tão idiótica sucessão de brincadeiras de mau gosto que nada beneficiam o Clube que lhes dá guarida.
Bruno Ribeiro regressa ao Bonfim para «salvar» a época A TAREFA que lhe é pedida não é fácil, mas Bruno Ribeiro está disposto a trabalhar para conseguir a manutenção na I Liga daquele que sempre foi o seu clube. Chamado para substituir Domingos Paciência que não resistiu aos maus resultados da primeira volta da Liga principal, Bruno Ribeiro regressa a uma casa que bem conhece com o objetivo de evitar a descida. As contas estão complicadas. O Vitória está a três pontos da linha de água e, a avaliar pela primeira volta, a falta de eficácia atacante é um dos principais problemas com que a equipa se debate. Para já, Bruno Ribeiro parece ter sido o amuleto da sorte no Bonfim e, a assistir da bancada, o novo treinador viu o Vitória vencer o Guimarães para a Taça da Liga por duas bolas a zero. Resta saber se a “estrelinha da sorte” o vai acompanhar neste regresso a casa. O técnico admite que a equipa tem condições para somar os pontos necessários à manutenção a avaliar pela «atitude que os jogadores demonstraram frente ao Guimarães». Quanto ao regresso ao clube do qual se confessa adepto, Bruno Ribeiro assume-se «feliz e orgulho, este é o emblema do meu coração. Estou satisfeito por abraçar este projeto e vou tentar ajudar o clube e esta direção que apostou em mim».
Outras figuras de inegável notabilidade intelectual, às quais se proporciona espaço para crónicas de raro equilíbrio, conseguem entristecer-nos pelo frequente resvalamento para opiniões muito próximas da cretinice, falando de pessoalíssimas viagens extra-desportivas e de infaustos acontecimentos de doenças graves ou de falecimentos de familiares próximos. E pergunte-se: a quem podem ser pedidas responsabilidades quanto a esses deploráveis “atropelamentos” ao bom senso e à verdadeira utilidade da informação? Enquanto leitor e espectador televisivo sinto-me no pleno direito de me insurgir contra essas tão frequentes intromissões num imaginário “reino” – o dos cretinos. Por muito cultos e famosos (noutras áreas) que sejam os prevaricadores.
11
NEGÓCIOS
Romance perfeito no Sesimbra Hotel & Spa Nenhum cenário poderia ser mais convidativo para um casal do que namorar, em pleno dia de S. Valentim, num hotel com vista para o Atlântico, rodeado pela beleza da Arrábida. É este o cenário intimista
que o Sesimbra Hotel & Spa oferece para o Dia dos Namorados com programa que inclui alojamento em quarto com espumante e rosas, jantar ou almoço com bebidas incluídas e música ao vivo.
Clube Mamãs, Papás & Bebés no Alegro Setúbal Se tem dúvidas sobre gravidez, amamentação ou parto, ou se necessita de aconselhamento específico sobre estes ou outro tema, no Clube Mamãs, Papás & Bebés do Alegro Setúbal encontra todas as respostas. As ses-
sões decorrem às 16 horas. Dia 31 o tema é “Parentalidade Positiva”, a importância de dar afeto, de brincar e elogiar. As sessões têm acompanhamento técnico e especializado feito por formadores e enfermeiras
Francisco Martins, da ExcentrikVetor, aposta na polivalência para ganhar um mercado cada mais diversificado
«Conseguimos fazer um outsourcing planeado à medida das tarefas que as empresas necessitam» MERCADO Em três anos de atividade, a empresa, com sede em Setúbal, tem conquistado uma fatia relevante no mercado de outsourcing, em áreas que vão da limpeza industrial, manutenção de edifícios ou catering. É uma aposta ganha. Texto Rita Matos
CRIADA EM Maio de 2012, a ExcentrikVetor é uma empresa recente no mercado que actua em diversos sectores, nomeadamente no outsourcing, limpezas industriais, manutenção de edifícios, catering, organização de eventos e «em todos os tipos de serviços que possam responder aos desafios de novos clientes». No início da constituição da empresa, a ExcentrikVetor estava vocacionada apenas para o outsourcing. Era este sector a grande aposta da empresa. Mas, chegando à conclusão de que muito mais poderia ser feito, em Janeiro de 2013, a ExcentrikVetor abriu o leque de oferta para as empresas e resolveu apostar noutras áreas, como as limpezas industriais e a manutenção de edifícios. Mais recentemente, a empresa investiu num novo sector, o do catering, onde estão a ser dados os primeiros passos. «Temos uma cozinha industrial e estamos a conseguir servir refeições a locais onde, até hoje, era impensável, o fornecimento de refeições vindas do exterior. Estamos a desenvolver essa área e já estamos com um número muito simpático de refeições diárias», revela Francisco Martins, director-geral da ExcentrikVetor. E, a passos firmes, é também nesta área que a ExcentrikVetor quer marcar a diferença, sempre com a máxima qualidade. «Hoje em dia o importante é aquilo que nos alimenta. A qualidade é regra básica e deve estar acima de tudo, em todas as nossas áreas, mas com especial relevância no catering», sublinha Francisco Martins. Para além das áreas já referidas, a ExcentrikVetor desenvolve ainda actividade na área da organização de eventos, vocacionada directamente, e principalmente, para o team building. «Trabalhamos a ligação e a relação entre os colaborado-
res. É importante relacionar as pessoas nos diferentes departamentos, porque nas empresas muito grandes isso nem sempre acontece, promovendo a confiança e um leque alargado de contactos, para que os colaboradores possam ajudar e contribuir para os projectos da sua própria empresa, em especial». No campo do outsourcing, na ExcentrikVetor trabalha-se o chamado outsourcing directo, à medida de cada empresa. «Nós conseguimos fazer um outsourcing programado. O cliente não nos pede o número de pessoas, diz-nos em termos de tarefas o que lhe faz falta, e nós conseguimos perspectivar quanto é que o cliente vai gastar no final do mês ou do ano. O cliente tem sempre os custos controlados», explica Francisco Martins. No que concerne ao outsourcing, em Setúbal o mercado ainda é reduzido e, por isso, a grande prioridade para 2015 passa por alargar horizontes. «Em Setúbal existe um nicho pequeno de mercado. Há poucas empresas vocacionadas para o outsourcing e este é um trabalho que vai demorar alguns anos a desenvolver. A nossa aposta passa por ir para o mercado de Lisboa, onde, aí sim, está implementadíssimo o sistema de outsourcing nas várias áreas», adianta Francisco Martins. Parcerias e saber ouvir, pensar e resolver Assumindo como principal objectivo o sucesso global das parcerias em que participa, a ExcentrikVetor vê a inovação e a qualidade como um meio de proporcionar oportunidades de aprendizagem e de realização profissional dos seus colaboradores. Ouvir pensar e resolver. São estas as palavras-chave que traduzem a filosofia da ExcentrikVetor, uma empresa que apos-
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
Francisco Martins, diretor-geral da empresa, aposta numa gestão inovadora, interventiva e motivadora dos seus colaboradores. E os resultados de três anos de atividade confirmam a chegada de novos desafios.
«A ordem é para avançar» No início de um novo ano, o balanço do ano transacto é um procedimento normal por parte das empresas. Apesar da conjuntura sócio-económica do país, Francisco Martins, mostra-se satisfeito com o trabalho desenvolvido e com os resultados obtidos em 2014. «Poderíamos estar melhor, se assim o país o permitisse. A crise afectou todas as empresas e nós não somos excepção. Contudo, o balanço é francamente positivo, porque sobrevivemos àquela que foi a maior crise dos últimos anos». O director-geral da ExcentrikVetor diz confiante para 2015 e garante que empresa vai continuar a trabalhar para chegar cada vez mais longe. «Não nos é limitado negócio nenhum, seja ele de que dimensão for. Temos condições financeiras e uma equipa especializada, competente, motivada. A ordem é para avançar!»
ta na qualidade e na garantia de uma comunicação contínua entre cliente e parceiro, de forma a resolver todas as situações de uma forma mais directa e pessoal. Ou seja, a ExcentrikVetor preocupa-se com cada cliente, individualmente. Na ExcentrikVetor cada cliente é um cliente, com necessidades e características especificas, por isso, há uma aposta na relação de pro-
ximidade entre empresa e cliente. “Ouvimos o nosso cliente, percebemos quais são as suas necessidades, pensamos na melhor solução e depois vamos trabalhar na resolução do problema com os nossos serviços e com as nossas equipas multidisciplinares”, diz o responsável máximo da ExcentrikVetor. Em 2014, a ExcentrikVetor foi distinguida pelo Millennium
BCP com o prémio Programa Cliente Aplauso. Um “galardão” recebido com orgulho por parte da empresa que não descura a qualidade do serviço, continuando a trabalhar diariamente com o mesmo empenho e dedicação de sempre. E o que realmente distingue a ExcentrikVetor? Francisco Martins realça que «a diferença contratual é muito importante. Cada vez mais as empresas controlam os seus custos. Nós o que conseguimos fazer é a polivalência de estruturas, ganhando áreas de negócio completamente distintas. Conseguimos com o menor número de pessoas realizar a mesma tarefa que antigamente tinha de ser executada por mais pessoas. Isto transforma-se numa redução substancial dos custos». A ExecntrikVetor é constituída por equipas multidisciplinares, das quais fazem parte profissionais qualificados e especializados. «O know how (conhecimento) que os nossos colaboradores trazem é muito importante para o crescimento das estruturas. Todos nós viemos de uma empresa muito grande onde tivemos bases sólidas, em termos de aprendizagem, muita formação e isso agora transforma-se em resultados práticos no terreno», sublinha Francisco Martins.
12
2014 foi um ano histórico para a plataforma portuária de Setúbal em todas as áreas
PORTOS A plataforma portuária de Setúbal fechou um ano histórico, com aumento de carga movimentada, uma subida vertiginosa nos contentores e um aumento consolidado nas exportações, que já valem 67 por cento.
Para além da carga geral, o Ro-Ro tem registado uma grande evoluçao. À direita foto de novo contrato para a nova linha.
Nova Linha Ro-Ro já funciona A plataforma portuária de Setúbal já conta com um nova linha de serviço regular em cargas Ro-Ro denominada “West Med Trade” a cargo do armador belga, EML – Euro Marine Logistics. A frequência é semanal, com escala regular todas as 2ªfeiras. A linha irá distribuir os veículos de exportação da VW, mas também irá exportar e importar outras marcas de automóveis. A primeira escala, no dia 19 de janeiro, coube ao Ro-Ro “Aquarius Ace”, um navio de 175 metros e 36.615 GT. Os portos servidos pela linha são, para além de Setúbal, Barcelona, Santander (Espanha), Sheerness, Grimsby, White Hill Point, Tyne (Reino Unido) e Amesterdão (Holanda).
O PORTO de Setúbal fechou o ano passado com um movimento de contentores de mais de 103 TEU, correspondente a um crescimento de 47% face ao ano de 2013, uma duplicação, neste tipo de carga, face a 2010. No total, foram ultrapassados 8 milhões toneladas de carga, mantendo-se um crescimento de 1 milhão de toneladas em cada ano, desde 2011, o que, segundo os responsáveis da Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra (APSS) “abre perspetivas de o porto poder vir a ser um ‘porto core’, até 2018”, atingindo um movimento de 10 milhões de toneladas por ano, tendo em conta a sua grande capacidade instalada. Estas marcas foram resultado, segundo os dirigentes da APSS, por ter sido “um ano de união de vontades das empresas da Comunidade Portuária de Setúbal e os todos os seus trabalhadores, na rentabilização das infraestruturas existentes, dando uma resposta efetiva e competitiva às necessidades das empresas clientes”. Recorde-se que desde 1994 até 2014, o movimento do porto duplicou, passando de cerca de 4 milhões
DR
Texto Anabela Ventura
de toneladas para 8 milhões. No que diz respeito às exportações, a plataforma portuária terminou o ano com 5,2 milhões de toneladas de mercadorias, o que correspondeu a 67% do total movimentado relativamente à carga internacional, que atingiu 7,7 milhões de toneladas, depois de excluído o movimento de e para os portos nacionais. Este movimento de carga ficou a dever-se também a uma diversificação do destino, com 1,3 milhões de toneladas exportadas para a União Europeia, um crescimento
superior a 25% face ao ano anterior, e 3,9 milhões de toneladas exportadas para países terceiros, que representou 19,5% em relação ao mesmo período. Para este facto, contribuiu o aumento generalizado, em 2014, do movimento de quase todos os modos de acondicionamento, face a 2013: granéis sólidos, com 2,8 milhões de toneladas, mais 14%; carga geral, com 3,7 milhões de toneladas, mais 20%; roll-on roll-off, com 149 mil unidades, mais 19,5%; contentores, com 103,5 mil TEU, mais 46,8%. Nas mercadorias, liderou o ci-
mento, com 1,9 milhões de toneladas, seguido dos produtos metalúrgicos, com 1,3 milhões de toneladas, do clínquer, com 1,1 milhões de toneladas, dos adubos, com 504 mil toneladas, dos minérios, com 443 mil toneladas, da madeira, com 400 mil toneladas, e do papel, com 308 mil toneladas. No resumo do desempenho dos terminais, os de Serviço Público cresceram mais de 18%, com 4,8 milhões de toneladas, e os Terminais de Uso Privativo, mais cerca de 10%, com um movimento de cerca de 3,2 milhões de toneladas.
Agora, entrando nas minhas considerações tributárias, quero dizer o seguinte... No tempo do imperador romano Julio César, os governadores das provincias, entre os quais estava a Lusitânia, os governadores pediam ao imperador que lhes permitisse aumentar os impostos que recaiam sobre os seus subditos. O imperador respondeu-lhes “tosquiem-nos mas não os esfolem.” Todos os governadores entenderam a mensagem, menos o da Lusitânia, que com tirania começou a sobrecarregar com impostos tudo e todos os que lhe apareciam à frente. A tal ponto que foi um próprio romano chamado Sertório
que perante tanta injustiça se revoltou contra os seus patricios e os expulsou da Lusitânia. Os atuais governadores da Lusitânia (leia-se Portugal), parece que não aprenderam a lição atrás referida, ou nunca leram a História de Portugal... Porquê? Porque ele não se limitam a tosquiar os contribuinetes, eles estão a esfolá-los. São impostos sobre impostos, taxas sobre taxas, são sobretaxas, são taxinhas, que durante 40 anos que trabalhei na Direção Geral de Contribuições de Impostos, nunca vi semelhante insensatez. Para terminar, faço uma pergunta... Quando é que volta a vir um romano, como Sertório que ponha fim a esta bagunçada?
DR
Porto de Setúbal superou a barreira dos 100 mil TEU e exportações valem 67% Cargas sempre a subir em Sines
Porto de Sines regista em 2014 melhor ano de sempre NA SENDA dos últimos anos, com crescimentos assinaláveis e muitos recordes, o Porto de Sines registou o ano passado os melhores números de sempre, nomeadamente uma movimentação global de 1.227.694 TEU nos contentores e de 37,6 milhões de toneladas de mercadorias movimentadas. Nos contentores o crescimento foi de 32%, face ao período homólogo, reforçando a sua posição no top mundial dos principais portos com este segmento de carga. Nas mercadorias o Porto de Sines cresceu mais 3% (+1.069.000 toneladas). Para este crescimento sustentando destacaram-se os serviços de longo curso, principalmente com os mercados dos EUA e Médio Oriente, reforçando-se igualmente a relação comercial com os mercados da América do Sul. O tráfego para o hinterland também cresceu, proporcionalmente, com especial destaque para o modo ferroviário, com um incremento de 36% no que diz respeito à movimentação de contentores, enquanto o número de comboios, também para o transporte de carga contentorizada, registou um aumento de 40% face a 2013.
CONSIDERAÇÕES TRIBUTÁRIAS “LIBERDADE, IGUALDADE, Fraternidade! Palavras vãs, mesmo funestas, a partir do momento em que se tornaram politicas, é que a politica faz delas três mentiras” Louis Venillot Num jantar encontraram-se três amigos de infância, um arquiteto, um jurista e um politico que dissertavam sobre qual deles tinha a profisão mais antiga. Dizia o jurista “ A profissão mais antiga é a de jurista pois foram eles que criaram as leis,que permitiram a governação dos povos”. Dizia o arquiteto “A profissão mais antiga é a do arquiteto pois foi ele que pôs
Carreto Janela Ex Diretor de Finanças ordem no universo, porque antes era um caos.” Respondeu o politico “Meus amigos e quem pensam que criou o caos?” Parece anedota mas não é pois estamos na era da politica, o que significa que estamos no caos.
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
Tributos de Portugal Antigo Capitação Sistema de imposição direta por cabeça. Isto é por pessoa, levando.se em consideração a posição do indivíduo em relação à Sociedade, à Igreja ou ao Estado. Pela Capitação, cobrava-se do contribuinte conforme os rendimentos auferidos noexercicio da sua profissão, das suas terras ou, até seugundo sua aceitação, pela sociedade, como era o caso dos judeus. Podia também ser uma quantia fixa por pessoa. Pode-se dizer que esta é a mais remota forma de tributação que originaria o atual IRS. Já um alvará de 18 de agosto de 1662, tratava da capitação.
13
OPINIÃO
EDITORIAL Raul Tavares
Violência doméstica ASSISTIMOS, mais uma vez perplexos, esta quinta-feira, a mais uma morte por violência doméstica, no seio de um casal aparentemente sem faíscas sociais. É um fenómeno que parece não ceder, antes pelo contrário. Vi, como todos os que receberem ou souberam da notícia, a foto da vítima. A Mimi, que conhecia de múltiplos eventos empresariais de Setúbal. Foi mais um estrondo, a ideia que transparecia era a de um ser humano afável, de cuidada educação, sempre bem-composta, de uma simpatia irrepreensível. O que leva um homem a tirar a vida à sua companheira? É a pergunta que se impõe. As respostas são múltiplas e as razões apenas radicam de uma falha tenebrosa de racionalidade, um surto momentâneo que trespassa a vida anterior, os momentos vividos, os afetos, a família e os valores. Um terror que invade a mente, o precipício de um caminho sem rumo, que leva a matar e, eventualmente, a querer morrer. A linha editorial do Semmais recusa esse ‘sangue’, e por isso (até porque a comunicação social foi inundada com notícias a propósito) não fazemos notícias sobre casos particulares, a não ser análises mais abrangentes. Está em causa o que se pode considerar a ‘perfuração’ da vida privada deste casal, com uma vítima que deixa dois filhos e um homem que se tornou assassino num ápice. Infelizmente, como se prova, este fenómeno nada tem a ver com classes sociais, nem com educação ou formação. E a região bate recordes. O ano passado foram sete as vítimas de violência doméstica no distrito e dezenas de casos reportados às autoridades policiais. Há que por cobro ao flagelo que nos envergonha e corrói por dentro, mas como…
O que houve de novo no já velho ano turístico de 2014? 2015 COMEÇOU. Mais um ano. Um ano que, desta vez, queremos mesmo novo. E, inevitável como o passar do tempo, acabou 2014. Estamos assim perante mais um ano de turismo. Não conhecendo ainda de forma completa e rigorosa os resultados do ano, o que só acontecerá entre agosto e setembro, conhecemos, pelo menos, sinais e pistas. E o que é que nos dizem então esses quase resultados? Em primeiro lugar um bom ano turístico. Para além de qualquer dúvida. Um muito bom ano turístico, desde logo, para Portugal que deverá registar um valor em torno dos 46 milhões de dormidas. Valor nunca antes atingido. Depois, um excelente ano turístico para a região de Lisboa (coincidente com os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa). Região que certamente ultrapassará, pela primeira vez, os 11 milhões de dormidas na hotelaria. No ano anterior (2013) tinha ultrapas-
Jorge Humberto Colaborador sado, também pela primeira vez, os 10 milhões de dormidas. Mais um milhão. E mais um milhão é sempre um facto a salientar. Sendo assim, um milhão depois, o que é que mudou? Mudou o peso da região no país. Bastante maior por sinal. E mudou o perfil. A região é hoje bastante mais internacional com os turistas estrangeiros a baterem sucessivos máximos históricos. Novas rotas aéreas e um cada vez maior interesse por parte dos media internacionais ajudam a explicar o ano turístico. Por ultimo, e as melhores no-
ticias frequentemente vêm no fim, um igualmente excelente ano turístico na Península de Setúbal. Em 2014 o Seixal “regressou” ao turismo impulsionado por um novo hotel de 4 estrelas. Palmela e o Montijo voltaram ao crescimento. Setúbal e Sesimbra registaram assinaláveis indicadores com aumentos de dois dígitos. No caso de Setúbal a partir da abertura de novas ofertas hoteleiras; no caso de Sesimbra baseado na melhoria da sua prestação com melhores taxas de ocupação. E Almada muito provavelmente ultrapassou as 300.000 dormidas na hotelaria, um número nunca atingido na Península de Setúbal e, mesmo na Área Metropolitana, apenas ao “alcance” de outras “dimensões” turísticas como Lisboa ou Cascais. Porquê os números, afinal? Porque “só o que se pode medir pode melhorar”. O que não se pode medir (falando de atividade económica, claro) é apenas avaliado em termos da opinião individual
Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar? COMEÇAR O Ano Novo com as palavras do Padre António Vieira, no seu mais célebre Sermão (aos peixes), pareceu-me não só apropriado à quadra como aos tempos “salgados” que temos vivido na cena nacional. O efeito do sal, relembra-nos avisadamente o célebre padre jesuíta e grande mestre da língua portuguesa, é o de impedir a corrupção ( relembre-se que corrupção vem do latim corruptus e que o verbo corromper significa “tornar pútrido”). Mas se o que assistimos intensamente com as revelações dos últimos anos (mas poderíamos ir mais atrás, ao caso Partex, ao Setúbal Connection, etc.) que envolveu BPN, BPP, BCP e
agora o BES, entre os financeiros, ou os mais directamente políticos, como o caso Portucale, a compra dos submarinos, o caso Face Oculta, ou Freeport, revela que o sal não salga ou que a terra não se deixa salgar? Alice, ainda estremunhada da noite mal dormida depois de ouvir tantos testemunhos de pessoas gradas (e graúdas pelas suas responsabilidades nas empresas do Grupo Espírito Santo de que o seus rendimentos anuais eram, aliás, testemunho eloquente) que parecem acometidas de uma estranha doença que lhes afecta a memória, de tal forma grave que não parecem dispensar a seu lado dois ou três cuidadores ( e mais estranho é que não
Ficha técnica
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA
Diretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, Bernardo Lourenço, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado. pt. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
O BENFICA suscita paixões. Vende jornais. Alimenta conversas e o imaginário de milhares de pessoas. Bastou um conhecido Benfiquista ir visitar José Sócrates, não para aplaudir a sua política ou para questionar a justiça da sua prisão preventiva e logo os jornais se acotovelavam para discutir se o ex-Primeiro-Ministro teria direito a aquecer-se com o cachecol do glorioso ao pescoço, ou não. Claro está que sendo os cachecóis proibidos nas prisões portuguesas por ser um instrumento que pode permitir o enforcamento, logo os outros prisioneiros vieram reclamar sobre a justiça e discricionariedade da decisão de permitir a entrega do famoso cache-
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
Paulo Edson Cunha Ver. PSD/Seixal col, pela mão do não menos famoso adepto benfiquista. E os restante prisioneiros aprenderam uma forma de contornar regulamentos: desde que o bem proibido leve o símbolo do glorioso, logo a autorização não tardará. Ou será que estou a ver mal o filme e a autorização é por ser um pedido do ainda mais fa-
de cada um. Uns gostam, outros não. Por isso, e em particular num país como o nosso, medir e avaliar é decisivo. Porém no turismo para além dos números existe um “mundo” de realidades. Realidades que, de tantas vezes repetidas, arriscam deixar de significar o que quer que seja. Uma das mais relevantes é a adequação dos sítios, dos locais e das cidades para receber quem nos visita. O contrário de simplesmente estar à espera de quem chegue. O propósito de ativamente “convidar” quem chega a “visitar mais”, a “ficar mais tempo”, a “descobrir o tanto que há a descobrir” a “encontrar-se e a perder-se em tudo o que somos”. Por último, e a propósito deste novo ano, vem aí o Portugal 2020. Que este não seja o “Portugal das (muitas) conversas”, o “Portugal das boas intenções” mas sim o “Portugal das realidades”. Realidades que perdurem. E, já agora, que seja possível serem medidas e avaliadas.
são formados em medicina, mas antes são reputados advogados) no decorrer do inquérito parlamentar ao “Caso BES”, ou, quiçá, ainda com resquícios da azia, que perdurava desde a consoada do Natal (“é só uma vez por ano, não faz mal filha”, dizia-lhe com ternura a mãe) disparou entre o inesperada e o irónico “será que as adquiriu (as azevias) às irmãs de Ricardo Salgado?”. Só então me lembrei das palavras de PQP – Pedro Queiroz Pereira, o patrão da SEMAPA, dono da Secil e da Portucel, que na comissão de in-
quérito ao BES afirmara que elas (as irmãs de Ricardo Salgado) “ficam em casa à noite a fazer bolos e ele nunca se preocupou a defendê-las” e não deixei de esboçar um sorriso pela boa disposição que ela (a Alice) ainda conseguia manter perante tantos escândalos protagonizados por “la crème de la crème” (a nata) da finança portuguesa e que fora determinante para a má fama do país lá fora e para o aumento da pobreza do país cá dentro. Inspirada, rematou pondo fim à crónica, lembrando do nosso grande, enorme, Fernando Pessoa, dois versos do seu livro “A Mensagem” que, por acaso ou malquerença, ela embrincava na matéria (na matéria ou na forma?) que tinha vindo a ser tratada, e que gostosamente transcrevemos aqui, sem segundo sentidos, supõe-se: “Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal!”
moso “Recluso 44”? Bem, mas como ia a dizer, quando se fala do Benfica, logo a emoção vem à tona. Então na Câmara Municipal do Seixal, não são raras as vezes que a oposição em uníssono clama pelo cumprimento do último protocolo, para logo a “maioria” nos cair em cima e clamar que não admite que a sua seriedade seja posta em causa. Seriedade? Mas quem falou em seriedade? curiosamente ninguém. Só os próprios. O que nós dizemos é que queremos os protocolos que assinamos com a grande instituição que é o Benfica, (seja a SAD ou o clube) e que os interesses da Câmara sejam salvaguardados. Claro que não falo da seriedade dos responsáveis. Falo sim da compe-
tência e autoridade que a administração local deve impor a todas as pessoas, singulares ou coletivas. Sim, porque como Benfiquista assumido, como todos sabem, tenho um orgulho enorme em ver o meu clube como um grande expoente de formação e que esse centro formador seja na autarquia onde sou vereador, no entanto, maior orgulho terei quando vir que o meu Benfica, fez um grande negócio em se instalar no Seixal e o “meu” (permitam-me o abuso) Seixal, tenha feito um grande negócio por permitir a instalação do Benfica na sua terra. Um grande negócio é quando todos ganhamos. E este tem tudo para ser fantástico para ambos.
Arlindo Mota Polítólogo
14
A confusão é amiga da opacidade O GOVERNO do PSD/CDS pretende legislar sobre a transferência de novas atribuições e competências para os municípios e comunidades intermunicipais. No projeto de Decreto-Lei, o Governo pretende que os municípios passem a ter competência, designadamente na área da educação, da segurança social, da saúde e da cultura. Neste projeto de Decreto-Lei o governo quer contratualizar com os municípios aquelas competências que desta forma não são universais e definitivas uma vez que, ficam dependentes da vontade do Governo da República e de cada um dos Municípios individualmente considerados. Com esta legislação o que se pretende não é uma descentralização administrativa de competências nos
Maria Amélia Antunes Advogada municípios por via legal. De facto, o princípio da subsidiariedade só se efetivará se permitir uma clara e inequívoca atribuição de competências entre o Estado e os Municípios, assente numa estrutura financeira clara e inequívoca que considere a correspondente repartição de recursos financeiros. A materialização da descentralização admi-
nistrativa de competências nos municípios deve assentar, ser realizada, privilegiar, a transferência universal e definitiva de forma a garantir a racionalização dos recursos disponíveis, visando a coesão territorial, a solidariedade entre regiões, a aproximação das decisões aos cidadãos e desta forma melhorar a qualidade dos serviços prestados. Mas não é este o caminho que o projeto de Decreto-Lei do governo preconiza. Trata-se agora de uma delegação de competências por via da celebração de contratos interadministrativos. Uma delegação contratual que depende da vontade das partes, governo e município, suscetível de trazer para cima da mesa negocial, condições diferentes em função da gestão partidária do go-
PS marca a diferença nos Municípios da Península de Setúbal A CÂMARA Municipal de Montijo é o Município que respira melhor saúde financeira na Península de Setúbal. Os resultados relativamente ao exercício das contas de 2014 demonstram que a execução orçamental ultrapassou os 88%, um resultado que se deve a uma gestão rigorosa e a uma saúde financeira saudável que se afirmou e consolidou no ano que passou. Contrariando a posição da oposição, quer do PCP, quer do PSD, a Câmara Municipal de Montijo mantém uma situação financeira positiva porque soube, agora, mas também no passado, ajustar a despesa e a receita, apesar da enorme diminuição de receitas que sofreu nos últimos anos motivada pela crise em geral e pela crise do setor imobiliário em particular. Factos são factos. O Montijo beneficiou do PAEL, mas foi dos primeiros se não o primeiro Município a liquidar o empréstimo, ainda no ano de 2013. O Montijo é o Concelho da Península de Setúbal e provavelmente de todo o país, com tempos de pagamento a fornecedores mais baixos, 42 dias, ao contrário da maioria das Câmaras da Península que acumulam em alguns casos mais de uma centena de dias. Mas para além da boa gestão, igualmente relevante são as opções políticas, e nestas podemos atestar a escolha consciente de apoiar e beneficiar as populações contribuindo para a justiça social, sendo exemplo incontornável a decisão feita pelo Partido Socialista no Montijo de desagravamento fiscal através do IMI e do IRS.
Catarina Marcelino Deputada PS
“ Contrariando a posição do PCP e do PSD, a Câmara do Montijo mantém uma situação financeira positiva ” Estas medidas não foram seguidas pela grande maioria dos Municípios da Península, sendo que em alguns casos até se verificou o contrário. O executivo da Câmara Municipal de Montijo liderado pelo Presidente Nuno Canta, apesar do chumbo orçamental protagonizado pelo PCP e pelo PSD para 2015, provou ao longo do último ano a sua competência à frente dos destinos do Montijo, realizando obra que a oposição dizia impossível de acontecer, veja-se o caso do Mercado Municipal tão badalado pelo PSD na campanha eleitoral, apostando no serviço público aos cidadãos com especial destaque
para a resposta aos problemas sociais, academias seniores descentralizadas, serviços de atendimento na área social no âmbito da ação social, imigração, violência doméstica. Mas também poderia falar da gestão do parque escolar, da boa cobertura da rede de pré-escolar, apenas como outros exemplos. Há que referir que neste primeiro ano de mandato de Nuno Canta vimos as ruas limpas e as estradas asfaltadas, quando a oposição, os arautos da desgraça, vaticinavam a incapacidade de ação do executivo que, note-se, governa com maioria relativa e apenas com o Presidente e três vereadores, mas com responsabilidade e ambição de tornar o Montijo um concelho melhor. O PS no Montijo marca a diferença. A diferença num território onde, todos os outros Municípios são governados por outra força política e onde os problemas financeiros graves, os longos tempos de pagamento a fornecedores, as opções de não despenalizar fiscalmente as famílias, a desresponsabilização permanente em áreas chave como a rede de equipamentos escolares ou em programas como as Atividades Extra Curriculares, alegando sempre fatores externos à gestão como motivo para justificar, muitas das vezes o injustificável, são o argumentário para uma governação deficitária que traduz má gestão e opções políticas que não beneficiam os cidadãos e cidadãs que vivem nestes municípios.
ERRATA
Troca de texto Na fase final de produção da última edição foi inserido, por lapso, um texto repetido sobre a educação no distrito, na página de Negócios, na qual deveria ter sido publicado um texto sobre as performances do porto de Setúbal, que editamos na página 13 da presente edição. Pelo facto pedimos as devidas desculpas aos nossos leitores.
Sábado • 24 janeiro 2015 • www.semmaisjornal.com
verno e do município respetivo, com custos incalculáveis em matéria de recursos e meios, da confiança, bem como a violação do princípio basilar da transparência, da igualdade, e do interesse público em geral. O que é desejável é que a lei seja uma Lei-Quadro que estabeleça de uma forma geral e universal, a transferência de atribuições e competências para os municípios e não uma lei que permita negociar competências ao sabor das conjunturas politicas e, consequentemente dando azo à celebração de acordos desiguais, temporários e injustos. Por outro lado, sempre se dirá que na gestão das áreas a negociar nada se diz sobre o papel das diversas entidades que já estão a operar nos territórios concelhios
nas áreas a delegar, como as IPSS na área social, os centros de saúde na área da saúde, entre outros. Qual é o papel reservado ao município, na gestão, isto é, participa e assume a responsabilidade ou entrega os meios financeiros, logísticos e humanos e não é responsável? Estes são aspetos susceptiveis, a nosso ver, de gerar a maior confusão e opacidade, para além de poder sobressair também o «amiguismo,» que é inaceitável quando se trata de gerir a “res-pública”. De salientar ainda, a possibilidade de duplicação e sobreposição de tarefas e poderes que em nada contribuem para a racionalização dos recursos disponíveis nem para a obtenção de ganhos de eficácia e eficiência.
EDUCAÇÃO & CIDADANIA
Chumbos e Desistências SOB O sistema de ensino recaem muitas responsabilidades. Para além da aprendizagem dos conteúdos e do desenvolvimento de competências, à escola cabe a formação de cidadãos livres, criativos e felizes, que possam participar na vida política, económica e social do país. Muitos são os professores, funcionários, alunos e pais que tentam fazer da escola um motor de transformação social, que contribua para a construção de uma sociedade mais justa. Por vezes quixotesco, esse empenho embate na realidade, nas decisões políticas e administrativas, nas restrições orçamentais, nas contingências sociais…O sistema educativo que temos reflete a sociedade em que está inserido, integra-se na rede complexa das suas instituições, dinâmicas e práticas culturais. Apesar de se ter generalizado o acesso ao ensino, não estão ainda garantidas condições essenciais de equidade, que permitam a generalização do sucesso escolar. Os problemas que se verificam na escola são ainda semelhantes aos da vida. Os sucessos e os insucessos do sistema educativo espelham, dão eco e, às vezes, ampliam o conjunto de circunstâncias que o condicionam. Não é exatamente a mesma coisa falar de resultados de exames e sucesso escolar. Com efeito, sempre que se procuram sobrepor estas duas realidades não se leva em linha de conta a forma como os contextos e suas variáveis influenciam os processos educativos e formativos. O resultado dos exames representa uma classificação quantitativa, que nada nos diz sobre o trabalho desenvolvido pelos professores, também nada dizendo sobre condições de origem e as variáveis de contexto dos estudantes. No passado dia 17 de janeiro, o semmais trouxe à capa a notícia que o “Distrito de Setúbal lidera a nível nacional chumbos e desis-
João Couvaneiro Professor do Ensino Superior tências nas escolas”. No ano letivo de 2012-2013, a nível nacional desistiram ou ficaram retidos no 12º ano de escolaridade 36% dos estudantes. Ou seja, mais de um terço dos 58529 alunos matriculados, não conseguiram terminar o ensino secundário. No caso do Distrito de Setúbal a taxa de retenção e desistência foi de 43%. Dos 4622 alunos matriculados no 12º ano, quase 2000 não conseguiram concluir o ensino secundário. Sem desresponsabilizar os alunos e a escola, não é difícil encontrar razões para tão mau desempenho. Entre elas surge a conjuntura socioeconómica, que assume uma expressão particularmente dura no distrito de Setúbal. O desemprego e a miséria, convertem-se em handicap sociocultural afetando as prestações escolares. Os resultados denunciam também a instabilidade vivida nas escolas, causados pelos erros das opções políticas do Ministério da Educação e Ciência. Estes resultados são preocupantes pelas assimetrias que revelam e por demonstrarem o muito que está por fazer. Sendo difícil agir de forma rápida sobre o contexto social e económico, no que respeita às políticas educativas, importa criar condições para: conferir estabilidade e segurança ao corpo docente; reduzir o número de alunos por turma; implementar projetos eficazes e continuados de combate ao insucesso; bem como desenvolver o ambiente motivacional de todos os intervenientes nos processos educativos e formativos.
15