AF_garcias cash setúbal_260*55mm_CARNAVAL2017.pdf
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semmais 30 ANOS SEM JOSÉ AFONSO? Passados trinta anos, percebemos que o génio musical de José Afonso anda aí. Ainda bem. SOCIEDADE PÁGINA 13
Sábado 25 | Fevereiro | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 937 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso
SOCIEDADE PÁGINA 4
PAULO DO CARMO ASSUME LUTAS DA QUERCUS DE SETÚBAL O ex-vereador da Câmara de Grândola, que esteve dois anos à frente do Núcleo da Quercus do Litoral Alentejano, foi eleito no sábado passado para presidir ao núcleo de Setúbal da associação ambientalista. Para o mandato quer mais concertação com autarquias e empresas.
NEGÓCIOS PÁGINA 12
GALP PODE PERFURAR BACIA DO ALENTEJO JÁ EM ABRIL A contestação subiu de tom esta semana e chegou mesmo ao Parlamento, mas a petrolífera admite avançar já no mês de Abril com as primeiras perfurações na costa do Algarve e bacia do Alentejo Litoral. A operação vai atingir mais de 46 quilómetros de extensão.
NEGÓCIOS PÁGINA 12
EAD GANHA COMPLEMENTARIDADE COM AQUISIÇÃO DA FIN-PRISMA As negociações arrancaram o ano passado e foram agora formalizadas, com a aquisição da empresa tecnológica por cerca de um milhão de euros. Paulo Veiga, líder da EAD, afirma que o projeto futuro é consolidar o mercado, mas na complementaridade. A Fin-Prisma é o trunfo.
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A SEMANA
Paulo Rocha vence 9.º concurso de fado de Setúbal
Empresários pedem ajuda ao edil alcacerense
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aulo Rocha, de Lisboa, foi o grande vencedor do 9.º Concurso de Fado de Setúbal, na grande final que teve lugar no dia 18, na Capricho Setubalense, com sala esgotada. O jovem lisboeta foi o eleito do júri do evento, composto por Amílcar Caetano, da Capricho Setubalense, Horário Pena, da Câmara de Setúbal, e o fadista Gonçalo Salgueiro, que atuou no início do espetáculo. Paulo Rocha, que conquistou o júri com “Gaivota Perdida” e “Silêncio, deixem ouvir as guitarras”, saiu de Setúbal «muito feliz» após uma noite que marca o regresso ao fado. «Estive afastado dos palcos nos últimos 4 anos devido a um problema que me levou a ser submetido a uma cirurgia a uma corda vocal. Estou a voltar agora, mas ainda estou a recuperar. Setúbal marca o meu recomeço e da melhor maneira». O fadista, que começou a cantar em concursos há 12 anos, confessou que participar no concurso sadino foi como «regressar às origens», além de passar a representar uma marca no seu percurso. «Ter vencido aqui dá-me forças para recuperar e continuar».
Já a jovem, de 21 anos, Rute Belga, de Viana do Alentejo, que interpretou “A Candeia” e “Fado Primavera”, conquistou o público, que a elegeu a melhor da noite e obteve ainda o 2.º lugar na votação do júri. O 3.º lugar, com um prémio de 125 euros, coube a Fernando Ferreira, 60 anos, de Vialonga, que interpretou “Se ao menos houvesse um dia” e “Recaída”, enquanto o Prémio de Melhor Fadista do Concelho coube a Ana Parreira, concorrente que atuou na 2.ª semifinal, mas não foi selecionada para a gala final. O vencedor ganhou 500 euros e um fim de semana no Hotel
Santo André exige a reclassificação de via
do Sado, além de ter garantido atuação na Feira de Sant’Iago. Também Rute Belga, que ganhou 375 euros pelo somatório do 2.º lugar e do Prémio do Público, e Ana Parreira, a Melhor Fadista do Concelho, têm presença assegurada na feira. O vereador da Cultura, Pedro Pina, mostrou-se satisfeito com o balanço do concurso. «Esta edição teve a maior participação dos últimos anos. Este é um excelente indicador da projeção do evento, não só em Setúbal, mas também a nível nacional, pois houve pessoas de vários pontos do país a concorrer. Somos uma cidade de portas abertas».
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m grupo de empresários ligados ao setor da agricultura com empresas e projetos de ampliação e diversificação da atividade no concelho de Alcácer do Sal, nomeadamente na área dos produtos biológicos hortícolas, criação de gado, cultivo de batata-doce e cenoura, pediu esta semana apoio ao presidente do município alcacerense, Vítor Proença, para os ajudar na resolução de alguns dos problemas com que se debatem na sua atividade. Os empresários queixam-se das limitações impostas pela classificação de uso do solo florestal que limita o desenvolvimento dos projetos agrícolas,
Jovens espancam e roubam taxista em Grândola
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ois jovens, na casa dos 20 anos, espancaram e roubaram um taxista de 78 anos na terça-feira à noite, em Grândola. Os agressores recorreram a uma soqueira e deixaram a vítima com ferimentos graves no rosto. O taxista foi chamado para transportar os suspeitos desde Santa Margarida da Serra até ao bairro das Murteiras, onde aconteceram as agressões. Não foi revelado o montante do dinheiro que os taxistas levaram. A GNR está a investigar o caso.
O
executivo da Junta de Santo André aprovou, por unanimidade, no dia 23, um abaixo-assinado contra a divisão da cidade de Santo André, dando sequência ao processo iniciado pela população e pela autarquia. O presidente Jaime Cáceres, apela «à mobilização da população em torno deste abaixo-assinado, que será depois endereçado aos órgãos de soberania nacional, em particular ao Presidente da República, ao Governo e à Assembleia da República, mas também à Infraestruturas de Portugal e à Câmara Municipal de Santiago do Cacém». O documento exige a reclassificação da via como ER261-5, e
não como A26-1, entre Vila Nova de Santo André e a rotunda da Barbuda, na Freguesia de Sines; e a integração na malha urbana da cidade do trecho de via da ER261-5, entre os nós da Maria da Moita (Areias Brancas) e de Vila Nova de Santo André (rotunda oval), transformando-o em alameda, possibilitando a circulação rodoviária limitada a 50 km/h e o atravessamento pedonal da mesma, conferindo desta forma qualidade de vida às populações e o incremento da modernidade urbana da cidade, conforme têm vindo a defender a Junta de Santo André, a Câmara de Santiago do Cacém e a população em geral, junto do Governo e da Infraestruturas de Portugal.
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demora na aprovação e licenciamento dos projetos, mau estado das acessibilidades e falta de mão-de-obra. O autarca sugeriu a criação de uma associação, com vista à resolução dos problemas comuns tendo transmitido ao grupo de investidores, toda a disponibilidade para o apoio. Vítor Proença anunciou ainda que já reuniu com o IEFP sobre a falta de trabalhadores e agendou uma reunião entre os representes do grupo de empresários e a equipa responsável pela alteração do PDM, instrumento considerado como uma oportunidade única, de grande valor para a criação de emprego e postos de trabalho.
Alunos sofreram intoxicação alimentar em escola de Corroios
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Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) foi chamada esta semana à EB 2,3 de Corroios para recolher amostras das refeições servidas na segunda-feira, mas ainda é desconhecido o que terá provocado a intoxicação alimentar aos 19 alunos. Os estudantes deram entrada nos hospitais Garcia de Orta e Barreiro/Montijo, com vómitos e dores abdominais. A revelação foi feita pelo diretor do Agrupamento João de Barros, António Carvalho.
SOCIEDADE
ACORDO ENTRE OS DOIS PAÍSES IBÉRICOS ‘TRAVA’, ATÉ VER, CONSTRUÇÃO DO ARMAZÉM DE RESÍDUOS NUCLEARES
Central nuclear que ameaça região está mais vigiada por Portugal O acordo está feito e Portugal retirou a queixa em Bruxelas. As autoridades espanholas comprometem-se a ‘travar’ a construção do armazém de resíduos nucleares até que o governo português analise ambientalmente os riscos. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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ortugal e Espanha chegaram a acordo sobre a acesa polémica em torno da central nuclear de Almaraz, no concelho de Cáceres (Espanha), mas que ameaça o rio Tejo até Almada em caso de acidente radioativo: o nosso país retira a queixa que apresentou em Bruxelas e Espanha compromete-se a paralisar o Armazém Temporal Individualizado (ATI) na central nuclear. Pelo menos até que o governo luso analise a informação considerada pertinente e envie especialistas a visitar as instalações, segundo o anúncio feito pela Comissão Europeia. As linhas do acordo foram estabelecidas a 3 de fevereiro na reunião que juntou o primeiro-ministro António Costa e o presidente do governo central espanhol, Mariano Rajoy, por iniciativa do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Os países vizinhos comprometeram-se a iniciar um processo de de consulta e de diálogo contrutivo para tentar resolver a controvérsia instalada em torno da construção do armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz. Quer dizer que Espanha passa a estar obrigada
a partilhar com Portugal toda a informação considerada relevante em matéria ambiental e de segurança nuclear, devendo ainda organizar uma visita das autoridades portuguesas à central, ficando ainda impossibilitada de executar a autorização para construção do armazém de resíduos até que Portugal dê luz verde. Ainda assim, quando questionado sobre se, no quadro do entendimento alcançado entre Portugal e Espanha, com intermediação da Comissão Europeia, será realizada uma avaliação dos impactos transfronteiriços, como Lisboa reclamava, e quem a efetuará e pagará, Enrico Brivio (porta-voz da Comissão) disse que «ainda é cedo» para determinar se tal é ou não necessário. Nas reações a este acordo fica claro para as organizações ambientais portuguesas que o nosso país não deveria ter retirado a queixa contra Espanha. ASSOCIAÇÃO ZERO DIZ QUE DIÁLOGO É POSITIVO A associação Zero, através de Francisco Ferreira, considera que que «o diálogo acordado entre Portugal e Espanha é positivo», mas retirar a queixa contra Espanha é «um grande recuo». Os ambientalistas afirmam que não só o estado espanhol como os proprietários da
central nuclear têm «revelado uma enorme falta de transparência e inflexibilidade», pelo que este acordo foi recebido com surpresa. A Zero quer conhecer as «eventuais contrapartidas que tenham sido negociadas», recordando que «a verdadeira questão e que tem de estar presente nas conversas entre os dois Estados é a razão da instalação do armazenamento temporário de resíduos nucleares que é completamente desnecessário se se respeitar o fecho da central nuclear em 2020». Recorde-se, de resto, que é este o prazo estipulado na licença. Já a Quercus apelida o acordo de «insuficiente», apesar de considerar benéfica a suspensão de construção do armazém. «É um primeiro passo, mas é uma medida de caráter essencialmente político e insuficiente, e que ainda não corresponde às verdadeiras expectativas da sociedade portuguesa», segundo João Branco, o líder desta associação, que aconselha ainda o Governo a não abrandar os esforços «junto de Espanha, tendo em vista a participação nacional em todo o processo». O ministro dos Negócios Estrangeiros ouviu críticas de praticamente todas as bancadas parlamentares ao acordo alcançado com Espanha sobre a construção do
Acordo entre os dois governos é bem visto, mas a situação continua a preocupar armazém de resíduos nucleares. PSD, CDS e Bloco de Esquerda colocaram questões sobretudo por o acordo não suspender essa construção, mas o
ministro garantiu que o Governo acautelou um eventual avanço de Espanha que venha a ser contrário à posição portuguesa: «Portugal suspende
durante dois meses os efeitos da queixa que apresentou. Ela pode ser reativada a qualquer momento», avisou Augusto Santos Silva.
Energia nuclear mesmo aqui ao lado •
Começou a ser construída em 1972 e o primeiro reator começou a laborar em 1981, enquanto o segundo arrancou em 1983.
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Situa-se nas imediações a povoação de Almaraz (Cáceres) onde residem 1600 pessoas, e ocupa 1683 hectares, situam-se a cerca de cem quilómetros da fronteira com Portugal e linha reta, seguindo o caudal do rio Tejo.
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Tem capacidade para abastecer cerca de 4 milhões de pessoas, representando 10% do consumo de energia em Espanha.
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Em 2015 produziu 16705 kw por hora o que daria para abastecer a cidade de Lisboa 5,6 vezes, que consome 2982 kw por hora, segundo valores do Pordata, e 34% da população portuguesa.
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Trabalham na central cerca de 800 pessoas, mas a cada ano e meio chegam aqui a laborar 2 mil funcionários durante dois meses.
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Pertence às empresas Iberdrola, Endesa, Unión Fenosa, Hidroeléctrica del Cantábrico e Nuclenor
CONCURSO RUSSO É UM DOS MAIS CONCEITUADOS E MAIORES DO MUNDO
Adega de Pegões arrecada “Grand Prix” da Prodexpo 2017
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Adega Cooperativa de Pegões foi galardoada com o “Grand Prix” do mais prestigiado concurso de vinhos e bebidas espirituosas que se realiza na Rússia, “Prodexpo”. A empresa vitivinícola de Palmela recebeu
o “Cisne de Ouro” com o vinho tinto “Adega de Pegões Syrah 2013”. Na edição deste ano, a 19.ª, concorreram 231 produtores oriundos de todo o mundo, a maior parte europeus, com cerca de 950 bebidas. «É um orgulho sair de um concurso
desta dimensão com o prémio principal, o que revela a nossa qualidade. Desejamos, para já, como aposta prioritária, aumentar o crescimento no mercado russo», disse ao Semmais o enólogo e dirigente da cooperativa vitivinícola, Jaime Quendera.
Refira-se que a cerimónia da entrega de prémios contou com a presença dos maiores importadores, grossistas, retalhistas russos do setor do vinho e bebidas alcoólicas, bem como cerca de 300 representantes de revistas e jornais daquele país.
O enólogo Jaime Quindera, com o diploma e galardão recebidos SEMMAIS | SÁBADO | 25 DE FEVEREIRO | 2017 | 3
SOCIEDADE
PAULO DO CARMO ASSUME AMBIENTE DA PENÍNSULA DE SETÚBAL DEPOIS DE DOIS ANOS À FRENTE DO NÚCLEO DO LITORAL ALENTEJANO
Novo presidente do Núcleo de Setúbal da Quercus quer mais articulação com autarquias e tecido empresarial O ex-vereador da Câmara de Grândola foi eleito, sábado passado, presidente do Núcleo de Setúbal da Quercus, depois de dois anos à frente do congénere do Litoral Alentejano. Paulo do Carmo elege a mobilidade, a eficiência energética, a qualidade do ar, o ruído e os espaços verdes nas cidades como alavanca da sua ação futura. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
DEPOIS DE DOIS ANOS A LUTAR PELO AMBIENTE NO ALENTEJO LITORAL SEGUE-SE A PENÍNSULA DE SETÚBAL. SÃO DESAFIOS DIFERENTES? Este é um enorme desafio e também uma grande responsabilidade, porque a complexidade dos dois territórios são diferentes. EM QUE MEDIDA? Nesta região, há outro tipo de preocupações e exigências, numa Península em que vivem mais de 800 mil pessoas, a mobilidade é
uma peça fundamental na vida das pessoas, com grandes impactos ambientais, mas também a eficiência energética, a qualidade do ar, o ruído, os espaços verdes nas cidades. QUE IDEIA TEM DESTAS REALIDADES EM RELAÇÃO À PENÍNSULA? Apesar dos esforços nos últimos anos neste vasto território, continuamos a ter vários passivos ambientais, nomeadamente nas antigas zonas industriais do Barreiro e Seixal, em que continuam a existir muitos hectares de solos contaminados. Há, igualmente, alguns pro-
blemas de funcionamento de algumas unidades industriais na zona de Paio Pires, com impacto na vida das pessoas nomeadamente má qualidade do ar e níveis de ruído muito elevados. E a existência de vários focos de poluição nos estuários do sado e tejo, bem como os impactos negativos derivados das pedreiras na Serra da Arrábida, entre outros. QUE OBJETIVOS ESTÃO DEFINIDOS PARA OS PRÓXIMOS 2 ANOS? Estamos muito motivados e determinados, pelo que definimos os nossos objetivos em 3 áreas distintas.
Paulo do Carmo foi eleito sábado passado e promete agenda cheia A primeira é sem dúvida uma maior ligação com as autarquias, nomeadamente com as câmaras municipais. A Quercus tem que ser e deve ser vista como uma parceira institucional, trabalhando em conjunto com as instituições e poderes, bem como a comunidade em geral e as
escolas em particular Em segundo lugar, deve ser uma maior aproximação com o tecido empresarial da região, já que podemos não estar de acordo em algumas coisas, mas as empresas podem ainda ter um papel mais interventivo e responsável na área do ambiente. É preciso moti-
var as empresas com ações e projetos credíveis, e esperamos contar com elas. Por último mais intervenção e mais proximidade junto dos cidadãos, porque é preciso que as pessoas sejam informadas e que sejam formadas para as questões relacionadas com o ambiente.
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SOCIEDADE
TRATA-SE DA MAIS AMPLA EXTENSÃO DE LINHAS NOVAS CONSTRUÍDAS EM PORTUGAL DESDE A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Ferrovia Sines/Caia começa em março para beneficiar ainda Setúbal e Barreiro
O projeto, considerado a pedra angular na estratégia de expansão terrestre da área de influência do porto de Sines. Uma solução que vai ajudar a potenciar o porto de Setúbal, bem como o novo terminal de contentores da Margem Sul do Tejo, previsto para o Barreiro. Os projetos englobam a modernização e eletrificação das linhas ferroviárias, mas para além de concursos, o essencial do programa nestes primeiros dois anos incide maioritariamente na realização de estudos e projetos.
TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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stá por dias o arranque do concurso que marca o início daquele que será o maior projeto que a empresa Infraestruturas de Portugal vai coordenar para os próximos quatro anos. A via férrea entre Sines e o Caia, com ligação a Espanha, que também vai beneficiar o porto de Setúbal e Barreiro, traduz a mais ampla extensão de linhas novas construídas em Portugal desde a primeira metade do século XX. O lançamento da empreitada Elvas-Caia, por 18,5 milhões de euros, está agendado té final de março. Os primeiros seis pro-
A nova e moderna linha ferroviária é considerada ponto-chave para cruzamento ibérico portuário jetos do plano para a requalificação da rede ferroviária nacional (Ferrovia 2020) já estão em andamento, com eletrificação das linhas ferroviárias, construção de subesta-
ções ou trabalhos de sinalização, noutras regiões de país. Mas no prazo de um mês a região vai ver avançar uma das obras mais aguardadas e reivindicadas dos últimos anos, es-
tando incluída no lançamento de um cojunto de concursos num valor global de 184,5 milhões de euros, que vão arrancar em cinco zonas diferentes de Portugal.
VELOCIDADES A 200 QUILÓMETROS POR HORA O projeto, direto descendente dos planos de infraestruturas do Estado Novo será a pedra angular na estratégia de expansão terrestre da área de influência do porto de Sines. Uma solução que vai ajudar ao mesmo tempo a potenciar o porto de Setúbal, bem como o novo terminal de contentores da Margem Sul do Tejo, previsto para o Barreiro.
Será possível viajar a uma velocidade até 200 quilómetros por hora, de acordo com informações recolhidas e os comboios de mercadorias contarão com rampas suaves permitindo a uma locomotiva de tipo 4700 da CP Carga rebocar 1600 toneladas. Lisboa e Caia ficarão a cerca de duas horas – com a linha de alta velocidade em finalização do lado espanhol, será possível utilizar esta linha para ligar Lisboa e Madrid em cinco horas. Entre Sines e Badajoz serão poupadas mais de três horas de trajeto para comboios de mercadorias, o aumento da tonelagem por locomotiva será de 1040 para mais de 1400 toneladas e serão poupados mais de 150 quilómetros de percurso.
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SOCIEDADE
INSTITUIÇÃO COMEMOROU 30 ANOS AO SERVIÇO DA REABILITAÇÃO DE JOVENS EM SITUAÇÃO DE RISCO
Centro Tabor, em Setúbal, foi responsável pela inclusão social de mais de dois mil jovens O centro de Setúbal está de parabéns com a comemoração de trinta anos de atividade ao serviço de jovens em situação de risco. No total, mais de dois mil jovens passaram pela instituição e a maioria está devidamente integrada socialmente. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SMJ
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esponsável pela inclusão social de mais de dois mil jovens em situação de perigo, numa cerimónia simples, mas repleta de emoções resultado do visionamento de um filme das atividades realizadas em trinta anos, o Centro Jovem Tabor comemorou o seu trigésimo aniversário. Fundado em 1987 pela provisão de D. Manuel da Silva Martins, primeiro Bispo de Setúbal, o evento foi presidido por D. José Ornelas de Carvalho, participando no descerrar da placa comemorativa dos
30 anos, o presidente da Comissão Nacional da Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, Juiz Conselheiro Armando Leandro, Natividade Coelho, diretora do Centro Distrital de Setúbal da Segurança Social. e Pedro Pina, vereador da Cultura. Do programa da comemoração do aniversário realizou-se a atribuição de placas de agradecimento às organizações que colaboram com o Centro Jovem Tabor pela via da responsabilidade social, destacando-se a GAIVEO LUZIO, CHÃO BOM, AJAL, DELTAGÁS, ESPAÇO FORTUNA, AUTOSET, AKI e SUNCREATION. Assinalou-se ainda as parcerias com a associação REFOOD, Ban-
co Alimentar de Setúbal e o Agrupamento de Escolas Lima de Freitas. Com a colaboração dos Arquitetos Maria Angelina Santos e Júlio César Quaresma foi elaborada a imagem dos 30 anos do Centro Jovem Tabor, sendo reconhecido por todas as entidades públicas presentes a importância do trabalho desenvolvido pela instituição na reinserção de jovens em situação de perigo. PRESIDENTE DIZ TRATAR-SE DE «UM MARCO HISTÓRICO» Para além das entidades oficiais, participaram funcionários, ex-utentes e voluntários, assinalando-se as emoções com a inauguração da exposição “Memórias vivas da inclusão so-
O bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, descerrou a placa comemorativa cial, 30 anos ao serviço da reabilitação de jovens em situação de perigo”, transformando-se o momento alto do evento o partir do bolo de aniversário. Para o presidente da direção, Paulo Lourenço, a comemoração do 30.º aniversário «foi um marco histórico na vida da instituição, a qual tem sofrido nos últimos anos com as tentativas de descredibilização do sistema de promoção e
proteção de crianças e jovens em perigo». À margem do evento Paulo Lourenço, assinalou ainda que o trabalho das Casas de Acolhimento de jovens em perigo «é uma atividade muito exigente, de elevado desgaste físico e emocional que carece um olhar distinto e de melhor reconhecimento por parte do Estado e da própria sociedade» O responsável disse
ainda que a afetação de recursos capazes de dar resposta aos novos desafios da intervenção social com jovens em situação de perigo e o reforço da confiança por parte do Estado nas instituições que acolhem jovens, «são os fatores que mais fragilizam o sistema de proteção e crianças e jovens em perigo, exigindo-se por parte de todos os atores um papel de melhor articulação».
Região sai à rua para e divertir-se com Docente da Escola Superior de Educação vibrar festejos carnavalescos CRISTINA SILVA FOI NOMEADA PELO GOVERNO PARA LIDERAR EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA DEMOCRÁTICA E PARA OS DIREITOS HUMANOS
do IPS vai coordenar projeto nacional do Conselho da Europa
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professora e dirigente da Escola Superior de Educação (ESSE) do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), Cristina Gomes da Silva, foi nomeada pelo governo coordenadora nacional do Projeto Educação para a Cidadania Democrática e para os Direitos Humanos (ECD/DH), do Conselho da Europa. O convite partiu do secretário de Estado da Educação, João Costa, e releva a experiência e a competência de uma das mais destacadas docentes da ESE do IPS. Iniciado em 1997, o projeto, no qual Portugal participa desde o início, promove a implementação de práticas educativas, formais ou não for-
mais, com o objetivo de preparar os jovens e os adultos para a vida numa sociedade democrática, contribuindo para que sejam cidadãos ativos, informados e responsáveis. A ECD/DH engloba diferentes temáticas que resultam dos desafios contemporâneos das nossas sociedades, como a educação para a cidadania, a educação para os direitos humanos, a educação para a paz, a educação para o desenvolvimento sustentável e a educação para os media. A sua abordagem destina-se a todos os que se encontram envolvidos em processos educativos: professores, alunos, encarregados de educação, responsáveis por estabelecimentos escolares, técnicos
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de educação da tutela e das Autarquias, decisores políticos e membros de organizações não- governamen-
tais, enquadrando-se numa perspetiva multidimensional e de educação ao longo da vida.
s festejos carnavalescos estão de regresso à região para animar a população. Em Sesimbra, além das escolas de samba, no domingo e terça-feira, às 14 horas, também há o desfile dos palhaços, as cegadas e o desfile trapalhão na Quinta do Conde. Os desfiles são gratuitos. Em Sines, o Carnaval vai ter mais de 500 participantes em relação a 2016. Dois mil foliões animam os desfiles de domingo, segunda (noturno) e terça-feira, sob o lema do cinema. São esperadas cerca de 30 mil pessoas. O corso sai à rua no Montijo a 26 e 28, às 15 horas, com mil figurantes e 7 carros alegóricos car-
regados de sátira à política local e nacional. A entrada é livre. Em Almada, este domingo, às 16 horas, a Praça S. João Batista recebe o concerto de Carnaval, com a banda µey Must Be Crazy. Em Alhos Vedros, na Moita, a “Velhinha” volta a apostar no corso, composto por quatro carros alegóricos. Sai para a rua a 26 e 28, às 15 horas. Cerca de 450 foliões vão animar o público, com as suas fantasias. Há corso no Pinhal Novo, dia 28, às 15h30. No dia 29, decorre o Enterro do Bacalhau, às 21h30, em Pinhal Novo. Nos “Loureiros” e na Humanitária há bailes de Carnaval, a 25 e 27 de fevereiro, às 22h30.
LOCAL
SESIMBRA Seleção de jovens para artes de rua
SEIXAL Município pede urgência nas obras da secundária João de Barros A Câmara visitou, no dia 20, a secundária João de Barros, onde as obras estão paradas há 6 anos. A acompanhar a visita esteve o diretor do Agrupamento de Escolas João de Barros, António Carvalho. Os cerca de 1100 alunos têm atualmente aulas em contentores no meio de «um estaleiro ao abandono, em condições preocupantes e que pioram a cada dia que passa, sendo urgente e necessária uma resposta por parte da tutela», refere a autarquia. O edil Joaquim Santos referiu que «a autarquia tem vindo a alertar o Governo para a necessidade de concluir esta obra no menor espaço de tempo, uma vez que a mesma foi interrompida em 2011 e só agora estará para se adjudicar a sua retoma, o que esperamos que aconteça este ano».
GRÂNDOLA Semanas gastronómicas arrancam O borrego e o cabrito condimentados com ervas aromática, são os principais ingredientes das ementas propostas pelos 10 restaurantes do concelho que participam a partir deste sábado na 14.ª Semana Gastronómica do município. No total são 22 pratos diferentes para apreciar nestas Semanas Gastronómicas. Esta iniciativa visa dar a conhecer e a saborear os produtos mais característicos da Dieta Mediterrânica considerada pela UNESCO Património Imaterial da Humanidade e que se distingue pela presença regular das sopas, cozidos e guisados, pão, frutos e produtos hortícolas, frutos secos, utilização de ervas aromáticas como condimento e consumo de azeite como principal gordura.
MOITA Marcha de protesto em defesa do hospital Uma ação de protesto junto ao hospital do Barreiro está agendada para dia 4, a partir das 10 horas. Os protestos terão início com uma marcha entre a Baixa da Banheira e o hospital do Barreiro e culminará com concentração junto ao hospital. Esta marcha, em defesa do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo e do Serviço Nacional de Saúde, sob o lema “Todos ao Hospital”, exige a contratação de mais profissionais de saúde, a reposição dos serviços de atendimento permanente nos Centros de Saúde e o alargamento do seu horário de funcionamento, a redução dos tempos de espera nas urgências, nas consultas externas e cirurgias, e o fim das taxas moderadoras.
MONTIJO Comemorações do Dia de Canha O museu etnográfico de Canha acolhe este sábado, às 16, horas, as comemorações do Dia de Canha. O ponto alto é o lançamento do livro “Canha e os seus forais” de José Manuel Vargas. A obra, uma edição da Junta, pretende divulgar a carta de Foral de 1235, concedida por D. Paio Peres Correia, e o Foral de 1516, atribuído por D. Manuel I, bem como contribuir para um melhor conhecimento da história de Canha, desde as suas origens até ao século XVI. Além do lançamento do livro, serão homenageadas alguns cidadãos de Canha que têm deixado a sua marca na vida social e cultural da vila.
A repavimentação da rua Norton de Matos, na Quinta do Conde, está concluída. A obra, incluída no 2.º programa de pavimentações dinamizado pelo município, decorreu no troço compreendido entre a rotunda junto ao hipermercado Continente e o cruzamento com a Av.ª da Cova dos Vidros, onde o piso estava mais degradado. Localizada junto a uma das principais entradas da Quinta do Conde, a partir da EN10, e de grandes superfícies comerciais e zonas habitacionais, a Norton de Matos é uma das vias mais movimentadas da freguesia. Esta rua confina ainda com o parque da Vila.
PALMELA Março a Partir já mexe Está a chegar o 22.º “Março a Partir”. O programa conta, este ano, com cerca de meia centena de propostas, promovidas por 37 entidades, nas cinco freguesias. A música, o cinema, a dança, o teatro, o desporto, o voluntariado e as artes plásticas têm presença forte entre o leque de atividades. O público jovem é o principal alvo, mas não só, de um projeto que tem evoluído no sentido da inter-geracionalidade e da valorização da aprendizagem associativa, assumindo-se, cada vez mais, como «escola de participação». A antecipar, está já a decorrer o concurso de bandas amadoras, com final agendada para 4 de março.
SINES Lobos do mar ensinam crianças a fazer nós de marinheiro O que fazem dois antigos pescadores e um reformado da marinha nas escolas de Sines? Ensinam aos mais novos a engenhosa arte dos nós de marinheiro, pretexto para encontros inter-geracionais que trazem aos mais novos a experiência de contactar, em carne e osso, com verdadeiros lobos do mar de Sines. “Nós do mar”, ateliê de confeção de nós de marinheiro, é uma das atividades do Mar & Arte, projeto do Centro de Artes em que estão a participar 872 crianças do pré-escolar e ao 1.º ciclo do básico.
SANTIAGO DO CACÉM Festival de música dá alimentos a Centro de Dia O festival de música metal, o “Alvalade Arise”, tem apostado na vertente da solidariedade. Em 2016, o certame, que se realizou no antigo centro social da Mimosa, voltou a solicitar aos festivaleiros a entrega de bens alimentares e não alimentares à entrada do recinto. A recolha saldou-se num assinalável sucesso. Os alimentos foram entregues passado dia 7 de janeiro, ao centro de dia de Alvalade. O evento, organizado por jovens alvaladenses, contou com o apoio da Junta de Alvalade e do município.
ALCÁCER DO SAL População ganha 50 aparelhos de ginástica e manutenção O município, a União das Freguesias de Alcácer e de Santa Susana, bem como a Junta do Torrão, instalaram em 2016 e no 1.º trimestre do presente ano, 50 aparelhos de ginástica e manutenção. A Câmara colocou no total, 25 aparelhos na cidade e bairros periféricos. Os últimos, 12, foram colocados este mês no Forno da Cal, Majapôas e nos bairros da Quintinha, S. João e Olival Queimado. A União das Freguesias de Alcácer e Santa Susana também instalou, 4 aparelhos de ginástica em St.ª Catarina, 4 em Palma, 3 em Monte Novo e 7 no Laranjal. Na freguesia do Torrão, a junta instalou também 2 aparelhos no Batão, 2 em Rio de Moinhos e 3 no Torrão. No total, a população beneficiou de 50 novos aparelhos para fazer ginástica.
ALCOCHETE Voluntários limpam sítio das Hortas ALMADA Cidades debatem exclusão e inclusão Almada acolhe, a 1 de março, o I Encontro Nacional Cidades Inclusivas, na Academia Almadense. Subordinado ao tema “Cidades Inclusivas: Cidades que promovem o sucesso educativo de todos e de cada um”, o evento conta com a participação de 20 municípios, que irão refletir em torno dos fatores de exclusão e inclusão presentes nos territórios. Centrado no papel da comunidade local na promoção do sucesso educativo, este encontro enquadra-se no plano de ação assumido pelo Grupo “Cidades Inclusivas da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras”, que visa promover a partilha das boas práticas.
BARREIRO Executivo municipal ouve reclamações da população O município realiza as Opções Participadas com a população de Santo António da Charneca, no Centro Social de Santo António, no dia 9 de março, a partir das 21 horas. Neste encontro, os munícipes têm a oportunidade de colocar as suas questões sobre a freguesia ao presidente e vereadores da Câmara e ao presidente da Junta de Freguesia. De salientar que, durante o dia, o executivo municipal visita aquela freguesia.
A Associação de Educação Ambiental promove uma ação de voluntariado em Alcochete, no sítio das Hortas, este domingo, dia 26, das 14h30 às 17 horas, com a participação de todos os cidadãos. A finalidade da ação é a limpeza do rio, com remoção de plásticos, garrafas e outros detritos deixados nas águas do Tejo. No final, há um lanche convívio aberto a todos os participantes. No último domingo de cada mês, a ASPEA promove atividades de limpeza, plantação ou remoção de vegetação invasora. Depois da iniciativa em Alcochete, a ASPEA dinamiza uma atividade limpa bosques a 26 de março.
SETÚBAL “Setúbal mais bonita” abre inscrições A sétima edição do projeto municipal de requalificação do espaço público “Setúbal Mais Bonita”, que decorre de 19 a 21 de maio, tem inscrições abertas para apresentação de propostas de intervenção ou participação como voluntário. A iniciativa, organizada pela CMS em parceria com as juntas de freguesia e com apoios mecenáticos de diversas empresas, destina-se à concretização de ações de requalificação, limpeza e embelezamento do espaço público. As propostas de intervenções, que podem contemplar pintura de fachadas, recuperação de mobiliário urbano, arranjo e plantação de espaços verdes e recolha de detritos e lixos, entre outras, devem ser apresentadas até 2 de abril.
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CULTURA
NOVA VERSÃO DO MUSICAL “AMÁLIA” PROMETE APAIXONAR E EMOCIONAR OS PORTUGUESES
«Este espetáculo foi feito com toda a alma, coração e amor» A estreia da nova versão do musical “Amália” ocorreu, com o Teatro Politeama, em Lisboa, a rebentar pelas costuras, no passado dia 16, com a presença de vários convidados. La Feria lamentou a falta de apoios para a cultura e apelou para que o público não deixe morrer a cultura nem o teatro. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SMJ
A
nova versão do musical “Amália”, pela batuta do consagrado encenador/criador Filipe La Feria, 17 anos depois, já está em cena no Teatro Politeama para recordar a história da vida e das cantigas da eterna voz de Portugal, a fadista Amália Rodrigues. O Politeama, após um mês de ensaios, esteve ao rubro com a estreia deste espetáculo que tem tudo para ser sucesso e esgotar sessões com muito público. A crítica e o público garantem que esta nova versão é melhor que a original. A cantora Alexandra,
que veste a pele de Amália em adulta, revelou que continua a emocionar-se no palco. «Este papel toca-me imenso, sobretudo o final, quando ela se despede dos palcos. Estou a viver novamente este papel com uma intensidade incrível, agora mais do que na primeira versão», sublinha, acrescentando que está a dar o seu melhor para dignificar a figura de Amália. «Gosto muito de musicais e este é muito especial para mim. Conheci a Amália, foi muito simpática comigo e felicitou-me uma vez por ter cantado um fado dela», vincou. Alexandra não tem dúvidas de que a nova versão de “Amália” vai levar mais
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público ao teatro. «As pessoas têm andado um bocado afastadas do teatro. Pode ser que com “Amália” venham mais ao teatro. Espero que a juventude também venha conhecer a vida desta grande fadista». «CONTINUO SEM RECEBER APOIOS DO ESTADO» Já Filipe La Feria, que confirmou não receber apoios do Estado, realçou que a nova versão foi feita com «toda a alma, coração e amor», tendo os ensaios decorrido sem os atores receberem qualquer valor monetário. E lamentou que os sucessivos governos não se interessem pela Cultura. «É sobretudo graças
ao público que o teatro e a cultura não vão morrer em Portugal», sublinhou. E lamentou: «É pena que os artistas em Portugal só depois de mortos é que são considerados». A versão original de “Amália” esteve em palco durante 6 anos e foi vista por mais de 3 500 espetadores. Agora, Filipe La Féria refez o texto e revelou no-
vos segredos da vida apaixonada de Amália, numa encenação que utiliza, pela primeira vez em Portugal, a tecnologia de animação 3D, o cinema e o vídeo. Alexandra, Anabela, Carlos Quintas e Liana, são alguns dos protagonistas deste musical que nos conta a vida e os melhores fados de Amália, desde que em criança
apregoava pelas ruas de Lisboa até à vedeta que encabeçou cartazes das mais famosas casas de espetáculos de todo o mundo, tendo sido ovacionada em Paris, Roma, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Moscovo e no Japão. “Amália” sobe ao paco de quarta-feira a sábado, às 21h30, e aos sábados e domingos, às 17 horas.
CULTURA
AGENDA SETÚBAL25FEVEREIRO21H30
FLAMENCO PASSION
RAIO-X
POR ANTÓNIO LUIS
FLÁVIO FERNANDES
«DEIXEI DE SONHAR PORQUE NÃO FAÇO AQUILO QUE GOSTARIA EM TERMOS PROFISSIONAIS» Flávio Fernandes, de 31 anos, que divide a sua vida entre os palcos e o empreendedorismo, nasceu em Setúbal mas reside em Lisboa. De signo Caranguejo, Flávio ambiciona visitar Nova Iorque e continuar a ser feliz.
FORUM LUÍSA TODI
“Flamenco Passion” é uma evocação do compositor, produtor e guitarrista espanhol Paco de Lucia no dia em que se assinala o terceiro aniversário da sua morte. O preço dos ingressos varia entre os 11 e os 12,5 euros.
ALMADA25FEVEREIRO16H00
AS AVENTURAS DE GUINHOL TEATRO JOAQUIM BENITE
“As Aventuras de Guinhol”, com encenação e adaptação de Teresa Gafeira, a partir do texto tradicional francês, com Anabela Ribeiro, Bernardo Souto, Isac Graça, Nuno Fonseca e Vera Santana. Nesta história, Guinhol é o criado de Emílio, um cientista incrivelmente empenhado na criação de um ser vivo belo e submisso.
SEIXAL25FEVEREIRO21H30
LUIZ CARACOL APRESENTA NOVO CD FÓRUM CULTURAL
O cantor Luiz Caracol apresenta o seu último trabalho intitulado “Metade e Meia”, uma mistura multicultural de sons, línguas e vozes. O tema de estreia é “Por Acaso”. O músico foi convidado em 2011 a participar no documentário da Música Portuguesa Brasileira, ao lado de vários outros artistas da lusofonia global.
SANTIAGO DO CACÉM 25FEVEREIRO16H30
MARIONETAS, BONECOS E ROBERTOS BIBLIOTECA MANUEL JOSÉ DO TOJAL
A biblioteca de St.º André acolhe o espetáculo de marionetas, pela Associação Cultural Mãozorra, que aborda o tema da caça. Esta companhia de marionetas, bonecos e robertos surgiu com o objetivo de preservar, criar e inovar o teatro popular de marionetas em Portugal.
SESIMBRA25FEVEREIRO15H00
CEGADAS ANIMAM VILA FORTALEZA DE SANTIAGO
As Cegadas continuam a passar pelas freguesias do Castelo e Santiago e a “brincar” com acontecimentos e personalidades. Este ano, os cegantes apresentam o tema “Os Emigrantes”, e prometem, como é habitual, momentos de grande paródia.
GRÂNDOLA26FEVEREIRO15H00
“POSTERS COM CIÊNCIA” EM EXPOSIÇÃO CENTRO DE CIÊNCIA VIVA DO LOUSAL
No dia da cerimónia de entrega dos Òscares, o Lousal estende a passadeira vermelha para um tarde de cinema e ciência, com a inauguração da exposição inédita “Posters com Ciência”, onde o artista digital Edgar Ascensão reinterpreta cartazes de cinema de filmes ligados à ciência.
GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para assistirem à revista popular “Parque à Vista”, em cena no Parque Mayer, em Lisboa, bem como para o musical “Quase normal”, dos irmãos Feist, no palco do auditório do Casino Estoril. Para ser contemplado com convites, basta ligar para 969 431 085 ou 918 047 918.
QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? Acho que aos 31 anos os sonhos profissionais deixam de existir. Até porque, não faço profissionalmente aquilo que gostaria. Sendo assim, posso dizer, que deixei de sonhar a nível profissional. E PESSOAL? A nível pessoal, quero continuar a ser feliz. CIDADE PREFERIDA? Apesar de ter visitado algumas pela europa, continuo a ser um apaixonado por Lisboa. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? Nova Iorque. Espero conhecê-la nos próximos 2 anos. UM DESEJO PARA 2017? Sucesso profissional.
QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? Prefiro ser convidado. QUEM É A MULHER MAIS SEXY DO MUNDO? Angelina Jolie. COMPLETE: A MINHA VIDA É… Uma luta constante, da qual me orgulho ser vencedor em cada batalha ultrapassada. O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? O 6.º sentido que quase todas as mulheres têm. COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Cozido à portuguesa e um bom vinho a acompanhar. QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? Gastar dinheiro. QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? “Dei-te o melhor de mim”, de Nicholas Sparks.
QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “A casa da senhora Peregrine, para crianças peculiares”. MELHOR PEÇA DE TEATRO? “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare. MELHOR MÚSICA DE SEMPRE? “Imagine all the people”, de John Lennon. QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Ser amigo. E DEFEITO? Orgulhoso. COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? O gato Simão. O QUE LEVAVA PARA UMA ILHA DESERTA? O telemóvel. DIA OU NOITE? Noite, sem dúvida.
O QUE MAIS TEME NA VIDA? Voltar a perder alguém que amo muito. A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? Não odeio ninguém. Portanto, não oferecia um presente envenenado, nunca. O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? A morte de minha mãe.
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Jovens coreógrafas mostram talento
A
Academia de Dança de Setúbal estreou dia 18, no Fórum Luísa Todi, com sala cheia, bailados de quatro jovens coreógrafas. O espetáculo envolveu Catarina Correia, Filipa Peraltinha e Letícia Marques, coreógrafas e bailarinas formadas na Academia de Setúbal, e Inês Pedruco, formada no Conservatório Nacional e atualmente a dar aulas na instituição. Iolanda Rodrigues, da direção, realçou que o espetáculo foi «um sucesso e a sala estava cheia». O programa repete dia 29 de abril, às 21h30, no mesmo palco. E no dia 28, há espetáculo pela Pequena Companhia, às 15 horas, também no Forum. Cada jovem trabalhou uma criação com a Pequena Companhia. Além de coreografar, Letícia Marques integrou o elenco de bailarinos da Pequena Companhia que interpretou a sua obra. Cada criação teve um tema diferente.
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POLÍTICA
CDS-PP ASSUME POUCO MAIS DE MEIA DÚZIA DE COLIGAÇÕES COM SOCIAL-DEMOCRATAS
Centristas apostam no eixo autárquico de Alcochete e Montijo Já estão fechadas as coligações com o PSD nos concelhos de Alcochete, Montijo, Palmela, Sesimbra, Moita, Santiago e Alcácer do Sal. Pode ainda haver acordo em Sines. Nos restantes o partido de Cristas vai a votos sozinho. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM
O
s concelhos de Alcochete e Montijo estão na mira do CDS-PP que concorre em coligação com os social-democratas. As esperanças estão alavancadas nos resultados de há quatro anos, quando o CDS-PP elegeu um vereador em Alcochete e, no concelho montijense, onde a coligação aproximou-se muito do PS, que detém a gestão do município. João Viegas, presidente da distrital, aponta ainda a não recandidatura do atual presidente da Câmara de Alcochete, Luís Franco (CDU) para aumentar as esperanças do partido centrista num resultado ainda melhor. «Elegemos um vereador quando concorremos sozinhos e esperamos, agora em coligação, chegar a um segundo, embora estejamos preparados para mais», disse ao Semmais.
Alcochete, aliás, é o único caso de coligação em que o CDS-PP ‘oferece’ o cabeça de lista, Vasco Pinto, vereador e vice-presidente da distrital. No Montijo, avança João Afonso (PSD). E nas restantes coligações já formalizadas, Paulo Ribeiro (PSD) renova candidatura em Palmela, Francisco Luís (PSD), em Sesimbra, Francisco D’orei (PSD) será candidato em Alcácer, faltando a indicação do candidato para a coligação na Moita e em Santiago do Cacém, ambos a ser indicados pelos social-democratas. ‘MARCA PRÓPRIA’ DEFINIDAS NO BARREIRO E SEIXAL Para o Barreiro, um dos concelhos onde os centristas concorrem com ‘marca própria’, está indicado Jorge Teixeira, presidente da concelhia, que já foi coordenador do Centro de Estudos da Juventude Centristas a nível nacional. E no Seixal, será cabeça de lista, Humberto Batardo, líder da concelhia e deputado na assembleia municipal
deste concelho. Os casos ainda por decidir são os de Setúbal, que rompeu negociações com o PSD há duas semana, apontando-se as hipóteses do próprio João Viegas e a de Ana Clara Birrento, ex-presidente do Instituto da Segurança Social, e Almada, cuja escolha deverá recair sobre uma figura nacional, segundo outras fontes contatadas pelo Semmais. Para Setúbal a única certeza é a de que o candidato à presidência da Assembleia Nacional será Nuno Magalhães, deputado e ex-presidente da distrital. Em Grândola o CDS-PP não deverá ir a votos e em Sines não ainda excluída a possibilidade de coligação, sendo que estes dois casos são os mais atrasados nas decisões a tomar. No geral, João Viegas garante que o partido centrista «vai lutar por mais votos, mais eleitos» e com a intenção de contribuir para a retirada de maiorias absolutas à CDU, nomeadamente, frisou ao Semmais, «no concelho de Setúbal».
CDS-PP de Setúbal já anda no terreno A concelhia sadina dos centristas quer fazer «política positiva’ e tem realizado alguns encontros com forças vivas do concelho. As primeiras investidas com os presidentes das juntas “União de Freguesias de Azeitão” e “União de Freguesias de Setúbal”. «A nossa orientação para as autárquicas é trabalhar de forma crítica e construtiva em prol de Setúbal, num ato de seriedade política», explicou Paulo Santos, presidente da Concelhia do CDS-PP. São esperadas várias reuniões nos próximos meses, sobretudo, diz o líder da concelhia, «termos uma maior visão de proximidade com as populações e os seus problemas».
CONCELHIAS DO PS AFINARAM NO BARREIRO ESTRATÉGIAS PARA PRÓXIMO COMBATE POLÍTICO NO DISTRITO
Socialistas lançam trunfos para atacar autárquicas deste ano
A distrital do partido da rosa fala de um encontro ao mais alto nível das estruturas no distrito, em que se analisou todos os resultados das últimas autárquicas, em especial para os níveis da abstenção. Agora a ideia é «reforçar a força do partido», ganhando câmaras e juntas e elegendo autarcas. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
C
erca de centena e meia de dirigentes socialistas em representação das concelhias do distrito estiveram reunidos numa jornada de preparação do processo eleitoral autárquico. O encontro, na qual participaram também especialistas e responsáveis nacionais, incluiu cinco workshops, num modelo e formato inovador. O presidente da federação socialista, que organizou o evento, António Mendes, trouxe para cima da mesa os dados da abstenção registado no distrito, nomeadamente o facto de as médias serem inferiores à média nacional, no que toca às legislativas e superiores no que diz respeito às autárquicas. «Isto significa que quando os eleito-
res se mobilizam para votar no distrito o PS ganha as eleições, como provam as vitórias sucessivas em eleições legislativas», afirmou o líder federativo. Os socialistas concluem que o eleitorado que devia votar mais por tratarem-se de eleições mais próximas dos seus interesses locais desinteressa-se, devido à cultura política da CDU no poder local que transfere as responsabilidades para a administração central. «As pessoas ficam com a sensação que as autarquias se limitam a reivindicar e este desinteresse convém aos nossos adversários, os comunistas da CDU», salienta o líder distrital do PS. Ana Catarina Mendes nega da CDU ao aeroporto de Montijo No encerramento dos trabalhos, a secretária geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, também ela eleita pelo circulo
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eleitoral de Setúbal, e ex-lider da federação, exortou a uma «grande mobilização» para o combate autárquico que aí vem. Catarina Mendes, frisou a importância do processo de descentralização de competências para as autarquias que o governo está a promover, e enumerou algumas decisões políticas com impacto na região. A dirigente nacional criticou
ainda os autarcas da CDU por estarem contra o novo aeroporto de Montijo que, afirmou, «vai ser um factor de desenvolvimento em todo o distrito». E disse ser imperioso nas reforçar nas próximas autárquicas «a força do PS» num distrito que «tem tudo para ter tudo» e possa avançar «como sempre tem avançado durante os governos socialistas».
PSD mantém Francisco Luis por Sesimbra
F
rancisco Luís, o vereador que o PSD elegeu em Sesimbra nas últimas autárquicas, vai voltar a liderar a lista para a presidência naquele concelho. Os sociais-democratas renovam assim, pela terceira vez, a confiança no dirigente do partido, considerando que Francisco Luís “tem desempenhado um trabalho bastante relevante ao nível da sustentabilidade ambiental e da proteção civil”, refere uma nota de imprensa do PSD. O própria sublinha que ao longo destes últimos oito anos, tem estado ao lado das pessoas, reivindicando uma melhoria da qualidade de vida para a população do concelho nas suas três freguesias, Quinta do Conde, Castelo e Santiago. «Ao votar PSD, os cidadãos vão poder contar com uma visão muito mais moderna do poder autárquico, uma forte ambição de desenvolver e potenciar a nossa terra», afirma.
DESPORTO
CLÁSSICA DA ARRÁBIDA PREVÊ PARTIDA E CHEGADA TODOS OS ANOS NUM CONCELHO DIFERENTE
Prova de cariz profissional traz à região a nata das natas da modalidade Os municípios de Sesimbra, Palmela e Setúbal, a Federação de Ciclismo e a empresa Lima&Limão Cycling Services apresentaram quarta-feira, a 1.ª Clássica da Arrábida. A prova de ciclismo profissional vai trazer à região as melhores equipas e os melhores ciclistas portugueses e formações dos Estados Unidos, Bolívia, Espanha e Noruega. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM CMS
A
1.ª edição da Clássica da Arrábida realiza-se a 5 de março, num percurso de 200 quilómetros que começa e acaba no concelho de Palmela e passará pela Quinta do Conde, Alfarim para depois descer a Sesimbra e voltar a subir em direção à Arrábida, num dos momentos mais esperados do percurso, tanto pela dificuldade como pela beleza da paisagem. Na véspera da corrida terá lugar o Grand Fondo da Arrábida, prova com três graus de dificuldade, que simula uma grande etapa profissional, mas aberta a atletas amado-
Felícia Costa, vereadora da Câmara de Sesimbra, no uso da palavra res. Neste primeiro ano, o Grand Fondo não passará por Sesimbra, mas em 2018, terá a sua partida e chegada no concelho. Sesimbra entra assim também na rota destes populares eventos que
atraem centenas de praticantes a provas que se multiplicam por todo o país e são exemplos perfeitos da conjugação entre o desporto e o turismo. Apesar estar sempre presente uma componente
2.º Trail running de Canha à espera de mais de 4 centenas de participantes
A
paisagem de Canha vai receber a 2.ª edição do Trail Running de Canha, no próximo dia 5 de março, que no ano passado trouxe a esta vila cerca de quatro centenas de participantes. Nesta edição, os trilhos de Canha vão ser calcorreados a pé, em modo de corrida ou caminhada. A eco-caminhada está aberta à participação de pessoas de todas as idades. No Trail só podem participar maiores de 18 anos, que tenham uma boa preparação e conhecimento para fazer uma boa gestão do esforço físico. As
competitiva forte, os atletas demonstram bastante interesse em conhecer as zonas por onde pedalam e em usufruir da paisagem, gastronomia, património ou tradições. No momento, as quatro entidades assinaram um protocolo de colaboração, com vista à realização destes eventos nos municípios da Arrábida por 3 anos, e que prevê que a partida e chegada seja todos os anos num concelho diferente. PROMOÇÃO DAS ARRÁBIDA E DE OUTRAS POTENCIALIDADES Delmino Pereira, presidente da Federação do Ciclismo, destacou a importância do evento na promoção da Arrábida e de um ciclismo sustentável. «Que-
remos promover a Serra e dar a conhecer as suas potencialidades mas é fundamental apresentar aos praticantes sítios e locais por onde possam andar, de modo a evitar acidentes e maus comportamentos, porque na Arrábida há muitos percursos clicáveis mas há outros que temos que saber preservar.» Para o antigo profissional de ciclismo, é fundamental que «os ciclistas circularem de forma sustentável, com condições de conforto e próximo da malha urbana, porque a qualidade de vida implica também uma prática sustentável», concluiu. Felícia Costa, vice-presidente da Câmara, reafirmou a importância da prova para a região. «Este
tipo de prova é fundamental para dar a conhecer as potencialidades do nosso território e património e de todo o distrito», referiu. «É uma iniciativa que reforça o trabalho que este “triângulo” de municípios da Arrábida já há muito desenvolve, porque estamos juntos na promoção turística, social e económica desta região que abraça Sesimbra, Palmela e Setúbal», sublinhou Felícia Costa. No encontro estiveram presentes o vice-presidente do município sadino, André Martins, e o edil palmelense, Álvaro Amaro, e João Serralheiro, da Lima&Limão Cycling Services, empresa parceira na organização destas provas.
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inscrições estão abertas até ao dia 1 de março. Este ano, o percurso do trail será mais técnico, com novos trilhos e passagem obrigatória da ribeira de Canha. A caminhada será uma caminhada cultural, não muito exigente do ponto de vista físico, mesmo sendo de 10 quilómetros. O seu ponto alto será a visita a herdade do Moinho Novo. Será certamente um dia intenso de atividade física e de convívio entre praticantes, amigos e famílias. Apenas a 30 quilómetros de Lisboa uma aventura espera por si.
brevesdesportivas 35.ª Volta ao Alentejo passa pela região
A 4.ª etapa da “Alentejana” em bicicleta, regista, este sábado, passagens por Porto Covo e Sines. Às 13h35, há meta-volante em St.º André, e pelas 13h52 há Prémio Montanha em Santiago. Em Alcácer passa às 15 horas pela Comporta e às 15h45, junto ao estádio.
Passeios informais de bicicleta
Este domingo regressam os Passeios Informais em BTT/Cicloturismo, com concentração às 8h30 e partida às 9 horas, na Fidalbyke. O percurso é de 30 quilómetros, sendo feito ao «ritmo do participante menos preparado. É o passeio ideal para conviver com amigos ou trazer família».
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NEGÓCIOS
MAIORIA DAS ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS E DO SETOR DAS PESCAS ESTÁ RADICALMENTE CONTRA O AVANÇO DO PROJETO
Galp admite iniciar prospeção de petróleo no Litoral Alentejano já em abril
A operação de perfuração experimental foi suspensa o ano passado, mas vai agora avançar na bacia do Litoral Alentejano. O furo vai ser feito num raio de ação de 46,5 quilómetros ao largo de Algeruz, paredes meias com os mares alentejanos. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
S
e as condições meteorológicas e do mar o permitirem, a Galp pode começar a perfurar a bacia do Litoral Alentejano já em abril, para avaliar se a exploração de petróleo é economicamente viável nesta região. A informação foi agora avançada pelo presidente da empresa, Carlos Gomes da Silva, depois do consórcio formado pela italiana Eni (operadora) e a petrolífera nacional terem previsto realizar o furo em 2016, acabando por suspender a operação. Os trabalhos apontam as perfurações entre 1.200 metros e 1.600 metros num projeto para durar entre 45 a 60 dias, com um custo diário que deverá rondar o milhão de dólares por dia. O furo vai ser feito a 46,5 quilómetros ao largo de Aljezur em plena bacia do Alentejo. Segundo o gestor, o
Manifestação contra o projeto frente à Assembleia da República furo no «mar alentejano» poderá ter início em abril ou então em maio, consoante as condições do mar, que só vai possibilitar realizar esta operação, no limite até junho. É por isso que Carlos Gomes da Silva não exclui a possibilidade da perfuração ser adiada para 2018. Recorde-se que desde janeiro deste ano que o consórcio formado pela Eni (operadora) e Galp tem luz verde do Governo para efetuar perfurações ao largo do Alentejo. A autorização para sondagem emiti-
da pela Direção-geral dos Recursos Naturais (DGRN), Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) é válida até 10 de janeiro de 2019. Até dez dias antes do início da perfuração, a Eni terá de enviar à DGRN uma comunicação com o cronograma da operação que tem merecido alguma contestação devido ao impacto negativo que pode ter. Sobre essas críticas, Carlos Gomes da Silva disse que «qualquer contributo é bem-vindo». A Galp cancelou o seu furo previsto para 2016
depois da DGRM ter prolongado em mais um mês a consulta pública. Este adiamento obrigava o consórcio a fazer o furo mais tarde do que o previsto, remetendo o início dos trabalhos para outubro, quando as condições do mar e meteorológicas já eram adversas a uma prospecção fiável e em condições. A licença reserva ainda a possibilidade de interrupção dos trabalhos, assinalando que «a operação de sondagem ocorre durante um período de 60 dias, podendo ser interrompida, nomeadamente em função dos resultados do Programa de Monitorização Ambiental e Caracterização Ecológica, definido por termos de referência constantes da presente licença, ou por causas naturais decorrentes de parâmetros da agitação marítima». CONSULTA PÚBLICA GEROU 40 MIL NEGAS O tema gerou aceso debate na Assembleia da República em janeiro, quando a autorização dada pelo
Governo foi revelada pelo Bloco de Esquerda durante um debate quinzenal com o primeiro-ministro. Catarina Martins salientou que «podemos estar perante o primeiro furo realizado em Portugal em mar de alta profundidade para prospeção de petróleo. As populações levantaram-se contra essa possibilidade – mais de 40 mil pessoas a participar numa consulta pública para parar – e agora soubemos que um director-geral de recursos marítimos mesmo antes de ir embora emitiu uma licença», disse, enquanto na resposta o primeiro-ministro fez questão de distinguir esta concessão de outras concessões que têm levantado polémica. «Não havia incumprimento e o atraso era imputável ao Estado e não ao concessionário. Tivemos de manter a concessão. Não foi nenhuma alteração à concessão. É o cumprimento contratual do que estava contratado», respondeu António Costa. Entretanto, um gru-
po de organizações do litoral Alentejano e costa Algarvia pediu uma audiência, com caráter de urgência, ao primeiro-ministro para apresentar as razões que sustentam a «necessidade de resolução dos contratos de prospeção e produção de petróleo e gás em Portugal». Joana Fernandes da Alentejo Litoral pelo Ambiente garante que a prospeção de petróleo na costa acarreta graves riscos ambientais, sociais e económicos. Subscrevem este pedido várias organizações do sudoeste alentejano como: a Associação de Armadores da Pesca Artesanal e do Cerco do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a Associação Cultural e de Desenvolvimento de Pescadores e Moradores da Azenha do Mar, a Associação de Escolas de Surf da Costa Vicentina, a Associação Rota Vicentina e a Taipa – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira.
INVESTIMENTO DA EMPRESA DE PALMELA RONDOU UM MILHÃO DE EUROS E VAI AUMENTAR VALÊNCIAS OPERACIONAIS
EAD complementa-se com aquisição da tecnológica Fin-Prisma A empresa de Palmela EAD, líder de mercado na gestão documental em regime de outsourcing em Portugal, adquiriu a “Fim-Prisma”, do setor das soluções informáticas para a gestão documental. O investimento rondou o milhão de euros e vai complementar a atividade futura da EAD. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
A
EAD, localizada em Palmela e líder de mercado na gestão de documentos em regime de outsourcing, acaba de formalizar a aquisição da Fim_Prisma, especializada no desenvolvimento e implementação de soluções informáticas para gestão documental. As negociações que arrancaram ainda em 2016, vale um milhão de euros, mas vai gerar uma carga de mais-valias em agilida-
de e inovação, que a EAD pode oferecer às empresas, através de serviços como Cloud Backup and Recover Saas, mobile capture, desenvolvimento aplicacional ou a conversão de suportes. Segundo, os responsáveis da EAD, esta empresa cem por cento portuguesa apresenta ainda uma rede sólida de parceiros para o desenvolvimento de soluções tecnológicas, tendo mais de 5000 utilizadores das suas soluções, 50 terabytes de documentos armazenados e mais de 750
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milhões de páginas digitalizadas. Para além disso, segundo a mesma fonte, a Fin-Prisma conta ainda com técnicos credenciados, processos certificados e tecnologia robusta que visam, essencialmente, o aumento do nível de eficiência da organização e a redução dos custos operacionais. «Procurávamos uma empresa para nos consolidarmos no mercado, mas na complementaridade. Uma empresa capaz de dar o apoio necessário à integração de soluções
e serviços, e a Fin-Prisma tem essas valências. Uma empresa com 23 anos de mercado, com um espírito renovado e com um portfólio robusto e que irá, com certeza, enriquecer a EAD», afirma Paulo Veiga, CEO da EAD. PLANO DE CRESCIMENTO E EXPANSÃO INTERNACIONAL Com esta aquisição, a EAD continua o seu plano de crescimento e expansão para 2017, que passa também pelo investimento na Polónia e outros países da Europa de Leste. Recorde-se que a em-
presa de Palmela, especificamente vocacionada para a gestão da função arquivo é uma “Document Service Provider”. O ano passado foi considerada uma das “Melhores Empresas para Trabalhar”. A EAD conta com Com 680 clientes em carteira, 84 colaboradores, 30.000 m2 de área coberta de custódia, 700.000 contentores com documentação, 32.000 volumes de documentos entregues e 176.700 cópias de originais disponibilizados. Em 2015, atingiu uma faturação de 4,5 milhões de euros e alcançou um resul-
O empresário Paulo Veiga tado líquido superior a 700 mil euros, tendo crescido o ano passada cerca de 6 por cento.
ENTRE O GESTO E A PALAVRA
30 ANOS SEM JOSÉ AFONSO
De não saber o que me espera
DAS COISAS NASCEM COISAS JOSÉ TEÓFILO DUARTE
DIESIGNER | DIRECTOR DE ARTE
Tirei à sorte a minha guerra Quando José Afonso morreu, há precisamente trinta anos, já todos tínhamos entendido que a sua influência estava instalada. Percebemos, albúm a albúm, que ao inovar estava a traçar novos caminhos para aquilo que seria a nova música portuguesa. Entendemos bem. A influência está aí e recomenda-se. A nova música insiste em não passar ao lado do seu legado. Os novos músicos escutam-no, estudam-no e trabalham em cima do seu trabalho. Foi muito grande o seu trabalho. INTERROGAÇÕES JOSÉ TEÓFILO DUARTE IMAGENS ARQUIVO DDLX
Mas quem vencer esta meta Que diga se a linha é recta De não saber o que me espera Tirei a sorte à minha guerra Recolhi sombras onde vira Luzes de orvalho ao meio-dia
Ó
scar Silva e Gonçalo Duarte estão ligados profissionalmente à comunicação visual. Respectivamente designer e ilustrador. Mas também são músicos. Óscar desenvolve o seu trabalho de composição e execução no projecto Jibóia. Gonçalo nos Equations e nos novíssimos Live Low, projecto criado por Pedro Augusto que também depõe aqui ao lado. Era importante perceber o que pensa esta rapaziada nascida depois da existência física de José Afonso. Influência? Exemplo?
Vítima de só haver vaga Entre uma mão e uma espada Mas que maneira bicuda De ir à guerra sem ajuda Viemos pelo sol nascente Vingamos a madrugada Mas não encontramos nada Sol e àgua sol e àgua De linhas tortas havia Um pouco de maresia Mas quem vencer esta meta Que diga se a linha é recta
Os nossos dois convidados alinham pelo mesmo diapasão: A infuência está no exemplo corajoso de se experimentarem os sons universais. A música tradicional elevada ao rigor e à exigência formal. Os ritmos africanos e a necessidade de rompimento com a tradição mais retrógada foram, em José Afonso, investigação e projecto musical. A experimentação na música de Zeca é lei. A coragem de sair das inluências formais, avançar para a pesquisa sem tolhimentos e o regresso sem complexos às origens são marca e orientação no seu trabalho, diz Óscar. O que mais me inquietou nesta música foi essa coragem de romper com algo que não andava nem desandava. Zeca andou para a frente sem medo. Daí esta intemporalidade da sua obra que teima em não ter fim. A toda a hora surgem novas interpretações de músicas suas, diz Gonçalo. Para situar as influências e os afectos com mais rigor, transporto para aqui as palavras que Rui Pato, seu acompanhante nos primeiros tempos, hoje médico em Coimbra, escreveu na sua página do Facebook: Recordem-no... Divulguem-no... Toquem-no nas rádios! Reeditem toda a sua obra! Cantem-no, toquem-no... Dancem-no... Sigamos-lhe o exemplo cívico... Lutemos contra todas as formas de prepotência! Estudemos e trabalhemos a sua obra musical. Entreguem-no à irreverencia dos novos músicos! Peguemos na sua obra poética. Sejamos rigorosos no estudo de todo o seu percurso musical, poético e de exemplo de empenhamento. Ele, agora, enche teatros! Ele, agora, junta muita gente que o admira. Ele era um homem simples, humilde, solidário, desprendido, firme nos seus ideais e nos seus princípios. Não se “sirvam” dele. RESPEITEM-NO.
José Afonso | Fura Fura
Modos de fazer
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edimos a Pedro Augusto, mentor dos Live Low, que nos dissesse o que encontra em José Afonso. Segue-se a resposta do músico e compositor: “É dificil perceber as consequências artísticas da obra do Zeca sem a tentar distinguir categorizadamente. Será sempre indissociável reconhecer a pessoa e a repercussão da sua actividade mas, a meu ver, o verdadeiro talento e a herança que deixa à música e aos músicos portugueses é a articulação do texto e das ideias, em música. Assim, refiro alguns dos pontos formais mais relevantes e dos quais encontro eco actual. Um deles, que me afecta pessoalmente, o tratamento do arquivo tradicional português, musical e literário (penso em António Aleixo e Zé da Lata) elevando assim a cultura popular e distanciando-se do que poderia ser uma espécie de música nacional gentrificada. O outro, o estilo de cantar, a métrica aplicada em cada canção, desafiante e orgânica. Seria interessante perceber a fluidez com que gravaria (penso na “Avenida de Angola”). Claro, que o arco de referências que o Zeca é muito mais alargado, o fado de Coimbra, a música africana tiveram uma aplicação clara. A instrumentação de determinados temas gravados em Paris é bastante vanguardista e consequente de um state of the art inexistente em Portugal. Isso inaugura um estilo e um modo de fazer música diferente do que acontecia em território nacional (pautado pelos mesmos orquestradores e os mesmos estúdios de sempre). A figura autónoma e aberta do Zeca demonstra aos seus semelhantes um modo de fazer.”
FOI NUM DIA ASSIM, HÁ TRINTA ANOS | Há trinta anos despedíamo-nos de José Afonso. O aniversário da morte de alguém com uma vida tão cheia deve ser assinalado. É no fim das vidas preenchidas que se percebe o bem que foi feito aos seus pares. Ganhamos muito com a existência de alguém como José Afonso. Marcou gerações e continua a marcar. Foi uma figura da cultura que abriu novos caminhos à cultura portuguesa. Combateu a mediocridade que hoje por aí floresce como erva daninha. Mas influenciou todos os músicos que hoje nos fazem virar os ouvidos para os novos sons. Foi percursor de sonoridades. Permitiu que tivéssemos orgulho na Música Portuguesa, porque criou uma nova maneira de fazer música. Era um esteta. Procurava a decência em tudo o que fazia. Convocou os melhores para com ele trabalharem. Os mais jovens. Os que estavam disponíveis para experimentar. Na música foi o que foi — genial. Mas também a imagem que envolvia o seu trabalho foi sua preocupação. As capas dos discos de José Afonso têm um lugar na história do design gráfico. José Santa-Bárbara, José Brandão, João de Azevedo e Alberto Lopes assinaram a direcção gráfica dos seus álbuns. Também aqui a inovação foi vontade. Para assinalar estes trinta anos sem Zeca, propus desenvolver uma exposição que aborde a estética visual na sua obra. Vai chamar-se Mas quem vencer esta meta, que diga se a linha é retcta. Será a exposição de abril na galeria da Casa Da Cultura | Setúbal. A universalidade da obra de José Afonso será assim homenageada pela cidade onde viveu e onde deixou tantos amigos. Muito obrigado, Zeca.
Pedro Augusto | Live Low
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EDITORIAL
OPINIÃO
AV
A revolução necessária Raul Tavares Diretor
Os milhões que a AT perdeu para os ‘offshores’
D
eixemos as suspeitas com nome de lado e atentemos nos factos. Até 2011, a autoridade tributária em Portugal, aquela máquina trituradora que chega à casa até do português menos abonado, era obrigada a reportar e a escrutinar as transferências de dinheiros para os chamados paraísos fiscais. Entre 2011 e 2014, na vigência do anterior governo e perante a troika que vasculhava as contas do país e que nos obrigou a uma colossal austeridade, deixou de o fazer. Durante esse período, cerca de dez mil milhões de euros foram canalizados para estes ‘offshores’ sem qualquer tratamento por parte do fisco, apesar de os bancos terem comunicado, como a lei obriga, estas transferências à máquina fiscal. Significa fatualmente que parte destes milhões de euros não foram taxados e que o país, cujo governo cortava vencimentos, pensões e subsídios sociais, deixou de cobrar para os cofres do Estado avultada receita de impostos. Todos sabemos o que se passa com os ‘offshores’, pelos quais passa vergonhosamente dinheiros ilícitos, da droga e de crimes afins, de corrupção política e empresarial e, claro, uma despudorada fuga aos impostos. Julgo saber que neste montante global soma apenas vinte declarações que não terão sido objeto de qualquer tratamento pela autoridade tributária. Vinte! E sabe-se que há um período de 12 anos para recuperação dos eventuais impostos a cobrar. Mas as forças políticas que andam a banalizar as comissões de inquérito do Parlamento, na tentativa de visualizar mensagens privadas de telemóveis - num assunto que está arrumado sem dolo para o país e para os portugueses – ainda não se puseram a jeito para arrancar com a solução para este caso maior. As interrogações a fazer são simples: houve alguma decisão política para que a AT deixasse de controlar este tipo de operações? Quem assim decidiu? Foi um erro informático ou de outro tipo por parte da AT? Quem são as instituições financeiras que transferiram estes milhões de euros? Para que ‘offshores’? É possível reaver os impostos devidos? Pode ser até uma grelha de partida para uma urgente Comissão de Inquérito e, quiçá, para averiguações de carácter criminal…
T
oda a gente com dois dedos de testa já compreendeu que no mundo em que vivemos a educação de crianças e jovens é fundamental para o seu futuro sucesso profissional. Os estudos indicam-no claramente. Daí que as políticas de educação sejam centrais, qualquer que seja o modelo de desenvolvimento que se adopte ou a ideia de país que se tenha. Numa sociedade globalizada ainda mais, por maioria de razão. O grande desafio está em dar o salto de uma escola formatada no século XIX para o tempo presente, tendo em conta as incríveis alterações de ordem social e científica verificadas nos últimos cem anos. Mas a sensação que se tem é que o sistema de ensino continua atrasado em relação à dinâmica da sociedade e tem muita dificuldade em mudar. Sou docente universitário mas não especialista em educação, mas creio que se pode afirmar
que esta matéria é importante de mais para ser deixada apenas a especialistas. As crianças não estão todas destinadas a serem investigadores e docentes. Têm que sair da escolaridade obrigatória com determinadas competências para a vida. Por exemplo, não faz sentido que não tragam feito o exame do Código da Estrada e tenham que vir pagar a privados para o obter. Todos eles virão a ser condutores de algum tipo de veículo ou peões. Ou uma formação prática em economia pessoal e doméstica. Ou em primeiros socorros. Ou em cidadania (sistema de Justiça, ambiente, política, segurança). Ou em religiões do mundo (educação para a diversidade, a multiculturalidade e a paz). Isto teria muito mais valor pessoal e cívico do que aprofundar em demasia matéria nas áreas de matemática, literatura, física ou química, para aqueles que não se sentem vocacionados para tal. O exagero dos livros didácticos
PERCEPÇÕES BRISSOS LINO COLABORADOR
é escandaloso, não apenas pelo alto preço que obrigam as famílias a desembolsar (parte dos quais nem são utilizados uma única vez), mas também pelo peso que põe em causa a saúde das crianças. Porque não enfrentar os lóbis das editoras e proporcionar a cada aluno, a partir do 2º. Ciclo, um tablet (que fica na escola) e onde acedem aos conteúdos? E porque não passar a ter algumas aulas ao ar livre, se possível na Natureza? Resolvam-se os constrangimentos burocráticos. E porque não desenvolver um tronco comum, nos primeiros anos, e depois derivar, numa segunda fase, para áreas específicas como ciências, humanidades ou artes, de acordo com a
vocação de cada aluno? E porque se valorizam tanto as ciências e quase nada as línguas e a música? E porque não substituir parte das aulas dadas em sistema unidirecional, onde o professor fala e os alunos ouvem (?) por “ilhas” de exploração de interesses em plena sala, com tarefas diferenciadas? Resolvam-se os problemas de falta de professores. E porque não substituir os por vezes pesados trabalhos para casa (TPC) por aulas estimulantes, que vão ao encontro dos interesses dos alunos e onde eles aprendem muito mais do que em forçados TPC ou aulas a debitar matéria? Tanto para fazer e tanto para mudar.
Sai um planeta fresquinho para a mesa 1 por favor
D
iz que há sete planetas iguais à Terra. Eu quero reservar um, por favor. Por mim, fico com o mais próximo e declaro-me desde já dono e senhor do mesmo. Levo família, amigos. Levo Portugal. Mas só metadae dos Portugueses. Daqueles com que me identifico. Simpáticos, acolhedores, coma alma e aura de Português. Entendem-me? Levo o nosso sol, o nosso mar, a nossa gastronomia. Não levo políticos. Esses podem ficar. Eram todos formados de raiz. Para extrair de vez os males. Os vícios. Pinto da Costa, Bruno de Carvalho, os homens da Liga, Valentim Loureiro, esses ficam todos cá. Também cá deixava António Costa. Esse ficava aqui a “enganar” os outros políticos que já cá estavam. De um lado ele do outro Sócrates e, para compor o ramalhete, ficavam o Jerónimo, a Mortágua, o BCE, a Merkel, o FMI, o Vale e Azevedo. O Trump era nomeado o dono
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disto tudo. OK, não posso desejar tanto mal à Terra. Que escolhessem outro, desde que me garantissem que o Trump ficava. Até levava o nosso Presidente, de quem gosto muito, desde sempre. Mas não sei se conseguia. Como ele anda tão coladinho, tão coladinho à “Geringonça”, quando eu lhe impusesse que optasse, ele ia preferir cá ficar. Pelo menos é o que parece. Não vos parece também? Não levava problemas. Não levava o BES, não levava o problema do aeroporto, não levava os juros da dívida, nem desemprego. Também não levava problemas com um que vi esta semana na imprensa: Então não é que os Bombeiros do Seixal perderam um recurso em que estão condenados a pagar trezentos mil euros a um bombeiro seu ex-funcionário despedido por alegadamente ter assediado uma paciente? Como ficaram muitas questões no ar, uma delas é como é que eu que sou vereador desde
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA
VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL 2009 nunca ouvi falar de um processo desta dimensão (e em nenhum dos meus dois mandatos - o despedimento é de 2011), mesmo tendo em conta que todos os anos eu e o resto do executivo aprovamos uma verba considerável para esta instituição. Para esta e para muitas outras e sendo que o valor transferido não está em causa e, sendo igualmente verdade que a Câmara não tem de se meter nos problemas internos das associações do concelho, não menos é verdade é que tem uma palavra a dizer sobre o destino do dinheiro que transfere. Isso mesmo está protocolado. Então porque nada nos foi dito? E agora? Pelo que percebi o acórdão já transitou em
julgado e se não for pago no prazo em que o recorrente solicitar, este mete uma acção executiva e executa essa sentença. Não tenho nenhuma fonte, mas isso decorre da lei meus caros. O que vai fazer o Senhor Presidente da Câmara Municipal quanto a isto? É que se as coisas forem exactamente assim (salvaguardo que só conheço o processo pela imprensa) estaremos a financiar a incompetência da gestão deste caso. E com isso eu não concordo. Reafirmo, levem-me daqui. O planeta mais perto(Já) está reservado. Quem quiser acompanhar, meta-se na fila, mas tem de preencher os requisitos…
Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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esponsável pela inclusão social de mais de dois mil jovens em situação de perigo, numa cerimónia simples, mas repleta de emoções resultado do visionamento de um filme das atividades realizadas em trinta anos, no passado dia 22 de fevereiro o Centro Jovem Tabor comemorou o seu trigésimo aniversário. Fundado em 1987 pela provisão de D. Manuel da Silva Martins, primeiro Bispo de Setúbal, o evento foi presidido por D. José Ornelas de Carvalho, participando no descerrar da placa comemorativa dos 30 anos, o presidente da Comissão Nacional da Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, Juiz Conselheiro Dr. Armando Leandro, Dra. Natividade Coelho Diretora do Centro Distrital de Setúbal do Instituto da Segurança Social, I.P. e o Dr. Pedro Pina Vereador da Cultura.
Do programa da comemoração do aniversário realizou-se a atribuição de placas de agradecimento às organizações que colaboram com o Centro Jovem Tabor pela via da responsabilidade social, destacando-se a GAIVEO LUZIO, CHÃO BOM, AJAL, DELTAGÁS, ESPAÇO FORTUNA, AUTOSET, AKI e SUNCREATION. Assinalou-se ainda as parcerias com a associação REFOOD, Banco Alimentar de Setúbal e o Agrupamento de Escolas Lima de Freitas. Com a colaboração dos Arquitetos Maria Angelina Santos e Júlio Cesar Quaresma foi elaborada a imagem dos 30 anos do Centro Jovem Tabor, sendo reconhecido por todas as entidades públicas presentes a importância do trabalho desenvolvido pela instituição na reinserção de jovens em situação de perigo. Para além das entidades oficiais, participaram funcioná-
GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA
Livros
PAULO LOURENÇO
INVESTIGADOR SOCIAL rios, ex-utentes e voluntários, assinalando-se as emoções com a inauguração da exposição “Memórias vivas da inclusão social, 30 anos ao serviço da reabilitação de jovens em situação de perigo”, transformando-se o momento alto do evento o partir do bolo de aniversário. Para o presidente da Direção, Paulo Lourenço, a comemoração do 30º aniversário foi considerado um marco histórico na vida da instituição, a qual tem sofrido nos últimos anos com as tentativas de descredibilização do sistema de promoção e proteção de crianças e jovens em perigo. À margem do evento Paulo Lourenço, assinalou ainda que
o trabalho das Casas de Acolhimento de jovens em perigo é uma atividade muito exigente, de elevado desgaste físico e emocional que carece um olhar distinto e de melhor reconhecimento por parte do Estado e da própria sociedade. A afetação de recursos capazes de dar resposta aos novos desafios da intervenção social com jovens em situação de perigo e o reforço da confiança por parte do Estado nas instituições que acolhem jovens, considerou ser os fatores mais fragilizam o sistema de proteção e crianças e jovens em perigo, exigindo-se por parte de todos os atores um papel de melhor articulação.
Da primavera ao inverno árabe
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a minha recente visita aos refugiados que se encontram na ilha de Lesbos, na Grécia, tive a oportunidade, infelizmente fora dos campos, de falar com muitos que se encontram nesta clamorosa situação. Impressionou-me, particularmente, um jovem que está a ser apoiado pela Cáritas Grega. É um sírio, ainda muito jovem, que só conseguiu completar o segundo ano da licenciatura em direito. Vibrou com a primavera árabe. Fez parte de grupos cívicos que se empenharam para que esta primavera gerasse flores de várias cores e a sua Síria deixasse, assim, de ser um “jardim monocolor”. Um dia, veio à rua para colaborar na “plantação” dessas várias flores e em vez
de surgir o jardim sonhado viu iniciar-se a destruição do terreno a plantar. A ele aprisionaram-no para não mais ter a veleidade de ousar espalhar flores. Na prisão, humilharam-no ao ponto de todos os dias o espancarem. Nunca lhe permitiram que se defendesse e, um dia, sem qualquer justificação, abriram-lhe as portas do cárcere. Teve que salvar a vida, mas não de abdicar do sonho de conquistar a liberdade para si e para os seus concidadãos. Decidiu sair do país, com a mágoa de deixar pais e irmãos que ainda lá se encontram. A partir daí, a sua história daria para a meditação de uma das vias-sacras que se irão fazer na próxima quaresma. Dei conta que se trata de um jovem inteligente, sensato, afável e
ATUALIDADES EUGÉNIO FONSECA
PRESIDENTE DA CÁRITAS DIOCESANA impregnado de uma sabedoria que a vida lhe tem proporcionado. Admirei-me por não sentir nas suas palavras qualquer expressão de rancor. O medo maior que vive é da anexação do seu país por uma das potências que alimentam aquele conflito. Confirma-se, desgraçadamente, que a ganância é a mãe de todas a guerras. Fiquei com a noção de que a existência do chamado Estado Islâmico interessa a quem criou condições para eclodirem estas guerras no Médio Oriente e as alimenta.
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JORNALISTA
FIO DE PRUMO
30 anos ao serviço da reabilitação de jovens
JORGE SANTOS
OPINIÃO
Por estranho que possa parecer, este jovem, como outros refugiados que já encontrei no Líbano, não preconizam uma solução bélica para estes conflitos. Disse-me, com toda a veemência, que só o diálogo é solução. A ser assim, a palavra decisiva terá que ser do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Tendo em conta o seu funcionamento não estou nada otimista, mas sei que a PAZ é um bem que está ao alcance de todos. Que cada país, e seus cidadãos, façam a sua parte.
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“
lantar uma árvore, ter um filho, escrever um livro.” A frase provoca várias interpretações e o certo é que de vez em quando nos aparecem na Comunicação Social uns senhores com responsabilidades agarrados à enxada para deixar a sua marca naquele terreno, onde nunca mais voltam, fazendo acreditar que farão o mesmo connosco. Quanto ao ter um filho o acto é natural e a prova é que cá estamos todos embora alguns não se dediquem a quem lhes deu origem e o inverso também é conhecido. O mais difícil é mesmo escrever um livro, se bem que para muitos a coisa seja de tal modo importante que dá para receber todos os méritos e ficar na memória de todo o mundo. Mas – e lá vem esta malvada adversativa – há quem se arme em autor para, num livro que é sempre “bem promovido”, não para transmitir as suas doutrinas e saberes, mas para chegar a objectivos que doutra forma – e o tempo provou – não conseguiria.
“Plantar uma árvore, ter um filho, escrever um livro.” Referimo-nos a uma recente edição onde um ex-Presidente da República que se atreve a revelar o conteúdo de um sem número de reuniões que teve por inerência das funções que desempenhou e onde expõe o conteúdo de conversas que deveriam permanecer no segredo que estas coisas do Estado obrigam e aconselham. Contudo, há que perceber que Cavaco não teve este gesto por agora ter tempo suficiente para “recordar” as duas décadas em que foi profissional da política, pois ao longo deste tempo teve vagar e meios para ir amontuando dossiers para mais tarde revelar. Esperemos “a bem da nação” que ninguém lhe siga o exemplo.
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