Semmais 26 setembro 2015

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semmais DISTRITO PERDEU 1006 HABITANTES MAS 5 CONCELHOS GANHARAM RESIDENTES

Sábado 26 | Setembro | 2015

Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 871 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita

LEGISLATIVAS 2015

ENTREVISTAS PÁGINA 10

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE

«Há muita gente que já vive melhor e muitas empresas que conseguiram dar a volta por cima»

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Desde 2013 apenas cinco concelhos do distrito ganharam habitantes, com Seixal a liderar, seguido de Montijo, Alcochete, Sesimbra e Palmela. Almada é quem mais, acima dos mil residentes. O Litoral Alentejano mantém desertificação.

SOCIEDADE PÁGINA 2

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SOCIEDADE PÁGINA 5

PORTO DE SETÚBAL NA ROTA DOS CRUZEIROS ESTURJÃO PODE REGRESSAR AO TEJO A discussão em torno da possibilidade do porto de Setúbal vir a entrar na rota do turismo de cruzeiros foi um dos destaques da Semana do Mar que juntou a autarquia sadina e a autoridade portuária. Durante um seminário internacional sobre a temática, vários especialistas garantiram sem uma grande oportunidade.

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A espécie está dada como extinta nas nossas águas de rio desde a década de 70, mas um projeto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas pretende criar novos habitats e fazê-la regressar às nossas águas. O Esturjão, conhecido por solho, é um peixe de mar, mas desova em rios. E na mesa é uma iguaria.

FRANCISCO LOPES

«O voto na CDU marca a diferença pela sua política de verdade, trabalho, competência e honestidade»

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JOANA MORTÁGUA

«Distrito está asfixiado na mobilidade interna e os cuidados de saúde primários são um autêntico drama»

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FRANCISCO CARRIÇO

«O flagelo do desemprego tem de ser combatido urgentemente»

LER EDITORIAL DE CAMPANHA PÁGINA 2


EDITORIAL

SOCIEDADE SEIXAL, MONTIJO, ALCOCHETE, SESIMBRA E PALMELA SÃO OS ÚNICOS CONCELHOS QUE GANHARAM POPULAÇÃO

Raul Tavares Diretor

A campanha e a gestão editorial do Semmais

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Distrito perdeu 1006 habitantes mas 5 concelhos têm mais pessoas

Semmais decidiu no início de Setembro iniciar um ciclo de entrevistas aos cabeças de lista das forças políticas com representação parlamentar. E escalonou edições seguidas para que as mesmas tivessem o mesmo espaço editorial e mesma representação gráfica em termos de chamada de capa. A primeira entrevista foi a de Ana Catarina Mendes, cabeça de lista do Partido Socialistas, editada em 12 de Setembro, simplesmente porque os responsáveis da campanha socialista e assessores de imprensa foram mais lestos na resposta. Durante as semanas seguintes, com excepção da CDU, cujo contacto foi feito mais tardiamente (mas seria sempre publicada de forma isolada, de acordo com o nosso planeamento), não obtivemos resposta nem da coligação PSD/CDS-PP nem do Bloco de Esquerda. Estas entrevistas tardias, realizadas em plena campanha, vieram criar dois problemas: o primeiro é que entre a primeira publicada e as seguintes decorreram algumas semanas. O segundo, é que, como prova a presente edição, fomos obrigados a acumular três entrevistas, a que acrescentámos a do “Nós Cidadãos”, esta por decisão editorial de última hora. Estas circunstâncias não permitiram, de facto, iguais chamadas de capa, bem como a presença do PS nesta fase mais em cima da campanha, que pretendíamos deixar mais livre para as acções de rua. Fica feita esta explicação para que não restem dúvidas sobre o esforço que o Semmais fez para dar equidade às várias forças políticas na senda da pluralidade e isenção que é nosso apanágio desde que este projecto editorial foi lançado. Entretanto, exactamente por motivos do dia de reflexão e para acompanharmos a decisão do semanário Expresso, nosso parceiro, o Semmais será publicado na próxima sexta-feira, com o necessário balanço da campanha eleitoral no distrito, desta feita, procurando incluir algumas das forças políticas menos representadas editorialmente neste jornal ao longo das últimas semanas.

Desde 2013 a região perdeu mais de mil habitantes, cifrando-se hoje a população residente em 878.006 pessoas. A maior fuga regista-se no Litoral Alentejano. Os dados são da Pordata e parte da explicação pode estar no maior fluxo de emigração registado nos últimos anos. No entanto, há cinco concelhos que ganharam novos moradores.

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oma e segue a desertificação no distrito de Setúbal. Em 2014 a região voltou a perder população face a 2013, baixando de 879012 habitantes para 878006, no total de menos 1006 pessoas, segundo dados compilados pelo Pordata. A emigração deverá explicar parte do fenómeno. Porém, nem tudo são más notícias. É que há cinco municípios que escaparam à tendência e até têm mais moradores. Contas feitas, é o Seixal que surge como o concelho mais promissor, exibindo um crescimento de 1151 habitantes em 2014 face ao ano anterior, superando hoje os 163 mil habitantes. Segue-se o Montijo, com mais 684 moradores, num total de 54270, sendo que Alcochete surge no terceiro lugar dos “ganhadores” com 241. Tem 18534 habitantes. Sesimbra tem 193 (e 50469 moradores), enquanto

Palmela também aumentou a população em 163 pessoas, tendo hoje 63886, segundo os últimos Censos. Os restantes municípios registam perdas e algumas significativas, como é o caso de Almada que perdeu mais de mil habitantes, continuando a ser o concelho com mais população do distrito (170448), enquanto Setúbal caiu para os 118428 moradores, baixando 816 habitantes face a 2013. Já o Barreiro assistiu a queda de 583 habitantes (tem 76994) e a Moita baixou em 271 pessoas, ficando com 65361 habitantes. Litoral Alentejano perdeu mais de setecentas pessoas O Alentejo Litoral tem hoje 96488, mas todos os municípios perderam habitantes face a 2013. Alcácer do Sal (-177), Grândola (-60), Santiago do Cacém (-167), Sines (-129) e Odemira (-202). Quer isto dizer que o Litoral Alentejano tinha no final de 2014

menos 735 pessoas. Ainda assim, o distrito de Setúbal nem é dos mais castigados pela desertificação, apesar de 2014 ter sido um ano peculiar em matéria de emigração. A crise empurrou para fora milhares de habitantes da região nos últimos três anos, sendo que a presidente da Associação Portuguesa de Demografia (APD), Filomena Mendes, sublinha que se confirmou o receio a partir do momento em que os portugueses começaram a escolher ou-

tros países para viver: «Quando foram, eram emigrantes permanentes e temporários, mas alguns dos que partiram com a expetativa de regressarem em menos de um ano, não estão a voltar. E podem nunca mais o fazer», alerta. Filomena Mendes admite mesmo que o cenário de evolução populacional sofreu um agravamento que superou largamente as previsões realizadas há uns anos, antes da crise em que o país mergulhou.

PORTUGAL NO PÓDIO DA EMIGRAÇÃO Recorde-se que Portugal lidera a emigração entre os 34 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), sendo que em 2013 saíram do nosso país 128 mil emigrantes, revela o relatório ‘Perspetivas das Migrações Internacionais 2015’ publicado esta semana. Ainda segundo a OCDE, 14% dos maiores de 15 anos e nascidos em Portugal residiam no estrangeiro. À frente de Portugal estão Irlanda, com 17,5%, e Nova Zelândia, com 14,1%.

IPS recebe mais de 1000 novos alunos

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Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) regista uma taxa de colocação muito positiva, que alcança agora os 70%, o que representa um crescimento de cerca de 17% face ao ano anterior. Das licenciaturas ministradas no IPS, 13 cursos preencheram totalmente as vagas, nomeadamente Engenharia Informática, Comunicação Social, Animação e Intervenção Sociocultural, Educação Básica, Contabilidade e Finanças, Gestão da Distribuição e da Logística, Gestão de Recursos Humanos, Gestão de Sistemas de Informação, Marketing, Biotecnologia, Enfermagem, Fisioterapia e Terapia da Fala. São esperados mais de 1000 novos estudantes de licenciatura no IPS provenientes da 1ª e 2ª

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fase do CNA e dos concursos de mudança de curso, de transferência e reingresso, maiores de 23 (M23) e titulares de cursos de especialização tecnológica (CET), existindo também a possibilidade de disponibilização de vagas sobrantes para uma 3ª fase do CNA. Destaque ainda para os cursos de Mestrado, onde mais de 200 novos estudantes ingressaram nos diversos cursos oferecidos pelas Escolas Superiores do IPS. Por outro lado, o IPS conta igualmente receber mais estudantes nos seus campi através dos novos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), considerando a elevada procura por esta formação na 1ª fase de candidaturas. Neste sentido, en-

contra-se já definida uma 2ª fase de candidaturas que decorre de 06 a 09 de outubro 2015. O acolhimento aos novos estudantes decorre esta segunda-feira, dia 28 de setembro, com a

realização de duas sessões de boas-vindas no campus de Setúbal do IPS, pelas 10 horas e, mais tarde, pelas 20 horas, e de uma sessão no campus do Barreiro do IPS, pelas 17 horas.


SOCIEDADE II SEMINÁRIO INTERNACIONAL “AS CIDADES PORTUÁRIAS E A RELAÇÃO PORTO-CIDADE”, EM SETÚBAL, JUNTOU ESPECIALISTAS DO CLUSTER

Porto sadino reúne condições para Turismo de Cruzeiros, agora é só avançar O turismo de cruzeiros está na moda e Setúbal não quer ficar de fora. O cluster foi debatido quinta-feira com especialistas que provaram haver grande mercado e condições marítimo‑turísticas na mais bela baia do mundo.

TEXTO RITA MATOS FOTOS SM

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ara conseguirmos que o turismo náutico seja uma oportunidade é preciso dar às empresas espaços para a criatividade. É preciso inovar». Estas foram palavras do Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, no II Seminário Internacional As Cidades Portuárias e a Relação Porto-Cidade”, realizado na passada sexta-feira, de manhã, no Fórum Luísa Todi, em Setúbal, no âmbito da Semana do Mar.

Chamando a atenção para o desafio de transformar o mar numa experiência turística, o secretário de estado sublinhou aquele que deverá ser o papel do Governo e das autarquias no apoio aos investidores. «Temos de dar condições para usufruto do nosso território. Devemos deixar as empresas trabalharem, mas depois é nossa responsabilidade ajudar à estruturação do sector e promover o mar enquanto produto de atracção turística». Para Adolfo Mesqui-

ta Nunes, esta promoção deverá passar, sobretudo, pela aposta nas plataformas digitais. O secretário de estado afirmou que o turismo é uma actividade que «compete de fronteiras abertas para o mundo inteiro». Por isso, frisou, o grande desafio consiste em fazer com que o nosso território seja o escolhido pelos turistas do mundo. Adolfo Mesquita Nunes adiantou ainda que nos ultimos anos a animação turística cresceu cerca de 70 por cento.

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL NOTÁRIA MARIA TERESA OLIVEIRA Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal Certifico, para efeitos de publicação que no dia vinte e dois de Setembro de dois mil e quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação, a folhas 115 do livro 284 – A, de escrituras diversas, na qual: Fernando Manuel Pereira e mulher, Maria Isabel dos Reis Pinela Pereira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes Saibreira Sul, Melides em Grândola, contribuintes números 135571707 e 135571693, justificaram a posse, em comum e sem determinação de parte ou de direito, invocando a usucapião, do seguinte imóvel: Prédio Rústico composto de parcela de terreno com a área de quatro mil setecentos e nove metros quadrados, sito em Melides, Santa Marinha, freguesia de Melides, concelho de Grândola, que confronta a norte e poente com Nogal, a sul com Estrada Nacional 261 e a nascente com Fernando Manuel Pereira, a desanexar do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola, sob o número três mil duzentos e trinta e dois, da mencionada freguesia, e inscrito na matriz sob parte do artigo 65 da Secção I. Está conforme. Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 22 de setembro de 2015. A Notária, Maria Teresa Oliveira Conta registada sob o número 1544

Dores Meira lembra crescida de dormidas E fazendo referência a números, também a Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, destacou os dados mais recentes referentes ao aumento gradual e sustentado da procura de Setúbal como destino turístico, com 87 por cento de unidades hoteleiras a revelar um «crescimento de 10,5 por cento do número de dormidas no primeiro semestre de 2015», o que faz «equacionar a

possibilidade de Setúbal acolher um terminal de cruzeiros». Maria das Dores Meira enalteceu o trabalho conjunto da Autarquia com a APSS –,parceria da qual resultou um Programa de Acção Territorial de promoção de projetos comuns e complementares e que contempla duas áreas consideradas fundamentais. «A primeira prende-se com a urgente necessidade de melhorar a articulação de Setúbal com o Polo Turístico de Troia e com o Litoral Alentejano em matéria de transportes e acessibilidades». A segunda área, frisou a autarca, centra-se na náutica de recreio e no turismo náutico, «na dupla vertente» de atividades económicas com potencial e de valorização territorial e revitalização da frente ribeirinha. Maria das Dores Meira esclareceu que a presença de cruzeiros em Setúbal não significa «cobiçar a ‘galinha da vizinha’» e que o concelho sadino não quer «concorrer com a capital, mas antes oferecer as riquezas paisagísticas» locais, a que se juntam a proximidade do complexo turístico de Troia

e do Litoral Alentejano, assim como a excelência da gastronomia de Setúbal. A actual e estreita relação entre a comunidade portuária e a autarquia foi também realçada por Vítor Caldeirinha, presidente da APSS, que defendeu a importância da execução de «dois projetos âncora» para assegurar a relação plena entre a cidade, o rio Sado e o porto: «Um terminal de pequenos cruzeiros e a marina de Setúbal». Para Vítor Caldeirinha é fundamental apostar em várias valências, não apenas nas cargas, mas também no turismo e no ambiente. «Setúbal está na moda e por vários motivos. Está-se a tornar num produto gourmet, pelas praias, pela natureza da Arrábida, pela qualidade da gastronomia e dos vinhos, pelos golfinhos, pelos passeios nas embarcações tradicionais». O II Seminário Internacional – As Cidades Portuárias e a Relação Porto-Cidade dividiu-se em dois painéis que focaram os subtemas “O mercado dos cruzeiros” e “Oportunidades para o turismo de cruzeiros em Setúbal”.

Burlou candidatos a seguranças no distrito

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árias pessoas do distrito de Setúbal e Litoral Alentejano estão entre os lesados de uma burla, que constava na oferta de emprego como segurança privado numa empresa algarvia, que nunca existiu. As vítimas eram convencidas por um suspeito – já detido - a pagarem entre 500 e 600 euros, através de anúncio na Internet, para fazerem o curso, mas depois de transferirem a verba para a conta do indivíduo perdiam-lhe o rasto. Um anúncio na Internet funcionava como uma espécie de engodo para atrair quem estivesse desesperado à procura de trabalho. Oferecia emprego imediato numa empresa de segurança no Algarve, com remu-

neração acima da média. Requisito: concluir o curso de vigilante e segurança privada gerido pela própria empresa. Choveram interessados, a quem foi exigido o pagamento da inscrição e documentos pessoais. Afinal, era tudo uma burla engendrada por um suspeito que conhecia os meandros deste ramo de atividade, mas que acabou de ser detido pela GNR. A investigação apurou que muitas vítimas são da região de Setúbal, onde existem várias queixas, admitindo que ainda venham a surgir mais, já que, segundo fonte da GNR, «houve muitos lesados que não denunciaram o caso às autoridades». A Associação Nacional de

Agentes de Segurança Privada (Anasp) diz que os casos se estão a repetir pelo país e já reúne «centenas de queixas». O suspeito, já foi condenado por várias outras burlas, usava mesmo distintivos de segurança privada e fardamento da PSP quando ia ao encontro das vítimas que o contactavam pela Internet, procurando ser o mais credível possível, convencendo os candidatos que seria representante da empresa privada que estava a contratar. Era durante esses encontros que aliciava as pessoas a preencherem a documentação relativa à inscrição, exigindo também os documentos pessoais de identificação, registo criminal e fotografias.

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SOCIEDADE A EMPRESA INTERROMPEU CENTRO DE VINIFICAÇÃO EM 2008 E AGORA QUER NOS EVENTOS

Adega Casa de Atalaia reabre portas para novas experiências TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM

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adega Casa de Atalaia, que em 2008 interrompeu o centro de vinificação, pelos custos incomportáveis, reabriu as portas, com novo rosto, para viver novas experiências. Localiza-se ao lado do antigo posto da GNR, em pleno centro histórico e dispõe de loja/cafetaria, com esplanada, e de espaços para acolher eventos, e veio criar dois postos de trabalho. É intenção da gerência, daqui a poucos meses, abrir ao público o turismo rural, composto por 4 quartos. A gerente Lurdes Atalaia afirmou que o projeto, que deu novo rosto à adega, foi alvo de uma candidatura ao PRODER, através da ADREPES, no valor de 100 mil euros, mas que acabou por beneficiar apenas de 60 por cento desse montante. «Queremos dar resposta às mais variadas solicitações, como exposições e tertúlias, com esta nova vida. Temos aqui produtos regionais de qualidade. Espero que as pessoas se

sintam bem neste espaço muito acolhedor». O enólogo da casa, Luís Silva, revelou que o branco e o tinto, os dois regionais da Península de Setúbal, com o selo “Casa de Atalaia”, estão a ser produzidos e engarrafados na Malo Tojo, em Azeitão, dado que as atuais instalações «não têm capacidade como centro de vinificação». A partir de Abril, a empresa tenciona lançar um vinho touriga e o moscatel já está a estagiar e deverá sair para o mercado no próximo ano. E conclui que é um «grande

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orgulho» fazer deste projeto, não tendo dúvidas de que «a nossa região para se afirmar, enquanto região de vinhos, faz falta estas pequenas adegas para dar ênfase à qualidade e à excelente região onde estamos inseridos». Henrique Soares, líder da CVRPS, reconhece que estamos na presença de um espaço «muito bem vindo» a Palmela, porque é «fundamental» para eventos, comercialização e prova dos nossos vinhos de excelência. «É uma boa aposta e reúne todas as condições para fazer sucesso, vinca.

Elizete Jardim, diretora regional de agricultura e pescas da região de Lisboa e Vale do Tejo, que «louvou a «atitude de coragem» de Lurdes Atalia, classificou a renovada adega de «uma simplicidade maravilhosa», acrescentando que «valorizo muito a recuperação do património e a refuncionalidade dos espaços que já foram de utilização agrícola». Por seu turno, o edil palmelense, Álvaro Amaro, considera que a nova adega «qualifica» o centro histórico e a «oferta de espaços de convívio e de enoturismo». «Este projeto, que é uma referência, neste tipo de ofertas, deve servir de exemplo para ilustrar a estratégia que o município constrói com os empreendedores e os restantes parceiros que trabalham nestas áreas para a promoção do território». Já Filipe Cardoso, mestre da Confraria do Moscatel, realçou que Palmela necessita de projetos deste género por forma a «dinamizar a zona histórica» e a «atrair mais turistas para conhecer a vila».

Transtejo decide manter bicicletas nos barcos

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pós os protestos do município de Almada, de que os barcos da Transtejo iriam deixar de transportar bicicletas, nas suas ligações à margem sul, a empresa decidiu manter, temporariamente essa possibilidade A decisão inicial deveu-se ao facto de a Transtejo estar «sensibilizada para o transtorno causado às dezenas de passageiros». «Estamos a estudar uma solução final, com a DGRM, para o transporte de bicicletas nas condições atuais», refere fonte da empresa. A Transtejo solicita aos utilizadores de bicicletas que usem o transporte fluvial, «o cuidado de manterem estes veículos sob vigilância e parqueadas em local que não condicione os acessos internos dos navios, em nome da segurança. Para a autarquia, a utilização da bicicleta em conjugação com aquele transporte constitui, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, uma alternativa de transporte «muito atrativa» na ligação entre as duas margens e igualmente nas ligações que se estabelecem ao longo de todo o arco ribeirinho sul.


SOCIEDADE SE O PROJETO RESULTAR PODE ESTAR EM MARCHA UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO DESTA IGUARIA

E se o esturjão regressar ao Tejo? Desapareceu na década de setenta dos rios portugueses mas os especialistas estão a recuperar a espécie no projecto do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas. A ideia passa por recuperar os habitats. TEXTO ROBERTO DORES FOTOS SM

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em o nome de Acipenser sturio, mas é mais conhecido por solho. Trata-se, afinal, de uma espécie de esturjão autóctone, que na década de 70 desapareceu dos rios portugueses, mas que agora poderá vir a ser recuperado no Tejo, caso resulte o projeto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e dos biólogos da Caviar Portugal, que têm em marcha uma unidade para a produção da iguaria em Vendas Novas. O objetivo passa por devolver a espécie aos vários cursos de água doce onde existiu até 1970, sendo que, para isso, alertam os biólogos, é necessário reabilitar os habitats naturais. O esturjão é

Municípios contra a privatização da Amarsul uma espécie de água salgada, mas desova em rios, sendo que os registos do tempo da monarquia dão conta da captura do valioso peixe no rio Tejo com o selo real. Solho é considerado extinto nas águas portuguesas A bacia hidrográfica do rio Gironde em França, a bacia de Rioní (Mar Negro) e as bacias do Douro, Guadiana e Guadalquivir (Espanha), são as áreas de distribuição do solho. Apesar de no outro lado da raia o Acipenser sturio ter o estatuto de «criticamente em perigo», em Portugal a espécie mantém o estatuto de «extinta». O desafio é agora assumido por Paulo Zaragoça, biólogo marinho da Universidade do Algarve e um dos sócios que cria-

ram a Caviar Portugal há cerca de quatro anos, mas que com os tanques de aquacultura instalados em Vendas Novas espera conquistar o mercado mundial com as famosas ovas de esturjão. O mesmo responsável sublinha que se tiver ao dispor as condições consideradas de «ótimas», conseguirá obter indivíduos adultos da espécie - o Acipenser ruthenus - em três anos. O projeto de Paulo Zaragoça e do seu sócio, Valery Afilov, veterano da aquacultura de esturjão na Europa de Leste, prevê a instalação de tanques que ocuparão seis mil metros quadrados, recorrendo à utilização peixes da instalação-piloto do projeto, que foi incubado no Campus das Gambelas da UA, em 2011, e que hoje conta com 300 peixes.

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s nove municípios da Península de Setúbal, que integram o sistema multimunicipal de gestão de resíduos Amarsul, estão contra a privatização da maioria do capital da empresa que, consideram, «transforma o serviço público de gestão e tratamento de resíduos num negócio». A posição foi assumida quinta-feira, na assembleia geral da Amarsul, que elegeu os seus órgãos sociais, agora com representação maioritária da empresa privada Suma, depois de o Governo ter privatizado a Empresa Geral de Fomento (EGF), que detinha 51 por cento do capital e de não ter permitido que os municípios, com 49 por cento, se tornassem acionistas maioritários. Os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo,

Palmela, Seixal, Moita, Sesimbra e Setúbal sublinham que vão continuar a manifestar a sua «firme oposição a todo o processo de venda da EGF a privados, que subverte e altera condições e pressupostos determinantes dos quais não abdicam e que os levaram, desde 1997, a integrar o sistema multimunicipal e a participar no capital social da Amarsul». A gestão de resíduos urbanos foi, desde até 1997, uma responsabilidade exclusiva das câmaras municipais. Com o objetivo de valorizar e tratar os resíduos sólidos urbanos, foi então criado um sistema multimunicipal, sendo a Amarsul, a sociedade gestora, exclusivamente com capitais públicos dos municípios e da empresa pública EGF, de 49 e de 51 por cento, respetivamente.

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LOCAL ALCÁCER DO SAL JORNADAS DO PATRIMÓNIO APELAM À PROTEÇÃO

MOITA PECHINCHAS E VELHARIAS PARA TODOS OS GOSTOS

As Jornadas Europeias do Património prosseguem até este domingo, sob o lema “Caminhar com o Património”. As várias atividades estão a ter como palco a cidade de Alcácer do Sal e a vila do Torrão. Estão previstas entradas gratuitas na Cripta Arqueológica do castelo da cidade; rotas de água e selfies com o património. Estas jornadas são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, envolvem cerca de 40 países e visam a sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção do património.

Abre a Bagageira é a feira que decorre este sábado, das 10 às 18 horas, na Av.ª Marginal, junto ao pavilhão de exposições. Visa promover a exposição, venda, compra e troca de tudo o que está a mais na garagem ou no sótão. O evento junta o artesanato, velharias e antiguidades num espaço ao ar livre. O pagamento de 4 euros é feito previamente, mediante disponibilidade de lugar. Deve ser utilizada a bagageira do carro e o espaço à frente com a dimensão de 2 x 1 metros, para montar a exposição. Uma boa oportunidade para encontrar pechinchas ou quem sabe um artigo raro e valioso que passa a ser seu.

SANTIAGO DO CACÉM BÁSICA DE RELVAS VERDES ENCERRADA POR FALTA DE AUXILIARES O Ministério da Educação voltou a não assegurar, pelo segundo ano consecutivo, as condições necessárias para que todas as escolas do município iniciassem o ano letivo sem atrasos. A falta de auxiliares na Básica de Relvas Verdes fez com que 16 alunos ficassem sem aulas. «A Direção Regional vai ter de resolver rapidamente o problema», sublinha o edil Álvaro Beijinha. «A responsabilidade é do Governo. As tarefeiras não foram colocadas em número suficiente para dar resposta às necessidades efetivas», critica o edil, que aponta também o facto das auxiliares terem sido «colocadas muito em cima do início do ano letivo», algo que, defende, «devia ter sido acautelado atempadamente, para que não voltasse a acontecer o mesmo do ano passado».

BARREIRO CIDADE PROMOVE VISITA AO PATRIMÓNIO

SEIXAL CORAIS ALENTEJANOS MOSTRAM TALENTO

As Jornadas Europeias do Património prosseguem até domingo. Este sábado, “Um Dia Pelo Património Ferroviário do Barreiro” propõe, às 10 horas, visita ao respetivo património, seguida de viagem de comboio Barreiro/Lavradio e de visita à exposição do Espaço L, pelas 12h30. À tarde estão previstas conversas sobre património industrial e técnico do Barreiro, com a presença de António Vieira, da A.P.A.I, às 15 horas, no Espaço L. Este dia integra, ainda, uma visita ao Espaço Memória do município, pelas 17 horas. No domingo, no âmbito do Dia do Turismo, é de realçar, às 10 horas, no Espaço Memória, a apresentação do Circuito Industrial.

O 34.º Encontro de Corais Alentejanos decorre este sábado, às 15 horas, no Centro Cultural e Desportivo das Paivas, coletividade que assume a realização do evento. Participam o Grupo Alentejano da Associação dos Serviços Sociais dos Trabalhadores das Autarquias do Seixal, Grupo “Vozes do Campo Branco” (Cascais), Grupo Feminino “As Papoilas”, da Associação de Reformados Pensionistas e Idosos do Fogueteiro, Grupo da Aldeia da Luz (Mourão), Grupo do Campinho (Reguengos de Monsaraz) Grupo“Lírio Roxo”, da Sociedade Musical 5 de Outubro (Paio Pires), Grupo “As Margens do Roxo” (Ervidel) e Grupo Operário Alentejano do Centro Cultural e Desportivo das Paivas.

MONTIJO CULTURA E GASTRONOMIA CELEBRAM DIA DO TURISMO

ALMADA CONTADORES DE HISTÓRIAS ANIMAM CAPARICA E TRAFARIA

No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo e das Jornadas Europeias de Património, o município realiza, este domingo, na Atalaia, uma visita guiada de divulgação do património industrial recuperado e da gastronomia. A iniciativa gratuita conta com a colaboração da confraria da Carne de Porco e da Sociedade Agrícola de Rio Frio. O ponto de encontro é às 9h30, no Museu da Atalaia. Segue-se visita guiada ao Santuário de N.ª Sr.ª da Atalaia e ao Cruzeiro-Mor da Atalaia. No retorno ao museu, será realizada a visita ao espólio deste espaço museológico.

Dez contadores de histórias participam no Encontro de Narração Oral de Almada, que anima as ruas, cafés e mercados no Monte de Caparica e na Trafaria, este sábado, entre as 11 e as 22 horas, e domingo, entre as 11 e as 19 horas, para divulgar e valorizar a narração oral e promover o livro e a leitura junto da comunidade. Além dos contadores que fazem parte da rede de bibliotecas de Almada, contarão também histórias António Fontinha, Cristina Taquelim, José Craveiro, Ana Sofia Paiva, Cláudia Sousa, Miguel Horta, Thomas Bakk e Paula Cusati. Decorre também uma Tertúlia da Palavra.

GRÂNDOLA MUNICÍPIO PROMOVE CAÇA, PESCA E ATIVIDADES AO AR LIVRE O município promove, até domingo, no parque de feiras e exposições, a 1.ª “Ar Puro” – Feira de Caça, Pesca e Atividades ao Ar Livre, que pretende impor-se como um «salão especializado de turismo ativo combinando aventura, ecoturismo e turismo de natureza». As preocupações de conservação da natureza e um maior e melhor conhecimento da relação entre prática desportiva, meio ambiente, turismo ativo e preservação ambiental permitirão um uso mais racional e equilibrado deste bem comum e valorizará a oferta turística do concelho e consolidará a promoção das empresas de animação, das várias tipologias de alojamento, dos empresários e associações de caça e pesca, os restaurantes e outro comércio.

PALMELA DIAS MEDIEVAIS ESTÃO DE VOLTA

SETÚBAL SEMANA DO MAR FECHA COM DESFILE NÁUTICO A semana do mar culmina este domingo, numa organização do município e da APSS, com vista a celebrar a relação entre a cidade e o Sado, com iniciativas pensadas para todos. Este sábado, a população pode visitar os navios Sagres e Creoula, bem como a caravela Vera Cruz, entre as 10 e as 23 horas. Também este sábado, a partir das 11 horas, realiza-se uma regata de cruzeiros, que percorrem um percurso entre Sesimbra e Setúbal. No domingo, às 10h30, há um desfile náutico que inclui o envolvimento do Sagres, Creoula e Vera Cruz. Jovens dos 14 aos 30 anos podem participar em novo passeio, nestas embarcações, entre Lisboa e Setúbal.

ALCOCHETE MÚSICA FESTIVA DO SÉCULO XVI Alcochete é palco de música festiva do século XVI interpretada por um quarteto de sopros e percussão. O público é convidado a acompanhar os músicos num percurso por diversos espaços com paragens em determinados pontos de escuta onde serão interpretadas algumas peças musicais. A iniciativa, integrada no Dia Mundial do Turismo e nas comemorações dos 500 Anos do Foral e produzida por II Dolcimelo, tem lugar no Largo de S. João, a partir das 16 horas. O espetáculo tem términus no largo da Misericórdia, com deambulação pela rua Estêvão de Oliveira e largo António dos Santos Jorge.

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A II Feira Medieval de Palmela decorre até domingo. Entre o castelo e o arrabalde da vila, população e visitantes estão a viajar no tempo e a conhecer as novidades desta edição, com destaque para o Ritual Almenara, que decorre este sábado. Inspirados pelas histórias e pelas culturas que se cruzaram no coração da vila, ao longo dos séculos, estes três dias de festa convidam os visitantes a viver um ambiente de festa e alegria, com muita animação, recheado de música, dança, torneios, espetáculos de fogo, arraiais, jogos e ceias medievais. A iniciativa mereceu o acolhimento de diversas estruturas locais, com destaque para as da área do turismo e restauração.

SINES AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SESIMBRA 3.ª MOSTRA BRILHA A NÍVEL NACIONAL DE MAÇÃ CAMOESA DA AZOIA O agrupamento de escolas de Sines está entre as 274 escolas/agrupamentos do País que foram premiadas com horas extra devido aos resultados escolares que obtiveram no ano letivo 2014/2015, sobretudo nos exames de português e matemática de 9.º ano, que ficaram acima da média nacional. No ano letivo 2015/2016, o agrupamento beneficiará de créditos horários que poderá gerir conforme as suas necessidades, seja no reforço de disciplinas específicas, na afetação de professores a atividades de promoção do sucesso escolar ou na contratação de técnicos não docentes.

A III Mostra da maçã Camoesa da Azóia decorre na moagem de Sampaio, a 3 e 4, entre as 9h30 e as 14 horas. O público pode adquirir também doçaria à base da maçã, pão, queijo da Azoia, produtos confecionados com figo da índia, hortícolas, chás, compotas e artesanato. A par da venda de produtos locais, a iniciativa propõe ainda a palestra “Maçã Camoesa Desidratada: Os Benefícios de um Produto Natural”, apresentada por Catarina Sotero. O público tem vindo a demonstrar «cada vez mais interesse por este tipo de produto e, sobretudo pelo contacto direto com os produtores», refere fonte do município.


NEGÓCIOS SECRETÁRIO DE ESTADO GARANTE AO SEMMAIS QUE FUNDOS VÃO «MUDAR O FOCO» NO DISTRITO DE SETÚBAL

Prioridade aos investimentos “geradores de riqueza” até 2020 e verbas ao dispor ainda este mês. E explicou: “A prioridade, durante muito tempo, esteve centrada nas infraestruturas e equipamentos, como estradas, redes de água, portos ou hospitais, que foram o centro do uso dos fundos europeus”, acrescentando que o país havia de deixar para segundo plano a questão da «saúde financeira» das famílias. «Hoje há falta de dinheiro nos bolsos das pessoas, que agora já não pedem equipamentos públicos, mas antes emprego e salários», sustentou, justificando, assim, a aposta, sobretudo, na dinamização da atividade produtiva e competitividade das empresas.

Membro do governo diz que as primeiras verbas dos fundos comunitários estão a chegar e que o novo quadro vai potenciar na dinamização da actividade produtiva e competitividade das empresas. Castro Almeida, que tem a pasta do Desenvolvimento Regional inclui no pacote investimentos nas áreas do património natural e cultural. TEXTO ROBERTO DORES FOTOS SM

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alerta é dado pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida ao Semmais: É preciso «mudar o foco» ao nível dos investimentos públicos no distrito de Setúbal. Isto é, de-

pois dos equipamentos que concentraram o grosso da coluna dos fundos comunitários, é agora a vez de canalizar atenções para o património natural e cultural. «No caso do Portugal 2020, nós temos dotação financeira para património natural e cultural, que traz riqueza, porque

pode atrair turismo, beneficiando os circuitos turísticos. Acreditamos que são estes os bons investimentos», sublinhou Castro Almeida, ressalvando, contudo, que esta lógica não significa que o Governo vá deixar de apoiar outras obras em sede do novo quadro comunitário.

Abandono do investimento público seria «erro grave» Porém, o secretário de Estado insistiu ainda que este novo foco não será exclusivo, recusando que o país tenha mergulhado na bipolaridade de afastar agora tudo o que são equipamentos e obras públicas. «Não

pode ser essa a solução. Só que há uma graduação que valoriza mais as empresas privadas e investimentos privados e que valoriza menos o investimento público», justificou, afirmando, aliás, que um eventual abandono do investimento público «seria um erro grave». Daí que seja relevante assentar nos seguintes princípios, na opinião de Manuel Castro Almeida: «O investimento não é todo bom. Há investimento que gera riqueza e há investimento que só gera despesa», asseverou, para sustentar que «o investimento que gera riqueza tem que ser valorizado». Entretanto, o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional já revelou que as primeiras verbas dos fundos estruturais vão chegar às empresas em setembro e acredita que o «banco de fomento» está prestes a resolver os últimos entraves burocráticos para abrir - quase um ano depois do previsto.

Mestre de Reiki da região sonha em abrir Centro de Relaxamento – Corpo e Mente TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTO ANTÓNIO LUÍS

Cascas de batata frita à moda de João D´Oliveira para provar no bar do hotel Premium

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andra Silva, mestre e terapeuta de Reiki, há 30 anos, sonha em criar o seu Centro de Relaxamento – Corpo e Mente, baseado em terapias holísticas. O projeto pretende abranger todo o País e as ilhas. Neste momento estão em atividade dois consultórios, um em Vila Nova de Santo André e outro em Setúbal, que recebem à volta de 10 clientes por mês. Mas também estão disponíveis os serviços ao domicílio e empresas. Com sede central em Setúbal, o Centro de Relaxamento – Corpo e Mente Sandra Silva, terá vários franchisings, sendo que a principal atividade é «o culto à saúde, criando terapias holísticas adequadas ao relaxamento de corpo e mente em prol da qualidade de vida, longevidade e bem-estar, tanto físico, como emocional, do ser humano, através do Reiki, massagens e diversas terapias». Ao Centro de Relaxamento – Corpo e Mente Sandra Silva está associado um outro projeto de turismo rural, para ser realidade em Castelo de Vide, bem como

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um espaço soneca. «O projeto de turismo rural está bem encaminhado mas ainda estou a analisar os apoios que possam surgir». Já o espaço soneca destina-se aos «mais carenciados» que queiram experimentar o Reiki. Além dos tratamentos de Reiki, Sandra Silva desenvolve também a vertente de voluntariado, uma vez por semana, com a «partilha de bens alimentares» em instituições de solidariedade social da nossa região, como os Meninos de Ouro, as Irmãs de Calcutá, entre outras.

Com investimento próprio, Sandra Silva espera gastar no Centro de Relaxamento cerca de 20 mil euros e «expandir a minha marca em Portugal e mercado africano, que está em crescimento». Recentemente, Sandra Silva, com mestrado em Reiki, um «energia universal e vital», conquistou um prémio do Instituto Piaget, no curso de empreendedorismo, e orgulha-se de já fazer parte das 100 Mulheres Empreendedoras Portuguesas e do grupo Adoro Ser Mulher.

oão D´Oliveira, o ex-gerente da casa de pasto, Passo do Olival, em Setúbal, dá-nos agora a provar no bar do Hotel Premium, na mesma cidade, as famosas cascas de batata frita, um pitéu bem mediterrânico, com o seu cunho pessoal. Convém acompanhar com os bons vinhos de Palmela. O chefe de sala do Hotel Premium está a recriar os seus petiscos para os hóspedes do hotel e não só, uma vez que espaço está aberto a toda a comunidade. «Qualquer pessoa pode vir almoçar, jantar ou petiscar aqui», frisa, acrescentando que «as cascas de batata frita é um petisco tipicamente alentejano. No Alentejo, com poucos recursos, fazem-se coisas maravilhosas». «As minhas cascas de batata frita sempre tiveram uma grande procura e um grande sucesso. Havia pessoas que iam de pro-

pósito ao Passo do Olival para provar este meu petisco e então trouxe essa receita para aqui para o bar do restaurante», relembra João D´Oliveira. Sobre os segredos do petisco, levanta um pouco o véu: «A casca da batata é cortada, não muito fina, para termos um bocadinho da batata, e depois a casca é frita até ficar um pouco crocante mas não deve ficar muito seca. Depois coloca-se sal e pimenta preta. Os meus molhos, para mergulhar a casca da batata, são à base de maionese com alho e maionese com orégãos. Penso que são os molhos que combinam melhor com este petisco». João D´Oliveira conclui que este petisco é aconselhável para um «final de tarde agradável», a sós ou com os amigos. No bar do Premium também são servidas refeições ligeiras e outros petiscos, como tostas e outras iguarias.

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CULTURA

Festival de Teatro Ibérico faz a festa com o bom teatro amador em Setúbal e Palmela

OUTROS ESPETÁCULOS DIA 3 PALMELA, 18 H, TEATRO S. JOÃO

El Burguês Gentilhombre Moliére – Grupo Alhama de Teatro

Depois da 1.ª edição ter passado por Espanha, eis que o Festival Ibérico de Teatro vai estrear-se em solo nacional, mais concretamente nos palcos de Setúbal e Palmela, de 2 a 4 de Outubro. Estreitar os laços do bom teatro amador que se vai fazendo nos dois países é a principal meta do evento que tem como ponto alto a estreia de “O Principezinho”, pela mão do Espelho Mágico. TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM

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om um orçamento a rondar os 4 mil euros, Setúbal e Palmela vão ser palco, entre 2 e 4 de Outubro, do 2.º Festival Ibérico de Teatro, uma iniciativa conjunta da Federação Portuguesa de Teatro e da Confederación Escenamateur, com a finalidade de promover a partilha e o intercâmbio de espetáculos de ambos os países. Luís Mendes, presidente da Federação Portuguesa de Teatro, sublinhou que a escolha do grupo Espelho Mágico para acolher o

GANHE CONVITES PARA NOITE DAS MIL ESTRELAS E FIESA “A Noite das Mil Estrelas”, em cena no Casino Estoril, é um musical de Filipe La Féria que conta a história do Casino Estoril e da Costa do Sol desde as suas origens à atualidade. O musical faz reviver no palco os grandes artistas que ali atuaram. Alexandra, Gonçalo Salgueiro, Vanessa, Pedro Bargado, Dora, Rui Andrade, entre outros, são os protagonistas do espetáculo que apresenta um corpo de baile, coreografado por Marco Mercier, e três acrobatas. Também temos convites para o FIESA, Festival Internacional de Esculturas na Areia, no Algarve. Para se habilitar aos convites basta ligar 969 431 0 85.

festival em Setúbal e Palmela deve-se ao facto de se tratar de um grupo de teatro que já deu provas de trabalho de qualidade. «Trabalhámos em conjunto em 2011, no Forum do Teatro, e as coisas correram muito bem», acrescentado que, além disso, «também nos interessava trazer este evento mais para sul do País». Além disso, sublinhou que «é uma enorme responsabilidade trazer este projeto partilhado para Portugal, uma vez que testa a nossa capacidade de organização de um evento internacional. A intenção é estreitar de forma mais profunda os laços do teatro ama-

SETÚBAL, 21H30, FÓRUM LUÍSATODI

Troyanas – Mujeres en El Campo de Batalha A.R.G.E.A. Teatro

DIA 4 PALMELA, 15 H, TEATRO S. JOÃO

Histórias para serem contadas Teatro Independente de Loures SETÚBAL, 18 H, FÓRUM LUÍSA TODI

Quatro mulheres para uma Ifigénia

Theatron – Associação Cultural Montemor-o-Novo

dor entre Portugal e Espanha». O festival abre, dia 2, às 21h30, no Forum Luísa Todi, com a estreia do musical “O Principezinho”, de Saint Exupéry, com adaptação literária e encenação de Miguel Assis, que envolve 14 pessoas. Só após 9 anos é que o Espelho Mágico consegue trazer à ribalta esta produção, devido a problemas relacionados com direitos de autor, explicou Céu Campos. E sublinhou também que esta é a segunda realização que o Espelho Mágico traz para Setúbal, depois do Forum de Teatro que homenageou Alberto Ávila.

«Forum Luísa Todi está praticamente esgotado» «O Forum está praticamente esgotado mas ainda existem alguns lugares o 2.º balcão. Esperemos que, à semelhança de outras produções nossas, o “Principezinho” possa também levar o nome de Setúbal a vários locais do País». Miguel Assis referiu que Diogo Leiria, de 9 anos, é o miúdo «extraordinário» que irá vestir a pele de Principezinho. «Encontrámos esta pérola através de um casting. Este miúdo extraordinário leva-nos todos atrás», acrescentando que a produção

reúne todos os condimentos para ser um «grande espetáculo para toda a família, onde todos se podem rever no texto». Os vereadores dos municípios de Setúbal e de Palmela, que apoiam a festa, Pedro Pina e Luís Calha, depositam boas expetativas na iniciativa, considerando o autarca de Palmela que «o teatro e a cultura vão sair enriquecidos e valorizados com este evento», enquanto o autarca sadino sublinhou que «o Espelho Mágico é já um vencedor pelos prémios que tem conquistado e pela criação de públicos para o teatro».

Rainha das Vindimas de Portugal é de Palmela

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jovem Joana Espada, que foi Rainha das Vindimas 2014, em Palmela, venceu a 8.ª edição do concurso da Rainha das Vindimas de Portugal, que decorreu no dia 19, em Reguengos de Monsaraz, Cidade Europeia do Vinho. Além do título máximo do concurso, Joana Espada arrecadou ainda o título de Miss Fotogenia. A eleição, que decorreu no parque de feiras e exposições de Reguengos de Monsaraz, contou com a envolvência de 16 candidatas em representação dos municípios vitivinícolas de Portugal. Natural de Palmela, Joana Espada irá representar Portugal em todos os eventos vinícolas,

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sendo acompanhada pela 1.ª e 2.ª Damas de Honor, Sofia Ribeiro (Cadaval) e Beatriz Olegário (Vidigueira), e pela Miss Simpatia, Cátia de Jesus (Cartaxo). A iniciativa, que escolhe a mais bela entre os territórios vitivinícolas nacionais, foi organizada pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho, com o município de Reguengos. A eleição anual da Rainha das Vindimas de Portugal pretende envolver o público jovem na promoção das tradições rurais e, em particular, da cultura do vinho, enquanto produto que afirma a identidade dos territórios e na preservação da história e da memória coletiva.


AGENDA

CULTURA

António Chainho passa pelo Seixal com o espetáculo “Cumplicidades”

ALMADA

26SÁBADO21H30 BAILADOS CELEBRAM 25 ANOS DE CDA Teatro Joaquim Benite

A Companhia de Dança de Almada, no âmbito do 25.º aniversário, repõe o bailado “Elevado a 4”, com coreografias de Ana Macara, Daniela Andana e Nuno Gomes, para trazer a público o ambiente existencialista que tanto marcou o século XX, e apresenta outras coreografias.

BARREIRO

26SÁBADO21H30 “ROSA ENJEITADA” VOLTA À CENA Teatro Municipal do Barreiro

Até ao dia 3 de outubro, a peça da Arteviva – Companhia de Teatro do Barreiro, “Rosa Enjeitada”, uma comédia de Fernando Gomes, com encenação de Luís Pacheco, vai estar em cena para animar as noites barreirenses.

MONTIJO

26SÁBADO16H30 MUSICAL DEDICADO ÀS FAMÌLIAS Teatro Joaquim d’Almeida

“Canções Nómadas”, de Carla Galvão, Fernando Mota e Rui Rebelo é um espetáculo musical dedicado às famílias. Procura ligar o Mundo através de canções de diferentes culturas criadas a partir de instrumentos tradicionais de vários países e de objetos do quotidiano.

MOITA

26SÁBADO21H30 VIAGEM À ESSÊNCIA DE CADA UM Forum Cultural de Alcochete

“Os Elementos”, de Daniel Cardoso, é o bailado que sobe ao palco pelo Quorum Ballet. Pretende levar o espetador numa viagem à essência de cada um, demonstrando que a terra, o ar, o fogo e a água, são imprescindíveis para a harmonia e equilíbrio do ser humano.

SANTIAGO DO CACÉM

26SEXTA-FEIRA16H SABORES DE ÁFRICA

Biblioteca de Vila Nova de Santo André O livro “Sabores de África”, de Conceição Santos, é apresentado, com demonstração e culinária africana. A obra convida a embarcar numa viagem pelos sabores lusófonos, encontrando uma variedade de deliciosos pratos que resultam da mistura de culturas africanas e da portuguesa.

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mestre da guitarra portuguesa, natural do concelho de Santiago do ­ Cacém, António Chainho, apresenta, este sábado, às 21h30, no auditório municipal do Seixal, o ­e spetáculo ”Cumplicidades”, que assinala os seus 50 anos de carreira.

Pelas mãos do mestre, o som da guitarra soa a fado, mas também a música árabe ou oriental, bossa nova, chorinho, soul ou jazz. Baixo, acordeão, teclados, viola e percussão acompanham o trinar da guitarra portuguesa de António Chainho neste espetáculo.

O mestre António Chainho é acompanhado por Filipa Pais, na voz; Ciro Bertini, no baixo e direção musical; Tiago Oliveira, na viola, e Ruca Rebordão, nas precursões. O espetáculo de António Chainho “Cumplicidades”, destina-se a maiores de 6 anos e os ingressos têm o preço de 10 euros.

Fabi Lima já prepara o segundo álbum

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e Segura” é o título do single promocional do segundo CD da cantora e compositora brasileira Fabi Lima, depois de “Amor de Verão”, o disco de estreia. O novo registo discográfico, que sai em breve para o mercado, marca a passagem da artista do ritmo pop para o afro latino. O tema “Se Segura”, que conta com a participação dos Calema, uma dupla de sucesso de S. Tomé e Príncipe, formada por António & Fradique, aposta numa «fusão de ritmos e de raça» onde ecoam sons do Brasil, Angola e Portugal, os «lugares que unem» estes artistas. «Espero que as pessoas gostem do novo tema, que faça sucesso e que seja bem recebido», realça a cantora que este verão tem tido a agenda sobrecarregada de concertos. «Lancei o meu novo single em Lisboa, no hotel NH Liberdade, e atuei na Kadoc, no Algarve, nas festas de Amareleja, no Fashion Day Rossio e no Armazém F, em Lisboa». Foi através do produtor Nelson Klasszik, um talento reconhecido com vários sucessos no

mercado, que Fabi Lima gravou o novo single com os Calema, pois ficou rendido à primeira ao ouvir as suas melodias. A cantora já pisou vários palcos nacionais e internacionais, marcou presença em vários programas de televisão e atuou no pavilhão Atlântico e no Brazilian Day, tendo sido muito aplaudida pelo público e elogiada pelos críticos musicais. A nova sensação da música brasileira, que só pensa em ser feliz e em continuar a cantar, mudou-se há 8 anos para Portugal e escolheu o distrito de Setúbal para viver. «Resido no concelho de Se-

simbra porque acho que é um sítio fantástico e tranquilo para viver com a minha família», vinca. Tem como referência musical o seu pai, que tanto admirava, e o seu ídolo é Bryan Adams. Costuma partilhar as suas experiências de vida nas canções que compõe. Com forte presença em palco, Fabi Lima, através da sonoridade pop, só fala de coisas positivas da vida. «Nas canções que escrevo gosto de falar nas coisas que me aconteceram mas tento sempre passar uma mensagem positiva em tudo aquilo que escrevo», sublinha.

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LEGISLATIVAS 2015 MARIA LUÍS ALBUQUERQUE, CABEÇA DE LISTA DA COLIGAÇÃO PAF, CONFIANTE MAS SEM EUFORIAS, EM CAMPANHA BEM ACEITE

«Há muita gente que já vive melhor e muitas empresas que conseguiram dar a volta por cima» resse de privados para a sua concretização. E a decisão sobre o aeroporto “Portela+1”, no Montijo está por dias. É esse tipo de investimento público que nos interessa.

A cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP não entra em euforias, mas admite ganhar em toda a linha. Não esquece que foi Setúbal que a guindou à política, e por isso está grata. Diz estar a fazer uma campanha sem promessas. Elege a saúde e a segurança como as áreas onde o governo mais apostou no distrito, mas diz que o hospital do Seixal não vai avançar. O novo terminal de contentores, intervenções portuárias e o aeroporto ‘low cost’ no Montijo são trunfos. TEXTO RAUL TAVARES FOTOS SM

Sente-se alguma euforia nas hostes da coligação que não era espectável, também alinha nessa tendência? Euforia é capaz de ser um termo excessivo. Falaria em mais optimismo, mais confiança. As pessoas falam das dificuldades que ainda têm, mas estão com algum alento e acham que as coisas podem começar a melhorar. E isso nota-se. Tenho sido muito bem recebida neste quase mês de campanha. De alguma forma sentia que a presença da ministra poderia ser um trunfo ou nem por isso? Confesso que quando vim para a campanha não sabia como iria resultar. Há quatro anos era diferente, porque era uma pessoa desconhecida. Mas a verdade é que tenho sido recebida com grande simpatia por parte de quase todas as pessoas. Não me referia propriamente a hostilidades, mas a algum desconforto, é o rosto da austeridade… Noventa por cento das pessoas têm sido simpáticas comigo e desejam boa sorte. Outras dizem: “gosto muito de si, mas não vou votar em si”. E há, é verdade, muita curiosidade por ser uma figura pública, interpelam, fazem perguntas, mas de forma geral posso considerar positivas as abordagens na rua. É mesmo verdade que a opção por Setúbal foi uma escolha sua? A minha entrada na politica deu-se aqui, há quatro anos. E teria aceite outra decisão do líder do partido, porque acho que é assim que deve ser, mas como me foi dada a possibilidade de escolher, preferi ficar em Setúbal. Pode falar-se em retribuição ao eleitorado? Não sei se posso chamar-lhe retribuição, foi mais no sentido da gratidão pela forma como me acolheram e, mais que isso, por achar que este é um distrito fascinante, quer do ponto de vista político, quer geográfico. Temos aqui enormes potencialidades.

Estamos a falar de um distrito muito castigado pela crise, o que tem dito às pessoas na rua? Olhe, ainda hoje encontrei uma amostra diversificada das pessoas com quem falo em campanha: uma senhora de idade - que deduzo não tenha grandes dificuldades porque ainda recentemente fez uma viagem à china -; uma outra senhora pensionista com uma situação económica difícil, e uma outra que regressou agora depois de ter emigrado, que se queixou das dificuldades do que e viver com 500 euros todos os meses. Genericamente, há preocupações transversais e perguntam-me se as coisas vão melhorar. A pergunta é quais as mensagens que trás ao distrito… Que no país e no distrito há muita gente que já vive melhor e por isso as pessoas sentem mais esperança. Outras sentem que essas melhorias já chegaram ao vizinho e à empresa do lado, ou mesmo que já conseguiram arranjar emprego. E o que vai acontecendo de bom a uns ajuda muitos outros. Há também muitos empresários que transformaram este desafio em oportunidades. Viraram-se para o mercado externo, associaram-se, perceberam que o seu concorrente não é ali ao lado, mas sim no mercado externo. E esses, o que nos pedem é que se reduza a burocracia, e querem estabilidade, que os deixemos fazer o caminho deles e que os deixemos trabalhar. O que dá a entender é que tem feito uma campanha mais de ouvir, do que propriamente dizer ao que vem. Não. De todo. O que não fazemos é promessas. O que estamos a fazer é o que fizemos ao longo destes quatro anos, que é melhorar a situação do país, resolver os problemas, criar confiança para haver investimento, para que se gere emprego, que se aumente os rendimentos e melhore as contas públicas. Não parece curto, numa altura e que afirma estarmos melhor? E a visão estratégica para o distrito… Claro que falamos também dos problemas específicos de um setor

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ou outro, ver o que é possível fazer-se no atual quatro, considerar melhorias. Mas o que as pessoas querem saber é como vai ser a vida delas, se vai melhorar. E isso é o objetivo de qualquer programa político. Pode é haver quem tenha mais condições para garantir esse objetivo e nós julgamos que estamos em melhores condições. Ainda assim, consegue identificar duas ou três fragilidades no distrito trazidas e mantidas pela crise… O desemprego, que é ainda elevado, como em todo o país. O envelhecimento, que é verdadeiramente um drama. Temos que continuar a investir junto das IPSS e fazer apostas para ajudar os mais carenciados e em particular os mais idosos. Vi esse drama no Barreiro, no Litoral Alentejano. Noutros concelhos, são mais jovens e as necessidades são diferentes. Se olharmos de forma não agregada percebemos essas diferenças que exigem respostas diferentes e, por isso mesmo, uma integração adequada das políticas públicas. A questão social é ainda muito latente na região, é transversal… Sim, ainda é latente, mas há coisas que melhoraram muito. A segurança por exemplo, as pessoas sentem-se mais seguras, depois dos grandes investimentos feitos pelo governo em vários concelhos do distrito. Mesmo com restrições de meios, fizemos isso. Mas também em muitas estruturas da saúde conseguimos fazer isso. Continuamos a ter muitas dificuldades em atrair médicos, nomeadamente para o litoral. Em zonas menos urbanas criámos medidas para atrair clínicos, que esperamos produzam efeito. Essa preocupação leva-me a aferir que é favorável à construção do hospital do Seixal… Se me perguntar se seria bom ter lá um hospital a resposta é sim, se podemos neste momento fazer essa construção, digo não. Porque, entre outras razões, não temos médicos suficientes. Ora, se não conseguimos ter médicos, porquê fazer esse esforço nas atuais condições financeiras do país?

É mesmo esse o seu principal argumento? Pensei que fosse dizer que “não há dinheiro”… Também por isso, mas mesmo que tivéssemos os meios financeiros teríamos que resolver o problema da falta de médicos. O que estamos a fazer é criar uma extensão de atendimento primária no Seixal, para que muitas situações possam ser resolvidas localmente. Achamos que para os próximos quatro anos não faz sentir assumir o compromisso da construção desse hospital porque não temos médicos e também, claro, porque os meios são curtos. E o ‘buraco’ dos médicos de família, estamos longe do prometido… Não concordo, avançamos muito nessa área e apostámos muito nas unidades de saúde familiar. Criámos 120 novas unidades e temos o compromisso de continuar, tem muitas vantagens, melhora serviço e reduz custos. É uma aposta ganha até aqui e é para continuar. E não esqueça que só no distrito investimos mais de 460 milhões de euros com o aumento de capital dos hospitais, que estavam completamente paralisados com a dívida. Com o hospital do Seixal de fora, posso inferir que vamos continuar sem investimento público na região? Isso já não existe, por todas as razões conhecidas. Não queremos que o distrito seja o sítio por onde se passa mais depressa para se chegar ao Algarve. O nosso investimento vai continuar nos portos de Sines e Setúbal. Incluindo as linhas ferroviárias que são tão urgentes? Sim, para Sines, o projeto já está em Bruxelas, embora haja outras linhas e traçados em aberto, mas há candidatura pré-aprovada. E queremos apostar na melhoria de vias rodoviárias em zonas mais críticas, como o IP8. Essa obra, que liga Alcácer a Grândola arranca ainda este ano. Depois, estamos a fazer o estudo de impacto ambiental e de viabilidade económica do terminal de contentores no Barreiro e estamos convictos de que o resultado vai ser positivo e que haverá inte-

Continua a considerar as exportações como solução para o país? No que se refere aos setores transaccionáveis, sim. Ou seja, exportação e substituição de importações. O nosso mercado é muito pequeno e a nossa aposta tem que ser o muito competitivo e global. E o país tem potencialidades nesse campo, porque, sendo pequenos, conseguimos aumentar a nossa quota sem prejudicar outros mercados. Por outro lado, entramos bem na China e nos países lusófonos, onde os nossos empresários têm revelado uma grande capacidade de adaptação e inovação. Porém, tem havido desinvestimento nas áreas científicas… Não lhe chamaria isso. Tem havido uma racionalização em todos os setores, devido aos meios serem curtos. Vou dar-lhe este exemplo: as pessoas dizem que a saúde não tem preço, é verdade, mas custa muito dinheiro, o mesmo se passa com a educação e com a ciência. Um governo com meios escassos só pode racionalizar, distribuir. … ou priorizar … Também, nós na saúde não reduzimos despesas e vamos continuar a fazê-lo. Sabemos até que vai aumentar, porque o Serviço Nacional de Saúde é um ativo sem o qual os portugueses não passam.

“SÓ SE ESFOLA UM COELHO, COM ELE NA CARTOLA” Maria Luís Albuquerque rejeita falar em metas eleitorais, mas diz estar a dar o seu melhor para um bom resultado no distrito. «Temos tido uma grande dinâmica e isso já é positivo», diz. O que a preocupa é a abstenção, porque, sublinha, «é uma perda para a democracia». A cabeça de lista afirma que «é difícil perceber os abstencionistas deixarem que sejam os outros a decidir por eles, quando há no mundo ainda quem reivindique o direito de voto». E não quer adiantar-se sobre se, em caso de vitória da coligação, voltará a dispor da pasta das finanças: «O primeiro-ministro já respondeu a isso, quando afirmou só formar governo após os resultados eleitorais e até brincou com o seu nome, ao dizer: “só se esfola um coelho com ele na cartola”.


LEGISLATIVAS 2015 FRANCISCO LOPES, CABEÇA DE LISTA DA CDU, AFIRMA QUE O DISTRITO TEM POTENCIALIDADES QUE NÃO ESTÃO A SER APROVEITADAS PELA DIREITA E PELO PS

«O voto na CDU marca a diferença pela sua política de verdade, trabalho, competência e honestidade»

vas. Isso é muito importante para toda a população do distrito e dá-nos força para defender os interesses e direitos de todos e do distrito, na Assembleia da República. Queremos um bom resultado para a CDU para que haja uma rotura com as políticas de direita e dê esperança e confiança à população e aos trabalhadores.

Com a aposta no desenvolvimento da indústria, agricultura, pescas, turismo e nas novas áreas industriais, o cabeça de lista da CDU, acredita que o distrito reúne todas as condições para dar um salto mais alto. A seu ver, é fundamental reforçar a votação na CDU para que os direitos dos trabalhadores e das populações não sejam beliscados pelos sucessivos governos do PS e do PSD/ CDS-PP. Potencialidades e capacidade produtiva não faltam num distrito onde, na sua opinião, a CDU já deu provas de competência e seriedade nos municípios.

TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM

Qual o balanço que faz da pré-campanha e campanha da CDU no terreno? A pré-campanha da CDU tem decorrido com grande dinamismo e com grande participação, com boa recetividade da população e demonstrações de apoio. Estes sinais marcam uma atitude de apoio à CDU em confronto com a rejeição das políticas que têm sido praticadas no plano nacional e que têm contribuído para as injustiças sociais e travado o desenvolvimento económico. Com tem sido a reação do eleitorado nos contatos diretos? Além de grandes iniciativas, de mobilização popular, uma vez que a CDU é a força do povo em movimento por um distrito e um Portugal com futuro, nós privilegiamos o contato direto. Todos os candidatos efetivos que nos acompanham, além de muitos outros ativistas da CDU, ouvem e informam e divulgam a nossa posição e as nossas soluções para o País e para o distrito. Contatamos as empresas, no interior ou exterior, e as populações em geral. A nossa campanha é dirigida ao contato direto com as pessoas. Quais as queixas que têm sido apresentadas no terreno pela população em geral? As queixas apresentadas são aquelas que decorrem da política de direita de décadas realizadas no Governo do PSD/CDS-PP agravadas nestes últimos anos com a política dos PAC e do pacto de agressão com a troika, que se caracterizaram por uma grave situação de desemprego, com grande expressão no nosso distrito, cortes nos salários e nas pensões, baixos e salários e congelamento da realidade dos salários, uma situação de precariedade que afeta, de forma muito

visível os jovens. Notamos a ausência de perspetivas para os jovens, do ponto de vista do emprego, dos direitos e de alternativas que os empurram para a emigração. Mas também os reformados e pensionistas são penalizados, com pensões reduzidas e, em muitos casos, de miséria. Uma outra preocupação muito grande, além destes aspetos do emprego, dos salários, dos vínculos de trabalho, das pensões, tem a ver com o serviço e saúde. Existem graves carências nos hospitais e nos centros de saúde, a nível do transporte de doentes não urgentes, do atendimento nas urgências, com muitas horas de espera. Mas também há queixas na área da escola púbica, nos transportes e acessibilidades, na proteção social e na área da cultura. A cultura está a ser fustigada, com cortes que limitam muito o desenvolvimento da atividade cultural, como é o caso dos cortes no ensino artístico, no Festroia e no Festival Internacional de Almada, com grande expressão no estrangeiro. Estas estruturas têm de ser apoiadas e acarinhadas. Quais as ‘bandeiras’ utilizadas pela CDU para a presente campanha? Eu não lhe chamaria bandeiras. Temos é de denunciar os responsáveis e as causas da situação. Os responsáveis são o PS, PSD e CDS-PP que têm feito uma política no Governo, não ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País, mas ao serviço dos grupos económicos e financeiros, e do capital transnacional. Esses senhores recusam a renegociação da dívida, permitindo o aumento dos juros da dívida, estimado em 8,9 milhões de euros, todos os anos. Recusam o estudo e a preparação do País para se libertar da submissão ao euro, e recusam também o controle público da banca, abrindo caminho para escândalos que se sucedem uns aos ou-

tros, como foi o caso do BPN e o BPP. Fomos o único partido, que na comissão de inquérito, votou contra as questões do GES/BES, porque não aceitámos a desresponsabilização do Governo perante essa situação. Que projeto defende a CDU para o distrito de Setúbal e País? É fundamental a aposta no desenvolvimento da indústria, agricultura, pescas, turismo e das novas áreas industriais, com uma maior introdução científica e tecnológica, e na utilização das potencialidades dos estuários e do mar. Setúbal é o segundo distrito do País com maior costa Atlântica. Com os dois estuários mais importantes do País, temos potencialidades imensas para o desenvolvimento. Também é necessário apoiar as pequenas e médias empresas para a criação de emprego. É necessário avançar com o novo aeroporto de Lisboa, no campo de tiro de Alcochete, a construção da ponte Barreiro/Lisboa, a concretização do Arco Ribeirinho Sul, a aposta na ferrovia em Sines e a conclusão do IP8. Tudo isto cria postos de trabalho e aproveita as potencialidades do distrito. Mas é necessário também investir nos serviços públicos. Faltam profissionais de saúde e é fundamental construir o novo hospital do Seixal. É preciso investir na escola pública e nos transportes públicos, com a conclusão do Metro Sul do Tejo. Também é fundamental o apoio ao poder local. Os governos do PS e do PSD/CDS-PP, nos últimos 5 anos, retiraram aos municípios do distrito, 100 milhões de euros, o que limita o trabalho de resposta das autarquias. Como acha que se resolvem as questões sociais que continuam na ordem do dia? As questões sociais resolvem-se assegurando o desenvolvimento do País e as potencialidades que existem para criar emprego. Os

juros que Portugal paga aos bancos, todos os anos, significa o mesmo valor de 850 mil trabalhadores a receberem 600 euros por mês. Quem recusa a renegociação da dívida está a recusar o investimento. É necessário assegurar uma intervenção na Segurança Social que permita o aumento das pensões e eliminar os cortes que foram feitos nas prestações sociais, como o abono de família. Os governos do PS, PSD-PP já cortaram o abono de família a cerca de 600 mil crianças e jovens. É necessário uma política fiscal mais justa, que reduza o peso dos impostos do IRS sobre os trabalhadores e os reformados e,também, outros impostos aos pequenos e médios impostos. Devem ser aumentados os impostos àqueles que obtêm mais lucros pela sua atividade, nomeadamente o IRC. O IVA deve ser reduzido na restauração para os 13 por cento, mas também a redução da taxa da luz e do gaz para 6 por cento. A taxa máxima do IMI também deve ser reduzida de 0,5 para 0,4 por cento. Como encara o futuro do distrito de Setúbal? Tenho grande confiança no futuro do distrito. Mas, se continuamos com esta política de direita, com ‘agressões’, explorações e empobrecimento, que defende os interesses do grande capital transnacional, naturalmente que isso vai ter consequências negativas. Creio que é possível outro caminho, com uma política patriótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril. Temos potencialidades e capacidade produtiva, o que permite que o distrito tenha desenvolvimento e qualidade de vida. Quais as perspetivas da CDU nas eleições Legislativas de 4 de Outubro? Queremos conquistar mais de 4 deputados, que foi o resultado alcançado nas últimas Legislati-

Não receia o voto útil que o PS está a pedir ao eleitorado? O PS, o PSD, o CDS e Cavaco Silva, estão a pedir uma maioria absoluta. O que eles querem é uma maioria absoluta que prossiga com uma política de exploração, de empobrecimento e de declínio nacional. Cada voto nesses partidos, não contribui para qualquer mudança. É a continuidade desta política. Nós defendemos que cada pessoa vote na CDU, porque é uma forma de derrotar o PSD e o CDS e é uma forma também de penalizar em conjunto os partidos que são responsáveis pela situação atual. O voto na CDU marca a diferença pela sua política de verdade, trabalho, competência e honestidade. E as sondagens que dão o Bloco de Esquerda muito colado à CDU? Há sondagens e outras coisas que se aproximam disso, que apresentam os resultados mais diversos. Isto é uma confusão total. Quem faz as sondagens que se entendam porque vão ter um grave problema depois das eleições, de, mais uma vez, as sondagens funcionam, não como um elemento de apuramento, daquilo que é o estado de espírito e as opções, mas, às vezes, como elemento de condicionamento das opções. Não nos preocupam as sondagens.

MELHORES SALÁRIOS E PENSÕES Para Francisco Lopes, é fundamental melhorar os salários e as pensões. O salário mínimo nacional, a seu ver, deve fixar-se nos 600 euros, já no próximo ano. Além disso, devem ser «eliminados» todos os cortes que o PS, PSD e CDS-PP fizeram nas prestações sociais. «Não se podem degradar as pensões que são das mais baixas da Europa», sublinha, acrescentando que está na hora do combate à precariedade no trabalho. «A cada posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efetivo», defende o cabeça de lista da CDU por Setúbal às Legislativas de 4 de Outubro.

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LEGISLATIVAS 2015 JOANA MORTÁGUA, CABEÇA DE LISTA DO BLOCO DE ESQUERDA, DEFINE COMO META LUTAR PELO SEGUNDO MANDATO NO DISTRITO

«Distrito está asfixiado na mobilidade interna e os cuidados de saúde primários são um autêntico drama» fazer com que os pobre deixem de ser pobres, são para garantir que os pobres não morram à fome.

A cabeça de lista do BE tem as baterias apontadas para a falta de mobilidade interna da região, quer mais saúde pública e bater-se pela recuperação de rendimentos das famílias e das empresas.

TEXTO RAUL TAVARES FOTOS SM

Quais são as primeiras impressões desta vossa aposta no contacto direto com os eleitores? Notamos uma boa reacção das pessoas mas não é novidade para nós, porque sempre tivemos uma grande aceitação e mobilização no distrito. Mas julgo que tem a ver com o reconhecimento da prestação dos dirigentes do Bloco e da Catarina Martins nos debates, na forma como tem conseguido colocar as nossas propostas e desmontar o discurso da direita e do PS. Isso tem ajudado a este reconhecimento na rua. A fazer fé nas sondagens a tendência é mesmo essa, parece-lhe surpreendente nesta fase de bipolarização política? Mais importante que isso é a campanha, que serve para aferir essas tendências. E esta confiança popular não é surpresa nenhuma. Pode é parecer surpreendente para os que, eleição em eleição, fazem questão de dizer que o Bloco vai desaparecer. E isso acontece de quatro em quatro anos, sobretudo pela posição dos comentadores, que ainda não perceberam que somos um partido sólido na política nacional e a rua permite-nos provar isso em cada disputa eleitoral. Fala para quem na rua? Qual é o público-alvo do BE? Os jovens, os mais descontentes? É transversal, claro. Sobretudo porque nos percebemos o nível de destruição que este governo impôs ao país e ao distrito. Toda a gente se revê nas nossas propostas e não admira numa região em que mais de 200 mil utentes não têm médico de família, não tem acesso a cuidados de saúde primários. No século XXI, em 2015, isso é inaceitável, é mesmo um absurdo. A saúde é uma das vossas preocupações centrais? Uma delas. Os serviços de urgências são um drama. Quando se recorre ao Garcia de Orta percebe-

Como se refaz a economia do país, com o contexto que apresenta? Temos um programa muito claro. Um plano de recuperação de rendimentos e um plano de investimento no país. Que significa recuperar uma nova dimensão de democracia e de recursos. Significa renacionalizar empresas estratégicas, como a REN, EDP, CTT e outras. Não um tanto utópico? Não é nada utópico. É Uma questão de vontade política, ao longo da história nacionalizaram-se e privatizaram-se enormes empresas e grupos estratégicos para o país. mos as razões, uma vez que foi construído para 150 mil utentes e tem 450 mil. Ou seja, as urgências entopem, não há capacidade de resposta. Quando dizemos as pessoas que todos têm que ter médicos de família, ou que é urgente a construção do hospital do Seixal, as pessoas sabem que temos razão porque sentem na pele essas dificuldades. E no hospital do Litoral Alentejano, além de não haver boas acessibilidades, também não há enfermeiros. Ou, o exemplo do Centro de Saúde de Corroios, onde se obriga as grávidas a subir três andares por falta de elevadores. O eleitorado sabe que são medidas de razoabilidade, de qualidade mínima e não de qualquer radicalismo. Depois desta destruição a todos os níveis, o que estamos hoje a propor ao país são medidas simples de viabilidade e criação de condições mínimas de vivência no distrito. Tem também insistido na tecla dos transportes e mobilidade, estamos assim tão mal? Como não estamos…? O distrito não tem mobilidade interna. Temos a Soflusa e a Transtejo, privatizadas, que retiraram de circulação ferries e diminuíram horários de travessia, incluindo o fim-de-semana, muito utilizadas pelos jovens. É uma tentativa de isolar e de aumentar assimetrias. Mas também nos transportes rodoviários, com o mau funcionamento dos TST. As pessoas sentem isso. Os autocarros avariam, as carreiras existem em horas de ponta e, muitas vezes, são suprimidas sem aviso prévio, já com as pessoas na paragem à espera de um autocarro que não aparece. Sem esquecer que os bilhetes e os passes estão cada vez mais caros. A alternativa para muita gente é a Fertagus. E bem sabemos que a Fetaguas é uma das PPP’s, ruinosas para o país, que juntamente com a Metro Sul do Tejo já deu 200 milhões aos privados, nomeadamente à Mota Engil e à Barraqueiro. Nesse ponto de vista os lucros são distribuídos.

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Como se resolve isso? É preciso impedir as privatizações, acabar com as PPP,s e reverter para o domínio público aquilo que foi investimento público. E do ponto de vista dos operadores privados acho que é preciso ser estudada uma solução em que cumpram um caderno de encargos de serviço público ou o Estado tem que assumir esse serviço. E o estado da educação no distrito? É mais do mesmo, comparável ao que se passa com a saúde e com os transportes: desinvestimento público com transferências escandalosas para os privados. Desinveste-se a escola pública para financiar a resposta privada. Para além desta proposta absurda da municipalização da educação, que cria desigualdades, quebra o sentido da universalidade no acesso à educação. A escola pública passa a ser uma roleta russa, porque cada município pode direccionar o ensino à sua maneira e fica também ao sabor dos caciques locais. Há uma carga ideológica nas políticas do Governo? Claramente, sobretudo na necessidade de proteger os interesses financeiros dos grupos económicos. Estamos a evoluir para uma sociedade em que se normaliza a pobreza e que aceita que não chega para todos, logo uma parte da população tem que viver na pobreza, os reformados e os desempregados também. Um estagio é melhor que o desemprego. Isso, para nós, é inaceitável. Daí a política assistencialista que o Bloco rejeita… Claro que rejeitamos. Está mais que provado que se gasta mais a financiar a alimentação de uma família numa cantina social do que se gasta em dar uma prestação do Rendimento Mínimo Garantido. É voltar à ‘sopa dos pobres’, humilhando as pessoas e retirando-lhes dignidade. E isso é uma opção ideológica, manter os pobres de mão estendida. As politicas que estão a ser implementadas, não são para

Em outros contextos haverá necessidade de revisão constitucional… Com certeza, mas a Constituição permite coisas boas para o povo por isso é que todos os orçamentos deste governo tiveram medidas consideradas inconstitucionais. O que a Constituição não permite é destruir o sistema nacional de saúde e também proclama que o ensino é tendencialmente universal e gratuito. Veja o que se tem feito nestes domínios. Mesmo a banca deve ser nacionalizada, para que se coloque ao lado dos empresários e ao serviço da economia. Ao contrário do que tem feito, no jogo da especulação para daí retirar altos proveitos para o cartel financeiro. O governo diz que o Banco de Fomento vai funcionar… e temos o investimento estrangeiro… É preciso desmistificar as coisas. A atracção de investimento estrangeiro até agora foram os vistos gold, com investimento zero e muita corrupção. E o Banco de Fomento, apesar do que já disse a ministra Maria Luis Albuquerque, é ainda uma miragem. Pior, andam à meses a pagar ao conselho de administração. Basta de retórica, porque a estratégia do governo nesse campo é apresentar-nos como um país de baixos salários e onde se pode despedir à vontade. Qual é a visão do Bloco para reanimar a economia? Em primeiro lugar, não há desenvolvimento do país sem recuperação de rendimentos. E não há possibilidade de colocar o futuro do país na ideia das exportações, porque há mínima crise tudo isso se esfuma. E quanto à mão-de-obra barata, haverá sempre quem faça por menos custos. Depois é preciso combater a austeridade. Se não fossem travadas pelo Tribunal Constitucional muitas medidas do governo, não teríamos aumentado o consumo, um dos fatores que melhorou a economia. Isso já foi reconhecido pelo Banco de Portugal.

E para o distrito de Setúbal? Estou convencida que é preciso recuperar investimentos que foram deixados para trás. É preciso aumentar a ferrovia, para aproveitar o desenvolvimento do porto de Sines e de Setúbal. Por outro lado, e preciso não abandonar as empresas que existem, e ai há que referir algumas: A EMF tem uma oficina no Barreiro que podia ser desenvolvida, mas faltam 300 metros de linha electrificada, para que ali possa chegar outro tipo de locomotivas para reparar. E a estratégia e sempre a mesma: asfixiar a empresa para depois dizer que não tem capacidade e vendê-la. Outro exemplo é o Arsenal do Alfeite. Quando o governo socialista tornou-o sociedade anónima de capitais públicos, prometeu uma injecção de 700 milhões para o desenvolvimento da sua capacidade tecnológica e formação, que iria atrair muitos clientes. O que aconteceu é que apenas 30 milhões foram disponibilizados, uma parte foi para os Estaleiro de Viana do Castelo e a nova administração a primeira medida que tomou foi renovar a frota automóvel. A empresa está subfinanciada e sem capacidade para fazer o que devia. O objetivo é a privatização. Muitas das suas ideias são compatíveis com o programa do PS, pode haver alguma aproximação? Há um problema. O PS não pode querer tudo e o seu contrário. Apregoar em Lisboa ou em Setúbal o fim da austeridade e depois em Bruxelas prometer que vai pagar a divida pública até ao último cêntimo e que vai cumprir o tratado orçamental. Ninguém pode prometer aliviar a austeridade e depois dizer que vai pagar 16 mil milhões para o ano em juros de divida. Este ano pagámos oito mil milhões de juros da divida, o que equivale ao serviço nacional de saúde. Para o ano teremos que pagar qualquer coisa como o dobro disso, são dois orçamentos do SNS. Essa é a principal divergência.

«RETIRAR FORÇA À DIREITA» Joana Mortágua diz que o primeiro objetivo do Bloco é «retirar força à direita» e quer combater a ideia do voto útil, porque, afirma, «o PS não representa alternativa, porque não está disposto ao confronto com Bruxelas e porque vai continuar os cortes e a austeridade, para além de que foge da renegociação da dívida como o diabo da cruz». A cabeça de lista espera manter o mandato das anteriores eleições e lutar por um segundo.


LEGISLATIVAS 2015 ENTREVISTA A FRANCISCO CARRIÇO, CABEÇA-DE-LISTA DO MOVIMENTO NÓS CIDADÃOS PELO CÍRCULO DE SETÚBAL

«O flagelo do desemprego tem de ser combatido urgentemente»

que irão votar neste projecto que a AR será completamente diferente a partir do momento em que houver deputados independentes. Será restabelecida a verdade e quem lá está terá de ouvir a verdade sobre a aquilo que se passa na sociedade civil.

Conhecido como presidente da Associação de Comércio, Serviços, Indústria e Turismo do Distrito de Setúbal, Francisco Carriço integra agora um novo partido político, criado a partir de vários movimentos de cidadania, o Nós Cidadãos. Caso seja eleito deputado, promete apresentar propostas de combate ao desemprego, lutar pelos direitos dos pequenos e médios empresários e pela reposição dos apoios sociais.

TEXTO RITA MATOS FOTOS SM

Costuma dizer que o seu percurso profissional tem sido pautado pelo dinamismo e pela mudança, por onde começa? Vim aos 18 anos para Lisboa e licenciei-me em engenharia química pela Faculdade de Ciências e Tecnologia. Mais tarde, tirei a pós-graduação em estratégia empresarial, no ISEG, e o mestrado em economia e gestão. Fiz o estágio em Lisboa numa empresa farmacêutica e, aos 26 anos, chego a Setúbal para chefiar o departamento de pintura na célebre Movauto, uma grande escola para mim. Aos 28 anos era director- geral de uma empresa

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ligada ao estado, a Resipor. Trabalhei também em várias multinacionais e, aos 32 anos, fundei a empresa Consulset, em Setúbal, que ainda hoje continua a criar postos de trabalho.

quei-me muito ao associativismo e tenho-me apercebido das necessidades das micro e pequenas empresas, tentando defender os direitos e interesses das mesmas.

Como chegou à Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal? Há cerca de nove anos, dois amigos, um de Setúbal e outro de Beja, representantes de empresas para as quais trabalhava, fizeram-me o convite, quase em simultâneo, para ser presidente das respectivas associações de comércio e serviços. Continuo como presidente da associação de Setúbal e fui presidente da delegação de Beja durante seis anos. Nestes últimos anos dedi-

Sente que esse trabalho tem sido reconhecido pela administração central? Não tem sido devidamente reconhecido porque os governos não querem protagonismo no movimento associativo, porque este é constituído por independentes que podem fazer frente à classe política instituída. Nos últimos seis a oito anos, baixaram para metade as micro e pequenas empresas no país. Estes números têm sido disfarçados porque havia muitas pessoas a recibos ver-

des que passaram a unipessoais. As verdadeiras empresas são aquelas que criam postos de trabalho e não as que dão a si próprias os postos de trabalho. Essa é a minha grande definição de empresa. As associações nunca são ouvidas, tive reuniões com ministros e secretários de estado que prometeram mas não fizeram nada em concreto. Por que é que resolveu integrar a lista de um movimento de cidadãos e candidatar-se à Assembleia da República como deputado independente? Porque quero dar voz a quem mais precisa. Quero representar as micro, pequenas e médias empresas que estão a ser esmagadas. Garanto a todas as pessoas

Quais são as grandes apostas do Nós Cidadãos? O desemprego é um dos nossos cavalos de batalha. Há desemprego devido à destruição maciça das micro, pequenas e médias empresas, responsáveis por 85 por cento do emprego em Portugal. As grandes empresas em Portugal jogam com todos os truques para não contratarem pessoas e conseguirem ter lucro. E, quando empregam é de uma maneira deficiente. Nós defendemos o modelo nórdico: um ordenado mínimo muito mais elevado e um ordenado máximo que deverá ser tabelado. Só assim podemos acabar com esta injustiça social. Há pessoas a passar fome e depois há administradores públicos com ordenados de 200 mil euros por mês. A classe média, que é o motor de desenvolvimento do país, está a ser destruída. A segurança social é outra das nossas prioridades. Não se admite que se cortem reformas pequenas nem que haja reformas de 200 e 300 euros. Eu defendo, pessoalmente, que haja uma reforma para pessoas, que trabalhem mais de 30 anos, no valor do ordenado mínimo nacional e defendo também uma reforma máxima que não deverá ser superior a 5 mil euros. Num país como Portugal, com uma segurança social deficitária, é inadmissível que se paguem reformas de 10 mil euros. Tem sentido o apoio da população? As pessoas têm acolhido muito bem este movimento. No entanto, há um número significativo de cidadãos completamente descrentes. Não acreditam em políticos nem em partidos. Depois há ainda aquelas pessoas que se habituaram a votar sempre nos mesmos partidos. E, há aquele grupo, que é esse que queremos atingir, que ainda acredita na mudança. Está confiante no voto? Nós não vamos combater o fenómeno da abstenção. Ainda temos um grande percurso pela frente para conseguirmos passar a mensagem de que os movimentos de cidadania vão fazer de tudo para proteger a população perante a corrupção e a incompetência da maioria dos políticos que governaram até agora. Contudo, estamos confiantes e esperamos eleger três deputados, um por Setúbal, um por Lisboa e outro pelo resto do mundo.

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OPINIÃO

Uma aposta

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ntramos num período decisivo sobre o que queremos fazer das nossas vidas nos próximos 4 anos. Está nas nossas mãos avaliar o trabalho deste governo, que chegou ao fim da sua legislatura, assim como avaliar as alternativas ao mesmo. Como sabem, sou suspeito na análise. Pelo menos aos vossos olhos, pois sou militante do PSD, eleito pelo PSD numa autarquia há muitos anos e em diversos órgãos (Seixal) e já fui dirigente (local e regional) partidário. Mas, quem me acompanha, sabe que esforço-me muito por ser imparcial na análise e tento sempre ser um observador crítico do que os nossos governantes fazem, seja no governo, nas autarquias ou até na União Europeia. E compreendendo que este governo cometeu muitos erros, sobretudo de comunicação e de

opções, uma certeza tenho – foi incomensuravelmente melhor do que os governos de Sócrates, que, claro, também teve coisas positivas. E, se tivermos em consideração que o mais forte candidato a Primeiro-Ministro (Dr. António Costa) foi várias vezes Ministro de Sócrates e até seu Vice-Primeiro-Ministro, logo temos todas as condições de comparar o trabalho realizado dos líderes dos dois maiores partidos e, assim, projectar para o futuro a obra que ambos se propõem fazer. Só assim me parece justo avaliá-los – pela obra apresentada por ambos, pelos resultados alcançados e pelo programa de cada um dos partidos. E aí meus amigos, todos sabemos que Pedro Passos Coelho dá 20-0 a António Costa. No início do mandato, estava no meu mural do Facebook a criticar uma medida do (meu) governo e várias pessoas meteram-se

comigo e eu respondi: apesar de estar a criticar ESTA medida, aposto com vocês (duas das intervenientes) que no final do mandato Portugal estará muito melhor do que está hoje. Estávamos no auge da austeridade, da impopularidade do Governo e elas não tiveram dificuldade em aceitar o meu repto. Pois bem, cerca de três anos decorridos e só o facto de termos Reconquistado a autonomia depois de uma saída “limpa” da Troika, de a nossa Economia ter saído da recessão e entrado na rota do crescimento com melhor desempenho na Europa, da descida da taxa de desemprego para valores inferiores a junho de 2011, muito por força da recuperação de mais de 220 mil postos de trabalho desde inicio de 2013, de termos retomado a confiança dos consumidores atingiu valores máximos dos últimos catorze anos, das cerca

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA

VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL de vinte e cinco mil novas empresas que abriram portas desde janeiro de 2015, do Boom turístico implementado, sendo Portugal um dos 10 destinos turísticos mais competitivos da Europa, com receitas que batem recordes e ultrapassam os 10 mil milhões de €, de termos records no volume de exportação, nomeadamente com o ano de 2014, em que foi o melhor ano de sempre no volume de exportações de bens. Portugal foi o quinto país da União Europeia em que este tipo de exportações mais cresceu e com indicadores excelentes em 2015, em sermos

considerados segundo a prestigiada revista “Forbes”, como o melhor País para se investir, graças ao clima proporcionado pela legislação e reformas estruturais, entretanto criados e, por fim, como a cereja no topo do bolo, Portugal estar a subir no rating dos mercados devido à estável recuperação da economia (Standard & Poor’s). fruto do rigor nas contas públicas e do défice público ficar abaixo dos 3% e da dívida pública ter descido pela primeira vez em quinze anos. Digam lá honestamente: quem ganhou a aposta? E ainda tem dúvidas sobre quem merece o seu voto?

Setúbal vale a pena: uma visão de desenvolvimento para o distrito

O

semmais

distrito de Setúbal foi dos mais afetado por um flagelo chamado PSD nos últimos 4 anos. A maioria de direita que governou Portugal na última legislatura afetou muito significativamente o distrito de Setúbal, tendo deixado um rasto de desemprego e pobreza. A mão invisível de uma política de empobrecimento deliberado e incentivo à emigração foi a Senhora Ministra das Finanças, que volta a encabeçar a lista da coligação de direita no distrito de Setúbal. É hora de ajustar contas e de mudar de política. O governo destruiu emprego e direitos sociais e aumentou a dívida pública e os impostos que prometia diminuir. Este governo mentiu. Este governo não serve Setúbal e não serve os portugueses. A proximidade do distrito de Setúbal a Lisboa não pode ser uma desvantagem. Não é assim em parte nenhuma do mundo desenvolvido. O distrito de Setúbal tem um enorme potencial económico e humano, que o atual governo pôs em causa. Setúbal precisa de uma estratégia de desenvolvimento assente num papel ativo do Estado e na promoção da atividade económica privada. Não Dra. Maria

Luís, a mão invisível não chega. Sabemo-lo desde a década de 30 do século passado, mas não percebeu as lições do Prof. Gaspar sobre essa parte. O desenvolvimento sustentado no distrito de Setúbal só existe com a participação de todos. Exige o aumento do rendimento dos mais desfavorecidos que crie emprego no setor dos serviços dizimado pela política de austeridade além da Troika. Exige que aqueles que têm rendimentos de miséria possam beneficiar de apoios sociais que o governo cortou. Exige que aqueles que pouco ganham e têm níveis reduzidos de escolaridade deem o seu contributo e vejam o seu rendimento complementado pelo Estado. Mas exige também investimento público que potencie a atividade industrial e a produção nacional, seja ela para consumo nacional ou para exportação. O modelo de crescimento pelas exportações não é um modelo de crescimento de um país desenvolvido, é uma bizarria da ortodoxia neoliberal lusa. O desenvolvimento sustentado do distrito de Setúbal tem que passar pela promoção do seu potencial turístico, que só pode beneficiar da proximidade com

Lisboa. Mas para isso é necessária uma estratégia turística definida pelos agentes privados em ligação com as autarquias e promovida pelo governo. Também aqui a mão invisível falhou! O governo deve promover uma estratégia que potencie a Baía do Seixal, a costa de Almada e Sesimbra, os vinhedos de Palmela e Azeitão, a Arrábida, o Estuário do Sado e a Costa Alentejana como uma extensão do turismo potenciado por Lisboa. Só assim será possível um crescimento sustentado do turismo na Região de Lisboa, sem que tal implique intensidades de ocupação que destroem a qualidade de vida de residentes e turistas. O desenvolvimento do distrito de Setúbal passa necessariamente pela reabilitação urbana. Os centros históricos de cidades como o Barreiro, Alcochete, o Seixal, Setúbal, mas também Alcácer do Sal, Moita e tantas vilas do distrito estão hoje degradados. Esta degradação estende-se ao património histórico que é uma das nossas riquezas e que é fundamental para a promoção do turismo de qualidade. Não basta fazer rotundas e construir novos equipamentos que não têm meios para funcionar como

ACTUALIDADES RICARDO MOURINHO FÉLIX

ECONOMISTA

acontece em tantos concelhos. É preciso valorizar o que existe. É urgente a implementação de um programa alargado de reabilitação que permita que os centros das cidades e vilas do distrito voltem a ser habitados e tenham qualidade de vida, criando emprego para tantos desempregados. Setúbal tem que voltar a ser um distrito onde é bom trabalhar e onde é bom viver. O desenvolvimento do distrito passa pela exploração do potencial do porto de Sines. O porto de Sines é por excelência a porta atlântica do Sul da Europa para navios de grande dimensão. A construção das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias necessárias para explorar todo o potencial do Terminal XXI foi cancelada pela ânsia do atual governo de ir além da Troika, desperdiçando os fundos comunitários. O atual governo vê o investimento público como uma despesa, não entende o seu papel no estímulo

ao setor privado. A Sra. Ministra não leu esta parte da matéria. O investimento associado ao porto de Sines é uma prioridade para o desenvolvimento do distrito de Setúbal. O desenvolvimento no distrito de Setúbal passa por mudar de política. É necessário uma política ambiciosa que explore as potencialidades do distrito e que use os recursos humanos e financeiros disponíveis ao serviço dos cidadãos estimulando a economia real e proporcionado rendimento às famílias e condições de financiamento acessível às empresas que querem produzir criando emprego. Estas condições exigem uma atitude participativa e responsável na Europa, exigindo uma política adequada e uma discussão séria da solução para a crise das dívidas soberanas na área do euro. Setúbal vale a pena! Setúbal merece mais e melhor! A estratégia do PS merece a nossa confiança.

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OPINIÃO

As eleições e a falta de vergonha

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s eleições legislativas em Portugal terão já lugar no próximo dia 4 de outubro. Falta praticamente uma semana. À semelhança do que ocorreu nas recentes eleições na Grécia e que, a meu ver, ocorrerá amanhã, dia 27, na Catalunha, a votação fez ou vai fazer a prova dos nove da vontade dos eleitores, distanciando-se de forma significativa do desejo da direita. Não é preciso ser-se adivinho para se acertar também na votação de amanhã na Catalunha – a expressiva vitória dos partidos que defendem a independência. Sem fazer juízo de valor sobre o que os resultados significarão para o futuro, é mais do que evidente que eles traduzem a concretização de manifestações da vontade popular, contrários às políticas desejadas pelos diretórios da U.E. Direi mais, são

claramente contra a essência dessas políticas. Só confunde a árvore com a floresta quem quer. Estas considerações vêm a propósito do que, a meu ver, se poderá passar no próximo dia 4 de outubro, dia das eleições para a Assembleia da República em Portugal. Os meios de comunicação social têm dado reiteradamente conta de sondagens em que a coligação de direita e o PS aparecem empatados, inclusivamente parecendo credível que a coligação possa sair vitoriosa. Este quadro é ampliado, sobretudo nos canais de televisão generalistas, por analistas alegadamente independentes, como Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa e até o ressuscitado e falso doutor Miguel Relvas. Chegou-se ao ponto da análise sobre as consequências da situação do Novo Banco ser

feita pelo mais alto responsável do ex-BPP, João Rendeiro, que, como é sabido, o conduziu à falência. A realidade, por mais voltas que se possam dar, é a de que todas as sondagens e estudos de opinião nos dizem que a coligação de direita cairá, no mínimo relativamente às últimas eleições, quinze por cento! Quer isto dizer que em caso algum atingirá sequer 40%, pelo que os partidos que se lhe opõem passarão a representar 60% ou mais. Será possível que esta posição minoritária da direita lhes possibilite governar ainda que, por absurdo, tivessem votação superior à do PS? Se sim, como? Não vejo de todo! É por isso que é uma verdadeira provocação a direita, que a todo o preço se quer manter no poder, mesmo contra a vontade

A bola de Berlim

POLÍTICA MESMO VITOR RAMALHO

ADVOGADO

maioritária do povo português, vir derramar lágrimas de crocodilo perante a afirmação do Secretário-geral do PS, António Costa, que, nesta hipótese, não deixaria de votar contra a proposta de Orçamento de Estado para 2016. O que é que esta direita quer? Que o PS atraiçoe a vontade popular que será fortemente consistente e contra a coligação de direita? Que seja sua muleta? Que o país continue na corrente do empobrecimento? Francamente! Acresce que não creio que os eleitores desperdicem votos em partidos sem representatividade alguma ou

Sobre a emigração e a estupidez

“Não há na Europa liderança que seja capaz de olhar para a senhora gordinha de Berlim de frente e dizer: somos pobrezinhos e temos de aprender a viver com Fiats e Peugeots, não podemos viver com BMWs e Mercedes. Ia apanhar o susto da vida dela”.

BOCA DE CENA

José Roquette, in ‘Jornal ionline.pt, 5/6/2015’

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‘velha’ questão da lenta verticalização do eixo da Terra – que a acontecer teria implicações de grande relevância a todos os níveis e para todos nós – é um daqueles temas propício a interessantes especulações e conjecturas por parte de quem ainda tem tempo disponível para além do que é requerido à garantia da subsistência a que obriga o constante ofício de viver. Mas também por quem tenha o gosto de aprofundar certos temas ou até por aquela parte da comunidade científica não dogmática e que acredita na ‘transdisciplinaridade’, reserva filosófica para os maluquinhos bem-intencionados, de entre os priveligiados que se inquietam com o funcionamento do mundo. Centremo-nos nas zonas árticas e antárticas, por enquanto geladas, do nosso planeta e assistamos à competição em que participam os que se anteciparam na senda da investigação, desde as potências (não só económicas nem militares) regionais do eixo do frio, à Austrália, Gronelândia e Rússia neo-czariana. As elites científicas e militares dos países que investem e ponderam acerca das vantagens económicas, geo-estratégicas e comerciais decorrentes das alterações climáticas já em curso, sabem que a antecipação, o controlo e a gestão do tempo representam mais-valias fundamentais em termos da planificação do seu futuro. Ao fazê-lo perspectivam o estabelecimento de novas

que os canalizem para partidos que não contribuem senão para o “bota a baixo” Sucede que, para a direita tudo serve, com o recurso à demagogia e à mentira reiterada, como a campanha em curso está a demonstrar. Inclusive a afirmação de que o PS se prepara para baixar as pensões de reforma, protegendo as pensões mais elevadas. É preciso desfaçatez e falta de vergonha. Há limites! É por isso que no dia 4 de outubro a direita vai ter uma grande surpresa. Como sucedeu na Grécia no dia 20 e como sucederá amanhã, dia 27, na Catalunha. Daí a necessidade da concertação de votos no PS.

RODRIGO FRANCISCO

PENSO, LOGO INSISTO. FERNANDO RAIMUNDO COLABORADOR

rotas – que com reflexos vantajosos no seu custo, encurtam espaço e tempo – e promovem a exploração de possíveiss fontes energéticas em que esse subsolo aparenta ser muito rico. Um amigo meu estrangeiro, já falecido, que colaborava com um dos institutos civis de operações especiais do seu país repetia-me o que todos sabemos: sempre que as descobertas científicas que revolucionam os hábitos dos cidadãos são popularizadas e incorporadas nos circuitos comerciais – caso dos telemóveis e das aplicações informáticas – já foram (previamente) utilizadas e testadas nos meios militares. Até porque alguém tem de pagar os altos custos envolvidos na investigação. E se bem que possam existir novas ponderações a equacionar no âmbito do que apelidamos de progresso, nomeadamente no que se refere às implicações de ordem ambiental, não se pode dizer que todos os países sigam uma agenda que se baseie em valores que colidam com o seu interesse nacional. O progresso acaba por se revestir, algumas vezes, de uma enorme ambiguidade. Como por exemplo, aquando da guerra do Vietname, a decisão da administração

vigente em interromper a produção de um super-bombardeiro, o que desencadeou uma série de manifestações de protesto nos Estados Unidos da América, por causa do desemprego que ia gerar. A velocidade a que hoje em dia os acontecimentos se sucedem, alterando de forma vertiginosa a ordem das prioridades reclamadas para o que em simultâneo se manifesta, suscita tomadas de consciência e actuações que não encontram resposta adequada nem atempada para as situações emergentes: Irão, Grécia, Ucrânia, Estado Islâmico, Migrantes, o que virá… A ‘bola de Berlim’ passou de repente de ‘besta’ a ‘bestial’, o mundo tornou-se mais imprevisível e inseguro. Já lá vai o tempo em que as bolas de Berlim tinham arame farpado e os desafios eram a preto e branco. Felizmente que esses tempos passaram, mas infelizmente que não tenhamos aprendido muito com eles. E nós, portugueses? País pobre, com uma zona marítima exclusiva invejável e pessoas criativas? Não quero acreditar nem consigo admitir que sejamos assim tão pobrezinhos, nem sequer ou ainda muito menos de espírito…

DIRETOR DA CTA

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epopeia trágica vivida pelos grupos de refugiados que arriscam a vida para chegar à Europa, aliada à propagação das imagens que nos vieram abalar no nosso (apesar de tudo) confortável recanto europeu, trouxeram para a ordem do dia um problema candente: estamos a envelhecer, e a morrer cada vez mais tarde. Com o crescimento demográfico negativo a população não se renova, definha e desaparece. Pior ainda, dirão alguns espíritos mais prosaicos (e cínicos), não há quem trabalhe para sustentar as reformas dos mais velhos. Havia um homem de teatro sul-americano que dizia o seguinte: “Vocês aqui na Europa vivem cheios de problemas. Na América-latina um gajo está doente, vai para o hospital, e morre logo. Vocês demoram que tempos a morrer”. É verdade, graças a Deus. Mas a Segurança Social custa dinheiro, e os hospitais custam dinheiro, e a forma que os Estados têm para sustentar estas despesas são os impostos de quem trabalha: quem está activo, faz filhos, e tem menos de 65 anos. E há cada vez menos gente desta. Por isso não posso deixar de espantar-me com a reacção de quem, perante a notícia da chegada de grupos de refugiados à Europa – e as notícias de que serão movidos esforços para acolhê-los – acena com a bandeira do desemprego. Subitamente, desapareceram

como que por milagre, das nossas memórias, as operações “cirurgico-militares” que as nações ocidentais levaram a cabo no médio-oriente, nos últimos anos, para o estabelecimento da paz duradoura. Lembram-se da foto familiar da infame cimeira dos Açores? Aí está o resultado. E não havia alemães na fotografia. Para além da nossa responsabilidade pelo que se passa, não sei como é que há-de explicar-se a esta gente que, se não queremos desaparecer do mapa, devíamos era ir à Síria ou ao Iraque ou à África subsariana e trazer os emigrantes à força para cá. Querem um exemplo? No Teatro Municipal Joaquim Benite trabalham actualmente pessoas da Roménia, Brasil, Rússia, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Espanha. Também há portugueses. Vieram tirar os empregos aos pobres lusitanos que se viram obrigados a emigrar, com os canudos debaixo do braço? Não sei: perguntem ao espanhol Jesus, o novo membro da equipa técnica, que teve a iniciativa de aproveitar um estágio pago para vir trabalhar connosco. Dos que cá entraram dessa forma ainda nenhum se foi embora. É gente que gosta de trabalhar. E que fala outras línguas. E que come outras coisas e que é doutras cores. É de gente assim que o nosso País precisa – “E quanto mais, melhor”, como dizia o Sancho Pança.

SEMMAIS | SÁBADO | 26 DE SETEMBRO | 2015 | 15



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