semmais
Sábado 28 | Janeiro | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 933 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso
2016 FOI O ANO MAIS RICO EM BEBÉS NO DISTRITO
O ano passado, nasceram no distrito 6590 bebés, mais 145 do que os registados em 2015, e mais 194 dos nascimentos ocorridos em 2014. Foi um ano rico, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas. Esta tendência rompe com o declínio dos últimos anos no que refere à natalidade na região e está gerar um optimista moderado das tutelas.
SOCIEDADE PÁGINA 4
SOCIEDADE PÁGINA 3
POLÍTICA PÁGINA 10
ENTREVISTA PÁGINA 12
Mesmo com sinais positivos da economia, cerca de cinco mil famílias não conseguem pagar as suas contas domésticas a tempo e horas, e continuam com a situação financeira muito complicada. Desemprego e quebras salariais estão na base destes problemas.
A deputada do PS eleita pelo Círculo Eleitoral de Setúbal e atual secretária-geral adjunta dos socialistas, Ana Catarina Mendes, foi eleita vice-presidente do Conselho da Europa, e vai chefiar a delegação portuguesa da Assembleia da República. É um passo na política europeia.
Catarina Sousa, de 23 anos, está a concluir o curso de realização e cinema em “Los Angeles”. Nasceu na Austrália, tem raízes portuguesas e angolanas, mas não esquece o seu «carregar de baterias» na Quinta do Anjo. E está desejosa de começar a ‘vender’ o seu talento e o seu ‘look’.
CINCO MIL FAMÍLIAS DA REGIÃO NÃO GANHAM PARA PAGAR CONTAS
CATARINA MENDES VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DA EUROPA
JOVEM TALENTO DA QUINTA DO ANJO SONHA COM “HOLLYWOOD”
ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL
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A SEMANA
“Setúbal é nossa e de todos nós” é o nome do novo Hino do município, anunciado esta semana em cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho
A obra que canta a cidade é da autoria de Artur Jordão e Bruno Frazão e foi a partitura que sobressaiu de entre os 6 trabalhos inscritos na iniciativa promovida pelo município.
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m linhas gerais, os autores descrevem a composição como sendo «simples» e garantem que «o refrão, que é a parte essencial, vai ficar no ouvido». O hino, «ao nível do conteúdo, fala sobre a cidade e os costumes das pessoas, as suas origens», com «uma linguagem fácil», explica Bruno Frazão. Já o coautor Artur Jordão, responsável pela música, acredita que esta é uma obra feita para perdurar. «Este trabalho tem muito peso para nós, que temos vencido outros prémios, ao nível das marchas populares e que, como sabemos, são mais facilmente esquecidas. À
partida, este hino ficará ligado à história da cidade», assegura. Após o anúncio do nome e dos autores, a apresentação oficial da obra acontece a 19 de abril, nas comemorações da elevação de Setúbal a cidade. «Quando a população conhecer o hino, então, aí, é que teremos a verdadeira opinião. Será, acima de tudo, aquela que mais teremos em conta e que ansiamos», refere Artur Jordão. “Setúbal é nossa e de todos nós” foi a obra escolhida pelo júri, elenco cujas identidades só foram conhecidas na apresentação do hino vencedor. Coube ao cantor Toy,
Soflusa abre inquérito para apurar responsabilidades
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a Nelson Rosado, da banda “Anjos”, e à produtora musical e autora Ester Correia a avaliação das 6 obras a concurso. «Este hino que elegemos foi aquele que nos pareceu o mais completo.
A letra cabe bem na música, está bem escrito e tem andamento. Não somos donos da verdade, mas este pareceu-nos o melhor», justificou, deste modo, Toy, a decisão do júri.
a sequência da ocorrência registada na manhã do dia 25, com a embarcação “Antero de Quental”, da Soflusa, S.A., que fazia a ligação Barreiro-Lisboa, transportando 561 passageiros a bordo, do qual resultaram 34 feridos ligeiros, a empresa esclarece que foram de «imediato ativados todos os procedimentos para fazer face a esta situação, agradecendo o Conselho de Administração a todos os colaboradores e entidades envolvidos nesta ope-
ração pela sua intervenção rápida e eficaz». O Conselho de Administração determinou a instauração imediata de um inquérito interno para apuramento das circunstâncias desta ocorrência, cujo relatório preliminar estará concluído em breve. A empresa tem estado a acompanhar a situação dos sinistrados que foram encaminhados para diferentes unidades de saúde, tendo em simultâneo acionado todos os meios necessários e adequados à melhor resolução da situação.
GNR detém duas mulheres por roubos a idosos Homem de 47 anos detido por violência doméstica pela GNR de Sesimbra
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ilitares da GNR do Destacamento Territorial de Palmela detiveram, no dia 24 de janeiro, duas mulheres de 29 e 34 anos, por roubo, em Setúbal. As suspeitas tinham como alvo idosos que circulavam na via pública na região de Palmela, recorrendo para o efeito à violência física com o intuito de lhes subtrair bens pessoais, designadamente os
documentos e quantias monetárias que detivessem em sua posse. As suspeitas, depois de presentes ao Tribunal Ju-
dicial de Setúbal, ficaram sujeitas à medida de coação de apresentações semanais no Posto da área de residência.
Setúbal condecora bombeiros sapadores
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Câmara Municipal de Setúbal aprovou esta semana, em reunião pública ordinária, a atribuição de medalhas honoríficas a operacionais da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal com 10 e 25 anos de serviço. No total são condecoradas 7 dezenas de bombeiros sapadores, entre os quais sete com um quarto de século de serviço, com
as medalhas a serem entregues, como habitualmente, a 21 de fevereiro, na cerimónia comemora-
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tiva do aniversário dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, que celebra 231 anos.
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ilitares da GNR do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) de Setúbal detiveram no dia 24, um homem de 47 anos por violência doméstica, na localidade de Sesimbra. A detenção decorreu no âmbito de um processo de investigação que decorria há cerca de quatro meses, tendo sido considerado uma situação de risco elevado para a vítima. O suspeito foi presente a tribunal ficando sujeito a termo de identidade e residência e proibição de contactar com a vítima. O Comando Territorial de Setúbal tem em funcionamento dois NIAVE, um no concelho de Almada e outro no concelho de Setúbal, que desenvolvem a sua atividade de investigação criminal em toda a área de responsabilidade do Comando. Os NIAVE têm como missão levar a efeito a in-
vestigação dos crimes relacionados, essencialmente, com as problemáticas das mulheres, homens e das crianças enquanto vítimas de violência doméstica, bem como dos idosos e pessoas com deficiência, promovendo as ações de apoio e proteção que, para cada caso, forem consideradas necessárias e passíveis de serem efetuadas. Durante 2016, os NIA-
VE de Setúbal realizaram, no âmbito de processos de risco elevado para as vítimas, 336 inquéritos, dez buscas domiciliárias, duas buscas não domiciliárias, das quais se obteve os seguintes resultados: 12 detidos – Um em flagrante delito e 11 com mandado de detenção; apreensões – 18 armas de fogo, 23 armas brancas, 2 615 munições de diversos calibres.
SOCIEDADE
DADOS DO GABINETE DE APOIO AOS SOBRE-ENDIVIDADOS DA DECO REFEREM AGREGADOS QUE GANHAVAM CERCA DE MIL EUROS
5 mil famílias da região não ganham para as contas Apesar da economia estar a dar sinais de alguma recuperação, está a aumentar o número de famílias no distrito sem capacidade para pagar as contas da casa. São cinco mil famílias nestas condições, cerca de 15% do total do país. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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stá a aumentar o número de famílias no distrito de Setúbal sem capacidade para pagar as contas da casa. Apesar da economia dar sinais de recuperação e do emprego ter crescido no distrito - seguindo a tendência nacional - nos últimos meses, foram contabilizados cerca de 5 mil agregados familiares em dificuldades e que necessitaram de pedir ajuda ao Gabinete de Apoio aos Sobre-endividados (GAS) da Deco no ano passado, representando mais de 15% do total do país. Trata-se do número mais elevado desde 2011, o ano de chegada da troika e do início do programa de resgate. Segundo é agora revelado pela Deco, metade dos pedidos de apoio surgem associados a situações de desemprego e de deterioração de condi-
ções laborais, explicadas sobretudo pelos baixos salários oferecidos a quem entra de novo no mercado de trabalho, depois da passagem pelo desemprego. De acordo com Natália Nunes, entre 2007 e 2008, «o rendimento médio das pessoas que pediam ajuda à Deco estava fixado nos 1700 euros, enquanto hoje em dia o rendimento médio ronda os mil euros». Uma nova realidade no orçamento das famílias que ilustra a ordem de grandeza da quebra de rendimento que em 2016 motivou 22% do total dos casos que chegaram ao GAS. Natália Nunes afirma que as pessoas vivem hoje com mais dificuldades, embora tenha a perceção de que as «coisas estão a melhorar» e que «as pessoas estão a voltar a trabalhar», embora muitas vezes aceitem trabalhar apenas auferindo o salário mínimo. Ainda segundo a Deco,
as penhoras estão a ganhar cada vez mais peso entre as causas que levam os orçamentos familiares a entrar em derrapagem financeira, sabendo-se que a maior parte das penhoras resulta de créditos que entraram em incumprimento ou de prestações de serviços que deixaram de ser pagas. Mas há também uma parcela (4%) que surge na sequência de dívidas fiscais. CASA PODE SER PENHORADA MAS NÃO PODE SER VENDIDA Ao longo destes últimos meses, tem também chegado ao GAS um cada vez maior número de situações de famílias cujos rendimentos são tão baixos que não são sequer suscetíveis de penhora. Por este motivo, a execução da dívida acaba por recair sobre o único bem que detêm: a casa onde moram. Estão em causa casos que às vezes envolvem dívidas de 600 ou de 800 euros e que acabam na penhora do imóvel.
O problema do emprego e da desvalorização da remuneração salarial continuam a ser um flagelo Recorde-se que não existe nenhum impedimento legal que consiga travar estas situações. O Fisco pode penhorar uma casa na sequência de uma dívida fiscal, mas está impedido de a vender quando esta serve de morada ao devedor. Este tipo de travões não existem nas execuções judiciais de créditos.
ALMADA, SETÚBAL, SEIXAL, BARREIRO E MOITA, SÃO OS MAIS PROBLEMÁTICOS
Almada no topo das rendas em atraso na habitação de bairros sociais TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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número de rendas em atraso encontradas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nos bairros sociais do distrito é superior a 5 mil, segundo apurou o Semmais, após um inquérito levado a cabo pelo mesmo organismo, em parceria com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, em 2015. Do extenso leque de dados disponibilizados, constata-se que Almada é o concelho onde há maior número de mensalidades por pa-
gar (1548), o que coloca este município entre os mais devedores do país, apenas atrás de Lisboa. Embora mais abaixo, Setúbal também exibe um significativo número de incumprimentos, ultrapassando os 500, à semelhança do que acontece ainda no Seixal e Barreiro. Já a Moita anda pelas 200 rendas em atraso, ainda segundo os dados recolhidos pelo INE. As rendas são calculadas com base no rendimento líquido do agregado familiar inquilino, mas há grandes discrepâncias na renda média que cada concelho paga. Em Portugal, o valor médio da renda social é de 56 euros.
O desemprego e as alterações das condições laborais continuam, ainda assim, a ser as principais causas de sobre-endividamento, mas o seu peso tem caído. Em 2013, o desemprego representava 35% destes casos e agora pesa 29%. E a deterioração das condições laborais desceu de 34% para 22%.
JOVENS TIVERAM FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHO
GAIVEO LUZIO deu cor ao Centro Jovem Tabor
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Mesmo com rendas médias a rondar os 60 euros por mês, muitas destas famílias acumulam atrasos
Já a alteração do agregado familiar tem (à semelhança das penhoras) subido. Mas enquanto até há dois ou três anos anos era o nascimento de uma criança que vinha aumentar as despesas e de alguma forma contribuir para o desequilíbrio do orçamento, agora é o regresso dos filhos à casa dos pais.
arte das instalações do Centro Jovem Tabor ganhou novas cores, com apoio da empresa GAIVEO LUZIO, iniciativa integrada na sua política de responsabilidade social. O projeto designado “Vamos dar cor ao Tabor”, decorreu durante duas semanas, durante as quais, para além de pintarem as instalações, os jovens puderam ter contato com formação teórica e prática em pintura de construção civil. «Para além da manutenção da pintura do alojamento dos jovens, que incluía tetos, paredes, armários de madeira, a formação adquirida pelos jovens doto-os de competências básicas na área da
pintura de construção civil, que irão enriquecer o projeto de vida dos jovens e o próprio currículo», explicaram ao Semmais, responsáveis da empresa. Definindo-se a GAIVEO LUZIO como uma empresa com elevados princípios éticos e responsabilidade social, o pequeno passo dado no início do ano com a ação de responsabilidade social “Vamos dar cor ao Tabor “, para além de marcar uma grande diferença no Modelo Educativo da instituição, «contribuiu para a demonstração junto dos jovens da instituição, da existência na empresa de uma forte cultura de valores, assente no compromisso e profissionalismo», afirmou Paulo Lourenço, presidente da instituição.
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SOCIEDADE
O ANO PASSADO A REGIÃO REGISTOU 6590 NASCIMENTOS, MAIS 145 QUE OS REGISTADOS EM 2015
2016 foi mais rico em bebés no distrito São valores muito otimistas, que começaram em 2015, com o rompimento de uma contínua descida da natalidade no distrito registada nos cinco anos anteriores. Em 2016 nasceram mais 145 bebés que em 2015 e mais 194 que em 2014. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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o último ano, 6590 bebés foram sujeitos ao teste do pezinho no distrito de Setúbal, o que significa que houve um aumento na natalidade na região. Em 2015 tinham nascido na península 6445 crianças, o que traduz uma subida 145 nascimentos. Um resultado otimista face à tendência dos últimos anos, se tivermos em linha de conta que 2015 rompeu com a contínua
descida da natalidade no distrito, registada nos cinco anos anteriores, segundo os dados do Instituto Ricardo Jorge. Por exemplo, em 2014 nasceram 6396 bebés, menos 194 do que em 2016. Mas embora o teste do pezinho revele resultados animadores não é suficiente para mudar o rumo demográfico do distrito. «Nas projeções que fazemos no Laboratório de Demografia, analisando apenas o movimento natural, as perspetivas são sempre de declínio demográfico. Mesmo que atingíssemos o índice de
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fecundidade de 2.1 filhos por mulher - que é o limite mínimo para renovação de gerações - perderíamos população. Tem a ver com o resultado das últimas décadas. Temos gerações menores em dimensão e mesmo que tenham mais filhos, será sempre uma natalidade menor”, explica Maria Filomena Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia. TERCEIRA REGIÃO DO PAÍS NO RANKING DE NASCIMENTOS Ainda assim, o distrito de Setúbal é a terceira região do país com mais nasci-
Os dados para este tipo de indicadores são marcados pelo teste aos pézinhos mentos no ano passado, superada apenas por Lisboa e Porto, com maior densidade populacional, enquanto na análise por meses, setembro e agosto são os que registaram mais teste do pezinho, ao passo
que abril foi o mês mais fraco. Recorde-se que a picada que é realizada a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue
no pé e que permite diagnosticar algumas doenças graves, é uma das formas de obter números sobre a natalidade em Portugal, dado que apresenta uma taxa de cobertura de quase 100% a nível nacional.
SOCIEDADE
SÓ MAIS UNS DIAS DE CHUVA PODE AMENIZAR ESTADO DE ALARME E EVITAR INSUCESSO ÀS CULTURAS
Agricultores da região ainda estão a alimentar gado à mão por falta de pastagens O largo período de seca que assolou a região e o país deixou mossa junto dos pequenos e médios agricultores do distrito. As últimas chuvadas são uma bênção para evitar males maiores, mas há muitos a alimentar o gado à mão, porque as pastagens encolheram. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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s agricultores do distrito começam a dar sinais de preocupação devido à falta de chuva, mas recusam, para já, o estado de alarme. Admitem que se a precipitação que trouxe alguma água às terras nos últimos dias se mantiver por mais algum tempo será suficiente para garantir sucesso às culturas de outono/inverno. Ainda assim, já há quem alimente gado à mão porque as pastagens «encolheram» com a falta de água. Foi o próprio ministro
da Agricultura, Capoulas Santos, que admitiu na semana passada que o Governo está a «acompanhar com preocupação» a falta de chuva no país. Capoulas Santos adiantou que «há uma panóplia de soluções que só devem ser equacionadas em função do agravamento ou não da situação» e disse esperar que «o São Pedro cumpra a sua missão». Na reação às declarações do ministro, o agricultor do Poceirão Joaquim Dias confirma que o «inverno tem sido muito frio e com pouca água», comparando o atual cenário com o que aconteceu entre 2004 e 2005, quan-
do também choveu pouco e esteve imenso frio. «Isso teve implicações nas culturas de outono/inverno», recorda, sustentando que para já os agricultores ainda não estão em situação crítica, embora as pastagens estejam afetadas. ALGUM OTIMISMO PORQUE HÁ CULTURAS QUE RESISTEM AO FRIO Opinião partilhada por José António Castro, embora este agricultor defenda que uns dias e chuva serão suficientes para repor os armazenamentos nas albufeiras. «A situação ainda é pacífica. Agora, se não continuar chover nos próximos dias, aí vamos começar
O largo período de seca deixou os agricultores em estado de alarme, agora clamam por mais uns dias de chuva a ter problemas», adianta, sublinhando ainda ser normal alimentar gado à mão nesta altura do ano. «É claro que gostaríamos todos muito que já tivesse chovido, mas vamos ter calma, até porque as culturas de outono/inverno
têm capacidade de resistir ao frio e vão muito a tempo de recuperar para terem ainda um ano razoável», insiste o mesmo produtor. Recorde-se que o ministro Capoulas Santos disse que o país se en-
contra, de facto, numa situação que preocupa Governo, justificando que «já o ano anterior foi um ano mau em termos de pluviosidade suscetível de recarregar os aquíferos», insistindo que a chuva de 2016 «não foi suficiente».
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SOCIEDADE
MARQUES MENDES EM PALESTRA DO ROTARY CLUB DE PALMELA
«É preciso pôr o País novamente a crescer» TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM RCP
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arques Mendes, comentador político televisivo, foi o palestrante de “Os desafios para 2017”, que teve lugar na noite do dia 20, no restaurante D. Isilda, em Palmela. Esta reunião, com jantar, foi promovida pelo Rotary Club de Palmela, em conjunto com clubes congéneres de Setúbal, Moita e Sines. Marques Mendes teve oportunidade de vincar aquilo que considera um dos grandes desafios para 2017, nomeadamente o crescimento económico sustentado, com a atração de investimento e a criação de emprego, o qual passa pela confiança dos investidores que, entre outros fatores, não apreciam nada a mudança de “regras de jogo”, por exemplo, em sede de concertação social, com a polémica em torno da indefinição da redução da Taxa Social Única.
«É preciso pôr o País novamente a crescer. Sem crescimento não conseguimos criar condições para pagar a nossa dívida. Só com o crescimento económico é que há mais poder económico e mais emprego», sublinhou o conselheiro de Estado. O funcionamento das instituições, em particular, na justiça, que se pretende «mais célere e mais eficaz», foi apontado como outro dos desafios importantes para o corrente ano, a par da «imperiosa necessidade de se apostar na qualidade dos agentes políticos». A nível internacional, o palestrante fez ênfase no que toca à promoção da paz mundial e da estabilidade política a nível global, destacando o seu ceticismo e apreensão com a eleição do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e, com o que será, daqui para a frente, a política interna e externa de uma das maiores superpotências. A nível interno, a adoção de políticas protecionistas que vão refrear o crescimento da econo-
mia global, em particular a da Europa e, a nível externo, a preocupação do palestrante centra-se na «indefinição e crispação» que poderão existir nas relações dos EUA com outras potências e com outras regiões, como a China, a Rússia, o Médio Oriente, Israel, entre outros. No final da reunião, o RCP ofereceu ao palestrante, o livro “End Polio Now” que reflete uma das causas primordiais do movimento rotário internacional desde há várias décadas para cá e, atualmente, continua a ser um dos desafios para 2017: o combate à poliomielite infantil, no qual, basicamente, doença que persiste no Paquistão, Afeganistão e Nigéria. Esta palestra insere-se num conjunto de reuniões com palestrante, que têm sido levadas a cabo pelo RCP, em conjunto com outros clubes rotários do distrito, cujas receitas revertem a favor de instituições de solidariedade social de Palmela. Estiveram presentes cerca de
seis dezenas de participantes, entre companheiros e convidados, de clubes rotários como Palmela, Setúbal, Moita, Sines, Almada, Sesimbra, Lisboa-Belém, Lisboa-Benfica e Lisboa-Estrela. A próxima reunião festiva terá lugar em fevereiro, onde irá
decorrer a tradicional homenagem ao Profissional do Ano, que, este ano, será uma instituição local, «muito nobre» e que tem feito um trabalho «incansável e de reconhecido mérito» na área da administração interna e da segurança, sublinhou Jaime Puna.
Quo Vadis América?
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Sr. Trump e as suas rápidas decisões têm dominado a agenda mediática. Razões que o justifiquem não faltam. Há quem ainda pense que a sua postura e as suas ideias, mais isolacionistas e populistas, irão mudar por pressão das instituições politicas e de segurança da América, bem como pelo incómodo que está a gerar em muitas outras de âmbito internacional. Pelo que se tem assistido, em tão poucos dias, parece que não está a querer dar tempo aos opositores, emitindo ordens de execução imediata, algumas delas bastante controversas. A eleição do Sr. Trump é mais uma das inevitáveis razões para que nos perguntemos: quando mudará a civilização predominante, que teima em absolutizar meios, tornando-os fins em si mesmos e a subalternizar a pessoa e o respeito pela sua dignidade, sobretudo dos mais frágeis? Na verdade, se já tivéssemos dado passos decisivos rumo à “civilização do amor” jamais se colocariam no poder figuras tão problemáticas. Não fiquemos indiferentes ao que está a acontecer nos Estados Unidos da América (USA). O que se está a passar nesse país deve manter o mundo bastante atento, para que encontrem alternativas que possam minimizar os efeitos das politicas perversas que venham a surgir no “reinado” do atual presidente americano. Porém, não podemos esquecer que outros problemas
ATUALIDADES EUGÉNIO FONSECA
PRESIDENTE DA CÁRITAS DIOCESANA estão a acontecer e que precisam da nossa atenção. Um deles tem a ver com a preocupação do Sr. Trump em não deixar entrar imigrantes, muito menos, provenientes de países muçulmanos, e expulsar outros que não venham a servir os interesses dos EUA. Fala e menciona outras medidas como se a América fosse o centro e a dona do mundo. Assim, é importante lembrar que são milhões os que abandonaram os seus países para fugirem à morte como consequência inevitável de guerras civis, ou não, e à fome. Estes imigrantes/refugiados não são só muçulmanos. Também vêm da África e até da América Latina como é o caso do México. O magnata da Casa Branca determinou o reforço de um muro (parece que já existia um que não estava a resolver nada) para impedir a passagem clandestina de mexicanos. Mais uma ilusão: quando se luta pela sobrevivência não há “muros” que resistam, por muito altos e fortes que sejam. Ainda, por cima, os encargos com esta construção foram, por “determinação irrevogável”, assacados ao país do qual os EUA se quer defender. A lógica é sempre a mesma: os que se julgam mais poderosos que-
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rem os proveitos, mas nunca os custos. Por se proceder assim é que existem imigrantes e alguns deles obrigados a fugir, sem olhar a meios, dos dramas que esta lógica gera. A melhor resposta que o mundo poderia dar ao segregacionista Trump era acolher com dignidade e segurança, esses milhões de refugiados e imigrantes. Mas também não acredito que isso venha a acontecer. Gosto sempre que o último período dos meus textos seja de esperança. A minha consciência impele-me a que agora não o faça, pois, o mundo está perante uma trágica ameaça. O dilema é este: ou se convence, o Sr. Trump, por via do diálogo diplomático, no quadro das Nações Unidas, a mudar de rumo, ou a guerra mundial que, profeticamente, o Papa Francisco preveniu estar a acontecer “aos pedaços”, deflagrará na sua dimensão total. Se esta desgraça vier a ser uma realidade, de certo que durará pouco, mas também serão poucos os que ficam para contar. Que Deus nos ajude a tudo fazer para que afaste este “cutelo” da cabeça da humanidade, para nosso bem, dos nossos filhos, netos e do planeta em geral.
Venâncio da Costa Lima lança moscatel “Pioneiro”
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Venâncio da Costa Lima, adega de Quinta do Anjo, estreia 2017 com um projeto literalmente pioneiro. Este é o nome da nova marca exclusiva criada especialmente para o Intermarché, cuja imagem inovadora que merece destaque do Packaging of the World. A nova marca “Pioneiro” lançada pela Venâncio da Costa Lima já dá que falar. Com duas referências – Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo - responde ao desafio de criar uma marca exclusiva para o Intermarché. Além disso, «este produto transmite a herança da nossa família, com créditos firmados na produção de Moscatel de Setúbal. O resultado foi uma imagem vintage descontraída, que representa uma nova abordagem inovadora num sector bastante convencional», vinca Joana Vida, porta-voz da empresa.
Os moscatéis Pioneiro celebram a história do fundador, Venâncio da Costa Lima, que em 1914 estabeleceu a empresa na Quinta do Anjo. Decidido a levar os seus vinhos a mais apreciadores, percorreu o país, estabelecendo relações duradouras com clientes fiéis. «Pioneiro celebra o seu pioneirismo», vinca a mesma fonte. A marca desenvolvida desde o nome ao design pela Wine & Shine surge com uma imagem «distintiva e descontraída». E mereceu destaque no Packaging of the world, o site de referência de design de embalagem mundial. «Há quatro gerações que a empresa mantém viva a visão do fundador: partilhar uma gama versátil para acompanhar cada momento da vida, capaz de reunir amigos, famílias, memórias e de estabelecer relações duradouras com clientes e parceiros», sublinha Joana Vida.
LOCAL
SETÚBAL Bar e esplanada do forte de S. Filipe vão abrir O bar e a esplanada do Forte de S. Filipe vão reabrir após a celebração, esta semana, de um contrato de concessão à Câmara pelo Grupo Pestana. «Este é um ato importante», frisou Luís Lopes, do Grupo Pestana. O acordo possibilita que parte do Forte se mantenha aberto ao público enquanto decorrem as obras de consolidação da encosta, intervenção que o Grupo Pestana Pousadas concluiu ser incompatível com o normal funcionamento da pousada ali existente, tendo, por isso, encerrado o espaço durante esta fase. «Espero que esta parceria ainda dê muitos frutos, como a requalificação da pousada ou até mesmo para a sua ampliação”, desafiou a edil local.
ALMADA Fórum discute cultura do concelho No dia 20, no teatro Joaquim Benite, reuniu-se pela primeira vez o Fórum da Cultura, com a envolvência de cerca de 2 centenas de representantes de mais de seis dezenas de entidades culturais, sob o lema “Pensar, Criar e Desenvolver em Conjunto”. Ficou assente assegurar uma ampla, perene e consequente participação dos agentes culturais no desenvolvimento da política cultural; envolver e comprometer os agentes culturais na promoção da democracia cultural, assegurando o acesso universal à criação e fruição cultural, o reconhecimento da função social da cultura e de todas as formas de expressão e criação cultural; e promover o trabalho colaborativo em rede.
ALCOCHETE Brasão do concelho em calçada portuguesa Quem entrar na vila pela estrada N119 poderá agora visualizar a heráldica do concelho em calçada portuguesa, na rotunda que estabelece a ligação entre as duas zonas da urbanização do Cerradinho da Praia, em Alcochete. Trata-se de um trabalho artístico contemplado numa intervenção mais ampla correspondente à 2.ª fase de requalificação da zona envolvente desta área integrada na malha urbana da vila. A criação de passeios pedonais, com áreas de estadia, que circundam grande parte exterior da urbanização, arranjo paisagístico dos espaços verdes, plantação de espécies arbóreas, e colocação de mobiliário urbano na praceta interior da urbanização foram outras ações realizadas nesta área residencial.
MONTIJO Festival de sopas aquece população
PALMELA IAPMEI faz atendimento descentralizado
Depois do sucesso do ano passado, o Agrupamento 72 do Montijo - Corpo Nacional de Escutas leva a cabo, este sábado, o 2.º Festival de Sopas, a partir das 19 horas, no antigo edifício do Bingo. O evento conta com a participação de 9 estabelecimentos de restauração da cidade, que irão apresentar as suas melhores sopas. Haverá, ainda, petiscos e música ao vivo com António Bibe. Participam no evento, os restaurantes Tá na Hora, Porque não?, Taberna do Ilhéu, Taberna d’ Avenida, Taberna dos Cabrões, Tasca do Chico Bananeiro, Restaurante Casa das Lamejinhas, Restaurante 5 Bacalhaus e Jéssica Pastelaria. Os fundos são para os escuteiros.
O IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, em parceria com a edilidade, leva a cabo, no dia 8, o Dia do Atendimento Descentralizado em Palmela. A iniciativa, que decorrerá na Câmara, pretende fortalecer espaços de proximidade às empresas, através de serviços de informação e aconselhamento personalizados em zonas onde a agência não dispõe de representação regional. A equipa do IAPMEI vai estar disponível, para responder às dúvidas dos empresários e empreendedores da região sobre os vários instrumentos de apoio mais ajustados às necessidades dos seus negócios, nomeadamente sobre as medidas de apoio disponíveis.
MOITA Autarquia distingue atletas da região O município volta a reconhecer publicamente os valores desportivos do concelho, na cerimónia de atribuição dos Méritos Desportivos que decorre este sábado, a partir das 21 horas, no Fórum José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira. Vão ser entregues os prémios da época desportiva 2015/16 do AtletisMoita – Torneio de Atletismo das Coletividades do Município da Moita. A Câmara distingue e valoriza assim atletas, treinadores e seus clubes que, na época desportiva passada, se sagraram campeões nacionais, vice-campeões nacionais ou que representaram o município no estrangeiro nas modalidades de Pelota, Pesca à Boia, Atletismo, Halterofilismo, Trampolins, Ginástica Aeróbica, Tumbling, Dança, Patinagem Artística e Danças Clássicas.
SINES Biblioteca sensibiliza crianças para a leitura A biblioteca municipal promove, dia 30, às 18 horas, a primeira sessão do clube de leitura “Uma Casa Sem Livros Júnior”, para crianças dos 7 aos 10 anos. Nos tempos atuais, em que impera o domínio e o fascínio pela tecnologia, aquele espaço pretende estimular as crianças para a importância da leitura e da sua prática como atividade associada ao prazer e à satisfação e não à obrigação. Em casa sessão, haverá leitura partilhada e informal de obras previamente selecionadas, além de atividades complementares.
ALCÁCER DO SAL Monumentos vão ser valorizados com iluminação O município alcacerense aprovou, na sessão pública do passado dia 26, uma proposta para iluminação dos principais monumentos e igrejas do concelho. O investimento é superior a 100 mil euros. Os turistas e a população vão, assim, ter oportunidade de ver valorizada, durante a noite, a beleza arquitetónica dos principais monumentos do concelho. Na empreitada de valorização luminotécnica de diversos monumentos estão integrados as muralhas do Castelo – sul e poente; o Fórum Romano; e as igrejas de Santiago e do Torrão. O arranque das obras está previsto para as próximas semanas.
SEIXAL Câmara discute obras para os Morgados A União Recreativa da Juventude de Fernão Ferro recebe este sábado, às 16 horas, uma sessão do Fórum Seixal – Mais Participação, Melhor Futuro, para dar a conhecer aos moradores as intervenções a nível de infraestruturas nos Morgados. As obras de execução de infraestruturas da sexta fase nos Morgados, em Fernão Ferro, já se iniciaram e incluem a remodelação e execução das redes de água e saneamento. Esta intervenção implica um investimento total na ordem dos 472 mil euros. A sessão conta com a participação de técnicos e autarcas do município.
SESIMBRA Jardim do Pinheiro ganha novo rosto BARREIRO Refletir o futuro da Quinta Braamcamp “Quinta Braamcamp - Refletir sobre o Território” é o mote da sessão que a autarquia vai promover, a 1 de fevereiro, às 21 horas, na biblioteca. A iniciativa, aberta à população, visa refletir e recolher opiniões junto dos munícipes sobre o futuro daquele território, com reconhecido potencial, que o município adquiriu recentemente por 2 milhões e 900 mil euros. O debate conta com a presença de responsáveis da ARX - Portugal Arquitectos, empresa que se encontra a coordenar o projeto de desenvolvimento de uma estratégia de intervenção, e da F|C Arquitectura Paisagista, além do edil local, entre outras personalidades.
As obras de requalificação do jardim do Pinheiro, na Qt.ª do Conde, estão a decorrer a bom ritmo. Os trabalhos, dinamizados pela autarquia, incluem o arranjo do bebedouro, a pérgula e o parque infantil, colocação de painéis de rede do campo de jogos, criação de novos caminhos pedonais, plantação de relva e de árvores, instalação de rede de rega, remodelação da rede de iluminação pública do parque e do campo de jogos com tecnologia LED, colocação de mobiliário urbano e mesas e pintura da parede do campo. As obras visam devolver nova vida ao jardim, dar-lhe mais dignidade e valorizar a envolvente, para que volte a ser um local de convívio da comunidade.
SANTIAGO DO CACÉM Município reivindica mais auxiliares nas escolas GRÂNDOLA Semanas gastronómicas dão a conhecer gastronomia Porco, sopas e açordas vão ser servidos à mesa de nove restaurantes na 13. ª edição das Semanas Gastronómicas de Grândola, de hoje e até dia 5 de fevereiro. A iniciativa promovida pelo município dá a conhecer e a saborear ao longo do ano os produtos mais característicos de cada mês. As traicionais “migas com carne de vinha d´alhos”, a típica “açorda de tomate com ovos e toucinho de porco preto” e a reconfortante “sopa de abóbora” são algumas das sugestões que pode apreciar a partir do próximo sábado, nos restaurantes A Coutada, Café do Juca, Espaço Garret, Fonte das Amoreiras, Melidense, Pereira, Quinta do Lourenço, Tabuinhas e Taberna d´Vila.
O edil Álvaro Beijinha, considera «inaceitável» a hipótese de escolas virem a encerrar devido à falta de auxiliares, referindo-se ao agrupamento de escolas de St.º André, reivindicando «soluções imediatas» ao Ministério da Educação. «Desde há algum tempo que a falta de auxiliares nas escolas tem sido uma preocupação», lamenta Álvaro Beijinha. «Pedimos aos agrupamentos para nos darem o ponto de situação sobre o assunto e, no dia 5, estivemos reunidos. Foi reforçada a informação que já nos tinham colocado por escrito, ou seja, que há falta de auxiliares». A Câmara e os agrupamentos identificam dois problemas fundamentais. «Existe uma portaria que define o número de funcionários por escola, e esta não é a melhor forma de chegar ao número de auxiliares necessários», que sublinha «a necessidade de se atender à tipologia dos edifícios e aos níveis etários dos alunos para a definição dos respetivos rácios».
SEMMAIS | SÁBADO | 28 DE JANEIRO | 2017 | 7
CULTURA
Bando estreia espetáculo de reflexão sobre a Europa O Bando estreia em Portugal, com duas companhias francesas, um espetaculo que põe o público a refletir sobre os caminhos da Europa. A peça lança no ar a mensagem: «Se a Europa é um carro, como é que o conduzimos»?
O
teatro O Bando, de Palmela, estreia, a 4 de fevereiro, a peça “Isto não é a Europa”. Trata-se de um espetáculo desenvolvido em co-criação entre o Bando e o Collectif Le Nomade Village, de Marselha, França, e numa co-produção entre o Bando e o éâtre Massalia, no contexto do Projeto Europeu Platform Shift+. Depois de uma carreira em Palmela, “Isto não é a Europa” partirá para Marselha, Dresden e outros tantos destinos a descobrir. Atores, músicos e bailarinos querem pensar sobre os caminhos da Europa, os seus avanços e recuos, as
Bailarino montijense protagoniza espetáculo sobre questões ambientais TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM CMM
F acelerações e as grandes derrapagens, os acidentes e estragos, as pequenas quedas e vitórias neste sinuoso percurso contemporâneo. São intérpretes João Neca, Juliana Pinho, Miguel Jesus, Philippe Domengie,
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Virginie Coudoulet e Yoan Mourles. Os textos são de Henri Michaux. Vai estar em cena até 12 de fevereiro em Vale de Barris, de quinta a sábado, às 21 horas, e aos domingos, às 17 horas.
ábio Simões, jovem coreógrafo e bailarino montijense é o protagonista do espetáculo “Home”, uma estreia absoluta que chega ao palco do teatro Joaquim d’Almeida a 3 e 4 de fevereiro, às 21h30. Bilhetes a 6 euros. Fábio Simões nasceu 1990. Cresceu no Montijo onde com apenas 7 anos já demonstrava aptidão para a dança. Formou-se na Es-
cola de Dança do Conservatório Nacional em 2008 continuando os seus estudos na conceituada Performing Arts Research and Training Studios, em Bruxelas. Detentor de um currículo impressionante com participação em várias produções em território nacional e internacional, Fábio Simões, além de bailarino, coreógrafo e professor tem, também, experiência, na área da produção de espetáculos e design.
“Home” é um espetáculo que aborda questões relacionadas com o Planeta Terra. Numa performance a solo onde a dança se funde com a videografia, os elementos cénicos e uma arrojada banda sonora, o jovem coreógrafo e bailarino montijense irá não só sensibilizar o público para as questões ambientais, como colocar ainda mais perguntas e avivar memórias que marcaram a história da humanidade.
AGENDA
CULTURA
RAIO-X
POR ANTÓNIO LUIS
AMILCAR CAETANO «QUERO TER SAÚDE E QUE O MEU SOBRINHO RECUPERE A CEM POR CENTO»
SETÚBAL28JANEIRO21H30
COMÉDIA “DO CÉU CAÍU UM ANJINHO” FORUM LUÍSA TODI
A AtrapalhArte Produções Teatrais leva ao palco, hoje (21h30) e amanhã (17 horas) a peça “Do Céu Caiu um Anjinho”, com texto e encenação de Fernando Gomes. A mais recente produção da companhia conimbricense é uma comédia de enganos, romântica, divertida, burlesca e musicada, numa paródia à tradicional comédia à portuguesa.
ALMADA28JANEIRO21H00
“NOITE DA LIBERDADE” NA TABERNA TEATRO JOAQUIM BENITE
Com encenação de Rodrigo Francisco, e texto de Ödön Von Horváth, a peça “Noite da Liberdade” baseia-se nos confrontos ocorridos em 1930, em Murnau, na Baviera, que opuseram os defensores da República alemã aos nacional-socialistas. A ação desenrola-se em torno da taberna de Josef Lehninger.
PALMELA28JANEIRO21H00
HUMOR DE UMA MENINA INTELIGENTE AUDITÓRIO DO PINHAL NOVO
A mais recente produção do grupo Ensaiarte, “Vanessa vai à luta”, volta ao palco, após a estreia de ontem. O espetáculo, com base num texto de Luísa Costa Gomes, e dramaturgia e encenação de Célia Figueira, utiliza o humor “não fácil” para nos falar de Vanessa, uma menina inteligente e perspicaz, que questiona as normas sociais que envolvem a sua família.
SESIMBRA28JANEIRO21H30
FRED MARTINS ANTECIPA CARNAVAL TEATRO JOÃO MOTA
O cantor/compositor brasileiro Fred Martins, dá início ao ciclo “Concertos a Propósito”, que liga a sala a momentos que acontecem ao longo dos primeiros meses do ano. A atuação de Fred Martins antecipa, de certa forma, o Carnaval de Sesimbra, inspirado na tradição brasileira.
SEIXAL28JANEIRO21H00
HERMANO INSPIRA MUSICAL FORUM CULTURAL DO SEIXAL
Musical baseado na obra de Frei Hermano da Câmara. Mais do que teatro, é a vivência do acontecimento mais decisivo da história: o nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus. Representação a cargo do grupo de animação da Paróquia de Arrentela.
GRÂNDOLA28JANEIRO21H30
BLUES AQUECEM VILA MORENA CINE-TEATRO GRANDOLENSE
Não perca o espetáculo “Z- Minor Loop Breaker One Man Band”, uma homenagem ao blues, pelo músico e artista plástico, Zoran. A entrada é gratuita.
CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para assistirem à revista popular “Parque à Vista”, em cena no Parque Mayer, em Lisboa, bem como para o musical “Quase normal”, dos irmãos Feist, em cena no Casino Estoril, e para a comédia “La Nonna”, para ver no palco do ArteViva, no Barreiro. Para ser contemplado com os convites basta ligar 96 943 10 85 ou 918 047 918.
Amílcar Caetano, de 60 anos, de signo Capricórnio, nasceu e reside em Setúbal. Além de dar aulas de Matemática, Amílcar Caetano também está ligado às marchas populares de Setúbal e ao teatro de revista da Capricho Setubalense. Não suporta a hipocrisia e confessa que já é reconhecido como um bom professor de Matemática. QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? Penso que já o realizei. Ser reconhecido como um bom professor de matemática. E PESSOAL? Ver os meus netos crescerem e fazerem-se pessoas civicamente saudáveis, com saúde e realizados. CIDADE PREFERIDA? Viana do Castelo e Barcelona. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? Grécia. UM DESEJO PARA 2017? Ter saúde e que o meu sobrinho Tiago recupere a cem por cento. QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? A minha ex-mulher, Joana Caetano.
QUEM É A MULHER MAIS SEXY DO MUNDO? A cantora Madonna.
MELHOR PEÇA DE TEATRO? “As árvores morrem de pé”, com Palmira Bastos.
COMPLETE: A MINHA VIDA É… Uma bela vivência de várias emoções. Uma aprendizagem constante.
MELHOR MÚSICA DE SEMPRE? Bolero de Ravel.
O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? O que não suporto em qualquer pessoa, independentemente do sexo, é a hipocrisia. COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Qualquer prato de bacalhau e vinho tinto. QUAL O SEU MAIOR VÍCIO? A minha profissão.
QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Saber ouvir, pensar e calar. E DEFEITO? Ser exigente nos meus projetos e acreditar demais nos outros e dar-lhes sempre o benefício da dúvida. COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? A cadela Queen, da minha ex-mulher, que é como se fosse minha.
QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? “Quando Jesus Chorou”.
O QUE LEVAVA PARA UMA ILHA DESERTA? Além da comida, livros, um caderno e um lápis.
QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “Renascer”.
DIA OU NOITE? Agora dia, mas já fui um amante da noite.
O QUE MAIS TEME NA VIDA? Perder os que me são queridos. A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? A ninguém. Não faço aos outros aquilo que não quero que me façam a mim. O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? A perda dos meus queridos pais, avós e tios.
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Paulo Vasco destaca equipa fantástica de “Há festa na ASA!”
P
aulo Vasco, ator e encenador, faz um balanço «muito positivo» da revista à portuguesa “Há festa na ASA!”, que já deixou os palcos da Academia de Santo Amaro, em Lisboa, com grande sucesso. «A nossa tournée de Verão foi fantástica. Este espetáculo esteve sempre esgotado. Tive de fazer uma remodelação com números novos e confesso que dificilmente irei ter uma equipa destas, pela união e solidariedade. Teve uma grande envolvência dos atores», revelou Paulo Vasco. Com textos de Mário Rainho, Paulo Vasco, Flávio Gil e encenação de Paulo Vasco, a revista assinalou os 70 anos da mítica sala. «Esta revista não envergonha ninguém, pois todos os atores são de uma entrega total. De há uns anos para cá que esta casa tem lançado atores para o teatro profissional, como o Flávio Gil, o Pedro Silva, a Filipa Godinho», sublinha Paulo Vasco, reconhecendo que a ASA é como «uma universidade onde as pessoas ganham uma certa experiência para depois enfrentarem um palco mais exigente».
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POLITICA
PSD quer saber se os barcos da Transtejo/Soflusa cumprem requisitos de segurança DEPUTADA POR SETÚBAL GANHA ESTATUTO
Ana Catarina Mendes é vice-presidente do Conselho da Europa
O
s deputados do PSD do distrito pediram explicações ao Governo sobre as embarcações da Transtejo/Soflusa, que diariamente fazem a travessia do Tejo entre as duas margens, sobretudo ao nível da segurança e do correto funcionamento dos equipamentos de navegação. Esta pergunta surge na sequência do acidente ocorrido na passada quarta-feira, em que uma embarcação da Soflusa proveniente do Barreiro, que transportava 561 passageiros, ao atracar embateu no cais fluvial do Terreiro do Paço, provocando 34 feridos ligeiros.
O presidente da distrital do Bruno Vitorino, realça que são milhares as pessoas que utilizam este meio de transporte diariamente, sendo «vital» que exista a garantia de que todas as embarcações em funcionamento «cumpram todas as normas de segurança e tenham todos os equipamentos de navegação a funcionar corretamente». «Esta é uma questão onde não pode existir o mínimo de dúvidas, pois qualquer mínima falha pode originar um acidente», acrescenta. Bruno Vitorino considera ainda que deverá ser feito «um
inquérito rigoroso, com vista ao esclarecimento integral do acidente ocorrido, não devendo ser tiradas quaisquer conclusões precipitadas». Contudo, face a este acontecimento e a todas as notícias que têm vindo a ser tornadas públicas relativamente aos problemas de supressão de carreiras por falta de manutenção e de condições, bem como da falta de certificados de navegabilidade em várias embarcações, os deputados do PSD exigem garantias por parte do Governo de que a travessia se faz em segurança e que todas as regras estão a ser cumpridas.
A deputada por Setúbal e secretáriageral adjunta do PS, ganha assim um estatuto europeu e vai chefiar a delegação portuguesa, composta por deputados socialistas, social-democratas e centristas.
A
na Catarina Mendes foi eleita esta segunda-feira, por unanimidade, vice-Presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. A deputada socialista foi escolhida durante uma sessão plenária em Estrasburgo. A informação foi avançada no site oficial da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. Ao lado de 19 países, Ana Catarina Mendes foi a eleita para representar a delegação portuguesa naquela Assembleia europeia. A delegação será composta
pelo social-democrata Adão Silva (vice-Presidente da delegação), Carlos Alberto Gonçalves (PSD), Luís Leite Ramos (PSD), Duarte Marques (PSD), Alberto Martins (PS), Helena Roseta (PS) e Telmo Correia (CDS-PP). O Regulamento da APCE prevê um total de 20 vice-presidentes, num sistema de rotatividade entre os Estados-membros. Portugal tem direito a uma vice-presidência em 2011 e 2012, que foi exercida de Janeiro a Junho pelo socialista José Vera Jardim
A razão é como o azeite: vem sempre ao de cima
N
o final de 2016 o Seixal foi invadido por uma autêntico Tsunami que foi o Relatório do Tribunal de Contas à real situação financeira do município. Se é verdade que não podemos viver do passado e do que dissemos do passado, na vida, e sobretudo na política, deverão ser as nossas posições ao longo dos anos que deverão ser julgadas, aferindo se o presente e os passado recente, validaram essas posições. Eu, que sempre me bati por causas e pela transparência no exercício da actividade política, sinto-me particularmente à vontade neste exercício pois tenho toda a minha actividade política exposta, registada e de fácil acesso. Para o efeito criei um Blogue “A Revolta das Laranjas” e com o advento da importância do Facebook, fui registando as minhas posições públicas quer na minha página pessoal, quer
numa que criei, para esse efeito. Nelas guardo as minhas intervenções, quer em formato de acta, quer as que proferi através de artigos de jornal, quer neste jornal, quer noutros, quer até na rádio onde tive uma pequena crónica semanal. Portanto quando se discute algum tema, normalmente a pesquisa da minha posição é fácil, hoje em dia com ferramentas como as do google por exemplo. Vem isto a propósito com o meu à vontade em relação às conclusões do parecer, que são especialmente violentos para as opções da gestão CDU no que concerne aos contratos de arrendamento dos edifícios dos serviços operacionais e dos centrais, em negócios muito lesivos à nossa autarquia, assim como noutras áreas. Eu fui contra esses negócios nos locais próprios, quer como líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal primeiro, como
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vereador depois e como Presidente da Comissão Política do PSD do Seixal. Mas fui-o também em artigos de jornal, para que a nossa posição fosse conhecida do maior número de pessoas. Mais tarde, enquanto vereador, fui o mentor de um pedido de uma auditoria independente às contas da câmara, liderada pela CDU, para “conhecer a real situação económica do município”, que não será “tão famosa quanto se quer fazer crer”. Tal pedido surgiu na sequência da aprovação em reunião de câmara de um pedido de empréstimo de quatro milhões de euros para pagar a fornecedores e que praticamente esgota a sua capacidade de endividamento no curto prazo. A proposta de empréstimo foi aprovada com o meu voto, face à necessidade de se pagar a fornecedores, mas logo ali deixei expresso que considerava “insuficiente” a informação
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA
VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL prestada pelo executivo sobre o empréstimo e sobre as contas da autarquia” e que “não passo cheques em branco e que a acompanhar a minha aprovação, iria pedir uma auditoria às contas” pois “existia uma distância muito grande entre os números que a câmara apresenta, as previsões que faz e a realidade”. Reparem que. De seguida, quando apresentei o pedido de auditoria, tudo aquilo que preconizei quando avancei em plena Câmara Municipal com esse pedido, fiquei completamente isolado com intervenções muito contundentes de todos os
vereadores (incluindo os do PS e do Bloco de Esquerda), sem faltar claro, os da CDU, com o Presidente a proferir frases fortes tais como dizer que só por ignorância poderíamos propor tal medida, despropositada, uma vez que as contas eram semestralmente auditadas. A verdade é que a auditoria apareceu, tarde, e esse atraso trouxe custos muito grandes para o município. Esses, já nada há a fazer, mas os custos políticos, esses deviam ser suportados pelos seus responsáveis. Da minha parte, a consciência de que a razão é como o azeite… vem sempre ao de cima.
DESPORTO
INGRESSOS CUSTAM 2 EUROS E JÁ ESTÃO À VENDA
Taça “Cidade do Barreiro” joga-se a 5 de fevereiro com receita solidária TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM CMB
A
4.ª Taça “Cidade do Barreiro” em futebol, foi lançada no dia 24, nos Paços do Concelho. O evento contou com a presença de várias figuras do futebol atual e antigas glórias. A final da Taça, que colocará frente-a-frente os históricos FC Barreirense e GD Fabril, decorre a 5 de fevereiro, às 15 horas, no Campo da Verderena, com a receita a reverter a favor do Centro Social e Paroquial de Santo André – Casa dos Rapazes. Os ingressos, com o valor simbólico de “duas bolas”, encontram-se, já, disponíveis no posto de turismo do município e auditório municipal Augusto Cabrita, e, no dia do jogo, no Campo da Verderena. Os presentes foram unânimes em sublinhar o cariz solidário do evento e a união de esforços em prol do concelho, do des-
porto e da modalidade. A sessão acabou por ser, também, um “desfiar de memórias”. Várias vezes foram lembrados os dérbis FC Barreirense-CUF, comparando-os aos Benfica-Sporting da atualidade. «ELEVADO NÚMERO DE ESTRELAS» A vereadora do desporto mostrou-se orgulhosa em ver um elevado número de “estrelas” associadas ao evento. Já o presidente do Barreirense, disse que a prova «tem vindo em crescendo» e que é «uma feliz iniciativa do município que tem vindo a ganhar força». O “padrinho” Adolfo Calisto, afirmou que «espero que sejamos todos felizes ao contribuir para o evento». O presidente do G. D. Fabril referiu que: «Essencialmente vai ganhar a cidade, porque este evento é um encontro de referência de todos os barreirenses». O “padrinho” Manuel Fernandes afirmou: «É uma honra para mim apadrinhar esta iniciativa. A CUF foi muito importante no
meu trajeto profissional». O “padrinho” Carlos Valente fez votos para que «a iniciativa se mantenha por muitos anos». O vice-presidente da AFS, Carlos Silva, realçou que a Taça Cidade do Barreiro, «começa a ser uma tradição desportiva». Por sua vez, Carlos Humberto, o edil barreirense disse que «todos, em conjunto, vamos construindo» para «transformar esta taça numa festa do futebol». O FC Barreirense obteve o apuramento para a final após bater o Luso FC no jogo de qualificação, realizado, no Campo da Verderena, a 28 de dezembro, por 5-0, em partida com arbitragem de Fábio Varanda.
brevesdesportivas Caminhada em Palmela para manter a forma
No âmbito do programa “Mexa-se em Palmela”, este sábado, o Clube do Desporto Escolar do Agrupamento de Escolas de Palmela promove mais uma caminhada desportiva e BTT, aberta à comunidade escolar – pais, alunas/os e funcionárias/os - e ao público em geral, com idade superior a seis anos. Apoiada pela Câmara de Palmela, a atividade tem início às 9h30, com duração prevista de três horas e meia, para um percurso com 12 quilómetros de extensão e dificuldade média.
Palmela apoia convívio de atletismo em Benjamins
O pavilhão municipal, em Pinhal Novo, recebe o tradicional Convívio de Benjamins A, a 4 de fevereiro, às 15 horas, numa organização conjunta da Associação Académica Pinhalnovense e da Associação de Atletismo de Setúbal. Dirigido a crianças nascidas nos anos de 2008, 2009 e 2010, este convívio é parte integrante do Programa de Desenvolvimento do Atletismo no concelho e pretende promover a modalidade junto do público infantil.
Município setubalense apoia “A Onda”
O município setubalense aprovou esta semana, em reunião pública, um protocolo de colaboração que prevê a atribuição de um apoio financeiro à associação desportiva “A Onda” para o desenvolvimento de ativida-
des na área da natação. A comparticipação financeira é de 30 mil e 936 euros. O apoio visa “fazer face à atividade desportiva desenvolvida e à contratação dos técnicos necessários para o primeiro semestre da época desportiva”.
Taça de Portugal em andebol no Antoine Velge
O treinador do V. Setúbal, António Santos, caracteriza o jogo com o Sporting como «um clássico do andebol português». Adversário que pelo segundo ano consecutivo visita o pavilhão Antoine Velge para disputar uma eliminatória da Taça de Portugal. Depois de um claro 12-47 favorável aos leões na época passada, nos 16 avos de final, desta vez as equipas medem forças nos oitavos, com os setubalenses à espera de um desfecho diferente. O jogo realiza-se este sábado, Às 17h30, no pavilhão Antoine Velge.
Setúbal aprova regulamento do Conselho de Desporto
A Câmara de Setúbal aprovou esta semana, em reunião pública, o Regulamento do Conselho Municipal de Desporto de Setúbal, concluída a fase de consulta pública. Nessa fase foram registados e analisados diversos contributos apresentados, que «não propuseram alterações» ao Regulamento do Conselho Municipal de Desporto de Setúbal aprovado agora, o qual será submetido à apreciação da Assembleia Municipal.
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SEMMAIS | SÁBADO | 28 DE JANEIRO | 2017 | 11
NEGÓCIOS
CATARINA SOUSA ESTUDA EM LOS ANGELES E MOSTRA AMBIÇÃO DE CUMPRIR O SONHO DE SE TORNAR ACTRIZ BEM SUCEDIDA
Jovem estudante da Quinta do Anjo quer singrar no difícil mundo da Sétima Arte
Diz ter o mundo no sangue e quer cumprir o sonho de singrar como actriz e realizadora. Estuda em Los Angeles, mas também não esquece as raízes. Tem a ambição de ser feliz na sétima arte, mas está consciente de todos os obstáculos a ultrapassar. Catarina Sousa, que fez a maior parte do seu percurso escolar no St. Peters School, é um talento da região para acompanhar TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
TENS SANGUE PORTUGUÊS E ANGOLANO, MAS ACABASTE POR NASCER NA AUSTRÁLIA. ÉS UMA PORTUGUESA DO MUNDO, OU TENS O MUNDO NO SANGUE? Sem dúvida que tenho o mundo no sangue! FIZESTE TODOS OS TEUS ESTUDOS ATÉ AO 12.º ANO NO S. PETERS SCHOOL, EM QUE É QUE ESSA FASE TE MARCOU? Entrei para o St Peter’s School quando tinha 5 anos, mas acabei por sair de lá após completar o meu 10.º ano na área de artes. Depois fui para o Instituto de Odivelas como aluna interna por um ano, onde acabei por repetir o 10.º ano, pois não me aceitavam
se entrasse a meio do ensino secundário. Após terminar o 10.º ano, pela 2ª vez, mas na área de línguas e humanidades, voltei para o St. Peter’s onde finalizei o secundário. Foi uma experiência boa e má sair do St. Peter’s, pois tinha lá todos os meus amigos de infância, mas no Instituto de Odivelas criei amizades quase mais fortes do que as que tinha no colégio de Palmela. Hoje, posso dizer, que foi uma experiência que me fez crescer bastante. CONSEGUES LEMBRAR-TE DE QUE FORMA COMEÇOU A NASCER EM TI ESTE SONHO DO CINEMA? Sempre adorei cinema. Cresci a ver filmes, quer por influência da minha irmã, com a qual me sen-
Saudades da comida lusa e vontade de ir à luta Catarina Sousa diz que o facto de ter três passaportes não deixa de ser «uma mais-valia» e que por ser mulher «gera sempre muita conversa», pela maior diversidade de papéis, mas também pelo facto de se ganhar menos. Mas prefere realçar o ‘look’ de jovem e mulata, um perfil que parece ter procura nos meios de “Hollywood”. E remata: «O tempo dirá se existe procura ou não para atrizes como eu». Recorda que Daniela Ruah, também estudou na sua escola. «Estou preparada para aproveitar todos os momentos, mas nesta fase estou focada em aprender as técnicas e aplicá-las da melhor maneira», afirma. O jovem talento tem saudades da comida portuguesa, «a melhor do mundo», sublinha e não se vê, para já, a representar em Portugal. «O tipo de carreira que pretendo fazer, não passa pelo nosso país, mas nunca direi nunca, até porque gostaria, enquanto realizadora, de fazer algo sobre Portugal e sobre Angola», finaliza.
12 | SEMMAIS | SÁBADO | 28 DE JANEIRO | 2017
tava a ver filmes e séries desde muito nova, quer com o meu pai, com quem cresci a ver westerns. Os filmes da disney para mim eram a melhor coisa do mundo. Tivemos os melhores filmes de animação de sempre na minha opinião. TIVESTE ALGUMAS EXPERIÊNCIAS NA ÁREA, TEATRO OU CINEMA, DURANTE O ENSINO SECUNDÁRIO? No St. Peter’s, lembro-me que todos os anos tínhamos uma festa de natal e de final do ano onde fazíamos peças de teatro. Lembro-me de um ano, frequentava o 3.º ou 4.º ano, de dizer à minha mãe que estava bastante triste, porque nunca me tinham dado uma fala.
PERFIL
Eu própria me confesso Tenho 23 anos Nasci a 8 de Março de 1993, em Melbourne, Austrália Vim para Portugal com 2 anos e fui criada em Portugal. Tenho com hobbies o surf, ténis, ver filmes e praticar boxe Já realizei um filme chamado “Caged” Tenho página IMDB, com o seguinte endereço: www.imdb.me/ catarinadsousa Podem também acompanhar-me no instagram: @iamcatarinasousa
MAS PORQUÊ… Eram sempre os mesmos alunos que tinham a “sorte” de ter falas nessas peças. Por me ver tão triste, a minha mãe falou com os responsáveis, e lá acabei por ter uma fala numa das peças, situação que é das lembranças mais vividas e felizes que recordo do colégio. Eu era a menina mulata da turma, sempre de tranças, meio calada e tímida, mas que corria para todo o lado. Mas depois, uns anos mais tarde, também fiz um workshop na Plural, com a actriz Cristina Cavalinho. E, em 2010, acabei por fazer dois workshops de verão em Nova Iorque, na “New York Film Academy”, de representação e de realização. Foi a partir daí que comecei a sentir que era esta a carreira que queria seguir, embora estivesse com medo de admitir e mesmo de dizer a alguém, porque com 16 , 17 anos, não sabia qual a reacção das pessoas. E COMO FOI RECEBIDA EM CASA A DECISÃO DE IRES ESTUDAR PARA OS ESTADOS UNIDOS? Para qualquer pai e mãe, não é fácil ver um filho a querer aventurar-se em outro país para seguir a sua própria vida e ir à luta pela sua carreira. Pior ainda, quando a carreira envolve as artes, porque não existe a normal estabilidade, não só de horas como de salários. Foi uma pequena luta, que demorou mais ou menos 3 anos. Ajudou muito, no final do 10.ª ano, ter feito os meus cursos de verão. Quando terminei o 12.º ano no St. Peter’s, acabei por ter que ficar em Portugal mais um ano do que era esperado. Concorri à faculdade, porque me foi imposto pelo meu pai. Mas sempre com os olhos nesse objetivo curricular. Por isso concorri à Lusófona no curso de cinema. A experiência não foi
NEGÓCIOS
PROJETO EM PARCERIA COM MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA, BANCO MUNDIAL E FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
Instituto Politécnico de Setúbal dá formação a 15 mil docentes em Angola
Uma equipa do Instituto Politécnico de Setúbal, constituída por cerca de 20 docentes, está envolvida na formação de 15 mil docentes em Angola. O investimento ronda 1,2 milhões de euros.
muito agradável, pelo que segui este caminho. COMO FOI A ADAPTAÇÃO AO ENSINO E À ESCOLA DE CINEMA TÃO LONGE DE CASA? Para ser sincera, não sei se posso dizer que houve mesmo uma adaptação. Senti-me completamente em casa assim que comecei o curso. Talvez seja um “cliché” dizer isso, mas foi como se “encontrasse o meu grupo de pessoas“. Como se estivéssemos a falar na mesma língua. Comecei com o curso de realização, conservatória de um ano, que foi bastante puxado. Lembro que que começámos cerca de 20 pessoas, e apenas 6 alunos apresentaram a tese final. E, recentemente, comecei a conservatória de representação de ‘Method Acting’, com duração de dois anos, na “Lee Strasberg Theatre / Film Institute”, por onde passaram profissionais de cinema como Marilyn Monroe, Scarlett Johansson, Barbra Streisand, Uma Thurman, Sally Field, Laura Dern, entre outros. HÁ MAIS PORTUGUESES ONDE ESTUDAS? Recentemente conheci um rapaz do Porto que está a estudar na minha escola de representação. COMO MATAS AS SAUDADES DE PORTUGAL, DA FAMÍLIA E DOS AMIGOS? Sou uma pessoa privada, por isso não costumo dar notícia quando vou a Portugal. Mas vou sempre que posso, pelo menos uma ou duas vezes por ano, para estar com a família e amigos. Sou recatada, tenho muitos conhecidos, mas poucos amigos. Com esses falo frequentemente, mesmo estando em LA. Mas sou muito caseira. Portugal é para recarregar baterias. JÁ NO TERCEIRO ANO, PODES DIZER COM CERTEZA QUE ESTÁS
SEGURA DO QUE QUERES SEGUIR… Sim, estou completamente segura que quero trabalhar nesta indústria. O meu objectivo, mais tarde, é realizar filmes e representar. Quero fazer as duas coisas. Mas por agora estou a apostar na representação, que é algo que sempre quis fazer. JÁ TIVESTE ALGUMA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NOS ESTADOS UNIDOS? Tive experiências profissionais a trabalhar em pequenos ‘sets’, por trás da câmera. Como realizadora, escritora, assistente de câmera e director de produção. Actualmente estou a desenvolver pequenos projectos de representação com alguns amigos. COMO ESPERAS, AGORA, FINALIZANDO O CURSO, PROSSEGUIR A CARREIRA? Comecei este curso de representação em Abril do ano passado, é um curso de dois anos, algo que está a correr melhor do que esperava. Por enquanto, estou focada no curso. Mas este ano vou começar ‘castings’ e, a partir daí, logo se vê. Estou a fazer tudo a meu tempo. Sei muito bem o tipo de projectos que estou interessada em realizar. VERDADEIRAMENTE ONDE PRETENDES CHEGAR E QUAIS OS OBJETIVOS E SONHOS? Adoro LA, mas não quero viver aqui toda a vida. O objectivo é viver entre LA e Austrália. Ter uma empresa de produção, representar e realizar projectos que me digam algo. Sou uma pessoa que vive muito com as emoções à flor da pele. Acho que todos os actores, músicos, escritores, são assim. Tem que haver uma empatia e paixão. Mas não posso mentir, a cereja no topo do bolo seria ganhar um Oscar. Um dia, quem sabe… ainda tenho muito tempo.
O
Instituto Politécnico de Setúbal, através da Escola Superior de Educação, participa no Projeto de Aprendizagem para Todos, em parceria com o Ministério da Educação da República de Angola, Banco Mundial e Fundação Calouste Gulbenkian. O PAT, na subcomponente 1.2, é um projeto do Ministério da Educação da República de Angola, financiado pelo Banco Mundial, para formação contínua de professores do Ensino Primário de Angola, utilizando uma metodologia de formação em cascata. Nele estão envolvidos diferentes tipos de atores, nomeadamente formadores de instituições de formação de professores (Escolas do Magistério Primário
de Angola), técnicos das Direções Provinciais de Educação, coordenadores provinciais das Zonas de Influência Pedagógica, técnicos do Instituto Nacional de Formação de Quadros da Educação, formadores das ZIP e cerca de 15 mil professores do ensino primário. O PAT decorre entre 2016 e 2018, com possibilidade de continuação até 2019, em torno de um conjunto de áreas de formação, designadamente Línguat Portuguesa, Matemática, Avaliação Pedagógica na sala de aula (EGRA - Early Grade Reading Assessment e EGMA - Early Grade Mathematics Assessment), Ensino Especial e Diferenciação Pedagógica. Além da atividade formativa, o projeto abrange ainda a conceção de ma-
teriais de formação como kits pedagógicos para utilização na sala de aula, “manuais” para a formação de professores, materiais de apoio à formação, materiais de formação de formadores e de coordenadores no domínio da supervisão pedagógica e da monitorização. Inclui também
uma componente de monitorização do próprio projeto e de apoio às instituições de suporte, os Magistérios Primários, um em cada província. A equipa é constituída por cerca de 20 docentes da ESE/IPS e envolve um orçamento global na ordem dos 1,2 milhões de euros.
COMUNIDADE PORTUÁRIA DE SINES ELEGEU NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS
Jorge d’Almeida é o novo presidente da CPSI A comunidade Portuária de Sines elegeu os seus novos órgãos sociais, com a nomeação do representante da AGEPOR para presidente. Continuar a ajudar à dinâmica da plataforma portuária é o grande objetivo. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
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orge d’Almeida, que representa a AGEPOR, Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, foi eleito presidente da direcção da Comunidade Portuária do Porto de Sines para o próximo triénio. A Assembleia Geral da Comunidade Portuária de Sines - CPSI, que decorreu no dia 19, elegeu os novos Órgãos Sociais para o triénio 2017-2019 e, para além da nomeação de Jorge d’Almeida,
nomeou o presidente do Porto de Sines, José Luís Cacho, para a presidência da Assembleia Geral, e Fernando Carmo, da Ordem dos Despachantes Oficiais, para a presidência do Conselho Fiscal. NOVO LÍDER DIZ QUE VAI SER «CONTINUIDADE» O novo responsável da CPSI já afirmou que a Direção a que preside vai «dar continuidade ao excelente trabalho desenvolvido pela Comunidade Portuária de Sines desde a sua criação em 2011, contribuindo para o bom desempenho e notável crescimento daquele
que é o maior Porto a nível nacional». Jorge d’Almeida, defendeu ainda que «a Comunidade Portuária de Sines tem um papel de-
terminante no desenvolvimento do porto e da sua envolvente industrial e logística, imprimindo a dinâmica necessária para a sua evolução».
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EDITORIAL
OPINIÃO
AV
Afinal o que é uma honraria de estado? Raul Tavares Diretor
O aviltante valor do trabalho
A
lguém tem dúvida que os salários em Portugal são uma miséria, que o salário mínimo é um vergonha nacional e que as pensões de reforma, ou que se quiser dizer delas, são quase aviltantes? Muitos poucos, a não ser para os que sempre ganharam bem, com mérito ou sem ele, os que nunca tiveram que viver com 500 e poucos euros, ou os que ainda não saborearam a chegada daquele cheque tão austero que corrói a alma de quem dele depende. Nos últimos anos, durante a estada entre nós da troika, desvalorizou-se, até à exaustão, o valor do trabalho, como se isso fosse sinal de uma sociedade desenvolvida ou de uma economia sã. O ex-primeiro ministro, Passos Coelho, assumiu esta semana o que não quis assumir quando liderava o governo. É contra o aumento dos salários! Diz Passos que já defendia que o salário mínimo só deveria ser atualizado desde que relacionado com a produtividade. Ora, no Governo, o líder do PSD andou a vender-nos a ideia de que a não atualização desde se devia a razões de ajustamento e de finanças. E, na campanha eleitoral, disse mesmo que o ia fazer, aos poucos, é verdade, mas que os portugueses confiassem. Já para não falar desta reviravolta mirabolante de não estar ao lado de uma descida da TSU para as empresas, quando não teve pejo em a propor retirando do bolso dos trabalhadores. Há equívocos que, mesmo na espuma das palavras, deixam a posição política mesmo à tona. Mas nestas questões do trabalho, dos impostos, da justiça, da saúde e do ensino, não deveria haver titubieza. A primeira resolve-se em concertação social, as restantes com verdadeiros acordos de Estado. Assim, avançaríamos sempre.
D
ificilmente, seremos dos admiradores da personagem de Mário Soares, não impede em compreender o seu papel na História de Portugal, e respeitar o seu sofrimento extensivo à família no seu todo, enquanto lutador por ideais que acreditou. Reconhecemos o seu instinto político e o seu pensamento em acreditar numa liberdade e num Portugal mais igual. Sabemos de antemão que as origens da sua família, e a sua formação em direito. Mas, também reconhecemos que cometeu inúmeros erros estratégicos para os povos lusófonos, porque era pouco dado ao estudo de pormenores nas decisões que tomava. Abdicou, quando teve responsabilidade, da independência digna dos países expressão portuguesa, porque considerou que era importante salvaguardar Portugal democrático, num
contexto de guerra-fria. Não esquecemos que na altura os EUA tinham desvalorizado Portugal, e talvez estivessem dispostos, a ocupar os Açores e criarem uma barreira em Espanha à sovietização da Europa. Sabemos de antemão muitos dos seus principais adversários no seio do seu partido, em momentos chave hoje estão em posições de destaque, reconhecemos aí a sua capacidade em não eliminar os seus camaradas, como acontece noutras forças partidárias, mas preocupando-se em vence-los. Num País, do século XXI, é confrangedor pretender-se transmitir como cerimónia de Estado e com a cobertura mediática ininterrupta que teve, algo que não captou as emoções dos portugueses. Temos dificuldade em entender o esforço empreendido para concentrar população em torno do Largo
ESPAÇO ABERTO E LIVRE ZEFERINO BOAL
CONSULTOR DA SITEL PORTUGAL
do Rato, o que deu a ideia de uma ação de campanha do Partido Socialista, inclusive deixar transmitir em direto a viagem de autocarros oriundos de diversas paragens. Se fosse levado a sério como funeral de Estado e pelo respeito da personalidade em si, faria sentido, adiar a cerimónia um dia e permitindo que o Chefe do Governo regressar mais cedo um dia e até outras representações de Nações fazerem-se representar. Hoje, vimos a descobrir que não existia uma definição em Protocolo de Estado como deveria decorrer uma cerimónia
desta natureza. Faz-nos alguma confusão que certas situações continuem a ser improvisadas. Como de igual modo, a imagem de mistura e intervenções puramente privadas como se fossem públicas e acima de tudo de Estado. Extrai-se como reflexão afinal a talvez pouca relevância que Portugal tem no Mundo presente para a diminuta representação de alto nível de muitos dos Estados que estiveram na cerimónia. E cuidado a ter nestas execuções para não deixar delegações como aconteceu sem transporte à porta do Mosteiro dos Jerónimos.
700 escudos
Q
uando se deu o 25 de Abril o meu marido trabalhava na INAPA e eu continuava na Electrónica. Pouco tempo depois fui eleita para a comissão de trabalhadores da empresa. Nessa condição convidei o sindicato a ir à fábrica, onde pela primeira vez falaram livremente! Promovemos um plenário na Voz do Operário. A casa estava cheia. O capitão Salgueiro Maia fez uma intervenção. Integrei ainda a comissão que foi ao Ministério do Trabalho tratar da situação da empresa. Fomos recebidos por Carlos Carvalhas, então Secretário de Estado. “O dia 25 de Abril foi a época mais feliz da minha vida! Até aí andava de boca tapada e oprimida. Fui esperar o Mário Soares e o Álvaro Cunhal, quando regressaram do exílio. Para ir ver este último, tive de faltar ao trabalho. Nem avisei ninguém. Quando justifiquei a falta, ainda pensei alegar outra coisa. Mas como vivíamos finalmente em liberdade, escrevi, para espanto das minhas colegas, a verdadeira
razão: ‘ter ido ao aeroporto de Lisboa receber o Dr. Álvaro Cunhal’”. Trata-se do testemunho entre muitos outros (24) do livro “A Memória das Mulheres – Montemor-o-Novo em tempo de ditadura”, há anos editado pela Colibri sob a coordenação de Teresa Fonseca, com o patrocínio da Câmara Municipal daquele concelho e do Movimento Democrático de Mulheres (MDM). É de Antónia Rosa Carvalho, nascida em 1935, mulher do Olímpio José Bravo e a residir há muitos anos no Alto da Guerra, Setúbal. “Nem avisei ninguém” tem o timbre de Isabel Baião, residente na Moita e que numa iniciativa comemorativa do 70º aniversário do Avante! (em 2001, pois), referindo-se ao acto da sua inscrição no PCP logo após o 25 de Abril, exprimia-se laconicamente: “Não estive à espera de escolher”. Trouxemos então a estas páginas a confissão de que nunca antes contara histórias da sua juventude alentejana, entre Reguengos e Montoito, talvez porque “jamais
POLITICA E CULTURA VALDEMAR SANTOS MILITANTE DO PCP
lho pediram” ou porque, segundo sempre a sua expressão, “levava muito tempo a contar”. Recordava-se de Diniz Miranda, parecia que de Bento de Jesus Caraça, de gente à sua volta a ouvir a Rádio Moscovo e da sua revolta quando “pelas frestas de um telhado destelhado dormia a olhar as estrelas enquanto outros dormiam em palácios”. É de supor que pelo risco que Antónia assumiu Álvaro Cunhal chegou a Lisboa em dia de semana. Imagine-se a veleidade de um qualquer historiador interessado em precisar com rigor em qual segunda, em qual sexta. Em tempos de luta não há domingos nem feriados, mas a trabalhadora da Electrónica ainda assim foi bem clara: antes de 1974 nunca foi apanhada
“porque os responsáveis da empresa pensavam que a distribuição de folhetos era feita por homens, com a sua mentalidade conservadora jamais lhes passaria pela cabeça que as agitadoras pudessem ser mulheres… E um dia de manhã os encarregados depararam com o pessoal todo parado. A greve durou cinco dias, mas conseguiu-se um aumento de 700 escudos”. Histórias inesquecíveis - de duas comunistas -, se já foram publicadas logo relembradas. É agora ainda mais visível nas ruas a campanha do PCP “+ DIREITOS, + FUTURO”, no quadro geral da palavra de ordem: “Basta de submissão à União Europeia e ao Euro”. Por isso hoje adoptámos, neste re-escrito, por mudar de moeda.
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A
ntes do 25 de abril as câmaras municipais e as freguesias não representavam as populações. Os autarcas, na época, eram nomeados pelo poder central não democrático. Às autarquias cabia-lhes um papel de extensão administrativa do poder não democrático do Terreiro do Paço. O atual poder local democrático fica a dever-se ao 25 de abril de 1974 e ao 2 de abril de 1976, à revolução dos cravos e à constituição democrática. O dia 12 de dezembro de 1976 marca a primeira vez que os portugueses foram chamados às urnas para exercerem um direito constitucional aprovado em 1975, e com isso elegeram os autarcas que iriam governar os concelhos e as freguesias em democracia. Comemoram-se, assim, em 2016, os 40 anos de Poder Local Democrático. Temos como tradição comemorar aniversários, mas comemorar este é uma obrigação dos democratas e da democracia pelo que representa na afirmação das políticas de proximidade cidadã com ganhos claros no exercício e escrutínio da democracia. O país, os concelhos, as freguesias são hoje muito diferentes, há melhor qualidade de vida, melhor democracia, melhor gestão do território, melhor mobilidade, mais segurança, melhor ensino público, melhor acesso à saúde, menores assimetrias sociais, mais descentralização, melhor autonomia financeira, melhor saneamento e novos protagonistas políticos. Tudo isto foi responsabilidade de um Poder Local Democrático. O Partido Socialista é o grande partido autárquico, nas últimas eleições obteve 36,26% com 1.812 029 votos e 923 mandatos nas câmaras municipais contra os 16,70% com 834.455 votos e 531 mandatos do PSD e os
11,06% com 522.690 votos e 213 mandatos da CDU-PCP. Esta votação permite que, hoje 149 municípios sejam governadas por presidentes socialistas e, destes, 120 têm maioria absoluta socialistas. No distrito de Setúbal a realidade autárquica é diferente, aqui é a CDU que detém a maioria das câmaras municipais (11) e com maioria absoluta em 10, o Partido Socialista detém 2 câmaras municipais, Montijo e Sines e só nesta última governa com maioria absoluta. O Partido Socialista é o vencedor em todos os concelhos do distrito quando nos centramos nos resultados eleitorais das eleições para a Assembleia da República e das eleições Europeias, assim a questão é porque é que nas eleições autárquicas o Partido Socialista não consegue obter outros resultados? A máquina politica/partidária da CDU-PCP está muito centrada no distrito, ao contrário do PS que é um grande partido nacional com implantação em todas as regiões, a CDU-PCP investe muito dos seus recursos humanos e financeiros na conquista de autarquias no nosso distrito. Mas esta não pode ser a única razão, outras podemos referir como a elevada abstenção registada nomeadamente nos concelhos de Sesimbra e de Palmela. O Distrito de Setúbal com 47,4% de abstenções foi o que ocupou um preocupante primeiro lugar nacional e, para tornar o ambiente eleitoral ainda mais preocupante, os concelhos de Sesimbra (62,2% de abstenções) e Palmela (61,49% de abstenções) tiveram lugar ao primeiro e terceiro lugares nacionais, respetivamente, ao nível dos concelhos. Este tem sido o grande fator, mas não o único, que tem ajudado à manutenção do poder
ATUALIDADES
Aniversário
RAUL CRISTOVÃO
PRESIDENTE DA C.P.C. DE PALMELA DO PS
autárquico nas mãos da CDU-PCP, e reflete um enorme afastamento dos eleitores que não se reconhecem no poder autárquico existente mas que também têm dificuldade em perceber e/ou acreditar nas alternativas. No concelho de Palmela o Partido Socialista obteve, nas últimas eleições autárquicas para a Câmara Municipal, 25.27%, para a Assembleia Municipal 26.01%. Em termos de mandatos para a CM o PS obteve 3 mandatos e para a AM obteve 8 mandatos. Em relação às eleições de 2009 verificou-se um aumento de um vereador e de três eleitos na AM. No concelho, nunca o Partido Socialista foi detentor do poder autárquico, exceto nas Freguesias de Palmela e da Marateca. O Partido Socialista tem, assim, a responsabilidade democrática de apresentar, em 2017, um projeto inovador, discutido com as populações e personificado por candidatos e candidatas, conhecedores do território e conhecidos das populações. Os cabeças de lista aos diferentes órgãos autárquicos do concelho de Palmela representam uma renovação geracional e política, com exceção das freguesias de Palmela e da Marateca/Poceirão em que Jorge Mares e Fernanda Esfola se recandidatam, nas freguesias do Pinhal Novo, com Bruno Grazina, e na freguesia da Quinta do Anjo, com Ricardo Marques, o PS promove candidaturas jovens que têm um grande conhecimento dos territórios, das populações e da
sua vida associativa. Para a Assembleia Municipal a concelhia do PS escolheu João Costa, Secretário de Estado da Educação, um candidato independente com imensa experiência no associativismo, no trabalho com os jovens e um professor universitário que hoje é um dos principais rostos das políticas de educação do governo do PS. Como candidato à Câmara Municipal de Palmela pretendo centrar a ação autárquica, em novas políticas de Governação autárquica, novas abordagens das políticas locais de ambiente e ordenamento do território, melhores políticas sociais que dêem novas respostas a novos problemas das populações, melhor gestão dos recursos financeiros com políticas fiscais locais mais amigas das pessoas e das famílias, outras políticas que promovam as economias locais que atraiam investimento , que criem empregos e valorizem os recurso endógenos. Esta atitude pode ser diferenciadora e mudar a atitude dos eleitores relativamente à qualidade e importância do seu voto. O Partido Socialista é um grande partido democrático ao serviço das pessoas e que tem de devolver e cumprir a esperança às pessoas e às comunidades locais. As eleições autárquicas de 2017 são um momento importante para alterar a radiografia política no distrito e no concelho de Palmela. A democracia e o futuro do distrito e no concelho de Palmela exigem uma Alternativa de Confiança com o PS.
Rua de Grafite
A
s ruas da cidade são estreitas, da calçada gasta nascem pequenos prédios poeirentos e toscos vasos invadem as varandas, alojando o aleatório crescimento das mais simples plantas. A tinta das paredes lembra aguarela, toque pitoresco da corrosão solar, o tilintar da loiça perde-se no ar e nele se volatiliza também o alimento das gentes.
O céu está azul, marcado com pontuais nuvens. Ou talvez esteja nublado, decorado com ocasionais chuviscos, embrulhando o sol. Tanto faz. De mãos nos bolsos se caminha naquela rua, confiante e sem destino, encarando o rosto desconhecido dos transeuntes. Ninguém me conhece, por isso posso ser quem não sou. O mesmo ocorre ao deambular
LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO MARGARIDA NIETO
ESTUDANTE
nas linhas de um caderno: por entre palavras e rasuras cultivamos ideias e sonhos que não nos pertencem.
JORNALISTA
FIO DE PRUMO
Ainda os 40 anos de poder local e a necessária mudança no distrito e no concelho de Palmela
JORGE SANTOS
OPINIÃO
O papel e o lápis devolvem-nos quem já fomos e entregam-nos quem nunca seríamos, tal como aquela rua.
N
ão, não vou falar do meu aniversário, pois, embora muitas vezes tolo, sigo os ensinamentos de João de Deus, que a propósito do «Dia de Anos», nos lembrou que: “Ainda se os desfizesse… “Mas fazê-los não parece “De quem tem muito miolo!” E, lá em cima, não no céu mas em Belém, está Marcelo Rebelo de Sousa a assinalar o seu primeiro aniversário como Presidente da República e sem grandes brindes todos temos motivos para estar contentes com o seu desempenho, independentemente de termos votado ou não nele. É certo que o seu antecessor não deixou grandes – talvez nem pequenas – recordações e com a postura que lhe conhecemos, quer a dar notas, quer com as suas posições como comentador que apresenta sempre três hipóteses, equivalentes à tripla no totobola, Marcelo Rebelo de Sousa está a
“E, lá em cima, não no céu mas em Belém, está Marcelo Rebelo de Sousa a assinalar o seu primeiro aniversário como Presidente da República (...)” transmitir uma certa estabilidade, não só com os afectos, e com isso, o mandato de António Costa como primeiro-ministro tem navegado sem alterações, contra o que muita gente vaticinava. Curiosamente sente-se que as pessoas andam mais tranquilas – dir-nos-ão que isso não se deve ao comportamento do PR e aceitamos – mas, mesmo sem mais dinheiro no bolso, o estado de espírito do cidadão navega numa certa tranquilidade que o faz confiar em melhores dias. Para o Zé Povinho as notícias de que a dívida pública continua sem contenção não lhe tira o sono pois nem sabe o que isso é. O Povão fica bem quando tem a possibilidade de sonhar que o dia de amanhã será sempre melhor do que o de hoje. E vai ser.
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