Semmais 28 outubro 2017

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Tourism, Food, Wine, Handicraft and Art

semmais Avenida Luísa Todi, 73, Setúbal 966 723 978 amarsetubal.pt

Sábado 28 | Outubro | 2017 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 968 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

SESIMBRA E SANTIAGO LIDERAM DESEMPENHO ESCOLAR NO DISTRITO

Segundo as médias dos exames nacionais dos últimos cinco anos, os alunos dos concelhos de Sesimbra e de Santiago do Cacém são os que melhor desempenho tiveram, atingindo um grau de “Bom”. Há, a seguir, um conjunto de cinco outros munícipios, Palmela, Almada, Sines, Montijo e Alcochete, com média de “Sofrível”. Os restantes, têm média negativa de “Risco”.

SOCIEDADE PÁGINA 3 SOCIEDADE PÁGINA 5

POLÍTICA PÁGINA 10

NEGÓCIOS PÁGINA 12

As sementeiras deveriam ter arrancado no início de Junho, mas está muito atrasada devido à seca. As chuvas recentes foram apenas gotas de água neste oceano de problemas, com prejuízos na qualidade das culturas. Entretanto, o ministro da Agricultura promete apoios.

Esta semana tomaram posse os presidentes eleitos das câmaras do Barreiro, Alcochete, Seixal, Alcácer do Sal, Moita e Montijo, Frederico Rosa, Fernando Pinto, Joaquim Santos, Vítor Proença, Rui Garcia e Nuno Canta, respetivamente. Falta Almada, com posse marcada para amanhã.

A carga contentorizada do Porto de Sines já representa cerca de 43% do total movimentado. A plataforma portuária encerrou o terceiro trimestre deste ano com mais 2% em relação ao período homólogo do ano passado, para um total acumulado de 38,6 milhões de toneladas.

SECA PROLONGADA ESTÁ A DESESPERAR AGRICULTORES

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SEMANA COM MAIS SEIS POSSES, FALTA ALMADA PARA ARRANCAR NOVO CICLO

CONTENTORES AMPLIAM CRESCIMENTO DO PORTO DE SINES

A CASA DO PEIXE CERVEJARIA - RESTAURANTE - PETISQUEIRA

960331167 | RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 SETÚBAL PORTUGAL


A SEMANA

Vicente Alves do Ó esteve em Santiago do Cacém a apresentar o filme “Al Berto”

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realizador sineense Vicente Alves do Ó apresentou, no dia 21, no auditório António Chainho, em Santiago do Cacém, o seu mais recente trabalho “Al Berto”. Na apresentação do seu novo trabalho, Vicente Alves do Ó agradeceu o convite à Câmara, e sentiu uma grande satisfação por estar novamente no auditório, desta vez, para apresentar o novo filme “Al Berto”, criado através da relação próxima do realizador com os seus protagonistas, «a minha relação com a poesia e com os poetas nasce com Al Berto. Foi com ele que trabalhei no Centro Emmerico

Nunes. A grande história de amor entre o Al Berto e o meu irmão João Maria foi o ponto de partida para este filme. Ambos desenhavam, escreviam, completavam-se, amavam-se e viviam juntos com um grupo de amigos numa das casas da família Pidwell. Além do meu próprio conhecimento da história, tudo começou com o espólio ainda inédito deixado pelo meu irmão João Maria: poemas, textos, contos, um diário de quase vinte anos, materiais inéditos do Al Berto, um registo fotográfico imenso, correspondência coisas que ele manteve fechadas e às quais ninguém teve acesso até agora. Contei tam-

bém com o testemunho das pessoas que viveram este período extraordinário, que ajudaram a construir o projeto e as personagens, gente que ficará sempre ligada ao filme». A maioria das cenas do filme foram rodadas em Sines e centra-se entre 1975 e 1976 quando Alberto Pidwell Tavares regressa a Portugal, após uma estadia em Bruxelas onde estudou Belas Artes. Instala-se no palácio da família, em Sines, abre uma livraria e cria um grupo de amigos que juntos transpiram juventude, excentricidade e sonhos de mudança. É nesta vila alentejana que encontra João Maria e ambos apaixonam-se.

Museu Sebastião da Gama, em Azeitão, está a ser recuperado

Festas de Todos os Santos animam Quinta do Anjo

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museu Sebastião da Gama, em Azeitão, está a ser beneficiado numa intervenção do município para aumento da atratividade e funcionalidade. A empreitada, orçada em 120.335,36 euros, dá continuidade à estratégia municipal de reabilitação de equipamentos públicos culturais, desportivos e turísticos, dotando-os de condições de utilização mais condignas para o usufruto da população e para a dinamização dos mais variados eventos. A operação no edifício que acolhe, desde 1999, o museu torna este equipamento mais funcional e com novas valências para os utilizadores, incluindo a melhoria das condições gerais de conforto térmico e acústico. A obra, com conclusão na segunda quinzena de novembro, envolve a criação de acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida, nomeadamen-

te através da eliminação de barreiras arquitetónicas e da instalação de uma plataforma elevatória. A requalificação de vários materiais interiores, como rodapés e portas em madeira, tratados e pintados, está englobada na empreitada, assim como, entre outros trabalhos, a beneficiação de pavimentos e a reformulação de

instalações elétricas, de telecomunicações e de segurança. No espaço interior é ainda instalado novo mobiliário e iluminação mais eficiente, concretamente projetores LED. Já no exterior, a empreitada tem consignada a pintura integral das fachadas do museu, equipamento que recebe um novo letring iluminado.

Adega De Palmela presente no “Grandes Escolhas – Vinhos & Sabores”

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Adega de Palmela está a marcar presença no evento “Grandes Escolhas – Vinhos & Sabores”, iniciativa que está a decorrer até dia 30 deste mês, no pavilhão 4 da FIL, Parque das Nações. O evento é organizado pela Revista Grandes Escolhas e tem como objetivo dar a conhecer o que Portugal tem de melhor na área dos vinhos e produtos regionais. Os vinhos da Península de Setúbal estão em destaque num stand onde o público presente poderá degustar os afamados vinhos da Adega de Palmela e de outras da nossa região. Durante os quatro dias de evento,

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radições religiosas, cavalhadas à antiga portuguesa, animações musicais e gastronomia e fogo-de-artíficio são os atrativos da 261.ªs Festas de Todos os Santos, em Quinta do Anjo, que estão a decorrer até dia 1 de novembro. O certame, promovido pela Associação de Festas de Quinta do Anjo, proporciona seis dias de animação naquela que é uma das festividades mais antigas e tradicionais do concelho de Palmela. Paco Bandeira, Herman José, Jorge Nice, Edu Miranda Trio e o

European Woodwind Classical Ensemble são alguns dos artistas convidados das festas, que contam ainda com atuações musicais a cargo de Desenfado, Box Band & ¯e Funk Project, Dixie Gang, Ma Belle, Mama Mia (tributo aos ABBA) e do projeto Não Há 2 Sem 3. A festa, que evoca a promessa feita em virtude da proteção da aldeia de Quinta do Anjo, na sequência do terramoto de 1755, inclui vários bares e tasquinhas com petiscos e bebidas. A Câmara local atribuiu apoio de 3.500 euros.

GNR detém homem em Alcochete por tráfico de estupefacientes

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os visitantes contam com diversas atividades relacionadas

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com o mercado dos vinhos, provas e “masterclasses”.

Comando Territorial de Setúbal da GNR, através do Núcleo de Investigação Criminal do Montijo, deteve, no dia 23, em Alcochete, um homem de 50 anos, por tráfico de estupefacientes. A ação, com origem numa investigação por tráfico de estupefacientes que decorria há um mês, envolveu uma busca domiciliária que permitiu deter o suspeito e apreender: 1,73 quilos de liamba, devidamente acondicionada; três plantas de cannabis; duas tesouras.

O detido após ter sido presente aos serviços do Ministério Público do DIAP no Montijo, ficou sujeito a termo de identidade e residência.


SOCIEDADE

PESCA DA SARDINHA DEVERÁ SER INTERDITADA EM ZONAS DO NORTE E CENTRO

Região de Setúbal escapa à proibição do pescado A tão deliciosa sardinha vai poder continuar a ser pescada no distrito de Setúbal, uma vez que as últimas capturas não ultrapassaram os limites de captura. Mas os armadores do Centro e Norte, onde foi anunciada a interdição em 2018, torcem o nariz e reclamam medidas mais justas. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

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ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse na quarta-feira à agência Lusa que a pesca da sardinha vai ser proibida em zonas da região Centro e Norte, por serem «áreas importantes para a reprodução da espécie». Ficam, assim, de fora da zona de interdição da peca da sardinha em 2018, as zonas de Setúbal, Sesimbra e Sines, as quais se chegaram a temer que viessem a ser atingidas. «Existem várias propostas em cima da mesa, maioritariamente na região Centro, também existe alguma coisa no Norte. Mas é Norte e região Centro [as áreas para onde se equacionam a proibição de pesca da sardinha]», disse a governante à agência

Lusa, sublinhando estarem as zonas a serem delimitadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera e pelos pescadores. A ministra adiantou que estão a ser «mantidas conversas e reuniões de reflexão com as comunidades piscatórias para juntamente com o IPMA, já com informação científica, para se poder delimitar áreas em que não haverá pesca de todo, porque são áreas importante para a reprodução da espécie». No passado dia 20, o Conselho Internacional para a Exploração do Mar recomendou a suspensão da pesca da sardinha, em Portugal e Espanha, para 2018. Na ocasião, a ministra do Mar adiantou que o Governo ia propor que os limites de captura se fixassem entre 13,5 e 14 mil toneladas.

Ana Paula Vitorino disse ainda que tem de ser garantido um ponto de equilíbrio entre a sustentabilidade do ‘stock’ e das comunidades piscatórias e acrescentou que foi estabelecido um pacote de medidas, de modo a acatar as recomendações da ICES. A ministra conclui que Portugal e Espanha estão reunidos para discutir um «plano de gestão de uma forma geral, não necessariamente as áreas em Portugal em que não vai haver capturas de sardinha e os valores das capturas que vão ser propostos em conjunto coma EU». Os armadores de pesca já vieram aconselhar o Governo a concentrar-se primeiro com Espanha numa estratégia conjunta para a sardinha, em vez de proibir a pesca nas zonas Norte e Centro do País.

CINCO MIL ALUNOS VÃO APRENDER PROGRAMAÇÃO NO IPS

PASSATEMPO

Projeto nacional GEN10S arrancou oficialmente em Setúbal

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projeto GEN10S, que prevê formar em linguagem de programação Scratch cerca de 5 000 alunos do 5.º e 6.º anos e 500 professores, em todo o País, arrancou oficialmente em Setúbal, no passado dia 20. A sessão inaugural, realizada na Escola Básica 2, 3 de Aranguez, contou com presença de Mercedes Balsemão, presidente da SIC Esperança, a entidade promotora, e dos parceiros associação Ayuda en Acción e Google.org, representados pelos seus responsáveis, Marta Marañón e Francisco Ruiz Antón. O projeto pretende promover

a igualdade de oportunidades na área digital e cobrirá 62 escolas em 2017/2018, do norte ao sul do território continental, passando também pelas ilhas. Nesta “dream team”, como lhe chamou o diretor de Assuntos Institucionais da Google.org, faz também parte o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), cabendo-lhe a formação das crianças e professores envolvidos, através do Centro de Competências TIC da Escola Superior de Educação (ESE/IPS), que contará com a colaboração de outros Centros de Competência TIC e Centros de Formação de Professores do País. No

encontro, Miguel Figueiredo, um dos docentes que conduziram o projeto piloto prévio à fase de implementação, fez o balanço destes três meses de trabalho, entre março e junho de 2017, em três escolas da zona de Setúbal e uma em Lisboa. O processo, que envolveu um total de 143 alunos (71 rapazes e 72 raparigas), oito formadores (professores Scratch) e 13 professores das escolas, apontou como pontos fortes do projeto odesenvolvimento de competências digitais e de comunicação, de criatividade e autonomia, além da motivação gerada pelas dinâmicas de grupo e pelo trabalho colaborativo.

GANHE CONVITES PARA O SUPER CIRCO O Super Circo, que está em Setúbal, no parque das Manteigadas, até ao dia 5, com gerência de Israel Modesto, aposta num espetáculo diferente e sem animais. Cintia Modesto, da direção do circo, promete um «grande espetáculo» de circo, com a duração de cerca de duas horas. Pela pista do circo irá passar a Roda Gigante, a Roda da Morte, ilusionistas, ginastas, equilibristas, palhaços, entre outros números. Com 15 artistas em palco, o Super Circo está dotado de serviço de bar, casas de banho e de bancadas com cadeiras individuais, o que permite «mais conforto» ao público. O espetáculo pode ser visto às sextas-feiras, às 21h30, aos sábados às 16 e às 21h30, e aos domingos e feriados, às 16 horas. Para se habilitar aos convites para este belo espetáculo de circo basta ligar 96 943 10 85. Os convites só dão para as sextas-feiras.

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SOCIEDADE

ANÁLISE AOS ÚLTIMOS CINCO ANOS DAS NOTAS DO DISTRITO NOS EXAMES NACIONAIS

Sesimbra e Santiago do Cacém lideram desempenho escolar na região Alunos de Sesimbra e Santiago atingiram, em média, qualificações máximas de “bom”, e seis outros concelhos ficaram-se pelo “sofrível”, casos de Palmela, Almada, Sines, Montijo e Alcochete. Os restantes são de “risco”. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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s alunos das escolas secundárias dos concelhos de Santiago do Cacém e Sesimbra alcançaram as melhores notas do distrito nos exames nacionais ao longo dos últimos cinco anos, comparando com indicadores socioeconómicos. Atingiram a qualificação máxima, garantindo um inequívoco “Bom”, tendo Santiago do Cacém chegado 101.75 e Sesimbra ao 101.09. Seis dos concelhos da região garantiram a qualificação “Sofrível”, que traduz uma nota positiva, a segunda da escala de avaliação, com Palmela a chegar aos

99.25, Almada (98.54), Sines (97.34), Montijo (96.15) e Alcochete (95.42). Mas há sete municípios da região que já são considerados em situação de “Risco”. São os casos de Setúbal (94.29), Barreiro (93,41), Seixal (92.42), Grândola (91.62), Alcácer do Sal (87.22) e Moita (85.82). EXAMES DO 9.º ANO COM CENÁRIO MENOS BOM O cenário agrava-se ao nível dos exames do 9º ano. Nenhum dos concelhos da região conseguiu atingir o “Bom”, com a agravante da maioria dos municípios se terem ficado pelo modesto “Risco”. Apenas Sines, Setúbal, Palmela, Alcochete e Almada lograram alcançar o “Sofrível” somando as mé-

dias dos últimos cinco anos. Já quanto aos exames do 6º ano de escolaridade, no período de 2012 a 2015, aumentaram as preocupações, uma vez que são apurados oito concelhos em “Risco”, sendo que apenas Alcochete atinge o nível “Bom”, com uma pontuação de 100.07. Quanto ao indicador socioeconómico, a região é atravessada por boas notícias, uma vez que todos os concelhos alcançam um “Bom”. Almada exibe mesmo um valor de 11.06, assumindo a liderança, enquanto Sesimbra fica na segunda posição (8.01) e Seixal no terceiro lugar (8.83). Palmela está em quarto (8.74) Sesimbra em quinto (8.01) e Montijo em sexto (7.56) e Setúbal em sétimo (7.10).

Melhorias da década em Leitura, Matemática e Ciências O desempenho dos alunos melhorou a Leitura, Matemática e Ciências, embora 13% dos jovens com 15 anos exibam dificuldades nas três áreas. Conseguiram, ainda assim, reduzir o baixo rendimento a Matemática, mas a percentagem de alunos de 15 anos com baixo rendimento ainda supera os 20%, o que pode comprometer o futuro da sociedade estando estes os maus resultados relacionados com vários fatores, diz a OCDE, entre os quais a situação socioeconómica das famílias.

SITUAÇÃO DA EMPRESA TEM ALVO DE DENÚNCIAS E QUEIXAS DOS MORADORES

Quercus quer ação inspetiva imediata à Carmona de Brejos de Azeitão A Quercus exige inspeção urgente às instalações do complexo industrial da empresa Carmona, situada no Monte dos Bijagós – Jardia, Brejos de Azeitão, Setúbal. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

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s dirigentes da associação ambientalista quer que a tutela proceda a uma «urgente inspecção» às instalações industriais da empresa Carmona, situadas no Monte dos Bijagós – Brejos de Azeitão, que acusam de ter «um longo historial de reclamações e queixas», maioritariamente relacionadas com os maus cheiros intensos e frequentes, que provocam grande incómodo nos moradores, disse ao Semmais Paulo do Carmo, responsável pela Quercus na região. Segundo a Quercus, as

populações «estão a ser afetadas na sua qualidade de vida e de saúde e estão a ser privadas do seu direito constitucional de poderem viver num ambiente sadio». E por ser recorrente, reafima o dirigente ambientalista, «é preciso por cobro» a uma situação que tem sido alvo de várias denúncias por parte de populares e de colectivos, como a Associação Respirar. No entender da Quercus, o problema da emissão de odores não deve ser colocado apenas ao nível das fontes fixas de emissões atmosféricas pontuais ou esporádicas, mas também ao nível das fontes difusas, mais concretamente as deficientes condições de armazena-

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mento (sem qualquer tipo de proteção/contenção), condições essas que não passam do simples empilhamento de recipientes plásticos cheios de resíduos em pleno céu-aberto, sob uma superfície consolidada. EXIGE À TUTELA QUE ATUE CONTRA AMEAÇA AMBIENTAL Para a Quercus, é facilmente percetível que as melhores técnicas disponíveis não são uma realidade nas instalações industriais da Carmona. Poderão até ter sido as melhores técnicas disponíveis no ano de 1986 (ano de instalação), mas não são com toda a certeza nos dias de hoje. Por entender que as instalações da Carmona

não tem as condições mínimas para o desenvolvimento da atividade, e por considerar que as populações afetadas estão a ser seriamente prejudicadas, a Quercus exige que os organismos competentes do Ministério do Ambiente desenvolvam com

urgência todos os esforços e todas as diligências para a resolução imediata do problema e que realizem uma inspeção integral às instalações da Carmona. A continuação da atividade nas atuais instalações, com as atuais condi-

ções, é para a Quercus uma séria ameaça para o ambiente e para as populações mais diretamente expostas, pelo que exige uma ação concreta por parte das entidades responsáveis pelo cumprimento das condições ambientais.


SOCIEDADE

PRODUÇÃO ESTÁ ATRASADA E QUALIDADE ESTÁ AMEAÇADA, GOVERNO PREPARA APOIOS

Chuva regressa a conta gotas e seca desespera agricultores

As sementeiras deveriam ter arrancado nos primeiros dias de Outubro e estão atrasadas. Os agricultores reafirmam que a qualidade e a quantidade da produção estão ameaçadas. O governo tem em carteira de apoios para minimizar prejuízos. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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chuva regressou à região na semana passada, mas apenas a conta gotas. Os agricultores precisam de muito mais água para conseguirem entrar com as alfaias nos campos que se apresentam secos e duros, após oito meses sem chover. As chamadas sementeiras de outono/inverno deveriam ter sido iniciadas a 1 de outubro. «Já não basta chover, tem que chover muito mais para termos condições de introduzir as máquinas na terra. Como está é muito difícil trabalhar», explica o agricultor e diri-

gente agrícola Aníbal Lérias, para quem as culturas vão garantir a qualidade dita normal, mas a quantidade estará já ameaçada. «Vamos ter que acelerar a cultura, porque há menos tempo para a sementeira crescer. Até podemos manter a qualidade, mas ao estarmos a semear em ciclos muito mais curtos é claro que vai afetar a quantidade, que vai baixar, quase de certeza”, justifica, fazendo fé que a chuva volte à região no início de novembro permitindo o regresso ao trabalho na terra. Aníbal Lérias adianta que, ainda assim, houve quem tivesse semeado no sequeiro da região, «mas foi sob risco», ressalva, descrevendo que a «mobi-

lização de solos foi feita com grande dificuldade», alegando que o solo «está duríssimo e é muito complicado para as alfaias verticais entrarem em terras com esta dureza. Ou seja, semeámos alguma coisa no pó, mas agora ficamos à espera que venha a chuva para que possamos fazer as nossa sementeiras de outono/inverno». APOIOS DE 10 MILHÕES DE EUROS PARA BREVE O Ministério da Agricultura vai avançar com apoio à alimentação animal na próxima semana devido à seca. O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, revelou que estará em vigor uma linha de crédito de cinco milhões de euros

para alimentação animal e uma dotação de cinco milhões para garantir água. Lembrando as «grandes dificuldades no setor agrícola e na alimentação dos animais» devido ao período continuado de seca,

Capoulas Santos falou numa «nova medida que estará em execução dentro de poucos dias», para a qual já assinou a portaria, tratando-se de «uma linha de crédito (no valor de cinco milhões de euros), garanti-

da pelo Estado, que permite que os produtores que tenham animais registados no sistema informático do ministério [da Agricultura] possam aceder, no caso dos bovinos, a um valor de 180 euros por cabeça».

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FÓRUM

ESPAÇO FORTUNA Artes e Ofícios

De

Estrada Nacional 379

Quinta do Anjo PALMELA

EMPREENDEDORISMO

Organização:

08 novembro 09h30 Acolhimento

PRO GRA MA

10h00 Sessão de Boas Vindas 10h15 A importância da rede internacional de empresas EEN – Em prol de uma Europa empreendedora e inovadora Paulo Alexandre Caldas (Diretor do Departamento de Economia, Empreendedorismo, Financiamento e Inovação da AIP - Associação Industrial Portuguesa).

11h00 Apresentação dos Fundos Comunitários para a Região Natália Henriques (Diretora Executiva da ADREPES - Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal).

11h30 Debate 12h00 Apresentação de Projetos Locais:

Quinta de Alcube Vertente Natural Arrábida Mel

12h30 Almoço facultativo (por inscrição*) 14h30 Visita à Quinta do Piloto - projeto aprovado no âmbito dos financiamentos comunitários (por inscrição*) 17h00 Encerramento com Prova de Vinhos (Quinta do Piloto)

*Inscrições para almoço e visita (€ 12,00), através do nr. 212337930 ou do email: nuno.aragao@adrepes.pt

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SOCIEDADE

PROJETO CONTA COM APOIO DO MINISTRO DA AGRICULTURA, CAPOULAS SANTOS

Começou o combate à febre hemorrágica nos coelhos da região O coelho bravo é uma das espécies de maior interesse para a caça e para os ecossistemas mediterrânicos. Tem estado em queda populacional e agora é preciso contar a sua extinção. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

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Federação Portuguesa de Caça (Fencaça) vai avançar para o terreno com o combate à febre hemorrágica que nos últimos tempos tem dizimado as populações de coelhos e lebres na região. Segundo avança a associação presidida por Jacinto Amaro, em breve terão início as colheitas de órgãos destes animais em várias zonas de caça . De acordo com Jacinto Amaro, «as amostras deverão depois ser submetidas às respetivas análises por parte do INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária), no sentido de se encontrar uma forma de combater a doença viral», diz. O projeto da Fencaça conta com o apoio do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, tendo o dirigente associativo aplaudido a criação deste grupo de trabalho.

Originário da Península Ibérica, o coelho bravo, outrora com densidades populacionais elevadas (até 40 coelhos por hectare), tem sofrido nos últimos anos grandes reduções, estimando-se atualmente que exista somente 5 a 10% da população que existia há 50 anos atrás. O coelho bravo é uma das espécies cinegéticas de maior interesse (se não mesmo a mais popular), mas é também um elemento chave dos ecossistemas mediterrâneos, pois é presa de pelo menos 27 aves de rapina, 11 espécies de carnívoros e duas espécies de serpentes, onde se destacam as espécies emblemáticas do lince ibérico e a águia imperial, ambas em vias de extinção, em parte devido à diminuição da sua presa principal, o coelho. AVISOS E ALERTAS JÁ REMONTAM A 2014 Já em 2014 Jacinto Amaro alertava para o avanço da doença hemorrágica viral, admitin-

do que «se os coelhos continuarem a morrer, podemos afirmar que a espécie fica ameaçada de extinção, com todos os prejuízos que isso vai trazer à biodiversidade da região e à actividade cinegética», avisou, antecipando um cenário que hoje ganha maior expressão. Logo aí, e em conjunto, com a Faculdade de Ciências do Porto, a Fencaça iniciou um projecto experimental para combater o vírus que começou por dizimar coelhos em Mértola, mas que rapidamente se propagou a outros regiões, atingindo praticamente todo o Alentejo e chegando ao distrito de Setúbal. Foram então utilizados produtos para desparasitação interna, fortificantes e suplemento vitamínico, sendo que os terrenos onde os coelhos seriam pulverizados com o objectivo de eliminar os vetores de transmissão da doença, como mosquitos, carraças e pulgas.

Doença evoluiu de forma galopante A doença hemorrágica nos coelhos é conhecida há 15 anos e já tinha dado sinais preocupantes em Espanha, sobretudo a sul do país vizinho – Extremadura e Andaluzia. Os caçadores do lado de cá da fronteira acreditaram que poderiam passar ao lado do vírus, até porque a doença hemorrágica era detectada em populações muito determinadas. Ou seja, numa mesma reserva de caça poderia dizimar coelhos numa zona e não actuar nos exemplares vizinhos. Porém, em Mértola (Baixo Alentejo) começaram por ser dados os primeiros sinais, logo em Dezembro de 2012, com o aparecimento de casos de febre hemorrágica. Depois estendeu-se a toda a região. A doença começou por ser padronizada, atacando os indivíduos adultos, mas uma recente mutação passou também a ter efeitos em coelhos jovens, com cerca de um mês.

DISTRITO SOLIDÁRIO COM VITIMAS INCÊNDIOS Este é o resultado da campanha “Recolha De Bens Para As Vítimas Dos Incêndios” que decorreu nas duas últimas semanas, em Sesimbra. Dois camiões carregados de bens de primeira necessidade, águas, alimentos, vestuário, roupa de casa, ração para animais e material de construção para ajudar na recuperação de Pampilhosa da Serra.

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LOCAL

PALMELA Requalificação da Serpa Pinto arranca em novembro A requalificação da rua Serpa Pinto, no centro histórico, arranca em novembro. Com o valor de 200 mil euros e uma execução de 150 dias, a obra será executada em quatro fases. Os trabalhos abrangem a substituição de 400 metros de conduta de água, a realização de mais uma centena de ramais domiciliários e a colocação de 2 mil metros quadrados de novos pavimentos. Está, ainda, contemplada a substituição de condutas e a aplicação de bocas-de-incêndio, bem como a instalação de válvulas de seccionamento.

SETÚBAL Nova zona verde nasce na nascente Um terreno abandonado, entre os bairros 2 de Abril e da Bela Vista, sai valorizado numa intervenção que converte aquele espaço num parque verde. A operação urbanística requalifica uma área do domínio público com cerca de 6 mil metros quadrados, o qual é beneficiado com mais zonas de circulação pedonal e áreas ajardinadas, com sistema de rega, novas sementeiras e árvores.

BARREIRO Universidade sénior em festa A Universidade da Terceira Idade do Barreiro comemora, este sábado, o seu 15.º aniversário, no auditório Augusto Cabrita, a partir das 15 horas. A iniciativa conta com a participação dos alunos e formadores das disciplinas de Inglês e Francês, do cante alentejano, de dança, da Academia “Alma Latina da Moita”, do coro e da tuna UTIB.

SESIMBRA Beneficiação da fachada da igreja do castelo As obras de reabilitação e caiação das fachadas, portas e gradeamentos da igreja de St.ª M.ª do Castelo, no castelo, já arrancaram. A conclusão da obra é apontada para finais de novembro e não implicam o fecho da igreja. A obra faz parte da valorização do castelo, que inclui a beneficiação dos wc e a abertura de um aceiro de segurança na zona nascente, bem como a requalificação da escada de acesso à torre poente e do alçado sul da alcáçova, já concluídas.

MONTIJO SMAS com selo de qualidade Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo foram distinguidos com o selo de qualidade exemplar da água para consumo humano, atribuído pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. A informação foi revelada pelo edil Nuno Canta, na reunião ordinária do dia 25. Para o autarca e presidente do Conselho de Administração dos SMAS Montijo, «esta distinção reflete o esforço que esta entidade gestora investe na garantia da qualidade da água que disponibiliza aos consumidores».

SANTIAGO DO CACÉM Câmara resolve estacionamento de St.º André O município já concluiu a obra de requalificação no piso do estacionamento da Costa de Santo André, um problema da responsabilidade da Administração Central, que «lesou, durante mais de um ano e meio, não só os frequentadores daquela zona balnear de excelência no município, como também os empresários com estabelecimentos no local». O estacionamento apresenta agora condições renovadas e vem substituir uma solução que Câmara sempre contestou.

ALCOCHETE Gil Teatro festeja dia das bruxas A Associação Gil Teatro vai celebrar o Dia das Bruxas (Halloween) no dia 31, entre as 22 e as 24 horas, no jardim do rossio, em Alcochete. Esta iniciativa, na sua 2.ª edição, é aberta ao público que pode participar numa festa que promete muita animação e divertimento. O dia das bruxas é uma celebração assinalada em vários países, sobretudo anglófonos, no dia 31 de outubro, véspera da festa ocidental do Dia de Todos os Santos.

SEIXAL “Ventos de poupança” energética A Agência Municipal de Energia está a desenvolver o “Ventos de Poupança 2: Energia + Social”, destinado a alunos do 3.º ciclo, secundário e profissional e/ou artístico. Esta competição visa realizar atividades lúdico-educativas em escolas do Seixal, Barreiro, Cascais, Moita, Montijo, zona Oeste e Alta Estremadura, recorrendo a uma aplicação para smartphones que promoverá a eficiência energética e a cooperação social e intergeracional entre os jovens e as IPSS.

MOITA Município promove o gosto peça leitura O município assinou, no dia 19, na biblioteca local, um protocolo com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, para continuar a desenvolver o Projeto “Voluntários de Leitura” no concelho. Este projeto, que teve início em 2013 nas escolas do concelho, motivado e apoiado pela Câmara, através do Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares, visa desenvolver a literacia e o gosto pela leitura.

GRÂNDOLA Uma década a promover qualidade de vida aos seniores Passados 10 anos, a USG é um projeto de «sucesso» na área do envelhecimento ativo. Neste ano escolar, a Universidade é frequentada por 326 alunos. Disponibiliza cerca de 20 disciplinas e tem 10 professores em regime de voluntariado. Para a vereadora do Desenvolvimento Social, Carina Batista, o sucesso da USG são as pessoas: «a dedicação, o empenho e a competência dos professores voluntários e dos técnicos do município a par do entusiasmo e da entrega dos alunos constituem os pilares do sucesso deste importante projeto municipal».

ALMADA Obras na antiga EN 377 já arrancaram Já arrancaram as obras de requalificação da rua António de Andrade, na Charneca de Caparica. A 1.ª fase dos trabalhos abrange o troço entre a rotunda de Marco Cabaço e rua da Brieira. O investimento é de cerca de 500 mil euros. As obras vão permitir à antiga EN 377, tornar-se numa «via de circulação de carácter urbano, garantindo mais segurança e maior conforto para todos os utentes». A fase dos trabalhos, agora iniciada, abrange uma extensão de 550 metros.

ALCÁCER DO SAL Hora do conto anima bibliotecas As bibliotecas da Comporta e do Torrão, acolhem este sábado, a “Hora do Conto”, às 14h30 e às 15h30, respetivamente. Na Comporta, a leitura em destaque será “A menina que falava com grilinhos”, de Domingos Vieira, realizando-se depois um ateliê de expressão plástica para conceção de decorações de Halloween. No Torrão, as crianças vão ouvir a leitura de “Queridos livros”, de Ana Faria, seguida de um ateliê de expressão plástica, que visa a criação de marcadores de livros.

SINES Repavimentação em S. Torpes em curso A empreitada de repavimentação do CM 1109, entre S. Torpes e Porto Covo está a decorrer. O investimento é de 307 mil e 332 euros. A obra teve início no estacionamento a seguir ao restaurante Trinca Espinhas e segue para sul, até chegar à rua do Mar. O prazo de execução da empreitada é de 45 dias. O projeto visa a requalificação da via tendo em vista a uniformização das suas principais características, garantindo, assim, a circulação dos veículos em condições de comodidade e segurança.

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CULTURA

BELÉM CLUBE REPÕE REVISTA DE PAULO VASCO “LISBOA EM FESTA!”

«O sucesso de bilheteira justifica esta segunda temporada» A sátira social e política são o mote para a reposição da revista “Lisboa em festa!” no Belém Clube, em Lisboa. Além de excelentes interpretações de jovens amadores, o espetáculo conta com luxuosos figurinos e um ótimo corpo de baile. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM

Figurinos de Bruno Frazão brilham em revista alfacinha

A

pós o sucesso da 1.ª temporada, com três meses em cartaz, a revista popular de Paulo Vasco “Lisboa em festa!” está de volta ao palco do Belém Clube. A ante-estreia, no dia 16, voltou a contar com casa cheia e com algumas figuras do teatro na plateia, como Flávio Gil, Luís Aleluia e Luís Mascarenhas. O encenador Paulo Vasco realça que «justifica-se» a segunda temporada desta divertida revista à portuguesa. «Tivemos sala esgotada em todas as sessões, durante três meses, pelo que justifica-se uma nova versão, com novos quadros e novos atores, até perto do Natal. De-

pois veremos se haverá uma terceira temporada». Trata-se de um original espetáculo de Paulo Vasco, Mário Rainho e Flávio Gil, com músicas de

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Carlos Dionísio e Ricardo Jorge. No elenco estão André Camilo, Cláudia Correia, Tiago Martins e Joana Horta, entre outros. O espetáculo “Lisboa

em festa!” vai estar em cena, todos os sábados, às 21h30, no Belém Clube, até dia 16 de dezembro. Os não sócios pagam 6 euros e os sócios 3 euros.

O encenador/ator setubalense Bruno Frazão orgulha-se de ter cedido a esta popular revista alguns figurinos de sua autoria que fizeram parte das marchas populares do Grupo Desportivo O Independente e da ACTAS e da revista popular “É só pagode”. «É claro que sinto o meu trabalho reconhecido mas quem tem de brilhar são os atores. Conheço o Paulo Vasco há vários anos e ele também já me emprestou figurinos da ASA para a estreia de um espetáculo da ACTAS em Setúbal», realça, acrescentando que Paulo Vasco é «uma grande figura do teatro de revista e admiro o seu empenho e entrega ao desenvolvimento do teatro amador e a incutir este espírito aos mais jovens atores».


CULTURA

AGENDA SESIMBRA28SETEMBRO21H30

DANÇA “THE ART OF LOSING” TEATRO JOÃO MOTA

“ e art of losing isn’t hard to master”. Assim começa um dos mais profundos e melancólicos poemas escritos, em 1976, por Elizabeth Bishop. Esta ideia de habilidade especial de se lidar com a perda convoca a uma reflexão sobre a nossa relação com o mundo e a experiência.

SEIXAL28OUTUBRO15H30

ENCONTRO DE BANDAS FILARMÓNICAS UNIÃO SEIXALENSE

O XVIII Encontro de Bandas Filarmónicas departe-se por dois dias. Este sábado atuam na União Seixalense, a banda da casa e as de Lourinhã e Tarouca. No domingo, à mesma hora, mas na Timbre Seixalense, é a vez da atuação de bandas de Santarém, Alenquer e a da casa.

ALMADA28OUTUBRO21H00

“A HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA” TEATRO JOAQUIM BENITE

“A História do Cerco de Lisboa”, a partir de José Saramago, com encenação de José Gabriel Antuñano e Ignacio García, continua em cena até 3 de novembro. Com Ana Bustorff, Elsa Valentim, João Farraia, Jorge Silva, José Peixoto, entre outros.

BARREIRO29OUTUBRO16H00

ORQUESTRA ACADÉMICA METROPOLITANA AUDITÓRIO AUGUSTO CABRITA

“O Fulgor do Século Romântico” é o título do concerto da Orquestra Académica Metropolitana, que inclui peças de F. Mendelssohn e de J. Brahms. A direção musical é de Jean-Marc Burfin.

SETÚBAL01NOVEMBRO21H30

ORQUESTRA DE TANGO ARGENTINO DO PORTO FORUM LUÍSA TODI

A La Ideal – Orquestra Típica de Tango Argentino do Porto apresenta “A Media Luz”, que recria o ambiente intimista e expressivo das casas de tango típicas de Buenos Aires, com a dança a juntar-se à música, em que participam bailarinos de renome nacional.

RAIO-X

POR ANTÓNIO LUIS

SÓNIA MARTINS

«GOSTO QUE O PÚBLICO APRECIE SEMPRE O MEU TRABALHO» A atriz Sónia Martins, ao serviço do Teatro Animação de Setúbal, 45 anos, de signo Balança, natural de Luanda mas residente em Setúbal, reclama mais apoios para a Cultura e gostaria de conhecer S. Petersburgo. QUAL O SEU MAIOR SONHO PROFISSIONAL? Que o público aprecie sempre o meu trabalho. E PESSOAL? Já realizei. CIDADE PREFERIDA? Setúbal. QUAL O LOCAL QUE GOSTARIA DE CONHECER E QUE AINDA NÃO VISITOU? S. Petersburgo. UM DESEJO PARA 2017? Que a cultura tenha mais apoios. QUEM CONVIDARIA PARA UM JANTAR A DOIS? A minha mãe. QUEM É O HOMEM MAIS SEXY DO MUNDO? Robert Redford.

COMPLETE: A MINHA VIDA É… Aquilo que eu quero que seja. O QUE NÃO SUPORTA NO SEXO OPOSTO? Futebol. COMIDA E BEBIDA PREFERIDA? Mariscada e cerveja. QUAL O SEU MAIOR VÍVIO? Não tenho vícios, deixei de fumar. QUE LIVRO ANDA A LER OU LEU ULTIMAMENTE? “A cidade de Ulisses”, de Teolinda Gersão.

mim a melhor de sempre, mas sim algumas das quais guardo memória. MELHOR MUSICA DE SEMPRE? Impossível nomear apenas uma. QUAL A SUA MAIOR VIRTUDE? Perdoar.

QUAL O ÚLTIMO FILME QUE VIU NO CINEMA? “Mother”.

E DEFEITO? Teimosia.

MELHOR PEÇA DE TEATRO? Não existe para

COMO SE CHAMA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? A gata Puma.

O QUE LEVARIA PARA UMA ILHA DESERTA? Um bom protetor solar. DIA OU NOITE? Dia. O QUE MAIS TEME NA VIDA? Que ela termine. A QUEM OFERECERIA UM PRESENTE ENVENENADO? A ninguém. O MAIOR DESGOSTO DA SUA VIDA? O recente falecimento do meu pai.

LIVROS DA SEMANA

MONTIJO01NOVEMBRO16H30

“DO BOSQUE PARA O MUNDO” TEATRO JOAQUIM D´ALMEIDA

“Do Bosque para o Mundo” é a peça que conta a história de Farid, um rapaz afegão refugiado de 12 anos, com uma história que poderia ser igual à de muitos outros rapazes, não fosse ter sido enviado pela mãe para a Europa, para um sítio seguro.

GANHE CONVITES PARA O TEATRO DE REVISTA DO MARIA VITÓRIA Temos convites para oferecer aos nossos leitores para irem assistir ao magnífico espetáculo de teatro de revista em cena no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, em Lisboa. “Portugal em Revista”, tem textos de Flávio Gil, Renato Pino e Miguel Dias, e no elenco estão Paulo Vasco, Miguel Dias, Rosa Villa e Susana Cacela, entre outros. A revista, que presta homenagem a Nicolau Breyner, tem crítica social e política de rir à gargalhada. Basta ligar 96 943 10 85 ou 918 047 918 e solicitar os seus convites.

365 DIAS COM SAÚDE A naturopata Cátia Antunes apresenta um guia de saúde para toda a família, onde fala das doenças de cada estação e formas de as combater. Apresenta os alimentos que devemos consumir em cada estação e inclui receitas variadas e práticas para o dia-a-dia.

COMER PARA CONTROLAR A DIABETES A dietista Joana Ramos Oliveira apresenta cerca de 100 receitas deliciosas e surpreendentes que são benéficas para quem tem esta doença. Cada receita é acompanhada por uma descrição do valor nutricional e a indicação da porção de hidratos de carbono.

DIETA À SUA MEDIDA Descubra a sua dieta personalizada com 4 regimes alimentares a pensar em si. Maria João Nogueira procura neste livro 4 regimes alimentares diferentes para alternar, durante um mês: dieta vegetariana; dieta sem lactose e sem glúten; dieta hiperproteica; e dieta mediterrânica.

VERDADES, MENTIRAS E PORQUÊS Margarida Vieitez, conceituada especialista em relações, revela em 500 perguntas e respostas, histórias reais, exercícios e todos os segredos que descobriu ao longo da vida profissional para que se sinta muito melhor consigo, com os outros e com a vida.

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POLÍTICA

TOMARAM POSSE OS PRESIDENTES FREDERICO ROSA, FERNANDO PINTO, RUI GARCIA, VITOR PROENÇA, JOAQUIM SANTOS E NUNO CANTA

Distrito já tem mais cinco câmaras a funcionar no novo ciclo autárquico

Esta semana tomaram posse os presidentes eleitos das câmaras de Barreiro, Alcochete, Moita, Alcácer do Sal, Seixal e Montijo. Estes municípios abriram, agora, um novo ciclo político autárquico. Falta tomar posse, este domingo, a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros.

DETERMINAÇÃO, RIGOR E TRANSPARÊNCIA É APOSTA EM ALCOCHETE Fernando Pinto aposta em três vectores fundamentais para transformar Alcochete no sentido de credibilizar a gestão do município perante as instituições e os cidadãos. Determinação, rigor e transparênciasão a forma de levar o concelho ao patamar definido pelo novo presidente de câmara que considera que «existe uma distância enorme entre o que ambicionamos para Alcochete e a sua actual situação». «Não vai ser uma tarefa fácil, aliás pelo contrário, serão muitas as

AEROPORTO É BASE DA APOSTA NO MONTIJO Nuno Canta aponta todas quase todas as apostas políticas do novo mandato à instalação do novo aeroporto no Montijo. A aguardar pela decisão governamental, a nova centralidade aeroportuária vai ser a base da estratégia de desenvolvimento do concelho. Para Nuno Canta, o novo aeroporto «é um processo sem paralelo no resto do País e que constitui uma verdadeira transformação no Montijo e na região de Setúbal». O autarca considera que o novo aeroporto vai ser uma oportunidade única que vai trazer novos desa-

adversidades que encontraremos no caminho, serão muitos os obstáculos que teremos de contornar, mas este cenário não nos provoca nenhuma hesitação», assume o autarca, adiantando que tem «uma equipa competente, coesa e determinada». Apostar em boas relações com o vários órgãos autárquicos para levar as medidas e mudanças necessárias junto da população é outra das vertentes do trabalho para os próximos quatro anos. Com o objetivo de reverter, para um patamar positivo, a situação financeira do concelho, Fer-

fios e, por isso, é necessário « mobilizar as forças vivas, parceiros sociais, empresas e agentes de desenvolvimento local». Nuno Canta quer aumentar também, no atual mandato, a descentralização de competências e respetivos meios para as freguesias, na aposta de prestar um melhor serviço público em áreas como a educação, a saúde, a ges-

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nando Pinto quer contar « com os comerciantes e os empresários para, em conjunto, encontrarmos os melhores caminhos no sentido de inverter o declínio económico do concelho». A importância do associativismo também não foi esquecida e o autarca quer ter ao seu lado e envolvidas no projeto para o futuro de Alcochete «as instituições e as associações, cuja acção é da maior importância na valorização das pessoas. Pela nossa própria experiência vemos o associativismo como pilar do desenvolvimento social e cultural.»

tão da zona ribeirinha e os transportes. O autarca reeleito com maioria absoluta defente um concelho mais participado, sustentável e competitivo, capaz de atrair investimento e gerar emprego, sem descurar os direitos sociais. E simultaneamente um concelho com fortes apostas culturais e com os olhos postos no mercado internacional.

VENTOS DE MUDANÇA NO BARREIRO O discurso de tomada de posse de Frederico Rosa, presidente da câmara do Barreiro, centra-se fortemente na muança. O autarca defende que «é preciso mudar de rumo» e que foi esse o desejo manifestado pelos barreirenses nas últimas eleições autárquicas. «Estas eleições abrem um novo ciclo para o nosso concelho”, sublinhou, adiantando que é necessário «colocar o Barreiro na órbitra da competitividade». As apostas para o novo mandato acentam numa maior oferta cultural e turística, com o objetivo de reforçar a história do concelho e a sua capacidade de se impor no contexto da região, permitindo que cada barreirense possa orgulhar-se do seu concelho e dizer «“com orgulho

sou do Barreiro». Frederico Rosa quer ainda «dar condições às gerações mais qualificadas, de forma a que realizarem aqui os seus projetos» fixando também assim as populações mais jovens ao concelho. Nesse sentido reside também a aposta de «investir na educação» como uma das

linhas orientadoras da ação camarária nos próximos quatro anos. Salientando a alteração partidária no comando da autarquia, o presidente recém-eleito afirmou que não há impossíveis, porque «se houvessem impossíveis, não estávamos a viver este tempo histórico.»

DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO, REGENERAÇÃO URBANA NA MOITA Rui Garcia assume confiança no arranque de um novo mandato, o 12º consecutivo que os eleitores da Moita entregam à CDU, suportando essa confiança no trabalho dos anos anteriores, mas, simultaneamente, convicto de que há ainda muitos problemas a resolver. A resolução de questões como a limpeza urbana ou a manutenção das vias e arruamentos, que têm sido alvo de fortes críticas por parte da população, são uma das apostas para o atual mandato. «Este mandato iremos enfrentar decididamente este problema, por forma a reconstituir a nossa capacidade operacional e repor e ampliar os níveis de prestação dos serviços municipais», afirma o autarca que promete também concretizar «um elevado número de projetos desenvolvidos ou em elaboração para intervir em

espaço público e em equipamentos». Apesar de admitir que algumas decisões governamentais dos últimos anos têm retirado poder e criado constrangimentos às autarquias, nomeadamente ao nível financeiro, Rui Garcia assegura que o ciclo que agora começa se sustenta «numa situação de estabilização da situação financeira da Câmara. Com muito trabalho desenvolvido em candidaturas para aproveitar ao máximo as possibilidades de

financiamento comunitário, mesmo escassas como são na Área Metropolitana de Lisboa». No início do novo mandato, o presidente da câmara acredita ter a equipa «capaz de enfrentar qualquer desafio e mobilizar a população e os atores sociais e económicos do concelho para construir soluções, para definir rumos de progresso, para mobilizar capacidades, vontades e recursos, para construir futuro no Concelho da Moita».


DESPORTO

XII Grande Prémio da Arrábida corre-se a 19 SAÚDE, SEGURANÇA E EDUCAÇÃO SÃO APOSTAS NO SEIXAL Um executivo sem maioria absoluta traduz-se num novo ciclo político, no Seixal, mas nem por isso as apostas do reeleito presidente de câmara parecem menos ambiciosas. Joaquim Santos espera que ao longo dos próximos quatro anos algumas obras aconteçam, nomeadamente na área da saúde, com a construção do hospital do Seixal e do novo Centro de Saúde de Corroios; na educação com a a requalificação de várias escolas, e na segurança, em que aponta a construção dos quartéis dos bombeiros de Fernão Ferro e Amora e a Esquadra da Divisão Policial do Seixal. Para além disso há uma forte aposta nos

equipamentos sociais com a criação da Loja do Cidadão, e na habitação de modo a fazer face aos problemas existentes relativos ao realojamento social que no concelho do Seixal afeta mais de 554 famílias. A autarquia quer também criar um novo modelo de habitação a custos controlados, destinado aos jovens casais do concelho, no sentido de fixar a população. Na cultura, merece destaque a construção do novo Centro Cultural de Amora, a reabilitação da Mundet ou o Centro de Interpretação do Monumento Nacional Olaria Romana do Brasileiro-Rouxinol, e a afirmação de projetos emblemáticos como o SeixalJazz ou a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro.

O

XII Grande Prémio da Arrábida, prova de atletismo de cariz competitivo com um percurso de 12 500 metros, entre Setúbal e Palmela, realiza-se no dia 19 de novembro. O evento desportivo, com inscrições abertas até dia 14, ou antes caso seja atingido o número limite de oitocentos participantes, começa às 10h00, no Jardim de Vanicelos. Os atletas passam pelos bairros do Liceu e das Amoreiras, sendo que há um abastecimento de moscatel da região aos nove quilómetros, e regressam a Setúbal através da Baixa de Palmela. A prova tem a particularidade técnica de, até aos mil metros, ser feita em pelotão, com os atletas guiados por duas “lebres”, que percorrem essa distância

em ritmo de treino. Nenhum atleta pode ultrapassá-las sob pena de desclassificação e, só após o afastamento delas, é autorizado que cada um imprima o seu próprio andamento. A competição, numa organização da Associação Lebres do Sado, com a

Setúbal acolhe seminário sobre gestão do desporto

CEM DIAS PARA MOSTRAR QUE REELEIÇÃO FOI APOSTA CERTA EM ALCÁCER DO SAL Os primeiros cem dias de mandato vão servir para pôr em prática um conjunto de medidas com o objetivo de provar aos alcacerenses que a renovação da confiança no atual executivo foi acertada. Vítor Proença quer abrir concursos públicos para obras no valor de três milhões de euros, instalar wifi em vários pontos do concelho e iniciar a restruturação interna da Câmara. O início do mandato será macado também por um conjunto de reuniões e encontros com diversas entidades, em especial da Administração Central, com o objetivo de pedir mais efectivos da GNR, e mais recursos humanos para o concelho e a região na área da saúde. Essas reuniões vão acontecer também com investidores instalados em Alcácer e com as associações locais. Apesar de manter a maioria absoluta, Vítor

Proença quer união e convergência, e assegurou que pretende «contar com todos» no sentido do desenvolvimento do concelho. Alcácer «continua a apresentar vários défices estruturais», diz o autarca salientando a baixa natalidade e a falta de emprego na região, mas defende também que existem, nos dias de hoje, novos instrumentos que possibilitam o reançar do desenvolvimento local. O novo Plano Diretor Municipal, a operação de requalificação urbana já aprovada para a cidade e delimitada para o Torrão, e um projecto de combate ao insucesso escolar são outras das apostas. Os investimentos no “Portugal 2020”, que rondam os 10 milhões de euros, exigem à autarquia capacidade financeira para os pôr em prática, ainda assim, Vítor Proença assume que não haverá aumento de impostos durante este mandato, «não aumentaremos IMI, IUC e IRS».

parceria de diversas entidades, é aberta a atletas masculinos e femininos, federados ou não, dos escalões de seniores, juniores e maiores de 40 anos. O evento, com prémios individuais e por equipas, desenrola-se num misto de alcatrão e terra batida, com cerca de 2 quilómetros de

subida e o restante do percurso em descida e em plano horizontal. A meta está instalada também no jardim de Vanicelos. Paralelamente, decorre uma corrida aberta, para maiores de 6 anos, com 7 quilómetros, que começa 5 minutos depois da prova principal.

Miguel Oliveira vence corrida pela primeira vez O piloto almandense Miguel Oliveira foi líder do princípio ao fim na sua primeira vitória em Moto2, no Mundial de motociclismo de velocidade, ao vencer o Grande Prémio da Austrália, em Phillip Island, naquele que foi também o primeiro triunfo de um português a este nível.

V. Setúbal lidera grupo A da Taça da Liga

D

esporto e Turismo – Percursos e Perspetivas” é o tema do 4.º Seminário de Gestão do Desporto, a realizar dia 17 de novembro, no Fórum Luísa Todi. A iniciativa constitui momento de reflexão e debate para agentes desportivos e turísticos públicos e privados que contribuem para a oferta do concelho nestas áreas, com o objetivo de partilhar experiências, práticas, percursos, perspetivas e opiniões. Às 9h30 tem lugar o painel “Percursos e Perspetivas I”, com intervenções de Joanaz de Melo, que fala sobre “O Desporto e o Turismo – Territórios e Ambiente”, e de

Guedes de Carvalho, que aborda o tema “Como medir impactos de turismo desportivo?”. O painel “Percursos e Perspetivas II”, às 11h15, conta com a participação de Manuel Araújo, que apresenta “Da Indiferença ao Boom; e Agora?”. São ainda oradores neste painel, Fernando Pereira, que discursa sobre “Qualificar as Experiências, os Locais e... as Pessoas”, e António Correia, que analisa “O Surfing e o Desenvolvimento dos Territórios”. Às 14h30 tem lugar “Estudos de Caso”, em que João Cabeçadas fala sobre “Extreme Sailing Series – Lisboa e Funchal 2016” e Hugo Sousa apresenta “Triatlo Longo de Setúbal”.

O V. Setúbal venceu o Portimonense, no Algarve, por 2-1, em jogo a contar para a Taça da Liga. Os golos foram marcados por Edinho e Gonçalo Paciência nos momentos finais do encontro. Os sadinos voltam a defrontar o Portimonense, na segunda-feira, para a Liga.

23.ª Corrida de Sesimbra A 23.ª Corrida de Sesimbra realiza-se este domingo, a partir das 10 horas. A prova, limitada a mil participantes, vai ter um percurso de 10 quilómetros, com partida e chegada na praça da Califórnia, num percurso sempre à beira-mar. A prova é organizada pela Associação Desportiva O Mundo da Corrida.

Fragoso brilha no nacional de velocidade Ao somar vitórias nas duas corridas da 5.ª e penúltima etapa do Campeonato Nacional de Velocidade, o motociclista Pedro Fragoso esteve em grande evidência nos dias 14 e 15, no autódromo do Estoril. O piloto de apenas 15 anos, natural de Santo André, estreou-se recentemente na categoria de Moto3 e continua a dar muito boa conta de si. O piloto integra a equipa Miguel Oliveira Fan Club Racing Team e destacou-se pela sua performance e velocidade.

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NEGÓCIOS

A FÁBRICA DE PALMELA É UMA DAS SETE DO PRODUTOR MUNDIAL DE COMPONENTES AUTOMÓVEIS

Humberto Dores assume liderança da KWD depois de atingir o topo na Schnellecke Fez carreira na China, em Portugal e na Alemanha, ao serviço da Schnellecke. Agora este engenheiro português vai abraçar um novo desafio e tem metas para atingir. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

O

gestor Humberto Lopes, que conduziu a Schnellecke ao sucesso na China, em Portugal e na Alemanha, vai liderar agora a KWD, um dos líderes mundiais em logística e produção para a indústria automóvel. Segundo fonte da empresa, este engenheiro português vai agora gerir as sete fábricas do grupo, uma delas em Palmela, e preparar a antecipação das exigências do mercado. «O objetivo é sermos a divisão mais bem sucedida do grupo Schnellecke e passar de uma faturação de 400 milhões em 2017 para 800 milhões de euros até 2025», declara Humberto Dores.

A acompanhar a evolução do mercado, o grupo Schnellecke está já a iniciar com um parceiro alemão um projeto-piloto de montagem da carroçaria de 3.000 automóveis elétricos que vão fazer a distribuição da correspondência oficial da Deutsche Post, os correios na Alemanha. A interligação das sete fábricas – Portugal, Espanha, Polónia, República Checa, China e duas na Alemanha – representa «um grande potencial de avanço tecnológico, graças à integração do design, do desenvolvimento e das novas tecnologias de todas as fábricas», sublinha Roberto Lanaspa que está na fábrica de Pamplona e é o novo vice-presidente da KWD na Península Ibérica.

EMPRESA COM VALORES DE MERCADO MUITO ASSERTIVOS Atualmente, a KWD ainda faz a assemblagem dos componentes, mas no futuro as fábricas KWD vão criar, desenvolver e produzir estes componentes tecnologicamente avançados. O sucesso desta união é alcançado devido «à partilha das melhores práticas entre as localizações, à criação de uma imagem única sólida, o que também nos identifica como um parceiro de confiança, com a flexibilidade necessária para dar a resposta certa na hora certa e com ideias inovadoras para acompanhar os clientes nas suas futuras necessidades», explica o responsável espanhol. Antes as fábricas KWD funcionavam de forma isolada e combinavam logística e produção. Agora, passam a estar conectadas

entre si e concentram-se na sua especialidade: a produção de componentes automóveis. Humberto Dores considera que «não faz sentido cada fábrica lutar e procurar novos negócios sozinha. Nós conseguimos fornecer os mesmos produtos e os mesmos serviços em vários sítios e, ao mesmo tempo, ter só um contacto com o cliente principal através da casa-mãe». Os principais clientes da KWD em Portugal e Espanha são Volkswagen, Seat, Ford, Mercedes e BMW. Roberto Lanaspa reconhece: «claro que também queremos crescer e conquistar novos negócios, mas nesta fase de lançamento estamos focados numa grande paixão: a Indústria 4.0. Acreditamos nas grandes inovações que estão por vir».

Gestor português fadado para o sucesso É o presidente da KWD AG desde outubro de 2017. Na sua carreira no grupo Schnellecke conseguiu aumentar os resultados na Alemanha em 15 vezes, depois de já ter alcançado um grande êxito também na China e em Portugal. Está na direção do grupo Schnellecke desde 2002. Formado em Engenharia Eletrónica e de Telecomunicações e em Gestão, tem mais de 20 anos de experiência em engenharia, produção, formação e gestão em empresas de produção em Portugal e na Alemanha.

Novos vinhos da Contentores fazem porto “Casa Ermelinda Freitas” de Sines crescer ainda mais premiados na Polónia CARGA CONTENTORIZADA JÁ REPRESENTA CERCA DE 43%

A plataforma portuária continua a crescer a um ritmo sustentado e em quase todas as suas valências. E Sines continua a liderar a atividade portuária nacional. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

O

porto de Sines encerrou o terceiro trimestre deste ano com uma variação homóloga de 2%, para um total acumulado de 38,6 milhões de toneladas. Este ano, e pela primeira vez, a Carga Contentorizada lidera os índices de tonelagem movimentada no porto, continuando a crescer a dois dígitos, o que representa cerca de 43% do total movimentado. Este segmento registou uma variação homóloga de cerca de 23%, correspondendo a um total acumulado de 1,3M TEU e a 16,5 milhões de toneladas movimentadas.

Os dois mais recentes néctares da empresa vitivinícola de Palmela foram à Polónia arrecadar os seus primeiros prémios. Desde 1999, a “Casa Ermelinda Freitas” já conta com mais de 900 distinções. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

A

GÁS NATURAL LIQUEFEITO DUPLICOU MOVIMENTAÇÃO Destaca-se ainda para o Gás Natural Liquefeito, que duplicou a movimentação (acima dos 106%) face a 2016, em consequência do maior consumo deste produto energético, quer na área doméstica quer na produção de energia elétrica. Com um total de 2 mi-

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lhões de toneladas, o GNL representa 5% do total movimentado no Porto de Sines. Ainda no setor dos produtos energéticos, de assinalar o crescimento de 16,6% no movimento de carvão que contribuiu de forma consolidada para o aumento de 11,8% no movimento de Granéis Sólidos.

Casa Ermelinda Freitas foi premiada na competição “Wine Expo Poland Awards 2017”, destacando a medalha de ouro atribuída ao vinho “Vinha do Torrão Tinto 2015”, medalha atribuída pelo júri profissional. Na competição foram obtidas um total de três medalhas, uma de ouro, uma de prata, e outra de bronze, sendo que a medalha de prata premiou o vinho “Vinha da Valentina Premium Tinto 2015” e de bronze o vinho “Vinha do

Torrão Reserva 2015”, estas últimas atribuídas pelo júri composto por consumidores. Os vinhos premiados, “Vinha da Valentina” e “Vinha do Torrão”, são as mais recentes marcas lançadas pela Casa Ermelinda Freitas, que na primeira competição que são inscritos vem a sua qualidade reconhecida, reforçando assim a grande aposta em vinhos de qualidade. Estes prémios servem para consolidar ainda mais o excelente ano de 2017 que está a ser o melhor ano de sempre no que toca a prémios e reconhecimento da Casa Ermelinda Freitas, que desde 1999

já obteve mais de 900 prémios a nível nacional e internacional, prémios estes que servem para reforçar a qualidade que a Casa Ermelinda Freitas procura sempre que faz um vinho, de modo a poder premiar todos os seus amigos e consumidores com os melhores vinhos aos melhores preços.


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ENT REG A AO

DO MICÍ LIO

SEG U NDA-FEIRA A SÁ BADO DAS 9 h À S 2 1 h T ELF: 2 1 2 3 3 7 0 8 0 | 9 1 8 6 9 4 4 8 3 | 9 1 9 2 5 4 0 1 2

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EDITORIAL

OPINIÃO

De possível “geringonça invertida” a “geringonça alargada”? Raul Tavares Diretor

A Catalunha e as ‘catalunhas’ da Europa

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e volta com o fecho desta edição e aqui ao lado, na vizinha Espanha, o pior parece estar a acontecer, com o Parlamento da Catalunha a declarar a independência da região. Não sei bem se o famigerado Artigo. 155 da Constituição espanhola (que accionado pode destituir os poderes das suas regiões autonómicas) vai a tempo de desformalizar esta decisão política. Se isso não acontecer, ninguém no seu juízo médio conseguirá, hoje, amanhã ou nos próximos dias antever o caos. Para a Catalunha, para a Espanha no seu todo e até para Portugal, que tanto depende de nuestros hermanos em termos económicos. A nossa velha Europa tem dado à história da humanidade o bom e muitas vezes o pior. As duas guerras mundiais eclodiram no nosso seio, por populismo crescente em zonas de miséria e fome, de loucura de homens com pensamento menor, ou por lutas de território que julgávamos estarem banidas da nossa contemporaneidade. Os exemplos da Sérvia, Kosovo ou Ucrânia e outros palcos menos mediáticos, abriram o cume e cimentaram de novo a frágil barreira/ fronteira da falta de coesão territorial e cultural em algumas partes deste nosso continente. Aqui ao lado, numa Espanha tranquila, apesar da histórica carga independentista, podemos chegar ao precipício. Há um mapa terrível que posto em prática mataria a nossa unidade europeia nesta vertigem século XXI. Se assim acontecesse, a maioria dos países da Europa fragmentavam-se de tal movo que nasceria uma amálgama de pequenos e estranhos países. De Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Países Baixos, norte de Itália, Luxemburgo. Portugal, como um dos poucos Estado-Nação à esfera do globo, apenas teria um quisto por resolver, chamado Olivença. Mas os de lá, amam as raízes portuguesas e satisfazem-se no orgulho espanhol.

E

sgotado o período eleitoral, está a iniciar-se mais um círculo autárquico. Na Margem Sul do tejo verificou-se uma acentuada subida do PS na generalidade das Câmaras, uma descida abrupta da CDU e a manutenção da situação do PSD (surpreendentemente até com uma melhoria de 1 a 2% na maioria das Câmaras, em contraciclo com o que se passou no País. No meu concelho em particular ficou quase tudo igual E é no quase que está toda a diferença. O Bloco de Esquerda e o PSD mantiveram o vereador e a posição, o PS subiu de 3 para 4 vereadores e a CDU desceu de 6, para 5. Ora há apenas a troca de um vereador, mas é neste “quase” igual que está a diferença, pois este “quase” significa que a maioria absoluta foi retirada à CDU pela primeira vez na história das eleições autárquicas no Seixal. Foi, portanto, uma grande vitória do PS, da sua equipa de candidatos e do seu projecto, no entanto, na minha humilde opinião e com o devido respeito pelos eleitos de que até sou amigo pessoal, aparentemente e pelas notícias que circulam, cometeram um grande erro político – vão aceitar integrar o executivo através da aceitação de pelouros. Porquê um erro se no mandato anterior todos os partidos eleitos tinham pelouro, incluindo eu próprio? Ora porque no

“quase” está toda a diferença. Até agora a CDU tinha maioria absoluta e não precisava do voto dos vereadores da oposição para fazer aprovar a(s) sua(s) política(s) e até se “dava ao luxo” de nos oferecer um pelouro sem nos exigir a aprovação dessas medidas. Aliás eu aceitei pelouro nos dois mandatos e coloquei sempre como “condição sine qua non” de aceitação, a não obrigatoriedade de qualquer tipo de voto, ou dito por outras palavras, a liberdade total para votar segundo a minha consciência, o programa que havia apresentado e as linhas orientadoras do meu partido, no fundo do eleitorado que me elegeu. Tanto assim foi que fui o vereador que mais vezes votei contra os documentos estruturantes (apenas uma abstenção e essa foi em circunstâncias muito excepcionais e irrepetíveis), assim como em quase todas as matérias em que todos os partidos votavam a favor, eu quebrava essa unanimidade abstendo-me ou votando contra. As actas estão aí para o comprovar. Pergunto: E agora quem vai aceitar pelouro terá essa liberdade? Se sim, então não tenho nada contra a aceitação, pelo menos pela parte do Bloco de Esquerda e do PSD, já no que tange ao PS penso que ao aceitar pelouros e outras mordomias de que se fala e que não havia no mandato anterior o PS “amarra-se” ao projecto

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA

VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL comunista e passa a ideia ao eleitorado de que está coligado e a viabilizar um executivo, perdendo a grande oportunidade de fazer uma oposição livre, séria, construtiva. É que em política não basta apenas ser. Tem de se parecer. Bem sei que o argumento do PS é de que é um partido sério e que se limita a viabilizar a estabilidade política emanada da vontade popular, mas se assim é, que o fizesse de uma forma desprendida sem se vincular pela aceitação do pelouro. É que se fosse o Bloco de Esquerda a viabilizar o executivo comunista até se aceitava, não só pela semelhança ideológica (pelo menos maior proximidade do que o PS e o PSD), mas até pelo histórico de votações nos mandatos anteriores, agora se virmos que o executivo vai ser viabilizado com os votos do PS e/ou do PSD será uma forte machadada na credibilidade dos partidos que o fizerem e um forte defraudar das expectativas dos seus eleitorados. Por enquanto joga-se um interessante “jogo do empurra” de responsabilidades com o PS a acusar o PSD local de não ter

aceitado negociar as listas para a Assembleia Municipal (onde a CDU também não tem maioria), inviabilizando essa solução e com o PSD local a acusar o PS de ter uma acordo de princípio com a CDU que até incluiu a presença de um eleito desse partido na Messa da Assembleia, já votada. Em 30 e 31 de Outubro já perceberemos quem realmente vai “dar a mão” à CDU e até podemos ter a surpresa de perceber que ao contrário do mandato anterior onde a CDU aprovava o Plano de Actividades e as Grandes Opções do Plano, assim como o IMI, IRS (parte do desconto da Câmara) e Derrama, habitualmente com os seus seis votos e com a abstenção do Bloco de Esquerda e os votos contra do PSD e do PS (nem sempre), agora a não ter votos contra, fruto de eventuais negociações de bastidores. Independentemente de quem der a mão à CDU, uma coisa temos a certeza: A CDU apenas aparentemente perdeu a sua maioria absoluta, porque de uma forma ou de outra, já arranjou forma de continuar a fazer o que bem entender. E isso não é bom.

Peças de relógio

O

tempo persegue-nos – a geada nas folhas e a neve que ornamenta a beira dos passeios estão inertes. O ar frio arrasta consigo a utopia da eternidade, abrindo caminho por entre brônquios e bronquíolos, anestesia-nos durante um segundo e, depois, expiramos. A paisagem quieta e branca é um relógio parado: se procurarmos no âmago da nossa ignorância e seguirmos o fio condutor da inocência, assola-nos uma sensa-

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 28 DE OUTUBRO | 2017

ção de momentânea felicidade e falsa lucidez, onde juramos que o tempo é estático e que somos eternos. As palavras são entoadas para que ninguém as oiça, porque ouvi-las retira elegância à nossa existência. Na verdade, todos os relógios deveriam estar avariados – que falta fará a eminente perceção do tempo a passar? Se não fosse mensurável não existiria e metade dos nossos problemas ficariam dissolvidos na imensidão de vida que

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO MARGARIDA NIETO

ESTUDANTE

teríamos para viver. - E nós perseguimos o tempo – cada passo que damos é uma afronta. Carregamos às costas conjuntos de sonhos quebrados, promessas esquecidas, olhares vazios e meios sorrisos. Pesos

descomunais. Mas o passo ritma acelerado, selvagem e livre de pensamentos, com o único objetivo de avançar. Preocupados com o intenso desejo de alcançar um fim, mas não existe destino, só existe caminho.

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


OPINIÃO

Um fogo que arde e se vê.

A

gora que o fogo começa muito lentamente a abandonar os noticiários é que deveria ser a notícia. Ser insistentemente notícia. Porque é agora na época “sem fogos” (será que ainda existe uma época sem fogos?) que se começa a resolver a época dos fogos. Porque o fogo, esse, continua a arder mas agora sem se ver. O estilo reativo que nos leva a falar apenas do hoje sem ter em conta que existe um amanhã impede que problemas como os “inevitáveis” fogos de verão (tanto mais que agora não sabemos quando começa e quando acaba o verão) deixem de ser um problema. Exatamente por tanto falarmos sobre os detalhes, as estatísticas (absolutamente macabras em 2017) e as polémicas e não sobre o que é verdadeiramente essencial permite, ano após ano, as condições para que venha aí outra época de incêndios. E perpetuamos essas condições precisamente quando chove e o cinzento domina. No tempo em que alguma coisa pode ser feita. Falemos então de fogos agora. Agora que a chuva cai (parca e hesitante). Agora quando a

floresta cresce. Já olharam bem para esta floresta? E para este tipo de crescimento? Agora sim, a começar já, temos alguma possibilidade de começar (começar!) a resolver o problema. O problema (época de fogos) é de todos os anos. E todos os anos igual. Até chamamos de “época de fogos”, ou seja, sabemos com exatidão quando o problema começa e quando vai acabar. Então, e como resumo da matéria dada, temos um problema que se repete ano após ano (ou década após década). E temos, ainda, outra coisa que se repete: a solução. Solução que de solução só tem mesmo o nome. Porque o que permite na realidade é a continuidade, como se nada fosse, do problema. Somos, até hoje, parte do problema e não parte da solução. Querem um exemplo próximo? O Hotel do Sado (Setúbal) foi evacuado dois anos seguintes. 2016 e 2017. Em 2016 no início de setembro. Em 2017 no final de julho. O mesmo Hotel. A mesma zona da cidade. A mesma causa para o fogo. Certamente imprevisível. Certamente impossível de prever. Será que teremos outra

surpresa agendada para 2018? Como prever, então, o que ano após ano se repete? Primeiro confiar em quem sabe. Não faltam neste país especialistas em gestão florestal. Nem faltam neste país os inefáveis diagnósticos. O que esperamos para colocar em prática o que eles invariavelmente recomendam? Eu que não sou especialista, nem pouco mais ou menos, tenho olhos. E esses olhos são testemunhas de uma floresta, na região centro e em parte da região norte, totalmente desequilibrada a favor de 2 espécies dominantes. Todos sabemos quais são. E todos sabemos que na maioria dos casos os incêndios do próximo verão (sim, o verão de 2018) serão aí. Quando é que se começa, então, a gerir a floresta? Como um bem. Não como uma “reserva” de alguns, poucos, interesses económicos. Porque falando em interesses económicos, quem é que paga a “máquina” de combate aos incêndios? Você, ou esses interesses? Sabe a resposta não sabe? De tal forma você os paga que essa “máquina” se tornou ela própria um outro tipo de interesse. Também não público.

TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR

Pedrógão Grande foi hoje. E mesmo depois do choque e do que todos prometeram que não se repetiria tivemos o 15 de outubro. 4 longos meses depois. E, no entanto, tudo estava como dantes. 523 ignições como agora se diz. Muitos incêndios mais no país do fogo. Mais uma vez inesperados, claro. Todos os nossos incêndios são aliás inesperados, apesar de todos os avisos e de toda a tecnologia de que dispomos. Infelizmente a omnipresente estupidez sobrepõe-se a tudo o resto. E quando olhamos para o lado. Mesmo aqui ao lado. Espanha. Quantos cidadãos morreram em Espanha, vitimados por incêndios, em 2017? Quantos? Alguns. Mas muitos, muitos menos do que neste nosso país. E para um território bem maior. O que dizer? O que pensar? Pois! Mudamos de lado na fronteira e parece que entramos noutra realidade. Porque será?

Existe de facto um fogo que arde. Arde agora mesmo. É a incompetência de quem tem a responsabilidade de nos proteger. É a partidocracia que substituiu a meritocracia. É, numa palavra, a ignomínia. Que país é este? Bem sei que a resposta é dura: é o seu e o meu país. E ninguém está a salvo. Nem das incompetências alheias. Nem das nossas próprias responsabilidades. Se nem desta vez somos cidadãos, esqueçam. Chamem os bombeiros. E fiquem à espera. Quem já não espera são os 113 mortos de 2017. Cujo único pecado foi viverem no interior. Ou estarem no sitio errado e na hora errada. Este fogo nunca ardeu tanto. Mesmo que seja feito de dor e não de labaredas. Mesmo que não tenha chamas mas um mar de incompetência. Incompetência que é o verdadeiro combustível desta desgraça coletiva. Será que basta?

Saramago em Almada – últimos dias

A

“História do Cerco de Lisboa” que estreámos no último Festival de Almada, que já esteve em digressão em Braga e na Amadora, e que em Novembro estará em Faro, dá até dia 3 de Novembro as suas últimas representações em Almada, no Teatro Municipal Joaquim Benite. Terão sido 19 representações no nosso Teatro, num tipo de carreira alargada que vai (infelizmente) sendo cada vez mais rara no nosso País. Partindo do romance homónimo de José Saramago, José Gabriel Antuñano realizou uma dramaturgia na qual transporta o discurso meta-literário do texto do Nobel português para o discurso meta-teatral a que

assistimos em cena. Onde no texto saramaguiano se descobrem as linhas com que se cose um romance, na adaptação de Antuñano assistimos ao processo de construção de um espectáculo – para o qual (ousadia das ousadias) contribui o próprio Saramago feito personagem. Ignacio García, o encenador, tirou partido da modernidade deste texto para o palco e soube conjugar as características dos diferentes actores de que dispunha, provenientes das quatro companhias que se reuniram para esta (inédita) co-produção. A saber: A Companhia de Teatro do Algarve (Luís Vicente e Tânia Silva), a Companhia de Teatro de Almada (João Farraia e Pedro Walter), a

Companhia de Teatro de Braga (Ana Bustorff e Rui Madeira) e o Teatro dos Aloés (Elsa Valentim, Jorge Silva e José Peixoto). A cenografia ficou a cargo de José Manuel Castanheira e a luz é de Guilherme Frazão. Aquando da estreia do espectáculo, no Festival de Almada, a crítica (internacional) sublinhou que “a encenação tem momentos formidáveis e muitos achados” (“ABC”) e que se tratava de “um grande espectáculo: emotivo, poético e educativo” (Artez Blai”). Como é habitual nas produções da Companhia de Teatro de Almada, não faltaram as Conversas com o Público, ao Sábado à tarde, para as quais convidámos alguns especialistas na obra de José Saramago. (A

BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO

DIRETOR DA CTA

propósito, a última destas conversas acontece justamente hoje, às 18h00: Ângela Pardelha modera uma sessão com o escritor João Tordo, o professor Manuel Frias Martins, e Pilar del Río, a viúva de Saramago.) Num ano em que foram abertos os concursos para os próximos quatro anos de Apoio Sustentado às Artes em Portugal, quatro companhias do teatro independente, que se apresentam regularmente nos teatros

municipais das cidades em que estão sediadas, juntaram-se para aquilo que, do meu ponto de vista, é um exemplo de serviço público teatral: reunir recursos para a montagem de um espectáculo baseado no romance de um escritor português, e fazê-lo circular pelo País, num total de 37 representações. Não é coisa pouca – e quem quiser vê-la em Almada tem só até à próxima sexta-feira.

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