Info Senar Edição Abril 2019

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InfoSenar Ano 3

edição 22

Abril 2019

01/04 a 30/04

Mercado brasileiro de soja recua frente a queda das cotações internacionais O mês de abril encerrou com forte queda no mercado internacional da soja. Esta queda refletiu no mercado interno com redução na cotação das oleaginosas nas diferentes regiões produtoras. Nos EUA, o maior produtor mundial de soja, houve uma melhoria do clima permitindo o avanço do plantio da nova safra. Soma-se a isso a não conclusão das negociações entre EUA e China, que colocaria fim na guerra comercial entre os dois países. Como reflexo deste fato a demanda pela soja americana continua reprimida, elevando os estoques americanos. Nos últimos 15 dias de abril os contratos com vencimento em maio/2019 recuaram 6,35%, fechando o mês abaixo de US$ 8,50 por bushel. No Brasil, os preços da oleaginosa apresentaram também o recuo, porém em menor magnitude. A paridade de exportação da soja para Rio Verde recuou 4,7% no mesmo período enquanto que o preço médio em Goiás registrou queda de 4,9%. Em relação ao trabalho de colheita no país, estima-se que 90% da área plantada já foi colhida. Em relação às exportações, em abril deverão somar 9,5 milhões de toneladas, aquém dos mais de 10 milhões em igual período de 2018. No acumulado do ano, o país já exportou 27 milhões de toneladas de soja, o que corresponde a 40% de todo o volume esperado para 2019. O preço médio da soja em Goiás fechou o dia 15/04 cotado a

R$

64,50

Queda de 4,88% em relação a cotação da 1ª quinzena de março

01/04 a 30/04

Início da colheita do feijão 2ª safra causa recuo nos preços nas regiões produtoras Após um inicio de mês onde a queda na qualidade do feijão causou um recuo no preço, a redução do volume ofertado causou a recuperação do preço da saca do grão no decorrer de abril, o qual rompeu novamente o valor de R$ 250. Porém, foi só iniciar a colheita da segunda safra que os preços voltaram a recuar. Este é um período de indefinições , pois os preços dependem das condições climáticas. Caso as condições favoreçam o trabalho de colheita, podemos não esperar a recuperação deles. No Estado do Paraná, o maior produtor de feijão carioca do país, a colheita já atingiu 7% da área cultivada com a cultura nesta temporada. Espera-se que colheita da segunda safra deva ganhar ritmo nas próximas semanas, porém não deve ficar concentrada no mês de maio. A tendência é que os trabalhos se estendam até meados de julho. Em Goiás espera-se que a colheita da segunda safra avance no decorrer dos meses de maio e junho, assim como as negociações. Porém, o grande mercado de feijão no Estado é na terceira safra, onde Goiás é o maior produtor desta modalidade. A queda dos preços no campo começa a ser sentida no varejo: o feijão carioca apresentou queda de 2,39% nos supermercados de São Paulo entre os dias 19 e 25 de abril, segundo o Dieese. Praça

Cristalina Formosa

Preço R$/ Sc

R$ 170 R$ 185

Tabela 1 - Calculo de Paridade de Exportação da Soja para Rio Verde - GO


01/04 a 30/04

Exportações brasileiras de algodão continuam a ser beneficiadas O mercado mundial de algodão registrou um abril com pouca variação, com as cotações evoluindo de forma lateral. Com a participação reduzida dos EUA na ponta exportadora, e com a redução da produção na China, a demanda mundial continua aquecida. Este cenário tem favorecido o mercado brasileiro, que tem atuado fortemente na ponta exportadora. De julho a março de 2018, o Brasil já embarcou cerca de 1 milhão toneladas de algodão em pluma, o que representa mais de 60% do que é esperado, sendo que a China foi o principal país consumidor, ao ser o destino de 38%. Como nos próximos meses a expectativa é de que o Brasil continue a atuar forte na ponta exportadora, acredita-se que o país irá exportar a maior parte do excedente da safra e se tornará o segundo maior exportador do mundo. Em relação ao preços, apesar do recuo nas cotações internacionais, o câmbio e a demanda interna impediram um maior recuo dos valores da pluma nas regiões produtoras. Em relação à demanda interna, o período é de uma maior necessidade de compra das indústrias têxteis, que neste período estão com baixos estoques. Além disso, elas estão concorrendo com um cenário de bom volume exportado. O Brasil deve produzir na safra 2018/19

2,65 milhões

de toneladas de pluma de algodão

Cotações do Algodão Sorriso (MT) Oeste da Bahia Acreúna (GO) Itumbiara (GO) São Paulo (IEA)

R$/@ 01/abr R$ 91,99 R$ 92,45 R$ 96,00 R$ 98,10 R$ 94,76

30/abr R$ 89,54 R$ 99,25 R$ 98,00 R$ 98,27 R$ 94,76

Variação -2,66% 7,36% 2,08% 0,17% 0,00%

01/04 a 30/04

Maior oferta de milho no mercado interno pressiona o preço no fim de março A maior oferta do milho no mercado após a maior concentração da colheita nas principais regiões produtoras e o bom desenvolvimento do milho safrinha em praticamente todo país fizeram com que o mercado do milho registra-se substanciais perdas no mês de abril. Estima-se que 80% da área plantada do milho da safra de verão na região Centro-Sul já foram colhidos. O número é maior que o mesmo período do ano passado, porém abaixo da média dos últimos cinco anos. Já em relação ao milho safrinha, a consultoria Agroconsult estima que o Brasil deverá colher 70,6 milhões de toneladas do grão, volume 23,6% acima das 54 milhões de toneladas colhidas no ciclo anterior. Neste cenário, a parte compradora registra uma situação mais confortável para suas negociações e buscam redução no preço do cereal. Em relação às exportações, o milho brasileiro vem registrando bom desempenho, se aproveitando da guerra comercial entre China e EUA. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, as exportações de milho em grão atingiram a média de 20,3 mil toneladas por dia útil até o final do mês de abril. No mesmo período do ano anterior, a média diária foi 5,5 mil toneladas. Assim, podemos estimar um mercado de milho bastante pressionado até o inicio da colheita da 2ª safra. Goiás deve produzir na safra 2018/19 mais de

9,9

Milhões de toneladas de milho

22%

a mais que na safra 2017/18

Cotação de Milho em Goiás (R$/Sc) Média do Estado Cristalina Rio Verde Montividiu

R$ R$ R$ R$

01/abr 31,14 31,00 31,00 31,00

R$ R$ R$ R$

15/abr 27,00 27,00 27,00 27,00

Variação -13,29% -12,90% -12,90% -12,90%


01/04 a 30/04

O mês de abril registrou os melhores preços para a arroba do boi gordo, tanto em Goiás como em São Paulo - que atingiu preços próximo de 160 reais. Em Goiás, a média de preços para o boi gordo à vista só ficou abaixo dos preços registrados em fev/16. A R$142,91, variou 0,8% em comparação à média de março/19. Em São Paulo, com mais dificuldades de abastecimento e tendo que recorrer aos estados mais pujantes, os preços se elevaram em 2,9%. Assim, a oferta de animais foi ampliada, podendo ter como mais um motivo o início da campanha de vacinação anti-aftosa. Aliada a esta melhor oferta, as exportações brasileiras de carne bovina “in natura” perderam o ritmo e caíram 18% em faturamento e em quantidade comercializada. Assim sendo, no primeiro momento de maio, podemos ainda ter maiores quantidades de animais, o que pode sustentar a pressão exercida das indústrias. Vale se atentar às possiblidades de aumento das compras pela China, em processo de habilitação de novos frigoríficos do Brasil.

Redução nas exportações Brasileiras em 18% (mar/abr 19)

Goiás 3º produtor nacional de carne bovina Fontes: Ifag;Mapa;IBGE;Cepea.

01/04 a 30/04

Queda das importações auxilia na recuperação dos preços Em função do resultado da queda nas importações de 24,8% de jan/abr 2019 e do bom resultado da receita menos o custo da ração - RMCR – somado ao preço pago ao produtor têm sido fatores de incentivo à produção interna. O preço da ração reduziu aproximadamente 8,0% comparando 19/18. Pelo lado da oferta via Mercosul, seguimos com limitações devido à menor produção da Argentina e do Uruguai. Pela ótica da demanda, o consumo segue em ritmo de desaceleração, conforme último boletim Focus o PIB de 2019 foi revisado para baixo, atrelado a uma redução na geração de emprego, mesmo assim a perspectiva é de recuperação dos preços.

Produção 19/18

Argentina -8,3 Uruguai -8,7

Fonte: MilkPoint Mercado / Elaboração: IFAG Técnico

Estruturação e Sistematização dos Dados Econômicos do Setor Agropecuário do Estado de Goiás Serviço Nacional de Aprendizagem Rural /AR-GO Tel.: 62 3412-2700 www.senargo.org.br

Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás Tel.: 62 3241-5252 www.ifag.org.br


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