Edição Setembro 2011

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CNTU prepara encontro regional em Goiânia O desenvolvimento e a infraestrutura serão o tema das palestras proferidas durante o evento, marcado para o dia 23 de setembro, na sede do Crea-GO.

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e mais... Senge-GO define seus candidatos para o Sistema Confea/Crea Gerson Taguatinga e Álvaro Cabrini foram apresentados pelo sindicato como a melhor opção para seus afiliados

página 03 Lei do Saneamento nº 11.445 7º Encontro dos Engenheiros do Setor de Saneamento discute principais mudanças no panorama brasileiro e falhas ainda a serem corrigidas na legislação

página 06 Desenvolvimento brasileiro Murilo Pinheiro e Allan Habert, presidente e diretor da CNTU respectivamente, falam sobre a importância dos profissionais portadores de diploma universitário no crescimento do País

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ART

Não deixe de anotar o nome do SENGE-GO na Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), no campo “Entidade de Classe”. É uma contribuição indispensável para o combate do exercício ilegal da profissão e uma importante receita para a nossa entidade manter todos os serviços prestados aos associados. Portanto não esqueça de preenchê-la, lembrando que os profissionais não sindicalizados também devem fazer a anotação. Fonte: Crea-GO


Senge em Notícias

opinião

O desenvolvimento e a infraestrutura do País a partir do Centro-Oeste Allen Habert é engenheiro de produção, diretor da CNTU e coordenador do I Encontro Nacional da entidade

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CNTU está realizando uma série de encontros regionais na preparação do seu 1º Encontro Nacional. O 3º Encontro Regional vai acontecer em Goiânia, dia 23 de setembro, e tem como tema central O desenvolvimento e a infraestrutura, contando com quatro palestrantes muito preparados para apresentar e debater propostas para o desenvolvimento e a ampliação e adequação das redes físicas e dos serviços de infraestruturado País. Nessa cartografia da infraestutura nacional, seria muito positivo, e devemos tentar traçar também o desenvolvimento e a infraestrutura regional, situando, assim, o tema no contexto local. O Centro-Oeste é o meio do Brasil, tendo papel importantíssimo na integração e desenvolvimento do território nacional bem como da América do Sul. Para o desenvolvimento dessa visão regional é muito importante a presença e a participação de todos e de cada um, enriquecendo o repertório das palestras com as realidades e perspectivas locais. Após duas décadas de baixo crescimento da economia brasileira, caracterizado pelo baixo investimento na manutenção e ampliação das redes de infraestrutura, nos últimos anos vimos mudando esse curso, felizmente, tentando recuperar o tempo perdido e dar contas das necessidadesatuais e futuras do País em setores fundamentais como energia, transporte e logística, telecomunicações, saneamento ambiental, recursos hídricos, habitação etc. O Brasil dará um grande salto nesse sentido nos próximos anos, alcançando condições bem superiores de produtividade e competitividade econômica e de qualidade de vida social. Temos tradição em crescimento, pois durante quase 80 anos, a economia brasileira cresceu a taxas bem superiores às atuais. Portanto, sabemos dar saltos e resolver grandes problemas em prazos relativamente curtos de tempo. Se JK fez 50 em 5, nós também podemos fazer o Brasil ser um país bem melhor em 2022, quando comemoraremos 200 anos de independência. Instalar sistemas de engenharia no território nacional demanda por altos investimentos, numa

conta paga por toda a sociedade. É preciso, portanto, que esses investimentos sejam planejados, programados e orientados para promoverem, juntamente, a eficiência econômica,a equidade social, a sustentabilidade ambiental e a diminuição das desigualdades espaciais, afirmando o papel de destaque do Brasil enquanto potência energética, capaz de produzir soluções sustentáveis para o seu desenvolvimento interno, além de colaborador decisivo para o desenho de uma nova ordem mundial. A palestra do professor Marcio Pochman e as intervenções dos participantes nos possibilitarão traçar a cartografia atual e futura da base física do país, bem como dos serviços que a operam, apontando os principais projetos em andamento e previstos, bem como os gargalos e desafios a serem vencidos. Em seguida, iremos nos deter em algumas questões eleitas para orientar os debates ao longo do dia: o saneamento ambiental, com palestra do engenheiro Edson Filizzola; a indústria contemporânea e as tecnologias digitais, com palestra do engenheiro Marcelo Zuffo; e o desafio das megacidades frente às mudanças climáticas, com palestra do físico Oswaldo Massambani. Com um time dessa grandeza e com temas tão candentes sendo debatidos no coração do Brasil e do continente sul-americano, os profissionais reunidos em Goiânia estarão cumprindo o decisivo papel de exercício pleno da cidadania, condição básica para o planejamento do território e do desenvolvimento sustentável. Ao final dos debates, será aclamada a Carta de Goiânia com a síntese das propostas desse encontro a ser encaminhada ao nosso grande encontro nacional que vai acontecer em 18 de novembro, em São Paulo quando os profissionais universitários, representados pela CNTU, vão se expressar sobre o desenvolvimento do País e a política. Excepcionalmente neste mês o presidente do Senge-GO, Gerson Tertuliano, cede seu espaço para expor a opinião de Allen Habert.

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Triênio 2010/2013 Órgão de divulgação do Sindicato dos Engenheiros de Goiás Presidente Gerson Tertuliano Engº Eletricista Diretoria João Batista Tibiriçá Engº Civil Antônio Augusto Soares Frasca Geólogo Cláudio Henrique B. Azevedo Engº Eletricista Argemiro Antônio F. Mendonça Engº Civil José Augusto L. dos Santos Engº Eletricista Caio Antônio de Gusmão Engº Civil Edson Melo Filizzola Engº Civil Marcelo Pontes Pereira Engº Civil Luiz Carlos Carneiro de Oliveira Engº Eletricista João Dib Filho Engº Eletricista Eduardo James de Moraes Engº Civil Marcelo Emilio Monteiro Engº Agrônomo Wanderlino Teixeira de Carvalho Geólogo Conselho Fiscal Eduardo Joaquim de Sousa Engº Civil Antonio Carlos das C. Alves Engº Civil Adelita Afonso Boa Sorte Engº Eletricista Leonardo Martins de C.Teixeira Engº Civil José Luiz Barbosa Araújo Engº Agrônomo Representantes junto à F.N.E Annibal Lacerda Margon Engº Agrônomo Argemiro Antônio F. Mendonça Engº Civil Marcos Rogério Nunes Engº Agrônomo Wanderlino Teixeira de Carvalho Geólogo Jornalista responsável Marla Rodrigues DIAGRAMAÇÃO Vinícius Alves IMPRESSÃO Stylo Gráfica Circulação gratuita entre os associados. Endereço: Av. Portugal nº 482 Setor Oeste, Goiânia-GO Telefones: 3251.8181 / 3251.8967 Email: senge-go@uol.com.br Site: www.senge-go.org.br Todos os artigos e citações aqui divulgadas são de responsabilidade da Diretoria. As matérias assinadas são de responsabilidades dos autores e não correspondem necessiariamente à opinião do Jornal.

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Senge em Notícias Senge-GO anuncia apoio a candidatos do Sistema Confea/Crea eleições

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Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO) definiu a quem apoiar nas eleições do Sistema Confea/ Crea, que acontecem em novembro. Por isso, realizou evento no dia 30 de agosto, na sede do sindicato, para apresentar a seus associados os candidatos que melhor os representam. O presidente do Senge-GO, Gerson Tertuliano, recebeu Gerson Taguatinga, candidato à reeleição da presidência do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (Crea-GO), e Álvaro Cabrini, candidato à presidência do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) para trazerem suas propostas. No evento estiveram presentes personalidades da sociedade goiana, como o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), José Carlos Xavier, o Grafite; o secretário municipal de Planejamento e Urbanismo, Roberto Elias de Lima Fernandes; o presidente interino do Crea-GO, Daniel Demori, entre outros, além do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro. O presidente da CNTU e da FNE fez questão de vir até Goiânia para falar do seu apoio a Álvaro Cabrini. Murilo acredita na competência de Cabrini e diz ser inquestionável o trabalho que ele fez no Crea do Paraná, que serviu de referência para todo o Brasil nos últimos cinco anos. Além disso, Murilo defende que o candidato tem propostas essenciais para os profissionais da área, como a valorização profissional sendo tratada de uma forma mais ampla e o uso da tecnologia na Engenharia. O presidente do Senge-GO, Gerson Tertuliano, se mostrou bastante confiante quanto às escolhas feitas ao apoiar o xará, Gerson Taguatinga, e Cabrini. Durante seu discurso, Tertuliano fez questão de ressaltar a importância do processo eletivo e o respeito do sindicato a todos os candidatos, embora tenha escolhido Taguatinga e Cabrini pelos trabalhos realizados até então e pela confiança que ambos inspiram.

Propostas Gerson Taguatinga foi sucinto durante seu discurso, escolhendo dados para comprovar a importância do trabalho que já fez enquanto

Gerson Tertuliano (à dir.), ao lado de Murilo Celso, apresenta os candidatos Álvaro Cabrini e Gerson Taguatinga, ao lado de Daniel Demori

presidente do Crea-GO. Ele contou que quando se candidatou à presidência do Conselho, três anos atrás, suas principais preocupações eram em relação à valorização profissional e à interiorização do Crea-GO. Ele mostrou quanto o programa de interiorização está consolidado e crescendo. Atualmente são 47 inspetorias regionais em Goiás, fiscalizando e dando apoio aos profissionais. Segundo ele, nenhum engenheiro, arquiteto ou agrônomo precisa andar mais do que 70 quilômetros para estar na inspetoria mais próxima. O reconhecimento do trabalho feito em todo o Estado é o que traz maior valorização profissional à categoria, segundo o que acredita Taguatinga. Com a palavra, Álvaro Cabrini agradeceu o reconhecimento e o apoio, mas quis deixar claro que o trabalho realizado no Crea-PR é referência porque foi feito a partir de ideias de todo o País. Segundo ele, todo exemplo positivo encontrado nos demais estados eram sistematizados e o conhecimento era utilizado com inteligência no Paraná. Durante seu discurso, ele defendeu a otimização dos procedimentos para a atividade-fim dos Crea, que é o processo de fiscalização do exercício profissional. De acordo com Cabrini, é extremamente necessário que os engenheiros utilizem as ferramentas tecnológicas criadas por eles. “Embora pareça óbvio, elas ainda são mal

utilizadas por nós”, explica. Cabrini falou ainda da grande ameaça atual, que é a chegada de profissionais estrangeiros ao País, principalmente com a vinda de dois eventos esportivos de grande porte (Copa do Mundo e Olimpíadas). Segundo ele, os profissionais brasileiros não devem temer a concorrência. “A engenharia brasileira não fica a dever absolutamente nada para nenhum outro País”, enfatiza. Ao final dos discursos, Gerson Tertuliano pediu o comprometimento dos dois candidatos com duas questões sempre debatidas dentro do sindicato: a contribuição sindical e o plano de saúde. Ambos assinaram uma carta de intenções levando em consideração o pedido do presidente do Senge-GO.

Eleições As eleições para presidente do Confea e dos Creas ocorrerá no dia 8 de novembro. O resultado será homologado no dia 20 de dezembro. As datas também valem para as eleições dos conselheiros federais representantes dos grupos profissionais e dos diretores geral e administrativo da Mútua. Para a eleição do conselheiro federal representante das instituições de ensino superior de Engenharia as datas são diferentes. A votação será em 5 de outubro. A homologação do resultado deve ocorrer em 17 de outubro. setembro DE 2011


desenvolvimento

Senge em Notícias

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Goiânia se prepara para receber encontro regional da CNTU A

Murilo Pinheiro lembra que infraestrutura é primordial para o País sediar eventos esportivos

Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) realiza, no dia 23 de setembro, em Goiânia, um amplo debate sobre Desenvolvimento e a infraestrutura. Será o terceiro encontro regional de uma série que a CNTU promove no Brasil, com o objetivo de incentivar a participação dos profissionais de formação universitária no desenvolvimento e na política nacionais. Segundo a confederação, existem mais de 10 milhões de profissionais com diplomas universitários no Brasil. Participam do encontro em Goiânia o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann; o engenheiro civil Edson MeloFilizzola, da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago); o engenheiro e professor da USP, Marcelo KnörichZuffo; e o físico e professor titular do Instituto Astronômico e Geofísico da USP, Oswaldo Massambani. O presidente da CNTU, Murilo Pinheiro, explica que o evento é preparatório para o encontro nacional, agendado para o dia 18 de novembro, em São Paulo, sob o tema Os profissionais universitários, o desenvolvimento do País e a política. Segundo ele, os encontros da CNTU buscam ouvir opiniões e sugestões para questões que abrangem todo o Brasil, de modo a alcançar o País como um todo. A intenção é ter condições de promover discussões que culminem em propostas para a melhoria da qualidade de vida da população. Conforme explicou Murilo, ao fim de cada encontro é feita uma carta, onde são apresentadas propostas levadas para governo. Ideias discutidas com a sociedade organizada, academia, indústria e iniciativa privada, que podem ser aproveitadas em projetos de infraestrutura, economia, saneamento, saúde e ducação. O tema deste ano está fortemente ligado com os eventos para os quais o Brasil se prepara para receber, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

“O crescimento do País devido às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também nos obriga a certos questionamentos”, explica Murilo. Em sua opinião pessoal, agora que as discussões políticas acerca dos eventos esportivos acabaram, as obras estão bem encaminhadas e devem ser entregues ao fim do prazo programado.

Megacidades O professor titular do Instituto Astronômico e Geofísico da USP e um dos coordenadores do C40 São Paulo ClimateSummit 2011, Oswaldo Massambani, vai abordar o tema Os desafios das megacidades frente às mudanças climáticas, durante o encontro regional em Goiânia. O especialista afirma que há um reconhecimento crescente de que o aquecimento global não é apenas um problema para gerações futuras, “assim como não se trata unicamente de uma questão que os governos das cidades podem resolver sozinhos”. Segundo ele, a ação individual é relevante. “As megacidades no mundo estão lançando campanhas públicas que visam conscientizar e incentivar os residentes, empresas e organizações da comunidade para participar de soluções climáticas.” Massambani diz também que a consciência sobre a necessidade de lidar com os efeitos das mudanças climáticas vai além da responsabilidade de governos e organizações não governamentais. “É dependente do cidadão e da cidadã e de seu envolvimento comunitário propositivo e deve ter uma profunda ação no ambiente educacional no fortalecimento das estruturas curriculares que promovam a educação para o desenvolvimento sustentável e forma transversal em todas suas disciplinas. É fundamental que esse tema penetre a capilaridade do sistema educacional brasileiro”, destaca. O professor lembra que a cidade de São Paulo é pioneira na elaboração de uma política municipal de combate às mudanças climáticas, possível graças a uma parceria entre órgãos municipais, profissionais especializados, sociedade civil e institutos. A iniciativa estabelece metas e diretrisetembro DE 2011

Filizzola defenda a universalização dos serviços de saneamento em dez anos

zes para o plano de ação da cidade de São Paulo para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, apontando estratégias nas diversas áreas de atuação da prefeitura. “A Prefeitura de Belo Horizonte também já fez isso. Outras também estão fazendo o mesmo. Seja o município grande ou pequeno, uma política ‘clima-consciente’ deve ser implantada. É fundamental que o engajamento público se dê em todos os mais de 5,5 mil municípios brasileiros.”

Saneamento O engenheiro civil Edson Melo Filizzola, assessor de planejamento da Saneamento de Goiás S/A (Saneago), também proferirá palestra sobre o tema Saneamento ambiental: panorama atual e perspectivas. Na ocasião, ele poderá mostrar os avanços dos serviços de saneamento no País e principalmente em Goiás. Os planos de saneamento, como o Planasa e a Lei nº 11.445 também serão analisados pelo engenheiro, que defende a universalização dos serviços em todo o Brasil em até dez anos – metade do tempo proposto pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), do Ministério das Cidades. De acordo com Filizzola, para a universalização do saneamento no País seriam necessários cerca de R$ 250 bilhões, ou aproximadamente R$ 12,5 bilhões por ano, o que representa apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. “A gente não pode es-

perar esses 20 anos, principalmente porque o PIB brasileiro nunca cresceu tanto quanto nos últimos quatro anos”, defende o engenheiro. Apesar das dificuldades regionais de abastecimento em locais específicos, há um esforço da Saneago em dar prioridade aos trabalhos que visem resolver problemas como no entorno sul do Distrito Federal, com a conclusão do sistema Corumbá, e na Região Metropolitana de Goiânia, com obras complementares do Sistema João Leite. Para Filizzola, o principal desafio da atualidade é fazer com que a infraestrutura de água e esgoto acompanhem o crescimento urbano. Embora ainda existam esses problemas pontuais, Goiânia é a 14ª cidade com maior abrangência dos serviços de saneamento, dentre os municípios com mais de 300 mil habitantes. Quando comparada apenas com as capitais, Goiânia ocupa o 4º lugar, atrás apenas de Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Como principais desafios do Estado, Filizzola cita a perenidade dos investimentos e a universalização dos serviços de saneamento. Ele cita ainda a dificuldade em equacionar tarifas, subsídios e regulação do sistema, além da falta de mão de obra de qualidade para profissionalizar o atendimento. Por fim, menciona a segurança no abastecimento de água, em relação a possíveis racionamentos, o uso eficiente da água e da infraestrutura, além de uma discussão séria sobre a carga tributária e os encargos nas tarifas. Tudo isso será colocado durante os painéis e palestras do evento.

Serviço O encontro regional da CNTU em Goiânia tem o apoio da Federação Nacional dos Economistas (Fenecon), da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO); além dos sindicatos regionais: Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO), Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Sindicato dos Odontologistas do Estado de Goiás (Soego), Sindicato dos Farmacêuti-

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cos no Estado de Goiás (Sinfar-GO) e Sindicato dos Economistas do Estado de Goiás. Marcado para o dia 23 de setembro, das 9 horas às 18 horas, o evento será promovido na sede do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-GO), situada na Rua 239, nº 585, no Setor Universitário. As inscrições são gratuitas e abertas para o público em geral.

Programação 9h 9h30

Abertura dos trabalhos Desenvolvimento e infraestrutura econômica e social, Marcio Pochmann - economista, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 10h30 Saneamento ambiental: panorama atual e perspectivas, Edson Melo Filizzola - engenheiro civil com especialização em saúde pública, planejamento e gerenciamento de recursos hídricos, assessor de planejamento da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago). 11h30 Debate 12h30 Intervalo para almoço 14h Indústria no século XXI, inteligência e tecnologias digitais, Marcelo KnörichZuffo - engenheiro eletricista, professor livre-docente da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP); coordenador do Grupo de Computação Visual e Meios Eletrônicos Interativos do Laboratório de Sistemas Integráveis. 15h Os desafios das megacidades frente às mudanças climáticas, Oswaldo Massambani - físico, PHD em Ciências Atmosféricas, professor titular do Instituto Astronômico e Geofísico da USP e um dos coordenadores do C40 São Paulo Summit 2011. 16h Debate 17h Discussão e aprovação da Carta de Goiânia 18h Encerramento setembro DE 2011


Senge em Notícias 06 Encontro de engenheiros discute a Lei do Saneamento

evento

Senge em Notícias s i a n o i s s Os profi o e s o i r á t i ers

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CNTU

univ o t n e m i v l o desenv

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Bancada de abertura do evento: "É preciso levar discussão para outras áreas da sociedade"

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omo forma de discutir as perspectivas para o saneamento e para as empresas estaduais à luz da Lei do Saneamento nº 11.445/2007, profissionais e entidades se reuniram no dia 30 de agosto para o 7º Encontro dos Engenheiros do Setor de Saneamento. Realizado no auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (Crea-GO), o evento foi uma realização da Associação dos Engenheiros da Saneago (Ases), da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO), com o apoio da Saneago, do Crea-GO e do Clube de Engenharia de Goiás. Na bancada de abertura do encontro estiveram o presidente do Senge-GO, Gerson Tertuliano; o diretor administrativo da Saneago, Mauro Henrique Barbosa; o presidente da Abes-GO, Mário Cézar Guerino; o presidente da Ases, Áttila Moraes Jardim Júnior; o presidente em exercício do Crea-GO, Daniel Demori; e o representante do Clube de Engenharia, Marcos Teixeira. Durante os discursos de abertura, o principal ponto foi a restrição das discussões acerca do tema saneamento, que acabam ficando sempre entre os engenheiros que trabalham nesta área. Todos fizeram questão de enfatizar a importância da divulgação desses debates entre os mais diversos setores da sociedade, como forma de ampliar os pontos de discussão e conscientizar mais pessoas sobre a urgência da definição de alguns tópicos. Presidente da Ases, Áttila explicou que

o evento visa trazer à tona assuntos que se arrastam há anos, mas cuja resolução vem sendo esquecida tanto pelos governantes como pelos profissionais que lidam diretamente com o tema. Ele citou ainda a eterna queda de braço entre os governos estaduais e municipais, já que ainda não está definida de quem é a competência quando o assunto é saneamento no País. Durante a manhã houve duas palestras. A primeira sobre O desenho institucional do Setor com a promulgação da Lei do Saneamento, proferida por Elizabeth Costa de Oliveira Góes, jornalista e advogada com especialização em Direito do Consumidor e da Concorrência. Em seguida, Ricardo Pinto Pinheiro falou sobre os Aspectos econômicos que fundamentaram a Lei do Saneamento. Ricardo é mestre em Sistemas Elétricos de Potência , consultor em energia, recursos hídricos e saneamento básico, além de ex-diretor presidente da Agência Reguladora das Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa). Em seguida, ambos participaram de mesa redonda presidida pelo presidente da Ases, Áttila Moraes. À tarde, Humberto Satio Kanomata falou sobre A contabilidade gerencial e sua relevância no novo cenário do setor de saneamento. Ele é bacharel em Ciências Contábeis e participou da elaboração do Manual de Contabilidade das Companhias Estaduais de Saneamento Básico, em 2009. Em seguida foi discutida a Gestão de empresas de economia mista em mercados competitivos, com palestra de Francisco Ferreira Nunes, administrador de empresas e diretor-presidente

da Business Consultoria. A última palestra foi sobre Novos desenhos institucionais do setor de saneamento no Brasil, com Cassilda Teixeira Carvalho, presidente da Abes. Ao final das exposições, todos participaram de uma mesa redonda presidida pelo presidente da Abes-GO, Mário César Guerino. O principal ponto debatido durante o encontro foi a questão da competência, sobre a responsabilidade dos serviços de saneamento no País: se dos municípios ou dos estados. A discussão já é de conhecimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que julga uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) do Rio de Janeiro e outra da Bahia, que tentam definir a competência da prestação de serviços de saneamento em seus respectivos estados. As principais discussões dos ministros são em torno do uso das águas, que são de domínio federal e estadual – nunca municipal – e ainda sobre as questões ambientais, já que as águas podem ser captadas em um município, mas despejadas em outro. Além das características regionais, são analisados ainda os pontos de caráter econômico. Existe uma preocupação no STF para evitar que as grandes empresas engulam aquelas que prestam serviços para pequenos municípios. Para Elizabeth e os demais palestrantes, a principal vantagem do advento da Lei nº 11.445/2007 foi estabelecer regras que obriguem a inserção de atividades de planejamento, regulação e fiscalização. Segundo eles, a partir disso e com a definição legal da competência, as discussões poderão avançar para questões mais complexas. setembro DE 2011

Brasil conta com uma riqueza, infelizmente, ainda pouco avaliada: mais de 10 milhões de profissionais portadores de diplomas universitários. É pouco? É pouco se levamos em conta a necessária universalização da educação superior não apenas para formar trabalhadores e sim, também, engendrar espíritos críticos, criativos, capacitados a lidar com os crescentes desafios da sociedade do relacionamento e do conhecimento. Mas é muito se considerados os esforços sociais e pessoais e a potência que há em cada indivíduo que conseguiu superar as dificuldades para se atingir esse grau de formação. Trata-se de uma elite cultural e profissional num país que valoriza pouco a educação. Com a maturidade democrática em curso no país, as camadas médias entenderam que deveriam sair das arquibancadas e voltar a entrar em campo. Unindo, numa primeira etapa, engenheiros, economistas , médicos, odontólogos, farmacêuticos e nutricionistas, foi criada, em 2006, a CNTU - Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados, não só para ser uma entidade de defesa e articulação dos interesses das camadas médias universitárias que representa , mas também para mobilizar e valorizar cada portador de diploma de ensino superior em prol do desenvolvimento sustentável das profissões e da população brasileira. A maioria dos profissionais universitários,

Allen Habert é engenheiro de produção e diretor de articulação nacional da CNTU

Murilo Celso de Campos Pinheiro é engenheiro elétrico e presidente da CNTU

ou seja, cerca de 10% da PEA é parte das camadas médias e portadora de sensibilidades e conhecimentos que lhe permite tecer laços mais solidários entre esses segmentos sociais e a grande maioria do povo brasileiro. Esses profissionais desejam construir uma agenda civilizatória no Brasil que certamente passa pela defesa das atividades produtivas, redistribuição da renda e democratização das estruturas de poder, produção e consumo. Perseguindo esses objetivos, está sendo realizado o I Encontro da CNTU com seminários preparatórios em quatro capitais (Maceió, Vitória, Goiânia e Porto Alegre) a culminar em grande encontro nacional em São Paulo, em novembro deste ano, para aprovar uma plataforma de proposições a ser conquistada. A temática central é Os profis-

sionais universitários, o desenvolvimento brasileiro e a política, reunindo eixos temáticos de grande importância para os profissionais e a sociedade brasileira: 1) emprego, requalificação profissional e inovação; 2) reforma da administração pública, serviços públicos e aposentadoria; 3) desenvolvimento e infraestrutura; 5) comunicação e cultura. Cada um dos temas é abordado na perspectiva de construção de uma sociedade sustentavelmente desenvolvida. Portanto, não se debatem apenas interesses corporativos. A compreensão é bem mais ampla e socialmente construtiva: o que podemos e devemos fazer para desenvolver o País. Somente conquistaremos nosso pleno desenvolvimento individual e social quando desenvolvido e forte for o Brasil e seu povo.

Serviços oferecidos pelo Senge Atendimento odontológico • Adultos Atendimento às quintas-feiras, mediante agendamento prévio com Idália pelo telefone 3251-8181. • Crianças e adolescentes (Prevenção odontológica) Atendimento todos os dias, mediante agendamento prévio com Idália pelo telefone 3251-8181.

• Convênio odontológico Oferecemos convênio em todas as especialidades odontológicas.

Convênio Médico Unimed Oferecemos convênio em todas as especialidades médicas, dentro do plano de saúde firmado junto à Unimed. • Convênio com laboratórios médicos • Assistência Jurídica Trabalhista Os atendimentos serão realizados com tabela própria

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FNE

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Estudante trata água com

energia solar Por Lucélia Barbosa

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riar uma alternativa para purificar recursos hídricos coletados em represas, nascentes, bicas ou córregos por comunidades carentes que não têm acesso a saneamento básico foi o que motivou o estudante de engenharia elétrica, Leonardo Lira, do IFG (Instituto Federal de Goiás), campus Jataí, a desenvolver um sistema que usa apenas a luz do sol para cumprir essa tarefa. Chamado de desinfecção por radiação solar, o método elimina bactérias, vírus e substâncias que fazem mal à saúde humana e garante boa qualidade da água do ponto de vista microbiológico. “O sistema não faz efeito em água contaminada por esgoto. Nesse caso, seria necessário um tratamento residual com cloro, flúor e outros produtos químicos”, explica o estudante de 20 anos. Ele conta que a tecnologia consiste em um coletor solar, confeccionado com madeira, papel alumínio e vasilhame Pet de dois litros. Para desenvolver o equipamento, Lira utilizou cinco paletas de madeira que foram revestidas com o alumínio. Com esse material, montou uma caixa sem tampa de aproximadamente um metro quadrado com as laterais abertas e inclinadas. “Finalizado o concentrador solar, o próximo passo foi pintar as quatro garrafas até a metade de preto fosco, visando um melhor aproveitamento dos raios ultravioleta. Depois de secas, enchemos os vasilhames com a água retirada das nascentes e deixamos em exposição ao Sol por seis horas. Durante esse período, a água atingiu uma temperatura de 70 graus Celsius, e, aquecida, eliminou 100% das bactérias e vírus presentes”, relata. Conforme o estudante, cerca de 80% das doenças no mundo, como cólera, febre tifóide e disenteria, estão associadas à contaminação da água. “Acabar com essas bactérias é colaborar diretamente com a saúde e com a qualidade de vida das pessoas que não possuem água tratada e encanada”, acredita.

Entre as vantagens do sistema, o futuro engenheiro destaca o baixo custo dos materiais, a facilidade de obtê-los, a retirada de garrafas Pet do meio ambiente e a durabilidade do concentrador, que é de cinco anos. “Além disso, o processo não utiliza energia elétrica e ainda eliminamos o uso de gás, já que a água não precisa passar por fervura para ser consumida”, ressalta Lira, dizendo que o foco do trabalho é também incentivar o uso de energia limpa. Ainda segundo ele, atualmente existem diversas tecnologias que melhoram a qualidade da água, no entanto, são sofisticadas e caras, o que torna inviável a sua aplicação para pequenas comunidades.

Confiabilidade A tecnologia foi testada em uma dessas comunidades, que faz parte do assentamento Piá Rio Claro, no próprio município de Jataí, em Goiás. Foram definidos quatro pontos de coleta para cada vasilhame Pet – uma represa, duas nascentes e um córrego que representavam as principais fontes de captação de água para abastecimento das famílias. De cada amostra, foram retirados 200 ml do líquido e levados ao laboratório da empresa Saneago (Saneamento de Goiás S/A), que pré-analisou a água, descrevendo as impurezas e quantificando em tabela a ocorrência de coliformes fecais e de organismos que fazem mal à saúde humana. “Após seis horas ao Sol, coletamos novas amostras do líquido e levamos para a companhia de saneamento, que comprovou a eliminação de 100% das bactérias presentes antes da ação do sistema”, explica Lira, ressaltando que a água pode ser bebida depois de esfriar naturalmente. Além de criar a solução, o estudante se reuniu com os moradores do assentamento para falar sobre fontes de captação, tratamento

e qualidade de água para o consumo, apresentar dois coletores solares e ensiná-los a montar e usar os equipamentos. “A ideia é que o sistema seja utilizado em breve no dia a dia dessas pessoas. O objetivo é conscientizá-las de que, com pouco dinheiro, é possível melhorar muito a qualidade da água consumida e evitar doenças”, salienta Lira. Ele está ainda organizando uma cartilha para disseminar a informação na comunidade. Para a coordenadora do projeto, Kênia Alves Pereira Lacerda, professora e pesquisadora do IFG, o sistema desenvolvido pelo estudante é relevante em vários aspectos, principalmente porque tem como público-alvo famílias que vivem no meio rural, muitas vezes sem energia elétrica e nenhuma opção de tratamento de água e também por conseguir provar a sua eficácia nas condições locais. Outro fator importante, pondera, é o incentivo à inovação. “Os alunos envolvidos nesse tipo de projeto passam a pesquisar, desenvolver métodos e colocá-los em prática. E isso é fundamental para o Brasil”, opina. De acordo com Lacerda, a próxima etapa do trabalho visa aperfeiçoar o coletor solar através de uma melhor captação e concentração da radiação responsável por toda a eficiência do método.

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www.

fne.org.br

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