O bom momento dos geólogos
N
o dia 30 de maio é comemorado internacionalmente o Dia do Geólogo. Regulamentada no Brasil em 1962, a profissão é fiscalizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) e dividida em diversas áreas de trabalho, tais como paleontologia, petrologia, pesquisa mineral, geologia de petróleo, hidrogeologia, geotécnica, geoquímica, geofísica, geologia marinha e geologia ambiental. Nesta edição do Senge em Notícias, o geólogo e diretor do Senge-GO Antonio Augusto Soares Frasca fala sobre o bom momento profissional por que passa a Geologia em âmbitos regional e nacional.
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Goiânia vai ter o Bus Rapid Transit
À
frente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia (CMTC) desde o início deste ano, engenheiro civil José Carlos Xavier, conhecido como Grafite, diz que a prioridade de sua gestão será priorizar o transporte coletivo como forma de solucionar o problema crônico do trânsito na Capital. Alternativas modernas são a aposta da CMTC.
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ART Não deixe de anotar o nome do SENGE-GO na Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), no campo “Entidade de Classe”. É uma contribuição indispensável para o combate do exercício ilegal da profissão e uma importante receita para a nossa entidade manter todos os serviços prestados aos associados. Portanto não esqueça de preenchê-la, lembrando que os profissionais não sindicalizados também devem fazer a anotação. Fonte: Crea-GO
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PALAVRA DO PRESIDENTE
Senge em Notícias
Precisamos da meritocracia nas empresas
O
Governo de Goiás está implantando versas daquelas que estão assumindo. na administração pública a figura do Nos níveis gerenciais de 3º escalão e daí gestor público, escolhido por mérito e para baixo, a situação fica mais seria: as gecompetência, acompanhando as transformarências se perpetuam no poder e, quando são ções ocorridas nos últimos anos, em que o traabertas vagas, estas são indicadas por meio to da coisa pública deve acompanhar o modede grupos de poder formado. A circunstância lo da iniciativa privada. Aplaudimos a iniciativa leva ao desestímulo dos demais servidores, do governador Marconi Perillo, que não veem possibilidade que demonstra com esta atitude ascensão nos quadros da de a busca da eficiência, eficáempresa, e a realidade acacia e excelência dos serviços – ba levando a produção a se fatores que devem caracterizar apresentar insatisfatória. a gestão pública. O Sindicato dos EngenheiA competência é um conjunros parabeniza a implantação to de conhecimentos, habilidadesta nova prática de escolha des, atitudes e comportamentos de comandos no governo esmanifestados no desempenho tadual e espera que a atitude das atividades, que se caracterealmente válida se estenda a rizam entre outros atributos por Gerson Tertuliano toda administração do Estado “saber fazer” e “querer fazer”, Engenheiro Eletricista e de Segurança de Goiás, de tal sorte que os cujo resultado contribui para a do Trabalho e Presidente do Senge-GO ocupantes de cargos diretivos gestão da empresa. e gerenciais tenham a capaciAtualmente, temos nos deparado com dade de liderar as equipes que possuem, moadministrações, em geral, que são dirigidas tivando-as por meio de valorização profissional por gestores despreparados para a função a fim de recuperar suas importantes empresas gerencial. Funcionários que, mesmo tendo a e atingir os objetivos das instituições. Dessa característica do “querer fazer”, não possuem forma, poderá se transformar a administração o contraponto do “saber fazer” – e vice versa pública em um serviço de qualidade digno de –, geralmente por emergirem de atividades ditoda a sociedade goiana.
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Triênio 2010/2013 Órgão de divulgação do Sindicato dos Engenheiros de Goiás Presidente Gerson Tertuliano Engº Eletricista Diretoria João Batista Tibiriçá Engº Civil Antônio Augusto Soares Frasca Geólogo Cláudio Henrique B. Azevedo Engº Eletricista Argemiro Antônio F. Mendonça Engº Civil José Augusto L. dos Santos Engº Eletricista Caio Antônio de Gusmão Engº Civil Edson Melo Filizzola Engº Civil Marcelo Pontes Pereira Engº Civil Luiz Carlos Carneiro de Oliveira Engº Eletricista João Dib Filho Engº Eletricista Eduardo James de Moraes Engº Civil Marcelo Emilio Monteiro Engº Agrônomo Wanderlino Teixeira de Carvalho Geólogo Conselho Fiscal Eduardo Joaquim de Sousa Engº Civil Antonio Carlos das C. Alves Engº Civil Adelita Afonso Boa Sorte Engº Eletricista Leonardo Martins de C.Teixeira Engº Civil José Luiz Barbosa Araújo Engº Agrônomo Representantes junto à F.N.E Annibal Lacerda Margon Engº Agrônomo Argemiro Antônio F. Mendonça Engº Civil Marcos Rogério Nunes Engº Agrônomo Wanderlino Teixeira de Carvalho Geólogo Jornalista responsável Sarah Mohn DIAGRAMAÇÃO Vinícius Alves IMPRESSÃO Stylo Gráfica Circulação gratuita entre os associados. Endereço: Av. Portugal nº 482 Setor Oeste, Goiânia-GO Telefones: 3251.8181 / 3251.8967 Email: senge-go@uol.com.br Site: www.senge-go.org.br Todos os artigos e citações aqui divulgadas são de responsabilidade da Diretoria. As matérias assinadas são de responsabilidades dos autores e não correspondem necessiariamente à opinião do Jornal.
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comemoração
Senge em Notícias
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Maio: mês dos
geólogos N
o dia 30 de maio é comemorado internacionalmente o Dia do Geólogo. Regulamentada no Brasil em 1962, a profissão é fiscalizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) e dividida em diversas áreas de trabalho, tais como paleontologia, petrologia, pesquisa mineral, geologia de petróleo, hidrogeologia, geotécnica, geoquímica, geofísica, geologia marinha e geologia ambiental. Nesta edição do Senge em Notícias, o geólogo e diretor do Senge-GO Antonio Augusto Soares Frasca fala sobre o bom momento profissional por que passa a Geologia em âmbitos regional e nacional.
Mercado de trabalho Existe déficit de profissionais na área de Geologia. Isso é ponto pacífico. Se o Brasil – tanto governo, quanto empresas privadas – necessitassem cumprir todas as suas metas e projetos, em relação à área de Geologia, faltariam geólogos. Atualmente, só há geólogo desempregado no mercado porque quer. Os salários são relativamente bons, tanto para os profissionais que ingressam no mercado, como para os que possuem mais experiência. Não ocorre como em outras áreas técnicas à importação de profissionais, pois se isso acontece é pouco. As empresas, principalmente as privadas que atuam no País, geralmente, têm sob coordenação geólogos sêniores e consultores externos, especialmente as empresas que lidam com ouro e diamante. Mas essa realidade não é da massa que trabalha, e sim dos cargos de chefia, consultores ou coordenadores internacionais de projetos. De qualquer forma, falta profissional no mercado, pois a demanda em Geologia é grande e passa por duas vertentes: em relação ao próprio recurso natural, pois as commodities minerais estão com valor elevado no mercado. Todos os metais base tiveram elevação no preço, especialmente pelo fato de o Brasil ser exportador dessas commodities.
Essa vertente mineral também gera uma questão, uma vez que o Brasil deveria, ao invés exportar esses minérios em bruto, manufaturá-los aqui agregar valor, e não apenas vendê-lo como matéria-prima bruta, questão esta discutida atualmente na Câmara Federal. Outra vertente da Geologia que possui muito campo é a parte ambiental. Atualmente, tem ocorrido no Brasil com muita frequência série de situações de riscos naturais, como inundações e assoreamento de rios, acidentes em áreas de risco, deslocamento de encostas etc. Para que esses problemas sejam amenizados é preciso haver vontade política, responsabilidade da administração pública e projetos técnicos em que geólogos, engenheiros e geotécnicos possam atuar evitando ou diminuindo tais riscos. O campo é muito vasto.
Acordo Coletivo de Trabalho na CPRM O Acordo Coletivo de Trabalho celebrado entre os sindicatos, as federações sindicais e a Serviço Geológico do Brasil (CPRM) já ocorre há 25 anos. Ele tem garantido ao trabalhador série de benefícios, além dos que estão na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Este acordo possui uma metodologia e se inicia sempre dentro das Associações de Empregados da CPRM, mas com apoio e coordenação de alguns sindicatos. Após elaborada uma pré-pauta do acordo em cada unidade regional da empresa, é feita uma reunião anual entre todas as associações em um local pré-determinado, onde são discutidos assuntos de interesse dos trabalhadores e formuladas as cláusulas para elaboração do Acordo. Na última reunião, realizada em Porto Velho, de 11 a 15 de
Aspecto do Pit da Mineração Maracá, Grupo Canadense Yamana Gold Inc no município de Alto Horizonte. Mineração de ouro – fevereiro de 2011
abril, nós enviamos um delegado da nossa associação, filiado ao Senge-GO, e custeado pelo sindicato, para defender os interesses dos técnicos lotados em Goiás. Todas as unidades da CPRM, que hoje possui mais de 1200 funcionários, montam sua demanda de solicitações dos funcionários, ajustes de cláusulas ou inserções de cláusulas novas, e até retirada de itens que não devam constar no acordo coletivo. Essa pauta unificada é entregue aos sindicatos para que, antes da data base, que é a partir de 1º de julho, inicie-se o processo de negociação, que é feito entre os sindicatos e uma comissão indicada pela direção da empresa para liderar as negociações.
Senge-GO na luta dos geólogos São vários os sindicatos que fazem parte do Acordo Coletivo, pois são várias as categorias profissionais que existem dentro da CPRM. Mas o principal que nos representa, do ponto de vista da parte técnica, é o Sindicato dos Engenheiros de Goiás e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). A grande importância do sindicato é estar, desde o início do processo, com coordenação, apoio, ajuda nas assembleias de empregados, indicando sempre alguém com maior experiência para elaboração e condução deste processo e também a própria negociação do acordo com a empresa. São no final os Sindicatos que possuem o direito legal de representar e negociar pelos trabalhadores o acordo coletivo junto às empresas. Lutamos em prol de ganhos salariais, ganhos em saúde, na nossa valorização profissional e benefícios sociais que possam vir a favor dos empregados e de suas famílias. maio DE 2011
Senge em Notícias 04 ART Senge-GO perde um Nova entra em vigor companheiro de luta em junho notas
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Sindicato dos Engenheiros de Goiás lamenta o falecimento de seu filiado engenheiro eletricista Haiti de Almeida Simões (foto), ocorrido em 27 de abril. Casado com Soraia e pai de dois filhos, Mércia e Júnior, Haiti era funcionário da Celg, empresa em que prestou diversos serviços relevantes. Como superintendente de Apoio e Serviços, foi o responsável pela execução de várias obras da Celg, com destaque para o moderno Clube da Celg e a Superintendência de Suprimentos, que engloba a sede administrativa e as estruturas de armazenamento da empresa. Como líder e desportista, sempre foi o idealizador do time de futebol da área de
Distribuição da Celg. Sua equipe sempre foi conhecida como “Time do Haiti”, que não apenas participava dos torneiros internos no antigo clube da Rua 90, como também viajava pelo interior de Goiás e por outros Estados, como Mato Grosso e Pará. Além de líder no futebol, Haiti era exemplo de conduta para os demais colegas, aconselhando, amparando e ajudando os demais em todo tipo de problema. Em festas, confraternizações ou quaisquer eventos públicos, era impossível ver Haiti sem sua companheira. Sempre sorridente, era o porto seguro para sua família. O companheiro Haiti deixa um exemplo de vida e muita saudade aos que por aqui ficam.
Benefícios para o profissional contratado
A ART confere legitimidade documental e assegura, com fé pública, a autoria, a responsabilidade e a participação técnica em cada obra ou serviço a ser realizado, podendo ser utilizada, inclusive, como comprovante de prestação de serviço, garantindo o direito à remuneração. Além disso, possibilita construir o acervo técnico, critério de grande valor no mercado que resguarda o profissional de eventuais litígios jurídicos.
Benefícios para o contratante Para o contratante – particulares ou órgãos públicos – a ART tem caráter preventivo. O instrumento confere mais segurança na medida em que demonstra com precisão as características dos serviços contratados e assegura que eles sejam realizados por profissional habilitado.
Benefícios para a sociedade A ART resguarda a sociedade de profissionais inabilitados ou daqueles que exercem ilegalmente a profissão. Além disso, impossibilita a utilização ilegal de acervo técnico em processos licitatórios, garantindo que as obras ou serviços públicos – que têm por fim a melhoria da qualidade de vida da sociedade – sejam feitos com segurança técnica.
Serviços oferecidos pelo Senge Atendimento odontológico • Adultos Atendimento às quintas-feiras, mediante agendamento prévio com Idáliapelo telefone 3251-8181. • Crianças e adolescentes (Prevenção odontológica)
Atendimento todos os dias, mediante agendamento prévio com Idáliapelo telefone 3251-8181.
• Convênio odontológico Oferecemos convênio em todas as especialidades odontológicas.
Convênio Médico Unimed Oferecemos convênio em todas as especialidades médicas, dentro do plano de saúde firmado junto à Unimed. • Convênio com laboratórios médicos • Assistência Jurídica Trabalhista Os atendimentos serão realizados com tabela própria
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projeto
Senge em Notícias
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CMTC aposta no
Bus Rapid Transit À frente da pasta, o engenheiro José Carlos Xavier, o Grafite, diz que a prioridade de sua gestão será priorizar o transporte coletivo como forma de solucionar o problema crônico do trânsito na Capital
Modelo do sistema de Bus Rapid Transit (BRT)
O
presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia (CMTC), José Carlos Xavier, e o dirigente da Unidade Gestora do Programa de Transportes da Região Metropolitana de Goiânia, Ubirajara Abud, apresentaram em 1º de abril o projeto de implantação do corredor Norte-Sul ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. A linha exclusiva para ônibus que ligará os terminais Veiga Jardim, em Aparecida, ao Recanto do Bosque, na Região Noroeste da capital, passando pelosterminais Cruzeiro e Izidória, faz parte das ações que estão sendo viabilizadas pela gestão do presidente à frente da CMTC. Engenheiro civil especialista em Planejamento de Transporte, Grafite – como é conhecido – explicou, em entrevista ao Senge-GO, que sua missão à frente da CMTC passa por duas vertentes: gerir o transporte público da região metropolitana de Goiânia e investir em melhorias das condições das redes de transporte, englobando uma visão estratégia que acompanhe o desenvolvimento das cidades. “O trânsito é um problema crônico de todas as cidades brasileiras, pois está ligado diretamente a demandas do transporte público, como aumento da frota, alimenta-
ção, congestionamentos, atrasos, quedas de velocidade e crescimento exponencial das cidades. Por isso, todos os nossos projetos estratégicos estão voltados para priorização do transporte coletivo no trânsito.” Segundo Grafite, a curto prazo estão sendo desenvolvidos projetos que respondam à necessidade dos cidadão, como corredores exclusivos, terminais de integração adequados, boa qualidade dos pontos de parada dos transportes, maior acessibilidade, disponibilidade de novas linhas de ônibus e revitalização dos eixos Norte-Sul e Leste-Oeste. No Leste-Oeste, o presidente pontua que haverá renovação total da frota de veículos até o final deste ano; reforma de todos os terminais de integração e extensão da linha até o Terminal Vera Cruz pela GO060 e pela GO-070 até a Vila Mutirão. A implantação do chamado Bus Rapid Transit (BRT) na extensão do perímetro Norte-Sul é um projeto que será desenvolvido a médio prazo, antecipa Grafite. De acordo com o presidente, trata-se de um conceito de prioridade para ônibus no trânsito. Orçado em R$ 203 milhões – com exceção da frota, que ficará a cargo das empresas – o projeto terá 27 km de extensão e 40 pontos
José Carlos Xavier, o Grafite, presidente da CMTC
de parada. A previsão é que seja entregue em 2012, com recursos financiados pela Corporação Andina de Fomento (CAF) e contrapartida da prefeitura de Goiânia. Outra novidade para o transporte público é a previsão de que sejam encaminhados a Goiânia recursos no valor de R$ 430 milhões referentes à segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). O montante deve ser dividido pela metade e aplicado no projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), direcionado à renovação do Eixo Anhanguera, e nos terminais de integração geridos pela CMTC. No total, estima-se que a verba do PAC 2 contemple 100 km de vias arteriais por onde atualmente passam os ônibus. “O governo do Estado de Goiás e de Goiânia estão unificados na construção de uma rede de transporte coletivo capaz de organizar o transporte público na cidade”, afirma Grafite. maio DE 2011
opinião
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O Geólogo Por Antonio Augusto Soares Frasca*
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dia do Geólogo é comemorado internacionalmente no dia 30 de maio. A profissão foi regulamentada no Brasil, em 1962, e é fiscalizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. A atividade profissional do Geólogo possui, apesar de pouco entendida pela grande maioria das pessoas, assim como das demais profissões da área, uma forte relação com o dia a dia e com a qualidade da vida humana, no planeta e em nossa própria condição de existência. Neste sentido, podemos dividir os grandes campos da atuação geológica em três grandes vertentes: • Mapeamento Geológico e Exploração de Recursos Minerais – é apresentado pelos profissionais da área como o ramo mais nobre da profissão. É o estudo direto de como se formam as rochas, seus ambientes genéticos e a formação de jazidas minerais de interesse do homem. Toda civilização que se estabeleceu com sucesso, sua história e evolução, sem exceção, teve como base a incessante procura e domínio dos metais e dos recursos naturais finitos. Metais, tais como ferro, manganês, cobre, cobalto, estanho, cromo, níquel, urânio, alumínio, ouro, prata, e não metais, como carvão mineral, petróleo, água subterrânea, calcário, areia e brita para construção, argila para cerâmica etc, possuem importância vital para desenvolvimento humano. Para isto, o Geólogo é o profissional treinado para localizar estes recursos na natureza. Ele os avalia técnica e economicamente, planeja, juntamente com o Engenheiro de Minas, sua exploração e posterior recuperação ambiental da área afetada. • Fenômenos Geológicos Naturais – no âmbito do qual o Geólogo investiga fenômenos associados à dinâmica geológica planetária, como terremotos, maremotos, vulcanismos, variações térmicas e suas consequências, processos regionais de desertificação, escorregamentos e avalanches naturais, definindo cuidados e providências que devam ser tomados pelo homem para evitar ou reduzir ao máximo os danos ou perdas materiais e humanas que esses fenôme-
nos possam causar; • Geologia de Engenharia, dentro da qual o Geólogo estuda as interferências do humanas sobre o meio físico geológico. Nesta vertente, onde a geotécnica tem fundamental importância, a principal questão surge quando das obras de engenharia, pontes, túneis, barragens, hidrelétricas, estradas e demais obras civis não levam em consideração os aspectos geológicos, cuja inobservância pode inviabilizar ou colocar grandes empreendimentos em risco.
Desafio e Paradoxo Moderno Vivemos em um mundo cujas necessidades humanas, sejam sociais ou materiais, aumentam de forma excessiva. A este acréscimo de demandas equivale um aumento em consumo. Compramos e despendemos de bens manufaturados, aos quais não nos perguntamos sua origem e de que forma foram feitos e obtidos. Consumimos bens materiais (carros, eletrônicos, eletrodomésticos etc), alimentos, energia, combustível, em suma, recursos naturais finitos – na maioria oriundos de matérias-primas advindas da mineração. Ao passo que se exerce o consumo de bens, a sociedade atual demanda pressão em defesa do meio ambiente, criando normas e leis, condicionando o acesso a áreas. Basta notarmos hoje as regulamentações, os novos códigos tão discutidos de mineração e florestal. O paradoxo se choca em nossa cultura, onde assistimos a filmes que evocam a defesa do meio ambiente, de civilizações escravizadas e mostram os recursos naturais vitais para sobrevivência e sua obtenção como vilãs ou como um mal necessário. Nisto, entre a pressão de abastecer uma sociedade de consumo e uma mesma sociedade que não se apercebe que seus viveres saem do próprio subsolo, nasce o dilema entre consumo, desenvolvimento e sustentabilidade. O Geólogo, responsável pelas descobertas, tem ciência da questão, pois sabe que a própria sociedade que critica é a mesma que cobra pelos recursos e sua qualida-
de de vida. Essa polêmica é o que torna a profissão de relevante importância nos dias de hoje e forma o grande desafio para os ingressos a esta profissão.
Geologia e o Futuro Ao seguir a tendência global, a valorização das commodities minerais, insumos agrícolas e energéticos, bem como a maior atuação na área ambiental, ou no tocante ao crescimento urbano e ingresso humana em áreas de risco, o mercado para o profissional geólogo vislumbra uma tendência positiva. O geólogo deve neste sentido perceber o grau de importância, em termos socioeconômicos, que não apenas os recursos geológicos – não renováveis – assumem vital importância na sociedade atual, como também seu próprio reconhecimento e identidade, enquanto profissional, ser mais bem entendida. Novos campos se abrem, como geoturismo, zoneamentos econômicos-ecológicos, questões hídricas (água subterrânea). Questões que seguirão na observação dos geocientistas, como os processos do sistema Terra, a busca e gerenciamento de recursos energéticos e minerais e a preocupação incessante e redução de desastres naturais. No futuro, não distante, tal quais os visionários contos de ficção cientifica mostra, o homem tornará o conto em realidade. Disciplinas de Geologia Planetária são hoje lecionadas não só no intuito de entendimento da formação do sistema solar, mas também de novos campos futuros para mineração humana. *Antonio Augusto Soares Frasca é geólogo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre em Sensoriamento Remoto também pela UFRGS, doutorando em Geologia Regional pela Universidade de Brasília (UnB), gerente regional de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em Goiás, e diretor do Senge-GO
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notas
Senge em Notícias
Senge-GO realiza S1aºnFeóarmume de nto
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1º Fórum de SaBásico e neamento BáGestão sico e Gestão Ambiental será realizado Ambiental em 7 de junho, no Auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (Crea-GO), em Goiânia, a partir das 8 horas. Realizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO), com apoio da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental seção Goiás (Abes-GO), da Associação dos Engenheiros da Saneago (Ases) e do Crea-GO, o Fórum tem como objetivo desenvolver competências, aumentar o interesse da comunidade, abordar a temática de saneamento básico e saúde, além de oportunizar as discussões sobre desenvolvimento sustentável e gestão ambiental. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo site do Senge-GO (www.senge-go. org.br). Será emitido certificado de 8 horas pela participação no evento e haverá sorteio de um Netbook entre os participantes. Informações pelos telefones: (62) 32518181 e (62) 9134-5098. Data: Local: Inscrições:
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Minicurso de Marketing para Engenharia e Arquitetura O Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO) realiza em 18 de maio, a partir das 18 horas, o Minicurso “Marketing para Engenharia e Arquitetura”, ministrado pelo engenheiro eletricista Ênio Padilha – graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestre em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Com o tema “Aprenda a cobrar
pelos serviços de Engenharia”, trata-se de um minicurso concentrado, introdutório e conceitual e que tem por objetivo oferecer aos participantes noções básicas sobre Marketing, bem como suas aplicações aos casos específicos da prestação de serviços de Engenharia e Arquitetura. As vagas são limitadas. O curso é gratuito e será ministrado no miniauditório do Senge-GO. Mais informações pelo telefone: (62) 3251-8181.
7/06/2011 Auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (Crea-GO), em Goiânia www.senge-go.org.br ou no local do evento
Aviso aos associados Comunicamos que novos equipamentos (entre eles, ultrassom para remoção de tártaro) foram adquiridos recentemente pelo consultório odontológico do Senge-GO para melhor atender os associados. Informamos ainda que continua em vigor o atendimento a crianças e adultos, mediante agendamento prévio, no departamento odontológico pelo telefone (62) 3251-8181.
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FNE
Senge em Notícias
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Mudar o
rumo do País Por Carlos Bastos Abraham*
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1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, relembra-nos lutas, conquistas e sofrimentos. É data ideal para fazermos uma reflexão sobre a situação da mão de obra no Brasil, em especial a dos engenheiros. Não é difícil constatar que a tradicional relação entre capital e trabalho, baseada no emprego formal, vem perdendo força. Cada vez mais, as empresas terceirizam suas atividades e contratam pessoas jurídicas individuais, buscando uma relação menos onerosa do ponto de vista financeiro. Isso é resultado da crescente competição por mercados nos quais as companhias buscam custos cada vez menores. Os governos que se sucederam no Brasil sempre preferiram o caminho fácil da tributação sobre a produção e a folha de pagamento, criando obstáculos à ampliação das vagas de emprego. A carga tributária total hoje atinge mais de 37% do PIB (Produto Interno Bruto), com tendência de aumentar. É imprescindível a preservação das empresas, desonerando-as do peso excessivo dos impostos para estimulá-las a oferecer novos postos de trabalho. Todos querem mudanças, principalmente aqueles que, de forma responsável, sempre lutaram pelo equilíbrio entre as forças que sustentam as relações trabalhistas, buscando conciliar os interesses dos que investem seu capital com os dos que, sem capital para investir, acreditam que com seu trabalho possam ser
sócios das mesmas oportunidades. Temos escutado ultimamente autoridades brasileiras dos mais diversos escalões enfatizarem que está faltando mão de obra qualificada no País, sendo este o principal motivo pelo qual empresas estrangeiras e nacionais estariam contratando técnicos no exterior. Isso se passa de fato em alguns setores, como no aeronáutico, no naval e no
petroquímico, mas tratam-se de casos pontuais que devem ser estudados com vista a promover cursos de formação específicos. Acreditamos que, de modo geral, existem engenheiros no Brasil em quantidade suficiente para atender a demanda nas áreas civil, elétrica e industrial/mecânica, que respondem por mais de 80% das necessidades das empresas do setor tecnológico. Porém, o principal problema tem sido a baixa remuneração dos profissionais da
engenharia, em especial os do setor público. Sem oferecer salários dignos não é possível atrair e manter bons profissionais. Nos últimos 20 anos, milhares deixaram a profissão em busca de oportunidades mais rentáveis. As empresas de consultoria financeira, os bancos, os escritórios de comércio exterior e de informática e as áreas da fiscalização pública (Receita Federal, estaduais e municipais) estão repletos de engenheiros por esse motivo. Lançamos um desafio às empresas nacionais, estrangeiras e ao setor público em geral: ofereçam salários dignos e condições de desenvolvimento profissional aos engenheiros brasileiros, incentivando o ingresso de jovens nas faculdades. Interajam com as instituições de ensino no sentido de contratarem bons professores e aprimorarem seus currículos. Foi isso o que fizeram Taiwan, Coréia do Sul, Cingapura e China e conseguiram avanços significativos na economia e em ciência e tecnologia. Não há outro caminho para o nosso país. Ou se investe na formação adequada e na oferta de oportunidades aos jovens ou se caminha no sentido contrário, o do atraso tecnológico e da importação de mão de obra qualificada e de bens de capital de alto valor agregado. Isso é o que se poderia chamar de retorno à condição de colônia. *Carlos Bastos Abraham é Diretor da FNE
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