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Editorial
Gaiolas mobiliadas: será uma realidade da avicultura de postura brasileira? A Edição de Dezembro da Revista do Ovo traz em sua matéria de capa um tema que promete ser bastante polêmico para a avicultura de postura: um novo manejo no sistema de produção, com a mudança das gaiolas tradicionais para gaiolas mobiliadas. O motivo são as exigências devido ao bem-estar animal, já presentes em vários países, com destaque para a Europa. Ouvimos produtores e técnicos para apresentar o impacto que teria esta mudança para o setor no mercado brasileiro. Em outro destaque desta edição, trazemos uma análise de especialistas sobre o ano de 2015 e suas projeções para 2016. Afinal, o que setor de postura do Brasil pode esperar para o próximo, principalmente frente às ‘lições’ de 2015?
Em outra matéria, produtores avícolas do Espírito Santo estão conseguindo reduzir o custo de produção após a mudança de um fator que, aparentemente simples, está fazendo toda a diferença na lucratividade: a colocação de telhas transparentes nos galpões. Veja como está sendo esta experiência. Estes e outros destaques você acompanha na Edição de Dezembro da Revista do Ovo. Aproveitamos a oportunidade para agradecê-los pela parceria ao longo de 2015 e desejamos a todos um excelente Natal e um ano novo com muita paz, saúde, prosperidade e muito ovo!!! Sucesso para todos e, uma vez mais, muito obrigada pelo apoio ao nosso trabalho!!!
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
Publicação Bimestral nº 34 | Ano IV Dezembro/2015 - Janeiro/2016
expediente Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br
Sumário
Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br
Semana do Ovo
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O que de mais importante aconteceu durante a Semana do Ovo e uma análise de Ricardo Santin, do Ovos Brasil, sobre as ações feitas em 2015 e o que mudará em 2016
Matéria de capa
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Gaiolas Mobiliadas: ações de bem-estar animal podem exigir mudanças no sistema de criação no Brasil
Análises Especiais
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2015 chega ao seu final e a Revista do Ovo foi saber como foi o ano para a avicultura de postura. Análises do setor sobre o ano que se encerra as projeções para 2016
Economia na granja
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Avicultores do ES estão economizando na conta de energia elétrica alterando algumas telhas do galpão
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Ovo e Diabetes
Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br Sigam as nossas mídias sociais:
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O consumo de ovos foi associado a um risco menor de Diabete Tipo 2 assim como níveis mais baixos de glicose no sangue
Cobertura do 1º Lohmann School Brasil Empresa desenvolve análise técnica durante evento realizado em São Pedro, SP
Estatísticas Os números da avicultura de postura A Revista do OvoSite
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Eventos
Notícias Curtas
2016
Mercado externo
Janeiro
Países importadores de ovos comerciais em outubro de 2015
26 a 28 International Production and Processing Expo (IPPE) Local: Georgia World Congress Center, Atlanta (EUA) Realização: American Feed Industry Association, American Meat Institute e U.S. Poultry & Egg Association E-mail: info@uspoultry.org Site: www.ippexpo.com
Março 15 a 19 XIV Congresso APA Produção e Comercialização de Ovos Local: Ribeirão Preto, SP Realização: APA Telefone: (11) 3832.1422 E-mail: diretoria@apa.com.br
22 e 23 IV Simpósio de Produção Animal e Recursos Hídricos (SPARH) Local: Embrapa, em São Carlos – Rod. Washington Luiz, km 234 Realização: Embrapa Pecuária Sudeste Telefone: (16) 3411-5600 Site: www.cppse.embrapa.br/sparh
Abril 05 a 07 XVII Simpósio Brasil Sul de Avicultura e VIII Poultry Fair Local: Chapecó, SC
Os embarques de ovos comerciais em outubro representaram pouco mais de 3.572 mil dúzias e foram direcionados para seis países: Emirados, Congo, Bolívia, Japão, Hong Kong e Maldivas. A maior parte dos embarques - quase 78% - seguiram para os Emirados Árabes Unidos. Mas o destaque em outubro foi os embarques para a Maldivas, o mais novo importador do produto brasileiro. No acumulado do ano – janeiro a outubro - nove países adquiriram produto brasileiro. Os Emirados importaram cerca de 80%. Congo, Japão e Bolívia, pela ordem, embarcaram perto de 15%. O restante ficou distribuído de maneira heterogênea entre os demais países. No período, o destaque positivo tem sido o grande aumento, de 92,6%, proporcionado pelos Emirados Árabes Unidos e por Congo, 156,8%. O destaque negativo continua sendo Angola, com redução de 73,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Realização: Nucleovet Site: www.nucleovet.com.br
Maio 17 a 19 Conferência Facta 2016 Local: Expo Dom Pedro, Campinas, SP
Conferência Facta 2016
Evento será realizado entre os dias 17 e 19 de Maio, em Campinas
Realização: Facta Telefone: (19) 3243-8542 E-mail: facta@facta.org.br Site: www.facta.org.br
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A Revista do OvoSite
A 33ª Conferência Facta, um dos principais eventos técnicos da avicultura, já tem data marcada para sua realização em 2016. O evento, que prima pelos destaques técnicos e comerciais do setor, será realizado entre os dias 17 e 19 de maio, no Expo Dom Pedro, em Campinas. A Conferência Facta é promovida pela Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas e em sua última edição, os participantes contaram com um novo formato, que valorizou as apresentações do Prêmio José Maria Lamas da Silva, muito tradicional no segmento.
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Manejo adequado e economia
Avicultores inovam para economizar energia elétrica no ES Com uma simples troca de telha, avicultores estão ganhando em produtividade
O
s avicultores de Santa Maria de Jetibá, grande polo produtor de ovos no Espírito Santo, estão em busca de soluções para reduzir os custos na produção. O que já é simples em algumas casas, a troca de telhas comuns por telhas transparentes, foi adotado nos galpões de postura comercial. Com essa mudança, as granjas ganham mais luminosidade, mais produtividade e uma conta de energia com menor valor. Um dos elementos influentes na produção avícola é a luminosidade, por isso, um lote de galinhas de postura adultas recebe em média 16 horas de luz por dia. O meio mais comum de alojamento utilizado pelos avicultores são os
galpões californianos. Como alojam milhares de aves, em algumas épocas do ano há pouca incidência de luz natural, havendo necessidade de suplementar com luz artificial, por meio de energia elétrica. Visando economizar, alguns produtores estão trocando parte das telhas por um modelo transparente, aproveitando assim a luminosidade natural. Esse é o caso do avicultor Solimar Berger, que fez a experiência e o resultado foi surpreendente. “Além da economia na conta de luz, houve um ganho de produtividade em torno de 2% de imediato”, comenta. De acordo com o avicultor, ele optou pelo novo método para corrigir uma falta de luminosidade dentro da granja. “Como o galpão é todo fechado, o médi-
Alteração de luminosidade, antes e depois da instalação das novas telhas
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A Revista do OvoSite
co veterinário da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), Nielton César Ton, esteve aqui com o aparelho para mensurar a quantidade de luz dentro da granja e identificou uma baixa luminosidade. Ele sugeriu a troca de algumas telhas de amianto por telhas transparentes. Fizemos um teste com duas telhas transparentes por quatro meses no lote passado de aves e deu muito certo. Quando trocamos o lote de galinhas, também trocamos parte das telhas para iluminar todo o galpão. O principal motivo foi economizar o uso de energia elétrica durante o dia”, explica, completando: “Instalamos uma telha transparente a cada dois metros, alternando o lado (esquerdo e direito) para ter uma iluminação uniforme den-
tro do galpão. Depois de fixar as telhas o ambiente ficou muito mais iluminado, com isso, as galinhas estão produzindo 2% mais, ou seja, esse lote novo está com uma produção de 92% (8.220 ovos por dia)”. Solimar Berger também conta que antes da instalação tinha o receio de aumentar a temperatura dentro da granja, mas esse problema não impactou na produção e não aumentou o número de mortalidade dentro da granja. O avicultor explica que no início da implementação das telhas, o investimento é um pouco mais alto devido à necessidade de mudança na estrutura da granja, mas a médio e longo prazo o investimento é compensador. “O consumo de ração não teve uma alteração, porque antes nós fazíamos a correção de luminosidade com luz artificial (energia elétrica). A lucratividade aumentou devido à economia de energia (25%) e o aumento de produção (2%), esses detalhes fazem a diferença no final dos custos de produção e ganho com a comercialização do produto”, afirma Berger.
“No momento estou com dois galpões em atividade, um com 7 mil aves e outro com 14 mil aves. Neste segundo, a luz precisava ficar ligada o dia todo (6h às 17h), principalmente em dias nublados ou chuvosos, para ter uma luminosidade suficiente para as galinhas. Com as novas telhas instaladas, não há necessidade de ligar as lâmpadas neste período, ou seja, uma economia diária de aproximadamente 10 horas. Antes, o esterco do meio da granja tinha mais umidade, o que favorecia a proliferação de larvas e moscas. Com a instalação das telhas, percebemos que a secagem está sendo mais rápida e com isso, diminuiu a quantidade de moscas. Além disso, com a luz natural, as aves têm consumido mais ração e produzido ovos melhores, com cascas mais resistentes. Uma outra preocupação que tínhamos era com o calor interno dos galpões, por isso comprei uma telha específica para colocar, ela só permite passar a luminosidade e não retém o calor” Fabrício de Oliveira, avicultor, Espírito Santo
“Depois de fixar as telhas transparentes, as galinhas estão produzindo 2% mais, ou seja, esse lote novo está com uma produção de 92% (8.220 ovos por dia)” Solimar Berger, avicultor, Santa Maria de Jetibá, ES
Segundo o médico veterinário da Coopeavi, antes de instalar as telhas, a granja precisava ligar a luz durante três a quatro horas durante o dia, no período da manhã e tarde. “Isso, sem contar os dias nublados. Por dia estamos economizando, na média, 25% de energia por dia”, diz. O médico veterinário da Coopeavi, Tarcísio Simões, explica o aumento da quantidade de ovos produzidos na granja de Solimar Berger. “A luminosidade influencia diretamente no consumo de ração, favorecendo a ingestão necessária de nutrientes durante o dia e, consequentemente, aumentando produtividade dos ovos e uniformidade do lote”. A própria Coopeavi está adotando esse método novo. “Na recria, substituímos algumas telhas para obter melhores resultados zootécnicos e economia de energia elétrica”, aponta Simões.
Outro avicultor que está engajado na alternativa é Fabricio de Oliveira, de Caldeirão (Santa Teresa). Nos últimos dois meses, os resultados na granja dele também têm sido positivos, principalmente, nos custos com energia. “Economizo diariamente de três a cinco horas de energia elétrica”, afirma Oliveira. “Estamos em busca de alternativas para reduzir um pouco dos custos de produção, com isso, junto com a Consultoria Técnica da Coopeavi, identificamos que poderíamos economizar no uso de energia elétrica com a troca de algumas telhas no galpão. Tivemos uma economia significativa no gasto com energia. Além de ganhos em outras frentes, como na secagem mais rápida do esterco, uma diminuição da proliferação de moscas e uma redução de refugos (aves fracas), diminuindo assim a mortalidade”, afirma. A Revista do OvoSite
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Semana do Ovo
“Um ovo, dois ovos, três ovos assim!” Setor de postura se mobiliza durante a Semana do Ovo 2015
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ano de 2015 foi um ano de muitos desafios, mas o setor de postura pode comemorar, pois em meio à crise, o consumo de ovos cresceu. E o Instituto Ovos Brasil (IOB) pode comemorar mais ainda, pois conseguiu realizar muito com os seus recursos restritos. É o que explica Ricardo Santin, Diretor executivo do IOB, que completa: “O destaque do ano foi sem dúvida a campanha publicitária, que com o tema “Um ovo, dois ovos, três ovos assim!” promoveu o consumo do alimento na TV, no rádio e nos jornais. Em 2016, a ideia é ampliar e multiplicar seu alcance”, disse. As ações de divulgação realizadas este ano continuarão em 2016 e o IOB também começará a trabalhar temas técnicos, em conjunto com a ABPA. “Buscaremos posicionar o ovo do ponto de vista de sua saudabilidade. A campanha publicitária trouxe estas diretrizes e buscaremos aplicar a todas as demais atuações da entidade”, explicou. “Em relação à Semana do Ovo, principal mobilização do setor em prol do consumo de ovo, estamos organizando um novo projeto para o Dia Mundial do Ovo 2016 para que as empresas se preparem desde o primeiro semestre, com o objetivo de realizarmos mais ações e ainda melhor elaboradas. Temos intenção de realizar nosso Festi-
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A Revista do OvoSite
“Embalagem de ovos distribuída pela Ceva durante a Semana do Ovo” val Gastronômico, contemplando restaurantes por todo o país”, explicou. Santin, ressaltou que a partir de janeiro todas as empresas passarão a fazer contribuição direta, não sendo mais o recolhimento feito através dos incubatórios. “O Instituto já conta desde este ano com 60 contribuintes diretos. Nesse sentido também a estrutura da entidade está seguindo uma nova organização, com boas perspectivas e maior credibilidade”, disse.
Semana do Ovo Alguns setores da avicultura se mobilizaram entre os dias 04 e 09 de outubro para a realização da Semana do Ovo 2015. A data, em meio ao Dia Mundial do Ovo, marca a movimentação para levar informação aos consumidores sobre o valor nutricional do produto. Sob coordenação do IOB, dezenas de ações simultâneas foram realizadas por empresas, associações estaduais, instituições de ensino, veículos de comunicação, academias, restaurantes, bares e padarias, estabelecimentos comerciais e redes de supermercado. A Semana do Ovo foi patrocinada pela Elanco, Fatec, Huhtamaki, Merial, Ourofino Saúde Animal, Sanovo, Anfeas (Associação Nacional dos Fabricantes de Equipamentos para Aves e Suínos), Big Dutchman, Ceva, DSM e Porto Alimentos. Em parceria com o IOB, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) re-
alizou ações de divulgação dos benefícios do ovo nos dois principais congressos realizados na área de Nutrição e Saúde: o XIX Congresso Brasileiro de Nutrologia, em setembro, e o Mega Evento de Nutrição, da Núcleo/Nutrição Em Pauta, realizado também em setembro, ambos em São Paulo (SP). Centenas de profissionais da área de saúde e nutrição estiveram nos estandes da entidade e, complementando a iniciativa, a palestra “Ovo – Superalimento”, ministrada pela nutricionista Lucia Endriukaite no Congresso Brasileiro de Nutrologia, lotou o auditório. Associações: algumas Associações realizaram ações durante a Semana do Ovo. O Projeto Ovos RS, desenvolvido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), promoveu a palestra “Atualidades sobre Nutrição Funcional e a Importância do Ovo na Alimentação”, com a nutricionista Letícia de Castro Jacques. O evento aconteceu em Porto Alegre e fez parte do “Momento Ovos RS - “World Egg Day” que apresentou informações sobre o sistema de produção, dados nutricionais e degustação. A Associação dos Avicultores de MG, a Avimig, distribuiu o livro de receitas e o papel de bandeja contendo informações sobre o ovo. A ação foi realizada no Restaurante Tia Sol e Trattoria Forno D’Oro, em Belo Horizonte. A Avimig também distribuiu o gibi e o livro de receitas em escolas da região e fez uma pa-
lestra na sede do Movimento das Donas de Casa. A Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), em parceria com a AVES, e apoio da ABPA e IOB, realizou ações no Colégio Cooperação em Santa Maria de Jetibá, ES. Os alunos da APAE e da Escola Pommer assistiram a uma apresentação da Companhia de Teatro Lúdica, liderada por Thais Bicalho que apresentou às crianças personagens como o “Super Albumina” e a “Garota Saudável”, abordando os benefícios da inclusão do ovo na alimentação. As crianças também acompanharam uma palestra realizada pelo médico veterinário da Coopeavi, Tarcísio Simões, sobre o processo de produção do ovo e sua importância ao ser humano. Já os alunos do Colégio Cooperação participaram de um workshop de gastronomia, no qual aprenderam a preparar receitas a base de ovos com a chef Mirka Garmendia.
ABPA na Alemanha A ABPA, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), participou da Anuga, maior feira de food service, catering e comércio de varejo do mundo, realizada em outubro, em Colônia (Alemanha). A entidade celebrou lá o Dia Mundial do Ovo com a preparação de uma receita especial para degustação. Comandado pelo Chef Marcelo Bortolon (do Deodoro Bistrô & Café, de Porto Alegre, RS), o espaço gastronômico da ABPA ofereceu o tradicional ovo estrelado.
Empresas apoiam Semana do Ovo Algumas empresas realizaram ações promocionais durante a Semana do Ovo. A Merial realizou atividades de apoio junto a seus funcionários. “É essencial participarmos de iniciativas tão importantes como esta”, afirma Eva Hunka, coordenadora de marketing e CRM da unidade de negócios para avicultura da Merial. A empresa também distribuiu ovos, fez um café da manhã especial e realizou ações nos restaurantes da Medley e Sanofi. A Elanco realizou ações de divulgação nos restaurantes da empresa em São Paulo, e também ressaltou a importância
nutricional do ovo no combate à fome em sua campanha mundial Enough Movement. Para dividir com o público interno os benefícios do ovo na alimentação e os conceitos de segurança alimentar, especialmente no que se refere às práticas na produção do alimento, a empresa contou com um espaço exclusivo dedicado à orientação e disponibilização de informações em sua sede em São Paulo. Durante a semana do dia 9 de outubro, Dia Mundial do Ovo, mais de 500 pessoas que almoçam diariamente no restaurante da empresa tiveram uma opção especial no cardápio – O Omelete Especial Três Queijos. Além disso, receberam materiais educativos produzidos pelo IOB. A ação integra o movimento Enough (www.enoughmovement.com), programa promovido mundialmente pela empresa que contempla ações de conscientização, estudos científicos e de mercado, buscando contribuir para a erradicação da fome no mundo. O projeto mostra que é possível, com uso de tecnologia e práticas de manejo sustentável, atingir a produção de proteína animal em quantidade e qualidade suficientes para uma população global que atingirá 9 bilhões de pessoas em 2050. Neste sentido, a Elanco apoia a iniciativa para reforçar o benefício da ingestão diária de um ovo para crianças em fase de desenvolvimento e aprendizado. A recomendação do programa de alimentação escolar que limitava as proteínas nas refeições nas escolas dos Estados Unidos foi revertida, em dezembro de 2013, após constatar-se que as crianças não estavam recebendo proteína o suficiente para alimentar seus organismos, menciona o Enough report - National Public Radio. A Uniquímica participou de uma ação promocional em grandes redes de Supermercados em São Paulo com os Ovos Especiais Pufa. Foram feitas ações de degustação. As atividades foram coordenadas por Sonia Bazan, Gerente de Produtos da empresa. A Uniquímica também participou do 6º Dia do Ovo da USP Pirassununga-SP, promovido pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Foram organizadas palestras e a empresa levou informações e receitas e também realizou uma degustação de vários tipos de doces.
A Hy-Line do Brasil promoveu um projeto na Casa dos Idosos de Nova Granada, SP, com café da tarde e distribuição de livros de receitas, bonés, sabonetes e aventais para as cozinheiras. A companhia também promoveu uma ação na Escola Municipal Madalena de Almeida Cais. O médico veterinário da empresa, Vinícius Suzuki, realizou uma palestra sobre o alimento. A Fatec realizou ações de divulgação em sua unidade em Arujá, com almoços, ações sociais e divulgação em seus veículos de comunicação internos. “Assim como a inovação está em nosso DNA, acreditamos na iniciativa da Semana do Ovo e da própria atuação do Instituto
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Semana do Ovo
Ovos Brasil em levar à população os resultados das mais recentes pesquisas científicas realizadas em instituições respeitadas no mundo todo reabilitando o ovo e comprovando os benefícios proporcionados por este importante alimento”, comenta Pedro Tikashi Abe, Diretor Comercial da Fatec. Durante a semana toda, o refeitório da empresa foi palco de almoços especiais, com um cardápio elaborado exclusivamente para celebrar a data, que incluiu festival de omeletes, ovos americanos, X-egg salada, sobremesas como quindim e bala de ovo, e até ovos mexidos com bacon no café da manhã. A decoração temática reforçou ainda mais os valores transmitidos ao público, distribuindo dicas e trazendo informações sobre os benefícios do ovo em todas as mesas. Além de utilizar os materiais promocionais da campanha, a Fatec também produziu novos formatos para apoio às
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A Revista do OvoSite
ações realizadas: adesivos da Semana do Ovo para as caixas de ovos distribuídas, decoração de mesa etc. No Dia Mundial do Ovo, com apoio da Satoshi Ito, de Sumaré-SP, Granja Iana, de Itanhandú-MG, a empresa promoveu uma doação de ovos à CMEI Fatec (Centro Municipal de Educação Infantil), que atende aproximadamente 40 famílias, incluindo a distribuição de gibis da campanha com uma história em quadrinhos levando informações às crianças em uma linguagem adaptada à faixa etária, e também distribuiu caixas de ovos customizadas a todos os seus colaboradores. Para completar, a área de comunicação também foi envolvida e a Semana do Ovo foi pauta no jornal interno da empresa e na newsletter, com uma matéria tratando as verdades e mitos sobre o ovo e repercutindo também as ações realizadas. A Ourofino foi mais uma empresa atuante durante a Semana do Ovo. Mais de 700 colaboradores da empresa, em Cravinhos, SP, foram presenteados com um livro de Receitas e com o gibi “Ovo – Uma aula especial”. O papel usado nas bandejas de pratos no refeitório da empresa também apresentava uma receita e os benefícios do alimento. A Sanovo promoveu o Dia Mundial do Ovo nas redes sociais e também em informativos para o público interno sobre a data e os benefícios oferecidos pelo ovo. Realizou ainda dois grandes eventos comemorativos em suas unidades em Sorocaba, SP e Montes Claros, MG. “A Semana do Ovo já se consolida como uma das datas mais importantes do ano para o produtor brasileiro, e a Sanovo acredita nesta mobilização do setor como importante fator de fomento ao consumo do ovo”, comenta o gerente nacional de Vendas, Luiz Cláudio Mendes. A Big Dutchman realizou atividades junto a seu público interno, com distribuição de materiais informativos além de uma festa de comemoração ao Dia das Crianças, com a participação dos filhos dos funcionários em um dia de visita à fábrica, com almoço especial em forma de piquenique, com pratos com ovos no cardápio, recreação, além de brincadeiras sobre as propriedades do ovo e noções de nutrição saudável.
A Ceva distribuiu caixas de ovos customizadas aos funcionários de suas três unidades no Brasil – Paulínia, Campinas e São Paulo. “É uma grande satisfação para Ceva, ver a evolução e o crescimento do mercado de postura comercial no Brasil. Nós acreditamos na importância do ovo como um alimento rico e completo e, a Semana do Ovo cumpre o papel de conscientização dos inúmeros benefícios do ovo à saúde. Parabéns ao Instituto Ovos Brasil por esse grande trabalho”, destaca Alberto Inoue, Gerente de Linha de Produtos – Avicultura da Ceva. A DSM realizou ações em suas unidades e também em escolas e universidades. A empresa promoveu almoços especiais em seus restaurantes, distribuição de livros de receitas, folhetos, exibição de banners e decoração temática, distribuição de brindes. A iniciativa da DSM também se estendeu à realização de workshops regionais para produtores, distribuição de gibis em escolas e palestras em universidades. A Porto Alimentos, com sua marca de ovos Label Rouge, deu ênfase à promoção da Semana do Ovo e das propriedades nutricionais do alimento junto ao público consumidor em uma programação de promoção em lojas por diversas cidades e redes de supermercados pelo País.
Apoio do Extra e Pão de Açúcar Pelo quinto ano consecutivo, a mobilização em torno do Dia Mundial do Ovo contou com a participação da GPA, maior empresa de varejo do Brasil, por meio das bandeiras Extra e Pão de Açúcar. Todos os pontos de venda tomaram parte em atividades relacionadas à divulgação de informações e à realização de promoções e degustações. Os consumidores se beneficiaram com ofertas e promoções de ovos nas lojas das redes Extra e Pão de Açúcar “Foram milhares de pessoas impactadas pelas divulgações a respeito dos inúmeros benefícios nutricionais oferecidos pelo ovo, que também contaram com ofertas e promoções tornando o alimento ainda mais acessível”, avalia Ricardo Santin. Segundo dados divulgados pela GPA, os descontos chegaram a 40%.
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Bem-estar animal
Em debate: A produção de ovos em gaiolas mobiliadas e outros sistemas no Brasil Novas exigências de bem-estar animal podem chegar ao setor
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ovos sistemas de criação, com maior produtividade em menor tempo e evolução técnica na genética, alimentação, manejo e sanidade permitiram grande desenvolvimento na avicultura de postura nos últimos tempos. O sistema de gaiolas tradicionais para poedeiras comerciais é atualmente o mais vantajoso. Por outro lado, este tipo de alojamento já sofreu modificações em diversos países, em destaque para o continente europeu, com o surgimento de sistemas alternativos de criação, visando o aumento do bem-estar das aves. A interação animal e o ambiente devem ser considerados quando se busca maior produtividade e as diferentes respostas do animal às peculiaridades de cada região são determinantes no sucesso avícola. Assim, a identificação dos fatores que influenciam na vida do animal, como o estresse, imposto pelas flutuações estacionais do ambiente, permite ajustes nas práticas de manejo, possibilitando dar-lhes sustentabilidade e viabilidade econômica Entre as mudanças no manejo e nos sistemas de criação de aves poedeiras que são exigidas para atender às legislações de bem-estar animal, está a troca do atual sistema de bateria em gaiolas pelo uso de gaiolas mobiliadas, que possibilitam as aves a expressão de seus comportamentos naturais – utilizar ninho para postura, tomar banho de areia, empoleirar ou ainda bater e esticar as asas. Essas mudanças são estimuladas pelas exigências de um novo tipo de consumidor, preocupado com o bem-estar dos animais de produção e com a qualidade dos alimentos para o consumo.
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Exemplos de instalações com gaiolas mobiliadas, utilizadas em estudo da UFCG
Preocupada em proteger o bem-estar das poedeiras, a União Europeia, desde 2003, vetou a instalação de novas gaiolas convencionais e as já existentes sofreram modificações para promover um espaço mínimo de 550 cm² por ave, a partir de 2012. As discussões sobre o banimento do uso das gaiolas na União Europeia tomaram corpo ainda em 1999, quando a questão do bem-estar animal apenas despontava como indispensável na produção agropecuária. Por aqui, em pesquisa realizada na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) - Departamento de Engenharia Agrícola, por Nerandi Luiz Camerini, Daniele Lopes e Rafael C. Silva, sobre a troca das gaiolas no setor de postura, há um levantamento sobre o impacto dessa mudança.
Em pesquisa realizada na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) - Departamento de Engenharia Agrícola, por Nerandi Luiz Camerini, Daniele Lopes e Rafael C. Silva, sobre a troca das gaiolas no setor de postura, há um levantamento sobre o impacto dessa mudança. Existe uma preocupação cada vez mais latente, de introduzir conceitos relacionados ao bem-estar animal em protocolos de boas práticas de produção também na avicultura de postura brasileira. Esse fato é um reflexo das discussões que vêm ocorrendo nas cadeias de produção de proteína animal como um todo. Segundo a pesquisa realizada na UFCG, a definição de bem-estar animal envolve ambas as considerações, éticas e científicas, e ainda existem
Aumentando o espaço por ave de 450 cm² (gaiolas convencionais) para 750 cm² (gaiolas mobiliadas) verificase um aumento de 15% no custo de produção A Revista do OvoSite
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Bem-estar animal “O setor avícola brasileiro precisa estar preparado para o desafio de manter a oferta de alimentos e atender as exigências dos consumidores com os novos sistemas de criação de poedeiras” Nerandi Luiz Camerini, da Universidade Federal de Campina Grande e que coordenou uma pesquisa sobre bem-estar na avicultura de postura com a utilização de gaiolas mobiliadas
Foto: Elenita Monteiro, A Hora do Ovo
muitos pontos de vista conflitantes sobre o assunto. A tendência nos mercados para garantir e satisfazer as exigências em bem-estar animal se insere no conceito da rastreabilidade e prioriza os princípios de boas práticas de produção. Considerando que a atividade de produção de ovos tem apresentado grande evolução em todos os seus segmentos, tornando-se cada vez mais competitiva, pode-se esperar que, nos dias atuais, as aves apresentem melhores resultados de viabilidade em diferentes densidades de alojamento. São necessários, portanto, estudos que permitam melhor compreensão das inter-relações entre os fatores técnicos e o
impacto econômico da densidade populacional em aves poedeiras e sua influência nos aspectos zootécnicos e econômicos. Os sistemas alternativos demonstram desvantagens econômicas e também aumenta o nível da preocupação sanitária quando comparados aos sistemas de criação em gaiolas. Aumentando o espaço por ave de 450 cm² (gaiolas convencionais) para 750 cm² (gaiolas mobiliadas) verifica-se um aumento de 15% no custo de produção e, comparando gaiolas convencionais com diferentes sistemas alternativos, esse custo relativo aumenta em 30 a 50%. Os sistemas alternativos apresentam altos níveis de bactérias e fungos
no ar e maior nível de poeira do que as gaiolas convencionais e enriquecidas. Essa questão compromete tanto o bem-estar e saúde das aves quanto à segurança alimentar do homem, visto que a alta contaminação da casca dos ovos postos no chão os tornam proibitivos ao consumo humano. Ainda o maior tamanho do grupo afeta o comportamento de bicada das penas e aumenta a incidência de canibalismo. O espaço disponível por poedeira nas gaiolas varia em diferentes países. Nos Estados Unidos e países asiáticos a área oferecida é de no máximo 400 cm²/ave, enquanto na Noruega é de 700 cm²/ave. No Brasil, preconiza-se a área de aproximadamente 350 a 450
“Sou contra legislações muito impositivas e restritivas. A preparação para a mudança implica na existência de recursos abundantes de crédito para os produtores ou aumentará a concentração na mão de poucos grupos econômicos. Em Bastos, SP, nós somos pequenos produtores com poucos recursos, então, acho que seria difícil continuar na atividade. Mesmo os produtores europeus tiveram grandes dificuldades. O sistema brasileiro de produção de ovos pode entrar em colapso” Christian Hideyuki Maki, engenheiro de produção e produtor de ovos, de Bastos, SP
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“Estive recentemente na Europa e conheci uma granja de produção de ovos de galinhas soltas. A empresa é familiar e a granja tem apenas 30 mil aves poedeiras com uma estrutura muito grande e muito cara. Este avicultor não teria recursos próprios para construir esta granja, ele obteve recurso do governo para montá-la e trabalhou no prejuízo por 3 anos. Neste ano de 2015 começaram a lucrar porque estão exportando ovos para os EUA” Orlando Matsuda, produtor da Granja Matsuda, de Bastos, SP
cm²/ave, podendo ser encontradas granjas que empregam densidades maiores. As gaiolas enriquecidas vêm sendo empregadas em alguns países (Suíça, Noruega, Alemanha e Grã-Bretanha) como forma de melhorar as condições de bem-estar das aves, sem abrir mão das vantagens do confinamento das gaiolas. O setor avícola brasileiro precisa estar preparado para o desafio de manter a oferta de alimentos e atender as exigências dos consumidores com os novos sistemas de criação de poedeiras. A grande questão é se o produtor
nacional teria condições de atender possíveis exigências que dizem respeito à densidade populacional, podendo proporcionar às poedeiras o bem-estar necessário, garantindo assim sua estabilidade no mercado interno e externo. A opinião de Christian Hideyuki Maki, engenheiro de produção e produtor de ovos em Bastos, SP, é a de que não se imponha por força de lei nenhuma modalidade de criação, no Brasil. “A minha opinião é a de que haja liberdade de escolha tanto para os criadores como para os consumidores”, pondera.
Ele acredita que as mesmas pressões que fizeram a União Europeia rever conceitos e discutir o assunto, também devem chegar ao Brasil. “Se houver 10% de demanda de consumidores mais exigentes que queiram ovos do tipo caipira, orgânico ou de criações soltas e que estejam dispostos a desembolsar o valor justo, então que haja também 10% de criadores dispostos a encarar essas modalidades de produção. Da mesma forma, se houver 30% de demanda de consumidores que aceitem pagar o preço por ovos produzidos em gaiolas mobiliadas, então, que o mercado se ajuste em torno disso”.
Somos 7 bilhões de habitantes no planeta e aproximadamente 2 bilhões vivem na pobreza e muitos passam fome. A produção intensiva de alimentos é uma causa nobre e não pode ser deixada de lado
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Bem-estar animal “Antes de definir qualquer modelo e cobrar mudanças dos produtores, é necessário analisar nosso próprio mercado. Devemos pensar em implementar uma proposta que se adapte às nossas condições socioeconômicas, sem explorar nenhum lado da cadeia. Toda mudança exige muitos investimentos e qualquer alteração nos métodos de alojamento e de manejo requer políticas de incentivo do governo” Victor Bertol, Gerente da Ovos Cantu
Bastante envolvido e por dentro do assunto, Maki mostra disposição para discutir o tema bem-estar e avaliá-lo por todos os ângulos. Neste sentido, ele completa: “Devemos lembrar que somos 7 bilhões de habitantes no planeta e que aproximadamente 2 bilhões vivem na pobreza e cerca de 800 milhões de pessoas passam fome. A produção intensiva de alimentos é uma causa nobre e não pode ser deixada de lado”. Uma imposição por lei para a abolição do sistema de gaiolas convencionais no Brasil teria um enorme impacto econômico para produtores e consumidores. “São poucos os produtores que possuem recursos para fazer o investimento necessário. Milhares de produtores seriam obrigados a encerrar as atividades e ainda levariam anos para que a produção conseguisse novamente se ajustar à demanda de ovos”, diz Maki, acrescentando: “Talvez grupos econômicos de outros setores ocupem esse espaço, provocando uma grande concentração da produção na mão de poucos”. Uma alternativa seria o Estado fazer um grande financiamento público para os produtores adaptarem suas granjas ou construírem novas instalações. “Mas teria que ser um financiamento social generoso com juros baixos e prazo longo (20 ou 30 anos), como na Europa. Penso que no Brasil não vai acontecer, avalia. Orlando Matsuda, produtor da Granja Matsuda, também de Bastos, alerta para o grande aumento nos custos de produção em caso de instalação das gaiolas mobiliadas. “Os custos para o produtor são extremamente altos, englobando o barracão, equipamentos, mão de obra, tecnologia e muitos outros itens e, consequentemente, os preços do produto ao consumidor seriam altíssimos. O consumidor brasileiro não pode pagar entre R$ 15,00 e R$ 20,00 pela dúzia do ovo e os produtores parariam com suas atividades. O governo europeu, por exemplo, tem recursos para ajudar os produtores de ovos e todas as atividades relacionadas a essa cadeia produtiva. O nosso governo não”, destaca. Para Victor Bertol, Gerente da Ovos Cantu, de Pato Branco, PR, em curto ou médio espaço de tempo a exigência de produzir ovos em gaiolas mobiliadas
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não deve chegar à avicultura de postura brasileira. Porém, é bom que aconteçam discussões sobre o assunto, afinal trata-se de uma tendência que vem crescendo mundialmente. Bertol citas as diferenças existentes entre a atividade de produção de ovos no Brasil e no continente europeu: “Os europeus não têm a intenção de expandir sua produção e possuem uma política de fixação de pequenos produtores que buscam agregar valor ao produto final. “Nossa realidade é outra. O compromisso dos produtores brasileiros é atender ao mercado interno com um produto de qualidade e acessível. Aqui, na maioria das vezes, o valor final é fator determinante para a escolha do produto. Mas também temos alguns avicultores acolhem o consumidor que quer produtos com o apelo do bem-estar animal ou orgânicos”. Recentemente, Victor Bertol visitou os sistemas de produção na Holanda e percebeu realidades bem distintas em vários aspectos. Um exemplo é a matéria-prima, já que os produtores utilizam um concentrado de trigo como fonte energética. Todas as aves são soltas e, por opção, não utilizam gaiolas enriquecidas na produção. O consumidor cobra veementemente a condição de ambiência das aves, ao ponto de observar essa condição através de câmeras dispostas nos aviários, onde as imagens são disponibilizadas na internet. Ele conta que tratam-se de propriedades pequenas, onde os valores de comercialização dos ovos garantem a viabilidade do negócio e o sistema de biosseguridade nas granjas não apresenta muitas exigências e o governo controla a produção no país. Aqui no Brasil já há testes sendo feitos com as gaiolas enriquecidas, mas a produção comercial nessa modalidade ainda é quase zero. O debate sobre esta forma de produção de ovos é um caminho sem volta. O mercado deverá oferecer essa alternativa aos consumidores. No Brasil, o setor produtivo acredita que o melhor é que não seja uma obrigatoriedade. De toda forma, ABPA e Instituto Ovos Brasil monitoram a chegada das pressões sociais por melhores padrões de bem-estar animal.
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Análises Especiais
2015 acabou. Que venha 2016! Especialistas analisam como foi 2015 e projetam o próximo ano
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ano de 2015 está se encerrando e é hora de fazermos aquela já tradicional análise sobre o período e também ouvir de especialistas o que o setor de postura pode esperar de 2016. Se 2015 não deixará ‘grandes sau-
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dades’, também não será marcado negativamente na história para os produtores de ovos. Nem lá, nem cá. Enfim, empatamos. Mas será que foi um empate com gosto de vitória? Sim, pelo que especialistas responderam à Revista do Ovo, o ano que se encerra marcou avanços para o setor
em áreas como sanidade, produção, qualidade e é preciso citar que todas as Associações de produtores estão comemorando o aumento do consumo de ovos. Porém, ainda há muito o que evoluir. Acompanhe a opinião de representantes de Associações de produtores e também de consultores sobre o tema.
AVES Nélio Hand, Diretor Executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo
“2015 foi bem ajustado para o setor, não registramos grandes prejuízos mas os custos de produção ficaram bastante elevados. O setor tem se mostrado eficiente em relação a vários aspectos, especialmente quanto a sanidade e automação, que proporcionaram bons resultados, compensando em parte a alta dos custos com insumo. Outro fator que pode ser considerado como positivo está relacionado ao consumo, mesmo estando abaixo ainda de muitos países, o Brasil está evoluindo. Pelo que acompanhamos, o setor nacional tem grande possibilidade de ampliar sua oferta para o mercado externo, para o qual já vem sendo feito um trabalho muito importante através da ABPA. O setor precisa estar cada vez mais empenhado quanto ao assunto a fim de poder mostrar as verdades sobre o ovo e poder ampliar o fornecimento à população desse produto tão acessível e importante para a saúde”.
Hand: “Um fator que pode ser considerado como positivo está relacionado ao consumo, mesmo estando abaixo ainda de muitos países, o Brasil está evoluindo”
Asgav/Sipargs Nestor Freiberger, Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura e do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas no Estado do RS
“O consumo de ovos no Rio Grande do Sul, em decorrência das ações promocionais do projeto Ovos RS e uma atualização de números, alcançou aproximadamente o consumo de 227 ovos per capita aqui no RS, acima da média brasileira - cerca de 190. Vamos dar sequência às ações inovadoras e criativas do Projeto Ovos RS que obtiveram destaque nacional e internacional. Para que possamos reforçar a tendência de crescimento ou de manutenção dos níveis de produção e comercialização da avicultura gaúcha e brasileira, é importante acelerar e inovar em algumas áreas de serviços e sistemas. Celeridade nos processos de habilitação para exportação, entendimento e atendimento decorrentes de negociações entre governo e determinadas categorias do funcionalismo público”.
Freiberger: “É importante acelerar e inovar em algumas áreas de serviços e sistemas” A Revista do OvoSite
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Análises Especiais
ABPA/Ovos Brasil Ricardo Santin, Diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal “A crise econômica e política acendeu a luz amarela no Brasil, impactando em vários segmentos produtivos. A produção de ovos tem mantido certa vantagem, por ser uma proteína mais acessível, frente aos aumentos de preços da carne vermelha. Com isto, aliado a outros fatores, conseguimos elevar o consumo per capita de ovo no Brasil para números superiores a 190 unidades por ano. Temos nos aproximado cada vez mais da média mundial de consumo, que é de 220 unidades por ano. Já no mercado externo, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita ocuparam espaços e se consolidaram entre os principais destinos. Angola, por outro lado, deu sinais de recuperação. Avançamos em alguns mercados e outros se abriram, como é o caso do Japão. Entretanto, ainda temos muito a crescer no comércio internacional, utilizando para isto a nossa marca internacional, a Brazilian Egg – junto às feiras e outras ações internacionais. Os problemas e as graves consequências enfrentadas pelos EUA com os focos de Influenza Aviária deixaram toda a avicultura brasileira em alerta. Entidades e Secretarias dos vários estados se mobilizaram para conscientizar os produtores quanto aos riscos. Felizmente, seguimos como um dos únicos grandes produtores avícolas do mundo sem registros da enfermidade em nosso território.
Santin: “Temos nos aproximado cada vez mais da média mundial de consumo de ovos, que é de 220 unidades por ano”
2016: A crise econômica não deve cessar de imediato, o que tornará mais desafiador comercializar proteína animal no Brasil. Neste cenário, como uma proteína completa e acessível, o ovo deve ganhar vantagem, conquistando ainda mais espaço na mesa do consumidor, mas com a cautela de um ano difícil para o país.
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Érico Pozzer, Presidente da Associação Paulista de Avicultura “Tivemos um primeiro semestre bom, com preços razoáveis e ofertas mais controladas, com custos menores à partir de julho. No segundo semestre, tivemos um grande aumento dos custos por conta principalmente do milho e soja, além de energia elétrica e mão de obra; o que ocasionou uma redução significativa das margens, pois o preço da caixa de ovos no mercado praticamente se manteve o mesmo”.
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Avimig Aulus Assumpção, Conselheiro Diretor da Associação dos Avicultores de Minas Gerais Benedito Lemos de Oliveira, Conselho de Sanidade Avícola da Avimig “Na maior parte do ano, o mercado esteve estável, com a demanda continuamente abaixo da oferta. Poucos e curtos foram os períodos vantajosos em épocas tradicionalmente boas. Houve certa tranquilidade quanto às doenças virais, apesar da ameaça potencial de IA, felizmente ainda longe do Brasil. Nas doenças bacterianas, as salmonelas passaram a exigir plano de prevenção ainda mais rigoroso, definitivamente incorporado no manejo sanitário das granjas, logicamente, também mais oneroso. 2016: não há indícios de alteração na política de preços dos ovos pelos supermercados para reduzir a enorme distância entre atacado e varejo.
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Análises Especiais
Poedeiras comerciais: a produção brasileira de ovos em 2015 Dados mostram que deveremos ter uma queda no alojamento total em torno de 5,3% Rogério Belzer, zootecnista, consultor e representante das empresas Planalto e BRNova Talvez o fato mais impactante ocorrido em 2015 para o setor de produção de ovos comerciais não tenha acontecido aqui no Brasil, felizmente. Os Estados Unidos, 2º maior produtor mundial do alimento, atrás apenas da China, e com um plantel de poedeiras em produção estimado em 300 milhões de aves, sofreu uma de suas mais graves crises, com a eliminação de quase 50 milhões de aves, devido a um surto de Influenza Aviária iniciado no final de 2014. No estado de Iowa, um dos mais importantes produtores de ovos dos EUA e um dos mais afetados, se estima uma perda de US$ 427 milhões e mais de 8.500 empregos. O custo total estimado da doença no país se aproxima de US$ 1 bilhão. A projeção é de que leve em torno de 12 a 18 meses para que a produção de ovos nos Estados Unidos retorne aos níveis anteriores ao surto de IA. Este surto de IA levou a uma ampla discussão nos Estados Unidos, sobre as
Belzer: “Outro fator que pode ter contribuído para a diminuição do alojamento de poedeiras é a prática cada vez mais comum de prolongar a vida útil dos lotes até 100 ou 105 semanas de idade ou mais”
medidas de biosseguridade que vinham sendo adotadas, porque a disseminação do vírus foi muito rápida e sem controle. E esta ocorrência levou a uma grande discussão também por aqui. Será que estamos preparados (governo/indústria) para lidarmos com desafios como este? De uma forma atípica, os números acumulados do alojamento de poedeiras comerciais em 2015, divulgados pela ABPA e atualizados até o mês de setembro/15, mostram que teremos uma queda no alojamento total em torno de 5,3%. E esta queda só não será maior porque o alojamento de poedeiras de ovos brancos crescerá 5,2%, compensando parcialmente o alojamento de poedeiras de ovos vermelhos que deve cair 23,4%. Ainda faltam os alojamentos dos meses de outubro, novembro e dezembro, mas conversando com profissionais do setor, eles não acreditam numa reversão desta tendência. Esta queda no alojamento levará a uma interrupção na sequência de aumento do consumo per capita de ovos no Brasil, que nos últimos 14 anos passou de 117 ovos em 2000 para 182 em 2014. E por que diminuiu tanto o alojamento de poedeiras de ovos vermelhos? Uma explicação é sanitária, já que estas poedeiras, assim como as aves de fundo de quintal, são mais suscetíveis ao Tifo Aviário, doença que tem tido vários casos diagnosticados nos últimos anos, tendo inclusive sido matéria de um encarte especial da Revista do AviSite, em março de 2015 (acesse em www.avisite. com.br/EncarteEspecialSG). Mas se reduzimos o alojamento de poedeiras de ovos vermelhos, por que esta diminuição não foi compensada no alojamento de poedeiras de ovos brancos? Pode ter sido pelos custos de produção? Pelo menos se olharmos os preços dos dois principais insumos da ração, que é o item mais importante no custo de produção, não achamos explicação, pois os preços médios do milho, comparados com 2014, aumentaram tão so-
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mente 2,3% no ano (dados até setembro/15), e o Farelo de Soja recuou 2,9%. O aumento mais significativo do preço do milho ocorreu a partir de agosto/15, mas até então estava abaixo dos praticados em 2014. Será então que a explicação pode ser pelos preços médios dos ovos? Parece que também não, pois os preços médios, também comparando com o ano de 2014, aumentaram 10,4% no período (dados até setembro/15). Um produtor com quem conversei acredita que a queda no alojamento de poedeiras pode ter sido provocada também por falta de crédito. Esta é uma explicação válida, já que em função da crise política e econômica pela qual passa o Brasil, realmente houve uma queda na oferta de crédito neste ano. Outro fator que pode ter contribuído para a diminuição do alojamento de poedeiras é a prática cada vez mais comum de prolongar a vida útil dos lotes até 100 ou 105 semanas de idade ou mais, sem utilizar-se da muda-forçada. Com isto ocorre uma postergação dos alojamentos de novos lotes. E nas exportações, como foi o comportamento em 2015? O Brasil exportou em 2014 (janeiro a setembro), 6,6 mil toneladas de ovos, e em 2015, no mesmo período, 11,4 mil toneladas, um aumento de 73%. Deste total, 79% tiveram como destino os Emirados Árabes, sendo 90% de ovos in natura. Já o preço médio de exportação por caixa de 30 dúzias caiu de US$ 28,6 em 2014 para US$ 25,4 em 2015. Nosso recorde de exportação aconteceu em 2009, quando exportamos 37 mil toneladas. Vale lembrar que o Brasil exporta apenas1% de sua produção de ovos. Tudo isso demonstra que 2015 é um ano que nos deixa com várias incertezas do desempenho futuro do setor e que muita coisa ainda precisa ser feita para termos um crescimento sustentado e contínuo na produção de ovos comerciais nos próximos anos.
O ovo: desafios e oportunidades O Presidente do Instituto Latinoamericano del Huevo analisa a diferença de investimentos entre campanhas sobre produtos saudáveis e aquelas promovidas por fabricantes de alimentos pouco benéficos à saúde James Abad, Presidente do Instituto Latinoamericano del Huevo A população mundial está em constante crescimento, agora atingindo mais de sete trilhões de pessoas. Este crescimento faz com que seja cada vez mais difícil satisfazer as necessidades nutricionais deste grande número de pessoas. O resultado é que uma parte significativa da população é desnutrida. O problema da má nutrição engloba duas dimensões fundamentais: a primeira é a pobreza em que grande parte da população vive, e o segundo é a falta de uma eficiente comunicação sobre a importância de uma alimentação saudável, em contraste com a grande máquina de publicidade de diferentes produtos de consumo. A América Latina é caracterizada como uma das áreas mais urbanizadas do mundo, onde 82% da população vivem em áreas urbanas. Embora na última década a classe média tenha crescido a níveis recordes, atingindo um total de 30% da população, a desigualdade social e a pobreza continuam a ser desafios importantes em toda a região: a América Latina é a região mais desigual do mundo. Cerca de 30% da população (170 milhões) viviam abaixo da linha da pobreza em 2011. Se acrescentarmos que existem investimentos publicitários substanciais em produtos que oferecem pouco ou nenhum valor nutricional, sem benefícios à saúde, esta é uma situação particularmente delicada e que requer o compromisso de todos os setores para mudar.
Abad: “Precisamos nos unir, levantar nossas vozes e fazer toda a América Latina saber a verdade sobre o ovo, enfatizar que é o melhor aliado para combater a desnutrição”
O fato acima nos leva à uma análise: a falta de campanhas de educação nutricional! O montante total do investimento em favor de uma alimentação saudável em países latino-americanos é de US$200 milhões, enquanto as principais companhias de chocolates e refrigerantes investem US$25 bilhões em publicidade. Esta enorme desigualdade ajuda a entender por que uma pessoa escolhe para comprar produtos de baixa densidade nutricional ao invés de alimentos saudáveis. Estes dados nos permitem compreender, por mais ilógico que pareça, por que uma pessoa que ganha menos de US$2 por dia usa seus parcos rendimentos na compra de produtos que não oferecem qualquer benefício para a sua saúde e pode até trazer efeitos adversos para o seu corpo. Há um consenso internacional para reduzir a incidência de desnutrição, principalmente em crianças menores de 5 anos. A desnutrição é um termo amplo que abrange várias situações: • A deficiência de micronutrientes (vitaminas e minerais); • A desnutrição aguda (baixo peso para a altura); • A desnutrição crônica (baixa altura para a idade). Países da América Latina são caracterizados, em sua maioria, pelas altas taxas de desnutrição crônica nas crianças menores de 5 anos, bem como pelas deficiências de micronutrientes, especialmente ferro. Isto resulta em crianças com um baixo rendimento escolar e com um desenvolvimento intelectual limitado para o resto de suas vidas. O ovo, dada a sua alta densidade nutricional e baixo custo relativo, é a melhor escolha para combater a má alimentação na região e tornar se um aliado estratégico na luta contra a desnutrição crônica. O ovo é um alimento com alto valor proteico e, além disso, suas proteínas são as de maior qualidade depois do leite materno. Ele também contém todas as vitaminas e minerais que o corpo necessita, exceto para a vitamina C, e fornece grandes quantidades de antioxidantes e de colina, um nutriente importante para o desenvolvimento cerebral, que em conjunto com as proteínas de elevado valor biológico e sua gordura monoinsa-
turada, principalmente, pode contribuir para um melhor desenvolvimento intelectual e à prevenção de doenças como diabetes, obesidade, síndrome metabólica e outras. Outro destaque é que o ovo não é apenas nutritivo, ele está disponível à maioria das pessoas pelo seu baixo custo e oferece melhor relação custo-benefício do que qualquer outro produto alimentar conhecido. Outro ponto importante a considerar são as campanhas de substitutos do ovo no marketing direto. Vamos discutir o que oferecem estas campanhas e comparar os produtos com o que disponibiliza o ovo: Leite: oferece maior crescimento (altura) se consumido três copos diariamente. Os leites enriquecidos prometem crianças mais inteligentes por meio da adição de nutrientes, como a colina e ácidos graxos essenciais ômega 3 e 6 família (EPA, DHA e ARA). • O ovo é uma fonte natural de nutrientes que oferecem ambos os produtos e ainda contém quantidades maiores e uma melhor biodisponibilidade. Cereais: são enriquecidos com todas as vitaminas e minerais que o corpo necessita para manter a saúde. • O ovo contém naturalmente, em quantidades ideais e com biodisponibilidade superior estas mesmas substâncias. Em suma, os benefícios dos ovos são mais elevados do que os oferecidos pelos concorrentes e substitutos diretos, tornando-se a melhor opção para resolver os problemas de desnutrição na região. Os atributos nutricionais, as vantagens sobre os substitutos e o baixo preço provam que o ovo pode e deve ser usado em campanhas de promoção. Promover o consumo de ovos deve ser visto como um ponto central de todos os nossos esforços. Precisamos nos unir, levantar nossas vozes e fazer toda a América Latina saber a verdade sobre o ovo, enfatizar que é o melhor aliado para combater a desnutrição e garantir seu reconhecimento como “o melhor alimento após o leite materno.” James Abad participou do Simpósio OvoSite 2015, que aconteceu em São Paulo, dia 28 de julho. Veja a sua apresentação e mais detalhes sobre o mesmo assunto abordado neste artigo em: www.ovosite.com.br/ simposioovosite/James%20Abad.pdf. A Revista do OvoSite
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Nutrição
Ovo e Diabetes: o que dizem os estudos recentes O consumo de ovos foi associado a um risco menor de Diabete Tipo 2 assim como níveis mais baixos de glicose no sangue
Por Lúcia Endriukaite, Nutricionista do Instituto Ovos Brasil, Especialista em Nutrição Esportiva e Administração em Serviços de Nutrição e Dietética em membro fundadora da Associação Paulista de Fitoterapia (APFIT).
A
realização de estudos científicos é fundamental para que profissionais da área de saúde e formadores de opinião se baseiem quanto à indicação do consumo de ovo e às práticas alimentares corretas baseadas em evidências científicas. O ovo é um alimento nutritivo, saboroso, prático e seguro, e deve estar associado a uma alimentação equilibrada. O cuidado e equilíbrio no consumo de carboidratos é fundamental para a estabilização da glicemia em pacientes diabéticos, assim como a prática de exercícios físicos para a manutenção da saúde e qualidade de vida. O ovo é uma importante fonte de proteína e contém uma combinação de nutrientes importantes como vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K) e vitaminas do complexo B como ácido fólico, riboflavina, piridoxina, vitamina B12 e a colina – a mais expressiva deste complexo, relacionada à formação da memória e à transmissão dos impulsos nervosos. A luteína e zeaxantina, responsáveis pela cor da gema, têm ação antioxidante, como proteger os olhos da luz e também na proteção contra a formação da fração LDL do colesterol. Ferro, zinco, magnésio, cálcio e selênio são alguns dos minerais que fazem parte da composição do ovo. O alimento também possui ácidos
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graxos monoinsaturados (3,66g /100g ovos) e poliinsaturados (1,91g/100g ovos), importantes na saúde vascular, além do ácido graxo saturado (3,13g/100g ovos). A partir da restrição do colesterol alimentar, instituída em 1968 pela American Heart Association (1) – e já suprimida atualmente pela própria entidade -, surgiu o temor com relação ao consumo elevado de ovo, já que duas unidades de tamanho médio (cerca de 100g) possuem 372mg de colesterol. Porém, dados os benefícios nutricionais relacionados a este alimento, foram realizados inúmeros estudos nas últimas quatro décadas com o objetivo de verificar possíveis efeitos do consumo de ovos no aumento da incidência de doenças cardiovasculares. Em 2013 foi publicado um estudo de meta-análise sobre dose-resposta produzido por Ying Rong et al. que teve como objetivo verificar a associação entre o consumo de ovos e o risco de doença cardiovascular e acidente vascular cerebral analisando inúmeros estudos coorte prospectivos realizados entre 1989 e 2012. O resultado da meta-análise neste vasto material científico concluiu que o consumo de um ovo por dia não está associado com o risco de doenças do coração ou acidente vascular cerebral. No entanto, análises de subgrupo do estudo sugerem uma associação positiva entre a ingestão de ovos e
o risco de doenças coronarianas em pacientes diabéticos, pontuando que são necessários mais estudos nesta área (2). De acordo com as Novas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, tem crescido o número de indivíduos diabéticos e isso se explica, segundo a entidade, pelo crescimento e envelhecimento da população, pela maior urbanização, pela crescente prevalência da obesidade e do sedentarismo, além da maior sobrevida dos próprios pacientes com Diabetes Mellitus DM (3). A diabetes tipo 2 (DM2), que caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina, é a forma presente em 90% a 95% dos casos pelo mundo. Levando-se em consideração os dados sobre o aumento da prevalência da doença e o fato de que os estudos existentes fazendo relação entre o consumo de ovos e a diabetes foram considerados inconclusivos (4), reunimos aqui dois estudos relevantes sobre o tema. O estudo Diabegg, realizado em Sidney por Fuller et al.(5), envolveu um grupo de 140 pessoas com sobrepeso e obesas com pré diabetes ou diabéticas, que foram divididas aleatoriamente em dois grupos: no café da manhã, por um período de 12 semanas, um grupo consumiu 2 ovos por dia com limite de 12 ovos por semana e o outro grupo comeu até 2 ovos por semana, porém incluiu no desjejum algum outro tipo de proteína (origem vegetal, frango ou peixe) - para que ambos os grupos tivessem a mesma ingestão de proteína. Os envolvidos foram orientados a manter seu nível habitual de atividade física e ingestão alimentar. Os resultados apontaram que ambos os grupos tiveram uma maior ingestão de ácidos graxos mono e poliinsaturados no período e não houve diferenças significativas entre os grupos para o colesterol total, frações LDL e HDL, triglicérides ou glicemia. Aqueles que consumiram ovos relataram maior saciedade no pós café da manhã. De acordo com os autores, o elevado consumo de ovos não teve efeito adverso no perfil lipídico dos indivíduos com DM2 no contexto de elevação do consumo de ácidos graxos mono e poli-insaturados. O estudo sugere que o ovo pode fazer parte da alimentação de pessoas com diabetes tipo 2 e que este alimento proporciona ao indivíduo um estado geral de maior saciedade.
Já o estudo coorte “Consumo de ovo e risco de incidência de diabetes tipo 2 em homens”, realizado na Finlândia por Virtanen et al., analisa registros do The Kuopio Ischaemic Heart Disease Risk Factor Study – um grande estudo em andamento para investigar fatores de risco para doenças cardiovasculares, arteriosclerose e respectivas consequências em homens de meia idade do leste da Finlândia, população que registra uma das mais altas taxas de doenças cardiovasculares. Virtanen et al. analisou dados de 2332 indivíduos num período de quatro anos, investigando o consumo de ovos e ingestão de colesterol através de recordatório alimentar. Taxas de glicose plasmática, insulina sérica, proteína C reativa (PCR) e apolipoproteínas (APOE4) foram avaliadas no inicio do estudo e aos quatro anos de acompanhamento. Alguns critérios foram considerados para análise do estudo: quantidade de ovos consumidos por dia; história familiar de diabetes tipo 2; IMC; hipertensão; fumo; exercício físico; ingestão de álcool; porcentagem de ácido linoleico da dieta, assim
como ingestão de colesterol e de fibras, frutas e vegetais. Relacionando todos estes fatores, o estudo descobriu que indivíduos que ingeriram cerca de quatro ovos por semana tiveram um risco 37% menor do que aqueles que consumiram apenas um ovo por semana. Essa associação persistiu mesmo após serem considerados fatores como atividade física, IMC, fumo e consumo de frutas e vegetais, que poderiam possivelmente confundir resultados. Ingestão de quantidades ainda maiores– um por dia – não reduziu nem elevou os riscos. Em geral, o consumo de ovos foi associado a um risco menor de DM2 assim como níveis mais baixos de glicose no sangue. As concentrações de glicose e insulina não se alteraram durante os quatro anos de estudo, e não foi encontrada associação ente o consumo de ovos e insulina sérica. Em relação à PCR, houve associação quando analisado aos dados de IMC, história familiar de diabetes, fumo, sedentarismo, ingestão de álcool, mas atenuado quando avaliada a ingestão de colesterol. Os autores não encontraram associação entre ovo, ingestão
de colesterol e DM2 na síndrome metabólica e em relação a APOE4 disponível. Podemos concluir, observando estes estudos, que os diabéticos podem se beneficiar do consumo de ovos porque trata-se de um alimento altamente nutritivo e uma forma conveniente de aumentar o conteúdo de proteínas e micronutrientes de suas dietas, o que é importante para a saciedade e o controle de peso.
Referências
1. American Heart Association (1968) Diet and Heart Disease Risk. Dallas: American Heart Association 2. Ying Rong, Egg consumption and risk of coronary heart disease and stroke: dose-response meta-analysis of prospective cohort studies BMJ 2013;346:e8539 doi: 10.1136/bmj.e8539 (Published 7 January 2013) 3. Novas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 4. Jyrki K Virtanen, Egg consumption and risk of incident type 2 diabetes in men: the Kuopio Ischaemic Heart Disease Risk Factor Study –Am J Clin Nutr 2015;101:1088–96. Printed in USA 2015 5. Nicholas R Fuller, The effect of a high-egg diet on cardiovascular risk factors in people with type 2 diabetes: the Diabetes and Egg (DIABEGG) study –a 3-mo randomized controlled trial. Am J Clin Nutr. 2015 Apr;101(4):705-13. doi: 10.3945/ ajcn.114.096925
“Depois de fixar as telhas transparentes, as galinhas estão produzindo 2% mais, ou seja, esse lote novo está com uma produção de 92% (8.220 ovos por dia)” Solimar Berger, avicultor, Santa Maria de Jetibá, ES
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Reportagem Empresarial Participantes do evento promovido pela Lohmann do Brasil, em São Pedro, SP
1º Lohmann School Brasil promove conhecimento para evolução da avicultura de postura Empresa realizou durante o evento debates e análises técnicas e práticas
A
Lohmann do Brasil realizou no mês de novembro, em São Pedro, SP, o 1º Lohmann School Brasil. O evento promoveu amplo debate e análises para a evolução do segmento avícola de postura. Cerca de 100 produtores do Brasil, de 17 estados diferentes, e 30 de outros países da América Latina, Estados Unidos e Europa, estiveram reunidos para tratar de temas ligados à conjuntura econômica da atividade, do setor de grãos, exportações e o principal objetivo foi o de melhorar a atividade como um todo e se preparar para as demandas futuras da avicultura de postura. Foram realizadas palestras voltadas à genética, nutrição, manejo, sanidade, vacinação e vários outros temas relevantes à avicultura de postura comercial. O 1º Lohmann School Brasil também contou com ações práticas como manejo para fábricas de ração, vacinação, tratamento de bico e qualidade interna e externa de ovos. A Lohmann do Brasil conseguiu atingir seu objetivo ao promover o 1º Lohmann School Brasil. A empresa tinha o objetivo de gerar integração, difundir tecnologias e propiciar a troca de informações. De acordo com Marcos Borges, Gerente Técnico da empresa, dentro deste contato, a empresa pode entender melhor
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a demanda de seus parceiros. “Por isso, vamos dar sequência ao projeto”, explica. De acordo com Leomar Klassmann, Gerente Geral da empresa, o setor em geral vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, porém, a eficiência produtiva não vem acompanhando esta evolução e o 1º Lohmann School Brasil foi um grande despertar para uma mudança da avicultura de postura. “O evento também serviu para ‘brindarmos’ com nossos clientes após cinco anos da grande reestruturação pela qual a Lohmann do Brasil passou. Relançamos as linhagens Lohmann no Brasil e adequamos nossas linhagens à demanda interna”, disse. “Através dos excelentes resultados zootécnicos obtidos através de nossos clientes, nos reposicionamos como uma das principais empresas fornecedoras de genéticas para a produção de ovos comerciais. Foram muitos desafios, mas a empresa está passando por um bom momento e nada mais justo do que celebrar com nossos parceiros e clientes em um evento que levou informação e melhoria para a avicultura de postura. O EW Group, por questões estratégicas, e principalmente pela biossegurança, vem investindo constantemente melhorias em todas as suas áreas de produção. E o Brasil é um destes países, pois conta com uma localização privilegiada e por preservar
seu status sanitário se tornando uma das principais plataformas de exportação do grupo para o mundo, gerando assim uma maior segurança no fornecimento de nossos produtos a todos nossos clientes”, diz. Os produtores que estiveram presentes ao 1º Lohmann School Brasil aprovaram o formato do evento e as análises que foram apresentadas. Victor Gonzales, da Cabaña Camila, da Argentina, afirmou que o evento como um todo trará melhorias ao setor produtivo. “Devido ao alto nível dos palestrantes vamos levar muitas informações importantes e que vão melhorar nosso trabalho”, diz. Já Márcio Antônio Tavares, da Radil Alimentos, de Divinópolis, MG, destacou os temas voltados à economia de produção. “Tudo o que propiciar uma redução de custos e aumento da qualidade é muito importante aos produtores”, destaca. A parte prática também foi avaliada como extremamente positiva pelos participantes. Sivonaldo da Silva, da Enavis, de Orobó, PE, destaca a proximidade com a realidade vivida na granja. “Percebemos como podemos melhorar nossa atividade e aumentar a produção”, diz. Acesse o conteúdo do 1º Lohmann School Brasil em www.avisite.com. b r/ r e v i s t a d o o v o/ m a t e r i a s / Lohmann-School-Brasil.html
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Estatísticas e Preços Pintainhas de postura comercial
Plantel produtivo retrocede mais de 5% no ano
D
EVOLUÇÃO MENSAL (OVOS BRANCOS E VERMELHOS) - MILHÕES DE CABEÇAS
PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA
% OVO BRANCO
MÊS
2013/14
2014/15
VAR.%
2013/14
2014/15
Set
7,979
8,262
3,54%
78,97%
75,33%
Out
8,557
7,972
-6,84%
76,21%
76,72%
Nov
8,569
6,983
-18,51%
78,50%
82,50%
Dez
7,491
7,028
-6,18%
76,54%
78,90%
Jan
7,906
7,172
-9,28%
79,27%
79,41%
Fev
7,711
6,730
-12,72%
79,14%
81,94%
Mar
7,884
7,934
0,63%
76,28%
78,74%
Abr
8,349
7,458
-10,67%
74,02%
83,08%
Mai
8,085
7,540
-6,75%
71,52%
80,32%
Jun
7,763
8,059
3,82%
77,50%
82,38%
Jul
8,219
7,818
-4,87%
72,11%
82,06%
Ago
7,850
7,292
-7,10%
76,83%
77,76%
Em 8 meses
63,766
60,003
-5,90%
75,77%
80,72%
Em 12 meses
96,362
90,248
-6,35%
76,38%
79,87%
Fonte dos dados básicos: ABPA – Elaboração e análises: AVISITE
PLANTEL DE MATRIZES EM PRODUÇÃO
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A Revista do OvoSite
ABR
MAI
AGO
SET
OUT
90,909
91,455
JUL
92,346
JUN
2015
92,296
93,277
MAR
94,010
FEV
94,473
JAN
96,060
96,645
DEZ
2014
96,362
NOV
96,062
95,007
95,553
Novembro de 2014 a Novembro de 2015 Milhões de cabeças
NOV
ados fornecidos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), indicam que em agosto foram alojadas pouco mais de 7 milhões de pintainhas para produção de ovos brancos e vermelhos. O volume alojado – mais exatamente 7,292 milhões – incidiu em redução mensal de 6,7% e anual de 7,1%. No acumulado do ano – janeiro a agosto - o volume alojado atingiu 60 milhões e representou retrocesso de 5,9% sobre o mesmo período do ano passado. Projetado para o restante do ano, o volume médio mensal indica 90 milhões de pintainhas, volume 4,3% abaixo do alojado em 2014. Por ora, nos últimos 12 meses – setembro de 2014 a agosto de 2015 - o volume está em 90,2 milhões de cabeças (79,87% delas destinadas à produção de ovos brancos) e representa 6,3% de redução sobre o mesmo período imediatamente anterior. Em novembro, o volume de matrizes de postura comercial em produção – sem levar em conta a mortalidade do período – sofreu redução mensal de 0,6%, atingindo, também, redução de quase 6% em relação ao maior volume do ano registrado em março, 96,645 milhões. De lá pra cá, o volume vem caindo quase ininterruptamente. No decorrer desse ano, a redução é de 5,4% pois o setor abriu o período com um plantel produtivo de 96,1 milhões. Em relação a novembro do ano passado, a redução chegou a 4,3%, índice que aliado a outros fatores – aumento vegetativo da população, campanhas de promoção exaltando os benefícios do ovo e favorecendo maior consumo, exportações imensamente superiores ao ano anterior, migração das carnes para ovos devido alto custo (das carnes) – deixaram o mercado de ovos bem melhor que novembro de 2014.
Desempenho do ovo em novembro e nos 11 primeiros meses de 2015
Produto valoriza-se no ano, mas continua aquém da inflação dos últimos 12 meses dizer: a baixa em relação à média do ano anterior seria fato natural. Mas isso não ocorreu. E, muito pelo contrário, em relação ao valor médio de 2014 (R$52,70/caixa para o ovo branco extra comercializado no atacado da cidade de São Paulo), o preço médio deste novembro (R$65,08/caixa) foi mais de 23% superior. Como desempenho muito similar já havia sido observado em outubro, os onze primeiros meses de 2015 estão sendo completados com um valor médio (R$58,78/caixa) perto de 10% superior aos R$53,49/caixa de idêntico período de 2014. Portanto, o (aparente) bom preço está próximo, mas aquém da inflação dos últimos 12 meses. E o que esperar de dezembro? Pela curva sazonal, no mês das Festas o preço do ovo tem ficado 10 pontos percentuais acima da média do ano anterior. Porém, neste ano, no bimestre outubro-novembro, o preço alcançado ficou mais de 20 pontos percentuais acima da média de 2014. E nada impede que isso se repita também em dezembro.
OVO BRANCO EXTRA
Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses
Média anual em 10 anos R$/CAIXA
MÉDIA R$/CXA
VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL
NOV/14
42,50
0,27%
-1,84%
DEZ
44,31
-7,77%
4,25%
JAN/15
44,19
5,90%
-0,26%
FEV
68,57
22,26%
55,15%
MAR
64,35
-7,62%
-6,15%
ABR
55,58
-21,99%
-13,62%
MAI
54,88
-9,52%
-1,19%
JUN
58,80
2,86%
7,14%
JUL
59,41
8,42%
1,03%
AGO
60,15
15,00%
1,26%
SET
54,96
36,61%
-8,63%
OUT
61,69
42,49%
12,33%
NOV
65,08
53,14%
5,50%
Ago
R$ 38,63
2009
R$ 37,93
2010
R$ 44,61
2011
R$ 49,11
2012
R$ 57,86
2013
R$ 52,70
2014
R$ 58,78
2015
104,0
116,8
Média 2001/2014 (14 anos) 2015
97,9
Jul
R$ 43,62
2008
100,1
113,8 110,5
112,6 112,4
115,7 111,3
108,8 103,9
105,2
111,9
121,8 119,3
113,0
Jun
R$ 39,42
2007
Set
Out
83,6
92,0
129,8
Preço relativo em 2015 comparativamente à média mensal de 14 anos (2001/2014) Média mensal do ano anterior = 100
2006 R$ 27,48
110,1
MÊS.
123,2
ovo terminou novembro como começou. Ou seja: com praticamente a mesma cotação média. Nesse meio tempo, porém, experimentou boa valorização. A ponto de obter, no mês, preço médio 5,5% superior ao do mês anterior. Já em relação ao mesmo mês do ano passado o incremento atingiu níveis excepcionais - +53,14%. O que, com certeza, vai fazer com que o ovo seja menção obrigatória nos relatórios de inflação de novembro. Porém, o que precisa ficar claro, aqui, é que essa grande variação está sendo influenciada pela base extremamente baixa do ano passado. Pois um ano atrás, em novembro, os preços alcançados pelo ovo estiveram entre os menores do ano. E deflacionados, corresponderam ao pior resultado para um mês de novembro em cinco anos, ou seja, desde 2010. Ainda assim, é inegável que o desempenho registrado neste último novembro foi excepcional, visto que a remuneração média obtida no mês correspondeu, nominalmente, ao segundo maior valor mensal de 2015, sendo superada apenas pelos bons preços alcançados (como de hábito) no período de Quaresma. Além disso, pelo segundo mês consecutivo, o ovo registra comportamento oposto ao de sua curva de preços sazonal. Explicando: nos 14 anos anteriores decorridos entre 2001 e 2014 (a nossa “curva sazonal”) o preço médio do ovo em novembro alcançou valor equivalente a 98,7% do preço médio registrado nos 12 meses do ano anterior. Quer
98,7
O
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Nov
Dez
A Revista do OvoSite
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Estatísticas e Preços
Milho e Soja Preço do milho registra nova alta em novembro
Soja registra queda na valorização mensal
O preço do milho registrou nova alta em novembro de 2015. O preço médio do insumo saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$ 35,38 – valor 2,67% maior que a média de R$34,46 obtida pelo produto em outubro de 2015. A disparidade de preços do milho em relação ao ano anterior também foi positiva. O valor atual é 22,4% maior já que a média de novembro de 2014 foi de R$28,91 a saca.
O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou queda em seu valor mensal em novembro de 2015. O produto foi comercializado ao preço médio de R$1.314/t, valor 1,9% menor que o mês de outubro– R$1.340/t. Em comparação com novembro de 2014 – quando o preço médio era de R$1.151/t – a cotação atual registra aumento de 14,2%.
Valores de troca – Milho/Frango vivo
Valores de troca – Farelo/Frango vivo
O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de novembro cotado a R$ 3,10/kg – valor 3,9% maior que a média de outubro de 2015 – R$2,98. A maior valorização do quilo do frango em relação ao milho contribuiu para o aumento no poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 190,2 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este valor representa um aumento no poder de compra de 1,3% em relação ao mês anterior, pois em agosto a tonelada do milho “custou” 192,7 kg de frango vivo.
A menor valorização no preço do farelo de soja em relação ao frango vivo em novembro garantiu que fossem necessários 423,9 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando aumento de 6,1% no poder de compra do avicultor em relação a outubro, quando foram necessários 449,7 kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.
Valores de troca – Farelo/Ovo
O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), encerrou novembro cotado à média de R$59,08 valor 6,1% superior ao mês anterior, quando o produto foi negociado a R$55,69. Com o maior aumento no preço dos ovos em relação ao milho houve melhora no poder de compra do avicultor. Em novembro foram necessárias 10 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em outubro, foram necessárias 10,3 caixas/t, um aumento de 3,3% na capacidade de compra do produtor.
De acordo com os preços médios dos produtos, em novembro de 2015, foram necessárias aproximadamente 22,2 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registra aumento de 8,2%, já que, em outubro, 24,1 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a novembro de 2014 houve um aumento no poder de compra de 41,8%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 31,5 caixas de ovos.
Preço Preço médio médio Milho Milho
Preço Preço médio médio Farelo Farelo de de soja soja
Média Novembro Mínimo Mínimo Média Novembro R$ 33,50 R$ R$ 33,50 R$
35,38
30 A Revista do OvoSite
2014 2014
Máximo Máximo R$ 36,50 R$ 36,50
julho julho agosto agosto setembro setembro
outubro outubro novembro novembro
2015 2015
2014 2014
R$/tonelada R$/tonelada FOB, FOB, interior interior de de SP SP
1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750 700 700 650 650 600 600 abril abril maio maio junho junho
outubro outubro novembro novembro
julho julho agosto agosto setembro setembro
abril abril maio maio junho junho
janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março
novembro novembro dezembro dezembro
35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00 25,00 25,00 23,00 23,00 21,00 21,00 19,00 19,00
janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março
R$/saca R$/saca de de 60kg, 60kg, interior interior de de SP SP
novembro novembro dezembro dezembro
Valores de troca – Milho/Ovo
2015 2015
Média Média Novembro Novembro Máximo Mínimo Mínimo Máximo 1.300,00 R$ R$ R$ 1.340,00 R$ 1.300,00 R$ R$1.340,00
1.314,00
Fonte das informações: www.jox.com.br
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Estatísticas e Preços
Vacina viva aplicada na água de bebida, segura (Mutante Metabólico - MDM), excreção limitada no meio ambiente, diferenciação confiável e de fácil aplicação, que imita a via natural da infecção de campo, gerando assim, defesa eficaz contra as Salmonellas (IgA secretória + imunidade celular). Para imunização ativa de aves sadias para reduzir a excreção e mortalidade decorrentes de infecções por cepas de campo de Salmonella Gallinarum.
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