Terra da Lampada -Vol V - 2007

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V VOLUME

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BLOG - TERRA LAMPADA.BLOGSPOT.COM


Um pouco mais de sol - e fora brasa Um pouco mais de azul - e fora além. Para atingir, faltou-me um golpe de asa… Se ao menos eu permanecesse aquém… (Mário de Sá Carneiro)

E com este já é o quinto «Livro da Inquietação». Ao longo dele, descrevo o sentir das coisas que me leva - ou até me alimenta - ao acto de pensar. Para este acto são fundamentais os que se me opõem, em ideias, atitudes, maneiras de ser e, até, temperamento. Por isso lhes agradeço, o mote. De quando em vez fico perplexo com aquilo que se propagandeia, da minha personalidade, ou da minha maneira de ser. Sou sensível, sem me preocupar muito com a impressão que causo nos outros. E assisto, curioso, às leituras extremas e opostas, que se vão fazendo, intencionalmente, para…

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INTRODUÇÃO


E assim sendo, sinto a minha vida como se andasse a todos os momentos a flagelar-me com ela, pelo que, por vezes, tal sentimento fere. E até dói. Mas volta um novo dia e sei que não quero sentir o que teria sentido ontem. Se isso acontecesse, não viveria. Estagnava. Seria um vivo morto, não a sentir, mas apenas a lembrar-me do que - e como tinha sido. Por isso vivo o presente. Sobre o passado (?) : - já me chega. O futuro não me inquieta, para lá do modo como vai escurecendo. Saudades? não muitas. Esperanças ? muito poucas. Porque : Comigo me desavim Sou posto em todo o perigo Não posso viver comigo Nem posso fugir de mim

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(Sá Miranda)


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JANEIRO


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segunda-feira, Janeiro 29, 2007

Tenho vindo a seguir com especial interesse, o caso da E…, menina que se vê envolvida e desrespeitada por toda uma sociedade onde se incluem «Pais», Tribunal, Sociedade da Informação e Tribunas Sociais, que parecendo - e certamente querendo - protegê-la, parecem, contudo, não perceber que quanto maior for a exposição pública do caso, maiores serão as atenções (futuras) centradas sobre a criança, o que poderá vir a transformar a sua vida num pesado fardo, difícil de carregar. O que, à partida, ninguém certamente deseja. Procura-se, nas notícias que vêm sendo dadas, encontrar um culpado para todo este processo. Mas esquece-se o erro capital, fulcral(!) e decisivo para que, um caso igual a muitos outros, descambasse neste exibicionismo exacerbado e algo doentio que teve a sua origem, não hoje, mas no procedimento acontecido há já uns anos, infelizmente muito vulgar no regime de adopção vigente (apesar das continuadas melhorias que vêm sendo introduzidas). Adoptar é um acto de dádiva por excelência, provindo de suprema disponibilidade para amar ; mas - e isso é o que o distingue e singulariza -, um acto profundamente racional. Não pode por isso, ser visto - nem praticado - como uma via egoística de nos ressarcirmos de algo - por nossa culpa ou por culpa estranha - que não conseguimos alcançar. Mais que consequência de um acto biológico - decidido, consentido ou fortuito -, a adopção exige profunda e antecipada reflexão, compartilhada em prévia e amadurecida interiorização, e por isso, afastada de toda e qualquer impulsividade momentânea, tem de ser decisão irreversível, a dois. E irrevogável. Um casal predisposto à mesma, terá de resistir a todos os impulsos : lógicos ou ilógicos, fáceis, questionáveis ou inquestionáveis, que a ponham em causa. A

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A ADOPÇÃO EXIGE PRÉVIA FORMAÇÃO-INFORMAÇÃO.


responsabilidade, na adopção, é imensamente maior ; assumida a dois em profunda convicção - não é (facilmente) aceitável submetê-la a escrutínio de conveniência, provindo de questões factuais futuras, entretanto advindas.

Um dos principais - e muitos há - pressupostos na adopção , é que quem adopta tem o dever de estar profundamente consciente - e por isso assumidamente disponível - para um possível acto de «ingratidão», e/ou, de «incompreensão». Deve viver essa possibilidade, tudo dando, mesmo na probabilidade de nada receber. Em total abertura e disponibilidade, (sempre) preparado para a eventualidade do reencontro do adoptado com os laços de sangue, que é sempre traumático, para todos. (Curiosamente - ou talvez não! - dos vários casos que conheço, os menos traumatizados são mesmo os «partenaires» do acto da concepção). Interiorizando que se isso, porventura vier a suceder - com final feliz ! - a sua missão de adoptantes terá sido cumprida com pleno êxito. E isso é o verdadeiramente importante. Sou um Pai adoptivo - pleno ! - há cerca de quarenta anos. E agora, numa outra posição de «avô adoptivo» - recente e restrita, por tácito acordo de todas as partes - tenho plena consciência dos inúmeros problemas que a questão da adopção coloca, e para a qual, reconheço, não estava minimamente preparado. Julgando tudo saber, sei agora que pouco - afinal ! - sabia. Só o que aprendi de experiência feita. E olhando para trás, se aceito que ao tempo se poderia justificar um certo desconhecimento, hoje, o mesmo, é imperdoável e incompreensível. Grave é que não se colham lições para que tão magno problema corra por outras veredas, mais desimpedidas e mais confortáveis, menos acidentadas. Evitar-se-iam desagradáveis erros. Ora, por aquilo que me é dado ler, ninguém envolvido neste caso da menina de Torres-Vedras, um caso igual a muitos outros - ou será que andamos distraídos (?!) - parece estar minimamente preparado para o assumir em pleno e lhe dar adequado fim : É verdade que o Tribunal não sabe lidar com casos, onde a «razão» não está na «razão da lei», mas na «razão» de uma sábia

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Irrevogável para os adoptantes, que não para os adoptados!


interpretação do senso comum. Ali não era necessário julgar. O que era preciso era aconselhar - mediar. E não agora, mas no momento oportuno. Ora quando não se «aconselha» no momento oportuno, depois, é tarde… ou até inoportuno. Mas os Pais - sim!, «todos Eles» - deveriam ter percebido : …o pai biológico, que mais importante que ser Pai «com direitos», o difícil, é ser Pai «com deveres». E isso assume-se - é-se ! - desde a primeira hora ; e não só quando nos apetece… ou convém.

…de todos…, há soluções maleáveis e atendíveis que logo de inicio poderiam ter sido postas em prática, evitando a exposição na praça pública. Soluções que não dando plena satisfação a uns, respeitariam a questão formal de uma decisão Salomónica. No caso presente, não por

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…os pais adoptivos, deveriam perceber o risco das suas opções, e não deveriam considerar como sua pertença o que será, mais tarde ou mais cedo, tão só, uma escolha ; importante é garantir que a mesma -quando for feita se realize na plena assumpção de liberdade. E se não há, agora, liberdade de escolha para a principal interessada, consinta-se na liberdade de escolha partilhada em conjunto, no superior interesse da mesma. Dia virá que todos sentirão a recompensa da dádiva despojada de egoísmo. Assim, parece-me que antes do mais, o culpado é o sistema de adopção em vigor ; falta uma clara preparação, um trabalho de formação/informação, feito obrigatoriamente junto de quem se predispõe a adoptar, para que, carenciados de afectos - a dar ou a receber - compreendam, contudo, a virtude última da sua missão apercebendo-se em profundidade e em toda a extensão, dos espinhos e dos riscos da mesma. Se essa acção tivesse sido feita no caso presente, no momento próprio, ter-se-iam evitado muitas atitudes, agora descaradamente egoístas.


desistência de uma parte em favor de outra, para bem da criança. Mas desistência - cedência - das duas partes, seguramente no superior interesse da criança. Se as partes informadas, assim o não fizessem, algo estaria errado no que supunham ser amor pela mesma. A decisão de «plenitude», pendesse para que lado pendesse, ali, era, logo à partida, impossível. Errada e egoísta ; indesejável para a menina. A «plenitude» estava ferida de morte, era de todo impraticável. Racionalmente deveria ter sido procurado novo caminho. O importante e essencial, era uma decisão acordada, que permitisse ganhar tempo suficiente para, quando adequado, a criança já adulta, pudesse, então, decidir por vontade própria, livremente. Penso que os Pais adoptivos, deveriam ter sido, quem, há quatro anos, deveriam exigir saber das condições - e real interesse - do Pai biológico em (querer ?!) assumir, ainda que tardiamente, as responsabilidades - e direitos - que se propunham, eles em exclusivo, querer assumir. Ora naquele momento - há quatro anos - havia um inultrapassável conflito de interesses, que só com cedências de parte a parte poderia ser possível de superar no real interesse da menina. E sejamos francos, nenhum Tribunal estaria em condições de o fazer em consciência plena, justa. Impunha-se, pois, uma informação/formação no sentido de os aconselhar, perante as evidências, a sujeitarem-se consentindo - numa «restrição» à adopção plena. Não deixando que o caso se enovelasse nas profundezas da burocracia ; e muito menos se virasse contra quem - não duvido - eles querem, para já ! mais do que alguém quer : - a sua criança, não de direito, mas do coração. E essa é a posse maior. Decida-se o que se decida - AGORA! -, a vida desta criança nunca mais irá ser, como deveria e mereceria, ser.

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ALADINO


quarta-feira, Janeiro 31, 2007

O «Circo» voltou à cidade, e como é apanágio, mostra novo elenco de atracções. Refiro-me ao circo da «MARINA DA BARRA», que uma expressão feliz de Ribau Esteves recuperou, não lhe fossem retirar o estatuto de palhaço inteligente, espertalhão. Agora, nesta versão da companhia para 2007, há mais - e novas! - «feras» desejosas de se agarrar ao osso, vitualha de que afinal todos parecem esfomeados. Este processo do Investimento Imobiliário Lacustre tem contornos kafkianos; tem pormenores que dão para pensar. Vejamos… O seu ponto de partida esteve numa clara e indisfarçável abertura ao facilitismo eleitoral de que o partido Socialista foi, então, o único e principal responsável, e culpado. Saíram a uns «seus» espertos, furadas as contas, e, depois das mudanças políticas, verificadas e inesperadas, não restou a tal gentio, que se supunha sozinho na repartição do bolo, outro caminho que não fosse o de o dividir com «novos comparsas». E assim, logo se formou um «sindicato» contranatura, constituído por prós e contrários políticos, que para nítido espanto, e de um modo não habitual, se «insultavam» às segundas, terças e sextas, e se labiam de amores, às quartas, dia de tratar com desvelo, e em unicidade de opinião, a melhor maneira de percorrer as veredas enviezadas, para encontrar o buraco da agulha por onde pretendiam fazer passar o monstro. Só que o destino é por vezes caprichoso e terão sido os próprios camaradas dos novos cavaleiros do Apocalipse, a negaram a loucura de plantar na ria 600 cabanas lacustres, abusacadas nas águas da laguna. Eis que o PS volta, agora, ao circo. E com ele traz novas (?) e grandes atracões. Até daqueles animais, que muito embora não pensem, contudo falam. E o que dizem? :

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O CIRCO E AS «FERAS ESFOMEADAS»… VOLTARAM À CIDADE!


Que o promotor - que anda arredio da coisa, talvez fazendo as contas a tantas bolsas que terá de satisfazer - tem de receber uma indemnização por o projecto não estar já a andar: - dizem. E eu a pensar que, se um simples cidadão propuser um projecto, que não esteja de acordo com a Lei, e tendo este sido reprovado, o terá de refazer de novo. E, demore o tempo que demorar, não irá, certamente, de viver das indemnizações durante esse tempo. Ou irá? Quem lá pôs essa cláusula tão especial e benigna ? Importa saber … Andam - coitados ! - os professores das nossas Universidades a queimar as pestanas com o avanço do mar e a destruição do Litoral; anda o Governo a despejar milhões de contos para conter o mar na Costa da Caparica ; a seguir terá de se preocupar com Espinho e Vagueira. E andam estes tipos preocupados com as indemnizações que prometeram ao empreiteiro promotor. Quem lá pôs essas cláusulas ? A quem se devem pedir urgentes e imediatas responsabilidades ? O que está por detrás de tido isto. É urgente que Maria José Morgado termine o Apito Dourado. Para vir esclarecer o BÚZIO DOURADO. Este apoquenta-me bem mais do que aquele. Porque a mistura que se apresenta a cobrar a factura é, simplesmente explosiva ; como um monte de gatos metidos no mesmo saco, vai-se ver, sairão todos esgatanhados.

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ALADINO


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FEVEREIRO


ABORTO. DIREITO DECISร RIO INDIVIDUAL

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quarta-feira, Fevereiro 07, 2007


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Confesso ter nesta matéria, mais do que muito, recato. Fui convidado para uma sessão para abordagem da mesma e não compareci. Devo por isso explicar-me, nem que seja, apenas e só, para um desabafo em voz alta. Fique claro : irei votar com um decidido SIM. Incontroversa esta atitude. Mas em matéria que entendo ser de total intimidade, e de restrita decisão pessoal, onde cada caso é um caso visto de uma maneira pessoal e circunstancial, irrepetíveis, não me parece dever meter prego nem estopa. Indeclinável é o dever de, passo a passo, nos emanciparmos. Neste caso a mulher. Só assim avançaremos. O que está verdadeiramente em causa é saber se o direito (da mulher) está, ou não, acima de outra e qualquer questão: criminal, ética ou religiosa, ao decidir sobre uma matéria, que, quer queiram quer não, é pessoal, que só lhe diz respeito. Digam o que disserem. Importa-me pouco a definição do momento : para mim o mesmo, às dez semanas como às dez horas. O conceito é o mesmo. Pílula abortiva ou aborto, é uma e mesma coisa. O resto é hipócrisia. E balelas. O que me importa é que a decisão seja do exclusivo foro daquela a quem foi concedida - por quem, e porquê (?), ainda é cedo para o saber-se - a condição de gerar. E como desligado de qualquer preconceito religioso aceito a gestação independente da intervenção, e ou, «vontade divina», dou a quem tem o dom de conceber - de transformar - todos os direitos de decisão. A sociedade não tem o direito de julgar a mulher. Basta a esta, saber-se ficar sujeita ao tribunal da sua consciência. O juiz é ela, e neste caso, em causa própria. E - note-se - não há conflito de interesses. E a esse tribunal escuso-me ; não tenho que pertencer (enquanto sociedade), porque a questão não me diz respeito. Sobre o fundamentalismo de uns esbirros católicos que se andam por aí a exibir, mereciam que lhes fosse dito : «Perdoai-Lhes SENHOR, que não sabem o que dizem».


Seguem o fanatismo religioso, que não a abertura e compreensão - e perdão - de Cristo às «Madalenas». Era caso para ironicamente dizer : "se esta Lei que agora vamos referendar, já existisse há cinquenta anos, estávamos agora livres de tal cáfila endemoinhada". Ao Partido Socialista apetece-me, contudo, fazer a seguinte interrogação : Se estamos numa Sociedade Laica, por que raio é que não se decretou uma Lei, evitando o triste espectáculo do desaforo ? ALADINO

sábado, Fevereiro 10, 2007

SÓ E APENAS… COMPREENSÃO. As últimas horas que antecedem o referendo têm sido vergonhosas. E perigosas . Emocionalmente têm-se trazido à baila as mais incríveis e desinformativas prédicas, apoiadas num falso catolicismo, que utilizando a fé - e não a consciência - de um modo abominável. O SIM... é a afirmação de libertação. Será uma questão talvez! - de se saber usar a libertação. Lá se irá. O NÃO... é hipócrita. À última hora tenta ser um NÃO SII… MMM !.

A liberdade não se oferece. Conquista-se ! Não precisamos de misericórdia, mas SIM de compreensão. ALADINO

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Isto é : sempre acto criminoso. Mas, se confessado, perdoado.


domingo, Fevereiro 11, 2007

PARABÉNS À MULHER… UF!... UF! - saiu-me de cima um pesadelo. Cheguei a temer que o povo Português, desta vez, me tivesse desiludido . É certo que penso que poderia ser melhor e mais categórico. Foi só e apenas, SERENO . Mas houve momento em que cheguei a recolher a garrafa de champanhe que tinha destinada para beber à saúde da mulher portuguesa. Um susto! Respondo e penalizo-me por desta vez - e foi a primeira! - ter participado (?!) apenas e só, como espectador. Poderia explicar o porquê. Pouco isso interessa. Embriago-me por este ganho de alforria da mulher. Hoje foi um momento histórico CIVILIZACIONAL. Não duvidemos. E como todos os ganhos, implica futuras e acrescidas responsabilidades. De todos … ALADINO

sábado, Fevereiro 17, 2007

A Lei do aborto não virá a tempo de safar Ílhavo daquela má formação, que lenta, mas inexoravelmente - embora dificilmente - vai tomando forma.

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DISFORME… MONSTRUOSO… INSULTUOSO... O CENTRO MUNICIPAL DA ILETRACIA.


Desproporcionado e disforme, o casarão cria vertigens, e até destravamento da língua, na adequada classificação de tão inestética gaiola fechada que envolve o Salão da Cultura, sarcófago faraónico, transladado das margens do Nilo, e ali depositado ao «rio da vila» para conter os restos mortais «da que já foi… mas já se finou». E cresce… e cresce… medonho !, o furúnculo. E lá se vão os anéis, e se calhar os dedos… em abcesso tão purulento, verdadeiro hino de exibição da mais tonta e impúdica megalomania, uma falta de respeito pelas necessidades reais das gentes, um insultuoso incesto na «mãe cultura». Pobrezinha. Ao que chegou para justificar tamanho desvario. Os antigos um dia descobriram o vidro com a alta função de iluminar o interior das suas casas. Um prometedor «esteta» do lápis, descobriu, aqui em Ílhavo, no dito «Centro da Iletracia Municipal», um seu outro uso : para ocultação - de dia e de noite - das telas negras do isolamento e, assim, nada se ver : nem de dentro para fora, nem de fora para dentro. Inteligente este artista do abstracto. De facto se nada há de digno para se ver lá dentro, para quê (?) deixar o vidro ver o «rei em pelote» . Haja decoro, pensou... Assim, mira-se a «tela» e nada se vê, nem se percebe. Diz-se até que o primeiro filme que ali irá ser exibido será o «Preto e Branco». Sim, aquela obra genial que passa duas horas a exibir uma imagem a preta e branco, que nada contém. Nada, é uma forma de dizer. Pois contém tudo o que quisermos que contenha. Genial. Ps - Lembro ao criador futurista um pormenor que certamente esqueceu. A chaminé necessária no palco para lá se realizar aquele que é um dos momentos mais altos da agenda cultural ilhavense : a OPA do CHIO-PÓ-PÓ, (churrasco do porco), com subsídio garantido pela «culta (?!)» Câmara.

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ALADINO

terça-feira, Fevereiro 27, 2007


Tempo triste, sem aquecer a alma; capaz de desalentar «um» ainda «quase vivo». A pasmaceira onde vamos, dia a dia exaurindo o tempo que nos resta, continua. Na mesma. Chata. Não se vive. Deambula-se nos dias, por entre as veredas de um verdadeiro cemitério de tristezas. O mundo absurdo em que mergulhámos, desacredita-nos e denuncia-nos. Desacredita-nos como comunidade de direitos. Denuncia-nos como rebanho resignado sem a mais ténue intenção de disponibilidade para mudar. Não ensaiamos, sequer, um passo para além de um quotidiano sem esperança. Já nos não seduz, e muito menos inquieta, a aventura. Já nos não desafiam as lonjuras ; e já nem damos que nos tenham «calçado» o cabresto. O comodismo corrói-nos; dantes agarrava-mo-nos ao desespero de querer ser; hoje agarramo-nos com unhas e dentes, a não querer ser, de maneira nenhuma. Vencido, mas não convencido, largo uma guerra e preparo-me logo para outra. Alimento-me desta inquietação. Se for derrotado a meio da subida da montanha, é lá que fico: nunca cá em baixo a olhar para a montanha, a pensar que a mesma é inacessível. Nem que seja a acalentar a fantasia, quando descorçôo da realidade. ------------------------------------------------------------------------------------E entretanto o «furúnculo do iletrismo» cresce… cresce… medonho… qual esfacelo putredínio. Besuntado com a antiga «pomada preta» que se fazia nas boticas para as pústulas, talvez rebentasse... ------------------------------------------------------------------------------------Ouvi há pouco que uma Câmara do interior subsidia os medicamentos dos idosos. Afinal o mundo não é tão mau como imagino. Aqui (Terra da Lâmpada), ao contrário, subsidiam-se... coisas inúteis. Parvas. Espectáculos menores e degradantes.

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TERRA DA LÂMPADA. O CÁLICE AMARGO DO QUOTIDIANO…


Socialmente a Câmara é um zero absoluto. Do tamanho do raio da T.da L! Para lá da edificação de abortos arquitectónicos, não lhe sobra uma única ideia do que deveria - e poderia - ser uma Câmara interventora, dinâmica, útil. Com rosto; e não com esgares imbecis. Não consigo vislumbrar nada para lá desse interessado conluio com o despesismo tolo ; não vislumbro ideia que a valha, intenção que a justifique, preocupação que aglutine. Tudo o que poderia ser acção, resume-se a prática de mestre de obras do urbano.E mesmo aqui, desastrado na acção e intenção. O mundo social que estes indivíduos entendem, é o esgoto da sociedade em que afirmam viver. É a construção de um mundo sem folhas, desagasalhado. Capaz de destruir em cada um de nós alguma esperança que ainda sobre! ALADINO

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MARÇO


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domingo, Março 04, 2007

Os recentes distúrbios verificados em Copenhague e mostrados à saciedade em todos os canais de Televisão - nacionais e estrangeiros -, mostraram como é difícil, num estado democrático, dar soluções adequadas a perturbações criadas por grupos extremistas. Praticados por uma juventude desinserida, desvalida e perturbada, e com um aprofundado apreço pela violência urbana (a única coisa a que têm, acesso diário).

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CHRISTIANNIA…OUTRA VEZ.


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Estes acontecimentos lembraram-me o meu interesse por apreciar a célebre CHRISTIANNIA - a cidade maldita ! - um «bunker hippie» autorizado a instalar-se numa enorme propriedade no centro de Copenhague, quando há cerca de quarenta anos, e apesar de avisado do risco que correria se lá penetrasse, tê-la visitado em pormenor em companhia de amigo por mim desafiado para partilhar o risco, aquando numa das muitas visitas, então feitas à Dinamarca. Tentei, assim, perceber se aquilo tinha algo que desse para entender. Era uma «cidade sem Lei», em que uma grande comunidade, mais do que vivendo em total liberdade, vivia em total libertinagem. Tudo o que lá dentro sucedesse - lia-se esse aviso logo à entrada - não merecia qualquer tipo de intervenção exterior. Quem entrasse penetrava num mundo sórdido, onde o mais chocante era a miséria humana, a degradação de corpos abandonados, maltrapilhos parecendo apenas sobreviver, por sobreviver. Grupos completamente pedrados, life-shows por tudo quanto era lado, salas de chuto ao dispôr, bares com música louca dos anos sessenta, onde grupos se embebedavam até cair no chão, sem que ninguém se apoquentasse com isso. Era preciso passar o mais possível despercebido. Foi o aviso que mais intensamente me foi feito. O que era difícil. E o que mais me custou foi ter de beber uma cerveja num emporcalhado bar, onde julgo, tudo era compartilhado sem qualquer tipo de higiene, num ambiente nauseabundo onde a droga - de todo o tipo-circulava, abundantemente. Livremente, em completa impunidade. Nessa noite, depois de regressado à civilização - julgava eu ! teria ainda outros episódios que se agora me regressam à memória por causa destes distúrbios verificados bem perto daquele local - que eu supunha já ter desaparecido - fazem-me pensar como naquele tempo a minha ansiedade por observar tudo, era demasiada, tendo, nessa e em outras ocasiões, cometido autênticas loucuras. Mas tudo valeu a pena, porque me deu com antecipação uma noção muito precisa do que era a sociedade de consumo - então a iniciar a sua galopada brutal -, o flagelo da saída prematura dos jovens, da casa paterna, a falta de objectivos da geração que crescia sozinha sem uma estrutura mental equilibrada, e sem outras escolhas que não a alienação ou a fuga. Claro que a Suécia ia já muito à frente, percebendo-se (já) que o modelo social estava errado, o que a fez voltar atrás e reformular conceitos,


mais tarde. Hoje, há uma clara recuperação desta sociedade que depois de bater no fundo, parece reencontrada. Foram essas loucas experiências que vivi, que me encheram a vida de coisas boas e outras tantas más, e cujos ensinamentos me foram fundamentais. Umas e outras. Vi a vida de todos os modos e de todas as maneiras. Sempre que viajei, dei especial primazia a conhecer muito mais a realidade da sociedade e as gentes, do que apreciar o que vinha nas fotografias. Poderia a Europa ser um dia unida? Interessava-me perceber por mim… Unida para o bem e para o mal, porque ainda agora se verificou a intromissão de desordeiros vindos de muitos lados, tal a facilidade de movimento de pessoas, que hoje é possível. Lembro-me de quando aqui cheguei ninguém ter parecido acreditar que uma Chistiannia - uma sociedade sem opressão de todo e qualquer tipo, o lugar mais livre de todo o mundo - dizia-se ! - existia de facto. Existia ! Mas porquê e para quê ?! - foi a pergunta que me coloquei insistentemente sem atinar com a resposta. ALADINO

quinta-feira, Março 15, 2007

Ribau Esteves acordará um dia - que não está assim tão longínquo, desconfio - e vai dar consigo, a falar sózinho. Oxalá o faça, não porque lhe seja imposto, mas como resultado de quem não «soube ser» (na vida).

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O ACORDAR DE R. E. VAI SER VIOLENTO…


É claramente um indivíduo de que ninguém - ele mesmo incluído,quiçá?! - gosta. É verdade. Ainda há dias dei comigo, num jantar, rodeado por figuras gradas do seu Partido, aqui, em Ílhavo. Alguns do seu relacionamento, próximo; muito próximo. Espantou-me que na conversa eu tivesse sido, de entre todos, o mais cuidadoso na apreciação que lhe fiz. Sobrepesando a sua parte negativa - incomensuravelmente a maior - reconhecendo-lhe, contudo, um ou outro ponto positivo. O que alguns nem sequer admitiam. Quando disse que apesar de tudo, aceitava que ele tinha sido o melhor Presidente da Câmara de Ílhavo (depois 74), quase fui insultado. Claro que me apressei a corrigir : o bem não estava nele. R.E., foi - e é, ainda - tão só, o melhor dos muito maus. O que me espantou foi notar um certa desconsideração que os seus apaniguados políticos lhe dedicam, chegando a vislumbrar na sua personalidade, tiques claros de desajuste psicótico quando diaboliza as questões, num maniqueísmo sórdido e doentio. O mundo bom, é o dele ; o mau - é o de todos os outros. Dele têm a visão de uma personalidade autista, caprichosa e vingativa, onde abunda um culto de personalidade que chega a tocar o ridículo, porque expresso em pormenores ridículos, no dia a dia. E não se coibiram de exprimir - perante alguma surpresa minha - em voz alta, que esta desconsideração se estende às estruturas partidárias da sua côr, no distrito. Que se afastam a toda a pressa, incomodados, com tanta soberba bacoca. Que fique claro: Ribau Esteves, nunca me incomodou. Picoume algumas vezes elegendo-me – erradamente, claro - como rosto da oposição. Respondi-lhe com os pés. Para alguns com violência ; com violência, porque a sua personalidade não me motiva qualquer tipo de respeito, ético e/ou intelectual. E muito menos, moral. A verdade é que começo a ter comiseração pelo seu futuro.

(Senos da Fonseca)

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Com amigos destes… nem é preciso ter inimigos.


sexta-feira, Março 16, 2007

REI NEM ROQUE Aqui só há Rei ; não há Roque. Nem paz, nem guerra, nem amor, nem desamor. Tudo é, sem o ser ; tudo pensa sem pensar A verdade... a de que, aqui, é Ílhavo a apodrecer,

Aqui o Roque é Rei. A guerra é a das palavras desagradáveis Que desagradam por dizerem a verdade, e ousarem negar A mentira…, a de que aqui, é Ílhavo a renascer…, Em cada dia que não é dia ; é noite sumida no vento.

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Sem vida, sem alma, sem chama nem alento.


Na Nau perdida na bruma em mar infindo, Pediu o piloto licença ao Rei para ir em procura do «desejar querer ser» ; Aqui ninguém sabe que coisa quer ; Ninguém sabe que alma tem ; Nem o que é mal, ou o que é bem. Nem que outra coisa ver Só ele, REI, sabe como vai ser. (Senos da Fonseca) Fevereiro/2007

segunda-feira, Março 19, 2007

Um lamentável problema surgido no servidor do Blog, tem criado dificuldades na sua edição. Por isso com alguma atraso - mas não muito! - vamos passar uma vista de olhos pela pretensa entrevista de Ribau Esteves, no passado dia 9, ao Diário de Aveiro. Percebe-se logo que não se trata de uma entrevista: mas sim um patético arranjo onde o entrevistado responde «às perguntas» que ele próprio escolhe, para lhe colocarem. De uma leitura, mesmo rápida - porque não interessa para nada - nasce logo uma questão : a bota não bate com a perdigota. Isto é : o título, pouco ou nada tem a ver com o conteúdo. A quem é feita a entrevista? Ao Presidente da «Gama»? Ao Presidente da «A.M.Ria»? Ao presidente da Câmara de Ílhavo? Ao «candidato a candidato» do P.S.D/P.P.D, (como diz o Santana)?

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«DE QUATRO»… R.E. OFERECE-SE NAQUELA POSIÇÃO QUE SÓ DE NELA PENSAR… CRIA URTICÁRIA…


Fácil é descortinar a intenção, porque o entrevistado se entrevista a ele próprio, por intermédio de outros. O que ele, ao fim e ao cabo pretende, como outros no Partido - e aqui a palavra «partido» nunca foi tão apropriada para aquela montanha de cacos ! - é lançar a sua candidatura. É pôr-se nos bicos dos pés e dizer que está desejoso de se alcandorar a um lugar e de exercer uma política executiva no Governo do País. É patético, este desejo. Obsessivo. Coloca-se assim naquela posição - a quatro - oferecendo-se para tudo… Até, para chefe dos varredores. Primeiro o Santana - o seu ideólogo - atirou-se ao Marques Mendes para limitar o Marcelo. Ao mesmo tempo que o Filipe Meneses se oferecia no Norte para descer com seu o exército até Lisboa. Ribau não podia ver o comboio passar em Aveiro e não tentar apanhar boleia. E, por isso desatou a bater no pequenino. Coitado !... Este País está cheio de crianças em alto risco. Marques Mendes é uma delas. Mas a R.E. se falhar no intento, resta-lhe continuar por cá. Sempre dá para os trocos. ALADINO

sexta-feira, Março 23, 2007

EU ME CONFESSO… E RETRATO… Em conversa, de hoje, alguém me fez um valente desafio. Fez Pretende que eu me defina. Que me sente no divã e faça uma busca introspectiva. Não me nego a tal exercício.

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bem!


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Reconheço - sempre o disse, como sério aviso à navegação que me aceito um homem difícil, a viver numa sociedade difícil, que percebi, mas que não era a minha escolha. Por isso vivi, talvez, em demasia; e expandi, eventualmente com algum excesso, um hiper criticismo para as coisas que me rodeavam. Exerci-o com os outros, mas fi-lo - e nisso estou sossegado - sobre mim mesmo, de um modo mais exigente e até violento. Por vezes exagerei no que pedi a mim próprio. Ao auto criticar-me, vacinei-me contra as criticas exteriores. Normalmente eu suplantei-as, em exegése, e por isso me foi fácil encaixá-las. Povavelmente, algo ficou para trás. Esforcei-me para que isso se não mostrasse muito. Na critica gostei - e dei preferência - à mordacidade e ao sarcasmo ; e por vezes - muitas! - ao exagero. E até usei - e abusei, propositadamente - de uma certa violência verbal. Nunca - nunca ! - contudo, guardei rancores. Mas guardei desilusões. Não desculpei - e por isso perdi - alguns amigos. Que mesmo depois de os perder, para mim restaram amigos. Isto é: eu é que dispensei a sua amizade, mantendo-lhes a minha. Talvez, em casos esporádicos, tenha dado a ideia de alardear alguma superioridade (?!). Era mais distracção. Por isso estive errado, muitas vezes. Completamente errado. Essa distância era apenas uma maneira de auto-defesa ; a de me resguardar de aproximações que não desejava. Aborreço-me em companhia dos que sendo vulgares, assumem, enfaticamente, querer mostrar o que não são. Procuro o mais depressa possível, à primeira altura, desfazer o equivoco. Inimigos ? Dizem que de mim : ou gosta-se ou odeia-se. Como não sei o que é o ódio, julgo que não. Que não me odeiam, mas sim que se irritam comigo, o que é diferente. Vivo inconformado com o meio onde me inseri. Que quis fosse bem diferente. Mas que não consegui mudar, um milímetro que fosse. Terrível falhanço, que me não inibe de continuar optimista neste ponto. Um dia será. Quanto ao resto ?... - pessimista por natureza. Por me julgar com uma especial vocação para ver - com preocupação - o futuro, à distância. Porque em permanente - e inquieta - actividade de pensar. O


ontem pouco me diz ; o amanhã deslumbra-me e desafia-me. Renovame a cada hora. Adoro o excesso. Se tivesse jeito, teria sido um caricaturista, para dizer tudo num simples traço distorcido. Como o não sei fazer, sugiro-o num tratamento impiedoso dos responsáveis pela irresponsabilidade colectiva. Incapaz, contudo, de crer no que não vejo, procuro entrever o que queria. Apreciando todos os que pensam diferente de mim, porque são esses que me dão a possibilidade do confronto e priveligiando um debate sério de ideias. Não sendo daqueles que procuram convencer os outros, prefiro ficar-me por lhes colocar, apenas, dúvidas. Porque de certezas, duvido metodicamente. Vencido ou vencedor ? Vencido mas não convencido na primeira instância, recorro e peço adiamento do julgamento, para mais tarde. Vencedor não pelo que fiz, mas pelo que procurei fazer. Uma coisa é certa : poderia e deveria ter feito muito… muito mais. Et voilá… (Senos da Fonseca)

quarta-feira, Março 28, 2007

Aladino, é certo, tem outros acessos de informação, vedados ao comum dos mortais. A Lâmpada é um deles. Com ela pode prever o futuro. Assim, no Blog do dia 19 do corrente, referíamos R. E. na posição de quatro, oferecendo-se para qualquer coisa (vide entrevista) desde que fosse para um lugar de executivo, no Governo. Uns põe-se

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ALADINO BEM DIZIA… AINDA ACABA VARREDOR… NO PRÓXIMO GOVERNO DE SANTANA…


de cócaras ; ele foi mais longe. De quatro. Posição em que um homem já está por tudo… Por isso, depois de feito o anúncio da pretensão na ficcionada entrevista dada ao «Diário de Aveiro» no passado dia nove, eis que R. E. insiste. E convida jornais e televisão, para provar uma das suas reconhecidas competências (com fotografia e tudo, e por isso indesmentível) : ser um homem do lixo ! Aptidões natas, descortinadas em pose de quem não só convive com a mixórdia, como a ama (vide foto). Por elas ficámos a saber que dele poderão fazer UM EXECUTIVO, no próximo (des)Governo de Santana/Portas, que a toda a pressa se vem encenando por estes trágico-cómicos peralvilhos da politica nacional. O «MINISTRO DO LIXO»… E nas ditas não se coíbe de mostrar as suas capacidades, parecendo cheirar a imundice. On y soit qui mal y pense ! Apanhador de lixo. Ora aí está uma tarefa digna, para quem não ousando ser engenheiro, se propõe ir mais além : - especialista do lixo. Especialidade díficil. Lixo há muito… engenho pouco. O negócio do lixo, é, pois, seguro. Ora ainda bem que R. E. veio dar razão à nossa caixa jornalística.

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ALADINO


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terça-feira, Abril 10, 2007

ONDE SE FALA DE JUSTIÇA QUE NÃO HÁ... DE FIDELIDADE QUE HÁ... E… DA «ílhava»… AGORA SIM ; PARA SABERMOS COMO ERA.

Pobre País ! Onde se dá maior importância a um canudo, do que a um Relatório do Tribunal de Contas - que se deveria pressupor infalível ! e que afinal contém um churrilho de asneiras. Que parecem, contudo, não serem suficientes para levar os seus altos responsáveis a tomarem uma atitude : - a da demissão, claro está.

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1 - JUSTIÇA : QUE FOI FEITA DE TI?


Fui hoje ao Porto, chamado pela Editora, que me propôs para apresentação do Ensaio, o dia 31 de Maio, na Livraria Bertrand. Havia outra hipótese, a qual era, a da Câmara de Aveiro ceder a Sala da Assembleia Municipal, para tal efeito. Pasme-se! Apesar disso tudo, fiz o que tinha a fazer ; independentemente do lançamento Comercial, farei uma apresentação do Livro, informal -sem apresentador - aos meus conterrâneos. O Livro foi feito a pensar neles, e é a eles, em primeiro lugar, em cujas mãos o quero depositar. As palermices com que outros julgam atingir-me, não me fazem perder a cabeça e fazer o que começa a ser vulgar : - ir apresentar os trabalhos a Aveiro que os recebe de braços abertos. Não ; eu sou fiel às minhas gentes. E um dia veremos quem tinha razão. É cedo, muito cedo, para agora avaliar. ------------------------------------------------------------------------------------3 - «ílhava» TAL QUAL ERA... Finalmente. Desígnio cumprido.

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País onde pouco relevo se dá a uma decisão enviesada, do Supremo Tribunal, cuja matéria, a fazer fé, no futuro, condiciona - e de que modo - a liberdade de expressão. Um País sem Justiça é um País adiado. E perigoso ! Todos percebem de que, de há uns anos para cá, a justiça, não só não funciona em tempo adequado, como nos deixa perplexos perante aberrações decisórias que mais parecem, apenas e só, incutirem o recado de que os Magistrados estão acima de tudo, e até, da irresponsabilidade. A justiça anglo-saxónica tem muito de bom senso ; nós por cá parece que temos mais lei, mas bom senso de menos na sua aplicação. A aplicação da Lei parece um tiro ao alvo. E até temos o bom hábito de comprar pareceres a doutos professores, que nos mesmos, em troca do percebimento, dizem expressamente o contrário do que ensinam nos livros feitos por si. É preocupante que o País não se sinta preocupado com a falta de justiça que por aí vai. ------------------------------------------------------------------------------------2 - FIDELIDADE AOS MEUS


«A ílhava», a bateira «do princípio», está já em minha casa, numa reprodução notável, feita à escala.Tinha jurado que o faria, e filo. Vamos a ver o que pretendem, agora, fazer com ela. Aguardemos. O mais importante é que está recuperada. Bonita de morrer. ------------------------------------------------------------------------------------4 - CONCURSO DAS SETE MARAVILHAS DE PORTUGAL. Para o Concurso das SETE MARAVILHAS PORTUGUESAS, cumpri o meu dever e mandei a candidatura do «FURÚNCULO CULTURAL» Recebi como resposta :

Exmo Senhor : Acusamos a recepção da sua proposta de candidatura, mas, actualmente,o que está a decorrer é o concurso para as «7 Maravilhas PORTUGUESAS». O Concurso das «7 MAIORES PORCARIAS PORTUGUESAS», esse, só terá lugar lá para depois das férias. Deverá então enviar o seu exemplar ; pelo que pudémos apreciar reune todas as condições para se classificar num altíssimo e (des)honroso primeiro lugar. A Comissão

sexta-feira, Abril 13, 2007

LICENCIADO OU NOBEL ?

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ALADINO


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Se as pontes suspensas - verdadeiras obras primas da engenharia que me desatinaram uma vida - levitassem tão docemente, como o canudo de Sócrates traz suspenso o mundo político português, então não estaríamos perante um diploma duvidoso, mas perante canudo de um Nobel reinventado. Triste imagem de um País que seraficamente se entretém a discutir futilidades que não têm significado algum, esquecendo o muito que há a fazer em tempos muito próximos, que vão ser cruciais para todos nós. Todos, mas todos, sabemos o tortuoso caminho do ensino em Portugal. O curioso é que tendo assumido cargos de grande responsabilidade e visibilidade, profissionais, e até envolvido em estudos e pareceres produzidos para o Estado, o certo é que nunca, nesse desempenho, me foi solicitada a demonstração da minha habilitação. Só quando me candidatei à Marinha de Guerra - e aí no condicional de terminar a licenciatura nessa época - e naturalmente para o exercício de docência na Universidade de Coimbra, me foi pedida documentação comprovativa da licenciatura. Mas, curioso, nunca (!) me foi pedida a prova de apetrechamento para exercer a actividade de engenheiro, que é coisa diferente (O.E.), e que nesta balbúrdia «socrática» me pareceu não se perceber, tal diferença. Ora, bem ao contrário, quando ocasional e pontualmente frequentei cursos de especialização específica, no estrangeiro, tal prova foi-me de imediato exigida. O que não deixa de ser sintomático. Depois de Abril, tudo quis passar a ser «Engenheiro» ; inclusivamente os maquinistas dos comboios o exigiram, com o argumento de que nos EUA, os seus colegas eram designados por engineers. Até me lembrou o tradicional tratamento recebido pelos caloiros em Coimbra, distinguidos enfaticamente pelo engraxador, e empregado do café etc, por «Senhores Doutores». O que enchia de vaidade as namoradas que logo se perfilavam em pelotão para saber


qual seria a ditosa que iria oferecer o grelo [1] ao doutor, daí a dois anitos - se não o fosse antes. Presunção e água benta cada um toma a que quer ; mas há uns que se embebedam na pia baptismal. Lá isso… há. ------------------------------------------------------------------------------------“MARQUITOS! MARQUITOS!"... olha o lobo... Meteu-me dó o desempenho do “pequenito”. De uma falta de habilidade política (que só por si justificaria despedimento com justa causa), quando dá como provada - mesmo depois da evidência em contrário - da continuada falta de carácter do 1º Ministro. Para logo pretender, então, que um sem carácter - o tal 1º Ministro – se deve mandar investigar a si mesmo. Porque não exigiu o «menino», olhos nos olhos e no local próprio (Parlamento), que o 1º Ministro lho explicasse. Era bonito … Claro que M.M. se estava a ver ao espelho (para isso içando-se na banqueta). Pois, espanto ! Então não é que «o meia leca», terá sido Professor da tal Universidade (U.I.), e até chefe de Departamento da mesma ? Ora com que méritos, ou que provas teria dado, para desempenhar tal tarefa ? Ou teria sido - afinal e só - «educador infantil» no infantário mantido por tal universidade para os filhos dos seus alunos ?!. Um professor simpa, este «MARQUITOS», que aos miúdos lhes pareceria mais um de entre os seus. ------------------------------------------------------------------------------------VERGONHOSO… SIMPLESMENTE VERGONHOSO

[1] Atente-se : O «Grelo» era o distintivo - académicamente correcto usado pelos terceiranista nas suas pastas, e nada do que poderão, os maldosos, serem levados a pensar.

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Outra atitude que meteu dó, foi ver Lopo Xavier fazer o jogo de «O Público» (pertença do mesmo Patrão que lhe paga, ao que dizem


principescamente, por o merecer, certamente) desfazendo-se em explicações tortuosas, traídas por um sorriso traiçoeiro, que indiciava nem ele estar a acreditar no que dizia, por tão estupidamente cegas. Não havia, pois, nexexidade dixo - diria o Cónego Remédios. ------------------------------------------------------------------------------------E AGORA VAMOS A VER …

Fui hoje procurado por um mestrando lá do interior (Vila Real) que pessoa amiga mandou ter comigo, para ver se lhe poderia ser útil num trabalho que anda a fazer sobre J. Carola, ilustre músico Ilhavense do Séc.XIX - XX. Tivemos um agradável bate papo onde procurei elucidá-lo sobre alguns caminhos de investigação e locais onde poderia encontrar referências. Especializado em Música, fez-me ver a dimensão artística de Carola - que eu desconhecia - o qual produziu, entre outras, mais de uma dezena de peças especialmente dedicadas à música sacra para a Semana Santa, com características que levantam sérias expectativas, interpretadas por ilustres cantores que para o efeito vieram propositadamente até nós. Se a figura e dimensão do Músico estavam mais ou menos alinhavadas pelo mestrando, faltava enformá-las na dimensão humana do maestro. E será nesse ponto que procurarei, humilde mas interessadamente, colaborar.

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Volto à matéria do último Blog. Se o supremo Tribunal pronunciou o jornal «O Público» por dizer a verdade, na questão da dívida fiscal do Sporting, no entendimento de que a mesma, embora verdadeira, atingia a reputação e o bom nome da Instituição (que não era pessoa !..., mas instituição sem alma), então como sentenciará agora, quando comprovadamente se verificou que 90% das afirmações/insinuações eram redondamente falsas?! Estou para ver… ------------------------------------------------------------------------------------MAESTRO CAROLA


No final interroguei-me sobre o critério que me serviu para a escolha das figuras que inclui no Álbum das Figuras, no Ensaio Monográfico. E apercebi-me uma vez mais - já tinha chegado a essa conclusão, anteriormente - que o critério que utilizei nem sempre terá sido justo. Mas não deixa de ser interessante o saber que os de fora vão desenterrando essas magníficas figuras da nossa cultura. E que nós por cá, continuamos completamente alheios às mesmas. Isto, é clara indigência cultural. A culpa inteira vai para quem fala de cultura, pensando que esta se constrói com telhados de vidro, sem paredes, e muito menos sem alicerces. ALADINO

quinta-feira, Abril 19, 2007

Neste cantinho recomendado, que a natureza prodigalizou e que a exsudação (sofrida) do homem foi capaz de retocar, sinto-me, apesar de tudo, contente comigo mesmo. É isso. Não tenho feitio nem género,nem jeito, de poeta silingórnio, à espera que aceitem as minhas queixas. Sonhando - e só com o belo, porque incapaz de o viver, ou até de o tentar construir, cá vou indo. Não simbólicamente nas palavras para os outros, mas, de facto, para meu gozo pessoal. Egoísta ?!...- talvez, se assim o quiserem. Não saber - até ao fim ! - se sou o que pareço, ou, tão só-e mais importante- se sou de facto o que queria ter sido. Nada de complexo,

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INQUIETUDE… A VIDA COMO ELA É ...


Salvo da amizade.

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nem em «complexos» estados de alma. Sou claramente - e só (!) - um inquieto. E mais nada. Não culpo a vida por não ter sido a que queria que fosse. Porque a vida não tem culpa de eu não ter sido capaz de ser diferente ; e porque, ser pouco ou muito, não é importante. Importante é ser verdadeiro : - comigo e com os outros. Se eu tivesse a possibilidade de tirar um bilhete para qualquer parte, para aí ser diferente do que sou aqui, queria mesmo era «vir» para aqui,e ser o que sou. E não para outro lado. O que posso dizer é que a minha «estória» está cheia de vida que quis ser vivida desta maneira. Sem concessões, mas sem demasiadas queixas. Sempre que fui atingido não me preocupei demasiado em me interpretar. Bastou-me saber que outros - muitos outros, milhões (!), uma imensidade - são, dia a dia, hora a hora, muito mais profunda e ingratamente atingidos. O que foi (sempre) suficiente para me estimular a sobreviver, e a não me queixar. Que gozo daria «aos outros», os meus queixumes?... Não subsisti nulo ; de modo nenhum. Dessa postura me pretendo liberto. Eliminei a fé para dar espaço à razão ; tarefa que não sendo fácil, nem cómoda, é contudo mais verdadeira. Não tenho sonhos fantasmagóricos, porque (con)vivo bem com os meus fantasmas. Que não são complexos. Porventura «reais», demasiadamente reais para me meterem (muito) medo. Tudo o que sei, aprendi-o. Não o herdei por programação externa, vinda de onde viesse, ou porque via arribasse. Sou por isso, impulsivo, violento às vezes, mas só com a barbárie dos profetas. Doce, poucas, é certo. Nobre sempre, vil nunca. Amigo fácil. Inimigo difícil. Tudo me interessa ; mas nem de tudo fico escravo. Ou de quase nada.


(Senos da Fonseca)

sexta-feira, Abril 20, 2007

AI «ZECA»!..., PARA O QUE HAVIAS DE FICAR!... 25 de ABRIL de 2007

Pouco importa … ------------------------------------------------------------------------------------Claro que apenas estou indignado por fora, com esta utilização, abusiva. Porque, por dentro, já tanto se me dá… Começo a viver na convicção que estes trânsfugas não merecem mais do que indiferença. E a aperceber-me que a vida não é para valer, mas tão só, para fingir ser. Mas lá que custa a tolerar esta vil e medíocre paisagem humana, lá isso, custa. -----------------------------------------------------------------------------------Telefonou-me para me perguntar : - Como vai isso por aí ? - Como dantes, respondi. - E Tu ?… - Como dantes, a pensar que tudo está ainda por fazer. Até a Liberdade… - Então continuas activo… - Não ; agitador reformado. À janela a ver a procissão a passar, com os mancatufos vestidos de anjinhos.

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Faz-me sorrir, esta, de hoje, em que a Câmara de Ribau Esteves convida a população para comemorar o 25 de Abril, à sombra de Zeca Afonso. Como isto cheira «a dantes»! Escondem-se por detrás da Liberdade, a fazer de conta que a vêem e respeitam. Ora a verdade é que a Liberdade está para este grupelho, como a luz para um cego.


- E o pregador ? - A garantir que o desígnio é a água doce do mar. Já muitos se engasgaram a bebê-la, acreditando que era verdade. E com ela regaram os cravos. - E então ? - Murcharam, mas hão-de florir… ALADINO

sábado, Abril 21, 2007

Comemorou-se hoje o sexto aniversário de elevação a cidade, da Gafanha da Nazaré. Estive atento e valeu a pena. Para os representantes da Câmara, nada há para fazer, enquanto não vier pilim dos fundos da Europa. Quer dizer : um dia se esgotada a «teta» - e acaba mesmo, podem estar certos - fecha-se a «porta», e quem vier que apague a luz. Quando vier dinheiro gasta-se à tripa forra em loucuras faraónicas, em obras de fachada, para nada… ou quase nada. Puxarem da cabeça para sair deste ciclo infernal, estúpido, é que não. Dá trabalho.Cansa. Só fazem figura de rico… com as heranças. Chegadas às suas mãos, vão-se os dedos e os anéis. E há tanto para fazer, tanto para imaginar e dar corpo ; tanto para fazer a diferença. Que pena a pouca sorte em nos calhar na rifa, estes esclerosados (no querer).

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NO ANIVERSÁRIO DA GAFANHA DA NAZARÉ


E pronto. Até virem «as massas» - disse-o o Presidente e o Vice - é tempo de descansar. Intervalo. O filme segue dentro de momentos. ------------------------------------------------------------------------------------Achei graça àquela eleita local : - Há um Plano Estratégico. O que se não fez… vai-se fazer… Qual plano ?... não sei . Está no cofre… à espera do pilim… que há-de vir -----------------------------------------------------------------------------------Já outra, disse uma verdade enorme : - Isto de ser cidade, dá-nos o direito de exigir mais… Grande verdade. Só que para saber exigir é preciso saber o que se quer… e o que se não quer. É que às vezes o que se não quer, é tanto ou mais importante, do que aquilo que se quer… ------------------------------------------------------------------------------------E finalmente… Deliberou-se alterar o Brasão. Deixa de estar inscrito «Cidade de Ílhavo», em rodapé, para se inscrever «Município de Ílhavo». Do mal o menos... Só que o Brasão, quando foi elaborado em 1922 continha uma terrível ingratidão para com as gentes das Galafanhas, ignorando-as, pura e simplesmente… De um modo profundamente ingrato, pois, já então, era muito importante a contribuição daquelas, para a riqueza concelhia. Claro que se fez o mínimo. O fácil ; o demagógico. Tapando o Sol com a peneira. Mas se não se exige mais… tudo bem. Página1

ALADINO


quarta-feira, Abril 25, 2007

LIBERDADE Foste a gaivota Que de mansinho a esvoaçar Num dia d’Abril, Nos mastaréus desta Caravela feita País, Por entre perigos mil Suave, vieste pousar. Sabia que irias chegar Que podias ou não ficar Ou partir para longe.Voar! (Era preciso ousar)

Mas se em mim não Te sentisse, Ou contigo não sonhasse (Que voltarás um dia) Que dor, que verdade Que ia ser de mim (?!), sem Ti

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Onde andas hoje ?! Em que longes Semeias sonho ou ilusão (?) Que mar, que vela, Que arte, O que é preciso (?) p’ra dizer : - NÃO ! Que Tu não existes LIBERDADE, Se em qualquer parte Uma criança chorar por pão.


Meu amor Ò LIBERDADE ! 25 Abril 2007 (Senos da Fonseca)

sexta-feira, Abril 27, 2007

DESERTO DE COISA NENHUMA

------------------------------------------------------------------------------------Fico satisfeito, mais com as ideias do que me aperfeiçoar o modo de as dizer .

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Vagueio amiúde por esta Terra, e tenho momentos em que ela me parece um deserto. Deserto de coisa nenhuma. Esta Terra é um deserto, não porque não tenha ninguém, ou até, bulício. Pouco, mas até tem. A questão é que aqueles com quem me cruzo, e que por aqui vagueiam, andam por cá como se perdidos num deserto. Sem avistar nada em que valha a pena se deterem ; vendo tudo despojado de nada, que seja, ou queira ser, resolvem deixar de pensar que há vida. Só que em vez de morrerem, murcham ; secam e definham, antes do fim. Desde há muito que toda a gente parece que já não é, ou já não quer ser. Já nem eu sei, se sei alguma coisa, que valha a pena ser.


Reconheço que tenho muito pouca capacidade - e paciência ! para gozar o que já foi dito por mim, e encontrar melhor maneira de o dizer. Fundamental é o que quis dizer e não o modo como o disse. O que vejo é quase sempre diferente do que gostaria de ver. À medida que o tempo passou por mim, não foi só corpo que se foi degradando. A mesma coisa vista hoje, não tem o sentido da descoberta que tinha há quarenta ou cinquenta anos. Não foi ela que mudou, fui eu que mudei a maneira de a ver. Por isso prefiro revê-la, não com os olhos de agora, mas na imagem que gravei dela, cá dentro. Para quê então corrigi-la, se a prefiro como então a vi. É como nas novas tecnologias : - quando o computador me avisa que a imagem com aquele nome já existe, e me pergunta se quero substitui-la, apresso-me a clicar : «NO…»

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ALADINO


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MAIO


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quarta-feira, Maio 02, 2007

Finalmente…

E pronto. Está definitivamente marcada a data de 31 de Maio, para a apresentação do livro «Ensaio Monográfico de Ílhavo». UF!!!... Não da maneira que pretendia, embora comece a perguntar-me se não é lirismo a mais da minha parte, continuar a pregar aos peixes no deserto. A Editora pretende que a apresentação seja feita, primeiro em Aveiro, e, só depois - se eu o quiser - em Ílhavo. Tem certamente razão. Eu é que estava com os habituais pruridos : o livro foi feito, em homenagem às gentes de Ílhavo - por Elas e para Elas ! - e por isso

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ENSAIO MONOGRÁFICO DE ÌLHAVO Séc. X - Séc. XX


pretendia que a ordem de apresentação fosse diferente. Mas a realidade é o que é. Ìlhavo ?!... porquê…perguntaram-me, se nem uma Livraria digna desse nome tem, disseram-me. E se está proibido de o apresentar na Biblioteca ou outro desses locais, porquê? Chegado aqui o que me apetece dizer ? 1 - Que estou feliz de ter conseguido chegar ao fim. Poucos imaginam os sacrifícios feitos para tal. Foi o culminar de uma vida, que teve sempre em vista, indiferente a todos os sacrifícios, em construir algo que fosse útil para os meus conterrâneos. As minhas contas de cidadania, estão, pois, inteiramente saldadas. 2 - Que os aspectos que voltam a revestir a apresentação deste livro, trazem-me a lembrança dos tempos inquisitoriais. Só não vou para a fogueira, porque os tempos são outros e há outras maneiras de cozer em lume brando. Oxalá, ao fim e ao cabo, corra tudo bem. Pelo menos farei por isso. Recupero, para aqui a «INTRODUÇÃO» ao Ensaio. Porque acho que vale a pena.

2. O que é, ou pretende ser, este livro ? Tão só o diário de bordo de uma viagem através dos tempos, embarcado como moço na grande aventura das gentes desta terra. ...Ainda Portugal não tinha nascido, e já eu «assistia» ao lavrador descendo à borda, para ali, em jeito de garimpeiro com o botirão, procurar pitadas para acrescento à avara produção dos encharcados terrenos, que, lá no Cimo, surribava ; «descobri-os» a receber - e a aceitar - os que vieram fundear ali na borda, gente mais rude mas como eles disposta a vencer o desafio esgotante de investir contra o meio que, parecendo ingrato, continha, contudo, promessas escondidas no seu ventre ; depois «vi-os» já cidadãos da Pátria ainda mal esta se sustinha de pé -, (já) apostados em participar num futuro colectivo; «com eles» assisti ao nascer da laguna, e vi-os

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(…)


exauridos a disciplinar a água informe, engolfados em artes de suada magia, a transformar a água na flor alva do sal ; «embarquei com eles» na primeira grande aventura da faina maior, quando o mar era ainda tenebroso, e infindas as suas distâncias - mar nunca dantes navegado! ; «com eles» saltei para a borda e «com eles» fui vogando, mar abaixo, em procura de novos pousios que servissem de alimento para a sua sede de aventura - passando a Taprobana, além do cabo vicentino ; «vi-os» esperar por nova arremetida aos bacalhaus; e enquanto para tal se aprontavam, «entrevi» os que por cá ficavam no cais a rasgar novos horizontes do saber, - desejosos de poder querer -, inquietos na construção de uma nova ordem num novo País - que queria poder ser. E quando pousei o saco no cais para receber a cédula de desembarque, olhei nostálgico - meu pranto feito doce canto - para aqueles deuses, com a consciência lúcida e perene, no convencimento de que não sendo o que já fomos, poderemos ainda ser o que quisermos. Se o ousarmos, pois que não - importa chegar, mas sim partir… Ousaremos?!...

4. Foi um trabalho desarcado. Por vezes esgotante, obsessivo. Uma procura desenfreada por tudo quanto era fonte de recolha de indícios. Não tive - que isso fique claro ! - qualquer intenção de desilustrar o trabalho de outros ; mas tão só o de corrigir o que julgo ser evidência estar errado : e assim, equacionar novas hipóteses para aquilo que foi a ampliação do nosso espaço colectivo, feito pela desmedida inquietação das gentes que o enformaram. A memória do seu quotidiano empolgou-me, fascinou-me, fazendo despertar em mim uma insaciável curiosidade para rastrear, passo a passo, a sua história, para desse modo melhor a degustar. Pena que para a contar - me falte engenho e arte .

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3. Não sei se as novas gerações vão procurar o futuro baseando-se numa identidade que veio de trás, de muito longe. Quero acreditar que sim… À cautela deixo-lhes o meu testemunho do que fomos, não para que acreditem, mas para que o discutam. Para que esta terra - não seja só lugar de estar, mas de ser.


Por muito pouco que um individuo saiba, pelo menos a história da sua Terra, essa, deve sabê-la. É o mínimo exigível. ALADINO / (Senos da Fonseca)

quinta-feira, Maio 03, 2007

FUTURO A viver Desiludido, Vou porfiando nesta terra, Centro do meu mundo, À espera que amanheça O futuro.

Força, Vontade, Espírito, Que derrubem a indiferença E o muro,

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Ser assim Inquieto, Mais que tudo, Mistério intenso e profundo. Na ânsia que apareça


Deixando ousar O futuro. A Ousar, Ousando, A Construir, Construindo, A Amar, Amando. (Senos da Fonseca) 01 de Maio de 2007

segunda-feira, Maio 07, 2007

Tive o prazer - é sempre prazer deleitar os olhos, fixando-os sobre a paisagem lagunar -, no sábado passado, de assistir à apresentação da exposição de Rui Bela - «RIALIDADES». O conjunto é de enorme valia ; mas, claro, há imagens que se destacam, com nível inusitado. Rui Bela é um excelente profissional, dotado de capacidade invulgar para disparar no momento certo, dentro do melhor enquadramento. E depois, com enorme jeito para apresentar «o trabalho» com superior qualidade. Assisti à presença, em peso, da Câmara de Aveiro, Governador Civil e outros, que deram à exposição a importância que a mesma merecia. Comparações para quê ? Dei comigo a pensar : Aveiro, inteligentemente, está a captar o interesse e a acarinhar os Ilhavenses, que, sem condições de mostrar os seus trabalhos, aqui se vão acolhendo à boa receptividade da cidade vizinha. Só nos últimos meses deste ano, assisti já, a três actos de afirmado valor exibidos por Ilhavenses, em Aveiro.

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«RIALIDADES» MAIS UM «EMIGRANTE» OBRIGADO A MOSTRAR O SEU TRABALHO EM AVEIRO.


Por cá tudo na mesma. Eles não captam o interesse dos que têm algo para mostrar. Eles afastam ostensivamente. Não vá alguém compará-los na Praça Pública. Contentam-se com as pacovices de pacotilha. Parabéns Rui. E continua, pois há muito a fazer. ------------------------------------------------------------------------------------«PCP» escrito sem Ç (cedilhado), afasta hipóteses de autoria… Ontem no Blog falei nas pinturas rupestres que me afixaram nas paredes da casa da Costa-Nova. Recebi uma mensagem a querer saber porque assim as classificava. Explico. É que não estando, como é habitual, lá representados os cavalos ou até os veados, era nítido que a impressão tinha, contudo, a marca das patas do quadrúpede (que as pintou), e era ainda patente, nas mesmas, o reflexo da brilhante e ornamentada cabeça, do autor. Essa é a minha única certeza. Daqui a umas centenas - ou milhares de anos ! - quando limparem as pinturas descobrirão as obras de arte. E concluirão - em grandes trabalhos de investigação arqueológica - que o autor deveria ser letrado, pois até sabia escrever «PCP» sem Ç de cedilha. O que logo afasta a hipótese de presumíveis autores que andam para aí, na boca da má língua, a serem indiciados da autoria das mesmas. -----------------------------------------------------------------------------------FROUXIDÃO

ALADINO

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Estes camaradas do PS são frouxos. Tiveram aqui uma oportunidade única para sair à rua em manifestação de protesto, com entrega pública ao Presidente da Mesa da A.M. de uma formal exigência de mudança de atitude, e numa afirmação inequívoca de defesa do Jornal, em nome da Liberdade de expressão. Mas aos quesitos… borregaram.


quarta

No 1º de Maio, quando de manhã cheguei à Costa-Nova, dei com a casa toda pintada, exibindo nos mais variados locais as palavras = PCP =. Confesso que nem sequer me arreliei muito. Não percebi porquê «PCP (?!)» ; e quando fui participar à policia - pois numa primeira apreciação admiti que aquelas palavras poderiam ser uma sinalética para futuros assaltos - o agente da autoridade sossegou-me, e até me perguntou : - O senhor tem alguma coisa a ver com o Partido ? - Não, por acaso até não… e se fosse seu militante punha bandeiras não pintava a casa, não é ?!... - Então foi brincadeira, disse-me o graduado de serviço. Confesso que depois de mandar pintar a frente da casa, e de lá ter ido nessa noite, à cautela, nunca mais me lembrei do assunto. Ora ia eu na sexta-feira para Ílhavo, quando ouvi na «TerraNova» uma série de comunicados acerca de pinturas rupestres, idênticas, feitas cá por Ílhavo, na mesma noite. E quando cheguei ao Largo do Bispo, fui informado do que se tinha passado por cá. Eles não sabiam o que se tinha passado comigo. Afinal a brincadeira - não, não era tal - tinha contornos muito diferentes e mais graves, do que a princípio pensei. E ouvi - não sem espanto - das ameaças feitas ao Director de «O Ilhavense», quer na pista da Assembleia, quer em visita pessoal ao jornal, levada a cabo por um desilustre pensador da Terra da Lâmpada.Daqueles a quem é remetida a tarefa de manter entretido o pagode com eruditos e hiperbólicos exercícios de retórica coxa, de falar de tudo sem que diga coisa que se entenda. Exactamente como faz o palhaço entertainer. Claro que havia já várias versões sobre o assunto ; ficaram espantados - ou talvez não - porque os escritos feitos na minha casa,

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A MÃO DO DONO…


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eram idênticos aos feitos no Jornal e na casa do Director - e parece que no Partido.Havia pois, agora, um fio condutor : - as ameaças ao «O Ilhavense» (e ao seu Director) e agora, claro ao Blog, porque parece incomodarem. Vamos então comentar as escrituras pintalgadas. Assim se fazia no Tempo da Inquisição, assinalando as portas dos hereges, avisando-os de que a fogueira estava próxima. Assim se fazia na Alemanha hitleraniana, apontando as casas judaicas : o fuzilamento tinha data marcada. Aqui o tassalho que agarrou no pincel quis imitar os fascismos dos outros tempos. E feito lobisome, picado pelos sentimentos de intolerância, cupidez e acinte que andam por aí à solta - e que vêem sendo anunciadas indiciando para breve situações explosivas resolveu preparar terreno para uma manobra de diversão. Esta e não a outra - a da evidência do autor das mesmas - é a minha leitura. Que venho fazendo de há uns tempos para cá. Julgo ter claras indicações ter tal manobra nascido no próprio seio da maioria, para preparar um ataque, insinuo e soes, contra R.E. E vindo de fontes que lhe foram (ou são) muito próximas - que continuando a exprimir-lhe lealdade, no «Circo», afinal já o não suportam. Agora que Judas foi ilibado no «seu» Evangelho, já nem se podem comparar estes peralvilhos, com o pobre Judas. Ora todas estas manifestações, que os responsáveis políticos fomentam e exacerbam, incutindo e acicatando ódios, exibindo intolerâncias e manifesta falta de respeito ao comportarem-se em locais públicos como verdadeiros gladiadores da palavra que ofende de morte, vai acabar mal. Ou nos enganamos muito, ou vai ser em breve. O tassalho miserável que pintou as paredes parecendo ameaçar - a mim deu-me para rir, não fosse o estrago - talvez nem quisesse nesse tipo de procedimento anónimo, ameaçar, pretendendo talvez, outrossim, criar as condições para o que aí vem. Ao que se desceu ; que falta de civilidade, e de urbanidade, que arrogância, e a que pobreza mental chegámos ! Ílhavo perdeu princípios ; viver em Ílhavo começa a ser uma expiação.


As consciências estão podres e não se atrevem a pôr freio nos dentes. O processo de decadência é vertiginoso. A prática do viver em Ílhavo, é a da falta de respeito cívico. Ninguém crê na honestidade moral, intelectual e material, do responsável. E quem o diz são os seus apaniguados. Vive-se ao acaso esperando o escândalo. Não havendo para onde ir, vai-se ao «Circo» da Vila ver os palhaços e o «compère» e assistir à imbecilidade, ao aviltamento da personalidade de uns tantos que se arrastam no lodo da subalternidade despersonalizada, num préstimo feroz de vassalagem levada a cabo por invertebrados. Vil, mesquinha e vergonhosa prática de subalternidade, perante petulante e procaz prócere do poder. O rebaixamento moral e intelectual atingiu - pelo que se ouve níveis imoralmente preocupantes ; o ámen substitui no «Circo», impudicamente, a opinião. E depois cá fora desculpam-se com desfaçatez, argumentando disciplina partidária. E quando alguém crava uma leve bandarilha, apenas na intenção de deixar um sinal que dê para pensar, eis que leva em cima com a torpe ameaça, descarada e irresponsável, por energúmeno ascoroso. Há umas décadas, alvejaram-me a tiro, a casa, em noite eleitoral. Muito mais tarde, um dos co-autores pediu-me desculpa. Desejava aqui deixar uma mensagem ao Director do Ilhavense: “A Liberdade de opinião e/ou de expressão não tem preço. Justificam-se todos os sacrifícios para a manter ; é obrigação pagar o que quer que seja, para a manter. Há solidariedade quanto basta para tal acção, asseguro-lhe. Se lhe voltarem a fazer a ameaça, faça como a padeira de Aljubarrota ; dê-lhes umas notitas dos trocos e diga que o resto vai depois”.

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(Senos da Fonseca)


quinta-feira, Maio 10, 2007

ÍLHAVO A APODRECER Nem amor, nem ódio, nem guerra Desenha o perfil, o ser Desta triste e pobre Terra Que é Ílhavo a apodrecer Ninguém sabe o que quer que seja Ninguém alma mostra ter, O que é mau, ou o que é bom Ninguém chora ; Tudo é distante, inverdadeiro. Ílhavo não sorri por ora Cobre-nos cerrado nevoeiro.

segunda -feira, Maio 21, 2007

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(Senos da Fonseca) Maio / 07


Nada que eu não desconfiasse.Estava a achar rapidez a mais. Solicitaram-me um adiamento de duas semanas. Terei, dizem, as novas datas ainda esta semana. Confesso que estou naturalmente cansado, com tantas idas e vindas. Não me apetece fazer nada. O que é caso raro. -----------------------------------------------------------------------------------Esta de quando se está com disposição, todas as horas serem boas para trabalhar, faz-me lembrar aquela resposta de Séneca àcerca das boas horas para comer : - Para um rico todas ; para um pobre, aquela em que tiver algo para levar à boca. É bem verdade. Como estou agora, as horas sobram-me. Dantes faltavam-me. ------------------------------------------------------------------------------------Esta candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa espanta-me, porque me parece irracional. Sem sentido, envolvendo enormes riscos pessoais e políticos. O que pode passar pela cabeça, e arriscar um bom ministro num cargo que se desenha ingovernável ? Eu sei que a política é um risco em permanência ; mas aqui talvez seja demais. A propósito de política, e de convites para a mesma, a melhor resposta é a de Santiago Ramón e Cajal (1852-1934), prémio Nobel que quando convidado para Ministro, respondeu : -Não tenho tempo nem para ir ao café, nem para estar com a família, quanto mais tempo para tonterias. ------------------------------------------------------------------------------------O caso da pequena inglesa desaparecida no Algarve, impresiona-me. Hoje as coisas são complicadas. Esta nova maneira de viver com algum facilitismo, choca-me. Quando olho para trás e me relembro da minha liberdade, e até da que dei ao meu João, tremo ; fico descorçoado com este novo tempo.

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A DATA DO LANÇAMENTO DO ENSAIO FOI ALTERADA.


A Internet é um verdadeiro perigo à solta. E não sei como a chegaremos a controlar, se pensarmos que com isso estamos a cercear as liberdades individuais. Há que fazer qualquer coisa. É urgente. ------------------------------------------------------------------------------------E por cá ? Igual a ontem, que já foi igual a antes de ontem, e assim sucessivamente. Não dá para imaginar tanta falta de interesse. Em Ílhavo não se morre uma vez ; morrem-se vezes sucessivas E quando me perguntam : - Então que fazes ? - Resisto, e ouço responder : - É incrível como ainda há gente para tudo!, sorrio-me... Até dá para pensar que é algo fora de moda, a lembrar Ortega e Gasset. ALADINO

quinta-feira, Maio 24, 2007

Chegamos a uma altura em que qualquer dia é bom para morrer… e mau para viver. Não estou obcecado com isto. Para já, não estou. Como a minha Mãe me dizia, com o tempo vamos cortando ligações, distanciando-nos das coisas e pessoas, e só nos resta a dignidade. Há que a manter. Mas é certo que nisto de finações qualquer dia serve, se bem que é atendível que para os que cá ficam, para os amigos, sempre é mais cómodo um dia da semana. Mas não é isso que aqui me traz.

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E A VIDA LÁ CORRE... OU MELHOR, CÁ CORRE.


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Agora chegados aqui, qualquer dos dias me começa a parecer mau - ou pelo menos muito difícil - para viver. Engendrar coisas diferentes para os viver de um modo diferente, é coisa difícil. Insuportável. Sempre me esforcei - e esforço - para que todos os dias sejam diferentes dos anteriores. Irrepetíveis. Por isso em cada um tentei dar de mim o melhor - e por vezes o pior ! - mas sempre diferente. Tento e lá vou conseguindo, manter viva essa chama, às vezes a muito custo. Até quando?... essa é a questão. Ser diferente… mas sempre igual. Diferente para mim, para o que me ofereço, ou desafio. Mas igual para os outros a quem me dou. Por falar em distanciamento… Hoje é-me insuportável, suportar as futilidades e o desútil. E nem me dou ao trabalho de o encobrir. O socialmente correcto é-me pouco mais do que indiferente. As coisas ou valem a pena, ou não vale a pena perder tempo com elas. Com as pessoas… o mesmo. Se não fui capaz de mudar as coisas por aqui - e não fui! - não desisto de manter - e preservar - toda a minha liberdade interior. Refugio-me na minha casa e, de lá, atento contra tudo que seja postiço, inverdadeiro, e contenha exclusão. Por vezes o silêncio pesa, mas sempre é melhor que ver e ouvir estupidez desbragada. ------------------------------------------------------------------------------------Do tempo em que se ouviam, nesta Terra, grandes pregadores egrégios sermoar com a palavra e o gesto, veio-me à ideia a história de um famoso frade que, ao apontar as profundezas do inferno, o fazia com a destra erguida, dedo espetado dirigido aos céus. Ao contrário, quando das moradas divinas enaltecia as virtudes, exortando o seu caminho aos atentos ouvintes, fazia-o apontando, hirsuto e decidido, o chão. Inquirido das razões da inadequação do gesto com o verbo, o frade apenas disse: - Há céu e inferno em todos os lados ; façam como eu conto, não liguem ao que eu aponto. Vem isto a propósito de quê ? - perguntar-se-à Ora bem : há dias ouvi um prolixo palrador, em tão demorada como redonda prédica, que à partida se propunha com o fim próprio e


intencional de evocar alguém desaparecido - ainda por mais, amigo, julgo eu! - a afivelar, do princípio ao fim, um sorriso azamboado, despropositado, algo imbecil, por norma patente em patologias bipolares. Mesmo quando dirigiu à família do «ausente» as condolências pelo seu desaparecimento, o que afirmou - e eu acredito - sentir profundamente, não escondeu, antes sublinhou e aprofundou, o referido despropósito, do riso cavalar. Não é a primeira vez que me confronto com tal esgar. Que me perturba profundamente. Não há ninguém que diga ao frade falhado - ele o disse - para adequar o gesto, à palavra farta? Neste caso, apetece dizer : - Olha como ri, não ouças o que ele diz… ALADINO

sexta-feira, Maio 25, 2007

O MAR E O ARRAIS

Podes vir de breu, negro e ameaçador. Podes trazer contigo o vento a chiar e rugir, Relâmpago ou trovão a zunir ; Podes trazer tudo, Mar sem fundo, Mar de todo mundo. Vem estipôr! A tudo direi basta Que o medo é breve, mas a glória vasta.

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Que trazes no farfalho da vaga que lá vem? Com que dimensão, com que medo me queres aterrecer, Ou com que inquietação me queres saber? Não aceitas (?), danado, quem medo de ti não tem.


De ti , minh’alma não teme fugir Nem dor colher, sorriso ou afago. Chegada a hora de te fruir Bebo-te, mostrengo, de um só trago. Vem danado ! Se a tua grandeza é vasta Para a dominar, uma mão me basta Pois tu, afinal - ó Mar ! És tão pequenino Que a tua imensidão Cabe aqui, todinha, No seio da minha mão. (Senos da Fonseca) Maio / 2007

segunda-feira, Maio 28, 2007

O MUNDO ESTÁ PERIGOSAMENTE DO AVESSO. Leio as coisas que vão sucedendo, por vezes de um modo bem diferente do habitual.

A parte mais grave desta história, para mim, não é o processo aberto. Processos e/ou intenções sempre existiram.

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1 - Questão do Professor suspenso


O mais grave é que parece ter havido um delator, um «pide» dos novos tempos, de que ninguém fala. Isso é que é absurdo não castigar exemplarmente. O referido professor estava há VINTE ANOS!, na DREN. É obra. Então esses lugares não deveriam ser refrescados com ideias novas, novos conceitos pedagógicos, novas motivações ? Aquilo mais parece o modelo sindical onde as figuras se eternizam. Assim não vamos lá. O referido professor (brincalhão ao que parece, o que não traz mal nenhum ao mundo) vem dizer que tinha «tudo» no computador do seu gabinete. Tudo?! Exactamente !, diz : - “o IRS que estava a fazer (?), os contactos de amigos, correspondência particular etc. etc”. É boa esta! Vê-se mesmo como era a actividade do mesmo. Brincalhão e certamente com «múltiplas» distracções durante as horas que, se pensava, deveriam ser de trabalho para quem lhe paga. Atitude que deve ser comum aos outros que por lá estão enganchados; não porque sejam competentes, mas porque para lá vão por reforma política. Assim não vamos lá… 2 - A Guerra do Iraque Foi um trágico erro, este em que o Ocidente se meteu, conduzido por um fanático que não soube lidar com o problema. Mas agora temo que estejamos à beira de novo erro, com consequências ainda mais desastrosas. Deixar tudo aquilo como está, é o pior que se possa imaginar para um Ocidente que, manifestamente, não sabe como lidar com os extremismos islâmicos. Temo que a guerra do Iraque seja um problema sem regresso. Trágico, porque passará de Regional, a Internacional.

A G.A.M.A., veio hoje, pela voz do seu Presidente, colocar o problema do abandono da Ria nas mãos do Primeiro Ministro. Não se percebe o que é a G.A.M.A., e porque é que ainda existe. E muito menos que autoridade lhe sobra para distribuir agenda pelos Ministros.

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3 - A G.A.M.A e o abandono da Ria.


Mas o que importa sublinhar, é a questão do abandono. É que o que eles (na G.A.M.A.) querem, afinal, é destroçar o cadáver abandonado, repartindo a carne pelo seu apetite devorador. O que eles estão a ver é que já alguém percebeu as suas intenções, e parece disposto a dar-lhes a volta. Repare-se : O assoreamento que Ribau Esteves queria provocar com o seu I.I.B.(Investimento Imobiliário da Barra), era superior a todo o assoreamento sucedido nos últimos dez anos, no Canal de Mira, na tal Ria que diz abandonada. Mais vale abandonada que mal acompanhada. Nas mãos destes abutres, não a matavam : destroçavam-na ! Desavergonhados. Servem-se do palco, para, pintados de alvaiade, parecerem cordeiros. Percebem agora, porque por tudo e por nada, exibem a dentuça? Tens uns dentes tão grandes... Para quê ?... ALADINO

quarta-feira, Maio 30, 2007

Creio ser iniludível que esta greve geral foi um fracasso. Total. E quando tal acontece, isso é grave para os trabalhadores. Creio que a mesma foi preparada atabalhoadamente, com outro fito, que não, o de dar resposta às sérias questões enfrentadas pelos trabalhadores, nos tempos difíceis que ocorrem. Parece que a estrutura corporativa Sindical não percebe o que é fundamental para resistir ao novo problema que aflige o mundo do trabalho, nesta era da Globalização. Fazer política sindical como se fazia há dez, ou vinte anos, é um erro que sairá muito caro aos

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GREVE GERAL. UM DESASTRE.


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trabalhadores. Porque hoje - e para já - não há alternativas consequentes ao sistema que ultrapassa claramente um País que não pode distanciar-se dos passos seguidos pelos outros, sem riscos de se auto-aniquilar. Os Sindicatos (e em especial a CGTP) não perceberam que eles próprios têm de mudar de estratégia, se quiserem empatar «o jogo». Mudar de estratégia, implica mudar as suas estruturas corporativas e as caras que desde 74 ocupam inalteravelmente os postos, nas ditas. Hoje uma Europa convive, toda ela, mais ou menos do mesmo modo e com as mesmas respostas e fazendo um mesmo percurso, tentando em conjunto minorar os problemas que em catadupa recaem sobre as economias locais. O patronato deixou de ter rosto, parecendo tornar-se cada vez mais, apenas e só, uma entidade que tudo comanda : - O MERCADO. O Estado, que em última instância servia de albergue para todos - fossem bons, óptimos ou maus - dando-lhes os mesmo incentivos, acabou. Ele próprio se vai sujeitando ao seu Patrão : O Mercado. O Estado tem que produzir, bem e barato.É a nova Lei. Tem de separar águas e olhar para a produtividade dos seus serviços. Senão desaparece e passa a ser comandado pelo dito Patrão sem rosto. Disso não tenhamos dúvidas. Por isso os tempos que se avizinham serão dramáticos. Eu compreendo-o porque sempre vivi em risco, em afirmação. Odiei, e afastei-me logo, dos locais onde a promoção era por antiguidade e não por mérito, mesmo que na altura, ficar, fosse o mais cómodo. Mas nem assim fiquei satisfeito. E fui-me à procura de novos desafios. Os tempos que aí vêm, serão, por isso mesmo, de grande desafio. Conhecer, saber, nunca parar de aprender, melhorar dia a dia a qualificação, é necessário. Senão vegeta-se. Os Sindicatos devem ter o primeiro lugar nessa luta pela melhoria do conhecimento.Ou correm o risco de se tornarem associações de excluídos. O movimento sindical português perdeu hoje, claramente, o seu tempo de validade, tal como está. Tem de repensar o novo tempo, no sentido de minorar o choque traumático da mudança. O Governo tem que meditar. Esvaziado de oposição, fica-lhe o caminho livre para todos os desmandos. Pode parecer tentador. Mas


não é por aí que deve ir. Se falhar, as culpas não serão distribuídas ; serão, única e exclusivamente, suas. Tempo de parar um pouco. Para uns e outros reflectirem no futuro das suas relações. Politicamente, o PCP vai sofrer com esta derrota. É incrível como este partido não percebeu que os tempos são outros e que não é desta esquerda que os trabalhadores precisam. Nova IDEDOLOGIA, precisa-se. Já… enquanto é tempo…

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ALADINO


quinta-feira, Maio 31, 2007

RIMA EM RODAPÉ. Falacioso pregador de tortuosa venta Alarve esgoto de prosápia impúdica Na asneira douto, na palavra estúpida Feroz se mostra à assistência atenta. No púlpito d’Assembleia onde se apresenta Ao Povo tolhido, em vão sussurro Aponta o dedo em estrondoso urro Escoiceando asneiras em que arrebenta Quatro edis ao ouvirem os seus brados Não justaram que gritasse contra modas O pecador, de todos o mais descarado Ouve tassalho, com tal pregação não colhes Jamais iremos esquecer Os desmandos, com que diariamente nos… tolhes (1) (1) Rima livre na Glosa a ELMANO

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ALADINO


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JUNHO


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quinta-feira, Junho 14, 2007

MAIO em «Atenas» Era o fim daquele dia de Maio, em Atenas. Quanto me queres ? Queres mesmo ? Quanto ? Perguntaste inquieta, com voz doida E quando em mim pousaste teus olhos Vi neles a vontade proibida O meu corpo com tuas mãos entrelaçaste Enquanto lá fora o Sol se sumia. Era tempo de nos abrirmos Ao querer, e em dádiva consentida Deixarmos de ser nós, mas loucura vivida Beijámo-nos sôfregos, de amor vencidos Pelo eterno vai vem dos nossos corpos Até que nos olhámos, quase mortos Não perguntaste então - não sei porquê ? Se te queria mais. Ou já não tanto, Por de amor restares convencida ?...

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(Senos da Fonseca)


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Esta questão de entrar em «trabalho de parto», deixa-me sem vontade de fazer nada, o que me é, de todo, não habitual. Não sei se a minha mãe quando me teve, nas horas anteriores, se sentiu assim : - sem saber se valeria a pena. Eu creio que depois Ela sempre sentiu que sim ; esforcei-me, loucamente, para isso. Eu não sei se o «Ensaio» valeu a pena, ou não… Oxalá daqui a uns tempos eu o possa julgar. -----------------------------------------------------------------------------------Mesmo nestas condições fui ontem ao Porto apresentar o Livro «80º Norte» de Valdemar Aveiro. Mesmo neste estado de espírito, um pedido de um amigo não se nega. Sobre o que perorei sobre o livro guardo para mais tarde, publicá-lo no Site. De todo o modo, adianto desde já, tratar-se de um livro de quase memórias, que se lê com evidente agrado, leve, contendo algumas estórias interessantes, se bem que, particularmente, elas pudessem ser de outro tipo, mais realistas, com o que muito ganharia, o livro. A personalidade de Valdemar, um arquétipo de um «ílhavo», um ser que subiu a vida a pulso, inquieto e decidido a distinguir-se, tem todos os motivos para se louvar. É estranho o que está a acontecer cada vez com maior frequência. Aveiro aproveita tudo, e o que é certo é que os últimos programas culturais ali apresentados têm tido uma participação notável de gente desta Terra. Parece que a debandada é imparável. Merecia profunda reflexão. Algo vai muito mal. Se os autores assim procedem - e cada vez há mais a fazê-lo - isso diz da inexistência, a todos os títulos, de uma política cultural aqui em Ílhavo. Apenas e só preocupada, com os

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TRABALHO DE PARTO


1-A sociedade na qual participa a Câmara, vai fazer todo um punhado de obras por Administração directa, das quais nem sequer há planos acabados. Assim os custos inerentes a cada uma não são conhecidos. Como serão fixados sem serem submetidos a concurso ? Vamos supor - e porque não ?! - que a meio essa sociedade entra em Falência ? O Sócio institucional, naturalmente, não se pode eximir ao compromisso das obrigações. E depois ? 2-Outra questão, e muito séria, é a da presença descarada do Sr. Presidente da Câmara como Presidente do Conselho de Administração. Menos transparência não pode haver. Deverá ser interessante ver o Presidente a defender o seu capital, ao fazê-lo como sócio minoritário.

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edifícios loucos ; mas nada preocupada com a cativação dos autores. Desprezando-os, e até, ao que sei, maltratando-os. Isso pode ter custos terríveis no futuro. Irreversíveis. -----------------------------------------------------------------------------------Em conversa com um grupo onde se encontravam altos representantes do Partido Social Democrático, foi uma vez mais confessada a grande infelicidade da decisão da construção do chamado Centro Cultural. Parece que o próprio R.E. teria - já ! - concordado com a infelicidade de tal decisão. Catastrófico. Foi pena. Agora ali fica o mamarracho à espera que um dia o camartelo o deite abaixo. ----------------------------------------------------------------------------------Indo para coisas mais sérias mete-me os mais atiçados engulhos, esta dita sociedade «Mais Ílhavo» (?!). A sua designação, provirá, certamente, da regra matemática que estabelece, como sabemos, que «menos por menos, dá mais». É bem claro que com a dita vamos ter «Ílhavo» que não interessa a ninguém, feito em condições que agravarão o nosso desenvolvimento futuro : mais obra, mais betão, mais despesismo, mais faz de conta que não ficaremos a dever mais - o que é perfeito embuste ! - e que quem vier apague a luz. O curioso é que mesmo os mais chegados não conseguem responder-me às simples interrogações. Vejamos :


E a fazer tudo para que os lucros da sociedade possam e devam ser os maiores possíveis. Como serão distribuídos ? Estas soluções, hoje proibidas, enformadas de afogadilho em oito dias, antes que a Lei proibisse a marosca, são um pantanal de enredos, que só desprestigiam o poder autárquico (no geral), com uma imagem de corrupção, que é já a sua imagem de marca. Exemplos destes, são vergonhosos. E não sei mesmo, se em pouco tempo eles não vão ser considerados ilegais, e levados à sua dissolução. Havemos de voltar a isto. ALADINO

domingo, Junho 24, 2007

Estes dias têm sido maus para conversar no Blog. Não só houve que apresentar o «Ensaio Monográfico», mas pelo meio veio a solicitação para apresentar o Livro «80º Norte» de Valmemar Aveiro, no Porto.E depois, e de repente, a solicitação para ir a Almeida, perorar (um pouco) sobre «As Rotas dos Bacalhaus». Tempos cheios, por isso, mas por onde perpassaram casos interessantes. ------------------------------------------------------------------------------------Participei, há dias, e com muito gosto, no habitual Grupo do Caldo de Feijão. Esteve presente o engº Pio, catedrático na área do ambiente, que de um modo muito claro elucidou os presentes sobre as virtudes da co-incineração, processo que foi analisado por uma Comissão Cientifica, à qual pertenceu. Dito isto assim, não seria algo de muito relevante. Mas é, porque o engº Pio é um ilhavense.

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DIAS DE AUSÊNCIA


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O que impressiona é esta terra ter vultos desta dimensão e ligarlhes pouco, ou pelo menos, não de acordo com o merecimento. Se estivéssemos numa terra onde as pessoas contassem, e se privilegiasse utilizá-las para incutir nos mais novos a ânsia do merecimento, então há muito que este e outros ilustres deveriam ter sido «promovidos», trazendo-os à ribalta. Isto se houvesse uma política de cultura com pés e cabeça. Agora a que existe por cá é sem cabeça e aos pontapés. ------------------------------------------------------------------------------------Mas nesta reunião, tive uma nova surpresa : o livro de João Roque professor na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, «Pirilampo e os deveres da escola», um lindo (e encantador!) conto para crianças - matéria muito difícil de abordar -que para lá desse atributo,contém uma óptima ilustração da autoria de Helena Zália. O Livro ganhou um prémio da Câmara (…). (Sei que ficaram boquiabertos ao pensarem - por momentos que…. finalmente!…) Só que não, não foi da Câmara de Ílhavo, mas sim da Câmara da Trofa que lhe atribuiu o 1º Prémio e o publicou. A Câmara de Ílhavo, essa, desconhece-o, como desconhece tudo do género. «O Pirilampo» de João Roque é um educativo conto, muito bem conseguido, que certamente despertará o interesse das crianças. Cá em casa houve já a tarefa da sua divulgação, com pleno êxito, digase. Parabéns a João Roque. ------------------------------------------------------------------------------------E agora vamos lá à apresentação do «Ílhavo - Ensaio Monográfico» Foi muito apreciada a intervenção de Alberto Souto. Límpida, transparente. Eu sei que aqueles que me vieram trazer o elogio, estavam a pensar e a comparar, a fazer notar a diferença. Claro : há os que falam… falam, sem nada dizer - só para se ouvirem a si próprios - e os que falam a saber o que estão a querer dizer. A diferença é abismal. Alberto Souto é um Senhor com lugar marcado na história aveirense, e cuja participação na mesma, ainda se não encerrou.


- Estava a ver que não!... que ias deixar passar as tontarias em branco. E logo «a outra ausente» ajuntaria : - Não foi mau, Oh João!... mas podias fazer melhor… não achas Necas ? Claro ! : faltaram lá os meus Pais… -----------------------------------------------------------------------------------No final os amigos desfizeram-se - bondosamente - em abraços, palmadas, sorrisos, parecendo querer levar a sério o transmitirem-me a ideia de que «eu até parecia um escritor». Podem ficar sossegados, por tanta boa-fé semeada. Sei perfeitamente até onde vou na matéria. Rabiscador, se tanto.

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------------------------------------------------------------------------------------Ao outro dia um amigo que comigo trabalhou, já lá vão dezenas de anos, e que trouxe o livro para eu rubricar, atirou-me : - Então engenheiro, depois de engenheiro, projectista, professor, director associativo, e agora historiador (?) - tanta coisa ! o que gostava de ser afinal ? - Olhe, meu caro, uma coisa diferente dessas todas ; onde começasse e descobrisse novos interesses… Fazer outras loucuras. ------------------------------------------------------------------------------------Agrada sempre - pois é reconfortante - ver tantos amigos à nossa volta , que quiseram ser simpáticos. Oxalá os não tenha desiludo. ------------------------------------------------------------------------------------A pergunta que mais vezes ouvi fazer foi : - e agora?... Agora!... nem eu sei. Há tanta coisa pronta para ser acabada… e outra tanta para ser começada… que nem sei responder. A questão nem é fazer ; é a de chegar ao final e achar que há interesse em ser publicada. Essa é que é a decisão difícil. Fazer não custa nada. Faz-se, nem que seja asneira. ------------------------------------------------------------------------------------Estiveram lá todos os que faziam falta. Todos ? Quase... Porque faltaram dois, que, se não estiveram presentes fisicamente, estiveram-no em espírito. E que diria o primeiro (no final da apresentação)? .-Imagino:


Mas podem ficar seguros que pelo menos felicitaram alguém que foi sempre igual. Acabada uma tarefa, logo se sente obrigado a fazer melhor. Sempre insatisfeito. A vida é aqui. E ganha-se lanço a lanço, pelo que findo um é preciso partir para outro. Sem descansar ao sétimo dia, pois que tal prerrogativa só Deus teve o poder de, a si próprio, a conceder. E quem sou eu, para ma conceder. ------------------------------------------------------------------------------------Ainda tens tempo para fazer muitas coisas : - dizia-me da boca para fora, quando no intimo, certamente, queria dizer : - estamos prontos… Respondi : - Olha não tenho tanta certeza como tu… - É preciso ter fé - retorquiu-me. - Só se for na certeza dos cemitérios. ALADINO

terça-feira, Junho 26, 2007

Não sei se as pessoas têm notado - em Ílhavo nada se vê, nada se comenta, tudo corre numa mansuetude exasperante - mas, de repente, de há uns meses para cá, tudo quanto é agente cultural fugiu desta Terra e assentou arraiais em Aveiro. E Aveiro esfrega as mãos com tal dádiva caída do Céu, que parece, vai continuar. E curioso, inteligentemente são solícitos em oferecer apoios, facilidades, salas, etc. Refiro-me entre outros à exposição de pintura do Júlio Pires nesse bonito edifício dos «Viscondes da Pedricosa» ; à magnifica exposição fotográfica de Rui Bela postada num maravilhoso salão cedido para o efeito pela Câmara de Aveiro ; à apresentação do curioso

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CULTURA POR ONDE VAIS ?!... OS TEMPOS MUDAM...


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livro de Carlos Peliças e Ana M.Lopes sobre «O Sampaio da Torreira» na Galeria Sacramento ; dos livros de Valdemar Aveiro apresentados no Porto e em Aveiro. (Aqui a questão é por deveras estranha, porque sendo a matéria, a política do regime local, não se esperava ver o Museu a assobiar para o ar, e fazer de conta que nada se passa, quando na verdade se passa algo relevante.) Porquê esta debandada ? Seria importante reflectir sobre o cansaço que levou a que esta gente agarrasse nos trapos - valiosos trapos! - e se mudasse para Aveiro. E particularmente curioso é que venha ao de cima - e de imediato ! - a validade e importância das gentes de Ílhavo, como qualificados agentes culturais na região. Afinal, parece, que com um bocadinho de esforço, os «ílhavos» ainda seriam capazes de voltar a ocupar o seu lugar de relevo no panorama cultural da região, como o fizeram outrora. A ideia peregrina de que os mesmos apenas sobreviriam (se) à custa das esmolas do poder, a ele ficando subordinados, parece ter passado. E cada um por si procura livremente o seu lugar de afirmação. Eu sempre o previ. Ou melhor, incitei para que tal acontecesse. E no último blog, voltei a abordar a questão. Estamos perante a mais clara falência da (nenhuma) política cultural, de Ribau Esteves, enredado num populismo bacoco, trauliteiro, pustulento e regateiro. Esta individualidade, para lá de «mestre de obras» que servem para «nada», quase todas inadaptadas no conceito aos fins - de que o exemplo mais frisante era o Museu, não viesse agora o Mostrengo ocupar o seu lugar de primazia - começa a descida da montanha, isolado de tudo e de todos. Há dias, numa reunião em que estive presente ouvi - eu ouvi !...- da boca de um dos seus companheiros de percurso autárquico : - Nunca pensei que aquilo fosse tão mau. Horrendo… «Aquilo» era, nada mais nada menos, do que o mostrengo, o arrepiante edifício do dito Centro Cultural. Secedeu que moutro dia, aproveitando a porta aberta, entrei no dito. E o «betónico» bunker interior mostrou-se ainda mais arrepiante do que quando iniciado, estava ainda liberto do túmulo de vidro exterior. Sem espaço, nem perspectiva para lhe visualizar as formas (disformes), fica a varanda de acesso, pendurada. Como se um bunker


quisesse uma varanda, e não apenas uma porta de fuga. Parece um bebedouro para o pássaro. Agora todos concordam. Não sei se é verdade ou não, mas garantiu-me um comerciante de uma das lojas anexas, que o próprio Ribau lhes teria dito : - Todos temos o direito de errar… Se fosse verdade… tal não chega para o desculpar de tamanha bestialidade despesista.

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ALADINO


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JULHO


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SACIADO, MAS Nテグ FARTO Esta テゥ mais uma noite em que me embriago Em ti, e de ti.

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quinta-feira, Julho 19, 2007


Olho-te no reflexo da lua que me atordoa os sentidos. Revejo-te em todos estes anos vividos Nos ciúmes de outros, que como eu, amorosamente te cativam. Estás hoje diferente do que me mostraste ontem. E sei que amanhã serás de novo diferente. E é por isso que tão estranhamente Me apaixono por quem repetidamente me mente. Sigo as tuas formas de mulher esquiva, quando despida das tuas águas me mostras os recantos do teu corpo E me desatinas, No desejo irrecusável de nele mergulhar - Mulher viva! A sorver impudicamente a tua maresia, minha boca feita, teu porto. Saciado, mas não farto, deslizo sobre os teus seios, e beijo-os sofregamente Até que me digas : - basta ! Na promessa de que amanhã tudo recomeçará de novo. E que o teu desejo volte, renovado, a provocar o meu, Que pode, eu sei, estar cansado, Mas para Ti jamais estará morto. Costa-Nova, 18 Julho, 2007 (Senos da Fonseca)

sexta-feira, Julho 20, 2007

Voltemos, pois, à conversa.

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HÁ RAZÕES - QUE A RAZÃO EXPLICA E JUSTIFICA DESTES DIAS DE AUSÊNCIA.


------------------------------------------------------------------------------------SE ISTO É DEMOCRACIA EMPENHADA ; VOU ALI E VOLTO JÁ… Assisti com alguma perplexidade, às eleições para a Câmara de Lisboa. E, estupefacto, vi alguns sorrirem-se, apregoando efectivas e estrondosas vitórias. Pode ter sucedido que uns ganharam mais do que outros ; mas, se feita reflexão cuidada, perderam todos, sem que alguns dêem por tal : - ou finjam não dar. A democracia, uma vez mais, veio apenas dizer que é o menos mau de todos os sistemas. Mesmo quando o povo (os cidadãos) se não deixa(m) convencer das virtualidades propostas - como foi o caso -, dão uma nega à sua participação. Pelo menos, assim, mostra(m) o seu direito à indiferença. A meu ver, este assomo dos independentes - afinal todos travestidos - não me parece de ser levado a sério. Por enquanto…, entenda-se. Mas desejável, e quanto mais depressa melhor. Os partidos funcionam numa lógica de mercado. Sem concorrência, estagnam. Em ideias e em pessoas… Ganhou claramente quem tinha mais aptidão para o desempenho do cargo ; nisso não tenho a mínima dúvida. Mas a indiferença coloca em causa a afirmação de que haveria um claro entendimento da necessidade destas eleições. O grande exame de António Costa, irá ter lugar dentro de dois anos. E aí, a indiferença, não vai - não pode ! - ser a mesma. Senão, é caso para dizer : -democracia para que te quero ? ! ------------------------------------------------------------------------------------O mundo está povoado de …

Foi-me gentilmente oferecido o Livro de João Simões, cujo título inicial na década de 40 era «Os Grandes Trabalhadores do Mar» e que agora passa a «Heróis do mar» (lembram-se do Filme do mesmo nome ? ; não houve, pois, grande originalidade para resolver o imbróglio criado por Valdemar Aveiro- que publicou há tempos um livro com o mesmo titulo).

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COISAS DESINTERESSANTES


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Tricas e trocas, da «porcaria» em que anda metida a guerrilha na «Feira das Vaidades» na Santa Terrinha. Espantosamente ! : - edição paga pela Câmara Municipal e Museu. Parece isto despiciendo ou uma frioleira sem significado ? Ora aí digo, clara e frontalmente, que não. Tinha em casa a edição do autor ; agora tenho a edição de coautoria de João Simões e Álvaro Garrido. Não percebo - ou faço que não percebo - esta novidade editorial. Mas, concerteza, a nota do prefácio é bem mais elucidativa - e importante - do que o livro. Esteve bem A.G. no prefácio, mas... O livro é mais do que inócuo. É mistificador. Conjunto de Crónicas de uma superficialidade que confrange. O autor mesmo quando se vê envolvido no limiar do heróico, é claramente incapaz de o relatar com autenticidade. A mais não era obrigado. A «encomenda» não era para ser autêntico, mas panegírico. Bem escrito ? O que é isso ? ------------------------------------------------------------------------------------Ora quando o livro «Faina Maior» está esgotado, porque desviar a atenção e os esforços, e entrar numa guerrilha sem sentido?... Insisto : «Faina Maior» é - de longe ! - o mais conseguido documento, sobre «os bacalhaus». Aqui e lá fora. Em minha modesta opinião, este livro já deveria ter sido promovido «lá fora». Tem estatuto que justifica o esforço. «Faina Maior» foi o produto de uma associação irrepetível : ao rigor de Ana Maria na fixação do texto e na organização editorial, juntou-se o descritivo, próprio, incomparável, do Chico Marques. O livro reduz a heroicidade pacóvia, à realidade da sobrevivência. Exalta, sem hiperbolizar. Desmistifica, até : -ninguém lá andou por querer ; mas porque era um modo de vida. ----------------------------------------------------------------------------------Tinha principiado a noite com uma conversa interessante, com pessoa interessante, e nada melhor que utilizar a boa disposição para suportar um livro sensaborão, inócuo, encomendado ao autor com uma finalidade - a de enaltecer a vitória da neutralidade de Salazar na Segunda Guerra, o que nos permitiu, em 41, termos a única frota a pescar nos grandes bancos, tarefa que o jornalista do então sinistro Diário da Manhã, se esqueceu, porventura, de acentuar. Ao que parece,


os próceres de então, julgaram suficiente a aventura do jornalista do regime, para o medalhar. Mas agora, reproduzi-la… Para quê ? ------------------------------------------------------------------------------------Mas… o mundo está povoado de… PESSOAS INTERESSANTES

ALADINO

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Só que às vezes passam-nos ao lado. Sucede-nos, às vezes, gravar o imaginário de uma pessoa, e assumindo esse retrato como definitivo. De repente, sentados perante a mesma, verificamos que o mesmo, não corresponde à realidade. E o certo, é que tudo isto se passou durante uma vida..Falta de atenção que lhe damos… Ontem sucedeu-me acertar umas contas com uma dessas pessoas, com a qual andava intrigado, pois, desconfiava eu, que a imagem que dela tinha - por minha culpa, mas também por culpa dela! - estava errada. E quando uma dúvida me assalta, não descanso enquanto não ponho as coisas a limpo. Inquieto, gosto de ser justo nas apreciações, e para isso não aceito ficar pela superficialidade do que ouço dizer, mas sim, descortinar passo a passo, a interioridade do «outro ou outra». Gosto, enfim, de conhecer as pessoas (interessantes) por fora e por dentro. E isso só o consigo, se as confrontar directamente. Interessante, pois, verificar eu próprio, quanto enganado estava. Ter respeito, consideração e estima por reconhecimento da validade intelectual de uma pessoa… já é bom. Mas, muito melhor, é juntar a essa estima distante, uma estima de simpatia pessoal, próxima. Podemos, assim, se necessário, ser úteis, apoiando o seu esforço. Foi o exercício que pretendi e ao qual «a visada» correspondeu sem fastio. Penso ! A vida tem coisas bonitas. E eu que andava enjoado de um tempo rico (paupérrimo ?!…) em futilidades, enchi o «papo».


segunda-feira, Julho 23, 2007

«FUÇANGUISSE»… JÀ !... O País, di-lo a Estatística, corre o risco de extinção por não se fazerem meninos. O Estado resolveu incentivar a «produtividade» dos portugueses, estabelecendo um prémio, mesmo antes que os meninos dêem o berro do costume. A isto chama-se ter confiança no produto. Passadas as férias, em Setembro, mãos (?!) à obra. Imaginemos o discurso do nosso Primeiro, a anunciar a medida. ------------------------------------------------------------------------------------PORTUGUESES ! É chegada a hora. Agora é que vamos tirar meças à Vossa glosada - ou gulosa ? - capacidade (olhai que para tal hora, mesmo as «pequeninas», também servem). É num momento como o de hoje, em que a Pátria vos pede a suprema demonstração da Vossa apregoada, incensada e glorificada virilidade efectiva - que os números parecem querer desmentir insinuando a Vossa pouca adesão ao acto - que se avalia quem está com Ela, ou contra Ela. Todos!..., seremos (ainda) poucos, para dar (O) corpo a esta ciclópica tarefa. Se necessário dai bom acolhimento aos imigrantes para tão patriótica tarefa.

A hora é a de salvar a pátria em vias de extinção, gerada pelo Vosso pouco empenho na «fuçanguisse com as V/ patroas», constatado nos últimos anos. A bandalheira política, os Reallity Shows da TVI, o Sporting e o Benfica, o «Orelhas» e o «Pintinho», não Vos podem distrair da V/ obrigação. Do Portas não espereis exemplo algum. É só fumaça. Quanto ao «baixinho» : - atenção !... a brincadeira não é para meninos, e as pedófilas andam por aí. Com o

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Portugueses e Portuguesas… F…


Jerónimo, tende cuidado, que ele é daqueles que comem criancinhas ao pequeno almoço, e lá se vai o V/ esforço. Esquecei o exemplo da Carolina, que só quis brincadeira, mudando de enxerga para enxerga em marmelada alternada, e depois ainda se queixou que a falta era de «galo» (que era só «pintinho»). Agora, nesta hora de transcendente importância, a Pátria não vos pede brincadeira, mas exige empenho, suor, ranho e baba, para a suprema tarefa de fazer meninos. Olhai que a Pátria Vos vai pagar para tal. A cambalhota, a partir de hoje, deixa de ser considerada brincadeira, decretada que é, ser um dever patriótico. Quem não os fizer por não se «astrever» ou por falta de comparência ao desafio, será deportado para a Madeira. Aqui não serão vocês - os mouros ! - a F… Será o Jardim que vos F… Boa noite a todos … E vamos à vidinha… que são horas da deita. Aqui, todos os «canudos» serão poucos, para salvação da Pátria… «Canudos», erguei-Vos !.... A Pátria Vos contempla e Vos agradece (e Vos paga)… ALADINO

quarta-feira, Julho 25, 2007

O Correio da Manhã, noticia que Ribau Esteves vai ser o concorrente de Marques Mendes, nas directas do PSD, em Setembro. Este Ribau só «briga» com os pequenitos… A saga segue em frente como o disse várias vezes aqui - até que : - Mãe sou, finalmente !, «Ministro»…

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A ANEDOTA da sillicon-season.


Oxalá fosse já amanhã, para ver se Ílhavo acorda do pesadelo. ------------------------------------------------------------------------------------O MUSEU DOS «ílhavos» EM FESTA... E EU TAMBÉM A Comunicação Social, local, traz hoje largas referências à próxima iniciativa do Museu, na comemoração dos seus setenta anos. E refere o Museu como «o Museu dos ílhavos». Anunciando - finalmente ! - uma exposição sobre a notável saga migratória daquelas gentes, feita ao longo de litoral português. O «Ílhavo - Ensaio Monográfico» (q.e.d.) está, pois, mais que justificado. Valeu a pena. Há um ano que se começou a intuir - ainda que uns assobiassem para o ar - que um dia se iria perceber que : - O REI VAI NÚ… e com isso, significar que há contas a acertar nos fins e objectivos traçados para o actual Museu, que tem dado uma imagem redutora da história dos «ílhavos» (Blog - 2006, de 20 de Outubro). O Director daquele tem - com humildade -, de perceber que ao contrário do que por vezes - erradamente - pensa, tudo já existia antes dele aparecer em cena, e que lhe cumpre, isso sim, propor novos caminhos por onde Museu possa mostrar, nova e mais diversificada oferta cultural, retirando-lhe a carga exagerada da uma «unicidade» redutora. Entenda-se, contudo, de que, pelo menos no sentido de abertura do Museu ao exterior, o seu trabalho tem sido meritório. E, sem dúvida, também o tem sido numa certa organização documental que, de facto, tardava em aparecer. ------------------------------------------------------------------------------------Que bonito esta recuperação do termo «os ílhavos» ! (custou, mas foi!...). Se todos intuíssemos o que essa designação significa, tenho a certeza de que um dia haveríamos de encontrar um novo desígnio, e ainda, escrever uma nova«Diáspora». Lá iremos. Página1

ALADINO


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AGOSTO


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quinta-feira, Agosto 09, 2007

Agora é tarde. Outros contam a história que escreveste E chamam-lhe sua. E Tu que calçavas as botas e cerravas os punhos, Marinheiro que o sonho abençoara E partias depois de beijar teu filho, Ficas a ouvir a história das «estórias» que lhe escrevias. Que não falam da tua inquietação de então. Terão pão ? E não falam do teu sofrimento, no momento, Terão alimento ? E não falam da tua alienação quando em vão Andavas sózinho perdido na imensidão. Ninguém explica a dor sombria que então sentias Naquele lugre carregado de medos, Sabia-se lá se haveria humanos regressos ?! É por isso que clamo pela tua presença

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FAINA MAIOR


Queria reunir os destroços que sobraram E dizer aos contadores da tua história imensa Que era o medo quem fazia os heróis. E toda essa imensidão de bravos, Que sonhavam, sofriam e choravam Só para que os seus filhos não fossem, Eles também, Os novos escravos… (Senos da Fonseca) Agosto/2007

sexta-feira, Agosto 10, 2007

A DIÁSPORA DOS «ÍLHAVOS»

1 - O discurso de Álvaro Garrido, bem construído e melhor transmitido, deixa, por isso - porque foi pensado - várias interrogações. Terá o actual Director do Museu uma ideia clara sobre a necessidade de não funalizar demasiadamente a sua figura e acção, face à necessidade de ser apenas, mais um, do grupo, mas não de todo o «argonauta» que parece ter descoberto «o inconhecido» ?. Começa a instalar-se no meu espírito a dúvida. Tiques, ou assumido posicionamento? Distinguirmo-nos é um direito. Mesmo se pelo lado errado. Mas não pelas palavras, por mais bonitas que sejam. Mas sim pela humildade de, reconhecendo o que os outros fizeram, pretendermos fazer melhor. E fazê-lo… não dizê-lo. Há coisas muito positivas na acção do Director. Mas por vezes dá-me a ideia de um certo deslumbramento - que alguns desejam

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Desde já, e em definitivo, mesmo que o título prometesse muito e o concretizado ficasse muito aquèm do desejável, a atitude é, em todos os casos, de enaltecer. Pontapé de saída para mais altos voos. Se… 70 Anos do Museu


aproveitar - parecendo mais preocupado com a sua afirmação pessoal, do que em dar resposta e sentido à integração do Museu na comunidade local. Cosmopolitismo ? Seja… 2 - O discurso do Presidente dos Amigos do Museu, lança algumas pistas preocupantes. Só que eu ainda não percebo - de todo ! - o peso institucional deste grupo. Eu - filho de um dos primeiros presidentes do mesmo contínuo a não perceber - bem -, que folclore é o deste tipo de agrupamentos, que pouco ou nada reivindicam do seu peso histórico. E a quem, ao que parece, só distinguem por enfado. É nítido. A questão da sustentabilidade do Museu deveria ser escalpelizada, senão, qualquer dia temos por aí um Berardo, ou quando muito um «Irmão dos Cavacos», a gerir o Museu. E uma coisa é ser amigo do Museu ; outra ser amigo - ou só conhecido - do «Berardo…» Na cisão do Museu com o passado, qual foi a responsabilidade da A.M.I ? Será que alguém responde ?!... - gostaria de o saber…

3-1 - É inquestionável - disse ! – “o erro dos que pretendiam que o Museu não estivesse ali, mas noutro local”. É profundamente estranho que um indivíduo que se assina ainda que só! - com formação de engenheiro, tenha esta estranha leveza do ser sobre o Q.E.D. Ora eu penso claramente o contrário : - foi um clamoroso erro, construir, ali, o Museu. Um erro crasso ! Uma oportunidade falhada.

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3 - O discurso do Presidente da Câmara, foi patético, ao enviesar por um comício de propaganda política, já com alvo definido para 2013. Ele o disse, e o assumiu. Teve dois pontos indeléveis :


Porquê? Porque todos os centros urbanos que têm a felicidade de possuir espelhos de água, por perto, levaram para junto deles ou até os puseram sobre eles - os Museus de cariz marítimo.Raios !..., se o não fizessem, então mais valia fazerem-no na Serra da Estrela, nos Alpes ou nos Himalaias, e lá colocarem um óculo para ver o mar por um canudo. A vacuidade da afirmação, é pois, atrevida. Um dia, a asneira em Ílhavo será corrigida, não tenho sobre isso a mais pequena dúvida. Quando o tempo chegar. Porque ao contrário do que foi dito, «o tempo», ainda não chegou ao Museu. Entende Sr Presidente ? 3-2 - O cosmopolitismo - versus provincianismo - se é traduzido por actos como aquele da compra do «lenço» de Júlio Pomar : - Vou ali e já venho.

Com pompa e circunstância, foi aberta a «Diáspora». Verdadeira caixa de Pandora, se esmiuçada… Uma primeira visita à mesma serviu-me para estrito gozo pessoal, apreciando-a sem olhos críticos. Não sei ao certo, mas havia ali algo de conivência. Gozei a sensação, deliciado. Sorvendo-a, sem lhe tomar o paladar. Voltei então segunda vez, agora para lhe conhecer «o toque».

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3-3 - Aquele «aviso» misturado na trapalhada da golfada das palavras sem nexo, pareceu indiciar o caminho da privatização do Museu. Eu assim o pareci entender. Seria mesmo isso ? Vender a cultura aos retalhos ? O caspité do Presidente, que disse por isso ter tomado as rédeas do Pelouro da Cultura, é delirante. Habituado a vender, se preciso for, a alma ao diabo, não me espanta. Mas, tudo bem, adiante… até 2013… ------------------------------------------------------------------------------------PROPRIAMENTE A DIÁSPORA.


Vejamos :

2 - Não entendo alguma falta de rigor que detectei na exposição, evidente no conteúdo, e até grave, em omissões evitáveis. Em Ílhavo - refiro-me por exemplo a A.M.L. - haveria pessoas capazes de as repôr no cardápio. Isto de capelinhas não conduz a nada de bom. Investigar não é ler. É acima de tudo exercer juízos de valor entre o essencial e o acessório, para relevar aquele. A exposição contém muitos pecadilhos originais e nada releva de novo, perdendo-se por omissão, o mais importante : - a dimensão da saga sob o ponto de vista do enquadramento humano. Falta lá a gente!... Mas é um grande passo. Que apreciei e aplaudo, no geral. E isso é o mais importante, diga-se o que se disser. Felicito, pois, todos os que deram o seu melhor para no-la oferecer. Está ali esboçada a história de «um irredutível povo da beira mar que só tinha medo que o céu se zangasse» !... E serei ofensivo se perguntar : quando é que esta parte tão importante da nossa história colectiva, é definitivamente integrada no Museu - como ?, quando ? aonde ?. Ou será que «a Diáspora» serviu, para, só e apenas tapar o Sol com a peneira ?... Não ouvi nenhum sinal que me tranquilizasse. E eu gostaria que finalmente se começasse :

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1 - É claro, é evidente - só um ceguinho não vê, mas sente-o que a tacanhez da única sala de exposições periódicas do Museu, demonstra clara e inequivocamente, o desajuste funcional do projecto do Museu. A Arquitectura do Museu pode ser boa (?!) ; funcionalmente a resposta ao caderno de encargos, é um desastre. Mesmo numa pouco ambiciosa e limitada exposição, as coisas atropelam-se, e tem de se ter ginástica para lobrigar as legendas para navegar sem encalhar nas peças. Serei excessivo se disser que o anterior Museu do Arq. Quininha, era, em alguns pormenores, mais funcional ?!. Muito embora a diferença no tempo não exija comparações no estilo. De La Palisse .


«ERA UMA VEZ…», em vez de se insistir em contar, apenas e só, o epílogo da mesma. ALADINO

sábado, Agosto 11, 2007

A exposição «DIÁSPORA dos ílhavos» inclui um modelo que se assume como o de uma «ílhava» ou «varino» da autoria do Cap. Marques da Silva, pessoa por quem, muito embora não seja das minhas relações, tenho enorme consideração, pelos relevantes trabalhos publicados, de entre os quais saliento “Memórias dos Bacalhoeiros Contribuições para a sua História”, apreciável obra sobre a Faina Maior. Dele, ainda, ouvi de meu sogro, largos elogios. ------------------------------------------------------------------------------------Esta estória da «ílhava» tem a sua história. Que não fujo a contar : No início deste ano fui contactado pelo Director do Museu, desafiando-me a terminar - ou melhor concretizar - a maquetização da «ílhava» que alguém - A.M.L. - lhe teria dito, eu andar há muito tempo, nela envolvido – foi-me dito. A Câmara pagaria a maqueta, se tal não fosse proibitivo. Fiquei de dar uma resposta, pois pretendia-se a «ìlhava» para uma exposição sobre a aventura dos ílhavos no litoral português. A Diáspora de hoje, percebo agora. Fui consultar os planos que tinha elaborado e, estupefacto, verifiquei que na última limpeza mandada fazer ao computador, alguns desenhos do CAD tinham desaparecido, entre eles, os desenhos da «ílhava». Estive, pois, para me escusar ao pedido. Mas depois, pensei : - se eu tinha sido - porventura - um dos causadores da necessidade de tal exposição - já aqui o expliquei – e

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A «ÍLHAVA» DA DIÁSPORA


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também porque admiti, um novo traçado do plano à escala poderia melhorá-lo, atirei-me com ganas a refazer tudo, do princípio ao fim. Apesar de na altura andar envolvido nos últimos retoques do «Ensaio». Numa boa meia dúzia de noites a «ílhava» renasceu no papel. Tal como admiti, melhor do que inicialmente. Seleccionei o maquetista, pedi preços e apresentei a proposta ao Director : 750 € era o necessário para um modelo à escala 1/27 (para que pudesse servir de comparação com os outros modelos existentes no Museu, todos na referida escala), muito embora, pessoalmente, preferisse uma outra escala. Recebido o OK do Director, o trabalho começou. Visitas praticamente diárias, acertos, consultas à memória das gentes, pormenorização do interior, estudo do velame e sua funcionalidade e, após dois meses de intenso trabalho, a notável espécime da embarcação histórica, apareceu : bela, inquestionavelmente bela e - o principal ! - contendo diversos indícios que nos permitem reconstituir, com segurança, muitos pormenores da história da Laguna. A «ílhava», vista e analisada ao pormenor, é um repositório de ensinamentos, uma verdadeira peça arqueológica, capaz de nos esclarecer muitas interrogações, até aqui sem resposta. Apressei-me a levá-la ao Museu, para a entregar. Ali chegado logo me apercebi que algo de embaraçoso se passava. Parece que o subsídio para o pagamento do maquetista já não era possível. Percebi logo o porquê. E todos o perceberão. A saga é longa e mal cheirosa. Paguei do meu bolso ao modelista - diga-se com muito agrado -, só que a «ílhava» repousa agora entre os modelos que guardo religiosamente em casa. Não deixei, contudo, de garantir que, mesmo perante o insólito da questão - com elevado e pouco habitual fairplay - o modelo estaria à disposição do Museu, sempre que dele necessitasse. Questão encerrada. ------------------------------------------------------------------------------------Há pouco tempo (um mês?), numa ocasional ida ao Museu, o seu Director informou-me que o meu modelo não seria preciso para a (tal) exposição, pois seria apresentado um outro, executado pelo Cap. Marques da Silva. Tudo bem. -------------------------------------------------------------------------------------


Tive então, agora, a ocasião de estudar o modelo da «ílhava» ou «varino» exposto na «Diáspora». ------------------------------------------------------------------------------------Bom foi que, finalmente e logo no mesmo ano, aparecesse o que se tinha perdido completamente no tempo, um pedaço fundamental da nossa história, agora finalmente recuperado. Louvo por isso o Cap. Marques da Silva. Teço sem qualquer acinte ou outra intenção, que não a do rigor, alguns reparos ao seu excelente labor (se mos permite). Estudei profundamente tudo quanto julgo, haver sobre tal embarcação ; juntei-lhe as informações orais, preciosas, que ouvi do meu Pai e desse excelente amigo Dr. Frederico de Moura, com quem por diversas vezes discuti o assunto. Ensaiei com a ajuda das novas tecnologias, possíveis soluções de racionalidade de formas e funções da bateira, e por isso, julgo estar em condições de levantar as seguintes questões: 1 - Tenho para mim, que a forma do terço anterior da «ílhava» não era bem como a apresenta o Cap. Marques da Silva mas a de um outro tipo de barco, utilizado por outras gentes. Facto não muito importante. Mas a «ílhava» era superiormente elegante nesse particular, pormenor que a distinguia de todas as outras. Quiçá, mais elegante do que o Moliceiro, que nela se inspirou.

3 - O velame de pendão era completamente diferente (eu concluí tal) do apresentado por Marques da Silva. O velame da «ílhava» servia apenas para as popas, era baixo (2,5 - 3 vezes a boca) o envergue muito longo (3,5 vezes a boca), trabalhando sem calcador, prendendo à amura de barlavento aquando da popada cheia. O encosto do envergue ao mastro, seria feito a 1/3 do extremo anterior daquele, o que permitiria uma armação quase como se tratasse dum pano

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2 - A «ílhava» usava seis remadores ao remo (que não é minimamente o do tipo mostrado pelo modelo de Marques da Silva) e três ao cambão. Isso exigiria uma posição de remar muito típica, que mais tarde foi utilizada nos meia lua. Por isso o seu interior teria que ter uma lógica funcional, especial, dada a dimensão da boca.


redondo. Sem valuma, bolinão ou esteira - de afinação - mas com rizos, a vela incipiente da «ílhava», foi a clara antecessora da vela do Moliceiro. Neste com uma função vélica muito diferente, superiormente evoluída, adaptada a bolinas cerradas. 4 - A borda da «ìlhava» era forte, para fixar o calão, e não, como a de simples bateira da ria. A «ílhava» foi usada como bateira do mar, trabalhando na sua pancada, quando antecedeu o «meia lua» das Artes. Por isso, tinha de ser forte e com pontal muito superior ao Moliceiro. Um curioso exercício, é permitido facilmente com o computador : retirada a proa da «ílhava», rodada de determinado ângulo, ela encaixa soberanamente no «meia lua» da mesma escala. Fiz estes reparos ao modelo do Cap. Marques da Silva, como ele fará outros tantos - ou mais ! - reparos ao meu modelo, o QUE SÓ LHE AGRADECEREI. Pena que não pudessem ter sido exibidos juntos. Talvez um dia ! Num outro tempo, em que a cegueira tenha arranjado oftalmologista capaz. (Senos da Fonseca) Agosto/2007

domingo, Agosto 12, 2007

Perguntou-me se eu também sabia ser UM FINGIDOR (?!). Claro, respondi-Lhe. - Então mostre-me… Foi o que tentei…

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FINGIDOR…


-----------------------------------------------------------------------------------NA TUA AUSÊNCIA. O amor é fogo que arde Quebrado pela tua ausência. Diz-mo Quem para o amor tem, Não só a sábia arte Mas guarda dele, também, Voraz, faminta, apetência. Eu sem de tal saber Ou de amor, ciência Ter, Vendo-te assim, longe de mim Tão longe assim, Eu creio antes Coitado !..., pobre de mim, Que o amor é fogo ao vento Que fraco apaga ; que forte alenta. (Senos da Fonseca) Agosto/2007

segunda-feira, Agosto 13, 2007

Coisas talvez sem importância para o leitor, mas que me acodem frequentemente ao espírito, são os inolvidáveis momentos passados com meu Pai, camarada de eleição, cúmplice de mil e uma aventuras - foram tantas… tantas.! - numa vivência onde tudo servia para reforçar a aprendizagem do saber que se transmite, e que fizeram de mim homem.

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VINHO NOVO VERSUS VINHO VELHO


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Estranhava eu que meu Pai, um apreciador nato de vinho, com clara e inequívoca queda para um sábio saber de o bem apreciar, desse a sua preferência aos VINHOS NOVOS. Eu na altura elogiava o contrário - os VINHOS VELHOS -, e dava comigo a explicar as virtudes de uns e de outros, aos amigos, que confiavam em mim para a escolha do vinho que anualmente engarrafávamos. ------------------------------------------------------------------------------------Hoje, depois de ter apreciado de todas as qualidades um pouco, julgo poder fazer um balanço, ou até ser opinativo, a aconselhar. Apesar de, desde os trinta anos me ter sido proibido de o degustar, desobedeci às ordens e levei - por vezes em excesso (relativo, entendase) - o copo à boca, ou vice versa. ------------------------------------------------------------------------------------Um VINHO NOVO, é alegre, presta-se a rápidos contactos, exala aromas de um modo muito ténue, e comporta-se com um desejo e pretensão de afirmação, que cativam. Pode ser servido sem requintes do corpete que o atavia : picheira, garrafa, ou até aparado do esguicho, retirado o espiche. Um VINHO VELHO é sereno, com perfume próprio intenso, muito mais macio ao palato do apreciador, exigindo um body bem adaptado para lhe fazer sobressair as virtudes, às vezes em início de desvanecimento. Um VINHO NOVO pode ser mal tratado, em voltas sobre voltas, empinanços vistosos, quase posto em shaker, que se não amofina. Aguenta caprichosamente, e galhardamente, e até acompanha os volteios sucessivos. Ao contrário, um VINHO VELHO, deve ser tratado com todo o jeito, suporta mal movimentos bruscos da mão ao levá-lo à boca, pelo que deve ser sorvido em movimentação doce e subtil, levada a cabo com extrema delicadeza, mas e também com subtileza. O VINHO NOVO tem por vezes ainda com ele, sabores esquisitos de tanino ; deve, no caso, permitir-se uma boa ventilação, um entretenimento para que repouse no copo e os mesmos se esvaiam. Com jeito, suportando a impaciência, desvanecer-se-ão rapidamente. Um VINHO NOVO pode beber-se de um só gole ; escorropichado com sofreguidão, apetecendo no final da degustação se ele não é novo em demasia - gritar um satisfeito: - Olé!


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Um VINHO VELHO, ao contrário, deve ser sorvido gole a gole, de um modo suave, deixando espaço temporal, para que se entretenha a saltar da língua para o palato, para assim se lhe extrair toda a grandiosidade do seu encorpado e licoroso rubi. No final merecendo um sussurrado : - wonderful. Porque nisto de idade conta o requinte da língua. Um VINHO NOVO suporta melhor o acompanhamento de qualquer carne, desde que não seja muito gorda. Diz bem com saladas, misturas de várias qualidades, desde que frescas e tenras. Um VINHO VELHO adapta-se a carnes secas, não muito duras, mas também a carnes suculentas, desde que contida a sua gordura em limites aceitáveis e tolerados. Um VINHO NOVO corre forte perigo de «marteladas» que lhe retiram frescura e vivacidade. Depois, é mais martelada menos martelada, que nem se dá por ser o vinho que já foi ; ou podia vir a ser. Um VINHO VELHO pode já ter dado a volta. Cuidado. Aí não há nada a fazer. Para o saber, deve tirar-se-lhe a rolha, cheirando-a por baixo. Pelo olfacto, saberás de imediato, se podes provar ou se não vale a pena o esforço do toque. Um VINHO NOVO pode dar azias terríveis ; incómodas. De tirar o sono. O VINHO VELHO raramente o faz ; mas é sempre bom não abusar. Em resumo : Só se pode apreciar um vinho, comparando-o. Assim, mesmo que habitualmente só beba «Barca Velha», deverá uma vez por outra, provar diferente. Saberá se continua a beber o melhor - para se poder babar junto dos amigos - ou se há novas marcas, que justificam, elas também, meter o saca-rolhas. Em toda e qualquer altura, um Homem que se preze e que saiba da poda, deve estar sempre pronto - e disposto - a provar do que quer que seja : desde que de boa qualidade. Todo o bom apreciador não poderá dizer, pois, em consciência e em definitivo, se um VINHO VELHO é melhor do que um VINHO NOVO, ou vice-versa. Dirá que ambos são bons, se forem de boa qualidade.


Por isso nunca se deve dizer que deste vinho nunca beberei. ALADINO

terça-feira, Agosto 14, 2007

ANFIGURI … CARAPAU/BACALHAU/ E PITÁU

Falou com vigor De tudo que for. Empenhou-se a fundo A prometer o mundo, Abanou o chocalho A um certo bandalho Que cheio de riso Mostrou pouco siso. E disse a debique Metendo-o a pique, Cruel vadiagem Fartai vilanagem. Tão mau é o termo

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O dique foi a pique O farfalho foi ao alho. O asno corou de pasmo O corifeu fez-se ateu. Comeu o bacalhau Deu espinhas ao marau. Falou com cagança De uma grande vingança Ninguém o atrapalha Vai, puxou da navalha.


Como este Governo. Mostrando a dentuça E o pêlo na fuça Prosápia balofa Em orelha mouca. Brilhante o dixote De tão vazio pote. Imbecil gargalhada No meio d’ alhada Plena de manha Em soez artimanha. Vazia de tino Tamanho o cretino Tão larga é a lauda Como curta é a cauda Do infeliz menino Em feroz desatino, Cuspindo borrões Em vãos borbotões Num tolo escarcéu. De lhe tirar o chapéu. Tão tolo e tão mau Ó grande ribau ! C’a g’ande pitáu Dá cá bacalhau!

segunda-feira, Agosto 20, 2007

A VIDA É ASSIM …

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ALADINO Agosto/2007


Em «O Ilhavense», de hoje (20/08), podiam ser lidos os discursos dos Srs. Presidentes, da Câmara e dos AMI, e ainda, o do Director do Museu. Quando referenciei estes discursos, anteriormente, fi-lo de ouvido (que confesse-se é já um pouco duro). Apressei-me, agora, a lêlos com atenção, pois poderia ter de corrigir algo. Pois bem : - nem uma virgula altero ao que disse. Duro de ouvido, que não de compreensão. A vida é assim : umas coisas endurecem outras esmorecem ! ------------------------------------------------------------------------------------MAS SE FOSSE AO CONTRÀRIO.

Se a vida fosse ao contrário, …nasceríamos velhos, cheios de sabedoria, e íríamos percorrendo a estrada, ficando ao longo da jorna, cada vez mais novos. Sempre a entender as causas porque deveríamos lutar ; e sempre com mais força para lutar por elas. E até, com mais atrevimento. Porque não haveria razões para as habituais desculpas : Ah! se eu soubesse... Os nossos Pais seriam cada vez mais jovens, e quando eles chegassem aos dez anos tomaríamos conta deles com todo o enlevo e carinho, sorrindo a cada gracinha sua. Seríamos os primeiros - e nunca nos entediaríamos com a tarefa - a acorrer para Lhes mudar as fraldas, e/ou Lhes dar a papa na boca. Sorriríamos com as suas gracinhas, em vez de nos «chatearmos» com as suas fragilidades. Os Lares - esse arremesso de velharias !... - fechariam. Porque inúteis na sua função. Velhos seriam os trapos, pois que os mais idosos seriam os mais novos. Caminhar-se para a juventude com sabedoria - eliminaria o risco de a viver irresponsavelmente. Quantas vezes melhor, do que se envelhecer responsavelmente. Quando fizeram a vida, tal como ela é,

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Se eu tivesse jeito para romancista, escrevia um livro com o título: «A VIDA AO CONTRÁRIO». Tenho-o todo na cabeça, só que me falta a arte. O Guião, seria, mais ou menos, assim :


Os deuses deviam estar loucos! ------------------------------------------------------------------------------------DESISTIR DE A VIVER ? «O CVCN CONSIDERADO DE UTILIDADE PÚBLICA» Pois é Sr Presidente. O senhor fez tudo para que tal nunca acontecesse - pediu, mendigou, pôs os galões em cima da mesa etc. etc.etc. Mas perdeu, uma vez mais. Ponto final. Devo repetir-lhe o que uma vez já lhe disse, frente a frente : - Comigo perde sempre, pois eu não jogo a feijões… Contaram-me que «teve de bater palmas» ! Dizem-me que até o fez, parecendo ser sincero. Que elefante correu por esses gorgomilos abaixo… Puxa !... Há dias que mais vale não sair de casa. É por essas e por outras que os tempos estão perigosos para um tipo ir desta para melhor. Ainda me obrigava a vir «cá baixo» para o desmentir… e afirmar : …que não fui, não sou, nem nunca quis ser : - Um bom rapaz. O que me pareceu incrível,foi ter-lhe passado pela cabeça que eu desistiria !... Nunca julguei que o senhor tivesse, tão pouca consideração por mim, quando pensou tal ! Sabe o que é que este caso teve de mais interessante (?!) : é que a aprovação do dossier e a proposição de Utilidade Pública, foi feita, ainda, no Governo dos seus pares. E esta hein?!... Só uma pergunta, se me permite :

ALADINO

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E agora acabar com o CVCN para o levar para a Marina, como vai ser ?!...


quarta-feira, Agosto 22, 2007

No Centenário de Torga, eu, grande e fiel leitor da sua densa produção literária, poderia, aqui, atamancar algumas palavras sobre este espírito granítico, que antes de ser poeta/prosador, era já um português do mais puro cerne ; e que, depois ao sê-lo, manteve intacta a capacidade de o querer ser de todas as maneiras e de todas as formas, que a escrita lhe permitiu. E nela, pelo caudal impetuoso que brotou da sua pena, ser só isso : - um português preocupado com o seu tempo. Mas seriam pobres, descoloridos e insonsos, todos os arremedos que poderia, esforçadamente, ataviar. Ora tive um amigo - Frederico de Moura - que o conheceu como poucos, desde o tempo em que juntos coçaram as cadeiras da Faculdade de Medicina, em Coimbra, para se tornarem nos distintos médicos, que ambos foram. E que sobre Torga escreveu inúmeras vezes - mais do que outro qualquer, creio… - alguns dos mais belos textos de interpretação, não apenas da beleza e da prodigalidade de humanismo que percorriam a obra do autor, como a própria essência das motivações - o húmus -, que serviu de alimento à sudação provocada por um trabalho desalmado, inquieto, viril e apaixonado pela compreensão - mas e também pela exigência - para com os portugueses do «seu tempo», “na sua humildade sem lhes tapar as suas grandezas”. Ao transcrever parte de uma das intervenções de Frederico de Moura na Homenagem prestada a Miguel Torga, em 7 de Dezembro de 1958, julgo carrear, de uma só penada, dois notáveis da cultura portuguesa para o meu despretensioso - mas atento - Blog. Que os dois mestres da cultura me perdoem, e compreendam, a intenção. ------------------------------------------------------------------------------------HOMENAGEM A MIGUEL TORGA

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NO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MIGUEL TORGA


(Discurso de Frederico de Moura na data de colocação da lápide que assinala a casa onde viveu o poeta)

Quisemos trazer de Trás-os-Montes o granito impoluto para nele inscrever o seu nome. Só para além do Marão encontrámos a pedra que lhe merecesse o nome literário que adoptou. E fizémo-Io para aproveitar um simbolismo que, cremos bem, há-de ser grato ao seu espírito. Para lá dessa fronteira muralhada está o «Reino Maravilhoso» do Poeta ; para lá do Marão está Agarez, estão as fragas desmedidas onde a sua obra abriu caboucos ; está o chão saibroso donde a sua raiz mais funda tira a seiva ; está a sombra do Negrilho - essa personagem vegetal que vive na sua prosa. Para lá do Marão está uma sepultura, aberta talvez na pedra, onde repousam serenamente os cavadores que foram seus Pais. E sabe-se da fidelidade de Torga ao chão e ao sangue da sua origem - sangue e chão que nunca traiu, nem é capaz de trair. Da terra desse «Reino Maravilhoso» tem a sua mão tirado a argila para modelar um mundo de gente e de bichos, de árvores e de coisas inanimadas, que através da sua obra têm destilado quer um sangue rutilante e vivo, quer uma seiva espessa resinosa, quer uma linfa cristalina e pura onde o cheiro da leiva vive rescendente. Do «Reino Maravilhoso» são os cavadores e as bruxas, os negrilhos e as urgueiras, as serras espinhosas e os penedos siderados no ermo ; de lá é também o Vicente - esse corvo rebelde que se liberta da Arca e do píncaro duma montanha trava uma luta silenciosa e obstinada com a cólera de Deus. E lá, medram, até, as torgas que lhe enfeitam o nome de Poeta. E tudo isso - gente, bichos, árvores e pedras - sai da sua mão para ultrapassar as fronteiras de uma limitação em que olhos míopes de regionalismo o tinham confinado, trazendo a humanidade daqueles rústicos duros e terrosos ao bafo duma compreensão universal. E este é o milagre de que só os grandes Artistas são capazes! Caminheiro infatigável como um almocreve tem ca1correado este velho Portugal em todos os sentidos, palmilhando estradas reais e

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(…)


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caminhos de cabra, atalhos confusos e congostas sombrias, quer à cata dum retábulo numa igrejinha perdida na serra, quer na pista dum utensílio onde a mão do homem tenha deixado uma impressão digital de beleza, para daí sacar um significado expressivo de conduta ou de atitude humana. Fiel a um patriotismo telúrico - para usar o termo tão da predilecção do Artista - tem sugado desse húmus os glóbulos para as personagens vivas da sua obra ; e é sempre com o mesmo respeito contido e sóbrio que acaricia a pedra lavrada ou a cerâmica rústica que topa no seu caminho, fiel ao suor humano que lhe deu origem. Insaciável pesquisador de motivações não é capaz de se deter no que a paisagem tem de epidérmico e só se satisfaz descendo-lhe à fundura. E se calha deitar a cabeça no «colo dos penedos» é menos para se deixar adormecer num regaço maternal do que para auscultar o coração da terra, ou para lhe formular, em segredo, ao ouvido, as suas perguntas ansiosas que trespassam a crosta do pitoresco para desenterrar o que é verdadeiramente significativo. Peninsular com raiz e leiva agarrada, é-o escancarado aos rumos mais largos da cultura, sem nunca deixar que ela lhe perverta aquilo que é nuclear, sem nunca consentir que ela lhe toque, mesmo ao de leve, no estrutural da sua individualidade sempre fiel às palavras que um dia deixou escritas numa página do «Diário»: «Fincar primeiro, com amor e com força, os pés na terra esbraseada da lbéria ; e uma vez ela na sensibilidade e no entendimento, olhar então com humana e natural curiosidade para o que se passa do outro lado do muro.» Pois mercê desta impermeabilidade a tendências e a modismos, Torga deu uma personalidade tão original na nossa literatura que, a mim, não há maneira de me lembrar ninguém, de me sugerir, sequer, o vislumbre duma influência. Não cumpriria totalmente a minha missão se não deixasse aqui um apontamento, embora fugaz, sobre aquilo que no Poeta há de dignidade e de seriedade na construção da sua obra. Não há em toda ela uma transigência conivente com o fácil e com o circunstancial, porque tudo nela assenta na solidez dum alicerce granítico e incompressível ; e nunca qualquer passo foi dado sem pisar um chão pedregoso e difícil que lhe morde os pés e lhos deixa em sangue. Cada


lauda que lhe sai da pena traz o esforço sério e suado do trabalho e, como os cavadores da sua terra, Torga tem pela sua obra o respeito que aqueles têm pelo pão que lavram e mastigam religiosamente - pão esse que eu um dia surpreendi o Poeta a semear, no seu chão de São Martinho de Anta, com um gesto tão solene e ritual, com uma atitude tão digna e compenetrada que tive a sugestão de que o vi semear na brancura do papel as palavras que haviam de amadurecer na seara dum Poema. Coisa de pouca monta foi aquilo que fizemos para festejar um Poeta. Mas fizemo-lo sem o receio de o confinar, sem medo de o deixar preso à restrição de uma homenagem mesquinha, porque o não é, na medida em que vem desta família que constituímos e não quer ultrapassar esse âmbito. Não há-de ser esta simples lembrança fraternal que vai tirar a vez à homenagem que o grande Artista merece de todos aqueles que amam a beleza e as ideias de solidariedade humana ; de todos aqueles que sabem valorizar no homem a seriedade que não cata popularidades fáceis, o trabalho honesto que não se hipoteca a críticas suspeitas, nem se vincula a igrejinhas de elogio mútuo. Eu por mim, exprimi-me com as raízes enterradas na sinceridade mais descamada de artifícios e interpretando o melhor que me foi possível o sentir dos condiscípulos. De mais a mais, como simples moço de recados que fui do Curso, encarregado de fazer a oferenda, não se me podia exigir muito mais do que fazê-la e dar ao Torga o abraço fraterno de todos nós. (Frederico de Moura)

A IMPORTÂNCIA DA LAGUNA (Hoje…) Tive há dias a oportunidade de recolher mais uns ensinamentos, tarefa a que me dou com uma sofreguidão, quase diria, obsessiva.

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sexta-feira, Agosto 24, 2007


No «Ensaio» tentei passar a mensagem da importância da Laguna, a «circunstância» que enformou as nossas gentes. Para o bom, e/ou, para o mau. Constato que a sua importância é, hoje ainda, relevante para muita desta gente ribeirinha. O que infelizmente não é de todo captado, ou conhecido. O que leva a um encolher de ombros por parte de muitos, quando uns cretinos corrompidos pelo poder económico pensam retalhá-la, para especulação imobiliária Vamos então a dar conhecimento de : 1 - O valor facturado, em 2006, pela pesca artesanal, foi de 4.000.000 € (quatro milhões de Euros!) 2 - Admite-se que este valor corresponda, apenas, a 40% (!..), do valor efectivamente retirado !... 3 - Se quisermos um termo de comparação, diremos que a pesca costeira, facturou, no mesmo período, 5.000.000 €. Um pouco mais… isto tendo em conta, 4 - Que na pesca artesanal estão registados cerca de 3.000 pescadores que dela dependem. 5 - E que para lá destes, cerca de 500 mergulhadores pescam, ilegalmente e diariamente, bivalves, escapando pela malha grande, à lota e aos impostos..

Perante isto apetece perguntar : Esta actividade que em nada a fere, pois apenas aproveita a sua imensa capacidade de regeneração da vida marinha, é para proteger, ou é para acabar ? Será ideia, reconverter estes pescadores e levá-los a servir nos hotéis, ou a cortar relva nos jardins dos «Resorts» com que pretendem circundá-la ? Será ?!...

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6 - E que, por exemplo, o mexilhão é tabelado na lota a 0,80 € o Kg, vai para Espanha, e regressa a Portugal a 5 € o Kg. Inacreditável!...


Por onde andam os nossos políticos, que não vão inquirir e avaliar a dimensão desta riqueza e denunciar em todos os projectos loucos com que a pretendem retalhar ? Porque se não apoia uma «estrutura comercial» que permita, àqueles pescadores, dialogar directamente com o mercado, evitando a sua exploração pelos intermediários ? Dar relevo a esta realidade, parece não interessar. Interessa, outrossim, escamoteá-la.

Segundo a agência LUSA, “As câmaras municipais de Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz e Guarda têm dívidas a construtoras civis por liquidar há mais de 15 meses, quando a lei estabelece um prazo médio de pagamento de 40 dias, denunciou esta quarta-feira a federação que representa empresas do sector, a Federação Portuguesa da Indústria de Construção e Obras Públicas (FEPICOP), noticia a Lusa. Além daquelas câmaras, a FEPICOP identificou ainda as autarquias de Ílhavo, Montemor-o-Novo, Santa Maria da Feira, São Pedro do Sul, Vila Nova de Poiares e Vouzela como as maiores incumpridoras do país, com facturas por liquidar há mais de 15 meses. -----------------------------------------------------------------------------------Claro que nós já o sabíamos. As dívidas da Câmara de Ribau, ultrapassam (já) os 25 MILHÕES de Euros e perspectiva-se poderem fixar-se, para o ano, nos 50 Milhões. Poça ! que o homem a gastar é como a falar… Quando Ribau Esteves entrou na Câmara, esta até tinha 2,5 Milhões de Euros em depósitos bancários !!!... Porque se apregoam, agora, as tais Sociedades, «Mais Ílhavo» (Câmara / Irmãos Cavaco & Cª) ? - perguntar-se-à. Porque a dívida passando a ter controlo, não poderia continuar a ter aquele desenvolvimento louco, absurdo. Vai daí, agora, quem

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Por falar em mexilhão… É isso… quem se lixa nesta tramóia toda… é o dito… ------------------------------------------------------------------------------------A CÂMARA DE ÍLHAVO ENTRE OS MAIORES CALOTEIROS.


passa a dever, no papel, parece não ser a Câmara. Mas na prática, é ! A partir de hoje, e até daqui a cinquenta, sessenta anos, quem vai pagar é a Câmara. Quem recebe é o outro sócio da dita... Os que vierem a seguir, que apaguem a luz. Vão ver como isto vai acabar ! E depois, quando aí chegados, vão dizer que ninguém avisou, e/ou, explicou. Mas até que enfim que pertencemos ao pelotão da frente. Dos caloteiros. Para o ano talvez já tenhamos lugar no pódio. ------------------------------------------------------------------------------------PERSISTENTE… Lá isso sou. Hoje aguentei com mais uns discursos mirabolantes. Mas aguentei. Então lá ouvi : “…o nosso Museu é o maior da Europa, só ombreado pelo Museu - confesso que não captei o nome mas sei que era na Alemanha. (OH! OH! O meu cão, o Negro, ficou branco quando lha contei!) “… Para o ano vamos aqui ter o maior parque natural da Europa, aqui ao lado do St. André… ... Et caetera… Caloteiros... mas alegretes. Assim é que é. O resto é «conversation», diria o meu avô João, americano.E é que é mesmo. Da barata. -----------------------------------------------------------------------------------AMOR VERSUS MORTE… Ele há cada um : o autor do livro que ando a ler, nosso conterrâneo (Agualusa) -, diz a dada altura :

É pá !... olha que não… olha que não…

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“O fim do amor é o principio da morte…”


Aqui há uns quarenta anos estive mais do lado de lá, do que do lado de cá. E então, antes que decidissem por mim, aproveitei o estado de levitação para visitar os «resorts» prováveis, ao dispôr, para… Lá em cima não vi nada de que gostasse. Palavra. Tudo me pareceu monótono, sem interesse. Tudo silêncio. Até as estrelas estavam caladas. Nem grilos no gri… gri. Tudo gente boa demais, para apreciarem a minha companhia. Vi que aquilo não era para mim. “Que sim… eu até já lá teria uns talhões” - e nessa altura, eu ainda nem aturava o Ribau ... vejam lá o que lá terei, agora. Um campo de futebol, certamente. Mas mesmo com as facilidades de crédito, não me convenceram. Lá em baixo, apareceram coisas, sem dúvida, mais interessantes. Caramba ! Daquelas coisas que quanto piores, são as melhores. Compreendem ?

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Depois da morte, pimba !... acabou-se. Depois do fim do amor, vem outro, homem ! Escolhe-o melhor, e vais ver que não te arrependes. Depois de morreres, é que já não há arrependimento que te valha. Vou «romancear» com o autor e dar-lhe conta da minha experiência, pode ser que lhe sirva no próximo. (…) Escreves bem, muito bem mesmo - hei-de dar-te uma opinião num destes dias. Mas sobre aquela frase assassina muito haveria para dizer. Já uma conterrânea tua, escritora como tu, me tinha vindo com aquela do «Morrer de amor». Ficção, ou fixação ?!..., essa vossa maneira de ver o acontecimento. Ficção por ficção, eu gosto mais da comparação entre o amor e o fósforo, pois muito embora em termos estilísticos seja mais pobre tem suporte mais realístico.(não é assim que os críticos dizem ?) Agora aquela de que o «mundo só gosta dos pretos pobres»… é notável, porque é mesmo verdade. Se eu fosse o Marcelo, dava-te 20. Ou mais ------------------------------------------------------------------------------------QUASE…QUASE…


Mas era tanta a clientela a mostrar os dentes, que eu estarreci, só com medo de conviver com aqueles galifões. «Que não me importasse, que quanto a amor era o que por ali havia para dar e vender». Ora vender, eu percebi ; agora dar ?!. Desconfiei pois, de tanta oferta. Acreditem que me não impressionei com os apêndices córneos do diabo. Que raio!... por aqui já eu tinha visto bem mais notáveis enfeites, exibidos por aqueles enfeitados que sabem, mas não se importam. Voltei então à Terra e pedi para me aguentarem mais uns tempitos. E lá sobrevivi, no meio termo, até hoje. E olhem que não estou nada arrependido com a decisão, então tomada. ALADINO

sábado, Agosto 25, 2007

Li uma afirmação do Berardo. Diz o ricaço, que o «Verão lhe desperta o vicio de fazer amor». Fico a pensar que estes novos ricos são o contrário das formigas : estas amealham no Verão para o Inverno; aqueles amealham no Inverno para gastar no Verão, com o «viagrar» do vicio. Fiquei a perceber melhor porque nunca os invejei. Durante a vida (felizmente) - olho para trás sem remorsos - nunca dei que tal

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POBRETE MAS ALEGRETE


«vício» - ora... ora ! - tivesse época especial. Porque todas as épocas eram boas para o alimentar (no bom sentido, claro !). Bem dizia a minha avó : - POBRETE MAS ALEGRETE ------------------------------------------------------------------------------------PORQUE NÃO HÁ MÉDICAS UROLOGISTAS ?

Há hoje tanto disso… Qualquer dia vai ser um tal desemprego. Eriçam-me os pêlos, quando vejo um fulano auto intitular-se - e apor no cartão de visitas - um dos títulos referidos. Na maior parte das vezes são titulações, completamente ôcas. Porque gestores - da nossa difícil contabilidade familiar - ou investigadores - da natureza humana - afinal, todos o somos, um pouco. E às vezes com resultados notáveis. Nada que se compare com certos «investigadores». Lêem uns livrecos, fazem uma citação bibliográfica do que nem leram, ordenham umas palavras sem lá incluir o que quer que seja de opinião própria... e botam no cartão : «Investigador(a)». Uma vida a fazer de conta. Em impante exercício de prosápia barata.

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Fez-me a pergunta, depois de ter consultado uma obstetra : - Porque é que não há médicas urologistas?... Fiquei espantado e, confesso, não tive resposta razoável para lhe dar. E discorri : Era bem melhor. Assim, aquando da consulta anual ao Dr. Ricardo, chegado o solene - e chato ! - momento, em que me atira , - Desculpe lá engenheiro, mas tem de ser…, se fosse uma urologista que imagino destra e desinibida, claro! -, não responderia como sacrossantamente o faço : - Vá lá doutor !... mas não abuse… Antes diria : - Por quem é Doutora. Esteja à vontade… é um prazer. Não !... não seria bem assim ; mas um homem perante as mulheres não pode fazer figuras tristes… ------------------------------------------------------------------------------------GESTOR… INVESTIGADOR…


Na vida é necessário ter descrição para exprimir o saber ; como docilidade para compreender que, quanto mais se sabe… mais falta saber. ALADINO

segunda-feira, Agosto 27, 2007

UÈ ?! ... Águas azuis desta ria Que correis direitas, p’ró mar, Onde escondeis meu amor ? Não me façais Mais sofrer, Tende pena da minha dor Ué ?! ... dizei-me Que eu morro d’amor

Ué?!... Contai-me… Que eu morro por nada Águas vermelhas da Ria

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Águas de prata da ria Em noite de luar d’ Agosto, P’ra onde foi minha amada ? Matai-me este fogo posto Esta vida Tão cedo já acabada


Tingidas pelo Sol à tardinha, Pr’a onde levastes meu bem ? Não a deixais à noite sózinha, Levai-me com ela também Ué ?!... falai-me, Que eu morro sem ninguém Águas negras, águas da Ria Vestidas na noite de breu Onde está a minha alteza ? Triste destino é Este, o meu, Viver em tal incerteza.

Ué?!... Levai- me , Que eu morro nesta pobreza (Senos da Fonseca) Agosto 27, 2007

quinta-feira, Agosto 30, 2007

Incrível. Ter uma vida «a coisa» em frente dos olhos, e só tardiamente olhar para ela, para lhe descobrir o sentido. Explico.

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AMAR SEM AMOR…


Na casa da Costa Nova, nas paredes, mantêm-se desde a sua origem uns quadros de que gosto muito. São os únicos que nunca foram mudados. São eles, o retrato de Allende (trabalhado) e o painel dos «Direitos do Homem» de Thiago de Mello, feito em 74, em Santiago do Chile. Este último colocado em um local em que todos os dias - mas todos ! - o vejo. E mais do que uma vez, ao dia. Li-o pois, sei lá (!), centenas e centenas de vezes. Notável, a tábua. Ora hoje dei por mim a lê-la uma vez mais e, de repente, voltar atrás, a reler o seu artº 12º : Decreta-se que nada será obrigado nem proibido Tudo será permitido Inclusive brincar com os rinocerontes E caminhar pelas tardes Com uma imensa begónia na lapela Paragrafo único : Só uma coisa será proibida Amar sem amor Thiago de Mello diz ser proibido. Há tanta coisa proibida que é feita.

Quando andei à procura de saber um pouco sobre Plínio «O Velho» («Ensaio Monográfico») fui parar a Plínio, «O Jovem», amigo e funcionário (delegado) de Trajano. Tive então a felicidade de ter entre mãos uma biografia de Trajano “o melhor dos Césares”. Ali se afirma tal e se expõem as razões de tal afirmação. Não tinha

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Esta proibição, por defeito um direito intocável do homem - e obviamente da mulher - é deveras complicada de aprofundar. Porque em primeiro lugar, eu queria, era ver definido o que é «essa coisa de amor». Para depois, confessar ou não, o meu pecado, se o foi. ------------------------------------------------------------------------------------TRAJANO : O MELHOR DOS CÉSARES


minimamente esta ideia. Modo deplorável como aquela História nos era impingida no Liceu. Tenho pena de ter sido, assim, tão mal formado. Para além de me ter apercebido que nisto de Césares, era comum a adopção - o que não deixa de ser curioso, demonstrando, clara e inequivocamente que nem sempre «os de sangue» merecem o «podium» da escolha - constatei que Marco Ulpio Trajano, de ascendência hispânica (clã dos Ulpios), foi um César perseverante, justo e nobre. Paternalista, mesmo num sistema autocrático. Que por exemplo estabeleceu a distribuição de o alimenta aos meninos pobres e o incremento do congiarum, a provisão gratuita de comida em toda a Roma ; que substituiu a guarda fanática que protegia o Imperador, por outra menos radical. E que, em virtude disso, se deu ao luxo de ser o único César a passear sem guarda pessoal, pelas calçadas de Roma. Um César clemente, amado pelo seu povo. Tive oportunidade (e deleite) de apreciar em detalhe os pormenores arquitecturais das Termas de Trajano. Fabulosa a construção. Onde já se inseriam pórticos de dimensão notável, com a finalidade de suspender tectos envidraçados, para prover luz indirecta. Cúpulas de sonho, numa cidade já cosmopolita, ruidosa e cheia de contrastes. Diz-se que Trajano arengava maravilhosamente ao povo, ao explicar as suas reformas sociais, políticas e administrativas. Foi ele que criou o corpo dos Curatores, espécie de auditores das autarquias de então, especialmente das que tivessem problemas económicos.

Filosofar foi no outro tempo. Agora é preciso fazer. Mesmo se, como Trajano, que reagindo autocraticamente por vezes, mantinha contudo, os Senadores, (sempre) informados das suas decisões. ------------------------------------------------------------------------------------A ESTEVES, O QUE É DE ESTEVES…

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A César o que é de César. A Sócrates, o que é de Sócrates.


Não sei se têm dado por isso. De há uns tempos para cá - depois de fixadas as directas no PSD - em todas as edições, o «Diário de Aveiro», insere uma página de publicidade dedicada a Ribau Esteves. Promove-se enfaticamente o Museu, com atoardas de números fantasmagóricos de visitantes - mesmo se para promoção pimba. Promovem-se gongóricos futuros acontecimentos (Tall Ships para o ano) ; explica-se a ausência do Creoula e promete-se, para o ano, o seu regresso. Anuncia-se o Parque de Oudinot, para o ano, parecendo obra exclusiva de R.E. (e a APA? não dá nada para o peditório...) etc. etc. De onde vem esta freima e onde acabará? Observador atento, percebe, contudo, a marosca. Ribau Esteves envolveu-se numa luta partidária, de «vida ou de morte». Foi mesmo nomeado caceteiro de serviço, no que diga-se, é especialista. Mas a sua «luta» não é nacional. Não ! É distrital. Se Menezes ganhar óptimo (Mãe !... Enfim !, sou ministro...). Se perder, nem tudo é mau. Lá estarão daqui a dois anos. Mas o busílis é no Distrito. Se perder em Aveiro é vergonhoso (ele próprio hoje diz o mesmo de Marques Mendes). E se ainda por cima empatar em Ílhavo, então : - é o fim!. Quando hoje diz, “que um Presidente do PSD tem de ser alguém vindo de uma Junta de Freguesia ou de uma Câmara” (vide Diário de Aveiro, de hoje), é incrível que não haja ninguém que lhe pergunte : - Então a que junta ou Câmara pertenceu Sá Carneiro, e ou o Aníbal? Ou será que ele terá razão, e será por isso que aquele partido é rasca, desde o nascimento? Mas uma pergunta :

Estes amigos do P.S andam mesmo de «vacances» -----------------------------------------------------------------------------------A PORRETE AQUILO VAI…

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- Quem paga esta publicidade de promoção pessoal, para fins eleitorais partidários ?


Na resposta de Ribau a Marques Mendes, (ver D.A.) pode apreciar-se um novo modo de auto panegírica adulação. Élio Maia é citado duas ou três vezes (a quem se esconde a mão depois de atirar a pedrada) ; é citado duas ou três vezes, a quem se quer lapidar; mas refere-se o «Eu» - Ribau Esteves - uma meia dúzia de vezes. Este tipo é multi-orgásmico. Um incontornável Study Case. A pedrada começou. E ainda a procissão vai no adro. O «peqenino» que se cuide, quando choverem as tropelias, tipo «desequilibrado mental» E os vivas finais ! inseridos na entrevista. De pasmar !... Oh… que bacoco populismo. Volta Santana. Estás perdoado… ALADINO

sexta-feira, Agosto 31, 2007

Pessoa amiga, e atenta, chamou-me a atenção para uma enormidade que eu teria dito em público, quando retorqui à simpatia excessiva de A.R. - mas também critica - que me elogiava (?!) os escritos, o que eu detesto por não o merecer de modo algum. Claro que ele era de opinião que eu deveria ser mais liso, mais rápido de leitura, mais sincopado. O que não sou, nem quero ser - embora até o saiba fazer, acreditem - como há tempos o demonstrei numa brincadeira. Mas eu gosto de fazer um texto com rodriguinhos, e inventar, ou evocar, palavras adequadas e fortes. A nova escrita, não me cativa. Para isso bastam-me os SMS.

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FAÇAM MELHOR… POÇA !...


Ora eu teria dito que “quando escrevo - escrevinho leia-se - me estou marimbando para quem vai ler. Eu estou tão só a dar satisfação a um gozo intimo, meu» -, pondo fim à «arenga». Parece que caiu mal. E compreendo que até tenham razão. Mas o que as pessoas não sabem é que muita coisa, faço-a só para mim. Hesito por isso, muito (!), antes de a publicar. Não porque tenha medo das apreciações. Não, não tenho. Mas aquilo foi feito só para mim, e julgo não interessar a mais ninguém. Isto levou-me ao «Blog», e a deixar de, por vezes, levar os escritos ao Jornal, o que fazia com alguma frequência. Assim – no «Blog» -, só me lerá quem o procurar, e não por lhe ter ido parar às mãos, «embrulhado» com outros. Nessa situação poderia ser induzido, a… E eu não quero. Gosto de conquistar. E quanto mais difícil a conquista - ou a improbabilidade do êxito - mais ela me motiva, e me aguça o engenho (e a arte, mesmo se pouca…) Mas a ninguém lhe passe pela cabeça, que é por complexos. A esses atirarei com a opinião de Marcial (romano de qualidade) no preâmbulo dos seus epigramas : “Se algo Te parece nestas páginas, leitor, ou muito escuro ou pouco latino, o erro não é meu. Fê-lo o copista com a pressa de levar os versos até ti. Mas se crês que não foi ele, mas sim eu, quem caí em falta então eu creio que Tu não tens nem ponta de inteligência... «Mas estes versos são maus ?!». Como não, não nego o evidente ! Estes são fracos, só que Tu não os sabes fazer melhor !...”. Nos preâmbulos do que fiz - detesto prefácio de estranhos já que ninguém tem mais consciência do que fiz, do que eu próprio tento induzir a ideia, do dito poeta. E assim, desafiando :

Uma diplomada da nossa praça - tal como R.E. - acha estranhas as minhas qualificações para «esta vida», em que diz, eu agora, dei ! Ainda bem que dei nisto ; porque há coisas muito piores. Acreditem...

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Façam melhor, poça! ------------------------------------------------------------------------------------UM HOMEM SEM DIPLOMA... É COMO AVE SEM VOOS.


- «Raios… se ao fim de cinco minutos de falarem comigo, não perceberem que sou Engenheiro, então mais vale mudar de vidinha.»

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Àquela doutora, apetece-me contar : «Naqueles tempos (II Séc. d. C.) começaram a aparecer os escribas que eram «diplomados». Assim, aconteceu que o «diplomado» Petaus foi exercer para uma terra longínqua, substituindo um outro que regularmente fazia essa tarefa – Isquirion que não tinha qualquer diploma, e foi, por isso despedido. No papiro em que outorgava um negócio, ou outro trabalho, o novo «diplomado» sempre que outorgava “Eu Petaus, o escriba diplomado da aldeia…” nunca o fazia correctamente, com as mesmas letras. Porquê ? : perguntar-se-à... A razão de tal comportamento era o facto de o «diplomado» só saber escrever o seu nome, o que julgava, lhe permitiria afirmar-se «que sabia escrever». O resto ele só sabia, era copiar, que foi o que lhe tinham ensinado na Escola. A população indignou-se e exigiu a volta do anterior iletrado, que esse ao menos, sabia um pouco mais do que assinar o seu nome» Curiosamente : Na minha longa e gratificante carreira de engenheiro, observei dezenas de engenheiros que o melhor que tinham a fazer era ir «cavar batatas», e esconderem o diploma, imerecido. Ao contrário, auscultei centenas de «mestres» de engenharia, que com a quarta classe, só lhes faltava o Diploma para se intitularem: - «engenheiro de facto». Por isso, respeitando-os e incitando-os, aprendi muito com eles. Na Universidade só aprendi a ter a consciência de que nada sabia. E que de lá saído, tinha de, diariamente, voltar aos livros, se quisesse ser diferente. E eu, desde o dia em que dali saí, queria-o, de facto. Foi o que fiz, porque eu não queria ser só engenheiro no «cartão de visita». A propósito : - nunca mandei fazer cartões onde indicasse o titulo. Só «Senos da Fonseca». Cartões com o titulo, era a Empresa que se encarregava dessa «vaidade». Alguém me chamou, um dia a atenção para essa falta social, para esse fundamentalismo. Respondi :


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ALADINO


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SETEMBRO


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segunda-feira, Setembro 03, 2007

Várias pessoas solicitaram-me que arranjasse e divulgase, a célebre carta, que no lançamento do «Ílhavo - Ensaio Monográfico» a D. Maria José Cachim - sua autora - deu a conhecer. Acabada de me chegar às mãos, apresso-me a divulgá-la no Blog, já que a mesma é um documento notável, pleno de humor, uma recolha dos falares simples das nossas gentes, servida por uma capacidade invulgar de reprodução de conversas «de borralho», daqueles tempos. À Maria José Cachim, aproveito para agradecer a sua colaboração, que enriqueceu, sem dúvida, o simples apresentar do meu trabalho, nem ò vida, tão interessante como a sua missiva. ------------------------------------------------------------------------------------

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«MEU CRIDO HOME»


CARTA RECEBIDA NO BACALHAU E ENCONTRADA DENTRO DE UM VELHO BAÚ. CORRIA O ANO DE 1930. OS TERMOS SÃO GENUINAMENTE ILHAVENSES ; OS COMENTÁRIOS FEITOS PELO DESTINATÁRIO, TAMBÉM AUTENTICAMENTE LOCAIS, SÃO DA MAIS PURA IMAGINAÇÃO. NA LEITURA DESTA CARTA PROCUROU-SE REPRODUZIR, O MAIS FIELMENTE POSSÍVEL, O SOTAQUE ILHAVENSE, QUE NA ÉPOCA ERA TÃO CARACTERÍSTICO DA NOSSA GENTE. -----------------------------------------------------------------------------------CRIDO HOME Que estas duas letras te bão incontrar bem que aqui onde me dachastas istou de prufeita saúde. DE PRUFEITA SAÚDE : E EU QUE M' AMOLE, ESTIPÔR ! Alembras-te Manéu, acando te fostas imbora, foi pra mim uma desóstinação, ráio, chorei baba e ranho de sóidadas. Olha, a nossa baquinha... A BAQUINHA, TÁ LINDA, ÀS MALHAS PARCIA O ÁRQUIRES CANDO LHE DEI A MÉZINHA PRÁS BEXIGAS. FICOU DE SETE CÔRAS ! impriu c'u imprasto que fizestas, coitadinha e lá medrou. Istou chóia de chança por isso. Manéu, queras saber qu'a cachumenta da tua mãe qu'anda sempre nessa bida...

Agora meteu-se cu'a cubilheira da tua cunhada...

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C' A RAIO DE MULHER ! QU'ELA TEM A BER C' A MINHA MÃE ? DA MÃE DELA NU FALA, O ESTIPÔR


QUEREM BER QUE TENHO A FAMÉUGA TODA NA CARTA!? CUBILHEIRA, A MINHA CUNHADA ! CUBILHEIRA É ELA, QUE BAI CONTAR TUDO O QUE OIBE. Onte, cando eu estaba a prantar as coibas ó lume apraceu-me cu'a cundessa da broa bazia e qu'ria uma traganeira p'ra fazer migas. Agardeceu, mas o fito dela era oitro, era auserbar a minha bida. Eu nu me contriba e cando a nossa cunhada, esse côdre, passa, toda prosa no adro... TODA PROSA. TEM RAZÃO, TEM TUDO BÔ NAQUELE CORPO ! benzo-me logo e agarro o sino saimão, corrujido, Manéu, t'arrenego dos maus olhados, qu'inda me põe cobranto na nossa cozinha. Ai Manéu, canto me custa a passar o tempinho sem ti, manóiate daí, home, há aqui tanto trabalhinho p'ra fazeras... AH MULHER DUM RAIO, P'RA OITRA COISA NU ME CHAMAS TU. SÓ P'RA TRABALHAR E EU AQUI CUM BUNTADE DE TUDO E DE M' AGARRAR A TI, CACHOPA. Onte fui oibir um sarmão por tua intenção e queras saber, a Rita da Benda ficou à minha beira, ai, rico Manéu, fedia qu'estrecalaba, aquele raio era só cachaça e mijo!

Eu tinha lebado uma escadoça e estaba mesmo incangada de todo por ter labado as pias e as gamelas p'ra tindêr a brôa mais cedo e inté pensei : crendas ber que bou esgómitar c'u aquela fedorenta ! Mas o sarmãozinho foi muito lindo, Manéu. Dormi que m'arregalei... A SONHAR C'U PADRE, QUERAS BER !

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NUNCA FOI D'OITRO MODO ! MIJO E CACHAÇA ! GRANDE ESTIPÔR, ESTA MINHA RITA !


estaba fauta, sabas ? AI, AI, AI, AI !!! E nu m'óguentei nas grulas, mas foi muito lindo! Olha Manéu, a nossa Ana... A MINHA MENINA ! está munto esmarada, caredo, troixe da mestra uma cópia qu'é um'ássociação. Lá está ela ali abusacada à mesa da cozinha a ler aquelas coisas lindas e a comer a marenda ! Há-de ser uma gobernadeiraça, a noss’Ana... AI ISSO HÁ-DE SER ! O nosso Tóino... O TÓINO SAI AO PAI. TRABALHAR, SÓ OBRIGADO. cada bez s'aparece mais c'u atado do teu pai... MAU, MAU ! coitadinho, que Deus o tenha em descanso. Se le mando fazer cauquer coisa, faz-Ia a mangar, é um esconchabo, aquele moço ! Anda d'amôras cu'a Maria Rosa do Ti Jaquim, lá a inloilou e ela disse-Ie que sim. Estão sempre derretidos, os estipentos...

A porta da cozinha está toda esconchabada, uma rabanada de bento impandeirou-le c'u taipau qu'assiguraba a parróira. Agora tenho que ter oirêlo na saugadeira por bia dos guatos qu'a tampa que le fizestas também arriou duma banda...

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CUM QU' ENTÃO DERRETIDOS ! S'ELA ENCHE TEMOS BOTA ABAIXO NAQUELE FOCINHO QUE LE DOU EU !


RAIOS PARTA A MULHER ! FAÇO SEMPRE TUDO MAU ! GEITOSINHO SÓ A ANA E O TÓINO ! A Micas do Janêlo, coitada, lá s'impandeirou, ó fim de tantos dias, coitadinha ! Diz qu'i... que foi um mauzinho desconhecido, ou uma coizinha ruim, eu cá no sei ó certo! Deus a lebou esfaufadinha de sofrimento! AMÉM E BOA BIAJE ! A Rosa da Fonte também nu anda nada bem, o esprito do sogro da nossa comadre meteu-se c'u ela e, coitadinha, aparece uma probezinha. As noitas são todas d'alebante. CAU ESPRITO, CAU RAIO ! SÓ SE FOR ESPRITO DE CARNE E OSSO ! oitro dia fui por ela e, na cozinha, vi tudo esfaucaçado, ele eram coibas, ele era choiriça, ele eram batatas, era uma desorde naquela casa. Uma truquia cumpleta. Os cachopos choramingabam cum fome. Esquentei-os e avrigüei-os e ela nem deu por isso. O home dela desapraceu e a família nu se dá c'u ela, é sempre uma râxa porca. Ó DIABO, AQUI NU TENHO RAZÃO, A COISA ESTÁ MESMO MAU. BÊ LÁ SE FAZAS AUGUMA COISA POR ELA, RIT A. Olha Manéu, estas duas letras já bão munto cumpridas, mas deixei a nubidade mais triste p'ró fim. Se calhar estou oitra bez pranha...

Bê lá home o que tu fizestas ! Cáde ser da gente ! Mais uma boca p'ra comer e nós cum tão poucas possas. Se fôr... paciência... chapá-Io fora é que não...

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NU ME DIGAS, CARAGO !


LÁ ISSO NÃO, QUE SOU HOME DE RESPONSABILIDADE ! A gente tem c'óguentar, mas parece que já estou niquenta e biqueira p'ró comer. Bai ser uma bergonhaça, c'us nossos filhos já tão graúdos. CAU BERGONHAÇA, CAU RAIO ! BERGONHA DEBIAM TER AUGUMAS MADAMAS NA TROMBA QUE DESFAZEM DE DIA O QUE FAZEM DE NOITE ! O nosso aido mete raiba, Manéu ! A nobidade está toda a nacer... ISTO É ANO DE NACIMENTOS, JÁ 'STOU A BER ! queira Deus que medre depressa p'ra nu mexer nu abanço, que nu é munto, mas s'eu ajuntar augum, podemos mercar a leira do Tóino da Esquina que Deus tem... ESTE ESTIPÔR NU SABE MESMO ESCRUBER : DA ESQUINA QUE DEUS TEM ; ATÃO DEUS TEM A ESQUINA ! DEUS TEM O HOME QUE ESTABA À ESQUINA. JÁ NU INTENDO NADA DISTO. ADIANTE ! e já nos arremediaba mais auguma coisita. C'u toicinho na saugadeira, as coibitas nu aido, era só o cunduto de bez em cando, nu achas, Manéu ? E O TINTO ?

A MINHA RITA D' INDRÓMINA NOBA ! ATÉ O CORAÇÃO SE M' ALEBANTA !

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A nossa porca, cum lecença do autar da mesa, qu'stá posta, pariu dez porquinhos, uma gabela dêlas, graças a Deus. S'êlas imprirem bou bindê-Ios ós treze e arrecado o dinhóiro p'ra cumprar a indrómina p'ra t'ir esprar à Barra, cando chegaras...


qu'ai Manéu, s'eu adrego de ber apontar as belas do teu barco lá ó largo, ai Manéu, a tua Rita atão mais prosa c'as serigaitas de Sanjónas nenhuma delas me ganha no amor qu'arde aqui no meu peito, raio ! Hei-de abraçar-te cu'as ganas todas da minh 'alma, oiçame Deus ! AH, MULHER DUM T'ESTROCEGO ESTIPÔR !

RAIO,

SE

T’APANHO

ATÉ

E agora, Manéu, termino, por hoije ! Arrecebe dos nossos filhos muntos bâjos e de mim, raio, arrecebe um bâjo más grande qu'á boca da nossa Barra... ESTIPÔR ! CUM' Á BOCA DA BARRA. ESTA MINHA RITA TEM CÁ UMA BOCANA ! da que t'espera e que nunca t'esquece. Rita da Purificação Já m'esquecia. Olha Manéu, fiz uma proméssia. S' eu nu'stiber pranha e a nossa baquinha parir uma bezerra bais pegar no andor da procissão do Senhor Jasus! INDA POR CIMA ! ELA É QUE S' ADBERTE E EU É QUE ME TRABALHO ! mas se já nu tibéras lugar, atão dou cinco merreiszinhos pr'ajuda da faxa noba do Sanhor Jasus qu'a cabeleira, essa já'stá paga! Rita da Purificação

ALADINO

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(ORGANIZADA E PREPARADA POR MARIA JOSÉ CACHIM) -------------------------------------------------------------------------------------


terça-feira, Setembro 04, 2007

AQUILÃO Foste cantado por Plínio, Quando vindo lá da serra Trazias contigo O perfume da urze e o cheiro da caruma, Descendo, encosta abaixo, caminho ínvio Sobrevoando a terra, apressado, Para te vires refrescar na laguna

Teu sufoco causticava O moço do moliceiro Que de vara ombreada Percorria a auto estrada da borda Na procura de um novo veiro, Enquanto lá ao longe Um maçarico sonolento acordava. Fazias do mar, lama

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Exsudaste o marnoto Fazendo-lhe correr rios de suor Enquanto cometias o prodígio De transformares água em flor. E assim nascia o sal. Mais do que um milagre, Igual, só o vivido no natal!


Levando contigo a «xávega» A paragens que pareciam infindas. Enquanto o arrais endoidado por ti Te seguia como à sereia Sem saber se havia mar e norte Ou se o atrevimento findava, em morte. (Senos da Fonseca) 4.09.2007

sexta-feira, Setembro 14, 2007

Ocorrem-me graves preocupações, ao ouvir posições tão desencontradas sobre a chamada Flexibilização laboral. Está na ordem do dia, está na moda, e diz-se : - veio para ficar. Tenho imenso receio de que se esteja a pedir demais aos trabalhadores, em nome de uma competitividade que pensa colocar-se no terreno, por via de um retrocesso social. Tive, ao longo da vida profissional, oportunidade de perceber a vantagem das soluções flexíveis. Um código de trabalho fundamentalista dificultava, contudo, conseguir soluções, sem perigo de mais tarde, o feitiço se virar contra o feiticeiro. Era muito difícil conseguir coisas positivas (lembro-me da tentativa do horário seguido com pausa curta para almoço ; férias etc… etc…) Se este problema da flexibilização se fixar em acordos, caso a caso, considero um avanço para as novas situações laborais a exigirem outro tipo de resposta, mais adaptadas à realidade. Mas se a flexibilização se tornar Lei Geral, então, estaremos perante uma clara agressão à força do trabalho. Ontem no «Le Monde» - em que procuro refugiar-me do tédio que sinto por esta comunicação social que temos, macabra, sórdida e doentia - li um curioso artigo sobre a comparação entre as Multinacionais e o regime Hitleriano.

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FLEXIBILIZAÇÃO. SÓ DOS TRABALHADORES ?


Talvez uma semelhança ; mas o regime de Hitler - ao menos !tinha um rosto. E uma multinacional não tem. No fim nem se podem levar a Nuremberg, aqueles que trucidam tudo e todos, em nome de interesses especulativos, bolsistas. Numa pequena empresa os bens do dono respondem pelas asneiras. Numa multinacional, nada responde por nada. Ou quem paga, são os de sempre. E o movimento sindical como irá responder ? E aqueles que andam a apregoar a beleza da Globalização, ainda não perceberam que ela é, apenas e só, um estádio superior do mais feroz Capitalismo ? Agora sem rosto, nem culpados. ----------------------------------------------------------------------------------FAZER, OU FAZER QUE SE FAZ… ? Preocupa-me uma certa inquietação de, ao nível nacional, me parecer que o Governo, faz um pouco de conta que faz, quando deveria a todo o custo, fazer mesmo, e já !... Explico. Aceito que um Governo Socialista coloque como estratégia, obrigar todos a participar na resolução da crise. Mas,

2 - O tempo de crise teria de ter um limite temporal, perfeitamente - ou pelo menos tão aproximado quanto possivel definido. Isto é : agora vai ser assim… e depois vai ser assim. Então todos

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1 - Em primeiro todos deveriam contribuir. E os que têm mais, deveriam suportar mais. Entendo isso e, pela minha parte, sujeito-me de bom grado, em contribuir o que me for estipulado. Mas o que me parece que está ser feito, não é bem isso. O que está a suceder é serem sempre os mesmos a pagar a factura. Não se corrigem questões escandalosas, o que começa a ser insuportável. Um Governo Socialista não pode aceitar, e muito menos proceder como tal, tão injustamente. A crise em Portugal, criada pelas loucuras e desvarios anteriores está a ser paga, por aqueles que podem menos. Pela classe mais baixa e média.


perceberiam para que era o sacrifício. Era pois, uma estratégia assumida com transparência. Dou por mim a recear que muitas coisas não estejam a andar. Na Saúde - não vejo melhoras para lá do gastar menos, nem vejo medidas de disciplina que limitem os abusos. E claro, vislumbro a evidência de que o sistema de saúde evoluirá em desfavor dos que menos podem. No Ensino verifico algumas melhoras. Mas vejo enorme confusão na definição de pontos cruciais : o de captar o interesse dos professores para participarem na tarefa ; na definição das regras de disciplina nas escolas ; na autonomia das Escolas dentro de um sistema bem definido ; na questão da harmonização do estatuto de Bolonha com a realidade do actual sistema do ensino superior, etc. etc. Na Justiça, tenho a amarga sensação de que com o sistema corporativo a funcionar em pleno, todos os esforços vão ser em vão. É um caos. Mete dó, o ponto a que chegámos. Mas se os actuais governantes não dão conta do recado, nos outros campos políticos, a situação é mesmo trágica.São ainda piores. Muito piores. E então, o que esperar desta salgalhada nacional ? Esperar alegremente, até que nos transformemos, pura e simplesmente, numa região da Europa ? Ò ! Fernando Pessoa : para quê a tua Mensagem ? ------------------------------------------------------------------------------------EFICÁCIA – PREVENTIVA

1 - Se o seu educando teve no ano anterior alguns indícios de perturbação psíquica, sugerindo necessidade de aconselhamento, e ou, acompanhamento.

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Há coisas que me parecem simples e com eficácia segura. Porque é que os encarregados de educação não são obrigados, no princípio de cada ano escolar, a apresentar um relatório sobre os seus educandos, onde citem, por exemplo :


2 - Se teve problemas comportamentais na vida social ou familiar (ou questões de gravidade com a Justiça) que justifiquem acompanhamento próximo. 3 - Se verificaram mudanças de outro tipo - ou novos hábitos -sugerindo evolução a ter em conta. Julgo que tal atitude seria um óptimo preventivo para situações cada vez mais preocupantes, porque inesperadas. O esforço para, na Escola, haver tratamento destes dados por pessoal para o efeito preparado, não seria de todo desproporcionado face aos ganhos, para mim evidentes. ALADINO

domingo, Setembro 16, 2007

(Na despedida) RIA ESQUIVA

Cubro com bragal de linho bordado Teu corpo feito de lindas águas Agora cansado.

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Quando pela frígida madrugada Entras devagarinho, Parecendo envergonhada E me dizes, psst! Tão de mansinho, Sabes bem que te acolho e recebo, Oferecendo-te o meu corpo Para que nele te aconchegues enrolada, Mesmo que já não sirva para nada


E deixo que adormeças A sonhar com o norte, E com as gaivotas grazinas E os peixitos traquinas Que te debicam o peito E assim afugentam a morte Salvando-se da má sorte Acordado velo Para que nada perturbe A paz do teu sono, tão belo Até que a manhã desponte E seja eu a chamar Para te acordar, psst! Para que não percas O grandioso momento Em que o Sol te vem beijar E as grazinas traquinas começam a gorjear Partes sem nada dizeres A recomeçar teu fadário. Sem nada fazeres Ou de mim algo quereres Deixas-me em lágrimas banhado. E sem que dos teus lábios Venha palavra meiga, Partes em alto devaneio Bonita, bela e esquiva. E eu aqui resto, sem vida

FIM DE ÉPOCA 2007

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(Senos da Fonseca) 16 de Setembro de 2007


terça-feira, Setembro 18, 2007

D. MANUEL II EM AVEIRO.

a) A explicação do cadeirão oferecido ao Rei, que lhe serviu de assento na visita, feita em bergatim real - um simples mercantel ! - à Barra. Este facto fez-me pensar no motivo da visita, que o autor não refere. Associando a data (cem anos após a abertura da Barra -1808) é de colocar a hipótese de ter sido, a comemoração de tal acontecimento, a razão da mesma. Aquele cadeirão pertencia ao Salão Nobre da Câmara de Aveiro, e nunca foi reposto. Existem onze, e continua a faltar um. Está no Palácio de Vila Viçosa.

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Neste último sábado, recebi a visita do Prof. Dr. Tavares da Silva. Já lá iam muitos bons anos - quase diria mais do que uma vintena - e nunca mais tínhamos contactado. Foi professor Catedrático na Universidade de Coimbra, onde nos conhecemos, e tinha, e tem, julgo, uma casa - singular - que creio herdada do seu Pai, na Barra, ali perto do farol. Foi certamente das primeiras, a ali, ter sido edificada. Casa que recuperou num processo que me lembra, difícil, no relacionamento com a Câmara de Ílhavo, de então. Trazia-me, o Professor, um interessantíssimo trabalho, produto de uma investigação sobre a visita de El Rei D. Manuel II, a Aveiro, em 1908, a que nunca se teria dado o devido relevo. Eu, pelo menos, nunca tinha dado por tal. Li o livrinho, com muito interesse. Muito bem escrito, referencia os jornais da época aonde foi beber informação, com o atractivo, extra, de conter fotografias inéditas de muito e relevante, importância. Um excelente trabalho, denunciando uma atenção muito activa na recolha histórica. Saliento dois ou três pontos :


b) O autor chama a atenção para um facto, que, sendo historicamente vulgar, não deixa de ser interessante. Aveiro e a sua População receberam em apoteose S. Majestade. Dois anos depois, o mesmo Povo, exaltava, na rua, com o advento da República. Todas as revoluções têm elites que as comandam.O Povo reage, quase sempre do lado vitorioso. c) Nos créditos fotográficos, saliento o grupo fotografado em frente da estátua de José Estêvão. Raparigas (trajadas a rigor) e rapazes, todos funcionários da fábrica da Vista-Alegre. Poder-se-ão, talvez, identificar alguns dos fotografados. Em resumo : um bom esforço do Prof. Tavares da Silva. Que interessa a todos os estudiosos da história de Aveiro. A ler e guardar. ---------------------------------------------------------------------------------SENHOR JESUS DOS NAVEGANTES. Claro que apreciei a brochura de Hugo Calão - está ali um potencial investigador com créditos firmados, que pode ir longe, oxalá não perca a vontade - e que julgo ter contado com a colaboração de Isabel Madail. Nela se refere a fusão entre a história local e a história religiosa, tão ligadas elas estiveram, pelo menos até ao Séc. XIX (XX). Uma ideia de aplaudir. São pequenas histórias que fazem grandes histórias.Estão de parabéns os autores. Mas creio que há ainda por lá, muito mais a pôr, cá para fora. Façam favor de o fazer ALADINO

AQUILINO RIBEIRO

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quarta-feira, Setembro 19, 2007


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O «grupelho» de monárquicos, deveria querer dizer - sobre a ida dos restos de Aquilino Ribeiro para o Panteão - o mesmo que o Padre Gonçalves teria dito na despedida do jovem Aquilino, do colégio de Lamego (onde o seu comportamento era motivo de séria preocupação): - Não és mau rapaz, mas se não voltares, passa-se aqui bem sem ti! Com uma diferença. O «grupelho» habituado ao bom rapaz que parece ser Sua Alteza - um D. Duarte imbecilizado a pensar que é «Rei» pelas vias urinárias dos seus anteriores - parece vislumbrar, no Aquilino, um terrorista carbonário, que por isso não merecia ser acolhido no altar da Pátria. Mas, parece, não lhe negar as virtudes de grande escritor. Aquilino foi um grande da literatura portuguesa ; um dos seus maiores. Indubitavelmente. Provavelmente, junto a Camilo, o que maior léxico reuniu e repôs, no renascimento da escrita pátria. Não (só) pela quantidade do mesmo, mas no modo como o integrou numa escrita criativa - arrevesada ou não - por onde perpassam figuras de uma beleza notável. Onde se destaca esse Malhadinhas, adorável e excitante figura do almocreve ladino, espirituoso, sarcástico e refilão. Eu sei… Sei que hoje na escrita se prefere, a ideia à forma. Esta por vezes surge escanzelada, despida, quase do mesmo modo que o retrato de um morto vivo de Auschwitz nos penetra. Como figura humana, que ainda parece ser, mas agonizante, esquálida. Eu não aprecio essa forma. Mas não lhe nego, defensores. Continuo, porém, a sentir-me bem, quando, volta e meia, regresso aos mestres : Aquilino, Torga, Camilo e Eça (etc), para me deliciar com os que se preocuparam com a beleza da forma escrita. Aquilino assombra-me, por não ter sido apenas - e já era muito! - um notável escritor. Mas pelo Homem que foi ; até mesmo, se quiserem, no seu pendor revolucionário, quando jovem andou perto dos regicidas. Aprecio-o, naquele modo de jamais joeirar fosse o que fosse. E de varrer a testada a varapau, ou à bofetada, como o fez nas bochechas do fradalhão de Viseu, ou na rispidez com que tratou o «nosso» Padre Manuel Ançã, quando este o expulsou do seminário de Beja (ainda bem !... para as letras nacionais). Admiro-o, quando


opondo-se ferozmente a Salazar, sofreu o estigma do exílio, de onde voltou muito mais rico de saberes, e a pensar o mesmo que pensava antes de partir, e a escrever «Quando os Lobos Uivam», livro que adquiri atrás do balcão, proibido que estava pelo fradalhão de Stª. Comba. Mas curioso : Salazar, quando ordenou inquérito à PIDE, disse : -“Comece o seu inquérito por Aquilino. É um inimigo do regime. Dir-lhe-à mal de mim ; mas não importa, é um grande escritor” Tão grande que até Salazar lhe reconhecia a dimensão. Eu não sei se Aquilino gostaria desta andança das suas ossadas. Provavelmente apreciaria mais que corrigissem o crime de se não ver incluído nas selectas por onde deveriam aprender (?!) os nossos jovens. Ele sabia que não escrevia para o povo : porque este, dizia «não sabia ler e se soubesse não gastava dinheiro a comprar livros». Mas que diabo, o povo então era outro, e as necessidades muito maiores do que os dispensáveis livros. Mas isso era no tempo da outra «Senhora». Agora, fica mal, a um País, não mostrar um dos seus maiores. ALADINO

sexta-feira, Setembro 21, 2007

Acordo, Nesta manhã que sendo linda A mim, doente me parece Como as folhas das árvores que o Outono empalidece. Olho o céu que se mostra, aqui, pequeno, Sem lonjuras onde pouse o meu olhar Além!

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«OUTONIÇO»


Estou triste, a olhar a minha gente deprimida E eu, outoniço, também… (Senos da Fonseca) (acordar em Ílhavo, Setembro/2007)

segunda-feira, Setembro 24, 2007

EU NÃO DIZIA ?!... No passado domingo, foi uma restolhada, com a A.S.A.E. a entrar abruptamente pelo mercado da Costa-Nova, fazendo uma razia, atirando para o lixo todo o marisco que estava à venda. Ora, há cerca de três anos - o tempo corre ! - neste Blog e a propósito de demagogias propagandeadas pelo Sr Presidente da Câmara, alertámos para o que poderia vir a acontecer, pois tudo parecia estar na mesma, quando se falava em Bilhetes de Identidade do Peixe ali vendido, e outras palermices quejandas, que agora se verificam, serem, como quase tudo, apenas exercicios de verborreia demagógica. Bruxo ?! não, apenas bom observador. Então onde estão os B.I do peixe e marisco ? Onde está a tal cozinha, necessária para a venda de marisco cozido? Parolles… Parolles… são só… Parolles… E o PS onde está ? Continua em férias ? Nada diz ? Nada denuncia ? A TERRA DA LÂMPADA VOS CONTEMPLA.

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ALADINO


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OUTUBRO


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segunda-feira, Outubro 08, 2007

Leio, nas linhas e nas entrelinhas, que temos de admitir, sem tergiversações que algo vai mal neste País que parece soçobrar, sempre que está à beira de bom caminho. Não conseguimos levar as coisas até ao fim. A pouco e pouco parecemos cansados, desiludidos… e adiamos. É a todo o título lamentável, a falta de habilidade politica de Sócrates ao ter feito os comentários que fez. Por razão que tivesse, a afirmar que a manifestação era incitada pelo PCP - e foi - os comunistas têm direito a manifestar a sua oposição, como outros têm direito a elogiar. Poderia, pois, ter encarregue um dos seus subalternos, para dizer o que disse. Claro que estes sindicatos são de uma ridicularia atroz.Vejamos: Como é possível que estes senhores passem uma vida sem dar uma aula, sem efectivar reciclagem, mantendo-se, eternamente, a ocupar o lugar na estrutura sindical. Como deve ser difícil, contudo, vomitar o disco partido, que em trinta anos não mudou a letra da canção. Este tipo de sindicalismo já só pode funcionar com a função pública. Os «Picanços», os «Sucenas» e restantes «compagnons de

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ALGO COMEÇA A FICAR MUITO NEGRO…


route», repetem, ano após ano, as mesmas frases, os mesmos slogans, os mesmos impropérios. ------------------------------------------------------------------------------------COMEÇA A TRAULITADA…

Pasmei - se é que já alguma coisa me faz pasmar - ao ler as declarações de um tal presidente da Liga de futebol (Hermínio Loureiro) que há dias tinha jurado eterna fidelidade a Marques Mendes - sendo até seu mandatário - e ontem veio, a correr -e estafado ! tal a pressa - dizer que tinha mudado. Afirmando - pasme-se ! - que tal era habitual em democracia. Que vergonha. Que falta de ética ; que rastejar sem vergonha. Só para continuar a recolher as migalhas. Logo outro - o actual presidente Ruas, de Viseu - também ele do outro lado, agora até se veio oferecer para "mudar os pneus ao carro do Presidente do Partido". Cambada de desavergonhados ; biltres. E assim vai este País entregue a esta pandilha sem escrúpulos, sem moral, sem ética, uns falpórrias falsídicos. ------------------------------------------------------------------------------------HISTÓRIA 1

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O novo Presidente do PSD não encontrou outro assunto mais importante para se fazer ouvir na primeira intervenção antecipada, do que vir falar grosso, exigindo imediata comparência do Governo, para saber o que se teria passado, na imputável intromissão de agentes da PSP, às instalações do sindicato. Haveria, certamente, coisas muito mais importante para começar a sua missão, do que se colocar em bicos dos pés. Melhor faria se esperasse pelo apuramento dos factos, e, após inquérito, só aí, então, se pronunciar.E se aquele não fosse esclarecedor, então sim ! : - Gritar à que d’El Rei. Promete, pois, o PSD. Para a traulitada tem lá especialistas da mais fina água. Aquilo vai passar a ter cena dignas (?), a fazer recordar «O Malhadinhas» e o seu porrete, tudo varrendo à frente. ------------------------------------------------------------------------------------POUCA VERGONHA… DESTES FALPÓRRIAS


Com um professor de História, que simpaticamente me inquiriu do meu gosto pela mesma, falámos dos critérios que segui no Ensaio:de dar mais importância às transformações sociais (que antecederam os factos, provocando-os, e às consequências que originaram), do que aos factos, em si mesmo. Expliquei : - A História não é uma ciência exacta ; e o que parece evidente, hoje, já o não é, amanhã. Por exemplo : - andaram-nos anos a falar da missão de Egas Moniz, ao apresentar-se em penhor ao Rei de Castela. - E então, não foi ? - inquire-me com espanto. - De facto, não ; nem Egas Moniz tinha nada a ver com isso, respondi a sorrir. O importante não foi o facto - mas a estratégia seguida - os motivos envolventes que permitiriam ao Infante, qualquer que fosse o resultado da escaramuça, resolvê-lo diplomaticamente. Isto é só para justificar o que penso:,- os factos devem ser alinhados cronologicamente, mas o importante e necessário, é reconstituir o contexto. E para isso são muito importantes, à falta de documentos, os mecanismos dedutivos - de como se processou. Só assim perceberemos o importante. E por ali ficámos a conversar. Julgo que me expliquei o suficiente para me fazer entender, sobre o modo como gosto da História. ALADINO

quarta-feira, Outubro 10, 2007

Não há que ter qualquer rebuço : Ribau Esteves, foi um dos claros vencedores nas primárias de sexta-feira p.p. A corrente populista ganhou sem margem para dúvidas - e até partindo de uma situação desfavorável - o Partido. O que vai agora fazer com ele, parece-me

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RIBAU ESTEVES APOSTOU NA CARTA CERTA…


evidente. O PSD é um partido sem qualquer tipo de ideologia e foi fundado mais com o carisma das pessoas do que com o seguimento de uma qualquer ideologia. Os seus adeptos, foram todo aquele grupo que receando chegar-se muito à direita - no período revolucionário - só sabiam de fonte segura! ,não serem de esquerda. E só foi um grande partido quando uma dessas figuras (forte) emergiu para comandar o Partido. Mas agora abre-se uma nova fase : O partido vai, manifestamente pretender apoiar-se no lobbies autárquicos. Que, não o podemos escamotear, é o mundo (mais) podre da corrupção instalada. Aberta a «caça», muitos se poderão destacar ; Meneses terá ao seu lado muitos a quererem colocar-se nos bicos dos pés. Constatada a possibilidade de ascensão dos autarcas aos primeiros lugares do Partido, o direito a sonhar é agora de muitos. E de entre estes, Ribau Esteves está muito bem colocado para num descuido do actual camisola laranja, saltar do pelotão. A não ser… ------------------------------------------------------------------------------------PLANTAR ÁRVORES ATÉ AO FIM… A vida, senão nos negarmos a vivê-la com intensidade, traz-nos sempre surpresas agradáveis. O mundo dos afectos foi sempre para mim o primordial da vida. Gostava, ao contrário do que a vida tantas vezes me impediu, de ter ido muito mais longe, conhecendo pessoas que valia a pena serem conhecidas pelo que eram, e não por aquilo que exteriormente pareciam ser. Às vezes deslumbramo-nos com a paisagem com que a natureza nos colhe os sentidos. E deixamos que passem tantos ao nosso lado, sem dar conta deles. Seria bem melhor que olhássemos menos para a paisagem e mais para os que estão ali ao nosso lado, e nós, indiferentes, a não dar por eles.

quinta-feira, Outubro 11, 2007

HISTÓRIA 2

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ALADINO


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Seria interessante que alguém, com saber e arte, se dedicasse a um tema, que é o da importância dos cruzios na formação da identidade nacional. A importância dada por Afonso Henriques - e as concessões ao Mosteiro de Stª. Cruz, quase o equiparando às Ordens, dos Templários, Hospitaleiros, de Cluny, indicia - nele ou nos que o aconselhavam - uma visão notável para o tempo, em que se discutia uma nova corrente de vida clerical, socialmente interveniente, oposta à vida contemplativa monástica. Santa Cruz tornar-se-ia, rapidamente, dados os esforços e a clarividência intuitiva de Teotónio, Telo e João Peculiar - que viria a ser bispo do Porto e Braga - uma das mais importantes instituições da vida medieval portuguesa, a fonte onde se beberam os primeiros conhecimentos do saber que foram buscar ao exterior. Foi de Stª Cruz que saiu o insigne pregador St. António de Lisboa. Mas a que propósito falo disto, hoje, aqui ?. É para insistir, no que venho dizendo. Mais importante,ou se quiserem tãoimportante como a cronologia dos factos, é conhecer o contexto que os produziu. Só saber factos não é bastante. Cada facto tem a sua história. Porque nasceu e se impôs o Mosteiro de Stª Cruz ? Pelo simples desejo de D. Afonso querer a bonita sela de do arcediago Telo, quando este passeava, montado na mula, na Rua Régia de Coimbra ? Este é, na verdade, o facto que esteve na origem da concessão. Menor, como se descortina Mas o que é significativo para a História é a razão de Afonso Henriques estar, ali, em Coimbra, depois de ter abandonado Guimarães (apenas um local de referência, e nada mais). Nesse acontecimento, revelou-se a genial estratégia que consistiu em «fugir» aos senhores feudais (seis ou sete donos de tudo, e cada um com maior poder que o próprio o Rei) vindo para Coimbra para procurar (e manobrar!) as ambições dos cavaleiros vilãos, criando as bases de uma orgânica urbana, que tinha ainda em si virtualidades herdadas (porque preservadas) da cultura moçárabe, ainda então, recente. Assim começava a nascer um País, com uma certa identidade politica e


administrativa, embora com regiões (norte e sul) profundamente diferentes. Coimbra foi o ponto de partida para Santarém e Lisboa. Do contrabalanço a um poder feudal, restrito a uns poucos, substituído por um outro distribuído, em procura de uma identidade pátria. A mais velha da Europa. O facto, é facto. Tem cronologia. Mas o que envolveu o facto -o antes e o depois - foi o que marcou a nossa História. Voltemos então aos cruzios. No «Ílhavo - Ensaio Monográfico» - (percebe-se agora melhor o título?) dei conta que uma significativa parte da nossa zona estava na dependência daqueles. Fundamentais os elementos carreados por Madahil, para poder fazer tal afirmação. Ora um aprofundamento desta questão, ir-nos-ia revelar novas questões. E seria bom encontrar-se o rasto da herdade dos Templários em Vagos, certamente contemporânea daqueles acontecimentos. Parece que D.Afonso - não !... não foi apenas o guerreiro indomável que nos impingiram - percebeu que mais importante que importar Ordens (Templários, Hospitalários, e outras que apoiou ) era «fazêlas», aqui. Simplesmente genial Dado que nesse tempo as Ordens eram uma espécie de motores de desenvolvimento económico, detendo toda a tecnologia para a produção da terra, parece ser lícito creditar ao nosso primeiro Rei, uma visão de sustentabilidade para o País, com que sonhava. Uma espécie de "Plano Tecnológico", ao tempo. Enfim… montes de coisas para nos dizerem que pouco sabemos, ainda, dos nossos princípios.

Vai por aí um barulho estranho. Ílhavo a protestar ?! Quando é que isso já se viu ? Protestam, e com razão, os Pais. Atabalhoadamente ou não -embora a intenção seja correcta - o Governo fixou que seriam as

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Outros julgam saber tudo. Porque sabem nada, de nada. ----------------------------------------------------------------------------------A.T.L.


Escolas que deveriam, a partir de agora, fornecer as refeições às crianças. Lógico. Inquestionável, o princípio. Compete às Autarquias, criar as condições para as fornecer. As refeições e os meios adequados para tarefa tão melindrosa. Ora algumas autarquias estiveram-se marimbando para isso. Ílhavo, claro, na linha da frente dos que assim procederam. Como se a Autarquia nada tivesse a ver com isso. Se fosse fazer uma obra de fachada, inútil e tola, logo se atarefava para... Mas colaborar nestas missões para fazer um País diferente : “Vou ali disputar uma eleição e já venho… telefonem…”

Espantoso. O PS local mostra-se preocupado com o «arranjinho de R. E.». Mas sobre matéria de tanta importância : - caladinho. Porque incapazes de lhe ganhar uma eleição, querem-no «longe», a todo o custo. Para ganhar na Secretaria. Querem que o árbitro mostre, a R.E., o cartão vermelho. E qual é o gozo... de ganhar assim ? Não, assim não! Confesso-me, dorido ; não vamos a parte nenhuma.

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Chocante! : ouvir a Vereadora do Pelouro, dizer, nada saber sobre o assunto, pois que o Sr. Presidente - escreveu-o a Comunicação Social - estava na Lapa a «tratar da vidinha». Então se isto já é assim, daqui para a frente, como vai ser ?! À hora em que faço estes gatafunhos não sei como esta fotografia vai acabar. Talvez com Photoshop se retocasse a imagem, triste e desoladora, real, a preto e branco, do que é a politica local. Voltei a ter razão, no que insistentemente venho clamando. Estas Autarquias não sabem - exactamente - qual é a sua missão, para lá de colaborarem com os «patos bravos», numa promiscuidade que fede. Populismo barato... de faca e alguidar! ------------------------------------------------------------------------------------E O PS LOCAL ?


Nasci Belenenses e hei-de morrer…azul. Mesmo perdendo, penso sempre que chegará o dia… Encontrei-me socialista, quando me apercebi que esse era o caminho correcto, para seguir. Vi um mundo de frenéticos ultrapassar-me, vindos da esquerda ou da direita. Eu fiquei impávido e sereno. Não era, não fui, não sou… um Socialista do Partido. O Partido faz asneiras ? Corrijam-se… O Partido está à direita ? Mude-se... Eu é que estou sempre aqui, no mesmo sítio. Nunca precisei, nunca quis, sempre me desviei de toda a máquina partidária. Porque sempre nela vi arranjismo, barriguismo, pulhice, q.b. Mas tudo isso, não me impede de censurar os que pecam por omissão, quando se comprometeram a estar atentos. E mais grave : Fizeram-no perante mim. ALADINO

sexta-feira, Outubro 12, 2007

Soube há pouco, que ontem, numa reunião tida com as I.S.S. (Instituições de Solidariedade Social) de Ílhavo, Ribau Esteves -sem que ninguém percebesse porquê - depois de malhar forte e feio na D.Maria José Fonseca (ausente), atirou-se “ao irmão da dita” que para ali, não era tido nem achado (!), de quem disse “desconhecer o nome” - sic - englobando os dois, numa história de “canalhice”. Terrível patologia, mania da perseguição doentia, fixação do energúmeno. Aqui vai a resposta, a quatro :

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SONETO A UM CRETINO


SONETO A UM CRETINO Em feroz nojenta e redundante catadupa Com as horríficas garras assanhadas, Os olhos fuzilando, e as empestadas Chamas soprando da garganta farfalhuda Me acometeu o Monstro, ruim figura Perante espanto da assistência enleada Apelidando-me de ralé desbragada Desejando-me preso, ou até já, na sepultura Oh tu Ribau ! génio da pátria, politico confesso Assim libertas de Ílhavo, irmão e irmã - gente barata Tua acção tão grande foi, que cantada, só em verso Já para Lisboa partes, Oh quão dolosa perda Tua fama por esse mundo lança disperso A propósito : - Olha ! - VAI BARDAMERDA !!!. (Senos da Fonseca) (para que não se esqueça…)

E SE TUDO FOSSE UMA MANOBRA MAQUIAVÉLICA ?…

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quinta-feira, Outubro 18, 2007


Vejo e ouço tanta aneira, que me canso. Como é possível que comentaristas com nome na praça pública, com pergaminhos adquiridos, não tenham colhido informações que lhes permitissem perceber :

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Anda a Cmunicação Social numa verdadeira azáfama, em especulação que permita desvendar as razões porque Filipe Meneses se foi colocar - ou foi obrigado - a enfiar-se na boca do lobo, de Santana Lopes. Isto é, repetiu-se a fábula do Capuchinho Vermelho, desta vez travestido de Laranja. Ora, Meneses, sabe como poucos, a qualidade de fingimento, mas e também, a qualidade da «dentuça» do Pedrito, que andava por aí vadiando, à espera de qualquer coisa, nem ele sabia bem, o quê (?!). Que nisto de apunhalar o amigo perlas costa, Santana é um perfeito serial killer politico. Não há nenhum observador, seja qual for o ângulo - ou a posição em que se coloque - que não considere um quase suicídio, a leviana atitude de Meneses, que assim, logo à partida, parece desistir de mandar. Ora, por vezes, dá-me para desconfiar de tanta falta de visão, e a admitir que talvez, ali, esteja antes uma jogada de mestre, de cheque mate, com elevada visão do jogo. Isto é, Filipe Meneses percebeu que tem dois anos para «matar» - antes que seja morto - a figura de Santana Lopes, de modo que este, em 2009, não lhe apareça a disputar o lugar. Nada melhor, para isso, que o colocar na posição para onde o enviou, onde vai ser, quase certo, que para além de levar consecutivos banhos de José Sócrates - que ajudarão a desfazer o mito - ainda por cima demonstrarão que o «Pedrito» não é individuo para qualquer tipo de função que exija organização, trabalho dedicado, e sentido - e saber ! - organizativo. Os próprios colegas de bancada se hão-de encarregar de repetir : - “O REI VAI NÚ”. Jogada de mestre, desconfio… para não acreditar que Meneses & Comp. sejam tão líricos e incompetentes. Então para que levou R.E. ------------------------------------------------------------------------------------DIMINUIÇÃO DESPESA PÚBLICA


1º - Que a diminuição brusca da despesa pública seria um desastre, se feita em simultaneidade com um ciclo de quebra, pronunciado, de emprego. Seria catastrófico, e os mesmos comentaristas, se tal sucedesse, seriam os primeiros a apregoar a incompetência do Governo. Que 2º - como numa economia pessoal - e a economia pública tem muitas similitudes com a micro economia - há duas maneiras de diminuir o endividamento: 1 - Fixar as despesas, não permitindo o seu aumento ; 2 - Fazer com que os ingressos aumentem (produzindo mais, ou recebendo valores que até ali por desleixo se não recebiam). Em relação ao produzido, proporcionalmente, as despesas baixaram. Isso é evidente. Verdade La Palisseana.

A RTP começou a apresentar um interessante documentário sobre a Guerra Colonial, que numa pré apresentação - P’rós e Contras se pretendeu classificar com Guerra Ultramarina. Vivi com muita intensidade esse período da história, ainda recente.

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Claro que à medida que tudo fique mais folgado, haverá que gastar menos, desse modo acelerando a recuperação. Ora, isto, é o que o Governo indicia. Ou até é já descortinável no discurso dos seus responsáveis, especialmente do Ministro das Finanças (o melhor ministro desta pasta, pós 25 Abril). Este ano, ou melhor para o ano (cuidado vêm aí as eleições) seria tempo para tal. Mas que houve clara melhoria, isso é inegável. Que diabo estes tipos podiam ser menos ignorantes e pedir que lhes dessem umas lições extras. ------------------------------------------------------------------------------------GUERRA COLONIAL


Tinha a consciência possível, do que se passava, utilizando todos os meios - mesmo os ilegais, proibidos na altura - e recordo-me da intensidade com que nos meios académicos se seguia aquela guerra. Tenho contudo a consciência de que o País, isto é, o que nos rodeava, as gentes afastadas da informação - ou que nem a procuravam - não tinha a percepção de que o que estava em causa era uma guerra Colonial - de libertação -,em que os naturais daquelas regiões começavam a ser apoiados por Países estranhos, que lhes forneciam meios (armamento e dinheiro) para aquela luta. Ventos da história sopravam, e eram muito fortes para a nossa fraqueza. O que todos percebíamos é que era uma guerra perdida. A densidade de ocupação feita pelos nossos emigrantes coloniais não ia praticamente para lá dos grandes centros. Fiz o serviço militar nesse tempo. Dadas as condições especiais, praticamente despidas de problemas - à excepção dos fuzileiros - não tive rebuço em inscrever-me numa missão para uma Fragata que ia para a região. Não foi autorizada, pois aos engenheiros maquinistas navais, estava destinada outra tarefa. Uma coisa é certa. Abominava a guerra, e dei o meu magro contributo para lhe pôr termo. Mas quando envolvidos na guerra- lembro-me de analisar detalhadamente esse facto- parece que todos tinham um sentimento pátrio, que parecia fazer esconder que a guerra contra aquelas gentes que se queriam libertar do Colono, era injusta. Embora - isso é justo dizê-lo - o Colono português fosse o melhor de todos os colonos, de todos os outros países imperialistas (apesar de óbvios desvios dos nossos compatriotas) Isso !... manda a verdade dizê-lo. Porque nos deixaram chegar àquele ponto, isso é que é importante não esquecer

sábado, Outubro 20, 2007

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ALADINO


R.E. DESTA VEZ FALAVA A SÉRIO…

Relações Institucionais com relações pessoais, odientas e imbecis, de menoridade intelectual, moralmente reles. O poder, aqui, não respeita as Instituições ; pretende é, usá-las. O poder, aqui, é um corruptor moral, activo. As Instituições que se atrevem a não se deixar corromper, são odiadas. Provocadas.

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Escandalizam-se - adversários e «patriotas» - da afirmação de R.E. de que ia trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, para a Câmara de Ílhavo e… sete dias por semana e vinte e quatro horas por dia ,para o P.S.D. (sic) «Deus», ao que dizem, trabalhou seis dias e ao sétimo descansou. E assim fez o mundo. Claro que,na altura mandava em poucos ; ao contrário este «deus de pacotilha» manda em muitos. Por vontade : - em todos !. O que é complicado, e se tenham de fazer mais promessas do que aquelas que Deus teve que fazer, para nos levar a acreditar. Mas R.E. pode ter razão. Ele é engenheiro. Parece que não é daqueles que compraram o canudo. Então se o é - não sei de quê, nem para quê ?! - deve conhecer o principio da relação paradoxal do espaço/tempo, de Einstein. Ele sabe que percorrendo o espaço (a velocidade q.b.), o tempo pode encurtar, regredir. Admirados ?! É verdade ; é assim mesmo (teoricamente). Explico então : Voa de Ílhavo no Mercedes da Câmara, e chega a Lisboa antes mesmo de ter saído, regredindo no tempo. Aí, depois de duas circunlocuções - em que é exímio - embarca no Mercedes do Secretário Geral do PSD, e voa para Ílhavo. Chega, antes da hora a que tinha partido. Einstein dix. E assim ganha sete dias, em sete. Sete! Et voilà !... Deste modo resolve a quadratura do circulo. Ou não fosse R.E., engenheiro de zoo… politico nacional ------------------------------------------------------------------------------------«O ILHAVENSE» CONFUNDE …


Insultadas. Vilipendiadas. Tratados, os seus dirigentes, abaixo de canalhas. Exemplos : - muitos!... e bem conhecidos. Eles (os caciques do poder) não querem fazer ; o que pretendem, mesmo, é que não se faça nada que possa ensombrar a sua vulgata. Eles temem - e tremem ! - ao serem comparados. Quanto pior, melhor, para o seu ego descochado. Eles não fazem ; «fazem» é de conta que fazem. Não sei há quantos anos - mas todos os anos ! - se apregoa, que para o ano é que vai ser : Misericórdia, Quartel etc. etc. Com dinheiros vindo do esforço pessoal ?... do seu trabalho ?... do seu sacrifício?... Qual quê !... Esperam, é, uns e outros, «corruptos e corruptores» morais, que venha lá de cima o pilim. Que depois nunca chega. O calote aumenta ? Melhor !. Para que são as parcerias com aqueles que até parecem ser benfeitores públicos (?)... e estão, ali, à espera como irmandade do cavaco & comp… Quem não seguir o rebanho, «aqui», está tramado. O cão açula a dentuça, e ferra..raivoso.

E era importante que fosse dito. Não se podem fazer registos para história com estes hiatos. E o importante foi, que enquanto o cão ladrava… havia quem, indiferente à medonha mangoaça, resolvesse o problema, aos miúdos e às famílias. E isso era o importante, o resto é conversation, como diria o meu avô. Resolvido que está… a caravana segue… A memória dos tempos não perdoará, pois que os mesmos serão, passo a passo, registados. As resposta - essas ! - virão todas a seu tempo… ALADINO

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«O Ilhavense» que se cuide … ------------------------------------------------------------------------------------O ESSENCIAL, FICOU NO TINTEIRO.


domingo, Outubro 21, 2007

CINZENTO É QUE NÃO… Tudo em mim, é preto, ou branco. Parece que desconheço o cinzento, Pois o sonho impede-me de dizer, talvez . Ando sempre à procura do tempo Onde me debato, à vez Entre a afirmação, cruel momento Que me diga estar ainda vivo, Ou na ausência, apenas adormecido Dou a minha voz à revolta. Não entendo a vida envolta em névoas. Por isso ateio o fogo onde m’imolo, Errante, na procura da verdade sem tréguas Propondo-me levá-la comigo, ao colo. Nunca sou só eu ; mas eu e os outros, Pondo os olhos de sonhador, até bem longe Não para ver o que não sinto ; mas para me sentir o outro Que olha, olhando não só para a esperança, mas para o grito.

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(Senos da Fonseca) 21.10.2007


segunda-feira, Outubro 22, 2007

Decorreu no passado fim de semana, uma espécie de Congresso Museológico, integrado nos 70 Anos do Museu de Ílhavo. De aplaudir, a ideia. Claro que apenas interessava aos profissionais. Estive lá apenas como curioso. Mas a curiosidade não implica não ter opinião. Nesta posição, posso ser franco : o que me foi dado assistir não primou pela qualidade. Muito menos pelo debate, que se disse ser pretensão, se convertesse o fórum. O próprio formato não o permitia. Parece contudo - eu não assisti a todas as intervenções - ter havido outras bem mais interessantes. Ainda bem. Pena minha ter pouca pontaria Uma das intervenções a que assisti levantou uma questão que me parece sumamente interessante : - como influirá a globalização na estrutura museológica ? Vi espelhados alguns medos que me parecem discutíveis. Uma coisa me parece já evidente : os museus entraram na sociedade de consumo como um produto de oferta turística, que por isso justificam investimentos cada vez mais significativos, porque têm retorno tangível (está definitivamente na moda ... a palavra). Por outro lado, as novas tecnologias criaram uma facilidade de acesso, antecipando o que se vai ver, ou, criando a expectativa do querer ver em imagem real o que se viu em formato digital. Qual é, então, a resposta da arquitectura dos espaços dos museus a este novo desafio? Museus que chamem pela espectacularidade da sua arte arquitectural - ela mesmo a mais apelativa - ou que atraiam pelo seu conteúdo? Julgo que isso depende, um pouco, de estarmos perante um Museu permanente, de memórias públicas, locais, ou um museu de passagem, de «consumo» de cultura diversificada. O que me parece é que, cada vez mais, um Museu de memórias, não deve ser um shaker. Mas todas as memórias são para guardar. Isso sei-o.

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MUSEU 1


As memórias identificadoras das gentes da minha terra mereciam ser todas acolhidas (Madahil assim o pensava), só que cada uma delas em seu sítio e da forma adequada, penso eu. Porque poucas memórias colectivas terão tamanha diversidade, e tão grande singularidade, no ter sido, como a nossa. ------------------------------------------------------------------------------------MUSEU 2 Diáspora dos «ílhavos» Foi apresentado o catálogo versando a exposição da Diáspora. 1 - De enaltecer o registo. Trabalho positivo, corrigindo o esquecimento que já era tempo de recuperar. 2 - Mas o catálogo é muito mais do que um mero registo da exposição. Foi-se muito mais longe, e aí, faço (alguns) reparos. 3 - O conteúdo do mesmo é severamente discutível. Se escrito por privado : - tudo bem. Cada um é livre de opinar. 4 - Mas sendo expressão institucional - e do Museu ! - haveria que ter cuidado e alguma reflexão. Trabalho de investigação?!. Não ! … clara e inequivocamente. De colagem, sim! -----------------------------------------------------------------------------------MUSEU 3

Um belo livro, bem editado, e cujo conteúdo, numa primeira leitura - hei-de revisitá-lo - me mereceu generalizada aprovação. Pouco me importa - ou importa aos outros - que num ou noutro pormenor, não concorde inteiramente com o seu conteúdo. Mas num primeiro contacto, acho que o trabalho foi muito bem conseguido pelos autores. Adiante :

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Museu Com História


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Na apresentação do livro, aconteceu um mau momento. Evitável se houvesse tino… e contenção nos propósitos. O Sr. Presidente da Câmara, num habitual discurso de circunlóquio de feirante, despejou fel q.b. a tudo e (quase) todos. O Museu - dix - só existe «depois de…». Não há antes. Há só depois… da era R.E. Ao considerar que a história do Museu só se inicia, depois de…, seja qual for o momento escolhido para a fixar, o Sr. Presidente é ingrato, insultuoso… ou ignorante. O Museu tem uma história para a qual muitos - e cada um com a sua quota parte - contribuíram. O Museu sem estar ainda politizado - e pago por todos nós com orçamentos chorudos - era antes de… fruto do esforço e imaginação - e competência - de uns tantos. Não envolver naquela hora todos - sem excepção -, no mesmo elogio, é chocante. Até porque estava presente entre a assistência, um dos Directores que maior importância teve no desenho e concepção - e prestígio - do perfil museológico que hoje o Museu exibe, e pelo qual é conhecido. Aliás, da leitura do « Museu com História», percebe-se isso perfeitamente. Incompreensível pois, o dislate. Para que serve a história, apetece perguntar ? Para que se gastou dinheiro no livro, se a história-como disse - se resume a seis anos? Comparar os tempos de hoje - onde se gasta a rodos, empenhando os anéis - com os de antigamente, é erro crasso. Porque se quisermos fazer comparações de competências, a questão fia mais fino. Mas o dia não era para dar classificações imbecis «à Marcelo». Não!... nada disso. O dia era para envolver - todos! -, num agradecimento, como aliás o livro parece fazer. E fá-lo bem. Temos muito orgulho no Museu, e, mais ainda, na história de que nos fala ; e daquela de que ainda nos não fala, e que um dia há-de falar. E temos muito orgulho nos «ilhavenses» - em todos! - que o tornaram uma realidade, a quem o esquecimento do Sr. Presidente, na verdade, não aquece nem arrefece. A mim a ingratidão incomoda-me... quando exercida para com os outros…


Pouco me interessam as histórias intimas, proibidas, da estória do Museu, que insinuou repetida e exaustivamente conhecer. Palavreado cujo alcance não se entende, porque repetido à exaustão. Se são intimas, guarde-as…, tenha tino na verborreia… O que a morte tem de mau, é o não podermos vir cá repor a verdade - exacta ! - de como foram «as coisas». A imagem que o Museu vende hoje - e bem ! - foi arquitectada, sistematizada, recriada e iniciada por um dos seus Directores (Directora) do antes de... O livro é, felizmente, largamente esclarecedor desse facto. Todos nós que temos memória, o reconhecemos - e o sabemos -, gostemos ou não da pessoa. O menos importante, nestas matérias. Uma feliz parceria - irrepetível - materializou a ideia que aquela Directora arquitectara. E foi dessa escolha de caminho, que ficou definido o perfil museológico que hoje se promove e vende. Óptimo, pois. Envolvamos os dois que a tornaram possível, no mesmo elogio. O Sr. Presidente tem inimigos de estimação. E não os esquece. Sabíamos isso… Mas nisto, não o advinhavamos… ALADINO

quinta-feira, Outubro 25, 2007

Parece ter querido entrar comigo, quando me diz no mail - (…) a terra que tu adoras (…) Apeteceu-me dizer-lhe : Não queria ter outra, como não queria ter tido pais diferentes, daqueles que tive. Foi com Eles - e n’ «ela» - que me soube “ir fazendo”. E a verdade é que ainda não desisti : nem de mim, nem dela.

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ENVERGONHADO, MAS…


Ainda que viva enojado de uns conterrâneos que vivem aqui, mas não vivem por «ela», nem para «ela». Amarfanho-me, por vezes, ao julgar-me co-responsável pelas indignidades que vão cometendo. Sinto vergonha ; por mim e por eles, já que eles a não têm. Foi o que me apeteceu dizer-lhe… Mas para quê ? Fiz de conta que não entendi a provocação. ------------------------------------------------------------------------------------MANJEDOURA… A febre que vai por aí. Quando se mudam de palhoça para manjedoura rica, e mais perto do palco das vaidades, ficam tontos, esgazeados. Deslumbrados. Deixam tudo para trás, compromissos públicos, e/ou, privados. Na vida sempre tive a noção de que quanto maior é o salto, maior será o trambolhão. Um dia chegará o momento da interrogação : valeu a pena ?! -----------------------------------------------------------------------------------MEMÓRIAS Memórias guardadas, de quê e para quê ? Se agora nos pregam alto e bom som que tudo antes era bosta, para que havemos de ter orgulho de ter nascido no meio dela? O nosso passado é vendido amortalhado na indiferença do presente. O nosso futuro está penhorado, trocado por uma cautela onde se lê :

- Porque te chateias tanto, se não to agradecem?... atirou-me. - Ainda bem. Porque se alguém o fizesse acabava com a minha indignação - respondi-lhe, logo adiantando : - Olha !... não sei se por cá, há outros zangados. Se eu for o único a quem não consiga convencer, o mal não está em mim, nem a virtude nele. O mal está nos outros. Que são cegos... por não

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SEM VALOR. ------------------------------------------------------------------------------------ZANGADO?! ...


quererem ver ; que são surdos… por não quererem ouvir ; e que são mudos…, não por o quererem… mas porque é cómodo e simpático. Um homem não nasce simpático. A primeira coisa que faz é berrar. Depois faz-se simpático… porque começa a ser inteligente. Outros nascem burros, e burros continuam, vida fora. Não há, pois, que lhes agradecer. ALADINO

sexta-feira, Outubro 26, 2007

Volto a esta matéria. Veio até mim um coro de indignação, provindo de vários quadrantes, provocado pela abordagem de Ribau Esteves - cataménio monstruoso - nos setenta anos do Museu. De vez em quando as pessoas sentem o insulto e a menoridade de tratamento com que os «ílhavos» são brindados por esta personagem. Deixemos o lixo… ----------------------------------------------------------------------------------O livro «Museu com Memória» que elogiei no Blog anterior -ponto final ! - contém abordagens que, no meu entender, necessitam de alguma fixação. No final do livro, numa espécie de ensaio antropológico, Elsa Peralta produz um estudo de cariz académico, ao princípio demasiadamente pesado - tantas são as citações evocadas em procura de uma roupagem para o Museu de Ílhavo - peso que à medida que o ensaio se desenvolve, é aliviado. Não sei se muitos leitores o irão levar até ao fim. Seria bom. Algo me justifica uma observação. A prof.ª Elsa insiste, um pouco, na história das cisões, dissidências, conflitos representacionais, contidas na história do Museu, o que me parecem considerações um pouco excessivas.

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MUSEU 4


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Assinala o que lhe parece ser um pouco de incongruência entre o Rocha Madahil que tinha protagonizado uma imagem de Ílhavo enquanto comunidade do mar - a história mal contada do brasão - e a sua proposta de uma exposição de uma panóplia de temas, desde a etnografia à cerâmica, passando pelas artes e pela indústrias locais, para a celebração da terra e das suas gentes. Estávamos, pois, longe de um museu marítimo, diz-nos. Ora eu penso - e não tenho aqui o espaço para o justificar - que esta leitura pode ter um pouco de imprecisão, provavelmente consequência do entendimento do que significava, naquele tempo, a memória marítima a guardar. Qual era, pois ? Em 1922, altura em que Madahil propôs, nem sempre com acerto e lógica o Brasão, ou em 1933, altura em que definiu as bases para o Museu, por exemplo, não haveria ainda qualquer memória para guardar da Faina Maior, o projecto museológico em que assenta, hoje, o Museu. Porque essa faina - sublinhe-se - mal tinha, naquelas datas, ainda começado. E nem se entenderia ao tempo a relevância da nossa posição na mesma - ou até se escamoteasse a identificação com a mesma - por razões que seria interessante abordar, mas não aqui. Falo da parte da Faina Maior que ainda não foi abordada, e que inevitavelmente um dia o será… Na altura, a questão era, em termos de memória : dez séculos de laguna ; três séculos a desbravar novas terras, inserindo gentes completamente diferentes, no ser e no modo de estar, aqui chegadas; três séculos de migração em condições singulares, que nos identificaram como individualidades diferenciadas das restantes; três séculos de actividade numa indústria em que a arte era a vocação que a distinguia, entre todas. E séculos de individualidade no trajo, de uma riqueza e diversidade notáveis, que tinham sido assinaladas no século anterior, e ainda presentes ao tempo. Que escolha fazer, com tudo isto ? Essa era a questão. A preponderância de João Carlos, e do seu pendor artístico, ou da identidade com os ícones glorificados, na altura, tudo gente da borda (Thomé Ronca, Ançã e outros), eram as compreensões sobre o principal, a que se lhes juntava a memória do traje. Quando na verdade, Ana Maria Lopes, na sequência de «À glória desta Faina», indica que o caminho a seguir passaria por o


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museu poder e dever estar melhor representado no sector da pesca à linha (1989), a ideia, valorizada com o então recente desmoronamento daquela actividade, acontecido em anos anteriores, tornou mais premente a necessidade de a preservar, embora se tenha tratado de um período passageiro da história, embora épico : - pouco mais de sessenta anos, numa história de dez séculos!... Todos perceberam que esta opção seria a correcta, mas seria ainda mais correcta se as outras memórias pudessem caber em outros projectos complementares (por exemplo pólos museológicos). Induz-se do livro que para a escolha deste caminho foi preponderante o condicionalismo das instalações, muito limitadas no espaço disponível, a exigir uma escolha de síntese museológica. Mas pensaria então a A.M.L. que a questão etnográfica ligada à memória do traje não valeria a pena ser equacionada, pondo-a por isso, completamente de parte ? Desconheço o que pensava ou pensa. Até porque A.M.L será uma das últimas pessoas existentes (locais) com conhecimentos suficientes - e seguros - de a sistematizar, e até, de lhe dar corpo. O que se passou depois ?!… É a própria autora do Ensaio, Elsa Peralta, quem logo no inicio nos ensina que os museus são uma expressão ideológica da nova ordem politica. E quando a história chega por sua mão - por ela contada - a 2001, parece ter-se esquecido que foi isso mesmo que sucedeu, quando na abordagem a esse período entra por caminhos bem escusados, de glorificação. A história do Museu, de facto, a partir dali, tomou então outro rumo, imposto por uma nova ordem politica - local que tomou a seu cargo a definição da especificidade da memória a guardar. Claramente uma definição que interessava ao poder politico aproveitar, mais preocupado com a divulgação externa da imagem do Museu, do que com identificação interna com as gentes locais. A inserção do Museu passou a ser mais fora do que dentro. Ao sobrevalorizar a Faina Maior, esquecendo praticamente a memória da outra Faina - «a Menor», dizem! -para mim não -, só agora timidamente recuperada na exposição temporária da «Diáspora», aventura com que nos identificámos de corpo inteiro ao contrário do sucedido na Faina Maior, onde isso não aconteceu, optou-se pelo caminho fácil que dá mais dividendos. A leitura da Faina Maior não


compreende apenas a versão que dela temos dado. Já o disse por várias vezes. Este olhar, aqui, é a nossa leitura : mas não é a única leitura. A escolha está feita. Mas o percurso não está encerrado. Por muito que se pretenda fazer passar essa ideia ALADINO

quinta-feira, Outubro 27, 2007

Foi-me chamada atenção para uma palestra, a realizar no Museu da Cidade de Aveiro, integrada no relembrar de Aveirenses Ilustres, centrada hoje, sobre Rocha Madahil. Com prazer estive presente. Ao longo da mesma fui-me interrogando do porquê do distanciamento de Ílhavo, relativamente a este seu filho. R.M. foi uma figura incontornável no processo de afirmação da Vila, distinguindo-a sempre que solicitado, com adesão solicita e com saber, mostrando ser um espírito culto - naturalmente não isento de lacunas - mas inquestionavelmente uma figura (local) do século. Gostei de ouvir o palestrante, pois só descobri que era um dos seus netos - e por isso a sua virtude - não durante a leitura, mas depois, na conversa que se seguiu. Inopinado e inesperado de todo, foi o desafio - e depois a conversa - com que Capão Filipe me provocou. Cedo a registar os contornos da conversa. Capão Filipe - que estimo e conheço desde miúdo - dizia-me que teríamos de pensar na junção de Ílhavo e Aveiro, na continuação do que disse -simpaticamente - sobre a identidade cultural das gentes, que se confundem. Pudera !... a raiz foi a mesma... só que depois… A brincar, na conversa subsequente, ripostei :

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AVEIRENSES ILUSTRES


- Porque não um dia ?! Só que agora a moda está, em serem as instituições mais pequenas a engolir as mais fortes. Uma acção de Ílhavo por três de Aveiro ?. Seria boa proposta ? Se pensarmos nos valores que demos à região, éramos capazes de ficar a perder com o negócio. Só que também é verdade - a ser verdade o que se mostra - que parece que isso foi chão que deu uvas. Mas não!… o facto é que o não é… A brincar se podem discutir coisas sérias O programa dos «Aveirenses Ilustres»,segue. É interessante. A justificar não perder pitada ------------------------------------------------------------------------------------E MÁRIO SACRAMENTO? Mas… Onde está Mário Sacramento, nesta resenha ? Se está Vale Guimarães - e bem ! - porque não se estendeu o

Foi-me referida a entrega do espólio de Mário Sacramento, ao Museu, recentemente inaugurado, do Neo-realismo. Quando dei corpo para a perpetuação do nome de Mário Sacramento, em Ílhavo - Uff!... Uff!… - ,lembro-me que tive de ler um trecho seu, em sessão camarária, no salão nobre apinhado de gente, reagindo a uns obtusos (reaças) que replicavam que M.S. o «não merecia, pois que até se tinha negado a ser sepultado em Ílhavo». Mas já tinha sido, assim, com Alexandre da Conceição. A história repetia-se !... Imbecilidades que o tempo, infelizmente, não corrigiu, o que seria expectável ! Ninguém, estou certo, fez qualquer esforço para reter o referido espólio, aqui. Mesmo se o tivessem feito - M.S. hoje, não é incómodo e até dá sombra para fruição - certo é que o espólio, lá, no museu do Neo-realismo, está muito melhor acompanhado.

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leque ? -----------------------------------------------------------------------------------MUSEU 5


Viver em Ílhavo, verticalmente, até ao fim, não é fácil ; aceito que ficar aqui para sempre, deve ser tramado. Eu vou-me habituando à ideia : quando passeio por Ílhavo (vivo!...), esta terra já me vai parecendo, toda ela, um cemitério. Silêncio, parece ler-se à entrada. Do not disturb… ------------------------------------------------------------------------------------MUSEU 6 O agora denominado Museu da Cidade, em Aveiro, é uma riquíssima obra de recuperação (requalificação, diz-se agora…) de um edifício histórico, citadino. Lembrei-me durante a visita como poderia ser, por exemplo, a recuperação do edifício da «Drogaria Vizinho» - um edifício histórico! -, para o mesmo efeito, aqui em Ílhavo. Recuperar o Texas, para quê ?... que história tem ?... Zero!... Ao contrário, o palacete dos familiares da Viscondessa de Almeidinha, onde esteve o Teatro e o Clube dos Novos, contém toda uma história riquíssima, do Séc. XVIII ao XX. Porque não estimá-la, preservando-o ?! Que interessa (?!) dir-me-ão, se a nossa história oficial só começou há tempos ? Mas que era um local onde se poderia instalar o Museu do Traje, lá isso era. (Por exemplo…) Já repararam no interior do mesmo ? Quando estiverem a comprar pregos ao balcão, levantem o olhar. E sonhem !... Sonhar… é (tudo) o que Vos é permitido fazer, nesta terra. Porque o resto está já decidido...

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ALADINO


segunda-feira, Outubro 29, 2007

ALTO !... ESPEREM LÁ... Andam para aí numa febre a querer vender tudo o que é público, a fazer a apologia de tudo que é privado. OK !... Mas se venderem tudo ao privado, para que raio é que queremos Presidentes das Câmaras, Deputados, Ministros... etc. etc. Será que todos esses !...estão incluídos no pacote. Se estiverem, ainda admito repensar ALADINO

quarta-feira, Outubro 31, 2007

Olho o mar como olho para ti, pretendendo ir tão longe Que perca o olhar no desvendar da verdade da tua carícia. Sinto-me perto e logo longe, tão longe como me parece estar a tua ausência.

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ESQUECER DE TE AMAR


Quando a vaga vem, lá de longe enrolada, desfazendo-se em farfalho Parece trazer-te no regaço, deixando-te de mansinho envolta em mil flores silvestres Adormecida na areia … Já a maresia, os búzios enroscados, as conchas doces e as algas te envolvem e prendem No areal dourado, o teu corpo abandonado De Sereia Para que possas sentir o sol pousar sobre o mar azul, inundando-o de vermelhão, Lembrando um campo de papoilas loucas, ondulando ao vento, tão longe que o meu Olhar não apeia. Corro a aconchegar-me a ti, no contacto com a tua frescura, ansioso de ouvir tudo o que Ecoa e me enleia : As marés que trazem os búzios, as conchas e as pedras a rebolar, alertando-me os Sentidos, prendendo-me na teia…

Mergulho a minha face nos teus vales, ou subo ao alto das tuas serras, até que saciado, Procuro um lugar de refúgio, fundindo-me no teu corpo, Fixando o horizonte para nele encontrar a linha imaginária onde está escrito Nunca me esquecer de te amar.

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Enquanto os meus lábios já gretados aspiram o salgado do vento que nos enlaça. Com eles beijo os teus seios de onde se soltam gotas escorregadias Da água azul do mar


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(Senos da Fonseca) Outubro/2007


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NOVEMBRO


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quinta-feira, Novembro 01, 2007

DIA ASSINALADO:

Encontram-se, neste dia, muito amigos, alguns que quase só, nesta data, revemos. Um, disse-me : - Está bonito este lugar de repouso… não está ?

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E cumprido. Não porque só os visite, hoje. Não, faço-o todas as vezes que vou lá, ao coração do silêncio. Mas hoje detenho-me, a pensar… ------------------------------------------------------------------------------------REPOUSO ?...


- Está, sem dúvida. Só que eu não acho que seja de repouso ; uns estão penosos de nada terem feito ; outros amarfanhados de terem feito, mas reconhecendo que podiam ter feito mais ; outros parecem descansados porque julgam terem feito tudo, mas danadinhos por não virem cá fazer muito mais... respondi séria e convictamente. ------------------------------------------------------------------------------------QUERIA SABER A VERDADE… Assinalado ou não, sentimo-nos perto de compreender, que, inexoravelmente se aproxima o dia de desapego. Que importará mais ; estar vivo e viver uma existência morta, ou estar morto deixando uma lembrança viva ? Faz sentido a vida ? Faz sentido dizer que a velhice é que sabe, quando na verdade apenas sabe que cada vez menos sabe. Olho para os «meus» ali tão perto, mas inacessíveis, que é impossível que lhes não faça a pergunta ; - vivo ainda uma existência realmente viva ou já inconsciente moribunda ? Só «Eles» saberiam, com franqueza, dizer-me a verdade. -----------------------------------------------------------------------------------RESPEITAR A INTENÇÃO… A única esperança que parece nos vai restando, é que os cemitérios sejam lugares em que possamos confiar, de que lá - ao menos - nos respeitem a intenção, quando já não houver lugar para actos. ALADINO

PRESUNÇÃO E ÁGUA BENTA Da leitura do último «O Ilhavense», ressaltam-me duas evidências :

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sexta-feira, Novembro 02, 2007


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Uma, que a pouca vergonha e a falta de decoro, começam a ser insuportáveis. O Director do Jornal foi corajoso. E disse : - Basta ! Corre riscos que não são de desprezar. Estes indivíduos são cobardes. E vingativos. Aquilo com que o Director se indignou, estendeu-se a muitos, que, mesmo perto do palrão, se sentiram envergonhados com o que aquele terá dito, no Museu, em dia de Aniversário. ------------------------------------------------------------------------------------A outra, é, a de que “presunção e água benta… a uns apoquenta, a outros arrefenta” Refiro-me à frase do Director do Museu, inserida na última página do jornal, onde diz «que o Museu nunca tratou de conhecer a sua história nem se deu à tarefa delicada de investigar para a representar em discurso» sustentando crer que «qualquer dos anteriores directores subscreveria este diagnóstico» Não sei se o subscreveriam. Penso que não… Penso que não… Mas o que certamente diriam, seria, mais ou menos isto : “Não deram a conhecer a história… porque andavam preocupados em fazê-la”. Porque uma coisa é fazê-la ; e outra é, recebê-la em herança. Quem herdou tão notável herança, terá, é, acima de tudo, de guardar enorme respeito por aqueles que lha puseram na mão. O que nem sempre - lamentavelmente - tem sucedido. A estória moderna do Museu, parece-me, poder ser ficcionada do seguinte modo : (…) As vitualhas estavam na mesa e eram de arregalar os olhos; o palacete, recém construído, afirmava-se digno para receber os convivas. Faltava apenas enviar os convites, atirar os foguetes e fazer os discursos (…). Ora é isto que me parece que se tem vindo a fazer, com alguma qualidade mas muito aproveitamento (político), perceptivel quando nos momentos dos discursos se trata “o Director por mero Assessor" - foi dito ! - o que faz parecer, aquele estar, ali, para cumprir as orientações (políticas) superiores. O que me parece excessivo. E indigno.


Então lá chegará o dia em que se terá de reescrever a história.

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ALADINO


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DEZEMBRO


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quinta-feira, Dezembro 24, 2007

NATAL 2007

E nos leva a crer Que é inútil lutar ; Que tudo é em vão, Que para o homem só a guerra

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Trazes notícias da fome Que corre no Chade, Nigéria Onde meninos tristes Andam à solta, sob a fúria dos homens. E com eles corre a miséria Que por todos os lados existe. Triste notícias trazes contigo E nos vens dar, hoje, Menino… Nesta noite em que a solidão nos cerca como um muro


É a única, e a grande razão

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(Senos da Fonseca) Dezembro/ 2007


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