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cinema e vídeo
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Mostra Leon Hirszman
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Nascido no Rio de Janeiro em 1937, Leon Hirszman já era fascinado pelo cinema quando criança. Na faculdade participou da fundação de seu primeiro cineclube, tendo depois fundado a Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro. Acabou se ligando ao grupo Teatro de Arena de São Paulo, formado por Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho. Com intensa participação política como cineasta, trabalhou pela regulamentação das leis do cinema e pelo fim da censura, tendo se refugiado no Chile em 1965 por conta da repressão política no Brasil. Além de grande estudioso de Bertolt Brecht, estudou com afinco Jung e Reich. Sua filmografia procura discutir o Brasil e as questões da população brasileira em sua época. A mostra é composta por longas, alguns curtas e um bate-papo. Teatro. Grátis - Retirada limitada a 2 ingressos por pessoa, com 1h de antecedência. Lugares limitados.
EXIBIÇÃO SÃO BERNARDO Brasil. 1972. Cor. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 111 min. Drama. Baseado no romance de Graciliano Ramos e com trilha sonora de Caetano Veloso, o filme acompanha a trajetória de Paulo Honório, um modesto caixeiro-viajante que enriquece, valendo-se de métodos violentos, compra a fazenda São Bernardo e contrata casamento com Madalena, a esclarecida professora da cidade. O conflito se estabelece quando Madalena não aceita ser tratada como propriedade. Com atuações marcantes de Othon Bastos e Isabel Ribeiro, o filme, que estreou em 1972, tornouse um clássico do cinema brasileiro, tendo recebido vários prêmios. ►Dia 1/3, domingo, às 17h30
EXIBIÇÕES NELSON CAVAQUINHO Brasil. 1969. P&B. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 14 min. Documentário. Esse filme foi realizado como um contraponto à "Garota de Ipanema". Ao invés da Bossa Nova e da Zona Sul carioca, o interesse do cineasta volta-se para as raízes da música popular brasileira. O resultado é um belo registro do sambista, conversando e tocando com amigos, em casa, no terreiro. Cenas da vida no subúrbio mesclam-se às memórias e improvisos, compondo um sensível panorama do compositor e da vida à margem da sociedade. ►Dia 3/3, terça, às 20h
PARTIDO ALTO Brasil. 1982. Cor. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 22 min. Documentário. Concebido em colaboração com Paulinho da Viola, Partido Alto é um documento histórico e sincera homenagem à ''expressão mais autêntica do samba''. Esse filme, além de fixar a manifestação de certa pureza musical, a simplicidade e a comunhão de gente bamba, firmava a posição contra a crescente padronização do samba, imposta pelo mercado. ►Dia 3/3, terça, às 20h
ABC DA GREVE Brasil. 1979-1990. Cor. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 89 min. Documentário. Documentário sobre a primeira greve brasileira fora da fábrica. Cobrindo os acontecimentos na região do grande ABC paulista, em 1979, o filme acompanha a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários. Sem obter suas reivindicações, decidemse pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria e inicia uma grande operação de repressão. Sem opção para realizar suas assembleias, os trabalhadores são acolhidos pela Igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo. ►Dia 8/3, domingo, às 17h30
ELES NÃO USAM BLACK-TIE Brasil. 1981. Cor. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 134 min. Drama. O filme debruça-se sobre os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970. Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades financeiras do casal são imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, pai de Tião, líder sindical veterano, adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria, que lhe parece precipitada. O filho, indiferente à luta do pai e dos colegas, fura a greve. O conflito então explode no interior da família. Baseada em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri escrita duas décadas antes, o filma cativou o público e a crítica, e recebeu vários prêmios, entre os quais se destaca o Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza (1981). ►Dia 15/3, domingo, às 17h30
EXIBIÇÃO MAIORIA ABSOLUTA Brasil. 1964. P&B. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 16 min. Documentário. Filmado em som direto, o documentário retrata o cotidiano dos trabalhadores rurais analfabetos do Nordeste que vivem na extrema miséria. Incapazes de escrever são, no entanto, conscientes de sua condição e perfeitamente habilitados a propor as soluções que esperam para os seus problemas. O filme ficou proibido no Brasil até 1980, período em que foi exibido fora do Brasil. ►Dia 17/3, terça, às 20h
BATE-PAPO O CINEMA DE LEON HIRSZMAN Com Ismail Xavier Um dos maiores estudiosos de cinema no Brasil, o crítico e professor Ismail Xavier, fala sobre a importância da filmografia de Leon Hirszman para o cinema nacional. Ismail Xavier é pesquisador formado em Comunicação Social com habilitação em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECAUSP), fez mestrado e doutorado em Teoria Literária na FFLCH-USP e PhD em Cinema Studies pela Universidade de Nova York. É também professor da ECA-USP desde 1991. ►Dia 17/3, terça, às 20h
DIA 17 MAIORIA ABSOLUTA
EXIBIÇÕES CANTOS DE TRABALHO NO CAMPO Mutirão, Brasil. 1975. Cor. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 12 min. Documentário. Cacau, Brasil. 1976. Cor. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 11 min. Documentário. Cana-de-Açúcar, Brasil. 1976. Cor. Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 10 min. Documentário. Entre 1974 e 1976, Leon Hirszman realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoadas pelos trabalhadores rurais nordestinos. Na trilogia, há a documentação dos cantos de trabalho da cana-de-açúcar, de Feira de Santana, dos plantadores de cacau, de Itabuna, e de mutirões, em Chã Preta. É uma espécie de partidoalto do campo, uma roda de samba no trabalho, afirmou o cineasta que confessadamente caminhava na trilha aberta por Humberto Mauro e Mário de Andrade no resgate dessa prática cultural em vias de extinção. ►Dia 22/3, domingo, às 17h30 MEGALÓPOLIS Brasil. 1973. Cor. Leon Hirszman. Dur.: 12 min. Documentário. O documentário adota como referência histórica a cidade de Atenas, a megalópole grega que incorporou de 40 cidades em 370 a.c. Atualizando a questão, o filme discute o destino da região sudeste brasileira, e questiona: temos capacidade de produzir um projeto mais feliz para a humanidade? ►Dia 22/3, domingo, às 17h30 ECOLOGIA Brasil. 1973. Cor.: Dir.: Leon Hirszman. Dur.: 13min. Documentário. Primeiro documentário a tratar do tema, Ecologia denuncia os efeitos nefastos do crescimento industrial descontrolado sobre o meio ambiente. É uma vigorosa denúncia contra a exploração desenfreada dos recursos naturais e clama pela revisão dos padrões de comportamento para evitar que o mundo físico, doente, venha a perecer. ►Dia 22/3, domingo, às 17h30