10 anos 2011
10 anos
O SESC Mato Grosso tem por objetivo a geração de novas sensibilidades e a formação de sentidos para o aperfeiçoamento, enriquecimento e difusão da produção cultural em todas as modalidades da arte: cinema, teatro, dança, música, artes visuais e literatura. Especificamente em literatura o SESC disponibiliza para toda a sociedade ações que favorecem o diálogo entre o leitor e o texto literário, alimentando um processo contínuo de tensão transformadora, no qual a literatura e a leitura são vistas como algo primordial para a existência humana e para a formação de um cidadão criticamente atuante. Dentre essas ações o SESC realiza, há 10 anos, o projeto Poesia, Versos e Cordas que anualmente apresenta um diversificado repertório de leituras que exploram as potencialidades de significados que cada texto carrega, além de instaurar uma nova relação de significados para o leitor ouvinte. No projeto Poesia, Versos e Cordas a literatura se manifesta através da diversidade de autores, textos e leituras apresentadas. Nele o palco se configura como um espaço de mediação e circulação literária, formando uma rede social que envolve público (espontâneo e escolar), atores (que fazem as leituras e atuam como agentes mediadores), professores (mediadores nas instituições de ensino). Todos parceiros multiplicadores do projeto. Ao sistematizar essa ação o SESC-MT valoriza e fortalece a política de atuação para a área que tem como principal objetivo colaborar para formação e ampliação de leitores, pois acredita que é através da leitura que o cidadão adquire a condição imprescindível para partilhar do acervo cultural, político e social acumulado pela nação. Cumprindo com o compromisso de ter a educação como base, função social da Entidade.
SESC Mato Grosso
Há determinados espaços que se criam e que realmente fazem diferença. Diferença no estatuto mental das pessoas, na sensibilidade, na formação, no gosto, no prazer e no lazer. Como se divertir? Como entrar em um determinado evento e sair dele, hora depois, com a sensação de que se está melhor, de que se é melhor do que quando entrou? O escritor japonês Yukio Mishima, em seu livro Sol e Aço, com tradução brasileira de Paulo Leminski, relacionava os cuidados com aparência física do corpo (exterior) com a varanda, o quintal ou jardim de uma casa (interior) afirmando, se bem me lembro, que esse cuidado reflete não apenas o nosso estado d'alma, mas a maneira como nos preparamos para receber e incorporar o mundo e suas coisas. Na ampliação disso, podemos dizer que assim como é importante cuidar da parte física e material de uma cidade, e um estado – entenda-se aqui desde a restauração arquitetônica, revitalização de centros históricos, praças públicas, criação de parques até preservação de matas ciliares, florestas, rios, etc. – é de extrema importância cuidar da parte humana e imaterial. Cuidar do acervo imaginário, sensitivo, amoroso, artístico, subjetivo, do perfil psicológico, do prazer e do lazer, do estado d'alma da população que compõe (não apenas ocupa) este espaço exterior. A implantação do Sesc, no antigo Arsenal de Guerra de Cuiabá, é um destes espaços. É inegável que nos vários ramos das artes e da cultura assumiu a centralidade – através de seus projetos/programas em cinema, artes cênicas, música, artes plásticas e literatura– de oferecer ao público e à população mato-grossense o que de melhor tem se produzido no Brasil e em Mato Grosso. Depois de alguns anos, o quadro cultural e artístico da cidade e do estado é outro, muito em parte pelos projetos e pelas realizações do Sesc Arsenal. Em particular, o projeto Poesia, Versos e Cordas dá a sua importante contribuição para a literatura brasileira (lembrando-nos que Silva-Freire, Luciene Carvalho, Marilza Ribeiro, Aclyse de Mattos, Marta Cocco e muitos outros estão aqui nesse conjunto). Mais do que isso, Versos & Cordas dá a sua contribuição para a formação de novos leitores e muito provavelmente para a formação de novos produtores. O projeto é simples em sua essência, mas a dimensão de sua realização deve ser considerada bastante complexa e sua eficácia de muitas formas pode ser comprovada. Vale notar que de aporte central literário ele se expande, já logo no título (e nos eventos efetivamente), para dialogar em igualdade com a música. Por vezes, popular (brasileira ou internacional), por vezes erudita. As conexões e diálogos continuam quando temos não apenas músicos e poetas em cena, mas atores, companhias de teatro, amantes da literatura com verve suficiente para nos fazer conhecer e amar ou amar mais (o conhecido) escritores, escritoras e suas obras. Às vezes me pergunto se “apenas os eventos em si” têm o poder de transformar determinados quadros sedimentados e enraizados em tradições emperradas e capengas (analfabetismo, falta de leitura, desconhecimento artístico em geral da população etc). Pego-me respondendo do seguinte modo (e creio na resposta): para se combater determinadas tradições, e mudar efetivamente determinados quadros e situações, só a criação de novas tradições que vão de encontro às antigas, combatendo-as e propondo (pondo) novas idéias, práticas e costumes. E somente com a recorrência, a permanência e a regularidade desses eventos é que eles assumem essa força propulsora de mudanças, de engendramento do novo, do atualizado e modificado. É na sucessividade e cotidianização que ele se introjeta como um outro padrão mental possível de vida e de relação com o mundo. Menos de minhas próprias e incríveis experiências – no Mar (In) Comum (um e dois junto com Marta Cocco) e dialogando poeticamente com Roseana Murray – e muito mais de minhas impressões, sensações e observação como cidadão, professor de literatura e leitor, devo dizer que o Poesia, Versos e Cordas (juntamente com outros projetos/eventos em outras áreas do Sesc Arsenal) exerce e cumpre o papel de re-definidor e renovador do quadro artístico e literário de Cuiabá e do Mato Grosso. Contribui para que o nosso estado d'alma seja melhor... Cuiabá, 02.03.08. Mário Cezar Silva Leite é doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), professor de Literatura Brasileira (no curso de Letras e nos Programas de Mestrado ECCO e MeEL/IL da UFMT).
Muitos Versos, tantas cordas... Mรกrio Cezar Silva Leite
10 anos
leitura apresentada em
2007
Voo de Psique
com Luciene Carvalho e Jeniffer Reis
Com linguagem cênica construída a partir de contos e poemas contidos na trilogia Sumo da Lascívia, Aquelarre ou Livro de Madalena e Conta Gotas, todos livros da escritora leitora Luciene Carvalho. Voo de Psique é um mergulho profundo no desterritório da alma feminina. Luz, som, lírica e sensibilidade...
30 de março de 2011 15h e 20h - Teatro - Entrada Franca ‘‘Este projeto do SESC Mato Grosso Poesia, Versos e Cordas – parece furrundu, inventado nestas terras – talo de mamão ralado misturado com rapadura. Letras poéticas nossas ou de qualquer lugar ganham moldura musical de um tocador e o palco do teatro do Arsenal vira tacho onde a prata da casa vem refinando seu talento. Gente com gosto pelas letras, escolares, curiosos e desavisados experimentam e lambem o beiço. Faço desde 2002 e revirou minha carreira no avesso. Amo!!!’’ Luciene Carvalho Poeta
Tudo era novo para mim e para os atores convidados a fazerem parte do projeto. Nunca havíamos participado, por isso o desconhecimento da profundidade e beleza inerente a ele. Fazer parte do Poesia, Versos e Cordas e ainda poder ler as poesias do ultra-romantismo foi uma das melhores sensações. O debate com o público, as discussões em torno de literatura e a valorização do escritor faz-nos admirar incrível iniciativa e a acreditar que maneiras novas de disseminação da cultura que consagra tanto os meios didáticos como os “artistas leitores” e os “artistas lidos” só dependem de um projeto pioneiro e estruturado e o “Poesia, Versos e Cordas” é um ímpar exemplo deste modelo de projeto. Wanderson Lana Diretor
O Saudosismo de Casimiro de Abreu, a Juventude de amores irreais de Álvares Azevedo, a dualidade de Junqueira Freire e as perdas de Fagundes Varela moldam o período literário conhecido como Ultra-Romantismo. Ligados pela morte precoce causada pela Tuberculose ou por moléstias do coração esses poetas transformaram a Segunda Fase do Romantismo em um dos mais brilhantes períodos da literatura brasileira; para Carlos Drummond de Andrade uma verdadeira “Escola de Morrer Cedo”.
13 de abril de 2011 15h e 20h - Teatro - Entrada Franca com Cia de Teatro Faces (Primavera do Leste)
A Escola de Morrer Cedo
leitura apresentada em
2010
leitura apresentada em 2008 ‘‘É com prazer que participo do projeto Poesia, Versos e Cordas. Ele é altamente artístico, genuíno, consistente e belo. Minha história com o projeto é antiga, começou com o poeta Manoel de Barros na leitura chamada Desutilidade Poética, que depois se transformou num grande espetáculo de literatura, música, dança e teatro. Desutilidade Poética está em cartaz até hoje. Já apresentamos em feiras, congressos, escolas e universidades. Subsidiar um projeto como esse deve ser orgulho para o SESC Mato Grosso.’’ Maurício Ricardo Ator
Entre o Trágico e o Cômico apresenta contos de A vida como ela é..., de Nelson Rodrigues, e trazem à tona toda a carga de pequenos e grandes dramas e tragédias que assolavam a vida do carioca médio na primeira metade do século 20. Mordaz e sarcástico Nelson destila seu veneno em histórias curtas que sempre revelam um lado – moralmente, é claro – desconhecido de gente recatada e fidedigna da sociedade do Rio de Janeiro.
com Maurício Ricardo
29 de junho de 2011 15h e 20h - Teatro - Entrada Franca
Ela Lava, Ele Enxuga com Cia Thereza João
Vida doméstica dá o que falar, e Fernando Sabino fala muito bem sobre esse assunto nos contos e crônicas escolhidos pela Cia Thereza João e o ator Frank Busatto. Ela lava, ele enxuga possibilita ao espectador se deliciar na nossa “cozinha literária”, na qual relações domésticas são ingredientes para as ironias resultantes do convívio familiar.
31 de agosto de 2011 15h e 20h - Teatro - Entrada Franca
‘‘A importância de celebrar a vida, seus ciclos e guinadas, bem como o valor das menores coisas, se imortaliza na poesia feita obra. O "Poesia, Versos e Cordas" é obra duas vezes, pois pede mão, pé e corpo inteiro para obra já feita e aí ela se reinventa e se circunscreve os que a habitam. Participar do projeto deu a companhia uma outra cara . Foi fazendo o Poesia, Versos e Cordas que descobrimos a freqüência de trabalhos com textos literários. Lygia Fagundes Telles e Fernando Sabino fazem parte da nossa pesquisa, por causa do projeto. O projeto ajuda a contar a História da Cia Thereza João.’’ Thereza Helena Atriz
leitura apresentada em
2008
leitura apresentada em
2004
Afinado Desconcerto com Fredyson Cunha
Quase como um clichê que se atualiza no tempo, sobre Florbela Espanca pode-se dizer que “é uma mulher desvestida em múltiplos trajes”, daquelas que não abdicam de sua singularidade mulher e se arroga o direito ao paradoxo humano. Multifacetada como todos nós, talvez por isso vivamos ainda hoje em suas palavras o que há de intenso no sentimento. Todos sentimos. O espetáculo trata da vida e morte de uma mulher de sentimentos abismais.
28 de setembro de 2011 15h e 20h - Teatro - Entrada Franca
Umas poucas palavras da lembrança... Um dia de 2003 fez som a palavra de Adélia Prado (Oráculos de Maio). Um tanto formatado, até meio quadrado, ainda não era o que poderia. Eu, bailarino, lendo ao som de dois jovens com seus instrumentos de cordas. Foi bom. Ali eu pensei que só podemos fazer o que sabemos; o resto, temos que inventar. Acho que me senti muito invadido saindo da minha dança para dar movimento às palavras. Pra mim, palavra é movimento, desde sempre. Aí veio o tempo e me trouxe a Florbela (2004), essa mesma que agora vive após sete anos (fechando um ciclo, talvez). A sincronicidade fez com que o meu momento pessoal vestisse as palavras dessa mulher e, agora, não como um leitor de palavras, fiz o que sei: palavra é movimento. Dancei as palavras de Florbela com todos os meus sentidos e foi lindo, intenso e transformador para mim. Sete anos depois, dá um frio na barriga só de pensar em como essa portuguesa vai dançar em mim. O que ela vai falar em mim? Quem somos nós no tempo de agora? Não sei, só sei que já faz parte da minha vida. Fredyson Cunha
CONVITE MELANCÓLICO Vinde todos, e contemplai-nos: que somos os da terra fatigados, de cabelos hirsutos e de joelhos sem força, com palavras, paisagens, figuras humanas pregadas para sempre em nossa memória. Já nem queremos nada, tanto estamos desgostosos: nem água nem ouro nem beijo. Para nunca mais – o horizonte e a sua flor! Podeis vir, que já se extinguiram as revelações. Nada vos custa o espetáculo. Rasgou-se o traçado em que nós gastamos em sonho, e a arquitetura que trazíamos voa de novo, em números celestes. (...)
Pensar nos dez anos do projeto “Poesia , Versos e Cordas” é lembrar de Guimarães Rosa, “ O correr da vida embrulha tudo.A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”, e é esta Coragem, que faz com que a poesia chegue aos nossos olhos, nos inundando de sensações, nos fazendo conhecer e por que não, lembrar de coisas que nunca se soube antes. Tenho muito a dizer sobre este projeto, e as inquietudes deixadas em minha vida, porém me limito apenas a traçar uma linha, sobre sua impetuosidade, que traz consigo uma nobre tarefa, a de fazer com que milhares de crianças, jovens e adolescentes que por motivos diversos não puderam experienciar o poder transcendente da literatura, descobri-la e a desejá-la. Vermos jovens leitores atentos as palavras e enamorados delas, nos faz lembrar de um outro grande autor, "A literatura nutre a alma e a consola (Voltaire)." Yandra Firmo Atriz
26 de outubro de 2011 15h e 20h - Teatro - Entrada Franca
©Cecília Meireles in Mar Absoluto,1945
com Yandra Firmo
leitura apresentada em
2002
leitura apresentada em
2008
‘‘Poesia, Versos e Cordas é fundamental para devolver o encantamento vivo da voz à palavra escrita e impressa! A leitura é o mais importante, e o PVC estimula a leitura e o dinamismo das interpretações. É o poema e mais a voz; a rima e a musicalidade, o jogo das palavras em busca dos sentidos do sonho. Imaginar é bom; ler em silêncio é trocar, ouvir um Poesia, Versos e Cordas é descortinar um novo horizonte nas palavras: horizonte que não invalida, mas convida a ler outros poemas dos autores apresentados!’’ Aclyse de Mattos Poeta
23 de novembro de 2011 15h e 20h - Teatro - Entrada Franca Na Bahia do Brasil Colônia a poesia de Gregório de Matos aponta os conflitos políticos, amorosos e sociais. A par da obra do poeta que apresenta diferentes vertentes (lírico-amorosa, satírica, espiritual) faz-se em paralelo um comentário musical com as canções de Chico Buarque atualizando esses conflitos para a contemporaneidade. Para as diferentes facetas do poeta, diferentes comentários nas canções. Será que o Brasil mudou muito da Colônia da época de Gregório para a Ditadura do tempo das canções de Chico? Ou o que dizer dos males da corrupção atual? Ou os conflitos do amor sempre precário...
com Aclyse de Mattos, Luiz Renato, Anna Amélia, André Balbino, Elisângela Adelino e Everton Almeida.
Chico & Gregorio:
matos e guerras da Bahia a Holanda
Para agendar grupos deve-se entrar em contato atravĂŠs do telefone: (65) 3616-6922
SISTEMA FECOMÉRCIO SESC/SENAC-MT Pedro Nadaf Presidente do Sistema Fecomércio/SESC/SENAC Marcos Amorim da Silva Diretor Regional SESC Mato Grosso Flávia Chaves Fehlberg Diretora de Programas Sociais João Batista de Oliveira Lemos Diretor de Planejamento Jean Jackes do Carmo Diretor Administrativo Moysés Feres Zarour Diretor Financeiro Rafael Gorla Gerente SESC Arsenal Rita de Cássia Ferreira Gerente SESC Arsenal Clodoaldo Jorge de Arruda Coordenador de Cultura Cristina Maria Silva Agente Técnica em Literatura Aroldo Pagels Lima Verde Gestor de Comunicação e Marketing Jan Moura Técnico Especializado em Comunicação e Marketing
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