trilogia mamet
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A TRILOGIA DA PALAVRA A Epigenia é uma companhia de teatro humanista que busca projetos consistentes para falar ao homem contemporâneo, por acreditar na atuação como modo de escancarar o que não podemos, ou não queremos, ver. Em 2014, a Companhia assumiu a direção artística do Teatro Glaucio Gil, mesmo ano em que iniciou um mergulho na obra de David Mamet, tendo como objetivo analisar, pesquisar, decifrar as ideias e conceitos, além da estética dramatúrgica, deste ícone da dramaturgia mundial. O aprofundamento nos textos do autor acabou por colocar em cena três espetáculos: OLEANNA (2014), RACE (2016) e, agora, HOLLYWOOD. Uma trilogia composta por obras que, assim como muitas outras do autor, tem como ponto em comum a mulher como agente modificador no curso das histórias. Susan em RACE, Carol em OLEANNA e Karen em HOLLYWOOD, representam um micro retrato de como os homens veem a figura feminina em um mundo homossocial.
“As mulheres são ensinadas a desconfiar dos homens.” Susan (Race) David Mamet é um dos dramaturgos, roteiristas e diretores norte-americanos mais respeitados de sua geração, ganhador do Pulitzer em 1984. Costuma abordar em seus trabalhos questões atuais e pontos de vista controversos. Com uma reconhecida capacidade de lidar com as palavras e construir enredos, a linguagem tem centralidade em sua obra. Seus personagens lutam pelas palavras, dado que aquele que detém o discurso (Poder) monopoliza também a vantagem de legitimação dos fatos. Uma luta discursiva pelo poder. Os filmes e peças de Mamet se dirigem a questões extremamente cáusticas da sociedade. Nas peças Oleanna e Race, por exemplo, racismo, politicamente correto, poder, incomunicabilidade. As obras de Mamet apresentam um violento confronto de ideias sobre as finalidades da educação e do ensino, o lugar do indivíduo na sociedade, as relações entre os sexos, os preconceitos raciais e os limites da liberdade. “Oleanna” apresenta um dramaturgo de exímia estética e profundo conhecimento da ação teatral, além de escancarar nossa incompetência em nos relacionar com o Outro. Um autor que gosta do confronto, age e se pronuncia sobre conceitos polêmicos, percorrendo seu caminho na teoria e na ficção.
“Você não tem sentimentos? É esse o seu argumento final? Bom, quem é que não tem sentimentos? Os animais! Então como não estou sentindo sua dor, o senhor questiona se eu sou Humana!” Carol (Oleanna). “Race” abre espaço para a apreciação e questionamento, revisão dos valores. Mamet propõe esse diálogo que envolve o espectador e o incita a pensar, a rever seus conceitos e muitas vezes mudar de opinião.
“O Sr. certamente já teve uma babá negra que lhe educou melhor do que sua própria mãe... quando o Sr. sentava ao lado de uma negra na escola, conseguia reparar como ela ficava muito desconfortável nas aulas de história?” TJ (Race) A marca registrada de Mamet é a sua habilidade de dramatizar o fascínio dos homens por outros homens, e ao mesmo tempo explorar o tabu social em relação ao afeto masculino, sem deixar lacunas acerca do sexismo, descobertas que faz com autoridade e estética dramatúrgica. “Speed The Plow” (Hollywood), que estreia em São Paulo, foi escrita em meados da década de 80, e está imensamente atual pela sua carga sexista e pelo descarado (e impune) assédio sexual que a obra escancara. Este é o espetáculo que fecha a Trilogia Mamet, da CiaTeatro Epigenia, por ser o primeiro de uma série de textos que trazem em si uma estética dramatúrgica que combina perfeitamente com a pesquisa da Companhia sobre como o “não atuar” é importante, como o tempo atual é um “novo e eletrizante tempo”. A trilogia da palavra, do poder do que é dito e do silêncio das entrelinhas, nos equívocos dos préjulgamentos, na falha da comunicação humana, na busca pelo poder, no racismo, no politicamente correto.
“Não adianta ser bom, tem que ter alguém que faça parte da panela que diga que você é bom e merece, se não você não é bom.” Tony Miller (Hollywood) “...a lei determina que os impostos sejam investidos nas escolas públicas... elas são sustentadas às minhas custas, mesmo que eu opte em por meu filho em uma escola particular… ainda bem que não sou obrigado a mandar o meu filho para uma escola pública... seria como jogar Pérola ao Porcos.” Professor John (Oleanna)
speed
holly eed th
the p Na peça, Tony Miller, recém promovido a Diretor de um Estúdio emergente de Hollywood recebe de seu pupilo, Daniel Fox, uma grande notícia que irá leválos a estourar as bilheterias dos cinemas mundiais com “o melhor filme que todo mundo já viu”. Os dois executivos ávidos por um sucesso de bilheteria, incorporam muitos estereótipos de outros personagens de David Mamet: trapaceiros, mascates, vigaristas e gângsters. As coisas começam a mudar
ywood he plo quando surge uma secretária temporária, Karen, que mexe com as convicções do poderoso Tony Miller. Mesmo assim, sem saber se é verdade ou não, os três expõem como o mundo é regido pelo poder do dinheiro. FICHA TÉCNICA
Gustavo Paso
Textos David Mamet Direção Gustavo Paso Tradução Cia Teatro Epigenia Iluminação Paulo Cesar Medeiros Trilha Original Andre Poyart Figurino Sonia Soares Cenário Gustavo Paso ELENCO Rubens Caribé Iuri Saraiva Luciana Fávero 11.01 a 10.02
ana
o
ole
leana Em uma universidade, o conflito entre um professor e uma aluna traz à tona questionamentos sobre padrões educacionais, incomunicabilidade e o politicamente correto. O drama de como as pessoas, tendo a possibilidade de se aproximar, decidem que as suas diferenças são irreconciliáveis, acabando por se mostrar incapazes de se comunicarem.
eana FICHA TÉCNICA
Mônica Vilel a
Textos David Mamet Direção Gustavo Paso Tradução Marcos Daud Iluminação Paulo Cesar Medeiros Cenários Gustavo Paso e Teka Fichinski Figurinos Jô Resende Trilha Original Andre Poyart ELENCO Luciana Fávero Marcos Breda
15, 16 e 17.02
race
ace
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Discutindo temas como preconceito racial, machismo e violência contra a mulher, a peça se passa num escritório de advocacia, onde dois sócios lidam com casos de racismo. O espetáculo apresenta os bastidores da construção da defesa de um rico empresário branco acusado de estuprar uma jovem negra, colocando o público
race como protagonista no que tange a escolha de quem tem razão, e deixando portas e janelas abertas para diversas interpretações. FICHA TÉCNICA
Geraldo Juni or
Direção Gustavo Paso Tradução Leo Falcão Cenário Gustavo Paso Figurino Luciana Falcon Trilha Original Andre Poyart ELENCO Gustavo Falcão Leandro Vieira Clóvis Gonçalves Heloisa Jorge
22, 23 e 24.02
FI CHA TÉCNICA Pr odução Nacional Lu ciana Fávero Pr odução Local Se lene Marinho As sistente de Produção Ma rcela Horta Op eração Luz e Som Di da Genofre As sessoria de Imprensa Du etto Comunicação Ce notécnico Se rgio Sasso Pr odução Pa so Darte Eventos e Ci a Teatro Epigenia Ag radecimentos Pa so Darte Eventos, Oficina Oswald de Andrade, Valdir Rivaben, Eliety Te ixeira, Ricardo Severo, Lauro Ma cedo, Miwa Yanagizawa, Antonio Ev aldo Saraiva, Leda Maria Saraiva, Ig or Saraiva, Vitor Ribeiro, So nia Favero, Marcela Favero, Enzo Fa vero, Davi Paso, Diana Paso e aos am igos da temporada carioca Claudio Ga briel, Ricardo Pereira e nosso se mpre parceiro Gustavo Falcão
TRILOGIA MAMET HOLLYWOOD 11.01 a 10.02 2018 OLEANA 15, 16 e 17.02 2018 RACE 22, 23 e 24.02 2018
Quinta a sábado, às 20h30 Auditório, 3º andar
Sesc Pinheiros Rua Paes Leme, 1 9 5 Tel:(11) 3095.94 0 0 Est ação Faria L i m a / sescpinhei r o s sescsp.org.br/p i n h e i r o s