Francisco Antonio de Toledo
1ª Edição
2014 Sumaré - SP Editora Seta Regional
Paróquia de Sant´Ana, 2014, Sumaré - SP
Sumário Apresentação................................................................................. 00 Prefácio........................................................................................... 00 Dedicatória..................................................................................... 00 A igreja de Sant´Ana – origens...................................................... 00 A vida religiosa em Rebouças antes de 1914.................................. 00 Criação da Paróquia....................................................................... 00 Os primeiros tempos da Paróquia.................................................. 00 As Associações Religiosas e a festa da padroeira......................... 00 Os novos vigários a partir de 1920................................................. 00 Nova fase da vida da Paróquia....................................................... 00 Padre José Giordano...................................................................... 00 Padre Carlos Augusto Malho.......................................................... 00 As mudanças trazidas pelo Vaticano II......................................... 00 Padre Constantino Gardinalli......................................................... 00 Padre Pedro Tomazini..................................................................... 00 Padre Angelo Marighetto............................................................... 00
Padre Luis Antonio Guedes............................................................ 00 Padre Mansur Rodrigues Mansur................................................... 00 Padre Cláudio Zacarias Menegazzi................................................. 00 Padre Paulo Crozera....................................................................... 00 Padre Carlos José Nascimento....................................................... 00 Padre Elisiário César Cabral........................................................... 00
Anexos Histórico das Comunidades............................................................ 00 Sant´Ana: Vida e Culto.................................................................. 00 Dom Joaquim Mamede, o bispo que nasceu em Sumaré............... 00 As capelas antigas da Paróquia de Sant´Ana................................ 00 A pedra fundamental da Igreja Matriz............................................ 00 Lista dos párocos da Paróquia de Sant´Ana (1914-2014)............... 00 Datas Expressivas na História da Paróquia.................................... 00 As Comemorações do Centenário.................................................. 00 Bibliografia..................................................................................... 00
A presentação Com grande alegria faço a apresentação do livro PARÓQUIA DE SANT´ANA – 100 ANOS do professor Francisco, carinhosamente conhecido por nós como professor Chico. Ele vem fazer o coroamento das festividades do Centenário de nossa Paróquia de Sant’Ana em Sumaré. Tratase de uma obra histórica, seja pelo seu conteúdo, seja igualmente por marcar este momento da história dos paroquianos de Sant’Ana que comemoram: “Cem anos celebrando a vida”. Desde a festa da nossa padroeira no ano passado, quando fizemos a abertura do “Ano do Centenário”, o lema: “Recordem as Maravilhas que Ele fez” dirigiu e inspirou as nossas atividades e celebrações, que foram tantas e belas. Esse livro vem, portanto, enriquecer e dar maior vigor à nossa história, pois reconhecemos que Deus fez maravilhas em nosso meio. Quem busca conhecer a história, aprende a respeitar e admirar suas origens. Sabe ainda analisar e compreender melhor o seu presente, que não representa apenas um tempo cronológico, mas é presente-dádiva, uma graça que recebemos dos outros, que deixaram experiências através do tempo como heranças para nós. Enfim, conhecer a história ajuda-nos a planejar melhor o futuro, pois não construímos nada de exclusivamente novo. Construímos juntos. Na fé, isso é o dom da partilha que eu venho aprendendo, dia após dia, a construir com esta comunidade paroquial e seus agentes. Parabenizo todos os paroquianos de Sant’Ana pela beleza de sua história e da qual Deus concedeu-me a graça de participar. Se na beleza contemplada, eventualmente pudermos identificar alguma fraqueza humana, vejo também que as virtudes para superá-las são o maior exemplo deixado como tesouro e testemunho nessa história. Agradeço ao professor Chico pelo seu trabalho cuidadoso e pelo presente que nos deixou. Agradeço também à equipe de editoração, que igualmente ao autor do livro, ofereceu gratuitamente seu importante trabalho de diagramação e arte final. Agradeço ainda ao Pró-Memória por nos autorizar acesso ao seu arquivo de fotos e informações. Finalmente, desejo a todos uma boa leitura e que se inspirem nos versos 78:“O que nós ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o
esconderemos a seus filhos. Nós o contaremos à geração seguinte: os louvores do Senhor e seu poder, e as maravilhas que realizou.” Sumaré, 9 de outubro de 2014. Cônego Elisiário Cesar Cabral
Prefácio Tirar do baú coisas novas e velhas é fazer a ligação entre o novo e o velho. O novo sentido para as coisas que aparecem todo dia só se encontra no passado. O passado não determina o presente, mas é lá que reside o substrato da História. Sem o passado não existe o presente e sem este não se constrói o futuro. Cabe à Igreja anunciar a mensagem nova lendo o passado e os sinais do tempo presente na perspectiva do futuro. Registrar por escrito o que aconteceu nesses 100 anos da Paróquia de Sant´Ana
é tarefa da maior relevância para os paroquianos, para o
cidadão sumareense e para toda a Igreja. É missão do historiador trazer à memória o que o tempo teima em esquecer, para que se reconheçam os erros do passado, se valorizem os acertos e se construa um futuro melhor. Na primeira edição deste livro, publicado em 1998, escrevi que é “tarefa quase impossível escrever a história das cidades brasileiras sem falar das suas igrejas. Algumas cidades nasceram mesmo a partir de uma capela, como é o caso de Aparecida do Norte, ou de uma missão religiosa, como é o caso de São Paulo. Outras vilas coloniais, cuja origem está ligada à pecuária, à mineração, à defesa, aos entroncamentos de caminhos ou rotas comerciais, também têm sua história marcada pela presença da Igreja. Ricas e espaçosas Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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como as do barroco mineiro do século XVIII, simples e despidas como as do litoral no século XVI, as igrejas compõem a paisagem obrigatória da vila colonial: câmara, cadeia e igreja”. Desde a Colônia até hoje, a presença da Igreja Católica não foi simples peça decorativa na paisagem urbana e rural brasileira, e também não passou despercebida na vida social e política do Brasil desde a Colônia até hoje. Em Sumaré, o primeiro núcleo urbano teve como centro a Estação Ferroviária, a Capela e o Largo da Matriz; teve como padroeira da cidade o nome de uma santa, cuja festa litúrgica marca oficialmente o aniversário do município, e teve como primeiro Prefeito um sacerdote.
edição, agora com aparência
Neste início do segundo milênio do nascimento
mais bem cuidada e bonita, foi revisada, corrigida
de Jesus, a Paróquia celebra seu jubileu agradecida
e atualizada. Não pretende ser
obra definitiva
ao Senhor pelas maravilhas que Ele operou entre
nem completa, mas foi elaborada com seriedade e
nós, e se renova na alegre esperança da construção
fidelidade às fontes documentais escritas, orais e
do Reino.
A presente
iconográficas. A preocupação foi o rigor documental,
Agradecimentos à Secretaria Paroquial, à
haurido em especial do Livro Tombo da Paróquia, dos
Associação Pró-Memória de Sumaré, à Maria Teresa
Livros de Atas do CPP e do EACP. Minha proposta é
pelos momentos que lhe roubei de atenção, e aos
que o leitor se sinta participante e construtor dessa
amigos Leandro e Andressa da Editora Seta Regional
história.
pela preciosa colaboração presenteando a Paróquia
Nessa longa caminhada de cem anos, cheia
com a diagramação deste livro.
de altos e baixos, a missão da Igreja foi cumprida. Como seu fundador Jesus, ela às vezes foi pedra de
Sumaré, outubro de 2014
escândalo, foi sinal de contradição. Mas, serenadas
Francisco Antonio de Toledo
iluminou a treva, a luz que mostrou o caminho.
Dedicatória
Ao papa Francisco, enviado de Deus para mostrar ao mundo moderno a face alegre da Igreja, a simplicidade franciscana do Poverello de Assis, a ternura do bom Deus, e a esperança de dias melhores para um mundo tão difícil. A ele dedico este livro como minha mais cordial homenagem.
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as turbulências sazonais, foi também o farol que
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Segunda Capela de Sant´Ana (1904) com os sinos e o rancho coberto de sapé. (Acervo Pró-Memória)
A Igreja de Sant´Ana Origens Diferente de muitas outras cidades brasileiras, Sumaré nasceu ao redor da Estação, ao lado da ferrovia. Era lugar de embarque e desembarque de mercadoria e de gente. Muito mais de mercadoria do que de gente. A principal atividade econômica desse local era a agricultura cafeeira para exportação. No final do século dezenove, a região de Campinas era grande produtora de café. As fazendas de café se espalhavam por toda a região, e com a construção da Estação, devagar foram aparecendo algumas casas nas imediações formando o povoado. A Estação ferroviária tinha sido construída em 1875 e se chamava Estação de Rebouças, mudando depois o nome do povoado para Vila de Rebouças, depois Bairro de Rebouças. O nome era uma homenagem ao engenheiro Antonio Pereira Rebouças Filho, que falecera durante a construção da ferrovia. Passados alguns anos,
os católicos
construíram sua primeira igrejinha no bairro. Foi em 1889. Até essa data, vinha padre de Campinas ou de Monte-Mor para as missas, casamentos e A capela do povoado de Rebouças pertencia à Paróquia de Santa Cruz, hoje Paróquia do Carmo, em Campinas. Esta paróquia foi criada em 8 de maio de 1870, desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Campinas, hoje Catedral. Até 1908 as duas paróquias pertenciam à Diocese de São Paulo, cujo bispo era D. Duarte Leopoldo e Silva. As primeiras referências documentais que se tem sobre a vida religiosa em Rebouças são de 1887. No Livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz da cidade de Campinas pode-se ler:
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Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
outros serviços religiosos.
“Neste ano começou-se a edificação de uma pequena capela no bairro de Rebouças, único ponto da paróquia afetado pelo protestantismo”. Era vigário da Paróquia de Santa Cruz nesse ano o Padre João Batista Nery, que escreveu as linhas acima. O historiador campineiro Jolumá Brito também cita essa data (dezembro de 1887) para o início da construção “de uma capela no então incipiente bairro”1. Mas, o historiador nada diz sobre a inauguração da capela, o que foi feito pelo Padre Nery, que assim relata, na página 7 do referido Livro Tombo:
“No mês de dezembro, de 1889, as (sic) 15, realizou-se a inauguração da pequena capela de Rebouças diante de grande concurso de povo. Houve missa cantada e procissão”. Assim, com singeleza documental, é fora de dúvida que a primeira capela de Rebouças é de 1889. O texto não faz supor a existência de nada anterior. “começou-se a edificação de uma pequena capela”. O documento não diz: “de mais uma capela”, ou de “uma nova capela”. É pouco provável a construção de alguma capela antes de 1889, pois no
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à qual Rebouças pertencia antes de 1870, e no Livro Tombo da Paróquia
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Livro Tombo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição (atual Catedral), de Santa Cruz (1870-1914) não há nenhuma referência ao fato. Se tivesse havido a construção de alguma capela antes de 1889, ela certamente teria sido inaugurada com a presença de um padre da Matriz e isso constaria por escrito no Livro Tombo. Era acontecimento religioso importante a ereção de
1
Brito, Jolumá. História da cidade de Campinas, vol. XVIII, p. 178).
capelas. Ainda mais: Numa entrevista dada ao jornal “A Gazeta de Sumaré” em abril de 1955, Dona Mariquinha Raposeiro, que nasceu em Jacuba em 1863 e se mudou para Rebouças em 1879, diz que no seu tempo as missas eram celebradas na casa de Antonio do Valle. Ora, se houvesse capela antes de 1889, obviamente as missas seriam rezadas na capela e não numa casa particular. As leis eclesiásticas eram rigorosas quanto a isso, e as missas ou casamentos religiosos só eram celebrados fora da igreja em casos especiais e com autorização do bispo. A grande preocupação naquele momento era construir uma capela porque o protestantismo estava avançando2. Cabe lembrar que a origem de Americana se deve aos migrantes americanos fugidos da Guerra de Secessão. Com eles vieram evangélicos presbiterianos. Situada entre Campinas e Americana, o bairro de Rebouças sofreu a influência deles, mesmo porque antes já havia aqui algumas famílias de origem americana, como a de Guilherme Mills, por exemplo. Em 1870, já havia a Igreja Presbiteriana de Campinas e o Colégio Internacional, fundados pelo Reverendo Eduardo Lane. Conforme depoimento de João Jacob Rowedder, antigo morador de Sumaré, em 1904 foi construída outra capela porque a primeira era muito pequena para atender a população. A primeira capela tinha ao lado um
2
No livro Sumaré – Edição Histórica. Editorial Focus, São Paulo, s/d, se lê que em 1886
Guilherme Miller “doou um terreno nesse ano para a construção de uma igreja presbiteriana” e cita como fonte documental o Livro 4, Registro 1112 de 20 de março de 1886. Mas, o documento citado não diz isso. Diz apenas que a Igreja Presbiteriana de Rebouças vende uma casa e terreno a Luiz do Valle e Irmão. Essa casa era provavelmente onde os presbiterianos se reuniam, mas não era uma igreja. De qualquer maneira, esse documento ajuda a entender a preocupação dos católicos de Rebouças, que não tinham sequer uma capela. Isso fica claro nas palavras do vigário: “único ponto da paróquia afetado pelo protestantismo”, para justificar a construção da primeira capela.
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rancho coberto de sapé, que talvez funcionasse como coreto e onde, na parte mais alta, estavam os sinos. Construída a segunda capela, pouco maior que a primeira, fez-se em cima dela o campanário para os sinos. A nova igreja foi reformada em 1927 e recebeu a torre que a anterior não tinha. Conforme depoimento de um antigo morador de Sumaré, Dr. Leandro Franceschini, no interior dessa igreja, bem no alto, sobre o altar, estava escrito: “Tudo no mundo passa. Só Deus é eterno e sempre bom”. Foi demolida em 1949 dando lugar à Matriz atual.
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Igreja de Sant´Ana, reformada em 1927, com a torre (Acervo Pró-Memória)
Filhas de Maria, no Coreto da Praça da República - 1916 (Acervo Pró-Memória)
A Vida Religiosa em Rebouças antes de 1914 A Paróquia de Sant´Ana de Rebouças foi criada em 1914. Pouco se sabe sobre a vida religiosa em Rebouças desde a construção da primeira capela até 1914, quando foi criada a Paróquia. Os padres de Santa Cruz vinham para Rebouças celebrar missas, batizar, atender confissões etc. Alguns moradores antigos de Sumaré se referem ao Padre Abel como o mais antigo padre de Sumaré, antes mesmo de 1889. Houve pelo menos dois padres com esse nome em Campinas nas últimas décadas do século XIX. Um deles se chamava Padre Abel Alves Barroso que foi coadjutor do 16º Vigário da Catedral entre 1884 e 1885. Dele quase nada sabemos. Outro Padre Abel, muito mais conhecido que o anterior, assinava A.C. Lacerda, isto é, Abel Camargo Lacerda. Jolumá Brito diz que Abel era seu apelido, pois seu nome correto era Antonio Manoel. Nascido em 1819 em Campinas, foi um personagem curioso esse Padre Abel. Depois de algumas peripécias interessantes, foi ser padre. Encontramo-lo vigário de Monte-Mor, Santa Bárbara e Limeira entre 1863-1869. Era muito bom latinista, boa pessoa, pelos lados de Salto Grande. Tinha escravos, mas os deixava soltos e não os castigava. Faleceu em 1902, em Campinas. Talvez tenha sido este último Padre Abel, com sua figura simpática, que andou por Rebouças antes de 1889 e que ficou na memória dos mais antigos moradores de Sumaré. Não se pode esquecer que Rebouças e Monte-Mor eram muito ligadas naquele tempo, como também, Campinas e Santa Bárbara, lugares que o Padre Abel devia conhecer e palmilhar com certa frequência. Os casamentos religiosos não eram feitos aqui, mas em Monte-Mor,
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alegre, amigo de todos. Conta-se que era muito rico e dono de uma fazenda
Campinas, ou raramente em alguma capela quando
“frieza dos seus paroquianos”.
autorizados pelo Bispo. No ano de 1909, temos a
A partir de 15 de maio de 1913, o Padre
notícia de uma Irmandade de Sant´Ana, no Bairro
Joaquim da Fonseca foi provisionado para o uso de
de Rebouças, cujo presidente era Antonio Rodrigues
ordens, passando a residir em Rebouças. O Padre
dos Santos, e que não durou mais que três meses. Foi
Fonseca – como era conhecido – também dava aulas
dissolvida “não por falta de espírito religioso, mas
particulares. Ele morava na casa de Antonio do Valle
sim por descuido dos nossos irmãos da Diretoria”,
e aí lecionava. José Lopes, um antigo morador de
esclarece o presidente. Na época havia também a
Sumaré, que foi aluno desse padre se lembra:
Irmandade das Almas do Purgatório, da qual não se
“Bastava esquecer qualquer lição que o Padre
tem notícia.
puxava a orelha da gente sem dó. Mas valeu a pena”,
Além do Padre Nery, outro que trabalhou em
diz José.
Rebouças foi o Padre Miguel Angelo Ronsini. Em
Nesse mesmo ano de 1913, certamente por
1910 ele foi nomeado capelão da Igreja de Rebouças,
sugestão do Bispo e, com a ajuda do povo, construiu-
por um ano, “para celebrar, pregar e confessar”,
se uma casa para o Padre e, em agosto de 1914, o
conforme se lê no Livro de Provisões de 1908-1911.
Padre Miguel Guilherme passou a residir na Casa
3
Em fevereiro, março e abril de 1913 começou a
Paroquial “recentemente construída”. Era um passo
haver missa aos domingos na capela de Rebouças,
para a criação da Paróquia. A casa paroquial ficava
com batizados, confissões etc. pelo Monsenhor
no Largo da Matriz, hoje Praça da República, ao lado
Francisco Garófalo. Em 25, 26 e 27 de julho foram
do atual Restaurante Makey (2014).
realizadas as Missões por ocasião da Festa da Padroeira Sant´Ana e para preparar espiritualmente o povo para a nova Paróquia. Mas o padre deixou Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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escrito no livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz que “pouco resultado conseguiu”, e se refere à
3
Provisão é um documento que antigamente a Igreja
usava para autorizar o exercício de certas funções e exercícios ministeriais. Ainda hoje ela usa esse documento, principalmente no desempenho da função ministerial.
Ao fundo, Igreja de Sant´Ana. (Acervo Pró-Memória)
A Criação da Paróquia Em 1914 Rebouças tinha 65 prédios e perto de 500 habitantes no núcleo urbano. Na zona rural, onde havia muitos sítios e grandes fazendas, a população era de 4 mil habitantes.Todo o território, que hoje abrange o município de Sumaré e Hortolândia, com seus 4.500 habitantes, fazia parte da paróquia de Sant´Ana. A economia do distrito baseava-se na produção de café (em crise, mas ainda lucrativa), algodão, cana-de-açúcar, arroz, milho e pecuária. Na cidade, havia armazéns de secos e molhados, açougue, lojas de tecidos, padaria, oficina de ferreiro, máquina de beneficiar arroz, café e algodão, serraria, pensões, pequenos hotéis e pequenas indústrias (de macarrão, cerveja, aguardente, sabão...). Era bastante expressiva a presença de imigrantes estrangeiros, em especial portugueses e italianos. Rebouças tinha 3 escolas primárias, cadeia pública, Juiz de Paz, Cartório de Registro Civil, farmácia, iluminação elétrica nas ruas, botequins, coreto, banda musical. Em outubro de 1913 foi inaugurado o prédio da Subprefeitura que acaba de festejar seu centenário e, é hoje, a sede da Associação PróMemória. Era bispo de Campinas Dom João Batista Correa Nery4 que conhecia
4
Dom Nery foi o primeiro bispo de Campinas. Foi um homem extraordinário, culto, cheio
de virtudes e de zelo apostólico. Reorganizou a vida religiosa em Campinas e deu exemplo de extrema dedicação ao próximo quando a cidade foi assolada pela epidemia de febre amarela, matando quase 2 mil pessoas.
Campinas lhe rendeu justa homenagem com estátua em praça
pública, nome de ruas e estabelecimentos, colocando-o entre os maiores nomes de sua terra. Sumaré ainda não pagou essa dívida.
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Rebouças e já trabalhara aqui. Era Vigário da Paróquia de Santa Cruz o
Bispo Dom João Batista Correa Nery Vista de Sumaré por volta de 1920. No primeiro plano em baixo, o Ribeirão Quilombo e as lavadeiras; no centro a Estação Ferroviária; à esquerda a Rua Sete e no alto à direita a Igreja. (Acervo Pró-Memória)
Cônego Otávio Chagas de Miranda, mais tarde bispo de Pouso Alegre. Em Roma, acabava de falecer o Papa Pio X (agosto), sendo logo substituído por Bento XV. Na Europa explodia a Primeira Guerra Mundial entre as potências européias (1914-1918). No dia 9 de outubro de 1914 saiu o Decreto da criação da Paróquia de Sant´Ana de Rebouças e no
róquia de Santa Cruz, do Padre Miguel Guilherme, deu-se a instalação solene da Paróquia de Rebouças, desmembrada desta, provida de paramentos e utensílios mais necessários e com um patrimônio constante de excelente casa paroquial” (Livro Tombo).
dia 11, domingo, deu-se sua instalação oficial.
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Vale a pena deixar a palavra ao Cônego Otávio Chagas de Miranda, que assim escreveu:
“No dia 11 de outubro, com a presença do Ex.mo Visitador Diocesano Mons. Joaquim Mamede5, do Vigário desta Pa-
O ponto alto da festa foi no domingo, dia 11. Na parte da manhã, alvorada pela banda musical “Recreativa Reboucense”; às 8 horas, missa com cânticos e primeira comunhão de 30 crianças. Às
biografia está em outro lugar deste livro. Como Rebouças era um bairro de Campinas, algumas biografias dele colocam seu 5
Dom Joaquim Mamede era natural de Rebouças. Sua
nascimento em Campinas.
10 horas, Mons. Mamede cantou missa solene
as melhores impressões dos festejos.
e ao Evangelho leu o decreto da criação da
A nova paróquia levava o nome de “Paróquia
paróquia, pronunciando em seguida um discurso de
de Santa Ana de Rebouças”, cujo titular era Nossa
congratulações, ao tempo em que dava posse ao
Senhora Sant´Ana6. Esse tratamento honroso,
novo vigário Padre Miguel Guilherme, que já tinha
comum no antigo devocionário católico, lembra que
sido pároco em Souzas.
Sant´Ana é a mãe de Maria e por isso leva, como a
Às 13 horas, inauguração da casa paroquial com
filha, o título de “Nossa Senhora”.
discurso do Cônego Otávio Chagas, que ofereceu o
Ao mesmo tempo em que se criava a nova
prédio ao bispado. Respondendo, o Senhor Visitador
Paróquia,
teve palavras de entusiasmo e carinho para com o
Guilherme, que já residia em Rebouças, de cuidar
povo de Rebouças, em especial, para a Comissão
dela “até última deliberação”. Esse sacerdote ficou
da Paróquia e para Antonio do Valle, que doara o
como vigário aqui até 1920. Foi o primeiro pároco de
terreno para a construção da casa paroquial.
Rebouças.
Observa
“O
Mensageiro”
que
para
era
encarregado
o
Padre
Miguel
a
construção da casa paroquial e para a fundação da Paróquia contribuíram Antonio do Valle, Antonio Jorge Chebabi, Albino de Souza Aranha, Antonio Joaquim de Souza, Miguel Rodrigues dos Santos,
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João Francisco Ramos, Atílio Foffano, Francisco
Raposeiro – que quando se escolhia o nome de um santo para
Noveletto e Antonio Basio (sic).
orago da capela de Rebouças, em 1889, Domingos Franklin
nova administração do crisma, depois procissão de Sant´Ana, bênção do Santíssimo e canto solene
Teixeira, descendente dos velhos Teixeira Nogueira e proprietário de terras nesta região, sugeriu o nome de São Domingos. Era comum os fazendeiros colocarem em suas fazendas o nome do seu santo protetor. Mas, o Padre Nery preferiu colocar a capela sob
do te-déum. As cerimônias decorreram com muita
a proteção de Sant´Ana, devoção tradicional no Brasil. Domingos
ordem e grande participação do povo, pois tratava-
se rendeu ao argumento do Padre e mais uma igreja ganhou o
se de acontecimento importante para Rebouças.
nome da mãe de Maria.
As músicas sacras ficaram por conta de um coral
de Campinas, sob a direção do maestro João
ordenado sacerdote em 1886 e esteve em Rebouças várias vezes,
Brandemburgo, que executou músicas excelentes, contribuindo para o realce da festa. Às 20 horas Dom Mamede e comitiva regressaram a Campinas em trem especial, levando
É certo que o Padre Nery foi
como atestam antigos moradores. Ora, é claro que o diálogo entre o padre e Domingos só pode ter acontecido entre 1886 e 1889, numa de suas vindas a Rebouças, não antes. Este é mais um argumento a favor da construção da capela em 1889 e não em 1868. Dom Neri nasceu em 1863, e em 1868 tinha apenas 5 anos!
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Após a inauguração da casa paroquial houve
Conta uma antiga moradora de Sumaré – Dona Mariquinha
Manuscrito do Decreto da Criação da Paróquia de Sant´Ana (Transcrição ao lado)
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Decreto da Criação da Paróquia de Sant´Ana em Rebouças
(Transcrito do Livro de Provisões da Cúria Diocesana de Campinas, de 1911-1914, p. 96-99 e respeitada a grafia do texto manuscrito original)
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Campinas, 9 de outubro de 1914 Decreto criando a parochia de Santa Anna de Rebouças Dom João Baptista Corrêa Nery, por mercê de Deus, Bispo de Campinas, Conde Romano, Prelado Domestico de S.S. e Assistente ao Solio Pontificio. Aos que o presente decreto virem saudação, paz e bênçam no Senhor. Fazemos saber que, atendendo à representação que nos fez o Revmo Conego Octavio Chagas de Miranda, Vigario da Parochia de Santa Cruz de Campinas e ao maior bem das almas, depois de termos ouvido o Revmo Cabido Diocesano, usando da nossa jurisdição ordinaria diocesana e, em caso de necessidade da que nos é delegada pelo S. Concilio Tridentino (Sessão XXI, Cap. IX De Reform) Havemos por bem separar, dividir e desmembrar da parochia de Santa Cruz de Campinas, o territorio que em seguida vai indicado e nelle constituir nova parochia que se denominará de Santa Anna de Rebouças elevando a actual Capella de Sant´Anna à cathegoria de Matriz e o território que comprehende essa filial à cathegoria de Parochia. .A nova parochia de Santa Anna de Rebouças terá os mesmos limites dos distritos de paz de Rebouças, a saber: Parte da linha divisoria do municipio de Monte-Mor no ponto de intersecção com a estrada pública que vai de Monte Mor a Campinas passando pela Boa Vista, estrada esta denominada de Terra Preta e segue pela mesma estrada até a linha ferrea Paulista, procurando um pequeno curso d´agua para o lado dos Amarais e desce por este até o tanque denominado do “Mariano” continuando pela mesma agua, até encontrar o Ribeirão do Quilombo e por este abaixo até a fazenda do Santiago na confluencia do corrego que vem da fazenda Deserto, à margem direita; d´ahi segue em rumo na direção do ponto de passagem da estrada publica de Limeira, no Rio Atibaia, até à divisa do districto de paz de Villa Americana na fazenda Saltinho, continuando pelas divisas actuais com Vila Americana, Santa Bárbara e Monte-Mor, até o ponto de partida na estrada da Terra Preta. Terá a parochia assim constituida como titular Nossa Senhora Sant´Anna, cuja festa se há de celebrar annualmente com pompa e religioso esplendor. Submetemos à jurisdição e cuidado espiritual do Vigario que para ella for nomeado e aos que canonicamente lhe sucederem no Cargo, os habitantes do territorio aos quais mandamos que tanto para o Revmo Vigario, como para a Fabrica da Egreja contribuam religiosamente com os emolumentos, oblações e benesses que respectivamente lhes sejam devidas, por estatutos e leis desta nossa diocese. Concedemos também à Egreja de Santa Anna, que servirá de Matriz da nova parochia pleno direito e faculdade para ter tabernaculo em que se conservará o Augusto Sacramento da Eucharistia, com o necessario ornato e decencia e com a lampada acesa, de dia e de noite, bem como a faculdade para alli se estabelecer o Baptisterio e Pia Baptismal, para ter os livros de Tombo, de Registro de Baptismos, Casamentos, Obitos etc. e todos mais direitos, honras e distinções de uma igreja parochial. Dando, portanto, por erigida e constituída em nossa Diocese a nova parochia acima descripta, o Revmo Secretario do Bispado, depois de sellar e transcrever este Decreto no livro competente de nossa Camara Ecclesiastica, o fará publicar na integra no orgam official da Diocese e o remeta ao Revmo Vigario de Rebouças para que seja lido à estação da missa de um dia festivo, do que passará certidão no verso deste Decreto que também integralmente será transcripto no1º Livro Tombo da nova parochia de Rebouças. Mandamos também que officie aos Revmos Vigários das parochias limitrofes comunicando o objeto principal deste Decreto e arquive os documentos a que o mesmo se refere. Dado e passado na Camara Ecclesiastica de Campinas sob nosso signal e sello de nossas armas aos nove de outubro de mil novecentos e quatorze. E eu Mons. Manoel Ribas d`Avila, Secretario Geral do Bispado o escrevi. Ass. + Dom João Baptista Nery, Bispo Diocesano.
Os Primeiros Tempos da Paróquia São escassos os dados sobre os primeiros 24 anos de vida religiosa da Paróquia de Sant´Ana. A principal fonte histórica seria o Livro Tombo da Paróquia que, por razões desconhecidas, não se encontra no Arquivo da Cúria Metropolitana de Campinas. Talvez tenha sido perdido ou até mesmo destruído em algum incêndio. Resta a esperança de que um dia apareça essa preciosa relíquia, se é que ainda existe. Sabe-se, por outras fontes, que, em 1915, a pedido dos paroquianos do Bairro dos Amarais e vizinhanças, foram modificados os limites da Paróquia de Rebouças. Era muito difícil para essas pessoas frequentarem a Matriz de Sant´Ana, estando tão perto da Matriz do Carmo. Por isso tornaram-se paroquianos do Carmo. Mas, consta que em 1922 os antigos limites voltaram a vigorar. Consta ainda, que em 1919, o já, então, Cônego Miguel Guilherme recebeu provisão para benzer uma capela da família Gazzeta, situada no
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cemitério, que foi construída mais tarde. No ano seguinte, consta também a
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Cemitério de Rebouças e que ainda existe. Não se trata da capela atual do provisão para ele celebrar missa na capela de Santo Antonio, em Rebouças, e no Núcleo Colonial Nova Veneza. Provavelmente trata-se da capela de Nossa Senhora do Rosário, construída pela família Dall´Orto, em 1917, bem próximo à rodovia Anhanguera. Em 1916, a Sociedade Recreativa Musical Reboucense conseguiu da Câmara Municipal de Campinas 300.00 (trezentos mil réis) para construir um coreto no largo da Matriz. Logo ficou pronto e nele a banda alegrava a praça aos sábados, domingos e nas festas da igreja. O leilão era feito no coreto. Compulsando o Relatório publicado pela Diocese de Campinas verificase que o movimento religioso de Rebouças era bom. Em 1915, houve na
Paróquia 35 batizados, 4 casamentos, 20 primeiras
Todos esses batizados foram realizados pelo Pro-Vigário Padre Miguel de Guilherme (é como ele
A título de curiosidade, vejam-se aqui os nomes
assinava seu nome), no mês de outubro de 1914. No
dos primeiros batizados, dos primeiros casamentos
mês de dezembro foram batizadas crianças muito
na Paróquia e dos primeiros encomendados.
conhecidas na história de Sumaré: Francisco, filho
As
primeiras
crianças
batizadas
foram
(respeitada a grafia original):
de Manuel Miranda e Jose (sic) Miranda, tendo como padrinhos José Maria Miranda e Maria Piedade
Ataliba, filho de Jacob Hoffmann Filho e
Miranda; Eulina, filha de Antonio do Valle Sobrinho
Francisca de Paula Mendes. Padrinhos: João
e Elvira Biancalana do Valle, cujos padrinhos foram
Gonçalves Dias e Ana Barbosa.
Francisco Biancalana e Thereza Buschianeli; e
Amelia, filha de Manoel Francisco de Camargo
o último batizado do ano, de Durvalina, filha de
e Juventina Francisco de Jesus. Padrinhos: Frederico
Antonio Vasconcellos e Emília Vasconcellos tendo
Argentão e Maria Gavioli.
como padrinhos Manoel de Vasconcellos e Carlota
Francisco, filho de João Pucci e Magdalena
Vasconcellos.
Lopes. Padrinhos: Jozia de Souza e Ameliça Queiroça.
Os primeiros casamentos realizados na
João, filho de José Ignácio da Silva e Gertrude
Paróquia foram de João Baptista e Anna Maria. Ele
Maria da Silva, sendo padrinhos: Atilio Foffano e
era filho de Pedro Baptista e Jovina Sposito e ela era
Antonia Foffano.
filha de Gabriel de Campos Oliveira e Maria Angelina
Vitalina, filha de José Portela Dias e Roza
das Dores.Já eram casados no civil e casaram-se com
Navarro Dias, tendo como padrinhos Francisco Peres
dispensa de proclamas. Seus padrinhos foram José
e Maraia Carnaccini.
Mancini e Francisco Noveletto.
Fioravante, filho de José Mancini e Marian Alpina, sendo padrinhos José Noveletto e Antonia
Mais alguns casamentos: João Costa e Cecília Maria. Os pais dele eram João Costa e Maria Costa,
Mancini.
e os dela eram Benedito Reauyyal (?), não constando
Eduardo, filho de Olivio Costa de Oliveira e
o nome da mãe. Já eram também casados no civil e
Durcinda Maria de Jesus e sendo padrinhos Eduardo
foram dispensados dos proclamas. Ele com 50 anos
Galvão e Maria do Carmo Galvão.
e ela com 45.
Maria Aparecida, filha de Joaquim Antonio e
Joaquim e Verdulina Baptista. Ele era filho de
Antonia da Silva, sendo padrinhos Francico Manoel
Manoel do Valle e Maria do Carmo Camargo e ela era
de Souza e Maria Francisca.
filha de Manoel Antonio de Pinho e Maria Baptista
João, filho de Cesar Geraldelli e Theresa Gaviota, sendo padrinhos Alexandre Bufferá e Josepha Geraldelli.
de Pinho. Os padrinhos foram Luiz Duardo (sic) e Antonio do Valle.
João e Amélia: ele filho de José Marques
29 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
comunhões e havia 38 crianças no catecismo.
e Josepha de Jesus. Ela filha de João Fructuoso e Maria do Valle Mello, sendo padrinhos Francisco do Valle Mello e Antonio do Valle Mello.
Carlos e Ida: ele filho de César Biondo e Maria Busado Biondo e ela filha de Eugênio Coltro e Ana Faiella (de Monte Mor). Foram padrinhos Mariano Frasqueti e Angelo Padula. Os primeiros óbitos registrados na Paróquia só o foram a partir de 1921. O primeiro Vigário não registrou os nomes dos mortos encomendados na Paróquia. Os primeiros óbitos lançados no Livro são de Maria Rita, filha de Adolfo Caetano Andrade e Cândida Machado do Amaral; Antonio, filho de Pedro Rodrigues dos Santos e Maria Pereira dos Santos;
José filho de Ucílio Matioli e Barbarina Bortolacci; Gabriela, filha de Felipe Cantoso e Maria Francisca de Moraes; Marcelino, filho de pais desconhecidos; Ana Maria, filha de Hermenegildo Gigo e Theresa Petroni(sic); Santo, filho de João Noveletto e Angela Noveletto; Antonio, filho de João Secon e Joana Basso.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
30
Maria de Lourdes Raposeiro, demais não identificados - 1º Comunhão-dec.1930
A s A ssociações Religiosas e a festa da Padroeira Em janeiro de 1915, o Secretário Geral do bispado pediu ao padre Miguel Guilherme que criasse na Paróquia a Irmandade de São Benedito. Não se sabe se ela foi criada ou não. Em novembro de 1917 o Padre Miguel Guilherme pediu licença ao bispo para fundar na Paróquia a Irmandade das Almas do Purgatório. O bispo auxiliar Dom Joaquim Mamede parece não ter gostado da idéia, e respondeu: “Não permitiremos fundação de Irmandade a não ser a do Apostolado da Oração. O Revmo Pe. Vigário trabalhará para fundar o Apostolado da Oração e não pensará em outras irmandades, a não ser também na Liga de São José”. O Apostolado da Oração era uma associação que existia no Brasil desde meados do século XIX, existe até hoje em muitas paróquias brasileiras, objetivo da Irmandade é rezar, evangelizar e integrar oração e vida. No Relatório da Diocese de Campinas, de 1921, aparecem também a Liga de São José, a Associação da Doutrina Cristã e o Apostolado da Oração. Dessas duas últimas associações era presidenta Cândida Rodrigues. Na época, a Igreja incentivava a criação de associações religiosas; elas serviam de sustentação da vida cristã na Paróquia. Cada associação tinha um objetivo específico: uma era voltada para o culto da oração, outra para a devoção ao Santíssimo Sacramento ou à Nossa Senhora; outra para o estudo da Doutrina Cristã, e assim por diante. Tinham normas rígidas e exigiam dos
31
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
e foi trazida pelos jesuítas. Tem milhões de membros em todo o mundo. O
seus membros determinados compromissos, além de terem uma organização regimental interna como qualquer entidade social. Outra associação, era a Pia União das Filhas de Maria composta de moças, muito antiga na Igreja, desde a Idade Média, depois incentivada por Pio IX. As meninas eram admitidas na associação, a partir dos 16 anos. Usavam vestido e véu brancos, fita verde no pescoço com uma medalha de N.S. das Graças. Depois de um certo tempo de aspirantado, eram admitidas como efetivas e passavam a usar fita azul no pescoço e faixa na cintura. Rezavam o ofício de Nossa Senhora, faziam retiro espiritual, incentivavam a devoção à Virgem e ajudavam as crianças na Igreja. Quando se casavam, deixavam a associação e ingressavam em outra.
A festa da Padroeira Não havia muitas festas antigamente em
32
Rebouças. Mas, as poucas que havia eram muito
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Coreto na Praça da Matriz construído em 1916 (Acervo Pró-Memória)
boas, principalmente a festa de Sant´Ana. Vinha gente de toda a redondeza, a pé, a cavalo, de carroça, carro-de-boi, trole, cabriolé, trem... A população de Rebouças quase dobrava. Distâncias de cinco, seis ou dez quilômetros não desanimavam ninguém de ir à missa ou às festas religiosas. Os que vinham do sítio, a pé, tiravam os sapatos e só os calçavam ao chegar à cidade. Lavavam os pés, em alguma casa, arrumavam-se e iam à igreja. Festa era dia de roupa nova, chapéu novo, sapato novo. Andores, Festa de Sant´Ana. (sem data)
Os Novos Vigários a par tir de 1920 Em fevereiro de 1920, falecia o bispo de Campinas D. João Nery e logo, em julho, era nomeado para substituí-lo outro campineiro, D. Francisco de Campos Barreto, cuja posse foi em novembro. Nesse mesmo mês, o Padre Guilherme deixava a Paróquia de Rebouças, sendo substituído pelo Padre
Antonio Maria Vieira. No seu tempo, foram restituídos os antigos limites da Paróquia de Sant´Ana, agregando-se, novamente, a ela os bairros do Matão e dos Amarais. Logo que tomou posse, a 31 de dezembro de 1920, o Padre Vieira pediu e obteve do Bispo a autorização para reformas na Matriz. Não consta que elas tenham sido feitas, embora antigos moradores de Sumaré mencionem reformas da igreja, em várias épocas. O padre pediu também autorização para completar a escrituração dos livros de batizados, casamentos e Fábrica7 que seu antecessor deixara incompleto8.
7
Livro Fábrica era onde se lançavam os bens e os rendimentos da paróquia.
8
Como o Padre Vieira não se refere ao Livro Tombo, é provável que esse livro estivesse
em dia. Se não estivesse em dia, ou se ele não o tivesse encontrado, o novo Vigário teria disso se queixado. Parece então razoável supor que o primeiro Livro Tombo da Paróquia de Sant´Ana de fato existiu, embora se desconheça seu paradeiro.
33 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Pelo Relatório da Diocese de Campinas de 1921, fica-se sabendo que
Rebouças tinha, nessa época,
setembro. Nesse período, a Paróquia de Sant´Ana
4.687 habitantes. Essa era a
foi anexada à Paróquia de Americana. Aqui deram
população de todo o distrito,
assistência religiosa os Padres Miguel Andery e
não apenas da área central. O
Victor Randuá. Este último era vigário de Americana
certo, porém, é que a população
e foi “encarregado” da Paróquia de Sant´Ana, não
aumentava
podendo ser contado entre os seus vigários.
religioso
e
o
também.
movimento Segundo
o Relatório citado, Rebouças
O quarto vigário de Rebouças foi o Padre
teve nesse ano 65 primeiras
Epiphanio Estevam que assumiu a paróquia em
comunhões e 186 batizados.
outubro de 1924 e também aqui permaneceu pouco tempo. Um ano depois, em setembro de 1925, foi
Padre Epiphanio Estevam. (sem data)
Em janeiro de 1923, tomou
nomeado vigário de Monte Mor. Essa frequente troca
posse da paróquia o Padre José
de padres não era boa para a Paróquia, como se pode
Murillo, que era coadjutor da
imaginar. Os próprios relatórios da Diocese nada
igreja do Carmo. O Padre Antonio
publicaram de Rebouças em 1924/1925 e o número
Vieira foi nomeado pároco de
de batizados e casamentos caiu muito. A impressão
Valinhos. Pouco mais de um ano
que se tem é que a vida religiosa da paróquia caiu
paroquiou, em Rebouças, o Padre Murillo. Criou a
bastante.
Legião da Boa Imprensa, cuja primeira presidenta foi Brasília Almeida de Carvalho.
Desde setembro de 1925, o novo Vigário de Rebouças foi o Padre Estanislau Mosciaro. Este
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
34
No relatório da Diocese consta que, em 1924,
padre italiano ficou quase nove anos como vigário,
havia na Paróquia de Rebouças, quatro capelas: a
mas se ausentou de Rebouças por várias vezes e
de São Luiz, no Núcleo Colonial Nova Veneza, a de
longos períodos: a primeira vez, por seis meses,
Santo Antonio (particular), a do Cemitério Municipal
a segunda, por onze e a terceira, por cinco meses.
(particular) e a de Nossa Senhora do Rosário, em
Em sua ausência quem ajudava na paróquia eram
Nova Veneza, à margem da Via Anhanguera. A de
os padres de Campinas. De junho de 1930 a maio
Santo Antonio ficava no Bairro do Cruzeiro, na
de 1931, na segunda ausência do Padre Mosciaro, a
Fazenda de Laurindo Caetano. A capela do Cemitério
Paróquia foi anexada ao Curato da Catedral. Nesse
era da Família Gazzeta e existe até hoje.
Em maio de 1924, o Padre Murillo era nomeado vigário de Monte-Mor. Rebouças ficou sem padre até
período quem respondeu por Rebouças foi o Cônego João Sebastião Loschi. Ajudaram-no o Padre Manoel
Assinando está o Padre Epiphanio Estevam. (sem data)
Simões Lima e o Padre Francisco Marcondes9. Foi no tempo do Padre Mosciaro, precisamente em 1927, que a Matriz recebeu algumas reformas, quando o seu campanário foi substituído pela torre, dando-lhe mais imponência. A igreja recebeu também nova pintura e instalações elétricas mais modernas.
9
Nesse tempo, o bairro de Jacuba (atual Hortolândia) pertencia à Paróquia de Sant´Ana.
Ficou muito conhecida então a “Santinha de Jacuba”, que mereceu reportagens de vários jornais, como Correio Popular de Campinas, Folha da Manhã, Folha da Noite, o Estado de S. Paulo e até de um jornal carioca. Tratava-se da menina Maria Apolônia, que dizia ver Nossa Senhora e conversar com ela. Multidões de pessoas das cidades mais distantes vinham em busca de milagres. Alegando que essas manifestações populares eram contrárias à moral e aos bons costumes, as autoridades policiais de Campinas, a mando do Juiz de Menores apreenderam a menina, que ficou reclusa por seis meses no Patronato São Francisco, em Campinas. O pai da menina chegou a perder o pátrio poder. Não se tem notícia da intervenção da Igreja nesse episódio, e nada consta nos documentos da Paróquia de Sant´Ana, nem nos arquivos da Cúria Metropolitana.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Ao centro, o coreto em frente à Matriz e à direita barraca construída em 1937 para quermesse. (Acervo Pró-Memória)
De maio de 1931 a fevereiro de 1934, o Padre Mosciaro voltou a exercer o paroquiato, mas, em
fazia sentido, pois o orago da capela de Jacuba foi o santo de Assis durante muitos anos seguidos.
fevereiro, afastou-se novamente e a Paróquia foi outra vez anexada à Catedral, até junho. Desta data,
Logo depois da posse do Padre Bernat foi
até abril de 1935, Rebouças ficou sem vigário. Quem
constituída uma Comissão para providenciar a
aqui trabalhou, nesse período, foi o Padre Francisco
“reconstrução da Igreja Matriz de Rebouças”,
Marotta Schettini, que foi designado para vice-
composta das seguintes pessoas: Sebastião Perrot
pároco, o que não lhe confere no direito de estar
Luchini (Presidente), Ignacio de Carvalho (Vice-
entre nos párocos de Sant´Ana.
Presidente), Vitório Pansan (Tesoureiro) e Libório Pires de Almeida (Secretário). Nada mais consta nos
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
36
Em 14 de Abril de 1935, tomou posse o novo
documentos sobre essa Comissão. O pouco tempo
Vigário de Rebouças. Era o Padre Manoel Guinot
à frente da Paróquia tornou impossível uma obra
Bernat, o sexto Vigário na linha sucessória. Esse
desse porte. Sabe-se que a Matriz só foi reconstruída
sacerdote ficou apenas sete meses
quinze anos depois. Mas, fica o registro e a prova de
à frente da
Paróquia. Deixou Rebouças em novembro, quando
que a idéia de uma igreja maior era bem antiga.
mais uma vez os católicos de Rebouças ficaram sob os cuidados dos padres da Catedral.
Após três meses sem Vigário, isto é, em março de 1936, foi nomeado para Rebouças o Padre Manoel
Vale registrar que, em 1935, saiu uma Provisão
Soares Pinheiro. Foi o que menos tempo ficou à frente
da Cúria aprovando os Estatutos da Irmandade
da Paróquia: apenas cinco meses. Em julho ele se
São Francisco de Assis, em Jacuba, que pertencia à
despedia dos reboucenses.
Paróquia de Sant´Ana. A devoção a São Francisco
Nova Fase da História da Paróquia A partir de julho de 1936, temos informações amplas e preciosas sobre a vida da Paróquia. É que nessa data tomou posse o Padre Thiers Pelicce
Licio. Como vigário, ele começou o novo Livro Tombo da Paróquia, onde assim se expressa:
“Após quase vinte e quatro anos de paróquia... agora somente iniciamos o novo Livro Tombo da Paróquia, onde, com clareza, particularidade e precisão se vão lavrando aqueles mesmos acontecimentos e fatos...” 10. As associações religiosas, como já vimos, existiam na paróquia desde o início. Elas eram muito fortes e organizadas e duraram décadas. O Apostolado da oração, a Congregação Mariana, as Filhas de Maria, a Cruzada Eucarística e a Liga de São José duraram muitos anos e aos poucos foram Filhas de Maria, a Congregação Mariana, a Obra das Vocações, a Cruzada Eucarística, a Doutrina Cristã, a Legião de Maria (presidium) e os Irmãos do Santíssimo.
10
Como já notamos, não foi encontrado o primeiro Livro Tombo da Paróquia. O que até aqui
se relatou foi tentativa de preencher essa lacuna, socorrendo-nos de outras fontes, quase sempre isoladas e incompletas.
37 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
desaparecendo, após o Vaticano II. Em 1960, ainda havia a Pia União das
Parece que a atividade religiosa foi intensa no tempo do Padre Thiers. Aumentou o número de casamentos, confissões, comunhões, tríduos, novenas, retiros espirituais, festas, catecismo às crianças etc. Foi também, por volta de 1937, feita
a
ampliação do pátio da Igreja e a construção de uma barraca com telhado, por Manoel de Vasconcellos, Padre Thiers Pelicce Licio (Acervo Pró-Memória)
para leilões e “kermesses”, como se escrevia na época. Essa barraca, durante muitos anos, fez parte da praça da Igreja e pode ser vista em fotos antigas.
A “Pia União das Filhas de Maria”, para as
A parte interna da Matriz foi decorada pelo pintor
moças, e a “Congregação Mariana” para os moços,
Antonio Dedona e suas janelas foram pintadas. O
eram muito fortes e organizadas nesse tempo. Os
altar de mármore de Nossa Senhora ficou pronto.
católicos mais antigos de Sumaré ainda se lembram Em Jacuba foi feita a reforma da capela de São
delas com entusiasmo.
Francisco (julho de 1937) e na Matriz de Sant´Ana foi
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Havia, também, a Conferência de São Vicente,
refeita a instalação elétrica e também uma reforma
que não era propriamente uma associação religiosa,
na Casa Paroquial (outubro de 1938). Esta ficava
mas um grupo de paroquianos
onde hoje é o prédio nº 236 da Praça da República.
que cuidava,
especialmente, dos pobres, num trabalho muito bem estruturado de visita e ajuda aos mais carentes.
O Padre Thiers era ativo e dinâmico, mas
Ela foi fundada em 1937, tinha dez confrades e
depois de quase cinco anos de luta, estava cansado.
nove famílias assistidas. Até 1947 encontram-se
Lamentava-se da indiferença dos paroquianos
referências sobre a atividade dos vicentinos, quando
e parecia sentir o peso do trabalho à frente de
havia apenas quatro confrades. Provavelmente,
Rebouças. Prova disso é que, em abril de 1940,
a Conferência deixou de existir, só voltando a se
passou a residir em Campinas, vindo para Sumaré
organizar em 1980, no tempo do Padre Ângelo
só aos sábados, domingos e dias santos, ou quando
Marighetto. E persiste até o presente.
fosse necessário. Finalmente, em janeiro de 1941, ele foi designado para Posse de Ressaca. Escreveu no Livro Tombo:
“Continuamos aquela vidinha de trabalhos paroquiais sentindo ainda bem de perto o espírito frio e indiferente desta localidade, principalmente entre os homens... nesse terreno duro de se plantar”. O lamento do padre talvez se possa explicar: a troca contínua de padres que o precederam. O padre Epiphânio, por exemplo, tinha ficado só um ano e meio à frente da paróquia, o padre Mosciaro ficou 9 anos, mas ausentou-se três vezes por longos
Padre Cristovam Porphirio (Acervo Pró-Memória)
períodos, o padre Bernat ficou apenas 7 meses e o padre Manoel Soares que o precedeu ficou quatro
“Isso deveu-se à negligência dos pais”.
meses. Essas mudanças constantes com certeza atrapalhavam a vida da paróquia e não propiciavam eficaz. No mesmo mês de janeiro de 1941, tomou posse o novo Vigário Padre Cristovam Porphirio de
Almeida Machado. Pouco consta dos dois anos que ele ficou aqui. Segundo testemunho de uma antiga moradora, Padre Cristovam era muito bravo e, às vezes, áspero com o povo. Quando algum membro das irmandades faltava às reuniões, missas ou rezas várias vezes, ele convidava o povo para o enterro do faltoso. Dizia que, se faltava tanto, é porque tinha morrido. Por outro lado havia os que gostavam dele e o admiravam pela sua rigidez e austeridade. Em julho de 1942, na festa da Padroeira, só 23 crianças fizeram a primeira comunhão. O padre registrou:
A vida paroquial continuava sustentada pelas associações religiosas e irmandades. No seu paroquiato faleceu D. Francisco Barreto, bispo diocesano (22 de agosto de 1941), sendo substituído por D. Paulo de Tarso Campos, em primeiro de março de 1942.
39 Em 11 de janeiro de 1943, a Paróquia foi novamente anexada à Freguesia de Americana, onde era vigário o Padre Epiphanio Estevam, já conhecido dos reboucenses. Nesse ano, Rebouças ficou sem pároco, mas durante todo o ano de 1943 o Padre Epiphanio deu atendimento aqui, ajudado por um padre estigmatino de Nova Odessa e por alguns padres de Campinas, como o Padre Loschi, o Padre Albejante, o Padre Hilário e outros.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
o desenvolvimento de um trabalho continuado e
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Padre José Giordano Na véspera de Natal de 1943, tomou posse o novo Pároco da Freguezia de Sant´Ana: Padre
José Giordano. Esteve à frente da Paróquia por dez anos e oito meses. Foi no seu tempo que a velha Rebouças passou a se chamar Sumaré (01/01/1945), em homenagem à bela orquídea, outrora comum, nas matas da redondeza.
Segundo o Padre José, a igreja, a casa paroquial e o barracão (sede da Congregação Mariana) se achavam em situação precária, mas o povo é simples e bom. Durante os anos em que esteve como vigário, o movimento religioso era muito bom e o povo “crescia pela fé e boa vontade”, escreveu ele no Livro Tombo.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Em julho de 1947, foi feita, ainda na Matriz velha, a ereção canônica da Via Sacra, pelo padre franciscano Frei Antonio Shaefer. Os quadros foram doados por duas piedosas senhoras da paróquia. Vários paroquianos estiveram presentes à Semana da Ação Católica organizada em Campinas pela Diocese (junho de 1947) e no Congresso de Campinas (setembro de 1946). Era papa o Cardeal Eugênio Pacelli, com o nome de Pio XII, era presidente da República o General Eurico Gaspar Dutra, era governador do Estado de São Paulo Adhemar de Barros, e era bispo de Campinas Dom Paulo de Tarso Campos.
Na gestão do Padre Giordano foi criada a paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Nova Odessa, (agosto de 1948) com território desmembrado da Paróquia de Santo Antonio de Americana e de Sant´Ana de Sumaré. Nas realizações materiais, a ênfase foi grande nesse período: reformou-se a casa paroquial, compraram-se vários objetos do culto, deu-se início à construção da nova Matriz. Em 6 de abril de 1947, foi lançada a pedra fundamental, cuja planta era de autoria de Benedito Calixto de Jesus Neto, o mesmo que projetou a Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Em 5 de maio, do ano seguinte iniciavase a sua construção sob a responsabilidade do
Pe. José Giordano, Armando Togneta e demais não identificados.
engenheiro Dr. Eduardo Edargê Badaró. A nova igreja foi construída na Praça Treze de maio, propriedade de Atílio Foffano e por ele doada à Igreja com data de 29 de abril de 1948. Em 1949 foi demolida a
Santinho da Festa de Sant´Ana em 1944 (Acervo Pró-Memória)
antiga Matriz. Ainda por terminar, foi inaugurada a Matriz a 19 de março de 1950. Mas, segundo testemunho de uma antiga moradora, a primeira missa na Matriz oficial foi em meio a ruidosa festa, com a presença do Prefeito Municipal de Campinas Miguel Vicente Cury, do Bispo Diocesano D. Paulo de Tarso Campos, de vários padres e
outras autoridades. No átrio
(entrada ) da igreja foi colocada uma placa de bronze em homenagem ao Padre Giordano. Em 1951 prosseguiram as obras da Matriz, sendo feita a concretagem do forro, a alvenaria da torre, o reparo do telhado danificado por um temporal.
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nova foi em 24 de dezembro de 1949. A inauguração
1954 a abril de 1955. Aos sábados e domingos vinha de Americana o Cônego Nazareno Magi para missas, confissões, casamentos etc. Coisas estranhas aconteceram nesse período, segundo depoimento do Cônego Magi: muitos membros das associações religiosas da Paróquia – mais de cem – pediram demissão sem alegar motivo algum. Mas a explicação era simples: a entrada do Padre José na política dividira a população, que transferiu as preferências partidárias para o âmbito religioso. Na Santinho comemorativo da inauguração da Matriz (Acervo Pró-Memória)
Câmara Municipal havia os vereadores que apoiavam o prefeito e os da oposição. Os apoiadores do
No ano seguinte, mês de julho, foi inaugurada a
prefeito eram chamados de “a turminha do padre”.
imagem de Cristo na Praça da Igreja, no mesmo lugar
Essa situação era o reflexo do que acontecia na
onde existia a antiga Matriz e o antigo cemitério,
cidade. Um jornal local escreveu:
desativado em 1900. Foi doação dos irmãos Cia.
“A cidade ficou dividida ao meio com duas correntes políticas disputando a preferência do eleitorado. Os grupos formavam-se aqui e ali, cada qual com seu banheiro, com seu armazém, com sua farmácia, e assim por diante. A paixão política era tão grande que até parentes chegaram ao ponto de romper relações”. 11
Lamentável incidente ocorreu em setembro de 1953, quando um incêndio na sacristia queimou as alfaias e objetos de culto. Muitas pessoas correram para apagar o fogo com baldes de água e outras vasilhas. Nesse ano, também realizou-se o plebiscito (novembro de 1953) quando Sumaré se Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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emancipou,politicamente, de Campinas. Na campanha política para a eleição do primeiro prefeito de Sumaré, um dos candidatos era o Padre José Giordano. Era o ano de 1954. Sendo difícil conciliar campanha política com trabalho pastoral, D. Paulo achou por bem exonerar o Padre
Por causa disso, várias famílias deixaram a religião católica e tornaram-se evangélicas.
José do cargo de Vigário, em agosto. Ele foi eleito o primeiro prefeito de Sumaré e tomou posse no dia 1º de janeiro de 1955. A Paróquia ficou sem Vigário de agosto de 11
Tribuna da Cidade, 01/10/1963
Esboço arquitetônico da Igreja Matriz feito pelo arquiteto Benedito Calixto. (Acervo Pró-Memória)
Igreja Matriz de Sant´Ana recém-construída (1950) (Acervo Pró-Memória)
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Igreja Matriz de Sant´Ana em construção. (Acervo Pró-Memória)
Padre Carlos Augusto Malho Houve claro recesso na vida religiosa da comunidade católica, que não duraria muito. Em maio de 1955, Sumaré tinha novo Vigário na pessoa do Padre Carlos Augusto Gomes Malho. Porém, antes mesmo de sua posse, o Padre recebia telegramas anônimos de protesto contra sua nomeação, e até ameaças. Algumas pessoas tentavam semear discórdia jogando o padre Carlos contra o prefeito. O novo pároco iniciou os trabalhos com coragem e prudência, mas enfrentou enormes dificuldades: a Matriz inacabada, o salão paroquial abandonado, a Casa Paroquial em situação precária. Além disso, as associações religiosas acéfalas, as crianças sem catecismo por falta de catequistas, a vida eucarística diminuída. Na visita pastoral realizada por D. Paulo em abril de 1956, o Bispo deixou lavrado no
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livro do Tombo um elogio ao Padre Carlos, que assumiu “os pesados encargos da paróquia em fase de lamentável indisciplina”. Aos poucos a Paróquia foi se reorganizando: novas diretorias das associações foram eleitas, incentivou-se a participação de todos na Igreja, foram dados cursos de formação religiosa para os marianos, os jovens começaram a frequentar mais a sede paroquial, rezava-se o terço e lia-se o Evangelho nas casas, as crianças frequentavam a Cruzada Eucarística, foram organizadas romarias à Aparecida do Norte. É digno de registro outro fato acontecido por essa época. No dia 13 de janeiro de 1957, na quermesse que preparava a festa de São Sebastião,
Anúncio da Corrida Ciclística de Sant´Ana (1957)
Marianos no tempo do Padre Carlos Malho
Inauguração Estação Rodoviária República - (Acervo Pró-Memória)
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um soldado armado de revólver, atirou no Prefeito Padre José Giordano, ferindo-o sem gravidade. Houve tumulto, corre-corre, e alguns mais exaltados foram à cadeia para linchar o soldado, mas nada de mais grave aconteceu. O prefeito logo voltou às atividades normais e o soldado foi, posteriormente, julgado e absolvido. Ainda nesse ano, foram retomadas as obras da Matriz, e em Nova Veneza foi lançada a pedra fundamental para a construção da capela de Nossa Senhora do Rosário, por iniciativa da Família Dall´Orto, em substituição à antiga capelinha que ficava perto da Via Anhanguera. Em 1958, três fatos merecem destaque na história da paróquia: a Diocese de Campinas passou a ser Arquidiocese (julho), faleceu em Roma o Papa Pio XII e foi eleito João XXIII (outubro). Nesse ano, inaugurou-se também o relógio da Matriz, na véspera do Natal, às 23:45h.. Por essa época (1959-1960), são criados na Paróquia o Curso de Noivos, que era chamado de Curso de Orientação para o Casamento e o Curso de Preparação para o Crisma; organiza-se a Semana Bíblico-Mariana com palestras e debates; difunde-se o costume da Entronização do Sagrado Coração de Jesus nos lares; funda-se a Legião de Maria, realizam-se as Festas da Juventude, muito concorridas, e as Missas dos Esportistas, que enchiam a igreja. Foi nessa época também (1958) que se criou o Instituto Assistencial Pio XII – a Creche - para atender as crianças de famílias necessitadas. Em 1961 foi lançada sua pedra fundamental. Os marianos celebravam todos os Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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anos a festa de São Luiz Gonzaga, e as Filhas de Maria a festa de Santa Maria Goretti, com a procissão dos lírios e tríduo preparatório. No final do de 1960, foi assentado o piso da Matriz e em abril do ano seguinte começou a reforma da Casa Paroquial, a aquisição de bancos novos para Matriz e os dois confessionários. Em 8 de dezembro de 1959, foi criada a Paróquia de São Francisco de Assis, em Nova Veneza, sendo a maior parte do seu território desmembrada da Paróquia de Sant´Ana. A nova paróquia foi entregue aos Frades Capuchinhos que, depois construiriam aí o Seminário, cuja pedra fundamental foi lançada em 19 de março do ano seguinte
Inauguração Supermercado Gigo Pe. Carlos Malho (1962). (Acervo Pró-Memória)
Padre Carlos Augusto Malho. (Acervo Pró-Memória) Igreja Matriz e Praça Manoel de Vasconcellos nos anos sessenta. (Acervo Pró-Memória)
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A s Mudanças Trazidas pelo Vaticano II Para a vida da Igreja, o Concílio Vaticano II foi o acontecimento mais importante do século XX e dos mais importantes de sua história. Cinquenta anos depois, ainda não se pode avaliar com justeza o que ele significou de transformação, de revisão, de reorientação pastoral no caminhar da Igreja. Mas, pode-se falar com certeza numa Igreja antes do Vaticano II e numa Igreja depois dele. Serviu de marco divisório. Essas mudanças se fizeram sentir em Sumaré. Na Semana Santa de 1960, os católicos puderam acompanhar, pela primeira vez, as cerimônias com um folheto na língua pátria. Logo, foram permitidas as comunhões fora da missa. Mais tarde, pôde-se celebrar missa em vernáculo, o que aconteceu em julho de 1964. Finalmente, em maio de 1965, começou-se a celebrar a missa vespertina, aos sábados, para cumprimento do preceito dominical. Continuavam as Associações religiosas. Em março 1959, foi fundado o Presidium da Legião de Maria e no fim de 1969 tomaram posse as diretorias Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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da Pia União das Filhas de Maria, da Congregação Mariana, da Obra das Vocações, da Cruzada Eucarística e da Doutrina Cristã. Mas outras mudanças mais significativas começaram a se processar. O Concílio fizera a Igreja abrir-se para o mundo, organizando e valorizando a ação pastoral, chamando os leigos para maior participação na vida das comunidades. Foi assim que, em Sumaré, as associações religiosas da Paróquia foram convidadas a replanejarem as atividades, foram ministrados os cursos de “Mundo Melhor”, a catequese foi revalorizada, a liturgia começou a ser mais estudada, promoveram-se debates e estudos sobre o Concílio Ecumênico. Havia grande preocupação em renovar a vida paroquial.
Igreja Matriz de Sant´Ana, 1966. (Acervo Pró-Memória)
preocupação. Pela primeira vez a Arquidiocese fala
crescer rapidamente e a tomar feição de município
de um “planejamento mínimo para as paróquias da
rico e desenvolvido. A população passava dos 10 mil
Diocese”. Em maio de 1963, saía a Encíclica Pacem
habitantes. Grandes e médias indústrias se instalam,
in Terris.
migrantes acorrem de todo o lado, novas famílias,
Foi nesse tempo que a Paróquia comprou a casa
novos meios de comunicação. O padre já começa
do Padre Giordano para ser a nova casa paroquial
se preocupar
(agosto de 1962) ao lado da Matriz.
com o número de evangélicos que
aumentava com a vinda dos migrantes e mostrava-se
Mas, em junho de 1963, o Padre Carlos era
também atento com a infiltração de ideias socialistas
transferido para a paróquia do Bonfim, em Campinas,
entre os trabalhadores. A Paróquia tinha que cuidar
alguns dias após a morte do Papa João XXIII.
de novas realidades e o Vigário deixava clara essa
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Na década de 1960, Sumaré começou a
Padre Constantino Gardinalli Em junho de 1963, o novo vigário passou a ser o Padre Constantino Gardinalli. A vida paroquial prosseguia em ritmo normal, mas com novas mudanças, especialmente na liturgia: missas com violão, missas comentadas e com leitura em português, missas de jovens. Em outubro de 1964, a Paróquia fez 50 anos. Houve comemorações durante uma semana, com a presença de vários padres e do Arcebispo de Campinas Dom Paulo de Tarso Campos. Com o término do Concílio, em dezembro de 1965, iniciaram-se em todo o mundo estudos sobre os documentos conciliares. Sumaré também organizou, estando um deles a cargo do reitor do Seminário São Francisco, Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Frei Lauro Maria de São Paulo. Como obras materiais destacou-se, nessa década, a compra feita pela Paróquia de uma casa ao lado da Casa Paroquial (1965), a troca do telhado da nova igreja Matriz (dezembro de 1965), a construção da nova igreja de Hortolândia (janeiro de 1966), o início das obras da Igreja de N.S. Aparecida na Vila Sant´Ana (janeiro de 1969), depois Centro Pastoral, e a inauguração da nova capela do Cemitério Municipal em novembro de 1970. Na época do Padre Constantimo desenvolveram-se vários movimentos de Igreja, como os “Cursilhos de Cristandade”, o “Treinamento de Liderança Cristã” (TLC ou TOLOCO), o “OVISA”, (Orientação para a Vivência
Inauguração da Escola Estadual Wadih J.Maluf. (Acervo Pró-Memória)
Pe. Constantino Gardinalli Igreja Matriz dec.1970 (Acervo Pró-Memória)
Inauguração da Praça Manoel de Vasconcellos (Acervo Pró-Memória)
Pe.Constantino Gardinalli - Em Solenidade (Acervo Pró-Memória)
Solenidade Dr. Leandro Franceschini (Acervo Pró-Memória)
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Inauguração da Ultrafértil. (Acervo Pró-Memória)
Praça da Republica 1967. (Acervo Pró-Memória)
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Inauguração da Biblioteca Municipal Plinio Machado da Silva. (Acervo Pró-Memória)
Valter Pedroni recebendo hóstia (Acervo Pró-Memória)
Páscoa do Serviço Social de Sumaré, abril de 1969. (Acervo Pró-Memória)
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Instituto Assistencial Pio XII. (Acervo Pró-Memória) Igreja Matriz, vista noturna 1968. (Acervo Pró-Memória)
Sacramental), o “Fermento na Massa” (FNM), dos quais participaram centenas de pessoas e que marcaram época pela sua organização dinâmica e pela sua empolgação. É nesse período (1964), que se iniciaram as “Campanhas da Fraternidade”, organizadas pela CNBB para todo o Brasil, que continuam até hoje em nossa Paróquia. O tema da primeira Campanha foi “Igreja em Renovação” e o lema: “Lembre-se: Você também é Igreja”. No paroquiato do Padre Constantino houve a investidura de vários leigos como Ministros Extraordinários da Eucaristia. Eles podiam distribuir comunhão na igreja e levar o viático para os doentes. Era uma novidade na época. Depois de nove anos à frente da Paróquia, o Padre Constantino foi transferido para Americana (junho de 1972), sendo substituído pelo Padre Pedro
Tomazini, que vinha de Santo Antonio da Posse e assumiu a Paróquia em outubro.
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Largo da Matriz no início dos anos sessenta. (Acervo Pró-Memória)
Inauguração Vila Zilda Natel. (Acervo Pró-Memória)
Encerramento 1º Centenário de Sumaré na Igreja Matriz (1968) - (Acervo Pró-Memória)
1º Centenário de Sumaré Solenidade na Igreja Matriz (1968) - (Acervo Pró-Memória)
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Matéria do Jornal A Tribuna de 1964 com programação do Jubileu de Ouro da Paróquia de Sant´Ana.
Padre Pedro Tomazini Segundo
relato
do
Padre
Pedro,
ele
encontrou a Paróquia com problemas financeiros, desorganização pastoral e povo carente de formação básica. Enquanto esteve à frente da Paróquia, promoveu vários encontros de jovens, reuniões com cursilhistas, visitas freqüentes
às escolas,
celebração de Missas nas fábricas, nas escolas, no Fórum local, em residências particulares e promoveu os famosos “retirinhos” com as crianças das escolas, antes da primeira comunhão. Embora tenham sobrevivido algumas associações religiosas antigas, como a dos Irmãos do Santíssimo, por exemplo, o pároco não se refere nenhuma vez à presença delas. Em junho de 1974, após longa preparação, realizaram-se na Paróquia as
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Missões Redentoristas com a presença de 8 sacerdotes, que, por 15 dias, se dedicaram dia e noite ao trabalho na paróquia. Todo o povo se movimentou e participou desses dias especiais. Houve muitas confissões, comunhões, missas, rito penitencial, vias sacras, procissões, conferências, batismo de adultos, primeira comunhão de adultos, legitimação de casamentos, visita aos doentes, reza de terços, palestras etc. Antes das Missões, procedeuse a um levantamento religioso completo da paróquia, como o número de católicos, evangélicos e de outras religiões; número de casados, desquitados, divorciados... Depois das Missões, foram organizados muitos grupos de reflexão
Pe. Pedro Tomazini em solenidade
Helena Breda Hungaro - Batismo
Pe. Pedro Tomazin Matriz Sant´Ana Pe. Pedro Tomazini Formatura de Patrulheiros
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Inauguração do Hospital déc.1970
Novos bairros de casas populares – década de 70 (Acervo Pró-Memória)
Missa de Pe. Pedro Tomazini
Missa ao Trabalhador - 1º Maio
Pe. Wilson Denadai e Frei Francisco Beloto
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nos quarteirões.
Eram as chamadas “reuniões
de quarteirão”. Era uma tentativa de achar uma “linha nova para a renovação cristã”, como dizia o padre. Mas, o próprio padre
confessava que
essa experiência não deu tão certo, porque
“os
movimentos independentes não querem aceitar a coordenação paroquial”. Não está claro sobre
o que seriam esses
movimentos independentes. O que se sabe é que
mais de um paroquiano procurou Dom Gilberto para se queixar da atuação do pároco e que o próprio padre mencionou, no livro Tombo, a publicação de artigo contra ele num jornal local.
“Hoje”, dizia o padre, “a Igreja quer a valorização dos leigos, proporcionado-lhes ampla participação e responsabilidade na direção das comunidades cristãs”.
Por isso, era necessário criar um grupo para repensar a Paróquia. O Padre Pedro escolheu, então, algumas pessoas e constituiu a Primeira Comissão Pastoral. Porém, nem todos os escolhidos eram pessoas totalmente comprometidas com a Igreja. No fim do ano seguinte (dezembro de 1975), o próprio vigário verificava que “a Comissão Pastoral está funcionando em estado precário”, e “seus membros não estão plenamente treinados, mas estão tomando consciência”. Por ocasião da visita pastoral de outubro de 1976, Dom Gilberto escreveu no Livro Tombo:
“Insisti... para que esta Comunidade Paroquial continue seu bom trabalho em ordem à constituição de Comunidades de Base”. O mês de dezembro marcou também a nomeação de D. Gilberto Pereira Lopes como Arcebispo Coadjutor de Campinas. No segundo semestre de 1975 esteve como vigário coadjutor na Paróquia o Padre Wilson Denadai, filho da terra. No primeiro dia de 1976, ele deixou
Sumaré para ingressar na Ordem dos Capuchinhos, em Piracicaba. No tempo do Padre Tomazini, várias vezes, estiveram em Sumaré o escritor Neimar de Barros e o cantor Jean Carlo, fazendo palestras para o povo que lotava a igreja para ouvi-los. Começava a aparecer, nessa época, o Grupo de Oração (da Renovação Carismática Católica). O Vigário queria elaborar um plano de pastoral paroquial, mas encontrou dificuldades – segundo ele - por falta de formação dos leigos. Promoveu um Curso sobre Teologia da Libertação e sobre Religiosidade Popular (setembro de 1976), e escolheu quatro prioridades pastorais, porém os resultados foram mínimos. Para ele, “não havia corresponsabilidade do leigo”. Finalmente em 1978, ficou decidido que os assuntos da Paróquia seriam resolvidos pelos Ministros da Eucaristia. Em outubro de 1976, depois de muitas reuniões e debates, decidiu-se pela construção de um salão comunitário na Vila Sant´Ana, aproveitando-se os alicerces da igreja que ali tinha sido projetada. No final do seu paroquiato, o Padre Pedro deixou escrito:
“ Estou ciente de que não pude agradar a todos nem realizar tudo o que devia, mas convicto também de que orientei a formação de agentes e os movimentos da paróquia com muita responsabilidade pastoral” .
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Nunca se deu tanta força aos cristãos. E nunca se exigiu tanto deles em formação, cultura, consciência, responsabilidade... A paróquia também vai entrar por estes caminhos novos, iniciando sua primeira Comissão Pastoral”.
Padre Angelo
Marighetto
Em fevereiro de 1979, o Padre Pedro deixava a Paróquia, sendo substituído pelo Padre Angelo
Marighetto, que tomou posse nesse mesmo mês. O Papa era então João Paulo II, eleito em outubro de 1978. Em outubro de 1979, era criada a Paróquia de Hortolândia, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana de Sumaré. Apesar da precária saúde, o Padre Ângelo trabalhou, incansavelmente, em todos os setores da Paróquia. Sua atenção para com os doentes foi muito grande, ao lado de sua enorme disposição em visitar as famílias da cidade, sem excluir as pessoas de outros credos religiosos. Por volta de 1980, começaram a surgir os núcleos que constituem hoje a Matriz da Paróquia São Paulo Apóstolo, os Centros Comunitários, a Vila Sant´Ana, a Vila Santa Terezinha, o Jardim São Carlos e a Vila Menuzzo. Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Eram grupos de pessoas que ali se reuniam para a catequese, para estudar a Bíblia, para alguma reunião enfim. Em 1992, na Visita Pastoral, D. Gilberto pediu expressamente que se desse especial atenção à formação de Centros Comunitários, para se iniciarem aí novas comunidades. Nesse ano já funcionavam os citados centros, em prédios próprios, e começavase a construir a sede de São Benedito no Jardim Marchissolo e de Santa Terezinha, na Vila Valle. Enquanto isso, era dado um Curso sobre Comunidades Eclesiais de Base (CEBS) no Centro Comunitário Santo Antonio, fundava-se, na Paróquia, a segunda Equipe de Nossa Senhora (casais), e estimulava-se a celebração
Pe. Angelo Marigheto na inauguração da Seccional da CPFL Pe. Angelo Marighetto em celebração de Primeira Comunhão.
Batismos Pe. Angelo Marigheto
Homenagem do Colégio Dom Jaime.
do Natal em família, realizavam-se ritos penitenciais
saúde agravados, o padre deixou Sumaré, em maio de
na Matriz, cursos do OVISA e, no começo de 1983, a
1987, indo residir em Serra Negra. Para substituí-lo foi
Missão Popular no Jardim João Paulo II.
nomeado pároco o Padre Luiz Antonio Guedes e vigário
Em 1983, o Padre Ângelo comemorou 40
paroquial o Padre Júlio Cesar Calusni, empossados
anos de sacerdócio com muita solenidade. O
no dia 13 de abril do mesmo ano pelo Arcebispo de
povo rendeu-lhe grandes homenagens e a Câmara
Campinas. O Padre Júlio foi, logo depois, transferido
Municipal conferiu-lhe, no ano seguinte, o título de
para Santo Antonio da Posse. O Padre Guedes foi o
Cidadão Sumareense. Cansado e com problemas de
15º pároco de Sumaré.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Padre Luiz Antonio Guedes A fim de planejar as atividades pastorais à luz dos objetivos da Arquidiocese, são feitas reuniões frequentes com todas as comunidades da Paróquia, inclusive com as paróquias vizinhas, como de Nova Veneza. Procura-se valorizar as peculiaridades de cada comunidade e ao mesmo tempo incentivar na unidade Paroquial. Cada comunidade tem sua catequese, prepara suas crianças para a Primeira Comunhão, pratica suas devoções, realiza suas festas e celebra a palavra de Deus. Em momentos mais solenes do ano litúrgico, como Natal, Páscoa, Festa da
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Padroeira, todas as comunidades se reúnem e celebram juntas, a fim de consolidar a comunhão paroquial e eclesial. A Paróquia passou a ser vista, então, como uma “rede de comunidades”, e a Matriz como a comunidade-mãe, centro irradiador e aglutinador de unidade. Às antigas comunidades vão se somando outras. Em dezembro de 1986, a Paróquia tinha 10 delas: Nossa Senhora Aparecida (Vila Sant´Ana), Santo Antonio (Vila Menuzzo), Santa Terezinha (Jardim Santa Terezinha), São Paulo Apóstolo (Vila Yolanda Costa e Silva), São Benedito (Jardim São Carlos), São Francisco (Jardim Consteca), Nossa Senhora da Candelária (Cruzeiro), Senhor Bom Jesus (Taquara Branca), São José (Jardim Primavera) e Sant´Ana (Matriz). Mudança pastoral importante aconteceu no fim de 1986, quando foi reorganizado o Conselho Paroquial de Pastoral, de maneira que dele participassem representantes da várias comunidades paroquiais escolhidos pela comunidade. Foi também renovado o Conselho para Assuntos Econômicos, cujos membros foram nomeados por D. Gilberto. A Paróquia organizou ainda, pela primeira vez, o calendário paroquial com as atividades mais importantes, a fim de evitar o acúmulo de atividades e para que todos soubessem o que estava acontecendo na Paróquia. O Padre Guedes ficou até 31 de maio. De junho a setembro de 1987, esteve na Paróquia o Padre Walfrides Praxedes como Administrador Paroquial. O Padre Walfrides deixou escrito no Livro Tombo: “Neste período exerci o ministério sacerdotal nesta paróquia no cargo de Administrador Paroquial. Não houve nenhum fato que merecesse registro neste período”. Ele ficou até outubro, quando foi nomeado Pároco de Sumaré o Padre Mansur Rodrigues Mansur, que tomou posse no dia 31 de outubro de 1987.
Padre Mansur Rodrigues Mansur Disposto a dar continuidade ao trabalho de descentralização da Paróquia, animando os Centros Comunitários e criando novos, o Padre Mansur trabalhou nessa direção. Os resultados desse esforço foram os Centros Comunitários: Divino Espírito Santo, no Parque Virgínio Basso (hoje na Paróquia de São Pedro Apóstolo), São Sebastião, no Planalto do Sol; Nossa Senhora de Fátima, no Parque Residencial Casarão; Santa Rita de Cássia, (hoje na Paróquia Santa Teresinha); Cristo-Rei, no Jardim Luiz Cia (hoje na Paróquia de Santa Teresinha), São Judas Tadeu (hoje na Paróquia São Pedro Apóstolo), no São Domingos; Nossa S. do Perpétuo Socorro, no Altos de Sumaré (hoje na Paróquia de Santa Teresinha ); Sagrado Coração de Jesus, no Parque Emília; João Batista, no Assentamento I e Santa Luzia (hoje na Paróquia São Pedro Apóstolo). Foram também construídas capelas nas seguintes Comunidades: Senhor Bom Jesus (Taquara Branca), São João Batista, São Sebastião, Nossa Senhora de Fátima, Cristo Rei, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Judas Tadeu e Santo Antonio. Essas mudanças na estrutura material da paróquia dão bem a idéia do seu significado para a vida religiosa. A presença do Padre Mansur imprimiu novo dinamismo às atividades religiosas e sociais. Fica difícil traçar com exatidão todo o caminhar da Igreja nesses onze anos. O que se registra,
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São Pedro, no Jardim Picerno (hoje na Paróquia de São Pedro Apóstolo); São
porém, é bastante para se ter uma idéia do que aqui foi feito. Em fevereiro de 1988, receberam as Ordens Menores
(Acólito e Leitor), na Paróquia, os
Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes em visita à Paróquia
seminaristas João Batista Silvestre e Sebastião dos Santos, que aqui já trabalhavam. Em 30 de junho de 1989, receberam o Diaconato e, na mesma data, era ordenado sacerdote o diácono João Pereira de Abreu, por D. Gilberto Pereira Lopes. Foi uma festa inesquecível e a primeira ordenação diaconal e presbiteral realizada na história da Paróquia. O diácono João Batista continuou a trabalhar na Paróquia e, em 15 de dezembro de 1989, foi solenemente ordenado Presbítero, numa cerimônia igualmente memorável, no Ginásio de Esporte da cidade. Em 4 de março do ano seguinte, o Padre João Batista tomava posse como Vigário Paroquial, auxiliando o Padre Mansur., Outro fato marcante neste Paroquiato, foi a passagem da imagem da Imaculada Conceição, padroeira da Arquidiocese, por Sumaré, em dezembro de 1987, por ocasião do Ano Mariano. Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Milhares e milhares de pessoas participaram desse evento. Ainda merece lembrada a criação da romaria à Aparecida do Norte, realizada todos os anos levando para lá centenas e centenas de pessoas, em dezenas de ônibus. Em 1992, foi feita a reforma e a ampliação do Instituto Pio XII (Creche Santa Rita) e renovados seus Estatutos; foi criada a Paróquia de São Paulo Apóstolo (25/01/1992), desmembrada da Paróquia de Sant´Ana, tendo tomado posse seu primeiro
Pe. Mansur - Solenidade
Pároco Padre Sebastião dos Santos (06/03/1992); foi fundada a Associação de Sant´Ana (26/07/1992) com a finalidade de divulgar, vivenciar a devoção à Padroeira e rezar pelas vocações sacerdotais, além de trabalhar pela promoção humana.
Pe. Mansur e Dom Gilberto Pereira Lopes Organograma da Paróquia de Sat´Ana (1987-1998)
Revisão Ampla Nesse período, a Arquidiocese viveu momentos importantes de sua organização pastoral, numa busca mais eficaz do que se chamou “Planejamento Pastoral Participativo”. Todas as paróquias e as lideranças leigas respiravam esses novos ares de vida eclesial, repensando a prática pastoral e buscando responder às necessidades daquele momento. Nos anos de 1990/1991, as paróquias da Arquidiocese desenvolveram grande esforço de participação na Revisão Ampla, que propunha mudança nos processos de evangelização, criando estruturas mais
participativas
e
de
co-responsabilidade
pastoral entre leigos e padres, promovendo uma maior diversidade ministerial. Este processo ajuda a compreender a grande riqueza dos trabalhos pastorais em nossa paróquia neste período. A Revisão Ampla encerrou-se no dia 8 de dezembro de 1991, festa da Imaculada Conceição, com uma grande celebração e participação de muitos fiéis de todas as paróquias da Arquidiocese. Naquela data, foi entregue aos representantes de todas as paróquias o documento final da Revisão Ampla intitulado: “Uma Igreja respondendo aos novos Abertura de Festa - Pe. Mansur
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Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Homenagens - Instituto Assistencial Pio XII
das Carmelitas para fixar residência em Sumaré (02/02/1992). Registre-se também o lançamento da pedra fundamental da igreja de Santo Antonio, na Vila Menuzzo, com a presença de Dom Gilberto (01/05) e a bênção do terreno da Comunidade de Cristo-Rei, no Jardim Luiz Cia, na mesma data; a Visita Pastoral à paróquia feita pelo Padre Arlindo de Nadai, que terminou com a comemoração do 80º aniversário da criação da Paróquia; e a entrega do título de “Cidadão Sumareense” ao Padre Mansur pela Câmara Municipal de Sumaré, em sessão solene, na Escola Municipal José de Anchieta (16/12). Quase por terminar o ano de 1996, foi realizada a solene abertura de preparação para o Terceiro Milênio (01/12). Também, nesse ano, o pároco foi nomeado Juiz do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese. O ano mais rico de realizações desse paroquiato talvez tenha sido o de 1997, seja pelo
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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desafios”, promulgado por Dom Gilberto Pereira
volume de eventos, seja pela importância deles na
Lopes, sendo assumido como orientação geral para
vida da Paróquia e da cidade. Abriu-se ano com a
todos os trabalhos pastorais das paróquias em nossa
nomeação, em janeiro, de Dom Luiz Antonio Guedes
Arquidiocese.
para bispo auxiliar de Campinas. Como já referimos,
Após seis anos à frente da Paróquia, o Padre
neste ano, foi criada a Rádio 26 de julho e aberta
Mansur teve sua provisão renovada por mais um
a Livraria Sant´Ana. Nele também a Associação de
sexênio, em 31/10/1993. Nesse ano, ocorreu na
Sant´Ana ganhou foros de entidade civil (04/02/97)
Paróquia o encerramento da Jornada Missionária
e foi lançada a pedra fundamental da “Casa da
arquidiocesana (21/11/1993) com grande afluxo de
Associação de Sant´Ana”, na Vila Sant´Ana, ao
fiéis daqui e de várias cidades vizinhas.
lado do Centro de Pastoral N. S. Aparecida (26/07);
Dignas de registro, em 1994, foram a profissão
o Padre Mansur foi indicado para Vigário Forâneo
religiosa das primeiras noviças brasileiras das
(03/97), na capela de Cristo-Rei (23/11), em grande
Irmãs Carmelitas Missionárias (30/01) e a chegada
concentração da Forania.
Os dez anos de Paroquiato (31/10/1997) foram
O Padre Mansur esteve à frente da Paróquia
comemorados com missa solene e jantar festivo,
até agosto de 1998, por um período de dez anos e dez
reunindo parentes, amigos e autoridades. Duas
meses. Em sua missa de despedida disse: “Cumpri
iniciativas do maior alcance social e pastoral foram
minhas obrigações, fui fiel a este povo santo que,
o lançamento da pedra fundamental do “Centro de
sempre direi, nos faz sacerdotes santos”. No livro
Recuperação e Nutrição” na Vila Valle (26/07/1997),
Tombo deixou consignado: “Agradeço a Deus por
inaugurado no mês de julho de 1998, e a aprovação,
ter me chamado para este ministério de Pároco aqui
em assembleia, das “Diretrizes para uma Ação
nesta Paróquia de Sant´Ana – Sumaré, agradeço
Pastoral”, seguindo
as orientações da “Revisão
a Dom Gilberto meu Arcebispo pela confiança
Ampla” e do 5º Plano de Pastoral da Arquidiocese de
depositada, agradeço a todo o povo pela confiança
Campinas, em setembro. Ainda nesse ano recebeu a
e paciência, agradeço a proteção materna de Nossa
ordenação diaconal, na Matriz, o seminarista Paulo
Senhora - mãe de nosso Salvador – agradeço a
César Gonçalves Ferreira (16/12), que aqui prestou
Sant´Ana pela constante proteção”. Conforme depoimento pessoal do Padre
serviços pastorais.
Mansur, suas maiores realizações à frente da
Cumpre anotar ainda a reorganização da Secretaria Paroquial, parcialmente informatizada e
Paróquia foram: a elaboração
das “Diretrizes
com novo mobiliário, e o início das reformas da igreja
para uma Ação Pastoral” que daqui para frente
Matriz. Elas se iniciaram com a reforma da torre e do
nortearão toda a atividade da Paróquia, a criação
relógio, em abril de 1995, e prosseguiram até agosto
da “Associação de Sant´Ana” e a construção do
de 1998. Foi nesse ano, também, por iniciativa do
“Centro de Recuperação e Nutrição da Criança”,
pároco, a publicação do livro “História da Paróquia
também chamado “Espaço Criança”.
de Sant´Ana”, do paroquiano Francisco de Toledo.
Interior da Matriz de Sant´Ana
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi O novo pároco Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi tomou posse em 13 de setembro de 1998. Tinha como auxiliar o Padre Martin, natural do Haiti, que já estava na paróquia desde junho. Desde o primeiro dia, o novo pároco agradecia a Deus “pela confiança a mim depositada, no pastoreio dessa grande Paróquia” e dizia que “um dos perfis do seu projeto evangelizador era a Missão, e que toda a Forania está atualmente empenhada nesse processo”. Trabalhava também na Paróquia nessa época a carmelita missionária Irmã Teresa Augusta. A Paróquia tinha, então, o CPP (Conselho de Pastoral Paroquial), composto do Pároco, do Coordenador de cada Comunidade, do Coordenador Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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de cada Pastoral e de quatro membros da Ação Missionária. Algumas comunidades tinham o CPC (Conselho de Pastoral da Comunidade). As pastorais eram as seguintes: Adolescentes, Catequese, Crisma, Exéquias, Liturgia, Sociais (Criança, Saúde, Vicentinos e Carcerária), Batismo, Comunicação, Família e Vocacional. A Paróquia estava organizada em três setores: Santa Teresinha, São Benedito e Santo Antonio, num total de 15 comunidades, mais a Matriz, que não era considerada uma Comunidade. Todos pensavam que ela era a Paróquia, pois não havia consciência de que a Paróquia é uma Comunidade de Comunidades. Nos dois primeiros meses, o Padre Cláudio se reuniu 16 vezes com
Pe. Cláudio e Zulmira Silva Yanssen
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Comunidades e Pastorais. Mesmo assim, ainda faltou
Na
primeira
reunião
com
o
Conselho
conversar com o pessoal das Exéquias, Comunicação,
Econômico, o Padre deixou bem claro que a Igreja
Ação Missionária, Equipe de Formação Política,
não existe para capitalizar, mas para colocar os bens
Acolhimento, Vicentinos e Diretoria da Creche Pio XII,
e recursos a serviço do Evangelho e que ele não era
trabalho que foi realizando em seguida. Visitou todas
favorável a nenhuma cobrança de taxas para nenhum
as Comunidades, ouviu todas as pessoas, indagou
sacramento, inclusive pelas “intenções” da Missa.
sobre tudo o que acontecia, projetos e realizações.
Dizia que o Dízimo bem organizado era uma solução.
Conversou sobretudo com os coordenadores,
Para que houvesse uma participação e mais
lideranças e agentes de todas as pastorais e serviços.
co-responsabilidade, foi criada (fevereiro de 2.000)
Foi observando, ouvindo, anotando e sugerindo.
a EACP (Equipe de Animação e de Coordenação Paroquial), com uma “estrutura mais participativa,
Projetos e propostas
descentralizadora,
de
co-responsabilidade,
de
colegialidade pastoral e ministerial”, da qual faziam parte: os padres, religiosos e seminaristas
Aos poucos, foi deixando claro a todos quais
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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que trabalham na Paróquia, dez leigos (5 homens
projetos e propostas teológico-pastorais norteariam
e 5 mulheres) mais
duas pessoas escolhidas pelo
sua atuação: a) a participação de todas as pessoas
Pároco. Na palavra do Padre Cláudio, começava-
e um profundo espírito de comunhão fraterna e
se “uma Igreja mais desafiadora e mais rica na
eclesial; b) o exercício do poder como puro serviço; c)
convivência,
a colegialidade e a co-responsabilidade pastoral; d) a
fraternidade”. Alguns meses depois, o próprio padre
partilha dos bens, dos dons, dos recursos financeiros
Cláudio escrevia que “ a experiência da EACP estava
e materiais; e) a concreta opção preferencial e
sendo excelente”. Contudo, o CPP, com caráter mais
evangélica pelos pobres, excluídos, oprimidos e
deliberativo, continuava a existir.
na comunhão e na construção da
marginalizados; f) o diálogo permanente em todos os níveis; g) a Missão como eixo impulsionador do Evangelho; h) a criação de Ministérios Leigos
Cuidado maior com os aspectos sociais
conforme a necessidade. A partir dessa visão, a Paróquia, em todas
Com uma visão de Igreja mais voltada para a
as atividades pastorais, em todos os serviços, na
realidade social e comprometida com as exigências
liturgia, nos momentos celebrativos, na rotina do dia
do mundo moderno, a Paróquia promoveu várias
a dia, iria procurando novos caminhos, novo modo de
ações importantes. Em setembro de 1998, aconteceu
ser Igreja.
e trocar experiências. Noutra oportunidade (abril
da Bíblia, caminhando depois até a Matriz. Foi a
1999) houve uma Missa na Praça das Bandeiras,
Caminhada da Paz. Em Sumaré aumentava o índice
em Sumaré, em memória pelo 3º ano do Massacre
de violência, o número de crimes, estupros, falta de
em Eldorado dos Carajás. A Paróquia de Sant´Ana
escola, problemas de saúde pública... Na caminhada,
participou junto com mais 5 paróquias do Município.
as pessoas foram convidadas a vestirem roupa
Em fevereiro de 2.000, a Paróquia organizou
branca e levarem uma bandeirinha branca, rezando
um encontro sobre a Dívida Externa para esclarecer
pela família, pela cidade, pela paz.
diversos pontos sobre o assunto. Para ajudar na
Na Campanha da Fraternidade, a Paróquia
discussão esteve presente o deputado Renato
reuniu (março de 1999) centenas de desempregados
Simões. O evento teve repercussão nos jornais da
no Centro de Pastoral N.S. Aparecida. O objetivo
cidade e da região. Em março de 2000, a Paróquia
era formar grupos para estudar as questões sociais
promoveu no Centro de Pastoral, um Encontro com
77 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
uma grande concentração de pessoas na Praça
trabalhadores desempregados com a participação
o Assentamento II dos Sem-Terra - Divino Espírito
de todas as paróquias da Forania Cristo Rei. Havia
Santo - como comunidade- membro da Paróquia.
mais ou menos 200 pessoas. Os trabalhos foram
Ela nasceu em 1985 como fruto dos grupos bíblicos
dirigidos por Carlos Signorelli e pela teóloga Brenda
dos sem-terra, mas não era oficialmente reconhecida
Carranza.
como comunidade. Há vários anos não era celebrada
Outra atividade social relevante, na linha do social, é o serviço prestado por um grupo de
A Conferência de São Vicente também mereceu
paroquianos, ligados à Renovação Carismática
a atenção da Paróquia nessa época. Em novembro
Católica, que faziam visitas periódicas aos presos na
de 1998, foi inaugurada a sede do Conselho dos
Cadeia Pública de Sumaré e às famílias deles. Em
Vicentinos de Sumaré. Ela foi construída no terreno
mais de uma oportunidade, o Padre Cláudio celebrou
do Centro de Pastoral N.S.Aparecida. No dia da
missa na Cadeia, quando no final houve também
inauguração, o Padre Cláudio frisou a necessidade
confraternização entre todos.
de socorrer os mais desfavorecidos, mas falou da
Na
linha
de
formação
e
atendimento
psicológico, o Pároco escolheu 12 paroquianos para
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
78
missa, nesse local.
necessidade de conhecer as causas da pobreza e não ficar só no assistencialismo.
fazer o Curso de Escuta Cristã, em Campinas, a partir
Sobre a Pastoral da Saúde e da Criança, o
de maio de 2.000. Da Paróquia de Santa Teresinha
Pároco elogia essas atividades e diz que se trata
e de São Paulo Apóstolo foram enviadas também
de um trabalho belíssimo de dedicação. É a íntima
seis pessoas de cada uma. O Curso tinha um ano de
ligação do Evangelho com a vida e a vida dos pobres.
duração.
Diz que já foi realizada muita coisa, no campo social,
Ainda no campo social, um dos temas levantados e debatidos, na Assembleia Paroquial, (fevereiro
e há muitos projetos, mas ainda há um campo imenso de trabalho pela frente.
de 2.000) foi a prioridade do trabalho pastoral
No paroquiato do Pe. Cláudio foi criada a
específico com os favelados e desempregados da
Paróquia de Santa Teresinha, em 1º de outubro de
nossa Paróquia. Nessa linha de preocupação com os
1998, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana. A
excluídos, a Paróquia também aceitou (abril 1999)
nova Paróquia compreendia as Comunidades de
Santa Luzia, São Judas Tadeu, Nossa Senhora do
Essa linha de trabalho, em que todos deverão
Perpétuo Socorro, Cristo-Rei, São Pedro, Santa Rita
se enquadrar, não se coadunava com a visão eclesial
de Cássia e Santa Teresinha. Seu novo pároco, padre
da Renovação Carismática (RCC). Procurado por seus
Carlos Roberto da Silva, tomou posse em 11 de março
representantes, o Padre Cláudio conversou várias
de 1999.
vezes com eles e lhes deixou claro que não era favorável ao Movimento pelas seguintes razões: 1) Os
Novas mudanças
carismáticos mostram uma fé simplista e desligada da realidade, pois a vida não é só a fé, embora esta seja um dos fundamentos da vida; 2) a RCC valoriza em excesso o emocionalismo e o fundamentalismo (“o
colegialidade, foi a transformação, em dezembro
que não está na Bíblia, não serve”), pois não levam
de 1999, da Matriz de Sant´Ana em Comunidade:
em conta as estruturas sociais, econômicas, políticas,
uma Comunidade dentre as Comunidades, uma irmã
culturais e psicológicas; 3) tem visão dualista do bem
dentre as irmãs. A partir de então, a Comunidade
e do mal; 4) cria práticas “pastorais” paralelas à
Matriz teve sua equipe de Coordenadores, como as
organização da paróquia e divide a comunidade ao
demais. O sentido da mudança é a compreensão da
invés de uni-la.
prática maior de comunhão, de participação, de co-
Por essas e outras razões, o Pároco disse que
responsabilidade e de colegialidade entre todas as
não aprovava a RCC na Paróquia e que desejava
Comunidades da Paróquia.
ampliar e aprofundar com a Paróquia toda “uma
Na Assembleia Paroquial (novembro de 1999),
espiritualidade mais própria dos anseios do ser
o eixo principal foi Missão e “fazer da formação uma
humano, de Cristo e da Igreja”. Disse, finalmente,
atividade constante”. E para 2001, ficou resolvido
que estava aberto ao diálogo, que mantinha
que a Paróquia iria tomar como Eixo Evangelizador
boas relações com os carismáticos, que inclusive
Missão, ponto de partida e de impulso para a vida
trabalhavam em várias pastorais da paróquia, mas
eclesial. A Paróquia vai priorizar o trabalho com
que enquanto fosse pároco não aceitaria, por dever
favelados, a Liturgia, os Jovens e os Desempregados.
de consciência eclesial e social, a RCC oficialmente
Para 2002, pensou-se em elaborar o Plano de
aprovada e organicamente vinculada à Paróquia.
Pastoral da Paróquia à luz dos Atos dos Apóstolos,
O Padre Cláudio ficou na Paróquia até janeiro
da realidade em que vivemos e da Eclesiologia do
de 2003. Porém, nos arquivos paroquiais, em
Vaticano II. A prática desse projeto é a formação
especial no Livro Tombo, faltam registros sobre os
e o acompanhamento de Áreas Missionárias na
dois últimos anos do seu paroquiato.
Paróquia, tanto nas áreas urbanas como rurais.
79 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Uma mudança significativa em termos de
Padre Paulo Crozera No dia 6 de fevereiro de 2003, saiu a nomeação do Padre Paulo Crozera para ser o novo pároco de Sant´Ana de Sumaré. Dia 9 ele tomou posse na missa presidida por Dom Gilberto Pereira Lopes, arcebispo de Campinas Ajudavam na Paróquia o Padre Israel Martinez Sossa, missionário dos Santos Apóstolos, o diácono José Rubens Fernandes e o seminarista Alexandre Nardari. Em 2004, trabalhou também na Paróquia o seminarista Leonardo H. Piacenti, que aqui ficou 3 anos e, em 2006, o diácono Marcelo de Oliveira, que em julho de 2006 foi nomeado Vigário Paroquial. Nesse mesmo ano também trabalhou na Paróquia o seminarista Victor da Silva Filho. Em dezembro de 2006 estiveram por aqui o diácono Luis Fernando Angelotti Junior e o Padre Marcelo de
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Oliveira, que foi embora em janeiro de 2007. Em julho de 2007, o Padre Luis Fernando foi removido e, em seu lugar, veio o Padre Angel Pedro Fernandes, como Vigário. 12
12
Apesar da ausência de informações manuscritas no Livro Tombo da Paróquia, o Padre
Paulo Crozera deixou no Arquivo da Paróquia um Relatório de 898 páginas em papel A4, intitulado “RELATÓRIO PARA O LIVRO TOMBO” – com subtítulo: “Acontecimentos na Paróquia Sant´Ana de Sumaré” - Período de 2003-2007. É a principal fonte deste relato.
No começo de 2003, a Paróquia estava assim
manifestando desejo de que ela funcionasse bem
organizada: havia o EACP (Equipe de Animação e
e agilizasse a vida da Paróquia. Isso realmente
de Coordenação Paroquial) e
aconteceu, como se pode ler no livro de Atas das
o CPP
(Conselho
reuniões da EACP, cuja atuação foi decisiva na vida
A Paróquia tinha 13 comunidades, contando a Matriz, sendo
7 urbanas, 4 rurais, 2 em
Assentamentos e 14 Núcleos Missionários. Tinha as seguintes pastorais: Batismo, Catequese, Liturgia, Saúde, Criança, Carcerária, Família, Comunicação,
paroquial, durante todo o paroquiato do Padre Crozera, até novembro de 2007.
Formação e Comunicação
Dízimo, Exéquias e Escuta Cristã. Para cuidar das
No aspecto de formação, a Paróquia dedicou
Pastorais havia 15 ministros da Palavra, 20 da Saúde,
seu melhor esforço para que os agentes e os
7 da Eucaristia, 5 das Exéquias e 12 da Escuta
paroquianos em geral se aprofundassem em seus
Cristã. Havia também o Conselho Econômico e
conhecimentos e vivenciassem melhor sua fé e os
Administrativo, a Associação de Sant´Ana e a Creche
agentes tivessem uma atuação mais eficaz. Assim,
Santa Rita, também chamada Centro Assistencial
em maio de 2004, teve início o “Curso de Formação
Pio XII.
Política” para os agentes da Pastoral, num trabalho
Nesse primeiro ano de gestão do Padre
conjunto com as três paróquias da região central:
Paulo, a Paróquia aprovou vários projetos pastorais,
São Paulo Apóstolo, Santa Teresinha e Sant´Ana.
como: Formação Bíblica e Espiritualidade, Família,
Houve também o Curso de Verão de Teologia
Juventude, e Desempregados. O novo Pároco se
para Leigos, em São Paulo (janeiro 2004); Curso
propôs também a conhecer a realidade de cada
de Formação para agentes de Pastoral da Saúde
comunidade e de cada Pastoral, dando continuidade
(fevereiro e março 2004); I Encontro de Preparação
ao trabalho do Padre Cláudio, ouvindo em especial a
para Ministros da Comunhão Eucarística (maio de
EACP. Ele acreditava no importante papel da EACP
2004);
que assumia, com o pároco, a “co-responsabilidade
Encontros sobre a Dimensão Vocacional da Igreja
na coordenação da vida paroquial”
com uma
(agosto de 2005); Curso Bíblico sobre o Evangelho
participação efetiva nas decisões. E dizia, já em
de Marcos (setembro-outubro de 2005); Curso de
2003, que a paróquia tinha um “laicato com grande
Formação Bíblica (fevereiro de 2006). Em janeiro de
participação, espírito de liderança e com muita
2007, aconteceu o Curso de Música e Liturgia, e
potencialidade”.
palestras para os Coordenadores sobre Liderança
Logo na primeira reunião
Curso de Formação de Acólitos (2005);
com a EACP, o
pelo psicólogo Laércio Barros dos Santos. Em janeiro
novo pároco elogiou a composição dessa equipe
de 2006, a Semana de Formação Catequética. Nesse
81
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Paroquial de Pastoral) .
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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período, criou-se também a equipe do Cerimonial de
Conduzidas e orientadas por uma casal, elas saám
Casamento, introduziu-se o costume de distribuição
da igreja antes da Liturgia da Palavra, vivenciavam
da Eucaristia sob duas espécies e houve o Curso de
de forma mais lúdica a mensagem dominical, depois
Canto Litúrgico.
voltavam para a Liturgia Eucarística.
A fim de que a formação fosse divulgada e
No fim de 2003, realizou-se uma grande
alcançasse um público maior, a Paróquia criou, em
Assembleia Paroquial com mais de uma centena
junho de 2005, o BOLETIM IN-FORMATIVO. Era
de pessoas. Eram Coordenadores, Tesoureiros das
uma publicação mensal que formava e informava,
Comunidades, Coordenadores de Pastorais, membros
destinada aos agentes
das comunidades, das
da EACP, Diretores da Associação de Sant´Ana,
pastorais, aos movimentos e associações. Ele visava
Coordenador dos Vicentinos, da Creche, do Conselho
uma comunicação mais eficiente entre os agentes e
Econômico, Ministros da Palavra, Equipe de Liturgia
ministros, favorecendo assim o espírito de comunhão,
e Coordenadores da RCC (Renovação Carismática
de participação e de co-responsabilidade. O boletim
Católica). Foi feita a avaliação do 6º Plano de Pastoral
durou até dezembro de 2007. O Informativo tinha
Orgânica e tiradas propostas para tornar viáveis os
o objetivo de completar o “Gênesis”, jornalzinho já
projetos, “adequando-os à realidade do possível,
existente na Paróquia destinado a todo o povo.
segundo os recursos existentes no momento”.
Desde 2003, a paróquia editou o folheto
Logo no início do seu paroquiato, o grupo de
“Formação Bíblica e Espiritualidade” destinada aos
oração da RCC manifestou ao pároco o desejo de ser
grupos da Leitura Orante. Eram subsídios
de 4
acolhido na Paróquia. Ouvindo a EACP, o pároco
páginas produzidos para os Encontros e durou até
decidiu aceitar, cabendo a ele pároco o direito de
final de 2007.
escolher a coordenação do grupo. Decidiu também
Nesse tempo do Pe. Paulo, deu-se forte ênfase
que o lugar das reuniões não seria a Matriz, mas o
à Espiritualidade Bíblica, com a prática da Leitura
Centro de Pastoral N.S. Aparecida; que não deveriam
Orante da Bíblia,
proporcionando crescimento
ocorrer práticas que não estivessem em comunhão
espiritual aos grupos que assumiram o projeto.
com as orientações da Igreja (como curas e orações
Alguns desses grupos perduram até hoje.
em línguas); que deveriam ter clara a diferenciação
Em agosto de 2006, houve o Primeiro Encontro
entre o Movimento e a Comunidade; que deveriam
dos “Pequeninos do Senhor”, com crianças de 4 a 8
permanecer como Grupo de Oração e que caberia
anos. Elas participavam da missa das 10 horas, na
ao pároco aprovar o convite às pessoas de fora
Matriz. Era uma iniciativa do seminarista Victor da
para assessorarem o grupo. “A acolhida foi feita no
Silva Filho. Trata-se de um projeto que visava tornar
sentido de somar esforços no trabalho pastoral da
a liturgia dominical mais acessível às crianças.
Paróquia” – dizia o Padre Paulo.
Organograma da Paróquia de Sant´Ana (2003-2007)
De maneira geral, pode-se dizer que nesse paroquiato, se intensificou o trabalho da EACP, que caminhava mais próximo do padre, no sentido que aumentava a participação de todos nas decisões da vida paroquial. Nas Comunidades, criou-se a se
novo Conselho de Pastoral Paroquial (CPP)
composto agora pelo pároco e vigário paroquial, um representante de cada um das 6 Dimensões de Pastoral:
Comunitário-participativa,
Missionária,
Bíblico-catequética, Litúrgica, Econômica e Sóciotransformadora, conforme o Organograma anexo. Fazia parte também do CPP: o representante da Forania, o representante do Conselho de
Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
83
Equipe de Coordenação de Pastoral (CPC) e criou-
Assuntos Econômicos, o representante da EACP,
Essa reforma
incluiu mudança no sistema
7 representantes da Pastoral das Comunidades
de som, iluminação e ventilação. Trocou-se o altar,
maiores, o representante dos atendentes paroquiais
o ambão, a fonte batismal e a cadeira presidencial.
e algum convidados dos membros do Conselho
Foi construído banheiro para uso durante as
Municipal.Toda essa organização imprimiu à Paróquia
celebrações, sala para atender confissões e para a
um dinamismo novo que fez aumentar a comunhão e
Escuta Cristã, um espaço devocional para a imagem
a participação.
de Sant´Ana e de N.S.Aparecida, foi ampliada a capela do Santíssimo, a sacristia foi remodelada. E
Desde o tempo do Padre Cláudio, já se
foram tirados da Matriz os quadros da Via-Sacra. Em 26 de julho de 2004, inaugurou-se a Casa
ministros. Assim, em 2004, foram criados novos
de Sant´Ana, idealizada pelo Padre Mansur e iniciada
ministérios, intensificou-se a atividade pastoral
pelo Padre Cláudio. Em maio do ano seguinte, foram
e produziu-se muito material “para promover a
feitas reformas na capela do Cruzeiro e a cobertura do
comunhão, a participação e a co-responsabilidade
estacionamento no Centro Pastoral N.S.Aparecida.
nas comunidades e pastorais” (Relatório do Padre
Em 2006, a Paróquia comprou terreno para a
Paulo).
Comunidade do S. B. Jesus, na Taquara Branca, para Recém empossado bispo de Campinas, D.
construção do salão, e, em 2007, comprou terreno
Bruno investiu, no mês de agosto, 11 ministros da
no Núcleo Missionário Santa Clara, área verde, no
Escuta Cristã, 21 da Palavra, 6 das Exéquias, 44 da
Parque Franceschini. Em julho desse ano, teve início
Saúde e 65 da Comunhão Eucarística, num total de
a perfuração do poço artesiano do CenFEL (Centro de
147 ministros, na Paróquia de Sant´Ana. Em maio do
Formação, Espiritualidade e Lazer N. S. Aparecida)
ano seguinte, foram investidos mais 45 ministros da
e em setembro, começou a terraplenagem para a
84
Eucaristia. Já nesse ano, o pároco chegou a pedir
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
falava na necessidade de ampliar o número de
construção. Nesse mesmo ano, a Paróquia pediu
ao arcebispo a criação de ministros leigos para
ao Conselho de Defesa do Patrimônio Municipal
assistência ao Matrimônio, que, porém, foi negada.
(Condephaea) o tombamento da Igreja Matriz, que não chegou a ser efetivado.
Realizações materiais Em 2003, teve início uma pequena reforma interna da Matriz, que não pode ser concluída, mas o foi no ano seguinte.
A tividades Sociais e Políticas Ao lado das iniciativas e realizações pastorais, a Paróquia se abria para o campo político e social,
cuidado com a vida do cotidiano.
Na linha do social, a Paróquia também mantinha o pequeno núcleo missionário na Área
Por isso, era necessário debruçar-se sobre a
Verde do Parque Franceschini, atendendo essa
realidade e as necessidades das comunidades e da
clientela mais carente, com atenção especial às
cidade como um todo. Assim, , desde o começo de
crianças e com celebrações da Palavra, nos fins de
2004, a Paróquia promoveu um Curso de Formação
semana.
para agentes da Pastoral da Saúde. Começou
No campo político a paróquia teve importante
também a pensar num Convênio com a FEBEM,
papel. Mais de uma vez, o Pároco se reunia com os
mediante o Instituto Pio XII, para promover o “projeto
colegas das paróquias da cidade e promovia encontro
de liberdade assistida aos menores em conflito com a
com o Prefeito, apresentando-lhe, pessoalmente,
lei”. Em junho de 2006, foi então firmado o convênio,
e por escrito, suas preocupações quanto à gestão
e o projeto se chamou “Ação para Vida”. O projeto foi
pública municipal e às necessidades da população
instalado na Casa de Sant´Ana, ao lado do Centro
mais pobre. Em 2006, foi fundado na Paróquia
de Pastoral N. S. Aparecida, e tinha o apoio do
um grupo de leigos para que, junto com o Pároco,
Governo do Estado, do Instituto Pio XII, da Paróquia,
debatesse a situação do Município. Segundo o Padre
da Prefeitura Municipal e dos Vicentinos. Mais tarde
Paulo, o grupo foi fundado para ”refletir, debater
passou a atender na Avenida Rebouças.
e assumir posicionamentos diante das necessidades
Expressivo trabalho pastoral de cunho social a
do município e da atuação dos poderes públicos”. O
Paróquia desenvolveu no Centro de Ressocialização
grupo se chamou “Desperta Sumaré” e se reunia uma
de Sumaré, realizado por membros da RCC, chegando
vez por mês.
a batizar um reeducando dessa instituição. Em junho de 2005, importante evento
Convidado pela CNBB para trabalhar Bogotá,
em
como Vice-Reitor Acadêmico do Instituto
aconteceu na Paróquia: encerramento da 4ª Semana
Teológico Pastoral para a América Latina (ITEPAL),
Social da Arquidiocese, com a participação de todas
o Padre Paulo deixou a Paróquia em dezembro de
as Foranias e várias centenas de participantes.
2007.
85 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
na certeza de que a espiritualidade não excluia o
Padre Carlos José Nascimento O novo pároco, Padre Carlos José Nascimento, tomou posse no dia 4 de janeiro de 2008, durante a celebração Eucarística, na Igreja Matriz de Sant´Ana, presidida por Dom Bruno Gamberini, arcebispo Metropolitano de Campinas. Um das primeiras medidas do novo pároco foi implantar na Paróquia, com aprovação da EACP, do Conselho Econômico e de todas as Comunidades, o sistema de Caixa Único para todas as Comunidades, que entrou em vigor no final de fevereiro de 2008. Nesse sistema, quem faz o controle e gerencia o Caixa Unificado é um Conselho presidido pelo pároco e composto por um coordenador de cada comunidade da paróquia. Nas palavras do pároco, “começava um trabalho mais profundo do ser igreja neste chão” e convidava a todos “para ajudarem na condução do novo projeto”. 13 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
86
Ainda nessa linha de mudanças, ficou decidido (agosto de 2008), em Conselho, o encerramento das atividades da EACP, passando suas atribuições ao CPP (Conselho Paroquial de Pastoral) e ao CEP (Conselho
13
A escassez de informações no Livro Tombo, com apenas 12 páginas de texto manuscrito,
dificultou o trabalho do historiador.
menos de um ano, vindo em seu lugar o Padre
Por sua vez, o CPP passou a ter nova
Francisco de Assis Júnior como Vigário Coadjutor.
composição: um representante de cada Pastoral, um
Este, por sua vez, ficou aqui dez meses, quando
representante do CEP, um da Forania, o Pároco, o
foi substituído pelo Padre Manoel Messias Pereira
Vigário Paroquial e o(a) Secretário(a).
Martins, que permaneceu na Paróquia até maio de
Dando continuidade a um antigo costume, o
2013.
Em novembro e dezembro de 2009 foram
novo Pároco participou, no ano de 2008, juntamente
investidos novos Ministros da Saúde, da Eucaristia
com outros párocos da cidade, de vários encontros
e da Palavra, bem como novos acólitos para as
com os candidatos a prefeito. Trataram de vários
Comunidades.
problemas que há tempo afligem o povo, em especial da violência e da falta de água. Com a aprovação do Conselho, também foi
Preocupado com a Família, ainda em 2009, o Padre Carlos propôs ao Conselho que se repensasse o trabalho da Pastoral com a Família, e dizia que
mudada a composição das Comunidades e Núcleos
era preciso
despertar mais pessoas para esse
da Paróquia. A partir de novembro de 2008, as
serviço. Achava que se deveria pedir ajuda ao
Comunidades de São João Batista, Divino Espírito
OVISA (Orientação para a Vivência Sacramental) ou
Santo e Nossa Senhora da Primavera passaram a ser
ao ECC ( Encontro de Casais com Cristo), que têm
apenas Núcleos Missionários, por causa “da falta
mais estrutura para preparar casais para trabalhar
de interesse em criarem em seu meio a estrutura
com a família. Após consulta, o Conselho aprovou a
necessária para serem comunidades, pois só
escolha do OVISA. Em outubro de 2009, a Paróquia
acontecia missas”, como se lê no Livro Tombo. A partir
realizou a JUPAC (Jovens Unidos por Amor a Cristo)
de então, a Paróquia ficou com oito comunidades.
com a presença de muitos jovens.
O Centro de Pastoral N.S. Aparecida, onde
No aspecto material, nesse período, a Paróquia
tradicionalmente um grupo de pessoas se reunia para
adquiriu a Casa Central, vizinha à Casa Paroquial,
rezar ou participar de missas, passou a ser, desde
com uma reserva financeira guardada havia tempo
começo de 2009, apenas um Núcleo Missionário.
para esse fim. A aquisição do imóvel era um desejo
Apesar do protesto dos freqüentadores, o pároco
antigo que só não se concretizara pela resistência
não voltou atrás.
da proprietária em vendê-lo. Tendo ela falecido,
Em junho desse ano, chegou à Paróquia o
no final de 2007, os herdeiros puseram o imóvel à
novo Vigário Paroquial Padre Émerson de Almeida
venda, ocasião em que a Paróquia o comprou, no
Amaral, substituindo o Padre Angel Pedro Fernandez
início de 2008.
Sanches, que era vigário paroquial desde julho de
Desde abril de 2009, a Paróquia começou
2007. O Padre Émerson permaneceu na Paróquia
uma campanha para reformar o Centro de Pastoral,
87 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Econômico Pastoral).
embora “com grande oposição”, segundo o pároco. A reforma foi realizada, mas não concluída totalmente, por falta de recursos. Também a Sacristia e a Secretaria Paroquial foram reformadas, bem como as paredes do presbitério. Entre as comunidades, a obra mais importante foi na Comunidade do Sagrado Coração de Jesus, quase totalmente remodelada, com a construção da capela e de anexos.
Franciscanos Com o intuito de divulgar a espiritualidade franciscana e ajudar nos trabalhos pastorais, há alguns anos existia na Paróquia, sob a liderança do Diácono Luiz Antonio Ferreira Quental e sua esposa Cristina, a Ordem Franciscana Secular. Luiz Antonio é diácono permanente e foi ordenado em 9 de agosto de 2009, na Igreja de São José, em Campinas.
Diácono Luiz Antonio Ferreira Quental
Espiritualidade e Formação Logo no começo, na gestão do Padre Carlos à frente da Paróquia, foi inaugurado o CenFEL (Centro de Formação, Espiritualidade e Lazer) próximo à Comunidade da Candelária, no Bairro do Cruzeiro.
A Fraternidade Franciscana congrega algumas dezenas de irmãos, que se reúnem, desde 2005, para Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
88
a Leitura Orante da Bíblia, para rezar, se aprofundar no espírito franciscano e planejar ações pastorais na Paróquia. Com a aprovação de Dom Bruno e do Pároco, realizou-se, em maio de 2009, oficialmente, a ereção canônica da Fraternidade Franciscana, com profissão de 18 membros, no Centro Pastoral N.S. Aparecida, numa bela celebração litúrgica. A Fraternidade
foi bem aceita na Comunidade e
cresce a cada dia com novos irmãos, que assumem várias tarefas pastorais na Paróquia.
Centro de Formação, Espiritualidade e Lazer – (CenFEL)
O espaço se destinava a sediar reuniões, cursos,
- Plano de Pastoral Orgânica – da Arquidiocese.
encontros e retiros organizados pela Paróquia. Em
Foram apresentados os temas para serem estudados
julho de 1993, tinha sido fincado o marco – uma
na paróquia e depois serem levados para o Conselho
cruz - da fundação do CenFEL, no tempo do Padre
decisório da Arquidiocese. Os temas estudados na
Mansur, num terreno de 5 mil metros doado pelo
Paróquia foram: ”Como a Igreja lê a Bíblia”, “Igreja
empresário Geraldo Bordon. A inauguração foi em
Participativa” e “Igreja Acolhedora”. Em julho de 2009, o Padre Emerson deixou a
Nas reuniões do CPP (2010), sempre vinha
Paróquia, sendo logo substituído pelo Padre Francisco
à tona a discussão sobre ações para incrementar
de Assis Júnior, que ficou na Paróquia até junho
a Espiritualidade, com Encontros, Treinamentos,
de 2010, quando chegou o padre Manoel Messias
Retiros, Leitura Orante e realização de Cursos de
Pereira Martins, agostiniano, como novo vigário
Oratória e Técnicas de Reuniões. Aconteceram
auxiliar. Este ficou responsável pelas pastorais da
também cursos de Formação sobre a Bíblia, com
Família, Noivos, Cerimonial de Casamento, Batismo,
28 aulas duas vezes por semana (maio 2010), e
Coordenadores
um concorrido Encontro de Jovens. Nesse mesmo
Adultos, Eucaristia e Enfermos.
de Comunidades, Catequese de
ano, em outubro, cinco paroquianos concluíram o
Na reunião do CPP, de 11/08/2009, foram
Curso de Formação para Escuta Cristã, e aconteceu
apresentados os projetos enviados pela Paróquia ao
a investidura de mais ministros da Eucaristia. E
7º PPO: Igreja Participativa, Igreja Evangelizadora
também, em dezembro, a investidura de Ministros
e Igreja Acolhedora. Ficou definido que se fariam
da Palavra, da Saúde e das Exéquias.
encontros nas casas, convidando as pessoas (Igreja
Desde abril de 2009, a Paróquia trabalhou
participativa), trabalhando na formação bíblica com
no sentido de se engajar nas exigências do 7º PPO
toda a comunidade (Igreja evangelizadora) e indo ao
89 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
17 de dezembro de 2008.
encontro dos membros da Comunidade que passam
enviado pelo padre Paulo Crozera “dizendo de como
por dificuldades (Igreja acolhedora).
deveria ser sua conduta ao chegar aqui”.
Em agosto de 2010, a RCC realizou na Igreja
O pároco se mostrava muito aborrecido nessa
Matriz o Cerco de Jericó. Foram oito dias de missa,
reunião e “colocou-se à disposição do Conselho
oração e exposição do Santíssimo, durante 24 horas,
para deixar a Paróquia”. O Conselho solidarizou-se
com grande afluxo de fiéis.
com ele, pediu que ele continuasse na Paróquia e escreveu uma carta a Dom Bruno e ao Vigário Forâneo
Situação Financeira
sobre o “verdadeiro sentimento dos paroquianos”. Em 5 de janeiro de 2011, saiu a nomeação e a provisão do Cônego Elisiário Cesar Cabral para a
Desde 2009, era recorrente a reclamação do pároco sobre a situação financeira da Paróquia que,
No término do seu paroquiato, em dezembro
segundo dizia, não conseguia cobrir os gastos normais
de 2010, o Padre Carlos deixou registrado no Livro
da Paróquia. Em fevereiro de 2010, voltou-se a falar
Tombo a seguinte mensagem:
em reestruturação do Dízimo, porque a paróquia apresentava déficit mensal enorme. Na reunião do CPP de fevereiro de 2010, foi apresentada a situação financeira da Paróquia com um déficit de 10 mil reais mensais. Era preciso melhorar a arrecadação do dízimo, pois segundo ele, as despesas aumentavam gerando um déficit em torno de 15 mil reais (junho de
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
90
Paróquia de Sant´Ana de Sumaré.
2010). Mas, em outubro, a arrecadação melhorou. Disse que houve uma grande oposição, quanto à reforma dos banheiros do Centro de Pastoral, realizada em 2009. Numa reunião do CPP, no final de 2009, o Padre Carlos se referiu a um grupo que, segundo ele, sempre se opôs ao seu modo de conduzir os trabalhos da Paróquia. Apresentou, em seguida, ao Conselho uma carta enviada por um grupo de paroquianos ao Bispo e ao Vigário Forâneo. Disse que essa carta tinha conteúdo semelhante a um e-mail que lhe fora
“Com as missas de Natal e Ano Novo que houveram (sic) grande fluxo de pessoas, encerro minhas atividades na paróquia de Sant´Ana. Termino desejando ao novo pároco Pe. Elisiário Cesar Cabral e ao vigário Pe. Messias, muitas benção (sic) e graças de Deus para o seu profícuo ministério neste local e cidade”. Em 30 de janeiro de 2011, ele foi transferido para a Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, em Campinas.
Padre Elisiário César Cabral Dia 10 de fevereiro de 2011, na Igreja Matriz de Sant´Ana tomou posse o novo pároco Padre Elisiário Cesar Cabral. Vinha com a recomendação de Dom Bruno para que ouvisse muito as pessoas e afrouxasse um pouco os ânimos dos paroquianos. um tanto divididos entre si. Logo na primeira reunião do CPP (Conselho Pastoral Paroquial) o novo pároco se propôs a ouvir o depoimento de cada membro do Conselho e sua função na Paróquia, mostrando o desejo de conhecer a realidade da Paróquia e colocando-se à disposição para trabalhar junto. Ficou assentado que, nesse primeiro momento, não haveria grandes mudanças no andamento da Paróquia, mas se daria continuidade ao que tinha sido planejado. Assim, conforme combinado no ano anterior, se deveria trabalhar na da Arquidiocese. Como, porém alguns membros do Conselho não conheciam o 7º PPO, ficou combinado que todos lessem o texto e se aprofundassem um pouco, direcionando a atenção para a formação bíblica. Em junho desse ano, realizou-se o Encontro de Formação dos Agentes do 7º PPO que foi bastante proveitoso. Mas ficou claro que é necessário retomar a Formação em outros momentos. Na continuidade dessas reflexões e, a partir do resultados dos estudos do PPO, em 2012, o Padre Messias, Vigário Paroquial, apresentou proposta da criação do COMIPA (Conselho Missionário Paroquial), objetivando formar “uma Igreja que acolhe e se renova no serviço solidário”. O Pároco apoiou a idéia e achou que “é preciso criar
91
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
formação bíblica, seguindo a proposta do 7º PPO (Plano de Pastoral Orgânica)
foco principal é evangelizar, através da Missão e da Espiritualidade – como preconiza o 7º PPO. Pensando assim, o Conselho terá, a partir de agora, a seguinte composição: padre (pároco), vigário, diácono(s), Coordenador, Secretário. Em seguida: um representante da Iniciação Cristã (representando a Catequese com adultos e Batismo, Catequese dos Adolescentes, Catequese do Crisma, Comunhão Padre Tadeu Francisco Bonetti
um espírito missionário na Paróquia, pois a missão principal da Igreja é ser missionária”. As reflexões sugeridas , em especial a partir do texto: “È hora de Ousadia” do Padre Piazza, forneceram subsídios para novas posturas pastorais, que exigem, por exemplo, a ampla participação de todos os agentes pastorais nessa tarefa, inclusive a RCC (Renovação Carismática Católica) e a Ordem Franciscana Secular.
O novo Conselho de Pastoral Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
92
A partir de outubro de 2011, o CPP ganhou
Eucarística, Catequese Paroquial, Catequese da Primeira Eucaristia); um representante da Família
Cristã (representando a Pastoral da Família e o Encontro de Casais com Cristo); a Caridade Cristã (representando a Pastoral da Criança, o Instituto Educacional e Assistencial Pio XII, a Escuta Cristã, a Pastoral da Saúde, as Exéquias, a Associação de Sant´Ana, os Vicentinos, o Dízimo e a Pastoral Carcerária); Espiritualidade, Missão e Animação
Missionária (representando a Renovação Carismática e a Ordem Franciscana Secular); Animação Litúrgica (representando os Acólitos e o Canto Litúrgico);
Forania (representando a Forania) e um representante de cada comunidade paroquial.
novo formato. Ele foi, durante anos, um conselho de caráter mais deliberativo, como se coubesse a ele a última palavra nos assuntos pastorais. Na
Formação
verdade, o Conselho deve ser um grupo que irradia
Em outubro de 2011, o Pároco apresentou
ações e provoca as comunidades e pastorais para
ao Conselho a proposta de um Curso de Formação
novos desafios. O Conselho deve ter um aspecto
Permanente na Paróquia, com a duração de dois
mais reflexivo sobre as questões de pastoral que
anos, com início em fevereiro de 2012. A idéia teve
a Arquidiocese e a CNBB lançam. No Conselho,
aprovação unânime do Conselho e levou o nome de
o aspecto fundamental é a espiritualidade. Seu
Escola Sant´Ana de Formação de Agentes (ESAFA).
Os temas do Curso foram: Sagrada Escritura, Magistério da Igreja, Noções do Pensamento
Comunidades
Teológico, Ação Pastoral, e teve boa presença e participação dos agentes de pastoral. O curso teve
Desde que foi desativada, os moradores
da
muito boa aceitação e despertou o interesse para
Vila Sant´Ana, queriam reativar a Comunidade que
aprender mais. Ele veio de encontro a uma antiga
se reunia, há anos, no Centro de Pastoral Nossa
aspiração de muitos paroquianos que há tempo o
Senhora Aparecida. Atendendo a esse desejo, o
esperavam. Neste ano de 2014, nova turma iniciou
pároco convidou as pessoas para uma reunião
o Curso que agora terá apenas um ano de duração.
com o intuito de ouvi-las, ocasião em que sentiu a
Em setembro de 2012, houve três encontros
sinceridade delas e o desejo de serem novamente
para formação de Ministros das Exéquias em nível
acolhidas nesse espaço. Ficou acordado então que a
de cidade e, logo em seguida, a investidura deles
celebração da festa de Nossa Senhora Aparecida, em
para o exercício dessa pastoral.
outubro, desse mesmo ano de 2011, seria realizada
A partir de setembro de 2013 começou a trabalhar na Paróquia o Padre Tadeu Francisco Bonetti como Vigário Paroquial, substituindo o Padre Messias. Desde junho de 2013 a Paróquia conta também com a presença do seminarista Idalírio Oliveira Olini.
Familia Fuji, abertura da Semana da Família 2013
Abertura da Semana da Família 2013
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
93
aí. Nesse dia, a comunidade se reuniu novamente, e recebeu a promessa de ter missa, uma vez por mês, o que realmente aconteceu, a partir de então. Além disso, ficou a promessa de que, assim que fosse possível, seria construída uma capela nesse espaço. Quanto à importância das Comunidades na Paróquia, o Padre Elisiário várias vezes trouxe o assunto à baila. Repetiu, mais de uma vez, que a comunidade não pode ser vista como uma pequena paróquia, uma cópia da
Igreja Matriz. Cada
comunidade tem sua individualidade e não precisa imitar a Matriz. Tem espaço próprio para celebrar a fé, formar-se e educar-se. Daí a necessidade de haver um novo projeto para a Liturgia, que descubra e valorize o jeito de ser de cada comunidade. Qual é o modelo de comunidade? Deve ser um espaço alternativo de crescer na fé, onde se pratica a oração de modo mais espontâneo, como, por exemplo, na prática da Leitura Orante. Mas a Leitura Orante não é o foco da espiritualidade. O foco é a comunidade em si. A comunidade é o chão da Paróquia, é onde brota a água... Se não se Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
94
tiver cuidado, pode acontecer muito trabalho na comunidade e pouca espiritualidade, advertiu ele. Para fortalecer o vínculo entre as pessoas da comunidade, o padre propôs, no final de 2012, que os Ministros da Palavra e da Comunhão Eucarística sejam membros da Comunidade e que permaneçam, pelo menos um ano, atuando nela. A sua permanência na comunidade permitirá que ele conheça melhor as
também, nas comunidades e núcleos missionários, o uso de um folheto próprio para a Celebração da Palavra, diferente do folheto usado para a missa. A novidade agradou a todos, por ser um texto mais leve e adaptado à celebração.
Pastorais e Movimentos
pessoas, identifique-se mais com elas e crie vínculos na vivência da fé. A partir de 2013, introduziu-se
Por ocasião da Campanha da Fraternidade de
Missa de Abertura das Comemorações do Centenário Paróquia (2014)
Pastoral da Saúde e a Escuta Cristã promoveram, no dia 12 de abril, uma palestra sobre “Como cuidar dos doentes sem ficar doente”. O tema foi apresentado pela geriatra Dra. Renata A. S. Pupo Silveira, reuniu mais 200 pessoas e teve grande participação dos presentes. Em maio desse mesmo ano realizou-se também um debate sobre a Saúde Pública, promovido pela
95 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
2012, cujo tema era Fraternidade e Saúde Pública, a
Pastoral Familiar, quando estiveram presentes o
um momento de instrução e encaminhamento para a
Secretário Municipal de Saúde e o Presidente do
catequese de adultos, para também eles receberem
Conselho de Saúde. Nele,
os sacramentos da Iniciação Cristã.
questionou-se com
inúmeras perguntas do público presente, a situação da saúde no município. O encontro foi esclarecedor e teve um bom público.
Presença dos jovens
A Pastoral do Dízimo, nesses quase quatro anos de paroquiato do Padre Elisiário, tem desempenhado
Quanto aos Jovens, há anos que não se pode
bem suas funções e atingido os objetivos. O padre se
falar de uma Pastoral dos jovens na Paróquia. Mas
diz contente e com frequência apresenta ao CPP os
o que se pode observar é que a presença deles
resultados do dízimo, devidos ao aumento crescente
na Paróquia é expressiva. Em várias pastorais e
de dizimistas. Mostra em que o dinheiro do dízimo
movimentos, como na Catequese e no Crisma, eles
está sendo usado na paróquia e quais os projetos
estão presentes trabalhando junto com os adultos.
que pretende realizar.
Forte e constante é também a presença deles nas
Em vista do desejo da RCC de melhor participar na Paróquia, em especial no que se refere à Pastoral
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
96
missas de domingo à noite, fato observado há muitos anos.
Familiar, desde 2011, a Semana da Família é realizada
A Paróquia participou da Jornada Mundial da
em conjunto com esse movimento. E os resultados
Juventude ocorrida no Rio de Janeiro, em julho de
foram muito positivos.
2013, onde estiveram presentes vários jovens da
Em abril de 2011, realizou-se o 1º ECC (Encontro
Paróquia, acompanhados de um casal responsável
de Casais com Cristo) com casais das quatro
da comunidade. Eles voltaram felizes, cheios de
paróquias da cidade. Segundo vários comentários,
alegria e esperançosos em poder cumprir seu papel
foi muito bom e proveitoso. Nesse mesmo ano,
na Igreja e no mundo.
em agosto, houve também o “Cerco de Jericó” na
Em abril de 2013, aconteceu a Gincana Bíblica
Matriz, organizado pela RCC, que vem acontecendo,
na Paróquia, com a participação dos jovens do Crisma
anualmente, com boa presença dos fiéis da paróquia
e do pessoal da Catequese. Pelo depoimento deles,
de Sant´Ana e das paróquias vizinhas.
o evento foi muito bom e proveitoso.
Uma nova postura vai se introduzindo
na
A partir de 2014, se esboça na Comunidade
Paróquia (a partir de 2012) quanto à realização do
Matriz um movimento no sentido de atrair os jovens
batismo. É um momento importante de acolhimento
para reuniões onde eles se manifestem a respeito
dos pais e padrinhos, uma vez que muitos não
do assunto. Várias reuniões estão acontecendo e a
possuem sua vida sacramental regular, e também
expectativa é que a iniciativa tenha continuidade e
seja a semente de uma nova pastoral da juventude na Paróquia. Também em algumas comunidades nota-se o desejo de formar grupo de jovens, como é o caso da Comunidade do Senhor Bom Jesus, na Taquara Branca.
Comunicação Recorrente nos relatórios das reuniões do CPP é o tema da Comunicação na Paróquia. Sente-se necessidade de uma pastoral mais efetiva e dinâmica. Atualmente existem na Paróquia o horário da Ave-Maria pela rádio, o Programa “Decidindo pela Vida e Caminhando com a Igreja”, no ar há quase vinte anos e a transmissão da Missa de sábado à noite pela emissora local. A partir de julho de 2013, é publicado mensalmente o Boletim Informativo da paróquia com pequenos textos, breves notícias e fotos da vida paroquial. A Paróquia mantém ainda um site atualizado e o facebook, com quase 1 500 seguidores... A Rádio Comunitária 26 de julho, antes clandestina, a partir 2009 está com sua situação legal normalizada, transmitindo só música em sua programação. Fala-se do retorno da PASCOM, mas sente-se a falta de pessoal para formar uma equipe que assuma efetivamente essa difícil tarefa.
Em 2012, a Paróquia participou da coleta de assinaturas para o “Movimento de Cidadania”. Foram dois abaixo-assinados: um propondo emenda constitucional defendendo a vida desde a fecundação e outro pedindo 10% da Receita Bruta da União para a saúde pública. Nesse ano, a Paróquia também preparou e distribuiu milhares de folhetos conscientizando a população sobre a importância do voto nas eleições municipais de Sumaré. Continuam operantes na Paróquia algumas instituições importantes pelo trabalho que desempenham, se não no âmbito estritamente religioso,
97 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Obras sociais
Instituto Educacional e Assistencial Pio XII - a Creche Francisco Bonetti
Casa de Sant´Ana
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
98 Projeto “Ação para Vida”
Conselho Particular de Sumaré Sociedade São Vicente de Paulo
mas todas voltadas para o bem-estar e a promoção
especial às crianças, adolescentes e famílias. Foi
social, formas legítimas de caridade e de amor ao
fundado em 1958, por algumas senhoras católicas
próximo.
da Paróquia de Sant´Ana, para cuidar das crianças
Assim, o Instituto Educacional e Assistencial
carentes, dando-lhes desde o enxoval do neném e
Pio XII, conhecido popularmente como Creche Santa
tudo o mais de que as mães precisavam. A entidade,
Rita, oferece serviços de proteção básica e serviço
que hoje atende por volta de 120 crianças, tem o
pároco como seu diretor espiritual que, por força do Estatuto, participa das reuniões da Diretoria. Ligado ao Instituto Pio XII, há também na Paróquia o Projeto “Ação
para Vida”, de que já falamos neste livro. O projeto se dirige a adolescentes de ambos os sexos, na faixa de 12 a 18 anos, e excepcionalmente acima dessa idade, inseridos nas medidas socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade, familiares e responsáveis. A entidade atende em média 80 adolescentes por mês. Fundada em 1992, a Associação de Sant´Ana, tem se dedicado a divulgar a devoção à Sant´Ana, na Paróquia, através das “casinhas” (hoje são mais de 200) que durante 30 dias, passam de casa em casa, ocasião em que a família se reúne para rezar. A livraria da Paróquia também está sob os cuidados da Associação, e atende à demanda dos que procuram livros, objetos sacros, CDs e outros. Desde 1937, existe na Paróquia a Conferência de São Vicente. A entidade esteve ativa nos primeiros quinze anos, e depois desapareceu. Em 1980, no tempo do Padre Angelo Marighetto, foi reativada e se estendeu por outros bairros de Sumaré. Hoje existem 14 grupos de vicentinos no município, com 160 voluntários que visitam centenas de famílias carentes, distribuindo toneladas de alimentos, além de roupas, utensílios domésticos e outros. Além da Conferência de Sant´Ana, existem a Conferência de São Benedito e de Santo Antonio. Pelo seu importante Câmara Municipal de Sumaré o título de Utilidade Pública, em 1989. Inaugurado em julho de 1998, a Paróquia alugou o imóvel do Espaço
Criança, fundado pelo Padre Mansur, que passou
para os cuidados
do
Instituto Bem Querer, a partir de 2013, motivado por dificuldades encontradas pela Paróquia, em desenvolver ali a Pastoral da Criança.
Dom Airton José dos Santos, arcebispo de Campinas desde 15 de abril de 2012
99 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
trabalho social, a entidade recebeu da
Anexos
Histórico das Comunidades da Paróquia de Sant´Ana
Comunidade de Sant´ana
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
100
Esta é a comunidade mais antiga da Paróquia. É a mãe, a geradora de todas elas e por isso se chama Matriz. Nasceu em 1887, quando os primeiros moradores do vilarejo de Rebouças se reuniam para rezar ou participar de uma missa numa casa de família. Segundo o depoimento de uma antiga moradora, a missa era rezada na casa de Antonio do Valle, perto da Estação. Antes de construir a capela, os católicos conseguiam de vez em quando algum Padre de Campinas ou de Monte Mor para darem assistência religiosa à pequena comunidade que nascia. Depois que a capela foi construída, em 1889, as pessoas se reuniam na igrejinha dedicada a Sant´Ana e foram formando e consolidando a comunidade. O padre mais conhecido nessa época e que mais trabalhou aqui foi o Padre João Batista Nery, que depois se tornou bispo de Campinas. Devagar, a comunidade foi crescendo até tornar-se paróquia, em 1914. Nesses cem anos, a comunidade paroquial cresceu tanto que precisou subdividir-se em outras comunidades, formando assim outras paróquias. No território da antiga paróquia, que abrangia todo o atual município de Hortolândia e de Sumaré, existem hoje dezenas de outras paróquias com centenas de comunidades. É a árvore frondosa que estende seus ramos e onde os pássaros procuram abrigo. É a semente da Palavra plantada em terra fértil, que produz frutos abundantes.
Comunidade de Nossa Senhora de Fátima
No ano de 1990, tiveram início os Encontros de Círculos Bíblicos nos novos bairros que iam surgindo na cidade: Planalto do Sol, Parque Florença e Parque Versalhes. A visita de Dom Gilberto Pereira Lopes, em outubro desse ano, trouxe muito ânimo a esses grupos de reflexão. Para servir de exemplo, o bispo lembrou aos fiéis o nascimento das comunidades na Igreja primitiva, como narram os Atos dos Apóstolos. No ano seguinte, foi escolhido o nome do patrono para a comunidade nascente, quando o pároco Padre Mansur celebrou a primeira missa na comunidade, que viria a ser a Comunidade de São Sebastião. Depois disso, começaram as celebrações semanais da Palavra em cada um dos bairros e, em 1992, foi eleito o primeiro coordenador da Comunidade, na pessoa do saudoso Paulo Sérgio Paduan. Em 20 de janeiro, celebrouse a primeira Missa do Padroeiro com procissão e grande presença de fiéis Nesse dia foi lançada a pedra fundamental da capela. Prosseguiam os Círculos Bíblicos, a catequese e as celebrações da Palavra, até que, em 2 de junho de 1995, foi inaugurada a capela do Planalto do Sol. Hoje, a Comunidade de São Sebastião tem celebração Eucarística todos os sábados com grande participação dos fiéis. Celebra-se o dia do Padroeiro em 20 de janeiro.
101 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Comunidade de São Sebastião
No começo dos anos noventa, foram criadas várias comunidades novas na Paróquia, entre elas, a de Nossa Senhora de Fátima, no Parque Casarão. As famílias católicas sentiam necessidade de se reunirem para rezar. Reuniam-se então nas casas e pediam a presença do pároco para missas e celebrações da Palavra. Devagar, foi aumentando o número de pessoas até que, em janeiro de 1993, foi eleito o primeiro Coordenador da Comunidade e um Tesoureiro. Nascia assim uma nova Comunidade na Paróquia de Sant´Ana. Com muita dificuldade e com muito trabalho e perseverança, sempre com o apoio decidido do Padre Mansur, foram organizadas pequenas festas, até poderem comprar um terreno e construir a sede da Comunidade. As festas eram improvisadas em barracas de lona e a água era carregada em baldes. Foi enfrentando chuvas e ventos, com choro, reza, perseverança e fé, que nasceu essa pequena comunidade. O dia da Padroeira é celebrado em 13 de maio.
Comunidade de Nossa Senhora da Candelária
Comunidade de Santo Antonio
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
102
A comunidade nasceu, em 1974, com a realização de uma jornada missionária dos Padres Redentoristas de Aparecida do Norte. A partir do trabalho realizado pelas missões, um grupo de pessoas começou a reunir-se nas casas para rezar o terço, fazer a Campanha da Fraternidade e as novenas de Natal. Aos poucos o grupo foi se fortalecendo e, em 1979, por votação entre seus membros, foi designado como padroeiro Santo Antonio, realizando então nesse ano sua primeira festa num terreno vago, ao lado do DAE (depois escritório e almoxarifado da Administração do DAE). A comunidade teve como seu primeiro coordenador o senhor Santo Denadai. Em razão do crescimento e fortalecimento do grupo, a Paróquia adquiriu um terreno na esquina da Rua Marcos Liaschi com a Av. José Ferreira Gomes, onde foi construído o primeiro ponto de encontro da Comunidade para orações, celebrações e catequese. Mais tarde, o local foi transformado em capela que só foi demolida para a construção da igreja. Em 1º de maio de 1994, foi lançada a pedra fundamental para a construção da igreja, pelo Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes, no tempo em que o Padre Mansur Rodrigues Mansur era pároco. Em 11 de setembro do mesmo ano, foi iniciada a extração da terra e feito o nivelamento do terreno, para que então, no dia 24 de outubro de 1994, se desse início à abertura dos alicerces da igreja. Em 1º de junho de 1998, foi celebrada a primeira missa na igreja atual, presidida por D. Gilberto Pereira Lopes e a presença do Padre Mansur. O Dia do Padroeiro se celebra em 13 de junho.
Igreja de Nossa Senhora da Candelária no Bairro do Cruzeiro O bairro do Cruzeiro, onde está a igreja Nossa Senhora da Candelária, é muito antigo na história de Sumaré. Há mais de 150 anos, o lugar se chamava Cruzeiro de Santa Bárbara, e até hoje existe uma grande cruz de madeira no cruzamento da estrada que ia em direção a Santa Bárbara e Montemor. Foi nesse cruzamento que os católicos antigos construíram a capela, num terreno doado pelo fazendeiro Horácio Lavras, dono da Fazenda Candelária. A pedra fundamental da atual capela foi colocada em 10 de março de 1943 pelo Cônego Ciríaco, então pároco de Montemor. A construção foi em forma de mutirão pela comunidade do bairro e adjacências, bem como a doação de todo material utilizado. A comunidade se caracteriza até os dias de hoje como um local que aglutina as famílias de pequenos e médios produtores rurais, embora o desenvolvimento e a expansão da cidade se aproximem dessa região do município cada vez mais. A sua festa anual ainda preserva algumas características do passado, como bênção dos animais, das sementes, dos equipamentos agrícola e um animado leilão com novilhos e outros animais doados pelos produtores locais. A festa da Padroeira é dia 22 de fevereiro.
de Jesus
Por volta do ano de 1.980, os católicos do Parque Emília se reuniam nas casas para rezarem o terço, fazerem os Círculos Bíblicos e a Novena de Natal. As missas eram na Capela da Comunidade São Benedito ou na Igreja Matriz de Sant´Ana. Nessa época, era pároco o padre Mansur R. Mansur e estava acontecendo uma peregrinação da Imaculada Conceição em Sumaré. Já em 1988, foi escolhido de comum acordo o nome para a nova comunidade: Sagrado Coração de Jesus. Um paroquiano, que acompanhava a carreata visitando as comunidades, sugeriu ao Pároco que visitasse também sua comunidade. O Padre Mansur ficou surpreso e justificou não ter conhecimento dessa comunidade. Era verdade, mas prometeu dar um retorno a respeito. E ela veio logo. Durante a missa da despedida da Imagem Peregrina, o Padre saudou e agradeceu a todas as comunidades presentes, e anunciou a mais nova Comunidade da Paróquia, a do Sagrado Coração de Jesus, no Parque Emília, em dezembro de 1988. Nos anos seguintes, a Comunidade passou a ter missas e celebrações da Palavra nos lares da comunidade que abrangia o Parque Emília, a Vila Juliana e o Jardim Paulista. Em 1992, a Comunidade recebeu a visita de Dom
Gilberto Pereira Lopes, que presidiu a Missa na casa de Jose Antonio da Rosa, no Parque Emilia. No ano seguinte, no dia do padroeiro, houve a primeira festa da comunidade, num barracão improvisado. A festa foi motivo de elogios por toda paróquia, mas sentiu-se necessidade de adquirir local próprio para a sede da comunidade. Formou-se uma comissão de moradores que pediram um lote de terra a José Basso, proprietário de extensa área nas imediações. E conseguiram dele um terreno de 496 m ali no Parque Emília. No dia 19 de janeiro de 1993, foi escolhida a primeira Coordenação oficial da Comunidade. Aos poucos, através de festas e campanhas diversas, foram sendo construídos barracão, muros, cozinhas e banheiros. Mas havia o anseio da construção da igreja. E em março de 2003, a Comunidade recebeu o apoio do Rotary Club-Ação para o projeto arquitetônico. Por ocasião da Visita Pastoral em Sumaré, a Comunidade recebeu a visita de Dom Bruno Gamberini, em maio de 2005. Cabe também registrar com alegria e saudade a passagem marcante dos párocos Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi, Paulo Crozera e Padre Carlos Nascimento, que com muita competência e amor souberam conduzir esse rebanho. Durante os anos 2007 e 2008 priorizou-se a construção da tão sonhada igreja, com recursos reforçados através do Caixa Único, na Paróquia. Em 6 de fevereiro de 2009, a Comunidade foi agraciada com a Missa inaugural da nova igreja do Sagrado Coração de Jesus há tempo esperada.
103 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Comunidade do Sagrado Coração
Comunidade do Senhor Bom Jesus
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Comunidade do Senhor Bom Jesus da Taquara Branca Por volta de 1940, um morador da Taquara Branca doou terreno aos católicos do bairro para construírem uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus, que logo ficou pronta. Mais ou menos uns 15 anos depois da construção, o Padre Ciríaco de Monte Mor vinha rezar missa uma vez por mês. Essa devoção era muito antiga, motivada pela existência de uma imagem de madeira do Senhor Bom Jesus. Nas reuniões de oração o povo sempre rezava o terço na presença dessa imagem. Segundo tradição de antigos moradores, essa imagem era do tempo da escravidão e era guardada em oratório da casa do senhor João Batista Bilis. Todos os anos, dia 6 de agosto, seus vizinhos se reuniam para festejar, fazer procissão, rezar o terço e cantar. Depois da reza havia comes e bebes para todos. Diz a tradição também que certa vez um forte temporal derrubou a capelinha quebrando todas as imagens de santos, menos a do Bom Jesus. Imediatamente todo o povo se reuniu e começou a reconstruir a capela. Conta-se também que, em outra ocasião, pegou fogo na capela onde estava a imagem, queimando tudo. Depois de apagado o fogo, uma surpresa: a imagem do Senhor Bom Jesus, que era de madeira, estava apenas chamuscada. Mais uma vez o povo se reuniu e restaurou a imagem, que é venerada até hoje na comunidade. Assim, a fé tem sido o motivo dessa pequena comunidade que, na simplicidade, continua a caminhar na Igreja de Deus. A festa do Padroeiro é celebrada dia 6 de agosto.
A comunidade de São Benedito teve início em meados dos anos 80, quando alguns moradores do Jardim Marchissolo, inspirados pelos movimentos sociais e pela experiência das Comunidades Eclesiais de Base, sentiram a necessidade de formar uma comunidade católica local, onde pudessem rezar e manifestar sua fé. Tudo começou com quermesses na praça, em frente à comunidade, com barracas cedidas pela prefeitura. Essa festa se manteve por dois anos consecutivos e para realizá-la era utilizado o material de cozinha da Comunidade Santo Antonio. A comunidade era para ser na Rua Abraão Jorge Maluf, mas o terreno era pequeno e não dava para construir um barracão para quermesses. Foi quando, Dona Santa, uma da integrantes da comunidade, viu o proprietário do terreno em frente à praça em que eram realizadas as quermesses e perguntou se ele fazia a troca de terreno com eles. O proprietário aceitou a troca, e então foi feita uma reunião com o pároco padre Ângelo Marighetto. Ele mandou um oficio para o bispo, que aceitou a troca. Em 1984, um grande grupo de pessoas começou as obras da comunidade com doações do comércio local. Logo se começou a construção da capela e havia missa uma vez por mês. Também se realizava a Catequese e o estudo da Bíblia uma vez por semana. Assim que a comunidade ficou pronta, foi realizada a primeira feijoada, com empréstimo de talheres, pratos e panelas de um restaurante local, de uma creche e da Comunidade Santo Antonio. Com essa feijoada a Comunidade conseguiu comprar 100 cadeiras de madeira e material de cozinha para fazer as próximas feijoadas que duraram anos. Daí por diante a comunidade foi crescendo e se consolidando, e até hoje continua firme na caminhada com Deus e os irmãos. Celebra-se o dia do Padroeiro em 5 de outubro.
Núcleos Missionários Além das Comunidades, a Paróquia possui também os Núcleos Missionários, locais em que pessoas se reúnem para rezar o terço, participar de uma celebração da Palavra ou de uma missa, fazer a novena de Natal ou praticar a Leitura Orante. Os Núcleo são os seguintes: Nossa Senhora da Primavera (Chácaras Recreio Primavera), que começou com a reza do terço nas casas e em janeiro de 1999 foi rezada a primeira missa pelo Padre Cláudio Menegazzi. Foi então feita uma votação para escolher o nome da padroeira, que acabou sendo Nossa Senhora da Primavera, com a festa no dia 22 de setembro – início da primavera. Todo fim de semana havia celebração nas casas, até ser adquirido um terreno para a comunidade, e aos poucos se construiu Centro Comunitário. A imagem da Padroeira foi encomendada pela paróquia e feita especialmente para a comunidade. Outros Núcleos: São João Batista (Assentamento I), Divino Espírito Santo (Assentamento II), São Francisco de Assis (Assentamento III), Santa Isabel (Vila Santana), São Vicente de Paulo (Jardim Macarenco), São Lucas (Bairro Três Pontes), Madre Teresa de Calcutá (Parque Franceschini), Santa Margarida Maria (Vila Juliana), Nossa Senhora de Guadalupe (Parque Florença) e Santa
Luzia (Dante Marmirolli).
105 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Comunidade de São B enedito
Sant´Ana – Vida e Cul to Quase nada se sabe ao certo sobre os pais de Maria Santíssima, pois os livros do Novo Testamento nada dizem sobre eles. O pouco que se sabe sobre Sant´Ana vem dos livros apócrifos, como o Proto-Evangelho de São Tiago, o Pseudo-Mateus e o Evangelho de Maria. São livros escritos nos primeiros tempos do Cristianismo na tentativa de completar informações não encontradas nos Evangelhos. A Igreja não os reconheceu como inspirados, porém não os condenou. São livros que apresentam sempre um núcleo de verdade e de história. Segundo esses livros, os pais de Maria foram Joaquim e Ana; o pai de Ana chamava-se Matan e era de Belém; Joaquim era galileu. É uma tradição muito antiga e universal na Igreja que Ana e Joaquim eram velhos e estéreis quando Deus os premiou com o nascimento de Maria. O nome de Ana é hebraico e se escreve Hannah e exprime a idéia de “graça”. Joaquim também é hebraico e significa “Javé prepara e fortalece”. Pelos seus nomes se vê que eles tinham uma missão divina: preparar o caminho para a vinda de Jesus.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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O cul to de Sant´Ana na Igreja Segundo São Gregório Nisseno (século IV) e Santo Epifânio, o culto de Sant´Ana é muito antigo entre os cristãos orientais. Os hinos gregos e as homilias dos Santos Padres também o comprovam. No ano 550, o Imperador Justiniano I construiu, em Constantinopla, uma igreja dedicada à “avó de Jesus Cristo e Mãe da Virgem Maria”, Como diz o escritor francês Monsenhor Mermillod, “a cidade imperial não era a única privilegiada...” Nas ilhas mais remotas do Ocidente e nas regiões longínquas do Oriente nos séculos passados erguiam-se majestosas igrejas a Sant´Ana.
Em 636, quando Jerusalem foi tomada pelos muçulmanos, existia uma basílica dedicada a Sant´Ana. Hoje essa igreja magnífica está restaurada. No seu altar-mor, há uma estátua famosa: Sant´Ana ensinando a Sagrada Escritura à sua filha Maria, tema que inspirou muitos artistas, como por exemplo, o grande pintor espanhol Murilo. Em 705, Justiniano II construiu outra igreja a Sant´Ana na capital do Império Romano do Oriente. Os cristãos sírios cultuavam Sant´Ana com o nome de Dina, no dia 25 de julho. Mas os orientais, em geral, celebravam junto a festa da Natividade de Nossa Senhora ou com a festa da Assunção. No Ocidente, o culto de Sant´Ana é conhecido só depois do
século VIII. É desse século, uma
curiosa pintura existente no nicho da Basílica de Santa Maria Antiga, em Roma, que mostra três mães, cada uma com seu filho: Maria com o Menino Jesus, Isabel com João Batista e Ana com a Virgem Maria. Na Idade Média, a devoção é encontrada em VI, em 1378, atendendo ao pedido de vários bispos ingleses, permitiu que na Inglaterra fosse celebrada com pompa litúrgica a festa de Sant´Ana. Em 1425, Copenhagem, na Dinamarca, um Concílio Provincial ordenou a celebração da festa de Sant´Ana, no dia 9 de dezembro. Na Áustria, Hungria, Boêmia, Polônia e França havia templos dedicados à mãe de Maria. Mas foi só em 1584, no tempo de Gregório XIII, que a festa da Santa Mãe de Maria começou a ser celebrada com Missa e festa litúrgica. Em 1621, Gregório XIV quis que a festa de Sant´Ana fosse de preceito.
Finalmente, em 1879, o Papa Leão XIII determinou que a festa de São Joaquim e Sant´Ana fosse elevada a rito de segunda classe e obrigatória em toda a Igreja.
107 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
vários países da Europa Ocidental. O Papa Urbano
O cul to de Sant´Ana no Brasil Foram os jesuítas que trouxeram a devoção a Sant´Ana para o Brasil desde os primeiros tempos coloniais. Em quase todas as cidades brasileiras mais antigas encontram-se capelas, igrejas ou imagens de Sant´Ana. Hoje, há 29 cidades no Brasil com o nome de Santana, (só perde para São José, com 61 municípios com seu nome), sem contar as centenas de fazendas, sítios, paragens, colégios e instituições. O nosso caboclo se refere a ela com respeito, dizendo: “Nossa Mãe Senhora Sant´Ana”. Sant´Ana é padroeira principal nas arquidioceses de Botucatu e de São Paulo e nas dioceses de Caicó, Coari, Goiás. Itupeva, Tianguá, em todo o Estado de Goiás e na Prelazia de Óbidos. Ela é titular nas catedrais de Botucatu, Barra do Piraí, Caetité, Coari, Feira de Santana, Iguatu, Itapeva, Mogi das Cruzes, Óbidos, Ponta Grossa, Tianguá e Uruguaiana. É titular também nas cidades de Caicó, Coari, Goiás, Itapeva e Ponta Grossa. É padroeira secundária na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Na Arquidiocese de Campinas, há seis paróquias sob a invocação de Sant´Ana: Campinas (2) Vinhedo, Valinhos, Souzas e Sumaré. Assim, fica fácil entender porque os primeiros moradores de Sumaré construíram, há mais de Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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cem anos, uma capela e a dedicaram a Sant´Ana.
Sacristães da Matriz É interessante notar como o sacristão era uma figura importante na Igreja. Antigamente, ele aparecia até nos relatórios que o Vigário enviava, anualmente, à Cúria, e aparecia às vezes no Livro Tombo da Paróquia. A título de curiosidade registramos aqui alguns nomes de sacristães na Paróquia de
Sant´Ana de Suimaré.
Em 1944 – Wadih Maluf
Em 1921 – Antenor Bianchi
Em 1948 – Milton Roberto
Em 1923 – Sebastião Lucchi
Em 1989 - Fernando Fova
Em 1924 - Sebastião Lucchi
Em 1995 - Francisca Telma Bastos de Souza
Em 1935 - Oscar Nulli
De 1997 a 2014 - Aparecida Garcia Zancheta
Em 1937 – Nicolau Licio
De 2013 a 2014 – Elina Ap. Amaral da Silva
Em 1938 – Francisco Lício
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Dom Joaquim Mamede, o Bispo que Nasceu em Sumaré
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Joaquim Mamede da Silva Leite era filho de Bento da Silva Leite e Benta de Cravalho da Silva Leite. Bento nasceu em Atibaia (1836), e em 1876 era agricultor em Rebouças. Nesse ano, a 18 de agosto, nasceu Joaquim, que dez dias depois, era batizado pelo padre Francisco de Abreu Sampaio, como consta no Livro de Batizados da Paróquia de Santa Cruz, em Campinas. Foram padrinhos Antonio Firmino de Carvalho e Silva e Dona Luiza Monteiro de Carvalho e Silva. Segundo o testemunho de Dona Mariquinha Raposeiro (nascida em Jacuba em 1863 e em 1879 moradora de Rebouças), Dom Mamede nasceu em Sumaré na fazenda que hoje (1995) é propriedade dos Vaughan. Há poucas referências sobre a infância de Joaquim. Sabe-se que ele estudou em Rebouças com o professor Joaquim Ladeira. Consta também que estudou em Campinas na Escola Particular “Ghirlanda” de Malachias Ghirlanda e na “Escola Paroquial dos Acólitos” sob a orientação do Cônego João Batista Nery, amigo da família Leite. Conforme declaração de próprio punho, em 1889 Joaquim estudava com o Padre Nery, na Matriz Velha, e morava na casa dele. Em 21 de maio de 1890, morreu o pai de Joaquim e dez dias depois morreulhe também a mãe, ambos vítimas da febre amarela que assolou Campinas, na época. Joaquim e seu irmão Maximiano ficaram sob a tutela do tio Francisco Monteiro de Carvalho e Silva, que autorizou a entrada dos dois para o Seminário. Em agosto de 1890, Joaquim foi para o Seminário Episcopal de São Paulo, onde ficou até 1895, quando recebeu as ordens menores. Nesse mesmo ano foi enviado a Roma e ali formou-se em Filosofia pela Universidade Gregoriana. Quando o Padre Nery foi sagrado bispo do Espírito Santo, convidou Joaquim para concluir seus estudos de Teologia no Seminário da Penha. Em 1900, no dia 24 de maio, Dom Nery conferia a ordenação sacerdotal ao diácono Joaquim
infância pobre e mendigos. Disse Monsenhor Henrique de Magalhães que “o campo predileto de ação do saudoso bispo eram os hospitais e as prisões... os redutos onde vão ter os vencidos da vida”. Durante 17 anos D. Mamede foi também Comissário da Ordem Terceira do Carmo, como ainda foi Diretor do Apostolado da Oração e de outras confrarias religiosas no Rio de Janeiro. Falecendo D.Leme, a arquidiocese carioca teve como sucessor D. Jayme de Barros Câmara, que também muito prestigiou nosso biografado. Dom Jayme tem seu nome ligado à História de Sumaré por causa de uma escola com seu nome. Em março de 1947, já com 71 anos, foi o velho bispo convidado pelos padres Lazaristas de Petrópolis a fazer algumas ordenações. Aceitou com satisfação. Antes, porém, de realizar as cerimônias, faleceu na madrugada do dia 22, no Seminário dos Lazaristas.
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A s Capelas
Dom Joaquim Mamede da Silva Leite
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Mamede da Silva Leite. Logo depois, ele foi nomeado Administrador do Santuário da Penha e Vigário de Vila Velha. Quando, em 1901, Dom Nery se transferiu para a Diocese de Pouso Alegre (MG), o Padre Joaquim Mamede o acompanhou como secretário particular, depois Cura da Catedral, depois reitor do Seminário e Diretor do Ginásio Diocesano. Em 1904, foi nomeado Cônego Honorário da Catedral de Pouso Alegre e dois anos depois o Papa Pio X concedeu-lhe o título de Monsenhor e Prelado Doméstico de Sua Santidade. Em 1908, foi criada a Diocese de Campinas e D. Nery foi escolhido para ser seu primeiro bispo. Dom Mamede permaneceu em Pouso Alegre até 1912, quando, após uma viagem à Europa, em companhia do irmão Maximiano, foi convidado pelo bispo de Campinas para encardinar-se na Diocese. Amigo de longa data, D. Nery nomeou-o Visitador Diocesano com amplos poderes. Em 1916, foi eleito e sagrado bispo Titular de Sebaste de Laodicéia e Auxiliar de Campinas. Já com idade avançada e saúde enfraquecida, D. Nery teve no amigo um colaborador infatigável. Dois anos depois, D. Mamede foi nomeado bispo de Caratinga (MG). Sentindo o agravamento de saúde de D. Nery, achou por bem pedir à Santa Sé que o conservasse em Campinas. Em fevereiro de 1920 Dom Nery faleceu e foi eleito Vigário Capitular da Sede Vacante D. Joaquim Mamede, ocupando esse cargo até a nomeação do sucessor D. Francisco de Campos Barreto. Em agosto de 1920 D. Mamede foi novamente para a Europa e, quando voltou, foi convidado por seu amigo D. Sebastião Leme para morar no Rio de Janeiro. Na antiga Capital Federal D. Mamede exerceu seu apostolado, principalmente com os pobres, os encarcerados, os inválidos, as empregadas domésticas,
Antigas da Paróquia de Aant´Ana A fé e a religiosidade do povo brasileiro sempre se manifestaram no expressivo número de capelas, santas-cruzes e cruzeiros encontrados em todo o território nacional. Sumaré não fugiu à regra. Consultando fontes manuscritas do Arquivo da Cúria Metropolitana de Campinas e, ouvindo algumas pessoas mais antigas, encontramos várias capelas pertencentes a Rebouças nas primeiras décadas do século. No Bairro de Santo Antonio havia uma capela, em 1920. Era particular. Chamava-se Capela de Santo Antonio. Provavelmente, ficava na fazenda dos Bordon. No Cemitério de Rebouças, havia uma capela particular desde 1919. Era da família Gazzeta e existe ainda hoje. Não tem mais que seis metros quadrados, mas é bonita e está bem conservada. A capela atual do Cemitério é de data bem mais recente. Em 1920 há uma autorização do bispo de Campinas para celebração de missa no Núcleo Colonial Nova Veneza. Não se sabe se a missa foi celebrada em alguma capela ou numa casa particular. O certo é que em 1924 havia em Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Nova Veneza a Capela de Nossa Senhora do Rosário. Ela foi construída pelos Campo Dall´Orto. Há referência também a uma capela de Nossa Senhora do Rosário, na Fazenda Pindaúba, que ficava na região de Nova Veneza atual. Será a mesma ou se trata de outra? O que se sabe é que, em 1867, existiu essa fazenda. Por isso é difícil saber se a capela da fazenda Pindaúba é a mesma de Nova Veneza. Outra capela, que pertencia a Rebouças, é a de Nossa Senhora Aparecida que ficava no Bairro dos Amarais e aparece nos documentos desde 1924. Mas, segundo José Bosco, 71 anos, que nasceu e sempre morou no Bairro do Matão, existiu uma capela dedicada à Nossa Senhora Aparecida desde 1908, construída por João Carlos do Amaral, pai
do ex-prefeito de Campinas Francisco Amaral. Essa
Parece tratar-se de duas capelas distintas, pois
capela durou até 1947/1948, quando foi demolida.
estão em bairros diferentes.
Via Anhanguera. A igreja atual é de 1948.
O Bairro da Terra Preta, hoje em Hortolândia, também possuía sua capela. Pelo menos em 1935, há
O Bairro do Matão também tinha sua capela: a
referência à capela de Santo Antonio nesse local. No
do Senhor Bom Jesus, que aparece no relatório anual
Bairro do Cruzeiro, havia a Capela de São Sebastião,
da Cúria de 1923. Ainda, segundo José Bosco, ela foi
desde 1935. Nesse ano, há notícia também da
construída em 1917, quando a maleita ceifava muitas
Capela de São Gonçalo, no Bairro do Quilombo, que
vidas no bairro. Foi dedicada, primeiramente, à Nossa
ficava perto de Nova Odessa. Aliás, bem antes, em
Senhora do Bonte Bérico e, logo depois ao Senhor
1924, um jornal de Monte Mor anunciava “leilão de
Bom Jesus. Esse templo foi tombado pelo Conselho
prendas” na capela de São Gonçalo, no Bairro do
de Defesa do Patrimônio de Sumaré (CONDEPHAEA)
Quilombo.
e o povo do Matão espera há tempo sua restauração
No Bairro da Taquara Branca, finalmente, havia
arquitetônica. Essa igreja está muito ligada à história
a Capela do Senhor Bom Jesus. Ela é certamente
do lugar, pois as festas religiosas eram tradicionais,
bem antiga, mas só encontramos referência a ela em
muito concorridas, e reuniam todos os moradores do
1942, quando o padre Cristóvão Porfirio, vigário de
Matão e vizinhança.
Rebouças, teve procuração para recebê-la a favor da
No Matão, havia outra capela, muito pequena,
Mitra Diocesana.
mas muito antiga. Era dedicada à Santa Clara. Ficava
Como se vê, são bem limitadas as informações
ao lado do antigo Grupo Escolar, na atual Avenida
que temos sobre as capelas antigas da Paróquia
Emilio Bosco. Era primitivamente uma Santa Cruz,
de Sant´Ana. Todavia é preciso registrá-las para a
das muitas que existem por todo o Brasil.
história, antes que essas poucas notícias se esvaiam
No Núcleo Colonial Nova Veneza, na Fazenda São Luiz, que fora adquirida pelo Estado, em 1910, havia a capela de São Luiz, desde pelo menos 1923. Não há sinais dela atualmente. A capela de São Francisco, em Jacuba, só é mencionada a partir de 1936, mas deve ser mais antiga. Do mesmo modo, é a referência à capela de Santa Cruz, no Bairro de Santa Cruz, sobre a qual nenhuma alusão encontramos. No Bairro Paraizo, em 1935, há indicação de outra Capela Santa Cruz.
no tempo.
113 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Ficava em frente à atual igreja da Aparecidinha, na
A Pedra Fundamental da Igreja Matriz Dentro das comemorações do 75º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana,em 1989, e com a autorização do Arcebispo Metropolitano de Campinas, foi aberta urna contendo os documentos da pedra fundamental da Igreja Matriz. A urna, que estava embutida numa das paredes da sacristia, tinha sido colocada a princípio (no ano de 1947) atrás da antiga Igreja, aproximadamente, onde hoje se encontra a estátua de Cristo Redentor, na Praça em frente da atual Matriz. Na urna de mármore branco havia o pergaminho do lançamento da pedra fundamental da nova Igreja Matriz, cinco moedas de metal, a saber, de dez, vinte e cinquenta centavos, uma moeda de um cruzeiro e outra de dois cruzeiros; cinco medalhas, a saber, de N. Senhora Aparecida e Coração de Jesus, do Coração de Jesus e do Coração de Maria, de N. Senhora Aparecida Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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e da Basílica de Aparecida, de São Domingos e de N.Senhora Aparecida e, finalmente, uma de São José. Havia também dois exemplares do jornal “A Tribuna”, um exemplar dos jornais “Correio Popular”, “Jornal de São Paulo”, “Diário de São Paulo”, “Lar Católico”, um exemplar da revista ”Ave Maria” e um “Boletim Mariano”, todos de março e abril de 1947. Havia também um “Agnus Dei” de tecido. E finalmente, dois selos postais comuns. Tudo estava em bom estado de conservação. No pergaminho de papel vegetal lia-se o seguinte:
EM NOME DA SANTÍSSIMA TRINDADE. AMEM. ESTA PEDRA FUNDAMENTAL DA NOVA MATRIZ DE SANT ´ANA DE SUMARÉ RECEBEU A BÊNÇÃO LITURGICA PELO EXMO E REVMO SNR D. PAULO DE TARSO CAMPOS E FOI AQUI SOLENEMENTE LANÇADA. NO ANO DA INCARNAÇÃO DO VERBO DE MCMXLVII NO IX ANO DO PONTIFICADO DE S.S. PIO XII NO IV ANO DA TRANSFERENCIA DE S. EXMA REVMA DOM CARLOS CARMELO DE VASCONCELLOS MOTTA CARDEAL PRESBÍTERO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA NO TITULO DE SÃO PANCRACIO PARA TERCEIRO ARCEBISPO DE SÃO PAULO NO VI ANO DA TRANSFERENCIA DE S. EXCIA REVMA DOM PAULO DE TARSO CAMPOS PARA III BISPO DE CAMPINAS NO II ANO DO GOVERNO DO EXMO SNR GENERAL EURICO GASPAR DUTRA PRESIDENTE DA REPUBLICA DO BRASIL NO I ANO DO GOVERNO DO EXMO SNR ADEMAR DE BARROS NO ESTADO DE SÃO PAULO NO IV ANO DO PAROQUIATO DO REVMO SNR PE. JOSÉ GIORDANO PÁROCO DE SUMARÉ FALANDO NA SOLENIDADE O EXMO E REVMO SNR DR. EMILIO JOSÉ SALIM VICE REITOR DA PONTIFICIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO NO II ANO DA INAUGURAÇÃO E NO I DE PONTIFICIA DA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SÃO PAULO NO DIA 6 DE ABRIL. RESSALVA: POR FORÇA MAIOR NÃO COMPARECEU O ORADOR ANUNCIADO USANDO A PALAVRA O REVMO SNR CGO JOSÉ NARDIN.
PAULO DE TARSO Bispo de Campinas
Assinam o documento: José Ricatto, Amador Menuzzo, Nicolau Carone,
Alfredo Teixeira, Plínio
Bazan, Rodrigo G. Guimarães, Arquiteto B. Benedito de Jesus Netto.
Giometti, Caetano Giordano, Antonio Hebert, Lauro
Depois de fotografada a urna, e todo o seu
de Castro, F. Giordano Filho, Cônego José Nardin,
conteúdo anotado e recolocado em seu lugar de
Dionísio Giordano, Luiz Fructuoso,
Juvenal de
origem, ela foi novamente lacrada. Ao invés, porém,
Vasconcellos, Pe. José Giordano, Eugênio Graupner,
de recolocá-la na sacristia, onde estava antes, a
Eduardo Vasconcellos (Presidente), Quintino de
sobredita urna foi embutida na parede lateral da
Paula Mandonet, Manoel de Vasconcellos, Padre
atual igreja matriz, à esquerda de quem entra pela
Carlos Menegazzi, Atilio João Giordano, Sebastião N.
porta da frente.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
115
Lista dos Párocos da Paróquia de 25 de novembro de 1920 a 18 de janeiro de 1923.
1914
1
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
116
19 de setembro de 1925 a 8 de setembro de 1925.
3
Pe. Miguel Guilherme
Pe. José Murillo
2
14 de abril a 4 de novembro de 1935. No período de 4 de novembro de 1935 a 15 de fevereiro de 1936, a paróquia ficou anexada ao Curato da Catedral.
Padre Antonio Maria Vieira
4
9 de outubro de 1914 a novembro de 1920.
6
Pe. Manoel Guinot Bernat
9
8
Pe. Thiers Pellice Licio
20 de março a 15 de julho de 1936. 18 de janeiro de 1923 a 7 de maio de 1924. No período de 28 de junho de 1924 a 19 de setembro desse mesmo ano a freguesia de Rebouças foi anexada à Vila Americana. O atendimento religioso era feito pelo Padre Victor Randuá, de Americana.
Pe. Cristovam Porphirio de Almeida Machado
7
5
Pe. Epiphanio Estevam
17 de julho de 1936 a 7 de janeiro de 1941.
Pe. Manoel Soares Pinheiro
Pe. Estanislau Mosciaro
11 de dezembro de 1943 a agosto de 1954. No período de 4 de agosto de 1954 a 25 de abril de 1955, quem respondeu pela Paróquia de Sant´Ana foi o Cônego Nazareno Magi, de Americana. O cargo de vigário de Rebouças estava vago.
10
Pe. José Giordano
23 de janeiro de 1941 a 27 de dezembro de 1942. No período de 11 de janeiro a 11 de dezembro de 1943, a Paróquia ficou anexada à Paróquia de Americana.
8 de setembro de 1925 a 14 de fevereiro de 1934. No período de 10 de fevereiro a 10 de agosto de 1928 o Padre Mosciaro se ausentou da paróquia, ficando em seu lugar vários padres de Campinas. Outra ausência sua foi de 20 de junho de 1930 a 1º de maio de 1931. Nesse período, quem respondeu pela paróquia foram os padres de Campinas, especialmente o Cônego João Alexandre Loschi. O terceiro afastamento do vigário foi de 14 de fevereiro a 24 de julho de 1934 quando novamente a paróquia ficou anexada ao Curato da Catedral.
Sant´Ana de Sumaré (1914-2014) de 6 de fevereiro de 2003 a 3 de dezembro de 2007.
31 de outubro de 19876 a agosto de 1998. 16 de fevereiro de 1979 a 13 de abril de 1986.
Pe. Carlos Gomes Malho
Pe. Pedro Tomazini
11
13
12
Pe. Constantino Gardinalli
17
15
14
Pe. Angelo Marighetto
16
Pe. Mansur Rodrigues Mansur
28 de agosto de 1972 a fevereiro de 1979.
25 de abril de 1955 a 24 de junho de 1963.
Pe. Cláudio Menegazzi
Pe. Luiz Antonio Guedes
18
05 de janeiro de 2011 (nomeação).
Pe. Carlos José Nascimento
19
Pe. Paulo Crozera
2014
20
Pe. Elisiário Cesar Cabral
agosto de 1998 a 31 de janeiro de 2003.
15 de abril de 1986 a 31 de maio de 1987.
2 de janeiro de 2008 a 5 de dezembro de 2010
117 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
24 de junho de 1963 a julho de 1972.
Datas Expressivas na História da Paróquia
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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1870 - Criação da Paróquia de Santa Cruz, hoje paróquia do Carmo, em Campinas, à qual pertencia Rebouças. 18/08/1876 – Nasce em Rebouças Dom Joaquim Mamede da Silva Leite. 1887 - Início da construção da primeira capela de Sant´Ana no povoado de Rebouças. 1889 - Inauguração da capela de Rebouças. 1904 - Construção da nova capela em lugar da antiga 1908 - Criação da Diocese de Campinas desmembrada da Diocese de São Paulo 1910 - O Padre Angelo Ronsini é nomeado capelão de Rebouças 1913 - O Padre Joaquim da Fonseca vem morar em Rebouças e é construída a Casa Paroquial 09/10/1914 - Decreto criando a Paróquia de Sant´Ana de Rebouças 11/10/1914 - Instalação oficial da Paróquia de Sant´Ana por Dom Mamede 1915 - São modificados os limites geográficos da Paróquia 1916 - Construção do coreto no Largo da Matriz 1920 - Falecimento de Dom João Nery e nomeação de Dom Francisco de Campos Barreto para substituí-lo na Diocese de Campinas 1927 - Reformas na Matriz: torre, pintura e nova instalação elétrica 1937 - Fundação da Conferência de São Vicente na Paróquia e reforma da igreja e da Casa Paroquial 1939 - 25º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana 1941 - Falecimento de Dom Francisco Barreto, substtuido por Dom Paulo de Tarso Campos no ano seguinte 1947 - Inauguração da Via-Sacra na Matriz e lançamento da pedra fundamental da nova Matriz
23/03/1947 - Falece em Petrópolis Dom Mamede 24/08/1948 - Criação da Paróquia de N.S. das Dores em Nova Odessa, desmembrada da Paróquia de Santo Antonio de Americana e da Paróquia de Sant´Ana 1949 - Demolição da antiga Matriz 19/03/1950 - Inauguração oficial da nova Matriz 1954 - Chega de Portugal a imagem de N.S. de Fátima doada por Joaquim Ferreira Gomes 1957 - Lançamento da Pedra fundamental da nova capela de N.S. do Rosário, em Nova Veneza, depois Igreja de São Francisco 1958 - A Diocese de Campinas torna-se Arquidiocese. 09/10/1958 - Falece em Roma o Papa Pio XII 28/10/1958 - É eleito o novo Papa:João XXIII 24/12/1958 - Inauguração do relógio da Matriz às 23h45 minutos 21/04/959 - É realizado na Paróquia o primeiro Curso de Preparação para o Casamento 15/1/1959 - Lançamento da pedra fundamental da Igreja de São Francisco de Assis, em Hortolândia (que fazia parte da paróquia de Sant´Ana) 08/12/1959 - É criada a Paróquia de São Francisco de Assis, em Nova Veneza, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana de Sumaré e entregue aos Frades Capuchinhos 13/03/1960 - Lançamento da pedra fundamental do Seminário São Francisco em Nova Veneza 21/05/1961 - Lançamento da pedra fundamental do Instituto Assistencial Pio XII no Jardim São Paulo (creche) 11/10/1962 - abertura do Concílio Vaticano II 03/06/1963 - Falecimento do Papa João XXIII
criação da Paróquia de Santa Teresinha 16/08/1998 - Ordenação presbiteral do diácono Paulo César G. Ferreira Agosto/1998 - Lançamento do livro História da Paróquia de Sant´Ana em sua primeira edição, obra escrita a pedido do Padre Mansur. 01/10/1998 - Criação da Paróquia de Santa Teresinha Fevereiro 2.000 - Criação do EACP – Equipe de Animação e de Coordenação Paroquial 2001 - 14º Congresso Eucarístico Nacional na Arquidiocese 2003 - Reformas na Matriz: altar, pia batismal, ambão e cadeira presidencial em granito Julho 2004 - Inauguração da Casa de Sant´Ana Abril 2005 - morte de papa João Paulo II e eleição de Bento XVI Junho 2006 - assinatura do projeto “Ação para a Vida” 2009 - Inauguração do CenFel 2009 - Reformas no Centro Pastoral Nossa Senhora Aparecida Maio 2009 - Ereção canônica da Ordem Franciscana Secular na Paróquia 09/09/2009 - Ordenação diaconal de Luiz Antonio Ferreira Quental 28/08/2011 - Falecimento de Dom Bruno Gamberini 15/04/2012 - Nomeação de Dom Airton José dos Santos para a Arquidiocese de Campinas Fevereiro 2013 - Renúncia de Bento XVI e eleição do Papa Francisco 2013-2014 - Celebração do Centenário da Criação da Paróquia 09/10/2014 - Lançamento do livro Paróquia de Sant´Ana 100 Anos.
119 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
21/06/1963 - Eleição do Papa Paulo VI 10/07/1964 - Primeira missa em português na igreja Matriz 1964 - 50º aniversário da criação da Paróquia 12/1965 - É trocado o telhado da igreja Matriz por telhas francesas 24/01/1966 - Início da construção da igreja Matriz de Hortolândia 06/12/1966 - Posse de Dom Antonio Maria Alves de Siqueira como Arcebispo de Campinas 27/09/1968 - Dom Paulo de Tarso Campos renuncia e assume Dom Antonio M.A. de Siqueira 02/11/1970 - Inauguração da capela do Cemitério Municipal de Sumaré 21/08/1971 - Pela primeira vez são investidos três Ministros Extraordinários da Eucaristia na Paróquia 24/12/1975 - Nomeação de Dom Gilberto Pereira Lopes como Arcebispo Coadjutor de Campinas 06/08/1978 - Falecimento do Papa Paulo VI 1978 - Pontificado de João Paulo por 33 dias 16/10/1978 - Eleição do novo Papa João Paulo II 15/10/1979 - Criação da Paróquia de Hortolândia, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana 30/06/1989 - Ordenação diaconal dos seminaristas João Batista Silvestre, Sebastião dos Santos, e presbiteral do diácono João Pereira de Abreu, as primeiras acontecidas em Sumaré 1989 - 75º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana 15/12/1989 - Ordenação presbiteral do diácono João Batista Silvestre 25/01/1992 - Criação da Paróquia de São Paulo Apóstolo 26/07/1992 - Criação da Associação de Sant´Ana Janeiro/1997 - Nomeação de Dom Luiz Antonio Guedes para Bispo Auxiliar 28/07/1998 - Entregues oficialmente aos Coordenadores de Comunidades e Pastorais as “Diretrizes para uma Ação Pastoral” 11/08/1998 - Aprovada pelo Conselho de Presbíteros a