TCC : Proposta de requalificação da Lagoa de Carapicuíba - Resumo

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Terceira Margem

Proposta de Requalificação da Lagoa de C arapicuíba



O LOCAL: AS DUAS MARGENS REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

SUB REGIÃO OESTE DA RMSP

BARUERI E CARAPICUÍBA

O projeto nasce de um fomento construído pelo grupo metrópole fluvial da universidade de São Paulo juntamente com a proposta da disciplina de urbanismo que tratou desta área (dentro de um conjunto maior de intervenção). Conhecida como Lagoa de Carapicuíba a área localiza-se na divisa entre dois municípios da região metropolitana de São Paulo: Barueri e Carapicuíba. As duas cidades possuem uma história de descobrimento parecida já que foram ambos aldeamentos indígenas descobertos pelo Padre José de Anchieta e foram passagem de bandeirantes. Por muito tempo passaram sendo nada além de cidades lindeiras a crescente metrópole, até a década de 1950 onde um crescimento exacerbado da capital finalmente extrapolou seus limites tomando como suporte cidades como Osasco e o Grande ABC, assim, não demora muito para que essas atraiam trabalhadores que precisavam se localizar próximo aos postos de trabalho e em seguida de empresas que, com a grande disputa pela terra e aumento do valor desta passam a procurar locais mais baratos que possam oferecer a mesma ou melhor condição. Essa dinâmica claro, é fruto também dos planos de desenvolvimento da capital que começam por volta de 1930 com Prestes Maia e as avenidas radiais e levam as marginais e grandes rodovias, entre elas a Castelo Branco que passa entre as duas cidades aqui abordadas em 1964 e a ligação viária (de impacto não tão grande quanto na capital) das marginais ao longo do rio tietê, que teve seu curso retificado na área em 1974. Com as transformações aqui descritas a região oeste da metrópole passa a ter fatores de interesse do mercado industrial e consequentemente da população que procura os postos de trabalho, bem como a terra a menor preço. É então que o desenvolvimento dessas cidades começa a mudar, enquanto Barueri passa a vender terra parcelando suas chácaras através dos projetos de urbanismo de Yojiro Takaoka transformando os bairros de Alphaville e Tamboré em um polo residencial de alto padrão e industrial respectivamente; enquanto Carapicuíba teve um desenvolvimento voltado para provisão habitacional da população com programas como CDHU e COHAB. Além da necessidade geral de revitalização da área abrangendo as diversas áreas possíveis dentro de um projeto urbano como habitação, legislação urbana, transporte e mobilidade, o objeto de estudo aqui será o centro de educaão e reciclagem, apoiado pelos principais equipamentos de educação próximos bem como o histórico local. Mas essa é uma das possibilidades que essa área abre, assim como já constatado nos estudos do grupo metrópole fluvial que prevê uma solução para gestão não só dos resíduos sólidos bem como do lodo do rio tietê; já ouutro estudo de caso investigado é o da professora Katia Pestana, Claudio Diaféria e Reginaldo Forti, que preveem a recupeação da APA do Tietê por toda extensão entre as cidades com um parque e equipamentos públicos capazes de transformar a área.

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2002

1962

Fonte: Google Earth, 2020.

Fonte: ECOAR, 2004.

2006

1972

Fonte: ECOAR, 2004.

Fonte: Google Earth, 2020.

2019

1994

Fonte: ECOAR, 2004.

Fonte: Google Earth, 2020.

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SITUAÇÃO ATUAL

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1.

A LAGOA E O PORTO DE AREIA

2. TAMBORÉ - BARUERI

3. 4.

VILA DO SAPO

2.

LAGOA DE CARAPICUÍBA

3. EQUIPAMENTOS 5.

ESTAÇÃO DE CARAPICUÍBA

1.

COMUNIDADE PORTO DE AREIA

4.

CARAPICUÍBA

5.

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HIPÓTESES URBANAS

Após a investigação das hipóteses foi definido ao projeto que, apesar da necessidade inerente de uma nova conexão do Tamboré a Carapicuíba, um novo pontilhão é inviável uma vez que a Vila do Sapo, onde se estabelece a possível conexão com tecido urbano é um bairro residencial. A chegada de um fluxo por um novo elevado e autopista pode descaracterizar a área, este efeito de dissociação do bairro e sua dinâmica, efeito muito bem explicado em livros como Morte e Vida de grandes cidades não é o desejado. A melhor hipótese aproveita a estrutura já existente e adapta para o desistimulo de automóveis com a dedicação da maior parte da ponte da Av. Consolação que precisa ser reformada e alargada, com dedicação da faixa exlusiva de onibus como BRT elétrico. A promoção de mais área de passagem para o pedestre e arborização viária. Essa mesma via faz conexão com a Marginal esquerda como alternativa para o direcionamento do fluxo para Osasco pela Estrada Porto de Areia. Essas conexões amarraram-se ao projeto viário existente para a área já que o intuito é o aproveitamento da produção para o espaço já construído. Assim como a conexão da Estação de Carapicuíba com o outro lado onde encontram-se as Instituições de ensino. Esta, será permeada pela estrada porto de areia. Além disso a criação do modal ativo integrado a estes terminais e vias, o biciletário da Estação e o parque. A proposição de um porto de cargas foi descartada nessa fase uma vez que o projeto prevê a última fase da implantação com o funcionamento pleno da via fluvial, conectando-se a todo o anel viário previsto pelo plano metrópole fluvial. Esta, será só uma das paradas ao longo do rio conectando toda a região. Assim, como objeto principal, um porto de grande capacidade levando em consideração o interesse turístico na área não pareceu a solução que este projeto devia explorar. Isso claro, não exime a necessidade de uma área destinada ao recebimento de cargas de pequeno porte. A alternativa é o mercado do porto de areia, para criar uma dinâmica de fluxo comercial, este integra-se ao porto de passageiros. Essas funções unem-se ao novo paço municipal que torna-se necessário uma vez que a cidade não dispõe de um. As cedes do munícipio também são descaracterizadas devido a falta do espaço e do planejamento prévio da cidade de Carapicuíba. Além das questões da mobilidade motorizada, é dado suporte através destas ao incentivo do transporte ativo, tendo como obejtivo atrair a população através da visão do pedestre e da escala do ciclista, garantindo uma cidade mais ativa. A instalação dos equipamentos que serão aqui previstos também abarca este objetivo de uma cidade compacta e acessível. Conforme dito em diagnóstico também é importante mencionar a criação de HIS+HMP capaz de suprir necessidades da população da comunidade porto de areia, proporcionando infraestrutura habitacional digna e mistura entre as diferentes classes sociais, além da fachada ativa garantindo o fluxo contínuo proximo a área que hoje é insegura e vazia. Essas propostas são complementadas por um corredor verde proposto com a mudança de local do parque Gabriel Chucre para o lado Oeste da área, além da qualificação viária com sistemas de captação da agua pluvial e o objeto a ser abordado: o centro de reciclagem.

Praça/Porto

Mercado do Porto Porto+Parque Estadual

Preservação Ambeintal

Paço Municipal

Centro de ReciclaHIS gem +HMP

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SETORIZAÇÃO DO PROJETO URBANO

O projeto é implementado então, a partir da aprovação dos diversos atores envolvidos na intervenção, na esfera municipal e estadual. O primeiro passo é a aprovação de alteração das leis do solo como zoneamento, a definição do perímetro de intervenção, a aprovação do resultado dos estudos de impacto de vizinhança e ajuste destes as intervenções. Após a mudança do zoenamento é possível ajustar os parâmtros. Além disso, o projeto de nevegação á essa altura já está implantado, mesmo assim, os cenários possíveis incluem a não realização desse feito. Assim, o programa de intervenções divide o perímetro total em setores para facilitar a compreensão, agindo com objetivo de preparar o local para as mudanças em primeiro vem as intervenções no transito, após isto, as mudanças para suporte as famílias locais, em seguida as mudanças de maior impacto na estrutura urbana e por fim a implantação dos equipamentos novos.

Fase 1

2

1

9

2

7

8 4

Setor Araguaia - Piracema

Consolação - Centro

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1- Araguaia -Piracema

3- Autonomistas

5- Porto de Areia

7- Centro Novo

2- ConsolaçãoCentro

4- HIS

6- Km 21

9- Café

Requalificação da Fruição e do Sistema Viário com melhorias em calçadas e travessias petonais; Faixa exclusiva para o BRT a ser implantado. Requalificação da Avenida Consolação com a faixa exclusiva, Abertura da via abaixo da ponte para acesso a área da Lagoa; Melhoria do acesso e transposição da linha férrea; Requalificação da área Central no calçadão e na estação, transpondo essa até a área das escolas e faculdades no outro lado da via férrea.

3

Autonomistas

Faixa Exclusiva para BRT, Requalificação do Boulevard existente, ciclofaixa e melhoria na fruição pública.

4

HIS

Preparação do terreno existente para a implantação da habitação de Interesse Social próximo a estação.

5

Porto de Areia

6

Quilomêtro 21

7

Centro Novo

8

Parque da Lagoa

9

Café

5 3

Ação

Transferência das famílias da comunidade porto de Areia para os terrenos destinados a HIS após cadastro prévio dos moradores. Após a remoção das famílias, as obras no quilometro 21 consistem na criação da avenida porto de areia; criação do viaduto para acesso a Av. Desenbargador Eduardo C. de Abreu; Isolamento da área da antiga comunidade para tratamento do solo contaminado Desativação do Parque Gabriel Chucre, criação de um paço municipal com criação de 'lotes viturais' na área e implantação do edifício da prefeitura municipal, além de equipamentos de interesse público atrativos. Implantação do antigo Parque Gabriel Chucre para a área aterrada na Lagoa com áreas de lazer e votladas para o esporte, bem como a instalação de equipamentos públicos: o auditório e o Ecoporto. Além das estruturas auxiliares como o cais e o Mercado do Porto. Após a implantação do parque, dada a possibilidade de contrapartida financeira, o galpão da Apoio passa a receber as atividades do museu do café com o cais de acesso e melhoria da fruição da Marginal Direita

8- Parque da Lagoa

8


MOBILIDADE

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PLANO DE MASSAS DO PROJETO URBANO

ON SO LAÇ ÃO

C

MERCADO DO PORTO

AV. C

VILA DO SAPO

B

LAGOA DE CARAPICUÍBA

A

A PAÇO MUNICIPAL

UER

SQ

LE

INA ARG

M AV.

HIS

DA

PARQUE GABRIEL CHUCRÊ

ESTAÇÃO CPTM

AV. D ES

. EDU

ARDO

CUNH

A DE

TO DU DO VIA JETA O PR

PASSARELA CENTRO

B

ABRE

U

C

A partir das diretrizes de cada setor do projeto, essa é uma das possibilidades que o terreno, após os estudos necessários como EIV/RIMA e viabilidade geral, pode abrigar. Com o devido incentivo a área pode se tornar um polo de desenvolvimento sócio economico e ambiental, além de tornar-se um catalizador e possível solucionador de alguns problemas da dinâmica urbana da região Oeste com as políticas e projetos pré existentes bem aplicados como o uso da hidrovia do tietê, o projeto de proteção as nascentes do mesmo rio e as políticas previstas pelo estatuto da cidade.

RODOANEL MARIO COV AS

CENTRO DE RECICLAGEM

EXTEN

SÃO AV. F (ATÉ O CO. PIGNA TARY SASCO )

CORTE AA CORTE BB

CORTE CC

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PARQUE GABRIEL CHUCRE

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IMPLANTAÇÃO GERAL Seguindo o programa proposto para o projeto visando a recuperação ambiental e social da área seguem os equipamentos instalados no perímetro seguindo as diretrizes aplicadas a área, levando em conta seus projetos colocalizados pré existentes bem como planos de gestão ambiental, hídrica e socio-econômica. Além dessas, a recuperação pontual de áreas já existentes como a comunidade porto de areia 2 que tem fachada para Av. Des. Eduardo cunha de Abreu e a vila do sapo (vila gustavo correia) que precisam abarcar esse processo para completa ressignificação da área como um todo.

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ESCOLHA DO OBJETO PROJETUAL Retomando parte da história local, a comunidade Porto de Areia nasce a partir da operação do lixão de Carapicuíba por volta de 1990, a partir disto a comunidade começa a aglomeração na área que começa a ser aterrada pelo departamento de aguas que inicia as obras de aprofundamento da calha do tietê e objetiva em 2004 o aterro da cava de mineração após constatar que a retirada do material começa a comprometer a área urbana da cidade de Carapicuíba. Apesar da paralização do lixão a céu aberto a área continuou a receber resíduos sólidos até por volta de 2016. Parte da comunidade que começou devido ao lixão continuou no local ao longo dos anos, com infraestrutura urbana insuficiente, sem acesso a coleta de lixo regular, com riscos ambientais graves que acarretam na precariedade da saúde das pessoas que ali habitam e sofrendo assim da negligência pública por anos. Segundo a própria associação da comunidade o governo municipal não entra em contato ou auxilia a comunidade a anos. Grande parte da população não possui renda suficiente para entrar em programas pagos de habitação e os órgãos de habitação de interesse social estão atualmente em extinção. Pensando nisso, a habitação é uma das providências que são contempladas neste projeto. Porém além de fornecer habitação, a cidade compacta e justa socialmente deve fornecer formas de sustento as famílias, com geração de empregos justos e dignos a população. Assim, aplicando essa situação ao contexto geral, o objeto escolhido é um dos vários possíveis para a criação da situação favorável que este trabalho busca. O Centro de Reciclagem retoma não só o passado da área de forma a recicla-lo como busca a criação de uma fonte de renda local além da conscientização ambiental que precisa urgentemente ser trabalhada com as gerações atuais e futuras, tendo como uma das premissas a integração com as escolas e universidades que se encontram no local. Um centro de reciclagem sozinho não é capaz de revitalizar essa situação, sendo apoiado então por políticas públicas que tratem do resíduo sólido, cumprindo com o governo federal a lei Nº 12.305/10. Além de prever a ocupação pelos moradores da área transformando o local apropriadamente, a ligação possível com o canal do rio tietê traz a possibilidade de expansão desses serviços que ao longo dos anos se tornaram essenciais para as cidades (se é que o sonho de cidade sustentável saia do campo das ideias e se torne uma realidade). A necessidade é crescente; com o cenário de pandemia em 2020 a coleta seletiva passou a ser importante devido ao aumento do consumo de materiais descartáveis. Assim, prevendo uma das diversas necessidades futuras e desejando que as políticas nacionais sobre a gestão dos resíduos sólidos passem a ser cumprida e valorizada pela administração pública, mesmo com poucos exemplos, o objeto de estudo e aprofundamento arquitetônico selecionado por esse trabalho de conclusão é o centro escola de reciclagem porto de areia. Além da motivação devido ao histórico de construção do espaço da área da lagoa, a escolha se orienta nas diretrizes do trabalho do grupo metrópole fluvial e faz (ou tenta) fazer jus ao projeto da professora Katia Pestana que previa em 2004 a valorização ambiental e o potencial da lagoa. Assim, esta que é uma das alternativas prestadas na tentativa de “salvar” o que resta de um potencial local para o desenvolvimento de uma cidade contemporânea e sustentável, foca em desenvolver um projeto adequado as condições ambientais, urbanas e sociais.

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PROJETOS ANÁLOGOS SUNSET PARK MATERIAL RECOVERY FACILITY CENTRO DE RECICLAGEM SUNSET PARK

Conexões

Contribuições chave para o projeto

O Projeto localiza-se próximo ao canal do rio que recebe e distribui os materiais processados

Programa O programa conta com além do centro de reciclagem, o centro educacional que recebe alunos das escolas de Brooklyn

Circulação

ARQUITETO: SELLDORF ARCHITECTS ANO: 2014 ÁREA DO TERRENO: 11 ACRE ÁREA CONSTRUÍDA: 14000 M² LOCAL: BROOKLYN, NY, UNITED STATESESTRUTURA: CONCRETO

1. Qualificação do passeio: Áreas de Lazer 2. Centro de Reciclagem 480m² 3. Balanças 2100m² 4. Estocagem e transferência 5800m² 5. Circulação de caminhões 710m² 6. Administração/Escritórios 380m² 7. Armazenamento de Contâiners 3615m² 8. Coleta Seletiva 4200m²

A distribuição dos espaços é feita de forma com que o centro educacional e as atividades na fábrica sejam organizadas e distintas porém conectadas pela circulação entre os blocos

SEATTLE NORTH TRANSFER STATION

ESTAÇÃO NORTE DE TRANSFERÊNCIA DE SEATTLE

Iluminação/Ventilação

Contribuições chave para o projeto

A iluminação indireta vem por meiio dos sheds e do fechamento em polietileno

Sistema estrutural Um sistema misto entre a estrutura pré existente de concreto e o aço

ESCRITÓRIO: MALHUM ANO: 2014 ÁREA CONSTRUÍDA: 20.400M² Nº DE PAVIMENTOS: 2 LOCAL: 1350 N 34TH ST, SEATTLE, WA 98103, ESTADOS UNIDOS ESTRUTURA: CONCRETO, AÇO.

1. Vestiários 100m² 2. Circulação 80m² 3. Refeitório 75m² 4. Serviços 150m² 5. Educação 136m² 6. Refeitório 40m² 7. Laboratório/Auditório 90m² 8. Educação 60m² 9. Mirante 26m²

Relação com o entorno O projeto é localizado em uma área urbana residencial e devido ao bom sistema de ventilação e estético os moradores convivem com o equipamento, fazendo até o uso deste.

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Programa de Necessidades

Partido Arquitetônico

O Centro de Reciclagem foi pensado como alternativa para reciclagem local, capacitação e educação. Neste espaço a proposta é o ensino sobre educação ambiental, ciclo de vida dos materiais, interatividade além das atividades culturais ligadas a exposições de arte e expressões culturais. Na fábrica as orientações a serem dadas para alunos de escolas locais além da própria comunidade sobre a importância e o processo de reciclagem visam a entrada do local em uma nova política de gestão de resíduos sólidos com as governaças ativas sobre o tema além da população consciente.

A forma segue a função:

Além disso, a oportunidade de criar-se uma nova visão a partir dos materiais recolhidos pelo centro para seu reaproveitamento também torna-se um dos grandes motes do trabalho. A conscientização ambiental e reeducação criam um espaço para a capacitação dos agentes envolvidos e frequentadores do local. Os espaços como o café e a biblioteca são de acesso livre para que tanto os trabalhadores e estudantes quanto a população possa circular.

A Fábrica de reciclagem possui um programa arquitetônico rígido que deixa clara sua função principal. As linhas ortogonais são quebradas por suas perpendiculares desenhadas pelos sheds industriais e o centro educacional que tem o auditório como elemento responsável pela quebra da rigidez fazendo valer o desenho necessário natual da inclinação para a própria fachada (além da sua altura maior que o restante do bloco auxiliar nessa função de destaque). Além dos elementos estruturais compondo a sua forma, as esquadrias de polietileno e vidro garantem a visibilidade controlada de acordo com a necessidade. Assim, torna-se não somente mais um galpão mas cria um dialogo contrapondo o ambiente organico da lagoa e do parque ao lado, com sua função mantendo a elegância arquitetônica para ser intalado em uma área urbana.

Outro grande norteador é a lagoa que torna-se aqui um elemento de apoio no recebimento e saída do material reciclável. Aqui o rio e seu potencial é aproveitado para o transporte de cargas, exercendo uma das suas funções e tornando-se 'vivo' no cenário da cidade. O público alvo do centro escola de reciclagem porto de areia é sobretudo a sua população local que envolve além dos moradores das comunidades, alunos de ensino médio a superior dos equipamentos próximos, bem como os das escolas entre as duas cidades. Os trabalhadores vem de preferência da comunidade no intuito de gerar uma economia criativa além da capacitação profissional, porém não é uma obrigatoriedade ou viés principal do projeto

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QUADRO DE ÁREAS 5.4 Fluxograma

Pavimento Térreo Nº na planta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

AMBIENTE Recepção Exposições Temporárias Café Biblioteca Sanitários Circulação Vertical Auditório Ambulatório Copa Controle de Acesso/ Refeitório Vestiários Depósito Estoque por tipo Triagem

ÁREA (m2) 90,00 295,00 100,00 195,00 60,50 40,85 195,00 28,60 23,50 132,00 105,00 13,60 295,00

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Prensagem

200,00

16 17 18 19 20 21 22

Separação Descarte Recebimento Saída/Doca Bicicletário Coberto Guarita Estacionamento

225,00 160,00 296,00 296,00 150,00 17,25 -

AMBIENTE Vazio Laboratório de Materiais Laboratório de Informática Salas de Aula Vivência Sanitários Circulação Vertical Auditório Mirante Diretoria Recepção da administração Financeiro Salas de reunião Copa

ÁREA (m2) 195,00 70,00 64,00 96,3 (2) 195,00 60,00 40,85 195,00 60,20 35,00 40,00 37,00 70,00 13,60

Educação

Administração

Bilioteca

Café

Apoio Circulação

Memorial Circulação Recepção Entrada

Controle de Acessos

Fabrica

Vestiários Auditório

Recebimento

Saída

Pavimento Superior Nº na planta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Mirante

Vivência (funcionários)

Limpeza

Prensagem

Separação por tipo

Triagem Final

Desscarte

Estocagem por tipo

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Pavimento Térreo ESC.: 1:500

Acessos: a - Entrada Principal b- Entrada secundária c- Entrada para Fábrica d- Saída para Lagoa/Jardim e- Entrada logística Ambientes: 1 - Recepção 2- Exposições Temporárias 3- Café 4- Biblioteca 5- Sanitários 6- Circulação Vertical 7- Auditório 8- Ambulatório 9- Copa 10- Controle de Acesso/Refeitório 11- Vestiários 12- Depósito 13- Estocagem por tipo 14- Triagem 15- Prensagem 16 - Separação por tipo 17- Descarte 18- Recebimento 19- Saída de Material 20- Bicicletário coberto 21- Guarita 22- Estacionamento

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Pavimento Superior ESC.: 1:500

Ambientes: 1 - Vazio 2- Laboratório de Materiais 3- Laboratório de Informática 4- Salas de Aula 5- Vivência 6- Sanitários 7- Circulação Vertical 8- Auditório 9- Mirante 10- Diretoria 11- Recepção/ Recursos Humanos 12- Financeiro 13- Sala de Reuniões 14- Copa 15- Circulação Interna 16- Passarela

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Cobertura ESC.: 1:500

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PLANTA DE SITUAÇÃO CORTE AA S/ ESCALA

PLANTA DE SITUAÇÃO CORTE BB S/ ESCALA

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PLANTA DE SITUAÇÃO CORTE CC S/ ESCALA

PLANTA DE SITUAÇÃO CORTE DD S/ ESCALA

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PLANTA DE SITUAÇÃO CORTE EE S/ ESCALA

22


23


24


VISTA CENTRO DE RECICLAGEM


VISTA PAÇO MUNICIPAL


VISTA MERCADO DO PORTO


VISTA GERAL VISTA GERAL


REFLEXÕES


A Organização das Nações Unidas surgiu em 1945 com 51 países membros signatários; A organização existe com objetivo de ‘equilibrar’ conflitos internacionais e organizar o desenvolvimento sustentável entre as nações a fim de promover a redução das desigualdades e garantir os direitos humanos a população mundial. Apesar das controvérsias ações e discursos, a ONU possui uma função elementar na balança econômica mundial visando a melhoria da comunidade e o equilíbrio entre os povos. Após o fim da segunda guerra a ONU passa a desenvolver com seus signatários, importantes reuniões e assembléias para manutenção desse estado de equilíbrio mundial. Em nome da organização dos conceitos voltados ao desenvolvimento sustentável foi proposta a primeira conferência da ONU sobre meio ambiente em Estocolmo na Suécia em 1972; A partir disto o conceito de Objetivos do Milênio começaram a ser moldados. Hoje, são 17 no total para serem cumpridos em uma agenda até o ano de 2030. “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil. ”

ONU, 2020.

Entre os objetivos estão a preocupação com a erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, acesso a água potável e saneamento, energia limpa e acessível, trabalho decente e crescimento econômico, indústria, inovação e infraestrutura, redução das desigualdades, consumo e produção responsáveis, ação contra mudança do clima, vida na água, vida terrestre, paz e justiça, parcerias e meios de implementação. Todos estes objetivos citados tangem de certa forma a arquitetura já que esta é uma ciência interdisciplinar, porém, o objetivo mais acerca de nossa capacidade é o 11: Cidades e comunidades sustentáveis. O objetivo é tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis, garantindo até 2030 urbanização de favelas e acesso a moradia segura e acessível (11.1); acesso ao sistema de transporte seguro, acessível, sustentável e com preço justo (11.2); aumentar a urbanização inclusiva e a capacidade de planejamento e gestão de assentamentos humanos (11.3); salvaguardar o patrimônio cultural e natural (11.4); reduzir o número de mortes causadas por catástrofes e diminuir perdas econômicas causadas por desastres relacionados a água, com foco na proteção das pessoas em vulnerabilidade (11.5); reduzir o impacto negativo ambiental per capita, especialmente em relação ao ar (11.6); proporcionar acesso a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, em especial as minorias (11.7); Como diretrizes principais: 11.a Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento 11. b Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a eficiência dos recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de desastres em todos os níveis 11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais Os objetivos acima citados elaborados pela ONU podem ser vistos como parâmetros básicos para construção de comunidades e cidades mais inclusivas e humanas, principalmente para países que seguem o passo dos mais desenvolvidos e buscam sua posição da corrida global. Claro que dentro do sistema capitalista atual muitos desses objetivos entram em certo conflito, além de dependerem de forças maiores para serem colocados em prática, saindo do

poder governamental. Esses objetivos são balizadores não só para orientar, mas para garantir a verba necessária complementar aos projetos em cidades e no país como um todo. A boa reputação internacional em relação ao cumprimento com o desenvolvimento bem orientado e humano a população garante ao país crédito internacional, sendo questões que vão além da diplomacia. O projeto apresentado aqui, conforme dito inúmeras vezes ao longo deste trabalho, é uma das diversas alternativas possíveis para a área, e uma das diversas formas de fazer valer a agenda de objetivos para 2030. Todavia é importante lembrar que voltando para o real, o déficit habitacional permanece, as famílias que residem no local desde os anos 2000 continuam sem acesso a infraestrutura urbana, a água do rio continua sendo poluída, o solo contaminado, além de tantos problemas que essa dinâmica urbana tem sofrido. Claro que são questões que afligem não só os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mas os direitos humanos como um todo, e nessas situações que a arquitetura e urbanismo deve erguer-se, fazer valer a profissão de humanos para humanos.



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