Revista Grafismos

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Colagem

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Editorial Olá pessoal! É com muito prazer que apresento a primeira edição da revista Grafismos, que a cada número escolhe um tema para nortear o foco da revista. Os temas são linguagens gráficas do design que são discutidas contemporaneamente, e são fundamentadas por uma matéria que explica os seus princípios e sua história.

Nesta edição o tema é colagem, e tem como matérias principais uma entrevista com Eduardo Recife, que fala sobre o seu processo criativo e mostra um trabalho atual, com o uso de colagem digital e interferências gráficas. O trabalho de Tide Hellmeister também é tratado, com uma matéria que fala sobre a sua forma de fazer colagem, que é manual e mistura colagem com a pintura. A versão digital da revista oferece o complemento do conteúdo impresso com vídeos sobre os designers das matérias principais.

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Dessa forma, a Grafismos pretende contribuir para ampliar os conhecimentos sobre linguagens gráficas do design, formando um repertório bem fundamentado e se tornando um referencial para estudantes e designers.

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o abrigar no espaço do quadro elementos retirados da realidade - pedaços de jornal e papéis de todo tipo, tecido, madeira, objeto e outros -, a pintura passa a ser concebida como construção sobre um suporte, o que dificulta o estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura.

Copo e Garrafa de Suze, 1912 de Pablo Picasso

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Fruteira e Copo, 1912, de Georges Braque

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Fruteira e Copo, 1912, de Georges Braque (1882 - 1963), é considerada uma das primeiras colagens da arte moderna. A partir desse momento, a técnica é largamente empregada em diferentes escolas e movimentos artísticos, com sentidos muito variados. Pablo Picasso (1881 - 1973) encontra no novo recurso um instrumento de experimentação inigualável, que tem início com Copo e Garrafa de Suze, 1912, parte de uma série em que são utilizados papéis e desenhos a carvão. O uso de papéis colados abre pesquisas cubistas em novas direções. A utilização cada vez mais livre de materiais heterogêneos, não só papel, dá origem a objetos tridimensionais e relevos. Nessa direção, Juan Gris (1887 - 1927), outro grande nome do cubismo que trabalha exaustivamente com colagens, define a pintura como “espécie de arquitetura plana com cor”. As colagens de Braque, Picasso e Gris despertam o interesse de artistas dos círculos cubistas mais próximos e mais distantes. Albert Gleizes (1881 - 1953), Louis Marcoussis (1883 - 1941), André Derain (1880 - 1954), Robert Delaunay (1885 - 1941) e Sonia Delaunay-Terk (1885 - 1979), entre outros nomes do circuito parisiense, passam a fazer uso de colagens em suas composições. Na escultura - também realizada por Braque e Picasso -, os trabalhos de Alexander Archipenko (1887 - 1964), Jacques Lipchitz (1891 1973), Vladimir Tatlin (1885 - 1953), Pablo Gargallo (1881 - 1934) e Henri Laurens (1885 - 1954) são exemplos da articulação entre superfícies e volumes, em consonância com o programa das colagens cubistas.

Guitarra e clarinete, 1925 de Juan Gris

Os princípios de composição inaugurados pelas colagens encontram seguidores em todo o mundo, o que não significa falar em generalização uniforme, mas em interpretações distintas de um mesmo procedimento.


Kurt Schwitters. Estrelas, 1920. Colagem

imprevista dos elementos e uma aber tura mais direta ao irracional, no que é seguido pelos surrealistas, que levam ao limite a idéia de associação de elemento s díspares e de construção de uma “realidade irreal”, por exemplo, em Joán Miró (1893 - 1983), Yves Tanguy (1900 - 1955), René Magritte (1898 1967), André Masson (1896 - 1987) e Salvador Dalí (1904 - 1989). Diferente é a trajetória seguida pelos artistas ligados a Bauhaus quando empregam a colagem e a montagem como parte de seu programa pedagóg ico. Distinto também o sentido que Henri Matisse (1869 1954) atribui aos papéis colados que utiliza na obra de maturidade, em que a pesquisa da forma liga-se dire tamente à exploração da cor.

Coleção Metaesquema, Hélio Oiticica. Colagem

Nas artes plásticas brasileiras, as colagens foram testadas por diferentes artistas, por exemplo, nas obras de Carlos Scliar (19 20 - 2001), Piza (1928), Guignard (1896 1962), Jorge de Lima (1893 - 1953) e Athos Bulcão (1918 - 2008). São elas que também oferecem possibilidades aos relevos espaciais de Hélio Oiticica (1937-1980) e os casulos e bichos de Lygia Clark (1920-1988).

Blue Azul de Carlos Scliar,1984

Diverso é o resultado da técnica no inte rior do movimento dada. Em Marcel Ducham p (1887 - 1968) e Francis Picabia (1879 - 1953), nota-se uma radicalização dos procedim entos usuais da colagem, numa clara recusa ao que eles consideram a rigidez cubista. Nos trab alhos de Kurt Schwitters (1887 - 1948), a ênfase recai sobre elem entos e materiais diversos, que encontram seu exemplo mais acab ado nas obras Merz, 1919. “A pintura Merz”, diz ele, “não utiliza só a cor e a tela, o pincel e a paleta, senã o todos os materiais percebidos pelos olho s e todas as ferramentas necessárias.” Com Max Ernst (1891 - 1976), ampliam-se as possibilidades da colagem. Nota-se uma articulação

La risa, Umberto Boccioni.

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A noiva despida por seus Celibatários, Marcel Duchamp

Na Itália, um diálogo francês leva os artistas reunidos em torno do futurismo a praticar colagens em sent ido cubista estrito. Um traço destacado da produção futurista - em v(1882 - 1916) e Gino Severini (1883 - 1966), por exem plo - diz respeito à atenção dedicada ao mundo moderno, sobre o qual os artistas se debruçam sistemat icamente, por meio de comentários que fazem à guerra, - tecnologia, velocidade, violência etc. Os trabalhos de Giacomo Balla (1871 ou 1874 - 1958) e Luigi Russolo (1885 - 1947) apontam rumo às pesquisas abstratas. Na Rússia de Kazimir Malevich (1878 - 1935) e Tatlin, as conquistas cubistas adquirem novas feições. As colagens aderem às tendências construtivas em pauta, ganhando destaque os princípios de composição propriamente ditos e o pod er expressivo dos materiais, por exemplo nos “relevos pictóricos” de Tatlin.


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eduardo recife

Entrevista: Eduardo Recife (do MisprintedType)

Eduardo Recife foi uma fonte de grande inspiração para mim quando eu comecei a fazer desenhos. Na minha opinião ele começou algo novo quando publicou o primeiro site “MisprintedType”. Você vê muitas de suas fonte sendo usadas em projetos mundo afora. Por isso eu fiquei muito contente em fazer uma entrevista com ele. E lá vai:

1. Em primeiro lugar nós gostaríamos de agradecer por ter conseguido tempo para conceder essa entrevista para o abduzeedo.com. Por favor, nos diga mais sobre sua arte, base de projeto e o que o levou a criar o Misprinted Type? Em 1997 eu comecei a criar minhas próprias tipografias para uso pessoal. De alguma forma eu percebi que seria uma boa idéia distribuí-las on-line para que outras pessoas também pudessem usá-las. Então eu as chamei de “Misprinted Type” depois de dar nome à minha primeira fonte. Nessa mesma época eu comecei a brincar com colagens feitas à mão e arte digital, então eu também criei uma seção para minhas experiências... Eu não tinha estudo na área artística, aprendi tudo na tentativa e erro. Eu costumava gastar a maior parte do meu tempo fazendo experiência com colagens, pintura, texturas e brincando com fontes e photoshop. 2. Seu trabalho é único e cheio de criatividade. De onde vem sua inspiração? É muito difícil falar sobre inspiração. Eu sou freqüentemente surpreendido com idéias sem aparente justificativa. Mas se eu pudesse citar a minha maior fonte de inspiração com certeza diria que é a vida e tudo que passa pela minha mente. Meu trabalho é de certa forma um caminho para eu filtrar toda a informação que eu recebo (pensamentos, sentimentos, etc.), organizar tudo isso e colocar no papel. Mas sim, claro que outras obras de arte, ilustrações e fotografias podem ser inspiradoras. 3.Você poderia nos descrever do início ao fim como flui sua forma de trabalhar em um projeto? Eu normalmente tenho uma idéia/conceito na mente. Depois disso eu começo a coletar material para trabalhar. Geralmente eu não faço rascunhos. Eu prefiro ter idéias sem forma em minha mente, reunir montes de imagens que de certa forma se relacionam ao conceito e então começo a mexer com elas. A razão pela qual eu não faço rascunhos é que na maioria das vezes é muito


frustrante tentar encontrar imagens específicas somente para fazer um rascunho; e isso também limita o processo de criação inesperado e espontâneo.

4. Quais são suas ferramentas de trabalho, tanto hardware quanto software? Eu tenho um “Imac 24”. Uso na maioria das vezes o photoshop, illustrator e fontlab. 5. Quais são, na sua opinião, os prós e contras de ser um designer? Atualmente eu tenho trabalhado mais com o illustrator... Mas os prós são que você pode ter um rendimento equilibrado e ter a chance de trabalhar com alguns projetos e clientes interessantes. Os contras são que isso consome o tempo livre que eu teria para trabalhar em meus projetos pessoais (desenhos, colagens, fontes, fotografias, etc...). Eu estou tentando cada vez mais focar minha energia em meu trabalho pessoal. 6. Como seu trabalho como um artista e designer influencia sua vida? Você sente que você enxerga o mundo de uma forma diferente, por exemplo? Bem, eu normalmente penso o oposto. Ver as coisas à minha volta de forma diferente faz com que seja possível que eu trabalhe como artista e designer.

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7. Quais são seus 5 sites preferidos, e por quê? “ffffound.com” muitas coisas legais para se ver todo dia. “WoosterCollective” vejo o que está acontecendo na “arte de rua”. “ProcessRecess.com” eu realmente aprecio o trabalho de James Jean. “Amazon.com” amo livros. “MyFonts.com” sempre à mão quando procuro por uma tipografia específica. 8. Quais são suas 3 fontes serifadas e não serifadas preferidas? Adobe Caslon, New Baskerville e Requiem. Helvetica, Accidenz e Akkurat. 9. Mais uma vez, muito obrigado pela entrevista. Para encerrar, você tem algumas dicas para os futuros artistas e designers? Não desista!


ll e H Texto contribuição: Claudio Ferlauto

A vida e a arte de Tide Hellmeister, o grande mestre brasileiro da colagem, do jeito que ele prefere revelar: sem formalidades, sem muitos detalhes, contendo apenas a essência com boas doses de colagem. “Predestinado, desde sempre, à colagem”. É assim que o crítico Frederico Morais define mestre Tide Hellmeister. Quando criança, Tide fez seus primeiros desenhos puxando e repuxando a fina pele das mãos da idosa madrinha. Já a produção de colagens começou quando ele ainda era um moleque. O ansioso Tide, que não tinha a menor paciência para esperar a tinta a óleo

secar, até tentou fazer um curso no Instituto Nobel, mas desistiu por não suportar a obrigação de desenhar o mesmo busto de mulher todos os dias. Sem as muletas da teoria, Tide continuou a colar, mas sempre com medo de mostrar seus trabalhos ao público. Então, rasgava e jogava fora tudo que criava. Um dos dias mais felizes de sua vida foi quando o consagrado

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Os “alfabetos” de Tide Hellmeister

Os traços de genialidade encontram vazão na personalidade libertária do de homem que jamais deixou o, sm me isso ser criança e, por e vive buscando o novo, viv do sas coi interessado nas mundo, segundo sua leitura ida de autodefinição. a tentativa sincera e divert num ele diz , de” gru um az de ora. “Eu sou e Hellmeister. O homem cap sempre particular e inovad m e isso é a essência de Tid age col à ete e rem or a lad col a, imu nde est Está certo: grude tem col do, por unanimidade, o gra era sid con é – o tod po tem o ando. a arte – a títulos. Precisa seguir col se reinventar e reinventar Mas ele não liga muito par sil. Bra no ior ma e art o defensor da colagem com

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Tide Hellmeister:

Trabalho da exposição “Brava Gente”.

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seus trabalhos e, pessoalmente, ileiro Wesley Duke Lee viu um de bras tico plás sta arti rio oná luci e revo elas colagens que, ão, sua família detestava todas aqu saç pen com Em . ndo cola ar tinu o incentivou a con esticados”. m verdadeiros monstrinhos dom segundo Frederico Morais, “parece realizou diversos rnos e aperfeiçoava a sua arte, Tide inte as asm fant s seu com lava due del Enquanto já trabalhava nos cenários de Cyro ão visual ou gráfica. Aos 17 anos ador ram diag Foi o. trabalhos, sempre ligados à produç de Massao Ohn e programador visual na editora ista cap o com ou Atu or. elsi Exc Nero, na TV ileiros rma gráfica de vários jornais bras e editor de arte, participou da refo se livro ou da “arquitetura gráfica” de (entre eles, o Jornal da Tarde), cuid s, co Novo Mundo, fez capas de livro catálogos de arte editados pelo Ban trador ilus o foi o trabalhos gráficos. Além diss ilustrações e um sem-número de a de São Paulo durante 10 anos. da coluna do Paulo Francis na Folh e, a competência e a ousadia eram Em todas as criações, a singularidad sil e no renderam muitos prêmios no Bra suas marcas inconfundíveis e lhe ocorreu vidual de seu trabalho com colagem exterior. A primeira exposição indi mostrava 12 Exposição de Poesia Ilustrada, e em 1963, como parte da Primeira se desgrudar s de 40 anos depois, sem jamais imensos painéis de 3m x 1m. Mai virtuose. da colagem, Tide é considerado um

útil inútil Tide Hellmeister preparou, os, uma especialmente para a Grafism de seus mostra dinâmica e divertida ando se trabalhos mais recentes. Qu re o Tide fala em “especialmente” sob literal deve ser entender no sentido do termo. Ele se debruçou sobre sua nesse obra e buscou nela o que, melhor de momento, acha que tem ndes e preparou pequenas e gra São peças para o nosso olhar. e coisas divertidas, criativas ão diç tra indagadoras dentro da [arte]. do útil [design] e do inútil da e, art Sua visão atual da ial colagem e do design editor ria est ma vem a corroborar sua dentro das artes gráficas brasileiras. Em tempos de

Trabalho experimental do designer, Tide Hellmeister.


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Trabalho experimental do designer, Tide Hellmeister.

muita criação eletrônica, ele propõe o gestual e o genial. No meio das fórmulas prontas, ele identifica formas de ponta: uma vanguarda rebelde e atemporal, sem photoshops e sem templates. Arte “desplugada”, mas não desligada. Participante e interessante. Se um dia seu sinal particular esteve nos manuscritos de textos e nos detalhes ampliados, dúbios ou duplos, é uma caligrafia pela caligrafia, cuja escritura não carrega conteúdos verbais e que, no passado, o crítico Frederico Morais chamou de “textos inúteis”. Hoje a atenção de Tide Hellmeister está voltada – entre tantas coisas – para um certo design foto-tipo-gráfico e, ainda, para uma arte calcada na técnica e na imaginação.

Trabalho da exposição “Brava Genter”, Tide Hellmeister.


Pauta Editorial O design tem uma vasta gama de linguagens gráficas que podem ser exploradas para um projeto, tornando-o mais embasado e fortificando o seu conceito. Com isso em mente, a revista Grafismos tem o foco de pesquisar as linguagens gráficas do design, abordando suas características, contexto histórico, e mostrando como essa linguagem influencia o design contemporâneo. Cada edição um novo tema é abordado e discutido contemporaneamente, com o intuito de ser um referencial no mercado a revista Grafismos é projetada para ser colecionável, com um formato fora do comum que propicia um bom aproveitamento do espaço para discorrer sobre os temas com um estudo profundo.

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Design Gráfico na Grafismos

Grid

O modulo do grid é de 30,637 mm x 33,82 mm

O grid modular que é constituído em 6 colunas verticais e 6 horizontais foi realizado dentro da mancha de impressão para obtermos o melhor espaço de margens e diagramação. Pode ser utilizado livremente, mas os aspectos fundamentais para manter a identidade da revista como tipografia de texto, título, olho e elementos de apoio são pré-estabelecidos. O padrão para diagramação foi estabelecido em 4 colunas horizontais (máximo permitido) para titulagem e 2 para chamadas de matéria. Essas medidas foram estipuladas pensando uma padronização na organização do fluxo de trabalho por diferentes diagramadores/designers. O modulo do grid é de 30,637 mm x 33,82 mm que gera uma mancha de 183,829 mm x 203,03 mm.

mancha de 183,829 mm x 203,03 mm

Projeto Gráfico O projeto gráfico da revista é conduzido para o maior aproveitamento possível de espaço, no formato BB na dimensão de 22x24 cm, que leva a uma diagramação solta e flexível para que dentro dos parâmetros do projeto possa ser adaptada ao tema sugerido sem perder a sua identidade. Esse formato foi escolhido com base em informações retiradas do site da Equipgraf Gráfica Offset e Flexografia onde há disponível uma tabela para aproveitamento de papel baseado no BB sempre levando em consideração o melhor aproveitamento de papel.


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Tipografias

Neo Sans

As tipografias foram escolhidas com base em seus projetos e com a finalidade de ser versátil e ter uma boa legibilidade. Para texto a Neo Sans e Daxline foram definidas com 10 pts de tamanho e 14 pts de entrelinhas. (Texto em Neo Sans Pro)

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A vida e a arte de Tide Hellmeister, o grande mestre brasileiro da colagem, do jeito que ele prefere revelar: sem formalidades, sem muitos detalhes, contendo apenas a essência com boas doses de colagem. “Predestinado, desde sempre, à colagem”. É assim que o crítico Frederico Morais define o mestre Tide Hellmeister. Quando criança, Tide fez seus primeiros desenhos puxando e repuxando a fina pele das mãos da idosa madrinha. Já a produção de colagens começou quando ele ainda era um moleque. O ansioso Tide, que não tinha a menor paciência para esperar a tinta a óleo secar, até

tentou fazer um curso no Instituto Nobel, mas desistiu por não suportar a obrigação de desenhar o mesmo busto de mulher todos os dias. Sem as muletas da teoria, Tide continuou a colar, mas sempre com medo de mostrar seus trabalhos ao público. Então, rasgava e jogava fora tudo que criava. Um dos dias mais felizes de sua vida foi quando o consagrado e revo-

Daxline As tipografias foram escolhidas com base em seus projetos e com a finalidade de ser versátil e ter uma boa legibilidade. Para texto a Neo Sans e Daxline foram definidas com 10 pts de tamanho e 14 pts de entrelinhas. (Texto em Daxline Pro)


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A Neo Sans é uma criação de Sebastian Lester, que nasceu da necessidade de um cliente de ter uma fonte ultra-moderna que fosse futurista sem ser enigmática ou efêmera. O projeto foi cancelado devido a burocracias, mas Lester continuou a trabalhar em sua criação e foi norteado por pesquisas que indicavam que um projeto ultra-moderno deveria ter uma estrutura simples de caractere.

A Daxline foi criada pelo alemão Hans Reichel em 1995, e hoje tem uma família tipográfica com 54 estilos, pesos, e adaptações de caracteres e alfabetos que ampliam muito as suas possibilidades de aplicação.

Outra família tipográfica de Sebastian Lester também foi escolhida para compor os parâmetros de diagramação, a Soho foi selecionada para títulos por representar uma fonte com estrutura contemporânea de serifa, traços quadrados de pouco contraste, boa altura e acabamentos cortados que deixam a fonte com uma boa versatilidade.

A Bree de Veronika Burian e José Scaglione também pode ser utilizada nos títulos, que ganham uma característica caligráfica, sem serifa e pode também ser usada no olho com 30 a 35 pts de tamanho com 24 pts de entrelinhas.


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Logo

Conclusão

O logo da revista é uma composição entre as letras do nome Grafismos com a supressão de suas vogais, e existe o contraste de sua cor pelo sinal gráfico da letra “i” que aparece na composição. Ele pode sofrer interferências de acordo com a temática da revista, ganhando um aspecto cambiante que fortalece a linguagem gráfica escolhida para determinada edição.

Com o público alvo de designers, estudantes e pessoas que se interessem pelos temas das edições, a revista Grafismos pretende ampliar o embasamento referencial e contribuir para uma melhor fundamentação dos conhecimentos das linguagens gráficas do design.

Base do logo

Adjetivos como flexível, transitório, fugidio, cambiante, liquefeito, fragmentado, entretantos, têm servido para qualificar o tempo contemporâneo. O design gráfico reflete tudo isso como sua história recente demonstra. Sua condição num meio de caminho entre a indústria, a tecnologia, a arte, a cultura, o consumo e o público faz esse campo ser um espelho das transformações do cotidiano da sociedade. Se até nossa identidade cultural pode ser cambiante, sem um lastro crível como se acreditava até poucas décadas (ou anos), não representa uma surpresa tão grande percebermos que a indústria tem uma produção flexibilizada, pronta para se reprogramar facilmente, ou ainda, que os tão conhecidos projetos gráficos fixos não simbolizem mais a quintessência do design gráfico. (Kropp, 2002, p. 106)

Com o público alvo de designers, estudantes e pessoas que se interessem pelos temas das edições, a revista Grafismos pretende ampliar o embasamento referencial e contribuir para uma melhor fundamentação dos conhecimentos das linguagens gráficas do design.

Com o público alvo de designers, estudantes e

pessoas que se interessem pelos Diagonal

temas das edições, a revista Grafismos pretende ampliar o embasamento referencial e contribuir para uma melhor fundamentação dos conhecimentos das linguagens gráficas do design.

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Texto Gabriel Aurelio Romero Design Gráfico na Grafismos Editorial

Diagramação Sidney Vitor dos Santos

Gabriel Aurelio Romero

Capa e Contra-Capa

Design Gráfico na Grafismos

Índice

Editorial

Matérias Eduardo Recife, Tide Hellmeister e História da Colagem

Web

Gustavo Favassa

Sidney Vitor dos Santos

Programação

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Expediente



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