Cultura

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Lorem ip

Milhões de vozes, cores e expressões

COLÔMBIA: UM DESTINO IMPERDÍVEL

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ÍNDICE — Pág. 04 —

Medellín: música e arte urbana Sprays, BEATS E REGGAETON Texto de Andrea Uribe Yepes Fotografias de Santiago Marzola — Pág. 10 —

Bogotá cosmopolita CAPITAL DA ARTE E DA MODA Texto de Nicolás Rocha

— Pág. 16 —

Cali cultural GRÁFICA E SALSA EM CALIWOOD Texto de Ángel Unfried Fotos de Stephanie Montes Mateo G. Rivas. — Pág. 22 —

Mercados municipais GASTRONOMIA E PONTO DE ENCONTRO Texto e fotografias de Mateo G. Rivas

— Pág. 30 —

Fachadas de cidades patrimônio Ilustrações de Andrés Felfle — Pág. 32 —

Turismo religioso — Pág. 34 —

Outras experiências culturais na Colômbia

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MÓDULO 04

Cultura Em muitos países do mundo, ao mencionar a palavra “Colômbia”, é fácil que uma das primeiras ideias que venha à mente de quem a ouve tenha a ver com música. Ainda nos identificam com o café em várias latitudes, embora um dos produtos de exportação mais dinâmicos em nosso país seja o resultado dessa amálgama de culturas que se condensam em sons poderosos e festivos. Somos sim tambor e acordeão, mas também marimba e sampler, somos harpa e gaita de fole, mas também batuques e cantos. Temos em nosso território Capitais Mundiais dos ritmos: cumbia, salsa, vallenato, champeta e reggaeton. Essa diversidade não apenas nubla nossas paisagens sonoras, mas ativa uma economia criativa que tem na música um eixo de identidade. Como se esse orgulho sonoro não fosse pouco, “cultura musical” em nosso país significa muito mais que música. Engajados com ritmos como hip-hop e reggaeton, um intenso movimento de arte urbana representa uma alternativa com o potencial para mudar a vida dos jovens e também transformar a aparência das cidades. Juntamente com o movimento musical de uma cidade “salsera” como Cali, surgiu toda uma geração de cineastas que deram à cidade um novo nome e influenciaram um novo grupo de cineastas que agora seguem seus passos. A cidade de Cali, apelidada por esses cineastas de “Caliwood” é cinema, salsa, rock e gráficos e está mais viva do que nunca. A música do Pacífico,

com sua majestade o piano da selva, -a marimba de chonta-, está entrelaçada com outras expressões afro-colombianas. A gastronomia é outra maneira através da qual a Colômbia afro se expressa e compartilha sua herança com todos. No que se refere à música de acordeão e gaita da costa do Caribe, a semelhança entre essas expressões e a genialidade literária é orgânica, parece que vozes urgentes emergiram desses ventos. A capital também é o centro da cultura. Nas artes visuais, o crescimento tem sido notável ao longo das últimas décadas. Com o dinamismo central da ARTBO (Feira Internacional de Arte de Bogotá), as feiras de arte ocupam um lugar cada vez mais protagonista nas agendas e nas crescentes indústrias culturais da Colômbia. O movimento artístico nacional integra empresas estabelecidas com uma linha emergente de gerentes, artistas, agentes e colecionadores. Quanto à inovação e à moda, Bogotá e Medellín abrem novos caminhos para o empreendedorismo e se tornam polos de criatividade, negócios e essa contribuição multicultural que torna os projetos colombianos em algo único no mundo. O horizonte da cultura se amplia dia após dia e a Colômbia é carregada de novas vozes que cada vez mais são ouvidas, vistas, lidas, comentadas e complementadas por outras culturas que nos veem como uma referência.

APRESENTAÇÃO – 03

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MÚSICA

Medellía e músic

Sprays, beats e reggaeton

A cidade mais inovadora do país também é uma das capitais mundiais do reggaeton. A força que esse ritmo tomou tem uma longa história e raízes profundas na cidade. Das comunidades, do centro e do exclusivo sul, Medellín é uma soma de vozes que narram a cidade e de cores que cobrem seus muros e paredes em uma transformadora apropriação do espaço urbano. Texto: Andrea Uribe Yepes

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Fotografias: Santiago Marzola

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llín : a e arte urbana 04 c u lt u r a

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O sobrenome “urbano” que Medellín adotou não responde apenas à obviedade de ser uma cidade, mas às formas de apropriação do espaço público. As ruas, que antes eram negadas a seus habitantes, estão sendo recuperadas, ressignificadas e esse processo está sendo feito através da arte, de mudar o silêncio pelos sons pungentes do rap, de mudar os passos cautelosos pela ousadia do reggaeton e de levar a cultura para fora dos museus e lugares tradicionais, a fim de torná-la visível a todos. A cor invade as paredes Isso significa, por exemplo, que basta descer em qualquer estação de metrô e caminhar alguns passos para topar com paredes e muros coloridos. No entanto, a melhor opção para ver essas obras de arte é andando de metrô, descer na estação San Javier e entrar na Comuna 13. Lá, guias locais contam o passado difícil da comunidade, com as paredes interpostas ao fundo; paredes que registram essa história das diferentes versões de Medellín onde eles vivem, paredes que aparecem como um símbolo do que era antes e do que se segue sendo. Lá se vê como em nenhum outro lugar que as ruas cinzentas são deixadas para trás para serem preenchidas com diversas narrativas e vozes que contam novas histórias. O caminho para a Comuna 13 é empinado. Por isso, a prefeitura construiu para os moradores do setor algumas escadas rolantes. Antes delas, os moradores tinham que subir e descer diariamente 400 degraus para irem para suas casas e inclusive até deslizar em um escorregador para chegar. É necessário subir esta arte local para chegar até um ponto muito alto onde se encontram extraordinários grafites e murais. Um dos primeiros a ser visto ao iniciar o tour é um muro pintado de rosa e, em cima dele, o rosto de uma mulher com figuras coloridas na pele em homenagem à diversidade: laranja, azul, verde e amarelo. Em seu ombro, uma pomba branca pousa e em seu tronco símbolos como corações e sapatos que falam de um novo caminho. Há também grafites de pavões que se espalham pelos cantos, leões e gorilas, mãos poderosas que jogam dados nas casas, datas inesquecíveis para a região e rostos femininos com cabelos feitos de água. Os Grafites não estão apenas nos muros de concreto, as varandas das casas são pintadas e os

grafiteiros mais arriscados grafitam até nas fachadas dos primeiros andares de prédios. Basta olhar de algum ponto alto do bairro ou olhar para baixo onde terminam as escadas rolantes, para ver que os tetos também são uma tela. Aqui tudo é pintado e em cada linha há mensagens que acabam resumidas em uma só, uma mensagem de recuperação da cidade: “isto também é meu”. As entradas das sorveterias que vendem as tradicionais “paletas” (picolés) colombianos sabor manga madura com manga verde, são pintadas do mesmo modo que as barbearias, onde há especialistas em fazer qualquer figura na cabeça. Com mais de 600 grafites, esta área de Medellín é a mais grafitada, no entanto, basta caminhar por alguns quarteirões para topar-se com essas expressões culturais da arte urbana que podem variar de bombings e tags as quais são formas de se identifi-

Sabia que uma estação de rádio de Medellín foi a primeira em reproduzir música de reggaeton escutada na Colômbia? car que os grafiteiros têm, até arte mural e tudo o que se encaixa no meio. Isso se deve aos incansáveis artistas que montam andaimes e gastam frascos de spray para fazer sua arte, mas também aos festivais, organizações e grupos encarregados de alinhar todos os envolvidos e transformar em realidade esse mural e, assim, ter uma Medellín mais colorida, a fim de tornar a cidade em um museu e, desta forma, alcançar um urbanismo coletivo. Agora é você quem tem de ouvir. As vozes vivas de Medellín Outra manifestação urbana que os habitantes de Medellín os “medellinenses” encontraram para se apropriar das ruas foi o rap, MC’s que cantam para os vivos e lembram dos mortos, e que com beats (batidas) engenhosas comemoram o dia-a-dia ao mesmo tempo que narram as histórias que os precedem. A inspiração para o rap local está justo ai, em si próprio, no vizinho, nas palavras que parecem que só se dizem ou se entendem de uma certa maneira entre as montanhas que cercam Medellín.

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Medellín e sua arte urbana CAPITAL DO DEPARTAMENTO DE ANTIOQUIA SEGUNDA CIDADE MAIS POPULOSA DA COLÔMBIA

2.529.403 HABITANTES

Fonte: DANE, Censo Nacional de População e Moradia, 2018.

275 BAIRROS 16 comunas 5 DISTRITOS

• 19 bairros. • Localizada no centro oeste da cidade. • 200.000 habitantes aproximadamente. • Uma estação de Metrô.

Comuna 13: COMUNIDADE QUE ABRE ESPAÇO PARA A ARTE URBANA

• Uma linha de teleférico ligada ao Metrô. • Tour pelos grafites mais representativos da região.

OUTROS LUGARES DE MEDELLÍN PARA VER GRAFITES: BAIRRO El POBLADO E NOS MUNICÍPIOS VIZINHOS DE SABANETA E ENVIGADO

BAIRRO BUENOS AIRES

BAIRROS LA AMÉRICA E SANTA LUCÍA

BAIRRO CASTILLA

HISTÓRIA DE Um GÊNERO

4 RAZÕES PELAS QUAIS MEDELLÍN É CONHECIDA COMO A CAPITAL DO REGGAETÓN

• Derivado do reggae e hip hop.

• Vários artistas de reggaeton de renome internacional são de Medellín.

• Começa a se desenvolver no início dos

• Forte presença de produtores do gênero.

anos 90 em Porto Rico.

• Cena representativa de mulheres artistas de reggaeton.

• Grande influência de artistas Latino-

• Várias discotecas dedicadas a esse gênero.

REGGAETON: BREVE

americanos.

BARRIO PROVENZA

Parque Lleras

Avenida Las Palmas

Avenida 33

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Calle Ayacucho

BARRIO COLOMBIA

CENTRO

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Fotografia: Santiago Marzola Fotografia: Santiago Marzola

A dança e o rap estão mais vivos do que nunca nas ruas de Medellín.

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Nea, parce, farra, estrén, chichipato, visaje, campanero, manga, mostro, llave, bandera, azara, no zara são gírias aleatórias e se misturam no rap de Medellín e que podem ser ouvidas em fones de ouvido e que ficam ainda melhores se forem ouvidas ao vivo, na rua. Os proprietários da improvisação e o freestyle costumam organizar enfrentamentos líricos em parques de skate, quadras, parques ou casas, como se estivessem disputando uma “briga de galos”. Nessas “batalhas” longe da violência, as únicas armas possíveis são as palavras transformadas em rimas, a concentração e ouvido afinado. Sem se afastar muito do que fazem os trovadores Antioqueños, (do departamento de Antioquia) o cenário pode ser qualquer um, mas a formação permanece: um rapper diante de outro e esperando ser atacado com rimas e — ao redor, muito próximo e na ausência de um palco — estão os espectadores, os quais quase se metem nas bocas que não param e, às vezes, chegam muito perto para que o outro ouça bem as frases que são feitas para vencer e depois deixarem de existir. Não há registro e, se houver, não é para construir a partir daí. O Freestyle está feito apenas para o momento.

Sabia que o reggaeton contribui com quase 90% da receita da indústria musical colombiana? Há também as canções que se tornam hinos e que, por sua vez, são “fotografias panorâmicas” de Medellín vistas de dentro. Os moradores locais as entoam e as escutam para se sentir em casa e vão aos festivais, shows e apresentações com a intenção de viver o rap em primeira mão e pelo que é: uma manifestação própria. Eles vão ouvir as histórias, o agora, e o que estiver por vir pelas ruas que ocupam. Os rappers de Medellín e suas canções podem se proclamar profetas em sua própria terra. A dança segue. Reggaeton: a linguagem de uma geração O reggaeton tem várias casas maternas. O Panamá o viu nascer quando o reggae em espanhol foi misturado com o hip hop. Porto Rico o recebeu como seu, o tornou reconhecível e reconhecido em todo o mundo. Chegou a Medellín um pouco mais tarde, mas se estabeleceu como uma indústria. Nesta cidade, o reggae-

ton é cantado, o reggaeton é produzido, seus vídeos são feitos, são negociados e, acima de tudo, é dançado. As discotecas não se diferem muito entre si; são lugares escuros com jogos de luzes de neon que tornam as sombras mais brilhantes e fazem com que as peles que estão sob seu reflexo pareçam iguais, uniformes. Existem boates espalhadas por toda a cidade, embora as mais populares estejam no setor Poblado. Estes lugares são frequentados para entender sob qual ritmo Medellín está dançando, um ritmo pegajoso e ardente. Quase sempre há um balcão e poucas mesas, porque o espaço é necessário para dançar e rebolar com esse ritmo conhecido popularmente como “perreo”, de modo que os corpos das mulheres e dos homens se movam com a cadência do gênero musical dembow próprio do reggaeton, que pode ser suave ou levar a movimentos exagerados e selvagens. Independentemente da velocidade do ritmo, alguns passos e poses geralmente são feitos com os quadris juntinhos que se movem de um lado para o outro, o tronco descendo como se quisesse alcançar o chão, todos até o chão. Muitos dos ritmos e músicas dançados em Medellín nasceram ali mesmo. Uma indústria robusta e em constante expansão está compondo e produzindo reggaeton, comercializando e criando as imagens com as quais é divulgado e os vídeos com os quais se torna viral. Artistas de Medellin como J Balvin, Maluma e Karol G os quais conseguiram fazer o gênero percorrer o mundo e encontram na cidade toda a engrenagem necessária para compor suas músicas. Medellín é um terreno fértil para o reggaeton. Além de serem ferramentas com as quais o povo de Medellín se apropriou das ruas, o grafite, o rap e o reggaeton parecem não ter fronteiras de nenhum tipo. A cidade inteira os vive, os compartilha e se reúne ao seu redor. Não há bairro sem grafite, sempre há pelo menos uma casa onde eles colocam as caixas de som para fora para fazer um rap estrondoso e nunca falta alguém para rebolar com o reggaeton. A arte urbana convoca a cidade a partir de todas as sensibilidades e as transforma em poucas coisas. Por esse motivo, novamente, para realmente conhecer Medellín, é preciso andar pelas ruas com olhos ávidos, ouvidos atentos e corpos sensíveis ao ritmo urbano.

OUÇA O MELHOR DA MÚSICA URBANA aqui.

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Bogoctoásm ARTE

Capital da arte e da moda Bogotá se transformou em uma cidade cosmopolita na qual a arte, a cultura e a gastronomia coexistem em cada esquina e em cada bairro da capital. Como é viver em Atenas da América do Sul?

Texto: Nicolás Rocha

Fotos: Cortesia de ArtBo e Circuito da Moda

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รกsmopolita 04 c u lt u r a

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Bogotá existe muitas vezes. Essas existências são vividas nas ruas estreitas do bairro de La Candelaria, nas varandas de madeira e nos telhados de barro que viram a capital do país nascer no dia 6 de agosto de 1538. Bogotá existe na sua arquitetura colonial, nas suas igrejas, na visão de Germán Samper Gnecco, ao projetar a Biblioteca Luis Ángel Arango, nos seus museus e passagens de paralelepípedos que continuam conectando os visitantes ao início da história. Mas há outra cidade que fica a poucos quarteirões da clássica Bogotá. Uma metrópole que reinventa seus espaços de tempos em tempos e onde a arte, a cultura, a moda e a gastronomia são vividas de todas as formas possíveis. José Ortega y Gasset afirmou que a cidade é acima de tudo uma praça, agora, discussão, eloquência. Ele disse que as pessoas constroem a casa para morar nela e fundam a cidade para sair de casa e se encontrar com outras pessoas que também saíram das suas; dessa forma, Bogotá é vivida mais nas suas ruas e nos espaços comuns do que no que se entende como casa própria, ou espaço privado. A Bogotá que se afasta das pilastras e gárgulas do Capitólio Nacional, a mesma que no final do século XIX cunhou o termo de Atenas da América do Sul, existe em bairros tradicionais que reinventaram seu viver. O bairro San Felipe, por exemplo, localizado entre as ruas 72 e 80, entre a avenida Caracas e Carreira 24, é um bairro que há dez anos era como qualquer outro em Bogotá, com ruas estreitas, padarias, oficinas mecânicas, um parque central, alguns lugares para almoçar e uma igreja que se abria quando todo o resto fechava. Hoje, no entanto, ao melhor estilo do SoHo ou Wynwood, no bairro de San Felipe, mais de quarenta espaços convergem entre galerias, cafés, cervejarias, bares e lugares onde se pode apreciar e desfrutar da cultura, da arte e da gastronomia. Desde que a Feira Internacional de Arte de Bogotá (ARTBO) começou em 2004, o crescimento acelerado desses espaços redefiniu a cidade. O surgimento de uma nova coleção de arte performática e contemporânea transformou a capital do país em uma cidade cosmopolita que vive a cultura como se fosse um encontro e não como uma mera ação de observação. É por isso que Noite San Felipe, um evento que se repete duas vezes por mês e no qual galerias, cafés e restaurantes abrem suas portas a partir das seis da tarde para olhos curiosos, colecionadores ocasionais e pedestres que estão por lá, tornou-se

um sucesso. Nas palavras de vários proprietários de galerias do bairro, a criação de um circuito fortalece o mercado e as associações, porque em noites como essa, centenas de pessoas saem às ruas e percorrem dezenas de galerias para conhecer o trabalho dos artistas em exibição. Os pedestres tomam conta do bairro e a arte se torna uma conversa que ultrapassa as mesmas exposições. A última Noite de San Felipe do ano de 2019 foi no dia 12 de dezembro; a partir das seis da tarde, o bairro recebeu participantes no final de uma década de crescimento cultural. Conversas, risos, uma exploração tímida de espaços desconhecidos, shows e uma audiência que raramente é a mesma, são vários dos elementos que se repetem intermitentemente entre os quarteirões. Os proprietários de galerias e vários artistas participam e compartilham com pessoas que apreciam suas obras ou aproveitam a noite longe da observação crítica de um cole-

Sabia que, por mais que os grandes eventos artísticos de Bogotá estejam concentrados em alguns quantos meses, o circuito permanece ativo o ano inteiro graças às múltiplas atividades e exposições das galerias e grupos? cionador. A ideia é aproveitar, abrir o circuito, viver o bairro. Em Bogotá, a noite é sempre jovem. Cidade essa, onde começa a escurece por volta das seis da tarde, a qual acende suas luzes antes do último raio de luz e abre suas portas para que os visitantes desfrutem dos seus segredos mais bem guardados. Seus sabores, alimentados por novas propostas e sempre na vanguarda da agenda mundial, variam, assim como o público que anda pelas suas ruas. A cidade se tornou um epicentro de restaurantes de patamar mundial. Todos os anos, aparecem mais propostas e é quase impossível que as opções acabem na hora de querer experimentar algo novo. Os espaços que são meticulosamente organizados desde o cardápio, o design de interiores, a equipe

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Bogotá, capital da arte e da moda

6 DADOS

SOBRE A ARTE EM BOGOTÁ 60 GALERIAS

de arte, aproximadamente.

57 espaços

de entretenimento e culturais somente no bairro San Felipe.

$11.595 MILHÕES

em ingressos para exposições, feiras ou amostras de fotografia, pintura, escultura ou artes gráficas em 2017.

538.000 OBRAS VENDIDAS EM 2018. $15.480 MILHÕES

de dólares de vendas em leilões em 2018.

$10.758 MILHÕES

em ingressos a feiras ou exposições artesanais durante 2017.

7 EVENTOS DO CIRCUITO ARTÍSTICO BOGOTANO FEIRA DE ARTE ARTBO

SALÃO NACIONAL DE ARTISTAS

Data: outubro

Data: entre setembro e novembro

ESPAÇO ODEÓN INTENSIVO

FEIRA BARCÚ. BOGOTÁ, ARTE E CULTURA Data: setembro

FEIRA DEL MILLÓN

Open San Felipe

Data: setembro

Data: a cada 2 meses aproximadamente

Data: outubro

PRÊMIO LUIS CABALLERO

Data: a cada 2 anos, nos últimos meses do ano

3 EVENTOS DO SETOR MODA, DESIGN E JOALHERIA SEMANA DA MODA EM BOGOTÁ

FEIRA BURÓ

Expoartesanías

Data: entre abril e maio

Data: durante julho e dezembro

Data: dezembro

GASTRONOMIA COSMOPOLITA EM BOGOTÁ MAIS DE 22.000

restaurantes cadastrados na capital

GASTRONOMIA DE TODAS as partes do mundo e com todos os estilos

SABORES AUTÓCTONES da savana de Bogotá

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5 ZONAS GASTRONÔMICAS DE BOGOTÁ LOCALIDAD USAQUÉN

Localização: desde a rua 100 e a rodovia em direção ao norte

La Candelaria

Localização: entre as ruas quarta e 22 e as carreras primeira e décima

Zona T

Zona G

Localização: entre as ruas 65 e 75 e as carreras quarta e sétima

Localização: rua 83 com carrera 13

BAIRRO SAN FELIPE

Localização: entre as ruas 72 e 80 e as carreras 20 e 24

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Fotografia: Sebastián Sanint - www.ssanint.com Fotografia: Cortesia de ProColombia

Em Bogotá, é possível encontrar pratos que vão desde preparações tradicionais até gastronomia molecular e experimental no mesmo quarteirão.

Na última década, Bogotá se tornou uma cidade onde a moda redefine a paisagem urbana.

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de qualidade até a música e as propostas artísticas que acompanham a experiência dos clientes, se apropriaram de localidades e bairros, graças à ampla variedade gastronômica que oferecem. Em La Macarena, um bairro fundado em 1950 perto do centro da cidade, que faz fronteira com os Cerros Orientais e é caracterizado por suas casas coloridas, restaurantes com propostas tradicionais e alguns com propostas mais próximas à gastronomia mediterrânea e europeia. Por outro lado, a mais de cem quarteirões ao norte encontra-se, Usaquén, bairro cuja área colonial foi construída em 1665 e onde se encontra uma das áreas gastronômicas mais reconhecidas da cidade, destaca-se por seu valor arquitetônico, seus restaurantes com grandes varandas, seu mercado de pulgas e, por ser um ponto de encontro para apreciar a gastronomia de todos os cantos do país e do mundo.

Sabia que Bogotá está a 2.625 metros acima do nível do mar, o que a transforma na terceira capital mais alta da América do Sul? Entre esses dois bairros, existem outras opções tão variadas e reconhecidas internacionalmente por sua qualidade, quanto a região de Chapinero, onde estão dois dos três restaurantes que em 2019 apareceram na lista Latin America’s 50 Best Restaurants; tal região possui bairros como Quinta Camacho, Zona G, Zona T e o Parque de La 93, lugares reconhecidos por seus preparativos excepcionais. Restaurantes grego, italiano, espanhol, japonês, peruano, argentino, restaurantes de gastronomia molecular, lanchonetes, preparações com ingredientes cem por cento locais, restaurantes veganos, outros com localizações secretas, passagens que conectam o paladar à experiência; Bogotá oferece inúmeras opções de refeições. Ao melhor estilo de qualquer capital latino-americana, não é de se estranhar que entre um restaurante e outro haja lojas de grife, bares, pontos de encontro onde as calçadas se transformam em passarelas; em Bogotá a gastronomia, a cultura e a moda geralmente andam de mãos dadas.

O Circuito Arte Moda (CAM) nasceu nos Estados Unidos em Nova Iorque, Los Angeles e no sul da Florida há 12 anos com a intenção de divulgar o trabalho de artistas de todas as disciplinas existentes. Em 2015, por iniciativa de um empresário colombiano, foi inaugurada uma sede oficial para toda a América Latina em Bogotá; como resultado da reinvenção do espaço público da capital, o país conseguiu constituir um circuito no qual a moda, as artes plásticas, a música e a gastronomia coexistem ao ar livre. Ao aproveitar espaços como o transporte público, museus, casas no centro da cidade e estabelecimentos comerciais, Bogotá transformou suas ruas em passarelas para todos os estilos. As indústrias criativas, fortalecidas pela era digital na qual estamos, cresceram devido à iniciativa dos colombianos que apostam cada vez mais em empreendimentos nessas áreas com a intenção de mostrar ao mundo o que estão fazendo. As lojas independentes de design, as feiras, os lançamentos de coleções e até festivais de música favorecem a exploração fashionista de uma geração que desafia os padrões. Além disso, Bogotá segue inaugurando shopping centers onde cada vez mais grandes marcas chegam com suas propostas, incentivando a concorrência entre os gigantes e as apostas independentes. A verdade é que Bogotá existe de várias maneiras no mesmo lugar. Suas ruas mudam dependendo de quem as habita e suas calçadas estão em constantes mutações. Uma estação de ônibus do sistema Transmilenio pode ser isso, um cenário onde desfilam coleções com padrões inspirados no Caribe colombiano. Seus bairros são centros noturnos que variam à medida que a noite passa e seus habitantes têm a possibilidade de ser quem quiserem nos espaços onde mais gostam e se identificam. Bogotá existe para todos que quiserem visitá-la, para os que desejarem se perder entre seus artistas, seus sabores e contrastes. A cidade se reinventa para cada um e entre suas ruas se esconde, a olho nu, as mil faces de uma grande metrópole que não para de crescer.

OBTENHA MAIS INFORMAÇÕES aqui.

BOGOTÁ COSMOPOLITA – 015

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pacífico colombiano PACÍFICO COLOMBIANO

Gráfica e y salsa en emCaliwood Caliwood Historicamente, Cali foi Históricamente, ha sido reconhecida reconocida no mundo en el mundo pelo seu porritmo la salsa a salsa y, ene, años nos recientes, últimos anos, la música a música deldo Pacífico Pacífico haganhou ganadoum un lugar visible visível graças graciasao al Festival Petronio Álvarez. Além Además desse de esta poder potencia musical, musical, outras expressões otras expresiones artísticas artísticas dinamizan dinamizam esta cidade estalinda hermosa e vibrante. y vibrante ciudad. Texto: Ángel Unfried

Fotos: Mateo G. Rivas e Stephanie Montes

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cultural

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Ao caminhar pelas ruas do bairro San Antonio, você experimenta uma sensação acolhedora do aconchego do lar, de velejar na familiaridade de uma pequena cidade que flutua no meio de uma grande cidade. Às vezes, suas ruas se assemelham às do pequeno Salento, uma cidade turística na Paisagem Cultural Cafeeira, e outras vezes você pode sentir que chegou de repente ao bairro de La Candelaria em Bogotá, com sua arquitetura colonial e sua oferta turística de hostels confortáveis, restaurantes com gastronomias variadas, paredes e muros tocados pelas mãos de talentosos artistas locais. Se você não sabe para onde ir, uma dessas fachadas lhe parecerá intrigante e magnética, e dificilmente poderá evitar se deter, tirar a câmera da mochila e tirar muitas fotos e, provavelmente, seus olhos o forçarão a entrar com passos curiosos para o outro lado daquele portão preto. Se você chegou a esse ponto especificamente por causa do sonoro boca-a-boca, pela epidêmica febre desencadeada nas redes sociais ou porque alguém que você conhece pediu para você trazer de lembrança um daqueles coloridos pôsteres que são típicos de Cali, então você saberá imediatamente que acabou de chegar na gráfica La Linterna. Do lado de fora, é impossível decifrar a cor de uma parede enorme, completamente tampada com pôsteres de todos os tons, linhas e estilos. A fachada irresistível é um diferente cartão postal da alma cultural de Cali. Estão lá, em todos os tons e cores, os ícones da vida cotidiana do Pacífico: a marimba, um instrumento tradicional conhecido como piano da selva; a fruta exótica chamada chontaduro (pupunha), e o tambor com sua pele sonora. Junto com os elementos do Pacífico, existem pessoas como Celia Cruz, Héctor Lavoe e Ismael Rivera, grandes compositores caribenhos de música salsa, um ritmo latente no coração da cidade. Além disso, essa fachada compartilha homenagens gráficas a Luis Ospina e Andrés Caicedo, personagens da geração que na década de 70 concedeu um novo nome divertido e cinéfilo a esta cidade: Caliwood. Na juventude, eles também imprimiram os pôsteres dos seus filmes na gráfica La Linterna. Ao abrir o portão, é possível entender de onde vieram todos os pôsteres e como são feitos. Duas enormes máquinas Heidelberg do final do século XIX imprimem tipografias com carimbo de linóleo. O rugido metálico das máquinas marca o ritmo da tarde, juntamente com os tambores e ventos da salsa, unidos às vozes em vários idiomas dos visitantes colombianos e estrangeiros que vieram ao lan-

çamento de uma nova série de pôsteres de salsa; ao pé das máquinas Heidelberg estão os senhores Olmedo Franco, Jaime García e Héctor Otálvaro, prensadores e professores que dão vida a esse lugar com seu trabalho. Com as mãos cheias de tinta, o Héctor tira da máquina um tambor amarelo, verde e vermelho. Eles recebem tantos visitantes curiosos que já estão acostumados a contar a história: “Cheguei aqui em 1989, graças ao meu cunhado chamado Olmedo, que ainda trabalha comigo. Naquela época, pôsteres de filmes, shows, eventos esportivos, shows de salsa e rock e eventos culturais eram impressos aqui. Naquela época, a gráfica La Linterna já era muito velha; não há dados precisos sobre quando começou, embora tudo indique que ela exista desde os primeiros anos do século XX em um local no bairro de Santa Rosa, a cerca de dez quarteirões do bairro San Antonio. Eu não sabia nada disso, comecei como assistente, aprendi e agora estou no ramo há mais de 30 anos”, lembra o Héctor. Hoje, a gráfica La Linterna é uma atração turística e uma referência cultural de Cali; no entanto,

Sabia que quase 60% da população do departamento do Vale do Cauca vive em Cali? esse momento idílico é muito recente no meio de uma longa história cheia de altos e baixos. Quando o designer gráfico Fabián Villa entrou pela primeira vez na gráfica La Linterna em abril de 2017, a fachada era muito diferente. Ele retornou a Cali depois de trabalhar por vários anos em agências de publicidade de Bogotá e se mudou para o bairro San Antonio Junto com a Patrícia, sua cúmplice em vários projetos. Eles estavam procurando um local para imprimir os pôsteres de uma exposição de artistas emergentes. Fabián lembra com sua voz aguda: “A gráfica La Linterna não era como os visitantes e turistas a veem agora. Era apenas um portão fechado, igual ao de uma oficina mecânica onde ninguém sabia o que estava acontecendo lá dentro. Entramos para perguntar sobre o preço dos pôsteres e ficamos sabendo da crise pela qual a gráfica estava atravessando”. A situação era dramática, a concorrência oferecia possibilidades de design e impressão contra as quais era quase impossível concorrer. Eles estavam prestes a fechar a gráfica, a demitir aos fun-

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Cali: cidade cultural

10 COISAS

QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE CALI É a cidade mais importante do sudoeste da Colômbia.

TEM 2.400.000 HABITANTES APROXIMADAMENTE É conhecida como a sucursal do céu. É a terceira cidade mais importante do país. Potência na criação de teatro experimental do país. É a cidade célebre do cinema na Colômbia.

40% DOS SEUS HABITANTES SÃO AFRO-COLOMBIANOS Cali é a capital mundial da salsa Seu clima é tropical seco

6% DOS SEUS HABITANTES PERTENCEM A COMUNIDADES INDÍGENAS 6 EVENTOS PARA CONHECER A CALI CULTURAL FESTIVAL DE MÚSICA DO PACÍFICO PETRONIO ÁLVAREZ

FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE CALI

Data: agosto

Data: novembro

FEIRA INTERNACIONAL DO LIVRO DE CALI

Cali Exposhow

Data: outubro

Cali: A CAPITAL DA SALSA 127 ACADEMIAS

Data: setembro

FESTIVAL DE TEATRO EM CALI Data: entre maio e junho

FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESIA DE CALI Data: setembro

3 GRANDES FEIRAS FOCADAS NA SALSA FEIRA DE CALI

de salsa

25 a 30 de dezembro

115 ESTABELECIMENTOS

FESTIVAL MUNDIAL DA SALSA

3.500 Melómanos

BIENAL INTERNACIONAL DA SALSA

noturnos cultores de salsa

e colecionadores reconhecidos a nível mundial

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Setembro

Setembro

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Fotografia: Stephanie Montes Fotografia: Stephanie Montes

Muitas paredes dos bairros San Antonio, El Peñón e o centro de Cali estão repletas de cores. Forradas pelos pôsteres da gráfica La Linterna ou pintadas pelos talentosos muralistas locais.

O ritmo da salsa é vivido em todos os setores da cidade. O visitante estrangeiro tem a oportunidade de aprender a dançar nas academias localizadas em setores como o bairro San Antonio ou podem desfrutar observando como dançam os casais caleños.

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cionários e a sucatear as belas máquinas antigas Heidelberg. Fabián e Patricia reagiram, abriram o portão de metal e fizeram a exposição dentro da oficina de impressão, para que todos os visitantes pudessem ver de perto e em funcionamento esses dinossauros metálicos. Eles convocaram a todos e começaram a publicar de forma intensa e incansável nas redes sociais, a preocupação não era apenas estética, era urgente tomar providencias para um resgate patrimonial: “A primeira coisa é que sucatear as máquinas teria sido um crime para a história do design gráfico e a segunda é que o trabalho dos professores é muito importante, já que há três pessoas trabalhando nisso há quase quarenta anos, o que teria sido deles se a gráfica La Linterna tivesse fechado?”, comenta Fabián. A resposta entre os jovens de Cali foi rápida e massiva, todos mobilizados para o resgate da gráfica La Linterna; os designers e artistas gráficos da cidade se dirigiram até a oficina para imprimir seus trabalhos. Novas coleções com temas variados e testes a partir de técnicas clássicas atraíram turistas, colecionadores e compradores casuais. Nas palavras de Héctor Gamboa: “Por muitos anos, através das artes gráficas, este lugar decorou a as ruas da cidade, mas agora com uma nova geração, essa arte passou de fora para dentro e agora decora as paredes das casas”. Fabián e Patricia constituem um elo entre os professores Olmedo, Héctor e Jaime, e toda uma jovem geração de designers, ilustradores e artistas que vão até a gráfica La Linterna para aprender, imprimir e conhecer. O diálogo entre os veteranos e aprendizes é um intercâmbio criativo que revitaliza ambas partes. Héctor Otálvaro fala com emoção desses meninos que mudaram sua vida: “Eles têm ótimas ideias e desenhos fantásticos, mas nós temos o conhecimento dessas técnicas. Juntos, fazemos pôsteres que eu nunca imaginaria e que eles não saberiam imprimir nessas máquinas. ” Em uma tarde de sábado, os visitantes e a música transbordam La Linterna. Professores e jovens narram a história viva da gráfica que é local para visitantes de todo o continente e da Europa, que olham com assombro as máquinas Heidelbergs em operação, enquanto escolhem o pôster de salsa ou filme para levar para casa. Todo o bairro ecoa essa dinâmica colorida e sonora. O bairro San Antonio respira alegria, música e cultura. A poucos quarteirões da gráfica La Linterna estão as colinas, duas delas, uma literal e outra

musical. A primeira colina é o imponente cerro tutelar coroada por uma igreja em torno da qual o bairro começou a ser construído em 1787. A outra também é chamada colina, mas é um bar tertuliadero (termo usado para referir-se a um lugar de encontro) que foi inaugurado em 1942 e no qual, desde então, o tema principal do bate-papo é cinema, literatura, artes, amores e sonhos, ao ritmo da incessante salsa e com o sabor de uma cerveja geladinha acompanhada de uma suculenta marranita, um aborrajado ou uma empanada (frituras típicas da região). Sem precisar se afastar muito do bairro San Antonio, Cali oferece uma diversidade de espaços culturais e turísticos. O museu La Tertulia é o epicentro cultural, não apenas da cidade, mas também da região Pacífica. Assim como o bar La Colina, este museu nasceu como um lugar de encontro no bairro de San Antonio nos anos 50. Logo depois, crescendo e consolidando sua vocação gráfica, foi transferido para o oeste da cidade e hoje se encontra em um corredor turístico de frente para o rio Cali. A curadoria histórica desse espaço confirma a íntima relação da cidade com as artes gráficas, como reconhece Carlos Hoyos Bucheli, Diretor Educacional do museu: “Durante os anos 70 e 80, o museu La Tertulia se transformou no centro da produção gráfica do país devido à realização das Bienais de Artes Gráficas; não é em vão que boa parte das 1.800 obras que compõem a coleção sejam desse tipo e isso representa a história dessas artes no continente”. No bairro Granada que fica no setor vizinho, um novo circuito criativo e gastronômico começa a surgir. O espaço chamado Lugar a Dudas, fundado pelo artista Oscar Muñoz, é o eixo desse jovem movimento de artes visuais contemporâneas. Sua Curadoria inovadora dialoga e complementa os processos liderados pelo museu La Tertulia e mantém pontos de contato com a tradição gráfica da gráfica La Linterna. No museu La Tertulia e nas duas Colinas de Cali, há vozes no alto, ventos e tambores das Antilhas; neste espaço chamado Lugar a Dudas, a cidade de Cali é jovem, talentosa e criativa; na La Linterna − através das artes gráficas− Cali é tradição negra, salsa e Caliwood como foi carinhosamente apelidada.

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Mercad MEDELLÍN, CALI, MANIZALES E BOGOTÁ

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Gastronomia e ponto de encontro Um fotógrafo percorre os mercados municipais de quatro cidades colombianas e encontra “através da lente” uma cultura viva, colorida e deliciosa. Estas idas e vindas de comerciantes, agricultores e turistas assume uma energia especial durante o café da manhã e o almoço. Fotos e texto: Mateo G. Rivas

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ados

s i a p i c i n

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Ao percorrer os mercados municipais do país, é possível testemunhar um amplo horizonte da vida colombiana, como cultivos da roça, pesca, criação de animais; transporte de alimentos através de burro, jipe, caminhões ou carretas; é a economia viva do comércio; o colorido das frutas, os cheiros e sabores de um país inteiro sob o mesmo teto, a cada dia, antes de que saia o primeiro raio do sol da manhã. Essa dinâmica comercial vai muito mais além do meio dia e altera seu ritmo na hora do almoço, devido a que é esse um dos espaços onde os variados hábitos gastronômicos dos colombianos se desdobram com maior transparência. Há algo transversal à cultura, economia e ao abastecimento de todos os mercados municipais do país, e assim mesmo, nesses espaços se evidenciam tonalidades e contrastes típicos das regiões da Colômbia. Em alguns desses mercados, é possível por exemplo tomar café manhã típico com um tamal (pamonha salgada e recheada), por um valor de COP 7.000 (US $2,30), enquanto observa os trabalhadores que descarregam os sacos dos caminhões; a alguns metros de distância, está um restaurante onde o almoço é ao estilo gourmet, elaborado com técnicas inovadoras de culinária e ambiente preenchido com o som da música cubana, acompanhado por uma taça de vinho pelo preço de COP 65.000 (US $ 20). O calor da região Pacífica em Cali pode ser mitigado com uma lulada (bebida tradicional preparada com a fruta lulo típica da região) ou o cansaço da longa jornada em Medellín pode receber uma recarga de energia com uma típica e deliciosa mazamorra (bebida doce feita com grãos de milho). Apesar dos contrastes, em todos os mercados municipais do país é possível respirar calor, boa energia, serviço atencioso e a satisfação dos agricultores, comerciantes e donos de restaurantes ao compartilhar os frutos do seu trabalho e transformar em sustento o que o mar e a terra colombiana fornecem. Desta forma se vive através da lente de uma câmera uma jornada em cada um dos principais mercados municipais do país. Mercado La Minorista Medellín Fundado em agosto de 1984, o Mercado Municipal varejista La Minorista, como é conhecido popularmente, foi a substituição do Mercado Municipal El Pedrero, o mercado de agricultores de uma área vizinha o qual hoje ainda existe, cujos comerciantes foram realocados no novo mercado, a fim de suprir a demanda no norte, centro leste e leste da cidade. Sua localização central o torna em um passe obrigatório para os moradores dos bairros que se deslocam

em direção ao chamado Vale de Aburrá, nome dado pelos indígenas o qual forma parte da bacia natural do rio Medellín e está rodeado por cordilheiras. A vasta variedade que há nos seus 26.000 metros quadrados e seus 3.332 locais comerciais transformaram o mercado La Minorista em um mercado regulador que, apesar do seu nome Minorista, por ocasiões faz o trabalho de distribuidor atacadista para grande parte da cidade de Medellín. Em um domingo, dia tradicional de ir ao Mercado Municipal, cerca de 25.000 pessoas, incluindo comerciantes, trabalhadores e visitantes passam por lá. Ao caminhar por seus amplos corredores com tetos altos, coloridos e lotados, encontramos uma vasta variedade de frutas, vegetais, produtos para o lar, restaurantes, lojas, brechó, armarinhos, sapatos e até lojas de mascotes. Em um dos restaurantes mais movimentados, o senhor Memo experimenta o arroz de coco que ele preparou para todo o dia, enquanto supervisiona outras cinco receitas. No meio da preparação, ele recomenda que ninguém saia do mercado sem experimentar o ensopado de peixe. Dentre a grande oferta, destacam-se três variedades muito recomendadas: a culinária da região Caribe, alguns excelentes restaurantes que servem culinária espanhola e, é claro, a culinária típica dos paisas como são conhecidos os moradores e/ou habitantes do departamento de Antioquia. Essa última e suculenta opção gastronômica a tradicional bandeja paisa é um prato com alto teor de proteínas (linguiça, carne moída, ovo, torresmo, abacate, arroz e feijão). Vivo, agitado, colorido, com formas criativas de comércio e com vozes altas que se expressam na linguagem agradável dos habitantes desta região, o Mercado La Minorista é um reflexo vivo de Medellín e uma alternativa requintada para abordar a cultura colombiana, em particular a cultura antioqueña que é a cultura das pessoas que habitam o departamento de Antioquia, através do paladar e dos produtos oferecidos pela terra. Mercado La Alameda Cali Ao longo da década de 1950, um grupo de comerciantes locais se reuniu no bairro tradicional La Alameda, perto do centro de Cali, e deu vida aos primeiros corredores deste Mercado Municipal. Em 1994, devido à criação da Associação de Comerciantes La Alameda, o mercado teve um importante impulso em diferentes aspectos, o que resultou no reconhecimento de ser um dos Mercados Municipais mais completos do país. As jornadas no Mercado Municipal La Alameda transcorrem ao som do calor, da música do Pacífico e ao

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Fotografia: Mateo G. Rivas Fotografia: Mateo G. Rivas

Ao longo da jornada, uma multidão de agricultores, comerciantes e visitantes vigoram os Mercados Municipais da Colômbia, circulando uma ampla diversidade de produtos agrícolas.

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ritmo da salsa. Antes de entrar, um copo gelado da típica lulada e um mondroñon (fruta exótica) ajudam a diminuir a temperatura e prepararam o paladar e a mente para seguir com o percurso. Ao adentrar nos corredores do Mercado La Alameda, o requintado aroma dos frutos do mar nas caçarolas e pratos de arroz enchem as mesas. Quase em uma das pontas de um dos pavilhões do mercado, a senhora Bacilia, uma mulher negra com um rosto amigável e um turbante na cabeça, supervisiona o trabalho dos seus assistentes enquanto atende a um casal que se senta em uma das suas grandes mesas de madeira. A alguns metros de distância, em um restaurante vizinho, um grupo de jovens de uniforme preto cozinham em uma cozinha pequena, mas arrumada e completa, pratos de comida peruana; esse tipo de encontros e contrastes enriquecem a experiência desse mercado e nos lembram que o Pacífico americano não é apenas colombiano, o Peru também é nosso vizinho nessas costas. O Mercado La Alameda também oferece culinária espanhola, comidas típicas de várias regiões da Colômbia, fusões e pratos contemporâneos para visitantes de todos os gostos e bolsos. Entre o colorido do Mercado La Alameda, é comum ver grandes e pequenos grupos de visitantes estrangeiros que fazem suas refeições na praça e se misturam com os caleños como são chamados os moradores ou nascidos em Cali, em um ambiente aconchegante que convida e propõe a explorar Cali e o Pacífico, tendo como ponto de partida esta aventura gastronômica. Mercado Galería Plaza Manizales O Eixo Cafeeiro, suas terras ricas e a dinâmica típica da paisagem cultural dessa região, com seus jipes Willys, com seus personagens caipiras, conversadores e amantes do bom café, encontram-se diariamente em uma bela estrutura de Mercado Municipal chamado La Galería, localizado no noroeste da cidade de Manizales. Em 1849, logo após a fundação da cidade e com a chegada de habitantes que traziam produtos colhidos principalmente por si próprios, foi aberto o primeiro Mercado Municipal de Manizales, onde naquela época o escambo era a principal moeda. Ao longo dos anos, a população e a cidade cresceram e, em 1951, pelo motivo do centenário de Manizales, foram inauguradas construções como a Praça de Toros, o Edifício de Belas Artes, o Coliseu de Feiras e o Mercado La Galeria Plaza, o novo Mercado Municipal da cidade construído pelo engenheiro Jesús María Gómez Mejía. Este Mercado Municipal, popularmente chamado La Galería, foi reconhecido como o centro de estoque, distribuição e abastecimento

mais importante da cidade de Manizales e do departamento de Caldas. As barracas e locais do Mercado estão revestidos com as cores do café, da cana-de-açúcar, do tomate, das frutas cítricas, da banana e de outras variedades de alimentos que juntos somam quase 7.000 toneladas por mês. Entre frutas, legumes e tubérculos, rios de pessoas acordam junto com a cidade. Às 5:00 da manhã, o horário para descarregar os produtos dos caminhões já está prestes a terminar. Entre as construções típicas do Centenário, o som de caminhões que transitam, a multidão que caminha e pechincha pelos corredores lotados de produtos coloridos e formas exóticas, o cheiro de campos frescos e a paisagem cultural mais autóctone do departamento de Caldas, encontra-se o Mercado La Galería. O senhor Darío, um trabalhador que há algumas horas está descarregando nas costas sacos cheios de manga Tommy, se prepara para dar uma pausa e tomar seu café da manhã pelo qual pagou aproximadamente COP 4.000 (US $ 1). O prato traz uma arepa com queijo típico e margarina, dois ovos mexidos com tomate e cebola, uma batata com molho, uma banana da terra madura e cozida, arroz feito com macarrão cabelinho de anjo, caldo de carne e uma caneca de água de panela que é um chá típico feito com rapadura; este é o café da manhã típico no mercado, feito por cozinheiros e cozinheiras que utilizam os produtos frescos obtidos ali mesmo. Assim como o senhor Darío, no Mercado La Galería, muitas pessoas que trabalham e transitam por lá fazem suas refeições ali mesmo, misturando-se com visitantes locais e estrangeiros que gostam de viver uma experiência verdadeiramente típica colombiana e cafeeira. No mercado, devido ao trânsito constante de pessoas e produtos provenientes de todo o país, a oferta gastronômica foi influenciada por quase todas as regiões, desde pratos típicos da Região Andina – como a pajarilla e a sopa mondongo (bucho)− até receitas das regiões dos Llanos Orientales e do Pacífico, como o típico churrasco gaúcho conhecido por churrasco llanero, o caldo de peixe e o ceviche fresco. No meio de tanta variedade, destaca-se a mazamorra antioqueña, uma bebida de milho doce feita de forma artesanal, a qual é oferecida em todos os restaurantes do Mercado por um valor de COP 1.000 (US $ 0,30). Com mais de quinze restaurantes sob o mesmo teto, com pratos que variam entre COP 4.000 e COP 5.000, a oferta promete ser variada e cativante. O Mercado La Galeria está dividido em quatro pavilhões que oferecem plantas, ervas e chás; carnes, frutas e legumes, produtos variados da região, produtos frescos e preços baixos, em um ambiente onde o café delimita a paisagem e marca profundamente a cultura local de três

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Mercados municipais: uma amostra da identidade colombiana 4 MERCADOS MUNICIPAIS COLOMBIANOS 1. La Minorista Localização: Medellín Horários: de segunda a sábado das 4:30hs às 18:00hs Domingos das 4:00hs às 15:00hs Fruta para experimentar: goiaba O que almoçar: bandeja paisa

1.

2. La Perseverancia 4.

Localização: Bogotá Horários: de segunda a sábado das 7:00hs à 17:00hs Domingos das 7:00hs às 15:00hs Fruta para experimentar: pitahaya O que almoçar: cozido boyacense o melhor ajiaco de Bogotá

2.

3.

3. La Alameda Localização: Cali Horários: todos os dias das 6:00hs às 18:00hs Fruta para experimentar: pupunha O que almoçar: peixe pargo vermelho frito com arroz e patacón

4. La Galería Localização: Manizales Horários: todos os dias das 4:00hs às 19:00hs Fruta para experimentar: lulo O que almoçar: sancocho de uña

10 FRUTAS TÍPICAS DA COLÔMBIA

TOMATE DE ÁRBOL

Onde é cultivada: Região Andina

Granadilla

Onde é cultivada: Região Andina. Principalmente em Huila e Cundinamarca

MARACUJÁ

Onde é cultivada: principalmente em Huila, Meta e Vale do Cauca

Curuba

Onde é cultivada: Região Andina. Principalmente em Boyacá

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GOIABA

Onde é cultivada: Região Andina. Principalmente em Santander

CARAMBOLA

Onde é cultivada: Região Andina e Caribe

MAMÃO

Onde é cultivada: Principalmente nos departamentos de Córdoba e Vale do Cauca

Physalis

Onde é cultivada: Região Andina. Principalmente em Cundinamarca

Lulo

Onde é cultivada: principalmente em Huila

GRAVIOLA

Onde é cultivada: Região Pacífica. Principalmente no Vale do Cauca

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lindos departamentos (Caldas, Risaralda e Quindío). La Perseverancia Bogotá Do bairro La Perseverancia, um dos bairros mais antigos da cidade, é possível ver o cerro tutelar de Monserrate e ter uma vista panorâmica da capital colombiana. “La Perse”, como é conhecido popularmente, e possui um dos mercados mais ativos e turísticos da cidade. Em 1889, devido a fundação de uma grande fábrica de cerveja nacional no Bairro San Diego, hoje o centro da cidade, e o grande crescimento industrial e comercial de Bogotá, um grupo de trabalhadores e suas famílias procuravam moradias nas áreas próximas à fábrica, foi assim que nasceu o bairro operário La Perseverancia. Quase meio século depois, com a participação de alguns comerciantes da região, foi construído o Mercado Municipal La Perseverancia, fornecendo produtos agrícolas para restaurantes que abastecem o consumo diário nos bairros próximos. Com o passar do tempo e com o desenvolvimento do centro da cidade, o Mercado também se tornou o principal fornecedor dos restaurantes do bairro vizinho La Macarena, do Centro Internacional e de outros locais comerciais no coração de Bogotá. Desde 2013 um grupo de entidades públicas e fundações assumiram a tarefa de promover e melhorar o mercado através de reformas e adaptações que o transformaram em um dos melhores do país. Sua localização central e perto de outros lugares com alta densidade comercial o transforma em um lugar privilegiado devido à sua acessibilidade aos turistas e a moradores locais que procuram uma boa oferta gastronômica ou produtos típicos. Além disso, pelo fato de estar na nas-

cente dos cerros orientais da cidade, conta com uma facilidade de deslocamento até as áreas turísticas do centro de Bogotá. A arquitetura moderna do Mercado está dividida em duas alas. Em uma delas, podemos encontrar a seção de vegetais, verduras, frutas, além de outros produtos de quitanda. Estrangeiros e executivos que trabalham em empresas do setor lotam a praça de alimentação localizada na outra ala do mercado. Os restaurantes de comida típica colombiana com seus cheiros, com o vaivém dos clientes e garçons, com o som do desfrute do paladar e da experiência que saem da boca dos clientes, fazem com que os visitantes vivam uma atmosfera autóctone no Mercado “La Perse” como também é conhecido. A senhora Maria, cozinheira e dona de um restaurante no Mercado, considera que o ajiaco é o prato que faz com que os cidadãos de Bogotá, ou seja, os bogotanos se sintam em família; aqui é possível encontrar um prato saudável, esta sopa típica preparada com diversas variedades de batatas, frango, creme de leite, guascas, abacate e alcaparras. Além do tradicional sabor do ajiaco bogotano, o Mercado “La Perse” também oferece uma rica oferta de frutos do mar provenientes do Pacífico e vários pratos do Caribe colombiano, além de receitas típicas dos departamentos de Córdoba e Sucre. Nesse lugar, diversas cozinhas e um público variado coexistem, tanto na origem quanto no gosto, o que simboliza um jeito de adentrar na Colômbia com o estômago cheio e sorriso de satisfação.

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Fachadas de cidades patrimônio Ilustrações: Andrés Felfle

JARDÍN DEPARTAMENTO: ANTIOQUIA EXTENSÃO: 224 KM² ALTITUDE: 1750 M.S.N.M. As frentes das casas em Jardín estão cobertas de flores que enfeitam e colorem o município e suas fachadas. O município também oferece experiências particulares, como a garrucha, um cabo aéreo artesanal de onde é possível apreciar a paisagem cafeeira.

Santa Cruz de Mompox DEPARTAMENTO: BOLÍVAR EXTENSÃO: 645 KM² ALTITUDE: 22 M.S.N.M. Localizado às margens do rio Magdalena, esse município foi um porto importante para a colonização espanhola e, por esse motivo, abriga um importante legado religioso e artesanal, no qual se destacam a comemoração da Semana Santa e a fabricação de joias em filigrana.

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Honda DEPARTAMENTO: TOLIMA EXTENSÃO: 309 KM² ALTITUDE: 229 M.S.N.M. Esse município de clima quente, localizado a três horas de Bogotá, abrigou o primeiro porto de pesca da Colômbia sobre o rio Magdalena e foi um dos mais importantes corredores comerciais e pontos de distribuição de mercadorias do país na época da independência.

Santa Fe de Antioquia DEPARTAMENTO: ANTIOQUIA EXTENSÃO: 493 KM² ALTITUDE: 500 M.S.N.M. Preserva a arquitetura tradicional típica da região, caracterizada por suas fachadas brancas, com portas e varandas coloridas, ruas de paralelepípedos e praças que mantêm viva a história. Além disso, está a somente duas horas de Medellín.

Villa de Leyva DEPARTAMENTO: BOYACÁ EXTENSÃO: 128 KM² ALTITUDE: 2149 M.S.N.M. A essência deste lugar turístico está na mistura que existe entre casarões e casas antigas, ruas de paralelepípedos e paisagens desérticas. É um cenário muito atraente para quem procura fazer parte, por alguns instantes, da história da Colômbia.

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Barichara DEPARTAMENTO: SANTANDER EXTENSÃO: 134 KM² ALTITUDE: 1336 M.S.N.M. Este município de clima quente e seco foi declarado Bem de Interesse Cultural da Nação graças às suas capelas, casas e ruas coloniais feitas de pedra. Barichara é o local ideal para uma experiência relaxante e desconectada.

Salamina DEPARTAMENTO: CALDAS EXTENSÃO: 404 KM² ALTITUDE: 1822 M.S.N.M. É o lugar ideal para conhecer a origem da cultura cafeeira colombiana. Lá você pode visitar sítios e fazendas onde é ensinado como plantar, cuidar, colher, debulhar e torrar o café colombiano e saborear a diversidade de grãos cultivados na região.

San Gil DEPARTAMENTO: SANTANDER EXTENSÃO: 149 KM² ALTITUDE: 1114 M.S.N.M. Este município oferece uma grande variedade de experiências únicas, entre as quais se destaca a prática de rafting nos rios Ponce e Suárez; canyoning na Quebrada La Chorrera; parapente em Curití e sobre o Canyon de Chicamocha e bungee jumping sobre o rio Ponce.

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Fotografia: Luis Ponce Cortesia Direção de Turismo do Governo de Nariño

GENERALIDADES

Turismo religioso A Colômbia tem uma sólida oferta de atrações turísticas que giram em torno ao catolicismo. Conheça-os e fortaleça sua fé. O patrimônio arquitetônico, artístico e cultural que a Colômbia construiu em torno ao catolicismo, mobiliza constantemente milhões de colombianos e constitui uma alternativa turística para os devotos provenientes de outras latitudes. As raízes que a tradição católica adquiriu nos últimos cinco séculos no país nos permitem oferecer destinos que, além de adequados à peregrinação, possuem singularidades históricas ou culturais. Nesse sentido, a oferta não está composta apenas por santuários, basílicas e catedrais. Celebrações culturais como a Semana Santa e lugares relevantes para a história da Igreja Católica, como a cidade de Jericó que fica no município de Antioquia onde a Madre Laura Montoya −a primeira santa colombiana− nasceu, também fazem parte de um sólido conjunto de expressões de fé que posiciona a Igreja como um destino único de turismo religioso. A seguir, está descrito o roteiro de um percurso por diferentes emblemas da tradição católica colombiana e pelos municípios que a hospedam. Que seja uma oportunidade para descobrir e conhecer uma

nova cultura, mas também para renovar sua fé, fortalecer suas crenças e entregar-se à mensagem que cada peregrinação guarda. Milagre arquitetônico à beira do precipício O Santuário de Las Lajas é uma das atrações turísticas religiosas mais importantes da Colômbia e uma joia da engenharia: a igreja fica em uma ponte de 50 metros de altura que atravessa o Cânion do rio Guáitara, em Ipiales no departamento de Nariño, a qual foi construída para homenagear a aparição da Nossa Senhora do Rosário em uma pedra no dia 16 de setembro de 1754. O templo foi erguido entre 1916 e 1949 e tem sido um local de culto e peregrinação desde então. Nos arredores encontram-se placas com mensagens de agradecimento pelos milagres concedidos e o dia em que o lugar recebe o maior número de visitantes é quando se comemora o aniversário da aparição. Este santuário possui o título de Basílica Menor, que recebeu em 1954, e o título da igreja mais bonita

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do mundo, concedido pelo jornal inglês The Telegraph em 2015. Está localizada a sete quilômetros da cidade de Pasto que é a capital do departamento de Nariño, e a 10km da fronteira com o Equador. A imponente Cidade Branca Popayán é a capital do departamento de Cauca, a qual não apenas se caracteriza por ter um número infinito de fachadas brancas, mas também por oferecer um dos circuitos mais completos de igrejas e arte religiosa do país. Entre os santuários mais populares estão a Catedral Basílica Nossa Senhora de La Asunción, que ostenta uma cúpula de 40 metros de altura; a Igreja de San Francisco, um templo do século XVIII que abriga uma relíquia de San Magno; a Igreja de San Agustín, onde repousa uma imagem da Virgem de Los Dolores, e a Igreja Santuário de Belén, que fica em uma colina que tem o mesmo nome, e de onde você pode ver a cidade. O tour por esses templos imponentes pode ser realizado durante todo o ano, mas, como em outras cidades e municípios da Colômbia, sua verdadeira força pode ser sentida durante a Semana Santa. Outro ponto de interesse turístico é o Museu Arquidiocesano de Arte Religiosa, que exibe permanentemente uma coleção de quatorze custodias e outras obras de arte, como pinturas, gravuras, mantos e missais. O lar do Senhor de Los Milagros A Basílica Menor do Senhor de Los Milagros foi fundada no dia 2 de agosto de 1907 e abriga uma imponente imagem de ferro fundido de 2,5 metros de altura, que os fiéis e os peregrinos se aproximam para cumprir uma promessa ou fazer um pedido em particular. O santuário está localizado em Buga, um município no Vale do Cauca que pertence à Associação de Cidades Patrimônio que é a associação que fiscaliza os patrimônios tombados na Colômbia. Este lugar também abriga outros templos católicos, como a Catedral de San Pedro de Buga, a Igreja de Santo Domingo de Guzmán e a Igreja de San Francisco de Asís. O Senhor de Los Milagros é adorado desde antes da construção da Basílica e a cada sete anos são realizadas suas Rogativas, que se trata de um evento de vários dias em que a imagem é tirada da Basílica e é levada para as ruas da cidade Buga para liderar procissões e outros eventos multitudinários que contam com a presença de devotos e autoridades eclesiásticas e governamentais da Colômbia. A última edição desta celebração foi realizada em setembro de 2018.

Viver a Semana Santa na Colômbia Embora a Semana Santa seja talvez a época mais importante do ano para todos os templos católicos do país, existem várias cidades e municípios caracterizados pela organização de eventos massivos e de reconhecimento a nível e nacional e internacional. Quem estiver na cidade de Popayán poderá participar das procissões tradicionais, (que foram reconhecidas pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2009), do Festival de música religiosa e das procissões pequenas ou infantis. Em Santa Cruz de Mompox, um município de Bolívar, às margens do rio Magdalena, onde o protagonismo é tomado pelas imagens que os fiéis carregam nos ombros durante as procissões. Os momposinos, (gentilício usado para os que são de Mompox) comemoram a Semana Santa desde o século XVI, onde costumam decorar as imagens com mantos e joias feitas para a ocasião. A cidade Pamplona que fica ao Norte do departamento Santander, também organiza procissões que arrastam multidões e o Festival Coral Internacional de Música Sacra, um evento que acontece nas igrejas mais importantes do município e que reúne diferentes grupos do continente. Outros ícones da tradição católica que podem ser conhecidos na Colômbia: Visitar Jericó, a cidade natal da primeira santa colombiana

Localizada no departamento de Antioquia, a cerca de três horas de Medellín, a cidade de Jericó se tornou um destino religioso após a canonização da primeira santa colombiana: a Madre Laura Montoya. A missionária nasceu lá em 1874, fundou a Congregação Misioneras de María Inmaculada e Santa Catalina de Sena em 1914 e foi canonizada pelo Papa Francisco em maio de 2013.

Basílica Santuário do Senhor Caído de Monserrate

Está localizada nos cerros que bordeiam o lado Leste de Bogotá, exatamente a 3.152 metros acima do nível do mar, e abriga a imagem do Senhor Caído, uma escultura do século XVI. É possível subir de teleférico, funicular ou a pé, e apreciar uma das melhores vistas da capital colombiana.

Mergulhar nas profundezas da Catedral de Sal

As abóbadas e escavações deste santuário somam 8.500 metros quadrados de engenhosidade arquitetônica. A catedral está localizada dentro de uma antiga mina de sal em Zipaquirá, um município localizado a 50 quilômetros de Bogotá, e contém representações da Via-crúcis e uma imponente cruz de 16 metros de altura.

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Miscelânea

Outras experiências culturais Dizem que na Colômbia uma música soa embaixo de cada pedra. A cultura artística colombiana é diversa e rica em sons, cores, cheiros e tons. Cada região do país propõe maneiras diferentes de ver o mundo e as transmite através da música, da dança, do teatro e da literatura. Por esse motivo, vale a pena visitar cada uma das cidades do país para descobrir toda a cultura que se respira por lá. Estas são algumas experiências culturais nas principais cidades do país. Cartagena TOUR DE BARES DE SALSa Duração: 4 horas.

Ao anoitecer, o centro de Cartagena respira o ritmo da salsa. O tour começa às 20:30 no famoso bar Donde Fidel, onde os visitantes desfrutam e se aquecem ao ritmo da salsa e ensaiam seus primeiros passos para após, seguir avançando com o tour até a estátua de Joe Arroyo, o famoso cantor de salsa de Cartagena. Após isso, seguem as vistas a La Charanga, El Koreano e Vueltabajero, alguns dos melhores bares de salsa para cair na folia e passar a noite na pista de dança. Picós de Champeta Duração: 5 horas.

Os Picós, sistemas tradicionais de som de rua do litoral Caribe colombiano. Originalmente, eles consistiam em colocar vários alto-falantes do lado de fora de uma casa e organizar a festa em torno deles. Hoje são grandes eventos para desfrutar ao ritmo tradicional da região, a famosa champeta. O tour passa pelo Picó Rey de Rocha, um dos mais importantes da cidade, com o objetivo de aprender sobre a história desse movimento, suas anedotas para então finalizar com aulas básicas de dança para que o visitante aproveite ao máximo da champeta como deve ser.

tantes aprendem sobre a história da cidade e desfrutam da música e da dança que a tornam tão famosa, o que constitui uma experiência cultural incomparável. Barranquilla MUSEU DO CARIBE Duração: 3 horas.

Prestar homenagem à memória do Caribe implica reconhecer a superioridade com que seus habitantes enfrentam o sol para compor obras majestosas, tanto na literatura quanto na música. Pense em Gabriel García Márquez, mas não para por aí. O museu do Caribe reúne em cinco eixos temáticos (Natureza, Pessoas, Palavra, Expressão e Ação) a contribuição cultural da região para a tradição artística do país, passando pela música vallenata e cumbia. Casa DO carnaval Duração: 3 horas.

A Casa do Carnaval foi construída em 1929, tornando-a uma joia cultural e arquitetônica inestimável. Dentro da fachada de estilo colonial, a Fundação Carnaval de Barranquilla organiza o Carnaval, um dos maiores, mais coloridos e atraentes festivais de música, dança e folclore do país. A Casa oferece artesanato, gastronomia, música e dança aos visitantes durante todo o ano. Medellín La Pascacia Café Bar Duração: 2 horas.

San Basilio de Palenque

Localizado no centro de Medellín, este café não serve apenas café; serve também porções, refeições, bebida e, eventualmente, serve como um rumbeadero como é conhecido o lugar onde tem balada a noite toda. Nasceu como uma aposta de grupos de música e mídia alternativa da cidade, portanto, é o lugar ideal para conhecer as novas apostas artísticas da região.

TOUR PARA CONHECER A CULTURA PALENQUERA

TOUR NA COMUNA 13

Duração: 5 horas.

Duração: 4 horas.

A duas horas de Cartagena, San Basilio de Palenque foi tombado e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade em 2005. Os Palenques eram quilombos fundados pelos escravos africanos rebeldes chamados cimarrones como refúgio durante o século XVII, e o quilombo de San Basilio é o único que continua em pé. Durante o tour os visi-

Também conhecido como “Comuna 13 Graffiti Tour”, esse tour tem como objetivo mostrar como a música e a arte urbana elevaram a comunidade 13 graças ao trabalho em equipe. A comuna é um bairro localizado ao lado de uma montanha. As construções nas comunas estão distribuídas de tal maneira que da parte de baixo é fácil ver como

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Fotografia: Cortesia Artbo

as fachadas das casas compõem um mosaico de imagens coloridas com os grafites artísticos que foram feitos na área. Durante o tour, alguns desses artistas falam sobre seus trabalhos e outras pessoas fazem exposições de Hip Hop e Break Dance. Tour DO tango

desse tipo no mundo. A peculiaridade do restaurante Andrés Carne de Res é que ele tem a facilidade de ser considerado uma discoteca por alguns e um restaurante por outros. Em um fim de semana, mais de 10.000 pessoas podem passar pelo restaurante para desfrutar da música ao vivo, dançar e comer ao ritmo do melhor dos carnavais latinos.

Duração: 4 horas.

O rei do tango, Carlos Gardel, morreu em um acidente de avião em Medellín em 1935. Desde então, a cidade se tornou um lugar de visita obrigatória para os amantes desse gênero musical. O tour percorre a Casa Gardeliana, um pequeno museu dedicado ao ídolo argentino, os bares: El Patio de Tango, Adiós Muchachos, El Último Café, e a Plaza Gardel; inclui também algumas aulas básicas de tango, para que o turista possa dançar como todo um profissional.

Cali ESCOLA DE DANÇA SWING LATINO Duração: 2 horas.

Bogotá

A empresa e escola Swing Latino têm um show que apresenta os principais ritmos de dança latina onde dançarinos que ganharam prêmios nacionais e internacionais participam. A escola também oferece aulas de dança para casais ou grupos, aulas que garantem horas de muito movimento, calor e diversão ao som da música latina.

TOUR DA CUMBIA BOGOTANA

Delirio

Duração: 5 horas.

Duração: 6 horas.

Mario Galeano é o músico e produtor colombiano que conseguiu posicionar a cumbia como um ritmo musical de vanguarda em todo o mundo. É a mente por trás de Ondatrópica, Los Pirañas e Frente Cumbiero, grupos que tocam nos melhores bares e discotecas dos Estados Unidos e da Europa. Nesse tour, é possível conhecer a casa do Galeano e viver um show VIP com alguns dos grupos de cumbia de Bogotá do momento: La Perla, Quebra Raios e o grupo Tricofero de Barro.

Delirio é uma fundação formada por dançarinos e artistas de circo colombianos. Ao longo de sua trajetória, encenou vários tipos de performance as quais destemidamente combinam o ritmo da salsa com o circo. Os shows são doses condensadas da cultura do Pacífico que se movem ao ritmo da salsa e dos tímpanos, de tal forma que são uma verdadeira experiência sensorial fiel ao show de estilo cabaré.

Andrés Carne de Res Chía Duração: 4 horas.

Com 30 anos de experiência, este restaurante é considerado um dos melhores do país e um restaurante único

ENCONTRE VARIADOS RITMOS COLOMBIANOS NESTA playlist.

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Cultura O horizonte da cultura colombiana se amplia dia após dia e o país se carrega de novas vozes que a cada vez mais são escutadas, vistas, lidas, comentadas e complementadas por outras culturas que nos veem como referência. É um tour pelas cidades, e devemos às pessoas que promoveram e estão promovendo movimentos em torno da música, do cinema, da moda, da gastronomia e da literatura, parte do orgulho que nos dá sermos colombianos.

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