COMULTIPLO

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EDITORIAL Sejam bem vindos a mais uma edição da Revista de Comunicação dos alunos do Curso de Comunicação Social da Universidade Estadual de Santa Cruz. Como nas revistas anteriores, o objetivo precípuo é incentivar a produção de textos. Nessa edição, reforçamos as entrevistas, apresentamos a seção Guia do Calouro para aqueles candidatos que quiserem conhecer nossa Universidade mesmo antes de nela ingressar. Mantivemos, com nas anteriores, os artigos produzidos pela maioria dos alunos cujo tema versava sobre “A comunicação na contemporaneidade”. Apresentamos o “Guia anual ERECOM”. Na seção das resenhas foram contemplados três gêneros: a série “Black Mirror”; o filme “O menino e o mundo”; e o livro “A identidade cultural na pós-modernidade”. Enquanto os alunos discutiam como seria a capa dessa edição, vários modelos surgiram e pensamos, a priori, em colocar todas as capas para incentivar cada equipe de designe, uma vez que todas elas mereciam esse destaque, depois de alguns ajustes, resolvemos juntar as ideias e transformá-las em uma só capa. Esta revista pretende ser uma contribuição para que os alunos que a produziram percebessem que escrever é uma questão de hábito visto que quanto mais você escreve, mais você se torna um escritor, porque escritor é aquele que (sempre) escreve. “Na marra” essa turma aprendeu que para escrever é preciso pesquisar, pesquisar e pesquisar, em outras palavras, ler, ler e ler mais e mais. Essa tarefa foi para eles um trabalho árduo, estafante e, principalmente “chato”, porém importante - esperamos - para que eles desenvolvessem novas ideias acerca do que precisavam fazer: produzir ideias a partir de ideias de outrem; criar a partir de outras criações; ser diferente a partir do igual. Vimos nos empenhado nesse trabalho há 06 edições. Cada turma é “a turma”. O que os diferencie enquanto alunos é a vontade de cada um em particular alimentar seu intelecto e descobrir que o ler é alimento que nutre o cérebro e a alma porque, parafraseando Ziraldo, “o livro é o alimento da alma”. Dito isso, meus agradecimentos a essa “gigantesca” turma que nos fez por em prática nossa (im)paciência. Por hora, desejamos que a leitura e a produção de texto não saiam mais nunca da vida desses jovens irrquietos. por Siomara Castro Nery


EQUIPE COORDENAÇÃO E EDITORAÇÃO

SIOMARA CASTRO

ENTREVISTA NO SALOBRINHO

MILENA NOGUEIRA

LEILIANE BRAZ PAULO DE JESUS

HERLON NOVAES

ENTREVISTA SECOM VIVIANE PAIVA

BLENDA CAVALCANTE

AMANDA MACÊDO

AGENDA CULTURAL NIVEA SAMARA


EQUIPE REBECA ALMEIDA

HELINDUARTE BATISTA

ANÁLISE/INDICAÇÕES DE FILMES ISIS SANTIAGO

HERLON NOVAES

ENTREVISTA SECOM FELIPE FARIAS

MILENA DUARTE

JULIA ROVENA

PROTAGONISMO NA INTERNET MARINA CASAIS


EQUIPE FABRICIO MOREIRA

CRISTIANA COSTA STEPHANY

DIAGRAMAÇÃO E DESIGN CAPA SILVIA BARRETO

ANALU NOGUEIRA

ANANDA CAETANO


AGENDA

CULTURAL O FECIBA – FESTIVAL DE CINEMA BAIANO – chega no ano de 2016 a sua sexta edição premiando e promovendo a produção audiovisual baiana. O evento, que tem como vocação a promoção e premiação do cinema produzido na Bahia, acontecerá pela primeira vez, em 03 cidades diferentes do estado, Juazeiro, Feira de Santana e Itabuna, respectivamente nos meses de abril, maio e junho de 2016. -Abril, maio e junho de 2016 http://feciba.com.br/2016/vi-feciba/sobre/

ERECOM - O ENCONTRO REGIONAL DE ESTUDANTES DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – acontecerá nos dias 24, 25, 26 e 27 de março de 2016, na Universidade Estadual de San ta Cruz – UESC com o tema: ‘‘Descolonizando os meios: pra que(m) serve teu conhecimento?’’ - 24, 25, 26 e 27 de março http://erecomilheus.blogspot.com.br/2016/02/o-encontro-regional-deestudantes.html

CONECADES - COM O TEMA “SOCIEDADE ALTERNATIVA”, o Congresso Nacional para Estudantes de Comunicação, Ciências Contábeis, Administração e Direito terá sua 13ª Edição nos dias 20 a 24 de Abril, em Porto Seguro na Bahia, a programação conta com palestras e exercícios ao ar livre. - 20 a 24 de Abril http://www.conecades.com.br/

INTERCOM NORDESTE 07 a 09 de julho – UNIFAVIP – Caruaru (PE) http://portalintercom.org.br/publicacoes/jornal-intercom/banner-dahome/2015/11/estreia-2/agenda-dos-congressos-da


Se situe na UESC











“Pensar Salobrinho” O protagonismo social é a ação de um grupo, classe ou segmento da sociedade que se coloca como principal sujeito na dinâmica social. A Universidade Estadual de Santa Cruz, em seu papel de colaboradora do conhecimento, realiza ações e projetos dentro e fora dos umbrais da universidade. Os projetos elaborados pela UESC são dos mais variados, dentre eles, destaca-se uma ação social chamada “Pensar Salobrinho” que coloca em destaque pessoas protagonistas de sua própria história. Entrevistamos o Pró-Reitor de Extensão, Alessandro Fernandes Santana, que ressaltou a importância de ter projetos desse gênero que proporciona um diálogo entre universidade e sociedade. Entrevistador: Qual o papel da PróReitoria de Extensão da UESC e como é desempenhada a relação universidade e comunidade (Salobrinho)? Entrevistado: A Pró-Reitoria de Extensão da UESC é responsável por fazer articulação entre a universidade e a sociedade. Na universidade temos um tripé que é o ensino, pesquisa e extensão. Aqui pesquisamos, produzimos e levamos o conhecimento à sociedade, e é isso que chamamos de extensão universitária. Essa extensão tem uma via de mão dupla, pois com a modernização do pensamento e amadurecimento acadêmico entendemos que quando a universidade vai para uma comunidade, não vai apenas ensinar, vai ensinar e aprender. O nosso foco maior são as comunidades mais necessitadas, não para fazermos assistencialismo, mas sim fazer com que essas pessoas tenham realmente um protagonismo e assumam o seu papel. No Salobrinho nós temos uma série de projetos de extensão como na área de saúde, educação e queremos também abrir um edital específico voltado as demandas que a comunidade requer, na medida das nossas competências e possibilidades, tentando resolver aquilo que nos cabe. Eu digo sempre que somos uma universidade estadual e não estado, enquanto universidade, nossa função é fazer ensino, pesquisa e extensão. Entrevistador: Verificando os projetos da Pró-Reitoria de Extensão, encontramos o “Pensar Salobrinho”. Qual a finalidade desse projeto? Entrevistado: Esse projeto é uma ação que vai a comunidade, discute as demandas e procuramos solucioná-las. No entanto, estamos agora, e eu brinco de maneira séria, dizendo que nós já pensamos uma parte conjunta com o Salobrinho e agora é a hora de agirmos dentro das reflexões que nós temos feito

na comunidade e que possamos buscar coisas maiores. Porém, é importante dizer que a universidade tem um certo protagonismo junto com a comunidade do Salobrinho. Podemos fazer mais? Podemos. Temos condições hoje de fazer mais? Nem sempre. Todavia, a nossa luta é para fazer mais, não só no Salobrinho, mas em toda comunidade que está no raio de abrangência da UESC, sendo esses vários municípios que de acordo com a tática do IBGE, são 42 municípios incluindo a região Ilhéus e Itabuna. Contudo, o raio de habitação direto da universidade passa por 70 municípios e a sua influência ultrapassa mais de 150 cidades. Entrevistador: E vendo esta perspectiva da universidade em agir na comunidade, quais as ações feitas por parte da UESC no Salobrinho? Entrevistado: Os projetos que estão no Salobrinho são realizados por professores, servidores e alunos da própria universidade. Na área de saúde, nós temos projetos como “Jovem Bom de Vida”, um projeto que atende uma parcela das pessoas do Salobrinho; temos parcerias da área de educação que é voltada para o departamento de educação. O nosso objetivo desse ano é fazer com que todos os departamentos possam elaborar projetos voltados para o Salobrinho, por uma questão muito simples e notória: Salobrinho é o nosso bairro, estamos aqui em frente a ele, entretanto precisamos estar mais próximos. Volto a dizer que a Universidade tem o protagonismo e o faz, porém temos que fazer mais, por que é uma comunidade que não pode estar próxima e distante ao mesmo tempo. O que nós queremos agora é fazer mais e pensando juntamente com a comunidade. Existe uma preocupação nossa de auxiliar na preparação das pessoas para a cidadania e para o mercado de trabalho. Por exemplo, um

grupo de jovens sentiu a necessidade de cursos básicos e avançados de computação. Nós vamos fazer isso como cursos de extensão, vamos tentar abrir uma turma específica do Salobrinho pois é importante, é nossa responsabilidade social. Nem sempre as ações feitas são visíveis do ponto de vista material, mas elas existem como processo de educação e acompanhamento. Isso é muito importante que a UESC faça, e nós precisamos da ajuda de vocês enquanto estudantes, no sentido de auxiliar e divulgar, primeiro conhecer e depois divulgar. Entrevistador: Existe outros projetos da mesma natureza realizados pela UESC? Nós temos projetos que são itinerantes, a exemplo do “Caminhão com Ciência” que sai fazendo atividades de ciência voltado para os alunos de ensino fundamental e médio. Temos também o observatório astronômico e queremos levá-lo aos municípios. Com isso, queremos estreitar os laços da comunidade para com a universidade. Estamos numa época de crise econômica com recursos escassos, mas temos recursos humanos extremamente qualificados nas mais diversas esferas da universidade. O objetivo maior da extensão universitária é você estreitar esse laço da universidade com a sociedade e fazer com que tudo que seja produzido aqui dentro tenha um alcance lá fora. Entrevistador: Diante dos mais diversos projetos extensivos oferecidos pela universidade para com o Salobrinho, qual o público que a instituição tenta atingir com essas ações? Entrevistado: O nosso foco maior no caso do Salobrinho são os jovens. Nós temos uma preocupação muito grande


com eles, tanto na parte de formação educacional, quanto como cidadãos e não apenas como mão de obra para o mercado. No entanto, também é necessário qualificar para o mercado, pois é através do trabalho que as pessoas vão conseguir sua renda e para isso tem que estar qualificado.

Entrevistador: Por fim, com esses projetos atuantes que atravessam os portões da universidade, quais as expectativas da Pró-Reitoria de Extensão a respeito desses novos

projetos que executados fora

estão da

sendo UESC?

Entrevistado: Nossa expectativas, eu diria que são as melhores, queremos que todos os projetos feitos sejam discutidos com a comunidade e que seja uma construção coletiva. Esperamos que cada vez mais possamos auxiliar a sociedade, especialmente a comunidade do Salobrinho, fazendo com que tenha uma relação também de pertencimento para com a universidade. Queremos que o Salobrinho olhe a UESC não como algo inatingível, mas como algo importante para o bairro. Nosso campo perspectivo é que os moradores do

Salobrinho olhem para aquele muro e não consiga enxergá-lo, que olhe para ele e fale: “Isso aqui não nos separa, nós fazemos parte disso.” Obviamente somos uma universidade estadual que atendemos um público não apenas estadual, mas Salobrinho vamos olhar com muito cuidado. O conhecimento é de todos, aprendemos com a comunidade e ensinamos. Acredito que a UESC tem um papel fundamental na região e no caso do Salobrinho queremos que esse papel fique cada vez mais evidente. Logicamente não com obras de construção, mas com ações. De certo, temos um desafio pela frente.

Algumas atividades e projetos desenvolvidos pela UESC junto à comunidade do Salobrinho em 2015. - Projeto Jovem Bom de Vida; - Projeto Universidade pra Todos; - Projeto Pintando o Esporte; - Curso de Corte e Costura; - Curso de violão, flauta e teclado: - Curso de pintura em porcelana; - Curso de Associativismo e Cooperativismo; - Apoio/Atividades em parceria com a Associação de Moradores; - Apoio/Atividades em parceria com o Projeto Nota 10; - Apoio/Atividades em Parceria com o CRIART.


A informação

Horizontalizada

Silvia Barreto Diante da contemporaneidade a informação Em 1945, Bush publicou o artigo “As We May Think” se torna cada vez mais liquida por meio do falando sobre o armazenamento e a recuperação ambiente cibernético através dos seus códigos e do conhecimento humano. Encontrar uma forma suas criptografias, sendo disseminada por seus de fazer uso apropriado do volume de informações adeptos que defendem seus preceitos e propagam que poderiam ser relevantes ao invés de serem seu conteúdo. A linguagem de informação vista esquecidos, sendo a informação não mais uma outrora tem se adaptado a esses meios que muito atividade isolada, mas o resultado da colaboração se destacam por sua praticidade e rapidez. Em de seus pares. Conquistou-se por meio da a democratização das toda sociedade observamos as transformações internet sobre os mais variados vertiginosas trazidas por essa evolução, e em informações tempo reduzido percebemos a grande quantidade assuntos na área do conhecimento como também a bens culturais, de informação circulada, “ A comunicação é sim de fato tendo como uma ferramenta rompendo as barreiras físicas, essencial em qualquer sociedade, muito importante os superando, e transformando uma verdadeira construção repositórios digitais que as estruturas hierarquizadas verticais, em horizontais. horizontal de conhecimento de acordo com o IBICT e informação que nos torna (Instituto brasileiro de A comunicação vertical é participadores e colaboradores ” informação em Ciência e Tecnologia) são os sistemas baseada em uma perspectiva de autoritarismo ligada aos interesses econômicos de armazenamento, preservação e divulgação de publicidade da indústria cultural, onde seu que socializa o conhecimento gerado objetivo esta principalmente no capitalismo. por professores, alunos e pesquisadores. Mas por outro lado, a comunicação horizontal Uma verdadeira socialização do saber. está ligada ao espécime da democratização da A comunicação é sim de fato essencial em informação estabelecendo um canal aberto de qualquer sociedade, uma verdadeira construção participação cidadã se tornando fundamental horizontal de conhecimento e informação que para sociedade por meio de Jornais, revistas, nos torna participadores e colaboradores nos rádio, TV e da internet. Ter acesso aos conteúdos assuntos atuais. Visto que o conhecimento e de conhecimento não é mais exclusivo somente a informação em geral nos torna seres mais para os que possuem o poder, mas sim para todos críticos e atuantes podendo sim contribuir para a que se dispõe a tê-lo, porque está disponibilizado melhoria continua das situações, cabendo a cada em uma plataforma onde qualquer um, um se apropriar dessas ferramentas e agir. independente de origem, posição social, raça e etnia tem a oportunidade de acesso. E através desse, se tornam protagonistas formadores de opinião em meio à sociedade, quebrando os paradigmas impostos anteriormente. *Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


O outro lado da informação Vivemos em uma sociedade na qual a informação está ao alcance das nossas mãos, literalmente. Há tanta diversidade dos meios de comunicação na atualidade que inúmeras notícias são veiculadas e compartilhadas a todo instante, por qualquer pessoa que tenha algo a dizer e alguém que esteja disposto a consumí-las. Chegamos ao Amanda Macêdo ponto de não darmos conta do volume de informações que recebemos, porém, nesse caso, pessoa recebe a mensagem ela pode ser nduzida qualidade não é proporcional a quantidade. a agir de acordo com esta, deixando o emissor Segundo Milton Santos (2001), a informação em clara vantagem sobre o destinatário. adquire um caráter despótico quando acaba nas Depois de um tempo foi percebido que o mãos de pessoas que a usam “A população deve indivíduo não é tão ingênuo e em prol de objetivos pessoais. passível de persuasão, ele tem O que nos é apresentado estar atenta à consciência e senso crítico diariamente são interpretações para discernir o que absorve veracidade da dos fatos, apenas fábulas e mitos. dos meios de comunicação, E mais, “o que é transmitido apesar de ainda haver informação que à maioria da humanidade tentativas de convencimento consome” é, de fato, uma informação do emissor da mensagem. manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.” Assim, a teoria hipodérmica foi posta Mas, como se dá essa relação entre emissor de lado para dar surgimento a outras. Uma dessas “novas” teorias foi a da agenda-setting, e receptor? Como toda essa informação chega ao público e o que fazem com ela? Gómes formulada na década de 70. Segundo ela, para um (2005) nos chama para uma reflexão parecida acontecimento ser noticiado, terá que passar primeiro quando nos pergunta “O que a TV faz com o por um processo de avaliação onde sua potência para telespectador?” e “O que faz o telespectador ser transmitido será calculada e só assim poderá ser com a TV?”. Ele nos afirma que esse meio de decidido o que vai ao público ou não. E ainda mais, comunicação influencia o expectador, inclusive a organização dos conteúdos a serem veiculados em sua construção como pessoa e que ela possui interfeririam na cognição do telespectador, várias características que a ajudam nesse papel, uma vez que excluir ou incluir determinado como a capacidade de representar a realidade acontecimento reflete em quem acompanha aquele tão bem tornando o acontecimento verdadeiro meio, pois para ele aquilo é a representação da sua para o telespectador, além do “apelo emotivo”, realidade. Com isso, Shawn (1979) nos diz que o público tem a tendência de dar uma importância provocando emoções nas pessoas que a assistem. semelhante a dos meios de comunicação aos Essa abordagem nos remete a algumas teorias acontecimentos, aos problemas e as pessoas. Para da comunicação que podem esclarecer um pouco ele, a agenda-setting organizada pela mídia não como ocorre essa filtragem de conteúdos nos busca a persuasão, ou seja, dizer diretamente o meios de comunicação. Para isso precisaremos que o público pensar, mas sim influenciar no que primeiramente voltar ao começo do século discutir e pensar. Assim, os assuntos que são dados XX, no período entre guerras, onde a difusão mais destaque serão os mais comentados, enquanto dos meios de comunicação social trouxe um os mais excluídos terão menor repercussão. grande impacto à população e ajudou os regimes Desse jeito, podemos ver que a população deve totalitários no controle de pensamento dos estar atenta à veracidade da informação que cidadãos. Foi nessa época que surgiu a teoria da consome, pois apesar de uma das funções dos comunicação chamada “teoria hipodérmica” onde a meios de comunicação ser a de manter o público relação entre mensagem e comportamento acontece a par do que acontece, os fatos têm mais de um da seguinte forma: a partir do momento em que a ponto de vista e nem sempre todos são noticiados.

*Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


A qualidade x tecnologia: A informação como elemento do discurso cidadão A Comunicação teve seu papel determinante para formação do cidadão ao longo da história. Todavia, com a disseminação das novas tecnologias e suas ferramentas como o “imediatismo e a instantaneidade” acabaram por alterar a maneira de produzir e veicular a informação. A velocidade da informação e o conteúdo superficial que nos é apresentado atualmente traz um questionamento pertinente: Leiliane F. Braz Como se dá esse novo processo de veiculação da informação e até onde ela implica na construção do discurso do indivíduo? Toda a relação é construída uma comunicação equivocada e irresponsável. a partir da Comunicação, um fator essencialmente Os meios de comunicação sempre foram extensões do utilizado para definir e moldar toda uma sociedade, homem para se construir uma visão da realidade social e por isso à comunicação é o elo mais importante na e o que ela representa em nosso cotidiano. Em todos evolução humana. Desde os primatas que utilizavam os momentos da história, seja ele político, econômico símbolos e sinais para se comunicar, passando pela ou social, a comunicação esteve presente fazendo era da fala que foi um avanço para o desenvolvimento seu papel de instruir e construir opinião acerca humano até chegar à escrita e a impressão, e por fim a dos assuntos que envolvessem o interesse público. era da Comunicação, tiveram seu papel fundamental A partir disso as novas tecnologias da informação na construção e perpetuação do homem e do meio passaram a ser referência para a formação do senso que ele vive. Atualmente o modo de se produzir crítico das pessoas, vale ressaltar que anteriormente notícia e os critérios estabelecidos os monopólios da informação pelas dentro dos veículos de comunicação empresas de comunicação tinham caráter Com a disseminação vêm sofrendo mudanças por conta das novas tecnologias e de exclusividade e unicidade dos fatos, do impacto causado pela internet o que gerava alienação na população. suas ferramentas como e sua caraterística principal: A O bombardeio de informações diárias o “imediatismo e a velocidade. Vale ressaltar que para através da tecnologia e compartilhada ser um fornecedor de informação, instantaneidade” acabaram por várias fontes de informação, ao por alterar a maneira é preciso estabelecer critérios mesmo tempo em que oportuniza o de noticiabilidade na hora de de produzir e veicular a homem estar informado e saber todas informação levar a informação ao receptor. as versões possíveis dos fatos, também Alguns critérios como relevância, influenciam o modo como cada cidadão notoriedade, proximidade, novidade constrói seu discurso na sociedade. Essas e tempo são determinantes para se construir novas ferramentas que a Internet oferece, conseguem uma informação de qualidade e credibilidade. fazer com que a informação seja distribuída em A Internet e suas inúmeras possibilidades de se larga escala e atinge toda e qualquer camada social. comunicar trouxeram consigo a Instantaneidade, A sociedade moderna tem por desafio, elemento atrativo desse suporte de comunicação. identificar os vários meios que nos fornecem A sociedade moderna tem leitores ávidos por informação e qual valor eles agregam para o notícia, usuários imediatistas pela informação, nosso cotidiano. A informação é elemento vital e a velocidade como aliada para satisfazer esse para nos tornar cientes da realidade que vivemos. desejo atual de estar informado a todo tempo. O Hoje o cidadão é atuante; ele opina, assimila, surgimento desenfreado de sites, blogs e páginas nas compartilha, envia, participa, cria, interage e redes sociais que se apresentam como veiculadores forma opinião a respeito de qualquer assunto, e da informação em tempo real e com qualidade, as novas tecnologias traz isso de maneira aberta, deixam uma parcela de dúvida quando atribuímos a acessível e em tempo real (apesar dos riscos da real prioridade no ato de informar. O que velocidade), o que promove então, uma maior percebemos é a inversão desses critérios, a qualidade interação entre homem e sociedade, e nos leva a da informação é deixada de lado, para atribuir adotar uma conduta mais responsável e fidedigna do maior importância à rapidez que ela chega ao que somos e do que representamos como cidadão. indivíduo, o que consequentemente traz a tona

*Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


As Faces da Mídia Pode-se dizer que a informação é uma das coisas mais importantes para o ser humano, ela nos faz ser quem somos. E é a partir das informações que recebemos quando crianças ao observar o que se passa ao redor, que aprendemos a utilizar a linguagem. Com o tempo a informação passa a se tornar a principal base para nossas idéias. E devido a isto a estamos buscando cada vez mais, ‘’Como? Por quê? Onde? Como?’’ são Fellipe Faria perguntas que nos despertam para o desconhecido. E nesse âmbito a mídia surge como aquela que nos dá as respostas, e que assim se tornou a principal fornecedora engano, os torna vulneráveis e passiveis a seu poder. de informação para a sociedade, que não apenas A imparcialidade da mídia é uma ilusão, ideias e informa, mas nos dá uma nova visão da realidade, opiniões estão por trás de qualquer informação que é construída a partir de tudo que nos é mostrado. fornecida, e quando o público não está atento a isso, Desde que surgiu, a mídia tem como principal a informação que é lhe dada se torna uma verdade função a propagação de informações, como também absoluta, e acaba construindo suas ideias a partir dali. a de formar cidadãos conscientes e críticos. E o poder No entanto, a mídia não é completamente antagonista que ela passou a ter sobre a sociedade é terrivelmente do povo, pode-se dizer que há diversas faces nela e enorme e importante. Um processo de midiatização saber identificá-las é muito importante. Nas últimas criou-se, em que a mídia se tornou um importante décadas ela acabou se tornando uma instituição independente, que proporcionou um agente de mudança social e cultural, Um processo de espaço público para a sociedade como influenciando instituições como política, família, trabalho e religião. midiatização criou-se, um todo. E não são apenas receptores Através das informações fornecidas em que a mídia se tornou vulneráveis que compõem o público, vez mais se vê pessoas reagindo por ela os ideais de um povo podem um importante agente de cada às manipulações da mídia e se opondo ser facilmente moldados, afinal mudança social e diante delas. As redes sociais tem se grande parte da sociedade não tornado um grande meio para que cultural tem embasamento para manter isso acontecesse, assim como também posicionamentos críticos diante das informações que lhe são dadas, passando a ver toda a internet, que pode ser considerado o meio a mídia como uma ‘’voz de Deus’’. Um dos melhores mais democrático de todos. E as faces mais ‘’limpas’’ exemplos disto está na Segunda Guerra Mundial, da mídia têm respondido a isso tudo, assuntos como na qual as informações fornecidas eram feitas para racismo, machismo e corrupção tem sido bastante persuadir o povo a tomar um posicionamento na discutidos e mostrados. Se souber procurar pode-se guerra. E um jogo de poder e influencia acabou ver uma evolução acontecendo a passos bastante lentos acontecendo nos dois lados da guerra, que na mídia, mas claro que não é o bastante, afinal grande usavam a comunicação para propagar seus ideais. parte destas mudanças são geralmente vistas em meios Infelizmente nem sempre o poder que a mídia mais alternativos, e a grande mídia de massa ainda possui é usado de forma correta, interesses políticos, continua antagonista do público em alguns aspectos. A dualidade e jogo de influencias que a mídia sociais e econômicos podem agir e influenciar aqueles que estão no mais alto patamar da comunicação. atualmente possui com seu público, só torna E assim moldar informações de acordo com mais complicada o cumprimento de seu dever ideais retorcidos, manipulando seu público, o que com a sociedade. E a forma homogênea como o pode desencadear uma serie de equívocos. Um público a vê, dificulta a identificação diante das bom exemplo disto é a forma como a mídia ás ‘’problematizações’’ que são causadas por ela. vezes se utiliza de artifícios até mesmo apelativos Só a resposta cada vez mais freqüente e forte do para distrair seu público e os fazer esquecerem público pode mudar isso, e trazer uma mídia mais questões realmente importantes. Pode se ver então democratizadora, afinal ela existe para nos servir. o famoso ‘’pão e circo’’ sendo usado. E ainda assim existe uma parcela da sociedade que acredita que a mídia é imparcial, isso além de um grande

*Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


´

Da Geração

Coca-Cola

a Fabrica

No período dos anos de 1964 a 1985, o Brasil passava pela Ditatura Militar, um dos piores momentos da sua história, na qual a imprensa se viu Rebecca de Almeida completamente atingida. As notícias veiculadas possuíam a sua escolha através dos poderosos desse regime. Atualmente, após esses períodos vez mais de ferramentas da comunicação, de guerra, já na modernidade, a informação ela pode se alimentar de informações por de qualidade tornou-se tão indispensável que todos os lados, ficando mais capacitada a ter a sua sustentação é fortalecida pelos próprios o seu próprio ponto de vista com diversos favorecidos dos fornecedores da informação. assuntos, criando assim uma opinião sobre Durante a Ditadura Militar o Governo passou a os assuntos públicos. Por isso, percebe-se a utilizar do mecanismo de sensor para monitorar importância de se ter informações de qualidades. as redações de jornais e revistas, tentando manter Entretanto, pode-se notar que nem todos o máximo de controle possível tem a mesma possibilidade de com as informações veiculadas. aproveitar notícias de qualidade. ‘‘... Nos dias atuais, na Com isso, as informações que Nas comunidades mais carentes, por Sociedade Moderna eram passadas para os brasileiros exemplo, o avanço da informação brasileira, a veiculação acabavam sendo somente as de é extremamente lento, o que deixa de notícias ultrapassa seleção do Governo, ou seja, aquelas a maioria dessas pessoas sem uma qualquer limite graças à que demonstravam o favoritismo opinião por falta de entendimento democracia imposta no pelo período militar, o que ou até mesmo de informações. Desse país. ’’ acontecia no mundo que estava em modo, percebe-se que as notícias sua Segunda Guerra Mundial e notícias que não veiculadas nem sempre chegam a toda a sociedade, manifestavam ódio aos Regentes. Sendo assim, mesmo sendo fundamental para qualquer cidadão, com informações limitadas, a sociedade em sua o que nos faz perceber que não é tão diferente grande maioria só encontrava apenas uma visão. assim como era durante a censura, pois, as Nos dias atuais, na Sociedade Moderna informações produzidas de grande qualidade são brasileira, a veiculação de notícias ultrapassa maquinadas para quem pode entendê-las melhor. qualquer limite graças à democracia imposta Dessa maneira, conforme afirmam Ribeiro, no país. Ao contrário do que se era visto Chamusca e Carvalhal (2006, p15.) um antes, as informações oferecidas não possuem consumidor da informação vem passando de apenas só um só controle, mas sim vários. um mero consumidor para um consumidor Esse controle é feito por aqueles que absorvem ativo, no qual pode interagir, participar e as notícias que lhes são passadas, isto é, o que modificar conteúdos de informações produzidas. se é veiculado pelos meios de comunicação é Porém, mesmo com todas as ferramentas da administrado por escolhas da sociedade e não comunicação que a sociedade contemporânea mais do governo. Além disso, com o grande dispõe para obter informações, ainda continuará fluxo de informações que todas as pessoas são havendo discrepância com relação às opiniões expostas a cada momento, desde a comunidade e pontos de vistas sobre os assuntos públicos, mais carente a mais burguesa, a exigência por entre os mais leigos e os mais eruditos, informação de qualidade se tornou muito maior. tendo mais vantagens para opinar aqueles Como essa nova sociedade dispõe cada que possuíram informações de qualidades. *Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


Zuckernet Dentre as várias formas de comunicação que existe, a mais utilizada atualmente é a digital, principalmente através das redes sociais; muitas das Milena Nogueira informações que as pessoas estão consumindo são veiculadas por elas. Isso só foi possível com a chegada do Computador, pois diferentemente do Rádio, como “a forma mais importante” para obter da Tv, Cinema e Jornal Impresso, além de ser um informações. Em jornais online, por exemplo, receptor, ele também é um emissor de mensagens. o jornal argentino La Nacion, as notícias são Esse processo de formação e integração espacial comentadas pelos internautas e eles escolhem ocasionado pelas técnicas digitais, bem como à em qual querem ficar replicando por meio dos maneira que ele modifica o espaço, é caracterizado comentários na página, o que gera mais opinião por Milton Santos de meio técnico-científico do que notícia. Muitos não fazem ideia de que o informacional. Nele, a velocidade dos fluxos Facebook edita o que aparece em suas timelines e econômicos, como sociais, culturais, linguísticos que essa rede social tem um algoritmo criado por e informativos, amplia- se em ritmo exponencial. um jovem de 26 anos que define o que 1,4 bilhão O mais notório é a ampliação da capacidade de de pessoas no mundo devem ler, e o quanto isso armazenamento e memorização o princípio básico da Muitas informações empobrece de informações, dados e formas Internet. Com o objetivo de fazer de conhecimentos, além de que as pessoas estão a rede social ser cada vez mais uma crescente capacidade de ler consumindo são vei- relevante para os usuários e com a ícones no celular, notebook e grande e autoproclamada missão usar aplicativos com eficiência, culadas pelas redes de levar a Internet para os dois mesmo sendo quase analfabeto sociais, por exemplo, o terços da população mundial que formal. Eugênio Trivinho não têm acesso a ela, o Facebook Facebook. chama isso de Dromoaptidão, toma medidas extremamente conceito definido em seu livro, centralizadoras e questionáveis, “A Dromocracia Cibercultural”. Na sociedade como por exemplo, de levar Internet gratuita a moderna, a integração mundial também é outra populações carentes. A pessoa não ganha acesso marca, visto que pela internet as pessoas estão a toda a Internet, ganha acesso ao Facebook interligadas compartilhando informações, culturas, e a mais uma pequena porção de outros sites. principalmente no que se diz respeito às Redes Sociais. Inclusão digital é algo maravilhoso, porém, As Redes como Facebook, Twitter, Instagram, são conhecer o mundo através do olhar e das regras um veículo de informação e contrainformação. de uma única rede social, é algo problemático. Algo curioso e que o Professor Dirceu observa Na área da informação, a integração se faz para a construção de um artigo, é o fato de que presente. É incrível o número de pessoas que no Facebook as pessoas se limitam a um número utilizam das Redes para se informar e nem ao menos de informações e comentam mais os posts dos se aprofundam pra saber se aquilo é verídico ou outros do que publicam novas informações. não. A Zuckernet, (junção do nome do criador do Segundo um estudo feito nos Estados Unidos Facebook, Mark Zuckerberg, com Internet) é como pelo centro de pesquisa Pew Research, cerca um cachorro gigantesco correndo em sua direção de 30% dos usuários do Facebook usam o site no parque, podendo arrancar sua cabeça com uma como fonte de notícias. Mesmo com a dentada ou te dar uma lambida carinhosa. Resta importância do site como canal para acesso a a cada um saber educar o seu próprio cachorro. notícias, apenas 4% consideram o Facebook

*Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


COMUNICAR PRA QUE(M)? A informação é de extrema importância na sociedade, pois determina os posicionamentos e ações dos cidadãos e por isso, é muito perigoso que apenas alguns grupos sejam detentores dos meios de comunicação. Há muito se sabe sobre a Blenda Cavalcante ameaça que o monopólio da mídia exerce sobre a democracia e a liberdade de expressão e pensamento. De acordo com Constituição Federal no capítulo espetacularização e a ridicularização do cotidiano cinco destinado a comunicação social, no Art. 220 e dos inconvenientes que ganham mais destaque. –Parágrafo 5º versa que – Os meios de comunicação Em todo esse processo, o que se percebe é um social não podem, direta ou indiretamente, ser empenho em manter as coisas como estão, e objeto de monopólio ou oligopólio. [...]. (BRASIL, eliminar a pluralidade da cultura brasileira na mídia. 2007, p. 136-137). Embora tenha sido especificado Desse modo, o cenário da comunicação no Brasil, na constituição, as empresas de comunicação de exatamente pelos meios estarem concentrados nas massa não respeitam esse artigo. Segundo Houaiss mãos de poucos, não dialoga com toda a população (2007) monopólio vem a ser o “comércio abusivo, e muito menos a representa. Também por isso, que consiste em um indivíduo ou grupo tornar- percebe-se que esse não é objetivo dos donos dessa se único possuidor de determinado produto mídia, uma vez que todos eles são empresários para, na falta de competidores, poder vendê-lo inseridos numa lógica capitalista, onde o lucro é por preço exorbitante”. E oligopólio é a “situação sempre melhor visado que qualquer outra coisa. Nesse cenário, quem busca uma de mercado em que poucas “[...] o cenário da mais democrática, uma empresas detêm o controle da comunicação no Brasil, mídia alternativa, são as iniciativas de maior parcela do mercado”. É notável que a mídia, como exatamente pelos meios comunicação comunitária, sob estratégia de adquirir público, estarem concentrados nas o controle dos movimentos e organizações sociais, sem fins utiliza de mecanismos mãos de poucos, não lucrativos, onde seu conteúdo persuasivos. Geralmente isso é feito pela comunidade sobre se dá através da forma como alcança a toda a comunidade, possibilitando a se veicula as informações; população, participação ativa da população. a imprensa demonstra seu muito menos a Abarcando a divulgação de poder pelo modo como cobre assuntos que promovam a determinado assunto. Essa representa.” cultura e a educação, e de manipulação da informação é diversa: às vezes, busca-se provocar uma confusão forma a incentivar que o cidadão possa agir nas informações, de modo que apenas deixam como protagonista na produção e emissão desses os espectadores com a sensação de que estão conteúdos. Além disso, temos a internet, que surge informados e não realmente os inteire do fato descentralizador da informação, onde o indivíduo que está sendo noticiado. Em outros momentos, participa de maneira direta e mais democrática. divulgam informações, de fato, equivocadas, Como essas alternativas, infelizmente, não num jogo altamente destrutivo de omissão e chegam para grande parte da população, precisamaquiagem da verdade.Além dos métodos já se reconhecer que o conteúdo apresentado na citados, existe a informação sensacionalista, que é mídia atual não representa a diversidade da quando o informar se torna um show, e a população, onde as informações são filtradas e veracidade do que se transmite, bem como o o que chega ao público é o que é conveniente comprometimento com a informação correta, para as grandes corporações midiáticas. fica em segundo plano. Na verdade, é a

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Receptor e Protagonista: Duas faces da mesma moeda As mídias sociais são hoje uma das premissas de uma sociedade democrática. Isto se dá, pois a partir dessas redes, sejam elas impressas, radiofônicas, televisivas ou a internet; que ocorre a difusão da informação na sociedade. Assume, assim, um papel significativo quando Julia Rovena consideramos que são essas informações disseminadas – e algumas vezes, moldadas – por um meio são utilizados como base para as opiniões O fluxo de informação torna-se grande. Uma do cidadão, elemento principal da sociedade. enorme quantidade e alcance são proporcionados Paulo Serra, pesquisador da Universidade da pela mídia, e é ai que entra o receptor enquanto Beira Interior, em seu artigo “Os riscos da protagonista. Segundo Eugênio Bucci em seu comunicação na comunicação dos riscos”, aponta artigo “O telespectador como Protagonista”, a algumas vantagens que a media apresenta para a construção do sentido da informação jornalística comunicação: o tamanho das audiências; a rapidez requer a participação do cidadão tanto na sua com que produzem e difundem as suas mensagens confecção quanto no seu entendimento. É através e possuir uma forma de comunicação altamente das mãos dele que irá se formar as mudanças atraente e sugestiva. Ao mesmo tempo, porém, da sociedade, e através desse conhecimento este leque de oportunidades proporcionado – e bom entendimento, - as mudanças pelas redes pode atingir uma “Através do tendem a ser significativas. linha perigosa; quando existe conhecimento – e bom Estudar, desconstruir e filtrar o a distorção do conteúdo em discurso midiático é para todos. entendimento, as nome da rapidez, a troca da Há muito tempo, percebia que qualidade por qualidade, ou até mudanças tendem a ser a relação do emissor-receptor mesmo, o controle do fluxo de era apenas uma mera troca de significativas.” informações (principalmente informações, onde o segundo no jornalismo) que influenciam não possuía voz. Porém, com os assim o que será digerido pelo cidadão. estudos, avanço da tecnologia e diversos outros No Brasil, com uma população de mais de 200 fatores mostraram que o receptor é na verdade peça milhões de habitantes, existe um oligopólio na principal da mídia. Afinal, é para ele a notícia e é mídia. Segundo a BBC, o mercado da imprensa através dele que a notícia terá sentido, se dará vida. é dominado por volta de 8 famílias. Seria Ainda que lentamente, existe um crescimento ingenuidade, talvez, pensar que a mídia controlada na base da informação, onde o receptor busca por grandes e poucos magnatas não fossem credibilidade do veiculo em que faz parte. moldar a informação a fim de moldar um público. Ao mesmo tempo, há o perigo. Enquanto O receptor aqui assume então uma grande protagonista social, deve se ater não apenas a responsabilidade enquanto agente de mudança uma fonte de informação, ou então, manterá se da sociedade, considerando o espaço da no mesmo nível: familiariza com uma parte do informação e o espaço da Publicidade como todo e mantem-se com apenas uma opinião. E é espaços comunicantes, desempenhando papel ai onde deve existir o cuidado. O leitor precisa significativo na construção do conhecimento abrir os olhos e entender que existem duas (FERRARA, 2007) e por ser ele capaz de ocupar partes da moeda que precisam ser analisadas. A o espaço e fazer proveito do conhecimento partir de então, o mesmo torna-se protagonista que lhe é dado, cabe ao próprio, o papel de social, filtrando o que julga ser importante e filtrador da informação e formador de opinião. atuando na sociedade em prol do bem comum. *Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


O receptor-emissor,

ou vice-versa

O processo de transformação dos meios de comunicação alterou a relação entre emissor e receptor. Com o aumento da velocidade de propagação da informação, foi modificada também a forma pela qual se chega à mesma; assim como a reação do interlocutor em relação Fabricio Moreira a ela. Mas como esses meios de comunicação contribuem no envio de conteúdo ao interlocutor? contribuinte do cenário de aprendizado de A necessidade de fornecer e obter informação outros indivíduos. Estando esse fornecedor em origina-se dos tempos antigos. Desde os primórdios uma rede social, por exemplo, a quantidade da humanidade, a comunicação se mostrava de receptores se maximiza; o agora emissor presente em forma de arte rupestre. Gravados nas assume um papel de protagonista naquele meio. pedras, os desenhos retratavam fatos do cotidiano. Porém, enquanto para alguns os meios de comunicação Eras depois, recursos como a fala e a escrita estavam abrem portas para expor opiniões publicamente, sendo implementados. Os arautos da Idade Média, outros se sentem sobrecarregados diante da grande por exemplo, eram mensageiros reais que utilizavam quantidade de informação fornecida. Assim, esse tipo da oralidade para transmitir mensagens; enquanto de receptor absorve todo e qualquer conteúdo a que são pombos-correios eram treinados para entregar expostos sem ao menos checar sua veracidade. Dado mensagens escritas a locais distantes com maior que uma notícia pode ser vista de diversas formas e rapidez. Porém, tal rapidez não é grande coisa ter detalhes diferentes fornecidos por fontes distintas, o interlocutor deve exercitar seu se comparada às tecnologias de “Criando ou pensamento crítico para chegar o hoje. Com o avanço da Internet reproduzindo mais perto possível da verdade. De e suas redes sociais, é possível com os estudos de Gabriel obter informação rapidamente; os conteúdo, qualquer acordo Cohn acerca da indústria cultural fornecedores das mesmas sendo os pessoa pode-se tornar idealizada pela Escola de Frankfurt, próprios meios de comunicação. a mídia idealiza produtos adaptados um contribuinte” De acordo com a famosa citação de ao consumo das massas, assim John Donne, “nenhum homem é como também pode determinar uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do esse consumo trabalhando sobre o estado de continente, uma parte de um todo”. Tal anseio por essa consciência e inconsciência das pessoas. Nesse caso, sensação de pertencimento faz com que o homem o papel do emissor é produzir conteúdo que agrade vá em busca de informação. Porém, na atualidade, a à massa. Esse é o objetivo do fornecedor massivo. massa não apresenta essa necessidade. Com a inclusão O papel dos meios de comunicação na emissão de digital, as notícias chegam ao receptor de forma informação consiste em servir como portal para que automática e instantânea, originadas dos meios de a mensagem do emissor seja entregue ao receptor. O comunicação mais modernos. Essa forma passiva de fornecedor de informação pode ter como objetivo obter informação pode se tornar um vício. Segundo expor sua opinião ou produzir um conteúdo que o projeto The World Unplugged (que foi realizado agrade a massa, incentivando o consumo pela através do globo por universitários e consistia em mesma. Quanto ao interlocutor, este, em vez de passar 24h sem entrar em contato com qualquer ser passivo e simplesmente absorver a avalanche meio de comunicação), os voluntários apresentaram de informações vistas diariamente; deve ser ativo, crises de abstinência, ansiedade e depressão durante reconhecer seu valor como um ser pensante e utilizar o processo. Tomando como base esse estudo, é de seu pensamento crítico para analisar as mesmas. possível afirmar que o ser humano precisa obter Dadas as informações ao decorrer da pesquisa, informações de alguma forma, assim como produzir pode-se concluir que o receptor pode se tornar um seu próprio conteúdo. Criando ou reproduzindo fornecedor de conteúdo, assim se transformando conteúdo, qualquer pessoa pode-se tornar um também em um emissor de informação.

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modifica as pessoas

A informação O

processo de transformação dos meios de comunicação alterou a relação entre emissor e receptor. Com o aumento da velocidade de propagação da informação, foi modificada também a forma pela qual se chega à mesma; assim como a reação do interlocutor em relação a ela. Mas como esses meios de comunicação Nivia Samara contribuem no envio de conteúdo ao interlocutor? A necessidade de fornecer e obter informação origina-se dos tempos antigos. Desde os primórdios da humanidade, a comunicação se mostrava presente em forma de arte rupestre. Gravados nas assim como a reação do interlocutor em relação pedras, os desenhos retratavam fatos do cotidiano. a ela. Mas como esses meios de comunicação Eras depois, recursos como a fala e a escrita contribuem no envio de conteúdo ao interlocutor? estavam sendo implementados. Os arautos da Idade A necessidade de fornecer e obter informação Média, por exemplo, eram mensageiros reais que origina-se dos tempos antigos. Desde os primórdios utilizavam da oralidade para transmitir mensagens; da humanidade, a comunicação se mostrava enquanto pombos-correios eram treinados para presente em forma de arte rupestre. Gravados nas entregar mensagens escritas a locais distantes com pedras, os desenhos retratavam fatos do cotidiano. maior rapidez. Porém, tal rapidez não é grande Eras depois, recursos como a fala e a escrita estavam sendo implementados. coisa se comparada às tecnologias Os arautos da Idade Média, por de hoje. Com o avanço da Internet “A simples transmissão exemplo, eram mensageiros reais e suas redes sociais, é possível obter informação rapidamente; os de ondas eletromagné- que utilizavam da oralidade para fornecedores das mesmas sendo os ticas sem a autorização transmitir mensagens; enquanto próprios meios de comunicação. do estado brasileiro é um pombos-correios eram treinados De acordo com a famosa citação crime com penas maiores para entregar mensagens escritas a de John Donne, “nenhum homem que de lesão corporal e locais distantes com maior rapidez. Porém, tal rapidez não é grande coisa é uma ilha, isolado em si mesmo; cárcere privado.” se comparada às tecnologias de hoje. todos são parte do continente, uma Com o avanço da Internet e suas redes parte de um todo”. Tal anseio por – Levant sua voz. sociais, é possível obter informação essa sensação de pertencimento rapidamente; os fornecedores das faz com que o homem vá em busca de informação. Porém, na atualidade, a massa mesmas sendo os próprios meios de comunicação. não apresenta essa necessidade. Com a inclusão De acordo com a famosa citação de John Donne, digital, as notícias chegam ao receptor de forma “nenhum homem é uma ilha, isolado em si automática e instantânea, originadas dos meios de mesmo; todos são parte do continente, uma comunicação mais modernos. Essa forma passiva de parte de um todo”. Tal anseio por essa sensação obter informação pode se tornar um vício. Segundo de pertencimento faz com que o homem vá em o projeto The World Unplugged (que foi realizado busca de informação. Porém, na atualidade, a através do globo por universitários e consistia em massa não apresenta essa necessidade. Com a passar 24h sem entrar em contato com qualquer inclusão digital, as notícias chegam ao receptor meio de comunicação), os voluntários apresentaram de forma automática e instantânea, originadas crises de abstinência, ansiedade e depressão dos meios de comunicação mais modernos. durante o processo. O processo de transformação Essa forma passiva de obter informação pode se dos meios de comunicação alterou a relação entre tornar um vício. Segundo o projeto The World emissor e receptor. Com o aumento da velocidade Unplugged (que foi realizado através do globo por

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A COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO HISTÓRICO E RELEVANTE PARA SOCIEDADE Atualmente, com o avanço tecnológico e diante das novas mídias, nossa admirável capacidade de trocar informações de forma instantânea, com diversas pessoas e culturas diferentes ao mesmo tempo e a quilômetros de distancia, é cada vez maior, trivial e natural. Desde os primórdios da humanidade, houve Cristiana Santos uma necessidade de comunicar-se, ou seja, a comunicação e o discurso como prática é algo quem está próximo. Portanto, diante das novas histórico e característica distinta inerente ao mídias e dos diversos aplicativos, difundiu-se homem. Com a necessidade em expressar e exprimir novas possibilidades de interação, mudando suas ações e pensamentos, como também o mundo nosso comportamento diante do outro. a sua volta, inicialmente o homem utilizou-se A comunicação é imprescindível para o convívio dos cinco sentidos e da linguagem corporal, na de qualquer individuo, sendo inegável sua pré-história. Posteriormente com a evolução e relevância em qualquer sociedade. Visto que desenvolvimento social, surgiu o alfabeto, a fim diante das novas mídias a informação tornou-se de perdurar a comunicação e através da escrita mais acessível para todos. Atualmente os sistemas preservar a história de toda e qualquer sociedade de comunicação, têm nos propiciado contribuir e consequentemente a transmissão cultural para tanto para criação, como também na intervenção outras gerações. As relações humanas sofreram da mensagem, popularizando-a, nos tornando alterações diante das novas “[...] As relações huma- capazes de manifestar através da tecnologias, a necessidade de mídia nossas ideias e pensamentos. informações sintéticas e cada vez nas sofreram alterações Nesse sentido, a comunicação tem mais veloz é algo corriqueiro. Uma diante das novas tecno- desempenhado um papel importante das novas mídias que causaram logias, a necessidade de na comunicação coletiva, porque maior impacto foi a internet, através dessas novas ferramentas que através das comunidades informações sintéticas a informação flui de maneira mais virtuais e dos diversos programas, e cada vez mais veloz é rápida, sem grandes dificuldades e passamos de receptores passivos, não fica apenas à mercê do poder algo corriqueiro” para usuários ativos, nos tornando da minoria elitizada, contemplando protagonistas do processo comunicacional, um número maior de pessoas nos diversos lugares capazes de criar e transmitir informações. do mundo. Em suma, é inegável que a evolução da Comunicação é interatividade, em suma comunicação está intrinsicamente ligada à evolução comunicação significa compartilhar ações e da civilização humana. Nos dias atuais, as novas pensamentos e modos de vida do indivíduo com seus tecnologias alteraram o processo e a forma de se pares. Esse espaço de interação está cada vez maior, comunicar, expandindo o poder de cada sujeito na as mídias eletrônicas estão evoluindo, o telefone participação desse processo, com influência diante celular não é utilizado apenas para ligações, mas dos meios. Nesse sentido, cabe a comunicação o também tem ganhado recursos surpreendentes. Na papel de analisar e desvendar o sistema de interações atualidade esse dispositivo móvel ficou conhecido e suas relações contidas nas estruturas da sociedade, popularmente como uma “extensão do nosso braço”, de enxergar o próprio mundo e interpretá-lo, com devido a sua grande utilidade, é tão comum ouvirmos isso podemos entender melhor a sociedade em que pessoas dizendo que não vivem sem o celular ou vivemos a partir das nossas relações com o meio. sem a internet, essa dependência é Por fim é necessário fazermos uma análise crítica assustadoramente crescente. Hoje, essa sobre como as novas tecnologias têm afetado a interação é vista como uma relação ambígua, nossa forma de interação com o próximo, a nossa em que nos aproximamos de pessoas que estão a percepção sobre o mundo, e até que ponto esses quilômetros de distância e nos distanciamos de meios têm influenciado no nosso comportamento.

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Comunicação Social: O meio, a mensagem e o indivíduo Comunicação de massa, é a extensão de uma voz para uma grande quantidade de pessoas seja num país ou no mundo. Mídia de massa é o termo utilizado para designar os meios com os quais é possível informar e entreter a sociedade a fim de alcançar do indivíduo mais letrado ao mais leigo, Paulo Santos o objetivo é entreter e passar uma mensagem interagindo diretamente com o público em massa. Entre os meios mais comuns à massa como Marshall transmuta em um simples receptor que se McLuhan (1964) relata em sua obra “Os meios de limita a reagir, portanto não interage com o comunicação como extensão do homem”, todos os meio. Partindo deste pressuposto de privilégio meios de comunicação são classificados em meios emissor, é compreensível refutar a veracidade quentes e frios. Trazendo para a realidade das mídias da informação que não foi você quem concluiu. de massa a imprensa escrita e o rádio podem ser Desde a modernidade até os dias atuais os emissores classificados como meios quentes, pois estimulam que se utilizam dos meios de comunicação de o indivíduo pelo processo do rápido entendimento massa têm tratado as informações públicas de na captação da informação construída e de alguma modo individual, afinal, se suas informações já vem forma o faz reagir neste feedback, a televisão é conclusas qual a participação do consumidor com um processo mais lento pois sua “[…] o objetivo o meio? Teoricamente só resta reagir, linguagem visual juntamente com a mas nem sempre isso vai ser levado auditiva requer um pouco mais de é entreter e pas- em consideração, com o passar do esforço para assimilar sua mensagem, tempo os comunicadores perceberam sar apesar de parecer um meio quente desde a teoria hipodérmica, onde o pela qualidade da definição, é uma mensagem público é atacado diretamente pela considerada um meio frio pela informação injetada, a importância do interagindo fragmentação da sua informação. receptor na participação com o meio Como diz Marshall McLuhan têm sido analisada, uma vez que, da diretamente (1964), “o meio é a mensagem” e modernidade até a contemporaneidade com o público a sociedade não é mais a mesma nem cada mensagem diz muito sobre o seu meio, pois a forma como em massa.” preserva os mesmos valores, então é propagada revela os esforços quando o meio demonstra sua visão e os recursos utilizados para a acerca dos fatos ou da forma como divulgação daquela informação, e a quem se destina. expressa suas ideologias ele deve estar ciente que É certo que as informações são designadas para a o público vai estar interagindo entre si e dessa massa, entretanto a fragmentação da informação forma influenciando uns aos outros com sua deixa a reflexão, será mesmo que tudo que os meios reflexão pessoal acerca dos dados absorvidos, pois de comunicação dizem, é de fato um fato? Jesus é mister que cada espectador da informação não é Martín Barbero (2009) explica em seu livro América passivo, e atua diariamente e em tempo real com Latina e os anos recentes: Estudos de recepção, que a informação mesmo quando se desliga do meio. no modelo mecânico “comunicar é fazer chegar uma Como é de interesse do emissor comunicar ao informação, um significado já pronto, já construído mesmo tempo que entretem, a fidelidade do de um polo a outro. Nele a recepção é um ponto de público é prioridade, afinal o indivíduo massa tem chegada naquilo que já está concluído.” De certa o poder de controle nas mãos, e no fim das contas forma o que acaba limitando os espaços nessa quem acaba fazendo o meio e a mensagem é você, divulgação da informação é que elas são passadas eu, todos nós indivíduos inseridos nesta massa, como ideias prontas, pensadas, formuladas por nesta torrente de informações que transitam por alguém e conclusas num objetivo esperado nossos lares, e ter consciência disso é fundamental. que a massa reaja, então, o consumidor se

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E AÍ, cOMEU? O acesso à informação na sociedade contemporânea, caracteriza-se pela velocidade dos acontecimentos e pela vida ligeiramente corrida das pessoas. Atualmente, o conteúdo fornecido pelas diferentes plataformas midiáticas precisam ser simples, atrativo e de fácil entendimento. No entanto, o direito elementar a informação não se limita apenas à ilusória democracia de selecionar o que assistir, mas na capacidade de digerir a influência causada pelo “alimento” oferecido por intermédio do oligopólio comunicacional brasileiro. Além disso, os assuntos veiculados diariamente através da mídia, especialmente os que diz respeito ao interesse planetário, impõe a sensação para o telespectador de estar consumindo informações globais ou globalizantes. Os direitos básicos de qualquer cidadão garante condições imprescindíveis para a manutenção de uma vida digna. A saúde, educação, moradia, trabalho e o acesso a informação, essencialmente as de assuntos públicos, são alguns dos direitos previstos pela Constituição Brasileira. Isto é, o acesso a informação pode ser estabelecido como uma elementar garantia universal do ser humano, imposta talvez pela impressão de uma “cidadania planetária” que através do fluxo de informações em escala global sugere tal direito como um papel fundamental de uma sociedade moderna. Desse modo, o privilégio deve ser colocado em prática independentemente do lugar onde o indivíduo se encontre, etnia ou nível de escolaridade. Por outro lado, a opção de selecionar produtos que nos abastece de informações na televisão aberta brasileira, traz o questionamento a respeito de uma “democracia” controlada pelos principais fornecedores da informação no país. Todos os dias somos expostos a uma avalanche de matérias e reportagens sugeridas por esses fornecedores, o telespectador por vezes procura assistir o que vai de encontro aos seus pontos de vistas e interesses. Entretanto, a liberdade de escolha do que assistir talvez não esteja nas mãos do telespectador, mas sim na própria imposição de produtos televisivos gerenciados pelo que é favorável a emissora, tanto em audiência quanto em rentabilidade. Ou seja, quem assiste a um programa de televisão, especialmente os de TV aberta, está sobre uma ilusória democracia de selecionar as opções supostamente “oferecidas” pela emissora escolhida, principalmente as pessoas que não tem como outra alternativa a televisão gratuita. Segundo Cézar Zanin um dos colaboradores do site

Herlon Novaes Pragmatismo Político, a informação é algo fundamental em qualquer sociedade. Assim como o corpo necessita de comida de qualidade para continuar a viver, o indivíduo enquanto ser social precisa de informação que o mantenha vivo dentre os assuntos públicos que o rodeia. Da mesma forma que o alimento nutre o corpo humano, a informação com conteúdo supre a carência de conhecimento de uma pessoa, se não for fresca perde o valor e se a procedência é duvidosa não se pode confiar. Por isso, a informação é como a comida, alimenta. Nesse sentindo, deve-se observar o que é ofertado pelas emissoras brasileiras como “alimento” informativo fornecido diariamente, sendo esse “alimento” de qualidade ou apenas uma “mistureba” de velharias apelativas, sem responsabilidade e principalmente sem conteúdo. Os meios de comunicação possuem um importante poder de influenciar a sociedade atual. No Brasil, as empresas que tem como principal objetivo comunicar seleciona os assuntos noticiados diariamente, definindo quais temas devem ser discutidos ou não. Além disso, a imposição de informações pelas principais emissoras do país, proporciona uma sutil ilusão de que suas versões dos acontecimentos sejam verdades absolutas e que o telespectador aceite o que é informado sem levantar qualquer questionamento da veracidade dos fatos. Com esse grande poder as emissoras conseguem facilmente manipular a construção de opinião de assuntos públicos, “alimentando” a população brasileira apenas com uma opção de “cardápio”, fazendo do acesso a informação um oligopólio sem saída. Por fim, ao observar a informação como matéria-prima para o suprir a carência de conhecimento de qualquer indivíduo, conclui-se que além de ser um direito básico do cidadão, tendo esse a opção de selecioná-la ou não, a necessidade por informação situa a pessoa enquanto ser social, que se assemelha a precisão do corpo por alimento. Sendo assim, a saudável “alimentação” promove uma vida nutrida por assuntos inteligentes, verídicos e agradáveis, deixando de lado informações duvidosas, superficiais ou “podres”. O atual oligopólio comunicacional brasileiro fornece a todo momento o mais variado nível de informação, o telespectador por sua vez deve ficar atento ao que lhe é oferecido, pois não se pode “comer” qualquer coisa. Como diria os Titãs “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”, mas queremos também informação de respeito, credibilidade e verdade

“Informação é Como comida, ALIMENTA!”

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Comunicação Social Analu Nogueira Os meios de comunicação não transformam a sociedade por si só, mas criam um novo espaço, usuários de que estes podem encontrar o que uma nova cultura, onde a informação é transferida buscam em meio ao excesso de informação”. de um lugar para o outro com facilidade e é A sociedade vem se recriando e criando novas inserida no contexto social pelos receptores. O identidades, hábitos sociais e formas novas de advento da internet permitiu uma nova forma interação, diante de toda essa mudança que de fazer comunicação, a partir do momento em vem surgindo no mundo da informação. Essa que trouxe o dinamismo e a rapidez na busca. comunicação feita entre meios tecnológicos, Essa facilidade de transmissão de mensagens tem feito os indivíduos perceberem a dimensão gera um excesso de informação, sendo necessário do mundo em que vivem, tendo acesso à cultura que o receptor faça um “filtro”, para que se e informações de outros países, captando as saiba o que, de fato, é importante para ele. A diversidades proporcionadas pelo mundo Sociedade moderna tem adquirido, A sociedade vem se re- e a desigualdade que o mundo armazenado, processado e criando e criando novas globalizado dispõe, por exemplo. distribuído informações por meios identidades, hábitos sociais Expondo outros pontos de vistas, eletrônicos (como rádio e televisão, e formas novas de intera- outras experiências. Essa emissão de telefones e computadores). O ção, diante de toda essa opiniões e informações aceleradas homem tem criado inúmeras mudança que vem surgin- e excessivas, proporciona, acima formas de se comunicar ao longo do no mundo da informa- de tudo, mudança nas relações do tempo e isso tem se ampliado interpessoais. O molde constante ção. ainda mais nesse processo de que vem sendo feito na sociedade, globalização, onde inúmeras notícias precisam é próprio da forma que a interação entre seus chegar em vários lugares ao mesmo tempo e integrantes acontece. Poder dissipar uma em curto espaço de tempo. A democratização mensagem por meios eletrônicos permite o da informação vem trazendo opiniões sobre imediatismo e grande alcance, facilitando assuntos de interesse público, provindos de a comunicação. Com a democratização da vários posicionamentos, cada qual com seu informação e possibilidade de protagonismo direcionamento e parcialidade. Isso faz com social, que permite que o leitor seja, também, que o número excedente de informações que emissor e participe de forma ativa nessa chegam através desses meios comunicacionais, construção de meio informacional, os meios provoque certa desorganização de pensamentos de comunicação se tornaram os maiores por conta das opiniões divergentes. Cabe, então, fornecedores de informações, cabendo a esse ao receptor fazer uma triagem do que está sendo leitor selecionar as informações que recebe. passado. Dessa forma, ele também insere sua Os efeitos dessas mudanças atingem a forma opinião e seu pensamento naquele determinado de ver o mundo e mostra outra perspectiva assunto, como diz Santos (2002) “um dos grandes que não poderia ser vista sem o advento dos desafios atuais dos promotores da Internet tem meios de comunicação eletrônico, alterando sido apresentar soluções para convencer os a nossa percepção em relação, tanto a *Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2


A indústria cultural e a sociedade Milton SANTOS estabelece uma crítica aos meios de comunicação, afirmando que como principais fornecedores da informação acabam utilizando esse poder para manipular a opinião pública como foco de atingir um objetivo que leve a barganha, podendo ser uma manobra em desfavor a muitos para o benefício de poucos. Levando em consideração a afirmativa de Milton Santos é perceptívelhá umagrande Helinduarte S. B. Filho importancia dos meios de comunicação como fontes informacinais e de opinião na sociedade moderna e de todos os indivíduos, “As coisas chegaram ao ponto globalizada. E que o controle da opinião publica pode em que a mentira soa como verdade e a verdade acarretar em riscos grandiosos à economia, à politica como mentira. Cada declaração, cada notícia, cada e demais tematicas sociais de peso se não houver pensamento está pré-formado pelos centros da uma democratização da informação e da opinião. indústria cultural. O que não traz a marca familiar Em tempos de internet talvez possamos afirmar que dessa pré-formação está, de antemão, destituído as fontes de informação estejam mais democrática. de credibilidade (...)” (ADORNO, 1993, p. 94). Tornando possivel uma manutenção da supremacia E mesmo diante de tal situação há positivismo na das grandes corporações que dominam os meios. E visão de Milton Santos que culpa a globalização partindo da ideia de que maquinas são feitas para uma perversa de alimen- tar essa industria tambem determinada função eo homem que à manipula é quem perverça e simplismente agir como se fosse comum, leva a uma resultante, podemos considerar que a culpa um homem passando por cima de outro, tirando a dessa enxurrada de informações não é unicamente dignidade de um povo em beneficio de outro. Milton do avanço das tecnologias mais sim “A objetividade nas Santos afirma que a luta e a mudança do proprio homem, que arquiteta para um novo tempo, para a dita nova um ambiente temporal de grande relações humanas, globalização, está nas bases das ações dos circulação da informação, e dita que que acaba com toda movimentos comunitários e populares “quem tem informação esta sempre ornamentação ideolócomo em uma nova formatação dos a frente”, que para pesquisadores e sociólogos pode se denominar gica entre os homens, meios de se fazer comunicação. Na esses novos tempos de fluidez tornou-se ela própria produção de obras que irão servir ao outro, a alguém. Ele esclarece que é informacional como“tempos liquidos”. uma ideologia para preciso distinguir, atualmente, o papel Em contra partida sabemos que tratar os homens como dos pobres do presente entre o futuro de diante de tanta fonte de informação (e por muitas vezes informações coisas” (ADORNO, pobreza e miséria. “ A miséria acaba por ser a privação total, com o aniquilamento, distorcidas) há um acontecimento 1993, p. 35). indicado por ADORNO que em ou quase, da pessoa. A pobreza é uma seu livro afirma que “Em um mundo onde há muito situação de carência, mas também de luta, um estado os livros não têm mais o aspecto de livros, só o são vivo, de vida ativa, em que a tomada de consciência aqueles que não o são mais” (ADORNO, 1993, p. 43). é possível.”(página 132). O significado dessa Pois em termos de tecnologia nunca se ofereceu tanto, afirmativa é que miseráveis são os que se confessam porém se refletiu tão pouco. Existe grandes mudanças derrotados, mas os pobres não se entregam. de valores entre as pessoas, e em parte ocasionados Tendo em vista isso, não se pode negar a influência pelos meios de comunicação de massa. A mídia possui da mídia na sociedade, pelo contrário, esta influência tendências a enaltecer o alto padrão de consumo da é patente, sobretudo, nos dias atuais. E diante dessas classe dominante, associando à idéia de liberdade e duas vertentes de pensamento é possível afirmar que de independência. Difundindo o consumismo como é necessária mobilização social para que as mudanças uma “liberdade de escolha do indivíduo”. Além disso, ocorram no sistema estabelecido pela indústria a massificação e uma coisificação dos indivíduos, torna cultural, que trata o ser humano como objeto do mais facilmente o processo de manipulação e dominação executado pela indústria cultural, transformando- consumo e que através dos meios de comunicação os em fieis consumidores. Possuindo grande poder seguem impondo mudanças de modo arbitrário na vida econômico e tecnológico os meios de comunicação dos indivíduos, prova disso são os padrões de beleza social, controlam e interferem do mesmo modo na ditados e a construção de estereótipos da educação e política, no processo sociocultural e na vida diária da cultura por uma mídia que visa unicamente o lucro.

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PENSE RÁPIDO! A comunicação, desde a escrita rupestre à Internet, modifica nossa percepção e nos traz novos estados mentais, podendo acarretar transtornos no comportamento. Numa cadeia de raciocínio acelerada, o homem passou a se comunicar de inscrições nas cavernas às mídias sociais na rede mundial de computadores, e assim mudou sua percepção das informações e seu estágio de desenvolvimento mental foi afetado, trazendo como consequência diversas patologias do mundo moderno, causadas pelo ritmo frenético com que nos comunicamos. Com a necessidade de se comunicar ou registar sua História, o homem sempre buscou formas de passar suas informações adiante. No ano 3800 a.C., por exemplo, ele já fazia desenhos em cavernas a partir de pigmentos de argila, para relatar seu dia-a-dia. Os Sumérios, na antiga Mesopotâmia, criaram alfabetos formados por figuras que representavam objetos do cotidiano, e assim outros povos sistematizaram novos modelos de escrita. No ano 3000 a.C., surgia o sinal de fumaça, e logo mais os pombos-correios começaram a ser usados no Egito, por conta da urgência de passar informações à distância. Diversas invenções surgiram ao longo dos séculos para aprimorar essa troca de dados e assuntos públicos entre as pessoas, como exemplo, o telégrafo, em 1837, do americano Samuel Morse (17911872). Após 56 anos desta descoberta, surge o Rádio, e o primeiro sistema de televisão analógica só apareceria em fevereiro de 1924, em Londres. Já o que conhecemos hoje como Internet, foi iniciado em 1994, nos EUA, como a World Wide Web, que se transformou e se adequou ao ritmo acelerado e constante de troca de informações entre os usuários, em todos os lugares e por meio de diversos dispositivos eletrônicos. Segundo a “Pesquisa Brasileira de Mídia 2015”, a televisão ainda é o meio de comunicação predominante, 95% da população assiste TV. A pesquisa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, realizada pelo IBOPE, diz que a metade dos brasileiros, 48%, também usa Internet, numa média de cinco horas por dia. Os usuários estão conectados e recebendo informações de diversas plataformas através de aparelhos celulares ou computadores e notebooks. As redes sociais são responsáveis por 92% dos internautas conectados (as mais utilizadas são o Facebook, com 83%, e o Whatsapp, com 58% dos usuários), multiplicando dados e informações, muitas vezes sem checar as fontes antes de passar adiante. E como todas essas informações são mediadas pelo cérebro? Segundo Vygotsky (1991), psicólogo russo, o desenvolvimento mental é marcado pela interiorização das funções psicológicas, que não é simplesmente a transferência de uma atividade externa para um plano interno, mas é o processo no qual esse interno é formado. O que nós

Isis Santiago Lins interiorizamos são os modos históricos, culturalmente organizados para operar com as informações do meio. As redes sociais servem como mediadores da linguagem, e é pela mediação que o indivíduo se relaciona com o ambiente, pois, enquanto sujeito do conhecimento, ele não tem acesso direto aos objetos, mas, apenas, a sistemas simbólicos que representam a realidade. É por meio dos signos, da palavra, dos instrumentos, que ocorre o contato com a cultura. Dessa forma, a linguagem é o principal mediador na formação e no desenvolvimento das funções psicológicas superiores. O grande fluxo de informação e atualizações de forma acelerada e constante nas redes sociais, o tempo inteiro e sem filtro, pode ativar de forma exacerbada essa percepção que temos da cultura, dos signos e dos sistemas de símbolos, acarretando o congestionamento de ideias, que é um sintoma recorrente de alguns transtornos comportamentais. A síndrome do pensamento acelerado (SPA), por exemplo, tem como sintomas a dificuldade para acalmar os pensamentos, dificuldade para relaxar e desacelerar, e o déficit de atenção e dificuldade de concentração. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM5) ainda são disfunções do comportamento, os transtornos ansiosos, como síndrome do pânico e transtorno de ansiedade generalizada, que pode estar ligada à quantidade exagerada de dados recebidos e a necessidade de atualizá-los e publicálos, excessiva preocupação com essas informações e ainda a exaustão por pensamentos compulsivos que alteram o estado emocional do sujeito. O Manual sinaliza ainda o transtorno de adicção à Internet, que é o vício em estar conectado a ponto de prejudicar as atividades cotidianas do indivíduo. Pois bem, faremos uma fogueira com celulares inteligentes e computadores? Não se faz necessário. O que interessa saber é como a cultura ao longo dos anos afeta nossa percepção dos símbolos e signos e de que forma absorvemos todo tipo de informação. O senso crítico e filtro quem coloca é cada indivíduo, no que é necessário ou importante passar adiante, que informação compartilhar, ou quanto tempo passar conectado. Os benefícios trazidos pelos meios de comunicação existem para o desenvolvimento da sociedade e continuar informando é fundamental, mas é preciso estar atento para não adoecer.

“...faremos uma fogueira com celulares inteligentes e computadores?”

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MÍDIA E CONSTRUÇÃO DE OPINIÃO MODERNA. COMO A MÍDIA PODE INFLUÊNCIAR E ATÉ MESMO IMPOR VALORES À SOCIEDADE

Stephany Valeriano A comunicação é um fator importante para uma sociedade, e por este motivo os meios de comunicação vem se renovando diariamente. Obter e transmitir informação é algo cotidiano e de fundamental importância, pois só assim podemos nos considerar parte de um todo. O alto fluxo de informações e a facilidade de acesso a elas, pode, de maneira direta ou mesmo velada, influenciar nossa opinião sobre determinado tema, além de que a nossa recepção diante das situações ocorre conforme a apresentação dos fatos, sendo eles abordados de forma inadequada ou não. Isso ocorre porque a mídia, através da sua força e propagação, consegue persuadir as pessoas de modo com que acreditem em uma ideia ou mesmo um ponto de vista já formado sobre determinado assunto. É interessante ressaltar que quando se fala em mídia, abrangemos todos os meios de veiculação possíveis, seja ela falada, escrita, televisada, virtual e outros. O que é exposto pela mídia não é veiculado simplesmente para informar ou possibilitar que tenhamos condição de formar nossa própria opinião, pelo contrário, da forma que tem sido feito, todo aquele que lê, assiste ou ouve está mais propício a seguir a opinião já defendida do que propriamente formar a sua.

É impossível dizer que a mídia não representa “o Quarto Poder”. Ao mesmo tempo em que nos serve como Cão de guarda (termo utilizado pelo Jornalista Eugênio Bucci em seu livro Sobre Etica e Imprensa ) analisando e levando a conhecimento público atos ilegais e ilícitos, (cometidos principalmente pelo setor político) ela também consegue criar e definir quais devem ser as discussões sociais de determinado momento. O fato é que precisamos nos conscientizar dessa “ditadura” que permeia as nossas vidas. A difusão dos meios de comunicação e a facilidade ao acesso mostra que a mídia, muitas vezes, tem a capacidade de persuadir o receptor, que transforma o que é veículado como uma verdade absoluta. Cabe a nós um pensamento mais crítico, afim de que saibamos filtrar as informações fornecidas, questionar os acontecimentos passados e não nos limitarmos a uma única fonte. Como seres pensantes devemos fazer com que a mídia se torne a nossa voz e não permitir que a nossa voz seja oprimida por aqueles que controlam as grandes empresas de mídia.

“Informação sem fonte, não passa de boato.”

“Somos, todos os dias, bombardeados por diversas mídias que, em comum, têm o objetivo de nos vender alguma coisa: Uma ideia, um produto, um sonho ou até mesmo uma verdade”. (THE WASHINGTON POST – um dos jornais americanos mais respeitados e lidos do mundo).

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O Poder da Informação Em uma sociedade capitalista os meios de comunicação transformam a informação em noticia, e esta em um produto à venda. Ou seja, em mercadoria que, para circular, precisa ser financiada por algum capital. Para isso a noticia, necessita ter uma determinada qualidade, capaz de gerar aceitação do publico e, desse modo, tenha condições de garantir verbas para o veiculo Viviane Paiva de comunicação, através da publicidade. Com esse interesse financeiro os fornecedores de informação tanto massas, de acordo com a intenção das empresas de podem formar opinião positiva quanto negativa, com seus comunicação e seus patrocinadores. Este poder exercido pela argumentos e informações, quer sejam elas verídicas ou não. mídia é o poder simbólico, segundo Bourdieu (2007), “o poder Para a seleção das informações são levados em simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser consideração o conteúdo e a forma das notícias, então exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber veiculadas de acordo com o horário de transmissão e que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem”. Então numa o público alvo. Na grade das grandes mídias do Brasil, sociedade com elevado índice de analfabetismo e poucos por exemplo, alguns telejornais seguem com notícias leitores se torna um alvo fácil para o poder simbólico da mídia. A mídia influencia e também é “influenciada” pela internacionais, seguida das notícias nacionais, depois as política, economia, ciência e religião. Ela contribui na regionais e locais, concluindo com notícias que produzem a sensação de bem-estar e esperança e conformação. formação de opiniões a respeito de diversos assuntos públicos, É inegável que toda informação é dotada de significado, tais como a redução da maioridade penal, a corrupção no objetivo, intencionalidade. Portanto, informação é um governo federal, educação, segurança, saúde, entre outros. produto vendido e valorizado, um instrumento de poder. No entanto, a abordagem de assuntos importantes que são omitidos ou manipulados por essa mídia e E o interlocutor é levado a ver o “Informação é um a regulação da mesma, não são veiculados, mundo com os olhos dessa imprensa. pois podem atingir diretamente a atuação produto vendido No Brasil, de acordo com a pesquisa dessas empresas, assim, a “desinformação” de mídia de 2015, divulgada pela e valorizado, um resultante dessa ação favorece ainda Secretaria de Comunicação Social da mais o oligopólio exercidos por elas. instrumento de Presidência da Republica, 95% dos Com o advento da internet e novos dispositivos brasileiros assistem TV, 55% ouvem poder.” eletrônicos com acesso a mesma, e facilidade rádio e 48%, usam internet, mas a TV em adquirir esses aparelhos, vem ocorrendo e o rádio são os principais meios de informação e cultura, uma descentralização do processo de produção e divulgação e tem nesses veículos a sua única fonte de informação. de informação, que antes ficava concentrado “nas mãos” das A história dos meios de comunicação no Brasil é marcada empresas de comunicação. Diante disso, o cidadão passou a pelo monopólio da palavra e do debate público, o que ter um acesso maior a informação que procura, além de poder compromete a possibilidade do cidadão formar uma opinião ser um comunicador. Todavia, com excesso de informações, crítica. Isso se deve em partes aos militares, que durante a deve-se considerar o preparo intelectual das pessoas, como ditadura favoreceram a exploração privada e comercial em elas se apropriam dessas mensagens que enviam e recebem. detrimento de seu caráter público. A configuração atual Devemos nos questionar diante das informações que dos grandes veículos de comunicação está concentrada nas recebemos ou buscamos, quem tem a gestão dessas mãos de algumas famílias, com poder de decidir o tipo de informações, quem utiliza, como e para que as utilizam? Se informação que a maioria dos brasileiros deve receber e não tivermos preparo que nos permitam avaliar a realidade quais não devem. Esses grupos controlam, por exemplo, as e a verdade das imagens comunicadas, seremos convencidos emissoras de televisão de sinal aberto, emissoras de rádio, pelos fornecedores de informações quando assistimos a TV, ouvimos rádio ou quando acessarmos a internet. Já nos mostrou jornais, revistas e os satélites de comunicação, assegurando Michel Foucault (1971) “o discurso não é simplesmente assim o controle sobre as TVs de canal fechado. aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas Deste modo, a maioria das mensagens transmitidas é aquilo pelo qual e com o qual se luta, é o próprio poder são ideologias desses fornecedores da informação. de que procuramos assenhorear-nos”, a partir disso, deveNão há como negar que a mídia ocupa um papel importante se atentar para cada informação, pois informar é poder. na sociedade contemporânea. Ela tem o poder da influência, o poder de conduzir indiretamente a sociedade, as

*Graduanda de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV na Universidade Estadual de Santa Cruz- 2015.2



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