fundação CHAMPAGNAT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Passo a Passo no mundo Marista
vida não passa de uma viagem de comboio, cheia de embarques e desembarques, de surpresas agradáveis, de momentos inesperados, de aprendizagens enriquecedoras e de experiências inesquecíveis que vão enchendo a nossa bagagem. Nesta viagem rumo a Xaudaró (Madrid) levava na minha mala a segurança, a tranquilidade e a esperança de um reencontro numa casa, a nossa Casa, com pessoas interessantes e especiais, uma família diferente, que iriam fazer com que esta semana fosse mais produtiva, prazerosa e alegre. Foi assim a nossa primeira viagem juntos! E a história repetiu-se... Novas pessoas embarcaram neste comboio apenas para nos transmitirem os seus conhecimentos nas suas áreas de eleição, procurando a excelência das respostas Maristas, as educativas e as sociais, aprendizagens que nos acompanharão nas nossas vitórias e conquistas e que serão o suporte no nosso crescimento e a âncora quando surgirem dúvidas e incertezas. Pese embora a diversidade das temáticas abordadas foi curioso constatar um denominador comum em todos os oradores: a importância das equipas, das relações, das pessoas, o seu valor. Também foi curioso perceber que esses ensinamentos, para além dos conteúdos académicos, pedagógicos e/ou religiosos transmitidos, foram vividos nas diferentes formas de ser, de estar, de partilhar, de cooperar, de valorizar, de dialogar, de perdoar, de caminhar, com os meus companheiros de viagem, tendo o Ir. Andreu e o Ángel como os grandes maquinistas. Sim, cada momento deste curso teve detalhes que nos falavam de amor, de carinho pelo próximo, de cuidado, de sensibilidade, de humildade, de simplicidade e de modéstia na forma como cada pormenor foi pensado para atender ao nosso conforto, bem-estar e desenvolvimento. E no final da semana, estávamos todos com uma bagagem que não possuíamos quando embarcámos. Amigos, a estadia neste vagão em Xaudaró valeu a pena e espero que quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudade e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem. Agarro-me à esperança de um reencontro na estação principal e com grande emoção perceber que apesar dos atropelos, das fantasias, das aprendizagens, das esperas e das despedidas de outras viagens ainda traremos na vossa bagagem o sonho de Marcelino Champagnat. O grande mistério, afinal, é que nunca saberemos que outras viagens nos esperam ou em que estação desceremos, muito menos quem serão os nossos futuros companheiros de viagem mas teremos sempre uma certeza: na nossa caminhada Marcelino Champagnat rogará por nós e a nossa Boa Mãe rogará por nós.
Sem qualquer agravamento nos seus impostos, pode decidir que 0,5% do valor do seu IRS, a entregar ao Estado, reverta a favor de uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Para isso, basta colocar uma cruz no quadrado a seguir à afirmação “Instituições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Coletivas de Utilidade Pública (art.º 32, nº 6)”, no quadro 9 do anexo H. Para que reverta a favor da Fundação Champagnat - Casa da Criança de Tires, insira o NIPC 503743712. Para que reverta a favor do Lar Marista de Ermesinde, o NIPC a inserir é 513021183. Os utentes destas duas Instituições Maristas agradecem!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
CARLA SEMEDO Diretora da Casa da Criança de Tires
Ajude-nos
FICHA TÉCNICA Diretora Bárbara Gardete
FUNDAÇÃO CHAMPAGNAT Estrada de Benfica, 372 1500-100 LISBOA
Colaboraram neste número
Tel/Fax: 21 778 0073 e-mail: funda_champagnat@maristascompostela.org
António Coelho | Carla Semedo | Ir. Jack González Ana Ramos | Fábio Anjos | Sílvia Palma | Paulo Jorge Pacheco Graça Galvão | Leonor Pinto | António Pinto
Distribuição gratuita 100 exemplares
1 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 2 2 | A B R I L | 2 0 1 6
A
E D I T O R I A L
O alfabeto da Casa da Criança
artinho, um dos meninos da Casa da Criança de Tires (CCT), elaborou a semana passada de forma criativa um “Alfabeto da Casa da Criança” com os valores que, para ele, são importantes. Da sua larga lista gostaria de sublinhar as palavras “amizade ou amor”, “esperança”, “liberdade”, “felicidade”, mesmo ao lado de “regras” e “zangas”. Ninguém melhor do que ele, que vive há mais de dois anos na Casa, para lembrar a todos, educadores e voluntários, um programa exigente de atitudes, valores e respostas que confirmam a visão e missão da nossa Casa. “O Alfabeto de Martinho” faz parte da exposição que Sílvia Palma, secretária da Fundação Champagnat, e Carla Semedo, Diretora da CCT, montaram para este aniversário. A maior parte dos 50 cartazes desta exposição reproduz o arquivo histórico recolhido no Boletim desde o início da Fundação Champagnat em 1995. A CCT ocupa o lugar central. Os últimos cartazes fazem referência ao Projeto Oficina de Mães e à Ludoteca da Adroana, frutos da colaboração e protocolos com o Estabelecimento Prisional de Tires e com a Câmara de Cascais. Olhando para a CCT, com 15 anos de história desde 15 de maio de 2001, poderemos ter saudade dos inícios difíceis, quase heróicos, de empenho e dedicação daqueles fundadores e voluntários. Eles tornaram possível concretizar o sonho de Marcelino Champagnat em La Valla, em 1817: oferecer um lar, amparo, educação, amor e um projeto de vida a crianças carenciadas e em risco. As saudades são boas quando nos estimulam a fazer nossa aquela história solidária. Essa história, recolhida nos Boletins, fala de trabalho coletivo de funcionários e colaboradores, de professores, alunos e antigos alunos dos Colégios Maristas de Lisboa e Carcavelos, “adotando” como sua a Casa da Criança, de famílias amigas e instituições que ofereceram muito do seu tempo, recursos e dinheiro para dar às crianças cuidados, programas, meios e carinho para progredir e levar adiante um projeto de vida. Os novos programas com visão de futuro (a Ludoteca da Adroana, a Oficina de Formação das Mães e Animação Territorial), assim como o trabalho diário da CCT com o acompanhamento pessoal dos meninos, a sua educação espiritual e emocional, as atividades desportivas e de tempo livre, o cuidado da sua saúde e alimentação exigem dedicação e continuidade de técnicos mas também de voluntários e outros colaboradores. Esta Casa tem um papel determinante, dado que abre as suas portas a crianças que vivem uma realidade cada vez mais complexa e exigente, no contexto de bairros sociais, famílias desestruturadas e/ou empobrecidas, lares monoparentais... Os aniversários La Valla 1817-2017 e Tires 2001-2016 chamam à consciência dos irmãos e leigos maristas em Portugal a empenharem-se como no passado, embora com um renovado olhar: caminhando juntos rumo ao bicentenário fazemos novo o sonho de Champagnat. Ir. JACK GONZÁLEZ Voluntário na CCT
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 2 2 | A B R I L | 2 0 1 6
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
M
CASA DA CRIANÇA DE TIRES
Campos de Trabalho e Missão No próximo verão terão lugar os Campos de Trabalho e Missão organizados pela Fundação Champagnat e por SED Compostela em Moçambique, Zãmbia e Honduras. Três voluntários portugueses participarão na missão marista no Bilene (Moçambique).
M
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
T
Na Casa, encontrei crianças com diferentes histórias de vida, mas que em comum tinham o facto de necessitarem de uma família de verdade que salvaguardasse os seus direitos, até então negados pelos seus cuidadores. Ao longo destes anos partilhei e vivenciei momentos dolorosos e emocionantes que me deram mais força e vontade de trabalhar com estas crianças, para que pudessem voltar a ter uma vida “normal” recheada de bons momentos, vínculos saudáveis, sonhos e esperança num futuro melhor e mais positivo. Não tenho palavras que exprimam o meu agradecimento pelos momentos passados na Casa da Criança onde as vivências e partilhas, com adultos e crianças, me fizeram amadurecer e crescer enquanto pessoa e profissional, e me elucidaram para a importância da solidariedade e o amor pelo próximo.
FÁBIO ANJOS
Educador Social na Ludoteca da Adroana
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A
Técnica de Serviço Social na Casa da Criança de Tires
esmo passados quase nove anos recordo-me, como se fosse hoje, da primeira vez que entrei na Casa da Criança de Tires. Senti um misto de entusiasmo, pela oportunidade de começar uma nova experiência profissional e expetativa, porque na realidade não sabia ao certo o que me esperava. Depois de breves momentos à conversa com a pessoa responsável, que me explicou a missão da instituição e quais os objetivos do trabalho a realizar, percebi que esta seria uma “aventura” bastante desafiante e ambiciosa. Na realidade, este foi o início de um sonho tornado realidade...
PAR
Fundação Champagnat assinou no dia 21 de março de 2016 um protocolo de colaboração com a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). A PAR, que surgiu para ajudar a minimizar o impacto da grave crise humanitária que se vive atualmente a nível mundial e da qual fazem parte várias organizações, tem duas áreas de atuação: uma focada no acolhimento e integração de crianças refugiadas e das suas famílias em Portugal (PAR Famílias) e outra focada no apoio aos refugiados no seu país de origem (PAR Linha da Frente). Tendo em conta que o ritmo de chegada de refugiados a Portugal se intensificou nos últimos tempos, a PAR decidiu promover o alargamento da rede de instituições anfitriãs de famílias de refugiados. O protocolo prevê que a Fundação Champagnat, em parceria com o Externato Marista de Lisboa e a Associação de Pais e Mestres do Externato Marista de Lisboa e a Comunidade Marista de Lisboa, acolham uma família de cinco elementos e auxiliem na aplicação de uma estratégia promotora da integração dos refugiados na sociedade portuguesa, cumprindo o seu fim estatutário de contribuir para a promoção da melhoria de condições de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social, em especial crianças e jovens. Este protocolo surge num momento em que se vive a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial, situação de uma enorme complexidade e urgência humanitária. SÍLVIA PALMA Secretária da Fundação Champagnat
3 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 2 2 | A B R I L | 2 0 1 6
-entar descrever uma . experiência de doze anos assume uma complexidade inesperada, pois as palavras parecem demasiado simples para traduzir a vivência de uma Casa... que dia após dia se assume como sendo... a nossa Casa, os nossos meninos, as nossas famílias, os nossos colegas, os voluntários, os amigos e os parceiros... Cada história de vida é sentida como uma missão, uma oportunidade... de mudança e de restauração dos direitos, dos vínculos, da confiança, da capacidade e da força interior intrínseca a cada ser humano... imbuídos pela prática diária de uma ética do cuidar, de uma mensagem de esperança e de voltar a acreditar num futuro mais feliz, que vai ganhando forma em cada conquista e no sorriso de cada um dos nossos meninos. Tem sido um verdadeiro privilégio fazer parte da vida das nossas crianças e da grande família que é a Casa da Criança de Tires! Cada abraço que provém de uma gargalhada conjunta ou de uma lágrima sentida a dois, é vivida de mãos dadas, com alguém que se importa... sobre a verdade de um... Estamos juntos ... porque é mesmo muito bom ... Saber com quem contar! Tudo o que tenho recebido será sempre muito mais do que poderei dar e, também por isso, fica o meu profundo agradecimento... um sincero e sentido obrigado por fazerem parte da minha vida, pelo crescimento pessoal e profissional e pela possibilidade que me é conferida diariamente de fazer algo que adoro. Termino com uma certeza e um desejo... A certeza de que continuarei a pautar pela seriedade, pelo respeito, pela dedicação e pelo compromisso para com a nossa identidade e missão e o desejo... de continuarmos a caminhar, crescer e construir juntos, reescrevendo novas histórias e transformando realidades. ANA RAMOS
TESTEMUNHOS
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O
LAR MARISTA DE ERMESINDE Educar numa obra social Marista
Irmão Emili Turú, durante o Encontro Internacional sobre a Vida Consagrada promovido pelo Vaticano, referiu que uma das dimensões do nosso Ser Marista é “estar onde existem feridas abertas, nas pessoas e nas periferias”. E é nesta dimensão que, julgo, se pode enquadrar a missão educativa das obras sociais maristas. Nestas obras procuramos perceber as causas que criam exclusão social das crianças e jovens, no sentido de otimizar o seu processo educativo. O nosso estilo pedagógico, baseado numa visão integral da educação, procura essencialmente transmitir valores utilizando a metodologia que Marcelino Champagnat e os primeiros maristas iniciaram. Ao partilharmos o seu pensamento que “para educar bem as crianças é preciso, antes de tudo, amá-las, e amá-las a todas por igual”, tentamos ser as referências positivas e empáticas, que as suas vidas muitas vezes não têm e necessitam. Ser educador, numa obra social marista, é viver com muita esperança e sentido vocacional. É sentir que a opção pelas crianças mais vulneráveis dá razão de ser ao nosso esforço diário e à nossa dedicação profissional. É criar um espírito de família onde todos se sintam estimados, acolhidos e aceites. É ter a simplicidade e a humildade, como características que definem do nosso estilo e que se manifestam através de uma relação autêntica, próxima e cordial, que respeita as crianças e as suas ideias. É educar, inspirando-nos nas atitudes evangélicas próprias de Maria, como o acolhimento, o serviço, o compromisso e a fidelidade. Acreditando que, aos poucos, elas transformam a nossa vida e a nossa sociedade. Mas também é estar presente e sentir que essa presença próxima, pessoal, cordial e de confiança, é um valor essencial no processo de crescimento da criança e do jovem. É ajudar as nossas crianças a desenvolver ao máximo todas as suas capacidades. É educar na liberdade, potenciando as habilidades sociais, a tomada de decisões e a interação com o meio. PAULO JORGE PACHECO Diretor Técnico do Lar Marista de Ermesinde
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
É, enfim, educar na solidariedade e no amor.
NOMEAÇÃO DO NOVO PROVINCIAL DE COMPOSTELA O Conselho Geral, após analisar a sondagem realizada na Província, decidiu nomear o Ir. Tomás Briongos Rica como Provincial de Compostela por um mandato de três anos que iniciou no passado dia 20 de março. Os resultados da sondagem indicam claramente que conta com um grande apoio dos Irmãos da Província, por isso, não foi necessário realizar uma segunda sondagem, após a renúncia do Ir. António Leal por motivos de saúde. Agradecemos ao Ir. Tomás a sua abertura e disponibilidade para servir o Instituto Marista como Provincial. Que S. Marcelino e Maria, a boa Mãe, sejam a nossa inspiração para um novo começo do Instituto.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 2 2 | A B R I L | 2 0 1 6
Ir. Tomás Briongos Ricas
COMO AJUDAR A FUNDAÇÃO CHAMPAGNAT A Fundação Champagnat quer dar resposta às necessidades de todos os que beneficiam com a presença dos Missionários Maristas, promovendo a melhoria das condições de vida das pessoas necessitadas, em especial as crianças e os jovens.
Apoie a FUNDAÇÃO! Seja CHAMPAGNAT, HOJE.
APOIO FINANCEIRO: Por transferência bancária, para a conta da Fundação: 0007 0030 00040400001 06 Novo Banco. Por cheque, à ordem da Fundação Champagnat e enviado para - Estrada de Benfica, 372 1500-100 LISBOA.