Palestra conferida no CESOL 2008

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Inclusão Sócio-digital para a cidadania: O uso do Software Livre na Educação pública de Fortaleza

Sinara Duarte

Fortaleza - 22/08/2008


Justificativa 

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A questão da inclusão social através da informática e do software livre como alternativa à globalização hegemônica americana já foi retratada em vasta bibliografia na WEB. As tecnologias de informação e comunicação estão se renovando com uma grande rapidez. As aplicações à educação são muito variadas e, frequentemente, caras. Não podemos deixar a escola fora do contexto tecnológico contemporâneo porque a tecnologia já faz parte do cotidiano. O desenvolvimento e o avanço de novas tecnologias vem permitindo o emprego de novos recursos computacionais para serem utilizados no âmbito educacional, com destaque especial para o SL por sua filosofia emancipadora e revolucionária.


Problemática Por intermédio de ferramentas livres, é possível educar digitalmente os futuros cidadãos embasado nos ideais de cooperação e Liberdade. A educação e os ambientes educacionais não podem ficar de fora da revolução do software livre. Contudo, o que se observa na prática é a subutilização ou mesmo a não utilização do SL de forma educativa, seja por falta de conhecimento (técnico e/ou pedagógico) dos educadores de forma satisfatória, seja por falta de uma política pública comprometida com a inclusão digital.


Questionamento Principal  

Será o software livre um caminho para a educação? De que forma o "pingüim" pode ajudar na construção da cidadania e na inclusão sóciodigital? Como foi o processo de migratório do SL proprietário para o SL nas escolas públicas de Fortaleza e o que vem a ser seu uso de forma educativa ?


OBJETIVO 

Apresentar as diversas possibilidades de utilização do software livre como um recurso didático e da Informática educativa como uma ferramenta complementar no processo de ensino-aprendizagem bem como as principais políticas públicas de inclusão digital através do SL em Fortaleza.


Estrutura da Apresentação   

1ª Parte – Políticas Públicas de Inclusão Digital em Fortaleza através do SL 2ª Parte – O uso educativo do software livre Público alvo: estudantes e usuários do Linux (iniciantes), professores, gestores públicos, profissionais da educação e afins, e todos aqueles preocupados em fazer uma educação pública de qualidade.


Inclusão Digital 

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Evolução do homem (necessidade de comunica-se) pinturas cavernas, escrita, correio, telegráfo, telefone, satélite, internet. Século XXI: Sociedade da Informação, Sociedade de aprendizagem, Sociedade ecnológica, Era Digital Inclusão digital: necessidade social Exclusão digital  Analfabetismo digital  maior abismo entre ricos e pobres


Inclusão Digital já! Conceito de Inclusão digital  Sociedade dividida: os que têm e os que não têm acesso à Internet. (Warschauer, 2002)  Aqueles que têm acesso à informação e daqueles que não têm (digital haves e digital have nots) (Randal, 2003).  Universalização do acesso ao computador conectado com a Internet, bem como ao domínio da linguagem básica para manuseá-lo com autonomia (Silveira, 2003)  Exercício da cidadania


Realidade Brasileira    

10º lugar no Mundo em acessos na internet (2008) 3º nas Américas, perdendo apenas para México e EUA Argentina (15% da população conectada) - 2002 Brasil: 10,6% dos brasileiros possuem microcomputador, sendo que destes apenas 8% têm acesso à WEB. Deste total, 64% estão no Sudeste, Sul (18%), Nordeste (9%), Centro Oeste (7%) e Norte (2%). Projeto de Lei 1926/03 (Walter Pinheiro –CE) institui o Índice Brasileiro de Inclusão Digital (IBID) e o Plano Geral de Metas, com intuito de combater a exclusão digital. Fonte: Networks Wizads (Julho/2008)


Realidade em Fortaleza   

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Internet em lanhouses e escolas públicas municipais *. 1998 – Início do Programa de Municipal de Informática e parceria com MEC através do Proinfo. 2000  Parceria do Laboratório Multimeios (UFC) e SME (Secretaria de Educação) para efetivação do Plano Municipal de Informática Educativa nas escolas públicas, com intuito de promover a inclusão digital 2000  Criação do CRP/BV  Centro de Referência do Professor e Biblioteca Virtual – Ilha digital LIES – Laboratórios de Informática Educativa Antes do Software livre  2004 (58) em 2008  178 * Total de alunos beneficiados em 2008: 250.000 alunos


As aventuras do tux na Terra do Sol 

Geoprocessamento em Software Livre: Contratação de empresa especializada em Geotecnologias para prestação de serviço de consultoria Técnica Especializada em Geoprocessamento, Software livre e Padrões Abertos. PDTI - Plano Diretor de Tecnologia da Informação: Conntratação de pessoa jurídica, para execução de pesquisa, desenvolvimento e inovação na elaboração de um Plano Diretor de Tecnologia da Informação – PDTI, para implantação de plataformas tecnológicas em Software Livre na Prefeitura Municipal de Fortaleza. Fonte: Assessoria de Informática


As aventuras do tux na Terra do Sol 

Capacitação: Serviços de qualificação e capacitação de 1.200 (mil e duzentos) servidores no uso de sistema operacional desenvolvido em software de código aberto (“software livre”), de pacote de escritório BrOffice. Org desenvolvidos em software de código aberto que inclua aplicativos do tipo processador de texto, folha de cálculo e apresentação de multimídia, e de navegador para Internet Mozilla Firefox desenvolvido em software de código aberto. Compra de computadores sem licença de Software: A aquisição de novos computadores para modernização do parque de TI foi feita sem licença de Sistema Operacional Proprietário. Isso quer dizer que as novas estações de trabalho instaladas este ano já são com Gnu/Linux. Economia que resulta em um maior número de unidades adquiridas, além de todas as demais vantagens que o Software Livre oferece. Fonte: Assessoria de Informática


Algumas ações do SL em Fortaleza   

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Foram capacitados dois mil servidores, através do pingüim-ônibus. Em todas as licitações da PMF realizadas, está se exigindo código-fonte e repasse de tecnologia. Os próximos programas a serem desenvolvidos pela Prefeitura terão seu código fonte disponibilizado sobre a GPL, a começar pelo sistema de controle urbano e de meio ambiente. Editais e iniciativas envolvendo cultura estão sendo promovidos através de licenças Creative Commons Todos os LIES de Fortaleza adotam o Linux ou dual boot.


Algumas ações do SL em Fortaleza 

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Ligação da Internet nos laboratórios de informática educativa das escolas da rede municipal através de banda larga (?) - Convênio com a OI/Velox); Ampliação do número de escolas com laboratórios de informática (Programa Projovem); Inauguração do Centro de Referência do Professor, uma ilha de inclusão digital que ministra cursos, oficinas para professores e alunos da rede pública municipal em SL além do oferecer acesso a internet gratuitamente para todos os cidadãos.


Centro de Referência do Professor

Fachada do CRP

• NTE - Formação Continuada docente • AVE - Capacitação para alunos • NTI – Núcleo de Tecnologia Inclusiva • CIC – “Lan House” • Projetos de Responsabilidade Social (Khouse)


A INFORMÁTICA EDUCATIVA E O LINUX: QUE PARCERIA! 

Kurumin 7.0

Desde 2004, os LIEs utilizam o Kurumim como padrão. Estuda-se a possibilidade de uma distribuição específica para os LIES de Fortaleza Linux educacional


O LIE – Laboratório de Informática Educativa 

O Laboratório de Informática Educativa – LIE é uma “sala-ambiente”, um espaço reservado dentro da escola com recursos midiáticos que tem objetivo primordial promover a inclusão digital dentro das escolas (SME, 2006) Quem atua no LIE: Professor efetivo, especialista e capacitado em tecnologias educacionais livres (100 horas)


Criticas ao modelo da PMF nas escolas   

Adoção do SL de forma abrupta e unilateral Desconhecimento dos professores do LIE do software livre (pedagógico e técnico) Padrão rígido e único (10 máquinas e 1 impressora por escola) para atender 1200 alunos, com turmas de no mínimo 35/40 alunos (3 alunos por computador?) Escassez de recursos humanos, muitos laboratórios parados por falta de manutenção nas máquinas e professores (aditivos).


Criticas ao modelo da PMF nas escolas 

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Falta capacitação para os docentes (sala regular), no sentido de utilizar as novas tecnologias digitais, em especial, o computador dentro da sala de aula, como recurso complementar as aulas; Medo do novo, de inovar (linux) Descontinuidade das políticas públicas (convênios paralisados), somente para exemplificar em 2007, os laboratórios de informática estão fechados esperando apenas(?) o aval da SME para voltar a funcionar, contrariando a vontade de pais, alunos e professores.


2ª parte

A Informática Educativa e o Uso da Tecnologia Livre nas escolas municipais


O Uso do computador na educação 1.1 Classificação do computador na escola Segundo Borges Neto (1999), diversos são os usos do computador na educação, a saber:  A informática aplicada à Educação  uso administrativo  Informática na Educação  Máquina de ensinar (tutoriais)  Informática Educacional  resolução de problemas (projetos)  Informática Educativa  informática como suporte ao trabalho docente, computador como meio de aprendizagem


O computador e a aprendizagem Informática educativa ≠ Informática profissionalizante  A Informática Educativa privilegia a utilização do computador como ferramenta pedagógica que auxilia o processo de construção do conhecimento. Neste momento, o computador é um meio e não um fim, devendo ser usado considerando o desenvolvimento dos componentes curriculares.  O computador é explorado em sua potencialidade VALENTE (1993) esclarece que o computador como ferramenta permite ser manipulado pelo indivíduo com maiores possibilidades de que se dê uma construção e reconstrução do conhecimento, tornando a aprendizagem uma descoberta, algo atrativo.


A Filosofia do SL: rumo a democracia digital  

Historicamente todo Software era free. Com o Software proprietário e as licenças, Stallman e outros desenvolvedores americanos (MIT -Massachusetts Institute of Technology) criaram o conceito de software livre “Qualquer programa de computador que possa ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído com algumas restrições” (PSL Brasil, 2008)


Por que utilizar o SL na educação?     

Questão macro-econômica – Economia Custos inferiores se comparados ao software proprietário nos LIES. O SL roda em máquinas ditas “obsoletas” Questão ambiental: lixo tecnológico $$$ capacitação e treinamento em SL


Por que utilizar o SL na educação?    

Maior segurança e confiabilidade (bugs) Privacidade das informações 5ª liberdade: “de escolha” crescimento da qualidade SL educativos Personalização educativa: Edubuntu (Ubuntu), Opensuse Education (SUSE), Skolelinux (DEBIAN), Pandorga (Kurumin), Linux educacional (MEC)


Por que utilizar o SL na educação?     

Compartilhamento de conhecimento (sites, fóruns, listas de discussão, Orkut) Combate à corrupção visto que elimina os processos licitatórios Autonomia e Independência tecnológica Pirataria  Hiato ético que precisa ser corrigido 8,6% da população conectada, destes 53% dos brasileiros usam software ilegal (BRANCO, 2004).


Desvantagens  

A falta de compatibilidade de alguns hardwares (?????) Desconhecimento das ferramentas livres

Solução a curto prazo: Exigir seu direito enquanto consumidor e capacitação


SL e Educação: Projeto Classe

http://classe.geness.ufsc.br/index.php/CLASSE


Softwares educativos livres: Gcompris


GCOMPRIS - Linguagem


GCOMPRIS - matemรกtica


GCOMPRIS - GEOGRAFIA


Homem Batata: express達o facial


TuxType: reconhecimento de letras


Tuxpaint: 14 possibilidades


Tuxpaint: autoditado


Tuxpaint: Sequ锚ncia L贸gica


Tuxpaint: ensino de Linguagem


Tuxpaint – Ligue os Pontos


TuxMath - Tabuada


Kbruch: ensino de fração


Geogebra: ensino de Geometria


geogebra


Frozen Bubble: funções cognitivas


LINVOX - DOSVOX


BrWriter – Editor de Textos (produção de textos, digitação de trabalhos) – cruzadinha, jornal escolar, BrCalc – Ideal para cálculos (atividades com insight para completar – formatação condicional) BRImpress – Slides, criação de sites (geocities), aulas expositivas.


Writer - Caรงa Palavras


Writer – Jornal Escolar


Calc – Exercícios (gramática)


Calc - Ditado (Formatação condicional)


Impress: aulas expositivas


Photobook: ď Ź


Impress


Projeto Minha Escola, Minha Vida


GIMP – Edição de fotos


Hot Potatoes 

O Hot Potatoes é um  conjunto de cinco  ferramentas de  autoria, que  possibilitam a elaboração de cinco   tipos básicos de exercícios interativos, gerando páginas Web. Necessita do Wine

Tipo de exercícios criados Jquiz: Resposta curta Jmix: Sopa de letras Jcross: Palavras cruzadas Jmatch: Correspondência Jcloze: Preenchimento de espaços


Hot Potatoes: palavras cruzadas


Hot Potatoes: CorrespondĂŞncia


Hot Potatoes: Respostas curtas


Hot Potatoes: Cloze - lacunas


Hot Potatoes: sequĂŞncia


Internet      

Blogs e Fotoblogs educativos Comunidades virtuais (Sócrates) Biblioteca Online (pesquisa escolar) WebQuest – Construção do Conhecimento Projetos Interdisciplinares Educação Online


Blog educativo


Webquest educativo: NVU


Comunidade Educativa - Socrates-UFC

http://www.vdl.ufc.br/socrates/


Exemplo de Comunidade educativa


Educação Online: Solar/Moodle


CONCLUSÃO 

A pesquisa na área da informática educativa com ênfase no SL tem evoluído bastante nos últimos anos, mas ainda há muito que se caminhar e são muitos os desafios. Através da pesquisa percebeu-se que muitas são as possibilidades e também os riscos envolvidos quando fazem-se uso das tecnologias educacionais livres.

Dentro desta perspectiva,faz-se necessário uma conscientização acerca do uso educativo do software livre, capacitações dos profissionais de educação a fim de modificar a cultura da escola e implantação das TICs na prática docente, através dos LIES – Laboratórios de Informática Educativa.

O SL tem contribuído de forma impactante na inclusão sóciodigital de jovens e crianças cearenses.


Onde nos escontrar na net  

Email: sinaraduarte@yahoo.com.br Blog: softwarelivrenaeducacao.blogspot.com


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