Médico Reputação digital: cuidados com as “armadilhas” da convivência nos grupos das redes sociais
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Ano XIX - Nº 120 JULHO/AGOSTO 2017 Tiragem: 12 mil exemplares Distribuição gratuita e dirigida
SindMédico-DF homenageia deputados distritais que votaram contra a privatização do Hospital de Base do Distrito Federal
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FATOS E NÚMEROS do desmonte da saúde pública
NO LABORATÓRIO EXAME TEM NOVIDADE ATÉ NO JEJUM. Em muitos casos, ele não é mais necessário. Recentemente um grupo de sociedades científicas publicou o consenso que é pautado em evidências científicas para flexibilização do jejum na avaliação do Perfil Lipídico, especialmente o Triglicérides. Acompanhando as boas práticas e a evolução do conhecimento em Medicina Diagnóstica, o Laboratório Exame ampliou o portfólio de exames que podem ser realizados sem jejum e os nossos laudos já apresentam os novos valores de referência de acordo com o Consenso Brasileiro para Normatização da Determinação Laboratorial.
EXAME Proteína ligadora de IGF Polipeptídeo pancreático Homocisteína Haptoglobina Peptídeo C Tolerância a lactose Tolerância a glicose Ácidos graxos de cadeia ramificada Vitamina B6 Absorção de xilose Vitamina C Glicemia Gastrina Adiponectina Ácidos graxos Ácidos graxos de cadeia longa Absorção de triglicérides Leia o estudo completo em: laboratorioexame.com.br/medico
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Responsável Técnico: Dr. Sandro Pinheiro Melim CR M-DF 1238 8
Veja os exames que ainda precisam de jejum:
Expediente Presidente: Dr. Gutemberg Fialho Vice-presidente: Dr. Carlos Fernando da Silva Secretário-geral: Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso 2º Secretário: Dr. Ronaldo Mafia Cuenca Tesoureiro: Dr. Gil Fábio de Oliveira Freitas 2º Tesoureiro: Dr. Luis Sales Santos Diretor Jurídico: Dr. Antonio José Francisco Pereira dos Santos Diretor de Ação Social: Dr. Eloadir David Galvão Diretor de Relações Intersindicais: Dr. Augusto Dê Marco Martins Diretor de Assuntos Acadêmicos: Dr. Jair Evangelista da Rocha Diretora de Imprensa e Divulgação: Dra. Adriana D. Graziano Diretora de Cultura: Dra. Lílian Suzany Pereira Lauton Diretor de Medicina Privada: Dr. Francisco Diogo Rios Mendes Diretores adjuntos: Dr. Antônio Evanildo Alves Dr. Antônio Geraldo da Silva Dr. Baelon Pereira Alves Dr. Cezar de Alencar Novais Neves Dr. Filipe Lacerda de Vasconcelos Dr. Flávio Hayato Ejima Dr. Gustavo Carvalho Diniz Dr. Paulo Roberto Maranhas Meyer Dr. Ricardo Barbosa Alves Dr. Tiago Neiva Conselho Fiscal: Dr. Cantídio Lima Vieira Dr. Francisco da Silva Leal Júnior Dra. Josenice de Araujo Silva Gomes Dr. Regis Sales de Azevedo Revista Médico Conselho Editorial: Dra. Adriana Graziano Dr. Carlos Fernando Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso Dr. Gutemberg Fialho Coordenação Geral: Machado I.P. Coordenação de produção: Adriano Mariano Textos: Carla Rodrigues e Nicolas Bonvakiades Fotografia: José Roberto da Câmara Belmont Direção de arte e editoração: Luís Henrique Medeiros Fale com a redação: imprensa@sindmedico.com.br +55 (61) 3244-1998 Contato comercial: Rogério Mendes +55 (61) 3244-1998 gerencia@sindmedico.com.br
Editorial Para quem não sabe para onde vai qualquer caminho serve A frase do título deste editorial foi dita pelo Gato de Cheshire a Alice, personagens do escritor britânico Lewis Carol, autor de Alice no País das Maravilhas. Mas caberia bem em uma conversa entre o governador Rodrigo Rollemberg e seu secretário de Saúde, pois é exatamente isso o que ocorre atualmente no Hospital de Base do Distrito Federal. Como quando assumiu o governo do DF, no fatídico dia 1º de janeiro de 2015, o governador Rodrigo Rollemberg e seu secretário de Saúde demonstram não ter ideia do que estão fazendo enquanto avançam aos trancos e barrancos com seu projeto de criar o Instituto Hospital de base. O governador e seu fiel escudeiro Humberto Fonseca comportam-se tal e qual a Rainha de Copas e o Chapeleiro Maluco de Lewis Carol. O governador banca a Rainha de Copas, com artifícios como a Portaria nº 345 para “cortar as cabeças” dos servidores do Hospital de Base. Quem tem restrição laboral, por exemplo, no que depender do atual governo, não entra nos planos do Instituto: um assédio moral, que conta com o apoio irrestrito do atual secretário de Saúde – o Chapeleiro Maluco. Também pela portaria, os servidores do HBDF teriam o prazo para escolherem se querem ou não permanecer na empreitada do “Instituto das Maravilhas”. E não parou por aí. Apesar das recomendações de suspensão da portaria feitas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Ministério Público de Contas (MPC/DF) e Ministério Público do Trabalho (MPT/DF), o assédio moral continua. Os absurdos são tantos que, entre os servidores do hospital, há apenas uma certeza: não há certezas. Perdidos, Rollemberg e Humberto Fonseca comportam-se de forma irresponsável, tentando, a todo o custo, apressar a privatização da Saúde. Para o Instituto, que ainda não pode sair do papel, vale tudo, pois, com ele, asseguram a Rainha de Copas e o Chapeleiro Maluco do DF, tudo será diferente. Eles se perdem no devaneio, feito Alice, tomando o chá das cinco com os loucos.
Tiragem: 12.000 exemplares Ed. Centro Clínico Metrópolis SGAS 607, Cobertura 01 CEP: 70200-670 Tel.: +55 (61) 3244-1998 sindmedico@sindmedico.com.br www.sindmedico.com.br
Dr. Gutemberg Fialho Presidente do SindMédico-DF
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Sumário Entrevista Deputado federal Hiran Gonçalves chama a atenção do médico para o voto em 2018
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Aconteceu
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Arraiá do Dotô da AMBr e outras atividades
Artigo de opinião Conselheiro do CRM-DF fala sobre a dificuldade de julgar colegas
Especial O que se pode e o que não se deve fazer nas redes sociais
Capa
Sindicais
Números mostram o desmonte da saúde pública do DF
SindMédico-DF faz doação de cobertores ao Lar São José
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Jurídico Repreentações ao MPC contra o governo e novas ações judiciais
Regionais Falta de água quente e outras mazelas nas unidades de saúde
Barros, o ministro do faz de conta
Sindicais
Crônica A cruviana, a cerração da velha e a incelença
Política Depois do “faz de conta”, Barros ensaia o truque do desaparecimento
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Artigo de Opinião
ÉTICA MÉDICA: A DIFÍCIL TAREFA DE JULGAR UM COLEGA
Dr. Jorge Araújo Após me aposentar como anestesista, escolhi me dedicar ao associativismo da classe médica e, assim, ingressei na Associação Médica de Brasília (AMBr). Trazia comigo o ideal de fazer parte do movimento de defesa da nossa categoria e resgate da imagem do médico perante a sociedade. E lá se vão 12 anos nesse caminho, que se mostrou ainda mais desafiador quando me tornei conselheiro do CRM-DF em 2013. Agora, eu teria também que julgar colegas de profissão. Desde então, venho me deparando dia a dia com quadros complexos; difíceis, que exigem muita consciência, conhecimento e imparcialidade por parte dos membros do Conselho Regional. Se às vezes nos deparamos com fatos incontestáveis, praticados por maus médicos ou grupos a quem a ética veio faltar, em outros, encontramos questões mais delicadas, onde é preciso entender o contexto e o momento em que vivemos. A sociedade está farta da corrupção, dos esquemas, das falácias e politicagens. As pessoas anseiam por justiça social e cobram muito mais transparência e compromisso das instituições. Na área de saúde, o sucateamento do SUS e os problemas da assistência complementar têm recaído sobre a imagem do médico, muitas vezes acusado de culpas que não lhe pertencem. A abertura indiscriminada de instituições de ensino da medicina também tem sua parcela de responsabilidade, pois a qualidade dos cursos é, em muitos casos, questionável. Além disso, a ética da profissão não vem recebendo a devida importância no currículo de formação. Como se não bastasse, médicos residentes e especialistas precisam encarar duras jornadas entre consultórios e plantões e ainda se preocupar em estudar continuamente para acompanhar as inovações científicas e tecnológicas. O glamour da profissão? Já não existe mais! Hoje precisamos “matar um leão” por dia para solidificar uma carreira e buscar alguma segurança na aposentadoria.
Quando julgamos, precisamos ir a fundo na realidade que cerca cada fato, cada suspeita, cada acusação. É uma grande responsabilidade e uma missão que considero sagrada. Para julgar, deixamos de lado preconceitos, questões pessoais, amizades e antipatias. Na hora de julgar um colega, tiramos a ética médica do papel, dos preceitos jurídicos e das conversas informais e a tornamos verdadeiramente um instrumento de justiça. Sabemos, mais do que nunca, que mediante nossa imperfeição humana, podemos errar, e por isso, buscamos os valores mais profundos que herdamos de nossas famílias e nossos mestres para chegar a um veredito. É preciso separar o joio do trigo para defender os bons médicos que, apesar de todas essas adversidades, exercem a profissão com seriedade e respeito ao juramento que fizeram. Julgar um colega é, sem dúvida, uma tarefa muito difícil, que exige de nós o vigiar contínuo de nossas próprias atitudes e decisões na vida.
Dr. Jorge Araújo é conselheiro do CRM-DF e diretor Administrativo da AMBr
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Entrevista
Mobilização política para garantir direitos Entrevista - Deputado federal Hiran Gonçalves
Amazonense de Tefé, radicado em Roraima, o deputado federal Hiran Gonçalves (PP/RR) atuou como médico legista do Instituto Médico Legal daquele estado por mais de 25 anos ao mesmo tempo em que se dedicava à oftalmologia. Foi duas vezes presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima, coordenador Regional da FUNASA, Presidente da UniCred e Professor da Universidade Federal de Roraima. Hoje, em seu segundo mandato como deputado federal preside a Comissão de Seguridade Social e Família, compõe a Comissão Especial de Inovação Tecnológica da Saúde, preside a Comissão Especial dos Planos de Saúde e é um dos entusiastas da Frente Parlamentar da Medicina. Nesta entrevista ele enfatiza que o médico tem que ser pragmático ao comparecer às urnas em 2018 e preservar seus interesses por meio de representantes da classe no Legislativo.
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Entrevista
Revista Médico – Qual é a perspectiva na tramitação do PL 4067/15, sobre o Revalida? Hiran Gonçalves – A partir de 2011, os ministérios da Saúde e da Educação fizeram uma portaria que era para fazer uma prova de revalidação única. Isso já foi uma evolução. Mas portaria é infralegal, quer dizer: fica-se à mercê da vontade dos governos. Sendo lei, independe de governo. Teremos uma prova que será efetuada duas vezes por ano, com a participação das universidades e do Conselho Federal de Medicina. Foi uma vitória para o movimento médico. Construímos um texto que contemplou os interesses da sociedade e das entidades médicas, passamos rapidamente pela Comissão de Seguridade Social e Família, eu tive uma reunião com o deputado Caio Narcio, para que pudéssemos tramitar rápido na de Educação. Depois, vai para a CCJ só para avaliar a boa técnica legislativa e vai entrar em vigor. Esse trabalho foi interessante porque esse PL estava dormitando há mais ou menos sete anos. Revista Médico – O que se pode esperar da tramitação da PEC 454, da carreira médica de Estado? Hiran Gonçalves – Ela já passou pela Comissão Especial e está pronta para ser pautada no plenário, mas é uma PEC que demanda muita articulação no Congresso. Precisamos ter uma base ampla. É quórum qualificado, no mínimo 308 votos. Eu, como o Mandetta, o Luciano Ducci, e outros médicos que atuam na Câmara, avaliamos que é um risco muito grande: não podemos transformar a carreira de médico em carreira de Estado de forma generalizada, porque isso envolve custos e o Brasil está se reestruturando. Aliás, a PEC do Teto dos Gastos acho que foi boa no sentido de garantir que os governos não se-
rão irresponsáveis de gastar mais do que podem.
de saúde pública nos tribunais de primeira e segunda instâncias?
Revista Médico – Como fica a questão do teto na discussão do plano decenal de saúde?
Hiran Gonçalves – A gente tem visto o impacto da judicialização de saúde não só no SUS, mas na saúde suplementar. O juiz, às vezes, não tem conhecimento técnico, então, ao proporcionarmos uma estrutura técnica que dê suporte a uma decisão judicial, além de dar ao magistrado condições para que ele decida com mais conhecimento, vamos dar oportunidade para que o médico se insira no setor judicial do Brasil. Os setores superiores da Justiça sempre sinalizaram que havia essa necessidade. Acho que se tivéssemos essas varas antes dessas CPIs de órteses e próteses, teríamos evitado muito gasto desnecessário.
Hiran Gonçalves – O presidente Temer e o ministro Ricardo Barros têm sido muito claros nisso: temos um piso e não um teto. Do ano passado para este, o nosso orçamento aumentou 15%. Se for preciso, faremos remanejamentos de outros ministérios para Saúde e Educação. Temos muitos segmentos dentro do Congresso e alguns, especialmente da oposição, chamam a PEC do Controle de Gastos, de “PEC da Morte”. Acho que não, assim como considero a Lei da Reforma Trabalhista uma coisa moderna para o País. Revista Médico – A saúde na região Norte, especialmente em seu estado, está sendo afetada pela migração da Venezuela? Hiran Gonçalves – Sim. Porque o nosso estado (Roraima) tem sido porta de entrada de 35 a 40 mil imigrantes da Venezuela. Começamos a identificar isso a partir de um ano e meio atrás. É um problema que é uma coisa nova em nosso estado e tem gerado impacto na área da saúde. Já temos um sistema de saúde não tão desenvolvido e o aumento da demanda de estrangeiros, não só da Venezuela como da Guiana, causa muita dificuldade tanto na gestão da assistência básica como na alta complexidade. Os venezuelanos que vêm para o Brasil identificam que a crise de seu país é política e temporária. Entrando um governo que reorganize a economia do país, com uma sociedade mais justa, essas pessoas vão voltar. Revista Médico – O senhor pode comentar a PEC 297, que propõe a especialização das varas
Médico
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Revista Médico – Uma melhor assessoria aos magistrados pode mudar a forma como têm sito conduzidas investigações na área da saúde? Hiran Gonçalves – Sou contra essa condenação midiática das pessoas. Acho que você tem mecanismos para investigar, para punir ou isentar alguém dentro do arcabouço político do país. Mas, hoje, estamos vendo que as coisas são feitas de maneira açodada e se termina no afã de coibir abusos criando grandes constrangimentos nas pessoas. Acho que devemos investigar e punir quem deve ser punido dentro de um estado democrático de direito e isso deve ser respeitado. A coisa termina por ir se aperfeiçoando ao longo do tempo e essa lei vai ajudar a corrigir essas distorções. SindMédico – De que forma o novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação está afetando a área da saúde? Hiran Gonçalves – Uma coisa que ficou clara é que no Brasil temos universidades que pesquisam
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Espero que as entidades médicas reconheçam o esforço que nós fazemos para defender os interesses da corporação e da sociedade
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muito, mas essas pesquisas são pouco utilizadas pelo cidadão. As pesquisas que geram mais impacto na sociedade são feitas fora do País. Outra coisa: o empresariado, a grande indústria do Brasil, não tem a sensibilidade de que pesquisar é um grande negócio. É de risco, mas é um grande negócio. A pesquisa, em outros países, é financiada não pelo setor público, mas pelo setor privado. E isso é uma quebra de paradigma que temos que fazer aqui no Brasil. Temos introduzido muita tecnologia na saúde, cada dia mais cara, e isso acaba não cabendo no orçamento da saúde. O quanto isso vai impactar no bem-estar das pessoas em detrimento de outras tecnologias que são mais baratas, talvez não tão modernas, mas que abrangem um leque muito maior de pessoas?
Esse é um terreno em que tem um enorme debate. Isso impacta em outra coisa em que estou envolvido, que é a nova lei dos planos de saúde. Temos mais de 160 projetos de leis apensos ao original. Quase 20% dos deputados têm algum interesse em discutir determinado tema para introduzi-lo na nova lei. E essas coisas são delicadas. Revista Médico – Quais são os tópicos mais polêmicos entre os assuntos tratados na Comissão Especial dos Planos de Saúde? Hiran Gonçalves –Hall de procedimentos, ressarcimento ao SUS, a questão da renúncia fiscal. Eu sempre digo que se a gente estabelecesse limite para essa renúncia e reaplicasse no SUS, isso teria impacto grande. A sociedade nem nota, mas quem está na saú-
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de suplementar tem uma estrutura melhor e, na verdade, não paga o plano de saúde, porque ele é todo deduzido no Imposto de Renda. Isso sobrecarrega muito o SUS. Essas são questões delicadas. Tem, também, a questão da desvalorização do serviço médico. Lá, 60% dos projetos tratam de preservar e ampliar direitos do usuário e quase nada de valorização do ato médico, do prestador de serviço ao sistema. Não só do médico, mas das instituições privadas que prestam serviço aos planos de saúde. Precisamos organizar isso para começar a defender os interesses corporativos da classe médica que são pertinentes. Revista Médico – Como é a postura da “bancada médica” na atual legislatura? Hiran Gonçalves – Não tem uma bancada médica. Temos 39 médicos no parlamento, mas não mais do que 15 envolvidos com a Frente Parlamentar da Medicina. Porque isso dá trabalho. Tem médico que prefere se envolver com outras coisas. Porque o efeito lá na base dele é mais eficaz. Espero que as entidades médicas reconheçam o esforço que nós fazemos para defender os interesses da corporação e da sociedade. Temos eleições de novo e precisamos que elas se envolvam. Temos muitos colegas médicos que têm interesse em participar da política e não têm apoio. As entidades têm o trabalho de mobilizar o médico para participar. Tanto o Carlos Fernando quanto o presidente Gutemberg, do Sindicato dos Médicos aqui de Brasília, são exemplos de pessoas que têm a exata dimensão do trabalho que um colega pode fazer no Congresso Nacional. Espero que cada vez mais lideranças do movimento médico tenham essa sensibilidade desses dois que falei aqui.
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Aconteceu Luta por condições de trabalho no Brasil inteiro No dia 23 de junho, o vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando, no exercício da função de secretário de Direitos Humanos da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), acompanhou o então presidente, Otto Baptista, em vistoria de unidades de saúde do município gaúcho de Novo Hamburgo. Também acompanharam a atividade o presidente da Confederação Nacional dos Médicos (CNM), Geraldo Ferreira, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico da Fenam, Marlonei Santos, e o presidente do sindicato local, Kleber Fisch.
Fenam discute Previdência Social e legislação trabalhista O vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando, representou o Sindicato no III Fórum Previdenciário e Trabalhista da Fenam realizado na capital do estado do Espírito Santo, nos dias 9 e 10 de junho.
SindMédico-DF prestigia nova diretoria do Simego Pabline Marçal Pinheiro de Almeida, que além de médica também é advogada, assumiu a presidência do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego). A posse da nova diretoria da entidade ocorreu no dia 30 de junho e foi prestigiada pelo presidente e pelo vice do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho e Carlos Fernando, em cerimônia realizada no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CREMEGO), em Goiânia. Essa é a 14ª diretoria do Simego, e vai dirigir o sindicato até 2020.
Cuidado nas redes sociais é tema de palestra no SindMédico-DF “Reputação Digital: Cuide da saúde da sua imagem nas redes sociais”. Esse foi o tema da palestra do especialista em Marketing, Comunicação Integrada e Mídias Digitais, Adriano Mariano, no dia 28 de junho, na sede do SindMédico-DF. No evento, ele tratou da importância de ponderar bem as palavras e imagens ditas/postadas nas redes sociais.
Formatura da XXI turma de Medicina da Católica O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, prestigiou a colação de grau da turma XXI de Medicina da Universidade Católica de Brasília, no dia 21 de julho . O filho da médica anestesiologista Marinês da Silva Muricy Ferreira,Marcus Vinícius Silva Ferreira, foi um dos formandos da turma.
Arraiá do Dotô 2017 A diretora de imprensa e divulgação do SindMédico-DF, Adriana Graziano, participou da festa Arraiá do Dotô, na Associação Médica de Brasília (AMBr), no dia 10 de junho. Neste ano, o evento contou com as bandas Encosta N’Eu, Só Pra Xamegar e Henrique e Ruan para animar os convidados.
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os RISCOS�para A�sua reputação
nas REDES�sociais “As redes sociais são uma armadilha”. A frase é do sociólogo polonês Zygmunt Bauman: um ferrenho crítico das relações digitais. Para ele, estar conectado a alguém virtualmente não exige habilidade social. Porém, dá a falsa sensação de que ela existe. E basta um rápido passeio pela internet para perceber que a afirmação do criador do conceito de “Modernidade Líquida” está correta. Hoje, inúmeras polêmicas permeiam os debates via web. E são essas postagens e discussões, a depender de um determinado posicionamento, que podem manchar uma reputação digital. No entanto, as consequências disso nem sempre se limitam à internet. Entre os famosos, há inúmeros casos que revelam como as redes sociais são, de fato, um perigo. Uma atriz global, por exemplo, frequentemente se envolve em polêmicas. E pelos mais variados comentários, sem qualquer tipo de filtro: desde xingamentos até posicionamentos ideológicos. Um dos bate-bocas, inclusive, resultou na saída da intérprete do Twitter. Na época, ela afirmou que estava sendo ameaçada por torcedores do Corinthians por ter “tirado uma onda” após a eliminação da equipe da Copa Libertadores. Diante de tantos “babados”, fica o questionamento: quais são os limites da internet? Como se proteger dos riscos de uma postagem inadequada? Para o especialista em Marketing, Comunicação Integrada e Mídias Digitais e coordenador de comunicação do SindMédico-DF, Adriano Mariano, apesar de parecer complicada, a fórmula para manter uma
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boa reputação digital não é nada complexa. “Você só deve publicar em suas redes sociais aquilo que, em sua avaliação, mereça ser dito presencialmente para outra pessoa ou um grupo de pessoas. O importante, antes de postar, é parar e fazer a pergunta: eu falaria isso, ou deste assunto, pessoalmente, ao vivo para as pessoas?”, explica. Caso a resposta seja “não”, desista da publicação. E as dicas não param por aí. Quando se trata de fotos e/ou vídeos, os mesmos questionamentos são válidos. “Faça a seguinte pergunta: eu colocaria esta foto em um outdoor? Se a resposta for negativa, não a publique no Facebook nem a envie em grupos de whatsapp”, salienta Adriano Mariano. É importante lembrar também do cuidado com as palavras quando o assunto em questão for uma determinada pessoa (famosa ou não). Os chamados “discursos de ódio” não resultam em embates sadios. Para os médicos especificamente, um exemplo de como as redes sociais podem ser verdadeiras aliadas é o médico João Carlos Resende, que trabalha no Hospital do Câncer de Barretos (SP). No dia 14 de junho deste ano, ele fez uma postagem em seu Facebook que teve, até o dia 14 de julho, mais de 240 mil curtidas e 85 mil compartilhamentos. E tudo começou com um desabafo emocionante, que relata a consulta de uma paciente: com a autorização dela, o que é muito importante. No texto, ele conta um pouco da história de Dona Socorro, que recebeu um novo diagnóstico de câncer.
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Especial
Para ler a história completa contada pelo médico, basta acessar o link ao lado:
Com a história, o médico conseguiu aumentar sua simpatia diante dos internautas, o que é muito relevante nas redes sociais, especialmente para pessoas que querem ter um público cativo, e, além disso, possivelmente ampliou a rede de contribuições ao Hospital do Câncer de Barretos, que é mantido majoritariamente por doações, até mesmo de artistas internacionais.
Revista interativa
Reprodução do facebook
como MANTER�uma BOA�reputação DIGITAL�
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Capa
R$ 26,42 bilhões
R$ 41,9 bilhões
R$ 40,2 bilhões
R$ 12,8 bilhões
R$ 13,8 bilhões
5.546
5.140
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Estimada para 2018
Aprovado para 2017
Estimado para 2018
2017
2018
Abr/2014
Mai/2017
Variação
POSTOS DE TRABALHO MÉDICO OCUPADOS
R$ 28,7 bilhões
REPASSE DO FCDF PARA A SAÚDE
Aprovada em 2017
ORÇAMENTO DO DISTRITO FEDERAL
R$ 31,49 bilhões
R$ 5,9 bilhões
Aprovado
RECEITA DO DISTRITO FEDERAL
Estimada em 2017
R$ 9,5 bilhões
Proposto
ORÇAMENTO DA SAÚDE 2017
Números mostram o desmonte da
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urou 907 dias o Estado de Emergência na saúde pública do Distrito Federal, que foi encerrado oficialmente no dia 14 de julho. Os supostos benefícios da medida, no entanto, não fizeram efeito. O governo Rollemberg demonstra avaliar o desempenho sob o enfoque financeiro. Números que não sentem a dor da doença ou da perda de um ente querido que não obteve o atendimento adequado no Sistema Único de Saúde. Essa busca da sanidade das finanças públicas não tem equivalência no campo humano. A previsão orçamentária para 2018 não indica perspectiva de melhora. Para este ano, a Saúde recebeu R$ 3,6 bilhões menos do que pretendia. Na Lei Orçamentária Anual de 2017 foram destinados R$ 5,9 bilhões à Saúde. Para 2018 a expetativa não é melhor, pois a previsão orçamentária de R$ 40,2 bilhões, é R$ 1,7 bilhão menor que a deste ano. Na sessão especial do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) em que foram aprovadas as contas do primeiro ano do governo Rollemberg, no último dia 31 de julho, a procuradora geral do Ministério Público de Contas do DF, Claudia Fernanda de Oliveira Pereira, apontou que, apesar de ter avido superávit na aplicação dos recursos da pasta da Saúde, verifica-se a penúria dos hospitais, com redução de material laboratorial, hospitalar e de manutenção de bens móveis.
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No Hospital Regional de Taguatinga, o retrato do abandono, resultado de uma gestão ineficaz.
Capa
5.727
6.727
1.000
2016
Variação
-1.414
4.815
Total
2014
ÓBITOS HOSPITALARES
Variação 6.229
-328
879
1.207
Jun/207
Observação e recuperação
(intermediário, isolamento e UTI)
221
-183
Dez/2014
Complementares
404
-903
3.715
Internação
4.618
LEITOS HOSPITALARES
Fontes: Portal da Transparência do Distrito Federal, Tabnet/Datasus e Relatório Anual de Gestão 2016 da SES-DF.
saúde pública do DF A gestão tem priorizado o aspecto financeiro em prejuízo dos resultados na oferta de assistência à população. Nessa toada, o governo tem promovido uma evasão de profissionais da medicina; reduziu em quase um quarto o número de leitos nos hospitais públicos; e, no ano passado, permitiu a elevação do número de mortes nos hospitais em 18% em relação ao total de mortes ocorridos em 2014. Segundo dados disponíveis no Portal da Transparência do Distrito Federal, no mês de maio deste ano o Sistema Único de Saúde (SUS) contava com 406 menos postos de trabalho ocupados por médicos do que tinha em abril de 2014. Considerando-se que 342 têm duplo vínculo com a Secretaria de Estado de Saúde do DF, são 4.798 os médicos em atividade no serviço público de saúde local. No PLOA enviado à Câmara Legislativa, o governo teria autorização para suprir 437 postos de trabalho médico em 2018. A crescente falta de profissionais não se restringe à carreira médica. O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito
Federal, por exemplo, estima em mais de 1.300 o déficit de servidores públicos da área. Seguindo o crescente déficit de profissionais, foram fechados, entre dezembro de 2014 e maio deste ano, 1.414 leitos nas unidades públicas de saúde. O número representa quase um quarto dos 6.229 que eram oferecidas naquela época. Outro recorde negativo batido pelo governo Rollemberg foi no aumento das mortes nos hospitais. Em 2014, ocorreram 5.727; em 2016, foram 6.727. “Muitas das mortes ocorridas são evitáveis. A condução da Saúde como tem sido feita é responsável por elas. Os números mostram claramente que está em curso um processo de desmonte”, critica o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Gutemberg Fialho. A esperança é que os números não piorem ainda mais nos pouco mais de 400 dias que restam ao atual governo.
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Sindicais
Converte APS na mira do MPT O assédio moral no trabalho cometido pelo Secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e pelo governador Rollemberg no processo de mudanças impostas aos médicos da Atenção Primária do Distrito Federal foi tema de audiência do presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, e do vice, Carlos
Fernando, com o procurador do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT), Erlan José Peixoto do Prado, no dia 13 de junho. Entre outros pontos, Fialho destacou o corte de gratificações e as seguidas ameaças aos médicos que não aderiram ao programa.
Ações sindicais são referendadas Médicos de diversas especialidades lotados no Hospital de Base do Distrito Federal compareceram à reunião realizada no auditório do SindMédico-DF, em 20 de julho. O presidente do Sindicato, Gutemberg Fialho, o vice, Carlos Fernando, e os advogados Luiz Felipe Buaiz e Paulo Goyaz falaram das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADINs), sobre a Por-
taria 345/17, que abria prazo para “opção de cessão” ao Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), e sobre o Decreto 38.322/2017, que regulamenta a criação dele. Os médicos presentes referendaram as ações já tomadas e a continuidade da defesa dos profissionais lotados no Hospital de Base e da luta contra a efetivação da privatização
Notícias da FENAM e da CNM No dia 26 de junho, o ex-presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, assumiu a presidência da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Nessa mesma data, foi inaugurada a sede da Confederação Nacional dos Médicos (CNM), em Brasília. Gutemberg Fialho e Carlos Fernando fazem parte da primeira formação da diretoria da Confederação.
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A novela das horas extras continua No dia 22 de junho, o conselheiro do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), José Leite Saraiva, participou de reunião com o deputado Wellington Luiz, o secretário adjunto de Gestão em Saúde, Ismael Alexandrino, e outros representantes sindicais da Saúde do DF para tratar do pagamento das horas extras dos servidores que estão atrasadas. A SES afirma que o problema é da Secretaria de Fazenda e o SindMédico-DF mantém a recomendação para que os médicos evitem fazer horas extras.
SindMédico-DF promove ação solidária Na mesma semana em que o Distrito Federal registrou as temperaturas mais baixas do ano (com sensação térmica de 6ºC), o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, e o vice, Carlos Fernando, doaram cobertores ao abrigo de crianças sob medida protetiva Lar de São José, em Taguatinga. As mantas são fruto da arrecadação realizada no ano passado pelo SindMédico-DF, para pacientes psiquiátricos do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
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XI Prêmio
SindMédico Edição 2017
Está de volta e ainda mais elegante Prepare seu melhor terno e seu mais belo vestido: o Prêmio SindMédico, mais esperado evento médico de Brasília, está de volta, ainda mais elegante.
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11 de novembro às 22h Centro de Eventos Augusto Rodrigues dos Santos - Grande Oriente do Brasil Setor de Grandes Áreas Sul (SGAS) 913 - Brasília DF
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MATERNIDADE
Brasília
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Apoio Versão colorida
Jurídico
Golpe contra médicos pelo telefone Em razão destes profissionais trabalharem ou serem proprietários de consultórios particulares, estelionatários entram em contato, cobrando o pagamento por serviços não contratados. Mais comumente, os golpistas estão utilizando do nome d a Brasil Telecom para justificar a cobran-
CORTE DE INSALUBRIDADE EM REMOÇÕES Tem ocorrido suspensão do pagamento da Gratificação de Insalubridade de médicos movimentados dentro das próprias regionais de saúde. Em caso de remoção, deve-se apresentar imediatamente requisição administrativa ao departamento de RH e, caso haja atraso ou não seja paga, deve-se entrar em contato com o departamento jurídico do sindicato para que sejam adotadas as ações judiciais cabíveis.
Sindicato pede ao TCDF solução para GTIT O Sindicato dos Médicos do DF apresentou representação ao Tribunal de Contas do Distrito Federal contra a Secretaria de Saúde do DF, que suspendeu, mais uma vez, a concessão da Gratificação de Titulação a servidores que ingressaram no serviço público a partir de 2015. O desmando se baseia na decisão do próprio TCDF que mandou suspender a aplicação de artigos da Portaria
141/2017, que versam sobre a cumulatividade de gratificação por título e que determinavam prazo para recadastramento. “A Secretaria admite o pagamento da gratificação em percentual inferior ao que era aplicado antes da edição da portaria. Nada justifica que esse percentual, que é incontroverso, deixe de ser pago”, destaca o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.
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ça. Afirma-se que o não pagamento ensejará protesto, enquanto que o pagamento imediato é incentivado com descontos. Ainda que haja alguma possibilidade de existir dívida, ela pode estar prescrita. Não faça nenhum pagamento sem confirmar a existência do débito, muito menos se indicarem número de conta de pessoa física. Veja mais detalhes no site do sindicato.
Atraso no pagamento do adicional de trabalho noturno Antecipando-se a uma eventual confirmação dos boatos, a assessoria jurídica do SindMédico-DF está pronta para evitar na Justiça que o adicional de trabalho noturno passe a ser pago dois meses depois do mês de prestação de serviço. O presidente do Sindicato, Gutemberg Fialho, observa que não se pode deixar ocorrer com essa gratificação o que vem ocorrendo com as horas extras, cujo pagamento foi, primeiro postergado e depois passou a se acumular em atrasos cada vez maiores.
O “Converte APS” é alvo de representações Os cursos do “Converte” também foram objeto de representação do SindMédico-DF ao Ministério Público de Contas, ao Ministério P úblico do DF e ao MP do Trabalho, uma vez que a Secretaria de Saúde não deu resposta ao questionamento feito pelo Sindicato acerca dos conteúdos, grade horária e nomes dos instrutores. A portaria que estabeleceu as mudanças na atenção primária definiu diretrizes para a realização desses cursos, mas nem os parâmetros definidos na Portaria no 77/2017, considerados insuficientes, estão sendo cumpridos.
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Jurídico
Fique de olho nas novas ações judiciais Novas ações judiciais estão sendo propostas pela assessoria jurídica do SindMédico-DF em benefício dos médicos sindicalizados. Apresentamos nesta e na próxima edição da Revista Médico essas novas propostas. Os interessados em cada uma delas deverão procurar a secretaria do Departamento Jurídico do Sindicato para registar seu interesse. O contato pode ser feito pelo telefone 3244-1998 e pelo e-mail, juridico@sindmedico.com.br.
Reconhecimento de contribuição autônoma ao INSS entre 1980 e 1990 Com a criação do Regime Jurídico Único dos servidores civis da União (lei 8.112/90) toda contribuição feita ao Regime Geral da Previdência Social foi transposta para os Regimes Próprios (Iprev, no caso dos médicos que trabalham para o GDF). No entanto, a contribuição concomitante em atividade pública e privada permite a acumulação de benefícios, uma vez que são regimes diferentes. A ação visa ao reconhecimento das contribuições feitas entre 1980 e 1990 para aposentadoria pelo Regime Geral.
Integralidade e paridade da aposentadoria especial Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) reconhece que, o servidor público que opte pela aposentadoria especial tem direito de ver seus proventos calculados de acordo com a última remuneração e teria garantido os mesmos reajustes dos servidores da ativa. Assim sendo, a assessoria jurídica do SindMédico-DF vai propor ação para garantir integridade e paridade para aqueles servidores que ingressaram no serviço público até a data de publicação da Emenda Constitucional nº 41/2003.
Cumulação de gratificações de Insalubridade e Raio-X Reconhecimento da acumulação do adicional de insalubridade com a gratificação de Raio-X, que já foi reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em segundo momento, caso não seja entendido pela possibilidade de cumulação, a
tese buscaria a troca do adicional de insalubridade pela gratificação de Raio-X, visto que esta última se incorpora aos proventos de aposentadoria, ao passo que o adicional de insalubridade cessa com a aposentadoria do servidor.
Reformulação do cálculo do adicional de trabalho noturno O cálculo para o pagamento dos adicionais noturnos (referentes aos períodos de plantão entre 22h e 5h) deve ser realizado a
partir da remuneração integral do servidor e não apenas em razão do salário base, como está sendo feito atualmente. As diferenças salariais
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serão requeridas, computando-se os últimos cinco anos e o período correspondente ao transcurso do processo judicial.
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Regionais
Mapa do
caos
O desmonte no SUS-DF é uma realidade cada dia mais evidente: no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), servidores tiveram de usar durex no lugar do esparadrapo para prender a agulha do soro que ministrava a um paciente internado.
No início de julho, quando os termômetros de Brasília registraram as menores temperaturas do ano, pacientes internados no Hospital de Base ficaram mais de três dias sem água quente para o banho. O problema aconteceu, como sempre, por falta de pagamento à empresa prestadora do serviço, uma dívida de aproximadamente R$ 1,2 milhão.
HBDF O Núcleo de Bacteriologia do Laboratório Central do DF emitiu o Memorando 039/2017, em meados de julho, informando que deve suspender, por falta de reagente, a realização do teste para sífilis.
HRC
Exames para diagnosticar sífilis são suspensos
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Regionais
Está faltando até descarpack (recipiente para descarte de seringas e agulhas) nos hospitais de Samambaia, Brazlândia e Santa Maria. A denúncia foi feita por servidores à imprensa local. Parece que o governador do DF quer que os servidores lavem a roupa suja dos hospitais em casa. Literalmente! No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), a lavanderia ficou sem funcionar por 30 dias. A denúncia foi feita no fim de junho. Por conta da situação, as roupas sujas da unidade de saúde estavam sendo encaminhadas para outros hospitais da rede pública.
Falta até descarte para lixo hospitalar
Trinta produtos, entre medicamentos e itens fabricados pela empresa Vic Pharma Indústria e Comércio Ltda., proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), eram utilizados nas emergências e unidades de terapia intensiva (UTIs) do DF públicas do DF.
HRSM
Para GDF, vale até remédio proibido
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Regionais
Após aprovar IHBDF, GDF deixa Base e mais
dois hospitais sem água quente Em um dos invernos mais rigorosos do Distrito Federal nos últimos anos, com termômetros marcando 7º, três hospitais do DF ficaram sem água quente no fim de Junho: o Hospital de Base, de Sobradinho e de Planaltina. E a razão, claro, está relacionada a uma dívida do GDF de R$ 1,2 milhão com a empresa que opera e fornece óleo para as caldeiras das unidades. “Essa situação apenas expõe o que venho repetindo: falta gestão. Não é possível que um governo deixe faltar água quente nos hospitais da capital do Brasil”, afirma o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.
E por muito pouco os pacientes do Hospital Regional do Gama também não ficaram sem água. Para não entrar na lista, os servidores improvisaram com aquecedores elétricos.
Futuro da Sala Vermelha do HRGu é incerto A insegurança ronda os servidores do Hospital Regional do Guará (HRGu). Isso porque a Sala Vermelha do Hospital Regional do Guará (HRGu) foi desativada e “transferida” para o Hospital de Base (HBDF). Para os funcionários da unidade, trata-se de mais uma manobra do governo para tentar turbinar o Instituto Hospital de Base (IHBDF) e, assim, ter algum discurso para narrar nas próximas eleições. Ao todo, 26 profissionais da área de enfermagem do Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram realocados no HBDF. Alguns pacientes também foram transferidos para o hospital. Hoje, a Sala Vermelha do HRGu é responsável pela assistência de pacientes em estado gravíssimo das regiões de Vicente Pires, Candangolândia, Estrutural, Águas Claras, Núcleo Bandeirante, Cruzeiro e SIA. Com a mudança, o medo dos servidores é justamente que essas pessoas não consigam atendimento. Para onde irão?
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No entanto, com o discurso sempre pronto, o governo alega que “o atendimento de trauma, cardiovascular e cerebrovascular do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) foi reforçado” e a mudança, assegura, “não traz nenhum prejuízo à população”. Ou seja, parece que essa é mais uma daquelas ações do GDF do tipo “esperar para ver o que acontece”. Contudo, fica o alerta: é melhor não esperar por bons resultados.
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SindMĂŠdico-DF
Política
Agradecimento
aos amigos da Saúde O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, o vice, Carlos Fernando, e a diretora de Imprensa e Divulgação, Adriana Graziano, receberam, no dia 4 de agosto, deputados distritais e assessores em um jantar de agradecimento por defenderem a da saúde pública do Distrito Federal ao votar contra a privatização do Hospital de Base.
Wellington Luiz, Cláudio Abrantes, Chico Vigilante e Israel Batista compareceram. Bispo Renato Andrade, Celina Leão, Chico Leite, Raimundo Ribeiro, Ricardo Vale e Wasny de Roure não puderam comparecer, mas enviaram representantes. Todos reafirmaram o compromisso com a saúde pública do Distrito Federal.
Intervenção branca na SES-DF A Secretaria de Saúde do DF é mais eficiente em gastar os recursos existentes com a própria gestão do que com a área assistencial. Isso se vê no dia a dia e no Relatório Anual de Gestão (RAG) do ano passado. Nem por isso apareceu notícia de au-
mento na eficiência. Assim foi criado o Escritório Setorial de Gestão de Projetos e Processos, um braço do secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, para monitorar os processos que tramitam na pasta.
André Borges/Ag. Brasília
Trocando em miúdos, o objetivo é empurrar a criação do Instituto Hospital de Base e a reformulação da Atenção Primária para garantir votos para uma eventual reeleição do governador Rodrigo Rollemberg em 2018. O que continua fora do foco na disputa entre os gestores é assistência à população na ponta do atendimento.
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EM BAIXA: O Conselho de Saúde do Distrito Federal fez representação ao Ministério Público Federal, pedindo autonomia orçamentária à SES-DF, que está sob tutela do secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e da secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos. A pergunta que não quer calar é: se nem o governo confia no secretário Humberto Fonseca para cuidar do cofre da Saúde, porque alguém mais deveria confiar?
Política
Orçamento mais pobre... Os deputados distritais apresentaram 212 emendas ao Projeto de Diretrizes Orçamentárias de 2018. Considerando apenas os órgãos da administração submetidos ao Tesouro do DF, o projeto prevê
que as despesas com pessoal e encargos sociais corresponderão, em 2018, a R$ 15,03 bilhões. Apesar dos aumentos de impostos, a projeção da arrecadação própria é menor do que foi a deste ano. Segundo a
Secretária de Fazenda, ela “pode ser alterada diante do cenário econômico e político”. Foi prevista a contratação de 1.676 servidores para a pasta da Saúde. Destas vagas, 447 destinam-se a médicos.
...e mais obscuro Pouco se falou sobre o que o governador vetou no texto aprovado pelos deputados distritais. O deputado distrital criticou o veto à emenda que impunha mecanismo de transparência nas contas das empresas públicas do DF – incoe-
rente para quem tanto fala que valoriza a transparência. Mas os vetos vão mais além. O governador baniu o parágrafo 7º do Art. 49, que previa: “Serão computados como ‘Outras Despesas de Pessoal’ os valores repassados para organizações
da sociedade civil, relativos à contratação de mão de obra por tais entidades para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos em mútua cooperação com o Poder Público.”
O truque do desaparecimento O dia 3 de agosto foi marcado por protestos de médicos em todo o País contra o ministro Ricardo Barros, o qual diz que médico não trabalha, paciente imagina doença e câncer se cura com placebo e fé. Em Brasília, houve ato público em frente ao Ministério, evento no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados. Depois dessas atividades, o “homenageado” recebeu lideranças do movimento no auditório do MS, tentou justificar a injustificável frase do “faz de conta que trabalha”, fez ouvidos moucos às reclamações, pediu um intervalo para gravar uma entrevista... e, dado como é a referências ao que é fantástico, sumiu num passe de mágica. Não voltou ao auditório, mas para desagrado geral, o sumiço não foi permanente.
“
“
Direto ao ponto
O meu desejo é morar na cidade da propaganda do Rollemberg. Deputado federal Alberto Fraga
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Frase pinçada de entrevista concedida pelo parlamentar ao blogueiro Fred Lima.
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Política Por meio de uma Nota de Repúdio publicada no jornal Correio Braziliense do dia 6 de julho, o presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho, respondeu às agressões feitas pelo governador Rodrigo Rollemberg contra os representantes dos servidores públicos do Distrito Federal. Veja a íntegra da publicação.
Brasília, quinta-feira, 6 de julho de 2017
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Nota de Esclarecimento
Subiu no Palanque e esqueceu de governar As recentes declarações do governador Rodrigo Rollemberg sobre o que ele pensa a respeito dos sindicatos dos servidores da Saúde Pública do Distrito Federal revelam a visão de alguém que teve uma vida fácil, ganhou tudo de mão beijada e não fez esforço sequer para se submeter a um concurso público para conseguir um emprego no Senado Federal. Nisso a trajetória do governador é oposta à dos sindicalistas que tanto critica. Eles são concursados, constroem uma trajetória e reputação profissional e são eleitos pelos seus pares em função dessa reputação. Sindicalistas trabalham em prol de numerosas categorias profissionais e com proveito à sociedade por lutar por melhorias no serviço público. Trabalham muito, tanto que incomodam o governador. Não carregam a fama de preguiçosos. A postura agressiva e os ataques do governador aos trabalhadores do Estado são parte do que justifica a crítica dos sindicatos em relação à atual gestão. Não há respeito às leis e acordos trabalhistas e as condições para desempenho das atividades são cada dia piores. Nunca se teve que recorrer tanto à Justiça por questões que deveriam ser resolvidas na esfera administrativa, caso não estivesse em curso uma política de perseguição e desvalorização do trabalhador. O atual governo tem repetido erros como o loteamento de cargos para fins eleitorais e feito malabarismos questionáveis na aplicação de recursos públicos. Colocou em risco a saúde financeira do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal e, com isso, Brasília pode ser privada de repasses de verbas federais. O governo Rollemberg também
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não garante condições para funcionamento adequado da Saúde, da Segurança, da Educação e de diversas outras áreas do serviço público. Na saúde, por exemplo, vemos crescer assustadoramente o número de mortes que ocorrem nos hospitais, como se uma catástrofe ou uma epidemia tivesse ocorrido em Brasília. Depois de anos na casa de 5,7 mil óbitos anuais, em 2016 chegamos a 6,7 mil. Os trabalhadores são os mesmos, os sindicatos são os mesmos e a rede pública de saúde é a mesma. O que mudou foi o governante e o secretário de Saúde nomeado por ele. E são estes últimos os responsáveis pelo caos instalado. Estamos perdendo trabalhadores e vidas para que o governador tenha a expectativa de ganhar uma eleição ou de justificar o fracasso de sua administração. Em ano pré-eleitoral, sem ter executado o que era promessa de campanha, o governador resolveu subir novamente no palanque para fazer a única coisa que sabe: campanha. Elegeu os trabalhadores e suas entidades representativas como alvo de seus discursos porque não tem nenhuma realização a apresentar. Ao contrário do que faz com a Saúde, não economiza dinheiro público quando o assunto é propaganda fantasiosa de seu governo e difamação dos sindicatos para jogar a população contra os servidores públicos. Se tivesse apostado em trabalho em vez de discurso, talvez não precisasse procurar um bode expiatório para sua gestão desastrosa.
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Água, luz e plano de saúde de qualidade: não dá para ficar sem. Você sabe, ter plano de saúde nos dias de hoje é item de primeira necessidade: não dá para ficar sem. Por isso, a Qualicorp e o SINDMÉDICO-DF oferecem excelentes opções em condições imperdíveis para você, médico.
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Crônica
COISAS DO BRASIL
NORDESTE Por Dr. Evaldo Alves de Oliveira – Pediatra
No Nordeste, a crendice popular é recheada de superstições, estórias de bicho-papão, papafigo, aves misteriosas e seus (en)cantos. No folclore mais pé no chão, lembro de três elementos que conheci na infância, o último de ouvir falar: a lenda da cruviana, a serração da velha e a incelença. Desde criança sabíamos que a cruviana se materializava como um vento noturno, que vazava das frestas do tempo, trazendo consigo uma aura de mistério e uma vaga sensação de um frio que corria fino pelo corpo, como uma pizza metafísica meio mágica meio mística. Quando pequenos, nas noites de cruviana, um som agudo, fininho, tipo assobio, fazia com que nos encurvássemos ainda mais em nossas redes brancas com cheirinho de quarador. A serração da velha acontecia normalmente em noites escuras. No Brasil, surgiu no Nordeste no final do século XIX – segundo Câ-
mara Cascudo – , como parte do calendário religioso da Quaresma. De acordo com o folclorista, um grupo serrava uma tábua, aos gritos estridentes e prantos intermináveis, fingindo serrar uma velha, lamentando-se através de um berreiro ensurdecedor. Na cidade em que fui criança – nas noites de serração – , logo depois que a usina elétrica desligava seus motores, gemidos agourentos surgiam em um crescente, e o som grosseiro de um serrote começava a ser ouvido, acompanhado de um alarido de velório. Então, versos vazavam pela noite: – Serra o pau e toca o sino. Serra a cacunda do véio Virgino. Era comum que alguém aparecesse à janela, proferisse algumas palavras plenas de desrespeito e atirasse o conteúdo de um penico sobre o grupo, que respondia com mais gritaria, confusão, xingamentos, excomungos e correria.
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A incelença consta de cânticos lamuriosos, com augúrios e bendizenças, sempre acompanhados de versos de improviso. A melodia é triste; algo assim: Uma incelença de Nosso Sinhô... Veste esta mortalha, foi Deus quem mandou. E todos repetiam a mesma frase, em uma ladainha que parecia obedecer a uma melodia, qual um cordel religioso. Em seguida, algo assim: Ó meu pai, vou pro céu, doze anjins vão me levando. De tudo eu vou me esquecendo, só de Deus vou me lembrando. A certa altura uma cantoria diferente poderia ser ouvida: Pelas sete marteladas que Cristo levou na cruz... Cruviana, serração, incelença. Coisas do Brasil Nordeste.
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