Médico
Ano XXI - Nº 130 Março/Abril 2019 Tiragem: 12 mil exemplares Distribuição gratuita e dirigida
A grande jogada do presente e um fracasso do passado
Editorial
Expediente Presidente: Dr. Gutemberg Fialho Vice-presidente: Dr. Carlos Fernando da Silva Secretário-geral: Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso 2º Secretário: Dr. Ronaldo Mafia Cuenca Tesoureiro: Dr. Luis Sales Santos Diretor Jurídico: Dr. Antonio José Francisco Pereira dos Santos Diretor de Ação Social: Dr. Eloadir David Galvão Diretor de Relações Intersindicais: Dr. Augusto Dê Marco Martins Diretor de Assuntos Acadêmicos: Dr. Jair Evangelista da Rocha Diretora de Imprensa e Divulgação: Dra. Adriana D. Graziano Diretora de Cultura: Dra. Lílian Suzany Pereira Lauton Diretor de Medicina Privada: Dr. Francisco Diogo Rios Mendes Diretores adjuntos: Dr. Antônio Evanildo Alves Dr. Antônio Geraldo da Silva Dr. Baelon Pereira Alves Dr. Bruno Vilalva Mestrinho Dr. Cezar de Alencar Novais Neves Dr. Filipe Lacerda de Vasconcelos Dr. Flávio Hayato Ejima Dr. Gustavo Carvalho Diniz Dr. Paulo Roberto Maranhas Meyer Dr. Ricardo Barbosa Alves Dr. Tiago Neiva Conselho Fiscal: Dr. Cantídio Lima Vieira Dr. Francisco da Silva Leal Júnior Dra. Josenice de Araujo Silva Gomes Dr. Jomar Amorim Fernandes Dr. Regis Sales de Azevedo Revista Médico Conselho Editorial: Dra. Adriana Graziano Dr. Carlos Fernando Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso Dr. Gutemberg Textos: Carla Rodrigues e Nicolas Bonvakiades Fotografia: José Roberto da Câmara Belmont Direção de arte e editoração: Luís Henrique Medeiros Fale com a redação: imprensa@sindmedico.com.br +55 (61) 3244-1998 Contato comercial: Rogério Mendes +55 (61) 3244-1998 gerencia@sindmedico.com.br Tiragem: 12.000 exemplares Ed. Centro Clínico Metrópolis SGAS 607, Cobertura 01 CEP: 70200-670 Tel.: +55 (61) 3244-1998 sindmedico@sindmedico.com.br www.sindmedico.com.br
Desafios exigem ações firmes para superá-los Dr. Gutemberg presidente do SindMédico-DF
O ano começou sob o signo dos desafios para o sindicalismo brasileiro. Os presságios apontam para a necessidade de articulação, mobilização e busca de alternativas para superá-las, algo que redobra o ânimo do SindMédico-DF para fortalecer ainda mais a unidade dos médicos na luta pela garantia dos direitos da categoria. O momento é de coesão e ações consistentes para reverter as adversidades que se apresentam.
contestada e revertida na Justiça por ser totalmente inconstitucional. O objetivo dessa determinação é um só: sufocar os sindicatos financeiramente e inviabilizar suas atividades.
A tentativa de desmonte da estrutura sindical brasileira começou no governo Temer, com a aprovação da reforma trabalhista, com o pretexto de flexibilizar as relações entre empregados e empregadores. Agora, entre outras ações, no dia 1º de março deste ano, o atual governo aprofundou mais a estratégia de aniquilamento do sindicalismo ao editar a Medida Provisória nº 873.
Esse cenário de precarização das relações de trabalho e dos direitos previdenciários é agravado no DF pela intenção do atual governo de seguir privatizando a rede pública.
A MP nº 873 não só tornou a contribuição/imposto sindical opcional, como impôs uma série de obstáculos à atividade sindical. Tal ação, inclusive, já está sendo
Não bastasse isso, ainda temos que enfrentar a reforma da Previdência, que também visa a retirar direitos dos trabalhadores – entre eles os médicos –, desta vez a pretexto de equilibrar as contas públicas.
Diante disso, o SindMédico reforça sua disposição para lutar não só pela manutenção dos direitos trabalhistas e previdenciários da categoria, mas também para impedir o esfacelamento do sistema público de saúde no DF. O momento é de coesão e ações consistentes para reverter adversidades que se apresentam. Não negligenciaremos nossa missão.
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Sumário
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Destaque Antes de normatizar a Telemedicina, é preciso ampliar o debate
RECADASTRAMENTO
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Sindicais Recadastramento de servidores ativos do DF tem nova data para início
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Política Frente Parlamentar da Medicina (FPMed) se consolida após eleições
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ENTREVISTA
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REGIONAIS
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A advogada Thaís Riedel fala sobre a Reforma da Previdência e suas implicações na aposentadoria dos médicos
Hospital de Brazlândia: em visita, SindMédico-DF registra cenário de caos na unidade CAPA Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGEDF) traz à tona um modelo que, no passado, não deu certo
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JURÍDICO
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ACONTECEU
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CRÔNICA
SindMédico-DF quer alterações, por meio de emendas, na proposta de Reforma da Previdência
Sírio-Libanês inaugura nova unidade em Brasília
Dr. Evaldo conta a história dos falcões de Praga
I Seminário SindMédico Perspectivas para o exercício da atividade médica no Brasil Te m a s : A atividade médica no cenário da indústria da saúde no Brasil; Remuneração médica na medicina suplementar;
A participação do médico na política; O médico e o burnout: uma nova abordagem a um velho problema.
A c ada s e m a n a d e m a i o um n ovo a s s un to. ! ATENÇÃO
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m: e o ã ç i r c s n i a u s a ç ario a n f i e m e s i s Saiba ma e d i c o . c o m . b r / ndm www.si
Entrevista
Entenda a reforma da previdência
Vice-presidente da Comissão Nacional de Direito Previdenciário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, presidente da Comissão de Seguridade Social da OAB/DF, professora de Direito do Trabalho e Previdenciário do UniCeub, sócia da Advocacia Riedel e autora do livro O Direito Previdenciário e o Princípio da Vedação do Retrocesso(LTR, 2013), a advogada Thaís Maria Riedel de Resende Zuba comenta o texto da Proposta de Emenda à Constituição 6/2019, a PEC da Reforma da Previdência. Segundo a especialista, além de muito ampla e de reflexos muito significativos, o texto atual tira do âmbito constitucional a maior parte dos direitos previdenciários e cria muita insegurança jurídica.
Thaís Maria Riedel de Resende Zuba é especialista em Direito Previdenciário
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Entrevista com a advogada Thaís Riedel Revista Médico – A reforma da Previdência é realmente necessária no atual cenário econômico do país? Thaís Riedel – A previdência é uma política pública de proteção ao cidadão em face aos riscos sociais (morte, idade avançada, invalidez, acidente, maternidade, etc) que retiram, definitivamente ou temporariamente, a sua capacidade de trabalho e, consequentemente, o salário para seu sustento. Seguindo modelos internacionais, o Brasil cria o Sistema de Seguridade Social na Constituição de 1988, para alcançar justiça social e bem-estar para sua população. Foi criado, então, um orçamento específico da Seguridade Social, financiado por vários tributos e por toda a sociedade, solidarizando o risco entre todos. Embora muito avançado,esse mecanismo tem tido vários problemas de gestão, aliado ao aumento da expectativa de vida do brasileiro em conjunto com a diminuição da natalidade, que justificam a necessidade de reformas estruturais. Os aspectos
envolvendo esses riscos mudam, o que justifica mudanças na legislação para adequação dos novos cenários. Entretanto, há de se ter o cuidado para que, em nome de um ajuste fiscal, acabarmos por“deformar” ao invés de “reformar” a Previdência. Revista Médico – Qual é a sua avaliação sobre o longo texto da reforma enviado pelo Executivo ao Congresso? Thaís Riedel – É uma reforma muito ampla e significativa. Além de inserir temas que não se relacionam diretamente com a Previdência, a PEC 6/2019 desconstitucionaliza a maior parte dos direitos previdenciários, deixando para uma lei complementar futura regulamentar o que se tem chamado de “Nova Previdência”. Assim, se cria um texto transitório, o qual traz alterações significativas nas regras atuais, tanto no que tange ao custeio do sistema previdenciário quanto em relação aos requisitos para se ter direito aos benefícios e, principalmente, quanto aos cálcu-
los deles. Esse novo mecanismo gera muita insegurança jurídica, porque tudo o que for discutido agora, ao deixar de ter o status constitucional, poderá ser novamente alterado muito mais facilmente através de projeto de lei e não mais através de emenda constitucional. Pelo texto transitório se observa claramente que já estão preparando o território para mudanças futuras ainda mais substanciais, como a capitalização obrigatória da Previdência Social. Certamente virão novas mudanças em breve. Revista Médico – Como a reforma afetará a vida dos médicos? Thaís Riedel – A reforma da previdência atingirá todos os médicos, tanto os que trabalham na iniciativa privada, quanto aos que são servidores públicos, e até mesmo os aposentados e pensionistas. Isto porque, embora esteja garantido o direito adquirido para quem já cumpriu os requisitos anteriores às mudanças das regras, o texto transitório cria a possibilidade de novos patamares
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Entrevista
contributivos, a depender da faixa salarial, seja através de contribuição ordinária escalonada quanto pela possibilidade de criação de contribuição extraordinária, inclusive para os aposentados e pensionistas. Para aqueles que têm apenas expectativa de direitos, as novas regras são bem mais duras, com requisitos mais difíceis de alcançar e com o cálculo muito pior. Revista Médico – E como ficam as regras para quem trabalha na iniciativa privada e no serviço público? Thaís Riedel – As novas regras no Regime Geral de Previdência Social para aposentadoria voluntária serão: idade mínima de 65 anos para homens e 62 para as mulheres; tempo de contribuição de 25 anos e cálculo proporcional ao tempo trabalhado, em que será feita uma média aritmética de todo o período contributivo, a partir de 1994, sobre a qual incidirá uma alíquota de 2% por ano de contribuição que supere 20 anos de contribuição – ou seja, só aposentará com 100% quem contribuir por 40 anos. Para os servidores públicos, os requisitos e cálculo serão os mesmos, incluindo ainda a obrigatoriedade de 10 anos no serviço público e cinco no cargo. Existem regras de transição para o Regime Geral, com idades mínimas e pontuação que vão aumentando ao longo dos anos e no Regime Próprio são extintas as atuais regras de transição da EC41/2003 e EC47/2005 e criadas novas regras. Só terão direito à paridade e integralidade os servidores públicos que entraram antes de 2003 e que alcançarem a nova idade mínima. Importante destacar que essas idades mínimas poderão ser alteradas conforme um “gatilho”, a ser definido em lei, que automaticamente as aumentará,
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conforme aumento da expectativa de vida atestada pelo IBGE. Esse mecanismo, caso implementado, gera muita insegurança jurídica, porque nunca se poderá saber qual idade efetivamente se dará a aposentadoria. Revista Médico – A aposentadoria especial por insalubridade vai acabar? Thaís Riedel – Não. A aposentadoria especial continua possível, mas o texto transitório traz novos requisitos: 60 anos para ambos os sexos, 25 anos de contribuição e exposição, 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo em que se der a aposentadoria. Como regra de transição, para quem já esteja contribuindo para o sistema, o texto propõe: somatório de idade e tempo de contribuição equivalente a oitenta e seis pontos para ambos os sexos, 25 anos de contribuição e exposição, 20 anos no serviço público e 5 anos no cargo em que se der a aposentadoria. Em 2020 a pontuação aumenta um ponto a cada ano até chegar a 99 pontos e 25 anos de efetiva exposição. Em relação ao cálculo, a regra nova será: 60% da média aritmética simples de todo o período contributivo a partir de 1994 ou da data de início de contribuição, se posterior, acrescido de 2% por ano que passe 20 anos de contribuição e o reajuste do provento será anual. Integralidade e paridade apenas para quem entrou antes de 2003 e chegar aos 60 anos de idade. Revista Médico – Quem está próximo de se aposentar pela idade será atingido pela reforma? Thaís Riedel – Quem não tem os requisitos para se aposentar antes da mudança será atingido, pois entende-se que há apenas expectativa de direito. O texto da PEC deixa muito claro que a concessão de aposentadoria de quem já é segurado do
sistema, e de pensão por morte aos dependentes do segurado falecido será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos para obtenção desses benefícios até a data de promulgação da Emenda. Revista Médico – De que forma a reforma da Previdência pode atingir os médicos já aposentados? Thaís Riedel –A PEC inclui no texto constitucional a determinação da instituição de contribuições ordinárias e extraordinárias a serem cobradas dos servidores aposentados e pensionistas. A contribuição poderá ter alíquotas progressivas ou escalonadas, de acordo com o valor da base de contribuição do benefício recebido. Essa contribuição incidirá, em relação aos aposentados e pensionistas, sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. O texto de transição, que valerá enquanto não vier a futura lei complementar da Reforma da Previdência, já cria faixas contributivas que vão de 7,5% a 22% da remuneração do servidor. Também poderá ser estendida os aposentados e pensionistas eventual contribuição extraordinária estabelecida para cobrir déficits atuariais comprovados. Revista Médico – O sistema de capitalização seria implementado a partir da aprovação dessa PEC? Thaís Riedel – A PEC sugere a inclusão de artigos no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, trazendo parâmetros para esse futuro sistema de capitalização a ser implementado alternativamente ao Regime Geral de Previdência Social e aos Regimes Próprios de Previdência Social dos servidores públicos: capitalização em regime de contribuição
Entrevista
definida; garantia de piso básico não inferior ao salário mínimo por meio de um fundo solidário; gestão das reservas por entidades públicas e privadas (destaca-se!!!); livre escolha da entidade gestora; impenhorabilidade; impossibilidade de uso compulsório dos recursos por parte do governo; possibilidade de contribuições patronais e do trabalhador.
... a verdadeira reforma ainda está por vir, e será feita num quórum de lei complementar e não mais de emenda constitucional.
Esse novo regime capitalizado atenderá, na forma de lei complementar futura, os seguintes riscos: benefício programado de idade avançada; benefícios não programados com garantidas as coberturas mínimas para maternidade, incapacidade temporária ou permanente e morte; e benefício de risco de longevidade do beneficiário. Portanto, a PEC não detalha como será esse sistema capitalizado. Apenas constitucionaliza e traz alguns parâmetros para a possibilidade sua de criação futura. Isso traz uma insegurança jurídica tamanha, pois estaremos abrindo mão de direitos hoje garantidos por uma previdência pública pela constituição; para um modelo futuro no escuro, já que não temos ainda o texto da futura lei complementar. Revista Médico – O sistema de capitalização, como afirma o governo, é, de fato, uma solução para a Previdência? Thaís Riedel – Penso que o sistema capitalizado serve muito bem quando se propõe a ser um sistema complementar de previdência social. Mas não como sistema básico. Isso porque, atuarialmente, o custo da proteção aos riscos sempre se dilui no grupo; ao passo que na poupança individual, mesmo com a contribuição do empregador, não há a mesma solidariedade do risco.
Normalmente os países possibilitam um sistema misto em que há uma previdência básica, pública e solidária; e outra complementar, privada e capitalizada. Penso que devemos prosseguir evoluindo esse modelo, fazendo os ajustes necessários para que ele consiga efetivamente proteger a população. Temos que avançar e não retroceder. Revista Médico – O texto da reforma como proposto pelo governo é um retrocesso? Thaís Riedel – Acredito que a população deve ser esclarecida do que está sendo proposto nessa Reforma. Isto porque ela desconstrói o modelo atual de proteção social, com base solidária e com proteção constitucional; para um modelo de capitalização individual a ser regulamentado por lei infraconstitucional. Assim, a verdadeira reforma ainda está por vir, e será feita num quórum de lei complementar e não mais de emenda constitucional. Diferentemente do que se tem publicitado na mídia, essa reforma atinge também os mais pobres e não apenas os supostos “privilegiados”. Ela altera, além dos requisitos dos benefícios, a sua forma de cálculo de forma drástica, sem fazer a devida distinção entre os benefícios programados e não programados, o que resulta em perdas substanciais nos valores dos proventos e aposentadorias e, principalmente, nas pensões. Se o governo estiver aberto para um debate franco com a população, aceitando as sugestões de melhoria do texto apresentado, alguns efeitos poderão ser amenizados. A saída, como sempre, é o diálogo e a atuação junto aos parlamentares para se ter avanços e não permitir retrocessos.
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Regionais
HRT
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Centro obstétrico do
HRT está sobrecarregado A Portaria 1.321, que a partir de 18/12 mudou vinculações de partos e nascimentos aos hospitais de referência, aumentou a demanda no Hospital Regional de Taguatinga com pacientes vindas de Águas Lindas. Em denúncia durante visita do SindMédico-DF à unidade, entre os dias 19 e 31 do último mês do ano passado, de 125 partos realizados em Taguatinga, 65 eram de residentes de Águas Lindas. A diretoria do sindicato pretende deve se reunir com médicos, a direção do hospital e a superintendente regional para discutir a situação.
Entenda
O HRT deveria dividir com o Hospital Universitário de Brasília (HUB) as pacientes com 37 semanas de gestação. Mas, até pela questão da distância e outros problemas de gestão, o HRT é que tem acolhido essas mulheres, o que dobrou a demanda de uma hora para a outra sem adequação do número de profissionais.
Princípio de
incêndio no HRT
HRT
O princípio de incêndio no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no dia 24 de janeiro, expôs a situação de negligência e falta de investimentos na infraestrutura de prédios da rede pública. Por conta do incidente, atendimentos foram cancelados. Segundo funcionários, o problema é resultado de fiações antigas, que não são trocadas há 35 anos.
Insegurança no HRG
HRg
Em 17 de janeiro, um vigilante do Hospital Regional do Gama (HRG) foi ferido após três homens tentarem roubar a arma dele. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os suspeitos entraram no hospital e, com uma faca, renderam o vigilante. No ano passado, em abril, um vigilante foi baleado no HRG: ele tentou barrar a entrada de um adolescente na unidade.
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Abandono e caos no Hospital de Brazlândia
SindMédico apresentou denúncia à Corregedoria da PM por gravações distribuídas em redes sociais, com acusações inverídicas a médicos e outros servidores. Uma das mais antigas do DF, a unidade de saúde passa por dificuldades
Uma criança internada, em um corredor, junto a adultos. Uma sala de isolamento, sem isolamento, e um paciente com suspeita de meningite em meio a outros. Paredes descascando, pessoas deitadas em “leitos” improvisados, até no chão. Estruturas com infiltrações, baratas e formigas dentro de consultórios e, do lado de fora, a angústia de quem precisa de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse, hoje, é o retrato do Hospital Regional de Brazlândia. O déficit de profissionais, como médicos, por exemplo, se soma à lista de problemas que parecem ser ignorados por sucessivos governos. Em visita ao local, no dia 21 de abril, o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg, e o vice, Carlos Fernando, registraram in loco, o caos e o abandono no hospital, que possui mais de 40 anos. Segundo relatos, costumeiramente, os plantões contam com apenas um médico ou, no máximo, dois médicos frente à emergência. Isso acontece tanto no pronto-socorro quanto em outras áreas, como a ginecologia, a pediatria e até a cirurgia. Para ler a matéria completa, passe leitor de QR Code do seu celular no código abaixo:
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Destaque
NORMATIZAÇÃO DA TELEMEDICINA EXIGE DIÁLOGO E TRANSPARÊNCIA O
ficialmente revogada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a Resolução 2.227/2018 é exemplo de que, com união, é possível, sim, mudar os rumos da Medicina no Brasil. Além do SindMédico-DF, que chegou a fazer uma pesquisa com seus sindicalizados sobre a regra, diversas outras instituições país afora se colocaram contrários à norma. E, vale lembrar, isso não significa dizer “não” à evolução da área. Pelo contrário: o que as entidades se recusaram a aceitar foi a ausência de diálogo. “O problema com a Resolução 2.227/2018 é exatamente o mesmo de vários outros que nos colocamos
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frontalmente contrários: a falta de debates”, aponta o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg. Assim como outras instituições, o SindMédico-DF foi pego de surpresa com a publicação da norma. E, considerando-se o risco de autorizar procedimentos de alta complexidade via computadores, sem respaldo jurídico objetivo e em um país que não consegue sanar nem as necessidades básicas dentro de hospitais públicos, uma surpresa nada agradável, diga-se de passagem. “No Distrito Federal, por exemplo, durante todo o governo passado, encontrar unidades de Saúde com telefone e internet era uma missão
quase impossível. E, dentro desse e outros contextos parecidos ou piores, fica a dúvida: como a Telemedicina funcionará?”, questiona Dr. Gutemberg. Após a revogação da norma, a Telemedicina continua subordinada aos termos da resolução 1.643/2002, do CFM, que não permite teleconsulta, telediagnóstico, telecirurgia, teletriagem, telemonitoramento nem teleconferência de ato cirúrgico. “O que continua sendo permitido, sim, é continuarmos em busca de avanços que somam ao bom exercício da Medicina”, aponta o vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando.
Destaque
Entenda O Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu, no dia de 22 de fevereiro, revogar a resolução 2.227/2018, que regulamentaria a prática da Telemedicina. Antes disso, no início do mesmo mês, a norma havia sido publicada sem qualquer tipo de diálogo, nem com os Conselhos Regionais de Medicina. A decisão do CFM está publicada no site do Conselho. Em sua justificativa, a autarquia afirma que voltou atrás em resposta ao “alto número de propostas encaminhadas
pelos médicos brasileiros para alteração dos termos da Resolução CFM nº 2.227/2018, que define critérios para prática da telemedicina no País”. Aqui no DF, além da pesquisa, o SindMédico-DF participou do debate, promovido na AMBr, sobre o tema. Na ocasião, em 20 de fevereiro, instituições médicas de diversos locais do Brasil estiveram reunidas e decidiram, por unanimidade, que a resolução do CFM deveria ser revogada.
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Capa
Instituto : re e diç ão de u ma e m janeiro, a Câmara Legislativa aprovou o projeto de lei do governo que expande a gestão privada do Hospital de Base ao Hospital Regional de Santa Maria e às seis Unidades de Ponto Atendimento do Distrito Federal. Para esse fim, o Instituto Hospital de Base se torna Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (IGEDF).
A Câmara Legislativa aprovou uma proposta sem lastro em avaliação técnica, sem a discussão obrigatória pelo Conselho de Saúde do Distrito Federal, sem parecer da Procuradoria Geral do DF, oposição dos órgãos de controle e outros problemas graves. Os argumentos para a aprovação foram rasos: “um dia eu fui lá e vi”; “eu falei
com fulano e beltrano”; “do jeito que está não dá para ficar”; e até “eu sei porque moro ao lado de um hospital”.
O que se coloca como uma grande novidade e “novo modelo” de gestão da saúde pública não é tão novo assim. Os precedentes históricos como os contratos com o Instituto Candango de Solidariedade, Instituto Zerbini, Cruz
Oposição
dos órgãos de controle e entidades
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Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPCDF) encaminharam ao presidente da Câmara Legislativa, deputado Rafael Prudente, uma nota técnica conjunta na qual se manifestam pela retirada da pauta de votação do PL n° 01/2019, que propõe a terceirização da rede pública de saúde do Distrito Federal. Na hipótese de a retirada ser impossível, a recomendação é a rejeição integral do texto do governo. O documento lista irregularidades diversas quanto ao modelo de serviço social autônomo, inconstitucionalidades e inconsistências na exposição de motivos feita pelo secretário Osnei Okumoto, que já enviou três textos diferentes do projeto para a Câmara Legislativa em menos de uma semana. O Conselho de Saúde do Distrito Federal (CSDF), que deveria ter sido ouvida tanto pela Secretaria de Estado de Saúde quanto pela Câmara Legislativa rejeitou a expansão do
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modelo do instituto e aprovou uma resolução em que rejeita a lei que institui o IGESDF, determinando a judicialização da lei recém-aprovada, e criar uma comissão no CSDF para construir uma proposta de organização da atenção terciária nos moldes do que aconteceu com a atenção primária e atenção secundária, por meio das resoluções nº 465 e 505. Uma segunda resolução definiu a criação de Grupo de Trabalho para acompanhar a execução das ações realizadas pelo IHB. A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal divulgou nota em que criticava a aprovação do projeto de forma tão açodada e sem discussão com a sociedade. “... É imprescindível que o Governo do Distrito Federal demonstre os impactos financeiros que o projeto de lei poderá desencadear, além dos indicadores de saúde que fundamentariam a ampliação do modelo de gestão do IHB para as já citadas instituições da Secretaria de Saúde do Distrito Federal”, registrou a Ordem.
Capa
e c e rt o
ideia q ue nu n ca d u Vermelha e Real sociedade Espanhola de Beneficência atendiam aos mesmos objetivos de contratar profissionais da saúde sem concurso público, fazer compras sem licitação e subcontratar serviços de terceiros.
cia por descontinuidade e por desvio de recursos que poderiam ter sido investidos diretamente na melhoria do SUS”, aponta o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Dr. Gutemberg.
“Todas essas situações são alvos de ações judiciais que se arrastam há décadas, causaram prejuízo à assistên-
De toda a experiência de gestão terceirizada da saúde público do distrito federal, o único exemplo positivo
Tramitação aos trancos e barrancos
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oram apresentadas oito emendas ao projeto, em primeiro turno, mas duas delas, de autoria do deputado Rodrigo Delmasso, foram retiradas. Entre as emendas aprovadas, estão as que retiram do texto o HMIB e o HRT. Outra emenda aprovada determina que o relatório e o plano de trabalho do IGESDF sejam disponibilizados nos sites da entidade e da Secretaria de Saúde, bem como o relatório mensal das atividades, com receitas, despesas, contratos, termos aditivos e documentos fiscais. Modificação também incluída no projeto prevê que o nome do diretor presidente do novo Instituto tenha que passar pela
foi o Hospital da Criança de Brasília, construído pela Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace), que entregou a unidade ao governo do Distrito Federal. Nunca antes e nunca depois houve um terceiro interessado fazendo esse tipo de aporte à estrutura pública da saúde do DF.
aprovação da Câmara Legislativa, inclusive nos casos de recondução. Outra inclusão aprovada mantém o nome das unidades de saúde, com a inclusão da sigla IGESDF. As demais são apenas correção de texto. Na análise em segundo turno, os deputados apresentaram outras 34 emendas modificativas ao projeto, mas somente duas delas foram aprovadas e incorporadas ao texto. A emenda nº 32, de vários deputados, aprovada pela Câmara, estabelece que o servidor estatutário que for cedido ao IGESDF não sofrerá alteração na sua carga horária de trabalho, salvo a pedido do próprio servidor. Já a emenda nº 31, dos deputados Arlete Sampaio, Fábio Felix, Chico Vigilante, Julia Lucy, Prof. Reginaldo Veras e Leandro Grass, também aprovada, prevê que o Instituto envie à Câmara, anualmente, relatório circunstanciado com informações detalhadas para avaliação do alcance das metas e finalidades.
Privatização da gestão da Saúde do DF CONTRA
A FAV O R
Arlete Sampaio (PT) Chico Vigilante (PT) Fábio Felix (PSol) João Cardoso (Avante) Jorge Vianna (Podemos) Júlia Lucy (Novo) Leandro Grass (Rede) Prof. Reginaldo Veras (PDT)
Cláudio Abrantes (PDT); Daniel Donizet (PRP); Eduardo Pedrosa (PTC); Hermeto (PHS); Iolando Almeida (PSC); Jaqueline Silva (PTB); José Gomes (PSB); Martins Machado (PRB); Rafael Prudente (MDB); Reginaldo Sardinha (Avante); Robério Negreiros (PSD); Roosevelt Vilela (PSB); Telma Rufino (Pros) e Valdelino Barcelos (PP)
Ausentes: Agaciel Maia (PR) e Rodrigo Delmasso (PRB). Março
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Jurídico
SindMédico quer emendas na reforma da Previdência
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equipe jurídica do SindMédico-DF está estudando os efeitos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019 (que propõe nova mudança no sistema previdenciário do País) sobre os médicos que atuam tanto no serviço púbico quanto na iniciativa privada. Quem acompanha de perto o trabalho da equipe são o presidente, Dr. Gutemberg, e o vicepresidente, Carlos Fernando.
deve reivindicar alterações por meio de emendas às quais serão levadas à Frente Parlamentar da Medicina, para serem propostas ao atual projeto.
A equipe de advogados do SindMédico listou os principais tópicos para os quais o sindicato
• Manutenção da conversão do tempo de trabalho em atividades insalubres e perigosas;
• Retirada da idade mínima para as aposentadorias especiais por atividade insalubre e periculosidade • Alteração nas regras de cálculo das aposentadorias por invalidez e pensão por morte;
Judicialização cresce mais na Saúde
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studo elaborado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) para o Conselho Nacional de Justiça No Brasil e divulgado em março mostra que o número de processos judiciais no segmento da Saúde cresceu 130% entre 2008 e 2017 enquanto o crescimento geral foi da ordem de 50%. A pesquisa identificou 498.715 processos de primeira instância e 277.411 de segunda instância. Os principais assuntos discutidos nos processos em primeira instância são
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“Plano de Saúde” (34,05%), “Seguro” (23,77%), “Saúde” (13,23%) e “Tratamento Médico-Hospitalar e/ou Fornecimento de Medicamentos” (8,76%). Temas como fornecimento de medicamentos, aponta o levantamento, são mais frequentes no sistema público. Na saúde suplementar, a incidência maior envolve questões como dietas, insumos ou materiais, leitos e procedimentos. Órteses e próteses são citados em mais de 108 mil decisões de tutela antecipada em uma amostra de 188 mil.
• As regras de cálculo do Regime Geral de Previdência (celetistas) não podem ser as mesmas para o Regime Próprio de Previdência (estatutários); • Manutenção da média de 100% na aposentadoria especial, sem redutor; • Garantia de piso igual ao salário mínimo para todos os aposentados e pensionistas; • Manutenção de integridade e paridade.
Atenção, médicos que ingressaram no GDF até 1993 Existem mais de 400 médicos que ingressaram no serviço público do Distrito Federal até dezembro de 1993. Tendo completado 25 anos de trabalho e preenchendo os requisitos legais, mesmo não tendo interesse de pedir aposentadoria especial, esses profissionais podem ter direito a pedir o Abono Permanência. O Abono Permanência corresponde ao valor da contribuição previdenciária de 11% descontada nos contracheques mensalmente. Decisões judiciais já têm garantido o ganho a vários servidores da Saúde sem nenhum prejuízo posterior, no momento da aposentadoria. Os interessados devem entrar em contato com a secretaria do Departamento Jurídico do Sindicato.
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Sindicais
SindMédico e peritos vão ao Ministério da Economia
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vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando, acompanhou, uma equipe de médicos que atuam na perícia médica dos servidores públicos federais, em reunião com o Diretor do Departamento de Relações de Trabalho no Serviço Público (DERET/SGP) do Ministério da Economia, Cleber Izzo, e o chefe da Coordenação Geral de Negociação Sindical no Serviço Pú-
blico, José Borges de Carvalho Filho, no dia 13 de março. O assunto em pauta foi o enquadramento dos médicos que atuam na atividade pericial
Expansão do IHB é o assunto da primeira TV SindMédico deste ano A TV SindMédico está de volta! Em sua primeira edição de 2019, a entrevistada foi a presidente do Sindicato dos Odontologistas do Distrito Federal (SODF), Jeovânia Rodrigues, e o Dr. Gutemberg. O tema foi a expansão do IHB para outras unidades de Saúde do DF. Passe o leitor de QR CODE no código eo lado e confira! Não esqueça: a TV SindMédico ocorre todas às terças-feiras, às 20h, ao vivo pelo Facebook do SindMédico-DF (https://pt-br.facebook.com/Sindmedico).
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dos servidores públicos da União no quadro da Carreira de Perito Médico Federal, criada pela MP 871, de 18 de janeiro deste ano.
Confira a primeira edição da TV SindMédico de 2019:
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Sindicais
SUBSTITUTIVO DE PL 2179/18 É TEMA DE REUNIÃO No dia 21 de fevereiro, foi debatido na Câmara Legislativa, com representantes de várias categorias, o substitutivo do Projeto de Lei 2179/2018, que regulamenta funções de docência e preceptoria na SES-DF. O vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando, participou da reunião. Da forma como foi enviada à CLDF, em dezembro do ano passado, a proposta reduziria gratificações e criaria, entre outros obstácu-
los, problemas para a participação de profissionais da Saúde nos programas de residência. Atualmente, esses programas possuem aproximadamente 1,5 mil pessoas em treinamento para, mais adiante, fomentarem o atendimento à população. “Se o que foi discutido para a modificação do PL substitutivo for
acatado, certamente isso evitará transtorno à população e aos servidores”, avalia Carlos Fernando.
Recadastramento de servidores ativos começa no
SEGUNDO SEMESTRE DESTE ANO RECADASTRAMENTO
O Governo do Distrito Federal (GDF) adiou, pela segunda vez, o recadastramento de servidores ativos. A atualização dos dados deveria começar, segundo a Portaria 575/18, em março. No entanto, por motivos técnicos, a data foi alterada para o segundo semestre deste ano, sem dia/mês definido ainda. A atualização atende a uma recomendação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). O último recadastramento ocorreu em 2011.
APOSENTADOS E PENSIONISTAS Para os aposentados e pensionistas, a data de recadastramento continua igual a previsão do GDF: desde janeiro deste ano. Para mais detalhes, acesse:
www.sindmedico.com.br
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Política
Novos nomes e menos deputados médicos
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as eleições de 2018, 43 médicos alcançaram cargos no Legislativo Federal. Dos 513 deputados eleitos, 36 são médicos – superados em número por profissionais ligados ao direito, empresários, professores, administradores e jornalistas. No Senado Federal, os médicos ocupam sete das 81 cadeiras. O número de médicos no Senado se manteve o mesmo, mas houve renovação de cinco. A bancada de deputados encolheu, com oito representantes a menos – inclusive o atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que não disputou a reeleição.
Passo a passo da FPMed e do IBDM
A
primeira medida tomada pelos parlamentares e pelas entidades médicas foi fazer uma pesquisa sobre os projetos de lei que interessam aos médicos para pedir o seu desarquivamento. Também está sendo organizada uma reunião do IBDM para discutir os projetos de lei de interesse da categoria, com a participação do presidente da Frente e dos parlamentares que serão convidados para nela ingressar.
Cleia Viana / Câmara dos Deputados .
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Também presente no encontro, o ministro Luiz Henrique Mandetta falou da sua sensibilidade diante dos temas como o combate à corrupção, a defesa do papel dos médicos brasileiros e da importância de se garantir condições de trabalho para esses profissionais, a defesa da Residência Médica e a suspensão da abertura de novas escolas médicas, entre outras questões. Ele ressaltou o seu compromisso com as causas da categoria e sua história de vida vinculada às bandeiras pelo movimento médico. “A FPMed e o IBDM estão tendo um papel muito importante também no projeto de unidade das entidades médicas e na disseminação da cultura do exercício político entre as especialidades”, destaca o vicepresidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando.
FRENTE PARLAMENTAR DA MEDICINA SE CONSOLIDA Apesar da redução do número de médicos na atual legislatura, a Frente Parlamentar da Medicina (FPMed) continua firme e forte. Segundo informou o atual presidente da Frente, o deputado Híran Gonçalves (PP-RR), na solenidade de pré-lançamento realizada no dia 13 de fevereiro pelo Instituto Brasil de Medicina (IBDM), na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr). Hiran Gonçalves informou que colheu as assinaturas de apoio dos deputados que demonstraram interesse em participar da Frente Parlamentar, já tendo conseguido o número necessário. A Frente Parlamentar já conta com o engajamento de 198 deputados e 12 senadores – praticamente consolidada tanto do ponto de vista político quanto regimental. “Como sempre ressaltamos, as grandes decisões, que dizem respeito diretamente aos direitos e garantias dos médicos, acontecem no palco político. A FPMed é indispensável para pautarmos as nossas demandas no Congresso Nacional”, afirma o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg. Veja as fotos do evento:
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Política
Carreira médica e distritos sanitários
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ma das principais bandeiras de luta da Frente Parlamentar é a Carreira Médica de Estado, a ser defendida no Congresso Nacional, a partir da revisão do modelo do programa Mais Médicos. A Carreira, que consta do plano de governo do presidente Jair Bolsonaro, tem sido objeto de reuniões das entidades médicas nacionais com o Ministério da Saúde (MS). Em reunião com um grupo de líderes empresariais no Rio de Janeiro, em 27 de fevereiro, Mandetta afirmou que equipes do MS estudam a criação de uma proposta em harmonia com o ordenamento jurídico
POLÊMICA DA TELEMEDICINA VIRA ASSUNTO NO SENADO
do País e orientado para a Atenção Básica à Saúde (Atenção Primária à Saúde), com foco nos municípios com maior fragilidade. Isso se daria, segundo o ministro em um novo cenário organizacional, com agrupamento dos municípios em distritos sanitários nos quais alguns serviços seriam compartilhados, para reduzir as desigualdades regionais no acesso à saúde. “Não queremos uma carreira estática, porque a pessoa não se motiva. Queremos ver um caminho que seja desafiador ao profissional”, afirmou Mandetta à Folha de São Paulo.
A edição da Resolução 2.227/18 pelo Conselho Federal de Medicina, que propunha uma regulamentação da Telemedicina gerou polêmica e centenas de sugestões de alteração. O assunto recebeu atenção também do Senado Federal, onde o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) – que é médico com especialização em cirurgia geral, urologia, medicina do trabalho e saúde pública – solicitou a realização de audiência pública, após a qual a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) enviaria suas conclusões ao CFM, para ser incluída na reavaliação do texto. Dr. Gutemberg foi ouvido pela TV Senado, à qual listou críticas à resolução revogada. Confira a matéria sobre a realização da audiência da CAS: https://youtu.be/yqQGfl3lfMw
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Política
bastidores da política Trabalhamos e temos direito à prosperidade
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necessidade periódica de revisão nas regras previdenciária é inconteste entre políticos, economistas e cientistas sociais. A formatação dessas reformas, no entanto, está muito longe de ser consenso. A que está sendo analisada pelo Congresso Nacional, então, é uma inequação de polêmica, discórdia e desconfiança – em especial porque, pelo texto sugerido, futuras alterações podem ser feitas por meio de lei infraconstitucional. Na esteira de declarações feitas por parlamentares não faltam os que atribuem culpa do desequilíbrio do sistema previdenciário aos servidores públicos. O líder do partido do presidente no Senado, Major Olímpio, chegou a dizer, em debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que “o caminho da satanização do serviço público, é o grande caminho para a reprovação do projeto da Previdência”. A mistificação no atual processo de revisão da Previdência é péssima para o País e só é incentivada por grupos com interesses que não são o da maioria. A genuína discussão sobre combate a privilégios de alguns seguimentos da população, apontam os especialistas, passa necessaria-
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mente por outra reforma: a tributária. Por si só, a Reforma da Previdência, dizem os papas das ciências sociais, não vai resolver nem o problema de caixa do governo. Paulo Guedes, ministro da Economia brasileiro, defende a mudança do sistema solidário para o sistema capitalizado na Previdência Social do País, como foi feito no Chile na década de 1980, no Chile. O economista Andras Uthoff, da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do Chile, que não comunga da mesma corrente ideológica de Guedes, aponta que prometeram à época que o sistema garantiria um retorno de 70% dos salários médios das contribuições. Quarenta anos depois, a primeira leva de aposentados nesse sistema está recebendo 35% da renda média mensal que tinha quando estava na ativa.
Se a perspectiva de aumento da idade já inspira comentários de que boa parte da população nunca vai se aposentar, essa expectativa de empobrecimento, especialmente na classe média, é mais uma indicação de que vamos precisar continuar tendo atividade econômica produtiva de alguma natureza mesmo que consigamos chegar à idade para receber rendimentos de aposentadoria. Estamos de olho. Queremos uma Previdência sustentável, mas não abdicamos da expectativa de uma velhice com segurança, dignidade e prosperidade.
Qual seria o impacto disso no sistema de saúde? Os aposentados e pensionistas não conseguiriam pagar plano de saúde O sistema público conseguiria absorver essa demanda? E qual seria o impacto desse empobrecimento na economia do país, com a perda de poder de consumo?
Carlos Fernando, Vice-presidente do SindMédico-DF
Médico especialista, uma relação de confiança
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE BRASÍLIA LANÇA PORTAL E-ESPECIALISTA A Associação Médica de Brasília (AMBr) nas comemorações dos 60 anos, lança o portal de busca www.e-especialista.org.br, que já está no ar. A ferramenta é uma possibilidade de maior aproximação da população dos seus médicos, assegurando as especialidades anunciadas, com a chancela da AMBr. COMO FUNCIONA? No portal constarão todas as informações importantes do médico, entre as quais: nome completo, nome social, número do CRM, especialidade (s) com o número do Registro de Qualificação de Especialidade – RQE, endereço do atendimento, número de telefone do consultório e os convênios aceitos. PRIMEIRO PASSO: Ao acessar pela primeira vez, o médico fará o login com o seu CPF e a senha será o CPF+CRM, tudo junto. Em seguida, será solicitado a alteração da senha e a colocação do seu e-mail para confirmação.
Já no portal, o médico verá seu nome no topo da página. Na barra abaixo constarão os seguintes ícones: Cadastro, biblioteca virtual de saúde, publicações da AMBr, legislação e ontologia da Especialidade Médica. Entrando no cadastro, o próprio médico pode inserir ou deletar: Contatos, endereços, foto, convênios e alterar a senha. É importante frisar que nenhum dado profissional inserido no portal poderá ser modificado pelo médico ou visitante do portal. A população poderá buscar no www.e-especialista.org.br digitando o nome do médico médi ou especialidade ou CRM. Acesse e venha fazer parte da família AMBr. Médicos não associados poderão associar-se através do próprio portal.
Aconteceu
SindMédico-DF @sindmedico
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Nova diretoria da SBEM-DF toma posse
SindMédico ganha obra de Gustavo Arantes
Agora presidida por João Lindolfo Borges, a SBEM-DF realizou coquetel de confraternização e apresentação da nova diretoria para o biênio 2019-2020, na Casa da Madeira, na Associação Médica de Brasília (AMBr), no dia 16 de fevereiro. Convidados para prestigiar o evento, o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg, e o vice, Carlos Fernando, foram à posse e desejam uma excelente gestão aos novos diretores da instituição.
Desde que se aposentou, o ex-vice-presidente do SindMédico-DF, Gustavo Arantes, vem se dedicando com afinco à arte. Já expôs suas obras em diversos espaços culturais de renome da cidade. No mês de março ele presenteou o Sindicato com uma de suas obras, que está exposta em local de destaque da recepção da entidade.
16 fevereiro 2019
março 2019
SindMédico-DF @sindmedico
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AMBr completa 60 anos No dia 6 de fevereiro, a Associação Médica de Brasília (AMBr) completou 60 anos. Para comemorar a data, a diretoria da instituição realizou vários eventos, começando por uma sessão solene da qual a diretora de imprensa do SindMédico-DF, Adriana Graziano, participou. Já no sábado, dia 9 de fevereiro, foi a vez do Baile de Gala, também em homenagem à data. O presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg, o vice, Carlos Fernando, e Adriana Graziano prestigiaram a festa.
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Dr. Gutemberg participou, no dia 26 de fevereiro, de deliberação sobre os novos patronos da Academia de Medicina de Brasília e da homenagem póstuma aos acadêmicos eméritos André Esteves e Oscar Mendes Morém, representados no evento, que ocorreu no auditório do Sindicato, por seus familiares. No dia 12 de março, a AMeB deu posse a cinco novos acadêmicos: Antoinette Oliveira Blackman, Florêncio Figueiredo Cavalcante, Francileide Paes da Silva, e João Batista Monteiro Tarja e o diretor de Medicina Suplementar do SindMédico-DF, Francisco Diogo Rios Mendes (foto). No mesmo evento, os doutores Paulo Andrade de Mello, Renato Maia Guimarães e Rosely Cerqueira de Oliveira receberam a medalha Grandes Médicos de Brasília. fevereiro e março 2019
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Posse e homenagens da AMeB
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Aconteceu
SindMédico-DF @sindmedico
SBOT-DF tem nova diretoria O SindMédico-DF participou da solenidade de posse da nova diretoria da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) do Distrito Federal, no dia 22 de fevereiro. O presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg, e o vice, Carlos Fernando, desejam sucesso à gestão do biênio 2019-2020, que, agora, tem como presidente o Dr. José Humberto Borges. 22 fevereiro 2019
SindMédico-DF @sindmedico
Antônio Geraldo recebe homenagem da República de Cuba
O diretor-adjunto do SindMédico-DF, Antônio Geraldo, recebeu, em março deste ano, o título de Membro Honorário da Sociedade Cubana de Psiquiatria: uma homenagem e reconhecimento inéditos a um brasileiro. Parabéns. março 2019
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Diagnóstico por imagem no Sabin
O presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg, e o vice, Carlos Fernando, visitaram, em 21 de fevereiro, a nova unidade do Sabin, da Asa Norte, no Edifício Veja. O local é o primeiro da América Latina a utilizar Magnetom Vida: aparelho de ressonância magnética que traduz resultados em cuidados clínicos. A equipe médica e técnica é conduzida pelo médico radiologista Marcelo Canuto, que recebeu os representantes do sindicato para apresentar o espaço. 21 fevereiro 2019
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Grupo Anna Nery comemora crescimento O Grupo Anna Nery comemorou o aumento da participação no mercado de assistência à saúde no DF com a inauguração do Hospital Albert Sabin, na 608 Norte. A unidade oferece atendimento em 20 especialidades clínicas, diagnóstico por imagem, laboratório, centro nefrológico e salas de cirurgia em uma área construída de 6,8 mil m2. Idealizador do empreendimento, Dr. Celso do Amaral Mello Neto, recebeu o presidente e o vice-presidente do SindMédico, Dr. Gutemberg e Carlos Fernando, na festa de inauguração, no dia 18/02.
Sírio-Libanês inaugura nova unidade
A qualidade do corpo clínico de Brasília trouxe à capital uma nova unidade do Hospital Sírio-Libanês. Com 144 leitos, dos quais 30 de UTI, a inauguração do espaço ocorreu no dia 14 de fevereiro. O presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg e o vice, Carlos Fernando, estiveram no evento. 14 fevereiro 2019
18 fevereiro 2019
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Crônica
OS FALCÕES DE PRAGA Evaldo Alves de Oliveira Médico Pediatra
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isitando as praças de algumas grandes cidades da Europa, algo me chamou a atenção. Estátuas de bronze são protegidas por uma rede de arame de média ou fina trama. E fica a pergunta: por quê? Logo pensamos na questão da segurança. Seria para evitar que sejam furtadas? Para afastar os pichadores, pensei. Somente em Praga, a bela capital da República Tcheca, consegui uma resposta a essa indagação. Em Praga não há redes de proteção sobre as estátuas, percebi logo na chegada. Conhecida como a cidade das 100 torres, Praga é uma cidade cheia de mistérios, onde trabalharam alguns alquimistas, além de ser a terra de Franz Kafka, autor de A Metamorfose. No centro de Praga fica o Relógio Astronômico, construído em 1490. Conta-se que o relojoeiro-mestre, Hanus, teve seus olhos perfurados logo que terminou a execução da obra, para que ele não a recriasse em
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qualquer outro lugar. Em cada hora cheia, a figura da Morte (o esqueleto) puxa a corda e tem inicio um desfile dos 11 apóstolos. No final da apresentação, o galo canta e o relógio bate a hora. A prefeitura de Praga utiliza falcões para fazer um controle da população de pombos na cidade. Quando percebem que essas aves estão causando algum problema à população ou ao patrimônio histórico, simplesmente são acionados falcões caçadores que imediatamente solucionam essa questão, e a população de pombos da cidade fica sob controle. A arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina para fins de caça chama-se falcoaria ou cetraria. A caça de aves e pequenos quadrúpedes com a utilização de falcões existe há seis mil anos. Os falcões perseguem uma presa no ar ou no solo até derrubá-la ou matá-la. Os pombos podem causar problemas para a saúde humana. A
forma mais comum de infecções causadas pelos pombos é pelas vias respiratórias, através da inalação das fezes secas depositadas nos mais variados lugares, como em carros, pisos, janelas e calçadas. A criptococose é a principal doença transmitida pelos pombos. A pessoa se infecta pela inalação de fungos presentes nas fezes deste animal, e ataca os pulmões, podendo chegar ao sistema nervoso central. Outra doença comum é a histoplasmose, transmitida pelos fungos das fezes dos pombos. Ela origina uma micose muito profunda, que chega a afetar os órgãos internos do ser humano. Se em dado momento, caminhando por Praga, você perceber um falcão passando apressado, em voo eletrizante entre as torres da cidade, tranquilize-se. Trata-se de um servidor público trabalhando. Praga, também cidade dos pombos, digo, dos falcões.
CLIDIP
@_clidip
@clidip
Sabe aquele paciente que precisa de tratamento medicamentoso mas dispensa internação?
ELE PRECISA DE HOSPITAL-DIA.
O médico prescreve e nós cuidamos do paciente com segurança, desde a liberação junto ao convênio até a aplicação da medicação.
Dra. Eliana Bicudo Responsável Técninca CRM DF 6162
710|910 Sul, Centro Clínico Via Brasil, Sala 536 | 61 3442-8186 | www.clidip.com.br