28 e 29/03/2015
)
EDITORIAL
N
ovamente, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal cumpriu com o seu papel de levar e discutir com a
classe médica as políticas de saúde para Brasília, nas
proximidades de um pleito eleitoral. A cada quatro anos,
a nossa entidade aperfeiçoa sua fórmula, para sempre provocar em quem deseja comandar os destinos da capital do país, externando
Evoluindo
a cada eleição
sobre as plataformas de todos esses, para o nosso setor.
Nesta eleição, todos os candidatos ao governo do DF foram
convidados a debater com os médicos, na sede do sindicato, sobre o
que pretendiam fazer para resgatar a Saúde do DF. Um processo mais interativo e provocativo, onde cada colega da plateia pode perguntar diretamente aos postulantes do GDF, sobre os mais diversos assuntos e temas que envolvem o segmento.
Mais do que isso, o sindicato promoveu a iniciativa proposta
pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), de incentivar que médicos elegessem colegas comprometidos com a classe para assumir
cadeiras nos parlamentos de Norte a Sul do Brasil. Afinal, é nas câma-
ras estaduais, Distrital e no Congresso Nacional que são formuladas, debatidas e aprovadas leis que interferem diretamente na nossa vida
profissional, onde se faz necessária a presença de parlamentares que defendam e promovam as bandeiras da classe médica.
Esse é um esforço crescente que visa, a cada novo pleito, aperfei-
çoar a capacidade da categoria em se organizar e se mobilizar, para ocupar os espaços onde os embates são de fato realizados. A participação na vida política é uma necessidade. Seja ela no plano federal ou no plano doméstico, onde estão as assembleias legislativas, estamos aprendendo o que
diversas outras categorias já sabem e praticam bem: ter voz e voto onde
um projeto pode trazer danos ou benefícios, ao ser transformado em lei. Ainda é muito comum ouvirmos médicos que afirmam não gos-
tar de se envolver com política, por associá-la sempre a coisas negativas.
Porém, é nela que os assuntos positivos e necessários são discutidos e
formulados. Para aqueles que se enaltecem por se comportar assim, existe um pensamento de um famoso teatrólogo, Bertoldo Brecht, que trata dessa postura, nominada como Analfabeto Político. A saber:
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. É uma questão muito simples, se faltarmos ao debate sobre as
coisas que nos são relevantes, aqueles que não se importam conosco ou não gostam de nós estarão lá para devolver nossa ausência sob a forma de problema. Nossa instituição está atenta e vai continuar fortemente
neste processo de aprendizado contínuo, para que, a cada eleição, os resultados das urnas possam ser mais favoráveis do que desfavoráveis.
Edição nº 106
3
Revista
Sumário Presidente
Dr. Marcos Gutemberg Fialho da Costa
Vice presidente
Dr. Carlos Fernando da Silva
Secretário Geral
Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso
2º Secretário
Dr. Ronaldo Mafia Cuenca
Tesoureiro
Dr. Gil Fábio de Oliveira Freitas
2º Tesoureiro
Dr. Luís Sales Santos
Diretor Jurídico
Dr. Antônio José Francisco P. dos Santos
Diretor de Inativos Dr. Francisco José Rossi
Diretor de Ação Social Dr. Eloadir David Galvão
Diretor de Relações Intersindicais Dr. Augusto de Marco Martins
Diretor de Assuntos Acadêmicos Dr. Jair Evangelista da Rocha
Diretora de Imprensa e Divulgação Drª. Adriana Domingues Graziano
18
6 Entrevista
Etelvino Trindade, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)
capa
O voto da classe médica e a representação no Parlamento
Diretora Cultural
Drª. Lilian Suzany Pereira Lauton
Diretor de Medicina Privada Dr. Francisco Diogo Rios Mendes
Diretores Adjuntos
Dr. Antônio Evanildo Alves Dr. Antônio Geraldo da Silva Dr. Baelon Pereira Alves Dr. Bruno Vilalva Mestrinho Dr. Cezar de Alencar Novais Neves Dr. Filipe Lacerda de Vasconcelos Dr. Flávio Hayato Ejima Dr. Gustavo Carvalho Diniz Dr. Paulo Roberto Maranhas Meyer Dr. Ricardo Barbosa Alves Dr. Tiago Sousa Neiva
8
aconteceu Notícias da comunidade médica e especial do Dia do Médico
Prêm io si n dm édico 12
Conselho Fiscal
Dr. Cantidio Lima Vieira Dr. Francisco da Silva Leal Júnior Drª. Josenice de Araujo Silva Gomes Dr. Jomar Amorim Fernandes Dr. Regis Sales de Azevedo
22
Veja tudo o que aconteceu no maior evento médico da cidade
si n dicais Todos os lances da crise na saúde pública do DF
Conselho Editorial Drª. Adriana Graziano Dr. Gil Fábio Freitas Dr. Gutemberg Fialho
regionais 26
Editor Executivo
Alexandre Bandeira - RP: DF 01679 JP
Produção de conteúdos Azimute Comunicação
Diagramação e Capa Strattegia/DSG
28
Vida M édica Os embalos dos anos 80 e 90 na visão dos médicos
Diretores do SindMédico continuam as vistas às unidades de saúde
Projeto Gráfico e Editoração Strattegia/DSG
Gráfica
Gráfica Movimento - (61) 3248-2771
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Tiragem
12.000 Exemplares
SindMédico-DF
Centro Clínico Metrópolis SGAS 607, Cobertura 01, CEP: 70200 - 670 Tel.: (61) 3244-1998 Fax.: (61) 3244-7772 sindmedico@sindmedico.com.br www.sindmedico.com.br Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
5 Opi n ião
21 Estratégia
30 Literárias
Opi n ião
Lilian Suzany Lauton*
Pequenas
deslealdades
F
altam medicamentos e reagentes para vários tipos de
qualquer outro compromisso com os médicos e mesmo com as
cias não diminuem; a sobrecarga de trabalho aumen-
se tudo se resumisse à questão dos salários defasados. Como se
exames nas unidades de saúde; as filas nas emergêntou porque a população cresceu, mas o número de
profissionais da saúde – médicos e de outras carreiras – con-
tinua insuficiente. As manchetes não são do começo de 2011,
outras categorias que fecharam acordo ao mesmo tempo. Como não houvesse compromisso e expectativa de toda a classe médica no serviço público com a recuperação da saúde pública do DF.
Pela falta de vontade política de fazer as contratações ne-
são de novembro de 2014.
cessárias para adequar o quadro permanente de profissionais,
mentar que foram realizadas reformas em unidades de saúde,
junção 836, que garante aos médicos a conversão de tempo de
Não necessariamente em contraponto, pode-se argu-
que foram construídas novas Unidades de Pronto Atendimento,
Clínicas da Família, Unidades Básicas de Saúde, centros de aten-
não eliminou as terceirizações; não cumpriu o Mandado de Intrabalho em condições insalubres em tempo comum.
A atenção básica não cresceu a contento; as contratações
ção psicossocial e que foram adquiridos novos equipamentos e
temporárias se tornaram automáticas e até viraram estatística
equipamentos, bem como reposição e modernização devam ser
tro anos – entre contratações reais e renovações temporárias,
mobiliário. Não que a realização de manutenção predial e de considerados mais do que procedimentos de rotina.
Observando pouco mais fundo a questão do desconten-
tamento com o desempenho da atual gestão na saúde – e, sob o
positiva nos discursos – cinco mil médicos contratados em qua-
não existe um médico a mais nas trincheiras da assistência à saúde da população.
Mais do que deixar de dar solução a problemas antigos,
ponto de vista de quem vive na ponta da assistência –, o governo
novos passivos com os trabalhadores foram criados: a perda de
com as entidades médicas.
Forponto é um exemplo. O caos nas emergências dos hospitais
fracassou ou deixou de cumprir vários outros compromissos feitos
Nos momentos de maior crise, os gestores da saúde não
hesitaram em colocar o médico como alvo do descontentamento
popular em função de desacertos e incapacidade administrativa.
saldo de banco de horas que passou a ocorrer após a adoção do
agora se estende às UPAs que, na maioria, se tornaram “puxadinhos” dos Prontos-Socorros que já existiam.
Em que pese o fato de o gestor ter que priorizar as ações
Apesar de acordo firmado em 2010, não se moveu uma palha
para atingir os resultados planejados, nada justifica fazê-lo ao
pela aprovação da Lei do Ato Médico, tampouco pela criação da
as ações para sustentar o serviço público de saúde. Não foi só
pela mobilização da bancada brasiliense no Congresso Nacional Carreira Médica de Estado.
O atual governo demorou dois anos para receber o Sindi-
cato dos Médicos do Distrito Federal para, efetivamente, negociar
a reformulação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). E, depois dele, só realizou concurso público – indispensável para a
reposição e aumento do quadro de médicos – em plena campanha eleitoral, sem mostrar real determinação para fazer contra-
custo do sacrifício de quem, aos trancos e barrancos, executou o que se deixou de fazer o que indispôs médicos e demais profissionais do serviço público com o atual governo. As pequenas deslealdades, as pequenas mentiras começaram cedo a corroer
as bases de uma relação que renderia bons frutos para a gestão, para os servidores e para toda a sociedade. Que esse erro sirva de alerta para os próximos governantes.
tações ainda neste mandato.
Ao liberar o novo PCCS – que não foi concedido, foi con-
quistado – o governo agiu como se estivesse desobrigado de
*Lilian é gastroenterologista, diretora Cultural do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
Edição nº 106
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Entrevista
Etelvino Trindade, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)
Descaso do Estado é desumanidade e violência
Nesta entrevista exclusiva à Revista Médico, o ginecologista obstetra Etelvino Trindade, fala sobre a projeção que a ginecologia e obstetrícia ganhou no cenário mundial, sobre os problemas que os especialistas dessas áreas enfrentam no âmbito do Sistema Único de Saúde e na medicina suplementar. Ao abordar o tema da violência obstétrica, o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Febrasgo, chama a atenção para as condições subumanas de atendimento nos hospitais públicos do país.
Revista Médico – Como a Febrasgo se coloca no con-
texto das entidades médicas brasileiras?
Etelvino Trindade – Nós somos a segunda maior associa-
ção de médicos - a gente fala como associação, mas somos uma federação. Representamos um quadro associativo pagante com
aproximadamente 16,5 mil associados. Nos anos em que temos congresso brasileiro, e ano que vem haverá um aqui em Brasília,
esse número pode atingir 18 mil. Um levantamento realizado e publicado pelo Conselho Federal de Medicina diz que nós somos
24 mil ginecologistas obstetras no Brasil. No entanto, devemos ter cerca de 36 mil médicos que exercem ginecologia e obstetrícia,
pois há cidades menores onde o clínico faz parto e o cirurgião faz cesarianas. Esse pessoal também tem que ter um aperfeiçoamento. A Febrasgo se preocupa com isso: que os colegas sejam bem orientados e façam uma medicina de nível superior.
Revista Médico – A Febrasgo tem uma interação inter-
nacional bastante relevante. O senhor pode comentar isso?
Etelvino Trindade – Sem dúvida, a Febrasgo tem uma
pujança grande. Até pelo número de médicos que temos, conseguimos ter uma projeção fora do país. Integramos a Federação
Internacional de Ginecologista e Obstetrícia (Figo), sediada em Londres. Temos representatividade bastante grande nela. Temos
um número de delegados comparável ao dos maiores países do mundo. Então, temos direito a cinco votos, que é o mesmo número
6
Revista Médico
de votos que têm os Estados Unidos e a China, por exemplo, e assento no grupo diretivo da Federação. Temos mais quatro cadeiras
de áreas técnicas. O último presidente da Federação Latinoameri-
cana das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Flasog) foi um
brasileiro. Nós somos ouvidos porque temos conteúdos científicos
desenvolvidos no Brasil, que circulam o mundo, principalmente a
América Latina. No congresso internacional realizado em Roma, tivemos programação específica para falar da ginecologia e obstetrícia brasileira. No próximo, que será realizado no Canadá, voltaremos a ter um painel brasileiro.
Revista Médico – Existem contenciosos entre os
especialistas da ginecologia e obstetrícia em relação a
órgãos reguladores da saúde no governo. No âmbito do SUS qual é o problema?
Etelvino Trindade – Grande parte da medicina brasileira
é feita pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e tem ações que são muito pertinentes à ginecologia, tal seja o nascer. A mulher, ao
dar à luz, na maioria das vezes, está associada a um médico. O problema que vemos hoje é que o Brasil tem perdido leitos hospi-
talares e tem perdido leitos de maternidade, seja no SUS, seja na medicina suplementar e na medicina privada. Essa perda de leitos
cria uma dificuldade que acaba caindo sobre os médicos. Os gestores, para não assumir a própria inépcia, terminam apontando o médico como o ator e autor das desditas da saúde brasileira. Não
há os insumos necessários e parece que não existe uma vontade
é o médico explicar para paciente que ele não estará disponível
um bem para o povo de modo geral.
das diante do hospital e do plano de saúde.
muito forte dos nossos gestores de que a saúde seja incluída como
Revista Médico - Na saúde suplementar também exis-
tem questões pendentes com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O senhor pode dizer quais são?
para fazer seu parto, para que ela possa tomar as devidas medi-
Revista Médico – Qual é a visão da Febrasgo em relação
à humanização do parto?
Etelvino Trindade – Nossa visão é muito positiva no
Etelvino Trindade – A ANS tem uma ação que deveria ser
que toca aos médicos e negativa sobre o que é veiculado pela
viço, no caso nós médicos e as companhias estruturadas para
os médicos são desumanos. Existe um problema de semântica,
totalmente independente em relação aos prestadores de ser-
promover a saúde e que vendem seguros de saúde. O que está acontecendo na ginecologia e obstetrícia é que, na hora em que o médico se credencia, ficou sendo como se ele tivesse um credenciamento para atender as consultas e atender aos partos o
que não é aplicável ao modelo social e ao tamanho das cidades atuais. Há 20 ou 30 anos isso era possível, porque a relação era outra, até geograficamente mais próxima.
Revista Médico – Há discussões em curso na ANS que
terão reflexo sobre a ginecologia e obstetrícia?
Etelvino Trindade – Está sendo objeto de consulta pública
na ANS, e a Febrasgo aprova, o uso do cartão da gestante para
imprensa. Não sei se tem interesse não declarado em dizer que
mas se a gente pensar no humanismo como uma instância filo-
sófica, uma instância de ações, na qual as pessoas sejam mais abertas, mais disponíveis, isso é muito bem visto por nós e é muito importante para o exercício da medicina. O que nós acha-
mos extremamente desumano é uma paciente chegar em um hospital público, principalmente onde não tem leito suficiente,
onde ela fica em uma situação extremamente desconfortável, sentindo dor sem ter um analgésico.
Revista Médico – Qual é a diferença entre o que cha-
mam violência obstétrica dentro e fora do meio médico?
Etelvino Trindade – A violência obstétrica para o militante
anotação de tudo o que ocorre durante a gestação. Isso é norma
leigo aponta o médico como causador. Enxergam o procedimento
cina suplementar, até para o caso de a paciente começar a fazer o
O parto está sujeito a emergências e a emergência tem que ter
outro, que, assim, estará ciente do que ocorreu durante a gestação.
uma criança está nascendo e não consegue defletir a cabeça e
desde 1998 e, agora, ANS quer que seja uma obrigação na medi-
de episotomia, que pode ou não ser necessário, como violência.
acompanhamento com um médico e acabar fazendo o parto com
uma solução naquele momento e a episotomia é uma, quando
... desumano é uma paciente chegar em um hospital público onde não tem leito suficiente, onde ela fica em uma situação extremamente desconfortável, sentindo dor sem ter um analgésico. Revista Médico - A remuneração por disponibilidade
está sendo aplicada? As pacientes estão arcando com a despesa ou algum plano de saúde passou a assumir esse custo?
Etelvino Trindade – Depois que começou a discussão
começa a ter um sofrimento fetal. O que não pode ser feito é usar
a episotomia como rotina, mas agora falar que não se pode fazer de jeito nenhum, porque é uma violência, é um absurdo.
Revista Médico - Qual é a sua avaliação sobre o rumo
que tomou a política de saúde adotada pelo governo federal? Etelvino Trindade – O rumo pra mim é o inadequado. Mos-
tra um gestor que não tem competência ou não tem conhecimento
suficiente e que não nos ouve. Eu acredito que a medicina seria melhor se os gestores ouvissem a categoria médica. Quando o governo
fala que o médico não entende o que eles querem é uma inverdade. Mas tentam transformar as inverdades em verdade.
Revista Médico – Qual é a sua posição a respeito da
atuação de médicos estrangeiros no Brasil?
Etelvino Trindade – O que o governo chama que importar
sobre essa questão o CFM fez uma norma dizendo que a dis-
médicos cubanos eu acho uma improcedência atroz. Pessoas não
presa que vende o seguro saúde não tenha a obrigatoriedade
os queremos aqui se eles quiserem. Mas têm que se submeter
paciente, desde o início do acompanhamento, que ele não vai
que ter seis anos de formação e, eventualmente, pós-graduação.
disponível para seu parto e que o valor é X. Isso é um contrato
nos moldes que são aceitos no mundo inteiro e que passe por
ponibilidade é possível e ética , mas deixou margem para a em-
são importadas. O médico do exterior é muito bem vindo, nós
de pagar para o médico. O médico tem que deixar claro para a
às normas brasileiras e elas dizem que pra você ser médico tem
atendê-la no parto a não ser que ela pague para que ele esteja
Queremos esses médicos assim sim, mas com o curso de medicina
que teria que ser feito. A melhor situação, se houver controvérsia,
uma avaliação de competência para exercer a medicina no Brasil.
Edição nº 106
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ACONTECEU
A violência sob a ótica dos profissionais da medicina
Na sessão plenária da Academia
de Medicina de Brasília (AMeB) de 14 de outubro o assunto foi Medicina em Bra-
sília e a Violência, sob a coordenação do
acadêmico Etelvino Souza Trindade e com
a participação dos acadêmicos Lucimar Ro-
drigues Coser Cannon, Augusto Cesar de Faria Costa e Gutemberg Fialho como debatedores. Gutemberg enfatizou a insegurança a que estão submetidos os médicos
e demais profissionais de saúde da rede pública de saúde do DF.
Homenagem aos “pais” da cardiologia no DF Como presidente interino do
gresso Brasileiro de Cardiologia. Nesse
Juarez Abdulmassih, que montaram o
Carlos Fernando representou o Sindica-
diologias Ady Prates Flores, Ely Toscano
trital de Brasília, hoje Hospital de Base
SindMédico-DF, no dia 26 de setembro, to dos Médicos na abertura do 69º Con-
evento foram homenageados os carBarbosa, Fernando Ribeiro de Morais e
Serviço de Cardiologia no Hospital Disdo Distrito Federal.
Outubro cor de rosa no Si n dM édico-DF A presidente da Sociedade Brasi-
leira de Mastologia do Distrito Federal, Carolina de Miranda Fuschino, foi a pa-
lestrante no evento alusivo à campanha
de prevenção do câncer de mama reali-
câncer de mama. A promoção foi do
Ela falou sobre o que há de novo
batuta da diretora médica da DASA no
zado no dia 15 de outubro.
em diagnóstico e tratamento para o
Exame Laboratório e Imagem, sob a Distrito Federal, Adília Segura.
Congresso de Gi n ecologia Oncológica Representando o SindMédico-DF,
de Ginecologistas Oncológicos do Distrito
abertura do I Congresso Brasileiro de Gi-
ção de Ginecologistas Oncológicos do
Gutemberg Fialho compôs a mesa de necologia Oncológica, realizado no Carl-
ton Hotel, entre os dias 9 e 11 de outubro.
Nesse evento promovido pela Associação
Federal (AGINON), foi lançada a Associa-
Brasil (AGINON Brasil) e a filiação dela
à Latin Amercian Ginecologic Oncology Society (LASGO).
Obituário A diretoria do SindMédico-DF, com pesar, registra o falecimento e homenageia a memória dos médicos Ênio Rafaelli dos Santos Filho e Maria Barbosa Kawano.
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Revista Médico
CONGRESSO
da psiquiatria em Brasília Gutemberg e Carlos Fernando
bro, sob a coordenação do presidente
aber tura do X X XII Congresso Brasi-
(ABP), Antonio Geraldo da Silva, que é
representaram o SindMédico-DF na
leiro de Psiquiatria, evento realizado no Centro de Convenções Ulysses Gui-
marães, entre os dias 15 e 18 de outu-
Seminário i nternacional
da Sociedade Brasileira de Psiquiatria
também diretor adjunto do sindicato.
Mais de mil congressistas participaram do evento inaugural.
Resultado de parceria entre a Fa-
culdade de Medicina da Universidade de Brasília e a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, foi realizado no auditório do SindMédico-DF, o II Seminário Internacional Transtornos do Espectro do
Autismo – Atualidades sobre Detecção precoce e intervenção multidisciplinar,
que contou com a participação da vice
Bravo, Dra. Jacira Abrantes!
-presidente de Pesquisa e Informação da Associação PREAUT internacional, que tem sede na França.
A pesquisa PREAUT desenvolve
Não menos que merecidamente, a
importantes e atuais estudos no âmbito
a outorga do título de Cidadã Honorária de
invasivos do desenvolvimento. A orga-
da prevenção precoce em transtornos
pediatra Jacira Abrantes foi agraciada com
nização do seminário esteve a cargo da
Brasília, concedido pela Câmara Legislativa
do Distrito Federal (CLDF). A homenagem
psiquiatra infantil Inês Catão e da pedia-
é o justo reconhecimento pelos relevantes
tra Marilúcia de Almeida Picanço.
serviços prestados à cidade.
Ela coordenou o Programa de
Aleitamento Materno e a Comissão de
Infecção Hospitalar nos Hospitais Re-
projetos para gestantes trabalhadoras,
diretora do HRAN, esteve à frente de
assistência à pacientes especiais.
gionais do Gama e da Asa Norte. Como
marcação de consultas por telefone e
POsse, da nova dietoria do cfm O secretário-geral do SindMédico-
DF, Emmanuel Cícero Cardoso, representou
A médica do trabalho Rosylane
Rocha, como titular, e o cirurgião Sérgio
a entidade na cerimônia de posse da nova
Tamura, como suplente, compõem a nova
(CFM), no Memorial JK, no dia 1 de outubro.
presentantes do Distrito Federal.
diretoria do Conselho Federal de Medicina o
formação do Conselho Federal como re-
Foi definido em assem bleia A assembleia geral extraordinária
realizada no dia 5 de novembro definiu em R$ 218,00 a contribuição sindical
obrigatória anual que é determinada pelo Ministério do Trabalho. Nessa
mesma reunião, os médicos presentes aprovaram a possibilidade de uso da es-
trutura do sindicato por dirigente que se afastar para exercer função ou mandato em benefício da classe médica.
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ACONTECEU
Sessão solene na Câmara dos Deputados Gutemberg Fialho e Carlos Fernan-
homenageou o Dia do Médico, no dia 17
Ulysses Guimarães, da Câmara dos Depu-
putado Izalci Lucas (PSDB/DF), a sessão foi
do subiram à mesa diretora do Plenário
tados, representando, respectivamente, a
Academia de Medicina de Brasília (AMeb) e o SindMédico-DF, em sessão solene que
Festa na Associação Médica
de outubro. Proposta e presidida pelo demarcada por críticas à política de saúde e às agressões à classe médica promovidas pelo governo Dilma Rousseff.
50 anos de dedicação O presidente do SindMédico-DF dis-
Gutemberg Fialho e Carlos Fer-
nando, representando toda a diretoria
cursou, no dia 17/10, na homenagem anual
anual promovida pela Associação Médi-
carreira, promovida pelo Conselho Regional
aos médicos que completaram 50 anos de
do SindMédico-DF, prestigiaram a festa
de Medicina do Distrito Federal (CRM/DF).
ca de Brasília (AMBr) em comemoração
Gutemberg enfatizou o grave momento
ao Dia do Médico.
Aloísio Nalon, Carmen Nalon, Jorge Gomes de Araújo, Viviana Araújo, Luciano Carvalho, Patrícia Carvalho, Doralice Gonçalves , Ognev Cosac
Manhã de oração na Catedral Metropolitana
enfrentado pela classe médica brasileira.
O vice-presidente do sindicato, Carlos Fer-
nando, também prestigiou o evento, que foi realizado na Associação Médica de Brasília.
Gutemberg representou o Sind-
Médico-DF na III Manhã de Oração e
Reflexão com Médicos, promovida pela Arquidiocese de Brasília, realizada na Cúria Metropolitana de Brasília, conduzida
pelo arcebispo de Brasília, D. Sergio da Rocha. A atividade durou toda a manhã de 18 de outubro.
Distritais homenageiam os m édicos do DF O vice-presidente do SindMédico-
a colaboração dos deputados Dr. Michel,
de reflexão sobre a saúde pública no DF e
solene realizada pela Câmara Legislativa do
sessão solene), na tramitação do projeto de
o compromisso do sindicato e seus diri-
DF, Carlos Fernando, participou da sessão Distrito Federal (CLDF), no dia 23 de outubro, em comemoração ao Dia do Médico.
Ele agradeceu a homenagem, e destacou
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Revista Médico
Chico Leite e Celina Leão (propositora da
lei que instituiu no novo Plano de Carreira,
Cargos e Salários, em 2013. Celina afirmou
que da comemoração remete à necessidade
em todo o País. Carlos Fernando enfatizou gentes na luta permanente por melhores
condições de trabalho e melhor atenção de saúde para a população.
O Laboratório EXAME agora conta com a mais avançada tecnologia existente no mundo para realização dos seus exames de análises clínicas em seu núcleo técnico operacional de Brasília.
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ESPECIAL
Prêmio SindMédico 2014
A comemoração dos 36 anos de
Adriana Graziano, o secretário-geral, Emma-
durante os meses em que ocupou a presi-
Distrito Federal (SindMédico-DF) foi mar-
convidados, que se dirigiram ao salão, onde
trabalho, mas é um sucesso. Agradecemos
fundação do Sindicato dos Médicos do
cada por uma grande festa com entrega do Prêmio SindMédico em reconhecimento aos profissionais que se destacaram e
nuel Cícero Cardoso, receberam na porta os o serviço de coquetel funcionou durante toda a noite e onde foi servido um jantar.
ríodo em que Gutemberg se licenciou para
rias na condição de assistência de saúde da
fissional, da pesquisa e vida acadêmica e
disputar uma vaga na Câmara Legislativa
Em sua nona edição, a festa foi
“O ano de 2014 foi importante por-
que permitiu que o médico saísse de sua
te do sindicato entre junho e outubro, pe-
do interesse social.
a presença de todos”, afirmou.
Carlos Fernando, que esteve à fren-
elevaram o nível de excelência da medicina brasiliense nos âmbitos do exercício pro-
dência e comemorou o êxito da festa. “Dá
do Distrito Federal. Ele agradeceu o apoio
zona de conforto e fosse às ruas pedir melho-
população e questionar esse modelo político que aí está”, declarou Gutemberg Fialho.
realizada, no dia 8 de novembro, com a
presença de mais de 2 mil convidados no
Salão de Eventos do Palácio Maçônico do
Grande Oriente do Brasil (GOB). “Todo ano, cria-se uma expectativa sobre quem vai
receber o prêmio, o que é muito bacana, porque se percebe que muita gente me-
rece recebê-lo. Por isso, sabemos que será uma premiação longeva”, afirma a diretora de Imprensa e Divulgação do SindMédico-
DF, Adriana Graziano, que todo ano toma a frente da organização do evento.
O presidente do Sindicato, Gutem-
berg Fialho, o vice-presidente, Carlos Fer-
nando, a diretora de Imprensa e Divulgação,
Colaboradores e sorteio O principal patrocinador desta noite
O evento também contou com
parceiro na empreitada; dos hospitais San-
estada em Búzios no próximo verão, com
2006 é parceira do sindicato na realização
Rede D’Or; da rede Eurostar Hotels, que
pela diretora médica da empresa, Dra.
Qualicorp, Administradora de Benefícios;
– Dasa Laboratório Exame – sorteou uma passagens pagas. O prêmio foi entregue
Adília Segura, ao gineco-obstetra Carlos Gustavo Miranda de Torres.
o apoio da Advocacia Riedel, que desde
do evento. Também teve o apoio do Grupo
do Hospital Santa Marta; do Uniceub Centro Universitário de Brasília, o mais novo
ta Luzia e Hospital do Coração do Brasil, da
hospedou os artistas que se apresentaram naquela noite no Hotel Brisas do Lago; e
da UTI Vida, que forneceu a unidade de socorro que deu cobertura ao evento.
Aum enta que isso aí é Rock’n Roll! A animação da noite ficou por conta do projeto Rock
Brasil, que reuniu no palco Kiko Zambianchi; Toni Garrido, do
sacudiram as estruturas do salão de eventos.
Acesse a página http://premio.sindmedico.com.br, confira
Cidade Negra; George Israel, do Kid Abelha; e Maurício Gas-
fotos e vídeos e conheça a história do prêmio, com fotos de todas
das 3h da manhã e fez o público cantar e dançar durante toda
das suas fotografias. Compartilhe as suas lembranças do Prêmio
perini, do grupo Rádio Táxi. O show se estendeu até depois a apresentação. Representantes de pelo menos três gerações
as edições. O sindicato quer a sua impressão sobre a festa por meio
SindMédico 2014 pelo instagram com o hashtag #festadosmédicos.
Entrevista exclusiva Assista, também, na página eletrônica do Prêmio SindMédico, uma humorada entrevista exclusiva com Kiko Zambianchi, Toni Garrido e Maurício Gasperini. Eles falam sobre o Projeto Rock Brasil e sobre o encontro de músicos de diferentes bandas que marcaram época no cenário cultural brasileiro. Fica uma dica: nunca chame um roqueiro de “tio”.
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Revista Médico
beleza & cia Brilho, rendas, estampas, muito charme e elegância desfilaram pelo salão do IX Prêmio SindMédico. A cada ano as convidadas se esmeram em tornar a festa ainda mais bela e requintada.
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Saiba quem foram os agraciados
Rodrigo de Freitas Garbero foi agraciado com o prêmio
Na categoria Medicina Acadêmica, o pediatra Bruno Vaz
SindMédico na categoria Revelação Médica por seu trabalho
da Costa foi reconhecido pelo empenho na criação da residên-
do Distrito Federal.
Saúde do Distrito Federal e por seu papel como docente na Escola
à frente do Centro Neurocardiovascular do Hospital de Base
O cirurgião geral Aluísio Toscano Franca recebeu o prêmio
por sua Contribuição de Vida à Medicina pela participação na cria-
cia médica em infectologia pediátrica na Secretaria de Estado de Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal.
A infectologista Mariângela Delgado Athaide Cavalcante
ção da primeira unidade de terapia intensiva de Brasília, do primeiro
recebeu a Comenda do Mérito Sindical das mãos do presidente
de Base do Distrito Federal (HBDF), entre outras tantas realizações.
vimento médico brasiliense.
núcleo de politraumatizados e do serviço de toxicologia do Hospital
do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, por sua trajetória no mo-
Projeto Rock Brasil anima os médicos
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Revista Médico
com o Prêmio SindMédico deste ano:
Especialista em densitometria óssea, João Lindolfo Cunha
O gineco-obstetra Sebastião Maluf recebeu prêmio em
Borges recebeu prêmio da categoria Pesquisa em Medicina por
reconhecimento ao trabalho à frente do Hospital Santa Marta,
a imensa falta de apoio para atividade de pesquisa científica no Brasil.
guatinga, na Medicina Suplementar.
anos de trabalho de pesquisa, com afinco e dedicação para superar
criado em 1976 e que se tornou referência para a cidade de Ta-
O cardiologista Ederaldo Brandão Leite e a advogada Thais
Maria Riedel de Resende Zuba tiveram seu trabalho em benefício da classe médica de Brasília com a entrega de medalhas de Honra
ao Mérito, pela contribuição na defesa do direito dos integrantes da
carreira médica do governo do DF à conversão do tempo de trabalho em condições insalubres em tempo comum para fins de antecipação da aposentadoria, garantido pelo Mandado de Injunção 836.
O alergologista e imunologista Antônio Carlos Ayres, por seu trabalho voluntário e gratuito em benefício da comunidade du-
rante mais de 10 anos recebeu o prêmio pelo exercício socialmente responsável da medicina.
Edição nº 106
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Strattegia /
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Revista MĂŠdico
Edição nº 106
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Capa
Médicos nas eleições parlamentares de 2014 A classe médica esteve represen-
da Bahia. Esses números ainda estão su-
dicos na grande maioria das unidades da
candidatos a todas as casas legislativas do
da aprovação das contas de campanha até
médica, com a causa da saúde pública de
tada no pleito de 2014 com o total de 531
país, ou 2,4% do total de candidatos nas
eleições deste ano. Pode parecer pouco, mas é um percentual mais que dez vezes maior que a proporção entre a quantida-
jeitos a mudança devido a fatores que vão as acomodações que levam parlamenta-
res a ocupar postos no Executivo e elevam os suplentes ao Parlamento.
O desempenho das candidaturas
Federação, comprometidos com a causa qualidade para toda a população”, avalia o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Gutemberg Fialho.
Na opinião do presidente da Fede-
de de médicos e o tamanho da população
médicas é mais impressionante conside-
ração Nacional dos Médicos (Fenam), Ge-
Resultou dessa participação a elei-
chegou à marca de quase 12,8 milhões.
de Brasília no processo eleitoral tem peso,
no Brasil, que não chega a 0,2%.
ção (ou reeleição) de 45 médicos deputados federais e dois senadores. No Senado Federal, a bancada dos médicos conta
com sete parlamentares, agora incluindo Ronaldo Caiado, de Goiás, e Otto Alencar,
rada a quantidade de votos obtidos, que
Comparado ao tamanho do eleitorado, de 142.467.862 pessoas, esse número
corresponde a 9% dos votantes. “Tivemos um processo eleitoral difícil, mas
conseguimos eleger parlamentares mé-
raldo Ferreira, a participação dos médicos
porque demonstra a força da categoria e de suas entidades. “Brasília conseguiu co-
locar representantes muito bem votados, que logo vão ocupar cargos de destaque“, afirma Geraldo Ferreira.
M édicos na disputa eleitoral para o Legislativo em 2014 Cargo
Candidatos
Eleitos
Votos
Deputado estadual e distrital
349
51
5.223.289
Senador
3
2
4.905.798
Deputado federal Totais
179
531
45 97
2.649.393
12.778.480
Eleições no DF No Distrito Federal, 14 médicos
do Pátria Livre (PPL), que compôs a coli-
Arantes de Freitas, José Otávio Vale de
tal e dois o de deputado federal. Juntos,
votos. Além deles, concorreram à Câmara
Leonardo Rodovalho, Alex Richardson de
disputaram o cargo de deputado distri-
os candidatos à Câmara Legislativa do DF
(CLDF) amealharam 48.956 votos. Charles
Roberto de Lima, o Dr. Charles, do Partido da República (PR) e que tinha a vantagem
da exposição pública por já ter ocupado
Legislativa, Luiz Antônio Rodrigues Águi-
la, Humberto de Carvalho Barbosa, Iran Augusto Gonçalves Cardoso, João Luiz
Almeida, João Nei Garcia Pinto Fernandes, Souza Gaia, Juarez de Paula Santos e Roberto Lucena. Rafael de Aguiar Barbosa e
Maria Quitéria Cordeiro dos Santos disputaram o cargo de deputado federal.
“Mais do que ter candidatos bem
vaga parlamentar, obteve 11.769 votos na
votados – o próprio Gutemberg com
O presidente do SindMédico-DF,
Câmara Legislativa –, foi interessante
coligação que apoiou Jofran Frejat.
chance real de assumir uma cadeira na
Gutemberg Fialho, candidato pelo Partido
ver médicos em todas as coligações”,
eleições, obteve 8.858 votos. Segundo can-
co-DF, Carlos Fernando. “Mas a classe
Socialista Brasileiro (PSB), que venceu as didato mais votado do partido para a CLDF,
Gutemberg tem chances reais de assumir uma das cadeiras no Legislativo local.
Terceiro mais votado, Marcus An-
tônio Costa disputou eleições pelo Parti-
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gação de Agnelo Queiroz, obteve 8.119
Revista Médico
afirma o vice-presidente do SindMédimédica continua precisando eleger um
candidato próprio, com mandato próprio
e histórico de serviço à classe médica. Avançamos nesta, mas podemos fazer melhor na próxima eleição”, avalia.
Grandes desafios à frente
Não são poucos os assuntos que
sistema público de saúde e criar a carreira
Saúde (Cebes) o termômetro da situação
na Câmara dos Deputados e no Senado Fe-
Responsabilidade Sanitária (Projeto de Lei
de forças entre o SUS e a Agência Nacional
dizem respeito à medicina em tramitação deral. Vão desde tornar obrigatório o uso
de placas de identificação nos leitos hospitalares em todo o país – melhor que fos-
se garantir que leitos houvessem para ser identificados –, passam por questões de
médica de Estado. A aprovação da Lei de
7585/14 originário do Senado), para ga-
rantir o bom uso desses recursos por meio
da criação de um sistema de exigências e punições aos gestores de todos s níveis,
desde o âmbito administrativo até a res-
do sistema de saúde do país será a relação de Saúde Suplementar (ANS). Quanto mais
forte a ANS for, mais fragilizado estará o SUS e mais acuado pela relação de mercado estará o profissional da medicina.
Alguns outros projetos que de-
ponsabilização criminal.
mandarão cuidado dos parlamentares
de saúde, maior desafio da representação
classe médica no Congresso Nacional terão
o estabelecimento de um Exame Nacio-
A defesa do Sistema Único de
radoras de planos e seguros de saúde para
pesquisas com células-tronco, e chegam
à garantia do financiamento do sistema médica no Congresso Nacional.
Saúde (SUS) impõe a contraposição a políticas de desmonte e criação de es-
truturas paralelas precárias, Para tanto, é indispensável fazer avançar a proposta de
Par e passo, os representantes da
que enfrentar o poderoso lobby das ope-
combater a privatização do sistema. Hoje, segundo levantamento do Instituto de Pes-
quisa Aplicada (Ipea), a renúncia fiscal do governo em favor delas equivale a 22% de
{
aumento do investimento ao patamar de 10% da receita corrente bruta do país no
todo o gasto federal com a saúde. Na ava-
liação do Centro Brasileiro de Estudos de
médicos e atenção de toda a classe são nal de Proficiência em Medicina como
requisito para a prática da medicina no país. “Temos que analisar cuidadosamente
como fazer uma avaliação desse tipo, para
garantir a qualidade da formação e não para simplesmente barrar um ou outro
recém-formado”, aponta o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.
SUA SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR ұmÄĝēÝĖ¨ĖұjùÄĬøĂñĂÓݨұÄұ ÝĖĬĖÓݨұ}ĂĖ©¹Ý¹¨ұĝĬĖÓÝĬұ¿¨ұĬùݵĂұ¿Äұ ÄĕĬÝēÄĝұ¿¨ĝұÄĝēĹݨñÝ¿¨¿Äĝұ¿ÄұjùÄĬøĂñĂÓݨұÄұ ÝĖĬĖÓݨұ}ĂĖ©¹Ý¹¨ұ ÄøұĬø¨ұĭùݹ¨ұ¹ñßùݹ¨ѝұĿÝĝ¨ù¿ĂұĂұ¨ĦÄù¿ÝøÄùĦĂұøĬñǮ¿Ýĝ¹ÝēñÝù¨Ėұ ¿¨ĝұ¿ĂÄù¼¨ĝұĖÄĝēÝĖ¨ĦăĖݨĝѢ
ұÄĝēĹݨñÝŌ¨¿¨ұùĂұ¿Ý¨ÓùĂĝǮ¹ĂұÄұĦĖ¨Ħ¨øÄùĦĂұ¹ñßùݹĂұÄұ¹ÝĖĭĖÓݹĂұ¿¨ĝұ ¿ĂÄù¼¨ĝұĕĬÄұ¨ÒÄĦ¨øұĂұ¨ē¨ĖÄñÙĂұĖÄĝēÝĖ¨ĦăĖÝĂѝұ¸Äøұ¹ĂøĂұ¨Ŀ¨ñݨ¼µĂұ ¿ĂұÒĬø¨ùĦÄұÄұĦĖ¨Ħ¨øÄùĦĂұ¨ùǮĦ¨¸¨ÓÝĝøĂѝұ¿Ý¨ÓùăĝǮ¹ĂұÄұĦĖ¨Ħ¨øÄùĦĂұ ¿ĂұĖĂù¹ĂұÄұ¨ēùÅݨұ¿ĂұĝĂùĂѝұĖĨñÝŌ¨¼µĂұ¿ÄұēĖĂĿ¨ĝұ¿ÄұÒĬù¼µĂұ ĖÄĝēÝĖ¨ĦăĖݨұÄұÄŅ¨øÄĝұ¿Äұ¸ĖĂù¹Ăĝ¹ĂēݨѝұÄùĦĖÄұĂĬĦĖĂĝѢұ
Consultas
Cirurgias
Exames
Medicina do Sono Edição nº 106
Acesse: RESPIRARDF.COM.BR
19
Capa
O futuro
da saúde no DF Todos os candidatos ao governo
foram feitos a todos os sindicalizados
pesquisas tiveram oportunidades iguais
cebook, por e-mails e por mensagens
do Distrito Federal com pontuação em de mostrar suas propostas e debater
com a classe médica no ciclo de encontros promovido pelo Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-
DF), entre os dias 15 de setembro e 03
de outubro. Os convites à participação
pelo site do sindicato, por meio do Fa-
candidato a apresentar suas propostas,
telefônicas. A Associação Médica de
contro. “A jornada de debates foi pro-
Brasília (AMBr) e o Conselho Regional de Medicina (CRM/DF) também foram convidados a enviar representantes para
a composição das mesas que presidiram os encontros.
Rodrigo Rollem berg No dia 15 de setembro, Rodrigo Rollemberg abriu a série
mas imprevistos impossibilitaram o enveitosa e um exercício democrático de alto nível”, destaca o vice-presidente do
SindMédico-DF, Carlos Fernando, que
ocupava interinamente a presidência e coordenou a realização dos encontros.
Ton i n ho do PSOL Toninho do PSOL, no dia 22, fez críticas à falta de transparên-
de sabatinas com os médicos, dispensando a assessoria para
cia do atual governo em relação às contas pública. Especificamen-
fissional e foco específico na saúde. Ele defendeu a reestrutu-
exclusiva para médicos da rede pública de saúde, com garantia de
enfrentar o desafio de falar a um público com experiência proração do modelo gerencial e o aprimoramento da gestão dos recursos financeiros destinados a essa área. Garantiu à plateia
um fórum de discussão amplo dos profissionais da saúde para promover essas reformas. Rollemberrg convocou os médicos para colaborarem no resgate da saúde do Distrito Federal.
Jofran Frejat Jofran Frejat, no dia 25, lembrou suas realizações como
te na saúde, o candidato afirmou ser um entusiasta da dedicação salário, condições adequadas de trabalho e segurança. Toninho afirmou que, se eleito, não construiria mais Unidades de Pronto Aten-
dimento, que, destacou, atendem a interesses pouco transparentes. As estruturas físicas dessas unidades seriam aproveitadas como policlínicas. Ele também relançaria o programa Saúde em Casa.
Agn elo Queiroz Candidato à reeleição, Agnelo Queiroz fez um balanço de ati-
secretário de Saúde e criticou a descontinuidade das políticas
vidades e destacou os investimentos feitos, em especial, em novas
disse. Como Toninho, o ex-secretário também criticou as Uni-
se investiu tanto em saúde no Distrito Federal. Como proposta, o
públicas nessa área. “Misturar saúde com política dá problema”, dades de Pronto Atendimento (UPAs) e os mutirões realizados por meio de carretas, que não dão sequência aos tratamentos.
O candidato disse que é contra o ponto eletrônico e apontou a promoção do desenvolvimento científico como fator de fixação do médico no serviço público.
20
Luiz Pitiman seria o penúltimo
Revista Médico
UPAs e equipamentos. Também afirmou com veemência que nunca governador afirmou ter pedido à equipe da Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF) estudasse um incentivo extra para recompensar produtividade. Também previu mais contratações de servidores para a saúde e estabelecimento de parcerias com cidades do entorno, estabelecendo metas de produtividade em atendimentos de saúde.
Estratégia
Alexandre Bandeira - Consultor de Estratégia e Marketing
Marcando presença
E
no mercado
. stamos mais uma vez às vésperas de um Ano Novo.
Mas se forem pensados e desenvolvidos para gerar empatia
Momento de fazer balanços e elaborar novos planos. O
entre empresa e cliente e se destacarem diante dos seus concor-
ano que se encerra? O que pode ser feito para o ano que
design estratégico. Resumindo: não pense que um desenho qual-
que deu certo? O que faltou para atingir suas metas do
chega? Cresceram os seus clientes? Aumentou o faturamento? Precisa ampliar? Precisa contratar? Estas e muitas outras perguntas estão aí para que o seu sucesso possa andar de mãos dadas com a projeção da realidade.
Mas com que cara você pretende fazer isso? Com que
rentes, conseguem gerar negócios e promover resultados. Isso é o quer, mesmo que “bonitinho” (sua imagem), vai conseguir empacotar a sua prestação de serviços (o que você faz) em uma embalagem suficientemente interessante (comunicação e divulgação) para que o cliente se sinta atraído por ela e a deseje abrir (consumo).
Considerando que a sua competência deva estar alinhada com
imagem você vai se apresentar ao mercado para conquistar todos
a imagem que projeta, fica simples entender que para ser competitivo
de coisas relevantes, que também precisam de cuidados, ao lado
corporativo as relações entre empresa-consumidor também sofrem
os benefícios que rascunhou neste momento? Isto está no grupo
dos planejamentos, insumos, capital e colaboradores que vão ser empregados para ajudar a edificar essa série de desejos.
Para ser competitivo você deve ser apresentar de ‘corpo e alma’ para o cliente Isso se faz por meio de um bom design estratégico. Mas
o que vem a ser isso? Exemplificando por modelos práticos, nos deparamos centenas de vezes ao dia com inúmeros elementos
como logomarcas, embalagens, letreiros, propagandas, cartões de visitas, receituários, brindes, entre outros. Se são mal feitos, impressos de maneira relaxada, pouco atraentes, não conseguem
conectar seu negócio ao desejo do cliente; e consequentemente, não vão produzir os benefícios esperados.
você deve ser apresentar de ‘corpo e alma’ para o cliente. No mundo do mesmo processo de encantamento das relações humanas. É muito
normal a chamada beleza externa ser o primeiro foco de atração entre pessoas. A beleza interior, por sua vez, fixa e estabiliza essa relação.
Assim, quando se quer conquistar mercado é preciso ser
competente e prestar ótimos serviços (beleza interior), mas também atrair os olhares dos clientes por meio de uma acertada
imagem corporativa (beleza exterior). Por isso, tenha a mesma
preocupação, tanto para fazer bem aquilo em que você é muito competente, bem como para desenvolver uma logomarca eficiente (identidade corporativa) e os seus derivados como papelarias,
anúncios e outros itens de comunicação. Dessa forma, sua marca no mercado será sempre sólida e atraente.
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Edição nº 106
21
Si n dicais
Da emergência
à crise humanitária No dia 1º de janeiro de 2011 foi
decretado Estado de Emergência na saú-
Além do desgaste
pela insegurança causa-
de pública do Distrito Federal. O quadro
da pela possibilidade de
tos e de profissionais, população des-
te no pagamento de horas
era de falta generalizada de medicamencontente e pacientes descarregando suas
frustrações sobre médicos e demais profissionais da saúde. Quatro anos se pas-
saram e uma crise ainda mais profunda tem sido qualificada como “calamidade” e “crise humanitária”.
Foram feitas reformas e criadas no-
vas unidades de saúde sem o necessário
aumento do contingente de trabalhadores.
Diante de uma crise orçamentária sem pre-
cedentes, o governo se tornou inadimplen-
te com fornecedores e o desabastecimen-
atraso ou até mesmo calo-
extras, como sempre ocorre
em momentos críticos, as au-
toridades tentaram sair dos
holofotes, atribuindo respon-
sabilidades pelo caos aos mé-
dicos. A direção do Sindicato
dos Médicos do Distrito Fede-
ral (SindMédico-DF) tem adota-
do postura de mitigar os efeitos
sistema”, avalia o presidente do SindMédico-
assistência à população.
nado públicas as situações mais graves e, só
deletérios da crise à atividade médica e à “A situação é delicada. Na defesa dos
to de medicamentos e insumos tornou-se
direitos dos médicos e das condições de tra-
profissionais da saúde e acompanhantes
mínima de assistência para que a crise não se
agudo e até alimentação faltou para os
de pacientes internados. A possibilidade
de a crise se estender aos primeiros meses do próximo governo é real.
da saúde,
que estão na ponta do
balho temos que levar em conta a garantia aprofunde ainda mais e para a que a população penalizada por uma gestão fracassada se volte contra os médicos e demais servidores
DF, Gutemberg Fialho. O sindicato tem tor-
depois disso, medidas têm sito tomadas para mitiga-las. Ações que evitariam o caos atual
não foram tomadas durante a atual gestão e não há como adotá-las no apagar das luzes.
Acompanhe a cobertura da crise
na página especial do SindMédico-DF www.sindmédico.com.br/crisenasaude
Si n dMédico-DF m edia acordo para evitar colapso da pediatria Em encontro promovido pelo Sind-
cia e um policial para garantir a segurança
DF), e a alocação e apenas quatro novos
subsecretário de Atenção à Saúde, Roberto
continuariam a fazer horas extras para ga-
muito esforço, o funcionamento da unida-
Médico-DF, em 28 de outubro, o então
Bittencourt, se comprometeu com os pe-
diatras do Hospital Materno Infantil a alocar 12 novos pediatras para atuar na emergên-
na unidade. Em contrapartida, os médicos
rantir funcionamento do atendimento de
emergência. Com a mudança no coman-
do da Secretaria de Estado de Saúde (SES/
Si n dMédico-DF alerta para recrudesci mento da crise na saúde No programa da TV SindMédico
de 4 de novembro, o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
(SindMédico-DF), Gutemberg Fialho,
alertou sobre a proliferação de focos de crise na saúde pública do DF. Ele advertiu os médicos para não se colocarem em situação de risco diante dos problemas provocados pela má gestão da saúde.
22
Revista Médico
plantonistas, os médicos mantiveram, com
de e deram uma semana para que a nova secretária, Marília Cunha, remanejasse os outros oito médicos prometidos.
A fome
de plantão Refeições servidas a fun-
cionários de hospitais públicos
e de Unidades de Pronto Aten-
dimento foram suspensas em 8
No dia 11, acompanhantes deixaram de receber alimentação. O problema foi contornado, pelo menos por hora.
No Hospital Materno Infantil de Bra-
de novembro, por inadimplência
sília (HMIB), médicos chegaram a tirar dinhei-
(SES/DF) com a Sanoli Indústria e
noite, e café da manhã para mães de crianças
da Secretaria de Estado de Saúde
Comércio de Alimentação, empresa
que fornece a comida às unidades de
saúde do DF. Segundo a empresa, o
valor da dívida seria de R$ 26 milhões.
ro dos próprios bolsos para distribuir sopa, à internadas. “Atrasos no pagamento de forne-
cedores do governo sempre ocorreram, mas
nunca tiveram efeitos com essa gravidade”, destacou então Gutemberg Fialho.
Médicos trabalham três m eses sem salário em UTIs do H RSM Afetada pela
inadimplência da Secretaria de
Saúde, a empresa que administra Unidades de Terapia Intensiva no Hospital Re-
gional de Santa Maria (HRSM) deixou de pagar três meses de trabalho a médicos contratados. Médicos empregados da In-
tensecare Gestão em Saúde, receberam,
no dia 12 de novembro, orientação da
não pagamento dos salários. Em agosto, a
não receber novos pacientes.
extrajudicial à Central de Regulação Hos-
empresa para, a partir da 0h do dia 13,
Reunidos com o presidente e o
vice do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho e Carlos Fernando, foram advertidos
de que a orientação é ilegal e decidiram notificar a empresa de que entrariam com
ação de rescisão indireta em função do
Intensecare já havia feito uma notificação pitalar da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) de que inter-
romperia a admissão de pacientes oriundos de outras unidades hospitalares nas
UTIs do HRSM em função da inadimplência da SES/DF com seus fornecedores.
SES/DF tenta colocar m édicos na berli n da Apesar de os médicos e de a dire-
com justificativa médica entre os servi-
mento, com o recrudescimento da cober-
problema em um plantão de fim de se-
ção do SindMédico-DF buscarem entenditura da mídia sobre a crise que se agrava, a secretária de Saúde do DF, Marília Cunha provocou uma crise dentro da crise.
Declarações disparatadas e gene-
ralistas sobre afastamento de trabalho
O presidente do SindMédico-DF,
dores da saúde deram a entender que
Gutemberg Fialho, respondeu as declara-
mana no Hospital Regional da Asa Norte
teísmo na Secretaria de Saúde do DF. “Fal-
é motivo do caos na saúde. A imprensa relacionou ocorrência no HRAN a pro-
testo em relação à incerteza do pagamento de horas extras.
ções da secretária de saúde sobre absenta de médicos é situação crônica as saúde
pública do DF”, destacou. “A acusação de uso generalizado de falsos atestados é leviana”, enfatizou Gutemberg.
Faltam políticas para garantir saú de dos servidores do DF Reportagem do Portal G1 apon-
Secretários de Estado da Administração
Saúde sobre atestados médicos foi ten-
ce de adoecimento no serviço público
tou que declarações da secretária de denciosa. A matéria destacou estudo do Grupo de Trabalho em Saúde do Ser-
vidor (GTSS), do Conselho Nacional de
Por falta dessas políticas, o go-
Pública (Consad), que revela o alto índi-
verno do Distrito Federal, gasta mais de
do Distrito Federal e a necessidade de
tados do trabalho. Creca de metade dos
criação de políticas para garantir qualidade de vida no ambiente de trabalho.
R$ 400 milhões com profissionais afasservidores são forçados a faltar por motivo de doença.
Edição nº 106
23
Si n dicais
TCU e TCDF apontam erros na gestão da saúde Em meio à crise deflagrada na saú-
falhas na gestão do Sistema Único de Saú-
Fialho, foi procurado pela imprensa para
apresentou relatório do Tribunal de Contas
da atuação da secretária Marília Cunha, o
pública do Distrito Federal. A culpa não é
de pública, o Tribunal de Contas da União do Distrito Federal, o qual mostra graves
de no DF. Poucos dias depois da desastra-
presidente do SindMédico-DF, Gutemberg
comentar o fracasso na gestão da saúde e nunca foi dos servidores.
Desabasteci m ento de m edicam entos e insumos A partir do dia 23 de novem-
bro, a imprensa passou a destacar o desabastecimento de medica-
mentos e insumos apontado por
Medicina do Distrito Federal (CRM/DF)
atestaram os problemas relatados pela equipe do HBDF.
“A crise é evidente e é bom que o
cirurgiões do Hospital de Base do
Ministério Público e o CRM/DF tenham en-
dente do Sindicato dos Médicos
das condições de trabalho e assistência.
Distrito Federal (HBDF). O presi-
do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, deu
sustentação às queixas na imprensa e chegou a discutir a
situação com a secretária de
Saúde e com o promotor Jairo Bisol. Dias depois, o
promotor e a presidente do Conselho Regional de
trado em campo junto conosco em defesa
Os médicos e demais servidores da saúde estão fazendo um esforço absurdo para
sustentar a atenção à população.”, afirma
Gutemberg. “Nossa expectativa é que, igualmente, as autoridades envidem todos os esforços para que a situação se equili-
bre”, conclui. Há meses o sindicato advertia que o problema do desabastecimento se alastrava pelas unidades de saúde do DF.
Proposta de Termo de Ajuste San itário Segundo a secretária de Saúde,
Marília Cunha, a dívida de aquisição de
medicamentos e insumos chega a R$ 60
atual situação.
Esses re-
milhões. Para quitar essa dívida e angariar
cursos que não
nuidade do fornecimento, a Secretaria de
sairiam de pro-
a boa vontade dos fornecedores na conti-
Saúde propôs um Termo de Ajuste Sanitário que redireciona verbas de programas
federais não realizados, no valor aproximado de R$ 88 milhões. Esse termo, que
se firma entre o governo local e o federal, não foi bem visto pelo Ministério Público, que promete apurar responsabilidades
pelos atos administrativos que levaram a
24
saúde do DF à
Revista Médico
foram gas tos gramas de três
áreas: Atenção Bá-
sica (R$ 55 milhões), Gestão do Sistema
débitos referen-
cia em Saúde (R$ 15 milhões). O déficit
mentos e insumos que serão deixados de
Único de Saúde (R$ 18 milhões) e Vigilânna média e alta complexidade ultrapassa R$ 48 milhões e de R$ 3,4 milhões na
érea de medicamentos excepcionais. Os
tes a aquisições de medica-
herança para o próximo governo, aponta
o termo, em seu último parágrafo, é estimado em R$ 150 milhões.
REGIONAIS
Tem SindMédico
em todo canto do DF Entre os dias 4 de agosto a 29 de
de Saúde (UBS) 317, o Centro de Aten-
DF continuou percorrendo unidades de
de Pronto Atendimento (UPA). Também
setembro, a diretoria do SindMédico-
saúde em diversas regiões administra-
tivas. Concluindo o circuito dos Centros de Saúde de Ceilândia, foi visitado o Centro de Saúde (CS) 12. Em Samambaia, foram visitados a Unidade Básica
26 26
Revista RevistaMédico Médico
Na maior parte das unidades, a
ção Psicossocial (CAPS) III, e a Unidade
falta de médicos foi o que mais chamou
foram visitados os Centros de Saúde 14
nas mais antigas, e falta de segurança
e 15 do Cruzeiro e 16 do Varjão. Na Asa Sul, a equipe da diretoria percorreu os
CS 05, 07 e 08. Finalmente, na Asa Norte, os CS 09, 10, 11, 12 e 13.
a atenção. Problemas de estrutura física, também foram relatos recorrentes. As
unidades de saúde visitadas em outubro e novembro serão mostradas na próxima edição da Revista Médico.
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O pioneirismo e a qualidade do Laboratório Exame, agora também em Diagnóstico por Imagem.
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Efervescência é exatamente a palavra que descreve o
tédio existencial, a irreverência, a diversidade cultural, a defi-
estertores do regime militar, a tendência mundial para a de-
vertentes) caíram como as bombas atômicas temidas desde
Brasil do início dos anos 1980 ao início dos anos 1990. Nos
mocracia e para a liberalização dos costumes invadiram as
vidas dos brasileiros. Um mundo novo se descortinou e movimentos abortados 20 anos antes retomaram força. As roupas de cortes e cores esfuziantes, os cabelos extravagantes, o
Para a diretora Cultural do Sindicato dos Médicos do
nição de novas tribos urbanas e muito rock’n roll (em diversas
o início da Guerra Fria entre os blocos capitalista e socialista. Ninguém que viveu a época pode dizer que a passou em
brancas nuvens. Veja alguns relatos de médicos brasilienses sobre aquele período histórico.
Punk Rock é um movimento musical e cultural que
Distrito Federal (SindMédico-DF), Lilian Luaton, a juventude,
surgiu em meados da década de 1970 e que tem como
“As tribos eram diferentes, apesar disso parecia que era um
canções que abordam ideias políticas anarquistas e revolu-
nos anos 1980 e 1990, vivia em uma sintonia semelhante.
grupo uníssono”, afirma. Ela curtiu muito Rock’n Roll brasi-
leiro naquela época, a rebeldia que Lobão personificava e a
fase mais melancólica do cantor Renato Russo, em especial.
Mas viajou mesmo nas ondas da New Wave: muito Duran Duran (quem viveu aquela época e não se lembra, por bem
características principais músicas rápidas e ruidosas, com
cionárias, problemas sociais e temas como relacionamentos
afetivos, diversão e sexo e uma filosofia niilista. Dele, mais do que das outras referências, derivaram os gêneros New Wave, Alternativo, Indie, Gótico, e Grunge, entre outros.
O movimento Rock Brasil, ou “BRock” floresceu
ou por mal, de Say a Prayer?). Para alegria das fãs que
no início dos anos 1980, impulsionado pelos Mutantes,
levou para os palcos ternos Giorgio Armani, contrapostos
Brasileira e pelas referências internacionais derivantes do
preferiam ídolos com visual mais comportado, essa banda
às cabeleiras fartas, roupas coladas ao corpo e a androginia
exacerbada do Hard Rock e o guarda-roupa preto e cuida-
dosamente desleixado, cabelos moicanos, piercings e tatua-
gens dos punks. Outro grupo inglês também fez parte do set list de Lilian foi The Smiths, que fazia
um rock alternativo
Secos e Molhados, Raul Seixas e pela Música Popular
punk rock, Beatles e outras vertentes, o que foi favoreci-
do pela abertura política, com o fim da ditadura militar, em 1984. As quatro bandas que compunham o quarteto
sagrado do Rock Brasil foram Paralamas do Sucesso, Legião Urbana (que começaram suas trajetórias em Brasília, que teve,
com letras agressi-
e nt ã o, s e u m o m e nto
vas e politizadas e
de glória suprema no
traduzia, entre as
cenário cultural nacio-
bandas estrangei-
nal), Barão Vermelho
ras, o espírito de
(Rio de Janeiro) e Titãs
(São Paulo). O movi-
transgressão e
crítica da época,
mento propriamente
com menos es-
dito perdeu força e
tridência que o
desapareceu no fim dos anos 1990, após
Punk Rock, do
as mortes de Cazuza
qual também
foi originário.
e Renato Russo.
Lilian, ao centro de vestido prata
28
Revista Médico Revista Médico
O pediatra Bruno Vaz não ficou alheio à eferves-
Diretas Já foi um movimento civil de reivindicação
cência cultural – ouviu muito The Smiths, The Cure e Dire
por eleições presidenciais diretas no Brasil ocorrido em
tória foram o Movimento Diretas Já e a morte de Tancredo
de Alagoas. A Emenda Dante de Oliveira era o instrumen-
Straits. Mas o que mais marcou aquele momento da his-
Neves. “Foi uma comoção nacional e me marcou muito”, co-
menta. Foi também um período em que, emenda o pediatra,
houve um salto de profissionalização na medicina. O médico
do trabalho Ivan Sales
1983 e 1984, idealizado pelo então senador Teotônio Vilela, to legal que os políticos progressistas defendiam para a transição do regime militar para um governo civil, mas foi rejeitada e um arranjo foi feito para que a transição, em um primeiro momento, se desse por
meio da eleição do então governador do
era da tribo da Música
estado de Minas Gerais Tancredo Neves,
Popular Brasileira, que
teve um período extre-
por colégio eleitoral. Nesse momento da
mamente criativo na dé-
história política brasileira estavam om-
cada de 1970, concorda
breados nomes como Fernando Henrique Cardoso, Roberto Freire, Leonel
com o colega. “Foi um
momento épico que não
Brizola, Orestes Quércia, Franco Monto-
tem como esquecer, na
ro, Luiz Inácio Lula da Silva e Luís Carlos
política e na transforma-
Prestes... Alianças que se tornaram cada
ção social, que teve o rock
vez mais tênues, depois da Assembleia
como catalizador”, opina.
Bruno Vaz
“Porque se não for o amor/Então será a bomba/A bomba, a bomba, a bomba/Que nos manterá unidos.” (Ask – The Smiths, 1986) A coordenadora-operacional do observatório do Ser-
viço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu), Olga
Messias, conta que, nos anos 1980, o mundo ainda respirava
o medo do apocalipse nuclear. “Os acontecimentos da épo-
ca mudaram esse foco”,
Os avanços das conquistas femininas, que teve
auge mundial nas décadas de 1960 e 1970, foi freado, no Brasil, pela ditadura militar. No ano de 1980 foi ao ar o TV Mulher, que mudou a agenda dos programas de TV matinais femininos sobre culinária (na época não se dizia “gastronomia”) e decoração (nem design de interiores). O tema de abertura do programa, Cor de Rosa Choque, de Rita Lee, dava o tom da liberação e a socialite paulistana Martha Suplicy
aponta Olga. Para ela, uma
quebrava tabus falando sobre o corpo feminino e
grande revolução começou
a tomar maior vulto no Bra-
sexualidade. Em 1981, quando nem se cogitava a
sil, a revolução sexual. “Saí
Lei Maria da Penha, o Brasil finalmente ratificou a
da obrigação de agradar os
convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
outros para fazer o que eu
de Discriminação Contra a Mulher, firmada pela
gostava”, relata. Mas, ressal-
Organização das Nações Unidas em 1967. Nesse
ta ela, não foi um momen-
ano, empresas e instituições como a Petrobras e
to de conquista. Nos anos
a Academia Brasileira de Letras passaram a admitir mulheres entre seus funcionários. Em 1986, a
1980, as mulheres ainda
intelectual feminista, católica e libertária, Rose
viviam engessadas em um
Marie Muraro foi expulsa da Editora Vozes, da
padrão de vida e restritivo.
Igreja Católica, por ordem do Vaticano, pelo lan-
“As conquistas vieram de-
çamento do livro Por uma erótica cristã.
pois, aquele foi o momento
de começar a luta”, conta.
Nacional Constituinte de 1988.
Olga Messias
106 EdiEdição ção nºnº 106
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Literárias
Dr. Evaldo Alves de Oliveira
ANFITEATRO DE ANATOMIA, UM FIO NA HISTÓRIA DA MEDICINA
Quando trabalhava no IML, em Natal, levado por minha
A beleza do edifício, desde seu pórtico – este, sim, mara-
habilidade no uso dos teclados de máquinas de datilografia, com
vilhoso -, nos inebria ao ponto de vivenciarmos uma viagem no
mesa de necropsia. Naquela mesa de azulejo, sob o comando do
Medicina e de História. Ansioso, fui direto ao Anfiteatro de Ana-
o clímax em uma IBM 72, logo me liguei ao simbolismo de uma inesquecível Dr. Milton Ribeiro Dantas, seres humanos tinham
seus diagnósticos esclarecidos, um alento para famílias e um benefício para a área jurídica, em que as hipóteses da criminalística emolduram debates e decisões acaloradas.
tempo, com direito a acompanhantes que enriqueceram livros de tomia, onde boa parte dos maiores nomes da ciência mundial por
ali passaram, ensinando ou aprendendo. Da porta, monumental, vislumbra-se uma sala onde quase tudo é de madeira. É um ambiente bem iluminado, com destaque para as belas figuras humanas representando grandes vultos da História da Medicina. Ali,
uma emocionante e singela homenagem ao cadáver desconhecido. Naquela sala, homens e mulheres, à Indiana Jones, máqui-
nas em punho, esmiuçavam cada detalhe de prateleiras e escultu-
ras de madeira, em excelente estado de conservação. Figuras de
grandes nomes da História da Medicina eram clicadas à revelia, desnudadas por flashes de certa forma grosseiros.
Fixei meus olhos na mesa no centro da sala, e imaginei
os grandes nomes da História da Medicina que por ali passa-
ram. Sentado em seus bancos ainda reluzentes, imaginei-me na Idade Média e no Renascimento, em uma aula de anatomia, Em fevereiro de 1966, depois do vestibular, ainda com a
cabeça raspada e o coração em júbilo, fui ao anfiteatro de ana-
tomia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para minha primeira aula de Anatomia. Guiado
pelo Prof. Hiran Diogo Fernandes, novamente me deparei com
aquela emblemática mesa de azulejo branco, local de iminentes estudos, bisturis e pinças à mão. Ali, imaginei Galeno, no início da
era cristã, proferindo uma de suas magnânimas aulas, de costas para o cadáver, que era dissecado por um cirurgião barbeiro.
Marcelo Malpigui – anatomista e biólogo -, cada um em seu
tempo, sentados ao meu lado. Colegas de turma. Pela Univer-
sitá di Bologna também passaram nomes como Dante Alighieri e Nicolau Copérnico.
Uma viagem no tempo.
Ah, esqueci-me dos pórticos. Observação: todo
este acervo foi destruído no
No ano de 2013 fui à cidade italiana de Bolonha conhecer
dia 29 de janeiro de 1944 pelo
Bolonha, cidade dos pórticos. Lá, visitei um pavilhão da Universitá
mento americano. Ali, foram
seus famosos pórticos, pelos quais é mundialmente conhecida – di Bologna, considerada a universidade mais antiga do mundo
ocidental, fundada em 1088. Em 1158, o Imperador Federico I promulgou uma Constitutio Habita, que praticamente transformou a Universidade de Bolonha em uma Cidade Estado. Na Idade
Média, a Universidade de Bolonha era uma das mais importantes do mundo, com suas Escolas de Humanidades e Direito Civil.
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tendo Teophrastus Bombastus von Hohenhein, o Paracelso, e
Revista Médico
Esquadrão de Bombardealançadas 117 toneladas de
explosivos, destruindo a es-
trutura do Anatômico da Uni-
versidade de Bolonha, dentre outros equipamentos artísticos e históricos de Bolonha.
ISO 9001: 2008