Jornal do Bancário

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OUTUBRO 2019 - nº 400

JORNAL DOS BANCÁRIOS Notícias pelo whatssap

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REFORMA ‘FEITA PARA ATENDER OS BANCOS’ É APROVADA

APOSENTADORIA FICA MAIS LONGE Carimbado REFORMA É CRUELDADE COM OS MAIS POBRES A maioria do Congresso Nacional completou um duro golpe nos trabalhadores, ao aprovar uma reforma cruel na maior conquista da Constituição de 1988: a previdência pública. Durante os últimos anos e em especial neste, choveram análises e números distorcidos das contas, com apoio vergonhoso da grande mídia. Tudo para falsificar no imaginário popular um problema cuja solução são os mais pobres pagando a conta. A partir de 2020, toda uma geração futura de aposentados terão valores de benefícios reduzidos (tanto no INSS quanto no serviço público). As novas regras endurecem o acesso para a aposentadoria e pensões dos trabalhadores, bem como para suas viúvas e seus dependentes. O golpe é duro mas temos que reunir forças para denunciar e resistir. Há muitas batalhas para se lutar! Baltazar Luzia Presidente

Por 60 votos a favor e 19 contra, o Senado concluiu uma triste página da história do país. Foi aprovada uma reforma das aposentadorias proposta pelo governo Bolsonaro (PSL) que prejudica os mais pobres. O golpe na população refletirá em regras que vão reduzir o valor das aposentadorias e limitar o acesso dos trabalhadores, viúvas e filhos aos benefícios. A mobilização dos sindicatos e partidos de oposição conseguiu reduzir muitos danos do projeto inicial do governo. Para o senador Paulo Paim (PT), um dos mais combativos do projeto, a questão da previdência é mais complexa e essa reforma foi feita para satisfazer os bancos. Leia mais. Pag 4

Caixa faz ‘gestão pelo medo’; Itaú na mira e Santander condenado. Entidade sindicais lançaram campanha em defesa da saúde dos trabalhadores na Caixa, denunciando a gestão do banco.

O Santander sofreu dura condenação na justiça por assédio moral. E os sindicatos recolhem denúncias do Itaú. Pag. 2 e 3

Caixa: Lotex é vendida a preço de banana!

DEFESA DA CAIXA - Diretoria do Sindicato realizou ato no final de setembro em defesa da Caixa como banco público. Os bancários dialogaram com a população e distribuíram material informativo do FGTS e da importância da caixa para o país como banco público.

A empresa pública de Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex) foi vendida para um único participante do leilão: o consórcio norte-americano e italiano “Estrela Instantânea”. O valor total da outorga a ser paga à União nos próximos anos será de R$ 818 milhões. O vencedor poderá realizar o pagamento em 8 parcelas anuais. Segundo o BNDES há uma receita potencial de R$ 6 bilhões a partir do quinto ano de exploração do serviço. Ou seja, um custo de apenas 16,7% do lucro projetado em 5 anos.


Jornal dos Bancários

Outubro de 2019

Sindicatos lançam campanha pela sáude dos bancários

Caixa: Pressão por metas e assédio levam ao adoecimento da categoria

De lh ! CAIXA: REEMBOLSO SAÚDE - A Caixa divulgou no dia 11 o RH 227, com as regras para reembolso com despesas médicas, para os contratados a partir de 1 de setembro de 2018. A publicação é fruto da pressão da Contraf-CUT - inclusive judicialmente para que a Caixa cumprisse o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2018/2020, uma vez que os empregados contratados estavam sem qualquer tipo de assistência. O reembolso será retroativo necessitando o empregado comprovar a contratação de plano de saúde. A luta maior dos sindicatos porém, é o Saúde Caixa para todos. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO - Mais uma vez, a Justiça impediu que a Caixa Econômica Federal revogue a norma interna RH 151, que versa sobre a incorporação de função. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região negou recurso do banco, que tentava derrubar liminar, obtida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que impede a revogação da norma e mantém o direito da incorporação de função aos empregados que exercem o cargo por mais de 10 anos e são descomissionados sem motivo. DESIGUALDADE RECORDE - Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2018, o rendimento médio mensal do 1% da classe mais rica do país foi de 27.744 reais. Já os 50% mais pobres tiveram rendimento médio de 820 reais, valor 33,8 vezes menor que os mais abastados. O resultado de todas as rendas em 2018 foi de 277,7 bilhões de reais. Desse total, os 10% mais ricos ficaram com 43,1% dessa quantia. Os 80% mais pobres possuem um valor menor: 41,2%. Os 10% mais pobres detiveram somente 0,8%. Pior: os trabalhadores brancos receberam, em média, cerca de 75% a mais do que os pretos e pardos.

Descomissionamento arbitrário, assédio moral e política de recursos humanos desumanizada, que não prioriza condições de trabalho adequadas e as necessidades dos empregados da Caixa. Diante desses fatores que levam os bancários ao adoecimento, o movimento sindical lançou no dia 16, uma campanha em defesa da saúde dos trabalhadores do banco público denunciando a “Gestão pelo medo na Caixa”. A campanha aponta que a existência do descomissionamento arbitrário traz instabilidade remuneratória e abre espaço ao assédio moral pela ameaça da dispensa. Lembra também que repetidas reestruturações reduziram a área de gestão de pessoas da Caixa, banco cujo número de funcionários passou de 100 mil para cerca de 80 mil. Isso tem provocado um efeito avassalador na saúde dos empregados, que estão adoecendo por causa da sobrecarga em suas funções. Também denunciada a política de GDP da Caixa, que insere a lógica do mercado: os empregados são cobrados por resultados e rentabilidade. A ameaça é um método de manter a produção no banco.

Cassi: BB recusa avaliar proposta das entidades O Banco do Brasil respondeu no dia 10 para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que não irá avaliar o “Manifesto – proposta” de solução para a Caixa de Assistência dos Funcionários (Cassi). A proposta foi elaborada por um grupo de 26 pessoas que participaram do Encontro Nacional de Saúde dos Funcionários, ocorrido no dia 28 de setembro. O banco alegou que há pouco tempo para encaminhar uma solução definitiva para a Cassi, em função do procedimento de Direção Fiscal da Agência Nacional de

Saúde Suplementar (ANS). BANCO INFLEXÍVEL Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, o banco não pode ser inflexível: “O banco já havia informado que não aceitaria propostas que

impliquem em alterações dos pontos já debatidos com as entidades de representação dos trabalhadores. Mas, daí a sequer aceitar a analisá-la é outra coisa”. A Contraf-CUT encaminhará a resposta do banco ao grupo que elaborou a proposta.


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Outubro de 2019

Metas: Santander é condenado por adoecimento dos bancários Segundo o MP, estipular metas inatingíveis é conduta grave e fora da lei

O Banco Santander foi condenado a pagar indenização de R$ 274 milhões por dano moral coletivo. Isto porque submetia os bancários e as bancárias a metas abusivas de produção que aumentaram o índice de adoecimento mental ocupacional. A sentença foi do juiz do Trabalho, Gustavo Carvalho Chehab, da 3ª Vara do Trabalho de Brasília. Em 2014, a média de afastamentos por acidente e doença mental ocupacional no banco foi de dois empregados por dia. De 2012 a 2016, 6.763 bancários receberam auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desse total, 1.784 são ou foram empregados do Banco Santander, o que significa 26,38%. Segundo o Ministério Público do Trabalho, “a conduta do banco é absolutamente grave e ilícita, qual seja, estipula metas praticamente ina-

tingíveis e cobra as metas de forma excessiva, gerando uma verdadeira legião de bancários acometidos de transtornos mentais, em grave violação aos preceitos constitucionais que asseguram o trabalho decente, a saúde, a vida digna e a redução dos riscos inerentes ao trabalho”. Entre as obrigações de fazer impostas pela decisão

Banco economiza em cima dos bancários com mais de 30 anos

Com mãe em coma, bancário é demitido pelo Santander

Os bancos fecharam 1.928 postos de trabalho somente no mês de setembro de 2019, segundo levantamento do Dieese/Caged. O saldo de janeiro a setembro chegou a 3.328 postos de trabalho a menos na categoria bancária. Desde 2013, foram fechadas 63.934 vagas na categoria. Mas não é só isso. Houve redução de postos de trabalho para todas as faixas etárias acima de 30 anos. E saldo positivo apenas na faixa de 18 a 29 anos, com criação de 9.547 empregos. A remuneração média dos bancários e bancárias admitidos até 29 anos é de R$ 3.344,56. A dos demitidos com mais de 30 anos é de R$ 8.054,90 (141% maior).

A mãe do bancário demitido está internada há três meses devido a complicações de um pós-cirúrgico, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da cidade. Enquanto acompanhava o estado crítico de saúde da mãe, o bancário com cinco anos de banco não faltou um dia sequer ao trabalho e mesmo assim foi dispensado. A dispensa ocorreu pelo não atingimento das metas de produtividade no período em que estava acompanhando a mãe. O Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes e Região realizou um protesto no dia 22 em frente as agências do Banco para denunciar o fato.

Sindicatos recebem denúncias do Itaú

judicial, destaque para a proibição de submissão de trabalhadores a metas abusivas e a necessidade de que as definições dessas metas sejam objeto de negociação coletiva entre o réu e a entidade representativa da categoria. A sentença determina que as obrigações devem ser cumpridas a partir de 1º de janeiro de 2020.

Os Sindicatos de Minas incluindo o de Uberaba - tem recebidos denúncias de assédio moral nas agências. Os casos dão conta que gerentes estariam gerando desestruturação psicológica e stress em grau elevado nos bancários. Situação que tem levado ao adoecimento da categoria. O Sindicato está recolhendo dados para subsidiar uma possível ação civil pública e denúncia dos casos no Ministério Público, sugerindo a instauração de inquérito. Tendo sofrido casos de assédio em qualquer agência da base, os bancários devem procurar o sindicato.

Pressão garante melhorias na PLR do Mercantil do Brasil Em negociação junto à direção do banco, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil - que representa a Contraf-CUT nas negociações - pressionou e conseguiu incluir, no acordo próprio, a cláusula sobre o gatilho de 80% das metas. Ou seja, os funcionários recebem, proporcionalmente, a partir do atingimento do lucro de R$ 52 milhões no primeiro semestre de 2019. O gatilho de cumprimento de 80% das metas também incluiu a redução de despesas e BSC, o que acabou ocorrendo no primeiro semestre de 2019. No início das tratativas negociais, o programa próprio só seria pago com o cumprimento integral das metas. Também foi garantida a cláusula que previa que bancários recebessem o maior

valor entre os resultados apurados pelas regras do Programa Próprio e o valor da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários. A maioria dos trabalhadores do banco recebem pela regra do programa próprio, que contempla valores majorados.

JORNAL DOS BANCÁRIOS EXPEDIENTE

Publicação do Sindicato dos Bancários de Uberaba e região. Presidente: Baltazar Luzia Pinto. Secretário de Imprensa: Élcio Lopes Lucas. Edição: Anízio Bragança Júnior - MG 4731JP. Rua Governador Valadares, 450. Cep: 38.010380. Telefax: (34) 3312-1993. 1000 exemplares. Notícias extraída da ContrafCUT, Sindicato dos Bancários de São Paulo e de Brasília, Rede Brasil Atual e CUT. Fotos: Marco Túlio Bernardes. E-mail: imprensadosbancarios@mednet. com.br e secretariadosbancarios@uol.com.br. Sítio: www.bancariosdeuberaba.com.br.


Jornal dos Bancários

Outubro de 2019

Poesia: Bancário da Caixa vence em Minas e vai pro Nacional Vote agora no concurso. Poema trata da tragédia de Brumadinho em MInas O Bancário da Caixa Econômica Federal em Uberaba, Orlando Pereira Coelho Filho, conquistou a primeira colocação de poesia no “Talentos Fenae/Apcef 2019”, concurso regional de Minas, que reúne várias modalidades culturais. Além do primeiro lugar com a poesia “Brumadinho”, Orlando ficou em segundo na categoria crônica e contos com o texto “Florbela Mequetrefe”. A primeira colocação garantiu vaga do bancário na etapa nacional do evento que será realizada em Florianópolis no mês de dezembro para concorrer na categoria de poesia. A votação nos melhores trabalhos ocorreu no site da Apcef MG. Na disputa nacional, você pode ajudar o bancário, votando no link https://talen-

tos.fenae.org.br/Detalhe/ Literario/7205.

Confira a íntegra do poema e premiado: BRUMADINHO Para mim as jazidas Para vós os jazigos A mim as margaridas A vós a lama fétida. Valesse só uma vida O que ela por se vale Não haveria esse vale De lágrimas barrentas. Soterrados vivos, vivos! no meio dos sonhos. Valessem duzentas A vida como o crivo Até do que suponho. E não esse medonho rio de corpos e argila Rejeitos das usinas Que valem privadas Que valem privadas Menos que as retinas Cerradas pelo barro. Em corpos rejeitos Na terrível descarga De lucros macabros Infames e suspeitos. - A mim as jazidas Para vós os jazigos.

CONVÊNIOS Geriatria e outros (3311-3760)

3332-3914

O metalúrgico paulistano Sérgio Nobre, 45 anos, será o novo presidente da CUT Nacional para o mandato de 2019/2023. Em chapa única, a nova direção da central sindical foi eleita por unanimidade pelos delegados e delegadas do 13º ConCUT, no dia 10, em Praia Grande (SP).

A vice-presidência será ocupada pelo representante do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Vagner Freitas, presidente da CUT por dois mandatos. A Secretaria-Geral será comandada pela primeira vez por uma mulher, a trabalhadora rural Carmem Foro.

Desconto 100% para bancários e 30% para dependentes (98801-3249)

30% de desconto- (3073-5209) 30% de desconto fundamental e médio (Tel. 3334-4000)

CUT Nacional elege nova diretoria

Alívio das dores (998550260) Barbearia

10% a mais nos descontos obtidos10% de desconto (3312-8700)

10% de desconto (3332-6766)

20% Seg e Qui - (3073-5209)

Reforma: Senado manteve regra do PIS Na única derrota do governo no Senado, os parlamentares derrubarram as alterações no abono salarial. A proposta original previa o pagamento do abono do PIS/ Pasep para quem recebe até R$ 1.364,43 por mês.

No destaque aprovado foi mantido o abono para quem tem renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 1.996), beneficiando cerca de 23 milhões de pessoas. O abono do PIS/Pasep é pago com recursos do FAT).


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