SINDIPI_Gabarito CAPAS.indd 3
1/6/2007 14:37:42
FOTO MARCELLO SOKAL
Índice EDITORIAL
4 6
ENTREVISTA: Comunicadora Bernadete Felicio
PALAVRA DO PRESIDENTE: Quatro de setembro, um marco na pesca!
12 13
PESCA ESPORTIVA: Novidades da Fishing Show EMPRESA QUE FAZ: Equipesca
14 17
DESCONGELAMENTO: Aprenda passo a passoi
FOTO MARCELO ROGGIA
CINEMA: “O Arco”
10
18 DICAS DE VIAGEM: Faça sua programação 21 NOTAS: Novidades e clicks interessantes 22 REPRESENTATIVIDADE: Câmara do Arrasto 24 PROTESTO: Maior paralisação da pesca
26
TURISMO: Nova Trento, cidade com tradições A ARTE DE Daniel Pickler
32
PROJETO ARQUITETÔNICO: Sede do Sindipi
34
CONSTRUÇÃO NAVAL: Navship aposta em crescimento
FOTO DIVULGAÇÃO
INVESTIMENTO: GDC
30 36
38 EXPONAUS: Fórum Pesqueiro 39 NUTRIÇÃO: Peixe na dieta
SEGURANÇA ALIMENTAR: Segurança alimentar no comércio RESPONSABILIDADE SOCIAL: “Judô Para Todos”
42
CRÉDITO PESQUEIRO: Orientação para armadores PESQUISA: Espécies ricas em ômega 3 CONSUMO: Caminhão do peixe
CAPA:
45
46
48
CULINÁRIA: Peixe com brócolis gratinado MENSAGEM: “A força da união”
40
49
50
Santuário da Madre Paulina, Nova Trento, SC / DESIGN: GERSON REIS
FOTO: DIVULGAÇÃO
REVISTA SINDIPI A REVISTA SINDIPI é uma publicação do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO Diretoria do SINDIPI: Antônio Carlos Momm (presidente), Dario Vitali (vice-presidente), João Manoel da Silva (tesoureiro) – Departamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini (OAB/SC 15.939) – Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina – 88301-030; sindipi@sindipi.com.br – Fone: (47) 3348-1083 – Envie suas cartas para: cartas@sindipi.com.br – Coordenação editorial: Antônio Carlos Momm EDITORA ALPHA SUL : Rua Argentina, 30, s/301, Balneário Camboriú, Santa Catarina – 88338-055 – Fone: (47) 3263-0590 REVISTA SINDIPI – Jornalista responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Editor de Arte: Gerson Reis; Secretaria de Redação: Sabrina Schloegl; Reportagens: Rogério Pinheiro; Revisão: Rafaela Silva/Peu Japiassu; Fotos: Marcello Sokal; Para anunciar na Revista SINDIPI: Departamento de Publicidade: Arlete Piccolo – publicidade@grupoalphasul.com.br – Envie suas cartas para: grupo@grupoalphasul.com.br; Impressão: Gráfica Coan – Tubarão, SC – www.coan.com.br – Tiragem desta edição: 5.000 exemplares – Circulação: setor pesqueiro nacional
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 3
2006
REVISTA SINDIPI 3
18/10/2006 22:45:41
Editorial
FOTO PEU JAPIASSU
E
stamos chegando no final do ano. Como está passando rápido 2006, não concorda? Por isso, ao elaborarmos mais uma edição sempre pensamos: quais informações podemos acrescentar ao nosso leitor para que ele faça um bom proveito das leituras em 2006? A nossa proposta é trocar experiências, informar fatos importantes da pesca, além de cultura e lazer. Por isso a cada e-mail que recebemos de um leitor ou uma ligação sobre a publicação é uma vitória, porque demonstra esta interatividade. Esta edição está recheada de novidades, são 24 temas variados: turismo em Nova Trento; artes marciais como ação de responsabilidade social; imagens e fatos da maior paralisação da pesca; orientação ao consumidor sobre o descongelamento de pescado; sugestão de filme; novidades sobre pesca esportiva; dicas de viagem; construção naval; crédito de custeio para o armador.
4 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 4
Como destaques, a editoria Empresa Que Faz mostra a Equipesca, pioneira no mercado de redes para indústria pesqueira; o projeto da nova sede do SINDIPI; participação de pesquisadores da Unicamp, Esalq e Unimep com pesquisas sobre ômega3 e segurança alimentar. Acompanhamos a inauguração da nova fábrica de embalagens da empresa Gomes da Costa em Itajaí. Para quem quer entrar no verão bem saudável e com uns quilinhos a menos, uma receita infalível da nutricionista Tônia Heusi. A Entrevista é com a comunicadora Bernadete Felício que está no comando da Rádio Costeira de Navegantes desde 1996. Uma leitura tranqüila e deixo como reflexão a Força da União, inspirada na nossa mensagem! Se você quer indicar uma matéria envie e-mail para: redacao@sindipi.com.br Para sugestões e críticas envie e mail para: cartas@sindipi.com.br Para falar com a jornalista: 47 3348-1083 Estou aguardando a sua participação!
Daniela Maia, editora
2006
18/10/2006 22:46:27
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 5
18/10/2006 22:46:29
Entrevista: Bernadete Felício
A guardiã dos mares Daniela Maia
FOTO MARCELLO SOKAL
A
De fotógrafa, à funcionária de empresas de pesca e cozinheira de um estaleiro, hoje a comunicadora Bernadete Felício trabalha em três rádios, sendo duas costeiras e tem um programa na Televisão, somando uma grande experiência na pesca
6 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 6
madrinha das embarcações. É assim que os pescadores e armadores consideram a comunicadora Bernadete Felicio, 51 anos. Há dez conheceu sua maior paixão, a Rádio Costeira de Navegantes. De operadora passou ao Comando da Rádio que foi transformada em Instituto de Rádio Difusão Comunitária. Ela chegou a atender mais de 300 chamadas em um só dia. Uma profissional humilde, que encanta o setor e não teme em falar o que acha. Vamos acompanhar a entrevista da Bernadete que tem muita história para contar e sabedorias adquiridas com os profissionais do mar. Durante a entrevista, o pescador Kinho, da embarcação Águas Claras, entrou em contato por rádio com Bernadete para saber do tempo. No final da conversa observei o carinho com que a comunicadora realiza seu trabalho:
2006
18/10/2006 22:46:31
Kinho: “Um braço, um bom final de expediente, até mais tarde ou até amanhã”. Bernadete: “Uma boa saída, vão com Deus e que Deus acompanhe vocês”.
SINDIPI – Como foi o seu primeiro contato com a rádio? Bernadete – Comecei a trabalhar na Rádio Atlântico Sul, hoje chamada de Rádio Costeira de Navegantes, em outubro de 96. Na época estava fechando a SUDEPE (a Itajaí Rádio Embratel) e estávamos praticamente sem comunicação no Estado. Neste tempo veio um grupo do Rio de Janeiro que tinha o controle de duas estações no Estado carioca e veio para Navegantes montar uma Rádio em um estaleiro. SINDIPI – Sabia como operar uma emissora? Bernadete – Parece que foi amor à primeira vista. Logo que conheci a Rádio eu me interessei muito: vários equipamentos, era diferente e eu nunca tinha visto. Eu já tinha feito várias coisas na minha vida, menos trabalhar em uma rádio costeira. Logo que eu saía do meu trabalho no estaleiro, onde trabalhava como cozinheira e conhecia vários pescadores, terminava as minhas tarefas eu ia para a Rádio, ouvir e observar tudo. Comecei a me interessar pela Rádio.
Como o proprietário precisou se ausentar um pouco, ele chegou para mim e disse: “Bernadete, preciso de uma funcionária, e como você já conhece tudo, tem referência e a Rádio precisa estar no ar 24 horas, espero que você trabalhe conosco”. Eu aceitei e após uma semana, ele disse que precisava ir ao Rio de Janeiro, foi e não retornou. SINDIPI – Como aprendeu a operar a Rádio? Bernadete – Logo tive que aprender tudo na marra. Como eu já acompanhava desde o início e observava, facilitou um pouco. Comecei na Rádio Costeira já trabalhando como operadora. SINDIPI – Qual foi sua primeira e grande experiência na Estação? Bernadete – Após três meses de trabalho, quando a Rádio ainda estava em fase de testes, tive a pior experiência com relação ao mau tempo. Teve um grande temporal no Rio Grande do Sul, onde duas embarcações foram para o fundo: Paulo Emirim e Rio Nilo e desapareceram em alto mar 11 pescadores, seis em uma embarcação e cinco em outra. Eu me lembro que foi um desespero e uma choradeira, eu acabei chorando junto com eles. Fazer o que naquela situação? Naquela época não se falava em ciclone extratropical, só agora começou a falar. Neste temporal em RS os pescadores relataram que o
vento foi mais de 200 km por hora. De manhã, quando clareou o dia, que o vento acalmou, comecei a chamar as embarcações. E até hoje não foram encontrados nenhum vestígio e nenhum pescador. SINDIPI – Hoje, como está sua atividade profissional? Bernadete – Estou tentando expandir ao máximo as informações para o setor, através de programa na TV, rádios e internet. Tem dia que começo na Rádio à meia noite e trabalho até às 10 horas da manhã, vou para outra emissora (Difusora) e tem dia que passo 24 horas sem dormir. SINDIPI – Além da Rádio Costeira de Navegantes e a Difusora, também está na Rádio Costeira de Itajaí... Bernadete – Esta Rádio tem uma história. O pedido para instalar a Rádio Costeira de Itajaí foi feito através do expresidente do SINDIPI, Perciavalle, com Augustinho Peruzzo, mesmo sabendo que já estava em operação a Rádio Costeira de Navegantes. Na época, na minha opinião, o que interessava para eles era a verba. Se a Rádio não saísse de onde estava não teria continuado, porque ela nunca funcionou na administração deles. SINDIPI – Mesmo longe do mar, como acontece esta troca de informações?
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 7
2006
REVISTA SINDIPI 7
18/10/2006 22:46:37
Entrevista: Bernadete Felício Bernadete – Aqui agente escuta de tudo, notícias boas, principalmente as de nascimento ou o resultado de um ultrassom, quando aviso ao pai em alto mar se é menino ou menina. Acabei de receber uma notícia que nasceu o filho de um tripulante da embarcação Tainá. São momentos de alegria, mas há os outros momentos de tristeza, como o falecimento de um filho, ou parente. Isso dói na alma. Há situações também quando precisamos avisar a família de um pescador, como já aconteceu em alto mar, onde a rondana bateu na cabeça do pescador e ele ficou três dias desacordado. Ficou muito tempo em coma e acordou com problemas mentais. Sempre quando acontece alguma coisa em alto mar, ligamos para a Capitania ou Corpo de Bombeiros e eles passam as instruções de primeiros socorros. SINDIPI – Muitas embarcações foram encontradas com o auxílio da Rádio? Bernadete – Isso é o que a gente mais faz, mas geralmente a Capitania nem vai ao encontro da embarcação. Os próprios pescadores saem da posição onde estão trabalhando para auxiliar os outros pescadores. A Capitania nunca tem lancha, nunca tem aeronave, nunca tem nada. O auxílio só vem através das embarcações pesqueiras. SINDIPI – Chegou a reclamar dessas situações na Capitania?
8 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 8
Bernadete – Durante a conclusão de um curso de pescadores, no salão Tiradentes, conversei com o delegado da Capitania dos Portos de Itajaí. E falei sobre uma das mágoas que tenho da Capitania: que eu, na Rádio Costeira, faço a minha parte, os pescadores em alto mar fazem a sua parte e a Capitania nunca divulgou que tal embarcação foi socorrida por um barco. Eles colocam todo o mérito à Capitania, quando sabemos que
" A Capitania nunca tem lancha, nunca tem aeronave, nunca tem nada. O auxílio só vem através das embarcações pesqueiras. " a Capitania não fez nada. O delegado disse que não tinha o conhecimento disso. Então eu sugeri que olhasse na página da Marinha do Brasil, no Salvamar – Sul, RS, e conferisse quantos méritos a Marinha tem e constatasse que nada daquilo é verídico. O delegado me garantiu que a parir de agora tudo será retratado, colocando o mérito à embarcação. Em conversas com pescadores na Rádio, essa também é uma grande mágoa que
eles têm da Capitania. Os pescadores saem da posição deles, deixam de pescar, correm o risco e a Capitania diz que ela é quem salvou. SINDIPI – Essa cumplicidade com o armador e pescador é grande... Bernadete – Desde o início. Na época só era a Rádio Costeira que fazia a comunicação com os armadores, além daquela via Embratel, telefones nos barcos. Não tínhamos convênio com Prefeitura, Estado, sempre os armadores que ajudaram a manter a rádio. Nunca deixei de atender uma embarcação, mesmo que o armador não ajudasse com recursos. Eu faço o trabalho e sei que tem retorno, não aquele retorno financeiro, mas principalmente de agradecimento. Os armadores e pescadores me consideram a madrinha de todas as embarcações, isso é especial no trabalho. SINDIPI – Qual o fato que mais marcou a sua trajetória na Rádio? Bernadete – Fora o temporal em Rio Grande do Sul, um fato que me marcou muito foi o Furacão Catarina. Foram três dias direto sem dormir. Tive muito contato com os mestres Zezinho e Adalto que trabalharam no Marlene I e II. O Zezinho contava para mim, chorando, toda a história do furacão, ele estava em uma embarcação que ficou bem na frente do furacão e chegou até a rodopiar junto com o furacão. “Teve uma hora que eu
2006
18/10/2006 22:46:41
e a nossa tripulação achávamos que já estávamos no céu”, contou o Zezinho. SINDIPI – Como avalia a pesca na Região? Bernadete – Eu vejo a pesca como o grande futuro da nossa região e do Brasil, mas a partir do momento que tiver união. Meu negócio é rádio, mas o pouco que converso com o setor, na pesca não há união, é aquele que mais quer passar por cima do outro. Se não há união entre a classe, a pesca não chegará a lugar nenhum. Não há um projeto definido para a pesca, cada um quer uma coisa. Eles querem tudo, mas ao mesmo tempo não conseguem alcançar um objetivo. Precisava traçar uma meta e ir até o final. SINDIPI – Quais as principais ações você solicitaria ao Presidente e Governador eleitos? Bernadete – Eu solicitaria uma Estação de Rádio, com equipamentos mais avançados. Há dinheiro, a Marinha Mercante dispõe de recursos e verbas. Por exemplo, junto à Delegacia da Capitania em Itajaí, o maior porto pesqueiro, deveria ter uma base para a pesca, com aeronave, um navio apropriado para ir a alto mar. Uma estação de rádio na Capitania, ou modernizar a Rádio de Itajaí, com equipamentos modernos. Poderia ter uma base em cada Região forte na pesca.
SINDIPI – Projetos para o futuro? Bernadete – Tenho em meta um projeto através do Instituto de Radiodifusão para as embarcações artesanais, que quero colocar em prática. Cada embarcação pesqueira de pequeno porte deveria ter um rádio VHF, para se comunicar com a Rádio Costeira de Itajaí, Capitania dos Portos, Praticagem. Ou seja, qualquer perigo que a embarcação artesanal venha a ter, ela terá várias opções. SINDIPI – Durante esse tempo de trabalho você presenciou muitos conflitos entre IBAMA e pesca? Bernadete – Isso tem bastante, principalmente em relação aos defesos. Na minha avaliação, o ciclo da natureza está mudando, a temperatura da água muda. Os estudos do IBAMA, CEPSUL andam muito parados. Os pescadores comentam que eles não o chamam para conversar. Se os pesquisadores estivessem nas embarcações com os pescadores iam ver realmente como estão as espécies. Um pescador que tem mais tempo de mar tem até muito mais conhecimento em relação aquele que se diz estudioso. SINDIPI – Qual a sua opinião sobre as ações do SINDIPI? Bernadete – Agora os armadores podem dizer que eles têm um Sindicato que luta pelos direitos e benefícios deles.
De 2002 para trás, desde o tempo em que trabalhava na Rádio, o Sindicato nunca teve um Presidente. Eu nunca vi o ex-presidente do sindicato envolvido em uma paralisação, em um projeto, não eram divulgadas as coisas. O atual Presidente, o Momm, está se destacando muito bem e se pudesse se reeleger deveria estar novamente à frente do Sindicato. SINDIPI – Se você fosse da Diretoria do Sindicato, qual sugestão daria? Bernadete – Quando pegam um projeto deveriam ir até o fim. Muitas vezes o projeto está pela metade e já passam para outro. A entidade briga pelo preço do óleo, daqui a pouco pelo preço dos produtos, depois os defesos. Em pouco espaço de tempo é muita briga. Ou seja, enquanto não conseguirem uma reivindicação, não deveriam pular para outra. SINDIPI – Quais as principais características que admira em um bom mestre de barco? Bernadete – Eles são atenciosos e preparados na maneira do possível, enfrentam uma determinada situação, mesmo sem estarem com alta tecnologia. Sabem o que fazer em uma situação de perigo e a hora certa de sair, ser prudente. Eles acham a boa pescaria, o melhor momento de largar a rede e de recolher.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 9
2006
REVISTA SINDIPI 9
18/10/2006 22:46:45
Palavra PalavradodoPresidente Presidente
QUATRO DE SETEMBRO FOTO MARCELLO SOKAL
UM MARCO NA PESCA!
H
á 18 anos, quando minha filha Denise nasceu, iniciei no universo pesqueiro. Durante esse tempo acompanhei diversas escalas da pesca: épocas boas e ruins. Mas apesar das dificuldades que o setor enfrentava e ainda enfrenta, o que mais admiro na pesca é a persistência do empresário e do trabalhador do mar. Conheci diversas pessoas, entre empresários, armadores, pescadores e funcionários das empresas de pesca, além dos proprietários das lojas de insumos. A garra e a coragem são marcas ímpares para quem tem a pesca como sua atividade profissional. Apenas, uma coisa lamentava: a desunião do setor. Não posso negar que estar à frente da Presidência de um Sindicato que representa cerca de 200 associados, entre indústriais e armadores, não é fácil. Neste meu segundo mandato pensei: ou vai ou racha, devemos movimentar o setor e mostrar que somos uma classe produtiva, de grande potencial econômico e que merece respeito e atenção. Não fazemos nada sozinhos e o mérito é de todos. Por isso o Sindipi sempre foi em busca da união. Mas, uma conclusão é clara: sem a união do setor e a participação de todos, garanto que é difícil realizar ações. Mas, para minha surpresa, ou melhor, o meu grande presente se concretizou uma semana antes da 2º paralisação do setor pesqueiro. Durantes as assembléias nunca tinha presenciado um auditório tão cheio e uma calorosa participação de todos e o empenho de pessoas para que realmente as coisas pudessem acontecer. Por isso, destaco que a data 4 de setembro de 2006 é o marco da pesca. E até sugiro aos nossos associados que registrem esta data no calendário para que possamos organizar um 10 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 10
evento todos os anos em comemoração A UNIÃO! É essa união que comemoro com todos. Como resultado, a paralisação foi considerada a maior do setor, além de disciplinada e com metas claras, com a participação de mais de 400 embarcações de Itajaí e Região que marcaram presença em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tivemos também o apoio de pescadores, proprietários das lojas de insumos e até da comunidade que observava o movimento e demonstrava solidariedade e apoio. Agradeço de coração todos que colaboraram para que a pesca se apresentasse como um grande setor produtivo do Brasil, responsável pela produção de um dos alimentos mais ricos proporcionado pela natureza, pelo mar, que é nosso pescado. Agora, já demos o primeiro e grande passo. A partir de hoje, continuaremos as nossas lutas, afinal o setor pesqueiro ainda tem muito a crescer e precisa de muitas ações dos próximos governos, estadual e federal, que iniciam em 2007. Desejo que essa união, bem representada no dia 4 de setembro, se prolongue por anos!
Antônio Carlos Momm Presidente do SINDIPI
2006
18/10/2006 22:46:50
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 11
18/10/2006 22:46:53
KIM KI-DUK volta a usar silêncios e gestos em "O ARCO" O
filme “O Arco’’, do diretor Kim Ki-duk conta sua história através de símbolos e arquétipos. Boa parte da história é comunicada pelos olhares, os gestos e a linguagem corporal dos três atores principais. A história se passa em um único cenário: o mar aberto e um barco pesqueiro decadente. O acessório principal usado na narrativa é um arco, que é, em primeiro lugar uma arma temível. Um velho irrascível (Jeon Sunghwan) é dono do barco, que aluga por dia a pescadores diversos. Ele usa o arco para manter à distância os homens lascivos que gostariam de tocar a dócil garota de 16 anos (Han Yeo-reum) que vive no barco com ele há dez anos. O velho pretende “casar-se’’ com a menina quando ela completar 17 anos. Mas o arco também é usado por ele num processo divinatório xamânico. Para prever o futuro de seus clientes,
12 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 12
FOTO DIVUL GAÇÃO BALLY HOO
Cinema
o velho amarra um pano no pulso da seu aparelho de CD. Irado, o velho o garota e a coloca num balanço em joga fora. movimento. Ele usa o arco para disDe repente a garota começa a parar flechas que passam ao lado da enxergar seu companheiro sob nova menina, faltando pouco para acertá-la, ótica: em lugar de ser seu protetor, ela e atingem uma gasta pintura de Buda o vê como carcereiro. Ao tomar conscino ponto determinado pelo destino do ência do egoísmo dele, ela se distancia cliente. e se fecha. Ele, por sua vez, começa a E o arco acaba arrancar páginas de seu calentambém por transdário para adiantar a data do Filme: O Arco formar-se em instru“casamento’’ deles. Título original: Hwal mento musical. O uso Han transmite a inocência Gênero: drama dos belíssimos instrue curiosidade de uma criança Ano: 2005 mentais de violino criada quase selvagem, com Fonte: Reuters de Gang Eun-il para poucas orientações para guiá-la essas seqüências innos relacionamentos humanos. funde ao filme um clima espiritual doce O jovem é mais um artifício do que e melódico. um personagem real, e por isso mesmo Os problemas do velho começam em vários momentos age de maneira quando a garota se sente atraída pelo ambígua e irracional. jovem filho (Seo Ji-seok) de um cliente. O clímax se estende por mais tempo Enquanto outros homens a trataram do que deveria, mas contém uma macom rudez, o jovem é gentil e doce. neira espantosamente boa de transmitir Quando ele parte, dá a ela de presente a perda de inocência da garota.
2006
18/10/2006 22:46:55
Pesca Esportiva
A maior Feira de Pesca do Brasil foi um FOTO DIVULGAÇÃO BALLYHOO
M
ais de 36 mil pessoas visitaram a quinta edição da Brazil Fishing Show, a maior feira de pesca do Brasil, realizada entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro, no Transamérica Expo Center, São Paulo. Durante os cinco dias de feira, foram entregues gratuitamente cerca de seis mil molinetes importados. Também foram distribuídos milhares de iscas artificiais e mais de quatro mil bonés autografados por pescadores profissionais. Além dos itens voltados para a prática da pesca esportiva disponíveis na feira, o visitante também pôde conferir os lançamentos mundiais do setor e os melhores equipamentos de camping, náutica e mergulho fabricados no Brasil e no exterior. Entre as atrações, o destaque ficou para a arena de arremessos onde pescadores profissionais ensinaram como usar diferentes tipos de equipamentos e deram dicas de pesca para os interessados. A criançada fisgou peixinhos nos moldes das antigas pescarias de quermesse na brincadeira “Pescaria com Prêmio”. Foram realizados sorteios de hora em hora, com grande número de presentes que fizeram a alegria de todo mundo. Durante a feira, o presidente do IBAMA, Marcus Barros apresentou o livro “Pesque e Solte: informações gerais e pro-
SUCESSO! cedimentos práticos”, que aborda as boas práticas de pesca, associadas à preservação do ambiente. Outra novidade foi o lançamento do “Projeto Peixamento”, da Yamaha Náutica, propondo o estudo do efeito do repovoamento de rios e represas e a soltura de peixes de cultivo. Representantes do Ministério e de Secretarias do Turismo de várias regiões do país participaram de debates e palestras durante toda a programação do evento.
NOVIDADES APRESENTADAS Roupas com proteção A empresa Ballyhoo apresentou camisas e calças feitas de um material extrafino e com fator de proteção solar 40. A outra novidade da empresa e exclusividade da marca são as camisetas de manga longa feitas em puro algodão extrafino e com fator de proteção solar 30.
Varas com material à prova de balas As varas Tiralejo também foram destaque no evento, com suporte do molinete ajustável, tecnologia de construção TC 4K, com alta durabilidade e resistência.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 13
2006
REVISTA SINDIPI 13
18/10/2006 22:46:57
Empresa que faz
Proximidade com o mercado
GARANTE LIDERANÇA
FOTOS MARCELLO SOKAL
Sempre ao lado do armador e pescador, a Equipesca consolidou sua posição como pioneira no mercado de redes para a indústria pesqueira nacional
14 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 14
2006
18/10/2006 22:47:03
Empresa produz redes para variados tipos de pesca amadora e industrial
O
maior pólo pesqueiro industrial do país é também o único a contar com um posto de vendas exclusivo de uma das maiores fábricas de redes de pesca do Brasil. Das 700 embarcações que atuam no Sul e Sudeste a partir de Itajaí e Navegantes, quase 100% mantém itens da Equipesca, empresa com sede em Campinas (interior de São Paulo) e que atende grande parte do mercado industrial brasileiro. A decisão de manter uma loja exclusiva de fábrica em Itajaí, segundo o gerente regional da marca, José Luiz de Andrade (conhecido como Lu), vem do potencial de mercado que a região oferece. É daqui que sai cerca de 40% de todo o peixe que o Brasil consome. “O maior pólo nacional da pesca também concentra clientes das diversas modali-
dades de pesca”, explica Andrade. A localização – na Avenida Reinaldo Schmithausen – contribui para a aproximação com os armadores, já que a maioria dos atracadouros industriais está situada no Bairro Cordeiros. A relação de proximidade com o setor pesqueiro de SC rende à Equipesca a liderança de mercado em Itajaí e Navegantes, onde a empresa mantém o posto de vendas avançado há 20 anos. De acordo com o SINDIPI, Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí, o investimento anual no setor é de aproximadamente R$ 100 milhões de reais. Só em Itajaí e Navegantes são produzidos mais de um milhão de enlatados/dia. No Brasil, a Equipesca é responsável por cerca de 40% do mercado no segmento de redes para pesca. A produção da marca atende as mais diversas modalidades de pesca
industrial, a exemplo de traineiras, arrastão, emalhe e long-line. Na região é possível encontrar equipamentos de reparo da Equipesca também em postos náuticos que atendem como revendedores de alguns produtos. Além de redes e carretéis para a pesca, a marca também atua em outras duas divisões de mercado: a agrícola, com telas de sombreamento e proteção para o tempo; e a de proteção, com telas para sacadas e campos esportivos.
CONCORRÊNCIA ILEGAL PREJUDICA MERCADO Com capital de investimento 100% nacional, a Equipesca mantém hoje 400 funcionários em Campinas e Itajaí. A marca, que na década de 90 chegou a responder por 60% do mercado
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 15
2006
REVISTA SINDIPI 15
18/10/2006 22:47:09
nacional de redes de pesca industriais, hoje soma 40% de participação no segmento. Cerca de 10% de toda a sua produção é exportada para países da América do Sul, América Central e Estados Unidos. Segundo o gerente regional da Equipesca em Itajaí, José Luiz de Andrade, a queda nos negócios foi sentida a partir da concorrência dos produtos importados. Somado a isso, a indústria nacional sente os efeitos da comercialização ilegal a custos bem reduzidos e muitas vezes sem emissão de nota. O mesmo ocorre, por exemplo, com as indústrias têxteis do Vale do Itajaí, que há oito anos sentem o impacto do produto importado principalmente do Oriente. As dificuldades observadas pelo
Posto avançado de fábricapresta apoio de equipamentos ao armador
16 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 16
setor pesqueiro ao longo da última década também refletiu na indústria de redes. O alto preço do óleo diesel das embarcações, até então não subsidiado pelo governo federal, e a baixa na captura de algumas espécies vinha reduzindo a lucratividade das indústrias. “Se o pescador e o armador ganham bem, nós também progredimos. Do contrário, sentimos o efeito direto nas vendas”, observa Andrade.
FOTOS MARCELLO SOKAL
Empresa que faz
Empresa produz redes para variados tipos de pesca amadora e industrial
INDÚSTRIA COMPLETA 46 ANOS NO MERCADO Fundada em 27 de julho de 1960 por Ricardo Manarini e seu filho, Ademar Heitor Manarini, a Equipesca nasceu atenta ao desenvolvimento da atividade pesqueira no Brasil. Ademar Manarini foi buscar no Japão o conceito de qualidade e tecnologia para os produtos da marca. Em 46 anos de história, a Equipesca consolidou sua posição como pioneira no mercado de redes para a indústria pesqueira nacional. A empresa cresce sempre ao lado do armador e pescador. O trabalho da empresa baseia-se na obtenção de fios mono e multifilamentares a partir de matéria-prima de qualidade. As finalidades são diversas e englobam desde o uso de fios e cordonéis até a manufatura de redes,
destinadas tanto à captura quanto à produção de pescados. A resistência dos fios também permite que as redes sejam utilizadas para a proteção de sacadas e escadarias, além de quadras esportivas. A tecnologia utilizada no processo industrial também permitiu a empresa desenvolver a tela de sombreamento Sombrite. Possuindo aditivos contra os raios ultra-violeta e contra a oxidação, as telas resistem ao tempo e a versatilidade do produto possibilita a sua aplicação tanto para o uso na agricultura como na construção civil. Serviços EQUIPESCA em Itajaí: 47 3346-1333 www.equipesca.com.br
2006
18/10/2006 22:47:14
FOTOS MARCELLO SOKAL
Descongelamento
Dicas ao comprar PESCADO CONGELADO Saiba como conferir o peso líquido do pescado e como descongelar para preparar as mais diferentes receitas O PEIXE CONGELADO NA INDÚSTRIA
DICAS PARA O CONSUMIDOR
COMO CALCULAR
Peso do produto glaciado: (peso Lembramos que o peixe congelado Ao comprar um pescado congelado, é do produto embalado) – (peso da emdeve conter uma camada de cobertura importante o consumidor conhecer qual balagem) de água (glaze) em função do processo o método correto para conferir o peso Peso líquido: (peso do produto glaciatecnológico para evitar a perda de peso líquido do produto. do) – (peso do produto desglaciado) por desidratação do produto, oxidaPorcentagem de água: ção de lipídios, queima pelo frio e (peso glaciado – peso líAlgumas recomendações de tempo desidratação de proteínas durante quido) / peso glaciado de descongelamento para o preparo a armazenagem frigorificada. A outra dica é útil Em virtude da camada de glaze, para a culinária: de receitas para a verificação do peso líquido Saiba como descondo produto na indústria aplica-se gelar o pescado para Camarão (400 g) ............ 5-10 minutos o que preconiza a regulamentação preparar aquela receita Filé de Peixe (500 g) .....10-15 minutos vigente, o Regulamento Técnico deliciosa e nutritiva. NesMexilhão ........................ 5-10 minutos Metrológico para Determinação te caso, deve se deixar Postas de Peixe .............10-15 minutos do Peso Líquido em Pescado, mais tempo o pescado Moluscos e Crustáceos Glaciados, descongelando. A perda Evite o descongelamento prolongado, pois provoca Portaria INMETRO 005/06. de água é uma caracteperdas de sais minerais, vitaminas e proteínas solúveis O processo de descongelarística natural do procesno produto. mento do pescado é rápido, se so. Em seguida temperar possível o produto deve ser prepapara aproveitar o suco Para o cálculo, o INMETRO usa a porrado ainda parcialmente congelado. do próprio produto, caso contrário, a taria nº 142/2002. Em resumo: É importante lembrar que após o receita perderá o sabor característico 1º Passo: Pesar o produto congelado, descongelamento há perda natural de do camarão ou peixe. Vale ressaltar dentro da embalagem; líquido de composição dos tecidos e que o tempo de descongelamento total 2º Passo: Pesar a embalagem; células do pescado (conhecido como é muito importante. 3º Passo: Colocar o produto de molho drip ou gotejamento), sendo que essas em água fria, a temperatura de 20º; perdas podem somar facilmente entre 4º Passo: Deixar por 20 segundos, 10 e 30% do peso do pescado. Colaboradoras: mexendo de vez em quando; Como exemplos de espécies que perKarla Hosang, Engenheira Química 5º Passo: Deixar escorrer em escorredem muito líquido de constituição durante e Elizabeth Karsten, Engenheira de dor por 1 minuto; o descongelamento podemos citar: cação, Alimentos. 6º Passo: Pesar o produto desglaciado. camarão vermelho, entre outros. OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 17
2006
REVISTA SINDIPI 17
18/10/2006 22:47:20
FOTOS MARCELO ROGGIA
Protesto
MAIS DE 400 EMBARCAÇÕES REALIZAM A
FOTO MARCELLO SOKAL
MAIOR PARALISAÇÃO DA PESCA O NO PAÍS
dia 4 de setembro ficou marcado no calendário como uma grande vitória para o setor pesqueiro de Santa Catarina e também de todo o Brasil . A data é lembrada como a maior manifestação da pesca realizada até hoje no país. O setor conquistou a principal reivindicação: a equiparação do preço do óleo diesel marítimo nacional com o internacional. A ação aconteceu simultaneamente em dois estados: em Santa Catarina, no município de Itajaí, considerado o maior pólo pesqueiro nacional, e no Rio Grande do Sul, em Rio Grande. Mais de 400 barcos de todas as modalidades de pesca (traineiras, emalhe e arrasto) que operam em Itajaí e Região participaram da manifestação. Participaram pescadores, industriários, armadores e transportadores de pescados (caminhoneiros). As lojas de insumos,
Representantes de entidades da pesca, armadores, empresários acompanhando a paralisação
18 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 18
2006
18/10/2006 22:47:23
Pescadores, industriários, armadores, caminhoneiros protestaram em SC e RS. O foco: o alto custo do óleo diesel marítimo Embarcações de Itajaí também se deslocaram para Rio Grande
que vendem produtos para a pesca, também aderiram ao movimento. Em virtude do manifesto, uma reunião foi agendada para o final da tarde na Casa Civil, em Brasília (DF), onde a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, e o Secretário Especial da SEAP/ PR, Altemir Gregolin recebessem os representantes do setor produtivo. “Na reunião ficou decidido que o governo vai equiparar o preço do óleo nacional ao internacional, a partir de 2007. É a primeira vez na história que o setor patronal realiza uma greve e consegue algo de concreto do governo federal, o que mostra a força e união do setor”, esclarece o presidente do SINDIPI, Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região, Antônio Carlos Momm. Para Momm, a presença da ministra Dilma Rousseff foi de fundamental importância na resolução da questão. “Estamos há quase quatro anos lutando pela equiparação do óleo diesel e agora conseguimos. Se não tivéssemos falado diretamente com a Ministra, acho que dificilmente teríamos uma resposta positiva do governo”, frisa. O óleo diesel marítimo representa
70% do custeio de uma embarcação e, somente na região de Itajaí, por exemplo, os barcos consomem cerca de 42 milhões de litros de óleo diesel/ano, representando cerca de 40% do consumo nacional. Além disso, o setor pesqueiro movimenta mais de 50 mil postos de trabalho diretos e indiretos só em Santa Catarina e a equiparação do óleo diesel ao preço internacional é considerada a alavanca para o crescimento do setor.
valer na contagem do tempo de serviço”, declara o diretor-administrativo do SITRAPESCA, Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca em Santa Catarina, Aluisio Vieira. Após a reunião em Brasília, ficou decidido a formação de um grupo de trabalho, com a participação do SITRAPESCA, SEAP, ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência Social, para analisar a melhor fórmula de auxílio aos pescadores.
Aposentadoria Especial
As distribuidoras também exigem direitos
Outra reivindicação apresentada no manifesto é o retorno da aposentadoria especial para os pescadores, benefício retirado em 1998. Hoje se equipara o pescador ao trabalhador urbano, fixando critérios no qual o pescador profissional precisa trabalhar 35 anos para concessão da aposentadoria. Como o pescador fica praticamente metade do ano sem pescar, por causa dos períodos de defeso, teoricamente teria de trabalhar 70 anos para se aposentar. “A pesca está ficando desamparada e precisamos mudar esse quadro. Solicitamos uma aposentadoria especial e que os períodos de defeso possam
Uma outra questão apresentada pelo setor pesqueiro que pode afetar diretamente as distribuidoras de combustível marítimo e aos armadores são algumas normas estabelecidas na Instrução Normativa nº 18 publicada pela SEAP/PR no dia 29 de agosto. A IN estabelece um novo sistema de subvenção econômica do óleo diesel para embarcações pesqueiras. É um sistema automatizado destinado ao controle da frota e do abastecimento. Cerca de 11 distribuidoras de Itajaí e Navegantes temem que o novo sistema seja realizado apenas pela CTF BR, distribuidora BR, não OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 19
2006
REVISTA SINDIPI 19
18/10/2006 22:47:27
oferecendo tempo hábil para outras empresas participarem do projeto e restaria ao armador adquirir óleo diesel através dos postos de revenda BR, dificultando a lei da oferta e procura, por preços melhores. De acordo com o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, o sistema é importante para o controle da frota e do abastecimento, mas não deve prejudicar nem o armador e nem as distribuidoras. Segundo Momm, após a manifestação da pesca, as distribuidoras estão realizando reuniões técnicas para solucionar os problemas encontrados na IN. Enquanto isso, as empresas fornecedoras de óleo diesel estão se agilizando no desenvolvimento de projetos para a implantação do Sistema, ou seja, não querem ficar de fora! Afinal, o óleo diesel marítimo tem um giro altíssimo no estado: na região de Itajaí as embarcações consomem cerca de 42 milhões de litros de óleo diesel/ano.
O manifesto O protesto foi pacífico e teve início no dia 4 de setembro, por volta das 8 horas da manhã, quando começaram a chegar as primeiras embarcações. Em Itajaí, a concentração ocorreu nas proximidades do píer turístico, no centro da cidade. Nos dois estados, além dos 400 barcos, uma frota de caminhões com faixas de protesto também fez parte do movimento, com a participação de pescadores e funcionários de empresas de pesca e de distribuidores de combustível. Nas faixas e folhetos distribuídos, o setor apresentava dados econômicos enfrentados pelo setor. Com um preço mais alto que o mercado internacional, toda a cadeia produtiva é prejudicada, a exemplo de pescados como o filé de Merluza, importado da Argentina, onde o diesel custa em média R$ 0,648 o litro e o produtor Argentino ao encaminhar a mercadoria para São Paulo paga zero de imposto, ao contrário das empresas brasileiras, que se encaminhar um filé 20 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 20
FOTOS MARCELLO SOKAL
Protesto
Em mar, os pescadores e em terra, uma carreata de caminhões
para São Paulo, tem que pagar 22% de imposto, além de ter no início da cadeia, o alto custo do combustível marítimo, cerca de R$ 1,79 o litro. De acordo com dados tabulados pelo SINDIPI, entre julho de 2005 a julho de 2006, Santa Catarina importou 45 mil toneladas de pescados, sendo mais de 60% de filé de Merluza, uma concorrência desleal com o setor. Os canais de acesso aos portos de Itajaí e Rio Grande foram liberados no início da noite do dia 4, após encontro realizado na Capitania dos Portos de Itajaí. Representantes da Marinha, Polícia Federal, IBAMA, Porto de Itajaí, Ministério Pública, SEAP e setor pesqueiro estiveram reunidos durante a tarde em busca de uma solução conjunta. Com a reunião agendada em Brasília entre a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff e lideranças do setor pesqueiro, as embarcações liberaram a entrada e saída de navios. Os pescadores permanecem mobilizados até o retorno do setor produtivo e o manifesto foi interrompido
após as declarações da Ministra. A Capitania de Itajaí autuou as embarcações e o SINDIPI discute a ação judicialmente. Esta é a segunda paralisação do setor. A última ocorreu em novembro do ano passado, em Itajaí, onde cerca de 80 embarcações fecharam o canal portuário. Todas as reivindicações feitas naquela oportunidade não foram atendidas e foram novamente requeridas.
A representatividade econômica do setor O setor pesqueiro movimenta mais de 50 mil postos de trabalho diretos e indiretos só em Santa Catarina e a isenção dos impostos federais sobre o combustível marítimo ou a equiparação ao preço internacional seria a alavanca para o crescimento do setor. As empresas poderiam aumentar os postos de trabalho, além dos insumos utilizados na pesca, que no total movimenta uma economia de R$ 2 bilhões ao ano.
2006
18/10/2006 22:47:29
Dica de Viagem
Por que não realizar a VIAGEM DOS SEUS SONHOS? Os cruzeiros são a dica. Nesta temporada serão 12 navios percorrendo a costa brasileira e países vizinhos, como Argentina e Uruguai FOTOS DIVULGAÇÃO
“A
s únicas coisas que ninguém pode nos roubar são as lembranças que guardamos das viagens que realizamos”. Quando escutei esta frase pela primeira vez não consegui entender o que meu cliente estava querendo expressar, mas passados alguns minutos consegui entender a grandiosidade dela, pois se pararmos para pensar, sempre guardamos alguma lembrança, por mais rápida que possa ter sido a viagem que realizamos. Em tempos modernos viajar tornou-se um bem acessível, ao alcance de todos. Basta ter vontade, um roteiro e pronto! Lá vão os passageiros à sua viagem de sonhos. Algumas regrinhas básicas devem ser obedecidas para o sucesso de sua viagem. Uma delas é saber qual a melhor época do ano para se visitar o destino planejado, qual clima você irá encontrar, quais os hábitos do local, que moedas são aceitas em caso de viagens ao exterior, entre outras informações. Hoje no Brasil, temos uma gama de roteiros que cabem no orçamento de qualquer um. Um dos destinos nacional mais procurado continua sendo Porto Seguro, na Bahia. Visitado por milhares
de pessoas todos os anos, foi escolhido por muitos colégios como a viagem de despedida do 3º ano. Além de suas belas praias e noites agitadas, é o destino mais em conta para o Nordeste. Mas nem por isso os outros lugares do Brasil deixam de ter seus atrativos, pois o Brasil é o país com a maior diversidade cultural já vista no mundo. Caso você tenha poucos dias de férias e um roteiro enorme para realizar e não esteja com muita paciência para arrumar e desarrumar malas em cada destino, uma boa alternativa seriam os cruzeiros marítimos que entrarão com tudo no mercado turístico nesta temporada 2006/2007. Ao todo serão 12 navios percorrendo a Costa Brasileira e países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Os roteiros são os mais diversos possíveis variando entre 03 e 21 noites. Os cruzeiros aliam conforto, diversão e alimentação de excelente qualidade (não precisamos nos preocupar aonde iremos comer no decorrer da viagem). Algumas companhias de navegação, no intuito de incrementar o mercado, lançaram alguns navios no sistema all inclusive, ou “tudo incluído” como alguns hotéis resorts já têm. Nes-
ta opção de sistema todas as bebidas nacionais que são consumidas dentro do navio já estão pagas, não gerando nenhum ônus a mais. Em síntese, independente do tempo que você disponha para viajar e a maneira que você irá realizá-la, lembre-se sempre de programar sua viagem para que as lembranças que você guarde sejam sempre agradáveis. Vale um último lembrete!!! Fique atento às promoções que aparecem diariamente em propagandas de jornais, revista e outros meios de comunicação, pois, à primeira vista, basta comprar e viajar, mas existem algumas regras que devem ser observadas. Principalmente em se tratando de passagens aéreas, na maioria das vezes a venda é condicionada a compra de ida e volta, com permanência mínima de 02 dias. Caso você precise alterar a passagem por algum motivo, prepare-se, pois a passagem poderá passar a custar o dobro. Serviço: Adriane Brandão Huscher BRAND VIAGENS email: adriane@brandviagens.com.br Fone/fax: 47 3348 2169 / 3349 4980 OUTUBRO OUTUBRO 2006 2006
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 21
REVISTA SINDIPI 21
18/10/2006 22:47:34
Notas
albatroz-de-nariz-amarelo
Brasil recebe o I Fórum de Pescadores Sul Americanos para Reduzir a Captura Incidental de Aves Marinhas O PROJETO ALBATROZ, através do apoio da Southern Seabirds Solution, ONG da Nova Zelândia e patrocínio da Care for the Wild, ONG do Reino Unido, comunica que estará realizando nos dias 12 a 14 de dezembro de 2006 o I Fórum de Pescadores Sul Americanos para Reduzir a Captura Incidental de Aves Marinhas. O evento será realizado no Delphin Hotel, Praia da Enseada na estação balneária do Guarujá/SP. Espera-se a presença de pescadores, empresas de pesca, pesquisadores, órgãos governamentais e ONGs dos países sul americanos aonde ocorre a captura incidental de aves marinhas na pesca oceânica. Essa captura ocorre de forma não intencional, especialmente na pesca de espinhel e arrasto. www.forumdepescadores.com.br.
22 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 22
Os 76 alunos da oficina de manutenção náutica do Consórcio Social da Juventude de Salvador e Região Metropolitana lançaram o Aratu 460, um barco de pesca e apoio produzido para a Escola de Vela do Centro Náutico da Bahia (Cenab). O barco, feito em fibra de vidro, levou três meses para ser construído. Ele tem 4,60 metros e comporta cinco passageiros e um tripulante. O Centro Náutico organiza outra oficina até o fim de 2006.
FOTOS DIVULGAÇÃO
FOTO PROJETO ALBATROZ/ DANIEL ISOLANI
BARCO FABRICADO POR JOVENS
2006
18/10/2006 22:47:37
FOTOS DIVULGAÇÃO
“Tabu” desafia os padrões gastronômicos Os tabus gastronômicos foram quebrados. É com esta proposta que está instalado no bairro de Moema (São Paulo) o restaurante Tabu, que promete revolucionar a gastronomia com o seu conceito fusion, uma vertente da culinária contemporânea numa cozinha de fusão “ítalo-asiática”. Como o próprio nome sugere, a idéia foi criar uma cozinha que desafia os padrões estabelecidos, quebra mitos, conceitos e tabus, transmitindo sensações nunca antes experimentadas. Os peixes sempre estão presentes de maneira criativa no restaurante. No cardápio do chef Robson Pompermayer, um diferente fondue asiático: peixes e frutos do mar com camarão e atum acompanhados de chutney de manga, camembert e teriyak. Av. Ibirapuera, 2534, Moema Fone: (11) 2164-6060.
UMA FORMA ATRAENTE DE VENDER PEIXE Um barco pesqueiro ancorado permanentemente no calçadão da praia, cercado por um espelho d’água, onde, além do comércio de frutos do mar, haverá área de convivência e mirante, de onde os visitantes poderão observar melhor a orla. Este é o projeto que a Prefeitura de Praia Grande, litoral sul de São Paulo, executará no Bairro Ocian. A estrutura em forma de barco pesqueiro abrigará sete boxes para a venda de pescado.
FOTOS DIVULGAÇÃO
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 23
2006
REVISTA SINDIPI 23
18/10/2006 22:47:40
Representatividade
FOTO MARCELLO SOKAL
Arrasto está de olho no PREÇO DO ÓLEO DIESEL “A
Câmara tem como finalidade informar os armadores que possuem barcos de arrasto sobre as novidades que surgem no setor, além de ser um espaço para reivindicações”. As palavras do coordenador Luciano Ferreira representam o que significa a Câmara Setorial do Arrasto, órgão ligado ao SINDIPI, Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região. Recentemente, o setor pesqueiro organizou uma paralisação, no qual reivindicou a equiparação do preço Câmara do óleo diesel marítimo nacional com o internacional. O protesto surtiu efeito, já que o Governo Federal prometeu fazer a equiparação, em 2007. Na avaliação de Ferreira, a ação além de representar uma grande vitória ao setor, serviu também para aumentar a participação na Câmara. “Com a greve, houve um aumento no número de armadores, que participam das reuniões da Câmara Setorial do Arrasto. Isso é muito bom, pois quanto
24 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 24
mais pessoas estiverem envolvidas com os assuntos relacionados ao arrasto, melhor”, ressalta. As embarcações de arrasto estão divididas em três categorias: parelha, arrasto simples e arrasto duplo, também conhecido como tangone. Nas parelhas são capturados peixes diversos, e no arrasto simples também. Já no tangone são pescados camarões e peixes diversos. Ferreira disse que de todas as modalidades de pesca, o de arrasto é o que tem mais gastos com óleo diesel. “O óleo diesel representa até 75% dos custos de uma embarcação. Há um maior esforço em cima da pesca de arrasto”, escla-
2006
18/10/2006 22:47:43
rece. O coordenador disse que além da questão do diesel, a taxa alfandegária cobrada sob os equipamentos utilizados na pesca, poderá ser outro ganho para o setor. “Uma outra boa expectativa é de uma possível ajuda do Governo do Estado, com relação à diminuição nos impostos dos equipamentos eletrônicos usados pelos barcos, que hoje é elevado”, comenta.
Câmara pede um defeso para o arrasto Preocupados com o destino de algumas espécies, armadores ligados à Câmara Setorial do Arrasto, junto com o SINDIPI, propuseram a criação de um defeso para as embarcações que atuem nesta modalidade de pesca.
“
Temos que dar um descanso à captura de peixes de profundidade. Um defeso de três meses para a captura de camarão rosa e um defeso de dois meses para toda a pesca de arrasto... é a medida mais justa.
“ O defeso, que aconteceria entre os meses de abril a junho, está sem definição e os armadores aguardam uma posição do IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e da SEAP, Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca para o defeso em 2007. “O pedido partiu do SINDIPI e com aprovação por unanimidade da Câmara. A documentação já foi
enviada à Brasília (SEAP e IBAMA), mas até agora não recebemos nenhuma resposta”, complementa. Ferreira classifica como importante estabelecer regras de captura através de um defeso. “Temos que dar um descanso à captura de peixes de profundidade. Um defeso de três meses para a captura de camarão rosa e um defeso de dois meses para toda a pesca de arrasto (boca aberta, baleeira, bote, barcos de arrasto de peixe, barcos parelha e arrasto de camarão rosa), é a medida mais justa. Por exemplo, se agora é safra de camarão e outros barcos estão parados por causa de um defeso especifico, isso vai impedir que eles capturem também camarão. A Câmara se preocupa com o defeso, pois sabe que a pesca é uma fonte, que se não for protegida pode ser esgotar a qualquer momento”, conclui o coordenador.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 25
2006
REVISTA SINDIPI 25
18/10/2006 22:47:46
Turismo
NOVA TRENTO GASTRONOMIA, HISTÓRIA E FÉ 26 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 26
2006
18/10/2006 22:47:47
FOTOS DIVULGAÇÃO
C
Colonizada por alemães, italianos e poloneses, a cidade é visitada por milhares de turistas a cada ano
ercada por morros e colinas, NOVA TRENTO possui diversas reservas ecológicas, algumas já tombadas como Patrimônio de Preservação Permanente. Há belas cachoeiras e saltos d’água, algumas com aproveitamento recreativo, para pesca, banhos e mergulho. Pessoas com espírito aventureiro, que gostam de enfrentar as surpresas nas matas têm várias opções de turismo ecológico. Além da natureza, a cidade é conhecida nacional e internacionalmente por fiéis que vão conhecer de perto o SANTUÁRIO DA MADRE PAULINA, onde os peregrinos todos os dias chegam até Vígolo, para conhecer, rezar, agradecer e suplicar a intercessão de Santa Paulina. Além da religião, as viniculturas fazem parte do cartão postal da cidade. Os vinhos produzidos em Nova Trento são destaques entre os apreciadores. Festas típicas, como a Festa Incanto Trentino – Festa do Vinho e das Tradições Italianas. São eventos realizados todos os anos no mês de agosto, para lembrar as origens dos imigrantes que colonizaram Nova Trento. A festa é realizada no centro da cidade, em frente à Igreja Matriz. Marca também o aniversário de emancipação política do Município.
Nova Trento é cercada de tradições e histórias que se fundem à sua colonização. Fundada em 1874, em terrenos da ex-colônia Príncipe D. Pedro, nos terrenos banhados pelo Rio do Braço, Nova Trento surgiu como Distrito Colonial em 1875, com a chegada de imigrantes provenientes de Trento – Itália em janeiro deste mesmo ano. Como a maioria era proveniente de Trento, batizou-se de Colônia Nova Trento. Com a Proclamação da República em 1889, a elite local, por ser a favor do novo regime, aproveitou o momento para reivindicar junto às autoridades a emancipação da cidade, que, pela Lei nº 036 de 08 de agosto de 1892, foi transformada de Distrito para Município.
Acessos Pela rodovia BR-101/SC-411, passando por Tijucas, Canelinha e São João Batista. Para quem vem do oeste, o acesso é pela BR-470/SC-411, passando por Brusque. Os aeroportos mais próximos são o de Florianópolis, a 85 km de distância e o de Navegantes, a 90 km de distância. O Porto mais próximo é o de Itajaí, distante 67 Km de Nova Trento, e está a somente 7 km da BR 101. OUTUBRO OUTUBRO 2006 2006
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 27
REVISTA SINDIPI 27
18/10/2006 22:48:00
TURISMO FOTOS DIVULGAÇÃO
CONHEÇA OS PRINCIPAIS ATRATIVOS DE NOVA TRENTO Religiosos SANTUÁRIO SANTA PAULINA Administrado e preservado pela Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, considerável acervo referente à vida e obra de Madre Paulina está localizado no bairro Vígolo, a 6 km do centro da cidade. No Santuário pode-se visitar: o monumento; a Casa Paterna; o Casebre; a Capela; a Igreja; a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes; o Arco da Colina; a Vereda da Paz e o Monumento do Milênio.
ARTIGOS SOBRE O SANTUÁRIO DE SANTA PAULINA Desde a beatificação, em 1991, as Irmãzinhas sentiram o desafio de construir um espaço para acolher os devotos de Santa Paulina em Vígolo – Nova Trento,SC. Aos poucos, a Congregação foi planejando e se organizando para dar resposta de acolhida e evangelização. A nova realidade impôs sobre as Irmãs a necessidade de criar infra-estrutura para melhor atender quem chega de todas as partes do Brasil e do mundo. “O caráter arquitetônico do Santuário Santa Paulina retrata a essência de sua trajetória de mulher simples, de valores sólidos e puros e de imensa espiritualidade e bondade” (Arquitetos). A releitura da arquitetura sacra tradicional, representa a simplicidade por meio da composição da volumetria, da geometria, da solidez e autenticidade, através dos materiais construtivos. A iluminação natural, elevada ao centro e direcionada ao céu, mediante a forma ascendente da cobertura, cria um espaço propício à meditação, à busca da espiritualidade e ao encontro com Deus. 28 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 28
Grupo Folk Nea Tridentum
DESING A cobertura em duas águas, inspirada no casebre, onde Santa Paulina iniciou a Congregação, busca uma referência nas construções tradicionais e sob esta, se localizam todas as atividades litúrgicas. A nave principal possui planta de formato cônico permitindo a visualização do altar por todos os fiéis. A sacristia está localizada em ponto estratégico, possibilitando o fácil acesso aos altares da nave principal, das capelas e confessionários. A iluminação e a ventilação natural do Santuário se dá por meio de uma faixa contínua localizada no eixo central da cobertura buscando a criação de um espaço repleto de luz, vinda das alturas como forma de inspiração à meditação e à prece. Vigas vencem a profundidade da nave principal e capelas. Pilares em concreto, nas extremidades da construção servem de apoio à estrutura da cobertura. A cobertura em telha metálica tem isolamento térmico-acústico. A pedra fundamental está colocada na entrada principal com tampa de vidro, podendo ser visualizada. Altar com mesa em granito, na parte frontal, apresenta a imagem do Cordeiro Pascal e no coração do Cordeiro, bem visível, a relíquia de Santa Paulina. O Santuário está localizado numa área estratégica, onde a natureza caprichou e o dedo do Artista Divino,
desenhou um santuário ecológico. Três grandes sinos completam a torre do Santuário numa altura de quase cinqüenta metros. A capela do Santíssimo Sacramento se localiza à direita e a capela de Santa Paulina, à esquerda de quem entra no Santuário. Neste espaço sagrado, o peregrino e o visitante passam o dia todo contemplando lugares onde podem usufruir a beleza, o encanto, o lazer, a oração, o prazer, enchendo os olhos e o espírito de uma paz indescritível.
SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DO BOM SOCORRO Localizado no Morro da Cruz, a 525 metros, ponto mais alto da cidade, oferece belíssima vista panorâmica de Nova Trento e do Vale do Rio Tijucas. Distante cerca de 5,5 km do centro da cidade.
CAPELA DE SANTA ÁGATA Localizada na rua Carlos Tridapalli, no bairro Besenelo, foi construída por volta de 1880 e nela foram realizados os primeiros atos religiosos na sede da Colônia. Aberta todos os dias.
ORATÓRIO DO CALVÁRIO São 14 capitéis que formam a Via Sacra e o monumento, com 3 estátuas, representando o Cristo Crucificado com João, Maria e Maria Madalena a seus
2006
18/10/2006 22:48:11
FOTOS DIVULGAÇÃO
pés, doados por famílias de Nova Trento implantados em 1956, no bairro Trinta Réis a 2 km do centro da cidade.
IGREJA MATRIZ DE SÃO VIRGÍLIO Localizada no centro da cidade, ao lado da Praça da Bandeira, é dedicada ao Padroeiro de Trento – Itália. Construída por três vezes, a primeira no ano de 1876. A atual edificação foi inaugurada em 1942, sendo tombada como Patrimônio Histórico da cidade. Aberta todos os dias.
ATRATIVOS CULTURAIS E PATRIMÔNIO HISTÓRICO MUSEU DA CULTURA ITALIANA Localizada a 1 Km do centro da cidade, na Estrada Geral Morro da Cruz. Acesso não pavimentado. Aberto das 08:30 às 17:00. Ingressos a R$ 3,00. Maiores informações no telefone (48) 3267-0028 ou no site www.parquedaculturaitaliana.com.br.
EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS Os fortes traços da cultura italiana trazida pelos imigrantes, estão presentes na arquitetura, de estilo trentino-italiano de muitas casas, a maioria pertencentes a famílias tradicionais da cidade,
de empresas, comerciantes e também do poder público. Muitas delas, de importantíssimo valor histórico, foram destruídas, a exemplo do antigo prédio da Prefeitura. Em seu lugar existe hoje uma praça, localizada em frente à nova Prefeitura. Segundo avaliação da Fundação Catarinense de Cultura, são consideradas de relevante importância as edificações: Praça Getúlio Vargas – no centro da cidade, além do casario adjacente; Igreja Matriz de São Virgílio e Oratórios; Capela de Santa Ágata; Centro de Encontros Imaculada Conceição e a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Vígolo.
Reserva Ecológica Municipal Monte Baron Na localidade de Alto Silva, a 1.148 metros de altitude. Reserva Ecológica Municipal Monte Bela Vista Situada a 850 metros de altitude. Reserva Ecológica Municipal Monte Lima Situada a 789 metros de altitude.
Atrativos Naturais e de Lazer Reserva Biológica da Canela Preta Unidade governamental de conservação ambiental, de floresta primária. Reserva Ecológica Municipal Morro da Cruz Tombada como Patrimônio de Preservação PermanenViniculturas fazem parte do cartão te, propicia uma bela visão postal da cidade panorâmica.
CALENDÁRIO DE EVENTOS DE NOVA TRENTO Evento Festa da Uva Caminhada ao Santuário do Morro da Cruz Celebração Paixão e Procis. do Senhor Morto Festa da Cruz e de N. Sra. do Bom Socorro Celeb. Aniv. Canonização de Madre Paulina Indaiá Fest Festa de São Virgílio Festa Litúrgica de Santa Paulina Festa Incanto Trentino Cavalgada “Nos Caminhos de Santa Paulina” Celeb. anivers. beatificação de Madre Paulina
Data Janeiro 5ª Feira Santa 6ª Feira Santa 1º Dom. Maio 3º Dom. Maio Junho Julho 2º Dom. Julho Agosto Agosto 2º Dom. Outubro
Local Pesca e Lazer Tridapalli – Bairro da Velha Morro da Cruz – Centro Centro da Cidade Santuário N. Sra. do Bom Socorro – Morro da Cruz Santuário Santa Paulina – Vígolo Indaiá Praça da Bandeira, ao lado da Igreja Matriz Santuário Santa Paulina – Vígolo Centro da Cidade Parque da ABRACAMP – Vígolo Vígolo
OUTUBRO OUTUBRO 2006 2006
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 29
REVISTA SINDIPI 29
18/10/2006 22:48:17
A ARTE DE DANIEL PICKLER
A ARTE ZEN DE
Daniel Pickler A
residência número 155, da Rua José Manoel da Costa, no centro de Navegantes-SC, chama atenção de quem passa por ela. Pintada com cores variadas e por símbolos esotéricos, a casa em si já diz quem mora lá. A história do blumenauense Daniel Henrique Pickler, 28 anos, é até mais surpreendente do que seu lar. Pickler abandonou a carreira militar para seguir o coração. “Eu era militar e servi durante cinco anos no 23º Batalhão de Infantaria do Exército, em Blumenau. Era cabo e estava preste a ser promovido a sargento,
quando conheci a minha atual esposa. Foi ela que descobriu toda esta parte artística dentro de mim”, explica. Desenhista nas horas vagas, Pickler hoje vive das pinturas, esculturas que produz e algumas das suas peças custam até R$ 2 mil. Como todo o início de um artista, a nova profissão foi cheia de desafios, mas por nenhum momento se arrependeu de ter trocado a farda pelos pincéis. “No começo foi muito complicado. Existiram momentos na minha carreira que eu ficava na dúvida entre comprar pão, ou lápis de cor. Nunca me arrependi de ter largado a carreira militar. Mesmo com os obstáculos, estou certo que fiz a melhor escolha”, reforça. Entalhe em madeira, pinturas em tela ou esculturas são 30 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 30
algumas técnicas. Os pincéis, formão, pirógrafo, pistolas de precisão (aerógrafos) são os instrumentos utilizados pelo artesão. Ele tem obras vendidas em Santa Catarina e também no Exterior. “Nos Estados Unidos tenho uma irmã que mora na Califórnia. Enviei algumas peças para ela fazer a revenda. Hoje trabalho no Projeto “Pintura Ao Vivo”, em Blumenau, onde as pessoas escolhem o tema e faço a pintura na hora”, afirma. Com estilo próprio, Daniel não segue nenhuma escola artística, mas ele não consegue esconder a admiração que tem pelo criador da Monalisa. “Não sigo nenhum estilo artístico. O que procuro observar é a perspectiva de alguns
2006
18/10/2006 22:48:25
FOTOS MARCELLO SOKAL
pintores. Eu gosto muito de Leonardo da Vinci”, salienta. Quando falta inspiração, Daniel vai até a praia e procura no mar a criatividade perdida. “Acredito que o ambiente da praia é um lugar tranqüilo. Para desenvolver um trabalho, sobretudo, artístico você tem que ter paz e essa tranqüilidade tenho quando observo o mar. Na praia eu capto muita energia”, conta. Para Daniel, observar o que existe ao redor é essencial na carreira de qualquer artista. “Eu costumo dizer que as pessoas esqueceram de observar a praia, a natureza. Não interessa que ao seu redor esteja um carro ou uma casa bonita. Um pôr-do-sol, uma lua bonita, um céu estrelado. Muitas pessoas esqueceram de apreciar isso. Como é que pode alguém desenvolver a pintura de uma flor, se você não sabe nem observar uma flor?”, questiona. O lado místico é predominante nas obras de Daniel Pickler. O quadro “Asas da Imaginação” é um bom exemplo. Na pintura, um barco de pesca com duas asas sobrevoa uma praia. “A influência do esoterismo é totalmente ligada
à minha esposa, que dá aula de ioga. No quadro, as asas da imaginação de um artista, ou de um pescador. Ele pode ter saído, não para pegar peixes, mas estrelas”, observa. Apesar de gostar do trabalho que realiza, Daniel sente que precisa melhorar. “Eu me sinto muito satisfeito com o trabalho que faço, mas vejo que tenho sempre muito a aprender. Uma obra nunca está pronta. Na minha opinião ela nunca termina, ela está sempre em estado de evolução”, finaliza o artista plástico. OUTUBRO OUTUBRO 2006 2006
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 31
REVISTA SINDIPI 29 31
18/10/2006 22:48:33
Reportagem: Marcelo Roggia
GDC
Gomes da Costa FOTOS: MARCELO ROGGIA
INVESTE EM TECNOLOGIA E CONTRATA MÃO DE OBRA
O diretor-presidente da Calvo, José Luis Calvo e o embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró Conde, com autoridades
M
arca consagrada na indústria de pescados da América Latina, a Gomes da Costa (GDC) inaugurou sua própria fábrica de embalagens de sardinha e atum. O complexo, orçado em R$ 31 milhões, tem 10 mil metros quadrados e vai produzir cerca de um milhão e meio de latinhas de aço por dia. Todo o maquinário é importado e o grande diferencial serão as embalagens com sistema “abre-fácil”, que dispensam a utilização de abridor. A inauguração do novo espaço ocorreu no dia 25 de setembro, em Itajaí, no Litoral Norte do Estado, e contou com a presença de diversas autoridades. A empresa, que contava com 1.200 funcionários, abriu outros 400 postos de trabalho com a construção da fábrica de embalagens. A nova fábrica é uma das mais modernas do mundo no gênero e, conforme o presidente da GDC, ISMAR MACHADO ASSLY, sua inauguração representa um marco importante de 32 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 32
desenvolvimento, que deverá trazer benefícios diretos aos consumidores. “A finalidade nossa é levar ao consumidor esse novo serviço (abre-fácil), ao mesmo preço do anterior”, destaca Assly. A estratégia de expansão vem acompanhada de outros investimentos significativos, como a ampliação da unidade de processamento de atum, em Itajaí, que ganhou mais sete mil metros quadrados de área, além de maquinários de última geração. O investimento na unidade no primeiro semestre deste ano foi em torno de R$ 20 milhões. Atualmente, a GDC atende cerca de 240 mil postos de venda no Brasil, além de estar presente em mercados da América Latina, África, Oriente Médio, Europa e Ásia. Em 2005, 10% da produção foi vendida para países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Japão, Angola e Croácia. Já neste ano, a empresa quer duplicar a capacidade produtiva e ampliar em 5% o volume de exportações. O objetivo é fechar 2006 com
2006
18/10/2006 22:48:43
FOTOS: MARCELO ROGGIA
A GDC quer duplicar sua capacidade produtiva
A empresa pesqueira aposta na nova fábrica de embalagens de sardinha e atum. O investimento total foi de R$ 31 milhões, com a contratação de 400 funcionários faturamento de R$ 330 milhões, 10% a mais que no ano anterior. Sobre novos projetos, o presidente Assly foi enfático: “Ainda existem alguns segredos industriais, mas estamos com bastante coisa para ser lançada”. A Gomes da Costa foi fundada em 1954, na Baía de Guanabara (RJ), pelo imigrante português Rubem Gomes da Costa, que trouxe de sua terra o hábito de consumir atum e sardinha em conserva. A fábrica da GDC foi transferida do Rio de Janeiro para Itajaí em 1998,
Importância de um trabalho bem feito
local onde permanece até hoje. Em 2004, a empresa foi adquirida pelo grupo espanhol Calvo, uma das cinco maiores indústrias de conservas do mundo. Fundado em 1940, o grupo Calvo também controla as marcas Nostromo, segunda maior da Itália, e a própria Calvo, campeã de vendas na Espanha e em Portugal. “Esta fábrica de embalagens de sardinha e atum é, com certeza, a mais moderna que temos”, garante José Luiz Calvo, diretor-presidente do grupo Calvo, também presente na inauguração.
A fábrica própria de embalagens de sardinha e atum da GDC foi destacada também entre os convidados. Para o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, o novo empreendimento só tem a contribuir para o crescimento de Itajaí e de Santa Catarina. “É muito importante ver que nossa cidade está cada vez mais forte no ramo pesqueiro. Mostra um setor formado por profissionais qualificados, que acreditam no que fazem”, frisa Momm. O embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró Conde, também comemorou esta nova conquista da GDC e, conseqüentemente, do grupo espanhol Calvo. “A Espanha confia no Brasil e acho que a inauguração dessa fábrica é um bom exemplo para estreitar ainda mais os laços entre os dois países”.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 33
2006
REVISTA SINDIPI 33
18/10/2006 22:48:44
Sede SINDIPI
SINDIPI de SEDE NOVA em 2007 O novo prédio terá design moderno, com funcionalidade que garante o desempenho de serviços administrativos, estacionamento e espaço para reuniões com os associados
34 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 34
2006
18/10/2006 22:48:48
FOTOS MARCELLO SOKAL
As obras da nova sede já foram iniciadas e seguem em ritmo acelerado
U
m sonho dos associados e uma meta do Presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, está com os dias contados para ser realizado: a nova sede do SINDIPI. A pedra fundamental já foi lançada, com a compra de um terreno no centro de Itajaí. A área total a ser construída será de 1600 metros quadrados. O novo prédio, localizado na Rua Lauro Müller, será edificado com estrutura toda pré-fabricada, que garante rapidez à obra. “Será um edifício moderno próprio para escritórios, ou seja, será todo informatizado. O edifício terá
ainda toda fachada de vidro”, explica o engenheiro responsável pela obra, Paulo Sérgio Arias. O engenheiro destaca que outra novidade é referente às divisórias. “Todos os andares terão forro de gesso acartonado, que permite uma mobilização maior. As divisórias, por exemplo, poderão ser deslocadas sem que haja uma mudança na estrutura do prédio”, completa. O edifício terá cinco pavimentos. No térreo, estará localizado o estacionamento e uma loja. O primeiro andar vai abrigar um auditório com 200 lugares e o departamento médico, enquanto no segundo e terceiro andares terá espaço para salas. O setor administrativo, compreendendo a recepção, secretaria executiva, sala de assessoria de imprensa e secretaria estará localizado no quarto andar. No quinto andar funcionará a sala da diretoria do SINDIPI. A obra está orçada em R$ 1.600.000,00. Os recursos são provenientes das contribuições dos associados. Tanto o auditório, quanto as lojas poderão se converter em fonte de renda para o Sindicato, uma vez que poderão ser alugadas. Em 26 anos de existência, o SINDIPI somente esteve localizado em dois lugares, ambos alugados. A primeira sede ficava na avenida Coronel Eugênio Müller, sala número 15, do prédio da Itavel. O Sindicato funcionou nessa sede de abril a setembro de 1980. Depois mudou para o atual endereço, na Rua Pedro Ferreira, 2º andar, sala 102, no centro de Itajaí. Para 2007, o novo endereço não significa uma simples mudança, mas, a conquista por um espaço digno dos associados.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 35
2006
REVISTA SINDIPI 35
18/10/2006 22:48:52
Reportagem: Rogério Pinheiro
Investimento
Construção Naval com
FUTURO INDEFINIDO Entre altos e baixos, o Estaleiro Navship aposta no crescimento, e lança embarcações do tipo PSV para apoio às plataformas
O
Brasil já foi o segundo maior produtor de navios do mundo. Nos últimos 27 anos, contudo, a indústria naval praticamente desapareceu do País. Ensaiou uma retomada em 2000, mas o quadro só mudou de fato após a decisão do Governo Federal de produzir embarcações em território nacional, em vez de comprá-las no exterior. Aliado a isso, houve o retorno dos financiamentos através do Fundo da Marinha Mercante. Segundo o superintendente da indústria de construção naval da ONIP, Organização Nacional da Indústria do Petróleo, Franco Papini, até 2015 são esperados para o segmento investimentos de US$ 10,4 bilhões no Brasil. Para o superintendente, um conjunto de fatores é responsável pelo otimismo que o segmento vive. “A retomada da cabotagem (navegação entre os portos), o avançado tempo de uso da frota em operação no Brasil, novas exigências ambientais, como o uso de casco duplo nas embarcações, além de novas exigências técnicas dos portos, fazem com que haja necessidade de adquirir novas embarcações”, completa. No entanto, a construção naval brasileira está apenas em fase de recuperação, pois durante17 anos (1980 a 1997) esteve em queda livre. Esses anos de desaquecimento na eco-
36 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 36
nomia deixaram o parque industrial estagnado. Para competir lá fora, a indústria naval nacional ainda vai ter que investir em modernização tecnológica. Aos poucos esta realidade começa a mudar. Um exemplo disso vem do Estaleiro NAVSHIP, localizado em Navegantes, SC. A companhia do grupo norte-americano Edison Chouest Offshore, dona de quatro estaleiros dos Estados Unidos, investiu R$ 80 milhões para a instalação da unidade, que é considerada uma das mais modernas da América Latina. “Toda a parte operacional é informatizada e todos os equipamentos são de última geração. Nem os quatro estaleiros dos Estados Unidos possuem as máquinas que o NAVSHIP de Navegantes tem. Utilizamos até um robô para a fabricação dos navios. Isso ajuda para que o produto final tenha mais qualidade”, explica o diretor da NAVSHIP, Aldo Manoel. Em Navegantes a empresa vai fabricar somente embarcações para Alfanave, com sede no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente duas embarcações do tipo PSV, com 80 metros de cumprimentos, estão sendo construídas e 400 funcionários já foram contratados, 70% moradores de Navegantes. Esses navios vão prestar apoio a plataformas de petróleo da Petrobrás. Cada navio está orçado em R$ 50 milhões.
2006
18/10/2006 22:48:56
FOTOS DIVULGAÇÃO
Outras quatro embarcações já foram encomendadas. Já o diretor do Estaleiro Detroit, que tem unidade em Itajaí, SC, Carlos Teixeira, ressaltou que a viabilização dos projetos dependerá ainda de vontade política, especialmente no que se refere à exigência de garantias para os financiamentos aos armadores. Também chamou atenção para as elevadas exigências do setor de petróleo e gás no que se refere à qualidade e prazo. “A Petrobrás, por exemplo, cobra de todo fornecedor certificação de qualidade. Exceto o Estaleiro Itajaí, que tem condições de atender pedidos de embarcações de maior porte, para Santa Catarina a bola da vez são os navios de apoio marítimo”, enfatiza. No entanto, nem tudo pode ser comemorado na indústria da construção naval brasileira. Agora, mais uma vez, esse setor pode estar ameaçado, com o anúncio da priorização do Fundo da Marinha Mercante em atender a
Atualmente duas embarcações do tipo PSV estão sendo construídas
subsidiária da Petrobrás, a Braspetro. A priorização consiste na construção de 26 navios petroleiros, de um total de 42 previstos no Programa de Modernização e Expansão da Frota, a Transpetro. Para reaparelhar a frota, a subsidiária da Petrobrás vai gastar dois bilhões e meio de dólares, ou seja, todo o dinheiro que existe atualmente no Fundo da Marinha Mercante. De acordo com o presidente do SINCONAVIN, Sindicato das Indústrias da Construção Naval de Itajaí e Navegantes, Paulo Dutra, se a
medida se concretizar vai retardar o crescimento e decretar mais uma vez a bancarrota do setor. “Hoje o Fundo está priorizando a Braspetro. Com o contrato serão beneficiados apenas cinco estaleiros. Já o restante terá que parar por falta de crédito para o financiamento”, explica. Dutra disse que algumas medidas estão sendo tomadas para reverter a decisão do Fundo da Marinha Mercante, como o financiamento pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, embora os juros sejam um pouco alto. “Através da mobilização feita na imprensa conseguimos ser ouvidos e agora vamos torcer para uma saída sensata por parte das pessoas que controlam o Fundo”, afirma. Para o SINCONAVIN a preocupação é que aconteça a mesma crise de 1980. “Nós não queremos novamente estar em queda livre”, finalizou.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 37
2006
REVISTA SINDIPI 37
18/10/2006 22:49:06
FOTO DIVULGAÇÃO
Nutrição
PEIXE É SAÚDE V
Nutricionista destaca a necessidade do pescado na dieta alimentar, um importante aliado na perda de peso
38 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 38
ivemos no litoral... devemos usufruir das iguarias culinárias que temos à nossa disposição regularmente. Um dos alimentos considerado fonte de saúde é o peixe, indispensável para quem deseja alimentar-se bem. O peixe traz diversos benefícios para o corpo. Só não esqueça que devemos saber prepará-lo, ou seja, o modo como você prepara sua refeição também é muito importante. Assado, grelhado, cozido, ensopado, peixe é gostoso de qualquer jeito! Além de saboroso, o consumo de peixe é muito nutritivo e deveria estar sempre em nossa alimentação. Para começar, o peixe é rico em proteínas, como qualquer outra carne. Por isso, quem quer deixar de lado a carne vermelha, estará bem nutrido comendo peixe. Além disso, tem grande quantidade de minerais, entre eles cálcio, fósforo, iodo e cobalto e é também fonte das vitaminas A, D e B.
E a melhor notícia é que o peixe tem pouca gordura! É claro que existem algumas espécies gordurosas, mas, em geral, o peixe tem bem menos gordura do que carne vermelha e frango, e isso faz com que sua digestão seja mais rápida. E peixe é ótimo para quem quer perder peso e controlar o nível de colesterol no sangue! Algumas espécies de peixe, principalmente aqueles de água fria, são ricos em ômega-3, que é um tipo de gordura bastante benéfica à nossa saúde. Então? O que você está esperando? Vamos consumir peixe no mínimo uma vez por semana!
Colaboração: Tônia Inthunr Heusi, nutricionista do Espaço Pense Magro, Itajaí, SC
2006
18/10/2006 22:49:12
Evento
SETOR PESQUEIRO X AGENTES FINANCEIROS DEBATEM LINHAS DE CRÉDITO LG FOTO DIVU
O Fórum será realizado no início de dezembro. No final de três dias será apresentado um modelo de linha de crédito
AÇÃO
A
contecerá nos dias 7, 8 e 9 de dezembro de 2006 paralelamente à EXPONAUS, Exposição Naútica e Naval do Sul, o 1° Fórum de Crédito da Pesca Industrial. O evento é coordenado pela SEPESCA, Secretaria da Pesca de Itajaí, com apoio institucional do SINDIPI e SITRAPESCA. A proposta é promover a aproximação entre empresários da pesca e instituições financeiras que dispõem de linhas de crédito e oportunizando a exposição das necessidades do setor através de debates. A Secretaria vem realizando um trabalho junto aos agentes financeiros objetivando maiores oportunidades de investimentos para o empresariado do setor pesqueiro que já foi contemplado recentemente com linhas de crédito, tanto para investimento, quanto para custeio da pesca. De acordo
com a perspectiva dos organizadores, durante o evento o setor deverá pressionar os agentes financeiros sobre as linhas de crédito em busca de resultados ainda mais efetivos. Segundo o coordenador do Fórum e gerente de gestão da SEPESCA, Claudionor Gonçalves, neste Fórum pretendese formatar uma linha de crédito que contemple as reais necessidades do setor. “Um Fórum de suma importância para o setor. Por isso esperamos uma participação grande de empresários e armadores”, relata. De acordo com a programação, nos três dias da EXPONAUS, 7 a 9 de dezembro, o Fórum terá palestras proferidas pelos agentes financeiros nos horários das 19h30 às 22 horas. Na última noite do evento, 9 de dezembro, será promovido um debate entre os agentes e o setor pesqueiro para a formatação de um modelo de linha de crédito.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 39
2006
REVISTA SINDIPI 39
18/10/2006 22:49:16
Segurança Alimentar
FOTOS DIVULGAÇÃO
SEGURANÇA ALIMENTAR NO COMÉRCIO É importante o consumidor estar atento à compra do pescado e não adquirir produtos de origem clandestina e sem comprometimento com a saúde
S
egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos casos de enfermidades transmitidas pelos alimentos têm origem no seu manuseio inadequado. Uma estatística revela a importância da atenção do consumidor na hora da compra. Preocupados com esta estatística, a ESALQ /USP, ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ” da Universidade de São Paulo, realiza diversos estudos e eventos. Entre os Seminários destacou-se o “I Simpósio de Segurança Alimentar no setor Supermercadista”, realizado pelo Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição. A reunião científica enfatiza a importância do alimento seguro nos diversos setores. A segurança alimentar é um desafio atual e visa a oferta de alimentos livres de agentes que podem pôr em risco a saúde do consumidor. Por isso, o consumidor deve estar atento ao adquirir um produto. Empresas sérias, comprometidas com a saúde têm todo um trabalho de qualidade e higienização nas fábricas, onde profissionais qualificados orientam sobre a manipulação e todo o processo de produção. A continuidade deste processo no setor de venda (comércio) garante a boa qualidade do produto. Dentro do setor pesqueiro o simpósio revelou informações sobre consumo e conservação do pescado. Para garantir a qualidade de uma variedade de peixes, algumas medidas devem ser tomadas, como: o controle sanitário rígido; relatórios e documentação, base da certificação e rastreabilidade (histórico do produto desde da sua origem). Na hora de comprar peixes, algumas observações devem ser seguidas à risca pelos consumidores. No pescado fresco devem ser observadas as seguintes características: superfície brilhante, tonalidade viva com muco transparente, carne firme e elástica e aderida aos ossos, não eliminar líquido 40 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 40
Professor Dr. Eduardo Spers, palestrante e orientador da pesquisa
sob pressão, a espinha dorsal de cor característica, guelras vermelhas e brilhantes, olhos transparentes, brilhantes e convexos, e odor marinho ou lacustre. Já o pescado em processo de deterioração apresenta os seguintes traços: superfície pálida, espessura do muco aumentada, carne leitosa, desbotada e amarela, má aderência aos ossos, espinha dorsal marrom avermelhada, guelras pálidas, olhos opacos, sem brilho e odor característico de alteração. De acordo com a professora Marília Oetterer, do Departamento de Agroindústria da ESALQ, um peixe de qualidade passa por diversas etapas antes de chegar ao consumidor. “A qualidade da água, higiene no barco, métodos de captura, contato do peixe com os microorganismos da água de lavagem, das mãos dos operários e dos equipamentos”, explica. Marília disse que a segurança alimentar é um processo que envolve a todos. “Independente de leis ou imposições quanto à questão da segurança dos produtos alimentares, a conscientização e a informação do consumidor, do Governo e das empresas quanto aos perigos da insegurança alimentar, é sem dúvida, imprescindível para a obtenção de produtos alimentares de qualidade com um adequado nível de segurança”, completa.
2006
18/10/2006 22:49:17
Pesquisa avalia a percepção do consumidor quanto a segurança e confiança no produto As entrevistas foram realizadas com consumidores habituais de pescado da cidade de Sorocaba, SP, totalizando noventa e sete entrevistas Freqüência de compra de pescado 50% - compram o produto raramente 20,83% - compram apenas uma vez por mês, o mesmo número de pesquisados que responderam comprar o produto duas vezes por mês 5,21% - compram o produto quatro vezes por mês 3,12% - compram o produto mais de quatro vezes/mês Local de compra 50% - supermercado 37,78% - peixaria apontada 11,11% - outros locais 1,11% açougues Não houve citação de compra em padaria Deixaram de responder 7 entrevistados Preferência por pescado 40,32% não têm preferência por um tipo de pescado Das espécies citadas O cação foi o mais apontado, com 10,48%; 6,45% merluza; 5,64% tilápia; 4,84% para o pintado e o salmão. Ficando as demais espécies citadas com 27,42% das respostas.
O conhecimento de marcas de frigorífico ou distribuidores de pescado 71,88% - desconhecem 28,13% - afirmam conhecer O conhecimento de região brasileira produtora de pescado 52,58% - conhecem 47,42% - não conhecem Conhecimento sobre o sistema de produção 16,49% - afirmam conhecer os sistemas de produção de pescado 83,51% - afirmam não conhecer Outro dado relevante constatado na pesquisa refere-se à confiança depositada pelos consumidores nas informações adicionais apresentadas nas embalagens, representadas pela aposição de selos, certificados de origem ou de garantia de produto além de informações quanto a prazos de validade e procedência.
Fonte: Dissertação de Eugênio Vila Keppler apresentada no Curso de Mestrado Profissional em Administração, da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Metodista de Piracicaba/Unimep, como orientador, o Prof. Dr. Eduardo Spers.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 41
2006
REVISTA SINDIPI 41
18/10/2006 22:49:19
Responsabilidade Social
Crianças se inspiram nas
ARTES MARCIAIS
42 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 42
2006
18/10/2006 22:49:22
FOTOS MARCELLO SOKAL
O Projeto “JUDÔ PARA TODOS” transformou a vida de mais de 600 jovens. Uma ação social e esportiva que motiva o respeito, a humildade, a lealdade e a cidadania
O judô tem como filosofia integrar corpo e mente
FOTOS MARCELLO SOKAL
“H
oje é muito melhor, antes ficava em casa sem fazer nada, ia para a rua. Agora quando chego da escola eu vou treinar. Além das artes marciais, aprendi que as drogas não levam a nada e com esporte você pode tudo”. O desabafo da estudante Samara Roberta de Souza, 14 anos, é um exemplo de que o esporte pode mudar vidas e realizar sonhos. Em 10 anos de existência, o projeto “Judô Para Todos”, já transformou e melhorou o estilo de vida de 675 pessoas. O Projeto é um trabalho comunitário, com a proposta de difundir o ensino das artes marciais em comunidades carentes de Itajaí-SC. O Projeto Social é coordenado pela APAJUDAN, Associação de Pais, Amigos do Judô e Dança, que atende hoje 212 alunos, sendo 140 crianças e adolescentes, entre 5 e 14 anos. O judô tem como filosofia integrar corpo e mente. Sua técnica utiliza os músculos e a velocidade de raciocínio para dominar o oponente. Na academia procura-se passar algo mais além da luta, do contato físico. Para tornar-se um bom
lutador, antes de tudo, é preciso ser um grande ser humano. “Na realidade o judô é uma doutrina, que ensina a viver. Quando a criança aprende aqui dentro o respeito, a humildade, ela aprende a ser leal e honesta, e o mais importante: no confronto corpo a corpo, conduz a pessoa a um entendimento entre ela mesma e as outras pessoas. Ela sabe quando começa o limite dela e termina do outro”, explica o idealizador do projeto, o major da Polícia Militar (PM) de Santa Catarina, Marco Antônio Otávio. Segundo o major, as artes marciais são importantes ferramentas de inclusão social, contribuindo na auto-estima e confiança. Ele coloca algumas perguntas que merecem reflexão: “Se as crianças e os jovens não estivessem treinando, estariam na rua, jogando bolinha de gude e soltando pipa. Não sou nada contra, mas para o futuro, que responsabilidade social eles teriam? Qual é o impacto que a rua pode causar? Qual o impacto que eles teriam com a responsabilização e cidadania?” E analisa: “ Eu não vou dizer que ao sair daqui, eles vão se tornar excelentes pais, mas a probabilidade de
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 43
2006
REVISTA SINDIPI 43
18/10/2006 22:49:26
FOTOS: MARCELLO SOKAL
Responsabilidade Social serem cidadãos corretos é muito maior do que na rua”. Esporte olímpico de grande prestígio e muito disputado, o judô tem no Brasil um “celeiro” de bons lutadores, fazendo o País ser reconhecido e admirado internacionalmente, inclusive no Japão, país de origem da arte marcial. Em Itajaí não é diferente. Além de ensinar o respeito, honestidade e socialização, a academia é uma verdadeira fábrica de campeões. Desde 1998 os alunos já conquistaram 43 títulos estaduais, 18 títulos brasileiros e três títulos sul-brasileiros.”O pódio é uma conseqüência. O mais importe é que essas crianças sejam campeãs nas suas vidas. Com o esporte se cria na criança o senso de responsabilidade”, resume o major da PM, Marco Antônio Otávio. Para Otávio, que também é sensei (professor), a arte marcial é um dos esportes mais completos que existe. “O judô só perde para natação. Ele auxilia na respiração, circulação e nas condições física e emocional do praticante. A única restrição é que a pessoa não pode ser cardíaca e ter problemas de coluna. De resto a pessoa pode ser magra, gorda, velha ou nova, o esporte aceita todos”, ressalta.
Os três irmãos Quem vê hoje os irmãos Willian Roberto Pereira, 11, Matheus Roberto Pereira, 4 anos e Leandro Roberto Pereira, 7 no tatame, não imagina o que era a vida deles antes de participar do projeto “Judô Para Todos”. Estavam sempre pelas ruas e não praticavam nenhuma atividade esportiva. Atualmente eles são exemplos de dedicação e amor ao esporte. Tanto esforço pode ser 44 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 44
O projeto “Judô Para Todos”, já transformou e melhorou o estilo de vida de 675 pessoas
traduzido em medalhas. Entre os irmãos, Willian é um dos destaques do projeto. “Foi através da minha tia que eu conheci o judô. O esporte mudou tudo na minha vida, na escola e principalmente na educação em casa com meus pais. Já ganhei 12 medalhas: uma de prata, outra de bronze e o restante de ouro. Hoje estou me preparando para o Campeonato Brasileiro de Judô que acontece no Pará”, conta o judoca entusiasmado. Outra façanha de Willian foi levar os irmãos Matheus e Leandro aos tatames e se depender do esforço dos dois, os Pereira terão muito do que se orgulhar dos filhos.
Uma família no judô Outro caso típico que o esporte pode unir as pessoas é a família Toniolli. Depois que o filho Cayman, 11 anos, começou a freqüentar as aulas, a irmã, a mãe e o pai começaram a lutar também. “O Cayman começou há três anos, por indicação médica. Ele era hiperativo, não parava. O médico indicou o judô. Até agora está sendo muito bom para ele, melhorou muito, em todos os aspectos, em casa e na escola. Eu de tanto observar o Cayman lutando acabei tomando gosto. Sempre tive interesse, até que um dia tomei coragem e resolvi participar. Meu marido está há um ano e meio e minha filha também”, comemora Cátia Toniolli, 36 anos.
2006
18/10/2006 22:49:31
FOTO JOÃO SOUZA
Crédito pesqueiro
Claudionor Gonçalves (*)
Banco Central Libera Linha de Crédito Para Custeio da Pesca
O
Banco Central do Brasil através da Resolução 3.390 publicada no Diário Oficial da União em 08 de Agosto de 2006 acabou com o impedimento que não permitia o acesso ao crédito pelos armadores de pesca. Em seu artigo 2º a Resolução diz “O beneficiário de crédito de custeio para captura de pescado não está obrigado a associar-se ou manter-se associado à cooperativa ou colônia de pescadores” Art.3° “O crédito para a pesca artesanal deve ter o vencimento fixado por prazo de até 90 dias após o fim do período de defeso da espécie alvo do pescador”. O custeio da pesca será financiado através do Crédito Rural uma vez que está
inserido nas normas do Banco Central como custeio pecuário tradicional. Desta forma a taxa de juros é de 8,75% ao ano. O prazo para pagamento é de um ano podendo ser amortizado com pagamento único no final do período, o teto (limite máximo) por beneficiário é de R$ 150.000,00 e a garantia deve ser discutida diretamente com o Banco. Ou seja, o armador que requerer o custeio, tem doze meses para pagar o valor recebido, em uma única parcela, acrescido de juros de 8,75%(ano). Para quem pretende obter o financiamento, deve procurar o Banco de sua preferência para elaboração de cadastro e abertura de conta e só após este procedimento é que deve dirigir-se ao SINDIPI para elaboração do seu projeto. Este foi um dos assuntos debatidos em reunião com os representantes da pesca industrial, do Banco do Brasil e a coordenação da Secretaria da Pesca, que estava representada pelo seu Secretário Manoel Xavier de Maria e pelo seu Gerente de Gestão, Claudionor Gonçalves, na sede do SINDIPI. A reunião cumpriu plenamente o seu objetivo considerando-se que foi o primeiro passo para aproximação do agente financeiro com o setor pesqueiro industrial depois de muitos anos de falta de apoio necessário ao desenvolvimento tecnológico-sem o qual
nenhum setor incrementa sua produtividade. Foi elogiada pelo setor pesqueiro a atitude do Banco do Brasil, representado pelo Gerente Geral Pedro Paulo da Silva, em demonstrar confiança no setor, chamando para uma parceria permanente através de um tratamento diferenciado na disponibilização dos seus serviços. O Banco com sua visão macroeconômica vê na cadeia produtiva da pesca o grande potencial econômico gerador de negócios. Providências imediatas como estrutura física e pessoal capacitado para operacionalizar o Crédito Rural já estão sendo tomadas por parte da Agência Centro do Banco do Brasil de Itajaí. Cabe agora ao setor pesqueiro tomar suas providências no sentido de se organizar e somar esforços aos demais setores da cadeia produtiva da pesca para que esta parceria se concretize com a maior brevidade possível e em caráter permanente com objetivo de demonstrar aos agentes financeiros que o setor merece a disponibilização de crédito para a continuidade do seu desenvolvimento. “Um negócio só é bom quando todos saem ganhando“.
* Claudionor Gonçalves Engenheiro Agrônomo Msc, Sec. da Pesca de Itajaí Gerente de Gestão – SEPESCA diretor_sepesca@itajai.com.br
OUTUBRO OUTUBRO 2006 2006
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 45
REVISTA SINDIPI 45
18/10/2006 22:49:36
Pesquisa
A importância dos peixes marinhos na alimentação humana
N
as últimas décadas tem se observado o aumento no consumo de pescados, principalmente devido a presença de altas concentrações de compostos bioativos como os ácidos graxos da família ômega 3 (ω3), sendo os peixes de origem marinha as principais fontes destes ácidos graxos. As primeiras observações quanto ao valor nutricional dos pescados foram realizadas no início do século XX, quando se relatou que o óleo de fígado de bacalhau exercia ações preventivas e terapêuticas nas carências de vitaminas A e D. Mais tarde, em conseqüência da competitividade exercida pelas vitaminas sintéticas, os óleos de pescado foram perdendo sua importância. Entretanto, na década de 80, pesquisadores relacionaram o consumo de peixes marinhos, ricos em ácidos graxos ômega 3, a efeitos benéficos para saúde humana, como prevenção ao desenvolvimento da aterosclerose, hipertrigliceremia, hipertensão, doenças auto-imunes e problemas alérgicos, além de reduzirem significativamente a mortalidade por doenças cardíacas, levando a diminuição do número de infartos, do desenvolvimento de anginas, arritmias e fibrilação cardíaca (Harris, 1999). Além disso, os ácidos graxos ômega 3 são importantes na produção de energia, 46 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 46
FOTO MARCELLO SOKAL
Dentre os peixes marinhos, a pescada e a sardinha destacamse por apresentarem elevados níveis de ácidos graxos ômega 3 EPA e DHA, conferindo-lhe características nutricionais e funcionais apreciáveis desenvolvimento, metabolismo celular e possuem propriedades anti-inflamatórias, agindo através da modulação das funções celulares responsáveis por processos inflamatórios. De acordo com Haumann (1998) a ingestão complementar dos ácidos DHA e EPA por pacientes que apresentam artrite reumática mostrou-se eficaz, com redução dos sintomas como dor e inflamação nas articulações. Os principais ácidos graxos da famíla ômega 3 são os ácidos graxos poliinsaturados eicosapentaenóico (EPA) e docasahexaenóico (DHA). Uma dieta contendo DHA é importante na formação de novas células do hipocampo, relacionadas com a manutenção do aprendizado. Um decréscimo na ingestão deste composto pode afetar o sistema nervoso aumentando a vulnerabilidade, a depressão e também está ligado ao desenvolvimento de esclerose múltipla. Baixos teores de DHA estão associados à demência senil (Alzheimer) e esquizofrenia (Horroks & Yeo, 1999). Dentre os peixes marinhos, a pescada e a sardinha destacam-se por apresentarem elevados níveis de ácidos graxos ômega 3 EPA e DHA, conferindo-lhe características nutricionais e funcionais apreciáveis. As sardinhas são largamente distribuídas entre o cabo de São Tomé (RJ) e o cabo de
2006
18/10/2006 22:49:37
FOTO DIVULGAÇÃO
requeridas destes ácidos graxos Santa Marta (SC). A pescada variam conforme a faixa etária, branca, ou merluza, é comsendo recomendada ingestão posta por um grande número entre 0.5 a 1,5 g/ dia. Considede espécies de importância rando as concentrações dos econômica, com distribuição ácidos EPA e DHA obtidas difundida predominantemente nos peixes avaliados, pode-se em águas frias. A pescada do concluir que o consumo de Atlântico, também conhecida pequenas porções de sardicomo pescada olhuda, enconnha ou pescada, duas a três tra-se em abundância entre o vezes por semana, satisfaz sudoeste do oceano Atlântico plenamente as quantidades até o Rio da Prata. requeridas para o exercício Considerando a imporda atividade bioativa destes tância dos ácidos graxos na compostos. alimentação humana, foi reO Brasil é um país de dimenalizado um estudo sobre o sões continentais, com extensa perfil lipídico de sardinhas, costa marítima e extremamente pescadas frescas e pescadas rico em recursos pesqueiros. congeladas como tese de Neura Bragagnolo, Profa. Dra. em Ciência de Alimentos do Depto. de Ciência de Alimentos na Fac. Entretanto, a contribuição dos doutorado em Ciências de peixes na dieta da população Alimentos na Faculdade de de Engenharia de Alimentos da UNICAMP ainda é reduzida, apenas 4.6% Engenharia de Alimento na em detrimento a outras fontes Unicamp. protéicas, principalmente devido à falta Os resultados obtidos por Saldanha Brasil, um país rico em de informações sobre a importância (2006) mostraram altas concentrações recursos pesqueiros e com nutricional destes alimentos. Com uma dos ácidos graxos EPA e DHA (Tabela 1). Os valores encontrados para EPA peixes de alto valor nutritivo população de 185 milhões de habitantes, torna-se necessário um melhor variaram entre 6.8 a 10.7 em pescadas aproveitamento dos recursos pesqueicongeladas, 11.4 em sardinhas e 6.2 g/ Nas últimas décadas as atenções dos ros, cabendo à indústria de pesca 100 gramas de lipídios em pescadas médicos e nutricionistas têm se voltado aprimorar a divulgação das pesquisas a frescas. Os teores de DHA obtidos foram para as possíveis formas de aumento respeito do valor nutritivo dos pescados de 16.7 em amostras de sardinhas, 18.9 na ingestão dos ácidos graxos ômega 3, em geral, considerando que os peixes em pescadas frescas e entre 13 e 14.4 sendo importante a implementação do como as sardinhas e pescadas, frescos g/ 100 gramas de lipídios nas pescadas consumo de alimentos que naturalmenou industrializados, além de baratos são congeladas (tabela 1). te contenham estes compostos, como os ótimas opções como fonte dos ácidos Variações na composição de ácidos pescados em geral. De acordo com Kingraxos ômega 3. graxos entre os peixes da mesma espésella et al. (1990), as quantidades diárias cie podem ser encontradas uma vez que a concentração dos lipídios presentes é largamente dependente do mês de Peixes Sardinha Pescada fresca Pescada congelada captura, estação do ano, além da área EPA 11.4 6.2 6.8 – 10.7 de pesca. Assim, outros pesquisadores DHA 16.7 18.9 13 – 4.4 (Silva et al., 1993) estudaram amostras de sardinha e determinaram teores de g/ 100g de lipídios Fonte: Saldanha, 2006 7.9 g/ 100 gramas para EPA e de 27.8 g/ 100 gramas de lipídios para o DHA, respectivamente. Já Méndez et al. (1992, *Tatiana Saldanha, Médica Veterinária, Doutora em Ciência de Alimentos, 1997) avaliaram amostras de pescada Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP e observaram teores de EPA entre 6.3 a 9.4; e de DHA entre 24.7 a 25.7 g/ 100 **Neura Bragagnolo, Profa. Dra. em Ciência de Alimentos do Departamento de gramas de lipídios. Ciência de Alimentos na Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 47
2006
REVISTA SINDIPI 47
18/10/2006 22:49:38
Caminhão do Peixe
AUMENTA CONSUMO de PEIXE em ITAJAÍ O atendimento à quatro rodas é o destaque do CAMINHÃO DO PEIXE, que vende o pescado nos bairros sem atravessadores FOTO MARCELLO SOKAL
U
m hábito pouco comum para a maioria dos brasileiros, mas aos poucos vai se tornando rotina para os moradores de Itajaí-SC, o consumo de peixes. Para tentar mudar esta realidade a SEPESCA, Secretaria Municipal de Aqüicultura e Pesca de Itajaí-SC lançou no final de setembro o PROJETO CAMINHÃO DO PEIXE. Através de um caminhão adaptado, corvinas, cações, anchovas, sardinhas, entre outros peixes, são vendidos pela metade do preço de mercado. Dona Salete Goulart Alves, 58 anos, moradora do bairro Vila Operária, levantou bem cedo no dia 30 de setembro, um sábado, para conferir a novidade de perto. “É como se fosse uma peixaria sobre rodas. Tudo é muito organizado e limpo, mas o que mais me chamou atenção foi o preço do pescado, bem abaixo do que estou acostumada a comprar”, conta. Para o aposentado Carlos Anacleto 48 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 48
Capistrano, 56 anos, o caminhão foi uma surpresa. “Não comprei peixe hoje porque não sabia que o caminhão estaria aqui, não estava preparado. O caminhão me chamou atenção e a qualidade do produto também. Na próxima vez vou levar umas corvinas para casa”, relata. Segundo o secretário da SEPESCA, Manoel Xavier, o preço do pescado é mais barato no caminhão porque o peixe é vendido direto do produtor. A meta é fechar a parceria com o SINDIPI, que ofereceria a logística, eliminando a figura do atravessador e garantindo grande quantidade de pescado. Para fechar o convênio o SINDIPI aguarda a aprovação jurídica e administrativa. Além do preço mais acessível, o diretor garantiu que o produto é de alta qualidade, atendendo os aspectos sanitários exigidos por lei. “Para dar maior qualidade ao consumidor, o peixe é somente comprado de uma empresa que tenha o Serviço de Inspeção Federal (SIF). Além disso, o CAMINHÃO DO
PEIXE também tem aprovação do órgão sanitário”, ressalta. Silva informa que o projeto vai atender todos os bairros de Itajaí, mas não terá um calendário fixo. “Ele vai funcionar um dia sim, outro não. Este tempo é necessário para seja feita a limpeza e desinfecção do veículo. Todos os bairros de Itajaí serão atendidos e a população será avisada com um dia de antecedência”, completa. Embora recente, a aceitação do projeto entre a população já é grande, prova disso é a quantidade de peixes vendidos. Em apenas dois dias de funcionamento, o caminhão comercializou quatro toneladas de pescado, sardinha na sua maioria.”Estou levando corvina, pescada e sardinhas. Toda semana eu compro peixe, o preço está melhor e consigo até levar um pouco mais”, esclarece um morador de Itajaí, João Duarte, 53 anos. Para o itajaiense, além do preço, a aproximação do caminhão facilita o acesso e estimula a comprar e consumir mais peixe.
2006
18/10/2006 22:49:39
Culinária
FOTO DANIELA MAIA
Peixe com brócolis gratinado A nutricionista Tônia Heusi do Espaço “Pense Magro” trouxe uma receita nutritiva, saborosa e light, um cardápio que fará sucesso entre amigos Ingredientes * 2 xícaras de brócolis cozido * 2 tomates picados sem pele e sem sementes * 4 filés de peixe (pescada, badejo, cação, ou qualquer outro filé) * 1 colher de café de sal * 2 colheres de sopa de suco de limão * 1 colher de café de raspas de laranja * 1 colher de chá de manjerona Ingredientes para o molho * 1 cebola picada * 2 colheres de chá de azeite de oliva * 1 colher de sopa de farinha de trigo * 1 xícara de chá de leite desnatado * 2 colheres de sopa de requeijão light * 1 colher de sopa de queijo parmesão light ralado * 1 pitada de páprica doce Modo de preparar Tempere o peixe com sal, suco de limão, as raspas de laranja e a manjerona e coloque em um refratário. Reserve. Misture o brócolis com os tomates e coloque por cima do peixe.
Molho Doure a cebola no azeite e polvilhe a farinha de trigo. Mexa e adicione o leite e o requeijão. Deixe engrossar. Coloque no refratário por cima dos outros ingredientes. Polvilhe com o queijo ralado e a páprica, leve ao forno médio pré-aquecido (180° C) por cerca de 30 minutos, ou até o peixe assar. Informação nutricional Rendimento: 4 porções Calorias: 231 por porção Proteína: 21 g por porção Carboidrato: 10 g por porção Gorduras totais: 12 g por porção Gorduras saturadas: 3,6 g por porção Colesterol: 61 mg por porção Sódio: 138 mg por porção Fibras: 4,4 g por porção Acompanhamento Salada de broto de alfafa, cenoura cozida, milho e ervilhas frescas. Arroz integral. Batatas à dorê. Salada.
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 49
2006
REVISTA SINDIPI 49
18/10/2006 22:49:47
FOTO DIVULGAÇÃO
Mensagem
A FORÇA DA UNI‹O O grande erro da maioria das pessoas É o de lutar isoladamente Pelo seu paraíso individual Que se torna insustentável. Sozinhos somos muito fracos, inseguros. Um fio de linha ganha uma resistência Surpreendente, quando entrelaçado com outros, Amarrados com inúmeros nós, Em forma de rede; Bem o sabem os pescadores. Muitos animais andam em grupo Para se protegerem dos predadores. As flores doam-se às abelhas Que espalham seus pólens, produzem o mel. A folha cai e fertiliza a terra Para as outras plantas. As células do nosso corpo comunicam-se, Organizam-se.
Izilda Mª V. Zacarelli Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição/www.ciic.org.br)
Na natureza, no Universo Tudo tem uma estreita relação.
REVISTA SINDIPI
PARA
SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃO DA
REVISTA SINDIPI
Serviço de Atendimento ao Leitor: cartas@sindipi.com.br Para anunciar na Revista: Publicidade: Arlete Piccolo – publicidade@grupoalphasul.com.br
50 REVISTA SINDIPI
OUTUBRO
SINDIPI 20_OUTUBRO 2006.indd 50
2006
18/10/2006 22:49:50