Escritor de coisa nenhuma

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Escritor de coisa nenhuma


...quase um poema português

Era não o poema que quis, Mas o poema recortado nas pontas para caber no papel que quiseste para ele, Com as luas sujas e de luz refratária de que sempre falaste,... E o povo sujo de imundície perfumada observando as com os olhos habituais de sonhos que nascem mortos,... Ao fundo os sobreiros filhos bastardos e nus da terra mãe, Olhavam sem ser olhados o que não era mais que uma birra do tempo velho,.. E o amor desenhado no menino e na menina aleijados pela pobreza, Que desenhavam no céu de toalha estrelada posta uma mesa farta que só imaginavam,... Terminado como começou, Dou-te este poema de beber, Se o quiseres multiplica-o pelo que o passar do tempo te trouxer ao acordar …


No breu

podes não ser o fim, nem o meio do som construído no silêncio transparente, podes nem ser o palácio onde a compreensão reside frágil, pronta para o fim,...

mas és o quanto no meio do quando, a verdade disponível para desenhos irregulares no céu, para que alegadas visões do bem, desfaçam a primeira ideia de inferno que a noite traz, no breu….


Fado do tempo que corre à senhora mais menina da esquina menos feminina deste mundo que já foi homem, tornaste são o suspiro entre o meio do genitivo composto de fim de semana, tardam meios de te ter, fábulas para esquecer, resguardos improvisados e desnortes com sal de morte, ao final de um dia destes, parecido com o de anteontem, e ansioso pelo que vem, resguardado do pó dos segundos que, juntos, fazem muros de horas, lamento-me de que embora, tenha assim o minuto perdido, de ao dizer a mim mesmo, que sou preciso para terminar o conjunto, de dois dedos de rima com um de impoluto desejo.....


De restos... livros penso pois, sonhos mal estais senhora dos caminhos ensandecidos com restos humanos, e folheio, e escrevo, soletro enfim a precoce distinção das calmas de todos quantos abundantemente querem o tesouro do entardecer, dos livros, das páginas revoltadas com a exploração do homem pela alma preta e encarvoada de ser triste de uma forma alegremente distraída...


Florido anoitecer cá me ponho, peça prévia de sono, luta fingida quente, tarde sol de chuva feita, dose de riso quente da criança que me faço, da morte solarenga e lactante como fecho, dos sons fartos da chuva menina com que durmo...


...de noite qualquer coisa A cidade descalçava-se de ti, Espreguiçava-se por cima das torres recortadas num céu de chumbo que acolhia a noite num longo abraço, Em finos chuviscos de lama figurada, Desceste sobre as ruas que escorriam pessoas em calçadas gastas, Como sangue nas veias finas de um moribundo, ... Foi a um poema triste, Decantado, Depurado de otimismos impossíveis de descrever, Que recorri para acordar sons adormecidos na cadência ritmada de vida que trazes..


Microns de solidão Não serei vazio de ideias em dia de gritos, nem ponto interrogativo numa falsa discussão de propósitos para o tempo, tu sim, com a culpa desta noite que não nasce no esplendor que me mostraste,… sou o que sempre fui no meio desta repetição infinda de segundos, quem observa, quem trata de que os lamentos fiquem fechados entre paredes de fortaleza medieval,… por tudo o que o tempo dói a passar, deve escrever-se para resolver microns de solidão que fiquem espalhados pelo chão….


Despertador interrompeu este poema Desnorteado andas putridamente perdido no vento, Sorvido no turbilhão do correr do tempo, És as mãos nos bolsos do sol abrasivo, abrasador, indubitável na morte que caminha na berma da estrada que ninguém vê,...

Foi lá que te encontrei, Falavas de coisa nenhuma com os olhos, Ouviam-te dezenas de sombras a encolherem ao sol, Prometias paraísos invisíveis, Com riqueza de suspiros, Lúcidas noções de felicidade, Mar, Amar por cima de todos os ódios,...

Até anoitecer foste rei no meio do clero da ignorância, E quando a noite veio, Subimos ao monte arredondado da dúvida, E por lá ficamos ainda, À espera que a espera nos leve para o mundo das coisas reais..


Once upon a time Esperava por transporte quando a vida passou por mim, Eram vidas montadas na inconsequência do vento, Falavam por cima umas das outras para parecerem uma, Só eu as via, No louro do entardecer rodeavam o esteio do planeta numa dança inconsequente,,… Arrastado sem direção o louco perguntou-me quem eram aquelas mulheres sem sentido, Calado respondi-lhe com o sentido da existência,…


Ratito Se os ratos se medissem em sonhos, A cauda seria o acordar em dia de chuva, As orelhas um antidepressivo que dĂĄ visĂľes, E as patas a vontade de fugir do sol que dĂĄ frio..


Homenagem ao Zé Maluco, uma figura da minha infância finalmente consegui confortar o outro lado da indecisão de mim, eis-me num planalto de sonhos, não passo da rua ao lado da franca ilusão de ser parcela, ando a passo, depois solto pelos intervalos do que o ar indelével faz às coisas, tudo isto recitado, soa a copo de água cheio de nada, brindo-o com a minha sombra, o indefinido parabeniza o que resta do atrevimento seco de perguntar, soletrados os passeios


que restam no regresso a casa, deitado me encontro na cama de picos do refletir sem destino....


Acho que já o fui poetando a fácil e indissoluta razão de sê-lo, que se me morra o que quero do viver....


De dentro de tudo De dentro de tudo, de dentro do tempo, por fora dos segundos perdidos, Na roda, Dos minutos ganhos enviesados a mirar, De dentro de tudo sobes por qualquer coisa difícil nos rebordos que o vento deixa,...

Faço-me de pintor do Sol que é juiz de toda esta contenda, E com cuidados de som, Fica abafado, O rumor que a morte deixa,

Por dentro de tudo…


O medo, e tudo à volta Temos medo, e sempre temos medo de qualquer coisa que não o medo de ter medo, Porque alcançar fome de ter medo sem que o medo venha realmente, É dar ao medo a posição unânime de instilar medo na presença sublime que o medo tem no medo de estar sozinho,… E assim ter medo que outros deixem de ter medo connosco, Termina com o medo sentado no trono pusilânime dos que governam, baseados no medo…


Cinco dias um dia podem ser dois dentes podres a recuperar, dois dias são três flores que perderam cheiro, três dias mesmo espremidos não contam para vidas emparelhadas, quatro dias desconheço por morrer antes sequer de me dizer amén, cinco dias são testamento, lista de suicídios com molho bechamel, resisto, sou só o ourives que luta por ressuscitar o tempo morto....


Avenida a marchar sem som já que o fraco som da legislada precariedade nem sobra para o vento que nos alisa a memória, que se abram portas invisíveis de democracia flambé,... à espera com gritos, aguardando pelos aflitos, dos descarnados com aflicão, de gente fluente em escarros e consideração, com mistos de fado, e zonas de morte sem tom,... findo o pranto descrito assim restaste o que podendo ser, foi-se com lutas de mim para o nada....


Braços angélicos da loucura Desusadas as coisas em cima desta mesa, Fruto do tempo e da insofismável precisão do crer, Repousaste decidida na brisa vinda de todos os sítios Imprecisos do planeta, Falávamos do necessário para estar vivos, Do que o mundo precisava para girar para sempre até tombar no canto do universo,..

e de fora ficavam as minudências de saber pensar, era algo deixado para trás, não cabia naquele momento em que só o tempo frio e calcário nos deixava em qualquer coisa de repetir o desnecessário do sobreviver,

passaram muitos relógios de tempo temperado, e ainda aqui quedos no triste tempo de só nos termos, para escapar aos abraços angélicos da loucura…


Limpas noites a chorar amaste-te de forma crua. Insubstituída. Até a chuva te doía quando o desgosto batia à porta para matar, Eu ri-me da desdita, Dos insultos proferidos em surdina quando os sem cara viravam costas para não mais voltar, Aquí e ali vinha a noite pedir-te O sexo menos natural, Dizias que não, Mas um não independente, Nada credível, Com a música soando a sacrificio só para desfazer quaisquer aproximações menos claras,

E no fim restavam todos os tus que nunca encontraste, e a menor parte do que és quando te cobres com a pele da redução à menoridade….


Somados à subtração caso, somos dois perto da parte indiscreta do sol, solução, deixar estar a brisa inconstante da razão aqui, ao pé do ouvido do coração, e quatro vezes tudo isto, a partir daqui, só o tempo passa, o tempo?, morreu, eu nunca quis mais nada dele que o tal suspiro final traduzido num volto já inspirador, o sorriso


Terça à noite ... é para rir a dormir, Sonhar ironicamente, É para gritar o mundo só presta ás vezes acreditando nos dias invisíveis para o tornar melhor,... Somando frases, Gritos paralelos de incompleta quietude, É para dizer aos falhados que o sol nasce também aos bocados para eles, E á chuva para que nunca pare de sorrir, É para escrever talvez com todos os nãos a fazer-nos chorar, É para chorar até morrer e renascer todos os milhões de vezes que conseguirmos,... É para fazer muito mais que tudo isto que não é nada,.... E no fim recomeçar pensando que o sucesso reequilibra os milhões de paginas que a vida nos empresta para escrever e depois deitar fora guardando…


Putas das palavras fáceis As putas das palavras fáceis passearam por cima do sol do entardecer, Revelou-se este objetivo de concubinato num dia de calor expressivo, Quando até as paredes gritavam de suor em rimas indecifráveis, E foram elas, As ditas putas, A inspirar vida naquele cubículo perdido pelo tempo, E com os relógios a correr sem passos,..

Foi a provável mentira de tudo isto Quem saiu vencedora de uma ficção Que não tem palavras para definir Maior mentira que o passar dos dias….

Chove


Faz tanto como o sol, Partiu só e como A terra se fez pobre, Ansioso pela esfinge De se deitar pobre,...

Acordando com a parte Infeliz do ter que empobrecer, Os desejos de qualquer coisa,...

A menor forca de descrever dores assim, E com a chuva lá fora esperar Ao sol que o mundo desfaça A ensurdecedora capacidade de nada ter que esperar da vida..

Ao entardecer morre-se ... é a história de um homem sentado,


As pernas estão enfiadas nos olhos, Os braços devorados por aquela preguiça que ilustra o tempo, E mesmo assim um sorriso,..

A espera de que a culpa desapareça em chuva é contemplativa, O calor, Faz o calor suar sangue e, Talvez por isso, Explique a inocência transparente aos olhos dos que passam,..,

Anoitece, O homem morreu, Chamava-se desolação , Amanhã o sol talvez faça florir em qualquer coisa pútrida….

Voltar aqui …de um segundo a uma chuva de estrelas, Vai a necessidade embebida em respirar feliz que sinto de saber


de ti… De te ter a passear nas cordas finas da minha estabilidade indefinida…

Porque não te ter no peito,…

São milhões entardeceres escuros e com o fim do mundo escrito a transparente num céu sem estrelas…

…se calhar Estava deste lado da loucura e, se faz favor, apeteceu-me arrotar,


sou de poucas e médias palavras, e quando as rebento, talvez aí já o dia tenha verdadeiramente acabado, pois nunca me recordo do que se passa a seguir, entardece assim tão rapidamente sempre que se está deprimido?,…

pelos vistos sim, e moem-se as palavras devagarinho pelos rebordos do que ainda se me sobra são….

Gases Frio frente à sopa fraca, Frisada de flatulência Inimitável no findo Encimado coiso de


constância, e fazes fé que facas dizes de tudo quando fim é atual dissolvido, de princípio….

Ensaio sobre este lado da loucura Não são daqui os desnortes mal escritos, Nem as vezes em que as pessoas se pintam policromaticamente para comerem invisibilidade, Deste lado da loucura são os monstros que almoçam água connosco, E depois não bebem café porque te devoram num trago,... Assumimos todos que o mundo é diferente da chuva amarela que pinta o chão de ouro,


Mas nem saímos em passos arroxeados daqui, Escolhemos o luar desinteressado que nos acompanhará até ao fim do mundo ...

Sexta-feira, 18h18

desde o sonho desenhado a água, à reviravolta que a Terra dá quando se apaixona, passando por árvores a dançar nuas ao luar de Verão envolvidas num amor livre, somos o que almejamos como fruto do passar dos anos, frisados a choro, redito em felizes acasos do acordar vivo, e tudo para começar de novo aos olhos cegos da criação,…


...e o mundo caminha para o fim ei-lo só, feto de mim, preso de facto, conjunto de ratos, pessoa menor, em fauna labiríntica com sonhar à peça, desdém pintado, claro, de facto, menor por menos


que tu, perfeita desdita de terminar, como se terá começado, pelo fim, por mim, em ti.....

Escrever nem sempre é a solução trocado na nascença de afagos, deixaste assim sem pintura o que nunca sequer chegaste a lamentar, fui a pedra da calçada do teu choro de criança, encaixado naquele palacete de fomento de amizades falhadas, renovei por sentir que nascer de novo,


eram respostas inúmeras ao escasso de presente do passado que nunca vivemos, só quero fazê-lo bem, nem me perguntes por onde passa desejar isto, só vejo o dia a nascer trocado com o que me move neste momento, e quero recuperar, o mundo há-de ser meu tanto, mas tanto que o será digno de voltar a ser resumido num só verso...

Pedomedos ocultos sentir boca feita duna de céu escarlate, coma assim dourado, disseste-o escrevendo?, pisado acredita o rodar desta pedra, escreveste-o no tombado da luz de um dia de choros,


e com o fim cheio de princípios assim.....

Escrito sim, vivido não vi gente a escrever com polegares, algarviadas, assobiadas, pela celeuma de dias pesados,... a serem frutos carunchosos, foram polpa de sangue, porque vi desnorte, senti composições fúteis


e de sentido inexpugnavelmente triste,.... li até os olhos me doerem mais que maviosos ses colaterais,.... foram tertúlias que me mergulharam para não me afogar,... e no fim sol referente, dias que laqueavam as singelas tentativas de mudar o mundo,.... pus-me de menos por tentar cingir-me em posição de feto desiludido,... nasceu o sol, log-off, obra fechada, e consciência morta,.... menos uma noite para despedir o mim feio e corrupto.....


Da palma da alma escrevinha-te na palma das mĂŁos, do avesso da palma da alma, com o falso da cor da reserva, para beber do sonho escuso, com as meninas dos olhos rotos, para com o desnorte te exceder a vontade, de sobre o fado conduzires-te ao lado do teu fim...


Se de hoje a mil milhões de anos Se de hoje a mil milhões de anos eu ainda estiver aqui sentado à tua espera, Não me irás ver mais, A tua memória ficará no éter do que o universo for na altura, Eu serei pó, O resto do que foi a experiência de te ter sorrindo, Capaz de me desfazer no mais pequeno átomo de felicidade, Que com a explosão das coisas reais me devolvia à infelicidade da felicidade desenhada,... Se de hoje a mil milhões de anos eu ainda aqui estiver sentado á tua espera,


Olha em frente e verás que estás a um segundo de não me largares na infinidade do para sempre...

Filhoriso Puto és a mania solidária de ser vida, Sorris quando o meu sorriso já é um cadáver decomposto pelo passar dos anos, És a curiosidade de todos os dias com a felicidade de crescer, És sorriso, Milhões de bem dispostas cócegas a vida de rotina que nos empurra para não se sabe onde, E no fim do dia diferente dos séculos que isto tudo já leva, És o ser que afasta a irrisória noção de fim que nos rata os bolsos com os segundos incompletos da vida...


Modinha senhoras e meios senhores, de noite começa a mentira, de que querer penhores, fica melhor a quem suspira,... a dormir se fazem os justos, pessoas de mÊdio porte, porque quem vive de sustos, cedo se desfaz do Norte,...


gente faz possíveis, tocada a lenha mole, já que de notas incríveis, vivem os sem pedra de toque,... tudo a esforço para dizer, que quem não pensa sofre, desfazem-se sem querer, mentiras pintadas a ocre,....

Louco .32 a loucura de ser louco, não tem de ter loucos no final de cada frase,.... é só deixar o enlouquecer tornar menos furtuito o que parece ter louco escrito no verso, e morte como música de fiéis leitores,... o doce de tudo o que menos tem de louco, é com toda a certeza esperar da loucura o que nunca se teve dela na sobriedade, finais simples, com nada de complexas patologias, com abraços recheados de sangue pisado, e reinos de papel em cima de taças de tinto estragado, o louco gosta da loucura no fundo porque de tudo o que sempre


quis, retira para si menos do que faria ao acreditar que se está bem com sãos pedaços de risos inocentes....

Religioso é o querer Tenta de vez, quando presos libertos de cima da fome de carne podre com que dormes, somos nós, os que de indefinidos temos tudo menos o abstracto de te querer mais


que às cortinas do conhecimento,.... Acordada em desconexas formas escondidas em mãos de oração, fechas-te em casulo, orada a reconversão dos desprezíveis, solta estás de palmares dos exércitos recitados que, subjugada, deixaste na névoa que te envolve....

Feérico desnível fruto do apaziguamento da criança que ruge, levantaram-se do chão as dúvidas de um homem classificado,.... ordenaram-se princípios de racionalidade por cores mortiças, e o sonho descarnou, infectou, desnutriu,... sonora paz,


distinto sentir, foi um tumulto dos roídos de espírito que polvilham o núcleo do planeta,... o dia ressuscitou depois de um longo arroto de todos os capitéis dos monumentos que contam,... cláusulas postas em chaga porque o homem, recusa esmagar as insensibilidades deste pedregulho.....

Duas cabeças encaixas-te nas cabeças múltiplas do desejo, se somos momentos destas confusões baças, discorrem em nós soluções mentecaptas de versos do diz,...

do disse, do se fossemos algo nada disto teria morrido para nascer,


e como faríamos para que à parte de dias enfiados em nós de dedos, esquecendo momentos paralisados com sufocantes indecisões desnorteadas, um dia quiséssemos parar para pensar nas soluções efectivas do acabar dos dias....

Local de discussão como solução inevitável do ser, estavam duas rotundas e inefáveis interrogações sentadas à brisa, diziam amar a própria forma como se contrariavam, e lambiam as feridas ácidas e rotundas do negativismo de cada uma, ao cair a pique no céu de inverno, o sol recusou ouvir semelhante impropério,


era como se o tempo só aceitasse auto limitar-se quando as opções se esgotam com o vento, sendo assim ficavam aos homens as tarefas insondáveis de decidir o vencedor desta discussão, pelo menos quando ela não acabasse mais.....

Intróito debruçados em papel, subidas as constantes das novas funções do Sol, permtiram-se muito mais que simples


indecisões com que o carvão das noites pintounos a suspirar por mais...

Falou sobre qualquer coisa sobre matrícidios respondeu com sobranceria, de mão oculta no ar,..

e a pena da dúvida encravada sem som, dissertou momentos incertos de qualquer coisa,


e se eu consentisse princípios, em vez de ideias, para o mundo acabar restam inconsistências, tudo são prematuras desculpas quando nem se antecipam perfídias...

Facto Fátuo espera-me no combate acérrimo dos desnorteados, seremos muitos mesmo que os únicos na fila para a loucura, e com metros de qualquer coisa para dizer, sejam os que com factos resolvem pactos de qualquer coisa com, Azul.......


Parar parado, soluço crasso com infecto contágio, desnudas, impossíveis constatações desenquadradas,


e dois homens de misencéne prostrados, com dúvidas, de que factos, são argumentos implementados, na futura desratização das mentes das águas paradas.....

Poema em ziguezague

fluentemente descrito como qualquer hesitação, entumesceu-se de timidez e de gritos ao vento vestiu-se de rosa sangue,…


eram frutos, eram até frases feitas de sofrer,..

no fundo seriam duas hipóteses em aberto de sofrimento o que estava escrito de tal pessoa nos rostos das sombras que a abraçavam,....

Tardes fruto seco, lágrima assim recortada dá a polpa e contornos, e desejos irreprimíveis de chorar, preso de sopros, restaste ao quociente mínimo de sofrimento quando chove sol ardente...


Que se passa outros houve que quando aqui passaram, disseram de nós o que sobre si próprios nem nunca tinham construído. Que seríamos paz. Infrutíferas tentativas de fazer mal às pequenas coisas de quando o mundo gira. negamo-lo agarrados ao pó que fica do tempo que passa. amantizados com o resto do segundo, infrutiferamente em desespero com a respiração que escasseia no tóxico quarto em que queremos chorar,....tranquilos ,....longe do calor da suficiente paz do caminho para o fim da existência.....


Untitled sentados à beira de uma estrada que se dissolvia, ser e pensar analisavam-se escrevendo, o primeiro redigia um manuscrito de intençþes sobre o amor,


enquanto o segundo influenciava o tempo a sentir-se menos banal...

Cães do inferno Carcaça da morte, sabes bem!!! A fome que sinto é tanta,... E a tristeza que a minha alma contém, Até os cães do inferno espanta. Eu já fui bom, mas não me consigo lembrar quando... O fluido de um fracasso corre selvagem, Perdi o barco do sucesso garantido,


Ouve como os leões rugem, E eu me acomodo, de espírito contido. Corre o rio da vida, e eu deixei partir a jangada do amor... Pinto o quadro só de memória, Sublinho a vivacidade dos vermelhos, Os desmaios do âmago da minha história, Não se refazem só com os teus conselhos. Parte, e não olhes para trás. O paraíso é melhor que a perdição do falhanço....

Monóxido de carbono Odeio a poesia como forma,...

A envolver o curto sentir de,...


..., quem se apouca face ao medo,..

Que se combata o fluir de ideias,…

Abrace-se a negatividade do silêncio,…

Detesto a pequenez de um verso,…

No domínio do astral, que seja um grão,…

Falando de felicidade, é nada,..

Abomino rimas,


Mortas por asfixia,...

..., sentencio do alto da passividade,..

Odeio a poesia Como abstracto,…

Clara só mesmo a ignorância,…

Dura, sempre a pequenez de sentimentos,…

Abri os olhos para a vida, … e descobri,...

Que adoro a


poesia como oxigénio,...

Morte ao monóxido de carbono do concreto....

Anjos hermafroditas a um só passo o desnorte, as linhas amarelas do falar baixinho, do receio de incomodar, das meninas firmes e impolutamente capazes de ofender, os pássaros que somam tudo isto lá longe, no horizonte que implode sangue dos anjos hermafroditas que


se embebedam com esta tristeza de romance afável e mal escrito, fazem-se balanços com as carpideiras dos funerais de conceitos assim, quer-se o mundo pronto para a luta de classes, com fruta podre a finalizar a frase..

Psicologizar de dia escrevo-te isto pela simples simplicidade daquela tarde que se apagou, com dois corações nas mãos, preta a mancha de saudade numa, incandescente orgulho noutra, e com solenidade o sol desfiava a manta da noite....


Primordial mente Disseste que me davas o céu rasgado, desfeito até só sobrarem estrelas filhas da explosão primordial,... A manhã rompia com uma gélida sensação de falhanço, Ao longe pequenos pontos de conformismo caminhavam irregularmente para qualquer coisa igual a ontem, E sem fim descrito em parte nenhuma,...

Conversámos até o planeta parar, Ouvia a criação presa ao invisível á espera que tudo fosse normal em sangue novamente,...


Só que das flores veio o poema, Só se me desses o luar poderia haver vida desenhada num novo entardecer,

Até lá criámos o desnorte controlado pelo som dos oceanos


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