Bahia Indústria - Edição 244

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Bahia

ISSN 1679-2645

Federação das Indústrias do Estado da Bahia  Sistema FIEB

Gestão positiva Um bom clima organizacional e práticas modernas podem evitar o assédio moral nas empresas

Ano XXIII nº 244  2016



EDITORIAL

Três reportagens desta edição da Bahia Indústria chamam atenção pelo que elas têm em comum: o desafio da inovação. A primeira trata de projeto de iniciação científica de três estudantes do Ebep, o ensino médio do SESI, que propõe uma solução ecologicamente correta aplicada à agricultura: o bioplástico, produzido a partir da fécula de mandioca. A segunda traz uma solução tecnológica, também com aplicação na agroindústria, dentro daquilo que se convencionou chamar Indústria 4.0. E a terceira reportagem aborda a adoção de novos conceitos de gestão para evitar o assédio moral nas empresas, prática que não apenas afeta o indivíduo vítima da ação, como a própria organização e seus resultados em produtividade e desempenho. No projeto do bioplástico é louvável a proposta de estimular jovens estudantes a pensar soluções inovadoras que podem vir a ter grande impacto na sociedade. Mais louvável ainda é a iniciativa da Escola Djalma Pessoa de introduzir, ainda no ensino médio, a iniciação científica como disciplina complementar ao currículo, estimulando nos adolescentes o gosto pela investigação e pela ciência. Na pesquisa, coordenada pelo professor Fernando Moutinho, a ideia é substituir o plástico produzido com derivados do petróleo por um biodegradável que, além de se decompor após 60 dias, também pode levar nutrientes à planta e corrigir o ph do solo de plantio. Na proposta sobre a Indústria 4.0, a reportagem traz um exemplo de iniciativa que materializa a utilização da conectividade na gestão da produção, a partir de um sistema integrado para monitoramento de clima, irrigação e prevenção de pragas em área plantada. A experiência desmistifica a ideia de que inovar exige grande aporte de recursos e mostra que mesmo as pequenas empresas estão em condições de fazer apostas em soluções tecnológicas de custo moderado. E por fim, a abordagem sobre o assédio moral no ambiente empresarial, que pode ser evitado se adotadas práticas modernas de gestão. A reportagem mostra, principalmente, que implantar uma gestão positiva, capacitar seus líderes e passar uma mensagem clara sobre o comportamento ético de seus profissionais pode se traduzir em bons resultados. O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Secção Bahia, Cezar Almeida, acrescenta ainda que com a evolução tecnológica, as empresas estão migrando de um modelo mecanicista para o orgânico, em que todas as partes de uma empresa trabalham por meio de sistemas interligados, onde o que as faz girar é a confiança, e onde há confiança, não há espaço para o assédio moral.

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As diversas formas de inovar

Edição traz reportagem sobre experiência da Indústria 4.0 que desmistifica a ideia de que inovar exige grande aporte de recursos e mostra que mesmo as pequenas empresas podem apostar em soluções tecnológicas de custo moderado


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CIEB - Centro das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1214

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Bahia FIEB PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Eduardo Catha-

rino Gordilho; Edison Virginio Nogueira Correia; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES TITULARES Alberto Cánovas Ruiz;Eduardo Meirelles Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Fernando Luiz Fernandes; Juan José Rosario Lorenzo; Theofilo de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima; Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitman; Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio Toledo de Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES SUPLENTES Guilherme Moura Costa e Costa; Gladston José Dantas Campêlo; Cléber Guimarães Bastos; Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araújo; Roberto Mário Dantas de Farias

Antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene A. Vilpert; Benedito A. Carneiro Filho; Cleber G. Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley K. F. Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando S. Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge R. de O. Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário M. da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael C. Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

SESI conselhos Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Assuntos Fiscais e Tributários Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Jovens Lideranças Industriais Nayana Carvalho Pedreira; Petróleo, Gás e naval Humberto Campos Rangel; Portos Sérgio Fraga Santos Faria

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Luciane Vivas (colaboração) e Décio Esquivel (estagiário). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Armando da Costa Neto

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Luís Alberto Breda Diretor de Tec. e Inovação

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IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

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CIEB PRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE Jorge Emanuel R. Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos

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Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@gmail.com / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com. br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@gmail.com / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

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sumário

16 ambiente corporativo Prevenir a prática de assédio moral é prioridade nas empresas que seguem as mais modernas práticas de gestão

nº 244 jul/ago.2016

22 silvio tito/Sistema FIEB

josé Paulo Paes/cni

Ilustração Bamboo

14 joão alvarez/Sistema FIEB

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Mais flexibilidade

Iniciação científica na escola

Unidades integradas na região oeste

Alexandre Furlan fala sobre modernização das leis do trabalho

Estudantes do Ebep desenvolvem projeto pioneiro que utiliza a fécula de mandioca para produzir bioplástico para aplicação no agronegócio

A novas unidades integradas do Sistema FIEB em Luís Eduardo Magalhães e Barreiras passam a oferecer serviços do SESI, SENAI, IEL e CIEB na região


Entrevista  Alexandre Furlan

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recuperação da competitividade da economia brasileira passa pela modernização das normas de trabalho. Segundo o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre Furlan, dar segurança e liberdade para empresas e trabalhadores negociarem rotinas e formas de atuação profissional é avanço fundamental e não representa retrocesso nas conquistas trabalhistas do país. Para ele, o debate no Brasil deve se pautar pela busca do equilíbrio entre competitividade e produtividade das empresas com a devida proteção do trabalhador, a exemplo de reformas trabalhistas feitas por países da União Europeia. De que forma a lei trabalhista brasileira, que completa 73 anos em 2016, impacta a competitividade da economia brasileira? O que precisa ser feito? Temos uma visão clara da necessidade de modernização da legislação trabalhista brasileira. As regras estão desatualizadas diante das novas necessidades de empresas e trabalhadores, decorrentes do avanço tecnológico, e seu efeito no mundo do trabalho. A legislação deveria ter acompanhado a evolução, na me-

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dida em que estabeleceu a proteção dos direitos do trabalhador – o que é extremamente necessário – mas ela parou no tempo. O que temos, então, é uma Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que busca adaptar a realidade a ela, quando deveríamos ter uma CLT que procura se adequar aos novos tempos. Um caminho seria dar segurança e liberdade para a negociação coletiva? Qual seria o papel da Justiça do Trabalho? A Justiça estaria lá para coibir negociações coletivas que fraudassem dispositivos legais. Mas, sem sombra de dúvida, a partir do momento em que o Brasil observou um amadurecimento do sindicalismo, seja do lado do trabalhador, seja do patronal, é claro que a negociação coletiva deveria se sobrepor àqueles aspectos da lei que estão

Os direitos do trabalhador estão em patamar constitucional, não temos como suprimi-los

ultrapassados. O Brasil é um país extremamente heterogêneo e isso tem enorme impacto nas relações de trabalho. Uma indústria instalada no Nordeste convive com um contexto totalmente distinto de outra instalada no ABC de São Paulo. E quem tem as melhores condições de ajustar as rotinas e as relações do trabalho são as empresas com


Liberdade para negociação não é retrocesso Presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI afirma que modernizar as normas trabalhistas é fundamental para que as empresas possam competir AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS

josé paulo paes/cni

seus trabalhadores, sempre com respeito à legislação. Dentro de uma eventual reforma trabalhista, a valorização da negociação coletiva é o avanço mais factível de todos os avanços necessários nessa área? Sem dúvida. Além de estar previsto na Constituição, a partir do momento que houver uma sinalização de que haverá respeito à norma de autotutela, principalmente por parte do Tribunal Superior do Trabalho, àquilo que as partes negociaram livremente, teremos um avanço bastante grande. Hoje isso não é realidade justamente por causa da insegurança jurídica. O que acontece é que, mesmo quando uma empresa e um sindicato firmam um acordo com amparo na lei, essa negociação é cancelada por força de uma decisão judicial.

Que cláusulas, por exemplo? Um dos casos é o de uma empresa instalada no interior em que é firmado um acordo para fornecer transporte àqueles trabalhadores que moram em áreas não servidas pelo transporte público. Isso é bom para a empresa, porque assegura o comparecimento do seu trabalhador, e bom para o empregado, que tem o conforto de um transporte para chegar em sua casa. Mas aí vem uma ação civil pública e o tribunal entende que o tempo passado na condução fornecida pela empresa deve ser contado como hora in itinere (em trajeto) e computado em sua jornada de trabalho como hora extra. Ou seja, essa cláusula nunca mais entrará em uma negociação coletiva. Algumas centrais sindicais têm dito que negociar cláusulas como a

adoção de rotinas mais flexíveis ou de local de trabalho são um retrocesso trabalhista. Como o senhor avalia essas colocações? Retrocesso na legislação trabalhista seria supressão efetiva de direitos do trabalhador. Todos os direitos do trabalhador estão em patamar constitucional (férias, 13º salário, FGTS, INSS, jornada de trabalho), não temos como suprimi-los. Quando falamos de modernizar e flexibilizar, estamos defendendo relações do trabalho que não estão expressamente descritas numa legislação de 73 anos. Diminuir um intervalo intrajornada para compensar no fim do expediente, permitindo que uma pessoa evite trânsito ou possa buscar o filho na escola não pode ser entendido como um retrocesso. São necessidades que variam de acordo com a região e que deveriam ser negociadas. E por que não se consegue ter segurança para se negociar cláusulas como essas? O fator principal de nossa não evolução é que, toda vez que se busca discutir a modernização das relações do trabalho no Brasil, enfrentamos o debate ideológico do “capitalista explorador” contra “trabalhador explorado”. Esse tipo de conversa não combina com o século XXI. Para quem tem que competir e produzir num mercado global, é preciso pensar em mudanças numa legislação que tem amarras indiscutíveis para as empresas e trabalhadores exercerem o direito de negociar livremente. Como experiências de outros países, que reformaram suas leis trabalhistas para melhorar a competitividade da economia, podem ensinar ao Brasil? Ensinam que aquilo que estamos defendendo há muito tempo é verdade, que tem fundamento. Mostra que aqueles que se opõem à modernização das relações do trabalho estão atrasando o desenvolvimento do nosso país. Dizemos que a Europa, por exemplo, está na nossa frente, que ela enxergou a necessidade dessas mudanças buscando equilibrar a proteção do trabalhador com a competitividade e a produtividade de suas empresas. Então, por que nós, que somos um país em desenvolvimento, vamos seguir aqueles modelos antigos que todos estão abandonando? Será que todo mundo está andando na contramão da história e só o Brasil e uns poucos países que adotam o protecionismo exacerbado estão certos? Eu acredito que não. A nossa agenda não é uma agenda corporativa, é uma agenda para o Brasil. [bi] Bahia Indústria  7


Negócios à vista Evento promovido pela Veracel, IEL e Proden estimulou a geração de negócios em Eunápolis

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ovimentar mais de R$ 24 milhões em negócios futuros entre empresas do extremo-sul do estado. Esta é a expectativa dos participantes da rodada de negócios realizada no evento LiderAção, promovido pela Veracel Celulose, Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA) e Associação Empresarial Pró-Desenvolvimentista do Extremo-Sul da Bahia (Proden), nos dias 30 de junho e 1º de julho, no município de Eunápolis. Há mais de 57 anos no mercado, a Expresso Nepomuceno já transformou em realidade a expectativa gerada com o LiderAção. A empresa teve mais de 20 encontros de negócios durante o evento e, deste total, 50% resultaram em acordos comerciais. “Alguns fornecedores já estão realizando serviços. Fechamos acordos na área de manutenção de equipamentos, mecânica, elétrica, por exemplo”, explica o gerente administrativo da divisão florestal da empresa, Emerson de Oliveira. A 2Tree Consultoria, que atua há cinco anos no mercado com certificação florestal e serviços técnicos ambientais, também participou do evento. A gerente institucional da empresa, Gerlen Barbosa, avaliou como positivo o contato com outras empresas e a possibilidade de ouvir suas demandas. “Pudemos conhecer demandas de algumas empresas da região e, a partir disso, podemos ampliar nosso escopo de atuação”, disse. Mais de 120 empresas, entre

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Fotos Urbino Brito/Coperphoto/Sistema FIEB

compradores e fornecedores, participaram da rodada de negócios nos dois dias do evento, que teve como objetivo estimular a geração de negócios e fomentar o net-working entre empresas, fortalecendo a cadeia de suprimentos e a economia local. “Empresas, poder público, instituições de apoio ao empresariado e de crédito podem criar estratégias para sanar lacunas de competitividade e gerar qualificação de fornecedores, capacitação profissional e oportunidades

Rodadas de negócios e palestras marcaram o LiderAção, realizado em Eunápolis

de negócios a partir dos achados desta iniciativa”, defende o presidente da Veracel, Sérgio Alípio. Além de criar um ambiente favorável para estimular negócios, o superintendente do IEL-BA, Evandro Mazo, também ressalta outro aspecto importante do evento, o de sensibilizar as empresas participantes para a importância da qualificação. “A partir do momento em que as empresas percebem que estão aquém dos critérios exigidos pelas grandes organizações, elas se conscientizam da necessidade da qualificação. Muitas percebem que é preciso se desenvolver para melhor atender às necessidades do mercado e gerar mais negócios”, pontuou Mazo. TROCA DE EXPERIÊNCIAS Além da rodada de negócios, o LiderAção também contou com palestras, seminários, exposição de produtos e serviços e rodada crédito. A programação diversificada levou informação aos participantes, contribuindo para a capacitação de lideranças da região. “O LiderAção acaba se constituindo em um Fórum Empresarial, um ponto de convergência de empresas e instituições representativas do empresariado, como IEL e FIEB. A continuidade do evento talvez seja o grande segredo para a multiplicação dos seus resultados”, destaca o presidente da Proden, Leandro Mosello. Os participantes também puderam conhecer o case de sucesso da Avatim – Cheiros da Terra, indústria de aromas e cosméticos. A história da empresa foi compartilhada pela fundadora e diretora Mônica Burgos, que falou sobre a trajetória de crescimento da empresa em todo o Brasil. [bi]


circuito

por cleber borges

CNI prevê recuperação em 2017 Não há, no horizonte próximo, sinais de uma mudança no cenário econômico negativo, verificado desde o ano passado. Neste ano, o PIB do Brasil encolherá 3,5% e o PIB industrial cairá 5,4%. As estimativas são da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, os investimentos recuarão 13,9% em 2016. A ociosidade do parque produtivo é recorde para o período recente, o custo e disponibilidade de financiamento não favorecem a retomada de projetos e a confiança dos empresários ainda é baixa. A expectativa é que a economia deverá voltar a crescer somente no segundo semestre de 2017.

“As novas tecnologias estão acelerando as mudanças na natureza do trabalho: até 2020, quase metade das profissões podem ser afetadas pelos avanços da robótica”

Desemprego tende a aumentar Em relação ao desemprego, a taxa anual deve fechar 2016 em 11,5% da população economicamente ativa. Os primeiros cinco meses deste ano confirmam o cenário de deterioração no mercado de trabalho. O desemprego ultrapassou os dois dígitos ainda no primeiro bimestre e segue em trajetória de alta. Consequentemente, o consumo das famílias diminuirá 4,8%.

Klaus Schwab, engenheiro e economista alemão, presidente do Fórum Econômico Mundial, autor do livro A Quarta Revolução Industrial

Inflação fecha o ano em 7,3% A inflação de 2016 chegará a 7,3%. Mesmo mostrando indícios de moderação, a inflação ainda permanece muito acima da meta central estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (de 4,5%). E a taxa de juros real vem subindo sucessivamente desde janeiro de 2016. De lá para cá, aumentou 1,3 ponto percentual e atingiu 7,8% a.a. em junho, devendo recuar lenta e paulatinamente até o final do ano. Já a taxa de câmbio real/dólar segue em trajetória de queda. A cotação média do real em relação à moeda norte-americana registrou seis meses consecutivos de queda, passando de R$ 4,05 em janeiro para próximo de R$ 3,30 em julho. A estimativa, diante do atual quadro, é que a taxa de câmbio média de 2016 fique em R$ 3,48.

Brasileiro condena qualidade do serviço público Sete em cada dez brasileiros acham que a baixa qualidade dos serviços públicos se deve mais à má gestão dos recursos do que à falta deles. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria mostra que 81% dos brasileiros acreditam que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar os impostos para melhorar os serviços públicos. Para 84% das pessoas os impostos no Brasil são elevados ou muito elevados e 73% são contra o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para 80% dos entrevistados, o governo deve reduzir as despesas atuais para diminuir os déficits orçamentários. A conclusão é que a população não quer pagar mais impostos e continuar tendo serviços de má qualidade.

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sindicatos angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

A convite da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia (Sinprocim-BA), José Carlos Telles Soares, participou de um Bate-papo Sindical sobre Defesa de Interesses, no dia 12.07, em Natal. O dirigente sindical compartilhou a boa prática do sindicato que resultou em conquista de benefício fiscal para o setor de produtos préfabricados de cimento. Ele enfatizou a importância do acompanhamento das ações dos órgãos públicos para buscar formas de viabilizar a indústria local, sobretudo em momentos de crise.

Tendências para o mercado de café são apresentadas na FIEB O consumo de café no Brasil deve crescer, em média, 2,8% ao ano até 2019. É o que aponta pesquisa apresentada pelo diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Nathan Herszkowicz, durante a reunião regional conjunta com o Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia (Sincafé), no dia 14.07. Além do levantamento, que indica as tendências no mercado de café no Brasil, o encontro também discutiu aumento dos custos com a matériaprima. “O encolhimento da oferta da matéria-prima, provocado pela seca aqui na Bahia e por problemas na safra em outros estados produtores, é uma das preocupações dos empresários”, pontuou o presidente do Sincafé-BA, Antônio Roberto de Almeida.

Sede do Sinduscon-BA recebe certificado IPTU Verde

Sindicer quer ampliar aproximação com ceramistas Aproximar o sindicato das empresas do interior está entre as prioridades da nova diretoria do Sindicato das Indústrias de Cerâmica (Sindicer), eleita para mandato até 2019. “Estamos realizando visitas, conscientizando os ceramistas da importância de trabalharmos juntos para um resultado cada vez melhor para a indústria cerâmica”, afirma o presidente Jamilton Nunes. Além de destacar a importância do associativismo, o sindicato sensibiliza os empresários para a regularização ambiental. A nova gestão também busca a aproximação com as universidades e a ampliação das ações de comunicação.

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Boa prática baiana é destaque em encontro na FIERN

O diretor executivo da ABIC apresentou a pesquisa

O Sinduscon-BA recebeu o certificado do IPTU Verde, pela utilização de ações e práticas sustentáveis na construção da sede do sindicato. Trata-se de um incentivo da Prefeitura de Salvador, que oferece descontos no imposto, para estimular empreendimentos imobiliários a realizarem tais práticas em suas construções. “Este certificado representa o esforço do sindicato na construção da sede, pois procuramos trazer diversos atributos que servissem de exemplo para o mercado”, afirma o presidente do Sinduscon-BA, Carlos Henrique Passos.


O Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem (Sindifite) promoveu, em junho, encontro entre empresários do segmento e a equipe do Centro Internacional de Negócios (CIN/FIEB) com a finalidade de apresentar o Programa de Competitividade para Internacionalização. “É importante para o setor têxtil, em especial as micro, pequenas e médias empresas, ter apoio para se estruturar para a exportação”, disse o presidente do Sindifite, Eduardo Catharino Gordilho.

Sindicatos orientam sobre fiscalização trabalhista Para discutir o conjunto de normas, procedimentos e documentos relacionados à fiscalização trabalhista e às boas práticas no atendimento ao fiscal do trabalho, a FIEB levou a Vitória da Conquista, em junho, mais uma turma do curso Como atender a fiscalização do trabalho?. A iniciativa ocorreu em parceria com Sinprocim-BA, Simagran-BA e Sindiplasba. O Sinprocim aproveitou a oportunidade para realizar uma reunião itinerante, com o objetivo de aproximar o sindicato das demandas das indústrias da região e disseminar ações para capacitação das empresas.

Incentivos podem reduzir crise no setor, diz Sindaçúcar A Bahia produz cerca de 20% do etanol e de 5% do açúcar que consome. De acordo com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar-BA), criar e ampliar incentivos fiscais para a indústria sucroalcooleira, que demanda por altos investimentos, é uma das alternativas para ampliar a produção de etanol e açúcar no estado. “É preciso um esforço conjunto dos produtores com o governo estadual no sentido de ampliar a área irrigada para fazer face aos longos períodos de seca”, afirmou Luiz Queiroga, presidente do Sindaçúcar, reeleito para mandato até 2019.

valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Sindifite orienta empresários para processo de exportação

Consultora da CNI realizou atividades práticas durante a oficina

Relacionamento com a imprensa A importância da comunicação para a imagem de uma organização e a necessidade de se desenvolver um bom relacionamento com a imprensa foram alguns dos assuntos discutidos, em junho, na Oficina Media Training, realizada na FIEB, como parte das ações do PDA. Ministrada pela consultora

Adriane Lorenzon, a oficina teve o objetivo de aperfeiçoar o desempenho de líderes sindicais no relacionamento com a imprensa. As dinâmicas dos veículos de comunicação e o uso da linguagem mais adequada às especificidades de jornais, rádios, TVs e sites, também foram apresentados. FIEMG/Divulgação

Iniciativa busca estreitar relacionamento entre líderes empresariais

Sindcerbe participa de encontro setorial em MG Presidentes de 14 sindicatos de bebidas de todo o país reuniramse na Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), em junho, para o 2º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria de Bebidas, ação do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), da CNI. No encontro, os presidentes participantes

conheceram boas práticas do setor e reavaliaram os desafios e propostas definidas no 1º Intercâmbio, realizado em 2015. “O contato com outros presidentes e a formação desta rede colaborativa são muito valiosos”, avaliou o presidente do Sindcerbe-BA, Jefferson Noya, que participou do encontro, pelo segundo ano.

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Indústria 4.0 é realidade no SENAI Projetos de inovação para a indústria, com alta conectividade entre várias tecnologias, são desenvolvidos no Cimatec Por Carolina Mendonça

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Manufatura avançada prevê sistemas inteligentes e conectados a favor da produtividade

onsiderada por muitos como a quarta revolução industrial, uma nova fase de produção da manufatura começa a ganhar contornos do que antes eram apenas cenas de ficção científica. Máquinas que se comunicam com máquinas, com componentes, com trabalhadores e todos eles se interconectando com a internet. Este é o cenário da Indústria 4.0, no qual está previsto o uso de tecnologias como: Internet das Coisas (IoT), big data, sistemas cyber-físicos, entre outros. Se a indústria brasileira ainda está se familiarizando com a digitalização e com os impactos que ela pode ter sobre a competitividade, na Bahia a maior parte dos segmentos está longe das formas “inteligentes” de produzir. Porém, a realização de projetos ousados, com o apoio do SENAI Cimatec, mostra que este novo “chão de fábrica” já é realidade para quem está investindo nas novas tecnologias e modelos de negócio. Depois de ver o pai passar por perdas na lavoura de café, o engenheiro mecânico Matheus Ladeia resolveu iniciar a criação de um dispositivo que coleta e envia informações ao produtor ajudando-o a tomar decisões sobre irrigação, podas e adubações, além de fornecer indicativos de pragas e doenças no talhão. O projeto foi selecionado pelo Startup Brasil – Programa Nacional de Aceleração de Startups, o que possibilitou o desenvolvimento de parte das tecnologias no Cimatec, assim como o acompanhamento do modelo de negócio pelo Núcleo de Empreendedorismo do Centro Tecnológico do SENAI. Com o apoio de um fundo de investimentos, o Dr Farm abriu para

Elementos-chave da Indústria 4.0 » Uso, em escala industrial, de sistemas de automação associados a sistemas cyber-físicos (elementos computacionais aplicados a controles de objetos físicos) » Uso das tecnologias de automação digital com ou sem sensores, manufatura aditiva (3D) e coleta, processamento e análise de grandes quantidades de dados (big data)

» Internet das Coisas (combinação de bens físicos e tecnologias digitais) em todos os campos da economia

pré-vendas e deve estar disponível no mercado no início de 2017. O Dr Farm está baseado em quatro elementos: os dados são coletados por cápsulas com sensores, codificados e transmitidos por um gateway de processamento e enviados para um sistema web e mobile direto da fazenda, utilizando sinal de telefone ou de internet. Estes podem ser acessados por um aplicativo no smartphone. “O sistema também emite alertas de onde irão surgir focos de pragas e doenças. Desta forma, o produtor tem um panorama geral das necessidades, aumentando a produtividade com menos custos”, conta Ladeia, um dos sócios do negócio. pequenas empresas Para o gerente do Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Automação, Herman Lepikson, o projeto é um bom exemplo de que produtos desafiadores podem ser criados na Bahia, sem altos investimentos financeiros. “As empresas de pequeno porte podem participar de editais de fomento e programas

para acelerar suas ideias inovadoras. E os grandes empresários precisam enxergar que, sem investimento em novas tecnologias e processos, irão ficar para trás”, afirma. Na opinão de Lepikson, a ideia de que as indústrias serão ambientes “inabitados”, funcionando sem trabalhadores, é uma utopia. Mas ele acredita que será possível dar autonomia a uma série de processos liderados pela inteligência computacional e a capacidade de interação entre as tecnologias utilizadas. A CNI lançou, em abril deste ano, o relatório da primeira pesquisa nacional sobre a adoção de tecnologias digitais relacionadas à era da manufatura avançada, a chamada Indústria 4.0. A Sondagem Especial Indústria 4.0 foi realizada com 2.225 empresas de todos os portes e trouxe dados sobre a integração digital das diferentes etapas da cadeia de valor dos produtos industriais, desde o desenvolvimento até o uso. A pesquisa revelou que 48% das empresas consultadas utilizam, pelo menos, uma das dez tecnologias digitais listadas no estudo, como automação digital sem sensores; prototipagem rápida ou impressão 3D; utilização de serviços em nuvem associados ao produto ou incorporação de serviços digitais nos produtos. O estudo aponta que o Brasil, apesar de atrasado nesta “revolução”, pode alcançar um bom patamar de competitividade desde que se acelere os investimentos. “O esforço de digitalização precisa ser realizado, simultaneamente, em todas as dimensões”, afirma o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. [bi] Bahia Indústria  13

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Alunas do programa de Iniciação Científica Júnior do SESI, conquistam bolsa de pesquisa do CNPQ

Ciência na

escola

Por Patrícia Moreira e Décio Esquivel

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m plástico biodegradável, proveniente de uma fonte renovável e regional. Foi com esse projeto que as estudantes Aline Costa, Ananda Lima e Camila Pires, alunas da Escola SESI Djalma Pessoa, foram premiadas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), promovida pela Universidade de São Paulo (USP). O projeto do bioplástico foi escolhido o melhor da Bahia e assegurou às estudantes uma bolsa de Iniciação Cientifica Júnior (ICJ), concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Concorrendo com cerca de três mil projetos, a proposta apresentada pelas meninas foi uma das 170 iniciativas premiadas. O projeto mostra a viabilidade de se utilizar o amido de mandioca como matéria-prima para produzir o bioplástico, um polímero natural de baixo custo, de fácil acesso e com facilidade de biodegradação. Orientado pelo professor-pesquisador Fernando Moutinho, o projeto foi desenvolvido em etapas, que incluiu capacitação em técnicas de laboratório, co-

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nhecimento em normas de segurança e uso de equipamentos de segurança individual, totalizando dois anos de trabalho. “Temos várias áreas de atuação para que o aluno busque desenvolver artigos ou projetos de iniciação científica. Quando ele se engaja e é reconhecido, é muito gratificante, pois ele sabe que pode ir além. É sensacional para o professor e fundamental para o estudante”, orgulha-se o orientador. reconhecimento Ao longo destes dois anos, a equipe participou de diversos encontros científicos regionais, até obter o reconhecimento em um dos maiores eventos de iniciação científica júnior, realizado pela Escola

Politécnica na Universidade de São Paulo, a Febrace. Para a diretora da Escola Djalma Pessoa, Cristina Silva Andrade, a conquista é um reconhecimento e um estímulo. “A premiação evidencia que é possível inserir os estudantes do ensino médio em projetos de iniciação científica. O resultado qualifica o trabalho desenvolvido pelo núcleo de pesquisa da escola e, consequentemente, pela Rede SESI de Educação”, pontua. Desde o início da pesquisa, Ananda Lima Dias, uma das alunas premiadas, teve convicção do impacto positivo do projeto. “A partir do momento que entrei no grupo de pesquisa descobri que um pequeno passo na área cientí-


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PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL

fica pode significar um grande pulo para o futuro”, relata a estudante. “Ao chegar na feira, o sentimento foi de dever cumprido, pois participar de um evento com as proporções da Febrace mostra que todo o esforço valeu a pena. Saber da premiação foi um daqueles momentos incríveis em que você percebe que está no caminho certo, e que este pode ser apenas mais um objetivo que foi alcançado”, comemora a estudante. Para as outras duas premiadas, Camila Santana e Aline Cézar, as horas dedicadas ao laboratório valeram a pena. O aprendizado adquirido, com a possibilidade de dar continuidade à pesquisa iniciada há dois anos, é a principal conquista. “Fizemos várias amostras e ainda estamos em fase de teste destas novas soluções. A bolsa de estudos vai permitir que a gente continue se dedicando mais ao projeto”, diz Camila. Aline acredita que a possibilidade de fazer pesquisa de iniciação científica abriu perspectivas. “Tenho hoje uma visão mais ampliada em relação aos estudos”, arrematou.

Ananda, o professor Fernando, Aline e Camila: o grupo de pesquisa do bioplástico

O plástico utilizado atualmente no manejo de mudas de plantas é descartado no meio ambiente, podendo durar mais de 300 anos para se decompor na natureza. Com o bioplástico desenvolvido no projeto, o material pode ser incorporado à terra, se decompondo no prazo de um a três meses, sem prejudicar o solo. O avanço nas pesquisas permitiu que os estudantes fizessem adaptações no produto de forma a dar novas propriedades ao bioplástico, como por exemplo, o uso para equilibrar o ph do solo, que deve ter base neutra para favorecer o desenvolvimento da muda. Outra possibilidade que vem sendo experimentada pela equipe de pesquisa é a de enriquecer o bioplástico com nutrientes que possam ser revertidos em favor da planta. O Programa de Iniciação Científica Júnior é desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa da Escola SESI Djalma Pessoa, que tem como finalidade reunir professores de diferentes áreas e estudantes que têm interesse em trabalhar com pesquisa científica no ensino médio. Os projetos são desenvolvidos a partir de problemáticas atuais e demandas que atendam ao anseio do mundo moderno e tecnológico, como processos de produção sustentáveis, e que diminuam impactos ao meio ambiente. São seis linhas de pesquisa adotadas no Programa de Iniciação Científica júnior, sendo que três delas, as de Tecnologias Verdes, Inovações Tecnológicas e Centro de Memória são as mais consolidadas. As inciativas envolvem diversas áreas de conhecimento, como química, física, matemática, história, geografia, biologia e disciplinas das áreas de artes. “Temos uma oportunidade única de despertar nesses jovens, ainda no ambiente do ensino médio, o gosto e a curiosidade científica. Isso abre perspectivas”, arremata o professor Moutinho. [bi] Bahia Indústria  15


Assédio moral nas empresas pode ser combatido com medidas preventivas e adoção de modernas práticas de gestão Por Patrícia Moreira

ejamos três situações. Uma executiva, recém-contratada, chega ao novo trabalho com o desafio de reverter os resultados ruins e levar a equipe a superar metas em um prazo exíguo. A equipe reage com indiferença à nova contratada e ignora sistematicamente as ordens da executiva, impondo-lhe um isolamento. Sem condições de trabalho, deprimida e insegura, a profissional termina por pedir seu desligamento. Em outro caso, um empregado sentia-se humilhado com apelidos pejorativos atribuídos por seu chefe, que também o chamava de incompetente e burro. Diante do tratamento recorrente do seu superior, ele procurou o setor de recursos humanos para reclamar e acionou a ouvidoria da empresa. Sem que tenha sido adotada alguma providência para por fim às agressões, o profissional acabou desenvolvendo doenças psicológicas. O caso foi parar nos tribunais. O outro caso é o do funcionário de uma agência bancária que atuava no caixa. Diariamente, ele se sentia pressionado para que atingisse metas e reclamou na Justiça do Trabalho que sua supervisora impunha-lhe cobrança excessiva. Testemunhas

sem con

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nflitos

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saiba mais

 O que é assédio moral? É a exposição de trabalhadores a situações humilhantes, constrangedoras, repetitivas e prolongadas, ocorridas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.

 Como se configura o assédio no ambiente de trabalho? Ele pode ser praticado de colega para colega ou por um superior hierárquico ou por um colaborador contra seu superior. No caso dos colegas, por meio de ações negativas e ofensivas, que levam a pessoa ao isolamento. Quando praticado por um superior, por meio de abuso de poder, coação, perseguição, uso da força ou ameaças.

Aurélio Pires lembra que há vários projetos no Congresso para tipificar o assédio moral

ouvidas relataram que o tratamento da supervisora se dava aos gritos e de forma incisiva, e era especialmente direcionada ao reclamante, que alegou que as cobranças atentavam contra a sua dignidade. Os três relatos são de processos de denúncia de assédio moral julgados pela Justiça do Trabalho. O primeiro, praticado por subalternos em relação a um superior; o segundo, no sentido inverso. O terceiro, no entanto, não foi reconhecido como assédio moral pelo Tribunal trabalhista, que considerou a cobrança para o atingimento de metas parte da realidade das empresas em um cenário competitivo. Por ano, no Brasil, ocorrem mais de três mil denúncias de assédio moral. Para que ocorra assédio, pressupõe-se prática abusiva e frequente. Um comportamento isolado ou eventual não configura a prática, embora possa produzir dano moral. Mas é certo que o assédio começa com pequenos conflitos mal resolvidos. Especialista no tema, o advogado Aurélio Pires lembra que, juridicamente, não existe no país lei específica que caracterize o assédio moral como crime. Há, no entanto, no Congresso Nacional, alguns Projetos de Lei neste sentido. “Todavia, existem figuras delituosas, decorrentes do assédio moral, que podem ser caracterizadas como crime, a exemplo do constrangimento ilegal, crime de calúnia ou difamação e contra a Organização do Trabalho que podem refletir coação moral no ambiente de trabalho”, exemplifica o advogado.

 A prática de assédio ocorre apenas de um superior hierárquico para um subalterno? Não. Fazer fofocas, intrigas, injúrias e insinuações com a intenção de desautorizar um superior também é praticar assédio.

 Que práticas configuram assédio? Retirar a autonomia de um profissional, interferindo para que ele não consiga desenvolver suas funções ou obtenha promoção, isolar o profissional e se recusar a se comunicar com ele.

 Que situações não se configuram como assédio? Cobranças, críticas construtivas e avaliações sobre o trabalho e/ou comportamento específico feitas de forma não vexatória são naturais em um ambiente de trabalho e não podem ser confundidas com imposições direcionadas para uma pessoa de modo repetitivo e que comprometam a integridade física, psicológica e a identidade do indivíduo.

joão alvarez/Coperphoto/Sistema FIEB

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dos os níveis: nos funcionários por comprometimento do desempenho e problemas de saúde; na empresa pela perda de produção por absenteísmo e desmotivação e, para a sociedade, custos com os serviços de saúde e aposentadorias antecipadas, pois estes casos podem gerar processos irreversíveis”, arremata.

Pires destaca que a responsabilidade criminal recai normalmente sobre o autor dos procedimentos delituosos, mas lembra que a posição dos Tribunais tem geralmente atribuído a responsabilidade civil ao empregador – mesmo que o ato seja praticado por prepostos –, e a reparação se dá por meio de indenização por dano moral. Diante de ambientes de trabalho cada dia mais desafiadores, as empresas precisam ficar atentas para prevenir a prática de assédio moral, mantendo um bom clima organizacional nas empresas. prevenção De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Secção Bahia (ABRH-BA), Cezar Almeida, as empresas têm que estar alertas aos benefícios de um ambiente de trabalho positivo. “O bom ambiente gera engajamento dos empregados, que se traduz em conexão emocional com a empresa e o trabalho. Diversos institutos de pesquisa comprovam que os indicadores de negócios são sempre mais elevados nas empresas em que há maior engajamento. Nelas, há menos acidentes de trabalho, menos absenteísmo, maior lucratividade e equipe comercial com performance de trabalho 50% maior do que nas concorrentes”, observa Almeida. Para ele, enfrentar o problema do assédio moral de frente é fundamental. Embora a prática muitas vezes ocorra de forma imperceptível, o setor de recursos humanos pode lançar mão de alguns instrumentos úteis. “É preciso ficar atento aos sinais no momento da entrevista de desligamento, que é quando o profissional pode sinali-

zar por que está saindo da empresa”, destaca. Outro sinal apontado por Almeida é o absenteísmo concentrado em determinada área, que pode sinalizar um problema pontual com algum líder. A empresa engajada em prevenir a prática deve comunicar claramente seu posicionamento por meio da alta direção e de canais específicos, como a ouvidoria, que preserva o sigilo do denunciante. Também deve treinar seus líderes para esta nova ordem. “O assédio moral pode até gerar obediência, mas não gera resultados”, adverte, lembrando que outra ferramenta são os comitês de ética ou o próprio código de ética da empresa. “As empresas que perceberem indícios não devem negar, mas enfrentar o problema. O assédio moral tem consequências em to-

Almeida lembra que o assédio é menor nas empresas com bom clima organizacional

MEDIDA DE SUCESSO O presidente da ABRH-BA lembra, ainda, que um ambiente de trabalho saudável também é medida de sucesso empresarial. Empresas listadas em bolsa que fazem parte de rankings de “melhores para trabalhar” possuem melhores indicadores de performance e isso leva os investidores a olhá-las de forma diferenciada, pois as que cuidam do capital humano são as que têm maior capacidade de inovação e criatividade. “Com a indústria 4.0 vários paradigmas estão sendo rompidos e se as empresas não estiverem predispostas a mudar vão ficar para trás. A atração de futuros talentos, ou seja, o capital intelectual, está ligada ao ambiente de trabalho”, explica. Cezar Almeida acrescenta que o mundo está vivenciando uma mudança de modelo de gestão, em que as empresas estão passando de uma visão mecanicista, em que todos os recursos são parte de uma máquina, inclusive o humano, para uma visão orgânica, em que a empresa é um organismo vivo e todas as partes fazem parte dele como sistemas interligados. “Nesta nova concepção de gestão, todas as partes são importantes e o que faz a empresa girar é a confiança. Não há espaço para o assédio moral”, finaliza. Bahia Indústria  19


Assédio moral – o atual “velho problema” Por Manoela Costa Gonçalves

Ultimamente, o debate sobre o assédio moral no ambiente de trabalho tem se intensificado. O instituto, contudo, por sua própria natureza, não é atual e remonta às origens das relações de emprego. Mas, por que razão apenas agora o assunto vem sendo tão explorado? A resposta não é simples, considerando que não existe norma que trate especificamente sobre o tema, sendo sua conceituação constituída ao longo do tempo por meio de entendimentos doutrinários e jurisprudenciais. A expressão “assédio” traduz a noção de um comportamento desagradável, abusivo, a que alguém está sujeito de forma repetida. E quando a esta noção se acresce o cunho moral, passa-se a avaliar a situação sob a ótica das consequências que aquela conduta provoca no indivíduo que se sente lesado. É por isso que se pode conceituar o assédio moral, sob a ótica trabalhista, como toda conduta abusiva e repetida que se manifesta por meio de comportamentos, palavras, gestos ou escritos, capazes de infligir danos à personalidade, dignidade ou integridade física e/ ou psíquica do indivíduo, pondo em risco seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho. Há, todavia, situações do cotidiano que podem induzir à falsa percepção do assédio moral, mas que com ele não se confundem e, por isso, é preciso estar atento à ordem de ocorrência dos fatos para poder distinguir o assédio mo20  Bahia Indústria

ral de, por exemplo, meros dissabores como o estresse, divergência de opiniões ou situações de constrangimento isoladas, que embora possam ensejar danos de natureza moral, não configuram o assédio propriamente dito. Quem comete o assédio moral, via de regra, tem a intenção de tornar o ambiente de trabalho insuportável para a vítima, obrigando-a a pedir demissão, ou de obter a sujeição de um grupo de trabalhadores às políticas impostas pelo empregador, o chamado assédio moral organizacional. Em tempos de crise, como a que atravessamos, as relações de trabalho ficam em evidência, seja pela necessidade de maior produtividade a menores custos, seja pela instabilidade das relações interpessoais, gerada pela insegurança quanto à manutenção dos empregos. São situações propícias à ocorrência do assédio moral e que afloram com maior intensidade à medida que a situação econômica do país se agrava. Por outro lado, a dignidade da pessoa humana foi consagrada pela Constituição Federal como direito fundamental, de modo que, além do direito ao trabalho e ao salário digno, ao empregado foi assegurado o direito de ser respeitado e a um ambiente de trabalho saudável. E é justamente neste contexto conflituoso que se verifica o crescimento substancial do número de ações judiciais decorrentes de assédio moral. Acontece que as consequências do assédio não são negativas apenas para os empregados, assim

Manoela Costa Gonçalves, da Gerência Jurídica da FIEB

como o prejuízo financeiro para o empregador não decorre exclusivamente de condenações judiciais. Os principais reflexos negativos na empresa e que, indiretamente, impõem o dispêndio financeiro, são a queda na produtividade e intensa rotatividade de empregados, alteração na qualidade do serviço/ produto e aumento do número de afastamentos. Com base no art. 932, III, do Código Civil, a Justiça do Trabalho responsabiliza o empregador pelos danos causados a terceiros, ainda que cometidos por prepostos, de modo que é seu dever zelar pelo ambiente de trabalho saudável, sensibilizando a todos sobre os reflexos de suas ações, assim como fiscalizar os atos praticados, a fim de coibir a ocorrência do assédio. E aqui se fala em sensibilizar “a todos” porque o assédio moral pode ser cometido por qualquer funcionário, independentemente de hierarquia. Há assédio moral praticado por superiores a seus subordinados (vertical/descendente), por subordinados a seus superiores (vertical/ascendente), por colegas de trabalho (horizontal) e até mesmo por superiores e colegas (misto). Assim, é preciso que empregador e empregado estejam imbuídos do mesmo espírito de parceria para a construção de um ambiente de trabalho saudável, principalmente em tempos de recessão, quando o trabalho deve ser ainda mais valorizado para garantir a continuidade da atividade econômica do empregador e a manutenção dos empregos.


conselhos

Reunião discute ações dos conselhos temáticos Os planos de ação para 2016 dos Conselhos Temáticos da FIEB foram discutidos em reunião com o presidente, Ricardo Alban, na sede da entidade. Além de discutir as ações desenvolvidas, o encontro teve como objetivo identificar possibilidades de cooperação entre os conselhos para as iniciativas programadas, já que muitas vezes eles atuam em linhas semelhantes. “Sabemos que os nossos conselhos são bastante produtivos e buscamos uma atuação de forma harmônica”, pontuou Ricardo Alban, na abertura da reunião. Representantes dos 12 conselhos temáticos apresentaram as ações desenvolvidas e planejadas para 2016. “Assim, podemos buscar sinergia e identificar ações conjuntas que possam potencializar a atividade”, avaliou o coordenador do Conselho de Portos, Sergio Faria.

Negócios com Taiwan • As oportunidades de negócios e parcerias entre Brasil e Taiwan foram apresentadas a empresários baianos, no dia 05.07, na sede da FIEB, em evento promovido pelo Taiwan Trade Center do Brasil (Taitra), em parceira com a Federação, através do Conselho de Comércio Exterior (Comex) e com apoio do Centro Internacional de Negócios da Bahia (CIN-FIEB).

fotos ângelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Inovações para redução de custos na Indústria de Petróleo e Gás A oferta da Petrobras ao mercado de 104 concessões de campos terrestres na Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Sergipe tem movimentado as empresas baianas do mercado de óleo e gás. Para discutir soluções de competitividade para o estado, a FIEB, por meio dos Conselhos de Petróleo, Gás e Naval (CPGN) e de Inovação e Tecnologia (Citec); realizou, em 7 de julho, o seminário “Inovações para redução de custos na indústria de petróleo e gás”. O evento reuniu especialistas e empresários do setor. O uso da nanotecnologia no fluido de perfuração e de sondas de mineração na extração de petróleo foram algumas das tecnologias apresentadas no evento. O desafio é tornar o setor petrolífero mais atrativo em áreas economicamente maduras, já que a atividade enfrenta uma crise, assim como toda a cadeia petrolífera, por conta da queda do preço da commodity após um ciclo de supervalorização.

CPGN e Citec realizaram evento conjunto para empresários e especialistas

jefferson peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

Compem debate desafios das MPME O secretário da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (Sempe), José Ricardo da Veiga, participou de debate com empresários baianos a respeito dos esforços necessários à adequação do Projeto de Lei Complementar 125/2007 às expectativas dos pequenos negócios, visando o incremento da competitividade e crescimento dessas empresas. O encontro foi promovido pelo Conselho da Micro e Pequena Empresa (Compem) da FIEB, no dia 26.07. Para o coordenador do Compem e vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois, o encontro trouxe excelentes notícias, na medida em que o secretário veio para esclarecer as alterações da lei.

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De portas abertas para o futuro Sistema FIEB inaugura unidades integradas nos municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães Por Marta Erhardt

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omo parte do projeto de interiorização do Sistema FIEB, duas unidades integradas SESI, SENAI, IEL foram inauguradas oficialmente em junho, na Região Oeste do estado. O presidente da Federação, Ricardo Alban, dirigentes e executivos do Sistema FIEB participaram da solenidade de entrega oficial dos equipamentos nos municípios de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras. Com investimentos da ordem de R$ 29 milhões, as unidades integradas reforçam, de acordo com o presidente da FIEB, o compromisso da instituição com o crescimento do interior baiano, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do estado. “Este é o projeto de uma instituição. É um compromisso iniciado em outras gestões e que será continuado”, disse. Com os novos equipamentos, o Sistema FIEB vai ampliar seus serviços no Oeste baiano, beneficiando um número maior de indústrias com ações nas áreas de educação, estágio, qualificação profissional, apoio nas áreas de gestão e de segurança no trabalho. Em Barreiras, por exemplo, a partir de 2017 será oferecido o Ebep, ensino médio do SESI articulado com o SENAI. As instalações das unidades atendem aos mais modernos requisitos ambientais e de responsabilidade social, com reuso de águas e acessibilidade a portadores de necessidades, com rampas e sanitários especiais. Em Luís Eduardo Magalhães, o complexo situado no bairro Florais Léa conta com dez salas de aula, quatro laboratórios, biblioteca, quadra poliesportiva e área de saúde odontológica do SESI; além de oito salas de aula, dois laboratórios e uma oficina de práticas profissionais do SENAI. Já em Barreiras, a unidade fica no bairro Bela Vis22

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ta e inclui sete salas de aula, dois laboratórios e área de saúde, para atendimento em Saúde Ocupacional e Odontologia do SESI; além de sete salas de aula, dois laboratórios e oficinas de práticas profissionais do SENAI. Em Luís Eduardo Magalhães, a unidade integrada foi batizada com o nome do ex-presidente da FIEB e ex-vice-presidente da CNI, Nelson Taboada Souza. Filho do

Inauguração das unidades integradas de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras homenageou representantes da indústria; comitiva teve a oportunidade de conhecer laboratórios do SENAI e das escolas do SESI


homenageado, Nelson Almeida Taboada elogiou o complexo. “Só tenho elogios para esta iniciativa. Essa unidade será muito importante para a região e, em especial, para a formação dos jovens”, afirmou. Homenagem A escola do SESI levou o nome do escritor João Ubaldo Ribeiro. “Tenho certeza de que meu pai estaria feliz e emocionado, assim como estou neste momento”, disse Emília Ribeiro, filha do homenageado, que também recebeu do estudante do SESI, Jackson Carvalho, uma caricatura do escritor baiano. Já o prédio do SENAI foi batizado como Edf. Victor Fernando Ollero Ventin, ex-presidente da FIEB. “Participamos da semente deste projeto, que vai proporcionar a educação e a profissionalização de jovens aqui na região”, lembrou o homenageado. No município de Barreiras, a unidade integrada levou o nome do político Antônio Balbino de Carvalho Filho, que foi governador da Bahia e ministro da Educação. Neto do homenageado, Antônio Balbino Neto ressaltou a importância da indústria para agregar valor à produção agrícola local. “Junto com a indústria, temos tudo para transformar a região, trazendo progresso e qualidade de vida”, disse. A Escola do SESI foi batizada como Ignez Pitta de Almeida, pedagoga e historiadora da região. “Teremos o retorno do nosso passado industrial, porque aqui serão preparados os futuros trabalhadores da indústria”, afirmou a professora, que completou 74 anos no dia da homenagem. Já o prédio do SENAI foi batizado como Edf. Sérgio Pedreira de Oliveira Souza, ex-vice-presidente da FIEB. “Espero que esta casa se constitua numa fábrica de talentos, que venha a desenvolver processos inovadores, capazes de contribuir para que as empresas da região alcancem alto nível de competitividade”, disse Pedreira. As cerimônias contaram com a presença de autoridades e representantes de instituições parceiras, a exemplo do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Humberto Santa Cruz; o vice-prefeito de Barreiras, Paê Barbosa, o diretor da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Nelson José de Carvalho e o desembargador Luiz Roberto Mattos. Em Barreiras, o presidente da FIEB, Ricardo Alban, o superintendente do IEL, Evandro Mazo, e o secretário de Administração do município, Antelmo Farias, assinaram um convênio de estágio entre o IEL e a prefeitura. [bi] péricles arerê/Coperphoto/Sistema FIEB

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João Alvarez/Arquivo Sistema FIEB

Investir em SST reduz o absenteísmo Dado é de pesquisa realizada com 500 médias e grandes empresas do país Por Cleber Borges Com informações da Agência CNI

I Serviços de odontologia fazem parte do portfólio da entidade 24

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nvestir em saúde e segurança no trabalho dá retorno aos negócios. É o que revela pesquisa do Serviço Social da Indústria (SESI) com 500 médias e grandes empresas de todo o país, em segmentos como construção, metalurgia, vestuário, alimentos, bebidas, têxtil, vestuário, energia e de máquinas e equipamentos, dentre outros. Para 48% delas, medidas nesta área reduzem as faltas ao trabalho, 44% dizem que há aumento de produtividade e 35% que há redução de custos. Na visão das empresas, os aspectos da área de saúde e segurança que mais prejudicam a produtividade

dos trabalhadores são acidentes e estresse no trabalho, seguidos de doenças crônicas não transmissíveis, como problemas osteomusculares, pressão alta e diabetes. No levantamento, concluído em fevereiro de 2016, 71,6% das indústrias afirmam dar alta atenção à saúde e segurança dos trabalhadores. Além disso, conforme 89,6% das empresas ouvidas, o grau de atenção da indústria brasileira ao tema deve aumentar nos próximos cinco anos. Ações nestas áreas reduzem faltas ao trabalho, aumentam a produtividade no chão-de-fábrica e reduzem custos. A pesquisa


mostra ainda que a alta importância dada ao tema está relacionada à preocupação com o bem-estar do trabalhador, à maior conscientização das empresas e à prevenção de acidentes de trabalho. PRODUTIVIDADE Na Bahia, a G&E Manutenção e Serviços Ltda., empresa de montagem e manutenção industrial, com atuação nas áreas de petróleo&gás, petroquímica, energia, siderurgia e celulose, é exemplo de investimento em SST. Os grupos envolvidos nos contratos de manutenção são divididos em equipes, as quais são avaliadas diariamente e recebem pontuação por ações de 5S, assiduidade, desvios encontrados na área de segurança no trabalho e produtividade. As equipes melhores ranqueadas são premiadas. Tatiana Mendes, coordenadora de SST da G&E, diz que houve redução do absenteísmo e aumento de produtividade na empresa. Graças ao trabalho de prevenção em SST, a G&E obteve a certificação OHSAS 18001 (Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional). A importância dada pelas empresas ao tema se reflete na redução dos acidentes e doenças do trabalho no Brasil. Dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social apontam que o número de acidentes de trabalho por grupo de 100 mil trabalhadores caiu mais de 17% entre 2007 e 2013. “Os acidentes e doenças trazem grande variedade de despesas, desde custos médicos e indenizações aos trabalhadores e famílias até perda de produtividade e desgaste da imagem das empresas”, destaca o diretor de Operações do SESI Nacional, Marcos Tadeu de Siqueira.

Entidade é referência Criado em 1º de julho de 1946, o Serviço Social da Indústria (SESI) completa 70 anos. Na Bahia, o SESI possui 68 anos (data de 1948). Desde o início, contribui para tornar ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis, por meio de ações de melhoria da segurança do trabalho e da promoção da saúde do trabalhador. Além disso, oferece educação básica e continuada de qualidade para milhões de empregados da indústria e seus dependentes nas 27 unidades da federação. Afinal, trabalhador saudável é sinônimo de indústria produtiva e competitiva. O SESI oferece soluções em saúde e segurança no trabalho, promoção da saúde, educação de jovens e adultos e educação continuada, adequadas a cada realidade empresarial. São serviços de consultoria que visam reduzir os custos das empresas, melhorar a saúde e o bem-estar de trabalha-

dores e aumentar a produtividade nas indústrias. Recentemente, lançou o Programa de Gestão do Absenteísmo em 15 estados. O SESI é a instituição mais lembrada no Brasil quando o assunto é saúde e segurança do trabalho. É o que mostra pesquisa do Instituto FSB Pesquisa com 500 médias e grandes empresas, feita entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016. Foi apontado espontaneamente como referência no tema por 20,5% dos gestores entrevistados. Em 2015, o SESI atendeu nacionalmente mais de um milhão de trabalhadores em serviços de segurança e de promoção da saúde. Na Bahia, foram mais de 117 mil trabalhadores atendidos em 2015 com ações em segurança e saúde no trabalho, incluindo serviços de odontologia, procedimentos em SST e aplicação de vacinas. E realizadas mais de 85 mil matrículas em educação básica e continuada. [bi]

DO- Bahia SESI EM 2015 – BAHIA AtendimentoATENDIMENTO do sesi em 2015 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

117.263 684.103 27.410 Trabalhadores beneficiados

Procedimentos em SST e Odontologia

Trabalhadores e dependentes atendidos na aplicação de vacinas

79.821

5.551

3.476

Matrículas em cursos de educação continuada

Matrículas em educação básica e ensino médio

Pessoas atendidas em educação de jovens e adultos

EDUCAÇÃO

Bahia Indústria  25


Atuação socialmente responsável Conselho de Responsabilidade Social (Cores) e SESI apresentaram o projeto Bancos de Articulação Sociais Por marta erhardt

E

stimular o engajamento de micro, pequenas e médias empresas em práticas de responsabilidade socioambiental. Com este objetivo, foi realizado na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no dia 29.06, o seminário Como cumprir requisito legal agregando valor ao seu projeto social, promovido pelo Conselho de Responsabilidade Social da FIEB (Cores) e pelo Serviço Social da Indústria (SESI). Na oportunidade, os empresários baianos puderam conhecer os Bancos de Articulações Sociais, que incentivam ações com foco no uso de excedentes de produção, materiais recicláveis ou reutilizáveis. “Temos como meta para este ano lançar outros dois bancos de articulação: o de Resíduos de Materiais Eletrônicos e o de Projetos Sociais”, ressaltou o coordenador do Cores, Marconi Andraos. A assessora do Conselho de Responsabilidade Social da FIEB, Márcia Mariz, falou sobre o projeto dos Bancos de Articulações Sociais e apresentou o Banco de Materiais Eletrônicos, que já articulou a doação de 630 itens de resíduos eletrônicos da FIEB para a instituição Fábrica Cultural. Ela também explicou a atuação do Banco de Articulação Projetos Sociais, do qual fazem parte o projeto Passport 0342, da Associação do Futuro nas Ações Sócio-Educativas e Esportivas (Afase) e o programa Vira Vida, desenvolvido pelo SESI, para apoiar jovens e adolescentes com idades entre 15 e 24 anos em situação de vulnerabilidade social. “No caso do Programa Vira Vida, o Banco vai ar-

26  Bahia Indústria

ticular a contratação de jovens como aprendizes pelas empresas baianas, oferecendo à indústria a oportunidade de cumprir o requisito da Lei da Aprendizagem e fortalecer a atuação na área de responsabilidade social”, explicou Márcia Mariz. Vira Vida O projeto oferece acolhimento psicossocial, além da oportunidade de preparação profissional e encaminhamento para o trabalho. Ele será alavancado pelo Banco de Articulação Projetos Sociais da FIEB. A representante do Conselho Nacional do SESI, Eliane Noronha, falou sobre o programa, que já atendeu em todo o país mais de 7.400 jovens, desde sua criação, em 2008, até abril deste ano. Desse total, 2.900 foram inseridos no mercado de trabalho. Na Bahia, o Vira Vida foi iniciado em 2010 e atendeu 695 jovens até abril deste ano, com inserção de 402 deles no mercado de trabalho. “A participação das empresas é muito importante. Esperamos as opor-

valter pontes/Coperphoto/Sistema Fieb

Temos como meta para este ano lançar outros dois bancos de articulação: o de Resíduos de Materiais Eletrônicos e o de Projetos Sociais Marconi Andraos, coordenador do Cores


tunidades para que esses jovens tenham uma condição de inclusão social”, disse. A CCR – Metrô Bahia é uma das empresas baianas que contratam jovens aprendizes do Vira Vida. A empresa iniciou, em julho, a terceira turma de jovens aprendizes, de acordo com o líder da área de gestão de pessoas, Luís Carlos Gonçalves. “A empresa conta com o apoio do SESI no acompanhamento destes jovens”, ressaltou. Gonçalves destacou que quatro jovens que entraram na empresa como aprendizes participaram de seleção interna e foram efetivados. Outra parceira do programa na

Bahia, Rita Anunciação, presidente do Núcleo de Assistência Social Bom Samaritano, uma das instituições que encaminham jovens para o Vira Vida, falou sobre a importância do programa para transformar a vida dos jovens e adolescentes atendidos. Ela apresentou relatos de jovens que mudaram de vida e tiveram oportunidade de inclusão a partir do Vira Vida. “Vocês são muito importantes na vida dessas pessoas. Tenham certeza de que vocês contribuem para a felicidade de muitas famílias”, afirmou. A programação contou com palestra da coordenadora na Bahia

de Fiscalização da Aprendizagem do Ministério do Trabalho, Marli Pereira, que representou a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Ela explicou o funcionamento da Lei da Aprendizagem e esclareceu dúvidas dos participantes. “O investimento na aprendizagem, na juventude, é o melhor que a empresa pode fazer”, destacou. Participaram do evento o vice-presidente da FIEB, Alexi Portela Júnior; a gerente de Desenvolvimento Estratégico do SESI, Tatiane Mascarenhas, e Valéria Scavuzzi, da área de Educação Profissional do SENAI. [bi]

Representantes do Sistema FIEB e convidados participaram do seminário

Bahia Indústria  27


indicadores  Números da Indústria

Produção volta a cair na Bahia Somente quatro dos 11 segmentos pesquisados pelo IBGE tiveram crescimento, incluindo bebidas e celulose e papel

A

produção física da indústria de transformação da Bahia apresentou queda de 1,3%, na comparação dos últimos 12 meses, terminados em maio, com igual período anterior, após o decréscimo (-1,6%) registrado em março. Com esse resultado, a Bahia passa do 3º para o 2º lugar no ranking dos 14 estados que participam da PIM PF-R, do

28  Bahia Indústria

qual apenas Mato Grosso apresentou resultado positivo (5,4%). Os demais estados registraram resultados negativos: Amazonas (-18,4%), Rio de Janeiro (-12,2%), São Paulo (-11,5%), Pernambuco (-10,4%), Rio Grande do Sul (-10,2%), Paraná (-9,4%), Minas Gerais (-9,0%), Ceará (-8,4%), Santa Catarina (-8,0%), Pará (-7,0%), Goiás (-2,5%) e Espírito Santo (-1,4%). Na Bahia, apenas quatro dos 11 segmentos pesquisados registraram crescimento: Metalurgia (11,4%, com maior produção de barras, perfis e vergalhões de

cobre e de ligas de cobre), Bebidas (9,0%, cervejas, chope e refrigerantes), Celulose e papel (2,2%, pastas químicas de madeira) e Refino de petróleo e biocombustíveis (1,4%, maior fabricação de óleo diesel e gasolina automotiva). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-40,7%), Veículos automotores (-14,7%, menor produção de automóveis e painéis para instrumentos dos veículos automotores), Minerais não metálicos (-13,8%, queda na massa de concreto preparada para construção, cimentos “Portland”, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou revestimento e argamassas), Borracha e plástico (-2,5%, menor produção de pneus novos de borracha para ônibus e caminhões, reservatórios, caixas d’água e artefatos semelhantes de plástico, filmes de material plástico para embalagem e sacos, sacolas e bolsas de plástico), Couro e Calçados (-2,2%), Produtos químicos (-1,3%) e Alimentos (-1,2%). Na comparação de maio de 2016 com igual mês do ano anterior, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 1,4%. Seis dos 11 segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Metalurgia (35,5%, maior produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre), Bebidas (30,9%, maior produção de refrigerantes, cervejas e chope), Alimentos (20,1%, maior fabricação de açúcar cristal, cacau ou chocolate em pó, manteiga, gordura e óleo de cacau e biscoitos),


Central (relatório Focus). Alguns indicadores ilustram as dificuldades enfrentadas pela economia nacional: (i) inflação elevada (o IPCA acumulou alta de 9,3% em maio deste ano, contra um teto de meta de inflação de 6,5% para o ano); (ii) patamar elevado da taxa de juros, com a Selic mantida em 14,25%; e (iii) crescimento do desemprego – segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Estimativa Trimestral, do IBGE), em março de 2016, a taxa de desemprego foi de 10,9%. [bi]

bahia: pim-pf de maio 2016

Variação (%)

Setores mai16/mai15 Jan-mai16/ jun15-mai16/ Jan-mai15 jun14-mai15

Indústria de Transformação Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores Alimentos Celulose e papel Borracha e plástico Metalurgia Couro e Calçados Minerais não metálicos Equipamentos de Informática Bahia - Produção Física da Bebidas Extrativa Mineral 115

-1,4 2,8 -1,3 -18,8 14,0 1,4 16,8 4,4 -1,3 -6,4 -27,4 -14,7 10,0 2,1 -1,2 10,9 4,1 2,2 -4,7 -6,0 -2,5 35,5 27,3 11,4 -19,8 -4,9 -4,1 -21,0 -19,4 -13,8 2,4 -1,5 Transformação -40,7 indústria de 30,9 15,8 9,0 -27,8 -21,2 -13,7

(2014-2016)

2

110

Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2014-2016) 105 100 115

2014

110

95

2015

2016

105 10090 9585

2015

2016

90

80

85

8075 75

70 SET

DEZ

NOV

AGO

JUL

OUT

SET

JUN

AGO

MAI JUL

JUN

ABR

MAI

ABR

MAR

FEV

MAR

FEV

70

JAN

PODE PIORAR A menor queda da produção física da indústria da Bahia em comparação ao Brasil é pontual: em 2015 houve parada da produção na RLAM, o que deprimiu a base de comparação. Em 2016, a partir do 2º semestre, é esperado que a produção da indústria baiana apresente queda mais acentuada por conta das paradas de manutenção previstas: Braskem e RLAM. A indústria foi um dos setores que primeiro começou a sofrer com a crise econômica. O consumo das famílias em baixa e a falta de investimentos contribuíram para os resultados negativos. A crise política tem sua parcela de responsabilidade neste cenário ruim.

No âmbito setorial, o desempenho no ano é reflexo dos resultados negativos de alguns segmentos, com destaque para Veículos Automotores, Produtos Químicos e Alimentos. A recuperação da indústria brasileira ocorrerá de forma lenta nos próximos anos, visto que no curto prazo há poucos elementos que indiquem uma retomada. A estimativa de mercado é de queda da produção industrial este ano (-5,90%) e de modesto crescimento só em 2017 (+1,00%), de acordo com informações do Banco

JAN

Produtos químicos (16,8%, maior produção de amoníaco, ureia, policloreto de vinila PVC e propeno), Celulose e papel (10,9%, maior produção de pastas químicas de madeira) e Equipamentos de Informática (2,4%). Apresentaram resultados negativos: Minerais não metálicos (-21,0%), Couro e Calçados (-19,8%, menor produção de calçados femininos de couro), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-18,8%, menor produção de óleos combustíveis, óleo diesel e naftas para petroquímica), Veículos automotores (-6,4%) e Borracha e plástico (-4,7%, menor e de reservatórios, caixas d’água, cisternas, piscinas e artefatos semelhantes de plástico, pneus novos de borracha usados em ônibus e caminhões e filmes de material plástico para embalagem).

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

Bahia Indústria  29


painel Ângelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Cartão FNE é lançado na FIEB

Votorantim Metais e SENAI Cimatec inauguram plantas-piloto em Simões Filho

Evento discute liderança em tempos de crise Empresários baianos trocaram experiências sobre liderança em tempos de crise, dia 16.6, na FIEB, durante o Diálogo Empresarial, promovido em parceria com a CNI, por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). Além de palestra sobre a liderança em tempos de crise, o evento contou com depoimentos de empresários e apresentação dos portfólios do SESI, SENAI e IEL. A iniciativa é fruto do projeto-piloto do Modelo de Atuação Articulada entre as Áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria, que tem como objetivo aprimorar a atuação junto às empresas e o estímulo ao associativismo. Também participam do projeto Sindifite, Simagran e Sindvest Salvador.

30  Bahia Indústria

Haroldo Abrantes/Coperphoto/Sistema FIEB

Dois projetos inovadores selaram mais uma parceria entre a Votorantim Metais (VM) e o centro tecnológico SENAI Cimatec, no dia 5.7, quando foram inauguradas as plantas-piloto de Metais Valiosos e Carvão Alto Volátil (CAV) da holding do setor mínero-metalúrgico. Os projetos foram desenvolvidos no SENAI Cimatec por meio da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Um dos projetos foi desenvolvido para testar a viabilidade da recuperação de metais valiosos da Barragem dos Peixes, localizada em Juiz de Fora (MG). Já na planta CAV será avaliada a possibilidade de substituição de um combustível à base de petróleo por carvões de origem vegetal em câmaras de combustão. “Os projetos representam uma grande inovação não só no Brasil, mas no mundo”, afirmou o gerente da VM, Rodrigo Gomes.

Leone Andrade, Adelson Souza, Alexandre Gomes e Rodrigo Gomes, durante a inauguração

João Paulo Cardoso, da BMD Têxteis

A FIEB sediou a cerimônia de lançamento oficial do Cartão FNE, do Banco do Nordeste, na Bahia. No mesmo evento, realizado em junho, na sede da Federação, em Salvador, também foram entregues três troféus da segunda edição do Prêmio Banco do Nordeste da Micro e Pequena Empresa, que reconhece iniciativas inovadoras e melhoria da competitividade, nos setores Indústria, Comércio e Serviços. O Cartão foi criado para facilitar a aquisição de bens e serviços e insumos financiados com o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – o FNE. O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Marcos Holanda, ressaltou a importância do FNE para o Nordeste e enfatizou que o cartão, que utiliza uma plataforma tecnológica inovadora, é um produto completo, pois contém dois limites no mesmo cartão: investimento e giro de insumos.

Workshop e Prêmio IEL de Estágio No dia 18 de agosto, quando é comemorado o Dia do Estagiário, a FIEB sedia a 17ª edição do Workshop de Estágio, promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/ BA), em parceria com o Fórum de Estágio da Bahia. O jornalista Jefferson Beltrão e o empreendedor e fundador do Emprelab, Daniel Maior, fazem palestra no evento. A programação também inclui a entrega do Prêmio IEL de Estágio, que vai reconhecer a atuação dos agentes envolvidos no processo de estágio.


Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Fórum IEL de Carreiras acontece em Salvador A capital baiana vai sediar, em outubro, o Fórum IEL de Carreiras, evento com palestras, oficinas e atendimento coaching para orientar estudantes e jovens profissionais sobre o desenvolvimento de suas carreiras. O evento acontece nos dias 28 e 29/10, no Salvador Shopping, e terá entre os palestrantes o jornalista Caco Barcellos, o educador Eugênio Mussak e o especialista em cultura digital Gil Giardelli.

Plano contra a tríplice epidemia treinou mais de 600 pessoas Mais de 600 trabalhadores de cerca de 60 empresas já foram capacitados até o momento no Plano SESI de Enfrentamento da Tríplice Epidemia, serviço gratuito oferecido pelo SESI Bahia às empresas industriais. O objetivo deste projeto de responsabilidade social é capacitar trabalhadores e empregadores de indústrias para atuarem como vetores de multiplicação das práticas de prevenção da dengue, chikungunya e zika. De acordo com Angela Macêdo Magalhães, coordenadora de Promoção da Saúde do SESI Lucaia e idealizadora do Plano SESI, a iniciativa tem tido um índice de satisfação elevado e boa adesão dos participantes. O treinamento busca instrumentalizar o multiplicador a identificar criadouros e a erradicá-los, preparando-os para atuar na empresa, no domicílio e na comunidade. A meta é atingir 400 empresas industriais.

Programa beneficia empresas de Feira Esquetes teatrais fazem parte do treinamento para trabalhadores de empresas industriais

Aprimorar processos dos pequenos negócios que atuam como fornecedores de grandes indústrias, estimulando o desenvolvimento econômico de Feira de Santana é o objetivo do Programa de Encadeamento Produtivo Multiâncoras, iniciado em junho. O projeto, promovido e coordenado pelo Sebrae, é executado pelo IEL, com o apoio do CIFS.

SESI formou turma de EJA em Camacan Com mais de 370 alunos matriculados no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na região Sul, o SESI Bahia formou uma turma de 25 alunos de da empresa Malwee, que receberam o diploma de ensino médio. A turma é formada por trabalhadores da indústria e seus dependentes maiores de 18 anos que haviam deixado de estudar por 17 ou 25 anos e retomaram os estudos em séries variadas. Para realizar esta inciativa, o SESI conta com a parceria da rede municipal da cidade de Camacan. O objetivo é a elevação do nível de escolaridade. Atualmente, estão sendo oferecidas turmas de EJA em Ipiaú, Itajuípe e Itabuna. De acordo com Janaína Santos Silva, coordenadora do EJA, o SESI trabalha com uma plataforma de ensino que assegura a autonomia do aluno e com isso reduz a possibilidade de evasão. Na formatura, o secretário de Educação, Antonio Márcio Andrade, representou o prefeito de Camacan.

Bahia Indústria  31


jurídico Estado reduzirá incentivos fiscais Foi publicada, em 21.06.16, a Lei Estadual nº 13.564, que institui condição para concessão e manutenção de benefícios e incentivos fiscais ou financeiros relacionados ao ICMS, vinculando a concessão à comprovação, pelo contribuinte, de realização de depósito do valor correspondente a 10% destes benefícios ou incentivos, em favor do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza. Tal regramento aplica-se, inclusive, em relação aos benefícios e incentivos fiscais ou financeiros cuja fruição esteja em curso. É importante ressaltar que ato do Executivo definirá procedimentos para o cálculo e o recolhimento do valor do depósito previsto na lei e poderá restringir a aplicação das condições a determinados benefícios ou programas de incentivo.

Cota PCD: empresa é isentada de multa

STJ determina reflorestamento O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 1381191, condenou agropecuária a reflorestar área de preservação ambiental desmatada antes da vigência do Código Florestal. O STJ entendeu que o dever jurídico de demarcar, averbar e restaurar a área de reserva legal transfere-se automaticamente ao adquirente ou possuidor do imóvel, independentemente de inexistir, à época do desmatamento, a obrigatoriedade de constituir reserva legal.

O Tribunal Superior do Trabalho, ao julgar o E-ED-RR - 658200-89.2009.5.09.0670, afastou a imposição de multa à empresa que comprovou a impossibilidade de atendimento ao disposto no art. 93 da Lei Federal 8.213/91, o qual prevê que a empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência. A decisão, que produz efeitos somente às partes do processo, levou em consideração a comprovação da empresa de ter empenhado todos os esforços na seleção de seu quadro de pessoal em observância à lei e a dificuldade que as empresas têm enfrentado para encontrar profissionais aptos no mercado de trabalho.

Sancionada a lei do PDDU de Salvador Foi publicada, em 30.06.16, a Lei Municipal nº 9.069, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) do Município de Salvador. A lei possui 404 artigos e dispõe sobre o desenvolvimento econômico, o meio ambiente, a cultura, a habitação, a infraestrutura, equipamentos e serviços urbanos básicos, o ordenamento territorial, dentre outros. O projeto foi aprovado pela Câmara com 133 emendas, das quais 52 de iniciativa popular e 80 de autoria dos vereadores. 32  Bahia Indústria


ideias

Diálogos para mais qualidade na educação Por Armando da Costa Neto

A educação brasileira vive um momento de grande oportunidade para definição de novos rumos. Ultrapassada a fase de debates sobre a pertinência ou não de uma base nacional comum curricular, prevaleceu o entendimento de que ela é necessária. A tarefa agora é a construção do melhor documento possível, que revele as necessidades sociais e produtivas do país. A participação e o debate tornam-se imperativos nesse momento, carregado de revoluções paradigmáticas e de comportamento. Por isso criamos a Série SESI Diálogos de Educação, com o objetivo de promover participação e contribuição ao debate, em conjunto com a sociedade. Não pretendemos o lugar de protagonista dessas discussões, mas, tão somente, fazer a nossa parte. A primeira edição focou o ensino médio, etapa que fecha o ciclo da educação básica e abre, ou pelo menos assim deveria ser, as possibilidades de vida cidadã e produtiva para milhares de jovens. Contamos com a valiosa contribuição de renomados profissionais estudiosos do tema, num auditório repleto de educadores do SESI e de organizações públicas e privadas. Constatações baseadas em séries históricas apontam que o ensino médio brasileiro patina. A despeito do aumento expressivo do investimento público direto, por estudante, que triplicou nos últimos anos, a qualidade não melhora. O ENEM, com as altera-

ções sofridas no tempo, se transformou num grande funil movido pelas profundas desigualdades sociais ainda existentes. Entre os inscritos e aqueles que efetivamente conseguem ocupar as vagas disponíveis para o ensino superior existe um oceano de jovens que ficam à deriva. O desempenho dos alunos está fortemente ligado às condições sociais de suas famílias. Das causas que explicam o mau desempenho 75% a 80% são de ordem socioeconômica. Assim, o efeito escola, apenas 20% a 25%, nos impõe ainda mais por decisões acertadas. Enfim, é fato de que a cobertura aumentou, mas apenas um terço consegue ir para o ensino superior; a qualidade não melhorou, a despeito do aumento dos investimentos; e existe grande desigualdade no desempenho dos alunos relacionada à sua condição social. Não fosse um cenário suficientemente complexo, a regulamentação atual engessa e sobrecarrega o ensino médio, que convive com uma formação inicial de professores insuficiente tanto no “o que” quanto no “como” ensinar. Das reflexões no SESI Diálogos, uma alternativa foi apresentada na direção da diversificação do ensino médio. Vários caminhos e trajetos diferentes num sistema articulado entre o nível médio e o superior. Vários países se organizam assim. Em Singapura, depois do nível fundamental, o jovem tem 6 alternativas para avançar na sua escolarização. A sua escolha certamente depende dos seus dese-

O desempenho dos alunos está fortemente ligado às condições sociais de suas famílias. Das causas que explicam o mau desempenho 75% a 80% são de ordem socioeconômica

Armando da Costa Neto, superintendente do SESI Bahia

jos, capacidades e condições. Políticas públicas podem compensar a falta do último, uma vez garantidos os dois primeiros critérios. Será que o modelo único de formação geral, igual para todos, é realmente a melhor forma de promover nossa imensa população de jovens à cidadania plena e ao mundo do trabalho? Da nossa parte, temos avançado com uma educação para o mundo do trabalho, articulando a educação básica do SESI com a educação profissional do SENAI. Definimos pela ampliação do ensino médio, porta de saída da educação básica e etapa mais próxima de um início efetivo da profissionalização. Pretendemos chegar a 2018 com nove escolas de ensino médio em oito municípios da Bahia. Queremos mais. Queremos aumentar a qualidade do que fazemos, fortalecer a identidade de escolas voltadas para a indústria e contribuir com a melhoria da qualidade de nossa escola pública. Tudo isso passa por diálogo, cooperação e visão estratégica. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento fotos Divulgação

exposição A humanidade em trânsito Com um olhar carregado de um teor social peculiar, o fotógrafo Sebastião Salgado evidencia na exposição Êxodos – O mundo real de uma humanidade que busca uma vida melhor. Após seis anos e 40 países percorridos, o autor busca uma reflexão sobre diversas questões de pessoas que tiveram de deixar sua terra natal. É a história perturbadora de migrantes, refugiados e exilados, divididas em cinco temas centrais: África, Luta pela Terra, Refugiados e Migrados, Megacidades e Retratos de Crianças. Em cada abordagem, o registro de pessoas que, mesmo em meio ao caos, enxergam nas crianças a esperança e a dignidade humana.

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teatro Humor em dose dupla Completando dez anos em 2016, o grupo Teatro Nu apresenta dois espetáculos no Teatro SESI, com direção de Gil Vicente Tavares. Os Javalis, em cartaz em agosto, tem um enredo que gira em torno de uma suposta invasão de javalis à cidade, que destroem tudo e todos. A montagem é inspirada na obra O Rinoceronte, de Ionesco, e faz uma crítica à sociedade contemporânea, marcada pelo consumismo e pela perda de referências. Em O homem A e o homem B, que entra em cartaz em setembro, dois sobreviventes precisam conviver sitiados em uma casa e confiar um no outro. Os personagens são interpretados por Carlos Betão e Marcelo Praddo. Não perca Teatro SESI, sextas, às 20h. Ingressos: R$ 40 e 20 (meia). Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho.

livros

Aventuras Empresariais John Brooks Editora Best Business 576p. R$ 62,90

34 Bahia Indústria

As engrenagens do negócio

Identidade nacional

Em 1991, Bill Gates, um dos fundadores da Microsoft, pediu a um amigo a recomendação de um livro. Descobriu Aventuras Empresarias, de John Brooks. A obra é indicada aos que querem entender o mundo dos negócios. São 12 cases em que os fracassos, muito mais do que os triunfos, aparecem em destaque. Os temas incluem inovação, estratégia, dinâmica de mercados, ética e câmbio, e mostram que o poder das decisões é capaz de alavancar uma empresa ou dizimá-la.

Sob uma visão da perspectiva brasileira, o autor Eduardo Giannetti analisa, em Trópicos Utópicos, a crise civilizatória, apontando as ilusões e os estímulos que a alimentam. Organizado em microensaios, o livro dá uma nova abordagem à questão da identidade, olhando sempre para o futuro. O leitor é conduzido a passar por reflexões sobre a ciência, a tecnologia e o crescimento econômico, buscando assim, uma proposta para redescobrir o país e pensar no futuro.

Trópicos Utópicos Uma perspectiva brasileira da crise civilizatória Eduardo Giannetti Companhia das Letras 216p. R$ 34,90


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