Revista Bahia Indústria - Maio/Junho/Julho 2017 - Ano XXIV Nº 249

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Bahia

indústria

Federação das Indústrias do Estado da Bahia  Sistema FIEB ISSN 1679-2645 Ano XXiv nº 249  2017

Expansão no interior SESI, SENAI e IEL chegam mais perto do empresário da indústria com inaugurações de novas unidades

Expansão no interior SESI, SENAI e IEL chegam mais perto do empresário da indústria com inaugurações de novas unidades


EDITAL DE INOVAÇÃO PARA A INDÚSTRIA. SUAS IDEIAS NAS MÃOS CERTAS. Se você imagina a indústria de uma forma nova, mais dinâmica e moderna, inscreva sua ideia no Edital de Inovação para a Indústria. Este ano, SENAI, SESI e SEBRAE investirão mais de R$ 50 milhões no desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores, além de todo o apoio técnico, caso sua ideia seja qualificada. E outra novidade: além de inscrever suas ideias, você também poderá apresentar solução criativa para os desafios de outras empresas. Não perca a chance de fazer parte do futuro da indústria brasileira. Acesse

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Realização:


editorial

Crise abre janelas de oportunidades

Fachada da Unidade Integrada da região sul, em foto de Alfredo Filho nº 249 mai/jun/jul/ ago 2017

Por mais longa e letal que seja, uma crise econômica não elimina todos os espaços de iniciativa dos agentes econômicos. Sempre há frestas por onde cada segmento, cada ator econômico, cada instituição comprometida com o crescimento possa contribuir para o retorno da normalidade. O Sistema FIEB prova que isso é possível. Em plena crise, entrega três novas unidades com a responsabilidade de ampliar em localidades do interior, ainda carentes de investimentos e de oportunidades, os serviços que oferta à indústria. Juntas, elas representam investimentos de R$ 56 milhões, aplicados na construção de uma escola do SESI e em uma unidade do IEL, no município de Feira de Santana; e em duas unidades integradas do SESI, SENAI e IEL, uma na região Sul da Bahia, entre os municípios de Ilhéus e Itabuna; outra em Vitória da Conquista. Elas significam um importante impulso na oferta de serviços de qualificação profissional, educação, oferta de estágio e apoio à inovação. Os novos equipamentos, com instalações de qualidade e equipamentos de ponta, oferecem serviços qualificados, particularmente nas áreas de educação, qualificação profissional e inovação, fundamentais para dar às empresas industriais o suporte de que necessitam em seus planos de investimento. A estrutura das unidades entregues pelo Sistema FIEB busca atender com responsabilidade às necessidades das indústrias instaladas nas regiões beneficiadas, tanto no que diz respeito à qualidade dos serviços ofertados, quanto por sua adequação às necessidades delas. Outro diferencial é que concentram em um mesmo espaço todos os serviços disponíveis. Mas, talvez a missão mais nobre confiada pela direção da FIEB aos que vão responder pelas atividades nas novas unidades do SESI, IEL e SENAI seja a de oferecer, nas regiões beneficiadas, educação de qualidade aos jovens. Ao proceder assim, o Sistema dá sua contribuição para que o país construa uma nova base de valores para a sociedade, como bem destacou o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, presente à inauguração da unidade integrada no Sul da Bahia. Não se sabe, ainda, qual a verdadeira extensão da crise econômica, uma vez que o ambiente de negócios é fortemente afetado pela instabilidade política. Seja como for, a Bahia precisa estar pronta para responder ao chamado de um novo ciclo de crescimento econômico. As novas unidades do Sistema FIEB são uma resposta – e uma aposta – neste sentido, aproveitando frestas que se transformam em janelas de oportunidade. Afinal, crise econômica se combate com trabalho e investimento.

Unidade de Vitória da Conquista é uma das três entregues pelo Sistema FIEB


Unidades do Sistema FIEB Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1200 SESI – Serviço Social da Indústria Sede: (71) 3343-1543 @Barreiras: (77) 3611-8212 @Camaçari: (71) 3627-3489 @Candeias: (71) 3418-4700 @Eunápolis: (73) 3281-6670 @Feira de Santana: (75) 3602-9705 @Ilhéus: (73) 3222-7050 @Itapagipe: (71) 3254-9900 @Jequié: (73) 3526-5518 @Juazeiro: (74) 2102-7132 @Lucaia: (71) 3879-5390 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-2080 @Piatã: (71) 3503-7400 @Retiro: (71) 3234-8217 @Rio Vermelho: (71) 3616-7064 @Simões Filho: (71) 3296-9301 @Valença: (75) 3641-3040 @Vitória da Conquista: (77) 3201-5708 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sede: 71 3534-8090 @Alagoinhas: (75) 3182-3350/3356 @Barreiras: (77) 3612-2188 @Camaçari: (71) 3493-7070 @Cimatec: (71) 3534-8090 @Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Feira de Santana: (75) 3229-9112 @Ilhéus: (73) 3222-7070 @Juazeiro: (74) 3614-0823 @Lauro de Freitas: (71) 3534-8090 @Luis Eduardo Magalhães: (77) 3628-6349 @Vitória da Conquista: (77) 3086-8300 IEL – Instituto Euvaldo Lodi Sede: 71 3343-1384/1328/1256 @Barreiras: (77) 3611-6136 @Camaçari: (71) 3621- 0774 @Eunápolis: (73) 3281- 7954 @Feira de Santana: (75) 3229- 9150 @Ilhéus: (73) 3639-1720 @Itabuna: 3613-5805 @Jacobina: (74) 3621-3502 @Juazeiro: (74) 2102-7114 @Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621 @Vitória da Conquista (77) 3201-5720 @Guanambi (77) 3451-6070 @Jequié (73) 3527-2331 CIEB - Centro das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

FIEB

Antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Ro-

PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

berto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene A. Vil-

Bahia

indústria

-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-

pert; Benedito A. Carneiro Filho; Cleber G. Bastos;

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Eduardo Catha-

Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almei-

rino Gordilho; Edison Virginio Nogueira Correia;

da; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann;

Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES

Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes

TITULARES Alberto Cánovas Ruiz;Eduardo Meirelles

Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi;

Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Fernando

Wesley K. F. Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio

Cleber Borges e Patrícia Moreira.

Luiz Fernandes; Juan José Rosario Lorenzo; Theofilo

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de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo

Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge R. de O.

Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima;

Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz

Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Ca-

Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitman;

Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Su-

Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio Toledo de

dário M. da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz

Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES

Augusto Gantois de Carvalho; Rafael C. Valente; Ro-

SUPLENTES Guilherme Moura Costa e Costa; Glads-

berto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES

ton José Dantas Campêlo; Cléber Guimarães Bastos;

Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo

Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araú-

Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

jo; Roberto Mário Dantas de Farias

SESI conselhos

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henri-

Antonio Ricardo Alvarez Alban.

que Jorge Gantois; Assuntos Fiscais e Tributários

Superintendente Armando da Costa Neto

Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Economia e De-

SENAI

senvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio;

Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban.

Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Al-

Diretor Regional Luís Alberto Breda Diretor de Tec. e Inovação

Leone Peter Andrade

meida; Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha

IEL

Arandas; Responsabilidade Social Empresarial

Presidente do Conselho e Diretor Regional

Marconi Andraos Oliveira; Jovens Lideranças In-

Antonio Ricardo Alvarez Alban.

dustriais Nayana Carvalho Pedreira; Petróleo,

Superintendente Evandro Mazo

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Conselho Editorial Mônica Mello,

rolina Mendonça, Marta Erhardt, Iverton Bispo (estagiário), Luciane Vivas (colaboração). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 w w w.f ieb.or g.br/ b ahia _ indu stria_online As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB.

Filiada à

Gás e naval Humberto Campos Rangel; Portos

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Diretor Executivo da FIEB

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ge Emanuel R. Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos

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Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@gmail.com / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@gmail.com / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb. org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@ sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge. com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

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sumário

16 Serviços integrados

Novas unidades vão melhorar atendimento à indústria no interior inácio teixeira/Coperphoto/Sistema FIEB

12 Conjuntura econômica preocupa a indústria

14 Camaçari ganha novas Unidades do SENAI

Em meio à instabilidade econômica, indústria reafirma propósito de atuar na defesa dos interesses do setor e comemora suas conquistas

Cimatec Industrial e nova unidade do SENAI vão melhorar o suporte às indústrias da região, com soluções inovadoras avançadas e serviços de educação profissional

6 Educação corporativa SESI adota novas tecnologias e propostas customizadas para empresas

jefferson peitoxo/Coperphoto/Sistema FIEB

Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB


Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

6 Bahia IndĂşstria


Solução sob medida SESI Bahia desenvolve metodologia de educação corporativa que permite adaptar formato e orçamento à realidade das empresas Por patrícia moreira

D

Tecnologia Lego Serious Play é usada em treinamentos

e que mudanças organizacionais e comportamentais sua empresa precisa? Como alcançar este desafio? Para responder a estas perguntas, o Serviço Social da Indústria (SESI) criou uma nova metodologia de Educação Corporativa. Fundamentada principalmente nas 6 Disciplinas (6D) – Determinar, Desenhar, Direcionar, Definir, Dar apoio e Documentar – e no modelo de avaliação de resultados de Kirkpatrick – 4 níveis de avaliação: Reação, Aprendizado, Comportamento e Resultado –, a metodologia permite a definição clara das mudanças que se quer alcançar. Tudo isso, a partir da estruturação de uma arquitetura de Trilha de Desenvolvimento adequada à realidade da empresa, que, amparada em ações de monitoramento, garanta que o conhecimento das capacitações possa ser posto em prática. Na avaliação de Alexinaldo Oliveira das Neves, gerente de Recursos Humanos da Yazaki, a arquitetura da Trilha de Desenvolvimento “possibilita ao líder caminhos alternativos e flexíveis, que promovem o desenvolvimento das competências individuais e, como

consequência, as competências organizacionais em busca da melhor performance”. Ele destaca como principal novidade o fato de ser um método que dá autonomia aos líderes para que cada um possa conceber a sua trilha de aprendizagem e conhecimento, conciliando com as necessidades estratégicas da empresa e os objetivos individuais da liderança. Elisabete Mercadante, assessora de Educação Corporativa do SESI, explica que o diferencial da metodologia do SESI Bahia é justamente ter como ponto de partida o planejamento estratégico da empresa. “Além de uma maior efetividade e otimização na gestão dos recursos para treinamento, a novidade é, a partir da estratégia organizacional, conseguirmos customizar o processo e focar no resultado que se quer alcançar”, detalha. “A proposta não é oferecer apenas um programa de treinamento”, reforça. “Adotamos ferramentas que nos dão a flexibilidade necessária para que possamos atender um universo bastante diversificado de indústrias”, complementa. ExPERIÊNCIAS Além da Yazaki, outra cliente do SESI que vem experimentando a tecnologia é a Vedacit. A analista de RH da empresa, Helane Luz Machado, explica que o SESI foi escolhido para realizar o programa de educação corporativa por ser uma instituição que conhece de perto a realidade da indústria e tem maior capacidade de entender melhor os anseios empresariais. “A nossa avaliação tem sido positiva, principalmente porque o programa foi moldado de acordo com as nossas necessidades”, explica. Helane conta que, na Vedacit, o programa contemBahia Indústria 7


Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

pla, atualmente, 20 pessoas que atuam na produção. Ela aponta como ponto forte da metodologia a estruturação em três pilares – pessoas, processos e produtos –, bem como a vantagem de ser um programa que tem continuidade, o que faz com que o trabalhador tenha melhor percepção da mudança. “Promover mudanças culturais no ambiente de trabalho é algo que requer tempo e este modelo proposto pelo SESI permite esta possibilidade de acompanhamento do trabalhador”, acrescenta. Na Yazaki, a proposta é um pouco diferente e o foco é na liderança técnica. Com isso, a trilha foi estruturada com base na política da empresa. Os resultados na Yazaki ainda não podem ser mensurados, destaca Alexinaldo Neves, mas alguns aspectos já podem ser pontuados. “Sabemos que ações dessa natureza mexem com a essência das pessoas, implicam em mudanças no comportamento. Já observamos na linguagem e postura da liderança a preocupação com o que fazer para desenvolver habilidades e competências cada vez mais alinhadas à estratégia do nosso negócio”, avalia. 8 Bahia Indústria

O que é a Trilha A Trilha de Desenvolvimento é um percurso formativo, com ações educativas formais e não formais (Modelo 70 – 20 -10), que levam ao desenvolvimento do trabalhador, com foco nas mudanças comportamentais. Pode ser rígida (obrigatória), flexível (com opções de diferentes percursos) ou construída (sugerida pelo próprio trabalhador). Para a construção da arquitetura da Trilha de Desenvolvimento são levados em conta o perfil do trabalhador, o desafio estratégico, a cultura organizacional e o orçamento disponível. Trata-se de uma proposta customizada, em que toda a estrutura didática é adaptada. O processo se inicia com um aprofundamento cultural da empresa, que prevê realização de entrevistas com os representantes da área de recursos humanos, gestores e pessoas-chaves, visita de campo e análise documental. Tudo isso vai resultar na definição de indicadores de mudanças organizacionais e de indicadores comportamentais. A partir daí, é traçada a arquitetura da Trilha, que é programada para um período que pode variar de dois a três anos, podendo ser revista e adaptada a mudanças de orçamento e cenários. O produto pode ser aplicado a empresas de diferentes portes. Entre as ferramentas usadas destacam-se a tecnologia Lego® Serious Play®, Programação Neurolinguística (PNL), jogos educacionais, estudos de caso, dinâmicas de grupo, storytelling e até mesmo constelação organizacional, conforme o orçamento e o perfil do cliente.

O que é a tecnologia Lego® Serious Play ®

Líderes da Yazaki participam de ação no SESI Retiro

Desenvolvida na década de 1990 pela Lego®, a Serious Play® foi introduzida no Brasil em 2010, por Aníbal Viegas, atual CEO da Strategic Play Brasil. Aliando diversos fundamentos pedagógicos – construtivismo, construcionismo, flow (fluxo, foco absoluto, engajamento), reengenharia e ludicidade, a tecnologia prevê que, motivada por desafios propostos pelo facilitador, os participantes construam modelos tridimensionais, aos quais dão significado, contam histórias e refletem. O método permite o desenvolvimento de habilidades para se comunicar de modo eficaz, favorece a imaginação e permite abordar tarefas com confiança, empenho e visão ampliada. Dentre os resultados esperados, destacam-se maior participação na construção, maior abertura para novas ideias, compartilhamento de informações e a melhoria no processo de tomada de decisões. 


circuito

por cleber borges

Reconhecer incentivos garante investimentos A aprovação do Projeto de Lei Complementar 54/2015, na Câmara dos Deputados, reconhecendo os incentivos fiscais existentes, vai estimular os investimentos e promover o desenvolvimento regional. Foram convalidados os benefícios fiscais que os estados ofereceram a empresas para que elas se instalassem em seus territórios, a maioria relativos ao ICMS. Caso o projeto não fosse aprovado, os incentivos fiscais poderiam ser declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Neste caso, as empresas que já pagaram os impostos, observando as regras acordadas com os estados, teriam de ressarcir os cofres públicos com a diferença entre o imposto recolhido e o efetivamente devido. A cobrança desta dívida inesperada comprometeria as operações de muitas empresas.

Confiança do industrial tem leve alta Com alta de apenas 0,6 ponto percentual frente a abril, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 53,7 pontos em maio. Esse leve aumento do indicador reverte parcialmente a queda de 0,9 ponto assinalada em abril. As informações são da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Acima de 50 pontos, o índice denota industriais confiantes; abaixo dessa linha, indica falta de confiança. Desde fevereiro, o ICEI se mantém estável, em torno de 53,5 pontos. Em relação a maio do ano passado, o índice está 12,5 pontos maior, no entanto, ainda não ultrapassou sua média histórica de 54 pontos. A CNI destaca que os industriais estão mais confiantes este ano que no ano passado.

“O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade. O otimista vê oportunidade em cada dificuldade” Winston Churchill, primeiro-ministro inglês de 1940-45 e de 1951-55

Setor automotivo inicia retomada Aos poucos, a economia começa a dar sinais de alguma retomada. Um exemplo é o desempenho do mercado de carros novos, que esboça uma recuperação. Dados da Fenabrave relativos a maio informam que foram vendidos 190.131 automóveis e comerciais leves naquele mês, volume 17,2% maior que o registrado em maio do ano passado, quando 162.148 unidades saíram das linhas de montagem. Em relação ao mês de abril, o crescimento foi de 24,8%. O aumento de vendas nas concessionárias de todo o país trouxe novo ânimo à indústria automotiva. Ao somar as vendas de caminhões e ônibus foram 195.568 veículos emplacados em maio. No acumulado do ano, o volume de licenciamentos de veículos chegou a 824.455 unidades, número que superou em 1,57% o desempenho dos primeiros cinco meses de 2016. O bastante para reacender o otimismo no segmento.

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sindicatos Betto Jr/Coperphoto/Sistema FIEB

Sincar alerta para atendimento às Normas

Evento discutiu os impactos das NRs 12 e 36 na indústria frigorífica

O Brasil é um dos países com maior incidência de afastamentos do trabalho por doenças. Nesse sentido, é importante que as empresas mantenham um ambiente de trabalho saudável, levando-se em conta a necessidade de atender às exigências das normas regulamentadoras, bem como à entrada em vigor do eSocial. O alerta foi do médico do trabalho Gustavo Nicolai, no Seminário Segurança e Saúde na Indústria Frigorífica, dia 31.05. Promovido pelo Sincar-BA, em parceria com o SESI, o evento discutiu os impactos das NRs 12 e 36 na indústria frigorífica.

» Ação

Rota do Reparador inicia programação

itinerante Até novembro, o Sindicato das Indústrias Gráficas (Sigeb) promove encontros itinerantes com gráficas. A programação contempla doze municípios baianos.

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Levar informação para os reparadores independentes é o objetivo do ciclo de atualização técnica e tecnológica Rota do Reparador 2017, iniciativa do Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa-BA). Duas edições do evento já foram realizadas em Salvador. Em dezembro, será a vez de Vitória da Conquista.

Sindicatos participam de intercâmbios

Oportunidades para a cadeia automotiva

Fomentar a troca de experiências de gestão entre dirigentes de sindicatos empresariais de todo o país é o objetivo dos Intercâmbios de Lideranças Setoriais, iniciativa da CNI dentro do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). Em 28.06 aconteceu o intercâmbio da indústria gráfica, que contou com a participação do Sigeb. Também em junho, foram realizados encontros com líderes da indústria plástica, com a participação do Sindiplasf; e da construção civil, com a participação do Sinduscon-BA.

Fomentar o desenvolvimento de indústrias do setor automotivo e atrair investimentos foram os objetivos da 1ª edição da Rodada de Negócios da Indústria Automobilística da Bahia, promovido pelo Sindipeças, em parceria com o Sistema FIEB, dia 09.06, no SENAI Cimatec. Plano de atração de investimentos e linhas de crédito especiais foram alguns dos temas debatidos.

Sindical comemora Dia Nacional do Calcário Agrícola Conscientizar o produtor rural sobre a importância do uso de calcário na agropecuária para correção da acidez do solo (calagem) é o objetivo do Dia Nacional do Calcário Agrícola, comemorado em 24.05. Segundo o presidente do Sindical-BA, Sérgio Pedreira, a calagem foi um dos fatores que proporcionaram o desenvolvimento do agronegócio no país. Betto Jr/Coperphoto/Sistema FIEB

Serviços do Sistema FIEB foram apresentados no encontro

Sindvest amplia representação Empresários do segmento de joias e gemas conheceram a estrutura de apoio oferecida pelo Sistema FIEB no Encontro com o Setor de Gemas e Joias, promovido pelo Sindicato da Indústria de Vestuário e Artefatos de Joalheria e Bijuteria (Sindvest), dia 31.05. O segmento passou a fazer parte da base de representação do sindicato em 2017. Com a mudança do estatuto, o sindicato também passou a ser estadual (com exceção da região de Feira de Santana).


Seminário discute mudanças no SiAC As principais mudanças no Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC), publicadas em janeiro/2017, foram tema de seminário promovido pelo Sinduscon-BA, dia 01.06. O novo regimento do SiAC orienta as construtoras no cumprimento de diretrizes especificadas em normas técnicas, com o objetivo elevar os patamares da qualidade e produtividade da construção civil.

Oficina de moda com Arlindo Grund Com o objetivo de levar aos empresários da indústria da moda informações sobre comportamento e tendências de consumo, o Sindvest de Feira de Santana, em parceria com o Sebrae, promoveu, dia 08.06, no Polimoda, a oficina Cenário e Tendências da Moda, com Arlindo Grund, apresentador do programa Esquadrão da Moda (SBT).

Tendências para o mercado de café Qualidade e diferenciação de produtos no mercado de café foram alguns dos temas debatidos na reunião regional conjunta da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) com o Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia (Sincafé-BA), na sede da FIEB, no dia 27.06. O presidente do Sincafé-BA, Antônio Roberto de Almeida, ressaltou que o encontro teve o objetivo de levar informações para os associados. Na oportunidade, o diretor-executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, apresentou tendências para o mercado de café no Brasil. Segundo ele, apesar do cenário econômico adverso, há um avanço dos produtos de alta qualidade.

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Simagran participa de feira internacional O setor de rochas baiano foi representado pelo Simagran-BA na Coverings 2017, mais importante feira sobre pedras naturais dos Estados Unidos. No estande do sindicato, em parceria com a Abirochas, foram expostos produtos de empresas extratoras do mármore bege bahia. O evento, realizado em Orlando, em abril, contou com expositores de diversos países, que apresentaram as novidades no segmento. Divulgação

Sindicato celebra o Dia Mundial do Leite O Sindileite celebrou, dia 01.06, o Dia Mundial do Leite. A comemoração foi marcada com um café da manhã no Jardim de Alah. Quem passou pelo local pode degustar queijos e iogurtes, conhecer mais sobre os benefícios dos produtos derivados do leite e experimentar quitutes preparados por renomados chefes baianos. Os visitantes também receberam orientações nutricionais e realizaram exame de glicose e de pressão arterial, além de atividades físicas e recreativas.

Comitiva baiana participa de missão a Caxias do Sul Uma comitiva de lideranças sindicais de Feira de Santana (foto) participou, em abril, de uma missão técnica à cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, para busca de boas práticas e troca de experiências. A programação incluiu visitas a empresas e sindicatos, bem como à Universidade de Caxias do Sul. Os presidentes do Sindvest de Feira de Santana, Simmefs, Simagran-BA e Sindiplasf integraram a comitiva, que foi recebida pelo prefeito Daniel Guerra.

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Reformas vão ajudar a economia a crescer Indústria baiana avalia que o cenário político está repercutindo negativamente na economia Por cleber borges

O Lançamento de livro histórico e da Agenda Legislativa marcaram o Dia da Indústria 12 Bahia Indústria

Brasil já perdeu tempo demais sem realizar as reformas estruturais, especialmente a tributária e previdenciária. Não há mais tempo a perder, pois a economia precisa crescer e de forma sustentável. O alerta é do presidente da FIEB, Ricardo Alban, em pronunciamento na solenidade que marcou o Dia da Indústria. Conforme destacou, a sociedade não pode mais suportar o alto nível de desemprego, que atinge 14 milhões de trabalhadores, nem os empresários podem conviver com legislações que não mais condizem com a realidade. Ele admitiu que a conjuntura política é preocupante, mas crê que a crise política será resolvida com o equilíbrio que a situação requer. “O Congresso deve pensar no que é melhor para o país, à luz de tudo o que está acontecendo, e não pode retroceder nas conquistas já alcançadas relativas às reformas”, afirmou Ricardo Alban. A crise política e seu impacto na economia, especialmente na indústria, foram um tema recorrente nas conversas entre empresários, parlamentares e gestores da área pública presentes à solenidade do Dia da Indústria. Há o temor de que incertezas no campo po-

lítico possam comprometer a frágil retomada do crescimento e todos torcem para que ocorra uma reversão positiva no quadro de expectativas. AGENDA LEGISLATIVA O presidente Ricardo Alban disse que, independentemente da crise, o Sistema FIEB continua fazendo sua parte, com ações que contribuem para o desenvolvimento e a competitividade da indústria baiana, especialmente quanto à defesa de interesses. Nessa direção, uma das realizações mais importantes é o monitoramento de projetos que tramitam na Assembleia Legislativa da Bahia, com capacidade de impactar positivamente ou negativamente na competitividade industrial. Um dos destaques na programação do Dia da Indústria foi justamente o lançamento da Agenda Legislativa. O documento traz uma compilação de projetos de lei selecionados, envolvendo questões relacionadas às áreas tributária, econômica, social, trabalhista, de política urbana, infraestrutura e meio ambiente. Dos 36 projetos monitorados, 44% contam com posicionamento convergente da FIEB,


conforme destaca o diretor executivo da entidade, Vladson Menezes. O executivo destaca boas iniciativas no âmbito do Legislativo estadual, como o Projeto de Lei que dispõe sobre o Programa Estadual de Conservação e Uso Racional da Água e Economia de Energia e o Projeto de Lei que institui a Política Estadual de Incentivo à Geração e ao Aproveitamento da Energia Solar. Ambas recebem o apoio da FIEB. A Agenda Legislativa foi entregue pela FIEB ao vice-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Luiz Augusto. EXPOSIÇÃO A FIEB aproveitou o Dia da Indústria para inaugurar o Espaço da Indústria, local que abriga uma exposição interativa com informações sobre o setor, incluindo uma linha do tempo dos momentos mais marcantes no avanço da industrialização da Bahia, desde a vinda da família real portuguesa, em 1808, até os dias atuais. “Celebrar esse dia, percorrendo a cronologia do desenvolvimento industrial baiano nos mostra o quanto já alcançamos e o que precisamos realizar para sobreviver nesse novo contexto econô-

mico e para acompanhar os avanços tecnológicos”, afirmou Ricardo Alban. A exposição mostra, também, uma síntese dos principais momentos da atuação da FIEB em seus 69 anos e informações sobre os 43 sindicatos filiados à entidade. Produtos representativos da atividade industrial baiana também estão em exposição, inclusive peças raras como objetos de cristal da fábrica de refrigerantes Fratelli Vita (1902-1962). Além da linha do tempo da indústria presente na exposição interativa, o lançamento do livro Indústria na Bahia, um olhar sobre sua história, foi também destaque nas comemorações do Dia da Indústria. A publicação narra a trajetória da industrialização no estado, desde a época da vinda da família real portuguesa para Salvador e do surgimento das primeiras manufaturas baianas, no início do século XIX, até a implantação do Polo Petroquímico de Camaçari. Com 368 páginas, o livro traz raras imagens históricas garimpadas em arquivos pessoais, em bibliotecas da Bahia e de outros estados. A publicação é de autoria do historiador Daniel Rebouças e editada pela Caramurê, em parceria com FIEB, Braskem e Coelba. 

Espaço da Indústria foi inaugurado por lideranças da FIEB e do mundo político

Bahia Indústria 13


Polo de desenvolvimento Cimatec Industrial e nova unidade do SENAI, em Camaçari, vão ampliar suporte tecnológico às empresas industriais da região Por Carolina Mendonça

O

lançamento das pedras fundamentais do Cimatec Industrial, em 12 de junho, e da nova unidade do SENAI, em 5 de julho, em Camaçari, marcaram a ampliação dos investimentos do Sistema FIEB na região, que abriga o Polo Industrial de Camaçari, maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.

SENAI Camaçari terá 18 salas de aula

14 Bahia Indústria

O Cimatec Industrial será um grande complexo tecnológico e industrial em uma área com 4 milhões de metros quadrados, com laboratórios avançados, grandes usinas piloto, operações de risco e até uma pista de testes para o setor automotivo. O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, ressaltou que o empreendimento irá ampliar a atual infraestrutura do SENAI Cimatec, contribuindo para o desenvolvimento industrial da Bahia. “Este é um projeto de várias mãos, que vai somar para o desenvolvimento industrial e social do estado. Aqui teremos um vetor de crescimento de diversos

setores industriais, como o de energias renováveis, automotivo e da indústria da saúde, por exemplo, e teremos condições de atrair novos empreendimentos para o estado”, destacou. A importância do equipamento para a atração de novos investimentos também foi pontuada pelo governador Rui Costa. “A Bahia se coloca como o principal estado na vocação de atração de investimentos a partir da ciência e da tecnologia com este equipamento. Aqui teremos o desenvolvimento de conhecimento técnico para várias áreas da indústria e, através deste conhecimento, poderemos atrair dezenas de empresas”, comentou. Já o prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo, falou sobre a importância do complexo para o município. “O Cimatec Industrial vai dar suporte às empresas instaladas no município e será um instrumento transformador para a nossa cidade, contribuindo para o fortalecimento da nossa economia”, disse. O complexo será implantado em cinco etapas, com a primeira sendo finalizada em junho de 2018. Nesta primeira fase, serão construídos 11 prédios, ocupando um espaço de 50.000 m², que abrigarão laboratórios de ponta e em escala real, como a Fábrica de Plantas Piloto e o Laboratório de Sistemas Construtivos. “Em um processo de escalonamento de produção, é preciso ambiente adequado, com características de segurança específicas. Será o primeiro centro no país com essa capacidade de desenvolver e aplicar testes em plantas-piloto e testar o desenvolvimento tecnológico dentro de uma escala semi-industrial”, explicou o diretor regional do SENAI-BA, Luis Alberto Breda.


Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

fotos Betto Jr. / Coperphoto/Sistema FIEB

Lançamento do Cimatec Industrial teve a presença do governador Rui Costa

Nova unidade aumenta oferta de matrículas Em fase de terraplenagem, a inauguração do novo SENAI Camaçari vai acontecer até o final de 2018. Com investimento na ordem de R$ 12 milhões, a nova unidade será construída em uma área de 35 mil metros quadrados, num terreno doado pela prefeitura, localizado entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e o Hospital Geral de Camaçari (HGC). Na solenidade de lançamento da pedra fundamental, o vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, falou sobre a importância do município para a economia baiana, frisando que o novo SENAI será mais um elemento para o fomento da inovação e para a inserção de novas tecnologias para a indústria. “O município sedia um dos centros mais importantes do país, por isso, os moradores precisam de cursos profissionalizantes de qualidade, que atendam a esta grande demanda das indústrias instaladas no Polo Industrial”, explicou. O prédio terá 18 salas de aula e um galpão multiuso de mil metros quadrados, e capacidade para atender dois mil alunos por dia. Lá, serão oferecidos mais de dez cursos técnicos, além de soluções educacionais customizadas para as empresas. “A nova unidade em Camaçari vai expandir toda a metodologia educacional do SENAI, que trará o que há de mais atual, de melhor no mundo em estrutura e profissionais”, afirmou o diretor do SENAI-BA, Luís Breda Mascarenhas. 

Em Camaçari, lideranças políticas participaram da instalação da pedra fundamental da nova unidade

Bahia Indústria 15


Interiorização Com inauguração de três novas unidades, Sistema FIEB amplia atendimento às empresas industriais do interior Por Patrícia Moreira e Carolina Mendonça

rês novas unidades do Sistema FIEB foram oficialmente entregues no primeiro semestre deste ano, levando para o interior os serviços de referência do Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). São investimentos que, somados, chegam a R$ 56 milhões, aplicados na construção de uma escola SESI e unidade do IEL, em Feira de Santana, e em duas unidades integradas nas regiões sul e sudoeste. Juntas, as três unidades atenderam, em 2016, 68 mil trabalhadores da indústria e seus dependentes. Com as novas instalações, a expectativa é de um aumento médio de 10% no volume de atendimentos, podendo chegar a dobrar a capacidade de alguns seviços. “O Sistema FIEB tinha uma dívida com o interior. Cumprimos o que foi assumido, de descentralizar a oferta de serviços das nossas entidades”, destacou o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, lembrando que, em 2018, será inaugurada a unidade integrada de Juazeiro. Ao inaugurar o Instituto SENAI de Tecnologia (IST) de Eletroeletrônica, braço do SENAI Cimatec na região sul, e único no interior, ele complementou: “A Bahia precisa estar pronta para responder ao chamado de um novo ciclo de crescimento econômico e um equipamento como este é parte da nossa contribuição”. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Braga Andrade, que deu nome à unidade integrada de Ilhéus/Itabuna e participou da inauguração, ressaltou que a FIEB realiza um grande trabalho em prol do desenvolvimento da Bahia e do Brasil. “Um equipamento como este representa educação de alto nível para a região sul”, disse. E acrescentou: “Uma unida16  Bahia Indústria

alfredo filho/Coperphoto/Sistema FIEB


Inácio Teixeira/Coperphoto/Sistema FIEB alfredo filho/Coperphoto/Sistema FIEB

No sentido horário: estudante da Escola SESI, o presidente da CNI Robson Andrade e Ricardo Alban; ao fundo, instalações do sudoeste

Inácio Teixeira/Coperphoto/Sistema FIEB

Bahia Indústria  17


SESI E IEL FEIRA DE SANTANA

Estrutura e serviços das unidades do interior

SERVIÇOS E ATENDIMENTO

ESTRUTURA SESI Escola SESI José Carvalho

Conheça os principais equipamentos e a infraestrutura que as unidades instaladas em Feira, Ilhéus/Itabuna e Vitória da Conquista oferecem à indústria

12 salas de aula

SESI*

5 laboratórios Centro de Segurança e Saúde no Trabalho

102

alunos matriculados na Escola SESI (em 2017)

IEL 4 mil estudantes em estágio 600 empresas atendidas 2.000 horas de consultoria realizadas

INVESTIMENTO

UNIDADE INTEGRADA ROBSON ALMEIDA (SUL)

UNIDADE INTEGRADA JORGE LINS FREIRE (SUDOESTE)

ESTRUTURA

ESTRUTURA

SENAI 8 salas de aula

IEL

SESI

Sala de treinamento, local para eventos, áreas administrativas e de atendimento ao público.

Escola SESI Anísio Teixeira 11 salas de aula 4 laboratórios Centro de Segurança e Saúde no Trabalho

SESI Escola SESI Adonias Filho

6 laboratórios

11 salas de aula

Oficinas para atividades práticas

5 laboratórios Centro de Segurança e Saúde no Trabalho 3 consultórios médicos

SENAI 8 salas de aula

12 consultórios médicos

2 consultórios odontológicos

6 laboratórios

3 consultórios odontológicos, Raio-X, sala de coleta para exames

Oficinas para atividades práticas

Raio-X, sala de coleta para exames, sala de câmara escura, salas para exames de acuidade visual, EEG/ECG

SERVIÇOS E ATENDIMENTO SENAI*

SESI*

18.655

matrículas em educação**

10.867

169

cursos oferecidos

trabalhadores atendidos em qualidade de vida

2 salas de audiometria

IEL*

88

empresas atendidas

6500

alunos capacitados

1 sala de espirometria.

467

empresas atendidas

1955

IEL

1958

beneficiados em eventos e capacitações

Sala de treinamento, local para eventos, áreas administrativas e de atendimento ao público.

estagiários encaminhados

*Dados disponibilizados pelas entidades, referentes aos atendimentos no ano de 2016. ** Ensino médio, educação de jovens e adultos (EJA) e educação continuada.

18 Bahia Indústria


18 mil

trabalhadores atendidos em SST

27.700

trabalhadores atendidos

6.700

trabalhadores em educação continuada e EJA

413

empresas atendidas

SERVIÇOS E ATENDIMENTO

19.019

SESI*

13.295

matrículas em educação**

trabalhadores atendidos em serviços de qualidade de vida

434

empresas atendidas

2.804

SENAI*

100

cursos oferecidos

matrículas de alunos em formação profissional

48

empresas atendidas

IEL*

472

consultorias realizadas

1.100

estagiários encaminhados

75

empresas atendidas

de que oferece educação de qualidade para jovens é fundamental para que o país construa uma nova base de valores para a sociedade”, disse. Na região sul, o gerente da fábrica da Nestlé, em Itabuna, Marcelo Machado, considera que a Unidade Integrada Robson Braga de Andrade fortalece as ações do Sistema FIEB na região. Ele lembra que Ilhéus e Itabuna têm cerca de 400 mil habitantes, exercendo influência em mais de 40 municípios. “Os cursos de capacitação fornecidos por esta unidade vêm atender à necessidade de qualificação de mão de obra, contribuindo, cada vez mais, para o crescimento econômico social da região”, reforça. A receptividade também foi positiva na região sudoeste. Para Claudio Mendes Marinho de Andrade, presidente da Associação das Indústrias de Vitória da Conquista e conselheiro de administração da Teiú Industria e Comércio Ltda, a estrutura da Unidade Integrada Jorge Lins Freire permite concentrar em um mesmo espaço todos os serviços do Sistema FIEB. “Vitória da Conquista é a terceira cidade da Bahia e a unidade beneficia toda a região, suprindo o vazio na formação do trabalhador da indústria”, disse. O representante da Teiú, que é também cliente do SENAI, destacou, ainda, a implantação na região da escola de ensino médio do SESI, que tem contribuído para a formação dos filhos dos industriários. Ele também observou o fato de ter os diversos serviços do SESI, SENAI e IEL em um mesmo endereço, o que reduz os custos operacionais das empresas na contratação dos serviços. Ele lembra ainda que o novo equipamento também tem servido para a realização de eventos do setor industrial. Ainda em Vitória da Conquista, o representante do Moinho Conquista, pequena empresa do ramo de alimen-

tos, Kassio Andrade Nunes, destaca que além de facilitar a elevação de escolaridade de seus funcionários, a concentração dos serviços também é uma vantagem. Infraestrutura Localizada entre Ilhéus e Itabuna, no Km-13 da Rodovia BR-415, a Unidade Integrada Robson Andrade contempla, no SENAI, o Instituto de Tecnologia e a Escola Técnica Orlando Moscozo Barretto de Araújo; no SESI, o Centro de Segurança e Saúde no Trabalho e Promoção da Saúde e a Escola Adonias Filho. Os prédios foram construídos utilizando modernos conceitos de acessibilidade e sustentabilidade. O SENAI oferece cursos técnicos (presenciais e a distância) e de formação inicial e continuada em diversas áreas. A unidade do SESI, além do ensino médio presencial e a distância, oferece, também, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Continuada voltada pata a indústria. Com três pavimentos, o prédio do SENAI oferece cursos nas áreas técnicas de Eletrônica, Mecatrônica, Automação Industrial, Eletromecânica, Segurança do Trabalho e Redes de Computadores. As principais áreas industriais atendidas são as de Eletroeletrônica, Alimentos, Têxtil, Energia. Já o Instituto Euvaldo Lodi dispõe de sala de treinamento, local para eventos, além de áreas administrativas e de atendimento ao público. O IEL atua em Desenvolvimento de Carreiras, por meio de intermediação de estudantes em estágio; Capacitação de profissionais e Consultorias e as ações do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) e de internacionalização. Participaram das inaugurações, os prefeitos de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, de Ilhéus, Mário Alexandre Sousa, e de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão. Bahia Indústria 19


Serviços são oferecidos de forma integrada Na região sudoeste, a Unidade Integrada Jorge Lins foi implantada em uma área de 30 mil metros quadrados, onde funcionam o Centro de Segurança e Saúde no Trabalho do SESI, a Escola SESI Anísio Teixeira e a Escola Técnica do SENAI Fernando Costa D’Almeida, além do escritório do IEL na região. Os ex-presidentes da FIEB, Jorge Lins Freire e Fernando D’Almeida, foram homenageados. Fernando D’Almeida foi representado pelo filho Roberto D’Almeida. Eles deram nome às unidades e, em seus discursos, registraram a qualidade dos equipamentos oferecidos pelo Sistema FIEB na região. O prédio de dois pavimentos do SESI comporta a Escola Anísio Teixeira e Centro de Segurança e Saúde no Trabalho. Além do ensino médio, a unidade oferece os programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de Educação Continuada. Com as novas instalações do Centro de Segurança e Saúde no Trabalho a perspectiva do SESI é aumentar o atendimento em 69%. A estrutura do SENAI ocupa área de 2 mil m² e oferece cursos técnicos em diversas áreas. A unidade deve fechar o ano com 6.500 matrículas realizadas. Já o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) atua com soluções em Desenvolvimento de Carreiras e Empresarial – capacitações, soluções em gestão customizadas para empresas e com o Fórum Empresarial. 20  Bahia Indústria

Silvio Tito/Coperphoto/Sistema FIEB

Em Feira de Santana, SESI e IEL ampliam o atendimento Na região norte da Bahia, o Sistema FIEB também inaugurou dois novos e equipamentos. A Escola SESI José Carvalho e a nova unidade do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) foram instalados na Rua Gonçalo Boaventura, no bairro do Alto do Cruzeiro. Além da escola, a estrutura do SESI reúne ainda o Centro de Segurança e Saúde no Trabalho. O empresário José Carvalho

foi homenageado in memoriam, dando nome à escola de ensino médio do SESI no município. José Carvalho foi o fundador de uma das maiores empresas do estado, a Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa) e da Fundação José Carvalho. A família do homenageado foi representada pelo filho do empresário, José Eduardo Carvalho, e por sua neta, Barbara Carvalho.

Instituto SENAI de Tecnologia leva inovação à região sul

Estudantes apresentaram os laboratórios da Escola SESI José Carvalho

Além dos serviços tradicionalmente oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, a nova Unidade Integrada Robson Almeida, na região sul, passa a contar com uma nova infraestrutura do Instituto SENAI de Tecnologia (IST) de Eletroeletrônica. A região é a única da Bahia a contar com uma estrutura avançada dos serviços do SENAI Cimatec, no interior.

O IST de Eletroeletrônica, em funcionamento desde 2013, engloba as competências de Microeletrônica do SENAI Cimatec, bem como a equipe de software do Centro de Tecnologia – Sul, em Ilhéus. Lá são desenvolvidos aplicativos para plataformas móveis, testes de equipamentos fabricados (desktops, notebook e servidores), projetos de eficiência energética, entre outros. 


conselhos Lançado Guia dos Bancos de Articulações Sociais A FIEB, por meio do seu Conselho de Responsabilidade Social (Cores), lançou o Guia dos Bancos de Articulações Sociais, um instrumento de disseminação da atuação dos três Bancos de Articulações Sociais existentes: Banco de Articulação em Vestuário; Banco de Articulação em Materiais de Informática; Banco de Articulação em Projetos Sociais. Os Bancos de Articulações Sociais visam integrar as necessidades e interesses da indústria com os da sociedade, ONGs, parceiros e comunidade acadêmica, oferecendo capacitações, doações, incentivando o voluntariado e apoiando projetos comunitários. O Guia está disponível no site do Sistema FIEB.

Oportunidades de negócios no Canadá Informações sobre o mercado canadense foram tema de um workshop promovido pelo Consulado Geral do Canadá, durante a reunião do Conselho de Comércio Exterior (Comex) da FIEB, realizada em 4 de julho, na sede da Federação. Após uma apresentação geral sobre o Canadá, a gerente comercial do consulado em São Paulo, Sheila Alves, falou sobre economia, acesso a mercados, custos operacionais, mão de obra, oportunidades para pesquisa e desenvolvimento, e setores estratégicos. “O Canadá possui um ambiente propício ao desenvolvimento de pesquisas e inovação, com atraentes incentivos fiscais e também o acesso aos mercados dos EUA e Europa, através dos acordos comerciais”, afirmou Sheila.

Jefferson Peixoto/ Coperphoto/Sistema FIEB

Especialistas tiraram dúvidas sobre processo de repatriação

Nova fase da repatriação de recursos é tema de seminário A segunda etapa do programa de repatriação de recursos, que permite a contribuintes brasileiros regularizar bens mantidos no exterior e que não estão declarados à Receita, foi tema do seminário Reabertura da repatriação de recursos: aspectos tributários e bancários, promovido pelo Conselho de Assuntos Fiscais e Tributários (Caft), em parceria com o escritório Nogueira Reis Advogados, em 5 de junho. Na ocasião, o especialista na área do Direito Tributário, Linneu Mello, pontuou que os empresários devem aderir ao programa, pois, apesar do custo alto (imposto de 15% e multa de 20,25%), a Lei é positiva e já não há vantagens financeiras em manter recursos no exterior em termos de rendimento.

Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Ambiente de negócios de Portugal é tema de conferência

O coordenador do Comex, Ângelo Calmon Júnior

O auditório lotado foi um sinal de como os brasileiros têm voltado os olhos para o país Ibérico. O interesse dos empresários está diretamente ligado às vantagens apresentadas pelo governo lusitano, destacadas pelo presidente da Câmara Portuguesa de Comércio da Bahia, Ricardo Galvão, na abertura da Conferência Portugal 2020, em que foi apresentado o acordo entre Portugal e a Comissão Europeia em busca de investimentos para empresários em terras portuguesas. “Leva-se cerca de 2,5 dias para abrir uma empresa”, pontuou, elencando alguns dos motivos. Realizado em 5 de junho, o evento, que contou com a presença da consulesa de Portugal na Bahia, Nathalie Viegas, teve o apoio dos conselhos de Comércio Exterior (Comex) e de Jovens Lideranças Industriais (CJLI) da FIEB, além do Centro Internacional de Negócios (CIN).

Bahia Indústria 21


Uma porta para o primeiro emprego Lei da Aprendizagem contribui para inserção de jovens no mercado de trabalho Por marta Erhardt

J

ovens com idade entre 14 e 24 anos encontram na Lei da Aprendizagem um caminho para o primeiro emprego. No período de janeiro a abril de 2017, mais de 143 mil novos contratos de aprendizagem foram firmados em todo o país, segundo levantamento do Ministério do Trabalho. A Bahia é o sétimo estado brasileiro e líder no Nordeste em número de contratações de aprendizes, com 6.323 contratos até abril. O ranking é liderado por São Paulo (37,6 mil), seguido por Minas Gerais (17,7 mil), Rio Grande do Sul (12,9 mil), Santa Catarina (12,1 mil), Rio de Janeiro (10,3 mil) e Paraná (8,5 mil). Os dados do Ministério do Trabalho mostram que os setores que mais contrataram nos quatro primeiros meses deste ano foram: indústria de transformação (43,7 mil contratos), comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (32,5 mil), saúde humana e serviços sociais (com 15,5 mil) e outras atividades de serviços (11,6 mil). Desde janeiro de 2016, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA) passou a apoiar empresas baianas (exceto indústrias) com o serviço de Jovem Aprendiz, oferecendo o curso de assistente administrativo. Atualmente o serviço é oferecido em Salvador e Região Metropolitana, com previsão de ampliação até o final de 2017. No total, o curso tem carga horária de 1792 horas, aliando teoria e prática ao longo de dois anos. Além do conteúdo metodológico exigido pelo Ministério do Trabalho, o serviço engloba capacitações do programa Foco na Carreira. O objetivo é orientar os jovens sobre planejamento de carreiras, promovendo o autoconhecimento e contribuindo para o desenvolvimento profissional. “Nos preocupamos com a formação comportamen22 Bahia Indústria

betto jr./coperphoto/sistema fieb

tal dos jovens, por isso focamos também em conteúdos como ética, comportamento no ambiente de trabalho e relacionamento interpessoal”, ressalta a gerente de Desenvolvimento de Carreiras do IEL, Edneide Lima. Ela pontua que o processo de acompanhamento do IEL também observa o desempenho dos jovens neste aspecto. Aprendiz na Viação Jequié Cidade Sol, empresa de transporte intermunicipal de passageiros, fretamento e carga desde janeiro de 2016, Jéssica Ferreira se diz realizada com a oportunidade. “Está sendo maravilhoso, pois a gente consegue adquirir conhecimentos práticos no ambiente de trabalho e também a parte teórica no IEL, onde aprendemos conceitos da área”. A atuação na área de serviços ad-

ministrativos despertou na jovem o interesse em prestar vestibular para o curso de administração. Jéssica também levou o conhecimento adquirido no curso para a vida pessoal. “Aprendi que para ter sucesso é preciso criar metas e ter planejamento. Por isso, comecei a traçar metas e planejar o futuro. Foi assim que me organizei para tirar a carteira de habilitação. Comecei o processo com prazos estipulados e orçamento disponível”, relata. Mais do que uma obrigação, algumas empresas já enxergam a Lei da Aprendizagem como uma oportunidade para identificar, formar e reter talentos. É o caso da Viação Jequié Cidade Sol, onde 12 aprendizes foram efetivados. “Nossa experiência é excelente. Os aprendizes que se destacam


SENAI atende demanda da indústria

e estão alinhados com os valores da empresa saem na frente quando surge uma oportunidade de efetivação”, relata o gerente da unidade de Jequié, Cícero Damião Menezes. Outra empresa que também conta com o apoio do IEL para contratação de aprendizes é a Notus Gestão. “O grupo é muito bom, com jovens motivados e proativos. Eles têm contribuído para o ambiente de trabalho e para a produtividade da empresa. Quando a seleção é assertiva, a probabilidade de ter um bom funcionário e reter este talento é maior”, avalia a gerente administrativa da empresa, Solimar Miranda. Os interessados em participar dos processos seletivos para Jovem Aprendiz devem se cadastrar pela internet, no site do IEL-BA (www.fieb.org.br/iel) e acessar o campo seleção de profissionais. SOBRE A LEI A Lei 10.097/2000 obriga organizações de médio e grande portes a empregar entre 5% e 15% de aprendizes em relação ao seu quadro de funcionários, em funções que demandem formação profissional.

Cícero Damião e Jéssica, da Viação Jequié Cidade Sol

Outra instituição do Sistema FIEB que qualifica os jovens aprendizes é o SENAI-BA. A entidade oferece cursos gratuitos de aprendizagem industrial básica, com atuação em todo o estado, visando atender a demanda das indústrias no cumprimento da cota de jovem aprendiz. “Um dos diferenciais dos cursos de aprendizagem é a visão prática que eles oferecem. Através das oficinas, dos laboratórios, dos equipamentos e da tecnologia disponível, possibilitamos aos jovens uma maior aproximação da realidade da indústria”, destaca a coordenadora dos programas de gratuidade e dos projetos sociais do SENAI-BA, Ana Valéria Scavuzzi. Quatro vezes por ano, o SENAI publica edital para acesso às turmas de aprendizagem. Antes de abrir inscrições para a comunidade, é disponibilizado um prazo para as empresas reservarem vagas e indicarem seus aprendizes. As empresas também podem optar por selecionar e contratar os jovens convocados no processo seletivo. O portfólio engloba mais de 40 cursos de aprendizagem industrial básica, como assistente de produção, caldeireiro, pedreiro de edificações, soldador, auxiliar de operações logísticas e eletricista industrial. Outra oportunidade de acesso se dá com as turmas de aprendizagem básica de entradas intermediárias, que ocorrem durante todo ano, com possibilidade de acesso mensal. Neste caso, as empresas podem encaminhar seus aprendizes no decorrer do curso. Além disso, a partir da demanda das indústrias, o SENAI-BA também oferece turmas fechadas, a qualquer tempo, com jovens indicados pelas empresas. Nesta modalidade, pode ser atendida uma empresa ou um pool de empresas. Mais informações: www.fieb.org.br/senai. 

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Regras mais transparentes nas relações de trabalho Coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas da FIEB destaca os principais avanços assegurados pela nova legislação Por patrícia moreira

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marcelo gandra/coperphoto/sistema fieb

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cada ano, a Justiça do Trabalho brasileira recebe aproximadamente quatro milhões de ações. De forma comparativa, os Estados Unidos têm em torno de 100 mil ações trabalhistas, o Japão cerca de duas mil, e a França perto de 70 mil por ano. O número expressivo, na avaliação do coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (CRT-FIEB), Homero Arandas, evidencia a necessidade de revisão do sistema trabalhista brasileiro, caraterizado por uma legislação excessiva e ultrapassada. Nela, destaca Arandas, os trabalhadores são vistos como hipossuficientes e os sindicatos têm pouco espaço para negociar condições de trabalho de interesse da categoria que representam. Outro problema que ele aponta são as interpretações divergentes dos tribunais e de órgãos de fiscalização no campo do trabalho. São fontes adicionais de conflitos, que aumentam a insegurança jurídica e fragilizam as relações empregatícias no país. Em valores, isto representa, na Justiça do Trabalho, um custo anual de R$ 20 bilhões e a mobilização de 50 mil funcionários para realizar os julgamentos, sendo que fica pendente a cada ano uma quantidade residual de 3 a 4 milhões de processos. A consequência para o país é a elevação dos custos trabalhistas, a queda da produtividade e a ampliação da insegurança jurídica, que inibem ainda mais a atração de investimentos e a geração de empregos.


Homero Arandas comemora aprovação da proposta de Reforma Trabalhista

Com a aprovação da Lei de Modernização Trabalhista, que entra em vigor em novembro, a expectativa é que boa parte destes conflitos sejam sanados, com ou sem a participação dos sindicatos, e as relações de trabalho no Brasil ingressem em uma nova fase. O setor produtivo espera que a nova legislação traga mais segurança jurídica, prestigie as negociações, assegure benefícios para o trabalhador e crie novas alternativas de formalização de empregos (com os direitos trabalhistas e previdenciários previstos em lei), reconhecendo novas formas de trabalho e práticas alinhadas com a realidade do mercado nos tempos atuais, a exemplo de trabalho intermitente, por em tempo parcial ou em home office (trabalho em casa). conquistas Um dos principais ganhos que o coordenador do CRT aponta é a oportunidade de melhorar o diálogo entre patrões, empregados e as instituições sindicais que, segundo ele, ganharam, nos últimos anos, força e competência

para negociar condições adequadas para sua base de representação. “Por que não negociamos mais em vez de ir buscar a arbitragem da Justiça de Trabalho e esperar por um período médio de solução de 5 a 7 anos? A melhor forma de se resolver um problema trabalhista é conversando e a nova lei trabalhista reforça esta prerrogativa”, pontua. O coordenador lembra ainda que a nova Lei não altera direitos básicos, assegurados na Constituição Federal e na Consolidação das Leis Trabalhistas, como os depósitos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, férias, salário-família, 13º, repouso semanal remunerado, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, aposentadoria, proteção do mercado de trabalho da mulher, licenças maternidade e paternidade. Homero Arandas acrescenta também que a Reforma Trabalhista mantém a prevalência dos acordos coletivos em relação à lei em pontos específicos e traz segurança jurídica ao processo de terceirização, oferecendo ainda maior proteção aos 13 milhões de trabalhadores que atuam nesta modalidade em empresas de prestação de serviços. Para o coordenador do Conselho de Responsabilidade Social da FIEB (Cores-Fieb), Marcone Andraos, a Reforma Trabalhista não elimina direitos do trabalhador, cria mecanismos que favorecem a criação de novos postos de trabalho e contribui para fortalecera gestão, além de estimular a comunicação empresário/ empregado e a negociação. “Tudo isso contribui para gerar relações de trabalho amigáveis, promovendo responsabilidade social nas empresas”, acrescenta. 

Reforma Trabalhista: Tire suas dúvidas A nova legislação vai reduzir ou revogar o 13º salario? Não, o que se poderia negociar é a forma do pagamento do 13º. Por exemplo, em seis parcelas ou no de aniversario do empregado. As empresas deixam de recolher o FGTS ou o INSS? Não, além de estes benefícios não poderem ser

negociados, a proposta discutida no Congresso Nacional não altera artigo algum das leis do FGTS e da seguridade social. Haverá redução do período de férias? Não, todo trabalhador tem 30 dias de descanso garantidos. Mas, se for da vontade do empregador, ele poderá dividir as férias em mais de um período.

O trabalhador perde o direito ao horário de almoço? Não, pois todo trabalhador tem direito a, pelo menos, uma hora de intervalo. Mas, se quiser almoçar em 40 minutos, por exemplo, e sair 20 minutos mais cedo, ele poderá. A jornada de trabalho passará a ser de 12 horas? Não, a Constituição já

limita a jornada de 8 horas e duração normal de 44 horas semanais. Mas a negociação permitirá horários flexíveis, dentro desses limites. O empregador pode pagar menos que o salário mínimo? Não, o salário mínimo é nacional e fixado em lei. Assim, o valor mínimo/ hora não pode ser negociado, nem que haja compensação

com outros valores ou benefícios. O empregador pode reduzir ou não conceder licença maternidade? Não, toda mulher tem direito a 120 dias de licença remunerada, que podem ser tirados a partir do último mês de gravidez. No setor privado, nas empresas inscritas no Programa Empresa Cidadã, a licença é de 180 dias.

Fonte: Portal da Indústria

Bahia Indústria 25


Educação e mediação de conflitos foi tema debatido em evento do SESI SESI realiza terceira edição da Série Diálogos de Educação para discutir o papel das instituições e sua relação com a escola

» Escola, Ministério Público e Conselho Tutelar: o diálogo por uma educação de qualidade, foi o tema do encontro, que reuniu profissionais, gestores públicos e especialistas

SESI reuniu profissionais de vários segmentos na FIEB

A

escola é ambiente de aprendizado, mas também, por ser espaço de interação social, acaba se tornando um espaço de conflito, no qual a mediação e o diálogo acabam sendo ferramentas preciosas no engajamento de todos em torno do processo educacional. Foi pensando neste contexto que o Serviço Social da Indústria (SESI Bahia) promoveu, no dia 8 de junho, em Salvador, a terceira edição da Série – SESI Diálogos de Educação. Com o tema Escola, Ministério Público e Conselho Tutelar: o diálogo por uma educação de qualidade, o encontro reuniu profissionais, gestores públicos e especialistas com o objetivo de proporcionar a troca de ideias e experiências sobre o tema. O evento foi aber-

to pelo superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, que ressaltou a pertinência da temática em um momento em que a sociedade brasileira e mundial assiste a mudanças e a um crescente empoderamento do indivíduo. Segundo Armando Neto, o indivíduo, “enquanto ser livre, exige cada vez mais respeito às suas origens, etnias, gênero e credo e a educação tem a responsabilidade de atender a estas demandas”, destacou. Ele ressaltou, ainda, que está em curso um processo de revisão do papel da escola e que, para o alcance dos objetivos que se pretende, é fundamental que haja um aprimoramento do diálogo entre os diversos agentes que compõem a estrutura educacional e a sociedade. “Daí por que

Beto Júnior/Coperphoto/Sistema FIEB

26 Bahia Indústria

o SESI não poderia ficar de fora deste debate”, arrematou. Para discutir a temática O olhar da escola e seus atuais desafios, o SESI convidou a diretora-geral do Colégio Antonio Vieira, Mariângela D'Almeida Risério, e a diretora da Escola SESI Djalma Pessoa, Cristina Silva Andrade. O tema O papel do MP e os programas de suporte às escolas foi debatido por Maria Pilar Cerqueira Maquieira Menezes, promotora de Justiça, do Ministério Público do Estado da Bahia. Já a discussão sobre O papel do Conselho Tutelar, reuniu Sheila Alban, secretária executiva do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e o conselheiro tutelar Renildo Barbosa. Ao final das manifestações individuais, foi promovido um amplo debate, sob a mediação de Solange Novis Ribeiro, especialista do SESI e responsável pela organização do evento. De acordo com Solange, o objetivo do SESI foi evidenciar os papéis inerentes a cada instituição e fortalecer a perspectiva de rede de garantia do direito à educação no contexto da sociedade contemporânea e democrática. “Também foi nossa intenção evidenciar como as atuações articuladas podem potencializar na prevenção e no enfrentamento de conflitos e para tratar das possibilidades de diálogo entre Escola, Ministério Público e Conselho Tutelar, por uma educação cidadã de qualidade”, acrescentou. 


José Paulo Lacerda / CNI

Destaques em inovação Empresas baianas Engpiso e BMD Têxteis foram vencedoras em premiação nacional

D

uas empresas baianas foram vencedoras do Prêmio Nacional de Inovação, iniciativa capitaneada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae). No total foram 18 empresas vencedoras com 19 premiações. O anúncio das vencedoras aconteceu em solenidade realizada em São Paulo, em 26 de junho. A Bahia se destacou com a Engpiso, premiada na modalidade micro e pequena empresa, na categoria Inovação Organizacional e com a BMD Têxteis, vencedora entre as médias empresas, na categoria Gestão da Inovação. As duas empresas baianas são apoiadas pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA) na gestão da inovação e adotaram a tecnologia JOIN – Jogo da Inovação, desenvolvida para sistematizar a gestão da inovação em empresas de todos os portes. “Ficamos muito orgulhosos por apoiar as empresas baianas e contribuir com a Tecnologia JOIN. Os exemplos baianos são inspiradores e mostram que é possível inovar mais e de forma sistematizada, independente de porte e segmento da empresa”, avalia a gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL, Fabiana Carvalho.

reconhecimento Empresa de pisos e revestimentos especiais que investe em inovação com foco na sustentabilidade, a Engpiso já havia figurado entre as finalistas do Prêmio Nacional de Inovação em outras duas oportunidades. Nesta edição, concorreu na modalidade micro e pequena empresa, nas categorias Inovação de Processo, Inovação Organizacional e Gestão da Inovação. “A premiação veio coroar o trabalho desenvolvido por toda a nossa equipe e também mostra que a nossa estratégia de sistematização da gestão da inovação é assertiva”, pontua o diretor da empresa, Raymundo Dórea. Ele também destacou o apoio recebido de instituições parceiras, como IEL, FIEB, Sebrae, Senai e Fapesb. Já a BMD Têxteis, associada ao Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem do Estado da Bahia (Sindifite-BA), foi pioneira na indústria de desenvolvimento

de tecidos técnicos do Nordeste, utilizados como matéria-prima na fabricação de lonas sintéticas para toldos, coberturas, persianas, roupas de segurança, filtros industriais, calçados, sacolas e brindes. “Foi o reconhecimento de um árduo trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 10 anos. A BMD criou seu Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em 2008 e, de lá para cá, o cenário nos mostrou que a inovação seria uma questão de sobrevivência. O mercado foi tomado por produtos asiáticos e essa concorrência acirrada fez com que mergulhássemos na inovação como forma de diferenciação”, destaca o gerente de negócios da BMD, João Paulo Cardoso. O Prêmio Nacional de Inovação destinou às empresas ganhadoras um total de R$ 900 mil pré-aprovados no Edital de Inovação para a Indústria. A solenidade de entrega da premiação contou com a presença do vice-presidente da CNI, Paulo Afonso Ferreira; do diretor-presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos; do 1º vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois e do empresário Adalberto Coelho, que integra o Conselho de Representantes da FIEB. 

Raymundo Dórea, da Engpiso (C); e João Paulo Cardoso, da BMD Têxteis (detalhe)

“Os exemplos baianos são inspiradores e mostram que é possível inovar mais e de forma sistematizada, independente de porte e segmento da empresa” Fabiana Carvalho, gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL Bahia Indústria  27


indicadores

Números da Indústria

Bahia teve forte queda na produção Retração de 7,9% no acumulado do ano mostra que ainda há um longo caminho rumo à recuperação

S

ão Paulo, Pará, Bahia, Pernambuco e Goiás foram, nesta ordem, os estados com o pior desempenho na produção física da indústria de transformação, no mês de abril, em relação a igual período do ano passado. A Bahia registrou queda de 8% na produção industrial. Somente São Paulo (-8,1%) e Pará (-8,6%) apresentaram redução ainda maior. No Brasil, houve retração de 5,7%. Somente o estado do Amazonas apresentou expansão na produção (9,4%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), realizada pelo IBGE. No acumulado do ano (janeiro-abril), a produção da indústria de transformação brasileira apresentou queda de 1,8%, em relação a igual período de 2016. Na Bahia, o resultado foi ainda mais dramático, com redução de 7,9%, o pior registrado em todos os 14 estados pesquisados, de acordo com a pesquisa mensal do IBGE. O segundo pior resultado foi registrado no Pará (-4,2%). No sentido contrário, Amazonas (3,7%), Santa Catarina (3%), Goiás (2,6%), Rio de Janeiro (2,5%), Pernambuco (2,3%), Paraná (2,1%), Espírito Santo (1,1%) e Rio Grande do Sul (0,4%) apresentaram crescimento. Os números anualizados – período compreendido por maio/2016-abril/2017 em comparação com maio/2015-abril/2016 – também não trazem boas notícias: a PIM-PF caiu 3,7% no Brasil e 7,6% na Bahia, novamente o estado com pior desempenho. Nenhuma unidade da federação ostentou no período

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resultado positivo (em Santa Catarina a indústria de transformação permaneceu estagnada). E tudo indica que nos próximos meses a tendência é a de o setor continuar patinando. SEGMENTOS EM QUEDA A explicação para a elevada queda de 8% registrada em abril na produção física da indústria de transformação da Bahia está no desempenho muito ruim de segmentos importantes da economia estadual. Podem ser citados: Refino de petróleo e biocombustíveis (-12%), Metalurgia (-48,3%), Equipamentos de informática (-85,2%) e Minerais não metálicos (-7,1%). Se a indústria de transformação teve desempenho ruim, o setor extrativo mineral foi ainda pior: queda de 9,2% no mês, em relação a igual período de 2016. Os poucos segmentos que registraram elevação na produção foram insuficientes para mudar o resultado do mês: Veículos automotores (alta de 15,5%), Celulose e papel (1,4%) e Couro e calçados (9,4%).

No acumulado do ano (janeiro-abril) a produção industrial da Bahia foi impactada pela queda de 16,4% na produção de Refino de petróleo e biocombustíveis, e pelas fortes retrações registradas na Metalurgia (-40,8%) e em Equipamentos de informática (-73,5%). Nem os excelentes resultados de alguns importantes segmentos – Veículos automotores (17,3%), Couro e calçados (12,9%) e Bebidas (5,8%) – conseguiram impedir a queda no estado. No período, a produção do setor extrativo mineral encolheu 12,6%. No resultado anualizado, a queda de 7,6% na produção da indústria de transformação baiana foi influenciada pelo desempenho extremamente negativo nos segmentos de Refino de petróleo e biocombustíveis (-21,4%), Metalurgia (-20%), Equipamentos de informática (-43,9%) e Minerais não metálicos (-7,8%). Cabe registrar, porém, os bons desempenhos nos segmentos de Couro e calçados (11,8%), Veículos automotores (10,4%) e Bebidas (7%). 


bahia: pim-pf de junho 2017

Variação (%)

Setores abr17/abr16 Jan-abr17/ mai16-abr17/ Jan-abr16 mai15-abr16

Indústria de Transformação Refino de petróleo e biocombustíveis Produtos químicos Veículos automotores Alimentos Celulose e papel Borracha e plástico Metalurgia Couro e Calçados Minerais não metálicos Equipamentos de Informática Bebidas Extrativa Mineral

-8,0 -7,9 -7,6 -12,0 -16,4 -21,4 -0,8 1,7 1,9 15,5 17,3 10,4 -4,9 -4,1 2,3 1,4 -3,4 0,0 -5,5 -2,6 -3,6 -48,3 -40,8 -20,0 9,4 12,9 11,8 -7,1 1,7 -7,8 -85,2 -73,5 -43,9 -1,6 5,8 7,0 -9,2 -12,6 -22,0

Fonte: IBGE; Elaboração FIEB/SDI

bahia: produção física da indústria de transformação (2015-2017)

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2015-2017) 115 110 105 100

2015

95 90 85

2016 2017

80 75

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

70

FONTE: IBGE; Elaboração FIEB/SDI. NOTA: Exclusive a Indústria Extrativa Mineral; BASE = 100 (Média 2012) FONTE: IBGE; ELABORAÇÃO FIEB/SDI. NOTA: EXCLUSIVE A INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL; BASE = 100 (MÉDIA 2012)

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painel joão alvarez/Coperphoto/Sistema FIEB

Desenvolvimento de carreiras

Técnica do IEL dá orientações sobre carreiras

Salvador vai sediar, no próximo dia 18 de agosto, o Workshop de Carreiras, evento voltado para estudantes de nível médio, técnico e superior, que buscam oportunidades para se desenvolver no mercado de trabalho, além de profissionais da área de Recursos Humanos. Uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA), o evento gratuito vai oferecer palestras, oficinas e mesas de coaching para atendimentos individuais.

Panificação e confeitaria: encontro de tendências Tendências de mercado e perspectivas para o segmento de confeitaria e panificação foram apresentadas a empresários de Vitória da Conquista no Encontro de Alimentos e Panificação, em julho. O evento gratuito foi promovido em parceria pelo Centro das Indústrias do Estado da Bahia (Cieb) e Sebrae, com apoio das empresas Adinor e Bunge. A programação dos dois dias do evento englobou palestras e oficinas.

FIEB fortalecida com nova filiação A FIEB passou a contar com mais uma entidade sindical, com a filiação do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais Metálicos, Metais Nobres e Preciosos, Pedras Preciosas e Semipreciosas e Magnesita no Estado da Bahia (Sindimiba), que representa as principais indústrias de mineração.

Tim Gallwey em Salvador Considerado o precursor do coaching, ferramenta utilizada no desenvolvimento de pessoas e líderes, o norte-americano Tim Gallwey traz para Salvador a metodologia The Inner Game, criada há 45 anos e aplicada em empresas mundiais, como IBM, Apple e Coca-Cola. A palestra The inner game – A essência da liderança e do aprendizado por experiência é uma iniciativa do Sindvest-BA e será realizada no auditório da FIEB, no dia 01 de setembro. Mais informações e inscrições: (71) 3452-7571.

30 Bahia Indústria

SESI e SENAI implantam Portal da Transparência Os dados de execução orçamentária do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) estão disponíveis para consulta pública no Portal da Transparência, hospedado nas páginas do SESI e SENAI no www.fieb.org.br. Desde a década de 1990, as duas instituições publicam seus regulamentos de licitações e contratos próprios, com o objetivo de dar transparência às regras de contratação pública. Seguindo as diretrizes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os departamentos regionais das entidades assumiram o compromisso de elevar o nível de transparência de sua gestão e de ampliar o conhecimento geral de suas realizações. Para isso, foi fixado o prazo de julho de 2018 para conclusão da implantação do Portal da Transparência. A iniciativa é liderada pela CNI, que irá concentrar as informações de todos os departamentos regionais no Portal da Indústria.

Sindifite representa a Bahia na Abit O setor têxtil baiano passou a ter maior representação junto a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). O presidente do Sindicato de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia (Sindifite-BA), Eduardo Catharino Gordilho, tomou posse como membro do Conselho Consultivo da entidade, que é uma das mais importantes e representativas dentre os setores econômicos do País. A solenidade ocorreu em abril, na Fiesp.


Com o objetivo de sensibilizar profissionais de recursos humanos que atuam na indústria para a necessidade de investir em desenvolvimento corporativo e de gestão de pessoas, o SESI criou o programa Diálogos de RH, que vem percorrendo os municípios do interior. A proposta explora a metodologia do World Café, que estimula a troca de informações entre os participantes e favorece a identificação das necessidades de capacitação da indústria. Os Diálogos de RH já passaram por Salvador, Feira de Santana e Ilhéus e, no segundo semestre, vão acontecer em Vitória da Conquista, Juazeiro e Barreiras. Dois produtos do SESI são apresentados nestes encontros: as soluções de educação corporativa, com Elisabete Mercadante, e as que lidam com problemas de saúde mental, com Lidice Miranda. Confira a programação: www.fieb.org.br/sesi.

alfredo filho/Coperphoto/Sistema FIEB

ITS do SENAI Cimatec terá R$ 30 milhões O Ministério da Saúde confirmou a liberação de R$ 30 milhões para a implantação do Instituto de Tecnologia da Saúde (ITS) do SENAI Cimatec, que vai apoiar o complexo industrial e econômico da saúde na Bahia. O anúncio foi feito após reunião realizada, em Brasília, para discutir o projeto e a participação do Ministério da Saúde no seu financiamento, com a presença do ministro Ricardo Barros, do vice-governador da Bahia, João Leão, do senador Roberto Muniz e do deputado federal Cacá Leão, do secretário estadual Walter Pinheiro (Educação) e do pesquisador chefe do ITS, Roberto Badaró.

Estudantes ganham bolsa do CNPq Estudantes das escolas SESI de Barreiras e de Luís Eduardo Magalhães, conquistaram os primeiros lugares na Mostra Científica de Química da Universidade Federal do Oeste da Bahia e foram contemplados com bolsas de iniciação científica júnior do CNPq. O 1º colocado foi o Deivid Araújo, de Barreiras, com o experimento “Tornado de Fogo”. Já Gustavo Manoel e Luiza Moura, de Luis Eduardo Magalhães, que ficaram em 2º lugar, apresentaram o “Repelente natural para formigas”.

SESI é recertificado na nova versão da ISO 9001 Certificado desde 1998 na NBR ISO 9001, o Serviço Social da Indústria (SESI) na Bahia acaba de ser recertificado na versão 2015 da norma, agregando melhorias na gestão, nos negócios e nos seus processos. “Reafirmamos nosso compromisso com as mais modernas práticas de gestão, primando pela qualidade dos serviços nas áreas de Educação e de Saúde e Segurança para Indústria”, afirmou o superintendente do SESI Bahia, Armando Neto.

Wilson Andrade toma posse em comitê da ONU O presidente do Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais da Bahia (Sindifibras), empresário Wilson Andrade, é o mais novo membro do comitê consultivo do Fórum Comum de Commodities das Nações Unidas. O Fórum reúne 101 estados-membros, inclusive o Brasil, tendo como finalidade alcançar o desenvolvimento econômico e social das nações, por meio da adição de valor sustentável a commodities e suas cadeias produtivas.

Representante da FIEB, de pé, à esquerda, nas Nações Unidas divulgação

Diálogos de RH percorre o interior

Bahia Indústria 31


jurídico

Uso ilegal de marca e a presunção do dano Por Leandro de Oliveira mendonça

Leandro de Oliveira Mendonça integra a Gerência Jurídica da FIEB 32 Bahia Indústria

A Lei de Propriedade Intelectual (nº 9.279/96) é o diploma legal que rege as relações que envolvem registros de marcas, patentes e desenhos industriais, e tem, dentre os objetivos, a repressão da concorrência desleal. Já a Lei de Direitos Autorais protege as criações artísticas, literárias ou científicas (livros, pinturas, músicas, fotografias, etc.), estabelecendo critérios indenizatórios específicos. Para os casos em que fique caracterizado o uso ilegal de marca, a indenização deve observar os critérios estabelecidos na Lei de Propriedade Intelectual (LPI), e não da Lei de Direitos Autorais, como muitos confundem. É importante lembrar que, em regra, de acordo com um dos pressupostos da Responsabilidade Civil, só há dever de indenizar se restar configurada a ocorrência de algum dano. Acontece, porém, que tal disposição não é absorvida pela Lei de Propriedade Intelectual, como se pode verificar nos artigos 208, 209 e 210, que estabelecem as condições de indenização, afastando de maneira intrínseca a regra contida no Código Civil. Esse entendimento foi ratificado em recente julgado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), através de decisão unânime da Terceira Turma, indicando que para fazer jus à indenização por violação de propriedade intelectual não é necessário comprovar a existência

de má-fé por parte de terceiro que utilizou marca alheia indevidamente e, ainda, não é preciso comprovar o prejuízo suportado pelo detentor da marca. A relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, ressaltou a recorrência do entendimento do Tribunal, indicando que “o art. 209, da Lei 9.279/96 autoriza a reparação do dano material decorrente do ato de violação do direito de propriedade intelectual, não condicionando essa reparação à efetiva demonstração do prejuízo pelo titular do referido direito, até porque, na grande maioria dos casos em que há violação do direito marcário, essa prova é dificílima de ser feita”. Dessa forma, provado o simples uso indevido da marca, guardados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, estará instituído o dever indenizatório patrimonial, vez que, de maneira intrínseca, restará caracterizada a presunção do dano, tendo como um dos principais fatores os lucros cessantes decorrentes dos royalties não recebidos pelo titular da marca. Por fim, considerando a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, necessário se faz a conscientização de todos, no que se refere à proteção dos direitos de marca, haja vista a adoção de posicionamentos mais firmes dos Tribunais com atos que afetem os direitos dessa natureza, consolidando a necessidade de um comportamento mais diligente do empresariado.

Novo Programa de Regularização Tributária A MPV nº 783/17, publicada, em 31.05.17, instituiu o Programa Especial de Regularização Tributária (PERT), no âmbito da Receita Federal e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. O PERT, cuja adesão encerra em 31.08.17, abrange os débitos de natureza tributária e não tributária de pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, vencidos até 30.04.17, inclusive aqueles objeto de parcelamentos anteriores rescindidos ou ativos, em discussão administrativa ou judicial ou provenientes de lançamentos de ofício efetuados após a publicação da referida MPV.

Possibilidade de flexibilização da hora noturna Por unanimidade, a 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu a validade da fixação, por meio de norma coletiva, da hora noturna em 60 minutos e absolveu a empresa da condenação ao pagamento de horas extras a um auxiliar de produção. O TST entendeu pela possibilidade de flexibilização da hora noturna, mediante compensação no percentual do adicional noturno, que, no caso em análise, foi estabelecido em 40%.


ideias

Inclusão do Terminal Handling Charge onera cálculo do imposto de importação Por Fernando Neves e Pedro Negrão

Traduzida do inglês, a expressão THC – Terminal Handling Charge tem por significado: taxa de manuseio de carga no terminal portuário, ou seja, é o montante cobrado pela realização do serviço de movimentação do contêiner do costado do navio até a pilha onde ficará armazenado e aguardará o controle aduaneiro obrigatório. É o conhecido trabalho portuário de capatazia ou despesa de capatazia, que vem ao longo do tempo aprimorando-se, com a utilização de instrumentos e maquinários, compreendendo desde o transporte interno, carregamento, descarga, até a manipulação e conferência de mercadorias. É neste ponto que a verdadeira discussão tem início. Pergunta-se: a parcela gasta a título de THC ou despesa de capatazia faz parte do valor aduaneiro? A Receita Federal, embora manifesta contrariedade dos contribuintes, vem exigindo o Imposto de Importação incluindo em sua base de cálculo o THC recolhido na operação de importação, fundamentando-se na Instrução Normativa supramencionada. Apesar de a capatazia (ou THC) consistir em uma despesa com a movimentação das mercadorias dentro do território nacional, a Receita Federal do Brasil, por meio da Instrução Normativa n° 327/2003, passou a incluí-la no

valor aduaneiro das operações de importação. Consequentemente, este valor passou a integrar a base de cálculo do Imposto de Importação (que consiste no próprio valor aduaneiro), onerando ainda mais as operações internacionais referenciadas. Entretanto, a Instrução Normativa nº 327/2003, da Receita Federal, configura uma violação direta ao Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), do qual o Estado Brasileiro é signatário vigente, assim como desrespeita o Decreto n° 6.759/2009 - Regulamento Aduaneiro, tendo em conta que tanto o Acordo Internacional, como o próprio Regulamento proíbem a Apesar de consistir em uma inclusão, no valor aduaneiro, de despesa com a movimentação despesas que ocorrem após a chede mercadorias dentro do gada da mercadoria no porto ou aeroporto de destino. território nacional, a Receita Sob este enfoque, é possível obFederal passou a incluir a servar que a Instrução Normativa capatazia no valor aduaneiro referenciada extrapolou os limites das operações de importação do AVA e da legislação aduaneira em vigor, que regula a matéria, cuja previsão é clara no sentido de que apenas podem ser computadas as despesas até o local de importação, excluindo, consequentemente, aquelas ocorridas entre a chegada da mercadoria no porto brasileiro (atraque da embarcação) e o seu efetivo desembaraço aduaneiro. A Receita Federal, ao incluir a despesa de capatazia dentro do valor aduaneiro, acabou promovendo uma ampliação da base de cálculo do imposto de importação, majorando o tributo sem fundamento jurídico suficiente e sobrecarregando ilegalmente as empresas que realizam importações. Assim sendo, o custo com os serviços de manuseio de carga (capatazia) não pode integrar o valor aduaneiro para fins de composição da base de cálculo do imposto de importação. É nesta lógica que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem enfrentando a discussão, bem como o Tribunal Regional Federal - 4ª Região, que editou a súmula nº 92, solidificando o entendimento acerca da proibição da inclusão da despesa de capatazia na base de cálculo do imposto de importação. As empresas que recolhem a capatazia com base na Instrução NorFernando Neves mativa nº 327/2003 devem ficar atentas para não se submeter a uma e Pedro Negrão, exação ilegal, sob pena de onerar demasiadamente suas operações de Escritório importação por uma exigência da Receita Federal que carece de força Fernando Neves legal e constitucional, bem como desobedece as suas garantias inerenAdvogados e Consultores tes ao contribuinte. Bahia Indústria 33


leitura&entretenimento livros livros

exposição música

Preocupado com a falta de tempo e desânimo profissional, o filósofo Mario Sergio Cortella escreveu um livro para refletir sobre a vida profissional. A obra mostra que é importante ter um propósito. Feito para ser um guia e aliado no esforço de manter o otimismo e a prosperidade no ambiente profissional, a obra discute temáticas como “paciência na turbulência” e “sabedoria na travessia”, que estão entre os temas dos capítulos. Por que fazemos o que fazemos? Mario Sergio Cortella Editora Planeta R$ 33,90

Divulgação

Progresso profissional Não perca Palacete das Artes, até 03.09. Rua da Graça, 284, Graça. Terça a sexta, 13h às 18h; sábado, domingo e feriados, 14h às 18h. Gratuito

Três gerações no Palacete das Artes O traço artístico de três gerações de uma mesma família estão reunidos na Exposição Tríptico. São 81 peças, entre pinturas, desenhos e fotografias dos artistas Jenner Augusto, Guel Silveira e Zeca Fernandes integram a mostra, que tem curadoria de Mario Brito. A exposição propõe um diálogo com o universo cultural e o cotidiano de Salvador a partir das pinturas e desenhos de Jenner e Guel e as fotografias e esboços das paisagens urbanas pelo olhar de Zeca Fernandes.

teatro Divulgação

Cartas entre dois mestres A amizade entre Jorge Amado e José Saramago teve início quando os dois já tinham idade mais avançada e consolidada carreira literária. Este livro reúne a correspondência entre os dois mestres, entre os anos de 1992 e 1998. São cartas, bilhetes, cartões e faxes com uma rica troca de ideias sobre questões tanto da vida íntima como da conjuntura contemporânea, sobretudo a cena literária. Eles debatem sobre prêmios e associações de escritores, com especulações divertidas. O livro aproxima os leitores do universo particular dos dois amigos. Com o mar por meio – A amizade de Jorge Amado e José Saramago em cartas Companhia das Letras José Saramago e Jorge Amado R$ 59

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Palhaçaria ritmada Palhaçaria, música e teatro dão vida à história de um palhaço jardineiro que vive semeando flores e risos por onde passa. O espetáculo infanto-juvenil conta a história do habitante de um mundo nascido e regido pela música. Suas ações são embaladas por ritmos, melodias e harmonias, executadas ao vivo por duas musicistas e também pelo protagonista. Violoncelo, violão, escaleta, trompete, caixa clara são alguns dos instrumentos utilizados na composição sonora desta montagem em que música e cena caminham juntas. A montagem surge de forma despretensiosa atendendo ao desejo dos artistas de fazer dialogar a música com as artes cênicas.

Não perca Teatro SESI, sábado e domingo, às 16h, até 27/8. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia). Rua Borges Reis, 9, Rio Vermelho




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