Bahia Indústria nº 252

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Bahia

indústria Federação das Indústrias do Estado da Bahia  Sistema FIEB Ano XXiv nº 252  2018

Conectividade é a nova ordem

Tecnologia promete transformação global dos processos produtivos e impõe desafios

ISSN 1679-2645



editorial

Aos 70 anos, FIEB e SESI se modernizam

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Conectividade é marca da indústria 4.0 nº 252  2018

Nos últimos meses, a FIEB colheu duas importantes vitórias na atuação em defesa dos interesses da indústria. Após intensa mobilização, com a participação de vários de seus sindicatos, em favor da derrubada do veto do presidente Michel Temer ao Refis da Micro e Pequena Empresa, que incluiu visitas a veículos de comunicação, ida à CNI e reuniões com parlamentares da bancada baiana na Câmara Federal, o Congresso procedeu à derrubada da matéria. No último dia 09.04, o Diário Oficial da União publicou a decisão do Legislativo, de permitir a entrada em vigor do novo Refis, uma boa notícia para um universo empresarial muito afetado pela crise econômica. A segunda vitória foi em relação ao anúncio da Petrobras, de suspender a operação das plantas da Fafen na Bahia e em Sergipe. Após forte mobilização da Federação, com apoio de parlamentares e do governo baiano, a estatal resolveu adiar por 120 dias o processo de “hibernação” da empresa. A luta, agora, é para encontrar uma solução de mercado que permita a continuidade da Fafen, conforme destacou o presidente da FIEB, Ricardo Alban, ao presidente da República, Michel Temer, ao ser empossado na presidência da FIEB e do CIEB, dia 6 de abril, no SENAI Cimatec, depois de ser homenageado pela Câmara de Vereadores e pela Assembleia Legislativa da Bahia. É evidente que, sozinha, a FIEB jamais teria obtido sucesso nas duas frentes. Ela atuou com apoio da CNI, de demais Federações da Indústria, bem como de parlamentares baianos; ou em conjunto com entidades parceiras como Sebrae e Fecomércio. Ambas as vitórias tiveram sabor especial, uma vez que ocorrem quando a FIEB e o SESI completam 70 anos de atividades, ofertando apoio técnico e atuando na defesa institucional da indústria baiana. São entidades com amplo histórico de serviços prestados ao desenvolvimento econômico e à competitividade industrial, mas que não se acomodam com os resultados colhidos. Por essa razão, investe vigorosamente na qualificação de seus quadros e dos serviços que presta. E, de olho nos desafios futuros, se prepara para apoiar na Bahia o advento da indústria 4.0, nova fronteira da produção, considerada por muitos a quarta revolução industrial. Nesse processo, a convergência de tecnologias como internet das coisas, robótica avançada, Big Data e inteligência artificial, abrirá um amplo leque de possibilidades e de oportunidades. O Sistema FIEB está atento a tudo isso e se preparando com investimentos em inovação, conforme veremos nesta edição da Bahia Indústria.

Ricardo Alban fala em sessão na Assembleia Legislativa da Bahia


Unidades do Sistema FIEB Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1200 SESI – Serviço Social da Indústria Sede: (71) 3343-1543 @Barreiras: (77) 3611-8212 @Camaçari: (71) 3627-3489 @Candeias: (71) 3418-4700 @Eunápolis: (73) 3281-6670 @Feira de Santana: (75) 3602-9705 @Ilhéus: (73) 3222-7072 @Itapagipe: (71) 3254-9900 @Jequié: (73) 3526-5518 @Juazeiro: (74) 2102-7132 @Lucaia: (71) 3879-5390 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-2080 @Piatã: (71) 3503-7400 @Retiro: (71) 3234-8217 @Rio Vermelho: (71) 3616-7064 @Simões Filho: (71) 3296-9301 @Valença: (75) 3641-3040 @Vitória da Conquista: (77) 3201-5708 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sede: 71 3534-8090 @Alagoinhas: (75) 3182-3350/3356 @Barreiras: (77) 3612-2188 @Camaçari: (71) 3493-7070 @Cimatec: (71) 3534-8090 @Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Feira de Santana: (75) 3229-9112 @Ilhéus: (73) 3222-7070 @Juazeiro: (74) 3614-0823 @Lauro de Freitas: (71) 3534-8090 @Luis Eduardo Magalhães: (77) 3628-6349 @Vitória da Conquista: (77) 3086-8300

FIEB

VICE-PRESIDENTE - Hilton Morais Lima. 2º VICE-

PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. VICE-

-PRESIDENTE - Marcondes Antônio Tavares de

-PRESIDENTES Alexi Pelagio Gonçalves Portela Jú-

Farias. 3º VICE-PRESIDENTE - Benedito Almeida Carneiro Filho. DIRETORES EFETIVOS Antonio Silva Novaes; Arlene Aparecida Vilpert; Benedito Rosa Ribeiro; Eduardo de Sá Martins da Costa; Fagner Ramos Ferreira; Givaldo Alves Sobrinho; Jorge Robledo de Oliveira Chiacchio; Luis Fernando Galvão de Almeida; Mauricio Lassmann; Rafael Cardoso Valente; Ronaldo Livingstone Bulhões Ferreira. DIRETORES SUPLENTES Carlos Antonio Unterberger Cerentini; Cleber Guimarães Bastos; Gustavo Brandino Secco; Heitor Morais Lima; José Carlos de Almeida; Paula Cristina Cánovas Amorin; Paulo Cesar Correia de Andrade; Renata Lomanto Carneiro Müller; Sudário Martins da Costa; Wesley Kelly Felix Carvalho. CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Felipe Porto dos Anjos; Nilton Teixeira Sampaio Filho; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL - SUPLENTES Lucas Lamego Flores de Oliveira; Luiz da Costa Neto; Marcia Cristina Ferreira Gomes.

nior; Angelo Calmon de Sa Jr.; Carlos Henrique de Oliveira Passos; Eduardo Catharino Gordilho; João Baptista Ferreira; Josair Santos Bastos; Juan Jose Rosario Lorenzo; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza. DIRETORES TITULARES Ana Claudia Basilio Lima das Mercês; Cláudio Murilo Micheli Xavier; Edison Virginio Nogueira Correia; Jaime Lorenzo Piñeiro; Jamilton Nunes da Silva; João Augusto Tararan; João Schaun Schnitman; José Carlos Telles Soares; Julio César Melo de Farias; Luiz Antonio de Oliveira; Luiz Fernando Kunrath; Luiz Garcia Hermida; Paula Cristina Cánovas Amorin; Renata Lomanto Carneiro Müller; Rogério Lopes de Faria; Vicente Mário Visco Mattos; Waldomiro Vidal de Araújo Filho; Wilson Galvão Andrade. DIRETORES SUPLENTES Antonio Roberto Rodrigues Almeida; Arlene Aparecida Vilpert; Carlos Alberto Barduke; Christian Villela Dunce; Dirceu Alves da Cruz; Marcos Regis Andrade; Mauricio Toledo de Freitas; Paulo Guimarães Misk; Ricardo De Agostini Lagoeiro; Roberto Fiamenghi; Sergio Aloys Heeger; Tiago Motta da Costa

SESI Presidente do Conselho e Diretor Regional

conselhos

Antonio Ricardo Alvarez Alban.

Micro e Pequena Empresa Industrial Raul Costa

Superintendente Armando da Costa Neto

de Menezes; Assuntos Fiscais e Tributários Sérgio Pedreira de Oliveira Souza; Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Jovens Lideranças Industriais Braulio Barreto Moreira de Oliveira; Petróleo, Gás e naval Humberto Campos Rangel; Portos Sérgio Fraga Santos Faria

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Luís Alberto Breda Diretor de Tec. e Inovação

Leone Peter Andrade

Bahia

indústria Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Conselho Editorial Mônica Mello,

Cleber Borges e Patrícia Moreira. editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Íris Moreira Leandro (estagiária), Luciane Vivas (colaboração). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Coordenação

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71 3343-1280 w w w.f ieb.or g.br/ b ahia _ indu stria_online As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da FIEB.

IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Evandro Mazo

Filiada à

Diretor Executivo da FIEB

Vladson Menezes

CIEB

Superintendente Executivo de Serviços

PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1º

Corporativos Cid Vianna

Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@gmail.com / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias

IEL – Instituto Euvaldo Lodi Sede: 71 3343-1384/1328/1256 @Barreiras: (77) 3611-6136 @Camaçari: (71) 3621- 0774 @Eunápolis: (73) 3281- 7954 @Feira de Santana: (75) 3229- 9150 @Ilhéus: (73) 3639-1720 @Itabuna: 3613-5805 @Jacobina: (74) 3621-3502 @Juazeiro: (74) 2102-7114 @Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621 @Vitória da Conquista (77) 3201-5720 @Guanambi (77) 3451-6070 @Jequié (73) 3527-2331

do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@gmail.com / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@ gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos

CIEB - Centro das Indústrias do Estado da Bahia Sede: (71) 3343-1214

Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das

sistema fieb nas mídias sociais

Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com / SINDICATO DAS INDÚSTRIAS EXTRATIVAS DE MINERAIS METÁLICOS, METAIS NOBRES E PRECIOSOS, PEDRAS PRECIOSAS E SEMIPRECIOSAS E MAGNESITA NO ESTADO DA BAHIA , sindimiba@gmail.com

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sumário

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UMA VIAGEM NO TEMPO Exposição digital mostrou a evolução do Sistema FIEB e suas realizações

gilberto jr./Coperphoto/Sistema FIEB

12 COMPETIDORES DO torneio de robótica

20 POSSE DE ALBAN NA FIEB E NO CIEB

26 CAFÉ DA BAHIA ENTRE OS MELHORES

Estudantes da Rede SESI de Educação participaram da etapa Nordeste da competição, que aconteceu no SESI Retiro

Solenidade, realizada no SENAI Cimatec, marcou também os 70 anos da FIEB e do SESI com a presença de autoridades

Produto proveniente de Piatã, na Chapada Diamantina, venceu concurso nacional realizado pela ABIC

angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

valter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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Entrevista

José Pacheco

“A avaliação deve ser formativa, contínua e sistemática. Nada disso existe nas escolas” Reconhecido mundialmente pela sua visão peculiar sobre como deve ser o processo de educação e aprendizagem, especialista fez palestra em Salvador Por patrícia moreira

S

abe a passagem da história que diz que o português descobriu o Brasil lá pelos anos de 1500? Quando falamos da relação do português José Pacheco com o Brasil fica difícil esclarecer quem de fato descobriu a quem: se o Brasil a José Pacheco ou vice-versa, tamanha a troca que esta relação tem proporcionado a ambos, especialmente ao Brasil, que tem aproveitado as ideias inovadoras do professor em busca de soluções para seus graves problemas na área da educação. O fato é que, desde o início os anos 2000, quando o escritor e educador Rubem Alves conheceu e escreveu um livro dedicado à Escola da Ponte, concebida por Pacheco – A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir (Papirus, 2002) – o educador começou a visitar o país e hoje o percorre de norte a sul, de leste a oeste, compartilhando suas ideias e absorvendo outras tantas de brasileiros, seja nos livros, academias ou nas comunidades e escolas que tem a oportunidade de visitar. Para ele, o Brasil tem excelentes referências na área de educação, mas o maior problema na área educacional é a síndrome do vira-latas e a baixa estima do professor. Neste início de 2018, José Pacheco esteve em Salvador para fazer a palestra principal da Jornada Pedagógica da Rede SESI de Educação. Antes de Salvador, ele havia cumprido uma rota que incluiu Maceió, Arraial da Ajuda e Porto Seguro, sempre a trabalho. O professor, que decidiu tornar-se prefeito da pequena cidade de Vila das Aves, localizada na região do Porto, em Portugal, para fazer uma pequena revolução na educação pública, adotando novas metodologias na Escola da Ponte, concedeu esta entrevista exclusiva à Revista Bahia Indústria.

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O senhor criou há 42 anos a Escola da Ponte, em Portugal, como este projeto tornou-se conhecido no Brasil? Na realidade, eu não criei: criamos. Pois trata-se de um projeto coletivo. Uma pessoa sozinha não faz um projeto. Eu era professor e, para que a Escola da Ponte acontecesse, eu tive que ser prefeito de uma cidade. O impacto social foi muito grande. Estive na Escola da Ponte durante 30 anos, mas também ajudando muitos outros projetos em Portugal, Europa, África. Um dia, o Rubem Alves foi visitar a Escola da Ponte, ele não era conhecido em Portugal. Quando ele voltou ao Brasil, escreveu um livro: A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir, que fala da Escola da Ponte. A partir daí, muita gente começou a pedir que eu viesse ao Brasil. Qual a sua percepção sobre a educação no Brasil? Entre 2001 e 2005, andei entre o Brasil e Portugal e aquilo que encontrei foi um Brasil com um potencial extraordinário na educação, com os melhores teóricos e os melhores projetos do mundo. Mas o Brasil tem dois proble-

mas no campo da educação: a síndrome do vira-latas – que diz que tudo que é bom é o que vem de fora – e professores com baixa autoestima. Percebi que eu teria que sair da Ponte e vim para o Brasil. E aqui me convidaram para fazer projetos. Mas eu tive o cuidado de não fazer a clonagem da Ponte. Me diziam sempre: ‘venha fazer a Escola da Ponte no Brasil’. Nem pensar. Brasil é Brasil, Portugal é Portugal. E o que estas idas e vindas ao Brasil trouxeram para o senhor? Comecei a aprender não só o Paulo Freire, descobri o Lauro de Oliveira Lima, o Anísio Teixeira, o Darcy Ribeiro, o Milton Santos, o Florestan Fernandes, e por aí vai. E ajudei a realizar alguns projetos que hoje são reconhecidos como dos melhores no mundo, como a Escola Amorim Lina, em São Paulo, a Escola Campos Sales, em Nirópolis (GO), a Escola da Serra, em Belo Horizonte, a Maria Peregrina, em São José do Rio Preto. Foram vários e aconteceu que o Projeto Âncora, desenvolvido em Cotia, na periferia de São Paulo, foi considerado um dos dez melhores projetos educacionais do mundo.


O senhor continua à frente do Projeto Âncora? Hoje, não mais. Quando um projeto vai pelo seu pé, quando já é autônomo, sustentável, eu afasto-me. Eu vivo no chão da escola há 50 anos e estive no Projeto Âncora desde o início.

Betto Jr. / Coperphoto / Sistema FIEB

E atualmente, o senhor está mobilizado por alguma nova empreitada? Depois do Âncora, o então ministro da Educação Renato Janine (exerceu o cargo entre abril e setembro de 2015), convidou-me para um grupo de trabalho sobre inovação educacional e o Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia convidou-me para coordenar um projeto de coleta de dados e pesquisa sobre escolas inovadoras. Fui fazer este trabalho para Brasília. A partir daí, fui convidado pela Secretaria de

Educação do Distrito Federal para fazer um projeto em Brasília. Dois anos atrás, partimos para uma ação no Minha Casa Minha Vida na periferia de Brasília, com três mil famílias, cerca de sete mil jovens em idade escolar, sem escola, sem edifício de escola e sem dinheiro pra construir escolas. Fui então viver na capital federal, onde montamos este projeto, que vai ser a primeira comunidade de aprendizagem do mundo. Vamos fazer aquilo que eu nem posso neste momento imaginar, mas vai ser um trabalho para uns sete anos. A meta é que todo o Distrito Federal tenha o índice de desenvolvimento da educação 10, que é o máximo, e que todos aprendam e sejam felizes; que todas as comunidades se desenvolvam, desde a favela, até o condomínio classe A, que todos juntos tenham este sonho, que vai virar realidade. O senhor veio à Bahia para falar aos professores da Rede SESI de Educação, que está discutindo o processo de avaliação em sala de aula. Como o senhor pode contribuir para esta discussão? Sempre começo minhas palestras perguntando o que querem saber. Parto de uma comunicação dialógica. É o diálogo que nos leva à condição de conhecimento. Entre o eu que

"Tenho 34 livros publicados, mas isso não me serve de nada se eu não souber quais são as necessidades das pessoas"

age e o eu que pensa, algo entre eu e o objeto de estudo, entre mim e outro profissional. Trabalhei muito com a avaliação. Tenho 34 livros publicados, mas isso não me serve de nada se eu não souber quais são as necessidades das pessoas. Qual sua opinião sobre a avaliação que é praticada nas escolas? Não é avaliação. E o que seria uma avaliação? Posso dar-te umas 30 definições, mas o que posso dizer é que aquilo que está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é que a avaliação deve ser formativa, contínua e sistemática, centrada em processos. Nada disso existe nas escolas. Nas escolas brasileiras, infelizmente, o que há é classificação da nota a partir de prova e uma prova não prova nada. Nestes projetos a que eu me referi, e estão entre os melhores do mundo, não há nota. Mas o mais curioso é que, quando os alunos destas escolas têm que fazer uma prova do exame nacional, como o Enem, vestibular, ou uma seleção para ter um emprego, são os melhores. Então, é estranho, não é? Alunos que não fazem prova são os melhores? Pois é, porque eles aprenderam. O que estas experiências com educação têm trazido para o senhor? Muita aprendizagem. Tenho muita gratidão ao Brasil, porque eu me sinto útil, ajudo e aprendo. O segredo é escutar as comunidades. Depois, perceber que escolas não são edifícios, são pessoas e deve-se partir do que as pessoas são, dos seus valores, para construir para os outros, construir conhecimento e melhorar as comunidades. Bahia Indústria 7


Veto ao Refis para as MPE cai e setor produtivo comemora Empresas de micro, pequeno e médio portes poderão parcelar impostos do regime Simples vencidos até novembro de 2017

O

» Cerca de 20 mil empresas baianas devem ser beneficiadas com a possibilidade de refinanciar dívidas pelo programa federal. Em todo o país, o acesso ao Refis afetaria diretamente 600 mil empresas, de acordo com dados do Sebrae 8 Bahia Indústria

Congresso Nacional derrubou, em abril, o veto do presidente Michel Temer ao programa de refinanciamento de dívidas das micro e pequenas empresas, conhecido como Refis das MPEs. A medida dará sobrevida a milhares de empresas optantes do Simples Nacional que acumulam débitos tributários com a Receita Federal. Sem o refinanciamento, as empresas seriam excluídas do regime simplificado de tributação. Além de sair do Simples, estas empresas também teriam dificuldade de acessar linhas de crédito e financiamento, conforme destaca o vice-presidente da FIEB, Josair Santos Bastos, para quem “a queda do veto significa isonomia com empresas de outros portes”, afirmou, lembrando que, em 2017, o governo criou um Refis para grandes empresas, que somavam então dívidas de R$ 300 bilhões com o fisco. Para o presidente do Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial (Compemi) da FIEB, Raul Menezes, a decisão “vai permitir que as MPE possam parcelar o débito tributário e continuarem ativas, mesmo considerando as dificuldades geradas no período da data do veto até a efetiva implementação do refinanciamento”. Durante este período de incerteza, destacou-se a mobilização da FIEB para a derrubada do veto, que incluiu visitas aos principais veículos de comunicação baianos, uma ida a Brasília para

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Congresso derrubou veto de Temer ao programa de refinanciamento contatos com parlamentares, e o apoio recebido do seu presidente, Ricardo Alban, de Raul Menezes, e dos dirigentes sindicais Waldomiro Araújo (Sindicato do Vestuário) e Jamilton Nunes (Sindicato de Cerâmicas). “Tudo isso resultou numa vitória da micro e pequena empresa para todo o país”, comemora Nunes. “Foi um ato de justiça. Esta era uma medida necessária para mais de 600 mil empresários brasileiros que, caso o veto não caísse, iriam para a recuperação judicial, e agora poderão voltar a investir no mercado”, acrescenta o superintendente do Sebrae da Bahia, Jorge Khoury. Como fica Com a derrubada do veto, as MPEs poderão parcelar as dívidas vencidas até novembro de 2017, com redução de até 80% nos juros e de até 70% na multa, sem deixar o Simples Nacional. O prazo de parcelamento dos débitos é de até 175 meses. Para se beneficiar do Refis, as empresas terão que dar uma entrada de 5% do total devido à Receita Federal, valor que poderá ser dividido em 5 vezes, com prestações acrescidas da taxa Selic e de mais 1%. A adesão poderá ser feita em até 90 dias após a promulgação da lei, em 09.04. A redução da dívida dependerá das condições do pagamento: no pagamento integral: redução de 90% dos juros de mora (cobrados pelo atraso) e de 70% das multas; pagamento em 145 meses: redução de 80% dos juros de mora e de 50% das multas; pagamento em 175 meses: redução de 50% dos juros de mora e de 50% das multas.


circuito

por cleber borges

“Meu modelo de negócios são os Beatles. Eles se balanceavam, e o total era maior do que a soma das partes. É como eu enxergo os negócios: as coisas incríveis nunca são feitas por uma única pessoa, são feitas por um time.”

Cacau da Bahia ganha selo O Sul da Bahia está em festa, com a decisão do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), ao conceder Indicação Geográfica (IG) da região na produção da amêndoa de cacau. Com a conquista da IG, por solicitação da Associação Cacau Sul Bahia, a área passa a contar com o Selo de Origem, o que permite valorizar a produção de cacau e chocolate dos produtores locais. O Selo é concedido a lugares que são conhecidos como tradicionais produtores de um determinado produto ou serviço ou cujas características do produto, quando originário do local, são únicas. No caso do Sul da Bahia, conta toda a tradição e história em torno da produção de cacau, como, por exemplo, o modo de produção cabruca, que minimiza o impacto no meio ambiente, ajudando a manter parte da flora sem eliminar a fauna local.

Steve Jobs, criador da Apple, que revolucionou as indústrias de computadores pessoais e de smartphones

Brasil é pouco competitivo Estudo da CNI com o ranking da competitividade em 17 países de economias similares mostra que, em 2017, Brasil e Argentina ficaram, respectivamente, na penúltima e na última colocações. Apesar do resultado, o Brasil subiu do 11º para o 4º lugar no quesito disponibilidade e custo da mão de obra em 2017. O país também avançou uma posição – passou do 16º para o 15º lugar – no quesito peso dos tributos. Porém caiu em quesitos como infraestrutura e ambiente macroeconômico. O levantamento consta do estudo Competitividade Brasil 2017-2018, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria. No primeiro lugar do ranking aparece o Canadá, seguido pela Coréia do Sul, Austrália, China, Espanha e Chile.

Confiança do empresário permanece O empresário brasileiro continua confiante em relação à economia e à própria empresa. É o que revela estudo divulgado pela CNI. O indicador permaneceu estável em fevereiro, na comparação com o mês anterior, registrando leve variação de 59 para 58,8 pontos. Os números revelam que a confiança do empresário é a segunda maior desde abril de 2011, ficando atrás apenas do índice verificado em janeiro. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50 pontos mostram que os empresários estão confiantes. Em 18 de 32 setores pesquisados houve alta na confiança industrial.

Cresce a produtividade do trabalho Se a economia brasileira permanece entre as menos competitivas no conjunto dos países emergentes, no aspecto relativo à produtividade do trabalho na indústria cresceu 4,5% em 2017, em relação ao ano anterior. É o que mostra o estudo Produtividade na Indústria, da CNI, que traz o resultado da divisão do volume produzido pelas horas trabalhadas. Nos últimos dez anos, de 2007 a 2017, o indicador teve um crescimento de 8,4%. O estudo conclui que para manter os ganhos de produtividade é preciso aumentar os investimentos em inovação e capacitação nas empresas.

Bahia Indústria 9


angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

sindicatos

Diálogo da Rede Sindical é uma das ações do PDA

Programa de Desenvolvimento Associativo define ações para 2018

Encontro com especialista discute setor da construção

Iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com federações de todo o país, com o objetivo de aprimorar a atuação dos sindicatos e fortalecer seu vínculo com as indústrias, o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) chega a 2018 com fôlego para os novos desafios do ambiente sindical. Neste ano, o programa vai focar em projetos que busquem reforçar a sustentabilidade dos sindicatos e identificar um novo modelo sindical, mais próximo dos associados e com melhor divulgação dos serviços oferecidos. Estão previstas duas edições do Diálogo da Rede Sindical; quatro do Bate-papo Sindical, que neste ano será transmitido por videoconferência para todo o país; além de 13 edições do Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria. O PDA também contará com capacitações de líderes e executivos sindicais e capacitações para empresários da indústria.

Empresários do setor da construção civil conheceram oportunidades para fomentar seus negócios no Encontro com o Especialista, promovido em parceria pelo Sinduscon-BA, Sinprocim-BA e Sebrae. O encontro abordou a importância do conhecimento das normas técnicas e como ter sucesso na cadeia da construção civil e artefato de cimento. O evento também foi realizado em Ilhéus, na região sul do estado.

eleições » Novidades na área de refrigeração Engenheiros, técnicos, mecânicos e estudantes da área de refrigeração participaram de palestra promovida pela empresa Elgin, fabricante de equipamentos. Realizada no SENAI Cimatec, a iniciativa contou com o apoio do Sindratar e da FIEB.

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SINPEQ reelege diretoria

Interiorização é foco do Sindibrita

Nova diretoria do Sindpacel toma posse

A defesa de interesses das indústrias junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário é um dos focos da diretoria eleita do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos e de Petroquímicas de Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq), que tomou posse em março. O presidente reeleito, Roberto Fiamenghi, ficará à frente do sindicato até 2021. Ele ressalta que “o sindicato também atuará fortemente para assessorar as empresas associadas na implementação da nova legislação trabalhista, por meio do apoio nas negociações sindicais”.

Interiorizar as ações e ampliar o quadro de associados são prioridades para a diretoria do Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada da Bahia (Sindibrita), que tomou posse em abril para mandato até 2021. De acordo com o presidente reeleito, Fernando Jorge Carneiro, as ações vão ao encontro do projeto de interiorização da FIEB. “Queremos ir às regiões onde a indústria de pedra britada começa a se expandir, identificar carências, levar informação e qualificação da mão de obra. Para isso, contamos com o apoio da FIEB”, afirmou.

A gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da BSC – Bahia Specialty Celulose, Sabrina de Branco, assumiu, em abril, a presidência do Sindicato das Indústrias de Papel, Papelão e Celulose (Sindpacel). Ela é a primeira mulher presidente do sindicato, um dos mais antigos da Bahia, que comemora 65 anos em 2018. “A diretoria anterior trabalhou arduamente para elevar a representatividade do Sindpacel. Meu desafio é manter a boa imagem do sindicato em todas as esferas, em prol da defesa dos interesses do setor”, afirmou.


Lúcio Távora/Coperphoto/Sistema FIEB

Moveba busca novidades em feira do setor

valter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Diretores e representantes de empresas associadas integraram a missão técnica do Sindicato da Indústria do Mobiliário (Moveba) à Movelsul Brasil 2018, considerada a maior feira de móveis da América Latina. O evento ocorreu entre os dias 12 e 15 de março, na cidade de Bento Gonçalves/ RS. O grupo composto por seis empresários aproveitou a oportunidade para visitar empresas fornecedoras de componentes para o setor.

Lançado projeto para criação da Central de Negócios de Vestuário

Modelo de Atuação Articulada é ampliado Para aproximar ainda mais sindicatos e empresas, o Modelo de Atuação Articulada entre as áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria foi ampliado em 2018, com o desafio de alcançar mais sindicatos filiados. O projeto permite às entidades sindicais divulgar as soluções do Sistema FIEB à sua base de representação e conquistar novos associados. Até março deste ano, oito sindicatos faziam parte do projeto, que é uma parceria do Sistema FIEB com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a gerente de Relações Sindicais da FIEB, Manuela Martinez, a partir do momento em que se amplia o Modelo de Atuação Articulada a outros sindicatos é possível potencializar a abrangência do Sistema Indústria.

Empresários do setor no lançamento do projeto

Uma reunião no Condomínio Bahia Têxtil marcou o lançamento do projeto de criação da Central de Negócios de Vestuário da Região Metropolitana de Salvador, apoiado com recursos do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi). O programa é uma parceria entre a CNI e o Sebrae Nacional. Vinte empresas do setor farão parte do projeto, que é executado pelo IEL, em parceria com o Sindicato da Indústria de Vestuário e Artefatos de Joalheria e Bijuteria do Estado da Bahia (Sindvest) e o Condomínio Bahia Têxtil. Outra iniciativa que vai contribuir para o fortalecimento do setor de vestuário é o Arranjos e Sistemas Produtivos Inovativos Locais (ASPIL) de Confecções de Salvador, que recebeu, em março, reconhecimento do governo estadual e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Íris Moreira Leandro/Sistema FIEB

José Augusto dos Santos ministrou a capacitação

Curso apresenta lean manufacturing na prática Os conceitos relacionados à manufatura enxuta – que proporciona ganhos de produtividade e competitividade, reduzindo desperdícios – foram apresentados no curso Lean Manufacturing na Prática - Game Lean, promovido pelo Sindipeças-BA. Com carga horária de 16 horas, a capacitação foi ministrada pelo consultor especialista José Augusto dos Santos. Os participantes aprenderam na prática como funciona o sistema de manufatura enxuta, com o game lean, uma espécie de maquete que simula uma linha de produção.

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Torneio de Robótica 2018 tem recorde de competidores Representantes de seis estados participaram da 5ª edição do Torneio FLL Por patrícia moreira fotos Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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egar a estrada e percorrer mais de 1.600 Km entre São Luiz do Maranhão e Salvador foi apenas um detalhe para Maurício Melo, 16, estudante, que ao lado de mais sete colegas encarou dois dias de viagem em uma van para participar do Torneio Regional e Robótica First® Lego® League (FLL). Foi a primeira vez da equipe na competição e todos chegaram com a disposição de vivenciar ao máximo a experiência. “Não esperava que fosse tão animado. Isso é bom, porque quebra o nervosismo”, explicou o estudante, que cursa o 2º ano do ensino médio do Instituto Estadual de Educação do Maranhão (IEMA). Para o torneio, além de competir com robôs, eles trouxeram a proposta de reaproveitar a água da condensação dos aparelhos de ar condicionado para irrigar hortas e jardins. Voltaram para casa com uma premiação na bagagem: a de melhor Pit (estande) do torneio. Assim como a turma do Maranhão, marcaram presença na


etapa Nordeste da competição representantes de seis estados. Duas equipes de Sergipe, duas de Alagoas, uma de Pernambuco e uma da Bahia foram classificadas para a etapa nacional, que este ano aconteceu entre 16 e 18 de março, em Curitiba, antecedendo a etapa internacional do FLL. uso da água As equipes que representaram a região Nordeste em Curitiba são Robocamp e Robomac (AL), Robocoe e Techcoe (SE), Visão Elétronsbot (PE) e Love Tec (BA). A representante da Bahia é uma das 13 equipes do SESI Bahia na competição e é formada por estudantes da Escola SESI Reitor Miguel Calmon. O campeonato deste ano desafiou as equipes a apresentarem soluções para o uso ou reuso da água. Dentre os projetos apresentados, a Robocamp desenvolveu uma pastilha produzida com cloreto de magnésio, bicarbonato de sódio e sal do himalaia que purifica a água de poços e açudes, tornando o seu PH neutro. A etapa Nordeste aconteceu na

Escola SESI Reitor Miguel Calmon, no bairro do Retiro, em Salvador, nos dias 23 e 24 de fevereiro. Foram 39 equipes, somando mais de 300 competidores, de escolas públicas, particulares e equipes de garagem. Além do torneio, o SESI, em parceria com a Zoom, realizou oficinas de Lego abertas ao público nos dois dias do evento. O superintendente do SESI Bahia, Armando Neto lembrou que a instituição investe em diversas tecnologias e está sempre em busca da inovação. “Estamos comemorando 70 anos em 2018 e ao longo destes anos sempre buscamos inovar e isso inclui identificar novas formas de ensinar. A robótica é uma das formas de estimular o aprendizado de maneira lúdica e divertida”, destaca. A competição também foi acompanhada pela gerente de Educação, Cléssia Lobo, que ressaltou a consolidação do torneio – que este ano teve um número recorde de participantes. Ao final do evento, os competidores conheceram o tema da temporada 2018/2019: Into Orbitsm Explore viver e viajar pelo espaço. 

PRÊMIOS OFICIAIS •Desempenho do Robô TECHCOE (SE) •Design Mecânico VISÃO ELÉTRONSBOT (PE) •Programação LOVE TEC (SESI-BA) •Estratégia & Inovação MIDAS (SESI-BA) •Inspiração Equipe F5 (SESI-BA) •Trabalho em Equipe MRR-3 (BA) •Gracious Professionalism Hidra Projeto de Pesquisa •Solução Inovadora Tecnomaníacos (SESI-BA) •Apresentação NASA Champion´s Award 1º lugar – Robocamb (SESI/ SENAI-AL) 2º Lugar – Robocoe (SE) 3º Lugar – Robomac (SESI/ SENAI-AL)

Estudantes de seis estados competiram, se divertiram e torceram por suas equipes

Classificados para o Torneio Nacional 2017/2018 •Robocamb (SESI/SENAI-AL) •Robocoe (SE) •Robomac (SESI/SENAI-AL) •Techcoe (SE) •Visão Elétronsbot (PE) •Love Tec (SESI-BA) Suplentes 2017/2018 1º Suplente – Equipe F5 2 º Suplente – Nasa 3º Suplente – Hidra PRÊMIOS ESPECIAIS •Técnico Robolife - Katia e Clovis •Contra todas Adversidades Robot Friends •Estrela Iniciante Seventeam •Voluntário Destaque Djalma Neto •Juiz Jacinara Prêmio Steam - Natus Vincere PIT Destaque - IEMA

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MĂĄquinas e tecnologias conectadas marcam a nova era

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o futuro está acontecendo Empresas terão que se adaptar à nova ordem para viabilizar os negócios e assegurar competitividade Por Patrícia Moreira

cliente acessa a loja e é identificado pelo sistema graças à sua conexão de celular. Ele escolhe o produto de seu interesse e deixa a loja sem que seja necessário passar ou digitar o número do cartão de crédito para saldar a fatura, que é paga pelo aparelho de comunicação. Do outro lado, a empresa identifica imediatamente o produto retirado da prateleira e entra em operação um sistema de comunicação entre máquinas que vai ordenar a reposição do estoque sem que nenhuma ação humana seja necessária. Ficção? Nem tanto. De acordo com o professor do SENAI Cimatec Herman Lepikson, isto já está acontecendo na Amazon, a gigante norte americana de varejo. O relato serve para ilustrar uma revolução que vem tomando corpo graças ao avanço tecnológico. O conceito ainda está em construção, mas as discussões em torno da Indústria 4.0 já começam a se amplificar e a mobilizar empresas em todo o mundo. Ela é o futuro, mas, cada vez mais, bate à porta de quem busca competitividade, eficiência e produtividade nos negócios. A indústria 4.0, que nasceu aplicada à manufatura, pressupõe automação, controle, conectividade e tudo isso com o suporte da tecnologia da informação. A pressão que move as instituições a buscarem entender e promover a transformação necessária no ambiente produtivo, vem de fora. Como lembra o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Bahia), Luís Breda, “Alemanha, Estados Unidos, China e Coreia do Sul têm avançado a passos largos neste processo, acendendo o alerta nos demais mercados da economia globalizada”. Perder este bonde – ou seria bit? – signiBahia Indústria 15


Compreender e reestruturar para apoiar a indústria O diretor regional do Serviço Social da Indústria (SENAI Bahia), Luís Breda, lembra que tudo o que remete à indústria 4.0 faz pensar em fábricas inteligentes e implica em desafios. “Precisamos entender como a indústria precisa se reestruturar para realizar, por exemplo, operações em tempo real, dar respostas em tempo real, acompanhar de perto as mudanças no mercado, permitindo interferir diretamente no processo. Se a resposta for tardia, perde-se oportunidade e competitividade”, explica. O Big Data é, de acordo com Breda, o pilar deste processo, em que o volume de dados será cada vez mais robusto e não será possível tratá-los nos moldes tradicionais, mas de forma automática e dinâmica. “O Big Data permitirá traçar tendências de mercado, analisar o próprio processo produtivo para predizer o que vai acontecer em termos de falhas e desempenho. Segurança cibernética é outro pilar e preocupação”, contextualiza. “As empresas vão precisar aprofundar, estudar, entender este conceito e planejar como vão implantá-lo”, destaca o diretor, lembrando que o SENAI está estruturando um portfólio de produtos adequados a esta nova realidade. O SENAI vai também dar início a um processo de aproximação com as empresas para mostrar o que é possível realizar. 16 Bahia Indústria

Apesar de a indústria brasileira e baiana ainda não estarem vivenciando ou se preparando para adaptar os seus processos à nova ordem tecnológica, o SENAI Cimatec já desenvolve projetos voltados para a indústria nacional e soluções de baixo custo para viabilizar a implantação dos conceitos 4.0. E na avaliação de Herman Lepikson, nosso atraso não é tão grande. “Se a gente tomar as decisões certas agora, podemos fazer disso uma vantagem competitiva. Como trata-se de uma mudança estratégica, quem sair primeiro leva vantagem”, sinaliza. Para ele, a FIEB já tomou iniciativa fundamental que foi o suporte para que o Cimatec possa ter este papel de liderança, inclusive pensando já na indústria 5.0. Plataforma de SST Na perspectiva de se aproximar das empresas e de reformular o portfólio, o SESI lança ainda no primeiro semestre deste ano o SESI Viva +, um produto que vai mudar o perfil de atendimento da entidade e atender a uma demanda latente nas empresas de todos os portes. “O grande salto é em volume de atendimento. Temos a meta de ampliar em muito o atendimento ao trabalhador e oferecer um grande banco de dados a serviço das empresas e dos trabalhadores da indústria”, destaca Armando Neto.

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Mensuração de resultados e maior avanço na gestão dos processos produtivos já são realidade

fica ficar para trás e ser riscado do mapa das oportunidades. Não por acaso, a diretoria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que reconduziu Ricardo Alban à presidência para o quadriênio 2018-2022, elegeu a indústria 4.0 como o maior desafio da nova gestão. “A indústria 4.0 não é uma opção. Ela já é uma realidade e todo o setor produtivo deve estar mobilizado para que o país esteja apto a acompanhar esta nova revolução. Entendemos que inovar e fazer acontecer a indústria do futuro é um compromisso que deve mobilizar a todos e o Sistema FIEB estará preparado para apoiar a indústria”, destaca o presidente. A avaliação do superintendente Nacional do Serviço Social da Indústria (SESI) e diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi é de que já estamos vi-


vendo a revolução industrial 4.0 e que ela terá um enorme impacto. “Temos um conjunto de novas tecnologias baseadas na inteligência artificial, na digitalização, na automação, na manufatura avançada, na indústria aditiva, no Big Data. Há estimativas que determinam que 70% dos empregos serão impactados, bem como as principais cadeias de valor. E é claro que isso vai determinar novos padrões de produção e de competição nos mercados”, contextualiza. PARADIGMAS Herman Augusto Lepikson, professor da pós-graduação em Manufatura Avançada e Sistemas Integrados de Manufatura do SENAI Cimatec e pesquisador líder do Instituto SENAI de Inovação em Logística e Manufatura Avançada, observa que alguns paradigmas estão postos para este

novo ambiente produtivo. Os processos precisam ser mais inteligentes, para permitir aproveitar melhor as oportunidades de negócios; mais conectados, porque tanto as equipes quanto a cadeia de valor associado ao negócio precisam ser ágeis; mais atentos: a organização vai precisar atuar com rapidez e foco para aproveitar as oportunidades e todos precisam estar aptos a aprender continuamente para tirar proveito das experiências e testar novas possibilidades. Para que isso aconteça, Lepikson explica que é preciso traduzir tudo isso em tecnologia, mas também em uma cultura organizacional apta a absorver esta dinâmica. “Na indústria tradicional temos chefes, líderes, poucos pensantes e muitos que executam. Neste novo conceito, tudo que depende de mão o robô vai fazer. Nossas empresas ainda executam e não investem no pensar. Compartilhar dados significa pensar e agir rapidamente. Esta é a maior transformação que vem por aí”, ilustra o pesquisador. A era que se desenha para a indústria requer um conjunto de tecnologias, explica Lepikson, como o Big Data, que a partir das análises de dados vai gerar informação e consequentemente, conhecimento. O Big Data, juntamente com a robótica autônoma, são as chamadas tecnologias habilitadoras que da-

"O Big Data está como pilar deste processo. Com a manufatura 4.0 será necessário tratar dados de forma mais automática e dinâmica" Luís Breda, diretorregional do SENAI Bahia

"O SENAI Cimatec tem desenvolvido projetos relevantes e alimentado programas do SENAI Nacional e do governo brasileiro voltados à indústria 4.0" Herman Lepikson, pesquisador do Cimatec

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rão a tônica da nova ordem operacional. Neste contexto, os sistemas são integrados e as máquinas falam umas com as outras sem precisar de intervenção humana. Isso implica também em se criar máquinas cada vez mais inteligentes – internet das coisas – e também na previsão de sistemas seguros para o processamento das informações e sua guarda em nuvem, ou seja, investimentos em cibersegurança. “Para que não haja um deslocamento tecnológico é preciso dominar estas mudanças. Quem não fizer isso será deslocado”, alerta Rafael Lucchesi. E Lepikson acrescenta: “Se a gente tomar as decisões certas agora, a gente pode fazer disso uma vantagem competitiva”. O superintendente do Serviço Social da Indústria (SESI Bahia), Armando Neto, pontua que dois 18 Bahia Indústria

grandes desafios estão postos para as empresas: além do avanço tecnológico e inovação, no sentido de maior automatização, maior relacionamento com os clientes e fornecedores, outro importante desafio é o ganho de escala. “As empresas têm que encontrar formas de produzir com custos muito baixos, de maneira que possam vender em larga escala”. Mas a questão que ainda preocupa a todos é a necessidade de mudança de mentalidade. O superintendente regional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-Bahia), Evandro Mazo, cita uma pesquisa que leu recentemente e revela que o empresário brasileiro ainda não está se movimentando neste sentido e acha que vai conseguir fazer a virada para se inserir na indústria 4.0 rapidamente. “Isso é um equívoco”, alerta. Pesquisas da Confederação Na-

Volume de dados terá no Big Data a principal ferramenta para inferir competitividade

"O SENAI oferece todo um pacote voltado para a indústria mais produtiva. Mas, além disso, as empresas terão que buscar competências no seu chão de fábrica para incorporar essas tecnologias" Rafael Lucchesi, diretorgeral do SENAI


Silvio Tito/Coperphoto/Sistema FIEB

Professor Fabrício Santana com alunos do ensino médio de Feira de Santana

Formar pessoas exige mudanças em educação shutterstock

cional da Indústria (CNI) também apontam que CEOs das empresas brasileiras identificam a necessidade de fazer a virada nos seus processos produtivos, mas ainda estão praticando pouco, o que é um ponto de alerta. “O domínio de novas competências será determinante para a continuidade destas empresas no mercado”, destaca Lucchesi. Na Bahia, o processo ainda é incipiente. Herman Lepikson acredita que a iniciativa e liderança da FIEB é um importante ponto de partida para uma transformação efetiva e para ajudar a trazer esta consciência para a indústria baiana. Para isso, todas as entidades do Sistema FIEB foram mobilizadas a apresentar propostas para compor a Agenda Indústria 4.0, documento que irá balizar a segunda gestão de Ricardo Alban à frente da entidade.

A quarta revolução industrial impõe também mudanças na formação de pessoas, o que inclui o desenvolvimento de novos formatos e metodologias educacionais. De olho nestas novas configurações, e alinhado às diretrizes do Ministério da Educação, que propôs um novo currículo para o ensino médio, o Serviço Social da Indústria (SESI), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), passou a oferecer o Novo Ensino Médio na Rede SESI. No lançamento nacional do projeto piloto para o ano letivo de 2018, Rafael Lucchesi frisou que a ideia é se antecipar às demandas da sociedade diante do impacto da inteligência artificial sobre o mercado de trabalho. “Estudos apontam que 70% dos empregos serão afetados pela indústria 4.0 e o mundo inteiro está se moldando a isso”. Cinco estados estão adotando o piloto: Bahia, Goiás, Espírito Santo, Alagoas e Ceará. Na proposta do Novo Ensino Médio, o currículo é cumprido em três anos e o estudante já sai com uma formação profissional. Aluna da primeira turma, Cleane

Araújo valida a nova metodologia. “O curso está me preparando para resolver problemas e a ter um olhar diferenciado”, conta. Para o professor de física Fabricio Santana, a metodologia proporciona um amadurecimento do aluno. O ensino das disciplinas por área de conhecimento – física química e biologia integram a área de Ciências da Natureza – também trouxe ganhos. “Trabalhar por área não é fácil, mas o resultado é muito bom e os estudantes passam a entender que as disciplinas estão integradas. Esta é a grande mudança”, explica. Além do ensino médio, que vai preparar os futuros profissionais que vão atuar na indústria 4.0, o SESI também atua com educação continuada, voltada para quem já está no mercado. “O grande desafio que se coloca para o SESI é preparar os trabalhadores para esta mudança. Se o trabalhador quiser se empregar ou se manter na indústria 4.0 ele precisa se readaptar em vários sentidos”, destaca o superintendente do SESI Bahia, Armando Neto. Ele destaca que neste sentido, o SESI oferece um portfólio moderno que pode promover esta adaptação. Bahia Indústria 19


Ricardo Alban defende nova política industrial Posse na presidência da FIEB e do CIEB ocorreu com as comemorações pelos 70 anos da Federação e do SESI Por cleber borges valter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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Brasil precisa de uma nova política industrial, que devolva ao setor o seu dinamismo e que dê às regiões mais pobres – Norte e Nordeste – um tratamento diferenciado. Responsável pelos avanços tecnológicos mais impactantes, a indústria conduz ao desenvolvimento e, por essa razão, requer uma atenção especial, afirmou o empresário Ricardo Alban na cerimônia de posse na presidência da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB), no dia 6 de abril, no SENAI Cimatec. Na presença do presidente Mi-

chel Temer ao evento, juntamente com o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da FIEB e do CIEB, Ricardo Alban observou que os industriais nordestinos não deveriam pagar a instituições como o BNB e a Sudene juros superiores aos cobrados pelo BNDES, por exemplo. “Temos que tratar regiões diferentes com políticas também diferentes para diminuir os desequilíbrios regionais”, afirmou. A nova política deve incluir uma atenção maior à Embrapii (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) que precisa ser para o setor industrial o que a Embrapa representa para o agronegócio. Al-

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José Trindade entrega honraria a Ricardo Alban 20  Bahia Indústria

ban destacou, também, a necessidade de uma solução de mercado para o funcionamento da Fafen, fábrica de fertilizantes do polo de Camaçari, bem como a aprovação da Rota 2030, novo regime automotivo. ROTA 2030 SAI EM MAIO O presidente Michel Temer concordou com Ricardo Alban em sua defesa de um tratamento diferenciado para o Nordeste. “Os estados nordestinos merecem, de fato, atenção diferenciada”, afirmou o presidente. E aproveitou para anunciar que pretende concluir, em maio, o Rota 2030. “Aqui se mencionou a questão do Rota 2030. Estamos finalizando esse tema e creio que, no começo do mês que vem, nós vamos completá-lo e aprová-lo de uma vez”, prometeu o presidente. O presidente da CNI, Robson Andrade, aproveitou a ocasião para destacar avanços do governo Temer, o principal deles a reforma das leis trabalhistas, que trouxe um sopro de modernidade ao Brasil. Mas menvalter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Sessão especial em homenagem aos 70 anos da FIEB e do SESI, na Alba


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"Temos que tratar regiões diferentes com políticas também diferentes para conseguirmos diminuir desequilíbrios regionais" Ricardo Alban, presidente da FIEB e do CIEB

cionou a paralisação das tratativas visando a aprovação da reforma previdenciária. Autoridades de todo o país estiveram na solenidade. Entre elas, presidentes de 21 federações de indústria; o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge; o vice-governador, João Leão; e o prefeito de Salvador, ACM Neto. No dia 05.04, o presidente Ricardo Alban foi homenageado com a medalha Thomé de Souza, pela Câmara de Vereadores de Salvador. E, na manhã de 06.04, ele participou das homenagens aos 70 anos da FIEB e do SESI, na Assembleia Legislativa da Bahia.

Henrique Meirelles, ACM Neto, Michel Temer, Robson Andrade e João Leão prestigiaram a posse de Ricardo Alban valter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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História e arte nos 70 anos Exposição, vídeos e música marcam a posse e aniversários da FIEB e do SESI

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abe quando várias formas de arte se juntam para contar histórias? Foi o que aconteceu na comemoração dos 70 anos da FIEB e do SESI. Música, poesia, vídeos e exposição fotográfica chamaram a atenção dos convidados, ajudando a contar a história ds duas instituições. Em um palco estilizado, teve samba de mesa com o grupo Menos Um no Quarteto, com participações de Nelson Rufino, Juliana Ribeiro e Jonga Lima, que ajudaram a reproduzir o ambiente da Varanda do SESI, espaço do Teatro Rio Vermelho. Em outro ambiente, o público conferiu a música de Cláudia Cunha, Ana Mametto e Manuela Rodrigues, com Alexandre Leão, Yacoce Simões e Joceval Santana. Os visitantes foram recebidos com uma exposição digital, que resgatou a história das duas instituições e seus colaboradores. Projeções sobre o piso reforçavam o tom de modernidade, mostrando que FIEB e SESI estão antenados aos novos desafios. “As duas instituições atuam integradas e este congraçamento entre diretoria, sindicatos e funcionários demonstra isso. Estamos alinhados aos desafios da indústria 4.0”, afirma Armando Neto, superintendente do SESI-BA. [cb]

"Estamos alinhados aos desafios que a indústria 4.0 requer, com produtos em educação e em Saúde e Segurança no Trabalho" Armando Costa Neto, superintendente do SESI Bahia valter pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

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Exposição digital, shows de música popular brasileira e vídeos contando a história do Sistema FIEB encantaram os convidados

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De Alta qualidade Cafés produzidos na Bahia ganham visibilidade em concursos nacionais Por Marta Erhardt

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onhecido destino turístico da Bahia, que se destaca pelas belas paisagens e cachoeiras, a Chapada Diamantina também ganha notoriedade com a produção de cafés especiais. É desta região o vencedor do 14º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café. Com nota final de 8,62 pontos (em uma escala de 0 a 10), o microlote da cafeicultora Letícia Alcântara, produzido na Fazenda Divino Espírito Santo, no município de Piatã, venceu a disputa. O segundo lugar também ficou com a Bahia. Foi para o café cereja descascado de Antônio Rigno de Oliveira, também de Piatã, com a nota de 8,57 pontos.

A nota final é resultado da somatória da pontuação obtida no Júri Técnico, Júri Popular e no quesito Sustentabilidade da Propriedade. Neste ano, nove consumidores baianos integraram o Júri Popular, que contou com uma etapa realizada na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em parceria com o Sindicato das Indústrias de Café da Bahia (Sincafé-BA). Essa foi a terceira vez que um


café produzido na Fazenda Divino Espírito Santo conquistou o primeiro lugar no concurso da ABIC. “É um reconhecimento do nosso trabalho. Mostra que não devemos deixar de investir em cafés especiais, pois agrega valor ao produto”, comenta o produtor Michael Freitas de Alcântara, pai de Letícia de Alcântara. As duas sacas do café campeão foram arrematadas no leilão dos Melhores Cafés do Brasil - Safra 2017 pelo Grupo 3 Corações, por R$ 9 mil cada. novos mercados Produtor de cafés especiais na Chapada Diamantina há 23 anos, Alcântara acredita que além de incentivar os produtores, os concursos contribuem para abrir novos mercados. “É um chancela que abre portas. Tivemos visitas de compradores do Japão, Noruega, Alemanha e Inglaterra”, enumera. Desde 2007, ele passou a industrializar a produção e comercializa a marca própria Café Gourmet Piatã em pontos de venda diferen-

ciados em Salvador, Rio Grande do Norte, Brasília e São Paulo. E a procura pelo produto tem aumentado, com crescimento anual entre 5% e 7%, segundo Alcântara. Na avaliação do presidente do Sincafé, Antonio Roberto de Almeida, a especialização no segmento gourmet é uma possibilidade. “O assunto foi discutido no Encontro Nacional do Café e pode ser uma alternativa para as indústrias de menor porte, que têm en-

frentado dificuldade no mercado do varejo”, comenta. A produção de cafés gourmets tem aumentado no estado, segundo o diretor de Qualidade da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), José Carlos Novaes. “A Bahia tem tudo para ser o maior produtor de café de qualidade do Brasil. A produção vem crescendo muito e os concursos ajudam a valorizar o produtor”, avalia. shutterstock

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arquivo pessoal

Com experiência de mais de 35 anos como classificador, degustador e corretor de café, Novaes aponta alguns fatores que contribuem para a qualidade, como o clima e a altitude. “É maior a probabilidade de se obter melhores cafés quando o processo de colheita é manual, no qual apenas os frutos maduros são colhidos. Além disso, existem cuidados que devem ser observados na secagem, despolpamento e armazenagem”, explica. A aplicação de técnicas corretas e de boas práticas de colheita também são apontadas pelo diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Nathan Herszkowicz, como fatores importantes para a produção de cafés de qualidade. E é justamente por este quesito que o café brasileiro se destaca internacionalmente. “O café do Brasil é procurado como sendo a matéria-prima mais importante para sustentar a qualidade nos mercados mundiais. Hoje, o Brasil é o maior fornecedor de café, o maior produtor de grãos de alta qualidade e o país que tem o maior número de propriedades certificadas em relação à sustentabilidade”, destaca.

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Michael Freitas de Alcântara, da Fazenda Divino Espírito Santo

Consumo deve crescer 3,6% ao ano Apesar do cenário de crise econômica, o consumo de café no Brasil apresentou alta de 3,6% em 2017, superando a expectativa da ABIC de crescimento de 1% a 1,5%. Para 2018, a associação estima que o consumo chegue a 22,8 milhões de sacas. O diretor executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, avalia que o aumento se dá pelo fato de o café ser uma bebida de consumo diário e também pela melhoria da qualidade. “A qualidade é o motor do consumo. Quanto maior a qualidade, maior o consumo”, avalia. As perspectivas para o setor são animadoras. Pesquisa da Euromonitor International encomendada pela ABIC prevê que o consumo crescerá em média 3,6% ao ano, segundo explica Herszkowicz. “Esse crescimento faria com que, em 2021, o consumo no Brasil chegasse a 25 milhões de sacas de café, cerca de 4 milhões de sacas a mais, o que seria um resultado excelente para distribuir as safras grandes que virão nos próximos anos”. Para a indústria baiana de café, o cenário não é tão positivo. O setor tem enfrentado dificuldade diante da crise econômica e também com a seca dos últimos anos. “Nosso café tem se destacado, mas com a seca, temos tido dificuldade para obter matéria-prima de qualidade. A alternativa é buscar fora do estado, o que eleva os custos logísticos”, explica Antonio Roberto de Almeida, presidente do Sincafé. Segundo Almeida, outro fator que tem dificultado a participação das marcas locais no mercado interno é a entrada de grandes players nacionais, que oferecem produtos com preços mais baixos. “A guerra de preços dificulta a penetração das indústrias de menor porte no mercado. As grandes empresas têm maior ganho de escala, com logística e canais de distribuição mais abrangentes”, destaca, lembrando que 70% das 79 associadas ao sindicato são microempresas. 


conselhos Jefferson Peixoto /Coperphoto/Sistema FIEB

Argentina mira mercado nacional Entre os anos de 2013 e 2017, as exportações baianas para a Argentina totalizaram US$ 4,711 bilhões. No mesmo período, as importações de produtos argentinos somaram US$ 5,085 bilhões, originando um déficit comercial acumulado para a Bahia de US$ 374 milhões. Mas, se no plano estadual o resultado é favorável ao país vizinho, no plano nacional o saldo comercial pende para o Brasil, que acumulou um superávit de quase US$ 8,2 bilhões no mesmo período. Para tentar igualar a situação, a diplomacia argentina vem realizando encontros com empresários. Um deles, o Projeções e Oportunidades de Negócios: Brasil/Bahia – Argentina, promovido pelo Consulado da Argentina na Bahia, Câmara Empresarial de Comércio Argentina-Bahia (Cecab) e o Centro Internacional de Negócios da FIEB, aconteceu em Salvador. Estiveram no encontro o presidente da Cecab, Paulo Cintra, o cônsul-geral da Argentina, Pablo Virasoro, o coordenador do Conselho de Comércio Exterior da FIEB, Angelo de Sa Jr., e Gustavo Segre, diretor da Moinho Cañuelas Brasil.

Gustavo Segre, executivo argentino, fala de oportunidades

Reforma Trabalhista na Construção Civil Representantes da cadeia da indústria da construção discutiram aspectos da aplicação da Reforma Trabalhista no setor durante seminário realizado na FIEB, pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Construção da Bahia. O evento reuniu a superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Gerta Schultz, e o diretor da Secretaria de Assessoramento Jurídico do TRT/BA, João Franco Filho, que apresentaram as principais mudanças ocorridas na legislação e como os órgãos vêm atuando em relação à nova Lei. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos, coordenador do comitê, considerou que o evento foi uma “oportunidade de aprender um pouco mais sobre a complexidade das leis trabalhistas neste novo cenário”. Já o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento (Sinprocim), José Carlos Telles Soares, acrescentou que o segmento tem interesse em promover discussões sobre o tema. “Existem várias interpretações e isso precisa ser discutido”, explica. Para ele, a reforma veio favorecer o empreendedor ao garantir segurança jurídica para que continue realizando investimentos, mas também traz benefícios para o trabalhador. Jefferson Peixoto /Coperphoto/Sistema FIEB

Ao microfone, Carlos Passos comenta complexidade das leis

Valter Pontes /Coperphoto/Sistema FIEB

Embaixador sul-africano visita FIEB O coordenador do Comex da FIEB, Angelo Calmon de Sa Jr. recebeu a visita do embaixador da África do Sul no Brasil, Joseph N. Mashimbye. Acompanhado de comitiva, o representante do país africano conversou sobre oportunidades de parcerias e negócios entre os empresários do seu país e executivos baianos. Mashimbye se interessou pelas feiras comerciais realizadas no estado e em agendar rodadas de negócios. O embaixador encerrou sua agenda na Bahia com uma visita ao SENAI Cimatec.

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Por Marta Erhardt

Prêmio IEL de Estágio comemora 15 anos em 2018 Premiação homenageia boas práticas de empresas, instituições de ensino e estudantes 28 Bahia Indústria

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tapa indispensável na formação do estudante, o estágio visa à sua preparação para o mercado de trabalho. Para disseminar a importância desta ferramenta, além de reconhecer e incentivar boas práticas, foi criado o Prêmio IEL de Estágio, que completa 15 anos em 2018. Promovida pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em parceria com o Fórum de Estágio da Bahia, a premiação homenageia as empresas com melhores práticas de atração, desenvolvimento e retenção de talentos, bem como os estudantes que se destacam e as instituições de ensino que apoiam e incentivam a prática. A premiação estadual foi criada em 2004, a partir de discussões do Fórum que apontavam a necessidade de se desenvolver ações de conscientização sobre o tema. “O estágio é importante para o estudante, que tem a oportunidade de mostrar seu talento; para as instituições


prêmio traz oportunidades de rever os processos e também de compartilhar as boas práticas”. O sucesso do Prêmio IEL de Estágio foi tão grande que ele foi adotado pelo IEL em todo o país. A edição nacional reúne os vencedores estaduais de cada categoria. Desde 2007, ganharam destaque 20 finalistas baianos, entre empresas de pequeno, médio e grande portes, estagiários e instituições de ensino. No total, a Bahia ficou sete vezes em primeiro lugar nas diversas categorias.

Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

de ensino, que contribuem com o futuro profissional dos jovens; e para as empresas, que contam com profissionais qualificados capazes de transformar a realidade das organizações”, analisa a gerente de Desenvolvimento Empresarial e de Carreiras do IEL, Edneide Lima. A iniciativa também contribui para o compartilhamento de experiências positivas, na avaliação da coordenadora do Centro de Carreiras da Unijorge, Ana Rita Barros. O centro universitário foi vencedor, em 2017, entre as instituições de ensino participantes da disputa estadual. “Foi o reconhecimento do trabalho desenvolvido nos últimos anos. A participação no

A gerente do IEL, Edneide Lima (C), e os vencedores da etapa estadual de 2017

Reconhecimento O último deles foi conquistado no ano passado pela empresa Kordsa Brasil, multinacional do ramo têxtil, vencedora na categoria média empresa. A organização, que figura nos rankings das melhores empresas para se trabalhar da Great Places to Work e Você S.A, conta atualmente com 22 estagiários. O diretor de RH & TI da Kordsa Brasil S.A, Luis Carlos França, explica que o programa de estágio é estruturado para que o jovem possa ter uma experiência prática. “A gente leva o estagiário para a área de atuação, com um mentor para auxiliar em seu processo de capacitação”, conta. O tutor responsável elabora um plano de desenvolvimento do estagiário, a partir do qual são realizadas avaliações semestrais. Os estudantes também participam de projetos de melhoria contínua da empresa, conforme conta a coordenadora do programa de estágio, Isa Pinheiro. “Quando atuam nestes projetos, os estagiários exercem não só as habilidades técnicas, mas também competências comportamentais, como liderança e trabalho em equipe”. A edição nacional do prêmio de 2017 teve outros destaques da Bahia. A Sete Serviços Empresariais Trabalho e Educação ficou na terceira colocação entre as instituições de ensino técnico. Já as empresas Tecon Salvador e Lacerta Consultoria Projetos e Assessoria Ambiental ficaram em terceiro lugar nas categorias grande e micro/pequena empresa, respectivamente. Na microempresa Lacerta Consultoria Projetos e Assessoria Ambiental, o estágio é visto como um caminho para promover a inovação. “Implementamos métodos e técnicas que nasceram de projetos propostos por estagiários. Com isso, a empresa acabou se tornando uma referência na área”, comenta o sócio-diretor administrativo da empresa, Moacir Tinoco. Ele destaca, ainda, que através do estágio a Lacerta identifica profissionais promissores.  Bahia Indústria  29


painel Lideranças empresariais se reúnem para construção da Agenda Legislativa 2018

Marcos, Gabriel e João representam a Bahia nos EUA

A etapa de consulta pública para a construção da Agenda Legislativa 2018 congregou representantes de sindicatos filiados à Federação e de Conselhos Temáticos da indústria. No evento, em que foi realizado o 1° Seminário RedIndústria Bahia, foram analisados projetos de lei de interesse do setor. “Esta é uma etapa fundamental na elaboração da Agenda Legislativa, em que os principais interessados opinam e trazem novas proposições para a construção deste documento”, afirma o diretor executivo da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Vladson Menezes. Os projetos de lei em tramitação na Assembleia Legislativa que, na visão da indústria, promovem ou prejudicam a competitividade das empresas, serão publicados na Agenda Legislativa da Indústria do Estado da Bahia, elaborada pela FIEB, por meio da área de Assuntos Legislativos e Executivos da Gerência de Relações Governamentais e Sindicais. O documento será lançado no dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da Indústria.

Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

Estudantes representam a Bahia nos Estados Unidos Marcos Felipe Pereira, João Vitor Oliveira e Gabriel Negrão Morais, alunos da Escola SESI Djalma Pessoa, descobriram até onde a curiosidade e um tubo de ensaio podem levar. Marcos e João fizeram descobertas estudando a microalga Dunaliella salina, que reduz a concentração de CO2 no ambiente. Já Gabriel enxergou que cascas de laranjas podem ser insumo para a indústria farmacêutica. Eles embarcam, em maio, para os Estados Unidos, onde participam do maior evento científico pré-universitário, a Intel-Isef, que tem a participação de 78 países. Eles representam a Bahia na delegação brasileira.

IEL amplia parcerias com municípios baianos Com parcerias firmadas com quase 70 prefeituras em toda a Bahia para alocação e acompanhamento de estagiários, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA), entidade que integra o Sistema FIEB, apresentou seu serviço de estágio durante o 6º Encontro de Prefeitos, realizado no SENAI Cimatec. “No interior, o estágio nas prefeituras é uma importante oportunidade para os jovens. Esta ferramenta educacional possibilita que eles coloquem em prática os conhecimentos adquiridos e também contribuam para implementar projetos, apoiando a gestão e trazendo inovações”, ressaltou o superintendente do IEL, Evandro Mazo, que, na oportunidade, também estreitou relacionamento com prefeitos parceiros. 30 Bahia Indústria

betto jr./Coperphoto/Sistema FIEB

Estande do IEL no Encontro de Prefeitos, no Cimatec


lúcio távora/Coperphoto/Sistema FIEB

SEJA! abre perspectivas para jovens em Camaçari Jovens acima de 18 anos, residentes em Camaçari, e que ainda não concluíram o ensino médio, tiveram a oportunidade de retomar os estudos e agregar ao currículo uma formação profissional. Patrocinado pela Braskem, o Programa SEJA! – Saberes da EJA, é ministrado pelo SESI em parceria com SENAI. São 105 vagas de ensino médio profissionalizante, na modalidade EaD (a distância). Os inscritos receberão qualificação profissional como montador e reparador de microcomputadores, eletricista residencial e montador de construção a seco (drywall).

angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

competitividade da indústria petroquímica

Grupo conheceu as instalações do campus

Comitiva nacional visitou o Cimatec Representantes do Programa Conhecendo a Indústria visitaram as instalações do SENAI Cimatec. Composta por técnicos e diretores da Confederação Nacional da Indústria (CNI), representantes de ministérios e do Congresso, a comitiva foi recebida pelo diretor regional do SENAI Bahia, Luís Breda Mascarenhas, e pelo gerente de Tecnologia e Inovação do SENAI Cimatec, Daniel Motta. A visita teve como objetivo demonstrar a transparência e eficiência do Sistema Indústria, apresentando os modelos de gestão e inovação, alinhados com ações de educação, qualificação e prestação de serviços técnicos. O programa é organizado e executado pela CNI e coordenado pela Gerência Executiva de Relacionamento com o Executivo e propõe a realização de visitas de autoridades do Governo Federal às instalações do SESI e SENAI pelo país. O grupo visitou também a Escola SESI Djalma Pessoa.

Para marcar os 40 anos do Polo Industrial, o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) firmou parceria com o SENAI Cimatec para realizar um estudo sobre a cadeia química-petroquímica e apontar possíveis caminhos para assegurar o seu desenvolvimento e sustentabilidade. O convênio foi assinado pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban, e pelo superintendente do Cofic, Mauro Pereira. O estudo é patrocinado por 15 empresas vinculadas ao Cofic. O documento será entregue aos candidatos ao governo do estado.

Mauro Pereira, Ricardo Alban e Roberto Fiamenghi

CIEB promove encontros Para levantar as demandas das indústrias do interior, o Centro das Indústrias do Estado da Bahia promoveu reuniões com empresários e lideranças das regiões norte e sudoeste. Em Vitória da Conquista, o encontro teve o apoio da Associação das Indústrias de Vitória da Conquista e do Sebrae e, em Juazeiro, da Associação das Empresas do Distrito Industrial do São Francisco.

Ford Educação adota a robótica O Programa Ford de Educação para Jovens iniciou a primeira turma do Curso de Robótica que teve a aula inaugural realizada durante o Torneio First® Lego® League, realizado pelo SESI. A turma de 25 alunos do Ensino Fundamental II da Rede Pública de Camaçari vivenciou a robótica educacional. O objetivo do curso, que adota a metodologia Lego, é desenvolver, de forma lúdica, habilidades como raciocínio lógico, criatividade e trabalho em equipe. Bahia Indústria 31


jurídico

Incidência tributária sobre o crédito presumido de ICMS é definida pelo STJ Por Daniel Moreno Castillo

Daniel Moreno Castillo é advogado, especialista em Direito Tributário pela UFBA; membro da Comissão de Direito Tributário e da Comissão de Sociedades de Advogados da OAB Bahia e sócio do Lapa Góes e Góes Advogados 32 Bahia Indústria

Depois de forte divergência entre a Primeira e Segunda Turma do STJ, ambas da Primeira Seção, cuja competência envolve a estabilização de casos tributários, a Corte Superior firmou entendimento pela não incidência do IRPJ e CSLL sobre os créditos presumidos de ICMS. De acordo com a decisão no EREsp 1.517.492-PR, o crédito presumido de ICMS não integra a base de cálculo dos tributos em questão. Para a Corte Superior, o crédito presumido é dispensa de receita dos Governos Estaduais no pleno exercício das suas competências tributárias para o fomento regional, e não acréscimo patrimonial dos contribuintes. Assim como no RE 574.706, no qual o STF sedimentou que o ICMS apenas transita pela escrita fiscal e contábil dos contribuintes, sem reflexo patrimonial positivo para efeitos de faturamento, aqui o crédito presumido deste imposto não pode servir de elemento quantitativo do IRPJ e CSLL, segundo o STJ. A Corte, no entanto, limitou a aplicação deste entendimento aos benefícios concedidos com estrita observância aos requisitos legais. Tendo como prova a “guerra fiscal”, diversos benefícios de ICMS concedidos pelos Estados, incluindo a Bahia, não observa-

ram os requisitos constitucionais e legais exigidos para a sua concessão. Carece a maioria de Convênio CONFAZ, exigido pela Constituição Federal e pela Lei Complementar - LC nº 24/75. A despeito da ausência de Convênio em muitos, com o advento da LC nº 160/17 os Estados têm a oportunidade de ratificar os benefícios de ICMS que tenham sido concedidos fora dos moldes constitucionais e da LC 24/75, mediante publicação das normas instituidoras e depósito de atos concessivos. Em nosso Estado, diversos são os incentivos fiscais com crédito presumido de ICMS concedidos à indústria como o PROBAHIA, PROIND, BAHIAPLAST e o DESENVOLVE, além do crédito presumido previsto no Regulamento do ICMS/ BA para outras operações. Visando dar efetividade à LC 160 e Convênio CONFAZ 190/17, o Estado da Bahia publicará os atos normativos e listará os concessivos de benefícios a serem ratificados antes das datas previstas pela legislação (29/03 e 29/06/2018), oportunizando eventuais republicações com aditivos à lista. Com a questão jurídica estabilizada pelo STJ, mesmo os gestores mais cautelosos finalmente têm terreno firme para buscar a adequação da pesada carga tributária brasileira aos limites da lei, em busca de eficiência tributária.

PGFN regulamenta a averbação de bens Foi publicada, em 08.02.18, a Portaria da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) nº 33, que regulamenta os artigos 20-B e 20-C da Lei Federal nº 10.522/02, inseridos pela Lei Federal nº 13.606/18. Esta Portaria disciplina, dentre outros, os procedimentos para o encaminhamento de débitos para fins de inscrição em dívida ativa da União. De acordo com a referida Portaria, a PGFN poderá averbar, inclusive por meio eletrônico, a Certidão de Dívida Ativa nos órgãos de registro de bens e direitos sujeitos a arresto ou penhora, para fins de averbação pré-executória. Tais medidas entrarão em vigor 120 dias após a publicação da Portaria, que ocorreu em 9 de fevereiro deste ano.

Definidas normas para a conversão de multas ambientais Foi publicada, em 16.02.18, a Instrução Normativa nº 06, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A instrução regulamenta os procedimentos necessários à aplicação da conversão de multas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, instituída pelo Decreto Federal nº 7.179/17.


ideias

Compliance: um chamado para a ética internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta”. Em síntese, caso a empresa prove, em sua defesa, a existência de um programa de integridade que venha sendo aplicado internamenOs inúmeros escândalos vivente, de fato e não apenas formalmente, a sanção aplicável poderá ser ciados pelo Brasil, os quais troureduzida. xeram à tona atos de corrupção O programa de integridade ou, como vem sendo mais conhecido, envolvendo representantes eleitos compliance, consiste num conjunto coordenado de ações com o objetipela sociedade e interesses de parvo de prevenir condutas ilícitas. ticulares, revelaram que a ética esUma empresa deve começar seu programa de compliance pela tava cada vez mais distante do dia elaboração de Código de Ética, o qual deverá contemplar os valores, a dia das empresas. comportamentos e princípios que devem informar condutas, incluindo Assim, o clamor social apontou regras de relacionamento com o setor público e aplicável a todos os para a necessidade de uma lei que funcionários e à direção. repelisse, com veemência, atos Há de se ter em mente que o programa de compliance implica intepraticados por empresas privadas gral comprometimento da empresa no cumprimento da legislação e, nas relações com o Poder Público por isso, a necessidade de ter em seu quadro colaboradores, em todas as Tudo leva a crer que o compliance será áreas, bastante familiarizados com responsável por mudanças estruturais a ordem de valores comunicada através do seu programa de compliance. sólidas e positivas no ambiente empresarial De outra forma, considerando que acabarão por, quem sabe, deixar cada que cada empresa tem suas partivez mais esquecido o tal “jeitinho brasileiro” cularidades, um programa de compliance eficaz deve ser antecedido por levantamento minucioso da realidade da empresa, sendo certo que que se revelassem lesivos à Adnão é possível “programas de compliance de prateleira”. ministração Pública nacional ou Um programa de compliance bem-sucedido deve contar com comestrangeira: a lei nº 12.846/2013, prometimento da alta administração; identificação das principais áremais conhecida como Lei Anticoras de exposição para adoção de medidas preventivas na proporção do rupção. risco verificado; implementação de políticas e procedimentos; treinaA Lei Anticorrupção, ao prever mentos periódicos como meio de comunicar as políticas e procedimena aplicação de punições às empretos do compliance; canais de denúncia; e investigações internas, além sas pela prática de atos lesivos à de revisão periódica. Administração Pública, determiTalvez um dos maiores benefícios da lei anticorrupção tenha sido na a criação de dois cadastros: o induzir a avaliação da gestão das empresas e, assim, estimular uma Cadastro Nacional de Empresas administração pautada na ética, nos âmbitos interno e externo. Punidas (CNEP) e o Cadastro NaÉ nesse contexto que o Código de Ética e Conduta ganha ainda cional de Empresas Inidôneas e maior relevo, na medida em que pode vir a ser um importante instruSuspensas (CEIS), que dão publimento para transformação gradual da cultura empresarial, de modo cidade às sanções aplicadas às a proporcionar relações internas e externas, em especial, com o Poempresas, com base na Lei Antider Público, pautadas em padrões éticos que contribuam para nosso corrupção. processo civilizatório. É importante registrar a posTudo leva a crer que o compliance será responsável por mudanças essibilidade de abrandamento das truturais sólidas e positivas no ambiente empresarial que acabarão por, sanções quando a empresa provar quem sabe, deixar cada vez mais esquecido o tal “jeitinho brasileiro”. a existência de “procedimentos Por Marta Gomes e Irena Martins

Marta Gomes e Irena Martins integram a Gomes Martins Advogados & Consultores Bahia Indústria 33


leitura&entretenimento livros livros

exposição música

Sob a ótica junguiana Em Símbolos da Literatura, Carlos São Paulo mergulha no universo imaginário da literatura para fazer uma releitura dos personagens, traçando paralelos com símbolos da Psicologia Analítica. A obra surgiu da ideia de reunir seus artigos publicados na revista Psique e revela toda a sensibilidade e experiência de médico psicoterapeuta ao construir novas interpretações sobre símbolos da literatura, revelando sua percepção sobre a humanidade e suas singularidades.

Divulgação

Símbolos na Literatura Carlos São Paulo Ed. Gato Preto (www. gatopretoeditora.com.br) R$ 40

Os robôs vão roubar seu trabalho, mas tudo bem Com o avanço frenético das novas tecnologias, muito em breve seremos substituídos, profissionalmente, por robôs. Trata-se do “desemprego tecnológico”, fenômeno discutido em Os robôs vão roubar seu trabalho, mas tudo bem, de autoria do italiano Federico Pistono, empreendedor, pesquisador e palestrante, formado em ciências da computação e pós-graduado pela NASA. A obra explora o impacto dos avanços tecnológicos em nossa vida e dá sugestões de como evitar um possível colapso total do sistema.

Os robôs vão roubar seu trabalho, mas tudo bem Federico Pistono Editora Portfolio Penguin Livro R$ 49,90 E-book R$ 34,90

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Primavera Burlesque no MAB As mais recentes criações do artista visual Miguel Cordeiro estão reunidas na exposição Primavera Burlesque. São 50 obras que, através de cores quentes, puras e vivas, servem como metáforas para celebrar o contínuo renascer artístico e a ironia do olhar. A exposição faz parte do centenário do Museu de Arte da Bahia (MAB). O público poderá conferir a série Gauguin Delicatessen; a adaptação ilustrada de O Corvo, de Edgar Allan Poe; e objetos-esculturas que flertam com o inusitado. São trabalhos em variadas técnicas e dimensões, que transitam entre a pintura, o desenho, a colagem e a construção de objetos. Cordeiro despontou na cena cultural em 1979 com os grafites urbanos de Faustino, personagem que povoou os muros de Salvador e outras cidades do Brasil.

Não perca Museu de Arte da Bahia Av. Sete, 2.330, Corredor da Vitória, Salvador De terça a sexta, das 13h às 19h. Sábados e domingos, das 14h às 18h. Até 30.5 Gratuito (71) 3336-6081

música

James Taylor revisitado Com interpretações de hits como You’ve got a friend, Handy Man e Carolina in my mind no repertório, Eduardo Gil sobe ao palco do Teatro SESI para o show Taylor, em que revisita o músico norte-americano e intérprete da fusão do "country-gospel-rock", James Taylor. Com produção de Jonga Cunha, Eduardo Gil será acompanhado pelos músicos Duarte Velloso (violão), Parah Monteiro (guitarra), Marcos Sampaio (baixo), Jorge Brasil (bateria), Luciano Serravalle (teclados) e Ângela Velloso (back vocal), com a canja especial de Jonga na percussão.

Não perca Taylor - Teatro SESI Rio Vermelho, 27.4, 20h R$ 60 (inteira) R$ 30 (meia) (71) 3616-7064




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