Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

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Bahia

ISSN 1679-2645

Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sistema FIEB

Ano XXII nº 236 mar/abr/2015

Bahia ganha Fábrica Modelo SENAI e McKinsey inauguram primeira unidade do equipamento da América Latina



EDITORIAL

Ganho rápido de produtividade marcelo gandra/Coperphoto/sistema fieb

Os problemas da indústria nacional e os gargalos que afetam seu desempenho são velhos conhecidos. Alguns são de difícil solução, pois dependem dos agentes públicos. É o caso dos gargalos logísticos, nos quais se incluem a precariedade dos modais de transporte e infraestrutura e a alta carga tributária. Outros podem ser atacados a partir do aperfeiçoamento dos processos produtivos, com a adoção de técnicas mais modernas e a capacitação de gestores e do pessoal de fábrica. Foi por este caminho que o SENAI optou ao aceitar o convite da consultoria internacional McKinsey & Company para implantar no Brasil a primeira Fábrica Modelo da América Latina. A unidade foi inaugurada no dia 24 de abril, passando a oferecer às empresas brasileiras um método reconhecido mundialmente na obtenção de ganhos de produtividade e competitividade. Trata-se do lean manufacturing, ou manufatura enxuta, modelo que surgiu no Japão do pós-guerra, na fábrica da Toyota, se disseminou pelo mundo, evoluiu e agora está disponível também para as empresas nacionais. A McKinsey & Company já implantou a Fábrica Modelo em vários países, mas a escolha do SENAI Cimatec como parceiro desta iniciativa na América Latina diz muito sobre o reconhecimento da unidade do SENAI Bahia no cenário nacional e internacional. A unidade, que recebeu investimentos de R$ 4 milhões, permite recriar o ambiente de produção de uma indústria e aprimorar processos e modelos de gestão. A meta é transformar o processo produtivo de até 75 indústrias por ano, sendo que a McKinsey ficará responsável pelo atendimento às grandes indústrias, enquanto o SENAI Cimatec terá como público-alvo as micro, pequenas e médias empresas industriais baianas. Com a Fábrica Modelo, que permite ganhos de produtividade entre 20% e 80%, a expectativa é transformar a indústria baiana, a partir da adoção de um programa constante de melhorias e aperfeiçoamento produtivo. Outro resultado é o efeito na cultura organizacional, gerando importantes transforma-

ções no ambiente produtivo. Após um breve teste da metodologia, realizado ao longo de um mês, com duas empresas do interior do estado dos ramos de vestuário e alimentos, a Fábrica Modelo está atualmente em fase de montagem da primeira turma com oito empresas. A aplicação da metodologia se dará no período padrão de seis meses. Para viabilizar a iniciativa, o SENAI Bahia conta com um importante parceiro, que garante 80% do financiamento, deixando para a empresa 20% dos custos como contrapartida financeira. Com mais esta iniciativa, o SENAI dá um importante passo visando o fortalecimento da indústria baiana e nacional.

Leone Peter, diretorgeral do SENAI Bahia discursa na inauguração da Fábrica Modelo

A Fábrica Modelo permite ganhos de produtividade entre 20% e 80% com a adoção de um programa constante de melhorias e aperfeiçoamento produtivo


Unidades do Sistema FIEB Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato SESI – Serviço Social da Indústria Sede: 3343-1301

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Bahia FIEB

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PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

PRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

-PRESIDENTE Carlos Henrique Jorge Gantois. VICE-

Jorge Emanuel Reis Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Carlos Antonio Borges Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene Aparecida Vilpert; Benedito Almeida Carneiro Filho; Cleber Guimarães Bastos; Luiz da Costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almeida; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann; Paula Cristina Cánovas Amorim; Hilton Moraes Lima; Thomas Campagna Kunrath; Walter José Papi; Wesley Kelly Felix Carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando Suzart Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge Robledo de Oliveira Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio Carvalho Campos; Sudário Martins da Costa; CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Luiz Augusto Gantois de Carvalho; Rafael Cardoso Valente; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de Araújo Pinho Neto; Thiago Motta da Costa

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Mário Augusto

Rocha Pithon; Edison Virginio Nogueira Correia; Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES TITULARES Eduardo Catharino Gordilho; Alberto Cánovas Ruiz; Eduardo Meirelles Valente; Renata Lomanto Carneiro Müller; Leovegildo Oliveira de Sousa; Fernando Luiz Fernandes; Juan Jose Rosario Lorenzo; Theofilo de Menezes Neto; José Carlos Telles Soares; Angelo Calmon de Sa Junior; Jefferson Noya Costa Lima; Fernando Alberto Fraga; Luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitmam. DIRETORES SUPLENTES Mauricio Toledo de Freitas; Guilherme Moura Costa e Costa; Gladston José Dantas Campêlo Waldomiro Vidal de Araújo Filho; Cléber Guimarães Bastos; Jorge Catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araújo; Antonio Geraldo Moraes Pires; Roberto Mário Dantas de Farias

conselhos Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de

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Mário Augusto Rocha Pithon; Conselho de Comércio Exterior Angelo Calmon de Sá Junior; Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial Antonio Sergio Alipio; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira Lopes; Conselho de Inovação e Tecnologia José Luis Gonçalves de Almeida; Conselho de Meio Ambiente Jorge Emanuel Reis Cajazeira; Conselho de Relações Trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas; Conselho de Responsabilidade Social Empresarial Marconi Andraos Oliveira; Comitê de Jovens Lideranças Industriais Eduardo Faria Daltro; Comitê de Petróleo e Gás Humberto Campos Rangel; Comitê de Portos Sérgio Fraga Santos Faria

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Assuntos Fiscais e Tributários

Antonio Ricardo Alvarez Alban. Superintendente Armando da Costa Neto

SENAI Presidente do Conselho Antonio Ricardo A. Alban. Diretor Regional Leone Peter Andrade

Editada pela Gerência de Comunicação Institucional do Sistema Fieb Editorial Mônica Mello, Cleber Borges e Patrícia Moreira. Coordenação editorial Cleber Borges. Editora Patrícia Moreira. reportagem Patrícia Moreira, Carolina Mendonça, Marta Erhardt, Rafael Pereira, Luciane Vivas e Surenã Dias (estagiário). Projeto Gráfico e Diagramação Ana Clélia Rebouças. fotografia Coperphoto. Ilustração e Infografia Bamboo Editora. Impressão Gráfica Trio. Conselho

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA

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IEL Presidente do Conselho e Diretor Regional

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Sindicatos filiados à FIEB Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem no Estado da Bahia, sindifiteba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do tabaco no Estado da Bahia, sinditabaco@fieb.org. br / Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila e Santo Amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da Indústria de Extração de Óleos Vegetais e Animais e de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Cerveja e de Bebidas em Geral no Estado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato das Indústrias do Trigo, Milho, Mandioca e de Massas Alimentícias e de Biscoitos no Estado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da Indústria de Calçados, seus Componentes e Artefatos no Estado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia, simmeb@uol.com. br / Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olaria do Estado da Bahia, sindicerba@gmail.com / Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes e Produtos de Limpeza em geral e Velas do Estado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, Sto. Antônio de Jesus, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Resinas Sintéticas do Estado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes, Sucos, Concentrados e Liofilizados do Estado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria do Vestuário da Região de Feira de Santana, sindvestfeira@fbter.org.br / Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Cosméticos e de Perfumaria do Estado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato das Indústrias de Artefatos de Plásticos, Borrachas, Têxteis, Produtos Médicos Hospitalares, sindiplast@gmail.com / Sindicato Patronal das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região Sudoeste e Oeste da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan) siacan@veloxmail.com.br / Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) sinaval@sinaval.org.br / Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado da Bahia, sipaceb@gmail.com

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sumário mar/abr 2015 marcelo gandra/coperphoto/Sistema FIEB

16 Tecnologia de produção SENAI e McKinsey trazem para a América Latina metodologia da modelagem enxuta nos processos industriais

Fábrica Modelo, em foto de Marcelo Gandra

28 valter pontes/Sistema FIEB

angelo pontes/Coperphoto

MarcelloCasalJR/ABR

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FIEB defende projeto que regulamenta a terceirização

NOVAS CATEGORIAS

VITRINE PARA A INDÚSTRIA

Parceria do SESI Bahia com a Ford amplia fronteiras

Conheça mitos e verdades sobre o projeto de terceirização, que está em tramitação no Senado, após ter sido aprovado na Câmara dos Deputados, onde recebeu 200 emendas

Reformulado, Prêmio IEL de Estágio está com inscrições abertas até 31 de maio

FIEB realiza a primeira edição da Expo Indústria, em outubro, em Feira de Santana

SESI Bahia, que gerencia os projetos Odontomóvel Ford e o Centro de Educação Ambiental, vai assessorar a Ford Brasil na gestão dos seus projetos de Responsabilidade Social


PL da Terceirização chega ao Senado FIEB aposta no PL 4330 por entender que ele garante segurança jurídica para o ambiente de negócios e preserva direitos dos trabalhadores por patrícia moreira e cleber borges

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provado na Câmara dos Deputados, no dia 22 de abril, após receber mais de 200 emendas, o Projeto de Lei 4330/04, que regulamenta a prática da terceirização nas empresas brasileiras, chegou no dia 27 de abril ao Senado Federal para mais uma etapa de tramitação. O PL é considerado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que integra mobilização nacional coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), instrumento fundamental para a competitividade da economia e para a proteção ao trabalhador terceirizado, assegurando-lhe acesso à legislação trabalhista e a seus benefícios. “Mais de metade da indústria brasileira sairá prejudicada caso o Senado não mantenha os avanços presentes no projeto que regulamenta a terceirização, resultando em perda de competitividade ou mesmo fechamento de linhas de produção”, observa o presidente da FIEB, Antonio Ricardo Alban. O entendimento da Federação é que regulamentar é

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Sessão de votação do PL 4330/04, na Câmara dos Deputados

estimular a atividade produtiva, preservando empregos e reduzindo conflitos na Justiça do Trabalho, contribuindo para melhorar o ambiente de negócios brasileiro. O coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas (CRT) da FIEB e membro do CRT da CNI, Homero Arandas, acrescenta que, além de proteger os trabalhadores e definir as responsabilidades do tomador e do prestador de serviços, evitando a precarização das condições de trabalho, o Projeto de Lei é fundamental para assegurar a competitividade da indústria. “A terceirização é um fato no mundo atu-


Wilson Dias/Agência Brasil

al, realidade presente em todos continentes, em todas as cadeias produtivas e responsável por milhões de empregos formais”, ressalta Arandas. Diante da importância da matéria, a FIEB aderiu à mobilização nacional convocada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e agora trabalha na sensibilização dos senadores baianos em favor do PL.

INSEGURANÇA JURÍDICA Segundo a Retrospectiva PME 2003-2012, realizada pelo IBGE, os serviços terceirizados empregam 22,7% dos trabalhadores formais do Brasil. A taxa de formalização nos serviços terceirizados é a mais elevada entre as atividades avaliadas pelo IBGE na pesquisa, com 72,1% dos trabalhadores tendo carteira assinada. No ambiente das indústrias, a Sondagem Especial: Terceirização, realizada pela CNI, aponta que 70% das empresas do segmento contratam serviços terceirizados, mas 60% delas apontam a falta de segurança

jurídica como principal dificuldade ao recorrerem à terceirização. A principal incerteza enfrentada por empresas industriais que terceirizam é de ordem jurídica, decorrente de possíveis passivos trabalhistas, assinalado por 59,9% das empresas ouvidas. Em seguida, as dificuldades que mais preocupam o setor industrial são arcar com custos maiores que o esperado (43,2%) e obter do serviço Bahia Indústria  7


Wilson Dias/Agência Brasil

TERCEIRIZAÇÃO – MITOS E VERDADES O PL 4330/04 tem sido objeto de avaliações incorretas passadas aos trabalhadores e à sociedade. Veja alguns desses mitos

O PL 4330/04 retira direitos dos Trabalhadores No texto que será apreciado pelo Senado Federal, não há um único artigo que retira direitos do trabalhador. Pelo contrário, nele estão assegurados aos trabalhadores não só o cumprimento de toda legislação trabalhista como também benefícios e vantagens conquistados pelos sindicatos dos empregados da empresa contratada. Bom lembrar que a legislação trabalhista é igual para todas as empresas. E a empresa contratante terá a obrigação de fiscalizar a contratada, quanto a pagamento de salários, horas extras, 13º salário, FGTS, férias etc, sob pena de ser responsabilizada.

Haverá “pejotização” (empregados transformados em firmas individuais) O Artigo 2º., inciso III, § 2º.III impede a terceirização de pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos 12 meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se aposentados. A terceirização aprovada na Câmara inibe a “pejotização”, pois, para ser contratada, a empresa precisa: a) ser especializada, b) ter qualificação técnica; c) ter objeto social único; d) capital social integralizado compatível com o serviço a ser prestado; e e) prestar garantia de 4% sobre o valor do contrato firmado. Além disso, na relação entre o empregado da contratada e a contratante não poderão existir requisitos que caracterizam vínculo empregatício (subordinação, onerosidade, pessoalidade e habitualidade). Caso aconteça, a terceirização será ilícita e o empregado terá o vínculo de emprego com a contratante reconhecido (V. Art 4º. §1º.).

Vai ocorrer aumento dos acidentes de trabalho A legislação previdenciária, normas regulamentadoras e instruções normativas do MTE abrangem todas as empresas. Ao prestar serviços no site da empresa contratante, a contratada e seus trabalhadores terão que cumprir as orientações, normas e procedimentos de prevenção ali estabelecidos. Está assegurado, inclusive, atendimento médico/ambulatorial.

Haverá redução do emprego Pelo contrário, nos países que adotam a terceirização de forma ampla, como Canadá, Alemanha e Estados Unidos, ocorreu maior geração e formalização de empregos. Não se pode esquecer que 50% da população economicamente ativa no Brasil vivem na informalidade, sem a proteção da legislação trabalhista e previdenciária. Além disso, 12,5 milhões de trabalhadores de empresas terceirizadas não têm a proteção agora definida no PL 4330/04.

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Na Câmara Federal, a proposta recebeu 200 emendas dos deputados

contratado qualidade menor que a esperada (42,9%). Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST), são mais de 16 mil ações acumuladas naquela Corte. A aprovação de uma lei específica para regulamentar a terceirização serviria para dar segurança para as empresas e trabalhadores, propiciando melhores condições para geração de empregos e crescimento da economia brasileira.

ESPECIALIZAÇÃO A divisão de etapas produtivas para prestadores de serviços terceirizados é vista como instrumento essencial para acesso a melhores técnicas, tecnologias e eficiência, com reflexo direto no custo do produto nacional e essencial para colocar a indústria nacional em condições de competir não apenas no mercado interno, mas dentro de cadeias globais de valor. Outro benefício em relação à terceirização é que ela promove a integração de empresas no fornecimento de bens e serviços, não sendo uma simples modalidade de contratação de trabalhadores para burlar a legislação trabalhista ou reduzir custos da folha de pagamento. A Sondagem Especial: Terceirização mostra ainda que 75,2% das indústrias que terceirizam observam, de forma espontânea, se a contratada cumpre com os encargos e obrigações trabalhistas (INSS, FGTS e outros). Não há, atualmente, obrigação legal para que as contratantes garantam essa “dupla rede de proteção” ao terceirizado, mas está prevista no PL 4.330/2004, lembra Arandas. [bi]


circuito

por cleber borges

Indústria paga a energia mais cara

PIB pode cair 1,2% e a indústria 3,4%

O Brasil é o país que pratica as tarifas de energia mais caras para a indústria, conforme avaliação da Agência Internacional de Energia. Esse recorde produz reflexos negativos para a competitividade do setor industrial no mercado internacional, ressalta Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni, presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas. Isso é maléfico até para o próprio governo. Segundo avalia, o país gastou quase 50% do superávit primário por ano, em 2013 e 2014, comprando diesel, gás liquefeito e óleo combustível para não sofrer um apagão.

O quadro econômico em desaceleração levou a indústria brasileira a prever queda no desempenho da economia em 2015. O relatório trimestral Informe Conjuntural, da CNI, prevê redução de 1,2% do PIB do país e de 3,4% no PIB da indústria. A retração setorial será puxada pelas quedas de 4,4% na indústria de transformação, 5,5% na construção civil e 2,8% nos Serviços Industriais de Utilidade Pública, que incluem a produção e distribuição de energia elétrica e a captação, tratamento e distribuição de água. A queda do PIB industrial aliada ao recuo de 0,6% previsto no consumo das famílias trará uma retração de 0,4% no setor de serviços, cuja última queda ocorreu há mais de 20 anos. A agropecuária será o único segmento a registrar alta no ano, de apenas 0,5%.

Produção e giro inflam custo industrial Os custos com produção e com capital de giro inflaram em 5% os gastos da indústria em 2014. Somente o custo com capital de giro cresceu 20,8%, enquanto as despesas com produção (incluem energia, pessoal e bens intermediários) subiram 6,3%, informa estudo da Confederação Nacional da Indústria. Entre as despesas de produção, as com pessoal (alta de 7,9%), e as de energia (aumento de 12,6%), foram as mais expressivas. A elevação do gasto com energia ocorreu, sobretudo, pela expansão de 11,4% no valor gasto com energia elétrica e de 16,5% com óleo combustível (termelétricas). Bens intermediários, que também integram os custos, aumentaram 5,6%. Já os dispêndios com tributos caíram 0,8%.

“Ainda temos muito a aprender sobre a melhor forma de fazer política monetária.” Ben Bernanke, presidente do Banco Central dos EUA, referindo-se à dificuldade comum a toda autoridade monetária em decidir sobre a quantidade de moeda em circulação e a taxa de juros para controle da inflação.

gentil

Aumentar a competitividade com baixo impacto fiscal O Conselho Consultivo do Setor Privado, da Câmara de Comércio Exterior, apresentou propostas que podem alavancar a competitividade da indústria brasileira e do país com baixo ou nenhum impacto fiscal. A intenção é facilitar caminhos para novos mercados. Abaixo, três das propostas: • Estabelecer uma estratégia de negociação comercial para o Brasil que ultrapasse a questão de tarifas e trate de investimentos, serviços e compras governamentais. • Ampliar a negociação de novos Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos com países da África, América Latina, dos Brics e de países desenvolvidos. Esses acertos mitigam os riscos políticos nas operações de empresas brasileiras no exterior. • Negociar novos Acordos para Evitar a Dupla Tributação (ADTs) com países prioritários para o investimento brasileiro: Estados Unidos, Alemanha, Colômbia, Paraguai, Reino Unido, Uruguai, Austrália, Moçambique e Angola.

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sindicatos marcelo gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

Oficina Praticando a Negociação Coletiva reuniu presidentes de sindicatos, em março

Oficina capacita líderes sindicais Praticando a Negociação Coletiva foi o tema da oficina promovida pela FIEB, como parte do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), em março, em Salvador. Os participantes colocaram em prática técnicas de negociação coletiva, com análise de cenário, definição de estratégias e discussão de pauta de reivindicação. “O conteúdo apresentado foi importante para orientar tanto os dirigentes que já vivenciam o processo negocial, quanto para os que não têm essa prática”, destacou o presidente do Sindisabões-BA, Juan Lorenzo. Outra ação do PDA, a oficina Sistema de Inteligência de Negócios da Indústria – Módulo Sindical, apresentou a ferramenta de Business Intelligence, desenvolvida pela CNI. O BI Sindical subsidia o planejamento e a atuação do sindicato, envolvendo arrecadação, representação, regularidade perante o Ministério do Trabalho e negociação coletiva. O PDA também tem promovido capacitações voltadas para empresários. As ações ocorrem em parceria com CNI e Sebrae e, no interior, têm apoio do CIEB.

Sindcosmetic discute projeto de certificação

Sinprocim abre inscrições para certificação SQS

A criação de um projeto de certificação para as empresas de cosméticos foi debatida pelo Sindcosmetic-BA e pelo Ibametro, em março. A proposta visa fortalecer a credibilidade dos produtos baianos no mercado, garantindo que os processos de gestão e produção atendam a requisitos de qualidade e sustentabilidade ambiental. “É preciso criar mecanismos que possibilitem a certificação da qualidade dos produtos, de modo a aumentar a competitividade no mercado local”, defendeu Raul Menezes, presidente do sindicato. Um grupo de trabalho vai mapear os empecilhos que as empresas enfrentam para atender as normas.

Estão abertas as inscrições para o processo de certificação do Selo de Qualidade Sinprocim-BA (SQS), concedido às empresas que possuem padrões de excelência em seu processo de fabricação e gestão. “O selo valoriza as empresas do setor e promove a diferenciação entre aquelas que praticam controle de qualidade e conformidade nos seus processos e produtos”, afirmou o presidente, José Carlos Soares.

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Bahia Indústria

III Encontro Mundial da ISO Florestal na Bahia Mais de 50 representantes de países ligados à criação da Norma Florestal ISO 19.228 estiveram presentes no III Encontro Mundial da ISO Florestal, realizado entre os dias 16 e 20 de março, em Salvador, para discutir os padrões internacionais e princípios mundiais da certificação florestal. Durante o encontro, foram realizados debates sobre manejo florestal, legalidade e procedência da madeira comercializada, inclusão de pequenos produtores no contexto da norma, mecanismos de controle e gerenciamento de fornecedores. O presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose da Bahia (Sindpacel) e chairman mundial da ISO 19.228, Jorge Cajazeira, esclarece que o setor privado tem um papel fundamental na conservação das florestas. “As empresas líderes já enxergaram essa tendência e se articularam 20 anos atrás, quando criaram os primeiros sistemas de certificação florestal voluntários. Agora, essa tendência chega para todas as empresas e aquelas que ficarem de fora certamente enfrentarão dificuldades para comercializar seus produtos”.

Sindipeças aposta na ampliação da base A nova diretoria do Sindipeças, eleita em março, pretende ampliar a base de associados na Bahia, hoje formada por 40 empresas. Roberto Rezende, da Flex-N-Gate, vai presidir a entidade, ao lado do diretor-geral Alexandre Gandra.


eleições

valter Pontes/Cooperphoto/Sistema FIEB

Sincafé. O Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia (Sincafé) está sob nova presidência. O empresário e vice-presidente da entidade, Antônio Roberto Rodrigues de Almeida, assumiu a liderança do sindicato após a saída, em dezembro, do presidente Rutenberg Campos Ferreira da Silva. O mandato da atual diretoria segue até 2016. SICC. Empossada em fevereiro, a diretoria do Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Itabuna e Ilhéus (SICC) segue à frente da entidade para mais um mandato, que vai até 2018. Segundo o presidente reeleito, Leovegildo Oliveira de Sousa, as expectativas para o novo mandato são positivas. “Vamos dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo realizado e melhorar a estrutura física do sindicato, além de atrair iniciativas e programas da Federação para a região, o que já foi iniciado, com a construção do complexo de serviços do Sistema FIEB, localizado entre os municípios de Ilhéus e Itabuna”, afirmou.

Geane Almeida falou do impacto da fiscalização ambiental

Sindicer reúne empresários O Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Cerâmica para Construção e Olaria do Estado da Bahia (Sindicer), em parceira com o Sistema FIEB e Sebrae, realizou, em fevereiro, em Alagoinhas, o Encontro de Ceramistas da Região Central e Litoral Norte. O evento reuniu cerca de 20 empresários para discutir os impactos da fiscalização do trabalho e ambiental na competitividade da indústria cerâmica. A programação contou com palestra de Geane Almeida, da Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da FIEB, que apresentou os impactos da fiscalização ambiental para a indústria de cerâmica. Outro tema abordado, em palestra do SESI, foi a NR-12, que trata da Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.

Sinpeq. Empossada no dia 10 de março, a diretoria do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos e Petroquímicas de Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq) foi reeleita para mais um mandato, que vai até 2018. Para o presidente, Roberto Fiamenghi, os desafios são grandes. “A indústria atravessa um período de queda expressiva da produção. Esperamos que a negociação coletiva com o laboral avance de forma consciente, diante das dificuldades do atual momento. Vamos continuar atuando com a FIEB e a CNI no intuito de buscar, junto ao governo federal, a redução da carga tributária, que onera a indústria, para minimizar os efeitos da crise”, avaliou.

Missão técnica do Simagran visita feira em Vitória Uma missão composta por nove diretores do Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia (SimagranBA) participou, em fevereiro, de uma visita técnica à Vitória Stone Fair - Marmomacc Latin America 2015. Considerada uma das maiores e mais representativas do setor da América Latina, a feira foi realizada na capital do Espírito Santo, maior estado brasileiro produtor de rochas ornamentais. Além do acesso às novas tecnologias e tendências de mercado, a ação permitiu aos empresários a realização de novos negócios e contato com fornecedores. “A variação cambial tem aberto grandes possibilidades de aumento das exportações de rochas e a participação neste evento nos permite importantes contatos comerciais”, destacou o presidente do Simagran, Marcos Regis Andrade. A 39ª edição do evento reuniu 420 expositores de 126 países.

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Robótica, A cidadania e inovação Equipe do SESI Bahia vence na categoria Solução Inovadora do Torneio Nacional e se classifica para a etapa internacional Por patrícia moreira 12  Bahia Indústria

equipe de robótica Dinasty, do SESI Piatã, conquistou o 1º lugar na categoria Solução Inovadora do Torneio Nacional de Robótica First Lego League (FLL), realizado em Brasília, entre os dias 13 e 15 de março, e ficou em 10º lugar entre as 13 classificadas para a etapa internacional do torneio, que foi disputada por 60 equipes. Entre as 13 selecionadas, oito vão participar dos torneios internacionais, como o World Festival, que ocorrerá em Saint Louis, nos Estados Unidos, o Aberto da África do Sul e o Aberto da Austrália. As demais equipes, entre as quais a Dinasty, ficaram

na suplência e somente irão para a etapa internacional se houver desistência. Esta foi a segunda participação do SESI Bahia no Torneio de Robótica Nacional e sua melhor classificação histórica. O SESI Bahia participou da competição com duas equipes, a Dinasty e a F5, do SESI Candeias. A gerente do SESI Piatã e diretora da Escola Djalma Pessoa, da qual a Dinasty faz parte, Cristina Andrade, parabenizou os estudantes pela conquista. “É um recorte do papel desta escola, e das escolas da Rede Sesi na Bahia, pesquisar buscando solucionar problemas reais. Os


José Paulo Lacerda/Agência CNI

alunos, desde a educação infantil, são incentivados e ajudamos na formação de seres pensantes, críticos, com foco. Esse prêmio traz o reconhecimento de um trabalho conjunto da Rede SESI e o mérito não é só para a Djalma Pessoa”, disse Cristina Andrade.

Cidadanópolis O troféu de melhor Solução Inovadora foi conquistado graças ao “Cidadanópolis”, um jogo de tabuleiro que apresenta uma proposta pedagógica voltada para estudantes do ensino fundamental II e que auxilia os professores de História e Ética nas aulas referentes ao funcionamento do Sistema Democrático Brasileiro e, mais especificamente, aos cargos políticos. O jogo também serve para mostrar aos estudantes seu papel de cidadão na sociedade, além do papel das autoridades. Para Walter Ribeiro da Purificação, integrante

Estudantes comemoram e apresentam o jogo de tabuleiro Cidadanópolis

da Dynasty e aluno da 3ª série do Ensino Médio da Escola Djalma Pessoa, a participação na etapa nacional do torneio FLL em Brasília veio coroar todo um trabalho desenvolvido ao longo do ano de 2014. “Estávamos orgulhosos com o resultado que obtivemos na etapa regional, no qual ficamos em 3º lugar no ranking geral, e fomos para Brasília buscar a tão sonhada colocação entre as melhores equipes do Brasil. Ficamos na 10ª colocação no geral, 1º lugar no Prêmio Solução Inovadora e 1º lugar no Norte Nordeste. Esse resultado foi fruto do empenho da equipe, das oportunidades que a Escola Djalma Pessoa nos dá e dos meses de estudo e dedicação, assim como, do apoio dos profissionais envolvidos na orientação das nossas atividades”. Na temporada 2014/2015, o torneio teve como tema World Class e os estudantes foram desafiados a desenvolver propostas para a aprendizagem no futuro e fazer com que a busca pelo conhecimento seja mais instigante e criativa. Cada equipe escolheu um tema e apresentou uma solução inovadora para aperfeiçoar o aprendizado. São ideias que podem sair do papel e virar realidade dentro da própria escola. A equipe Dynasty é formada por 12 estudantes do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio: Ana Luisa de Souza Dias, Aryon Chislovsky M. da Fonseca, Barbara Oliveira Ferreira, Camila Medeiro dos Santos, Camila Medeiro dos Santos, João Victor Dacilio Pereira, Luana Cordeiro Lopes, Marcos Jesus da Silva Serra, Raissa de Jesus Pereira, Roberto Felipe Pereira, Yuri de Jesus Machado e Walter Ribeiro da Purificação. A equipe é integrada ainda por Janina Kieronski, coordenadora pedagógica, e pelos professores Jackson Amorim Góes, Marcos Almeida Sousa e Aline Nazaré. [bi] Bahia Indústria  13


Prêmio às melhores práticas na empresa A 12ª edição do Prêmio de Estágio está com inscrições abertas até 31 de maio e terá este ano novas categorias Por Marta Erhardt

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estudante de engenharia Marcelo Meirelles constatou na prática a importância do estágio para sua formação profissional. Depois de dois anos de estágio na Continental do Brasil, ele foi contratado para o departamento de Engenharia Industrial da empresa, que atua na melhoria contínua do processo produtivo e projetos de eficiência e produtividade. Realizado, ele acredita que o período de aprendizado foi importante para que crescesse e amadurecesse profissional e pessoalmente. "É quando o universitário começa a tomar direção daquilo que realmente quer para sua carreira. É o momento de absorver tudo o que os profissionais mais experientes têm para oferecer e de se lançar para o mercado de trabalho", avalia. A contratação não foi o único reconhecimento da experiência de estágio do jovem. Em 2014, o projeto que ele desenvolvia na empresa, para melhoria no sistema de transporte de pneus, foi um dos vencedores do Prêmio Melhores Práticas de Estágio do IEL. "O prêmio me deu muita motivação para continuar trabalhando e desenvolvendo projetos. Me mostrou que eu estava no caminho certo, além de ter me dado mais visibilidade dentro da empresa e mais confiança dos meus gestores", avalia. A premiação está com inscrições abertas até 31 de maio para a sua 12ª edição. Com o objetivo de re-

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conhecer a atuação de todos os agentes envolvidos no processo de estágio, neste ano, o prêmio foi reformulado, com a criação de novas categorias. As mudanças foram apresentadas no dia 4 de março, na primeira reunião do ano do Fórum de Estágio da Bahia, realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).

CATEGORIAS Em 2015, além das empresas com melhores práticas de atração, desenvolvimento e retenção de estagiários, também serão premiados os estudantes que se destacam e as instituições de ensino que apoiam e incentivam a prática de estágio durante a formação acadêmica dos alunos. As representantes do IEL Nacional, Lúcia Macedo e Lígia Pereira, participaram da reunião e anunciaram as mudanças efetuadas no prêmio. “O intuito é fazer com que o prêmio seja reconhecido nacionalmente, apoiando a disse-

minação de melhores práticas de estágio em todo o país”, pontuou Lígia Pereira. Na categoria Empresa Destaque será avaliada a gestão das práticas do programa de estágio. Podem participar empresas públicas e privadas, além de entidades do terceiro setor de todo o Estado, nas classificações: micro/ pequeno, médio ou grande porte. Na categoria Estagiário Destaque, podem se inscrever estudantes de educação profissional de nível técnico ou superior. Já na categoria Instituição de Ensino de Destaque, podem participar instituições de ensino público ou privado, atuantes com educação profissional e/ou educação superior. A premiação estadual será realizada no dia 18 de agosto, no auditório da FIEB. Para efetuar a inscrição, os interessados devem baixar o regulamento do prêmio no site do IEL (www.fieb.org.br/ iel), preencher a documentação referente à categoria escolhida e


Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

enviar via e-mail ou entregar na unidade do IEL mais próxima. O IEL garante a confidencialidade das informações fornecidas. Mais informações podem ser obtidas por telefone nos números (71)33431365 e (71)3343-1453 ou pelo e-mail melhorespraticas@fieb.org.br.

FÓRUM A reunião de março do Fórum de Estágio da Bahia também teve como objetivo discutir formas de atrair novas empresas e institui-

Representante do IEL Nacional anunciou as mudanças no prêmio

ções de ensino para o Fórum de Estágio. “Com o Fórum queremos discutir questões relevantes na área de estágio que nos ajudem na construção de um ambiente colaborativo”, defendeu o superintendente do IEL, Evandro Mazo. “Nosso objetivo é fortalecer o Fórum em prol de um ambiente de estágio melhor em todo o estado”, complementou a gerente de Estágio e Formação de Talentos do IEL, Edneide Lima. Desde que foi criado, em 1999, o Fórum de Está-

gio da Bahia promoveu diversas iniciativas em parceria com o IEL. Dentre as quais estão a criação do Manual de Boas Práticas de Estágio, 15 workshops, 11 edições do Prêmio de Estágio e 19 feiras do setor no interior do estado. “Os resultados mostram um diferencial do IEL Bahia, que atua muito além da intermediação, mostrando as diversas possibilidades do estágio”, avaliou a representante do IEL Nacional, Lúcia Macedo. [bi] Bahia Indústria  15


Tecnologia com

padrão

japonês McKinsey e SENAI inauguram primeira Fábrica Modelo da América Latina, que vai funcionar no Cimatec

Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

Por rafael pereira e patrícia moreira

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os anos 1950, no cenário econômico hostil do pós-Segunda Guerra Mundial, a fábrica da Toyota, no Japão, colocou em prática uma nova tecnologia de produção, que conseguiu reposicionar a empresa e acabou tornando-se um modelo global, adotado por empresas de todo o mundo. Estamos falando da lean manufacturing ou manufatura enxuta, prática que promove importantes ganhos de produtividade e competitividade, proporcionando às indústrias um aperfeiçoamento constante do seu modelo de produção. Os principais conceitos e técnicas operacionais dessa tecnologia são a base da Fábrica Modelo, a primeira implantada na América Latina, inaugurada no dia 24 de abril, no SENAI Cimatec. Resultado de uma parceria entre a McKinsey & Company e o Sistema FIEB, por meio do SENAI, a unidade recebeu um investimento de R$ 4 milhões e está prospectando empresas para formar a primeira turma de capacitação. A meta da Fábrica Modelo é transformar o processo produtivo de até 75 indústrias por ano, proporcionando-lhes ganhos de produtividade entre 20% e 80%. O SENAI Cimatec vai concentrar o atendimento nas micro, pequenas e médias empresas (MPME) da Bahia, enquanto a McKinsey ficará responsável pelo atendimento às grandes empresas nacionais e multinacionais. A divisão atende à filosofia da direção da Federação, que elegeu as micro, pequenas e médias empresas industriais como foco prioritário de suas ações. Para o presidente da FIEB, Ricardo Alban a expectativa é que as MPME possam


Para implantar a unidade no SENAI Cimatec foram investidos R$ 4 milhões Bahia Indústria  17


fotos Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

dar um importante salto de produtividade. “A Fábrica Modelo é o que se tem de mais avançado no mundo em termos de tecnologia e nós estamos satisfeitos de poder proporcionar às micro e pequenas empresas baianas a oportunidade de acesso a um modelo tão avançado e de efetividade comprovada”, explicou. O sócio-diretor da McKinsey Brasil, Vijay Gousula, destaca o funcionamento do espaço, que reproduz um ambiente de fábrica dentro dos conceitos da manufatura enxuta. “Estamos criando um ambiente funcional, que reflete a realidade da fábrica, mas em um espaço menor, mais controlado e mais capaz de transmitir os conceitos fundamentais da metodologia lean, que garantirá a obtenção de ganhos de produtividade reais”, pontuou.

TESTE Antes de ser inaugurada, a Fábrica Modelo passou por um teste com duas empresas: uma de pequeno porte, do segmento de pro18  Bahia Indústria

dutos naturais; e a outra de médio porte, do segmento de vestuário. A coordenadora da Fábrica Modelo, Lara Sorensen, explicou que a experiência foi condensada em um mês, em vez de seis meses, que é a periodicidade normal do treinamento, envolvendo, em vez de oito, as duas empresas citadas. Lara explica que o objetivo era testar a sistemática do treinamento pedagógico e do programa de transformação. Ao final de um mês, na empresa de produtos naturais a metodologia da Fábrica Modelo permitiu aumentar a capacidade de produção sem alterar o quadro de funcionários. Na empresa de médio porte a principal ação adotada foi uma mudança de leiaute que ajudou a reduzir o desperdício, facilitou o transporte de materiais e a rápida identificação de problemas. “Tivemos um feedback positivo das empresas onde foi realizada a experiência e agora vamos partir para a adoção do programa na sua integridade”. As empresas podem contatar a Fábrica Modelo pelo email: fabrica-

Presidente da FIEB e o sócio-diretor da McKinsey observam técnico

modelobrasil@fieb.org.br e pelo telefone: (71) 3462-9515. A Fábrica Modelo traz um conceito inovador de treinamento, capacitação e transformação produtiva para empresas industriais de todos os portes que buscam melhorar sua produtividade. A atividade prática abrange todas as diferentes etapas da cadeia de valor e proporciona às empresas meios de evitar desperdícios e elevar sua eficiência, o que reduz custos e promove maior competitividade. “O desafio de elevar a produtividade começa nos detalhes, no chão de fábrica, indo até a gestão estratégica da operação”, explicou o diretor do SENAI, Leone Peter Andrade. Ele acrescentou ainda que os conceitos servem para qualquer segmento industrial. A unidade instalada no Cimatec seguirá conceitos já empregados com sucesso pela McKinsey em parcerias semelhantes em países como Alemanha e Estados Unidos. O aprendizado experimental combinado à aplicação real proporcionado pela Fábrica Modelo é o que assegura maior absorção de conhecimento, com retenção de conteúdo entre 80% e 100%, comparado a índices de 10% em métodos baseados em leitura e de 32% naqueles com base em jogos. Participaram da solenidade de inauguração o senador Walter Pinheiro, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Manoel Mendonça, representando o governador Rui Costa, a secretária municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Emprego, Andréa Mendonça, representando o prefeito ACM Neto, o diretor superintendente do SEBRAE, Adhvan Furtado, e o primeiro vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois.


“Acredito numa abordagem de treinamento pelo fazer”

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erente do Núcleo Estratégico do SENAI, Luís Alberto Breda está convencido de que o saber pelo fazer é premissa de aprendizagem. Por isso ele acredita no sucesso da Fábrica Modelo, projeto da McKinsey & Company, que trouxe para a América Latina o primeiro centro de treinamento em tecnologia de manufatura enxuta. Nesta entrevista, ele aponta as razões que determinaram a escolha do SENAI Cimatec e revela como vai funcionar o serviço. O que significa oferecer à indústria um equipamento como a Fábrica Modelo? E que impacto terá para o ambiente produtivo das empresas industriais da Bahia? A Bahia apresenta dois extremos no seu perfil de indústria, que inclui grandes corporações, como Petrobras, Braskem, Ford e, no outro extremo, as micro, pequenas e médias empresas (MPME) industriais, que representam, em quantidade, mais de 90% do volume de empresas do estado. Para as pequenas empresas, o desafio é a competitividade, um problema que não é só da Bahia, mas nacional, porque o concorrente está no mundo todo. Além disso, o Brasil enfrenta, há algum tempo, um processo de desindustrialização e com isso não consegue competir em preço com as empresa globais. Quando se faz desdobramento para ver as causas do problema Luís Alberto encontramos diversas questões: Breda destaca qualificação de mão de obra – que o impacto que é um dos pilares que podem proo equipamento mover a retomada da competitiviterá no desenvolvimento dade; logística, em razão das condições de portos, estradas, modais das empresas Bahia Indústria  19


que não são eficientes em termos de custos e velocidade; custo elevado da matéria-prima e da mão de obra. Vendo tudo isso, o que dá pra melhorar é a produtividade, que engloba os equipamentos disponíveis no parque fabril, os processos que utilizamos, a qualificação da mão de obra e um elemento que interliga isso tudo que é a filosofia de produção. É aí que entra a Fábrica Modelo. Como ela pode ajudar na melhoria da produtividade? Ela entra para contribuir, definir e melhorar os aspectos relativos à competitividade. A gente oferece um programa de transformação, composto de um conjunto de capacitações e etapas de aplicação prática na empresa. Vamos oferecer uma visão geral do que é manufatura enxuta, que é o modelo Toyota de produção, implantado após 2ª Guerra. Trata-se de uma prática intensiva, disseminada na indústria de manufatura de todo o mundo. E fazemos isso não de forma tradicional, mas numa abordagem de treinamento pelo fazer, que é onde entra a Fábrica Modelo. E como funciona? O primeiro aspecto é o modelo de treinamento diferenciado, que permite exercitar o conceito na prática. Com isso, a gente consegue fazer o paralelo com o produto que a indústria trabalha. Tem todo um processo de levantamento do processo produtivo e dos gargalos de produção em vários momentos de treinamento, que são intercalados, ao longo de seis meses. Isso inclui o treinamento com a transformação no ambiente de fábrica. O SENAI acompanha a empresa em todas as etapas visando obter, 20  Bahia Indústria

A Fábrica Modelo poderia ter sido instalada em qualquer local do país que tenha demanda industrial. Mas a Bahia tem o Cimatec, um centro que tem protagonismo na área de inovação

ao final, ganho de produtividade. Primeiro, o programa é aplicado numa célula piloto e depois é disseminado para outras partes da fábrica e a cada alteração se dá saltos de transformação. A ideia é preparar os funcionários para que eles possam replicar o modelo várias vezes. E são necessários muitos recursos para promover esta transformação? Não são necessários grandes investimentos. Há ações simples que vão desde adoção de conceitos, mudanças de leiaute, com baixo custo de implantação, com grande impacto no ganho de competitividade. Mas é bom ressaltar que este é um processo contínuo. Toda vez que você elimina um gargalo surge outro. Eu diria que o principal resultado que a fábrica modelo oferece é a melhoria da produtividade da empresa, que impacta na competitividade, mas sobretudo cria cultura de melhoria contínua que transforma a empresa inteira. Sua atuação fun-

ciona com base no conceito de três pilares. O primeiro é o pilar sistema operacional, com todas as ferramentas para serem aplicadas diretamente no processo. O segundo pilar foca na infraestrutura de gestão, que vai dar suporte às ferramentas operacionais. Por último, temos o modelo mental e comportamental, que visa influenciar toda a equipe para que sejam engajados. Trata-se de equipamento único na América Latina e o SENAI foi escolhido para sediar este projeto, qual o significado disso para a instituição? Um aspecto relevante é o protagonismo do SENAI Cimatec no cenário nacional na área de Pesquisa de Desenvolvimento em Inovação (PDI). Nós rodamos aqui o Embrapii, os Institutos SENAI de Inovação, tocamos projetos de inovação com a Embraer, Ford, Totus e isso fez com que a McKinsey identificasse no Cimatec o parceiro adequado. Em outros países, a empresa busca a universidade, aqui buscaram o Cimatec por ser um braço da indústria nas áreas de educação, tecnologia ou inovação. A Fábrica Modelo poderia ter sido instalada em qualquer local do país que tenha demanda industrial. A Bahia, embora não tenha volume de indústrias superior ao do Rio Grande do Sul ou de São Paulo, tem o Cimatec, um centro com contato com a indústria e com protagonismo nesta área no país. Qual é o ganho para as pequenas empresas com esta iniciativa? A Fábrica Modelo é um processo estruturante, porque você mexe na mentalidade da empresa, o que dá perenidade à busca de valor. Ao serem inseridas na Fábrica Modelo as pequenas empresas vão entrar num ciclo virtuoso de encadeamento de produtividade, pois o processo não se encerra nele mesmo e é projetado para rodar em ciclos de melhoria. Quando encerra um, tem que recomeçar. Tem alguma alternativa para financiamento desta iniciativa para as micro, pequenas e médias empresas? Temos uma proposta estruturada para atender as MPME em parceria com o Sebrae, que garante apoio de 80% do investimento, sendo os outros 20% uma contrapartida da empresa. O SENAI ficará então, pelo acordo firmado com a McKinsey, responsável pelo atendimento às MPME na Fábrica Modelo, enquanto que o atendimento de base nacional para grandes empresa ficará com a McKinsey. [bi]


Decifrando o mercado Sindcosmetic e Abihpec apresentam pesquisa sobre hábitos de consumo de cosméticos, segmento que pode crescer 11% em 2015

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Brasil é o primeiro mercado do mundo em consumo de desodorantes, fragrâncias e produtos de proteção para o sol e também ocupa o segundo lugar no mercado global no consumo de produtos infantis, de cabelo, masculinos, de banho e depilatórios. O país também detém a terceira posição em consumo de higiene oral e maquiagem e é o sexto maior consumidor de produtos para a pele. Os dados são de pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), em parceria com o Sebrae Nacional, que foi apresentada aos empresários industriais baianos em workshop organizado pelo Sindicato das Indústrias de Cosméticos e Perfumaria do Estado da Bahia (Sindcosmetic), no dia 10 de abril, na sede da FIEB. Um dos dados da pesquisa que chamaram a atenção foi a perspectiva de um crescimento de 11% do segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. O workshop Hábitos e Atitudes dos Brasileiros para as Categorias de Produtos para Cabelo e Pele, reuniu, além de empresários, representantes do Sebrae e de órgãos governamentais da Bahia. O levantamento feito pela Abihpec em todo o país já foi apresentado em seis estados. Da Bahia, a equipe seguiu para Santa Catarina, encerrando o ciclo de apresentação da pesquisa, que faz parte do Projeto de Desenvolvimento Setorial (PDS) da entidade. Para o presidente do Sindcosmetic, Raul Menezes, a iniciativa foi uma oportunidade para as pequenas e médias indústrias conhecerem melhor o mercado. “No Brasil, temos mais de 2.600 indústrias de cosméticos e apenas 20 destas são de grande porte. As pequenas empresas não têm como fazer investimentos em pesquisa, que são elevados, e, por esta razão, esta iniciativa da Abihpec e de seus parceiros é muito importante”, destaca. Ele ressalta que as indústrias precisam conhecer o mercado, saber o que produzir, onde vender e quem é o consumidor. Menezes disse, ainda, que os pequenos empresários industriais exploram nichos de mercado e neste caso, ter informação é imprescindível para chegar ao consumidor.

Valter Pontes/Coiperphoto/Sistema FIEB

O analista da Abihpec, Julio Castroviejo, apresentou a pesquisa

Eliene Conceição, gerente de Núcleos Regionais da Abihpec, explicou que a pesquisa leva informações às empresas para elaboração de seu planejamento estratégico. “Queremos dar acesso às pequenas e médias indústrias a informações de mercado, já que elas não têm como arcar com os altos custos de uma pesquisa deste gênero”, observa. Ela também informa que após encerramento do ciclo de reuniões regionais, os dados do levantamento serão disponibilizados no site da Abihpec. Os resultados da pesquisa foram apresentados pelo analista do Departamento de Inteligência de Mercado da Abihpec, Julio Castroviejo. Ele observou que os dados permitem ainda às empresas avaliarem o seu desempenho, confrontando o quanto cresceram na comparação com o mercado nacional. “É importante o empresário entender onde o consumidor prefere comprar produtos e o que os leva a comprar em determinados canais; o que influencia este consumidor na hora da compra e o que eles buscam nos produtos que consomem”, listou. [bi] Bahia Indústria  21


Expo Indústria fortalece cenário baiano Evento tem o objetivo de promover a competitividade no setor industrial. Primeira edição será realizada em Feira de Santana

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romover a competitividade econômica no setor produtivo baiano e aumentar a visibilidade da indústria em todo o estado. Este é o objetivo da Expo Indústria Bahia, evento que terá sua primeira edição realizada nos dias 23, 24 e 25 de outubro, em Feira de Santana, com o objetivo de potencializar vendas, processos de fidelização de clientes e abertura de mercados. “Este será o maior evento da indústria baiana, no qual teremos a oportunidade de conhecer melhor cada empresa e articular políticas de apoio ao desenvolvimento industrial”, garantiu o vice-presidente da FIEB, Edison Virgínio Nogueira. Líder do Programa de Interiorização do Sistema FIEB, o vice-presidente vem articulando ações para potencializar investimentos e promover a competitividade industrial no estado, e a Expo Indústria é uma destas iniciativas. Com foco na melhoria produtiva multissetorial, o evento será estruturado sobre temas transversais, como sustentabilidade; tecnologia e inovação; nutrição; saúde; segurança; economia criativa; e produto de origem. Outra característica da Expo Indústria é o seu caráter itinerante. A proposta é realizá-lo anualmente, sempre mudando de cidade, abrangendo todas as regiões do estado. Para o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, município que irá sediar a primeira edição do evento, trata-se de uma grande oportunidade. “É um momento único para os empresários da Bahia e do Brasil. Para nós é, além de tudo, um reconhecimento, pois poderemos mostrar o potencial do parque industrial de Feira, que já conta com uma boa área e um considerável número de empresas grandes. Nossa estrutura é muito elogiada, por isso recebemos tantos investidores”, celebrou. O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Feira de Santana, Antônio Carlos Borges Junior, torce para que o evento se multiplique e os negócios no município também. “Feira de

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Bahia Indústria

angelo pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Edison Virgínio Nogueira e José Ronaldo discutem últimos detalhes do evento

Santana tem um raio de atuação muito forte na área industrial. A Expo Indústria vai servir para agregar mais informação e prospectar novos investimentos. Que esse modelo de evento se multiplique, servindo de estímulo para os empresários, novos empreendedores, fornecedores e clientes”, aposta.

Interiorização A indústria baiana segue concentrada na Região Metropolitana de Salvador (RMS), cuja participação no PIB industrial do estado alcança 46%. Em contraste, outras regiões têm pouca representatividade. O oeste do estado, por exemplo, que abrange 23 municípios e ocupa 20% do território baiano, representa pouco mais de 4% do mesmo indicador. Este desenvolvimento assimétrico entre a RMS e o interior é um dos principais desafios para o crescimento econômico da Bahia. Neste contexto, o Sistema FIEB vê na interiorização o caminho para o desenvolvimento do estado. A transformação industrial agrega valor e multiplica os negócios gerados em sua base territorial. Para uma cidade do interior, esse efeito multiplicador é ainda maior em comparação ao mesmo investimento em regiões já amplamente industrializadas. [bi]


Políticas para as MPME Ministro Afif Domingos apresentou propostas do governo para as pequenas empresas, durante encontro na FIEB

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ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, participou de almoço-palestra com cerca de cem empresários baianos, dia 26 de março, na FIEB, onde foi recepcionado pelo presidente Ricardo Alban e representantes do Conselho da Micro e Pequena Empresa (Compem) da FIEB, que na ocasião, realizava seu encontro mensal. Afif lembrou que há no Congresso bons projetos para melhorar o ambiente competitivo das micro, pequenas e médias empresas (MPME), mas é necessário unir esforços para que saiam do papel. “Precisamos do apoio do empresariado para garantir a votação no Congresso do projeto que altera a legislação do Simples, para reduzir a carga de impostos de em-

presas que ultrapassam a barreira prevista no programa”, afirmou. Atualmente, o Simples beneficia empreendimentos com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, mas quando uma empresa ultrapassa esse valor passa a pagar 54% a mais de impostos. Guilherme Afif Domingos apresentou também aos empresários baianos detalhes do programa Bem Mais Simples Brasil, que procura simplificar o dia a dia de empresas e cidadãos. Um dos avanços é o que permite o fechamento de empresas em apenas cinco dias, quando até então eram gastos 102 dias de idas e vindas no cipoal burocrático. Isso, graças, principalmente, à dispensa de baixa do CNPJ. Também estão dispensadas certidões para as operações de extinção, redução de capital, cisão

O ministro apresentou o programa Bem Mais Simples aos empresários

total ou parcial, incorporação, fusão, transferência de controle de cotas e desmembramento. O programa possui cinco pontos: eliminar exigências que se tornaram obsoletas com a tecnologia; unificar o cadastro e identificação do cidadão; dar acesso aos serviços públicos em um só lugar; guardar informações do cidadão para consultas; além de resgatar a fé na palavra do cidadão, substituindo documentos por declarações pessoais. Hoje, estima-se que exista 1,2 milhão de empresas inativas no Brasil. “Temos que tirar as empresas que não estão vivas das estatísticas”, disse Afif. Durante o encontro, o vice-coordenador do Compem, Reginaldo Rossi, e a conselheira Noêmia Daltro fizeram questionamentos acerca de medidas voltadas para o incremento das MPME. O coordenador do Compem, Carlos Gantois, parabenizou a FIEB pela iniciativa de promover o encontro e ressaltou a necessidade de se avançar mais em relação à Lei Geral 123/06 e a Lei 147/14. Gantois assinalou a necessidade da urgente aprovação de projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, como a questão da substituição tributária neste segmento empresarial, a ampliação dos limites de enquadramento ao Simples Nacional, criando-se um regime de transição progressiva até R$ 7, 2 milhões, chegando a R$ 14,4 milhões para o setor industrial. [bi]

Betto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB

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conselhos

Comex destaca importância do Serviço de Apoio ao Investidor Com o objetivo de suprir os potenciais investidores na Bahia com orientações, estudos e informações sobre o processo de implantação de projetos em setores que trazem maior potencial e oportunidades no estado, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), por meio do Centro Internacional de Negócios da Bahia (CIN), oferece aos empresários baianos o Serviço de Apoio ao Investidor. Realizado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o serviço disponibiliza aos empresários, inclusive estrangeiros, apoio nas diversas fases de execução de projeto, desde estudo preliminar até o after care. A iniciativa contempla diversas ferramentas, tais como: Guia Básico do Estado; banco de oportunidades, por meio de estudos detalhados dos setores priorizados; dados de custos do Estado (energia elétrica, mão de obra, matéria prima, etc.), procedimentos administrativos para a implementação do negócio; facilitação de contato com governos e entidades locais para definição de apoio e benefícios para o negócio; contato com profissionais locais para apoio ao investimento.

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Comam debate a gestão das emissões atmosféricas O Conselho de Meio Ambiente (Comam) da FIEB reuniu acadêmicos e técnicos para discutir a inclusão do gerenciamento das emissões na estratégia de negócio das empresas industriais. A prática está presente em 46% das grandes empresas e em 43% das pequenas e médias. Os setores de energia, industrial e de bens de consumo são os que mais frequentemente consideram aspectos da mudança do clima em suas estratégias de negócio. O desafio é o engajamento dos fornecedores nestas iniciativas, considerando que ainda falta a percepção de que o tema integra o negócio e pode ser aproveitado na cadeia de valor como um diferencial competitivo. O Comam explica que, diante da crescente pressão por produtos e processos menos intensivos em carbono, a competitividade de uma companhia será determinada pela sua habilidade de medir, gerir, reportar e reduzir suas emissões de carbono, adaptando sua estratégia de negócio aos riscos das mudanças climáticas. E isso, independentemente do porte da empresa, pois é possível incorporar a gestão de emissões atmosféricas como uma estratégia de negócio.

Alteração do processo administrativo estadual limita a defesa de pequenas empresas

Programa fortalece polo moveleiro do extremo-sul visando à exportação

O Conselho de Assuntos Fiscais (Caft) da FIEB emitiu alerta sobre a alteração do Processo Administrativo Fiscal da Bahia, a partir de fevereiro/2015, conforme o Decreto n° 15.807/2014, a qual majorou o limite para as Notificações Fiscais para R$ 39.720. O processo administrativo a que se sujeita a Notificação Fiscal é precário, pois prevê a possibilidade de uma única defesa, analisada pelo superior hierárquico do auditor autuante e que, se indeferida, acarreta na sua inscrição direta em Dívida Ativa. Esse procedimento passa a ser aplicável a uma infinidade de cobranças realizadas contra microempresas e empresas de pequeno porte, limitando completamente o direito de defesa de contribuintes que deveriam ser tratados de forma diferenciada pelo Fisco Estadual.

O Conselho de Comércio Exterior (Comex) da FIEB apoia o programa Mais Árvores Bahia, iniciativa da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), em parceria com o Moveba, FIEB/ SENAI e outras entidades. O objetivo é fortalecer a participação do setor moveleiro no mercado internacional. De acordo com os dados divulgados pelo Relatório de Acompanhamento do Comércio Exterior da Bahia (divulgado em fevereiro pela FIEB), o setor de celulose e papel participou com 17,1% das exportações do Estado, superando setores tradicionalmente líderes, como é o caso das indústrias químicas que ficaram com 15,9%.

Bahia Indústria


Ministro da Indústria visita o Senai Cimatec Armando Monteiro destacou o potencial do centro de inovação, tecnologia e pesquisa que é referência no Brasil na área de automação

A

estrutura do centro universitário e de apoio tecnológico do Sistema FIEB, o SENAI Cimatec, chamou a atenção do ministro Armando Monteiro, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que veio à Bahia para visitar a unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI), reconhecida nacionalmente pela excelência dos serviços prestados à indústria. “O Cimatec vai além das fronteiras da Bahia. É um centro regional e nacional, referência no Brasil na área de automação industrial, otimização de processos, robótica, entre outras”, pontuou o ministro. “Temos aqui um dos 100 maiores computadores do mundo. Isso dá a medida do que é o Cimatec em termos de vanguarda e estrutura tecnológica”, acrescentou o ministro, após fazer uma visita guiada a laboratórios do Cimatec. Armando Monteiro conheceu o Núcleo de Supercomputação e o de Mecânica de Precisão – que reúnem alguns dos projetos mais importantes em desenvolvimento no SENAI Bahia – acompanhado de autoridades e empresários, como o governador do Estado, Rui Costa, o presidente da FIEB, Antonio Ricardo Alban, os senadores Walter Pinheiro e Lídice da Mata. O presidente da FIEB, Ricardo Alban, explicou que a excelência

Coperphoto/Sistema FIEB

Presidente Ricardo Alban e o Ministro da Indústria e Comércio

do trabalho desenvolvido no SENAI resulta da união de esforços entre a FIEB e seus parceiros. “Temos o apoio da CNI e dos governos estadual e federal. Estamos montando agora o Cimatec Industrial, em Camaçari, com apoio do governo do estado, com o qual daremos suporte a todo o sistema produtivo da cadeia eólica, energia fotovoltaica e outras competências”, exemplificou. Sobre o Cimatec Industrial, o governador, Rui Costa, fez questão de acrescentar que o centro chega em boa hora. “Este espaço terá foco no parque industrial baiano,

notadamente a indústria eólica, fonte de importantes investimentos no nosso estado. Temos hoje contratados R$ 30 bilhões nos projetos eólicos no estado. Por isso, já estamos produzindo vários elementos desta cadeia produtiva e entrando cada vez mais fundo nessa fase de pesquisa”, explicou. O ministro Armando Monteiro já presidiu a Confederação Nacional da Indústria no período 20022010 e é profundo conhecedor dos problemas do setor industrial, dentre os quais os entraves logísticos e a carência de mão de obra qualificada para a indústria. [bi] Bahia Indústria  25


indicadores  Números da Indústria

A

Retração atinge a indústria baiana Crise nacional e parada técnica em refinaria explicam a queda da produção industrial no estado 26  Bahia Indústria

taxa anualizada da produção física da indústria de transformação da Bahia decresceu 5,2%, em fevereiro de 2015, registrando declínio em relação à registrada em janeiro de 2015 (-3,4%). A Bahia se posiciona em 8º lugar no ranking dos 14 estados pesquisados pelo IBGE no levantamento da Produção Física Industrial Mensal, no qual apenas dois apresentaram desempenho positivo: Mato Grosso (2,6%) e Goiás (1,1%). Os outros doze estados registraram resultados negativos: Pernambuco (-0,3%), Pará (-0,4%), Espírito Santo (-1,5%), Santa Catarina (-3,6%), Ceará (-4,2%), Bahia (-5,2%), Minas Gerais (-5,9%), Rio de Janeiro (-6,6%), Rio Grande do Sul (-6,7%), São Paulo (-6,9%), Paraná (-8,3%) e Amazonas (-9%). Na Bahia, de onze segmentos, cinco apresentaram resultados positivos: Produtos Químicos (6%), Alimentos (1,8%), Celulose e Papel (1,5%), Borracha e Plástico (0,2%) e Couro e Calçados (0,1%). Apresentaram retração os segmentos: Bebidas (-5%), Minerais não-Metálicos (-6,8%), Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-7,9%), Metalurgia (-13,2%), Veículos Automotores (-8,9%) e Equipamentos de Informática (-49,9%). Na comparação com fevereiro de 2014, a produção física da indústria de transformação baiana apresentou queda de 24,3%, a maior entre os 14 estados. Quatro dos 11 segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Veículos Automotores (10,6%, principal contribuição positiva sobre o total da indústria, influenciada não só pela maior fabricação de automóveis, mas pela base de comparação deprimida, uma vez que esse setor recuou 37% em fevereiro de 2014); Celulose e Papel (1,9%, aumento na produção dos itens pastas químicas de madeira celulose); Couro e Calçados (2,8%) e Alimentos (5,5%, aumento na produção de tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, óleo de soja refinado e em estado bruto). Apresentaram retração os segmentos: Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-59,9%, principal impacto negativo sobre o total, influenciado pela paralisação na produção da Refinaria Landulpho Alves, com destaque para a redução na fabricação dos itens óleo


diesel, óleos combustíveis, naftas para petroquímica, gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo - GLP); Equipamentos de Informática (-77,2%, de computadores pessoais de mesa - PC Desktop, gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo - DVD, home theather e semelhantes – e peças e acessórios para máquinas de processamentos de dados); Metalurgia (-28,8%, pela menor produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, lingotes, blocos ou placas de aço ao carbono, vergalhões de aço ao carbono e fios de cobre refinado ou de ligas de cobre): Bebidas (-16,8%, menor produção de cervejas e chope): Minerais não Metálicos (-13,3%, com queda na produção de elementos pré-fabricados para a construção civil de cimento ou concreto e massa de concreto, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica e cimentos “Portland”); Produtos Químicos (-3,7%, com redução na produção de acrilonitrila, PEAD, misturas de alquilbenzenos ou de alquilnaftalenos, princípios ativos para herbicidas e amoníaco) e Borracha e plástico (-1,9%). O setor industrial inicia o ano de 2015 bastante desaquecido, refletindo uma conjuntura doméstica de retração e um mercado internacional ainda debilitado, refletindo-se nos baixos preços das commodities. Do ponto de vista estadual, o desempenho negativo de fevereiro ainda é reflexo da parada da RLAM, que responde por quase um terço do VTI da Indústria de Transformação. Por outro lado, cumpre registrar o movimento de recuperação do segmento de Automóveis (+66,7% no acumulado do ano), após o bem sucedido lançamento de novo modelo de car-

bahia: pim-pf de fevereiro 2015

Variação (%)

Setores Fev15/Fev14 Jan-fev15/ mar14-fev15/ Jan-fev14 mar13-fev14

Indústria de Transformação

-24,3

-18,2

-5,2

-59,9

-54,9

-7,9

Produtos químicos

-3,7

-3,0

6,0

Veículos automotores

10,6

66,7

-8,9

Refino de petróleo e biocombustíveis

Alimentos

5,5 5,1 1,8

Celulose e papel Borracha e plástico Metalurgia

1,9

9,1

1,5

-1,9

-0,3

0,2

-28,8 -23,4 -13,2

Couro e Calçados

2,8

7,2

0,1

-13,3

-13,4

-6,8

Equipamentos de Informática

-77,2

-76,6

-49,9

Bebidas

-16,8 -16,9 -5,0

Minerais não metálicos

Extrativa Mineral

-4,0

-6,0

-0,6

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

ro (além da operação de fábrica de motores). Quanto às perspectivas para 2015, não há elementos para uma recuperação expressiva da indústria nacional. A estimativa de mercado é de queda da atividade industrial de 2,64% (relatório do Banco Central) este ano, com alguma recuperação em 2016 (+1,5%). Alguns indicadores econômicos mostram um início de ano de dificuldades, a exemplo do salto da inflação (o IPCA acumula alta de 2,48% no ano e 7,7% em 12 meses) e da elevada taxa básica de juros, que alcançou 12,75%. A depreciação do Real, por sua vez, pode dar um alento ao setor exportador, beneficiando a indústria nacional. [bi]

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2012 - 2015) 115 110

2014 2013

105 100 95 2012

90 85 2015

80 75

DEZ

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

70

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

Bahia Indústria  27


Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

O outro projeto da Ford, gerenciado pelo SESI Bahia, é o de Educação Ambiental, também iniciado em 2013 nas escolas de Camaçari. A proposta é promover conscientização e mudança de comportamento em relação à preservação por meio do Centro Ambiental da Ford, anexo da fábrica em Camaçari, que deixa como legado a implementação de uma horta vertical nas escolas participantes. Até o momento, foram atendidas 40 escolas do município, o que representa um universo de 1.370 estudantes.

SESI Bahia amplia parceria com a Ford

Ampliação da parceria

Gestão dos programas de responsabilidade social no Brasil passam a ser geridos pela Bahia

O

SESI Bahia acaba de fechar parceria para assessorar a Ford Brasil na gestão de seus projetos de Responsabilidade Social Empresarial em todo o Brasil. O primeiro projeto a ser gerenciado pelo Departamento Regional do SESI Bahia fora do estado é o Programa Odontomóvel, na unidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Há negociações em curso para implantar a iniciativa também no município de Taubaté, em São Paulo, e em uma subsidiária da montadora no Ceará. Para conhecer de perto os projetos financiados pela Ford Fund na Bahia, o diretor da instituição, Mike Schmidt, acompanhado da coordenadora de Projetos Internacionais da Ford, Benna Deese, da gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Ford Brasil, Adriane Rocha e da Super-

28  Bahia Indústria

visora de Assuntos Corporativos, Magnólia Borges, estiveram no dia 24 de março em Camaçari. Eles conheceram os projetos executados pelo SESI com o apoio da Prefeitura de Camaçari, por meio das secretarias da Saúde e da Educação – a unidade móvel de saúde bucal, o Odontomóvel Ford, e o Projeto de Educação Ambiental –, e outras iniciativas apoiadas pelo Ford Fund. Durante a visita ao Odontomóvel Ford, na Escola Zumbi dos Palmares, na Cascalheira, Schmidt conheceu o trabalho de promoção da saúde bucal. De maio de 2013 a fevereiro deste ano foram beneficiadas com ações do Odontomóvel Ford 26 instituições de Camaçari, sendo 12 escolas municipais, uma escola comunitária, 10 creches e três Unidades de Saúde da Família, totalizando 3.670 pessoas atendidas.

Diretor global da Ford Fund visitou escola Zumbi dos Palmares, em Camaçari

O gerente de Processo de Mercado do SESI Bahia, André Bautista, comemora o avanço da parceria com a Ford. “Tivemos um avanço considerável nas negociações com a Ford e estamos comemorando o fato de o SESI Bahia ter sido escolhido para assessorar a Ford Brasil na gestão de seus projetos sociais em outros estados onde a montadora atua”. O mais novo projeto de parceria entre as duas instituições é o de Gestor Social, que teve início em março deste ano. A visita do diretor da Ford Fund foi acompanhada, ainda, pelas gerentes de processos de Responsabilidade Social, Adriana Reis, e de Odontologia, Maristela Araújo. Na avaliação de Adriana Reis, é uma grande motivação para a equipe de Responsabilidade Social do SESI Bahia que atua na Região Metropolitana de Salvador a confiança que têm sido depositada pela Ford Fund. “A ampliação dos projetos de parceria e a atribuição da gestão dos projetos implantados em outros estados pelo Departamento Regional Bahia validam todo o esforço das nossas equipes. [bi]


BNB apresenta benefício fiscal para investimento O Reinvestimento prevê que as empresas utilizem 30% do Imposto de Renda em projetos de modernização e compra de equipamentos

A

s empresas em operação na área de atuação da Sudene podem reverter 30% do Imposto de Renda calculado com base no lucro líquido para reinvestir em seus projetos de modernização ou compra de equipamentos. Trata-se do novo produto operado pelo Banco do Nordeste do Brasil, o Reinvestimento, que beneficia empresas dos setores industrial, agroindustrial, de infraestrutura e de turismo. O benefício fiscal, instituído pelo governo federal, e que estará em operação até 2018, foi apresentado aos empresários baianos pelo presidente do BNB, Nelson Antônio de Souza, no dia 16 de março, em seminário realizado no auditório da FIEB. “Estamos oferecendo este benefício para as empresas da Bahia, em parceria com a FIEB”, explicou Souza, destacando que o BNB, juntamente com a Sudene, está levando o programa para todo o NE, obtendo boa adesão por parte do empresariado. O presidente Nelson Antônio de Souza também apresentou um balanço das operações do banco em 2014 e as perspectivas para 2015, além de fazer um recorte dos recursos destinados à Bahia, que recebe a

Presidente do BNB apresentou o novo produto do banco aos empresários baianos

maior parte do que é direcionado ao fomento da atividade produtiva no Nordeste. O 1º vice-presidente da FIEB, Carlos Henrique Gantois, que representou o presidente Ricardo Alban na solenidade de abertura do seminário, ao lado do superintendente da Sudene, José Márcio de Medeiros, e do diretor técnico do Sebrae, Lauro Ramos, ressaltou o importante papel que o BNB desempenha, especialmente no fomento à indústria. “O BNB tem permitido a modernização das nossas indústrias, o que é fundamental para a competitividade e a produtividade face à agressividade das indústrias estrangeiras no mercado nacional”, destacou Gantois. O presidente do BNB ressaltou a importância de ter parceiros como a FIEB e demais federações para o sucesso das operações do banco, que fechou 2014 com o melhor balanço social e o melhor balanço financeiro da história de 62 anos da instituição, registrando lucro operacional de R$ 1,1 bilhão e lucro líquido de R$ 747 milhões, 107% maior que o lucro de 2013. Em 2014 o balanço social teve aplicação R$ 13,4 bilhões no FNE. O BNB também comemora o fato de ter sido a marca mais valorizada no mercado internacional, com a conquista do 10º Prêmio Relatório Bancário, em 2014.

PERSPECTIVAS Nelson Souza também falou sobre as projeções para 2015 em um cenário de desaceleração econômica, observando que o BNB segue um planejamento estratégico que o coloca em uma situação tranquila. Em termos de investimentos, Souza informa que estão previstos R$ 27 bilhões para fomentar a economia do Nordeste. Desses, R$ 15 bilhões são do Fundo Constitucional do Nordeste, com custo financeiro baixo, taxas de juros baixas e prazos maiores e com direito a bônus de adimplência. “A maior parte desses R$ 27 bilhões são para a Bahia, que recebe, em média, 10 a 12% do que é aplicado na região”, ressaltou. [bi] valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Bahia Indústria  29


painel Marcelo Gandra | Coperphoto | Sistema FIEB

Colação de grau SENAI Cimatec

Gestão do absenteísmo Painel de Especialistas em Gestão do Absenteísmo e Reabilitação reuniu profissionais das áreas de saúde, recursos humanos e técnicos de segurança das indústrias da região de Feira de Santana, no dia 30 de março. Realizado pela unidade do Serviço Social da Indústria (SESI) do município, o evento teve o propósito de reunir profissionais com experiências diversificadas em gestão do absenteísmo e reabilitação que tenham atuado no desenvolvimento de ações e produtos com foco na redução dos afastamentos de curto e longo prazo e na reabilitação/reinserção de trabalhadores, bem como na articulação com stakeholders.

Alban, Cajazeira, Gantois e Rossi na posse do Sindpacel

Sindpacel comemora conquistas em posse da diretoria reeleita Os 60 anos de história do Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia (Sindpacel) e a conquista da ISO 9001.2008 foram celebrados durante a posse da diretoria reeleita da entidade, no dia 16 de abril, na FIEB. Jorge Cajazeira foi reconduzido à diretoria para os próximos três anos. A solenidade de posse contou com a presença do presidente da FIEB, Ricardo Alban, que reiterou a satisfação da parceria com o Sindpacel. “Queremos que a FIEB continue sendo uma caixa de ressonância das demandas e reivindicações das classes sindicais”, pontuou. No evento aconteceu também a homologação da certificação ISO 9001.2008 para o Sindpacel. “Nosso sindicato tornou-se o primeiro da Bahia a conquistar um certificado de qualidade com base na nova lei ISO 9001”, comemorou Cajazeira.

Solenidade de colação de grau foi realizada no dia 20 de março, no SENAI Cimatec, reunindo 34 estudantes dos cursos de logística, inspeção de equipamentos e de soldagem, sistemas automotivos, gestão da produção industrial, processos gerenciais, manutenção industrial e processos ambientais. O primeiro vice-presidente da FIEB, Carlos Henrique Gantois, abriu a solenidade e explicou o quanto um evento desta natureza traduz o trabalho da Federação. “Para nós, que temos hoje a meta de valorizar a micro, pequena e média indústria, sem perder de vista, claro, a grande indústria, a questão da capacitação profissional, nesta área tecnológica, é imprescindível. A qualificação é a grande força motriz do incremento da produtividade e da competitividade deste segmento empresarial”, explicou. Marcelo Gandra/Coperphoto/Sistema FIEB

Ministro da Cultura no SESI Rio Vermelho O Teatro SESI Rio Vermelho recebeu, no dia 13 de abril, o ministro da Cultura, Juca Ferreira. Ele assistiu ao espetáculo de dança Entre Linhas, da coreógrafa Jaqueline Elesbão, que fazia parte da programação da 9ª edição do Vivadança Festival Internacional. O ministro foi recebido pela gerente do SESI Rio Vermelho, Angélica Ribeiro, e pela gerente do teatro, Rosa Villas-Boas. Juca Ferreira veio à Bahia para uma série de atividades do ministério, incluindo a Caravana da Cultura, que visa aproximar o Ministério da Cultura (MinC) dos produtores culturais. A caravana está visitando várias cidades do país.

30  Bahia Indústria

Juca Ferreira ao lado do diretor Márcio Meireles


Valter Pontes/Coperphoto/FIEB

Programa do SENAI Lauro de Freitas recebe nova certificação O Programa de Ensaios de Proficiência (PEP) do SENAI Lauro de Freitas conquistou, em fevereiro deste ano, mais uma credencial da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro e passa a utilizar também a logomarca da CGCRE nos serviços autorizados, evidenciando que os mesmos passaram por auditoria do órgão nacional. O PEP foi criado em 2001, com o objetivo de verificar o desempenho analítico de laboratórios de ensaios químicos. O trabalho consiste em avaliar, por meio de cálculos estatísticos, se o laboratório apresenta desempenho satisfatório nas análises que realiza.

CIEB lança Programa Rede de Parceiros Com o objetivo de oferecer às empresas associadas produtos e serviços com descontos e condições especiais, o Centro das Indústrias da Bahia (CIEB) lança, em maio, o programa de benefícios Rede de Parceiros, que prevê oferecer às empresas associadas, produtos e serviços de qualidade, fortalecendo também os parceiros, que ganham visibilidade e firmam novos negócios. Já foi firmado acordo com mais de 30 parceiros em diversas atividades, a exemplo de certificação digital, farmácias, academias de ginástica, cinemas e cursos de idiomas. A intenção é atender a demanda das associadas do CIEB e melhorar a qualidade de vida de seus funcionários. A rede abrange toda a Bahia e conta com parcerias no interior. Interessados em associar-se ao CIEB devem entrar em contato pelo telefone (71) 3343-1216 ou pelo e-mail cieb@fieb.org.br.

Gilberto Carvalho conhece o projeto do SESI Retiro

Presidente do CONSESI visita SESI Bahia O presidente do Conselho Nacional de Administração do SESI, Gilberto Carvalho, esteve em Salvador para conhecer os principais projetos desenvolvidos no Departamento Regional, bem como a estrutura do SESI Bahia. A visita ocorreu no dia 7 de abril e o roteiro incluiu a unidade SESI Lucaia, a Escola Djalma Pessoa, em Piatã, e as obras da escola Reitor Miguel Calmon, no Retiro. Carvalho esteve acompanhado do superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, que apresentou o projeto de construção de um centro na área de saúde e segurança no trabalho. O presidente do Conselho Nacional manifestou empenho em assegurar o apoio do Departamento Nacional para a necessidade de aportar recursos para o projeto que ele classificou como estratégico para o sistema indústria.

Sinduscon e ADEMI apresentam ENIC • A cadeia do setor da construção estará reunida no 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção, de 23 a 25 de setembro, em Salvador. Com o tema Brasil mais eficiente, país mais justo, o ENIC 2015 é uma realização do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-BA), da ADEMI-BA e da CBIC. O evento foi lançado em um café da manhã, dia 09 de abril, na sede do sindicato. Na oportunidade, também foram apresentados o site, a marca e o aplicativo do evento. “O futuro da construção no Brasil será debatido com o objetivo de trazer soluções e novos entendimentos para um setor em constante evolução”, comentou o presidente do SindusconBA, Carlos Henrique Passos. Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Bahia Indústria  31


jurídico

Direito Penal como meio de controle na modernidade Por Marcelo Cerqueira

É notório o desejo social de que o Direito Penal seja cada vez mais expandido, de modo a incidir nas mais diversas condutas, gerando um controle criminal cada vez mais abrangente. Vivemos uma espécie de retorno do movimento Law and Order da década de 1970, que tem como fundamento que as leis penais mais severas sanam o problema da criminalidade. A justificativa social para a expansão desse fenômeno de intensificação punitiva embasa-se na crescente sensação de insegurança, em razão do aumento abrupto dos índices de violência e o consequente anseio de justiça. A ideia de desamparo cria a impressão de que a incidência delituosa aumentará cada vez mais, deixando a população sujeita aos mais graves crimes, em qualquer tempo, lugar ou classe social. Tal pensamento faz, portanto, com que se iniciem os reflexos na política criminal, criando a sensação de necessidade de agravamento do Direito Penal como o único apto a solucionar tal panorama, o que, obviamente, não se justifica. Com a pós-modernidade, abandona-se o ideal correcionalista, que enxergava o crime como um problema social e entendia que, com a solução das desigualdades e correção do indivíduo via intervenção estatal, efetivamente, se combatia a criminalidade. O sentimento atual é que a solução para a crescente criminalidade é segregá-la, consolidando a 32  Bahia Indústria

cultura do controle através da punição. Um verdadeiro retrocesso principiológico. Essa nova lógica punitiva do Estado de Direito faz com que a igualdade perante a lei seja esquecida, criando estereótipos causadores da violência estrutural, que são agravados por um ambiente de dramatização midiática dos medos populares. Ocorre que, enquanto os temores forem utilizados de forma populista, tendemos a esquecer que é a própria modernidade que produz essa sociedade do medo, onde o criminoso deixa de ser uma pessoa normal vulnerável ao desajuste/desvio, e passa a ser tão somente fonte de perigo, que necessita ser neutralizado. Dentro da ótica da indústria, citamos a Lei Anticorrupção nº 12.846/13, que visa punir por responsabilidade civil e administrativa as pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração. A referida lei parece ter cunho administrativo, contudo, possui caráter substancialmente penal e traz reflexos importantes para o setor, pois pode prejudicar diretamente a atividade empresarial. Desta forma, a cultura do medo e a sensação de insegurança social impregnadas na visão da sociedade moderna dão ensejo à maximização do Direito Penal, que deveria, em verdade, ser somente utilizado em ultima ratio – última razão –, quando todos os demais ramos do direito não forem capazes de repelir tais condutas.

Decreto Federal regulamenta e-Social Resolução do Comitê Gestor CGES/GM/TEM nº 1, composto por representantes dos Ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência Social, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Instituto Nacional do Seguro Social e da Caixa Econômica Federal, foi publicada no dia 24 de fevereiro de 2015. A Resolução regulamentou o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) e aprovou a versão 2.0 do seu Manual de Orientação (MOS).

Publicado o Novo Código de Processo Civil

Marcelo Cerqueira é advogado da Gerência Jurídica da FIEB

Foi publicada, no dia 17 de março de 2015, a Lei Federal nº 13.105, que instituiu o novo Código de Processo Civil Brasileiro. A norma trouxe diversas inovações visando a dar maior agilidade ao andamento das demandas judiciais, a exemplo da extinção de diversos recursos; da nova forma de contagem do prazo em dias, estabelecidos por lei ou pelo juiz, por força da qual serão computados somente os dias úteis; do incremento das multas para aqueles que interpuserem recursos com o mero intuito protelatório; bem como da criação de centros de solução consensual de conflitos.


ideias

Limitações ao direito de defesa Por Daniel Ribeiro Silva

O Código Tributário do Estado da Bahia (Coteb) dispunha que a exigência de crédito tributário deveria ser feita por meio de notificação fiscal, sempre que o lançamento de ofício fosse relativo a valor inferior a R$10 mil. Quando, no entanto, o valor fosse igual ou superior, a exigência se realizaria por meio de auto de infração. Tal dispositivo fora modificado pela Lei n° 13.199/2014, para determinar que os limites em reais para utilização da notificação fiscal deveriam ser estabelecidos em regulamento. O RPAF/BA, com a redação dada pelo Decreto n° 15.807/2014, a partir de fevereiro de 2015, fixou como teto o valor de R$ 39.720 para manejo da notificação fiscal, sem qualquer justificativa razoável. As duas vias eleitas pelo legislador estadual para efetuar a cobrança, em verdade, trazem consigo diferentes regimes jurídicos que regem, cada um, ao seu modo, o procedimento de impugnação do contribuinte e o julgamento do mesmo. A defesa da notificação fiscal deve ser feita em um prazo de 30 dias e se resume a apresentar uma justificação na repartição do domicílio fiscal. Dada a sua apresentação, a administração fazendária emitirá a decisão por meio de despacho do titular da Gerência de Arrecadação ou da inspetoria fazendária emitente da Notificação Fiscal. Decorrido o prazo estipulado para pagamento do débito, considera-se constituído o crédito tributário, devendo ser encaminhado para inscrição em Dívida

Ativa. A esta descrição se resume todo o procedimento de julgamento da defesa de uma notificação fiscal no Estado da Bahia. O regime do auto de infração, porém, é bastante diferenciado, quando da apresentação da defesa no prazo de 60 dias, impugnando o lançamento de crédito tributário, efetuado mediante auto de infração, instaurando-se o processo administrativo fiscal. No processo podem ser realizadas diligências. Há julgamento em primeira instância por uma Junta de Julgamento Fiscal e, em segunda instância, por uma das Câmaras de Julgamento Fiscal, sendo que três integrantes são representantes dos contribuintes, sendo possível a sustentação oral pelo contribuinte. Ainda há a possibilidade de recurso à Câmara Superior do Consef. É possível concluir que o procedimento de auto de infração, diferentemente do procedimento da notificação fiscal, que é nitidamente precário, está de acordo com o que prevê a Constituição Federal, ao determinar, também para os processos administrativos, a observância da ampla defesa e do contraditório. No alargamento da aplicação do regime de notificação fiscal, cumpre observar que, fatalmente, seu procedimento passa a ser aplicável a uma infinidade de cobranças realizadas contra microempresas e empresas de pequeno porte. Estas, em virtude da limitação econômica a que estão submetidas, facilmente teriam as cobranças contra elas enquadráveis no valor estipulado pelo fisco

“Entendemos ser questionável submeter as micro e pequenas empresas a um regime de cobrança que não observa plenamente as garantias processuais da ampla defesa e do contraditório”

Daniel Ribeiro Silva é advogado, conselheiro do Caft/FIEB

estadual como próprio para as notificações fiscais. Essa medida pode acabar com qualquer possibilidade de defesa em lançamentos de descumprimento de obrigações acessórias, em que o RPAF permite aos julgadores do Consef a competência para proceder à redução das penalidades. Entendemos ser questionável submeter as micro e pequenas empresas a um regime de cobrança que não observa plenamente as garantias processuais da ampla defesa e do contraditório. O tratamento privilegiado, previsto constitucionalmente, decorre de uma necessidade econômica e social patente: as micro e pequenas empresas são responsáveis, no Brasil, pelo acolhimento de uma parcela considerável de trabalhadores. Com base em todo esse contexto, resta evidente a necessidade de tentar sensibilizar o legislador estadual para que sejam alterados os respectivos dispositivos legais, adequando a legislação estadual e garantindo a todos os contribuintes o mesmo direito de defesa em sede de processo administrativo fiscal. [bi] Bahia Indústria  33


leitura&entretenimento Divulgação

teatro Aquarelas de Carybé Os traços leves, coloridos e minuciosos de Carybé revelam a visão do artista sobre marcos da história do Brasil e da Bahia nas exposições “Aquarelas do Descobrimento” e “As Cores do Sagrado”. Dentre as obras apresentadas, uma releitura da Carta de Pero Vaz de Caminha, em aquarela, concebida com base na obra Carta a El Rey Dom Manuel, idealizada pelo escritor Rubem Braga e publicada em 1981. Assim, nasceram as 50 obras que integram a exposição Aquarelas do Descobrimento. Já “As Cores do Sagrado” traz um registro único dos rituais e cultos aos deuses africanos no candomblé na Bahia.

Não perca Caixa Cultural, ter a dom, 9 às 18h. Até 17.5. Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Gratuito. Informações: (71) 3421-4200 Léo de Azevedo/Divulgação

música Jogo de poder Inspirado nas relações estabelecidas entre os personagens de Beckett na peça “Fim de Jogo”, a Companhia Bufa de Teatro apresenta no Teatro SESI – Rio Vermelho a tragicomédia “Joguete”. O espetáculo, estrelado por quatro palhaços, apresenta a dualidade do ser humano a partir das relações estabelecidas entre os personagens. No palco, por meio da mímica, são recriadas metáforas de situações vividas no cotidiano em que o egoísmo, a submissão e o exercício do poder vão sendo retratados. A interdependência afetiva, de opressão, de carência material e humana se torna um fato destrutivo, até que seja quebrado o círculo vicioso. Não perca Teatro SESI, sextas, às 20h. 22 e 29.5. Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. R$ 20 e R$ 10. Informações: (71) 3334-6800

livros Sobre a crise de 2007

As transições e os choques Martin Wolf Companhia das Letras 480 páginas R$ 64,90

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Um relato abrangente a respeito dos efeitos da crise econômica e financeira de 2007 nos Estados Unidos e seus efeitos sobre a economia moderna é a proposta de As transições e os choques, livro de autoria de um dos maiores colunistas de economia do mundo, o americano Martin Wolf. Além de contar a história da crise em si, ele analisa suas consequências e mostra que novos abalos estão por vir e que as atuais mudanças políticas fazem da Europa um ambiente instável.

Onipresença do Estado O autor busca entender como se formou historicamente no Brasil a ideia de que cabe ao governo resolver todos ou a maioria dos problemas sociais, políticos e econômicos. Vasculhando a história política do país e recorrendo às Pare de acreditar no governo: Por que os explicações de pensadores brasileiros e brasileiros não portugueses que refletiram sobre a cultura confiam nos políticos política do Brasil, Garschagen narra a e amam o Estado história de um país cuja formação cultural Bruno Garschagen Record, 322 páginas se confunde com a onipresença da R$ 38 burocracia nacional.


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