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Prefácio por Pedro Dionísio

PREFÁCIO

Por Pedro Dionísio | Co-autor e Amigo

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Uma história de encontros

Cruzámo-nos pela primeira vez no ISCTE em 1973/74. O “Quim”, com o seu espírito empreendedor, assegurava o funcionamento das “folhas”, as famosas sebentas, que resultavam de apontamentos das aulas dadas pelos professores. Os apontamentos eram escritos à máquina por alunos, duplica11 dos e vendidos, porque os livros eram escassos. Após um conhecimento aprofundado nas “lutas” pela afirmação do ISCTE, foi com entusiamo que, em 1984, aceitei o convite para acompanhar como Diretor de Marketing, o Vicente, na altura administrador comercial da Fábrica Escola Irmãos Stephens, na Marinha Grande – foi um ano extraordinário com lançamento de marca e lojas, em jornadas diárias de 15h de trabalho. No ano seguinte, entrei como assistente no ISCTE, integrando a equipa do Vicente, ajudei a arrancar o projeto Infortec e ao mesmo tempo o Vicente sempre me estimulou a ir no ano seguinte para a HEC, uma escola de referência na Europa, fazer o doutoramento. Ao regressar a Portugal, coube-me a mim convidar o Vicente para fazermos a 1.ª edição do Mercator, em 1992. Foi uma aventura, de conseguir o impensável, desde a inviabilidade do projeto, por parte da então principal editora portuguesa, até esgotar, em 1 semana, a 1.ª edição de 5.000 exemplares, já na Dom Quixote. O livro tem tido diversas edições completamente atualizadas e com lançamentos memoráveis, nomeadamente com o Mercator da Língua Portuguesa, que juntou mais de 1.300 gestores e respetivos ministros da Economia, em 4 países. E há um episódio que não esqueço, em Janeiro de 2015, o Vicente diz-me, com voz embargada, “Pedro tens de te preparar para ires sozinho a Preview

Cabo Verde, Angola e Moçambique, porque posso ter de começar a fazer hemodiálise”, mas o Vicente contrariou os médicos e em Março e Abril estávamos a organizar e realizar as Conferências de lançamento nesses países. Há também um pormenor na organização das Conferências que ilustra a nossa cumplicidade – quando um está no palco o outro já sabe que deve estar na receção ou na parte de trás da sala. Quando, em 1995, o Vicente decide candidatar-se à Presidência da

APPM (Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing), foi com natural entusiasmo que integrei a equipa que, em 2 anos, conseguiu dar a volta a uma associação que se encontrava em grandes dificuldades. No ISCTE, temos tido muitas lutas e projetos comuns, mas destaco dois: 12 – O lançamento da Licenciatura de Gestão de Marketing, em 2000/01, após uma luta dura interna, no ISCTE, iniciado em 1985/86, e uma externa, já que o Ministério “esqueceu-se” de colocar a licenciatura nos boletins de candidatura, obrigando a um esforço de ida às Escolas Secundárias e Colégios 2 anos seguidos. Mas não foi isso que nos fez desistir. O Vicente foi Diretor da Licenciatura nos seus primeiros anos e distinguiu-se pelos 14 primeiros prémios que os Projetos dos seus alunos ganharam em concursos empresariais, de tal forma que, entre nós, ganhou a alcunha carinhosa de “papa-concursos”. – O projeto Marketing FutureCast Lab, germinando no GIEM, após eu ter apresentado o Luiz Moutinho ao Vicente, que acabou por ser criado como a 1.ª iniciativa do género na Europa, projetando até hoje o ISCTE em mais de 20 grandes organizações nacionais e internacionais. O Vicente tem uma especial apetência para liderar organizações, como o fez no Lisboa Ginásio Clube, e o faz na Fundação Amália, pelo que ao ser convidado, em 2020, para integrar a Direção do Clube Alumni do ISCTE, presidido pelo Vicente, soube que seria para desenvolver a organização. Para terminar, parafraseando António Gomes Mota, “vocês são tão diferentes, mas não me lembro de ver 2 tão diferentes darem-se e complementarem-se tão bem” – é o “vestir a camisola do ISCTE” que nos tem sempre unido. Preview

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