BELO HORIZONTE, 2011
FICHA TÉCNICA GERÊNCIA DE PROTEÇÃO SOCIAL Gerente: Shirley Jacimar Pires GERÊNCIA DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA Gerente: Magali Cetto Deslandes Assessoria: Josemary Bernardo Soares / Rita de Cássia Rodrigues de Freitas Equipe de Acompanhamento Técnico Metodológico GPSOB: Almir Ferreira Damaceno Junior – Assistente Social / Alcione Mesquita– Psicóloga Andreia Lucia Avelar Barcelos - Psicóloga / Arlene Mendonça Correia - Psicóloga Arthur Oliveiros Rocha - Psicólogo / Cristiane Cruz – Assistente Social Cristiane de Medeiros Nepomuceno - Assistente Social / Dayse Araújo Dutra – Assistente Social / Eliene Maria Da Silva – Assistente Social / Eliete Cristina Rezende Costa – Assistente Social / Franciele Alves da Silveira – Assistente Social / Maria Beatriz Rodrigues Oliveira Maria de Fátima Ferreira Loureiro - Psicóloga / Maria José Brant – Assistente Social Maria Luísa Dos Santos– Assistente Social / Maria Patrícia Lopes Lamêgo - Pedagoga Marly Trindade Da Silva – Historiadora / Mercês Maria de Hollanda C. Garcia - Psicóloga Nelson Soares Filho - Psicólogo / Neyfsom Carlos Fernandes Matias - Psicólogo Patrícia Souza - Psicóloga / Rita de Cássia Rodrigues de Freitas / Sandra Maria de Barros – Assistente Social / Sônia Francisca de Carvalho Silva – Assistente Social / Vanessa Cambraia Antropóloga / Virgínia Maria Gomes Batista– Assistente Social Estagiária: Lilian Maria Almeida Silva – Serviço Social Equipe de Apoio Administrativo: Izaías Francisco Pereira de Souza / Míriam Rosária Silva / Wender Silva / Ednara Ática Soares / CláudiaVeiga Parreira Jovens Aprendizes: Camila Maria Jesus de Freitas / Jenilson Junio Teixeira Félix Gerência de Benefícios: Gerente: Maria Ângela de Amorim Correa Técnicas: Vilma Aparecida ferreira / Geraldina da Conceição Conrado / Fabiana Meijon Sadul Edna Alves de Oliveira / Elizete Matias Barbosa Orozimbo / Marluce de Castro Kfuri Bicalho Mediadora: Laura Freire de Andrade Comissão de Planejamento: Almir Ferreira Damasceno - Assistente Social / Angélica Moraes de Araújo - Assistente Social / Dalila Gabriela G. de Sousa - Psicóloga / Darana Froes de Medeiros - Psicóloga / Flávia Maria Alves - Psicóloga / Juliana Alves Xavier - Assistente Social Maria Milanez dos Santos - Pscióloga / Marco Antônio Oliveira - Psicólogo / Mariana Lelis Moreira - Assitente Social / Marina Ribeiro de M. Oliveira - Psicóloga / Miriam Nogueira da Silva - Psicólogo / Roberto Dutra - Assistente Social / Sandra Maria de Barros - Assistente Social PROJETO GRÁFICO Rodrigo Furtini Cardoso - Núcleo de Comunicação e Mobilização Social
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE Marcio Araujo de Lacerda
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLÍTICAS SOCIAIS Jorge Raimundo Nahas
SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Elizabeth Engert Milward de Almeida Leitão
APRESENTAÇÃO
Essa publicação faz parte de um conjunto de ações da Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social (coordenadas por uma equipe composta por técnicos da Proteção Social Básica), a que chamamos de Rede de Trocas PAIF-SUAS/BH. Os Principais objetivos são os de promover através do relato de experiências a valorização do trabalhador, a reflexão sobre a prática cotidiana e a metodologia de trabalho do PAIF, o fortalecimento do SUAS, entre outros. Destacamos a importância do momento de relato dessas experiências como um ponto de encontro dos técnicos e coordenadores dos serviços, propiciando um debate rico em experiências proporcionado pelas vivências diferenciadas e objetivos comuns: "fortalecer vínculos e garantir direitos". Parabenizamos os técnicos e coordenadores que com muito empenho aceitaram participar desse processo e a se expor aos vários olhares. Agradecemos a todas as equipes que se ofereceram para relatar suas experiências, fortalecendo em nós a noção de como os serviços da Proteção Social Básica tem se empenhado para garantir a eficácia do trabalho, desde a seleção do público, do planejamento da atividade, dos objetivos, do cuidado com os usuários, dos resultados, da continuidade... Esperamos que essa publicação cumpra os objetivos propostos pela "Rede de Trocas" e seja um instrumento que facilite a reflexão, a busca de conhecimento, o trabalho coletivo e a geração de novas experiências exitosas. Às equipes do Centro de Referência da Assistência Social – CRAS Vila Independência e CRAS Santa Rosa e a todos que contribuíram de alguma forma os nossos sinceros agradecimentos.
Magali Ceotto Deslandes Gerência de Proteção Soscial Básica
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REDE DE TROCAS
"Minha pergunta, se havia, não era "que sou", mas, entre quais eu sou". Clarice Lispector.
O relato de experiência nas páginas desse caderno, anuncia o encontro das mulheres do bairro Independência iniciado no mês de outubro de 2002 e que persiste até os dias de hoje (2011) que ao ser construído movimentou a comunidade, colocou na agenda uma tarde por mês para que mulheres jovens, maduras, idosas se encontrassem e falassem sobre a vida. Para nossa surpresa, muitas delas, moradoras do bairro há mais de dez, quinze anos, se falaram pela primeira vez no Chá de Mulheres ou voltaram a ter amizade a partir dos encontros mensais. Quem são essas mulheres? São mulheres capazes de pintar, bordar, dançar, representar, interpretar muitos papéis no palco da vida. São mansas e bravas, iluminadas e a procura de luz, fortes e frágeis. Chegam no horário, na última quarta feira do mês, sem pressa de chegar e nem de ir embora ao final do encontro. A equipe do CRAS prepara cada detalhe do encontro: a dinâmica inicial que dá uma "sacudida" alegre na turma; a dinâmica de reflexão que sempre traz um tema para discussão, temas esses ligados a essas mulheres e a relação com suas famílias; o momento da partilha que é feito através do lanche. Esse tem uma importância sem tamanho, pois, é o momento que através da comida as mulheres se fartam e não se furtam de conversar... de tecer a prosa. Todos os contatos de encontros para a caminhada diária, a ida à igreja, troca de receitas, opiniões sobre o médico, vendas e trocas de algo produzido é feito nesse momento do lanche. Arriscaríamos dizer que é um momento mágico... todas querem aparecer seja servindo a outra ou ajudando a organizar o ambiente após o encontro. E elas não têm pressa de acabar. É como se aquele momento significasse o bordar da vida, lento, cuidadoso, harmonioso...
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O resultado tem sido marcado pelo desenvolvimento de uma solidariedade interna, melhora na relação com o corpo, o aprendizado da importância de expressar emoções, sentimentos e criatividade; é como se os encontros estivessem estimulando o aflorar do poder de intuição das mulheres, como também a sensibilidade. O registro que se segue da atividade, tem o objetivo de mostrar o previsto e o acontecido e no acontecido, a palavra que cada mulher deixou registrada ao longo desses encontros. EQUIPE DE TRABALHO DO CRAS INDEPENDÊNCIA / Maio de 2011
HISTÓRICO: O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública estatal descentralizada da política da assistência social, responsável pela organização e oferta de serviços de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e DF. Dada sua capilaridade nos territórios, se caracteriza como a principal porta de entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que possibilita o acesso de um grande número de famílias à rede de proteção social de assistência social. (Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. – 1. Ed. – Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009). O CRAS Independência no seu trabalho com as famílias vem desde outubro de 2002 organizando uma atividade coletiva especificamente para mulheres – O Chá Conversa de Mulheres. A escolha de formar um grupo de mulheres vem ao encontro das mudanças culturais e econômicas pelas quais a sociedade vem passando, bem como da mulher na Vila Independência ter sido a que primeiro reconheceu o equipamento da Assistência Social no território (NAF) , legitimando-o ao demandar seus serviços, isso logo no primeiro ano de funcionamento do CRAS em 2002, além de ser uma região que apresenta uma parcela significativa de arranjos familiares monoparentais, tendo a mulher como chefe de família. É dentro dessa conjuntura que a equipe técnica do CRAS Independência/ Barreiro propôs a criação de um grupo de mulheres que 1
1 No ano de 2002 os equipamentos de base local da Assistência Social implantados, receberam o nome de Núcleo de Apoio à Família – NAF. Somente a partir do ano de 2005 eles receberam a denominação de CRAS.
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pudesse refletir sobre a sua história e a partir desse resgate, socializar e construir alternativas para a superação dos problemas diários. Acrescentado a tudo isso, a equipe viu a formação do grupo como uma estratégia de levantar os problemas da família a partir da visão da mulher, para organização de grupos de reflexão, como também de oficinas envolvendo toda a família, contribuindo para a prevenção de situação de risco, promoção e inserção social das famílias. A estratégia utilizada para chamar as mulheres para a primeira reunião em outubro de 2002, foi convidá-las a tomar um chá e falar da vida... A partir daí "pegou" e tornou-se o Chá – Conversa de Mulheres. O primeiro chá teve a participação de 24 mulheres, e ao longo desses quase nove anos de atividade o número de participantes foi aumentando consideravelmente. Chegamos ao final do ano de 2006, com encontros que variavam de 50 a 120 mulheres. Esse número alto de participação nos fez refletir sobre a atividade e nossa capacidade de executá-la e no ano seguinte, 2007, fizemos uma mudança drástica: dividimos as mulheres por idade e organizamos tardes de cinema comentado com filmes que discutiam as diferentes gerações. Ao final de 2007, a avaliação que as mulheres fizeram foi que não gostaram de que fosse determinado o dia e com quem iriam se encontrar (adolescentes, idosas, maduras, jovens) e que filme não era como a roda de conversa do CHÁ. No ano de 2008, retomamos a metodologia do Chá de Mulheres: encontrar para conversar, para conhecer, para descobrir, para sentir emoções, para construir/reconstruir o lugar de cada uma daquelas mulheres participantes. O objetivo desse trabalho que vem sendo desenvolvido pelo CRAS Independência, pode estar mais ligados à mulher, mas a sua base de intervenção é a família. Os objetivos como resgatar a auto-estima, considerar-se sujeito de direitos capaz de intervir na sua realidade, auxiliam a fortalecer o grupo familiar e nesse sentido de promovê-lo. Acreditamos que programas que dêem suporte à mulher, contribuem sensivelmente para a elevação do bem estar dos membros da família. É uma atividade coletiva executada pela equipe do PAIF2, sendo as seguranças de acolhida, convívio familiar e comunitário e desenvolvimento da autonomia e das aquisições para as mulheres e suas famílias com esse grupo socioeducativo. 2
O Serviço de Proteção e Atendimento à Família – PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, previnir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. É um serviço ofertado necessariamente no CRAS.
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A seguir, apresentamos as temáticas discutidas de 2002 a 2011, que por si só podem não dizer da dimensão relacional que se estabeleceu em cada encontro. TEMÁTICAS DISCUTIDAS / ANO 2002: Meses: outubro/novembro/dezembro Vida cotidiana das mulheres da comunidade – Resgate da história de vida 2003: TECENDO DA COLCHA...TECENDO A VIDA – construção da colcha de retalhos. 2004: O papel da mulher na História - Os direitos civis; mulher e cultura; mulher e violência; identidade negra; mulher e samba; mulher e política; mulher e educação; mulher e saúde 2005: Afetividade – sexualidade; relações amorosas; beleza; mexendo com o corpo; minha infância; a adolescência passou?; uma questão de gênero; negritude 2006: Uma questão de limites – Relações intergeracionais – exposição de filmes durante todo o ano misturando as mulheres idosas, adolescentes, jovens, maduras. 2007: Cuidar de mim – Alimentação; o corpo; a saúde; a afetividade; a espiritualidade; o ambiente familiar; a sexualidade; a relação de vizinhança; relação de raça. 2008: 1º semestre Vivenciar a identidade negra 2º semestre RÁDIO MULHER: De mulher para mulher 2009: MULHER EM FOCO – Ser mãe; relacionamento pais e filhos; gravidez na adolescência; relação de gênero; identidade feminina.
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2010: O PAPEL DA MULHER NA COMUNIDADE: Dengue; lixo; gravidez na adolescência; brincadeira em família; relações de vizinhança; a escola; o centro de saúde; o CRAS 2011: CUIDANDO DE MIM: beleza, auto-estima, saúde, cuidados com o corpo, sexualidade. METODOLOGIA: O público do Chá Conversa de Mulheres é formado por mulheres adolescentes, jovens, adultas e idosas, moradoras da área de abrangência do CRAS Independência (bairros Independência, Mineirão e Vila Mangueiras). Priorizamos na mobilização as mulheres de famílias que recebem Bolsa Família e/ou Benefício de Prestação Continuada, mas o grupo é bem heterogêneo. Os encontros são mensais, sempre na última quarta feira do mês e estruturados a partir de uma dinâmica que contém acolhida, descontração, discussão do tema do mês, avaliação e lanche (ponto importantíssimo do encontro). A duração do encontro é de duas horas e o grupo é composto por aproximadamente 40 mulheres, muitas delas trazidas por outras que participaram dos primeiros encontros e as levaram para também fazer parte. Os temas discutidos são ligados à vida cotidiana das mulheres: violência, amor/paixão, sexualidade, saúde da mulher... além das dinâmicas que possibilitam trabalhar a auto-estima, o se sentir gente, mulher de direitos, de desejos, de conquistas. Os recursos pedagógicos utilizados variam de acordo com a temática a ser discutida. De uma maneira geral, são escolhidos recursos que possibilitem uma discussão mais leve, independente da profundidade do tema abordado. Diferentemente de outras atividades coletivas que acontecem no CRAS , o Chá propõe ser um momento mais descontraído, sem perder a importância e seriedade dos assuntos abordados. Roda de Conversa, dinâmicas individuais, dinâmicas em grupo, teatros, rádio mulher, filmes, fotografias e músicas, entre outros recursos mais comuns usados nas atividades mensais. A temática anual é escolhida no primeiro encontro do ano e a partir dos assuntos relacionados, a equipe técnica organiza os demais. O primeiro encontro acontece no mês de março e o último em novembro, totalizando nove ao longo do ano.
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Quanto ao profissional/profissionais que fazem as discussões nos encontros, contamos com a interface com a saúde, educação, esporte, abastecimento, direitos e cidadania, ONGs, arte educadores contratados, palestrantes e principalmente os técnicos do CRAS Independência. Importante salientar que o desenvolvimento das discussões com as mulheres da Vila Independência significa perceber uma demanda que emerge de todo um processo de estabelecimento de vínculos com a comunidade, construído ao longo da existência do CRAS nesse local. Demanda essa característica da sociedade em que vivemos que muitas vezes atropela os anseios das pessoas por relações muito afetuosas, cuidados consigo e com o outro. A mesa onde é servido o lanche fica sempre no meio do pátio do CRAS. É uma mesa longa, com toalha colorida onde são colocados bolos, salgados, caldos, canjicas, biscoitos em bandejas. Os sucos, leite, café, chá são também colocados sob a mesa, além dos guardanapos e da jarra de flores que sempre enfeita o ambiente. Todos se servem. Quando há tumulto, a equipe do CRAS se mobiliza rapidamente para ajudar nos problemas e muitas mulheres também se colocam para contornos à situação vivida. Além do comer, é a hora da socialização da vida. Todas ficam ao redor da mesa e a conversa do encontro prossegue ali. No que se refere à mobilização, o Chá de Mulheres já faz parte da agenda das mulheres da comunidade. No entanto, convites são entregues às participantes do grupo para lembrar a data do encontro do próximo mês. Vale ressaltar que a mobilização no CRAS é uma constante nas ações de toda a equipe, desde a coordenação à recepcionista e os diversos meios são utilizados, como telefonemas, visitas domiciliares, nos momentos dos atendimentos técnicos, atividades coletivas, etc. A avaliação é feita ao final do encontro. São utilizadas para tal diversas dinâmicas, como exemplo: carinhas; pare, atenção, siga; dizer uma palavra para definir o sentimento após o encontro; caixinha de sugestões; açúcar e limão (pontos positivos/negativos), dentre outras. Para ilustrar o Chá Conversa de Mulheres, descreveremos a seguir um dos recursos pedagógicos utilizados para o encontro, A RÁDIO MULHER, "que esteve no ar" no ano de 2008. RÁDIO MULHER (Jingle para a abertura da Rádio) Locutor - Boa tarde, queridos ouvintes! Estamos novamente com a minha rádio, a sua rádio, a nossa Rádio Mulher. Sou Marcos Carvalho seu locutor e hoje o nosso tema é Afetividade e Sexualidade. E para ajudar a discutir o assunto e esclarecer dúvidas, receberemos daqui a pouco em
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nossos estúdios a Psicóloga com especialidade em Afetividade e Sexualidade, a Sr.ª Mary Rita. Vá se preparando cara ouvinte para esclarecer suas dúvidas. Mas antes de chamar a Sr.ª Mary Rita, vamos para nossos comerciais. Música: Entre tapas e Beijos Locutor - De volta aos nossos estúdios com o tema Afetividade e Sexualidade. Gostaria de dizer que nos intervalos comerciais serão feitas perguntas e quem respondê-las primeiro ganhará brindes. Então ligue e participe! Vamos chamar agora em nossos estúdios a psicóloga e especialista em Afetividade e Sexualidade, a Sr.ª Mary Rita. Locutor - Boa tarde Senhora! Mary Rita - Boa tarde, Marcos! É um prazer estar aqui, este programa é muito ouvido em toda a região do Independência. Locutor - Sra. Mary Rita recebemos durante toda semana cartas das ouvintes com histórias interessantes. Mas além das histórias, teremos perguntas premiadas e receberemos ligações, ok? Mary Rita - Vamos lá! Locutor - Selecionamos a carta da Senhora Francisquinha que diz o seguinte: Sou casada há 15 anos e acho que minha vida sexual não anda bem. Meu esposo me procura e nem sempre tenho vontade de namorar com ele! Sra. Mary você acha que os homens têm mais necessidade de sexo que as mulheres? Mary Rita responde a pergunta ( a critério de Maiari) (Caso o público tenha perguntas ou comentários, serão falados) Locutor - Agora vamos para nossos comerciais com sorteio de brindes. (A coordenadora da oficina, neste momento, colocará uma buzina na frente, a primeira que apertar a buzina, responde. Caso esteja certo ganhará o brinde). Serão duas perguntas: 1. Existe alguma substância ou medicamento afrodisíaco (estimulante sexual)? 2. Ao namorar, o que você mais valoriza no seu par? Música - Pinga em mim Locutor - Olá caros ouvintes, voltamos depois de um animadíssimo comercial. (telefone toca trim... Ouvintes fazem perguntas) Locutor - Recebemos outra carta, agora da Sr.ª Carla Vânia. A nossa ouvinte conta a seguinte história: Minha vizinha teve filho há pouco tempo e disse que não vai amamentar para preservar a beleza, disse que
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as mamas ficam caídas. Que conselho posso dar para que ela amamente o filho? O filho pode se sentir rejeitado? Mary Rita - (comentário da história) abre para discussão (o público é instigado a opinar) Locutor - Vamos para mais duas perguntas valendo brindes. Perguntas: 1. Quais os métodos de barreira que evitam a gravidez mais conhecidos em nosso meio? 2. Homens que fazem vasectomia ficam impotentes? Locutor - Vamos nos distrair fazendo um intervalo e como diz o ditado: Quem canta seus males espanta! Música de Roberto Carlos Locutor - Voltamos com a minha, a sua, a nossa Rádio Mulher. Contamos com a presença da Sr.ª Mary Rita, psicóloga com especialização em Afetividade e Sexualidade. Locutor - Srª Mary Rita, também tenho minhas perguntas. Sexo é fundamental para uma pessoa ser feliz? Mary Rita - (Pergunta aberta) (Locutor instiga a ligar e opinar) Locutor - Vamos para mais duas perguntas premiadas; 1. Pergunta: Você acha que o homem na relação sexual é responsável pelo prazer da mulher? Por quê? 2. Pergunta: Quando você acha que uma pessoa está preparada para manter relações sexuais? (o telefone toca trim...... mais uma pergunta de nossas ouvintes) Locutor - Infelizmente estamos chegando ao fim de mais uma rádio mulher. Agradeço a participação da Srª Mary Rita. Mary Rita- Obrigada Marcos pela Oportunidade de trazer um tema importante para o debate. Nós mulheres precisamos sempre abrir o nosso coração para a vida. Locutor - Para finalizar vamos outra vez de música Música - Dois corações e uma história Locutor - obrigado a todos! Até o mês que vem para mais uma minha, sua, nossa RÁDIO MULHER!
A VOZ DAS MULHERES " marido que ajuda mulher é minoria" " o comportamento dos companheiros é reflexo do relacionamento que é estabelecido pelo casal, em que a própria mulher acostuma o homem mal".
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"De modo geral os homens responsabilizam as mulheres por tudo até a prevenção da gravidez". "Quando se ouve uma palestra assim descobrimos que fazemos um tanto de coisas erradas". " Constituição de um espaço, para fazer alguma coisa diferente da nossa rotina". "Oportunidade se abre para nós" " É um privilégio colaborar para que esse trabalho dê certo" "Éramos discriminados pé vermelho, acho que agora será diferente" " Nesse encontro sobrou gordura" "Falar de saúde é bom, pois o que precisamos é de saúde" " Depressão é quando a pessoa começa a guardar tudo e não fala nada" " minha amiga foi despezada pelo marido e acabou interrompendo sua vida" Eu admiro todos nós presentes neste encontro". "Eu estou aqui para buscar novas amizades e descontração" "Neste ano realizei meu sonho: apesar da idade voltei a estudar". "Eu admiro o trabalho do NAF-B". " Falta força de vontade, é difícil, mas vale a pena lutar, largar o esposo, tirar nossos filhos de uma casa assim, Deus nos abençoará e levaremos nossa vida" "Somos inteligentes e competentes" " Como o sonho move a vida, deixando de lado a violência do bairro, o desemprego do marido e da própria mulher, a rebeldia da adolescência, a creche do bairro fechada já há uma semana, a falta de comida naquele dia e a falta da Maria José, companheira da comunidade que Deus a levou após mais uma reunião envolvendo os moradores na luta por uma vida mais digna, e fomos nos aventurar no teatro para assistir a Concessa." "Eles não sabem que são culpados por a gente não querer transar com eles". "Tem violência do marido, mas tem do filho também". "Essa dinâmica ilustra a realidade de alguns momentos de nossas vidas, quando nos acomodamos com certas situações do nosso cotidiano.” "Se consideram como alicerce na sua casa e além disso seguram a barra de todos os familiares, dizendo que carregam um fardo pesado.” "Cada mulher se coloque dentro dessa casa construída e reflita sobre o seu lugar na casa" " O filme mostra que é necessário trabalhar em equipe para conseguir aquilo que queremos" "Nunca devemos desistir de nossos sonhos". "Quando queremos algo devemos lutar para conseguirmos" "Acho muito complicado na minha idade ter que tirar a roupa". "Eu tiraria a roupa se fosse por uma boa causa" "Achei muito importante, pois quando sofri preconceito por ser negra na
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hora de conseguir emprego . As "clarinhas" conseguiram e eu não. Elas foram firmes e disseram que eram capazes, mesmo estando na velhice". " A mulher do filme sempre quis um tipo de vida que não teve e descobriu no final que a vida que ela tinha era a melhor". " Deixei de fazer muita coisa por causa do casamento" " Daqui há trinta anos eu quero uma vida tranqüila, só eu e meu marido". " Não arrependo da minhas escolhas, mas daqui a trinta anos ninguém vai suportar meu marido, ele é muito chato". FICHA TÉCNICA: CRAS INDEPENDÊNCIA - Rua Água da Vida nº 14 – B. Independência – BH ANO DE 2011 - Coordenação: Magda Carvalho Rodrigues Sant'Ana Equipe Técnica: Clarice da Silva Dias – Assistente Social / Estael Virgínia de Almeida Aguiar – Assistente Social / Fernando Gomes Braga – Assistente Social / Gleidceane Maiari Silvério Fernandes – Psicóloga Estagiários: Elessandra de Souza Ribeiro – serviço social / Fenanda Amélia Cruz – serviço social / Ingrid Apolinário Silva – psicologia Equipe de Apoio Administrativo: Conceição Aparecida da Silva – Recepcionista / Joana D'Arc Binas Nogueira - Técnico Administrativo / Wallison Henrique Serviços Gerais: Cláudia Maria dos Santos Trabalharam no CRAS Independência e também no Chá de Mulheres: Daniela Aparecida dos Santos / Eliete Cristina Rezende Costa / Fabiana Cristina de Oliveira / Glauber Vianna Pereira / Grazzieli Fuccio / Renata Aparecida Vieira / Sandra Maria de Barros / Shody Nelson / Sueli Maria Aguiar Pinali / Taís Amélia dias de Souza. i
De 2002 a 2007, os encontros eram realizados na última 5ª feira do mês. Outras atividades coletivas que acontecem no cotidiano do CRAS: oficina de reflexão, oficina de convivência, grupo de mobilização comunitária, grupo de convivência da Terceira Idade, dia de brincar na praça (6ª na Praça) iii Os primeiros 6 anos do Chá de Mulheres, contava com a participação de toda a equipe na sua organização e execução. Tanto a equipe técnica quanto a de suporte (administrativo, recepção, serviços gerais), organizava de forma que cada um cumpria um papel para que a atividade tivesse sucesso. No entanto, nesses últimos anos, com o aumento do nº de usuários no CRAS a organização passou a ser feita por dois técnicos e um estagiário e a execução continuou sendo uma responsabilidade de todos os funcionários. iV Os lanches variam de encontro por encontro e o tipo a ser servido é sempre de acordo com o clima. Como exemplo para o inverno: chocolate quente, canjica, caldos. ii
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GRUPO DE CONVIVÊNCIA “MULHERES DE BEM COM A VIDA” INTRODUÇÃO A experiência com o público atendido pelo Centro de Referência da Assistência Social – CRAS Santa Rosa tem demonstrado que o serviço é majoritariamente acessado por mulheres. Em geral, elas desdobram-se em várias atividades para si mesmas e para suas famílias, tais como a busca de informações sobre seus direitos, sobre benefícios sociais, as tarefas de donas de casa, as funções de mães e esposas. Alie-se a isso o fato de, em muitas famílias monoparentais femininas, o sustento familiar estar sob sua responsabilidade. Diante desse cenário, observa-se uma sobrecarga de tarefas e funções que, em muitos casos, desdobram-se em cansaço, depressão e até mesmo doenças físicas. Além de observarmos essas mulheres nos atendimentos e nas visitas domiciliares feitos pela equipe técnica do CRAS Santa Rosa, recebíamos também alguns encaminhamentos de outros serviços da rede, tais como, Centros de Saúde, Programa Bolsa Família e Bolsa Escola pedindo acompanhamento e inclusão das mesmas em alguma atividade. No entanto, muitas vezes não podíamos atender tais demandas porque trabalhávamos com grupos de reflexão, cujo tempo de realização e número de participantes eram fixos, nos impedindo de incluir outras usuárias a qualquer momento. Algumas mulheres que participaram de grupos de reflexão com o tema: cuidados com a crianças de 0 a 6 anos, anteriormente acompanhado pelo CRAS e Casa do Brincar reivindicavam mais atividades, pois argumentavam que o único tempo que tinham para si mesmas era no grupo. Assim, tais demandas demonstraram a necessidade de termos um grupo curinga, no qual pudéssemos incluir estas mulheres a partir dos atendimentos. Pensamos, então, em um grupo para o qual essas usuárias pudessem ser encaminhadas ao longo do ano, no qual teriam alguns momentos só para elas e pudessem ser simplesmente mulheres. Deixariam de cuidar dos outros e se lembrariam de cuidar de si mesmas, do corpo e da mente. Um momento para conversar, sorrir, fazer novas amizades e relaxar. 15
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Em parceria com a Gerência de Esportes da Regional Pampulha e com a Casa do Brincar, idealizamos um grupo de convivência dividido em dois momentos: o primeiro de reflexão e/ou atividades manuais e, o segundo, de ginástica. Durante as atividades, elas poderiam ficar despreocupadas, pois seus filhos estariam seguros e se divertindo bem ao lado, sob os cuidados dos brincantes da Casa do Brincar. Para darmos maior legitimidade ao grupo, em janeiro de 2010, realizamos uma reunião com a comunidade, quando convidamos em especial, as possíveis participantes do grupo. Neste dia, apresentamos nossas propostas e os monitores de esporte fizeram uma palestra sobre a importância dos exercícios físicos para a saúde. Propusemos dois encontros semanais para que as atividades físicas fizessem efeito. Terçafeira e sexta-feira foram os dias eleitos em votação para a realização dos encontros, sendo uma hora para reflexão ou outras atividades e uma hora e meia para ginástica, finalizando com um lanche. Começamos então a mobilização, fizemos filipetas para divulgação nas áreas de abrangência do CRAS, nos Centros de Saúde e articulamos com as respectivas assistentes sociais para nos encaminhar usuárias que se interessassem pela atividade e deixamos alguns cartazes nas salas de espera. Além disso, realizamos divulgação nos nossos atendimentos. Iniciamos as atividades em fevereiro de 2010, com o tema central - Saúde e Beleza, com inscrições para oficina de cosméticos, que foi um sucesso. Percebemos alguma dificuldade na adesão à ginástica, o que foi superado com o tempo. UM BREVE RELATO DAS ATIVIDADES REALIZADAS EM 2010 A prioridade do grupo sempre foi proporcionar às mulheres alguns momentos de descontração, mas com protagonismo nas escolhas das atividades e com avaliações constantes dos resultados. De acordo com nossas possibilidades, atendermos às reivindicações. Inicialmente, havia 15 participantes. A primeira oficina, de cosméticos, foi muito bem avaliada, atendeu ao propósito de despertar um cuidado com o corpo. Como sabíamos da dificuldade financeira em adquirir produtos de higiene e beleza, proporcionamos a elas aprenderem a fazer produtos necessários para os cuidados básicos: cabelos – shampoo, condicionador, creme sem enxágüe; creme para hidratação; corpo – sabonete líquido, creme hidratante, creme para os pés. Como o grupo reúne-se duas vezes por semana, propusemos às participantes realizarmos a oficina de cosméticos na terça-feira e, para a sexta-feira, fizemos com elas uma lista dos talentos (habilidades no
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campo do artesanato) que tínhamos no grupo, os quais poderiam ser repassados. Assim, tivemos oficinas muito interessantes ministradas pelas próprias participantes, como fabricação de sabão, capa para celulares, caixas de presentes, cachecóis, tolhas bordadas, entre outras. Essas atividades contribuíram para que elas percebessem o quanto são importantes e quanto conhecimento possuem e que podem repassar para outras pessoas. As participantes pediram momentos específicos para reflexão e, mesmo sendo o tema central saúde e beleza, sempre que nos foi solicitado, ou observado por nós a necessidade de tratarmos de outros temas, abordamos os assuntos demandados e tivemos a oportunidade de levar novidades para o grupo. Já refletimos sobre o preconceito, a importância da mulher na família e na sociedade, os relacionamentos afetivos, a necessidade de sermos gentis com os outros, como distribuir melhor nosso tempo, criação de filho, etc... Além de nossas reflexões, contamos com a participação dos profissionais do NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família (psicólogos, farmacêuticos, fisioterapeutas), os quais enriqueceram o grupo com informações preciosas. Sempre deixamos bem claro para as participantes do grupo que elas são livres para fazer propostas, reflexões e atividades para as oficinas. Para assegurar o sucesso das atividades e garantir a participação efetiva no grupo, foram realizadas constantes avaliações, quando elas diziam do que gostavam e também o que não estavam de acordo. E para validar a importância de suas opiniões, sempre que possível, atendíamos as suas reivindicações. Como exemplo do que foi dito, citamos o lanche que nos foi solicitado que fosse mais ligth. Então, como naquele ano podíamos ter contato direto com o fornecedor, fizemos um cardápio com frutas, iogurte, sucos, chás e excluímos bolos e salgados muito gordurosos. Essa demanda das participantes estava em completa consonância com o tema central: saúde e beleza. A proposta de atividades do grupo incluía também passeios que eram anteriormente apresentados às participantes do grupo antes de sua confirmação. Foi uma preocupação constante incluirmos os filhos, para garantir a participação de todas sem a preocupação com a volta rápida para buscá-los em creches. Portanto, tivemos a participação das brincantes realizando atividades com as crianças sem tirarmos das mães a responsabilidade com o cuidado com os filhos. A Gerência de Esporte também auxiliava nas atividades com as mulheres. No dia das mães, fizemos um "dia da beleza" para as mulheres. Fomos ao Salão Escola do GDECOM - Grupo de Desenvolvimento Comunitário, onde cortaram, pintaram e fizeram escova nos cabelos. Recebemos muitas manifestações de alegria, pois os familiares
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aprovaram as mudanças e elas se sentiram bonitas, o que melhorou a auto-estima de cada uma. Tivemos o privilégio de trabalharmos com a inclusão de uma pessoa com deficiência física (Obs.: Em 2011 temos também uma participante com deficiência mental). Então, sempre trabalhamos para que elas, dentro de suas diferenças, sejam tratadas de igual maneira, participando de todas as atividades propostas. Um momento marcante foi a votação para escolhermos um nome para o grupo. "Mulheres de Bem com a Vida" foi o escolhido. Entendemos por toda a trajetória do grupo que este nome é perfeito . Pois destaca mulheres que enfrentam uma luta diária, algumas em situações de muita vulnerabilidade, mas que encontraram um espaço onde podem se refugiar, buscar mais qualidade de vida. E assim ao longo de 2010, chegamos a 35 participantes inscritas, com uma média de 22 participantes por encontro. Para chegar a esse número, pedimos para as mulheres do grupo divulgarem nossas atividades. Explicamo-lhes a diferença de uma mobilização feita pelas técnicas do CRAS e outra realizada por elas, que participam efetivamente das atividades, pois entendemos que o convite delas é muito mais convincente que o nosso. Então entregamos para cada uma algumas filipetas para serem distribuídas, quando possível, as vizinhas. A partir daí, recebemos várias novas participantes. Essa divulgação se manteve por todo ano. A certeza da realização de um bom trabalho e que nosso objetivo foi alcançado provém de relatos das participantes, como os abaixo elencados: "Depois que comecei a participar do grupo, não tenho mais depressão." "Eu tive uma vida difícil, perdi meu pai, meu marido, meu filho e estava com muita dor no joelho. O médico me disse que era da minha cabeça. Antes de vir para o grupo ficava em casa às tardes, fazia todo o meu serviço pela manhã, ia dormir à tarde e ficava na cama chorando pensando na vida, agora não sinto mais dor." "Eu gosto muito do grupo, vou com vocês aonde vocês forem." "Antes eu tinha medo de passar perto da vila. Mas agora eu vi que vocês são iguais à gente. Agora eu passo na rua sem me preocupar." Esses são apenas alguns dos depoimentos que ouvimos diariamente, os quais reforçam o propósito do grupo de melhorar a qualidade de vida das participantes e, consequentemente, o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. São casos assim que nos impulsionam a prosseguir com mais satisfação.
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O GRUPO EM 2011 Voltamos às atividades em fevereiro e expusemos, como sempre fazemos, todas as mudanças para o novo ano, como o fornecimento do lanche. Mas também trouxemos novas propostas para o grupo. Para continuarmos atendendo com qualidade, acordamos com o grupo que, devido ao número de participantes, por enquanto, não mais incluiremos novas mulheres e, além disso, verificamos a lista daquelas que tinham mais de quatro faltas consecutivas, as quais foram excluídas, conforme o combinado feito com o grupo. Hoje temos uma lista com 30 participantes inscritas. Relembramos tudo o que recebemos em 2010 e agora, mais fortalecidas, nosso projeto em 2011 é nos doar, intervir de forma positiva na comunidade. Faremos uma visita a uma ILP – Instituição de Longa Permanência da Regional Pampulha, que atende idosas, para que o grupo as conheça. Então as participantes que têm habilidade no tricô ensinarão para as outras e, ao mesmo tempo em que as mulheres estarão aprendendo o tricô, e interagindo umas com as outras farão cachecóis os quais, posteriormente, serão doados para as idosas da instituição visitada. Faremos também, em parceria com a Secretaria Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional uma oficina de plantio em lugares excepcionais como: garrafas pet; pneus e caixas para atender a demanda das participantes, pois na maioria das casas não existem espaços disponíveis para plantio. E ainda uma horta comunitária no CRAS, que será cuidada e colhida pelas mulheres do grupo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisando nossas atividades e dinâmicas de conduta do grupo, percebemos que desde 2010, mesmo sem a orientação de trabalharmos com as aquisições da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistencias já o fazíamos. Segurança de acolhida: • Ter acolhida suas demandas, interesses, necessidades e possibilidades; • Segurança de Convívio Familiar e Comunitário: • Vivenciar experiências que contribuam para o estabelecimento e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários • Segurança de Desenvolvimento da Autonomia: • Vivenciar experiências potencializadoras da participação cidadã, tais como espaços de livre expressão de opiniões, de reivindicação e avaliação das ações ofertadas, bem como de espaços de estímulo para
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participação em fóruns, conselhos, movimentos sociais, organizações comunitárias e outros espaços de organização social. • Vivenciar experiências que possibilitem o desenvolvimento de potencialidades e ampliação do universo informacional e cultural. Neste ano de 2011 com a orientação da Tipificação, nossa meta é continuarmos com estas aquisições já trabalhadas e acrescentarmos: • Segurança de Desenvolvimento da Autonomia: • Ter acesso a documentação civil; Possibilitaremos o acesso à documentação civil para as participantes e familiares que não os possuírem. • Ter acesso a experiências de fortalecimento e extensão da cidadania; nosso projeto na ILP- Instituição de Longa Permanência nos possibilitará a ampliação da discussão sobre o tema cidadania. Nosso papel dentro da sociedade, e o que podemos fazer para melhorar as relações com o outro. Reconhecemos, que o sucesso do grupo deve-se em parte, as parcerias com a Casa do Brincar, políticas de saúde, de esporte, de abastecimento e as ONG´s que nos atenderam como o GEDCOM, que acrescentaram muito ao nosso trabalho sempre com presteza e eficiência. Concluímos que todo o nosso esforço em entender a necessidade do grupo, promover o protagonismo, ouvir as demandas, procurar sanar os motivos de reclamações e proporcionar momentos de aprendizado, descontração, reflexão, tem sido muito válido pois podemos perceber mudanças positivas no nosso público. Observamos o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários, melhoria na qualidade de vida e superação de algumas vulnerabilidades. FICHA TÉCNICA - CRAS SANTA ROSA - Av. Professor Magalhães Penido n° 770 – B. Aeroporto – Belo Horizonte/MG ANO DE 2011 / COORDENAÇÃO: Sônia Marcelino Vasconcelos EQUIPE TÉCNICA: Cássia Letícia da Silva – Assistente Social / Verônica Calijorne Rodrigues – Assistente Social / Viviane Aurélia da Costa – Assistente Social / Shirly Ferreira de Souza – Socióloga ESTAGIÁRIOS: Ana Paula Silveira - Serviço social / Camila Rayssa dos Santos - Serviço social / Luciana Pinto Albuquerque Silva - Psicologia EQUIPE DE APOIO ADMINISTRATIVO: Valdinéia Viana da Conceição – Recepcionista / Guilherme Henrique Alves da Costa - Técnico Administrativo / Kleber dos Santos Júnior – Atendente de Apoio Administrativo / Vanda Madalena de Andrade da Silva – Auxiliar de serviços gerais 20
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GÊNERO, FAMÍLIA E CIDADANIA NOS CRAS
Laura Freire de Andrade1
Os relatos de experiência trazidos pelos técnicos dos CRAS do bairro Santa Rosa e Independência de Belo Horizonte- MG são importantes para que se problematize acerca das relações de gênero, sexualidade, família e política no contexto de vulnerabilidade na qual encontram os grupos assistidos por estes CRAS. Citando Clarice Lispector os técnicos já anunciaram o que acontece nos grupos para/ de/ sobre mulheres. "Minha pergunta, se havia, não era "que sou", mas, entre quais eu sou". O que se percebe é uma relação no "entre" desses encontros. Encontros que entrecruzam conversações sobre elas mesmas, sobre suas famílias, sobre as várias formas de ser mulher numa constante estranheza do subjetivar-se. E ainda, Clarice Lispector anuncia que não é na busca de certezas e verdades que potencializamos nossa existência, nossa autonomia, mas sim na constante relação com as incertezas e problematizações permanentes que construímos nossa subjetividade. Vemos que a busca do conhecimento de si não consiste mais em encontrar respostas ou desvendar enigmas, mas sim abrir novos problemas, dando lugar ao mistério, à ambiguidade, em lugar das certezas e da precisão. O sujeito atual não é mais peça passiva na construção do conhecimento, mas está implicado na sua elaboração. (RIZZO; FONSECA, 2010, p. 139) É nessa perspectiva que esse trabalho propõe algumas considerações sobre as relações de gênero e sexualidade para iniciar a tessitura de um caminho percorrido por tantas pessoas imbricadas nos trabalhos realizados nos CRAS. A sexualidade historicamente foi associada ao propósito exclusivo de procriação e depois, acompanhado de um discurso de busca de prazer ligado ao ato sexual e à penetração. Nesse sentido, as tentativas da 1 Piscóloga, mestre em psicologia pela PUC Minas, professora da Faculdade de Ciências da Vida - Sete Lagoas. (laurafreire.8@hotmail.com)
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ciência em discursar sobre o sexo, sobre a sexualidade e sobre as diferenças biológicas entre homens e mulheres ainda continuam e algumas proposições sobre gênero e sexualidade conservam-se no discurso biológico. Desde a década de 70 com intuito de diferenciar sexo de gênero e, na tentativa de ultrapassar os determinismos biológicos, estudiosos defenderam a distinção de sexo – definido como componente natural e gênero como representação cultural/social do feminino e do masculino (CITELI, 2001). Entretanto, ainda que essas diferenciações sejam importantes os binarismos presentes nesses discursos (homem/mulher, penetrante/ penetrado, masculino/feminino, etc.) hierarquizam, classificam e normatizam os modos de subjetivação. O modo de pensar binarista toma um dos pontos como referência, a saber, o padrão fálico, cabendo ao masculino o poder e a primazia (ANJOS, 2000). As discussões sobre as relações de gênero e suas diferenças apontam as relações de poder que as atravessam e ajudam a pensar sobre as opressões e as possibilidades de conquistas dos direitos daqueles que não são considerados a norma, a referência. Mas a guerra entre os gêneros não ajuda na problematização que aqui se pretende, pois o que interessa é a tentativa de ultrapassar as concepções que normatizam e aprisionam uma vez que as classificações (homem e mulher) também despotencializam novas produções de sentido. (ROLNIK, s/d) Na década de 40, Simone de Beauvoir desnaturalizou os conceitos de sexo e de gênero com a frase Ninguém nasce mulher: tornase mulher. A frase reverbera ainda na atualidade e amplia-se também na perspectiva do tornar-se homem. Ela indica também a ideia de uma construção contínua e inesgotável dos gêneros enquanto um processo marcado e atravessado pela cultura, pois, "[...] não é o momento do nascimento e da nomeação de um corpo como macho ou como fêmea que faz deste um sujeito masculino ou feminino. A construção do gênero e da sexualidade dá-se ao longo de toda a vida, continuamente, infindavelmente." (LOURO, 2008, p.18) Sob o ponto de vista Foucaultiano a sexualidade e os gêneros são considerados dispositivos históricos. Os dispositivos são enunciados ditos e não ditos que englobam discursos, instituições, leis, normatizações, enunciados científicos entre outros. E são históricos porque sexualidade e gêneros são permanentemente construídos e desconstruídos ao longo da vida e de muitos modos: cultural, político, social, econômico, tecnológicos, entre outros. Ou seja, os gêneros são construídos e constituídos por discursos e marcas da ciência, da escola, da família, da religião e da mídia que naturalizam e ensinam o que é "ser homem" e o que é "ser mulher". Mas que nada tem de natural no sentido de pré-determinado, finalizado ou universal, pois somos sujeitos múltiplos e plurais que aprendemos a viver
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o ser homem/ mulher pelos muitos sentidos que podemos produzir (LOURO, 2000). A partir dessas ideias é que podemos então discutir o trabalho realizado nos CRAS Santa Rosa e Independência de Belo Horizonte- MG. Nos relatos das experiências o discurso presente é que as mulheres que freqüentam o grupo "Mulheres de bem com a vida" e "O Chá Conversa de Mulheres" são mulheres plurais, pois cuidam da casa, dos filhos, são chefes de família, são mães e pais, são femininas e masculinas, "São mansas e bravas, fortes e frágeis". Ou seja, continuamente dão sentido ao que significa tornar-se mulher coexistindo aquilo que se denomina ser mulher de acordo com a norma e o que está para além dela. O que implica em dizer que qualquer representação social de gênero não conseguirá traduzir aquilo que se apresenta no cotidiano e na experiência real dos sujeitos, pois não é possível capturar no visível e no óbvio os afetos que percorrem nos encontros, nas conversas e nas trocas entre essas mulheres. Ou seja, elas resgatam o ser mulher no espaço que, socialmente, é caracterizado reduto do homem (prover), mas ao mesmo tempo desempenham atividades socialmente esperadas da mulher: bordar, cuidar, etc. Pensar sobre as relações de gênero é também problematizar sobre as questões da família porque é nesse contexto que os lugares e papéis desempenhados pela mulher afetam os arranjos familiares e viceversa. Os afetamentos são múltiplos e as organizações familiares vão ganhando outros formatos, assim como os modos de ser mulher, esposa, mãe, filha, etc. A família conhecida como família nuclear constituída por pai, mãe e filhos ganhou espaço na Europa, a partir do século XVIII, onde se criou a valorização do sentido de família responsável pela criação dos filhos e pela diminuição considerável da interferência da comunidade nos assuntos domésticos. Esses ideais adotados pelas classes mais abastadas da Europa foram depois de um século, adotados também no Brasil. Mas a história de escravos oriundos de sociedades matriarcais é bem distinta do modelo europeu. A família se organizava em torno da mulher quando não havia um companheiro e essa organização familiar continua presente nas famílias urbanas atuais de nível econômico mais baixo. Entretanto, o modelo europeu institui-se como modelo social de família, verificando-se que ele ainda é o que prevalece em nossa sociedade. Há nesse contexto uma incongruência entre a família ideal – nuclear burguesa – e a família vivida – monoparental. A família vivida deve ser entendida não como aquela que está comparativamente fora do modelo, mas ser pensada e acolhida a partir das dificuldades que elas passam e o seu modo de funcionar tomado como uma singularidade daquele grupo. A família vivida
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deve então ser compreendida a partir de seus modos de agir habituais, e é nesse cotidiano que se manifestam os caminhos a serem tomados como outros modos de ser família. (CENTRO BRASILEIRO PARA A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA, 1992). É a família vivida que os profissionais dos CRAS se deparam no cotidiano e nas atividades oferecidas seja nos grupos de mulheres ou em outras práticas. Conforme relatos dos CRAS Independência e Santa Rosa há uma parcela significativa de arranjos familiares monoparentais em que a mulher é chefe da família e os grupos de mulheres foram formados com intuito de construir – coletivamente – superações dos problemas cotidianos. É nesse cotidiano e a partir dele que profissionais e usuários serão capazes de refletir sobre as questões familiares, de gênero, da comunidade entre outros. A adoção daquilo que é vivido, experimentado é a chave para as reflexões e não o modelo ideal de família ou o de ser mulher, nesse processo de reflexão/ desestabilização das certezas e verdades que seremos capazes de trazer a tona possíveis modos de subjetivações singulares. O próprio manual de orientações técnicas para os CRAS recomenda ações que potencializem a família como unidade de referência, reconhecendo os diversos arranjos familiares, valorizando as particularidades de cada grupo familiar, fortalecendo esses vínculos e articulando-os com seu contexto comunitário. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME, 2006). O grupo de mulheres pode e deve potencializar ações que fortaleçam os vínculos comunitários e valorizar as singularidades de cada arranjo familiar presente. De fato, os relatos dos CRAS citados anteriormente revelam vínculos entre essas mulheres, vínculos que não existiam anteriormente ou mesmo o resgate de amizades, assim como a participação efetiva dessas em instituição de longa permanência e a criação da horta comunitária. Algumas falas ilustram o fortalecimento dos vínculos: "Eu gosto muito do grupo, vou com vocês aonde vocês forem." "Eu estou aqui para buscar novas amizades e descontração". O grupo de mulheres também é espaço para a problematização de ações cidadãs e busca de autonomia. O que se entende como cidadania é mais do que a possibilidade de obter um documento de identidade, pois as necessidades da população não se resumem à sobrevivência material e não se deve entender que os serviços assistenciais resolverão todos os problemas sociais, econômicos e psicológicos (DEMO, 1995). Os grupos criados nos CRAS devem ter como prioridade o desenvolvimento desse espaço como local de reconstrução e devolução dos saberes da comunidade, que foram "oprimidos" pelas profissões especializadas. O saber tornou-se cargo de profissionais especializados responsáveis em definir qual demanda o sujeito que "não sabe", possui. A promoção da cidadania e da autonomia está então ligada
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à promoção das potencialidades dos sujeitos que se tornam, novamente, sujeitos que sabem e que sejam participantes ativos na tomada de decisões. Para isso, é preciso desenvolver a capacidade da comunidade em descobrir suas demandas, se organizar de forma que ela própria construa os dispositivos necessários para a melhoria de suas vidas, num processo de auto-gestão. Cabe então aos profissionais despojar do lugar de especialista reformulando e reinventando seu saber como colaborador – em pé de igualdade – na recuperação do saber da comunidade. (BAREMBLITT, 2002). Nos relatos de experiência dos grupos de mulheres, quando a demanda foi construída pelos especialistas, as mulheres participantes não concordaram com as propostas, pois alegaram que o espaço de reflexão que havia anteriormente foi dificultado e demandaram o retorno das atividades anteriores. Quando os especialistas resgataram as atividades a partir do pedido da comunidade, o grupo protagonizou sua própria história e sua capacidade de decisão, construindo um espaço de ações cidadãs. Os grupos sejam eles, de mulheres, adolescentes, idosos, devem ser participantes ativos nas escolhas das atividades conforme relato de uma das participantes: "É um privilégio colaborar para que esse trabalho dê certo". A partir desta perspectiva emerge a potência produtiva da comunidade, integrando os saberes dos especialistas aos saberes comunitários, agenciando práticas e conhecimentos singulares acerca daquele grupo. Uma série de lutas ou uma luta plural, protagonizada por grupos sociais tradicionalmente subordinados, passava a privilegiar a cultura como palco do embate. Seu propósito consistia, pelo menos inicialmente, em tornar visíveis 'outros' modos de viver, os seus próprios modos: suas estéticas, suas éticas, suas histórias, suas experiências e suas questões. Desencadeava-se uma luta que, mesmo com distintas caras e expressões, poderia ser sintetizada como a luta pelo direito de falar por si e de falar de si. Esses diferentes grupos, historicamente colocados em segundo plano pelos grupos dominantes, estavam e estão empenhados, fundamentalmente, em se auto- representar. (LOURO, 2008, p.20) A construção coletiva do grupo permite modos de subjetividade e modos de viver que superam os ideais e modelos, de maneira que grupos antes sujeitados e oprimidos tenham condições de falar por si próprio tal com a voz dessa mulher: "Éramos discriminados pé vermelho, acho que agora será diferente". Devemos também compreender que além dos membros do grupo e também dos próprios profissionais mobilizados na construção coletiva devem realizar ações que ultrapassem os limites de sua própria política com atuações integradas às demais políticas e serviços que ofereçam
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condições para os sujeitos se emanciparem. A realidade complexa vivida pelos usuários do CRAS é multideterminada, ou seja, as demandas dos sujeitos se referem à saúde, educação, lazer, trocas de experiências, entre outros. Não podemos pensar que cada especialidade se comprometa apenas com aquilo que acredita serem os problemas do seu campo, caso isso ocorra estaremos sobrepondo ações e fragmentando os sujeitos naquilo que supostamente "serve" à minha especialidade. Ao contrário, é imprescindível a integralidade das ações em rede que pressupõe a articulação de setores sociais diversos, de saberes e poderes para enfrentar os problemas da realidade social (BAREMBLITT, 2002). Ao invés de fragmentarmos os sujeitos e as intervenções, devemos então nos comprometer com ações de teoria e prática que se multiplicam costurando os retalhos na fabricação de uma colcha tecida por várias mãos. Situação relatada pelos profissionais dos CRAS ao promoverem ações em parceria com ONG's, postos de saúde, Casa do brincar, gerência de esportes entre outros. Mas para que a integralidade seja efetiva temos que estar mais do que próximos, é preciso estar no "entre" que necessariamente implica na conexão dos saberes de forma interdisciplinar capaz de transpor hierarquias e poderes opressores. Cabe então a todos a destituição de ações individuais e narcísicas em prol de serviços que ofereçam oportunidades de potencializar a autonomia, a cidadania e modos inventivos de nos lançarmos no mundo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANJOS, Gabriele dos. Identidade sexual e identidade de gênero: subversões e permanências. Sociologias, Porto Alegre, ano 2, nº 4, jul/dez 2000, p.274-305 BAREMBLITT, Gregório. Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. 5.ed. Belo Horizonte: Instituto Felix Guattari, 2002. CENTRO BRASILEIRO PARA A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA. Cadernos de ação: trabalhando com famílias. São Paulo: CBIA/Escritório Regional São Paulo, nº 1, mar.1992. CITELI, Maria Teresa. Fazendo diferenças: teorias sobre gênero, corpo e comportamento. Estudos Feministas, n.1, 2001, p.131 - 145. DEMO, Pedro. Cidadania tutelada, cidadania assistida. Campinas: Autores associados, 1995, Cap. IV, p.69-130.
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LOURO, Guacira Lopes. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, v. 19, n. 2 (56) - maio/ago. 2008, p. 17 - 23. LOURO, Guacira Lopes (Org.) O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Proteção Básica do Sistema Único da Assistência Social: Orientações Técnicas para o Centro de Referência da Assistência Social. Versão Preliminar. Brasília: Secretaria Nacional de Assistência Social, 2006. RIZZO, Luisa Rizzo & FONSECA, Tânia Mara Galli da. O acontecimento patchwork: um modo de apreender a vida. Psicologia & Sociedade, 22 (1), 2010, p. 139-148. ROLNIK, Suely. Guerra dos gêneros & guerra aos gêneros. s/d. Disponível em: <http://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/suely%20rolnik.htm. Acesso em: 05 de maio de 2011.
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