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José Maria Ramada

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Silvia Schmidt

Silvia Schmidt

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JOSÉ MARIA RAMADA------------------------------

José Maria Ramada

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Nasceu em Medelo – Fafe em 1958 onde viveu toda a sua infância. Emigrou para a Suíça em 1981 para trabalhar na restauração, onde as portas se lhe abriram e pode então tirar o curso de chefe de cozinha e posteriormente de formador, cursos que até hoje abraça com toda a dedicação. Regressou a Portugal em 1998. Vive actualmente na Madeira, continua a trabalhar no mesmo ramo, considerando-se um nómada. Colabora assiduamente com a imprensa regional, local e imprensa ligada á diáspora. Publicou 4 livros, “Flauta Partida” (história Infanto-Juvenil) em 2012, “A Viagem – O que os nossos olhos viram e os corações sentiram” (Narrativa) em 2014, “Vagueando em Sonhos”, (Poesia) em 2014 e por último em 2018 editou a Biografia do Agrupamento de Escuteiros de Medelo “45 Anos de História”. Tem a participação em mais de uma dezena de antologias e colectâneas colectivas do mundo lusófono. É o coordenador da colectânea de Autores Latinos no Mundo, “Alma Latina”, 2020 e 2021. “Vagueando em Sonhos”, é um livro de poesia em que o autor vagueia entre o sonho e a realidade, descreve acima de tudo vivencias, amores e desamores, era um sonho a edição deste livro, sonho concretizado depois duma longa caminhada, em que o coração falou mais alto e preferiu dar prioridade às duas primeiras obras editadas. 3º Livro do autor sobre a chancela da Editora Vieira da Silva.

É a 4ª obra do escritor que retrata em biografia a obra do

Agrupamento de escuteiros de Medelo – Fafe.

Depois de 45 anos a educar, revivendo o passado, com a esperança no futuro, José Maria Ramada transcreve ao longo das mais de 700 páginas, não apenas a história do CNE em Medelo, mas um pouco da história do escutismo no mundo, em Portugal e em Fafe.

Uma vida dedicada aos outros e á juventude em especial na educação não formal de jovens.

Vida em Branco

Vida em branco. Uma vida cheia de nada Como uma folha branca, tantas vezes pálida Um coração desfeito Descarrego raivas, descontentamentos Dum corpo cheio de tudo e pleno de nada Tempestades, sismos, catástrofes assaltos e violações É a podridão do tudo e nada. Que o ser humano tem no coração Uma vida vazia. Tudo em branco, plena de tudo. E cheia de nada É a revolta de todas as revoltas, guerra sem fim, miséria e fome Alguns com tudo. E quase todos sem nada Vida em branco Uma vida plena de tudo Tão só e cheia de nada

Saudades de ti

Tenho saudades de ti. Saudades dos nossos momentos... Das vezes que cabelos ao vento, no meu rosto senti As carícias do teu pensamento. Saudades dos nossos momentos Bons e dos maus também. Tenho saudades de ti, como de mais ninguém, Tenho saudades das nossas conversas sem pé nem cabeça, Saudades das nossas discussões. Dos momentos em que o nosso peito tocava unindo nossos corações Tenho saudades dos nossos passeios, de mão dada Saudades da tua cara, quando mesmo sem querer eu te irritava. Saudades de ti e cada momento, em que passava ligeiro como o vento Aquele pôr-do-sol, á beira-mar. O desejo louco de te amar Saudades dos teus medos. Dos teus receios quando acariciava teus cabelos Saudades de como te preocupavas comigo, Saudades da tua fraqueza, mas que me dava força para ser forte. Saudades de ti e do vento norte. Naquela praia deserta na areia sentados Das palavras pelas quais nos enamoramos Saudades das tuas mãos nas minhas, a minha boca na tua. Saudades dos meus braços à procura dos teus. Dos teus quando procuravam os meus Tenho saudades de ti ao meu lado. Tenho saudades da tua presença em mim Mas porque sou assim? Tenho saudades de dizer “amo-te, Mas a verdade, é que tenho saudades de te amar Tenho saudades de estar contigo, simplesmente por estar. Ser feliz por apenas te olhar Sabes? Tenho saudades de ser amado e te amar.

Quero falar-te de amor

Queria falar-te de amor. Da saudade que me magoa, Do tormento que me afoga, do amargo sabor de não estares aqui Como dói não saber de ti Quando me invade a saudade. Eu queria amor, que soubesses Talvez seja da idade. Como a vida fica dura, Quando acordo e estou só, será isto, loucura? Esta solidão que me envolve, Na garganta, magoa-me um nó. Corrói, seca como pó Não te ter, mas desejar-te, nos meus braços o teu corpo, O teu cabelo e o teu cheiro, sentir. Saber que não morreria, nesta saudade vazia, Sem te acariciar primeiro. Por isso, aqui sozinho, magoado, sofrido Confundindo os meus desejos, entre o sonho e o real, Sentindo até os teus beijos. Quero… Quero falar-te de amor Os dias passam, o tormento aumenta Esquecer-te, não consigo. Apenas o desalento, sentir que te não tenho Pouco a pouco, esta saudade corrói, o meu amor por ti, dói Sentir que não te tenho. Sem ti, estou a morrer. Querer e não te ter… Fica o amargo sabor, calado, sofrer. Por te querer falar de amor

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