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Marta Maria Niemeyer
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA
MARTA MARIA NIEMEYER -------------
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VELHO MARACA
FORRÓ ADIADO
Pula fogueira iô,iô pula fogueira iá,iá É festa de São João vou tomar quentão até o dia clarear.
Vou para Campina Grande requebrar no forró, desfilar na fogueira, dançar a noite inteira.
Pensando bem acho que não vai dar, mais um ano protelar.
Junho está chegando e este tição amarrando eu não posso viajar.
Tenho que adiar para o próximo ano, o imunizante chegando todos nós vamos celebrar. Nasci em 1950, desde o início com o pedreiro mineiro e o jovem engenheiro me divertindo com a galera, hoje sou um velho setentão. Fiquei famoso na história, fui o maior do mundo, palco de muitas glórias...Fiz muita gente famosa, no gramado com a bola. Na água o trampolim e revezamento, nas arquibancadas, cadeiras, tribunas e geral, alegria das famílias, brilho no olhar das crianças em tempo de Natal, Papai Noel o personagem mais aguardado. A música também participava da competição na “massa que amassa a massa”. Recebi artistas do mundo inteiro... Fui até maternidade de cigarra e borboletas, muitos peixinhos, terra e água para as crianças festejarem com aquela lambança que só elas sabem fazer. Muitas árvores com cipó completara as brincadeiras de Tarzan, até a Borboleta Biruta nascera aqui, enlouquecida, não aguentou com o barulho e desapareceu... Um fofoqueiro contou – me que para a terra de sua mãe ela voltou. Sua criadora é também frequentadora, olha com tristeza e saudade dos tempos daquela luz. Na passarela desfila lamentos e sofrimento por aqueles que aqui culminam. Esta pandemia me dá MUITA agonia, minha pista já foi estacionamento, hoje é só lamento. O silêncio me tortura, muita saudade, até quando terei que aguentar? Melhor imaginar a festança que será quando a galera voltar, muita luz e colorido, copos cheios e música no ar ... MEEEENGO, MEEEENGO, MEEEENGO! ... VAAAASCO! ... NEEEENCE! ... FOOOOGO! Um dia já fui glória, palco de João e José, no pulo, no arremesso e corridas... Minha vizinha saudosa conta com alegria sobre aquele aperto na mão do atleta representante desportivo. - É você? Deixa eu apertar sua mão de ouro? A equipe acabara de retornar da Olimpíada com a medalha de ouro, nosso vôlei brasileiro, em 1992. Meu filho aqui ao lado, o centro de treinamento de braços abertos os acolhiam. Hora manutenção, outra hora vem reforma e assim fui encolhendo como todo ancião. Deixei de ser o maior, mas uma vez reformado para a copa do mundo em 2014, um tal de padrão FIFA desculpas encontrada por minhas entranhas escoou muitos milhares de $$$... Não quero desfiar lamentos, apenas um desabafo, eu sou palco com destino à alegria e diversão para todo cidadão carioca, brasileiro e estrangeiro. Meu destino é ser e fazer você feliz.